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mrjerrychang · 1 year ago
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Synology群暉NAS DSM7.2控制台 安裝設定教學【DS223j 示範】
當你群暉NAS設備硬體都組裝完成後,接著就是安裝所謂的群暉作業系統DiskStation Manager(DSM),這次客戶準備的DS223j實作案例中,接著進行安裝DSM 7.2版控制台,老黑整理為中小型企業出貨前的基本synology nas安裝設定… Continue reading Synology群暉NAS DSM7.2控制台 安裝設定教學【DS223j 示範】
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bbyboybucket · 1 year ago
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I’m starting all the big girl stuff and learning how to do diagnostics and treatment methods. Way to make me equally terrified and excited 🥲
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quick-tutoriel · 2 days ago
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techdirectarchive · 6 months ago
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Cybersecurity Tips to Secure Synology NAS against Ransomware
This month signifies the Cybersecurity Awareness Month. Therefore, I will be discussing some security best practices and offering “Cybersecurity Tips to Secure Synology NAS against Ransomware”. Please see How to disable Ads in Windows 11, How to Backup MacOS to Synology NAS via Time Machine, and how to Turn Off Windows 11 Tips and Suggestions Notifications. Many organisations struggle to manage…
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edv-guru · 2 years ago
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transmutationisms · 8 months ago
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Do you have any reading recs on the construction of ASPD/psychopathy as a diagnosis and its relationship with the prison industrial complex
Disordered Personalities and Crime: An analysis of the history of moral insanity (2015), David W. Jones
The Myth of the Born Criminal: Psychopathy, Neurobiology, and the Creation of the Modern Degenerate (2015), Jarkko Jalava, Stephanie Griffiths, & Michael Maraun
"Vom «autistischen Psychopathen» zum Autismusspektrum. Verhaltensdiagnostik und Persönlichkeitsbehauptung in der Geschichte des Autismus," Rüdiger Graf. Gesnerus 77.2 (2020), 279–311 DOI 10.24894/Gesn-de.2020.77012
"From Psyche to Soma? Changing Accounts of Antisocial Personality Disorders in the American Journal of Psychiatry," Martyn Pickersgill. History of Psychiatry 21 (2010), 294–311
"'Born Criminals,' 'Degenerates' and 'Psychopaths': On the History of Criminal Psychology in Germany." Heinz G. Schott. In Transaction in Medicine & Heteronomous Modernization: Germany, Japan, Korea and Taiwan (2009), ed. Alfons Labisch & Shizu Sakai
"Einführung: Zur Zeitgeschichte «abnormer Persönlichkeiten»," Alexa Geisthövel. Gesnerus 77.2 (2020), 173–205 DOI 10.24894/Gesn-de.2020.77009
"A Drifting Concept for an Unruly Menace: A History of Psychopathy in Germany," Greg Eghigian. Isis 106.2 (2015), 283–309 DOI: 10.1086/681994
"Badness, Madness and the Brain—The Late 19th-Century Controversy on Immoral Persons and Their Malfunctioning Brains," Felix Schirmann. History of the Human Sciences 26.2 (2013), 33–50 DOI 10.1177/0952695113482317
"Epilepsy, violence, and crime. A historical analysis," Júlia Gyimesi. Journal of the History of the Behavioral Sciences 58.1 (2022), 42–58 DOI: 10.1002/jhbs.22117
"Descontinuidades e ressurgências: entre o normal e o patológico na teoria do controle social," Francis Moraes de Almeida. História, Ciências, Saúde-Manguinhos 20.3 (2013), 1057–1078 DOI 10.1590/S0104-597020130003000017
"A History of Changes to the Criminal Personality in the DSM," Jessica Gurley. History of Psychology 12 (2009), 285–304 DOI 10.1037/a0018101
"Criminal Propensities: Psychiatry, Classification and Imprisonment in New York State 1916–1940," Stephen Garton. Social History of Medicine 23 (2010), 79–97
A socio-legal history of the psychopathic offender legislation in the United States (1974), Aldo Piperno (diss.)
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ana-mia-lutainterna · 6 months ago
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Meninas pra quem não sabe eu sou estudante de psicologia e fiz uma pesquisa pessoal ontem sobre a Ana.
A relação da Ana com o nosso “Self” (Eu). No caso como ela própria se percebe e se relaciona com si mesma.
A pesquisa teve foco nas minhas questões principais da Ana, mas abrange quase tudo e se tiverem interesse posso postar aqui.
1- Dismorfia
2- Baixa autoestima
3- Controle sobre o Self
4- Isolamento e o Self
- Sensação de controle
- Critério Diagnóstico segundo o DSM-5 (seria os sintomas que constam no livro de diagnóstico mundial para diagnosticar uma pessoa com Ana)
- Revolta e a Ana
- Mecanismo de Coping (enfrentamento)
- Punição e culpa
1- Culpa relacionada aos alimentos e alimentação
2- Punição como coping
3- Culpa e emoções da vida
LEMBRANDO AQUI QUE MINHA PESQUISA É INFORMATIVA, VOCÊ PODE USAR DA MANEIRA QUE DESEJAR. EU FIZ ELA NO PROPÓSITO DE FOCAR AINDA MAIS NA ANA E FICAR MAIS DETERMINADA, MAS CADA PESSOA TEM SUA NECESSIDADE E PROPÓSITO.
SE QUISEREM QUE EU POSTE COMENTEM E DEIXEM UM 🖤
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poeta-do-caos23 · 3 months ago
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Eu não tenho mais aquela melação, eu expresso o meu amor por você de diferentes formas. Não é porque eu não mando mais aqueles textos, aqueles áudios, que eu não te amo mais. Eu amo você como Saturno ama seus anéis, eu amo você como a sua mãe ama as plantas dela no quintal. Eu amo você como o Mano Brown ama a música do Jorge Ben. Meu amor por você está mais do que na minha própria pele, ele está na minha alma. A dor pode ter modificado algumas formas de carinho, mas o amor é o mesmo. Ou, é até mais infinito como esse universo. Você é espetacular.
DSM
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bl0odypawzies · 6 months ago
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DOSLO JAK ZNALEZC OSOBE DO ZWIAZKU, MAM DOSC APLIKACJI TYPU YUBO PRZYSIEGAM A JA MUSZE MIEC NA KIMS OBSESJE INACZEJ NIE DSM RADY FUNKCJONOWAC
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unknotbrain · 6 months ago
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Precisei frear a eficiência no trabalho porque vou ficar sem fazer nada até 16h30. Já estou cansada de ler tanto papel, até coloquei uma musiquinha para tornar essa experiência de ler encaminhamentos médicos cheios de erros crassos de português e com demandas idiotas um pouco menos sofrida.
