#armazém
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secosmolhadoseafins · 1 year ago
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zemaribeiro · 2 months ago
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Ceumar e seus companheiros em comunhão com a plateia
Webster Santos, Luiz Cláudio, Josias Sobrinho e Ceumar, ontem (25), no Teatro Arthur Azevedo – foto: Zema Ribeiro O primeiro dos dois shows que Ceumar traz à São Luís na circulação com que celebra seus 35 anos de música, realizado ontem (25), no Teatro Arthur Azevedo (o segundo é hoje, 26, às 18h) foi uma demonstração de que a música é uma profissão de fé, capaz de promover uma verdadeira…
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cycoidea · 8 months ago
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Imaginokupa #2
Armazém Fandango No encontro de esquina entre as ruas Donati e Kanno Suga há um imóvel que serviu de abrigo, durante décadas, a um antigo armazém gerenciado por duas gerações da família Maldonado. O armazém, bem tradicional, vendia peças de frigorífico, charcutaria, laticínios e embutidos industrializados para os habitantes do bairro Jardim. Com o falecimento precoce do patriarca da segunda…
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luiscosta13 · 2 years ago
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Nem Sei o Que Dizem Vai Comprar Novo Armazém
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gastronominho · 4 months ago
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7ª Brooklin Taste celebra 2024 no clima natalino
Programa que passou a ser um dos favoritos de quem mora pela Zona Sul, ou circula pela área, o festival de gastronomia e entretenimento acontece nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro
Programa que passou a ser um dos favoritos de quem mora pela Zona Sul, ou circula pela área, o festival de gastronomia e entretenimento acontece nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro Brooklin Taste tem nova edição, aberto ao público, onde acontece novamente na Praça Lions Monções, região da Berrini, com cerca de quarenta expositores de diversas gastronomias e palco para shows. Para as…
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robotibilidade · 7 months ago
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MENTEEBOT: Robô Autônomo de Alta Eficiência
O mercado de automação está em constante evolução, e o MENTEEBOT surge como uma solução inovadora tanto para residências quanto para armazéns. Desenvolvido com tecnologia de ponta, este robô se destaca pela capacidade de executar diversas tarefas de forma eficiente e autônoma. No contexto doméstico, o MENTEEBOT demonstra sua destreza em tarefas cotidianas, como arrumação de mesas, lavagem de…
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michellebruck · 1 year ago
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Tem maneira mais gostosa do que começar a semana recebendo um mimo da @donalucinhamatriz e @trigoartecia ?
Gratidão gigante a essas duas equipes maravilhosas e bora degustar essas delícias mineiras da Dona Lucinha e da Trigo Arte.
Tenho certeza que você vai gostar!
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narizentupidocartazes · 2 years ago
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[2015] 30 de Novembro | Os Mutantes | Ganso | Armazém F - Lisboa
Cartaz [Carolina Cordeiro]
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mondomoda · 2 years ago
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Chefs Campinas 2023 no domingo, 16/07
Outback, Elixir Restaurant & Lounge Bar, Armazém Cambuí, Pallure Gelateria, Delícias Árabes & Campinas Café Festival, Prime Italian, Estação Marupiara, Raizes Zen, Sulinas Parrila e Restaurante, Bellini, Kindai, Cacau Craveiro, Projeto Social Jovem Chef, Kansa Barbacue, Cabanha Campestre 53, Temby´u Ete, Casa Malta, Bronco Burger, Bar Candreva, IGA Escola de Gastronomia e Confeitaria, Original…
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tecontos · 3 months ago
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Fui putinha do meu primeiro patrão por quase 3 anos.
By; Dayane
Eu me chamo Dayane, hoje tenho 23 anos, acompanho o Te Contos a 1 ano e gostaria de contar um ocorrido comigo.
Os meus 18 anos foi uma época complicadinha. Meus pais me davam uma vida boa, mas humilde, pois tinha certas coisas que eles não podiam me dar e eu queria muito!! Por isso sai para procurar emprego... Não conseguia em lugar algum, pois eu nunca havia trabalhado na vida. Totalmente sem experiência estava determinada a achar qualquer coisa, mas ninguém me aceitava.
Até que fui em um armazém, chegando lá perguntei ao balconista onde estava o patrão dele. Ele respondeu que estava no andar de cima. Então subi as escadas e bati na porta que estava fechada. Uma voz rude e grossa gritou lá de dentro pedindo para eu entrar. Assim que o fiz vi que ele era um homem que aparentava ter uns 40 anos e tinha a expressão de ser bem sério, porém quando me viu mudou completamente a expressão de seu rosto.
Para ajudar vocês a imaginar minha história irei me descrever: eu tenho cabelos compridos e castanhos, boca carnudinha, seios cheínhos e duros com bicos empinados pra cima, barriginha definida, uma bunda bem empinada, grande e toda arrebitada.
Ele ficou todo educado e perguntou o que eu desejava. Falei que estava atrás de emprego e ele, olhando direto ao meu decote, me ofereceu emprego dizendo que eu podia começar amanhã mesmo!
Fui pra casa toda contente, mas percebi que ele ficou com tara por mim pelo jeito que olhava no meu decote. Eu como já sou bem taradinha já pensei: Bom se isso me favorece porque não?!
