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blogpopular · 10 days ago
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Upgrades para Motor BMW: Como Aumentar a Performance e a Eficiência do Seu Veículo
Os motores BMW são conhecidos mundialmente por sua excelência em engenharia, combinando desempenho, durabilidade e eficiência. No entanto, para entusiastas automotivos, sempre há espaço para melhorias. Realizar upgrades para motor BMW é uma maneira eficaz de elevar o desempenho do veículo, otimizar a eficiência e até mesmo personalizar a experiência de direção. Neste artigo, vamos explorar as…
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mastermaverick · 3 months ago
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Curiosidades Fascinantes Sobre as Velas de Ignição de Irídio
O Metal Extraterrestre As velas de ignição de irídio têm se destacado cada vez mais no mundo automotivo, e não é por acaso. Com sua combinação única de durabilidade e resistência a altas temperaturas, o irídio tem conquistado seu lugar de destaque. Apelidado de “metal extraterrestre”, o irídio é um dos metais mais raros da Terra, encontrado em maiores quantidades em meteoros e asteroides. Isso…
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forumaberto · 2 years ago
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Bobinas DIS, avanço de ignição • Renault 1.8 8V
Resposta aos comentários do vídeo shorts da brincaderia sobre a posição de cabos e contagem de cilindro do motor Renault 1.6 8V e tirando as dúvidas que acabaram sendo evindenciadas: Ponto de fasagem pela correia, avanços de ignição, sistema DIS, cabos de velas, remoção alternador. 0:00 Introdução Bobina DIS0:55 Contagem de cilindros Renault1:50 Luvas Menphis, Volk e Wurth2:54 Dica para remoção…
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rcristo · 2 years ago
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Fusão nuclear sustentável é alcançada por ignição a laser em 05/12/2022
Fusão nuclear neste momento é uma realidade em rápido desenvolvimento!
Desejo a todos um espetacular 2023 com muita saúde, foco no progresso e crescimentos sustentável! {RC}. No finalzinho de 2022 conseguimos atingir a fusão nuclear por ignição a laser Em 5 de dezembro de 2022, o U.S. Department of Energy (DOE) – Departamento de Energia dos Estados Unidos, e a National Nuclear Security Administration (NNSA) – Administração Nacional de Segurança Nuclear, anunciaram…
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imagines-1directioner · 8 months ago
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Teacher of my child - with Zayn Malik and special guest Harry Styles
Situação: Ficante!Daddy!Zayn Malik x Professora!Leirora
Contagem de palavras: 4863
Avisos: +18; conteúdo sexual explícito; ménage; linguagem imprópria
Sinopse: A professora de sua filha causa um desejo enorme em Zayn, e o que era para ser apenas um encontro casual uma única vez, tornou-se recorrente ao ponto de elevarem o nível do prazer.
N/A: Com base na votação de sexta, aqui está um imagine gigantesco, com muito hot, sedução, fake chat e escrita inédita de um hot a três 🫣 tá uma loucuraaaaa KKKKKKKK. Quero dizer que a inspiração desse imagine veio através de uma história da diva Lari do @1dpreferencesbr com aquela escrita incrível do ‘Professor Styles’, pra quem não leu, LEIA AGORA! E além disso usei o babado do Zayn com a menina do tinder para criar a narrativa, tendo as belíssimas fotos dele como parte da história. Espero muito que vocês curtam e me deem um feedback depois sobre essa nova construção de enredo que tô ansiosa para saber o que acharam e quem sabe trazer mais ;)
curte e reblogue o post para me ajudar 🫶
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- Droga, droga, droga! - uma mistura de raiva e desespero era o que a professora da educação infantil sentia no estacionamento da escola em que trabalhava. Tudo o que ela menos precisava as cinco da tarde de uma sexta-feira, após um longo dia trabalhando era que seu carro desse problema. Automobilismo nunca foi seu forte, e qualquer que fosse o assunto que envolvesse carro ela era a pessoa mais leiga possível. Por mais que ela esperasse o motor esquentar ou então um milagre cair do céu, quando dava partida, o automóvel fazia apenas um barulho e morria novamente. Essa situação estava deixando-a sem paciência e apavorada, visto que o carro já havia lhe dado dor de cabeça no mês passado. E nesse mês a grana estava curta.
- Precisa de ajuda? - uma voz masculina se fez presente de forma misteriosa, assustando a garota. Ela olhou para a direção de onde vinha a intenção de ajuda e percebeu a presença de um homem moreno, tatuado, próxima a porta aberto do motorista.
- Eu acho que sim. - riu com vergonha, levantando-se do banco. - Não tá ligando por nada.
- Posso abrir o capô?
- Claro! - após a confirmação o rapaz abriu o capô do carro prata metalizado e verificou algumas peças e equipamentos que S/N sequer fazia ideia do que se tratava.
- Ele faz isso com frequência? - perguntou em relação ao carro, fechando o capô.
- Não, mas ele tem dado certo trabalho ultimamente. Mês passado estava com problemas na vela de ignição. Seja lá o que isso quer dizer. - a risada fraca do moreno saiu quando escutou a sinceridade da moça, e antes que pudesse falar novamente indicou com o polegar o interior do carro, na intenção de entrar.
- Posso?
- Fica a vontade. - a professora deu um passinho para trás, liberando espaço para que o desconhecido adentrasse ao carro. Ele verificou o painel de controle antes de dar partida, mas dessa vez o carro não fez absolutamente nada, nenhum barulho e muito menos um sinal de que sairia dali.
- Chegou a reparar se apareceu alguma mensagem no painel digital?
- Acredito que não.
- Provavelmente seja a bateria que está fraca. - arriscou um palpite ao sair do automóvel. - Você arrumou somente o problema da ignição?
- Sim.
- O pessoal da mecânica deveria ter dado uma olhada na bateria do carro, até porque se deu problema na ignição, quem causou isso foi a bateria.
- Ai meu Deus! - suspirou de modo estressado, sentindo o peso de mais dinheiro sendo desembolsado para arrumar um carro usado.
- Eu tenho um cabo para bateria, podemos tentar fazer uma chupeta.
- Me ajudaria muito! - parcialmente aliviada, S/N auxiliou o rapaz a encaixar as partes do cabo nas baterias dos carros, e ele ligou o seu automóvel para fornecer energia ao dela.
- Eu vou buscar minha filha na escola, acho que é o tempo suficiente para dar uma carga.
- Tranquilo, sem pressa. - dez minutos depois o moreno voltou segurando uma mochila rosa com várias fadinhas e de mãos dadas com uma menininha conhecida pela professora, que se animou ao ver a moça.
- Profe! - exclamou com um sorriso surpresa. - Papai, essa é a professora S/A, ela que me ajuda a fazer o castelo de areia.
- Oi, Khai! - S/N sorriu simpática, acenando. - Não sabia que era pai dela. Normalmente é a Gigi quem vem buscar.
- Ela está viajando e invertemos os papeis. - a professora assentiu.
- Você vai para casa comigo? - a inocência da criança fez os adultos rirem.
- Não, eu vou para minha casa. Seu pai está me ajudando a consertar meu carro que estragou.
- Como você é legal, papai.
- Tenho que concordar. - o homem sorriu t��mido.
- Que isso, só fiz o básico. - deu de ombros. - Vamos ver se deu certo? - ele retirou os cabos e pediu para S/N dar partida, e no segundo seguinte o carro ligou.
- Muitíssimo obrigada por isso!
- Imagina! Acho melhor amanhã você levar para o conserto novamente e comentar da bateria, talvez eles nem cobrem. - concordou a jovem.
- Desculpa, estava tão afoita que nem perguntei seu nome..
- Zayn. - ele sorriu. Um belo sorriso por sinal.
- Certo, Zayn. Obrigada de novo. - como forma de responder ao agradecimento ele piscou para ela antes de pegar a filha no colo e colocar na cadeirinha no banco de trás. - Tchau Khai! - S/N despediu-se de ambos e arrancou o carro indo para casa um tanto quanto pensativa sobre o pai de sua aluna. De fato ele era um homem extremamente atraente, e ela sabia que era separado da mãe de sua filha, ou seja, estava solteiro. A piscadela no final foi mais que sugestiva, contudo o fato dele ser pai de uma aluna a deixou receosa se deveria ou não investir.
Nos dias seguintes em que Zayn foi buscar Khai, sempre encontrava a professora seja na sala de aula ou nos corredores. Os sorrisos e olhares penetrantes começaram a tornar-se recorrentes. Eles estavam gostando disso, porém faltava tempo para de fato partirem para ação.
Na segunda semana de interação, na terça-feira mais precisamente, S/N estava na cantina da escola, decorando o pátio para a semana de artes. Ela estava em cima de uma escadinha colando as pinturas dos alunos do jardim de infância na parede, quando pisou em falso no momento que estava descendo. Se não fosse pelo príncipe encantado que a segurou, ela teria dado de costas para o chão.
- Opa.. te salvei de novo? - a voz familiar arrepiou seus pelos e ela sorriu sem graça quando percebeu que era Zayn, ainda nos braços tatuados dele.
- Daqui a pouco terei que te recompensar de alguma forma.
- Eu tenho algumas ideias. - sugeriu olhando para ela de cima a baixo quando a garota já tinha os pés no chão. S/N riu nervosa e mordeu o lábio debaixo depois de sentir o olhar secante dele sobre ela.
- Obrigada por me segurar. - agradeceu enquanto alinhava o guarda pó.
- Não tem de que, senhorita S/S. - novamente o rapaz encarou ela dos pés a cabeça, lançando um sorriso pequeno mas intimidador.
- Khai contou até meu sobrenome?
- Na verdade eu fui atrás. - ela ergueu as sobrancelhas, surpresa.
- Por acaso o senhor tá interessado na professora da sua filha?
- Por favor, temos a mesma idade. Acredito que seja até mais nova que eu. Não precisa me tratar como senhor.
- Normalmente é assim que eu trato os pais dos meus alunos.
- E todos eles te desejam como eu? - S/N não escondeu a risada, disfarçando o olhar para a direita.
- Dependendo do grau do desejo eu chamo pelo nome.
- O que eu tenho que fazer para você me chamar de zaddy? - a insinuação descarada despertou um interesse monstruoso nela.
- Eu sou bem exigente, querido..
- Sem problemas, eu tenho muita experiência.
- Ah é?
- Você se surpreenderia. - S/N assentiu vagarosamente e dessa vez ela quem analisou o rapaz de cima a baixo.
- Não tenho duvidas. - os olhos de luxúria dela endureceram o membro de Zayn.
- Você tá livre na sexta?
- Curiosamente sim.
- E a gente pode se encontrar?
- Me dá seu número e te mando meu endereço. - eles trocaram os telefones e as mensagens nos dias subsequentes já acalentaram a relação recém criada.
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Na sexta-feira, pontualmente oito da noite, Zayn estacionou em frente a casa térrea de S/N. A elegância em cada detalhe da residência chamou a atenção do moreno, mas foi o vestido verde de cetim, que ressaltava as curvas da professora, o que mais desviou a atenção dele durante todo o jantar.
Depois da metade da segunda garrafa de vinho, sentados no enorme sofá acinzentado que compunha a sala, o clima efervesceu.
- Então, eu não queria entrar nesse assunto, mas já que estamos parcialmente bêbados, devo dizer que a sua fama de pegador se espalhou pela escola.