Seu filho não é exatamente do jeito que você sonhou? Não é o psicólogo que vai "consertar" isso. Até porque, muitas vezes, nem é problemático. Os próprios pais deveriam se questionar do porquê tanto incômodo em ter um filho quieto. Ou porque o filho é tão mimado ou desobediente. Ninguém nunca quer assumir a responsabilidade.
Eu apaguei meu Instagram pessoal, mas mantive meu profissional. Sigo meus colegas de profissão e uma dúzia de pessoas que me importo e se importam comigo. Aí fui ver o perfil de uma psicóloga que eu admirava muito durante a minha graduação. Fiquei tão decepcionada quando vi o perfil dela. Está completamente perdida no personagem e nos diagnósticos.
Sempre fui muito contra essa questão de diagnósticos. É uma rotulação que pode causar um dano considerável ao senso de identidade das pessoas e atrapalhar a socialização. As pessoas abraçam um diagnóstico e se resumem a sintomas. Podem desenvolver outros sintomas só por pensarem que tem aquilo. O CID vira a personalidade da pessoa.
Só se deve diagnosticar quando há prejuízos sociais ou funcionais significativos. Ninguém tem depressão porque chorou dois dias, passou um final de semana na cama, ou ficou com preguiça de fazer qualquer merda em um dia específico. Hoje tudo é desculpa para medicalizar e anestesiar emoções e sentimentos incômodos.
Essa psicóloga em específico fez da página profissional dela um diário em que ela só fala sobre os transtornos dela. Nada contra lembrar o público que psicólogo é gente e pode ter limitações emocionais e diagnósticos sim, mas ela parece que faz disso a única coisa digna de menção na vida dela. É quase um copy paste do DSM. Só fala sobre sintomas de bipolaridade e autismo.
Esse processo de "desadmiração" que você sente por alguém é meio triste. Já passei por ele várias vezes. Aquela pessoa que você achava incrível em algum aspecto deixa de ser ou você percebe que nunca foi. O extermínio, a destruição de fantasias e idealizações nunca é fácil. Parece que você investiu energia em algo inexistente.
A primeira experiência universal é a desconstrução da imagem dos pais. Quanto mais a gente cresce, mais evidentes ficam os defeitos dos nossos pais. Mas no meu caso, eu quebrei a cara, o corpo, a alma, tudo. Foi um grande delírio achar algum dia que meus pais eram minimamente funcionais. Faço um esforço diário descomunal para não ser igual aos meus pais.
Aí veio meu tio molestador. O tio incrível, inteligente e engraçado que eu tinha gostava um pouco demais de crianças e incapaz de se responsabilizar pelas coisas que fez.
Meu ex J*** não era tão incrível quanto eu achava que era. Sempre admirei ele por achar ele dedicado ao crescimento profissional e pessoal. Achava ele uma pessoa forte por ter tido uma vida difícil. No final, percebi que ele era um bom profissional mas nunca teve interesse em subir de posição apesar de ter capacidade e a empresa ter dado a faca e o queijo na mão dele. Ele enfiou a faca no cu e jogou o queijo fora. Crescimento pessoal não consigo nem comentar, foi o contrário.
Depois dele, percebi que ninguém é "forte" só por ter passado por situações difíceis na vida. Não é tão incomum achar alguém que foi fodido pela vida. O mais importante é o ser humano que você se torna depois dessas situações. O que adianta passar por tanto e se tornar alguém ruim, imaturo emocionalmente, cheio de ódio e querer descontar no mundo? Isso não é ser uma pessoa "forte", só é uma pessoa ruim e imatura mesmo. É perpetuar os erros e tornar a própria vida (e das pessoas próximas) mais difícil.
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acorpsecalledcorva · 1 year ago
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Hello yes please I'd love a post about possession and mediumship and how they may or may not relate to plurality actually
Sigh...like, I guess, but I have to preface this by saying this is such a huge huge subject so this won't even scratch the surface. Possession and mediumship has been a persistent and global phenomena throughout all of human history, with each belief system having a unique and rich history that each deserve their own examination and exploration. In fact the inspiration for doing the research was seeing two sentiments in the community that kept rubbing me the wrong way being firstly "the reason there's no records of endogenic plurality is because someone might think you're possessed by a demon and perform a violent exorcism on you" and secondly "the DSM and ICD recognise Mediumship and spirit possession as a form of endogenic plurality" which aren't necessarily completely wrong when you look into it, I just think are incredibly incredibly lazy and culturally insensitive gotchas.
Demonic possession is actually a very specific phenomena which different religions have different beliefs and approaches on how to spot and what to do about it, but other forms of communication with, or connection to, non benevolent spirits was widely accepted. Even in Christianity in Europe, which I guess is what we would all immediately think of when we hear 'demonic possession', there is the Cult of Saints that existed for over a millennia. There's actually a few accounts of demonic possession that retrospectively we can say with certainty match the symptoms of DID, but really this is down to the meticulousness of the records being kept, which anyone who's researched witch trials knows can suck ass the majority of the time.
The first documented case of dissociative identity disorder (DID) was in 1584. Though not labeled such at the time, Jeanne Fery recorded her exorcism in detail (with additional details provided in the records of her exorcists), preserving documentation of symptoms that exactly match those that are found in individuals with DID today. She had multiple alters, each with their own name, identity, and identifying features and had alters that would today be described as an ISH, persecutory protectors, and child alters. Her alters were associated with actions that ranged from helping her to heal to self harm and disordered eating, were audible inside her head, and could take control of her body to allow for various actions, conversion features, and changes in knowledge and skills. The alters resulted from childhood physical and possibly sexual abuse. Jeanne Fery was actually called ”the most perfect case” of “dédoublement de la personnalité,” the most perfect case of DID, by Bourneville, the man who reissued a book about her life in 1886 (van der Hart, Lierens, Goodwin, 1996).1
But when it comes to endogenic plurality as being something non pathological, or non benevolent, it's harder to draw the same kind of parallels between endogenic plural experiences that we see and hear about today with something like the Cult of Saints while you can draw several parallels between the Cult of Saints and other practices around the globe. Also interestingly, while there's very little written about endogenic plurality, there's a metric fuck tonne written about spirit possession and mediumship. So can you take that humongous body of research, scratch out "spirit possession" and "mediumship", and write in Endogenic Plurality? Fuck no, and it would be insanely racist to try.