No outro dia acordei cedo, tomei banho e coloquei uma calcinha rosa que não é fio dental, mas agarra toda na minha bundinha entrando no meu reguinho, uma saínha preta deixando toda minha coxa de fora e um blusa branca de alcinha bem decotada de um jeito que meus peitos ficassem bem a mostra.
Indo para o trabalho percebi que estava bonita, pois os homens da rua me viam e mexiam comigo, me chamando de gostosa e outras coisas. Eu fingia que nem ouvia, mas adoro quando mexem comigo deste jeito.
Chegando lá entrei e meu patrão estava a minha espera, ele parecia muito ansioso! Passei pelo balconista que quase me comeu com os olhos.
Então meu novo chefe disse ao balconista para me mostrar o que eu tinha que fazer. Ele disse que eu tinha que mostrar onde estavam os produtos para os clientes, só que eu estava toda assanhada e resolvi dar uma provocadinha me abaixando para pegar um produto, fiquei com a bundinha voltada para ele mostrando minha calcinha rosa toda atochada no meu rego.
Ele disse: - Isso, assim mesmo que pega, vai... –
Devolvendo a provocada. Eu me levantei, cheguei pertinho dele com meu decotinho todo a mostra, e perguntei se eu estava pegando direitinho. Quase engolindo meu decote com os olhos ele gostou da idéia e me pediu pra pegar outro produto que estava embaixo, Claro que eu obedeci e fui pegar o tal produto. Então ele veio por trás e senti minha bunda bater nele, o acertando em cheio no seu pau que estava duro.
Percebi que ele fez de propósito e dei uma gemidinha me levantando e pedindo desculpas. Ele disse que tudo bem que não era para eu me preocupar, pois estava fazendo direitinho tudo o que ele estava me explicando. Então pediu para eu achar o óleo para ele e eu encontrei “novamente bem embaixo” só que ele ficou ao lado quando me agachei.
Percebi que ele fez isso para ver o meu decote, acho que de onde ele estava podia ver até a metade da auréola de um dos meu bicos, eu me levantei com o óleo na mão e entreguei a ele, na sua frente eu arrumei meu decotinho dando uma subidinha, notei que meus bicos já estavam bem durinhos e bem marcados no decote.
Então ele foi cuidar de seu servi��o e me deixou lá trabalhando. Mas trabalho não tinha nada! Ninguém aparecia naquele lugar. Eu ficava rebolando pela loja, deixando o balconista louco, mas acho que ele deveria ser tímido, pois não tentava mais nada.
Então o tempo passou, durante umas 3 semanas, era pouco cliente na parte da tarde, eu ficava desfilando e provocando eles ate que em uma tarde eu queria um vale, pois de noite eu pretendia sair, mas estava com vergonha de pedir. Pensei um pouco e tomei coragem indo para a sala do chefe. Bati na porta e ele pediu para eu entrar.
Quando entrei cheguei perto da sua mesa e perguntei se ele podia me adiantar alguma coisa (faltava uma semana, ou menos que isso para eu completar o mês e eu receber o meu salário). Ele perguntou de volta que antes de me adiantar algo eu teria que adiantar meu trabalho também. Eu tinha certeza que ele queria era me comer, mas não sabia se ele estava falando disso. Então perguntei o que ele queria a mais de mim.
Ele se levantou, chegando bem perto, e com uma mão segurou minha cintura e com a outra pegou na minha nuca me lascando um beijo na boca.
Nossa aquilo me surpreendeu! Subindo pela minha cinturinha ele encaminhou sua mão por debaixo da minha blusinha chegando aos meus seios os apalpando bem gostoso, então tirou sua boca da minha e afastando as alcinhas da minha blusinha deixou meus seios de fora com os bicos durinhos de tesão a mostra. Apalpando meus seios ele dizia que era isso que ele queria e começou a me mamar, chupava minha aurelinha contornando com a língua o meu biquinho me deixando toda molhada.
Como já estava entregue, resolvi fazer o que eu estava querendo: peguei no pau dele e comecei a apalpar sentindo que estava duríssimo. Me pareceu que era grande e então abri a cinta da calça dele, e me abaixei e pus seu pau para fora da cueca, ele parou de chupar meu seio para me ver pegando no cacete. O pau dele não era enorme, mas era um cacete de homem mais velho, grosso, peludo e com um baita cabeção.
Não era como dos namorados que já haviam me comido. Envolvi minhas mãos naquela pica e dei uma puxadinha para deixar toda cabeça a mostra, dei uma chupada na cabeça, deixando uma babinha escorrer. Voltei com a boca naquele cacete delicioso, mas mamando bem gostoso, eu chupava movimentando minha cabeça para frente e para trás o segurando na base.
Apesar de não ser tão grande era bem grosso de uma forma que não cabia muito bem na minha boca. Isso me fazia salivar e babar bastante no seu cacete me dando muito tesão. Eu o sentia pulsar dentro da minha boca enquanto ele falava que eu chupava muito bem.
Ele não aguentou mais e me levou até a sua mesa onde me deitou, então começou a tirar minha saia me deixando apenas de calcinha, ele abriu minhas pernas, afastou minha calcinha para o lado e meu deu uma chupada na buceta que fiquei louca. Ele sugava, lambia meu grelinho, com minha bucetinha atolada em seu rosto, chupou até eu gozar na sua boca.