- Minha? Eu sou tão discreto.
- Tá, eu andei pesquisando. - S/N soltou uma gargalhada divertida, mas cheia de desejo, instigando Zayn, que abriu um sorriso galanteador antes de bebericar o gole da bebida na taça.
- OK..
- Você teve um lance com a coordenadora?
- Jasmin?
- A própria.
- É, tivemos uma parada, mas foi muito rápido. Aconteceu logo que matriculei a Khai.
- Então basicamente todas as funcionárias que você tem um primeiro contato na escola, você leva para cama?
- Bom, nem todas. - aqueles olhos cor de mel fitaram a alma de S/N.
- Como assim?
- Você ainda eu não consegui. - respondeu enquanto analisava expressando tamanho desejo o corpo dele.
- E tá esperando o que exatamente?
- Você me dizer onde é o seu quarto. - vagarosamente Malik dedilhou a coxa desnuda da mulher, indo na direção de sua intimidade. Instantaneamente sentiu a pele dela arrepiar e como consequência seu membro enrijeceu. Os rostos estavam muito próximos um do outro, e a respiração um pouco ofegante.
- Segunda porta à direita.. - disse baixinho, fitando os lábios carnudos.
- Obrigado.. - foi tudo que ele conseguiu dizer antes de finalmente colar sua boca na dela. Um beijo caloroso iniciou, as línguas rodopiavam-se distribuindo um sabor delicioso. Às mãos de S/N subiram da nuca até o cabelo escuro dele, e um arrepio percorreu a espinha de Zayn quando as unhas pontudas arranharam a parte de trás do pescoço. Com a sala pegando fogo, S/N subiu em cima dele ainda sem desgrudarem os lábios e em sincronia com o beijo ela rebolava para frente e para trás, sentindo muito bem a ereção, principalmente quando Malik apertava a bunda dela, empurrando para baixo. E nessa brincadeira dois gemidos simultâneos saíram. Era nítido o quanto estavam sedentos. Sendo assim Zayn segurou a cintura dela com uma pegada de outro planeta e levantou-se com a moça agarrada ao seu corpo, indo a caminho do quarto. A professora imaginou que ele a jogaria na cama de um jeito selvagem, no entanto ele a deitou carinhosamente, deu continuidade ao beijo mais lento dessa vez e sem que ela notasse, desceu a mão direita para baixo do vestido e ambos se surpreenderam quando as peles se tocaram.
- Safada.. esse tempo todo estava sem calcinha? - ele passou a mão superficialmente e ela suspirou.
- Se estivesse com alguma, teria que ter trocado umas três vezes durante o jantar.
- Fica molhada comigo, bae? - Zayn massageou o clítoris lentamente com o polegar enquanto beijava a garota de forma suave.
- Uhum.. - gemeu entre o beijo, desejando mais daquele toque mágico.
- Se eu soubesse disso teria te comido antes do jantar, em cima da porra da mesa. - a fantasia da cena entrou na mente de S/N, deixando-a com mais tesão. E entre uma fala e outra ele enfiou um dedo nela e um gemido saiu mais alto. Para ela a frase teve muito mais efeito que a própria ação. Zayn tinha o super poder da sedução como sua arma principal. - Caralho, você tá tão melada..
- Então me fode para eu gozar na sua mão.
- É isso que você quer? - movimentou os dedos devagar e S/N revirou os olhos.
- Si-sim..
- Seu pedido é uma ordem, linda.. - no instante que os lábios novamente se tocaram, o rapaz iniciou a masturbação que pegou ritmo fácil. Os gemidos de S/N eram abafados pela boca de Zayn, e aquela combinação instigava tanto ele quanto ela.
- Continua.. - ele aumentou a velocidade, tocando nela em pontos específicos demais em que o corpo estremeceu, até não aguentar e enfim gozar nos dedos dele. Zayn olhou para ela com os olhos pecaminosos e simplesmente lambeu o indicador e o polegar de um jeito sexy que fez a garota desmontar.
- Seu gosto é uma delícia, professora.
- É minha hora de provar o seu. - decidida, ela o puxou pela camiseta vermelha, inverteu as posições e tirou a única peça de roupa em pé, na frente dele. Aquela cena foi demais para o moreno, soltando um respiro profundo de tesão.
- Puta que pariu..
- Tira a camiseta. - simplesmente ordenou e ele obedeceu, já se livrando do tênis e a meia no mesmo tempo. S/N se encarregou de tirar a calça preta que ele vestia e deixou a cueca azul na metade do corpo. Ela tinha certo fetiche quando a vestimenta íntima cobria metade do sexo, dando ênfase nas entradas que ele tinha para a virilha. Uma coisa linda de se ver pessoalmente, e com as tatuagens destacando o corpo deixou tudo ainda melhor. - Você é um puta de um gostoso. - comentou sensual, ajoelhando na cama, ficando entre as pernas do moreno. Naquela posição S/N apenas inclinou o tronco, despiu o pau totalmente duro mas não se livrou da cueca, e quando já estava com parte do membro na boca, ela empinou a bunda e começou a chupar o rapaz de maneira incessante e prazerosa. Zayn via estrelas a cada sugada e a vista a sua frente aumentava tanto o tesão que ele mal conseguia falar, apenas gemia palavrões e sons que eram música para o ouvido dela. Não demorou muito para que ele também gozasse e finalmente entrassem no grand finále. Depois de mais beijos pelo corpo dele, arranhando de leve desde o inicio da intimidade até o peitoral, ela finalmente chegou os lábios e beijou ele devagar. De propósito ela juntos os sexos e movimentava o corpo lentamente, roçando o pau duro na buceta molhada. Aquilo era uma tentação tão gostosa que por pouco não gozaram. O conjunto do beijo com o calor dos corpos se esfregando foi um combo delicioso que apimentou muito o momento antes da dona da casa pegar a camisinha em cima da mesa de cabeceira, rasgar de um jeito sexy e colocar em Zayn. - Eu quero gozar de novo, ouviu bem?
- Sim, professora.. - a garota posicionou o membro dele em sua entrada e sentou bem devagar, e os dois gemeram juntos. - Que delicia..
- É só o começo, docinho.. - iniciou a rebolada passando as mãos pelo tronco tatuado, vidrada naquele abdômen ao tempo que contraiu a musculatura da vagina, levando Malik ao extremo da insanidade. Quando a movimentação ficou boa ela pressionou a parte próxima ao pescoço dele, pedindo sem utilizar palavras para que ele sentasse. Agora com os corpos incrivelmente unidos, ela quicava em Zayn, e ela aproveitava para beijar e lamber a pele cheirosa dela, instigando mais e mais a performance tão bem feita e que durou rápido para os dois, que caíram para trás, ficando direções opostas recuperando o fôlego.
- Meu Deus.. eu imaginei que eu acabaria com você.
- Mas você acabou. - falou sem ar e eles riram. E quando a respiração voltou ao normal, uma nova sessão de beijos começou, dessa vez mais carinhoso mas não necessariamente menos quente do que a que participaram anteriormente, terminando a noite com mais carícias e algumas provocações na cama.
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A primeira noite juntos levou a quererem uma segunda, terceira, quarta noite juntos, e quando menos perceberam já estavam nessa há um mês, tempo suficiente para quererem elevar o nível.
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Depois de longos dois dias o sábado finalmente chegou. S/N sugeriu que a noite a três fosse em sua casa, e os dois rapazes acataram. Lá pelas 19h, Harry chegou, muito animado, especialmente depois do remember delicioso com a professora em sua banheira. Ela logo o recebeu com uma taça de vinho francês, e meia hora depois Zayn chegou.
- Harry, esse aqui é o Zayn. - embora todos ali já tivessem tido uma experiência como a que teriam daqui a pouco, a insegurança predominava de certa forma. E dava para perceber um leve constrangimento no ar, que os rapazes tentaram ignorar ao soltarem um sorrisinho quando se conhecerem. Mas só piorou.
- Muito prazer. - Styles estendeu a mão, que foi apertada logo em seguida por Malik.
- Prazer é meu.
- Precisamos de álcool para mandar embora essa sensação de vergonha misturada com tímidez. - S/N soltou sincera, indo até a cozinha a procura das garrafas de vinho na geladeira.
- Você é amigo dela? - Zayn tentou puxar assunto.
- É, mais ou menos. Nos conhecemos no trabalho.
- Ah, então também é professor.
- Sou. - respondeu com um riso envergonhado. - Sou professor de história do terceiro ao sétimo ano.
- Legal, acredito que não conheceu a minha filha.
- Acho que não, ela está no jardim de infância ainda, certo?
- Sim, tem só quatro anos. - Harry assentiu. - Você tem filhos?
- Não que eu saiba. - ambos riam, quentando um pouco a tensão e S/N chegou no mesmo momento.
- Toma, sua taça. - entregou para Zayn, que agradeceu em seguida. - Vamos precisar de algumas para gente se soltar.
- Eu já tô na segunda. - o professor levantou a taça e sorriu, sugerindo estar mais à vontade. Depois de alguns minutos eles já estavam menos tensos e curtiam o momento com conversas e bastante álcool.
- Não que isso influencie em alguma coisa, mas Zayn.. - Styles começou e o moreno olhou para ele. - Qual sua sexualidade?
- Sou hétero.
- E não se incomodou quando a S/A sugeriu meu nome? - ele negou. - Que cabeça aberta. Normalmente os homens exigem duas mulheres.
- E você pensou exatamente assim quando eu mencionei o que ia rolar. - S/N acusou rindo, tirando um riso sincero de Harry.
- É porque a gente nunca espera ser outro homem, e você sabe bem disso.
- Já fizeram isso outra vez?
- Juntos? - eles perguntaram na mesma entonação e quando Zayn concordou a risada deles confirmaram a pergunta. - OK, então sou o excluído do rolê. - comentou sem graça, rindo.
- Não pense assim. - a garota sentou no colo dele, com o ar sedutor que ela tinha incrustado em sua personalidade. - Pense em como vai ser legal ter duas pessoas que sabem muito bem o que estão fazendo.
- Quem me garante isso? - ele adorava contrariá-la, não porque discordava dela, mas sim porque entendeu que quando duvidava do que a professora dizia, ela sempre provava seu ponto de um jeito completamente excitante.
- Veja e tire suas próprias conclusões. - S/N praticamente sussurrou, saiu do colo de Zayn e foi em direção a Harry, sentado na poltrona da sala, muito relaxado que até se surpreendeu quando viu a garota sedenta vindo até ele.
- Tirei a sorte grande e vou ser o primeiro? - sorriu malicioso descruzando as pernas para que ela sentasse nele.
- Vamos mostrar para o senhor Malik como as coisas funcionam.
- Com prazer. - Harry pegou a garota pela cintura, sentando bem em cima do seu membro parcialmente duro, não demorando nem um minuto para que ele sentisse a pressão daquele bunda. O beijo quente surgiu logo depois, e era uma coisa de outro mundo quando aquelas duas bocas se encontravam. Eles se conheciam muito bem quando o lance era uma transa bem feita, que apenas nas preliminares o tensão se submetia a algo intenso até demais. O jeito que Harry apertava o corpo de S/N causou uma vontade enorme em Zayn assumir aquele corpo para ele. Sendo assim ele desabotoou a calça, tirando seu pênis para fora e aproveitou o filme erótico ao vivo antes de entrar em cena. O casal estava tão imergido na pegação que só perceberam que Zayn estava se masturbando quando as primeiras peças de roupa foram tiradas. Harry tirou a regata roxa e o sutiã que a garota vestia um seguido do outro, e ela desabotoou a camisa branca do professor, deixando amostrar aquele tronco tatuado e extremamente sedutor que ela tanto amava observar.