What we can do though, is identity and categorise commonality between them and see what insights we can gather about humanity as a whole.
To that end, these beliefs and experiences can be summed up thusly:
Voluntary Possession - usually involving some kind of trance induction, a specific entity such as a spirit, someone who's died, an angel, or a deity briefly inhabits the body for a limited time for a specific purpose, usually providing some kind of insight or perform an act of healing
Involuntary Possession - these are your demons and your devils, often accompanied by a deluge of physical and psychological symptoms such as convulsions and outbursts of rage
The Ouchies - these are bad spirits that don't possess you so much as they hang around and play mischief with your body, causing ailments and issues that aren't medically explained. Nowadays we call them somataform disorders but we used to call them hysteria as well until like the 80s.
And The Voices of Temptation - these are the devils and demons that whisper in your ear from within, tempting you to perform socially unacceptable behaviours like kissing boys and drinking too much wine.
One outlier of this that I really don't know enough about is the Jinn of Islamic faiths.
Jinn are much more physical than spirits.[31] Due to their subtle bodies, which are composed of fire and air (marijin min nar), they are purported to be able to possess the bodies of humans. Such physical intrusion of the jinn is conceptually different from the whisperings of the devils.[32]: 67  Since jinn are not necessarily evil, they are distinguished from cultural concepts of possession by devils/demons.[33] Since such jinn are said to have free will, they can have their own reasons to possess humans and are not necessarily harmful. There are various reasons given as to why a jinn might seek to possess an individual, such as falling in love with them, taking revenge for hurting them or their relatives, or other undefined reasons.[34][35] At an intended possession, the covenant with the jinn must be renewed.[36] Soothsayers (kāhin pl. kuhhān), would use such possession to gain hidden knowledge. Inspirations from jinn by poets requires neither possession nor obedience to the jinn. Their relationship is rather described as mutual.
And honestly, that sounds really really fascinating, I need to look into that much more cause wow I did not know that.
On the subject of voluntary trance possession, the best candidate for finding signs of Endogenic Plurality, rather than the potential DID of involuntary Possession, there's actually been a lot of research into this. Several attempts have been made by the medical community to pathologise voluntary possession and they've largely failed. Like at the core of it, that's why these are listed in the ICD and DSM, because we tried to explain them medically and couldn't because these practices are rarely detrimental to the practitioner, they don't constitute a disorder. There's also been some choice comments by medical professionals where they essentially blame the belief on the inherent inferiority and suggestibility of the (poc) practitioners mind.
Viewed through a psychophysiological lens there's actually been quite a bit of scientific research into the biological function of trance and possessive states and we do actually see changes in brain area activation and activity, very similar in fact to that of hypnosis. Induction into a trance state often involves the use of rhythmic drum beating, group dancing, or the use of psychotropic herbs, so called ecstatic practices.
Mediums often score highly in certain specific criteria of the Dissociative Experiences Scale but low on others and tend to score better than average on mental health scores. So are they a potential example of Endogenic Plurality? Well Endogenic is more of a self identity label where one defines themselves as being 'more than one' in some way and you find very few accounts of mediums describing themselves in this way. The spirits they channel do not exist within them outside of trance rituals, but rather come from another plane of existence temporarily connecting with our realm through the medium.
However! There may be a parallel to be drawn between the brain activity of a trance state and the auto Hypnotic model of Paul Dell. Not everyone is capable of trance and possession, just as not everyone is capable of plurality or developing DID, but they all might use the same mechanism. The same mechanism that leads to psychosomatic symptoms and the placebo effect, behind Mesmerism and hysteria.
The way that this mechanism manifests might very well be sociocognitive in nature, being used and utilised in different cultures in different but very measurable and real ways. As such I think the most we can really say that these practices and experiences are linked to plurality, and there may very well be some individual and isolated cases of plurality in these practices, but that we shouldn't overwrite and erase what these practices are within their own contexts and definitely shouldn't be using them as rhetorical arguments and gotchas, that's the devil of colonialism on your shoulder talking and you should not be listening to him
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techdirectarchive · 8 months ago
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How to create a Tailscale VPN connection to my Synology NAS
This article discusses how to create a Tailscale VPN connection to my Synology NAS. According to their documentation, Tailscale simplifies secure connections to your Network-Attached Storage (NAS) devices using WireGuard. Please see how to create New Users and Join Synology NAS to Active Directory, DSM Security: How to Protect Synology DS923+ NAS, and how to “Configure VPN on Windows Server: How…
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desvendandooautismo · 6 months ago
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Níveis de suporte
  Antigamente se usava os termos “autismo leve/moderado/severo",hoje em dia ainda existem pessoas que falam, o correto é chamar essas categorias de nível 1, 2 e 3 de suporte. Antes de explicar qual a função de termos mudado  as palavras precisamos entender que o autismo é um espectro, isso quer dizer que não estamos falando de uma escala onde a pessoa é mais ou menos autista, estamos falando de algo com muitas possibilidades diferentes, ou seja não existe um padrão autista, nem mesmo nos níveis de suporte, isso porque cada indivíduo no espectro terá suas características, suas dificuldades e suas potencialidades que vão se manifestar de maneiras diversas em contextos diferentes. Os níveis de suporte são nada mais nada menos que uma classificação do dsm-5(e a sigla para diagnostic and statistical for mental desorders, ou manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, no volume cinco)para descrever o grau de apoio necessário para um autista, essa divisão é baseada na intensidade do quanto aquele indivíduo precisa de apoio terapêutico para se desenvolver. 
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2b1o · 4 months ago
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"(...) percebemos diferentes metamorfoses dos sistemas de diagnóstico, desde a psicopatologia clássica do século XIX, passando pela psicanálise e chegando aos grandes sistemas classificatórios, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), editado pela Associação Americana de Psiquiatria, e a Classificação Internacional de Doenças (CID), coligido pela Organização Mundial de Saúde. Cada forma de psicopatologia se mostrava compatível com uma política de sofrimento que, por exemplo, confirmava e replicava políticas específicas em termos de modos de subjetivação. Diante disso, é possível dizer que cada época prescreve a maneira como devemos exprimir ou esconder, narrar ou silenciar, reconhecer ou criticar modalidades específicas de sofrimento."
"Controlar a gramática do sofrimento é um dos eixos fundamentais do poder."
"Criticar a austeridade é assim colocar-se fora da possibilidade de ser reconhecido como sujeito moral autônomo e responsável."