Então ele se levantou, arreganhou mais minhas pernas e pegou no pau mirando e o introduzindo todo na minha bucetinha toda molhada. Nossa eu me sentia uma putinha dando pra ganhar dinheiro. E dava estocadas de leve, me comendo enquanto eu dava gemidinhas louca de tesão. Aquele pau grosso e cabeçudo entrando em mim, eu gemia muito e dava gritinhos.
Então ele tirou o pau, me puxou da mesa e me virou de costas para ele e enterrou na minha bucetinha. Ele me chamava de cadela e eu estava morrendo de tesão sentindo aquele cacete grosso e duro escovar minha bucetinha. Foi quando ele tirou seu pau e me virou, eu já fiquei de joelhos, pois eu já sabia o que ele ia me dar.
Levei uma gozada no rosto, ele esguichou muito fazendo aquela porra grossa e quentinha escorrer do meu rosto. Então nos limpamos e ele foi até a mesa, puxou a gaveta e pegou o dinheiro e me deu! Eu me senti uma putinha profissional.
A partir dessa transa eu literalmente virei uma putinha dele, eu tava sempre dando pra ele na sua sala, no motel, e em idas a casa de praia que ele tem pra foder com ele, e sempre recebendo dinheiro por isso.
Foram quase 3 anos eu com esse emprego.
Enviado ao Te Contos por Dayane
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geniousbh · 1 year ago
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⸻ 𝒍𝒔𝒅𝒍𝒏 𝒄𝒂𝒔𝒕 𝒂𝒔 𝒃𝒐𝒐𝒌 𝒕𝒓𝒐𝒑𝒆𝒔 📖✒️
parte 1: felipe otaño e simón hempe
obs.: oi gatinhas, irei repartir esse prompt em 3 partes porque sinto que ficaram grandes e não quero que fique maçante de ler!!! sintam-se a vontade para comentar comigo e dar ideias! atualmente me sinto confortável para escrever com seis deles (enzo, matí, pipe, simon, kuku e fran), e ainda estou criando coragem pra escrever coisas mais explícitas e bem desenvolvidas
obs.²: provavelmente vão ter alguns errinhos aqui e ali e pfvr não me matem na parte do simón, é tudo ficção que que isso gente é brincadeira, calma lá
tw.: menção à religião/catolicismo (plmdds SEM a intenção de ferir ninguém e nenhum costume ou crença), cnc (é muito ligeiro, porém contextualmente no do hempe), espanhol fajuto. mdni
𝒑𝒊𝒑𝒆: romance de verão + strangers to lovers 
verão de 2023, punta cana, república dominicana. você conversa animadamente com as outras meninas que te ajudam a arrumar as mesas de café da manhã do hotel. apesar de não fazerem parte da equipe da cozinha e sim da equipe de atividades ao ar livre e recreação, o resort onde você tinha arranjado intercâmbio cultural para desenrolar ainda mais seu espanhol (portunhol) estava lotado. 
na noite anterior haviam recebido um grupo enorme de jovens vindos do uruguai, argentina e chile, por isso todos ficaram sobrecarregados. é claro que, para recompensar as tarefas a mais, o gerente havia dito que os intercambistas poderiam participar do lual que aconteceria no outro final de semana, o que era razoável ao seu ver. 
na quarta você ajudava com atividades de trilha, na quinta ficava no espaço kids e na sexta era na praia, ajudando os instrutores de surf. pelo menos, nas duas últimas semanas havia sido assim, mas naquela em específico, as aulas de surf nas quais você apenas auxiliava carregando boias e pranchas pra cima e pra baixo tinham ficado mais interessantes. 
você puxou o ar entredentes em uma expressão dolorosa quando deixou uma das latas de metal com parafina cair no seu mindinho enquanto tentava colocar uma prancha pequena de volta no suporte dentro do armazém, mas o susto foi maior quando uma mão grande pousou na sua cintura te dando apoio. "necesitas ayuda, linda? aquí", você viu braços torneados tomarem o objeto de suas mãos e colocarem facilmente no lugar certo. deu alguns passos para trás e sorriu ao ver o rapaz ali. 
os cabelos num tom castanho claro, totalmente bagunçados, as maçãs do rosto cobertas por sardinhas, os lábios carnudos e os olhos da mesmíssima cor que tinha o mar lá fora. não sabia por quanto tempo havia ficado ali parada, acanhada e com as bochechas ligeiramente coradas o encarando, mas havia sido tempo suficiente para que o rapaz desse um risinho soprado sem jeito e estendesse a mão "felipe... pipe. y tú?" 
seu nome se embolou na sua língua e o sorriso que felipe deu ao repeti-lo com o sotaque argentino fez com que suas pernas fraquejassem um bocado. ele não podia entrar no armazém, você informou, era apenas para funcionários. "ah si, pero me dijeron que sabes cómo llegar a la playita, no?" 
e no caminho até lá, ele te explicava que estava de férias com um grupo de amigos e familiares, e que na verdade não precisava das aulas de surf então haviam dito que ele poderia surfar na prainha onde nenhuma criança ou iniciante o incomodaria. e o otaño não sabia se era protocolo ou não que você o esperasse ali (não era), sentada na areia, enquanto ele arriscava uma onda ou outra, mas por algum motivo seu peito se enchia de um sentimento incomum e muito bom. 
