#Criação Literária
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Escrevendo Fantasia: A Arte de Criar Universos
Escrever fantasia é tudo pra mim. É tão necessário quanto comer e respirar. Tornou-se tão natural que é bem difícil colocar em palavras. Estou querendo escrever esse texto faz um tempo, mas é difícil saber como começar. Vamos improvisar então. Eu sempre estou pensando em mundos fantásticos. É como eu enxergo o mundo em que vivemos. Pra mim, a realidade é uma mera imitação barata da ficção. A…
#criação#criação literária#escrita#fantasia#Ficção Fantástica#mundos fantásticos#universos fantásticos
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DEUSES DA AVENTURA: A Banalidade de Arabel, por Vinny e Emídio | Alta Fantasia Épica nessa Introdução ao Mundo de Arabel | NITROLEITURAS
Personagens épicos e uma excelente introdução ao universo de Alta Fantasia dos Deuses da Aventura, um projeto literário e de RPG de Vinny e Neto, do fantástico podcast de RPG Deuses da Aventura! Deuses da Aventura – A Banalidade de Arabel – Capa DEUSES DA AVENTURA: A Banalidade de Arabel, por Vinny e Emídio| 190 pgs., Caravana, 2023 | Alta Fantasia | Lido de 26/04/24 a 27/04/24 |…
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#Análise de Livros#Conto#Conto de Fantasia#Conto de Ficção Científica#Conto de Horror#Crítica#Crítica de Livros#Crítica Literária#Criação Literária#Dark Fantasy#Dica de Livro de Fantasia#Dicas de Livro#Dicas de Livros#Dicas para Escritores#Fantasia#Fantasia Brutal#Fantasia Medieval#Fantasia Sombria#História Curta#Legião: A Era da Desolação#Leitura#Leitura Crítica#literatura#Marca da Caveira#Newton Nitro#Nitroblog#NitroDicas#Nitroleituras#Resenha#Resenha Literária
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Inscrições Abertas: Parceria com a Editora Arqueiro!
Inscreva-se agora para uma emocionante parceria com a renomada Editora Arqueiro! Apresente sua paixão pela literatura e junte-se a eles.
Prepare-se, produtor de conteúdo literário! A tão aguardada temporada de inscrições para parcerias com editoras está oficialmente aberta, e a Editora Arqueiro já definiu suas datas! Seja você um novato no mundo da criação de conteúdo literário ou um veterano experiente, esta é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. As inscrições começam em 1º de março de 2023 e encerram em 10 de…
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#Conteúdo literário#Criação de conteúdo#Editora Arqueiro#Engajamento de leitores#Influência literária#Inscrições Abertas#Novos talentos literários#Oportunidades literárias#Parcerias editoriais#Resenhas de livros
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Fanfiqueira também é gente!
Leia um desabafo sobre a historia das fanfics e seus impactos na comunidade de escritores.
Sabe quando você se sente inspirado depois de acabar uma saga e dá aquela vontade de explorar ou até evoluir o enredo da obra? Essa vontade toda pode resultar na criação de fanfics, histórias escritas baseadas em obras famosas mas feitas por fãs. Os ficwriters (termo que se refere a quem escreve fanfics) criam novos universos expandem a história em novos pontos de vista, tornando personagens secundários em protagonistas, juntando casais improváveis ou até misturas entre duas obras que o autor goste. Todas essas ideias vêm de perguntas como "o que acontece depois?" ou "o que poderia ter acontecido?".
Geralmente postadas em plataformas online, como Wattpad e Spirit Fanfics, as fanfics unem a comunidade de ficwriter, que se reúne para divulgar suas obras e trocar ideias. Ato que possibilita o exercício da criatividade e a inserção do escritor na internet, já que não é necessário muito investimento para se tornar um ficwriter.
"É como se você não estivesse sozinho no barco, há um autor por trás te ajudando a remar, e quando você vê, fazer viagens sozinho não é mais tão assustador."
As fanfics surgiram muito antes da popularização da internet pelo mundo. A ideia de histórias criadas por fãs começou a aparecer nos anos 70. Tudo por meio das fanzines (ou fan magazines) que são publicações não oficiais, produzidas e editadas por fãs e entusiastas, assim reunindo informações, curiosidades e até mesmo fanfics. Tudo passado de fã para fã.
Com a propagação da internet, o exercício de "fanficar" se tornou mais fácil para os fãs. Em sites ou até em blogs, a comunidade dos ficwriters só aumentou, assim como a quantidade de criações. Uma das primeiras plataformas criadas especialmente para fanfics foi o FanFictionNet, fundado em 1998. No Brasil, a primeira plataforma oficial foi criada em 2005, chamada por Nyah!Fanfiction.
"A fanfiction pode perfeitamente servir de laboratório para novas vanguardas literárias, e de fato vem incorporando esse papel ao subverter antigos gêneros literários e criar novos, sendo uma ferramenta de liberdade estética e de estilo para que escritores amadores alcancem espontaneidade"
Há um grande preconceito quando o assunto é o universo das fanfics. São consideradas histórias amadoras ou algo de fãs obcecados que não devem ser levados a sério. Um ficwriter nem sempre é reconhecido como escritor, muitas vezes por escreverem sobre obras já desenvolvidas ou por publicarem em plataformas online e não ter um livro publicado fisicamente. Falar que um livro ou conto "parece até fanfiction" ainda é uma forma de desmerecimento e depreciação, mesmo que várias histórias criadas por fãs sejam melhores que livros publicados e famosos.
A questão é que as fanfics são muito mais que "historinhas" escritas por fãs. Elas contribuem de diferentes formas no desenvolvimento dos jovens escritores, principalmente pré-adolescentes e adolescentes que começaram a aventurar-se no mundo da escrita.
Em um artigo chamado "Writers in the secret Garden: Fanfiction, youth, and new forms of mentoring", Cecilia Aragon e Katie Davis argumentam sobre a ideia de que um ficwriter pode se tornar um bom escritor, fato que contribui na construção de uma comunidade onde os jovens escritores possam interagir e trocar conhecimentos. A prática de escrever fanfics pode trazer diferentes benefícios como o aumento da criatividade ao exercitar mudanças em uma história ou universo já criado. Ajuda na melhora a ortografia através do corretor automático, pelo feedback de leitores da própria plataforma e a partir do interesse do próprio escritor. Tmabém exercita o desenvolvimento de um enredo e construção de narrativa através do feedback e hábito de leitura. Traz a possibilidade de criar histórias com mais diversidade e representatividade (ao inserir a realidade do escritor dentro de histórias hegemônicas). Estimula os jovens escritores (não há uma idade certa para começar a escrever). E, para finalizar, cria ideias de futuras publicações, sejam independentes ou tradicionais (olheiros sempre estão presentes nas diversas plataformas).
"Para os nativos digitais, é fácil ter acesso a esse tipo de texto, mas para as pessoas que têm pouca familiaridade com o universo on-line e com a cultura pop, a situação é diferente. Um dos objetivos da minha pesquisa de mestrado foi apresentar esse tema a acadêmicos e a professores, e a recepção foi excelente. O que falta, além de mais divulgação, é as pessoas perceberem que fanfic não é só um entretenimento jovem. É uma complexa prática de letramento, de desenvolvimento de leitura e de escrita. O meio acadêmico está cada vez mais receptivo ao uso de tecnologia na educação, então a tendência é que a fanfiction deixe de ser vista apenas como um passatempo, sendo mais estudada por pesquisadores." - Stella Hadassa
No fim das contas, mesmo que em um primeiro olhar as fanfics parecem brincadeira de adolescente, elas são na verdade um processo constante de atividade artística e criativa que utilizam-se da narrativa para criar mundos, mudar mundos, discutir padrões e etc.
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Oieee! Descobri o seu blog recentemente, quando estava pesquisando no Google: "Como fazer uma descrição", KKKKK, e acabei encontrando um post seu. Comecei a ler suas dicas e elas já estão me ajudando muito, obg!
Minha dúvida é sobre a questão de IA na escrita. Eu uso para me ajudar nas descrições ou para descrever a ideia de uma cena que não está, claramente, formada em minha mente e também para a tradução dos meus textos pro inglês (reviso tudo, posto lá no AO3), porém o ato de estruturar e pensar na minha narrativa em si é algo totalmente feito por mim. Mesmo assim, estou sendo errada fazendo isso? Ou não tem problema em usar como uma ferramenta? Gostaria de saber a opinião de outro leitor/escritor (pode ser sincera e moral!)
Também não tenho nenhum beta-reader, então acabo recorrendo ao robô... É. :')
Agradeço desde já. 🩷
Oie! Bem-vinda ao meu blog! <3 Sempre bom encontrar carinhas novas por aqui!