"(...) transformação do campo social em um campo indexado por algo que poderíamos chamar de “economia moral”, (...) eliminação violenta da esfera do político enquanto espaço efetivo de deliberação e decisão, com a redução da crítica à condição de patologia."
"É cada vez mais evidente como lutas políticas tendem a não ser mais descritas a partir de termos eminentemente políticos, como justiça, equidade, exploração, espoliação, mas através de termos emocionais, como ódio, frustração, medo, ressentimento, raiva, inveja, esperança."
"Colóquio Walter Lippmann"
"Esse ponto foi explicitado de maneira precisa nas pesquisas de Grégoire Chamayou a respeito dos vínculos entre neoliberalismo e fascismo"
"Em um impressionante documentário sobre a experiência neoliberal no Chile, Chicago Boys (2015)"
"Ela permitiu ainda a “racionalização empresarial do desejo” (Dardot; Laval, 2010, p. 440), fundamento normativo para a internalização de um trabalho de vigilância e controle baseado na autoavaliação constante de si a partir de critérios derivados do mundo da administração de empresas. (...) As relações de trabalho foram “psicologizadas” para serem mais bem geridas, até chegar ao ponto em que as próprias técnicas clínicas de intervenção terapêutica começaram por obedecer, de forma cada vez mais evidente, a padrões de avaliação e de gerenciamento de conflitos vindos do universo da administração de empresas. As técnicas de steps, de foco, de gerenciamento de “capital humano”, de “inteligência emocional”, de otimização de performance que tinham sido criadas nas salas de recursos humanos das grandes empresas agora faziam parte dos divãs e consultórios."
"Estávamos transformando tal forma de organização social em fundamento para uma nova definição de normalidade psicológica."
"Lembremos inicialmente que modelos socioeconômicos são animados não apenas por proposições a respeito do modo de funcionamento de sistemas econômicos de produção e consumo. Como eles devem também determinar a configuração de seus agentes racionais, definindo com isso um conjunto de comportamentos, modos de avaliação e justificativas a serem internalizados pelos agentes que se queiram reconhecidos, tais modelos não podem ser abstraídos da força de produção de uma psicologia que lhe seja própria, quer dizer, de uma figura antropológica, fortemente reguladora, a ser partilhada por todos os indivíduos que aspiram a ser socialmente reconhecidos."
"(...) o sistema social de normas. Uma revolta que se expressa nas três dimensões do que entendemos comumente por forma de vida, a saber, o desejo, a linguagem e o trabalho."
"(...) “ultrapassar as clivagens ideológicas através da ciência, colocar entre parênteses a questão etiológica para se concentrar em descrições clínicas, reformar o vocabulário diagnóstico evitando ao máximo as inferências” (Demazeux, 2013, p. 156)."
"(...) o desaparecimento das neuroses e a unificação das psicoses (...) modelo freudiano das neuroses, em que o sofrimento psíquico gira em torno das consequências de internalização de uma lei que socializa o desejo, organizando a conduta a partir da polaridade conflitual permitido/proibido (...)"
Neoliberalismo Como Gestão do Sofrimento Psíquico by Vladimir Safatle
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joycesoarespsi · 1 year ago
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Qual o lugar da técnica na psicologia? O do controle? O da mera adaptação a um contexto adoecedor? Se estivermos falando de uma psicologia hegemônica que tem o DSM a tiracolo, infelizmente sim. Este post, no entanto, não pretende negar a importância de uma técnica ou de um recurso bem colocado e bem pensado. Aí está o ponto! Entender tais ferramentas como parte de um projeto singular que encontra sentidos e entrelaçamentos com a história de vida do indivíduo em psicoterapia. Regulação emocional, técnicas de relaxamento, recursos terapêuticos são fatores importantes quando atendem a uma perspectiva de potencialização da autonomia e fortalecimento. Mas não podem, de forma alguma, ser ferramentas de adestramento de subjetividades e incômodos.
➡️ Psicóloga Joyce Severo Soares | CRP 07/40411
➡️ Atendimento online para todo o Brasil
➡️ Voltado às mulheres
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blogdamorgannalabelle · 6 months ago
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40 – Depressão – O mal do século
Por Morganna la Belle
Psicanalista
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I – Introdução
Este trabalho tem como finalidade abordar, de forma simplificada, o transtorno mental conhecido como depressão.
Trata-se de um mal que já atingiu escala global. Segundo dados da OMS, até 2030 deverá ser a doença mais comum no mundo e a que mais incapacitará para o trabalho. Também já foi comprovado que um terço dos pacientes não respondem aos tratamentos convencionais e que medicamentos contra depressão costumam causar dependência psicológica.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), traz mais de 300 transtornos mentais identificados e catalogados. No entanto, segundo estatísticas, o distúrbio mental conhecido como depressão figura entre os que mais acometem as pessoas e causam danos ao psiquismo, já ficando comprovado que é também a maior causa de suicídio no mundo.
Considerando ainda o número crescente de pessoas que sofrem dessa espécie de patologia, tal doença foi considerada, no século passado e também no atual, como o mal do século.
II – Breve histórico da depressão
A palavra “depressão” vem do latim depressio, do verbo deprimere, que significa pressionar ou prensar para baixo.
No século IV a.C. Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.) estabeleceu a teoria dos humores e delimitou os conceitos de sangue, fleuma, bílis branca e bílis negra. O desequilíbrio entre tais humores causaria a doença. Etimologicamente, a palavra melancolia se define como a junção das palavras gregas melas (negra) e kholé (bílis).
Aristóteles, em sua obra Problema XXX, I, definiu a melancolia como uma perturbação da alma, que afetava os homens de exceção tais como os gênios, os poetas, os filósofos, os artistas.
A melancolia pode ser poeticamente considerada um ancestral remoto da depressão, porém não são a mesma psicopatologia.
Segundo Christian Dunker, em Uma Biografia da Depressão, edição de 2021, na Idade Média surgiu outro tipo de patologia parecida, que recebeu o nome de accidia (acedia, em português), mal que acometia religiosos nos mosteiros cristãos medievais, que consistia em um desânimo profundo com as coisas sagradas e perda da fé religiosa. Tal sofrimento psíquico era considerado na época como sendo um mal de natureza espiritual. Não por acaso tal mal, assim como várias doenças mentais na época, acabou sendo associado ao demônio e suas artimanhas para desviar as pessoas do caminho de Deus. E, na época que ficou conhecida como idade das trevas, as consequências só poderiam ser duas: Exorcismo ou purificação através da morte pelo fogo. Então muitas pessoas, em sua maioria mulheres e pertencentes às classes mais baixas, foram queimadas vivas.