- Você sempre me deixa maluca sem camisa.
- Então eu quero te deixar louca dessa vez. - aquela voz rouca seguida do aperto bem dado na bunda e beijos molhados no pescoço arrepiou a pela dela em segundos, deixando um gemido escapar. Os olhos dela fecharam instantaneamente quando Harry chupou o bico do seio direito enquanto apertava a bunda dela, fazendo pressão pra baixo, para que ela sentisse o quão duro ele estava. Era tão perceptível já que a moça estava sem calcinha e usava uma saia jeans que agora já tinha sido levantada.
- Caralho, tô sentindo seu pau estralar.
- Viu o que você faz comigo? - ela gostava de sentir esse poder que exercia sobre Harry.
- Eu adoro te ver assim, louco de tesão por mim.
- E não sou só eu que estou assim. - Styles esboçou um sorrisinho e sinalizou com a cabeça em direção a Zayn, que tinha a cabeça apoiada na parte almofadada do sofá, olhos fechados e gemia baixo enquanto se masturbava. O tesão de S/N aumentou quando viu aquela cena.
- Me fode, aqui mesmo. - exigiu e logo o professor desafivelou o cinto e baixou a calça e cueca, tirou os sapatos e as meias rapidamente enquanto a garota beijava ele com ferocidade. Mesmo com uma dificuldade tremenda para se concentrar, Harry conseguiu colocar a camisinha em meios às provocações e chupões que a garota deixava em seu pescoço.
- Senta, gostosa. - ele pediu entre um beijo e outro quando ajustou seu membro para que entrasse do jeito perfeito nela. E assim foi, os dois gemeram alto, fechando os olhos. S/N começou a rebolar devagar enquanto beijava aquela boca deliciosa. As mãos de Harry apertavam a bunda dela de maneira gostosa, deixando toda a ação ainda melhor. Ver tudo aquilo de camarote era um presente para Zayn, que aumentou a velocidade da punheta quando o casal elevou o sexo. Os gemidos da casa subiram de tom, assim como o calor do ambiente. - Isso, S/A.. cavalga no meu pau desse jeitinho. - toda as vezes que Styles falava ela dava tudo de si. Em certo pontos estratégicos o corpo dela tremia por conta das quicadas certeiras e sua cabeça ia para trás. Com Harry acontecia a mesma coisa, fazendo ele gozar antes dela. Somente na terceira vez que ela jogou a cabeça para trás que o orgasmo veio, e a sensação incrível de um sexo bem executado relaxou todos os músculos dela, que deitou sobre o peito ofegante do professor. - Caralho..
- Eu que o diga.. - comentou rindo. - Obrigada.. - ela deixou um selinho nos lábios dele antes de se levantar e ir até Zayn, também relaxado no sofá. - Agora é a sua vez bonitinho. - S/N puxou a mão dele, que se levantou e seguiu a garota até o quarto já conhecido. A professora deitou na cama, abriu as pernas e ordenou em bom som. - Me chupa. - Zayn, desacreditado com aquela cena e tomada pelo tesão, sorriu safado e passou devagar o polegar e o indicador da mão direita nos cantos da boca, encarando o corpo da mulher que ele tanto queria usar. Antes dele obedecer S/N, o rapaz tirou a camiseta de modo sensual, pegando-a pelo parte de trás da gola e jogou sobre o corpo dela. Ela sorriu quando pegou a peça e cheirou, sentindo o aroma de um perfume incrivelmente cheiroso. A parte de baixo saiu com facilidade já que foi tirada parcialmente na sala, assim como o par de tênis e as meias. Depois do pequeno striptease que a professora teve o prazer de observar e umedecer a intimidade, Zayn deitou parte do corpo sobre a cama, tendo os pés no chão, e lambeu a entrada da buceta devagar, sem tirar os olhos penetrantes de S/N. O corpo dela arrepiou com a primeira passada.
- Você ainda está quente. - aquela informação fez a garota gemer. - Quero te sentir pegando fogo. - disse antes da lingua começar a brincadeira. Zayn chupava com vontade de um modo que fazia os olhos de S/N rolarem enquanto gemia sem parar. Harry chegou alguns minutos depois e quando viu o que estava acontecendo seu pau enrijeceu de novo.
- Tá porra, que delícia. - comentou baixo massageado o membro.
- Deixa eu te chupar também, H.. - S/N convidou Styles para se juntar ao espetáculo. Ele ficou de joelho na cama, ao lado de S/N e colocou um travesseiro atrás de sua cabeça para que ela ficasse em um posição confortável. Ela lambeu o glande de Harry no segundo que Zayn sugou seu clítoris, fazendo a garota perder a cabeça e gemer alto.
- Vai conseguir me chupar gemendo desse jeito, lindinha? - Harry indagou provocativo e ela começou a lamber as bolas dele enquanto iniciava a masturbação. - Cassete.. você consegue tudo.. - ele jogou a cabeça para trás e gemeu também quando ela engoliu o membro, até se afogar.
- Caralho, S/N.. - nem mesmo Zayn conseguiu disfarçar o tensão quando viu aquilo.
- Ela é ótima, não é?
- Muito. - confirmou antes da lingua dele lamber com vontade a buceta dela, que gemeu com o pau na boca.
- É a professora mais safada e gostosa que eu conheço. - Harry falou e logo após gemeu quando S/N apertou o membro, tirando-o da boca para que pudesse pedir o que já não estava aguentando, mas o professor interrompeu antes mesmo dela falar alguma coisa. - Chupa essa vadia mais forte, Zayn, que ela tá adorando. - ele sabia o que estava fazendo e sorriu quando viu que S/N riu fraco, repleta de libido. Zayn obedeceu Harry e tinha como objetivo fazer a garota aliviar-se em seus lábios.
- Goza na minha boca, babe. - quando S/N ouviu a voz rouca de Malik, enquanto chupava Harry e tinha a visão do corpo e sorriso pecaminoso dele, ela liberou o gozo tremendo todo o corpo.
- Boa garota. - Styles puxou o cabelo dela de um jeito que fez o tesão ressurgir.
- Quer sentir seu gosto nos meus lábios, gatinha? - o convite proposto pelo moreno que havia acabado de chupá-la foi irrecusável e já sem forças S/N apenas concordou com a cabeça. Zayn veio para cima dela cheirando a luxúria e beijou a boca com uma pegada irresistível, trocando de lugar, agora com ela em cima dele. Harry por sua vez, aproveitou para apertar e beijar a bunda empinada dela, lambendo uma vez ou outra a intimidade ao tempo que movimenta de leve o clitóris inchado. S/N estava arrepiadíssima sendo agraciada por um beijo de arrancar seu ar e uma masturbação acompanhada de um oral singelo mas que estava mexendo com ela. Mesmo beijando Zayn, a mulher procurou por Harry pela mão e ele entendeu que era para se juntar a eles. - Você não se contenta apenas com um, não é? - questionou sedutor dando um riso que a matou de excitação antes de beijá-la com vontade. Agora era Zayn quem se deliciava com o corpo da mulher, chupando e mamando seus peitos. A cada gemido ela alternava o homem que beijava, crescendo o tesão em um nível tão intenso que ela nem pensou muito quando puxou os dois para beijar e um beijo triplo muito atraente aconteceu. As três línguas se encontravam em pontos diferentes e os lábios molhados davam um toque doce e picante. As mãos passavam pelos corpos sem saber quem era quem. Zayn e Harry também brincavam um com o corpo do outro, apertando a bunda e certos músculos, causando sensações inéditas e muito boas para ambos. Aquela parte foi de fato um evento a parte daquele espetáculo.
- Preciso de você dentro de mim, Zaddy. - o apelido dito pela jovem foi proposital e Zayn gostou muito disso, sorrindo ao se afastar dos dois e pegar a camisinha em cima da cômoda.
- Eu tenho que te ouvir me chamar assim de novo, babe. - disse com a voz aveludada enquanto vestia a camisinha recém aberta pelo boca dele.
- Me come, Zaddy! - S/N deitou sobre a cama, abriu as pernas e afundou a cabeça na cama, dando espaço para Harry chupar seu pescoço.
- Porra! - Malik tomado por uma vontade fora do seu alcance deu uma investida profunda nela fazendo-a choramingar de prazer. Harry saiu do pescoço para brincar com os seios dela, beijando, apertando e mordendo. Entre um gemido e outro ela puxava Styles para um beijo, enquanto ele se masturbava. Todos estavam tendo um momento de prazer. Zayn sentia seu membro pulsar dentro da intimidade completamente molhada e apertada da garota. S/N por sua vez era presenteada por colocadas intensas e beijos deliciosos, enquanto que Harry se divertia com o corpo de S/N ao tempo que brincava com o seu próprio. Muita coisa acontecia ao mesmo tempo e o ápice de cada veio alguns minutos depois, primeiro Harry, depois Zayn e em seguida S/N. Os três estavam mortos que deitaram na cama de qualquer jeito.
- Obrigado pelo convite, foi um show e tanto.
- Tenho que admitir uma coisa. - Zayn falou controlando a respiração. - Vocês dois tem muita química. - Harry olhou para S/N sorrindo maliciosamente e ela riu.
- A gente tem um lance meio único mesmo. - completou. - Que não dá para comparar com a loucura que tenho com você. - apontou para Zayn, que esboçou um sorrisinho orgulhoso. - É difícil para mim não se apaixonar por nenhum dos dois.
- Eu não ligo de sermos um trisal. - Harry brincou fazendo eles rirem.
- Tô com o professor. O que rolou aqui não pode ser descartado.
- Eu vou pensar na proposta de vocês. - ela se levantou, dando uma pausa para dizer a próxima frase. - Enquanto eu tomo banho.
- Sozinha? - a pergunta saiu da boca dos dois rapazes, um momento cômico fazendo S/N rir. - Eu preciso respirar, gente! - respondeu entre risos e entrou no banheiro, abrindo a meia porta logo em seguida. - Vocês podem preparar algo para comer enquanto isso. Tô morrendo de fome. - soltou um sorrisinho e fechou a porta definitivamente. Harry e Zayn se entreolhando com um sorriso discreto e divertido nos lábios.
- Ela manda assim em você também? - perguntou Malik e Harry concordou.
- E temos que obedecer né, afinal ela é a professora.