Confesso que eu nunca tinha parado para pensar em utilizar o IA na escrita, mas tenho visto o uso recorrente em trabalhos escolares e até em TCC. Sendo sincera, sou uma das pessoas aversas a essa tecnologia, tenho um pézinho atrás com a ferramenta, mas sei que seu uso é uma realidade, né?
Acredito que o fato de você recorrer ao IA não tire o mérito da sua escrita, até porque, como você mesma disse, as ideias partem de você. O IA é somente para estruturar o livro, como se o IA fosse seu ghost writer, hahaha. Porém, se você quer crescer na escrita e melhorar suas habilidades, usar esses atalhos não vai te ajudar. Até porque, as respostas do IA são genéricas, não tem personalidade, você nunca vai descobrir sua voz ou assinatura na escrita se não fizer por conta própria.
Escrita é basicamente observação e muita, mas muita leitura MESMO! Você precisa de bagagem literária (e até de vida) se quiser escrever bem. Escreve bem quem lê.
Como leitora, não tenho opinião, pois nunca li nada de IA (acredito eu, hahaha). Já acompanhei alguns contos curtos de terror gerados por IA em um podcast que escuto, mas não chega nem aos pés de um narrado por um ouvinte real! Não tem emoção nem sentimento, sabe? Não chega a ser algo robótico, mas você sente que falta a alma da coisa lá, é uma criação genérica, mais do mesmo.
E sobre não ter um beta reader, não é muito difícil conseguir um, até um de seus leitores podem te ajudar nesse processo, pergunta se alguém tem disponibilidade de te auxiliar nas notas do capítulo. De qualquer forma, ofereço o serviço aqui no blog, caso tenha interesse em adquiri-lo. Também faço mentorias particulares de escrita!
Espero vê-la mais por aqui! Até breve.
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࿓༏⃟❁ིུ [💰] - Pʀᴏғɪssᴏ̃ᴇs • (01)
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— Sᴀ̃ᴏ ᴀϙᴜᴇʟᴇs ϙᴜᴇ ᴅᴇsᴇᴍᴘᴇɴʜᴀᴍ ᴏ ᴘᴀᴘᴇʟ ᴘʀɪɴᴄɪᴘᴀʟ ᴇᴄᴏɴᴏ̂ᴍɪᴄᴏ ᴅᴏ ᴍᴜɴᴅᴏ, ɢʀᴀᴄ̧ᴀs ᴀ ᴇʟᴇs ϙᴜᴇ ᴏs ᴠɪʟᴀʀᴇᴊᴏs ᴘᴏᴅᴇᴍ ᴛᴇʀ sᴜᴀ ʀᴇɴᴅᴀ ᴘʀᴏ́ᴘʀɪᴀ ᴇ ɴᴇɢᴏᴄɪᴀʀ ᴄᴏᴍ ᴏᴜᴛʀᴏs ᴘʀᴏ́xɪᴍᴏs.
—•|[Lista de Profissões]|•—
[🪙] • Comerciantes
Os comerciantes são a espinha dorsal da economia dos vilarejos, movendo produtos e riquezas entre as vilas e reinos. Cada comerciante, seja local ou andarilho, desempenha um papel crucial na conexão entre as culturas e no desenvolvimento de novas relações comerciais.
— Comerciante Local (🏪): Mantém lojas fixas em vilas e cidades, oferecendo produtos que variam de itens básicos a raridades locais. Esses comerciantes conhecem profundamente as necessidades de suas comunidades, tornando-se figuras de confiança e respeito entre os habitantes. Seu estabelecimento é um ponto de encontro e de troca de informações, além de um local de negócios.
— Comerciante Andarilho (🎒): Viajam entre as vilas e regiões, carregando consigo mercadorias exóticas e histórias de terras distantes. São aventureiros por natureza, enfrentando os perigos das estradas e sendo sempre recebidos com entusiasmo por onde passam. Eles são o elo entre vilas isoladas, trazendo novidades e estimulando o intercâmbio cultural e comercial.
[🧭] • Exploradores
Os exploradores são os desbravadores do mundo, encarregados de aventurar-se em territórios desconhecidos, desenterrar segredos antigos e mapear as terras inexploradas. Eles são essenciais para expandir o conhecimento e garantir a segurança dos territórios.
— Arqueólogo (��): Especialistas em desvendar os mistérios do passado, os arqueólogos buscam relíquias antigas e estudam a história do continente. Suas descobertas podem revelar segredos esquecidos, influenciando diretamente o presente e o futuro do mundo. Arqueólogos são frequentemente encontrados em ruínas antigas, acompanhados de seus assistentes, catalogando artefatos e redescobrindo o conhecimento perdido.
— Aventureiro (🪔): Sempre em busca de novas terras e perigos, os aventureiros são os primeiros a explorar regiões desconhecidas. Eles relatam suas descobertas e abrem caminho para que outros sigam com segurança. Suas habilidades de sobrevivência e combate os tornam preparados para qualquer desafio que o mundo lhes apresente. São heróis locais, conhecidos por sua coragem e determinação.
— Navegadores (⛵): São mestres do mar dominando a arte da navegação e exploração, alguns comerciantes utilizam de suas habilidades para transportar mercadorias sendo bastante importantes no mercado. Podendo servir desde meios de transporte a meios de exploração os Navegadores moldam o ambiente onde vivem sendo compostos de grandes tripulações que auxiliam a embarcação em sua navegação.
[📚] • Escritores
Os escritores são os guardiões do conhecimento e da cultura, responsáveis por documentar a história, criar mapas detalhados e ilustrar os contos épicos que inspiram futuras gerações.
— Ilustrador (📜): Artistas e escribas talentosos, os ilustradores são mestres na criação de obras literárias e arcanas. Eles detalham livros de feitiços, desenham complexas runas e documentam as grandes aventuras. Seus trabalhos são altamente valorizados, preservando a história e os feitos de seu povo.
— Cartógrafo (🗺️): Essenciais para a exploração, os cartógrafos mapeiam as áreas recém-descobertas, criando mapas que orientam outros em suas jornadas. Seus mapas são precisos e incrivelmente detalhados, muitas vezes se tornando peças de arte em si. Eles são frequentemente contratados por aventureiros e exploradores para documentar territórios inexplorados.
[🔬] • Cientistas
Os cientistas da grande terra, mesclam magia com ciência, sempre em busca de novas descobertas que possam melhorar a vida de seu povo ou oferecer novas armas e defesas contra perigos iminentes.
— Alquimista (⚗️): Mestres na mistura de ingredientes mágicos, os alquimistas criam poções que podem curar, envenenar ou mesmo transformar. Eles também desenvolvem antídotos para venenos poderosos e são frequentemente procurados por suas habilidades curativas e de preparação de substâncias raras.
— Tecnomago (🤖): Inovadores e inventores, os tecnomagos combinam magia com tecnologia para criar golens, autômatos e ferramentas inteligentes. Eles são responsáveis por avanços tecnológicos que facilitam a vida cotidiana, como iluminação mágica, proteção automatizada e máquinas que realizam trabalhos árduos.
[🧰] • Criadores
Os criadores são a força por trás das armas, armaduras, vestimentas e artefatos mágicos. Cada item criado por um deles é uma obra de arte funcional, essencial para a sobrevivência e sucesso em suas aventuras.
— Ferreiro (⚒️): Forjadores de armas e armaduras, os ferreiros trabalham incansavelmente para fornecer as melhores ferramentas para combate e defesa. Suas forjas são locais sagrados de criação, onde o calor e a magia se unem para dar forma ao metal. Muitos guerreiros consideram seus ferreiros como parceiros de batalha.
— Alfaiate (🧶): Mestres em tecer e costurar, os alfaiates produzem roupas, chapéus e vestimentas encantadas que podem oferecer proteção mágica ou aprimorar habilidades. Suas criações são tanto funcionais quanto estéticas, sendo procuradas por aventureiros e a nobreza.
— Tatuador (✒️): Especialistas em marcar a pele com símbolos arcanos, os tatuadores concedem poderes especiais através de tatuagens mágicas. Essas tatuagens podem fornecer desde força extra até proteção contra maldições, tornando seus portadores mais poderosos e resistentes.
— Joalheiro (💎): Trabalham com pedras preciosas e metais raros, criando joias que podem conter encantamentos poderosos. Além de criar adornos de grande beleza, os joalheiros são responsáveis por fabricar amuletos e anéis mágicos que oferecem proteção, aumentam o poder mágico ou canalizam habilidades especiais. Suas criações são muitas vezes passadas de geração em geração, carregando histórias e encantamentos antigos.
[🏭] • Construtores
Os construtores são os responsáveis por erguer as estruturas e defesas que protegem as vilas e cidades. Seus conhecimentos de arquitetura, carpintaria e engenharia são essenciais para a criação de ambientes seguros e confortáveis.