Entre os séculos XIV e XVI, que marcou a transição da Idade Média para a Idade Moderna, nasceu o movimento cultural conhecido como Renascimento. Neste período, a melancolia voltou a ser compreendida como um sentimento positivo, característico de artistas e intelectuais.
Porém, com o advento do Racionalismo entre os séculos XVI e XIX, a melancolia voltou a ser vista como algo nocivo, incompatível com a ideia de que através da razão podia se chegar ao conhecimento, inclusive de como ter uma vida mais feliz.
Mas o movimento estético e cultural conhecido como Romantismo, que nasceu nas últimas décadas do século XVIII, associava a melancolia à beleza e à nobreza de caráter do ser humano.
Importante ressaltar que, até os estudos Philippe Pinel (1745-1826), o acometimento da melancolia estava associado também às estações do ano. Pinel assinalou então que tal patologia estava na verdade relacionada à constituição da pessoa e não a este ou àquele período do ano, como até então se acreditava. Este foi o começo da abordagem psiquiátrica a respeito de doenças mentais.
Ainda de acordo com Dunker, o popular dicionário francês Nouveau Petit Le Robert, do lexicógrafo Paul Robert, registra que o nascimento da palavra depressão como sinônimo de sofrimento psíquico remonta ao ano de 1851.
Em 1854, o psiquiatra Jean-Pierre Falret (1794-1870), com o fim de diferenciar a fase de euforia da fase de momentos de profunda tristeza existentes na loucura circular, empregou o termo depressão. A partir desta fase a depressão foi ganhando expressão acadêmica e médica, diferenciando-se progressivamente da melancolia.
O século XIX (1801 – 1900) ficou, não por acaso, conhecido como o século dos manicômios. Data desse período histórico a proliferação de hospícios onde pessoas eram internadas, muitas vezes compulsoriamente, por apresentarem algum distúrbio mental. Foi também nessa época que o alienismo, como era conhecia a psiquiatria em seus primórdios, começou a impor a teoria de que a depressão e patologias correlatas se tratavam na verdade de doenças do corpo, mais especificamente do cérebro.
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A depressão sempre foi uma doença cercada de preconceitos.
Ainda sobre a desvinculação da depressão de melancolia, foi reconhecida a contribuição de Melanie Klein (1882-1960), psicanalista vienense, no sentido de dar maior visibilidade e autonomia ao transtorno mental da depressão.
Incontestável, outrossim, a importância de Sigmund Freud, pai da psicanálise que, através de sua obra Luto e Melancolia em 1917, detalhou as diferenças entre a melancolia e o luto, contribuindo para que a melancolia fosse melhor caracterizada, fazendo com que posteriormente fosse fundamentadamente também dissociada da depressão.
O ano de 1952 ficou marcado como o ano em que a depressão foi catalogada no primeiro DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, com a expressão “reação depressiva”, associada a outras desordens mentais. Posteriormente, com as novas descobertas de medicamentos tais como a penicilina, o cloreto de lítio, a hidrazina, os benzodiazepínicos e os antidepressivos de terceira geração, assim como outros que atuavam de forma secundária como anti-hipertensivos e também os neurolépticos que combatiam outras patologias correlatas, a depressão foi então ganhando cada vez mais notoriedade.
Em 1980, através do DSM-IV, a depressão foi catalogada de forma específica, como sendo uma forma de transtorno de humor. E como se verificou que tal transtorno abrangia mais de uma forma, ela foi então subdividida em onze tipos, sendo eles:
1 – Distimia (transtorno depressivo persistente);
2 – Transtorno disruptivo da desregulação de humor;
3 – Transtorno disfórico menstrual;
4 – Transtorno depressivo induzido por substância ou medicação;
5 – Depressão sazonal;
6 – Depressão secundária;
7 – Depressão endógena;
8 – Depressão atípica;
9 – Transtorno depressivo maior (transtorno bipolar tipo I);
10 – Depressão bipolar (transtorno bipolar II e III, transtorno ciclotímico) e
11 – Depressão psicótica.
No entanto, existem outras subclassificações mais genéricas utilizadas quando o paciente não se enquadrar em nenhuma das acima, tais como o transtorno depressivo não especificado.
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Mais especificamente foi com a descoberta dos antidepressivos denominados atípicos que atuam sobre a dopamina, serotonina e epinefrina que a depressão realmente pôde se destacar como doença digna de atenção.
Os neurotransmissores, mensageiros químicos do cérebro, foram então evidenciados e supervalorizados, sendo que a atuação alopática sobre eles faria com que a depressão pudesse ser curada ou pelo menos controlada.
Isso, de par com a releitura da depressão a partir de 2008, como sendo uma doença que atua também sobre o corpo através de sintomas físicos, fez com que a medicina se evidenciasse ainda mais como a única ciência capaz de curar tal patologia.
Passou-se então a acreditar que seria dispensável a atuação de profissionais tais como psicólogos e outros psicoterapeutas na guerra contra o mal do século. O tratamento químico resolveria o problema, sem a necessidade de se verificar qual a causa da patologia, sendo que tal demonstração de irracionalidade continua ainda a ser aplicada até os dias de hoje com fins de enriquecer ainda mais a indústria farmacêutica, sendo minimizados e mascarados os danos físicos causados aos pacientes.
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Medicamentos contra depressão não são isentos de efeitos colaterais
III – Conceito simplificado de melancolia, luto, acedia e depressão
. Melancolia
Estado de tristeza profunda, identificado por Aristóteles na Grécia antiga, com base na teoria dos humores de Hipócrates. Era vista como um sentimento característico dos chamados homens de exceção, ou seja, pessoas de intelecto diferenciado, capacidade artística e alta sensibilidade. Por causa da sua sentimentalidade questionavam e sofriam pelos males inexplicáveis do mundo.
Com base nas teorias de Freud, trata-se de uma psiconeurose narcísica, onde há um conflito entre o ego e o superego.
Foi reconhecida como patologia, fundada em um tipo de sofrimento psíquico.
. Luto
Processo em que ocorre a retirada do investimento libidinal que havia sobre um objeto específico, em razão da perda do mesmo. Tal objeto, no entanto, pode ser identificado, não se tratando de algo inconsciente. Como exemplo mais comum, a perda de uma pessoa amada em razão da morte.
Freud afirmou que, após a conclusão do processo de luto, o ego fica livre outra vez e a energia libidinal pode ser canalizada para outro objeto.
. Acedia ou accidia
Sentimento de desânimo profundo e perda da fé religiosa, que acometia religiosos no período da Idade Média.