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xoxo
Ju
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inutilidadeaflorada · 5 months ago
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Nike Ocultada
Eu vou abandonar a minha espera Que faz toda a sua indecisão parecerem pregos Querida eu não tenho nada nos bolsos A não ser um amor surrado e espaços
Esvazia o outono dos olhos, as águas onduladas É só a lua dimensionando o que é descrença Reverbera a quietude domesticando o ambiente Nada é tão direto que não possa ser suprimido
As intenções são o futuro e os antecessores Unidas em colisão, gestando fabulações Mancha a pele em regressões e vitórias A luz desbotará a prata lentamente
Um cenário progride desatinando o mito A boca tão dura, tão fechada já cria limo Você é uma ciência que olharia com o tato E certamente estaria equivocado
A sombra de caninos na minha pele é de papel Interpretados por freiras resgatadas dos rios que me cercam Álibis tão frágeis, vampiros tão desdentados Não são capazes de encontrar a ignição que só você conhece
O que significa tossir uma arquitetura Capturará por acaso a imagem do corpo Ao inaugurar fortalezas ao redor dessa crença Volta e perverta toda a devoção que herdo
Dispõe sujeitos líricos capazes de te vencer Fluíra lagos plácidos e escondidos Uma pátria capaz de se dissolver a cada proclamação Por favor, me esqueça. E pronto, o desfecho de tudo
Se instala na língua e afoga-se Na ternura que pesa quando chamo teu nome Seja arrastada pelas emoções conflitantes E só assim poderá conhecer a minha tragédia
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harrrystyles-writing · 18 days ago
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Yes Sir! —Capítulo 33
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Personagens: Professor! Harry x Estudante!Aurora. (Aurora tem 24 anos e Harry tem 35)
Aviso: O capítulo terá somente o ponto de vista de Harry, desta vez.
NotaAutora: Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de comentar💗
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Harry
Algo em mim morreu hoje.
Ela não quer mais me ver.
Minha respiração estava pesada, irregular, eu queria gritar, implorar, mas não havia mais ninguém para ouvir, eu me apoiei na parede, sentindo meus joelhos vacilarem.
Eu fodi tudo.
Descendo as escadas, meus pés pareciam agir sozinhos, enquanto minha cabeça estava presa naquele apartamento, naquela sala onde Aurora me olhou como se eu fosse o pior tipo de homem.
E ela estava certa.
Cheguei ao carro sem nem perceber o trajeto, ele estava estacionado em frente à minha casa, eu deveria entrar em casa, mas ao invés disso, abri a porta do carro e me joguei lá dentro.
Eu sou a razão de tudo isso, Violeta, Aurora, as meninas, nada disso estaria assim se eu tivesse sido alguém melhor.
Por que fui me apaixonar por Aurora?
Por quê?
Com força, bati as mãos no volante, sentindo a dor irradiar pelos dedos, não foi suficiente, fiz de novo e de novo.
Não chora, Harry.
Não aqui.
Não assim.
Girei a chave na ignição e o motor rugiu, não fazia ideia de para onde estava indo, só precisava sair dali, precisava escapar de mim mesmo, do rosto de Aurora, da dor que parecia corroer tudo por dentro. Dirigi sem rumo, esqueci dos sinais, dos limites de velocidade, de tudo, a única coisa que ouvia era o eco daquela última frase dela.
"Vai embora"
Eu fui.
Quando finalmente parei, estava em um bar, por algum motivo eu sempre acabava ali. Esse era pequeno, decadente, com uma placa de neon que mal funcionava, o tipo de lugar aonde as pessoas iam para esquecer o mundo.
Era exatamente o que eu precisava.
Desliguei o carro, me arrastando até a entrada, a porta rangeu quando empurrei, um cheiro forte de álcool, cigarro me atingiu, havia poucos clientes ali, todos perdidos no próprio abismo, como eu, passei direto para o balcão, o barman era um homem com barba grisalha mal-humorado.
— O que vai querer? — Perguntou assim que me sentei na banqueta na frente dele.
— Uísque duplo.
Ele serviu a bebida em um copo que parecia sujo, mas era a última coisa que ligava agora, peguei-o com mãos trêmulas, antes de virar tudo de uma vez, a queimação desceu pela minha garganta como fogo, mas era uma dor que eu sabia suportar.
— Outro. — Pedi, antes mesmo que o copo estivesse vazio no balcão.
Depois pedi mais um.
Eu só queria sentir outra coisa.
E mais um.
Conforme o álcool fazia efeito, o mundo ao meu redor ficou mais embaçado e distante, mas não o suficiente.
Nunca seria suficiente.
Será que algum dia vou conseguir escapar de mim mesmo?
Não importava o quanto bebesse, a dor continuava ali, crescendo, se espalhando como uma maldita doença que não tem cura.
Eu me odiava.
Tudo isso era culpa minha.
Que patético...
Eu sou patético.
Não percebi quanto tempo passou até ouvir as risadas, elas vieram de uma mesa próxima, mesmo sem querer, comecei a prestar atenção no grupo de homens tão bêbados quanto eu.
— Cara, esse meu cunhado é um frouxo mesmo, minha irmã traiu ele com o melhor amigo do cara e ele não percebeu. — O sujeito inclinava-se para frente, os braços sobre a mesa.
— Ah! Mas seu cunhado deve ter dado motivo, né? Eu sempre digo: quem não cuida da mulher dá espaço para o amigo cuidar. — O outro riu alto, reclinando na cadeira, quase derrubando a cerveja.
Eu senti o sangue subir.
— Imagina tua mulher te traindo e ainda sorrindo na tua cara? — Um terceiro tinha o riso escancarado. — Tem que ser muito trouxa para não ver! Ele largou dela?
— Largou nada! Está com ela de novo, agora, tá lá, buchuda do corno manso ou do amiguinho dele, ela nem sabe de qual é! — O primeiro gargalhou, batendo com força na mesa.
A risada deles encheu o bar.
Idiotas.
— Voltar para a mulher depois? — O terceiro zombou. — Decide, cara! Ou é corno, ou é fracote.
Meus dedos apertaram o copo com tanta força que achei que o vidro fosse rachar, eu me virei na direção deles, sentindo o calor subir pelo meu corpo.
— Ei, que tal calarem a boca?
Os homens olharam para mim, surpresos, um deles grande e com músculos saltados, arqueou uma sobrancelha.
— Tá falando com a gente?
— Tô, sim, vocês não têm nada melhor para fazer do que falar merda? — retruquei.
— Acho que o cara aqui bebeu demais, que tal você cuidar da sua vida, amigo? — Ele riu, balançando a cabeça.
— Que tal você ir se foder? — Levantei do meu banco.
O homem se levantou, caminhando na minha direção.
— Cuidado com o que fala, ou isso não vai ficar bom para o seu lado.
— E você, fazer o quê, herói? — Olhei para ele, sentindo a raiva pulsar em minhas veias.
— Eu vou até aí e te arrebentar.
No fundo, eu estava implorando por isso.
Queria sentir qualquer coisa que não fosse essa dor insuportável.
— Então vem.
Foi rápido.
Ele avançou para cima de mim, dando o primeiro soco.
Era isso que eu queria.
Dor.
Eu reagi instintivamente, acertando o lado do rosto dele com toda a força que me restava, ele cambaleou, mas voltou com mais força, o próximo soco me derrubou sobre uma mesa.
Mas era exatamente o que eu queria.
Mais.
Eu precisava de mais.
— É só isso que você tem? — Ri.
O homem me puxou de volta e ele deu mais um soco, dessa vez no estômago, fui rápido em acertar mais um golpe duro em seu rosto, tão forte que acho que quebrei minha mão na maldita cara daquele idiota, ele me ergueu pela gola da camisa, me acertando mais uma vez.
— É isso que você queria, seu babaca?
— Sim. — Eu cuspi sangue em seu rosto, encarando-o nos olhos com um sorriso irônico.
— CHEGA! — O barman gritou! — Eu vou chamar a polícia!
Os sons começaram a se dissipar, todos começaram a sair dali, eu estava no chão, o sangue escorrendo da boca, meu olho direito mal abria, meu corpo estava latejando, mas a dor física era nada comparada com meu coração dilacerado.
Com as pernas trêmulas e o corpo doendo, tropecei até a porta e saí cambaleando para o estacionamento até tudo simplesmente desaparecer.
 
                      ...
Eu não sabia como tinha parado ali, eu estava deitado em uma maca desconfortável, quando me dei conta de que estava em um hospital, me sentei, minha visão oscilava entre a realidade e minha embriaguez, minha testa estava pegajosa, o sangue seco começava a grudar na pele. O pronto-socorro era um caos de vozes, passos apressados e bipes insistentes das máquinas, o ar cheirava a antisséptico e a luz branca era insuportável.
— Senhor... — Uma voz hesitante chamou à minha direita. — O senhor não deveria estar sentado, deite-se.
Levantei o olhar apenas para encontrar um garoto, não, um moleque parado ali segurando um prontuário, ele não devia ter mais que vinte e poucos anos, seus olhos estavam arregalados, claramente avaliando meu estado deplorável.
— Eu não vou deitar, quem é você, como eu cheguei aqui?
— Sou... sou o Dr. Martins, na verdade, sou residente, eu vou cuidar do senhor esta noite.
A mão dele tremia ao folhear o papel, o jaleco parecia grande demais para seu corpo magro.
— Isso só pode ser piada, né? Vá chamar um doutor de verdade!
O garoto deu um passo para trás, desconcertado.
— Senhor, nesse horário não há muitos médicos, mas eu prometo que vou cuidar bem do senhor, sua mão parece quebrada e sua testa, ela vai precisar de pontos. — Ele apontou para o corte, visivelmente indeciso sobre por onde começar.
— Você acha? — Retruquei. — Ou você tem certeza? Você, por acaso, sabe o que está fazendo mesmo?
— Eu... Sim.
— Eu quero um médico agora. — Gritei, sentindo a dor latejante em minha testa.
— Eu vou chamar o médico responsável pelo plantão.
Sem esperar por minha resposta, ele praticamente correu para fora da sala, deixando-me sozinho.
Idiota.
Eu fechei os olhos, tentando respirar fundo, isso estava longe de acabar.
— Você só pode estar de brincadeira comigo, então é você que está causando problemas para meus resistentes? — Aquela voz maldita, eu reconheceria em qualquer lugar.
Bryan.
Agora realmente estava no fundo do poço.
Abri o único olho que parecia estar bom lentamente, lá estava ele vestido com aquele jaleco impecável, os braços cruzados, os olhos fixos em mim com aquela expressão que eu odiava tanto.
— Que bela visão, olhe só para você, sujo, sangrando, fedendo a álcool e honestamente isso deve ser o destino, me mostrando que o fundo do poço tem porão. — Bryan deu um riso debochado. — Eu sou o médico responsável, prazer em te rever, Styles.
— Vai se ferrar, Bryan.
Eu estava uma bagunça, completamente bêbado, com a mão provavelmente quebrada e um olho roxo e agora frente a frente com o homem que mais desprezava no mundo, o universo só poderia estar brincando comigo.
— Deixe-me adivinhar, você se meteu em uma briga em um bar, não é? Porque só um idiota bêbado arranjaria confusão e acabaria assim.
— Eu não vou deixar você me tocar, chama outro médico aí. — Me levantei, tentando dar um passo à frente, mas a tontura me fez cambalear.
— Meu trabalho é cuidar de pacientes, infelizmente para mim você se enquadra nessa categoria hoje, então cala a boca, senta aí e não complica as coisas.
Eu quis socar aquele sorriso arrogante do rosto dele, mas considerando que uma das minhas mãos estava quebrada, isso não parecia uma boa ideia.
— Eu não vou ser tratado por você. — Dei um passo instável para trás, sentando novamente na maca. — Chame outro médico.
— Olha, Harry, eu poderia deixar você sair daqui e se virar sozinho, mas seria irresponsável, então deixe que eu examine essa mão. — Bryan suspirou, passando a mão pelo rosto.
— Eu não vou ser tocado por você! Prefiro que ela apodreça!
— Sempre tão dramático, não é? — Ele cruzou os braços, inclinando a cabeça. — Você está aqui porque precisa de ajuda, então, por que não deixa o orgulho de lado por uma vez na vida?