depois da praia tiveram outros momentos, como quando ele ficara até tarde na sacada do quarto, fumando um paiero com a desculpa de que o sono não vinha, mas na verdade era porque ele conseguia ver a área de funcionários onde você estava conversando e comendo com os colegas. ou quando você havia prontamente se voluntariado para substituir um dos instrutores de trilha na segunda, tendo visto o nome do garoto com olhos cor de mar na lista. trocaram olhares silenciosos inúmeras vezes no trajeto até o topo do monte e quando regressaram, felipe te segurou o ombro com delicadeza, te fazendo virar para ele, curvando o rosto e ficando a centímetros de distância só para tirar "uma folhinha" presa no seu cabelo. 
era tudo tão sutil com ele, quieto, mas tão profundo e ambos sabiam exatamente o que estava acontecendo. 
no entanto, foi apenas durante o lual que ele deu o primeiro passo, te chamando para dançar uma música quando o dj subitamente decidiu colocar uma melodia mais lenta. as mãos grandes e um pouco ásperas dele seguravam firme em sua cintura enquanto ele inspirava seu perfume, afundando o rosto na curvatura do seu pescoço. você deixava já que também aproveitava da proximidade para sentir o corpo forte dele contra o seu e com a pontinha dos dedos os músculos nos ombros e nuca do maior. 
quando pipe entrelaçou os dedos nos seus, te encarando com aqueles olhos meigos que transbordavam, a pergunta foi muda, mas você assentiu antes que ele sorrisse de canto e a puxasse para longe dali.
➵ e digo mais! se existisse qualquer dúvida sobre o que vcs estavam sentindo depois do primeiro beijo não restaria nenhuma. e ele vai querer te beijar mais e mais e mais, não só na boca, mas o corpo inteiro. você teria complicações já que o gerente começaria a desconfiar depois de ver um felipe otaño MUITO bagunçado e amassado saindo do banheiro de funcionários enquanto amarra os cordões do shorts e passa a mão pelos cabelos.
𝒔𝒊𝒎𝒐𝒏: paranormal/religioso + monster fucking
seu primeiro ano na casa de formação de freiras não estava sendo fácil. talvez fosse por sua história, ou então por ter duas tatuagens pequenas (uma perto do pulso e outra na parte detrás do braço). de qualquer maneira, as outras irmãs em formação não iam com a sua cara ou com o fato de que você já era bem mais velha que a maioria das garotas ali entre 14 e 18 anos. 
pra piorar, tinham três semanas que você vinha sofrendo alguns tipos de ataque. não físicos, mas espirituais. via sombras e silhuetas com o canto dos olhos, sentia calafrios quando o dia estava ensolarado e ficava febria em algumas partes do corpo bem específicas quando a temperatura caía, além de ter a sensação de que não vinha descansando nada durante o sono. 
quando decidiu conversar com as irmãs superiores, a única instrução que recebera fora a de rezar não somente o pai nosso antes de dormir, mas rezar a ave maria, para que esta lhe acalentasse. e, na primeira noite em que o fez, adiantou. na segunda, apesar de ter demorado a dormir (porque jurava ter ouvido um ranger de passos no chão de madeira de seu dormitório, que não tinha mais ninguém além de você), também conseguiu. e depois de cinco noites bem dormidas, sua guarda baixou, e no sexto dia, sua consciência já cansada da rotina de afazeres não se lembrou de reza alguma antes de se afundar nos lençóis macios. 
o cochilo estava bom, seu corpo num estado de relaxamento intenso, a brisa que soprava da janela era fresca, e a mão que lhe acariciava os fios languidos era um deleite depois de tanto tempo sem qualquer tipo de afeto. seus olhos abriram de forma arregalada, no ímpeto, quando seu cérebro processou a informação, mas o quarto estava um breu só para ver qualquer coisa, além disso... a janela estava fechada, e brisa alguma entrava em realidade. 
ouviu um estalar de língua sarcástico, vindo do mesmo canto onde ouvira o chão de madeira ranger dias atrás, seguido de uma voz rouca e grave "te asusté, pequeña?", sua vontade era de perguntar quem estava ali e se sabia que numa casa de formação eram proibidas figuras masculinas, mas suas cordas vocais não te obedeciam. "sin respuesta, eh? pero cuando estuviste orando todo estos días para que me fuera... ay! me dolió mucho". o chão chiou quando a silhueta caminhou para fora da penumbra até onde fachos de luz do luar iluminavam e bem ali à sua frente estava um dos homens mais lindos que já tinha visto. 
era alto, grande, a pele parecia ter um tom oliva quente e o sorriso que sustentava fez seu coração disparar alguns batimentos, não vestia camisa e usava uma calça de linho preto. quando este se sentou na beira da cama e se prostou sobre si, voltando a enrolar uma mecha de seu cabelo nos dedos compridos, você soltou um resmungo, impedida de falar. apesar de seus olhos ainda atentos e bem abertos, você não sentia medo, mas sim uma curiosidade e inquietação perigosas. 