— Carpinteiro (🪚): Trabalhando com madeira e outros materiais naturais, os carpinteiros constroem casas, pontes, barcos e até mesmo palafitas que protegem as vilas contra enchentes. São conhecidos por sua habilidade em criar estruturas que se integram perfeitamente ao ambiente, respeitando e utilizando os recursos naturais de forma sustentável.
— Pedreiro (🧱): Mestres em trabalhar com pedra e argila, os pedreiros constroem muralhas, torres e fortalezas que defendem as vilas contra invasores. Suas construções são duradouras e muitas vezes abrigam importantes segredos, passagens ocultas e armadilhas para proteger os tesouros das vilas.
— Engenheiro (⚙️): Especialistas em construir máquinas e mecanismos, os engenheiros criam desde catapultas até pontes levadiças e outras engenhocas que facilitam a vida dos habitantes ou servem para defesa. Eles combinam conhecimentos de ciência e magia para criar invenções que superam as capacidades tradicionais, sendo inovadores fundamentais em tempos de guerra ou paz.
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Desafio literário • 2024 | Leituras de agosto à novembro
★ 𝐀𝐆𝐎𝐒𝐓𝐎
Um livro que faça parte de uma série/trilogia
A Amiga Genial [Tetralogia Napolitana #1] - Elena Ferrante. Já dizia Lady Gaga: talented, brilliant, incredible, amazing, show stopping, spectacular, never the same, totally unique, completely not ever been done before... e por aí vai. Fiz uma resenha sobre como essa história me arrebatou (ESTOU OBCECADA! | My Brilliant Friend - Elena Ferrante.), apesar do meu receio por conta do hype, e agora só vivo falando dessa obra por todo canto. Por esse motivo, não irei me estender, mas fica aqui a dica: LEIAM, PELAMOR!
Um livro publicado na década de 20
O Curioso Caso de Benjamin Button - F. Scott Fitzgerald. Apesar de não ser muito fã da adaptação, ela me trouxe até a obra original porque é impossível não ficar interessada numa história onde a vida ao avesso fosse possível, e foi uma leitura bem reflexiva. Nascer de forma contrária não importa muito quando a vida é implacável em mostrar como nosso anseio de viver como queremos, no momento que queremos, não será obedecido. Vamos nascer e morrer de forma limitada porque a humanidade é assim, e a sociedade criada não ajuda muito. É um conto curtíssimo mas bom demais para refletir sobre como viver da melhor forma possível.
★ 𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎
Um livro que tenha como tema realeza
Uma biografia
Reinas Malditas - Cristina Morató. Essa biografia é bastante interessante porque evidencia a humanidade na realeza e como o privilégio não tira sofrimento algum - ainda assim, preferia sofrer sendo rica. É muito forte falar que algumas mereceram o destino, mas não aguento que parte delas não sofreriam tanto se tivessem feito o básico. Enfim, uma vida alheia à necessidade básica aliena bastante e torna suas prioridades pequenas demais diante da vastidão que é governar um povo. Que tenham encontrado a paz e liberdade que tanto almejavam nos últimos segundos de vida.
★ 𝐎𝐔𝐓𝐔𝐁𝐑𝐎
Um livro com apenas um nome no título
Galateia - Madeline Miller.
Uma história curta com uma tema delicado onde nada ficou faltando é de se admirar, e a madeline me conquistou de vez com essa capacidade.
Não me recordo de ter conhecido o mito antes, mas sei que a minha criação seria capaz de me fazer pensar que essa história seria um lindo romance e adorei ter visto esse outro lado.
Não me estenderei: leiam!
Um livro inacabado
Blues - Robert Crumb. Sinopse: "Blues" é uma homenagem de Robert Crumb para a música "dos antigos", em especial para a música negra norte-americana do inicio do século XX. Seres legendários como Robert Johnson, Charles Patton, Jelly Roll Morton e seus demônios passeiam por essas páginas, junto com todos aqueles gênios anônimos, amadores apaixonados por uma música verdadeiramente popular, anteriores aos esquemas comerciais da grande Industria Cultural. São histórias que Crumb foi construindo através dos anos , que mostram e criticam as evoluções da musica popular através do século XX. Queria conhecer mais sobre o BLUES e até que trouxe histórias interessantes, mas a forma com que o autor resolveu misturar as histórias me deixou um pouco confusa. Ainda assim, vale a pena a leitura para quem é fã do gênero literário e musical.
★ 𝐍𝐎𝐕𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎
Um livro que é uma reeleitura
Geekerela - Ashley Poston.
Recontos da cinderela sempre servindo ao tirar a ressaca literária com a história gostosinha de uma sofredora dando a volta por cima depois de tanta humilhação e aqui melhora muito com a pitada bem geek de uma fã que encontra no mundo ficcional uma forma de lidar com a realidade do mundo.
Aqui a roda não é inventada, mas a criação de um universo tão aconchegante e inspirador que é Starfield é muito bacana, e a forma com que ele une os protagonistas é divertido demais. A gente sabe qual será o fim, mas isso não atrapalha a ansiedade que vem quando acompanhamos a jornada.
E como o livro fala sobre a força de uma adaptação, espero que esse livro tenha uma e ela seja uma deliciosa romcom nerd. É uma ótima leitura para um feriado.
Um livro ambientado num lugar que deseja conhecer
História do Novo Sobrenome [Tetralogia Napolitana #2] - Elena Ferrante.
"No mundo não havia nada a ser vencido (…) o tempo simplesmente deslizava sem nenhum sentido, e era bom encontrar-se de vez em quando só para ouvir o som disparatado do cérebro de uma ecoando no som disparatado do cérebro da outra."
Eu coloquei esse livro no desafio de "um lugar que deseja conhecer" só porque estava presa na história e PRECISAVA encaixar ela no meu desafio mensal sem me sentir culpada por deixa-la de lado e terminei a leitura totalmente presa à lila e lenu nessa vida completamente caótica. A mão da lina eu não soltei em momento algum, e olha que ela se entregou ao desassossego de uma forma que colocou o mundo dela e os seus abaixo, mas como não fazer? Como não se permitir viver o pouco de prazer que a vida oferece? Ela, que tanto foi oferecida como moeda de troca, precisou redescobrir suas vontades e desejos, mesmo que isso a aproximasse da fatalidade.
Foi por uma pessoa bastante duvidosa? Sim; mas não julgarei.
E o que dizer da lenu cada vez mais reconhecendo que não consegue se afastar porque isso é a chama que a move? A lenu seria uma excelente acadêmica sem a vivência no bairro ao lado da lila, mas ela nao teria o que desperta nos outros a vontade de permanecer na sua escrita pela ordem e força com que as histórias e análises dela são colocadas.
Para além das relações entre as duas, eu me senti totalmente jogada no abismo com a mudança de todos ali. Tornar-se adulto não é fácil, e naquele contexto é pior ainda, então esperava a decaída de alguns, mas não deixei de lamentar a perda da pouca inocência e as diversas decisões equivocadas seguidas porque foi assim que a vida se apresentou.
Enfim, eu poderia fazer um podcast de 50 horas sobre esse livro e ainda faltariam coisas, então só leiam e entendam o motivo dessa história ser colocada como uma das melhores dos últimos tempos.
Enfim por hoje é só. Duvido muito que eu consiga finalizar o desafio de dezembro, mas não me preocuparei porque cheguei até aqui com leituras incríveis, então valeu a pena. Caso a eu do futuro consiga tempo para finalizar, retorno para atualizações. Até!
#desalit#desafio literário#literatura#livros#tetralogia napolitana#geekerela#galateia#o curioso caso de benjamin button#a amiga genial#a história do novo sobrenome#reinas malditas#blues#romance
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Um registro da da oficina de criação literária "Conto curto: a síntese do nocaute", realizada em 28 de julho de 2024 no Centro Cultural Jussara.
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and the years passed like scenes of a show, the professor said to write what you know. lookin' backwards, might be the only way to move forward then the actors were hitting their marks. and the slow dance was alight with the sparks, and the tears fell in synchronicity with the score and at last, she knew what the agony had been for. the only thing that's left is the manuscript, one last souvenir from my trip to your shores. now and then i re-read the manuscript, but the story isn't mine anymore . . .
ㅤㅤ“THE WILD CARDS”: DAS CONTROVÉRSIAS AO NOVO LANÇAMENTO.
Escrito por Roger Smith | Publicitado em 10 de junho de 2024.
ㅤㅤO livro que é listado como best-seller do New York Times e considerado o reavivamento da literatura de ficção científica, recebeu uma atualização de status: o segundo volume, que os fãs especulavam não acontecer, recebeu a previsão de lançamento para o início de 2025 sobre o nome The Wild Cards: Paradox.