— Orgulho? — Dei uma risada amarga. — Você destruiu minha vida, Bryan, está tentando roubar a minha filha e agora quer que eu confie minha saúde a você?
— Ah, claro, porque todos os seus problemas são culpa minha, não é? — A calma dele era uma provocação, um lembrete de que ele sabia exatamente onde me atingir.— Você quer culpar alguém, Harry? Olhe no espelho.
— Você não passa de um verme, um oportunista que se aproveitou de cada brecha na minha vida para tentar tomar meu lugar e quer dar sermão em mim?
— Seu lugar? — Ele soltou uma risada sarcástica. — O lugar que você abandonou? Eu nunca tentei tomar o seu lugar, você é que o deixou vazio.
Eu estava perdendo o controle, me levantei, ignorando a dor alucinante na mão.
Eu ia matar aquele idiota.
— Vai me bater? — Ele ergueu uma sobrancelha. — Com essa sua mão inútil? Quero só ver.
— É o que vamos ver.
Eu já estava pronto para quebrar minha outra mão quando ouvi a voz dela.
— Harry! — Violeta entrou apressada.
Seus cabelos estavam desgrenhados, ela usava uma blusa larga e um pijama por baixo.
— O que você está fazendo aqui? — Minhas pernas fraquejaram e tive que me esforçar para ficar em pé. — Você ligou para ela? Você ousou ligar para minha esposa? — Fui novamente para cima dele, mas Violeta segurou meu peito a tempo.
— Para! — Me empurrou para trás. — Me ligaram quando encontraram você desmaiado na frente de um bar qualquer, o que aconteceu?
— Um cara no bar veio para cima de mim.
— E como você foi parar num bar? Você disse que iria encontrar um amigo do trabalho, como acabou aqui, o que está acontecendo com você?
— Não é assim tão simples de explicar.  — Voltei a sentar na maca.
— Eu preciso saber, Harry, por que você está aqui, machucado, bêbado, gritando como um louco no meio da madrugada?
— Olha, vocês dois podem terminar o drama familiar depois? — Bryan murmurou, trazendo nossa atenção de volta para ele. — Eu não tenho a noite toda, tem outros pacientes que precisam de mim.
— Pode ir, eu não vou ser tratado por você, já disse.
— Harry, você vai.  — Violeta ordenou.
— Prefiro morrer.
Ela estreitou os olhos, cruzando os braços sobre a barriga.
— Você acha que isso vai resolver alguma coisa? Olha para você! — Suspirou, massageando as têmporas.— Tive que deixar nossas filhas em casa, sozinhas, no meio da madrugada, enquanto estou grávida, para vir lidar com você.
— Eu não pedi que você viesse.
— Não pediu?— Balançou a cabeça desacreditada, apontou o dedo para mim como se quisesse perfurar meu peito. — Você acha que tem o direito de se afundar na bebida e brigas enquanto sua família está em casa te esperando?
Antes que eu pudesse responder, aquele desgraçado decidiu entrar na conversa de novo.
— Deixa, vi! — Ouvir ele chamar ela assim fez meu sangue ferver. — Aqui estão as orientações básicas. — Ele deu um passo à frente, ignorando meu olhar mortal e estendeu um formulário para Violeta. — Se ele quiser continuar com essa atitude, é problema dele.
Antes que ela pegasse, me levantei, arrancando o papel dele com minha única mão que ainda prestava, amassando-o com raiva.
— Não teste minha paciência, Bryan. — Atirei o papel na cara dele.
Ele não recuou, só deu aquele sorriso arrogante e debochado.
Eu queria matar aquele homem.
— Para de palhaçada, você vai se sentar, vai calar a boca e vai deixar o Bryan cuidar disso, porque honestamente você não tem escolha.
— Eu não vou...
— Vai sim! — Sua voz aguda ecoou nos meus ouvidos.— Estou grávida, Harry, estou cansada e você não vai sair daqui sem ser atendido.
Meu corpo inteiro tremia de raiva, mas veja ali, desesperada, desapontada, me fizeram ceder, relutantemente me sentei de volta na maca.
— Ótimo. — Bryan disse com uma falsa simpatia. — Vamos começar com a sua testa, preciso limpar isso antes de dar os pontos, depois, vamos ao raio-x para ver o que fazer com a sua mão.
Eu o encarei com um ódio, mas ele parecia imune a isso.
Idiota metido.
Ele puxou uma bandeja com algodão e antisséptico, posicionando-se diante de mim com o mesmo ar superior de sempre, quando tocou minha testa com o algodão encharcado, doeu pra cacete.
— Isso vai doer um pouco. — Ele sorriu. — Quer dizer, para você, para mim, vai ser um prazer.
— Cale a boca, Bryan. — Violeta retrucou sem muita paciência.
Bryan enfim cessou suas provocações, fazendo seu trabalho. A dor da sutura se misturava com a humilhação esmagadora que queimava dentro de mim de estar sendo cuidado por ele.
— Pronto, agora vamos para o raio-x.
Me levantei com dificuldade, tropeçando ligeiramente devido à tontura, vi o olhar de Violeta cheio de decepção.
Por um instante, me perguntei como as coisas chegaram a esse ponto.
                          ...
O curativo na minha testa ainda coçava, mesmo depois de alguns dias desde que saí do hospital, a mão engessada repousava sobre a mesa do meu escritório, enquanto minha mente permanecia num turbilhão constante por causa de Bryan.
Era quase um alívio, por mais cruel que parecesse, focar nele significava escapar, ainda que por pouco tempo, de Aurora, mas a verdade era que Aurora estava lá como uma sombra atrás de cada pensamento, eu podia fingir que não a via, mas ela sempre estava lá.
Sentia um nó na garganta enquanto encarava o telefone sobre a mesa, eu precisava de ajuda se quisesse impedir Bryan, ele não ia desistir, ele queria aquele teste de DNA, eu sabia que ele não pararia até conseguir.
Não havia outra saída, disquei o número de um dos meus amigos mais confiáveis no ramo, um advogado que sabia exatamente até onde as leis podiam ser distorcidas.
— Anderson?
— Harry? Está tudo bem? Você nunca me liga.
Como iria explicar tudo?
— Eu... — Minha voz falhou, respirei fundo tentando continuar.— Anderson, preciso de um favor, é complicado, mas preciso de você.
— Claro, o que você precisa?
Eu expliquei a ele cada pequeno detalhe, a traição de Violeta, a dúvida sobre Aurora, a insistência de Bryan pelo teste, eu tentei me manter controlado, mas sabia que minha voz estava trêmula e meu choro estava engasgado em minha garganta, era humilhante demais admitir aquilo.
Anderson ficou em silêncio constrangedor e eu senti um nó apertando meu peito.
Ele estava me julgando? Ou achava que eu era um fracote por deixar as coisas chegarem a esse ponto?
— Harry... — Ele começou, cauteloso. — Se Violeta não concordar com o teste, Bryan não tem muito o que fazer, mas se ela ceder.
— Ela não vai — tentava me convencer mais do que a ele. — Ela não pode.
— E se ela mudar de ideia? — Ele hesitou. — Harry, você sabe que, legalmente, ele pode ter argumentos, especialmente se for provado que há uma possibilidade de paternidade.
— Anderson, eu não posso permitir que Bryan faça parte da vida de Aurora.
— Harry, eu entendo sua frustração, mas precisa manter a cabeça no lugar, esse tipo de situação pode sair do controle rapidamente.
— Eu já perdi o controle, Anderson, eu preciso que você me ajude a encontrar uma saída, alguma coisa.
— Talvez você deva investigar Bryan, descobrir algo que possa usar, porém, isso pode ser um caminho perigoso.
— Anderson, eu não me importo com isso.
— Entendi, — Anderson suspirou. — Mas, Harry você precisa estar preparado para todas as possibilidades, bem você sabe...
— Eu sei. — Interrompi antes que ele dissesse aquelas palavras.
Não.
Eu precisava de algo contra Bryan.
Algo que o fizesse recuar.
Eu precisava proteger a minha filha.
Minha filha.
                            ...
Quando cheguei em casa, já era noite, a casa estava quieta, subi indo até o quarto de Aurora que dormia tranquilamente, deixei um beijinho em sua testa e fui até o quarto de Isadora que estava no computador, disse para ela ir dormir e só recebi uma revirada de olho.
Violeta estava no quarto sentada na cama com um livro aberto no colo, mas claramente não estava lendo, ela me olhou quando entrei, seus olhos pareciam cansados, fui direto para o banheiro, precisava de um longo banho depois de meia hora finalmente fui até a cama e deitei ao lado dela.
— Dia difícil? — Se aninhou mais perto de mim.
— Muito, falei com Anderson hoje, nós vamos impedir que Bryan faça esse teste.  — Deixei um pequeno beijo em sua têmpora. — E como vocês estão? — Acariciei sua barriga.
— H, você não acha que talvez seja melhor deixar isso para lá ou deixar a Aurora fazer teste e acabar logo com isso? — Ela ignorou minha pergunta, voltando nesse assunto ridículo.
— Você está de sacanagem comigo?  — Meu corpo inteiro se enrijeceu. — Você quer que eu fique parado enquanto Bryan tenta roubar nossa filha?
— Eu só quero que isso acabe.
— Eu também, mas não assim, não com Bryan conseguindo o que ele quer.
— Estou com medo de que você piore as coisas, Harry eu já não consigo te reconhecer, as coisas que tem feito ultimamente estão fora de controle, tudo isso a troco de quê?  — Finalmente me encarou, com seus olhos marejados.
— Você não entende, não é? Não se trata só do teste, violeta, eu me sinto um fracasso, você me traiu e agora minha filha pode não ser minha, eu tenho vergonha do que se tornou a nossa vida.
— Vergonha? — Seus olhos encheram-se de lágrimas.
Ela começou a chorar virando o rosto, eu sabia que estava sendo duro, mas era impossível segurar minha frustração e dor agora, violeta se levantou desajeitada com o peso da barriga e começou a pegar seu travesseiro e uma coberta.
— Onde está indo?
— Eu vou dormir, mas não consigo dormir com você agora.
— Vi, por favor. — Segurei a coberta que estava em suas mãos. — Não faça isso.
— Eu estou cansada de brigar, cansada de tudo isso.
— Me desculpe, eu não queira ter falado aquelas coisas, é que eu não posso deixar isso acontecer, Violeta, não posso.  — Eu podia ver a mágoa em seus olhos, enquanto ela se manteve calada. — Deixa que eu vou, fique. — Levantei-me apressado, pegando minhas coisas, não esperando uma resposta.
Eu saí de lá indo para o quarto de hóspedes e, no fundo, sabia que toda essa luta estava nos destruindo lentamente. A noite parecia ainda mais longa e pesada no quarto de hóspedes, virei-me na cama pela décima vez, tentando encontrar uma posição que me desse um pouco de paz.
Não consegui.
Eu sabia que deveria dormir porque amanhã tinha um dia longo, mas o sono era um luxo que minha mente inquieta não permitia, fechei os olhos, mas, como sempre, os pensamentos vieram rápido demais.
Violeta.
Aurora.
Minha família.
As escolhas que fiz e os caminhos que tomei, eles se misturavam em um turbilhão de sentimentos conflitantes e cada um cobrando um preço.
Aurora.