. Depressão
Termo médico originado da psiquiatria, no século XVIII.
Trata-se de um processo de exacerbação e prorrogação da reação a uma perda.
A depressão é identificada pela psiquiatria com sendo uma doença causada pelo deficit de certas substâncias no cérebro.
A Psicanálise vê a depressão como um mal-estar ligado à própria condição efêmera do ser humano, podendo também ser parte de outras estruturas patológicas. De acordo com a hipótese psicanalítica, ocorre um conflito entre o ego e o ideal do ego. O deprimido sofre por não conseguir atingir aquilo que se considera ser o ideal de ser humano, com base nos convencionalismos sociais predominantes em determinada cultura e época.
Na corrente psicanalítica, admite-se que o deprimido vive um desacordo relacionado a si mesmo, aos outros e ao próprio desejo, sendo que as causas deste conflito só poderão ser conhecidas através dos processos psicanalíticos de trazer ao consciente aquilo que está reprimido ou recalcado.
A corrente pós-freudiana ligada a Lacan postula que a depressão é uma covardia moral do sujeito, sendo o fenômeno depressivo um movimento de recusa ao desejo.
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A Psicologia e a Psicanálise são poderosas aliadas da Psiquiatria no combate à depressão.
IV – Causas da depressão
As causas da depressão continuam a ser objeto de estudo pelas psiquiatria, psicologia e ciências afins sem que se tenha chegado ainda a uma definição muito precisa a respeito delas.
Há ainda muita discussão entre os estudiosos que defendem as causas puramente biológicas e aqueles que defendem que tudo se inicia na mente para só depois provocar mudanças neurofisiológicas.
Controvérsias à parte, há vários fatores que concorrem para que um quadro depressivo se estabeleça em uma pessoa. Leve-se em conta ainda que algumas formas de tristeza ou quadros depressivos são na verdade sintomas de outras doenças, tais como a síndrome de Burnout, a bipolaridade e outros transtornos de ansiedade.
Sabe-se, no entanto, que a depressão pode ser desencadeada através do que se chama de “gatilho”. Como exemplo, podemos citar um fato traumático na vida da pessoa, tal como a perda de um ente querido ou mesmo mudanças inesperadas de cidade, estado ou país.
Christian Dunker, em obra já citada, assinala como causas da depressão o deficit de certas substâncias no cérebro, uma existência vazia e sem sentido, causas envolvendo a transmissão do impulso neuronal, a genética, causas ambientais tais como a baixa luminosidade do sol, a alimentação e um conjunto de experiências psíquicas que variam de caso a caso.
A Psicanálise oferece a sua contribuição no sentido de compreender e controlar a depressão, sendo que no geral busca entender a motivação e não combater diretamente seus sintomas. Isso porque fazendo cessar as causas, faz naturalmente cessar também os efeitos.
Para fins didáticos e de síntese, podemos classificar os fatores causadores da depressão como psicossociais, biológicos, físicos e outros não especificados.
Vejamos então cada um deles.
Fatores psicossociais
São fatores ligados a mudanças contingenciais ou definitivas na vida da pessoa, mudanças estas normalmente acompanhadas de alguma privação ou de algum tipo de sofrimento.
A perda de um ente querido é muitas vezes o acontecimento inicial que faz desencadear um quadro depressivo.
Também mudança de cidade, estado ou país podem fazer com que o sujeito passe a se sentir deslocado e longe dos amigos e muitas vezes também da família. Em tais casos costuma ocorrer uma recusa ou bloqueio de aceitação quanto à nova realidade, fazendo com que o quadro depressivo se apresente.
Conflitos no trabalho são, outrossim, grandes causadores de depressão. Mudanças abruptas tais como transferências, rebaixamentos, mudanças de função, assédio moral, assédio sexual etc. podem ser o gatilho para que se desencadeie a doença. Esse tipo de específico de depressão pode, além disso, estar ligada à síndrome de Burnout.
Se quiser saber mais sobre a síndrome de Burnout acesse
Finalmente, mas não esgotando o tema, punições em geral, infligidas pelos pais, sacerdotes, patrões e outras pessoas investidas em algum tipo de autoridade sobre o deprimido, também podem ser o fator precipitante da doença.
Fatores biológicos
São fatores relacionados a alterações nos neurotransmissores, os mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios. Para fins de estudo da depressão, interessam mais os neurotransmissores serotonina, acetilcolina, dopamina, adrenalina e noradrenalina.
Também desequilíbrios hormonais podem estar ligados a um quadro depressivo.
Considere-se ainda atrofias ou mesmo lesões em partes do cérebro, mais especificamente no lobo pré-frontal, área responsável pela elaboração do pensamento e planejamento, ligada portanto às funções executivas.
Fatores físicos ou traumatismos
Estudos já comprovaram a ligação entre traumas físicos, sistema nervoso e emoção. As células possuem uma espécie de memória, que armazena as sensações de acontecimentos bons ou ruins no decorrer da vida.
Acontecimentos tais como acidentes físicos registram no corpo, no emocional e no sistema nervoso sensações diversas e interligadas que são desencadeadas novamente, em maior ou menor grau, caso seja repetida ou mesmo simulada as condições que as provocaram.
Sendo assim, caso o evento físico traumático tenha feito desencadear um quadro depressivo, tal condição continuará subsistindo em sintonia com as possíveis sequelas físicas que o acidente provocou. Assim, conclui-se que a mente e o sistema nervoso devem ser tratados ao mesmo tempo em que se trata também do corpo físico. Para tanto, seria altamente recomendável terapias mais completas direcionadas ao tratamento de distúrbios somato-emocionais, ou seja, das doenças que produzem efeitos tanto no corpo quando na mente, buscando então o reequilíbrio somato-emocional (RSE).
Outros fatores
Como exemplo de fatores outros que não foram enquadrados nas classes acima, podemos citar:
. O uso ou mesmo a retirada de medicamentos tais como betabloqueadores, benzodiazepínicos, corticosteroides, anti-histamínicos, analgésicos e antiparkinsonianos.
. A exposição a certos defensivos agrícolas ou agrotóxicos, como os organofosforados.
. A drogadição. Por exemplo, o uso da cocaína.
. Predisposição genética, no sentido de provocar ou mesmo intensificar quadros depressivos.
. Constante baixa luminosidade do sol, como ocorre em países nórdicos.
. Ocorrências traumáticas ao longo da vida.
V – Sintomas da depressão
Existem diferentes tipos e graus de depressão, sendo que apenas um profissional da área médica e psicológica pode situar o paciente neste ou naquele quadro.