ㅤㅤApesar do sucesso estrondoso atual e dos rumores de adaptação pela Apple TV+, nem tudo foram flores na jornada da obra desde o seu lançamento oito anos atrás e trouxemos uma lista com as principais controvérsias para que você possa se inteirar de tudo antes de embarcar nessa viagem.
ㅤㅤㅤㅤ1. O PLÁGIO DE GEORGE R. R. MARTIN.
ㅤㅤNão, The Wild Cards não é uma cópia barata de Uma Canção de Gelo e Fogo, apesar da autora ter dito em inúmeras entrevistas que ama a criação do universo de George R. R. Martin e o tem como uma grande inspiração. Porém, o que muitos apontaram antes do lançamento oficial é que a obra de Viker compartilhava duas semelhanças suspeitas com outra obra de Martin: o nome e o gênero de ficção científica.
ㅤㅤNo fim das contas, o burburinho aumentou o interesse do público geral para que, assim que as primeiras avaliações do livro saíssem e os leitores pudessem devorar a história, todos entendessem que não haviam outras semelhanças em qualquer atributo de escrita e criação da autora. Enquanto a série Wild Cards de Martin se passa em uma Terra de história alternativa contando a história de humanos que contraíram o vírus "Wild Card", a história de Viker se passa em milhares de anos no futuro, com um grupo de cientistas que precisa desvendar os segredos da viagem no tempo para evitar uma catástrofe no tecido do tempo-espaço e salvarem a própria existência.
ㅤㅤㅤㅤ2. O PLÁGIO DE “DE VOLTA PARA O FUTURO”.
ㅤㅤAssim que as acusações sobre Martin caíram por terra, leitores e críticos começaram a traçar semelhanças entre a história com o clássico filme De Volta Para O Futuro (1985), dirigido e roteirizado por Robert Zemeckis. Quando comparados, é possível notar que ambos filme e livro usam veículos para a movimentação entre o tempo além de todos os problemas causados por alterações no decorrer da história, os personagens não parecem ter muita dimensão de que suas ações no seu presente atual irão influenciar futuro e passado de forma descontrolada.
ㅤㅤNo entanto, depois de especialistas em plágio comentarem sobre o assunto e darem pontos de vistas legais, ficou demonstrado que apesar das similaridades, não havia roubo de propriedade intelectual e ambos se inspiraram em teorias científicas reais para desenvolver suas histórias.
ㅤㅤA controvérsia, mais uma vez, pareceu trabalhar a favor de Viker, pois Harold Bloom, o maior crítico literário da atualidade, soltou uma nota sobre The Wild Cards em meio ao caos das acusações:
ㅤㅤAcredito ser muito ingênuo da parte de ambas as comunidades literária e cinematográfica criarem uma narrativa sobre plágio quando estamos falando de um tema tão discutido e utilizado em histórias de ficção científica como viagem no tempo. Bastava ler os primeiros capítulos da história escrita por Guinevere Viker para entender que, apesar de similaridades básica e que podem ser consideradas quase como senso comum, seu enredo está muito mais interessado em aprofundar justamente em teorias científicas sobre tempo-espaço, além de uma discussão filosófica sobre a ética e moral em experimentos. Não podemos tirar o valor de De Volta Para O Futuro e, talvez, tenha sido uma das fontes primárias para essa criação, no entanto enquanto o filme é uma fantasia juvenil, simples e divertida, The Wild Cards é uma análise sobre os mesmos temas, de forma madura e que se assemelha muito mais as narrativas de Isaac Asimov e Frank Herbert, se couber comparações [...]
ㅤㅤㅤㅤ3. EM QUEM RENCE WOODER FOI INSPIRADO?
ㅤㅤRecentemente, com a viralização do livro nas redes sociais do momento como Tik Tok, muitos jovens começaram a tentar descobrir em quem Guinevere Viker se inspirou para escrever Rence Wooder. O personagem principal de The Wild Cards caiu no gosto do público por ser um misto encantador de inteligência e alívio cômico, não se levando a sério mesmo sendo o motor que faz toda a trama girar.
ㅤㅤA investigação teve como base uma resposta de Guinevere Viker dada em entrevista, resgatada por internautas:
ㅤㅤQualquer autor que dizer que não se inspira em pessoas ao seu redor para escrever está mentindo, podem ter certeza disso. Não há material mais interessante e inspirador do que pessoas, então acredito que muitos dos meus personagens sejam simbioses de inúmeros indivíduos que fizeram parte da minha trajetória. Agora, se eu posso dizer quem é quem, não tenho certeza… [risos] Acho que Noÿs, a protagonista de Astrae, é a única que sei em quem é claramente inspirada e foi na minha melhor amiga da época de faculdade, se querem saber. Elas são sarcásticas, duras, ácidas a quase todo momento, mas possuem um universo complexo em expansão dentro delas mesmas. Agora qualquer outro, não vou saber dizer.
ㅤㅤFãs mais jovens da autora começaram a buscar quem poderia ser a possível fonte da sua inspiração. A teoria mais aceita é que o personagem seja inspirado em Lucien LeBlanc, ex-marido da autora e com quem teve um filho na mesma época que o livro foi lançado. Outro concorrente forte é o cantor Hozier, visto que Guinevere comentou em inúmeras entrevistas se sentir muito inspirada pelas músicas do cantor. Existem outras teorias, porém com pouca ou nenhuma evidência, além de que muitos começaram a aceitar que um personagem complexo como Rence só pode ter nascido de uma simbiose, como a própria autora comentou.
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The Saint of Bright Doors
The moment Fetter is born, Mother-of-Glory pins his shadow to the earth with a large brass nail and tears it from him. This is his first memory, the seed of many hours of therapy to come.
É com esta simplicidade que Vajra Chandrasekera coloca The Saint of Bright Doors, o seu romance de estreia, no panteão das mais memoráveis frases de abertura da Fantasia literária.
Mas é mais do que uma bela abertura, é desde logo uma síntese inspirada de alguns dos temas que The Saint of Bright Doors explorará. O gesto de arrancar a sombra a um recém-nascido estabelece desde o primeiro momento tanto a brutalidade e a violência que pautarão a vida daquela criança, futuro protagonista da história, como também a natureza fantástica da trama. E introduz uma dissonância, na referência moderna à terapia, deixando antever o carácter singular do mundo que Chandrasekera irá explorar nas pouco mais de 350 páginas que se seguirão.
Talvez valha a pena começarmos por justamente pelo mundo de The Saint of Bright Doors. O mundo secundário - para recorrer ao termo cunhado por Tolkien, aqui muitíssimo apropriado - que Chandrasekera constrói é espantoso pela forma como puxa por todo um conjunto de elementos mitológicos e fantásticos e os insere num mundo que poderia ser o nosso. Ou mesmo que se assemelha ao nosso, em vários momentos e em vários lugares, demasiadas vezes. Findo o choque do nascimento e da violência do ritual praticado pela sua mãe, cedo deixamos a infância e a adolescência de Fetter para trás para acompanharmos a sua vida de jovem adulto em Luriat, uma cidade moderna, distante da província de Acusdab onde nasceu e cresceu, e não só pela geografia. Pois a Luriat que descobrimos com Fetter uma cidade contemporânea, com prédios de construção se não moderna pelo menos actual, estradas pavimentadas, carros, autocarros e comboios. A cidade é patrulhada por milícias policiais armadas, e toda a burocracia que rege o intrincado sistema político e social está informatizada. Existem grupos de apoio para todo o tipo de pessoas - Fetter, por exemplo, integra um círculo de suporte a "quase-messias", figuras predestinadas que se desviaram, ou foram desviadas, do caminho que lhes estaria designado. Cidadãos fazem campanhas de angariação de fundos para que profetas visitem a cidade nas suas digressões. E por todo o lado se encontram as famosas portas brilhantes de Luriat, um mistério persistente que alguns grupos tentam estudar de forma científica. Dissonância é uma ideia que surge com frequência durante a leitura, mas nunca com uma conotação negativa: a tensão constante entre todos estes elementos é equilibrada na perfeição por Chandrasekera, que nos apresenta um mundo cativante desde as primeiras páginas. Mas no que à construção de mundos diz respeito, é no décimo-segundo capítulo que o autor eleva a fasquia:
There's a story I need to tell you, Mother-of-Glory says, her voice throathy and echoing on the line. Fetter pictures her alone in a vast auditorium, but there are no such places in Acusdab; he imagines her instead squatting, bony and sharp-chinned, on the rocks by the lake, pulling the sky down over her head like a shawl, her voice echoing over the water. It's the story of why my name is Mother-of-Glory, she says, and why your name is Fetter. But I already know this story, Fetter tries to say, but she's already interrupting him. You think you already know this story, Mother-of-Glory says. You've heard versions and fragments from your tutors, your cousins, from people in Acusdab. But you've never heard it from me, so let me tell you what's true.