Mesmo aqui, no silêncio da noite, sua imagem invadia meus pensamentos, seu sorriso, sua voz, seu cheiro, por alguns momentos, deixei-me levar.
Era um perigo pensar nela agora.
Eu sabia disso.
Sabia que, se continuasse, não conseguiria me focar no que realmente importava.
Minha família.
Respirei fundo, tentando afastar seu rosto da minha mente.
Isso não era sobre ela.
Não agora.
Eu precisava me concentrar em Bryan, ele ainda estava lá como uma sombra, ameaçando tudo o que eu amava, ele não ia tomar o que era meu.
A noite não podia terminar assim, Violeta e eu precisamos estar bem e juntos para impedi-lo.
Levantei-me caminhando até o nosso quarto, a porta rangeu levemente quando a abri, a luz amarelada do abajur ainda iluminava o ambiente, Violeta estava deitada de lado, mas eu sabia que ela não estava dormindo.
— Vi? — Ela se virou olhando para mim com seus olhos vermelhos e um pouco inchados. — Posso entrar? — Ela assentiu, fechei a porta atrás de mim, sentei-me na beirada, hesitando por um momento. — Me desculpe, pelas noites fora, pelo que disse, por ter surtado daquele jeito.
— Estou cansada de desculpas. — Violeta piscou, os olhos cheios de lágrimas que ela relutava em deixar cair.
— Vi, eu não tenho as palavras certas para consertar tudo de uma vez, mas posso começar dizendo o quanto vocês são importantes para mim, por isso eu fico assim.
— Só quero que a gente fique bem de novo.
Respirei fundo, estendendo a mão que não estava quebrada para tocar a dela, quando ela não recuou, aproveitei o momento para me aproximar, lentamente, passei os dedos pelo seu rosto, ela fechou os olhos, relaxando em minha mão.
— Você é tão linda — sussurrei, aproximando meu rosto do dela.
— Esse é seu jeito de tentar fazer as coisas ficarem bem? — Abriu os olhos com um sorriso. — Com elogios bobos?
— Talvez. — Inclinei-me, tocando seus lábios suavemente com os meus.— E não são bobos, você realmente está linda.
— Linda?— Ela balançou a cabeça. — Estou enorme, Harry.
— Enorme? — Levantei uma sobrancelha, inclinando-me para beijar sua testa. — Você está linda, se me permite dizer, irresistível.
— Idiota.
Eu não esperei mais, inclinei-me novamente para beijá-la, ela correspondeu de imediato, seus dedos se agarrando à minha camisa como se tivesse medo de que eu fosse desaparecer, logo o beijo começou a ficar mais intenso, como se estivéssemos tentando desesperadamente nos reconectar, por um segundo nós afastamos para respirar, aproveitei para deitar ao lado dela a puxando para mim novamente, minhas mãos exploravam cada curva do seu corpo, enquanto os dela deslizavam por meus ombros e braços, eu estava sendo o mais cuidadoso possível, mas o calor entre nos só aumentava.
— Harry... — Ela gemeu entre o beijo, quase implorando. — Eu quero, como eu quero, mas não sei se é seguro com o bebê.
Minha respiração estava acelerada, meu corpo ainda ansiava por ela, mas eu sabia que ela tinha razão.
  — Nós vamos perguntar ao médico, ver o que podemos fazer, ok?  Não quero nada que coloque você ou o bebê em risco. — Inclinei-me, roçando os lábios nos dela. — Não se preocupe.
— Acho que nunca vi você tão ansioso assim. — Soltou uma risadinha.
— É porque estou. — Dei um sorriso torto, acariciando seus cabelos. — Quero tanto você.
Ela suspirou, relaxando contra mim, eu a puxei para o meu peito, minha mão descansando em sua barriga, ficamos assim, envolvidos um no outro, até que seus olhos começaram a se fechar.
Como eu ainda podia amá-la tanto, depois de tudo?
Talvez o meu amor por ela realmente fosse algo que eu não pudesse controlar, ele estava lá, mesmo quando eu não queria admiti-lo.
Por incrível que pareça eu havia acordado de bom humor aquela manhã, olhei para o lado e Violeta estava esparramada na cama, a barriga redonda subindo e descendo suavemente com sua respiração, minha mão deslizou lentamente até seus cabelos, enrolando uma mecha entre os dedos, ela se mexeu levemente abrindo os olhos com dificuldade.
— Bom dia — murmurei, minha voz ainda rouca de sono.
— Bom dia.
— Você sabia que fica ainda mais bonita pela manhã?
— Acho que você precisa de óculos novos. — Riu, revirando os olhos.
— Estou falando sério, mesmo na terceira gravidez, você continua tão linda quanto no dia em que nos conhecemos. — Ela desviou o olhar, mas eu a segurei pelo queixo, gentilmente, para que voltasse a me encarar. — Eu te amo.
— Eu te amo muito mais.
— Preciso tomar um banho e me arrumar para o trabalho — murmurei, depositando um beijo em sua testa antes de me levantar.
O banho foi rápido, saí do banheiro com a toalha amarrada na cintura, encontrando Violeta sentada na cama, os olhos fixos em mim.
— Você me encarando assim está me dando ideias de atrasar ainda mais para o trabalho, sabia?
— Não posso admirar meu homem? — Ela tinha um sorriso travesso nos lábios.
Eu ri, enquanto pegava meu terno no armário, sentindo o olhar dela em cada movimento, entre colocar a camisa branca até ajustar a gravata no espelho, quando terminei de ajeitar o paletó, virei-me para encará-la.
— Está babando, aí. — Brinquei enquanto calça os sapatos.
— E você deveria me agradecer por isso — Retrucou.
Me aproximei, até que nossos rostos estivessem a poucos centímetros de distância.
— Ah! Como eu agradeço por isso. — Depositei um longo beijo em seus lábios.
— Não se esqueça da consulta depois do trabalho, tá?
— Nunca. — Segurei sua mão por um instante, levando-a aos lábios. — Vou estar lá, prometo.
Ela assentiu, mas antes que eu saísse do quarto, ouvi sua voz novamente.
— H...
— Hm? — Olhei por cima do ombro.
— Você fica muito sexy de terno.
Balancei a cabeça, rindo, enquanto seguia para o corredor.
Hoje realmente seria um bom dia.
                          ...
Talvez eu tivesse me precipitado, porque aquela sala mais para um inferno do que para meu escritório, entre os papéis espalhados, pilhas de trabalhos mal escritos e uma dor de cabeça latejante, eu me perguntei pela milésima vez por que exatamente tinha me levado a dizer sim para essa reunião. Lily estava sentada na minha frente, os braços cruzados, o sorriso arrogante e aquele maldito olhar que ela sabia mais do que eu gostaria.
— Professor Styles. — Inclinou a cabeça. — Acho que um B– seria justo, considerando as circunstâncias.
Circunstâncias?
Garota ridícula.
Como se a chantagem dela fosse uma estratégia digna de aplausos.
— Lily. — comecei, apertando o lápis na minha mão. — Seu trabalho está deplorável, carece de argumentos sólidos e sua análise é tão superficial quanto você, então eu diria que um C seria mais apropriado.
— Seria decepcionante, sabe a faculdade, perder um professor tão promissor como você, não acha? — Ela piscou devagar, inclinando-se levemente para frente.— Acho que você poderia reconsiderar, afinal, um B– não é pedir tanto, certo?
Meu rosto permaneceu impassível, mas por dentro eu fervia, se ela achava que isso me intimidaria, ela claramente subestimava o quanto eu estava cansado de suas insinuações, engoli seco, anotando na folha à minha frente. Um B–  não porque ela merecesse, mas porque eu precisava que ela me deixasse em paz, se Lily queria ser uma advogada medíocre, o problema não era meu.
— Vou reconsiderar. — disse finalmente, olhando para o relógio na parede. — Agora, se não se importa, tenho outro compromisso.
— Obrigada, professor, você é muito justo. — Ela sorriu, satisfeita, enquanto recolhia a bolsa.
Justo?
Sua...
Engoli a palavra, resistindo ao impulso de dizer algo que me faria perder o emprego.
Assim que a porta se fechou atrás dela, soltei um suspiro profundo, esfregando o rosto com as mãos, na minha mesa, peguei o número que Anderson havia me dado.
Jhonatan Stelfeld, Investigador Particular.
Meu dedo pairou sobre o telefone por alguns segundos antes de discar. Do outro lado da linha, a voz grave e firme atendeu.
— Stelfeld falando.
— Sr. Stelfeld. — tentei soar confiante. — Meu nome é Harry Styles, tenho uma situação complicada e preciso dos seus serviços.
— Complicado como?
— Quero que investigue um homem, ele tem se aproximado da minha família e quero saber tudo sobre ele, se há algo que possa ser usado contra ele, quero saber.
— Muito bem, vou aceitar o caso, vou precisar de todas as informações que você tiver sobre esse homem e quero deixar claro que isso não será rápido nem barato.
— Dinheiro não é problema.
Desliguei e joguei o telefone sobre a mesa, meu coração batendo rápido.
Eu estava indo longe demais?
Qualquer pai faria o mesmo para proteger sua filha.
                           ...
O hospital sempre teve uma sensação estranha para mim, mas hoje, eu estava otimista, era raro eu me sentir assim depois das frustrações que venho tendo nesses últimos meses, mas a ideia de finalmente saber do médico se estava tudo bem o suficiente para voltarmos a ter nossa vida sexual, talvez fosse egoísta, mas eu via isso como um sinal de que ainda havia algo para salvar entre nós.
— Olá, como posso ajudar? — A recepcionista, uma jovem com um sorriso profissional demais para o meu gosto, falou com familiaridade.
— Temos uma consulta agendada com Dr. Payne, Harry e Violeta Styles.
— Ah, Sra. Styles, você voltou rápido! Esta é a segunda consulta esta semana, não é? Aquela menininha que veio com você era adorável.
Minhas sobrancelhas franziram no mesmo instante, por um momento, achei que tinha entendido errado.
— Que menininha? — Minha pergunta saiu antes que eu pudesse processar completamente o que tinha acabado de ouvir.
— Ah, deve ser algum engano. — Violeta levantou o olhar para ela, hesitando. — Você se confundiu.
— Não, não, tenho certeza! Você veio há dois dias com uma garotinha de acho que uns dois anos? Era muito fofa, todas nós ficamos apaixonadas por ela, acho que o nome dela era Aurora. — A recepcionista continuou casualmente:
Senti um nó se formar no meu estômago.
Virei o rosto para Violeta, tentando manter minha voz controlada, mas era como tentar conter uma tempestade.
— Você trouxe Aurora aqui? Por quê? O que você fez, Violeta?
— Harry, agora não. — Sua voz mal saiu.
— Agora não? Repeti, incrédulo. — Você trouxe nossa filha para cá e não achou que eu deveria saber? Que diabos está acontecendo aqui?
Antes que eu pudesse pressioná-la mais, a recepcionista, aparentemente alheia ao que estava acontecendo, continuou.
— Ah, senhora Styles, sobre o exame, o resultado sai na próxima semana, viu? O genitor já apareceu para o teste, então vai sair rápido, geralmente os homens demoram para aceitar esses testes, mas esse estava bem disposto.
Meu corpo inteiro ficou tenso.
Senti o ar deixar meus pulmões.
Não, não, não...
Isso não estava acontecendo.
Eu tinha sido claro com ela.