Alguns sintomas, no entanto, são bem comuns a todos os tipos. Porém, repita-se que apenas um profissional está apto a avaliar se o caso é mesmo de depressão ou outra patologia.
As reações químicas que se verificou ocorrer no cérebro envolvendo os neurotransmissores foram detectadas como sendo deficit na receptação de serotonina, dopamina, adrenalina e noradrenalina, o que faz com que ocorram sintomas específicos envolvendo o corpo, o humor, a libido e etc.
Vamos, para fins didáticos, classificar os sintomas da depressão em cognitivos, fisiológicos e comportamentais.
Vejamos então os sintomas:
Cognitivos
. Humor deprimido: desânimo persistente, tristeza, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade, vazio, culpa e/ou irritabilidade;
. Redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, antes consideradas como agradáveis;
. Diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar, memorizar ou de tomar decisões;
. Ideação suicida.
Fisiológicos
. Fadiga ou sensação de perda de energia;
. Alterações do sono (mais frequentemente insônia, podendo ocorrer também sonolência excessiva ou sono interrompido);
. Alterações do apetite (mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento);
. Redução do interesse e prazer sexual;
. Agitação motora, inquietude;
. Alterações dos ritmos circadianos (dormir fora de hora).
Comportamentais
. Retraimento social (isolamento social);
. Chorar mais e com mais frequência;
. Comportamentos suicidas;
. Retardo psicomotor e identificação generalizada, ou agitação psicomotora;
. Tentativa de suicídio;
. Comportamento autodestrutivo (automutilação).
VI – Tratamento holístico para o mal do século
Passemos então a abordar formas de tratamento da depressão, com base em métodos preventivos, psiquiátricos e psicológicos.
A – Tratamento preventivo
Como diz o antigo ditado, é melhor prevenir do que remediar.
Precisamos nos conscientizar da importância de atos e hábitos preventivos, no sentido de evitar qualquer patologia. No entanto, se a doença se instalar, é necessária uma participação mais ativa do paciente no próprio tratamento. E isso é justamente o que não se verifica em pessoas deprimidas que, em casos mais graves, encontram dificuldade até mesmo para se levantar da cama. Mas mesmo assim, se não podemos fazer o mais, então que façamos o mínimo que estamos podendo para que possamos alcançar o próximo nível em direção à cura.
Proponho uma lista não exaustiva de práticas e hábitos saudáveis que, se efetivados, podem evitar ou ajudar a tratar não só a depressão mas também diversas outras doenças.
Vamos a ela:
. Mudar hábitos mentais
Aprender a importância de, quando necessário, mudar o nosso ponto de vista e ter uma perspectiva mais positiva em relação às coisas.
Ter a consciência de que a tristeza faz parte da vida, é um sentimento com o qual teremos que lidar em várias fases de toda a nossa existência, normalmente acompanhando situações de perdas e mudanças traumáticas, como o falecimento de um ente querido. No entanto, a vida nos traz momentos felizes também e devemos vivê-los com intensidade.
. Mudar de ambiente e abandonar relaçõesnocivas
É importante descobrir se a causa da patologia é mais interna ou se o ambiente também provocou a instalação ou o agravamento da mesma. Procurar então aprender a lidar com pessoas e ambientes da melhor maneira possível, visando antes de tudo a própria saúde mental.
Isso significa direcionar nossa vida no sentido evitar ambientes tóxicos e abandonar relacionamentos destrutivos.
. Não seguir comportamentos de massa
É necessária uma releitura da realidade em que hoje vivemos.
É muito saudável não permitir sermos controlados pela sociedade da felicidade compulsória, pela cultura do narcisismo, pelos hábitos da modernidade líquida descrita por Zygmunt Baumant.
É muito importante entender que a propaganda que incentiva o consumismo e o controle da nossa subjetividade quer apenas vender o que muitas vezes não precisamos, tendo ainda a pretensão de definir a nossa própria identidade. E as redes sociais dão seguimento a esse controle nefasto, incentivando a ostentação de uma vida feliz e perfeita, mas feita de aparências, causando ao final a sensação de um grande vazio interior.
Sobre não se tornar mais uma vítima das mentiras divulgadas todos os dias na internet, leia um breve texto acessando
Devemos, portanto, ter um caráter firme o suficiente para não seguirmos uma mente coletiva destrutiva que nos fará, ao final, perdermos a nossa própria individualidade.
. Aprender a conciliar trabalho e lazer
O lazer é sim, tão importante quanto o trabalho.
Não devemos viver apenas para trabalhar, mas também para usufruir dos frutos do nosso próprio trabalho.
. Ter amigos verdadeiros
Amigos verdadeiros vibram de felicidade com as nossas conquistas, mas não nos apoiam quando percebem que vamos cometer erros. É muito difícil caminhar nesta vida sem amigos verdadeiros.
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. Desenvolver os talentos naturais
Se trabalhamos com ciências exatas para viver, mas gostamos de desenhar, pintar, cantar ou escrever poemas, por que não fazê-lo? Nossos dons e talentos naturais devem sim ser desenvolvidos para que tenhamos um desenvolvimento humano mais integral e uma vida mais plena.
. Ter uma alimentação de qualidade
A idade chega pelas pernas e a doença entra pela boca.
O quanto de carne, enlatados, fast food e bebidas alcoólicas precisamos para viver? Ter que fazer dieta depois que a doença se instala no organismo é muito, muito mais sofrido, lembremo-nos disso.
. Fazer check-up anualmente
Além dos chamados exames de rotina, devemos também ter uma atenção especial quanto às taxas hormonais, principalmente quando a idade for avançando. Relembre-se que, como exposto acima, muitas pessoas deprimidas apresentam também desequilíbrio hormonal.
. Praticar atividades físicas prazerosas
De novo: A idade chega pelas pernas e a doença entra pela boca.
Quando uma pessoa começa a apresentar muita dificuldade em subir escadas ou rampas, agachar, ou mesmo a fazer uma caminhada um pouco mais longa, está mais do que na hora de avaliar o condicionamento físico.
De par com isso, sabe-se que a prática de exercícios físicos promove a liberação de endorfina no organismo. A endorfina é o hormônio da felicidade, prazer e bem-estar, sendo que isso é um poderoso aliado contra o stress, tristeza, ansiedade e irritabilidade, sintomas ligados à depressão.
No entanto, devemos procurar atividades físicas que nos dão prazer. As pessoas que vão à academia de musculação simplesmente por ordens médicas costumam não dar continuidade por muito tempo.