Não exagero aqui: a fundação mitológica deste capítulo (do qual este trecho é a apenas o início), e por conseguinte de todo o livro, merece figurar ao lado da Ainulindalë de Tolkien ou da criação de Earthsea de Ursula K. Le Guin. E a belíssima prosa de Chandrasekera eleva consideravelmente o texto: é rica e evocativa, dando a cada momento a intensidade necessária; transporta o leitor com facilidade para aquele mundo, e torna-lhe difícil (impossível?) ficar indiferente à paixão, à mágoa e à fúria de Mother-of-Glory. É uma passagem a todos os níveis impressionante, e mais ainda por toda ela ser narrada numa conversa telefónica.
(Sim, também há telefones em Luriat)
No que à trama diz respeito, The Saint of Bright Doors segue Fetter, filho de Mother-of-Glory, uma poderosa feiticeira (termo algo desadequado aqui, mas que julgo servir) da província de Acusdab e de um profeta famosíssimo no mundo mais alargado, o Perfect and Kind. Este foi um pai ausente para Fetter; uma referência distante e difusa, presente apenas no destino violento para o qual Mother-of-Glory o educou desde o berço. Fetter, porém, tem outras ideias sobre o seu próprio destino, sobre a sua existência, sobre os poderes aparentes que possui (para além de não ter sombra, consegue pairar o ar com facilidade, e tem uma curiosa, ainda que pouco testada, imunidade ao fogo), e sobre a sua educação. Mas se em Luriat não encontra uma vocação ou um propósito, pelo menos encontra um espaço para existir por si só. Algo que dura pouco tempo, claro: conhece as pessoas certas (ou erradas, dependendo do ponto de vista), desperta nele uma curiosidade crescente a propósito das portas brilhantes, e dá por si a percorrer um caminho que poderá aproximar-se perigosamente do destino que renegara. O ritmo da trama não será o mais rápido, admita-se, mas funciona e serve um propósito: as deambulações do enredo são também reflexo do carácter incerto e inseguro de Fetter, e são essas características - essa incerteza, essa insegurança - que o tornam num protagonista tão fascinante. E Chandrasekera nunca escolhe para Fetter o percurso mais previsível, nem cede à tentação de explicar tudo. Pelo contrário: haverá pontas soltas, mistérios por explicar, caminhos que parecem conduzir a lugar nenhum mas que são fundamentais para a nossa compreensão de Fetter e do seu mundo. Esta constante subversão de expectativas segue até ao final, com as suas reviravoltas apertadas e estimulantes - o autor espalha pelos textos algumas red herrings, mas todas as armas de Checkov são disparadas, ainda que possam por vezes apontar a alvos surpreendentes.
Para um leitor como eu, cujas principais referências mitológicas e de fantasia literária são as ocidentais, nota-se nos mitos que Chandrasekera tece, no mundo "moderno" que constrói, e na própria trama que vai desenrolando por caminhos com frequência inesperados, a existência de um conjunto de referências muito próprias e de um subtexto muito particular, decerto oriundo da cultura de Sri Lanka, país do autor. Não vou fingir que terei alcançado todas as dimensões desse subtexto e dessas influências - longe disso -, mas essa estranheza, digamos assim à falta de palavra melhor, ou esse desconhecimento, em algum momento me afastou do texto. Pelo contrário: cada passagem aguçou-me a curiosidade, fez-me querer saber mais, ganhar o entendimento que me terá faltado. Para mim, The Saint of Bright Doors foi sem dúvida um livro para alargar horizontes, de tal forma que revelou um daqueles raros livros que tive vontade de reler mal terminei a leitura: tendo visto aquilo que o autor fez, quis regressar ao texto e perceber como o fez, e porventura porque o fez. Não segui logo para a releitura, claro - a pilha de livros vai longa, e tenho aqui tanta coisa tão promissora para ler -, mas sei que será uma questão de tempo. The Saint of Bright Doors é um livro formidável, mais ainda quando nos lembramos de que é apenas o primeiro livro de Vajra Chandrasekera. Que venham os próximos.
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Lançamento da Nova Edição de "Os Contos das Bruxas Antigas"
por O COLUNISTA.
No último final de semana, Ottery St. Catchpole tornou-se palco de um evento mágico sem precedentes, à medida que bruxos e bruxas de todas as partes se reuniram para celebrar o lançamento da aguardada nova edição de "Os Contos das Bruxas Antigas". O evento, realizado nos extensos campos da encantadora vila, transcendeu as expectativas, proporcionando uma jornada imersiva nas narrativas que há gerações fascinam a comunidade bruxa.
A idílica vila de Ottery St. Catchpole foi meticulosamente transformada em um ambiente mágico que ecoava as eras retratadas nos contos. À entrada, os visitantes foram saudados por representações encantadas de criaturas mágicas, enquanto os campos circundantes se tornaram palco para exposições temáticas dedicadas a cada uma das histórias. Poções mágicas efervescentes, feitiços de iluminação e animais fantásticos contribuíram para a atmosfera vibrante e cativante do evento.
Dentro da tenda principal, bruxos e bruxas tiveram a oportunidade única de participar de leituras dramáticas conduzidas por atores mágicos renomados, dando vida às narrativas emocionantes da nova edição. Encontros exclusivos com os autores e ilustradores da obra permitiram aos fãs explorar os bastidores da criação, mergulhando ainda mais fundo nos mistérios dos contos.
Os campos ao redor da vila foram transformados em áreas temáticas dedicadas a cada história, proporcionando aos visitantes uma imersão completa nos mundos mágicos dos contos. De duelos de feitiços a exibições de magia prática, cada canto da vila ofereceu uma experiência única e interativa.
O evento contou com a presença de bruxos e bruxas famosos, cujas conquistas no mundo mágico adicionaram um toque especial à celebração. Além disso, revelações surpreendentes sobre o processo de criação da nova edição foram compartilhadas durante uma mesa-redonda com os envolvidos na produção.
O lançamento da nova edição de "Os Contos das Bruxas Antigas" em Ottery St. Catchpole não apenas deslumbrou os presentes com sua magia única, mas também estabeleceu um novo padrão para eventos culturais mágicos. Esta celebração inspiradora prova que, mesmo no futuro, as tradições literárias mágicas têm o poder de unir comunidades e encantar corações com suas histórias atemporais.
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Ulises Carrión
Os livros interativos são ferramentas para estimular a participação ativa do leitor, convidando-o a explorar e interagir com o conteúdo de maneiras não lineares. Essa abordagem rompe com a passividade da leitura tradicional, incentivando a criatividade e a interpretação pessoal. Ele acreditava que essa interatividade poderia transformar a experiência de leitura em uma colaboração entre o autor e o leitor, proporcionando uma experiência mais rica e envolvente.
Ao promover a ideia de livros interativos, também se enfatizava a importância de explorar novas formas de expressão literária, abrindo espaço para experimentação e inovação. Para ele, essa abordagem desafiadora poderia ampliar os horizontes da criação literária e expandir a definição tradicional do que um livro poderia ser.
Por :Rosecler F. Nery
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QUESTÃO DE HONRA | Um Conto de Legião: A Era da Desolação por Newton Nitro | NITROCONTOS
QUESTÃO DE HONRA Um conto de Legião: A Era da Desolação por Newton Nitro – https://linktr.ee/newtonnitro Cerco da Cidade-Estado de Tédralos,1112 A.D. — O que a Capitã Keranina Carniceira quer, Arauto Zirkoth? O anão das sombras sorriu e disse: — Esta cidade está condenada, Capitã Samadeva. No entanto, os três mil guerreiros da Legião do Chacal não precisam morrer junto com as tropas tolgarianas.…
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Artur Azevedo: O trabalho literário do patrono do teatro
2024 é ano do 169º aniversário do escritor e dramaturgo maranhense Artur Azevedo. Conheça um pouco das obras literárias de um dos maiores patronos do teatro, e como seu trabalho discutia as questões sociais. #ArturAzevedo #TrabalhoLiterário
Hoje, 7 de julho, comemora-se o 169º aniversário do escritor, dramaturgo e jornalista Artur Azevedo. Nascido em São Luís, capital do Maranhão, em 7 de julho de 1855. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ao lado do irmão, o também escritor Aluísio Azevedo (1857-1913). Também foi um dos maiores articuladores para a criação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no entanto,…
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Disjunção e afeto em Tarkovsky: Stalker (1979) e os Strugatski
(24 de Novembro de 2023)
O diretor-tradutor é um poeta: “retira os signos de um determinado ‘lugar’ e os coloca novamente em ‘rotação’ numa busca de diferentes espaços para sua realização”. Na poética de Tarkovsky, a poesia é o produto final do fazer cinematográfico, pois o cineasta é movido pela criação inspirada pela alma, em um ofício que fala muito sobre o espírito do artista e sobre o sentido da obra de arte. Sua estética é movida pelo potencial afetivo da arte, buscando associações poéticas que provocam memória e emoção.