Isso só podia ser mentira.
Era uma mentira.
— Você fez a minha filha fazer aquele teste? — Me virei para Violeta, o rosto dela agora tão pálido quanto uma folha de papel.
— Harry, por favor... — A voz dela era tão baixa, quase implorando.
— Você fez a minha filha fazer aquele teste? — Repeti, cada palavra saindo com dificuldade para manter a calma e o resquício de sanidade que me restava.
Ela abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu.
PORRA!!!
NÃO
NÃO
NÃO
Eu sabia pela maneira como ela evitava meu olhar, como as mãos dela tremiam.
Não era possível.
Ela não teria feito isso.
Não sem me contar.
Não depois de tudo o que conversamos.
Não depois de eu continuar a confiar nela.
Como ela pôde?
Por quê?
— Senhor e senhora, Styles? O doutor está pronto para vocês.— Uma enfermeira chamou da porta, a voz interrompendo o caos dentro da minha mente.
Por um momento, fiquei paralisado.
Tudo dentro de mim queria explodir.
Mas não ali.
Não na frente de estranhos.
Respirei fundo, o ar entrando e saindo com dificuldade, sem olhar para Violeta, dei um passo em direção à sala de consulta.
— Vamos. — Murmurei, controlando minha voz o máximo que pude, mas dentro de mim, eu estava segurando um vulcão prestes a entrar em erupção.
Obrigado por ler até aqui 💗 O feedback através de um comentário é muito apreciado!
Esta ansiosa (o) para o próximo?
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pips-plants · 4 months ago
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Desenvolvimento dos poderes. Parte III
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Após o rastro de destruição deixado por Pietra naquela noite na floresta, as ninfas estavam claramente relutantes em conversar com ela. Era compreensível: como poderiam confiar em alguém cuja magia, mesmo que sem intenção, parecia devastar o ambiente ao redor?
Desde pequena, Pietra sabia que seu poder era exclusivamente mágico, copiar e reproduzir o que já tinha sido criado. Nunca tinha sido ela a ignição para o caos e agora tinha em mãos algo que poderia causar destruição! Só de pensar na possibilidade de ter ferido ou até mesmo matado uma ninfa a atormentava, e ela entendia perfeitamente a desconfiança delas. No entanto, mesmo diante da resistência, precisava buscar ajuda, entender o que estava acontecendo e o que poderia ser feito para poder frear aquilo. E nisso acabou encontrando com Amber, uma filha de Deméter com habilidades excepcionais de fitocinese e a única que topou a ajudar.
O medo de Pietra era palpável. Não queria ser um agente de destruição; queria apenas entender e controlar suas habilidades sem prejudicar a natureza ou as criaturas mágicas da floresta e quem sabe tirar algo bom daquilo. O encontro entre as semideusas ocorreu em uma clareira tranquila, além do rio de Zéfiro, Amber avançou com confiança, e com um gesto fluido das mãos, fez o chão diante delas se agitar e folhas brotarem como se ganhassem vida própria. "Faz o que você fez aquele dia. Foca no que tá fazendo e absorve a energia desta planta" disse a filha de Demeter, apontando para uma samambaia exuberante que acabara de surgir.
Mesmo sem saber ao certo o que estava fazendo, Pietra estendeu a mão para a planta, fechou os olhos e se concentrou, tentando sentir a energia pulsante dentro da samambaia. Era estranho como a magia corria em todas as criaturas vivas, mas ainda assim a conexão parecia que um fio invisível estava ligando seu centro de poder ao cerne da planta. Podia sentir, lentamente, a energia começou a fluir para Pietra, e o verde vibrante da samambaia começou a desvanecer, dando lugar a um tom pálido até que, por fim, a planta secou e suas folhas se tornaram quebradiças caindo ao chão.
"Eu me sinto... forte. Recarregada..." Pietra murmurou, olhando para Amber, que estava visivelmente assustada com a cena. A transformação rápida e fatal da planta parecia contraditória, mas ao mesmo tempo, fazia sentido para ela. "Não sei o que fazer..." continuou, sua voz cheia de incerteza enquanto olhava ao redor. Tinha muita magia dentro de si, podia dizer que era quase tangível, mas ao mesmo tempo parecia querer se esvair como agua por entre seus dedos...
Enquanto ela estava distraída com seus pensamentos, seus pés trombaram em uma pedrinha no chão, e uma ideia surgiu em sua mente. Já tinha realizado truques simples sem grimórios, todas as vezes tendo um rebote magico intenso... Mas agora, repleta de energia, parecia que a tarefa não seria tão difícil. Seus olhos brilharam no costumeiro tom magenta, refletindo a energia que pulsava nas pontas de seus dedos e uma pequena pedra passou a levitar a sua frente. Algo 'simples' mas que nunca tinha conseguido fazer... "Eu consigo fazer magia!" exclamou surpresa, movendo a mão fazendo que a pedra voasse como jato para o outro lado da clareira se estilhaçando em uma árvore.
"Pelos deuses! Amber, eu... Eu faço magia!" Pietra exclamou, sua voz carregada de uma mistura de euforia e alívio. O que antes parecia uma realidade distante agora se tornava uma revelação clara diante dela. Até então, suas tentativas de magia sem o uso do grimório sempre tinham sido acompanhadas de dor e explosões, um ciclo de fracasso e frustração. Mas, agora, ela estava começando a ver que havia uma maneira de usar suas habilidades sem se machucar.
Amber deu um passo mais próximo, olhando para a conselheira de Hécate com uma expressão de empatia, mas muito preocupada. "Então vamos começar por aí. A primeira coisa que precisamos fazer é entender melhor como a sua magia funciona e encontrar formas de usá-la sem acabar matando as plantinhas." respondeu de bom humor, precisava incentivá-la a continuar, porque se não o fizesse apenas o caos e a morte sairia daquele novo poder. Novamente fazendo que uma planta nascesse em frente delas. Era uma herbácea simples, mas vital. "Tente usar sua magia novamente, mas desta vez, em uma escala menor. Foque em absorver apenas uma pequena quantidade de energia, de forma que a planta ainda permaneça saudável."
@silencehq
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brincandodeserfeliz · 1 year ago
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Acorde todas as manhãs com um sorriso. Esta é mais uma oportunidade que você tem para ser feliz. Seja seu próprio motor de ignição. O dia de hoje jamais voltará .... Não o desperdice!!!
💗🌸💗
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klimtjardin · 1 year ago
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G O L D E N A G E
NCT Fanfiction
Capítulo 2
{isso é ficção! atenção, esse capítulo tem: consumo de álcool; recapitulando: no capítulo anterior, Doyoung e Taeyong foram te buscar na rodoviária, mas parece que o amigo do seu bestie não vai muito com a sua cara - nem você com a dele. Será que um jantar pode amenizar - ou piorar - a sua desavença?}
Após o canhestro encontro entre os amigos, decidem rumar para o estacionamento da rodoviária, ainda que prosseguindo o mesmo papo sobre a viagem longa e tediosa.
Faz um clima agradavelmente típico em Mer, de calor úmido, por conta da proximidade à lagoa que empresta seu nome a cidade. É bom estar em casa, repete para si novamente. Doyoung toma conta das suas bagagens, abre o carro e as guarda no porta-malas. Taeyong toma a frente para se sentar no carona. Você abre a porta de trás, em seguida, e se acomoda nos bancos.
O carro de Doyoung é perfumado como carro novo. Se lembra de quando ele postou as fotos em suas redes sociais; estava exultante. Quando põe a chave na ignição, entretanto, ele não deixa passar a descortesia do amigo:
— Nem perguntou se ela queria ir na frente, podia ter sido mais educado.
Taeyong contrai os lábios num beiço. Pede as devidas desculpas, óbvio, foi pela força do hábito. Pede, porém, com raiva no coração, pois sente que agora não pode mais desgostar de você. Parece que estão empatados.
— Oh, tudo bem, Doyoung! — você desconversa. — Vocês são homens, vão na frente.
Taeyong ergue as sobrancelhas, mesmo que você não possa ver.
São homens? O que quis dizer com isso? Que sentença mais retrógrada! Agora ele se sente pior, mas se esforça para cortar os pensamentos ruins. Ele está com você tem menos de dez minutos, deve admitir que tudo o que tem formado em mente não passam de duvidosos pré-conceitos.
— Porque é que os seus pais não puderam te buscar mesmo? —Doyoung, com sua inabilidade de manter o silêncio, o salva dos maus pensamentos.
— Ah! Minha chegada coincidiu com uma viagem de bodas que eles planejaram há muito tempo...
"Coincidiu?" Taeyong segue ainda no monólogo interior. "Que tipo de pessoa usa uma palavra dessas em uma conversação informal?"
— Taeyong, nós vamos jantar juntos, você quer ir? — Doyoung o puxa de volta mais uma vez.
Taeyong titubeia. Ele já foi descortês o suficiente sem motivo, e está quase irritado consigo por essa mesma causa. Seria ainda mais chato se recusasse os planos, pois aí ficaria implícito que sua presença o incomoda.
— Eu vou junto, sim. — Faz que sim com a cabeça algumas vezes para dar veracidade.
Doyoung dirige e fala das mudanças que Mer sofreu durante os quatro anos em que você esteve fora. A cidade que era como um diminuto espaço no canto do mapa se expandiu, de fato, embora não tenha perdido o seu charme interiorano. Ao passo em que banca o guia turístico particular, toma conta da conversa.
Taeyong tem medo de abrir a boca e falar alguma coisa errada. Você olha pelas janelas sem dar conta das lembranças que pipocam na sua cabeça. Os lugares que frequentava e, especialmente, costumava ir com Doyoung. A antiga pracinha da escola e sua nogueira, o caminho para a lagoa, consegue ver alguns barcos aportados dali... Não ousa abrir a boca, porém; não quer parecer que está excluindo Taeyong propositadamente.
Doyoung estaciona o carro em um pequeno, porém charmoso, bistrô. Desde que o lugar inaugurou, ele fez planos para visitarem. O bistrô chamado Renoir é um dos locais que se abastecem dos deliciosos quitutes vendidos na padaria onde trabalha.
Por outro lado, combatendo a serenidade do amigo, Taeyong não pode evitar confusão. Veja bem, não é que o lugar seja inadequado, mas ele escolheria um bar ou algo mais casual para levar os amigos - bem mais casual, diga-se de passagem. O bistrô é definitivamente uma escolha para um encontro.
Como duas bolinhas de tapioca, os olhos de Taeyong estalam no rosto. Está certo de que existe algo que ele não sabe - fica óbvio agora. Olha de esgueira para o amigo, mas Doyoung permanece tão tranquilo quanto a noite. Talvez, Taeyong realmente perdeu a deixa para recusar o convite e está atrapalhando a vocês dois.
Doyoung abre a porta do carro, e em seguida a do bistrô, para você - sob vigia atenta do amigo. O garçom vai logo recebê-los e os guia até uma mesa. O bistrô está vazio, dado o horário. O sol recém se põe sobre Mer, emprestando seus raios dourados às suaves e quase imperceptíveis ondas da lagoa.
Vocês se acomodam e rápido fazem seus pedidos, nada surpreendente até então. O garçom lhes traz as bebidas. Há um sonzinho ambiente gostoso quando Doyoung retorna com a conversa:
— Então, o que aconteceu desde que a gente se falou pela última vez?