"sshh... tranquila... aunqué no lo mereces, cuidaré bien de ti", sussurrou em seu ouvido, te fazendo boquiaberta quando a sensação úmida e quente da língua alheia se fez presente em seu lóbulo. a mão grande deslizou de seu cabelo, delineando sua bochecha e rodeando seu pescoço por meros segundos, com a ponta dos dedos cuidadosos, sentindo a textura do pequeno terço que usava. a corrente prateada adornada com algumas pedras e pérolas, e o crucifixo no pingente. 
"que lindo collar tienes... te molesta emprestarme, cariño?", o sorriso que o maior lhe deu, agora bem mais de perto, mostrava seus caninos afiados enquanto tirava a peça de si, colocando nele mesmo. sua mente tentava racionalizar o que acontecia ali, apesar de que no fundo de seu coração você soubesse o que se passava. a madre sempre dizia que era importante elevar os pensamentos e orações para que sempre vibrasse amor e paz, mas você era fraca... o único maior problema que este era que a presença daquele ser em seu quarto não te deixava mal ou com medo, mas te fazia lembrar do pouco que havia vivido antes de adotar uma vida celibatária e de abnegação. 
sua atenção era tomada de volta somente quando os lábios dele a beijavam o ombro desnudo, onde a manga da camisola escorregara. um arfar escapou seus lábios sentindo o peso do corpo grande acima do seu. "desde que el gato te comió la lengua...", o homem segurou seu que rosto com uma só mão fazendo com que você percebesse ainda melhor como era desproporcionalmente maior que você, fazendo com que o encarasse. "te enseñaré que hay mejores cosas para adorar".
➵ e depois disso amgs seria só slap no flap da tcheca mesmo, o adorno de cruz na parede virando de ponta cabeça (não por causa de atividade paranormal e sim porque a cada vez que ele metesse a cabeceira da cama de solteiro bateria contra até o negócio cair), o teu tercinho no pescoço dele agr batendo bem no seu rosto enquanto ele te come de forma animalesca, mas sem deixar de te worshipar muito porque sabe que você tá há tempos sem um chamego e capaz de quando você tivesse pra gozar ficasse "meu deus, eu" e ele te cortasse na lata pra dizer "no hay ningún dios en eso cuarto, mi amor"
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shield-o-futuro · 1 month ago
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Mini contos dos JV — #9 || Abby Wilson & Sam Barnes
O ar da noite estava fresco contra seus trajes enquanto Sam Barnes e Abby Wilson estavam no telhado, com vista para o armazém abaixo. Nova York zumbia abaixo deles, sirenes distantes e carros buzinando se misturando ao ruído branco. A missão era simples: vigilância. Observar, relatar e, se necessário, intervir. Mas Sam não parecia muito inclinado a só observar.  
— Deveríamos esperar por reforços. — Abby murmurou, ajustando a tira de seus óculos. Pelo visor examinou o perímetro, captando mais de duas dúzias de guardas armados patrulhando a área. — Tem mais deles do que esperávamos.
Sam zombou, revirando os olhos, enquanto massageava os ombros. 
— E? Qual o problema? Você tem suas asas. Eu tenho punhos e facas. Ficaremos bem.
Abby soltou um suspiro lento. 
— Patriota.
— Asa Vermelha. — Sam retrucou, imitando seu tom.
— Não, sério. — Abby insistiu. — Nem sempre precisamos nos jogar no meio das coisas.
Sam se virou para ele com um sorriso torto. 
— Me diz, qual o sentido de ser um cara que aguenta um golpe se não vou atrás de uns?
— Essa é a pior lógica que eu já ouvi na minha vida, e olha que eu já tive que ouvir coisas muito questionáveis da Gaviã Arqueira.
— Ela me entenderia.
— Claro que sim. Por isso o Soldado Estelar está limitando as missões de vocês dois juntos. Vocês se arriscam demais.
Sam balançou a cabeça e fez um gesto de desdém com a mão.
— Vocês é que se preocupam demais.
Abby balançou a cabeça, contrariada com a teimosia do amigo.
 — Sabe o que eu acho? Que você é tipo um cacto.
Sam piscou, confuso. 
— Não entendi.
Abby soltou uma pequena risada debochada, cruzando os braços. 
— Porque você pode ser morto mais fácil do que as pessoas acreditam. Incluindo você mesmo.
Sam bufou e levantou um dedo.
— Ok, primeiro, rude. Segundo... talvez você tenha um bom ponto. E terceiro, não vou morrer porque sei o que estou fazendo.
Abby levantou as duas mãos em resposta.
— Você sempre diz isso.
— E eu já estive errado alguma vez?
Abby bufou mais uma vez e beliscou a ponta do nariz. 
—Um dia desses, você pode não estar, e aí, sou eu quem vai ter que tentar explicar pro seu pai como você morreu.
— Meu pai me conhece muito bem, ele sabe que você não teria culpa alguma. Seu problema seria falar com a Zen e explicar isso pra ela. — Ele brincou, mas Abby não riu. Apenas encarou Sam, que suspirou, parecendo ficar mais sério. — Olha, eu entendo sua cautela. E acho que você está certa por preferir chamar reforços. Então faça isso. Mas aqueles caras ali embaixo estão prestes a contrabandear armas muito perigosas, que eu realmente quero impedir de chegar nas ruas. Temos que agir agora se não quisermos perder a vantagem.