Para o cineasta, a arte é uma revelação transcendental que pode mudar a realidade. Em suas palavras: “A arte deve transcender e também observar [a realidade]; seu papel é trazer visão espiritual para influenciar a realidade: do mesmo modo que fez Dostoievsky, o primeiro a expressar de forma inspirada o mal do século”. Em 1979, Andrei Tarkovsky dirigiu um filme cujo roteiro foi inspirado no romance de ficção científica Piquenique na Estrada, de 1972, dos irmãos Arkádi Strugatski e Boris Strugatski.
INTRODUÇÃO
Piquenique na Estrada, que é grande sucesso do gênero sci-fi, ganhou várias traduções e foi exportado para mais de vinte países. A partir dos estudos sobre adaptação e tradução intersemiótica, vamos buscar entender como o filme Stalker (1979) conta a história de Roadside Picnic. Nossa análise parte da perspectiva de que diretor e tradutor fazem parte da criação da narrativa, uma vez que capturam sua poiesis de uma obra e a transportam para outro ferramental técnico, nesse caso, outra linguagem artística, o cinema.
A novela dos irmãos Strugatski conta a história de Redrick Schuhart, um stalker que vive do comércio ilegal de artefatos alienígenas. A narrativa se passa em um mundo pós-apocalíptico em que a “visitação” extraterrestre já aconteceu e é descrita como um piquenique na beira da estrada. O protagonista é responsável por vagar dentro de uma zona perigosa e misteriosa de tecnologia extraterrestre, em busca de artefatos apropriados para venda – por isso stalker, perseguidor. Nessa Zona, há um lugar conhecido por ter uma Bola Dourada, capaz de realizar qualquer desejo.
Já o filme trabalha com cenários reais para representar a zona e a Bola Dourada, que nesse caso é um quarto dos desejos. Tarkovsky não abordou tecnologia alienígena para explicar a zona ou a causa de um mundo em ruínas. O diretor-tradutor, no entanto, aplica elementos de sua poética para realizar o romance dos Strugatski em filme. Dentre as técnicas principais, vamos trabalhar com disjunção temporal e associação poética, ambas descritas pelo cineasta em Esculpir o Tempo, livro de 1984.
Como material de apoio, selecionamos, além do Sculpting in Time, tradução para o inglês por Kitty Hunter-Blair, uma resenha deste elaborada por Luiz Bagolin e Magali Reis (2011), e trechos da dissertação de mestrado de Fabrícia Dantas (2011), cujo tema foi exatamente a adaptação dos livros dos irmãos Strugatski em Stalker (1979). Ainda sobre a análise comparativa, utilizamos um ensaio de John Riley (2017) sobre fantologia (hauntology) e ruínas em Stalker (1979), publicado no Journal of Film and Video. Por fim, o estudo prévio de Teoria e prática da adaptação: Da fidelidade à intertextualidade, de Robert Stam (2006), sedimentou a ponte teórica, possibilitando uma análise técnica e não moralista da adaptação da literatura em filme.
TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA
A noção de fidelidade, quando o assunto é adaptação e tradução, vem perdendo lugar na crítica literária. Um exemplo disso é o desenvolvimento teórico sobre a suposta superioridade e hierarquia do texto original sobre a adaptação/tradução, que vem sendo questionada muitas vezes sob os vieses anticolonial, pós-estruturalista e da crítica da tradução (STAM, 2006). Esta última destaca o papel do tradutor como autor e releitor da obra traduzida. Entende-se, sobretudo, que a tradução é a poiesis de um texto realizado em outro; e o mesmo ocorre com adaptação, que já aparece na teoria como “tradução intersemiótica”, devido ao seu caráter de trânsito entre diferentes linguagens artísticas.
Além de a tradução intersemiótica dar conta da realização poética de uma linguagem artística em outra, ela também considera os textos já produzidos, pois sua essência relacional a coloca sempre em contato com um Outro que veio antes. Assim, a tradução intersemiótica “tem em vista esse diálogo entre o passado e o presente e a criação de uma identidade nova para o objeto traduzido. A tradução intersemiótica é uma poética sincrônica” (DANTAS, 2011, p. 28).
Nosso entendimento é de que cada texto é um evento discursivo que remonta a uma trama de diversos outros discursos (o “já-dito”, que também pode ser entendido como intertexto). Portanto, os textos são movidos pela dialética constante entre a história e o sujeito do discurso, isto é, entre o passado e o sujeito que o lê, interpreta e cria. A adaptação, então, é uma transposição poética (às vezes bem literal por delimitações mercadológicas) de um discurso em outro, cuja linguagem artística se manifesta através de uma poética própria, muitas vezes com acréscimos do sujeito e do momento histórico em que se produz. Nessa visão, não há supremacia do original sobre o adaptado, tampouco da literatura sobre o cinema (STAM, 2006). A adaptação nasce como uma fonte de criatividade, fruto da releitura que o processo de tradução intersemiótica possibilita.
O diretor-tradutor é um poeta: “retira os signos de um determinado ‘lugar’ e os coloca novamente em ‘rotação’ numa busca de diferentes espaços para sua realização” (DANTAS, 2011, p. 30). Na poética de Tarkovsky, a poesia é o produto final do fazer cinematográfico, pois o cineasta é movido pela criação inspirada pela alma, em um ofício que fala muito sobre o espírito do artista e sobre o sentido da obra de arte. Sua estética é movida pelo potencial afetivo da arte, buscando associações poéticas que provocam memória e emoção.
Para o cineasta, a arte é uma revelação transcendental que pode mudar a realidade. Em suas palavras: “A arte deve transcender e também observar [a realidade]; seu papel é trazer visão espiritual para influenciar a realidade: do mesmo modo que fez Dostoievsky, o primeiro a expressar de forma inspirada o mal do século”[1] (TARKOVSKY, 1989, p. 96, tradução nossa). Assim, poeta e cineasta não se contentam em descrever o mundo: participam de sua criação e instigam a mudança através do refinamento da sensibilidade.
Em seu Sculpting in Time, Tarkovsky (1989) elabora partes de sua concepção sobre arte. Para Bagolin e Dos Reis (2011, p. 272), o cineasta segue uma “ética-estética que passa por Horkheimer e Adorno, para depois subordinar a crítica sobre a indústria cinematográfica a um discurso sobre o espírito do artista e sobre o sentido da obra de arte”. A aesthesis do diretor-tradutor valoriza a autonomia do receptor, e por isso é uma estética de semântica ampla, que incentiva o potencial interpretativo dos sujeitos que a confrontam. A principal ferramenta narrativa adotada pelo cineasta é a associação poética e imagética, porque ela provoca os afetos ideais e estimula a sensibilidade artística do receptor, associando memórias, emoções, tempo e o ser da arte.
Outra característica de suas obras é a dilatação ou contração do tempo. Se a memória é importante, é porque é a matéria-prima do ser humano: “Tempo e memória se fundem; (...) É bem óbvio que, sem o Tempo, a memória também não pode existir”[2] (TARKOVSKY, 1989, p. 57, tradução nossa). Assim, Tarkovsky constantemente faz uma reelaboração artística do passado, usando ruptura e descontinuidade temporal. A ideia é que o tempo disruptivo possa gerar uma unidade inteligível, mas paradoxal, que o diretor chama de “conceito espiritual”: “Memory is a spiritual concept!” (TARKOVSKY, 1989, p. 57).
Só que Stalker (1979) é a adaptação de uma narrativa que se passa no futuro.
FUTURO DO PASSADO
A novela tem como personagem principal Redrick Schuhart, ex-funcionário dos laboratórios do Instituto Internacional das Culturas Extraterrestres que usa sua proximidade com a agência para ter acesso ilegal às áreas de visitação extraterrestres, conhecidas como Zonas. A “visitação” é apresentada logo no início da narrativa, e é explicada através da analogia a um piquenique na beira da estrada: os visitantes vieram, fizeram seu piquenique, aproveitaram a paisagem e deixaram os lixos do passeio para trás. Depois da visita, alguns laboratórios foram criados ao redor de seis zonas de contato para estudar o mistério dos restos de tecnologia alienígena. Nessa realidade pós-apocalíptica, as idas de Redrick à Zona Harmont são motivadas pela busca por artefatos alienígenas para comércio ilegal, o que confere a ele o ofício de stalker (ou perseguidor).