Então procure aquela modalidade com a qual mais tem afinidade: Natação? Bicicleta? Artes marciais? Exite um grande número de opções.
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. Desenvolver a capacidade mental ou intelectual
Isso pode ser feito por meio da prática da leitura ou outras atividades como jogos mentais, palavras cruzadas, turismo histórico ou coisas assim.
Lembremos que o conhecimento liberta.
. Práticas de filantropia e caridade
Através dessa mudança de foco e de ponto de vista, aprendemos que não somos o centro do universo e que há muita gente em condições de vida muito piores do que as nossas. Por isso olhar para o outro e desenvolver empatia é tão importante em um mundo onde se incentiva o individualismo, o egoísmo e a ostentação.
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O sofrimento e as dificuldades se apresentam de forma diferente para cada um de nós.
. Ter gratidão
Gratidão, um dos sentimentos mais nobres que existe!
Faça uma lista das coisas pelas quais você deve ser grato em sua vida. Tenho certeza que vai se surpreender com o quão extensa essa lista vai ser.
Lembre-se que até uma coisa aparentemente banal, como poder respirar, é uma delas. Basta você procurar saber sobre a quantidade de pessoas que estão em um hospital neste momento dependendo de balões de oxigênio.
Lembre-se também que até os reveses da vida nos oferecem aprendizado e nos fazem evoluir, sendo que muitas vezes nos levam a fases de vida muito melhores do que as que tínhamos antes.
. Procurar ajuda profissional
Não precisamos estar doentes para procurarmos de forma preventiva um médico ou um profissional da área psicológica. Como dito acima, prevenir é muito melhor do que remediar.
B – Tratamento psiquiátrico
Basicamente o tratamento é feito com base em medicações conhecidas como antidepressivos. Conforme o caso, costuma-se efetuar combinações destes medicamentos com moduladores de humor, além de quetiapina e outros antipsicóticos.
Em caso de depressão leve utiliza-se normalmente os inibidores de receptação de serotonina, como a fluoxetina, a paroxetina e a duloxetina ou a bupropiona.
Se o quadro se agravar ou o organismo do paciente não responder mais tão bem aos medicamentos citados, inicia-se o tratamento com os inibidores de recaptação de serotonina como o citalopram, a sertralina e o escitalopram. O objetivo nesta fase é também aliviar o paciente dos sintomas somáticos, tais como dores no corpo. Caso haja aumento dos efeitos colaterais das medicações em razão do tempo mais logo de tratamento, pode-se convocar medicamentos de eficácia mais abrangente, tais como os tricíclicos do tipo clomipramina ou imipramina. Também pode-se utilizar um neuroléptico.
E, para concluir, quando não há resposta a nenhum medicamento, podendo haver também anormalidades comportamentais mais graves como catatonia e isolamento profundo, resta a alternativa mais radical, que consiste em eletroconvulsoterapia, estimulação intracraniana profunda e estimulação do nervo vago. Estes últimos recursos médicos, no entanto, não devem ser utilizados sem que haja certeza por parte do médico de que todos os outros medicamentos restaram ineficazes.
C – Tratamento psicológico
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O tratamento psicológico para a depressão tem como premissa inicial encontrar as causas do transtorno.
De acordo com a obra Psicologias, de Ana Mercês Bahia Bock, Odair Furtado e Maria de Lourdes Trassi Teixeira, 15a edição, 2020, a abordagem psicológica encara a doença mental e, portanto, os sintomas como desorganização do “mundo interno”. A doença instala-se na subjetividade e leva a uma alteração de sua estrutura ou a um desvio progressivo em seu desenvolvimento. O livro nos presenteia ainda com o esclarecimento de que não se conhece até hoje a verdadeira dimensão do sofrimento psíquico e isso nos leva a questionar se haveria de fato um adoecer psíquico.
O tratamento psicológico para a depressão é feito basicamente tendo como premissa inicial encontrar as causas do transtorno. Para isso são utilizadas todas as abordagens que a psicologia oferece, conforme a linha de atuação do psicoterapeuta. A psicanálise, a psicologia comportamental, e a neuropsicologia, apenas para citar alguns exemplos, oferecem técnicas que auxiliam muito na identificação das causas, além de oferecer métodos eficazes de tratamento, no sentido de minorar o sofrimento psíquico da pessoa.
A psicanálise, especificamente, nos oferece o método da cura pela fala, que tem como fundamento a técnica da associação livre descoberta por Freud. Muitos transtornos psíquicos já foram curados utilizando este método.
O tratamento psicológico propõe a volta da ordem normal diagnóstico-tratamento. Depoimentos de pacientes já revelaram que muitos profissionais da psiquiatria, quando na dúvida sobre o diagnóstico da doença, prescrevem antes o medicamento, verificando posteriormente se foi eficaz. Se foi, então diagnosticam a doença. Há também estatísticas do judiciário, expondo para quem quiser saber, o grande número de processos judiciais que têm como objeto o pedido de indenizações com base em evidências de danos irreversíveis causados no cérebro, por longos anos de uso de medicamentos psiquiátricos conhecidos popularmente como remédios “tarja preta”.
A medicação deveria entrar apenas quando fosse realmente necessária. Isso não significa, porém, que devemos demonizar os medicamentos, mas sim utilizá-los com critério e parcimônia.
A abordagem psicológica propõe portanto uma participação mais ativa do paciente, ajudando-o a entender que as tristezas fazem parte da vida, são inerentes à nossa própria condição humana, e que devemos aprender a lidar com ela de forma saudável.
VI – Conclusão
O deficit de certas substâncias no cérebro causa a depressão ou a depressão causa o deficit de certas substâncias no cérebro?
Este trabalho teve como fim mostrar que a depressão é um mal que merece ainda muito estudo antes que consideremos esgotadas as conclusões sobre suas causas e métodos de tratamento. Trata-se de um assunto muito abrangente, que extrapola os limites do sofrimento individual para adentrar no âmbito familiar e social. Trata-se, portanto, de um distúrbio psicossocial.
Mas, enquanto a ciência ainda luta para entender motivos e formas de cura, façamos nossa parte procurando evitar sermos vítimas de tal psicopatologia e, na qualidade de psicoterapeutas, que possamos com nossos estudos contribuir para minorar o sofrimento das pessoas que sofrem desse terrível mal. Que, como visto, não são poucas.
Quer interagir com a Morganna la Belle? Visite meu site e blog: https://rainhamorgannalabelle.wordpress.com/
Vou adorar conhecer você!!!
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