— Terminei meus estudos — você diz e não consegue evitar o riso. — Nada demais.
Doyoung bate no antebraço de Taeyong, dando um susto no segundo. Taeyong amacia o braço, sutil, enquanto a matraca ao seu lado dispara:
— Nunca te expliquei como conheci o Taeyong, né? — Ele prossegue com entusiasmo quando você faz que não. — Então, eu comecei a trabalhar com ele naquela sorveteria, você lembra dela, né? E fomos colegas de apartamento depois de um tempo! Ele me ajudou bastante, né Taeyongie?
— Digo o mesmo. — Taeyong assente lentamente. Dá um gole em seu exagerado copo de cerveja, o suficiente para que torne seu pescoço rubro.
— Que bom! — você sorri, doce. — Que bom que ele encontrou alguém tão bom!
"Aish", Taeyong continua com os lamúrios internos. Torce para que você faça algo que lhe dê motivos para ter desgosto de verdade. Detesta o quão legal está sendo com ele agora.
— Como era sua universidade? — pergunta de curiosidade. Pensa descobrir muito sobre alguém quando faz esse tipo de questionamento.
— Oh, era maravilhosa! — você praticamente explode. — Sinto falta de tudo, das acomodações, os professores e matérias. Me afundei em estudos por completo!
Então... você é a mocinha que saiu do interior para estudar fora e agora carrega toda essa arrogância consigo; "é isto", ele conclui.
— Mas nenhum lugar é melhor do que aqui — você completa, negando com a cabeça veementemente. — Amo essa calmaria, ver as mesmas coisas de sempre, a vida simples.
Taeyong vai ter um piripaque. Toda a vez que pensa estar certo sobre você, ele se engana. Talvez esteja realmente sendo estúpido.
Você, é óbvio, percebe a indisposição do rapaz para consigo, pois ao contrário do que ele pensa, não é nenhuma mocinha ingênua. Não liga que ele não vá com a sua cara, não precisa da aprovação de alguém que acha ok estar de touca em um jantar. Também não gosta nenhum pouco da ideia de Doyoung ter outro melhor amigo. Você chegou antes, afinal! E, aliás, Taeyong não é o tipo de pessoa - pelo menos não com essa sua primeira impressão dele - com quem Doyoung costuma fazer amizade. Ele tem um palavreado desleixado, põe os cotovelos sobre a mesa. E, tudo bem, nem todos precisam ser iguais a você, mas ele não gosta de você. É motivo suficiente para não gostar dele também.
A noite segue bem apesar disso: jantam e conversam amenidades, riem aqui e ali. Brindam, até mesmo. Doyoung e você gargalham quando Taeyong vira o copo de cerveja, ficando nitidamente zonzo no ato, você consegue ver as estrelinhas subindo à cabeça dele.
É uma homenagem a vocês, aos seus anos dourados - os que passaram e os que virão.
Pagam a conta e levantam para ir embora antes das onze. Doyoung, sempre um cavalheiro, se oferece para te ajudar a vestir o casaco. O põe sobre os seus ombros, na verdade. O mesmo gesto que tornou-os amigos, e que agora, anos depois no dia em que se reencontram, adquire um significado ainda mais especial.
Taeyong pigarreia. Talvez tomado pela ebriedade do álcool, não sabem ao certo.
— Atrapalho?! Quer dizer, podiam ter me avisado que era um encontro.
Doyoung e você se entreolham. O ranço - jamais pensaria nessa palavra novamente - sobe à sua garganta. É tão amargo que desfaz seu riso alegre. Você se volta rapidamente para Taeyong:
— Desculpe, mas não temos intimidade para você falar comigo dessa forma.
Taeyong fica com a cara no chão, deixa ali os olhos o nariz e a boca, nas lajotas mesmo, falta a coragem para recolher. Doyoung não o corrige, tampouco o defende. Seguem para o carro como se nada houvesse acontecido.
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marcunation · 3 months ago
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Não é todo dia que eu me sinto mal, também não é todo dia que eu me sinto bem. Alguns dias é apatia total, outros momentos o bolo de sentimentos nem vai e nem vem. Já a dor nas costas eu sinto todo dia, dor de cabeça eu sinto todo dia. O medo de ficar inválido, aleijado sem poder andar, fazer serviços domésticos ou andar de bicicleta me forçaram a buscar uma saída pra além do desejo pela morte, essa dor física é um pesadelo acordado, definitivamente não é desse jeito que quero viver e foi um ponto de ignição pro movimento em busca da cura. Então estou fazendo o pilates pra fortalecer minhas costas, ajudar na ansiedade e na depressão é apenas consequência mas que bom que estou conseguindo aliviar os dois. Nos últimos dias tenho me sentido mais vivo.
O foda sobre a depressão é que eu sei que não importa o que eu faça na vida sempre vai existir um momento que eu vou chegar ao meu limite e ao fundo do poço. Da mesma forma que eu sei que posso vencer todas as vezes, encontrarei a calmaria no meio da tempestade.
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blogpopular · 21 days ago
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Como Identificar Falhas no Motor GM: Guia Completo para Diagnósticos e Soluções
Identificar falhas no motor é uma tarefa essencial para garantir o bom funcionamento do seu veículo. Se você possui um veículo da General Motors (GM), saber como identificar falhas no motor GM é ainda mais importante, já que esses motores são conhecidos pela sua robustez, mas, como qualquer outro componente, podem apresentar problemas ao longo do tempo. Neste artigo, abordaremos os principais…
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elcitigre2021 · 7 months ago
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OS CORPOS ENERGÉTICOS SUSTENTAM OS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA.
Ocupamos "espaços" nos quais há correntes de energias sutis que sustentam as camadas vibratórias do Corpo do Ser Divino e estabelecem a ligação entre o corpo físico e o Universo. Cada vez que consideramos uma fração do nosso ser, da nossa energia, tudo está presente. O processo da Ascensão consiste em gerenciar a nossa energia. Somos acionados agora para exercer o nosso Poder de Escolha em nossa Soberania Divina: o autodomínio para centramento. . A fusão desses estados energéticos, a liberação do Caminho para a expansão da consciência e da percepção na experiência como humano está em curso pelo auxílio das Ondas Cósmicas, e a mudança ressonante na estrutura da Grade de Luz da Terra. . A sustentação individual das Frequências que estão sendo plasmadas é pela Escolha Consciente para praticar o Trabalho Interior mantendo sob controle o Mental Inferior: o espaço das emoções densas reativas no ser humano. . Somos um microcosmo, em que todos os órgãos e sistemas estão interligados energeticamente para o funcionamento das forças da vida que sustentam a alma no corpo físico. . Quando o Fogo Sagrado desperta dá ignição à Frequência elevada do Amor que traz Harmonia e Paz, porque você congrega-se e converte-se em um Homem Solar, Galáctico e Estelar, com a consciência dos Corpos de Existência Superiores. . O corpo físico é o denso, o corpo da manifestação, ou veículo, e os chacras têm a sua função e correspondência vibratória em cada plano de consciência. Cada Corpo é o florescimento do chakra correspondente a ele (imagem). . O Corpo de Luz Divino permite à alma comunicar-se diretamente com a Fonte mesmo estando num corpo de matéria; permite sentir as vibrações e comunicar-se com os seus guias, mestres, anjos, arcanjos, “família espiritual”/grupo vibratório, ao qual tem afinidade para viver um nível de consciência expandido. O ciclo de encarnações termina. . O Corpo Intuicional carrega a qualidade mais elevada do amor incondicional, da compaixão e do desapego. É o estado de consciência do Eu Superior em que guardamos e compreendemos todas as experiências das nossas encarnações. É a dimensão da transição entre os planos da matéria e os do espírito, das energias terrestres e das espirituais.
Eles dois são os mais sutis, e não se desequilibram, porque compõem a nossa Essência. O que ocorre é uma interrupção da comunicação deles com os corpos mais densos, bloqueando a incorporação no físico.
O Corpo Mental tem seu aspecto superior e o inferior (ego) é o degrau do aprendizado, a transição entre os corpos da "personalidade" e o "divino". Contém as crenças, pensamentos e também a aptidão para o raciocínio e adquirir o Discernimento. Sem Clareza não acessará toda a dimensão intuitiva do seu Ser. Em desequilíbrio pode tornar-se “dono da verdade”, materialista, busca sempre um por quê. Tem desorientação, confusão, falta de metas na vida, porque não consegue lidar com a realidade.
O Corpo Astral ou Emocional é aonde se encontra nossa vulnerabilidade, nosso lado negro, as cargas mais densas. Uma camada que armazena sentimentos, instintos, emoções. O medo, afetos, obsessões estão aqui: o seu desequilíbrio causa sensibilidade demais, ou frieza.
O Corpo Etérico. É por ele que nós entramos em contato com o nosso meio - os outros, a natureza, o planeta, o cosmos -, e que tem repercussões profundas no físico, podendo levar até à doença se desequilibrado, pois feridas, bloqueios e dores estão carimbadas nele. É este corpo que permite ao físico viver, porque o vitaliza com a energia do prana para manter a saúde, e é o que se solta do corpo físico quando dormimos. É chamado também de Duplo - ou biolplasmático. É esta camada que os “passes” conseguem atingir. As terapias quânticas que chegaram nos últimos anos no planeta atingem mais profundamente todas as nossas camadas ao acessarem e abrirem os “portais energéticos sagrados” no corpo físico, antes desconhecidos para a Cura completa. Há muito mais para estudar e continuar no Caminho da sua iluminação e Libertação.*
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amor-barato · 1 year ago
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Sobre o amor – Ferreira Gullar
Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.
Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.
O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma COisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.
Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventUra sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério – o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.
Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.
A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tUdo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.
Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guarda­roupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tUdo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituar­se? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.
E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas… Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!…
Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.
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borboletanandal · 1 year ago
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Opinião sobre o livro Um Ano Solitário de Alise Oseman.
Alerta contém spoiler sobre o livro.
Quando comecei a ler o livro no ponto de vista da Tori, foi como ver que ela é uma jovem comum que passa por dificuldades na adolescência envolvendo seus amigos e família.
Eu li o Heartstopper o quadrinho do Charlie e do Nick, realmente posso ver que Tori realmente ama e protege seu irmão, é incrivel ver o zelo que ela tem com o Charlie.
Noto que o livro contém melancolia, raiva, amor e amizade, como alguém adulto lendo um livro que possui uma lição importante no livro é o sentindo que estou viva e que devo valorizar a vida que possuo, eu recomendo o livro completamente, mas contem gatilho forte de depressão e assuntos que retrata o livro.
Tori no momento é uma jovem melancólica (desculpe pela sinceridade), mas Michael parece uma chave de ignição para que ela sinta viva e com razão de lutar, apenas sentir viva é suficiente não precisa agradar os outros para que outros sintam-se melhor, foi o sentindo quando li o livro.
Acho que cada um tem um ponto de vista quando lê Alice Oseman, mas estava lendo aprendi muitas lições sobre o livro e refletiu sobre minha adolescência que foi um tempo que gosto muito é não nasci para agradar, mas (teve momentos bons e ruins, mas foi natural da vida).
Mesmo madura, cresci ainda mais com o livro de Um ano solitário e realmente a escrita vicia demais, não parava de ler, quando chegou ao fim fiquei triste por terminar assim, mas foi uma grande lição que aprendi lendo o romance da Oseman.
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aaacs-stuff · 2 years ago
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