O livro Piquenique na Estrada (1971) está inserido na discussão sobre a pouca importância dos seres humanos em um universo povoado por outras civilizações: “Por que vocês, cientistas, têm tanto desdém em relação ao ser humano? Por que é que sempre tentam rebaixá-lo?” (STRUGATSKI, 2017, p. 209). A novela foi publicada na União Soviética apenas dois anos após o pouso da Apolo 11 na lua, durante a corrida espacial da Guerra Fria. Indo contra às narrativas de ficção científica dominantes, a novela gira em torno da realidade de um homem comum, desempregado, em busca de subsistência em um planeta devastado.
Na quarta parte do livro, stalker guia um grupo de exploradores em busca da “Bola dourada”, um artefato que promete realizar desejos. O protagonista aprendeu a contornar as armadilhas da Zona, e por isso tem mais experiência – como Hermes, é um conhecedor de caminhos. Redrick sabe que a expedição deve estar em harmonia com a Zona, uma vez que ela segue uma lógica própria que não deve ser negligenciada. Para Dantas (2011, p. 52), “a Zona é um símbolo da consciência de um homem que se encontra diante de uma ameaça, que, para transcender tal situação, precisa conviver com a possibilidade da existência de seres de inteligência superior a sua”.
("Voyage d’Hermès" (Moebius, 2010): Hermes é mensageiro e navegante entre os mundos, ou zonas).
Um dos participantes da expedição decide tocar a Bola Dourada, enquanto o stalker, hesitante e sem entusiasmo, sussurra seu pedido: “Felicidade para todos!… De graça!… O quanto quiser!… Venham todos para cá! Dá para todos!… Ninguém será injustiçado!” (STRUGATSKI, 2017, p. 292). A novela é caracterizada por um simbolismo abstrato sobre a possibilidade da felicidade diante da insignificância do ser humano no universo, diante da humilhação avassaladora deixada pelo explorador. Já o cineasta traz a discussão sobre o espírito e a consciência humana sem dar importância para a explicação extraterrestre da narrativa dos irmãos Strugatski: há um stalker, uma Zona em ruínas e um quarto onde os desejos são realizados. Stalker (1979) dá vazão às reflexões sobre a relação do homem com o ambiente que o rodeia, trazendo elementos da poética transcendental do diretor-tradutor ao postular uma relação mística com a natureza.
Enquanto o livro traz como problema a presença e tecnologia extraterrestres, o filme não explica a Zona e nem o quarto, mas se concentra em vê-los simplesmente como o Outro. Ao filme não interessa saber a origem da Zona. Segundo Dantas (2011, p. 46) “A linguagem de Stalker propõe vazios que provocam o espectador a revisitá-los para tentar preenchê-los por meio de uma nova apreciação”. Trata-se das associações poéticas da estética de Tarkovsky, que não tem interesse em fazer o controle do sentido. Sua tradução intersemiótica permitiu que se trabalhasse as questões mais filosóficas da ficção científica, além de mover o eixo temporal para o passado sem impactar a poiesis do livro. A partir da releitura e recriação do texto literário, “O que se afirma aqui é claramente a soberania do diretor, de seu critério de autoria, sobre a edição do que foi primeiramente interpretado e captado” (BAGOLIN; DOS REIS, 2011, p. 270).
Para Riley (2017), a novela dos irmãos Strugatski sugere fortemente o futuro, enquanto o filme de Tarkovsky remonta ao passado. Riley identifica nas ruínas que compõem a Zona, em Stalker (1979), a reminiscência de um Estado russo industrializante e de uma concepção dominante de avanço tecnológico. Aqui, a Zona é ambientada nas ruínas de uma antiga fábrica russa desabitada e por isso mesmo com o domínio da natureza sobre o concreto do edifício. O ambiente do filme integra os homens à natureza e aos artefatos, contando uma história de decadência e fracasso em seus cenários: “Pelo fato de ruínas não serem intencionais, elas podem se tornar um monumento do fracasso”[3] (RILEY, 2017, p. 21, tradução nossa). Mas fracasso de quê?
A deslocação do tempo, na poética de Tarkovsky, é muito mais uma técnica do que uma escolha vazia. O diretor-tradutor articula e remonta o tempo de modo a criar lacunas propositais a serem preenchidas pelo receptor, a quem é responsabilizado o esforço da interpretação. Memória é um conceito espiritual. Assim, o tempo desconjuntado, onírico até, faz parte de sua trama artística. Porém, as condições de produção do texto-filme são constitutivamente históricas, já que é um discurso como qualquer outro. Riley (2017) argumenta, a partir do conceito de fantologia, que Stalker (1979) representa o fracasso do futuro prometido pelo imaginário soviético, tanto dos anos 30 quanto dos anos 70, em que o filme foi produzido. Ou seja, a “visitação”, em Stalker (1979), tem a ver com a presença fantasmagórica das ruínas, símbolo do fracasso soviético, uma constante memória da frustração. O argumento é de que a narrativa de Tarkovsky se passa no passado e no presente, em um mundo assombrado pela era soviética do pré-guerra e pelo legado dos gulags.
Porém, as associações poéticas do diretor-tradutor não precisam do passado literal para desencadear afeto com lastro em memória. Isto é, mesmo com uma narrativa que se passe no presente ou no futuro, é possível fazer associações poéticas que desencadeiem rastros de memória vinculadas ao passado. Aliás, Tarkovsky diz que “O filme pretendia fazer a audiência sentir que tudo aquilo estava acontecendo aqui e agora, que a Zona está ali ao nosso lado”[4] (TARKOVSKY, 1989, p. 200, tradução nossa).
Zonas, aliás, são objeto de muita discussão na literatura. Muros e regiões cercadas são carregados de símbolos os mais variados, desde uma versão edênica do mundo e da humanidade até uma versão nada amistosa e que representa perigo. É sempre uma divisão: “A visita paranormal que dividiu o mundo em dois (...) também cria um espaço e tempo desconjuntado”[5] (RILEY, 2017, p. 24, tradução nossa). Tarkovsky, por exemplo, usa tons sépia para distinguir momentos dentro da Zona.
No caso dessa narrativa, a Zona é um local que representa a presença de um Outro muito estranho e misterioso; é um lugar cheio de armadilhas e tem uma lógica própria com a qual o stalker deve estar em harmonia. É também um lugar em que os desejos se realizam, e por isso simboliza a esperança diante do desconhecido. Para Dantas (2011), a Zona figura, além de um espaço de diálogo entre a natureza a humanidade, também:
Restos do velho estado russo e sua concepção de mundo dominante, fortemente racionalista, destruído pela pregnância da Zona. Ou seja, ela é o resultado de uma sociedade individualista e racionalista em demasia e, que por isso mesmo, desperta a reflexão sobre a possibilidade de cooperação entre os sujeitos e tudo que está à sua volta. (DANTAS, 2011, p. 42).
Sobre este tópico, Tarkovsky diz: “Em Stalker, eu faço uma espécie de declaração plena: a saber, que apenas o amor é – milagrosamente – prova contra a afirmação grosseira de que não há esperança para o mundo”[6] (TARKOVSKY, 1989, p. 199, tradução nossa). Assim, a Zona de Redrick Schuhart é, dentre outras coisas, a mensagem humanista de esperança frente ao individualismo excessivo – note-se que o quarto dos desejos só foi alcançado em conjunto. No filme, a Zona não é um espaço alheio ao ser humano: ela é, também, povoada de história. Se o livro coloca ênfase na solidão da humanidade diante da vastidão do universo, o filme mostra um ambiente que torna o homem próximo, parte de algo. Nesse sentido, Tarkovsky realiza a narrativa dos Strugatski em conformidade com sua aesthesis filosófica, profundamente sensível e manifestamente ontológica – isto é, ele produziu uma narrativa que fala sobre o ser do homem, da consciência e da vida.
TEM CONCLUSÃO?
Ambas as obras comunicam algo de filosófico sobre a consciência humana. Em sua tradução intersemiótica, o diretor-tradutor realiza sua autonomia como autor de uma nova camada da narrativa dos irmãos Strugatski. O filme é o retrato da leitura feita pelo cineasta, e isso é a captura da poiesis do texto. Tanto livro quanto filme expressam algo de existencialista sobre a humanidade: o primeiro, quando traz a frustração do homem ao perceber sua insignificância diante da vastidão do universo, e o segundo, ao mostrar a desolação da humanidade em um cenário de ruínas e fracasso.