Abby acompanhou seu olhar para o armazém logo abaixo e então jogou a cabeça para trás. Depois de pensar um pouco, ajustou seu equipamento. 
— Ok, tá, vamos fazer do seu jeito. Podemos lidar com isso. Mas por favor, tome cuidado, ok? Não se arrisque demais, senão eu vou bater em você.
Sam levantou três dedos. 
— Palavra de escoteiro.
Abby revistou os olhos, pronta para acionar seu comunicador.
— Você nunca foi escoteiro, seu safado.
— Mas eu teria sido um ótimo escoteiro se tivesse tido a chance.
— Tenho minhas dúvidas.
Os dois trocaram um olhar cúmplice. Abby acionou seu comunicador e avisou a base, e assim que desligou o mesmo, Sam abriu um sorriso, já se movendo para a borda do prédio.
— E aí? Vamos trabalhar ou o que?
Abby murmurou um palavrão baixinho e o seguiu
— Da próxima vez, vou pedir pra trabalhar com a Megan.  
— Sei que isso é só da boca pra fora. 
Dito isso, Sam se jogou, e depois de revirar os olhos mais uma vez, Abby abriu suas asas mecânicas e o seguiu para a ação.
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NOTA: Três contos em um dia, nem eu sei o que tá acontecendo, mas não se acostumem. Só tive uma enxurrada de inspiração, e vendo uns prompts, acabou que saíram algumas coisinhas no meu tempo livre. Não sei se estão ficando bons, mas pelo menos estão saindo. Comecei com essa dupla, porque essa semana temos a estreia do filme do Capitão América, e achei que esses dois mereciam um pequeno destaque, porque são uma dupla interessante!  Como eu disse lá na JJ, quero tornar esses contos mais curtinhos e simples mais frequentes por aqui, porque acho que eles são legais. Vocês podem sugerir personagens que gostariam de ver em contos futuros, se não, vou só fazendo o que minha criatividade mandar e vou postando :) Já estou com algumas outras ideias, vamos ver o que faço com isso!
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culturix · 4 months ago
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Esqueceram-se de mim... em Glasgow!
12 Novembro'24, Cinema NIMAS
Podia ser este o nome do filme, mas não!
On Falling de Laura Carreira
Duração: 104' Ano de produção: 2024 País: Reino Unido, PT Idioma: EN, PT  Legendas: PT, EN
O filme é sobre uma portuguesa, cansada de empacotar sonhos alheios num armazém. O sonho dela é ter uma vida além das dos pacotes e códigos de barras.
Uma comédia dramática sobre a procura por um respirar mais feliz, embalada com muito humor negro e uma pitada de rebeldia. 
Será que ela conseguirá escapar à sua própria prisão das caixas de encomendas?
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On Falling é uma explosão de criatividade! A sinergia entre a equipa técnica e a interpretação visceral dos atores resultou numa obra-prima. O resultado final é simplesmente cativante!
Conta com um elenco que entregou performances intensas e autênticas, contribuindo para a imersão do espectador na narrativa:
Joana Santos é Aurora, a nossa portuguesa perdida em Glasgow. Com uma atuação visceral, Joana leva-nos numa montanha-russa de emoções, da solidão mais profunda à esperança mais radiante. 
Inês Vaz é uma atriz versátil com uma carreira sólida e diversificada entre o teatro, cinema e televisão. Marcada pela busca constante de novos desafios artísticos, a sua Vera deve ter sido bastante desafiante de trabalhar. Surpreendeu-me, pela positiva.
Piotr Sikora mostra que é um camaleão da arte de representar. Comediante, e improvisador, salta da premiada comédia, “1670”, considerada a Melhor Série de Televisão de Ficção, para o grande ecrã  adaptando-se perfeitamente a este novo desafio. Kris, um dos inquilinos da casa onde vive Aurora. Piort prova que comediante também sabe ser dramático.
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LAURA CARREIRA, a realizadora
Quem diria que uma portuguesa, perdida nas terras altas da Escócia, iria conquistar o mundo do cinema? Laura Carreira começou tímida, mas não demorou para se tornar uma das estrelas mais brilhantes do cinema independente. Desde que "Red Hill" (2018) acendeu a chama em Edimburgo, Laura não parou de nos surpreender. "The Shift" (2020) em Veneza e agora "On Falling". Laura prova que a Escócia não é só whisky e kilts. É também o berço de grandes talentos. "On Falling" será apenas o começo de uma longa e brilhante carreira?
Esta obra cinematográfica ganhou vários prémios, incluindo a  Silver Shell para Melhor Realizador no Festival de Cinema de San Sebastián e o prémio de Melhor Primeira Longa-Metragem no BFI London Film Festival.
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KARL KÜRTEB, o director de fotografia
É impossível não ficar indiferente ao belíssimo trabalho de Karl Kürten, o mago das luzes e das sombras que transformou On Falling numa experiência visual sedutora. Cada plano é uma obra de arte, cada cena, um convite a um mundo de glamour e mistério. 
Já agora, aproveitem e vejam  também “Kitz” mais um belíssimo trabalho de Kürten, disponível na Netflix e Prime Video, creio. Deliciem-se. 
Parabéns a todos os envolvidos por esse trabalho incrível!