Memória é um conceito espiritual, relativo à alma e à episteme humana, para Tarkovsky. Sua poética exprime exatamente isso em Stalker (1979), uma vez que as associações poéticas relacionadas ao afeto e à memória desembocam em uma reflexão tão humanista, de teor transcendental no quarto dos desejos. Alguns afirmam que Tarkovsky tirou a ficção científica para falar da consciência humana, mas a verdade é que a matéria-prima do filme já estava no livro. A obra dos Strugatski não é menos filosófica, existencial ou “culta” por ser ficção científica; ao contrário, a ficção científica é o motor para imaginar uma novela com elementos tão fantásticos como o Piquenique na Estrada, que deu origem ao filme.
Se Tarkovsky trabalha com o passado e os Strugatski com uma realidade futurista, então o tempo da narrativa poderia estar em um intervalo na história que satisfizesse todos os autores. Porém, o caráter fantológico (hauntological) de Stalker (1979), junto à montagem com ênfase em distorção temporal, faz com que o filme de Tarkovsky seja essencialmente fora do tempo. Ele trabalha com a disjunção temporal. Não é preciso o passado para falar de memória, especialmente quando as associações poéticas fazem o papel de se conectar com o imaginário do receptor. A memória não é literal, ela é sugerida, e por isso não precisa do passado.
Tanto a Bola Dourada quanto o quarto dos desejos representam a busca por felicidade em um lugar estranho e misterioso. Sobre a Zona, Tarkovsky diz que:
As pessoas constantemente me perguntam o que a Zona é e o que ela simboliza, e fazem conjecturas ferozes sobre o assunto. Essas perguntas me reduzem a um estado de fúria e desespero. A Zona não simboliza nada, nada mais do que qualquer outra coisa em meus filmes: a zona é a zona, é vida, e quando alguém segue na direção dela, pode sucumbir ou atravessar.[7] (TARKOVSKY, 1989, p. 200, tradução nossa).
A falta de felicidade, que justifica sua busca, pode ser resultado tanto da industrialização prometida pelo imaginário soviético da Guerra Fria, quanto do extremo individualismo promovido pela ideologia dominante do capital. Vale lembrar que enquanto Stalker (1979) se passa nas ruínas de uma empresa soviética, Piquenique na Estrada (1972) mostra fortes indícios de se passar no ocidente. A busca pela felicidade é o elemento comum, porque Tarkovsky extrai a essência filosófica da narrativa dos Strugatski e a transforma na parte central de seu filme, dando uma nova perspectiva e importância para o que, no livro, estava dissolvido. Na tradução intersemiótica, tudo se transforma – é o caráter da adaptação, afinal.
Antes de tudo, é uma história sobre esperança. Tanto Tarkovsky quanto os irmãos Strugatski, que aliás participaram da escrita do roteiro do filme, falam sobre a possibilidade de se alcançar a felicidade em um mundo supostamente destruído e abandonado. Em ambos os casos, o que está em jogo é a felicidade da pessoa comum, é a poesia da pessoa comum.
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NOTAS DE FIM
[1] Em inglês, na tradução de Kitty Hunter-Blair: “But art must transcend as well as observe; its role is to bring spiritual vision to bear on reality: as did Dostoievsky, the first to have given inspired utterance to the incipient disease of the age”.
[2] Em inglês, na tradução de Kitty Hunter-Blair: “Time and memory merge into each other; (...) It is obvious enough that without Time, memory cannot exist either”.
[3] Texto original: “Because ruins are largely unintentional, they can become a monument to failure”.
[4] Em inglês, na tradução de Kitty Hunter-Blair: “The film was intended to make the audience feel that it was all happening here and now, that the Zone is there beside us”.
[5] Texto de origem: “The paranormal visitation that has cleft the world in two (...) also creates disjointed place and time”.
[6] Em inglês, na tradução de Kitty Hunter-Blair: “In Stalker I make some sort of complete statement: namely that human love alone is — miraculously — proof against the blunt assertion that there is no hope for the world”.
[7] Em inglês, na tradução de Kitty Hunter-Blair: “People have often asked me what the Zone is, and what it symbolises, and have put forward wild conjectures on the subject. I'm reduced to a state of fury and despair by such questions. The Zone doesn't symbolise anything, any more than anything else does in my films: the zone is a zone, it's life, and as he makes his way across it a man may break down or he may come through”.
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REFERÊNCIAS
BAGOLIN, Luiz Armando; DOS REIS, Magali. Resenha de "Esculpir o Tempo" de Tarkovski, Andrei. Matrizes: O ethos e o sensível, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 5, n. 1, pp. 267-272, dez./2011. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=143022280016. Acesos em: 21 nov. 2023.
DANTAS, Fabrícia Silva. Tradução intersemiótica como poética das relações: interfaces entre poesia e cinema em Stalker de Tarkovski. 2011. 116 f. Dissertação (Mestrado em Literatura e Interculturalidade) – Centro de Educação, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2011.
RILEY, John. Hauntology, Ruins, and the Failure of the Future in Andrei Tarkovsky’s Stalker. Journal of Film and Video, University of Illinois Press, v. 69, n. 1, p. 18-26, mar./2017. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/10.5406/jfilmvideo.69.1.0018. Acesso em: 18 nov. 2023.
STALKER. Direção: Andrei Tarkovsky. Estônia, União Soviética: Janus Films, 1979. 1 filme (163 min), sonoro, legenda, color., 35mm.
STAM, Robert. Teoria e prática da adaptação: da fidelidade à intertextualidade. Ilha do Desterro: A Journal of English Language, Literatures in English and Cultural Studies, Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, n. 51, pp. 19-53, dez./2006. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/4783/478348689002.pdf. Acesso em: 21 nov. 2023.
STRUGÁTSKI, Arkádi; STRUGÁTSKI, Boris. Piquenique na Estrada. 1. ed. São Paulo: Aleph, 2017.
TARKOVSKY, Andrei. Sculpting in Time: Tarkovsky The Great Russian Filmaker Discusses His Art. Tradução: Kitty Hunter-Blair. 2. ed. Texas, EUA: University of Texas Press, 1989.
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Colecção Cénica, #7
A não edições e o Um Coletivo acabam de publicar O MARINHEIRO / A MAIS TERNA ILUSÃO, livro duplo, ilustrado por João Concha, para celebrar os 110 anos da escrita de O MARINHEIRO, de Fernando Pessoa, e os 10 anos da estreia de A MAIS TERNA ILUSÃO, dramaturgia de Ricardo Boléo a partir de textos seus, de Cátia Terrinca e da referida peça de Pessoa.
Do livro: https://livrosnaoedicoes.tumblr.com/post/729621204697268224/colecção-cénica-7-o-marinheiro-a-mais-terna
/// Pedidos via [email protected] /// Em breve nas livrarias habituais: https://naoedicoes.tumblr.com/livrarias
"Quando estreámos, a 13 de dezembro de 2013, A MAIS TERNA ILUSÃO, nome que demos ao espetáculo em que eu e o Ricardo Boléo escrevemos a partir de O MARINHEIRO, tivemos algumas dúvidas de autoria: colocar-nos-íamos como autores do texto, ao lado de Fernando Pessoa? Essa autoria partilhada pressuporia uma cumplicidade, ou não? O que pensaria Fernando Pessoa se o tivéssemos convidado para escrever connosco? O teatro é um lugar de fantasmas. O MARINHEIRO também os chama. E, agora, tudo isto me parece óbvio — o tempo só o é depois de passar. Por isso, sei que esse texto foi iniciático. (…) Ofereceu ao UMCOLETIVO a matriz poética do labor: foi a partir desta pedra que abandonámos a aparência do teatro para fazermos um pacto com aquilo que nele nos assombra." /// Cátia Terrinca
"O MARINHEIRO, peça de teatro que Fernando Pessoa denominou 'drama estático em um quadro', foi publicada no primeiro número de Orpheu. Numa carta a João Gaspar Simões, datada de 11 de dezembro de 1931, Fernando Pessoa diz: 'O ponto central da minha personalidade como artista é que sou um poeta dramático'. Pessoa quer assim rejeitar a ideia de que é ‘apenas’ um poeta mesmo quando escreve poesia. E em Tábua Bibliográfica, o autor afirma que a individualidade dos seus heterónimos 'forma cada uma uma espécie de drama; e todas elas juntas formam outro drama', unidade dramática a que Fernando Pessoa chamou 'drama em gente'. Com a criação destas individualidades, não apenas literárias mas com biografia definida, várias maneiras de ser, várias estéticas, interações entre si e também com Pessoa ortónimo, o autor tinha em vista a produção de uma obra de arte total de revelação das almas. /// Ricardo Boléo
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Esta edição coincide com o 10.º aniversário do UMCOLETIVO (estrutura financiada pela República Portuguesa - Direcção-Geral das Artes) e também com o da não (edições), em actividade desde 2013.
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