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trinitybloodbr · 1 month ago
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Trinity Blood - Reborn on the Mars Volume I - A Estrela do Lamento ----------------- ⚠️ ESSA OBRA EM HIPÓTESE ALGUMA É DE MINHA AUTORIA. TRADUÇÃO REALIZADA DE FÃ PARA FÃS. NÃO REPUBLIQUE OU POSTE EM OUTRAS PLATAFORMAS SEM AUTORIZAÇÃO. SE CASO POSSÍVEL, DÊ SUPORTE AOS AUTORES E ARTISTAS COMPRANDO AS OBRAS ORIGINAIS. ⚠️ -----------------
Não sabe por onde começar? Confira o Roteiro de Leitura (。•̀ᴗ-)✧!!!
Capítulo 3: O Cavaleiro da Traição
— Estão aí!?
— Não, por aqui não... Mas onde diabos eles foram!?
Na passagem subterrânea iluminada pelas lâmpadas fluorescentes, um enxame de botas militares se movia apressadamente de um lado para o outro. O som baixo de rosnados vinham dos cães militares farejando o ambiente. Para procurar apenas duas pessoas, era um exagero e tanto. Ou será que ainda havia outros partisans em fuga?
— O Segundo Pelotão deve ir para o Bloco B! O Primeiro Pelotão, sigam-me! Revistem novamente os arredores do armazém!
Continuando a berrar com sua voz rouca e irritante, Radco’n virou seu imenso corpo. Nem ele, nem os soldados que o seguiam de volta estavam atentos ao teto, apesar de manterem certa vigilância no chão. Por isso, ninguém percebeu o par de olhos redondos e brilhantes que os observava da abertura de ventilação.
— .........
Mesmo depois que o som das botas militares e os gritos ásperos se afastaram, os óculos redondos permaneceram imóveis por um tempo. Só quando teve certeza de que o local estava completamente deserto, ele recuou lentamente pelo duto. Mantendo uma postura inclinada como a de um lagarto, deslizou habilmente para dentro de uma das aberturas na parede.
Era um corredor estreito. Provavelmente, antes do 'Grande Cataclismo’ — o ‘Armagedom', quando este lugar era utilizado como um abrigo nuclear, ele servia como um espaço de manutenção para os sistemas elétricos. Enquanto tomava cuidado para não bater a cabeça no teto, que brilhava com a luz azulada da tinta fluorescente, Abel se levantou com cautela.
— Ah, estamos cercados. Cada canto está completamente bloqueado. Os outros devem ter sido capturados ou conseguiram escapar... Até entendermos a situação, é melhor não nos movermos daqui.
A temperatura próxima ao ponto de congelamento tingia sua respiração de branco. Ainda assim, o padre alto parecia reunir toda a sua alegria. Com uma expressão que mais lembrava alguém aproveitando o sol em um dia morno de outono...
— Bem, está tudo bem. Aqui, não seremos facilmente encontrados. Eventualmente, eles vão desistir. Quando isso acontecer, daremos um jeito de escapar e nos reuniremos com os companheiros, certo?
— Será que ainda há companheiros com quem possamos nos reunir?
A voz da garota encolhida era tão vazia quanto sua expressão.
Era como se toda a vitalidade tivesse se esvaído. Os olhos lápis-lazúli, belos, mas sem alma, deslizavam pelo chão como os de uma boneca sem sentimentos. Seu rosto inexpressivo nem parecia sentir o frio.
— Com certeza, todos foram capturados e mortos... todos, assim como a Reverenda e os outros.
— Não diga isso, Esther-san.
Enquanto colocava sua capa sobre os ombros dela, Abel balançou a cabeça como se estivesse repreendendo-a.
— Não pode dizer esse tipo de coisa. Não está decidido que todos os que foram capturados tenham sido mortos. Pode haver pessoas que conseguiram escapar. Isso mesmo! Além disso, veja, ainda há a unidade destacada do Dietrich-san...
— Pare de tentar me confortar!
A garota, tapando ambos os ouvidos, gritou histericamente.
— Todos acabaram envolvidos por minha culpa. Se ao menos eu não tivesse feito isso... Fui eu quem matou a Reverenda e os outros!
— Mesmo que não tivesse nenhuma relação com os partisans, mais cedo ou mais tarde, o Marquês da Hungria teria atacado a igreja. Por alguma razão, ele odiava a igreja... O ataque à igreja e o que aconteceu com a Reverenda e a todos outros não foi culpa sua.
— Mas, se eu tivesse sido mais cuidadosa, talvez tivesse conseguido convencer a Reverenda e os outros a deixarem a cidade mais cedo. Se isso tivesse acontecido...
— Isso era impossível. Você também sabe disso, não é? Esther-san, pare de se culpar por algo que estava além do seu alcance. Não temos tempo para isso. Agora, é hora de pensar no que você precisa fazer.
— ...O que precisa ser feito agora?
Nem precisava pensar. Precisava resgatar os companheiros capturados. Precisava salvá-los antes que se tornassem como Vitéz e os outros... Mas como?
— É impossível, Padre...
Ao abaixar a cabeça novamente, Esther fixou o olhar na poeira do chão.
— Eu não tenho mais ninguém... É impossível. Eu... não posso mais lutar.
— Não tem ninguém? Haha, Esther-san, parece que você se esqueceu de um aliado poderoso, não é?
— ...Eh?
Havia mais alguém?
O olhar da garota, que se ergueu em confusão, foi suavemente capturado pelos olhos por trás dos óculos redondos. Inclinando-se para trás de maneira presunçosa, Abel apontou para o próprio rosto com um ar de grande confiança.
— Bem aqui. Não estou eu aqui presente?! Eu estou do seu lado!
— ......
Como se fosse o protagonista de uma ópera barata fazendo uma pose teatral, o padre inflava as narinas. Sem querer, Esther olhou fixamente para ele. Esquecendo-se até mesmo das palavras que deveria dizer, ela o encarou atentamente.
— ......
— ......
— ............
— ............
— ..........................
— .......................... Hã. Isso é meio embaraçoso.
'Puff'.
Dos lábios da garota, escapou um sopro de ar. Em seguida, ela abaixou o rosto, completamente vermelha. Por outro lado, como se estivesse indignado, Abel ergueu o olhar para o céu.
— Aah! Que pessoa mais rude! E eu aqui, disposto a oferecer minha ajuda!
— É... é que... é que...
Ela não conseguiu dizer mais nada. Sem conseguir conter a súbita crise de riso, Esther continuou a tremer os ombros. Risadas suaves e condizentes para seus dezessete anos escapavam em pequenos murmúrios. O padre, escutava com alegria, ouvindo esse som pela primeira vez desde que chegaram à cidade.
—... Obrigada, Padre.
Depois de rir bastante, Esther sacudiu a barra de sua roupa e se levantou. Seu rosto ainda estava pálido, e as olheiras sob seus olhos continuavam as mesmas. No entanto, a luz estava começando a retornar ao seu olhar.
Era hora de ir. Não havia tempo para ficar choramingando e sentindo pena de si mesma.
— Vamos... De alguma forma, precisamos escapar daqui. Se apenas esperarmos até que eles desistam, a vida de todos estará em perigo.
— Hum. Isso faz sentido. Então, que tal explorarmos um pouco mais este corredor? Se encontrarmos um caminho que se conecte bem ao metrô...
— Se houver uma rota assim, é por aqui.
Soltando um hálito branco, Esther começou a caminhar à frente de Abel. O estreito corredor de teto baixo se curvava de maneira complexa, mas, no essencial, era um caminho único. Pelo menos, não havia risco de se perder.
— A propósito, Padre, posso perguntar uma coisa?
Esther, que caminhava a passos rápidos, ao virar a quinta esquina, de repente se lembrou de algo e fez uma pergunta.
— Antes, não era uma situação em que eu pudesse perguntar, mas...
— Sim, o que seria?
— ‘AX’... o que é isso? E um ‘Agente Executor’?
— .......
Uma resposta imediata não veio. Se isso ocorreu porque o padre estava concentrado em evitar o teto baixo ou se havia outra razão, Esther não sabia. Sem entender, ela insistiu na pergunta.
— Há pouco, o Marquês da Hungria disse. Ele chamou você de 'Agente Executor'... O que é isso?
Não era como se Esther tivesse perguntado com um significado profundo. Por isso, até mesmo o tom sincero da voz que veio de trás foi algo inesperado para ela.
— Esther-san, na verdade, há algo que eu preciso contar a você.
— Eh?
Ao parar instintivamente, Esther virou-se para trás. O padre, que também havia parado, tinha uma expressão séria — não, talvez até atormentada — que fez seu peito se apertar em choque.
— O-o que houve, Padre Nightroad? Por que essa cara tão séria?
— .......
Abel não respondeu. Em vez disso, umedeceu os lábios com a língua, com uma expressão que sugeria estar organizando mentalmente algo a ser dito. Depois que passou um tempo suficiente para que o anjo do silêncio atravessasse, ele finalmente respirou fundo e...
— Esther-san, na verdade, eu... não sou exatamente um sacerdote.
— Como?
A princípio, Esther não entendeu o que ele estava dizendo. 'Não é um sacerdote' — então, o que ele era?
— Isso mesmo. Eu não sou um padre. Eu sou...
— Agente Executor enviado da AX, Abel Nightroad. Codinome ‘Crusnik’— esse é ele.
Não era a resposta de Abel, nem a voz de Esther. O que veio da curva à frente foi um gemido que parecia a personificação do ódio em som.
— AX é a Seção Especial do Ministério de Estado do Vaticano – o Departamento de Operações Externas do Vaticano. Esse homem é um agente especial de Roma.
— Die-Dietrich!
Diante da sombra que emergiu cambaleando da escuridão, Esther soltou um grito. Mas não era, de forma alguma, um grito de alegria por reencontrar um companheiro. Seu rosto ficou pálido enquanto corria em direção ao jovem.
— Dietrich! O que aconteceu com esses ferimentos!? E os outros da unidade separada!?
— Todos foram derrotados... Não sobrou ninguém. Todos foram capturados. As informações vazaram para o inimigo.
A voz rouca de Dietrich soava como a de um espectro vagando por um antigo campo de batalha. Seu rosto refinado estava pálido como o de um cadáver, suas roupas rasgadas em vários pontos, e tanto elas quanto a pistola que segurava estavam cobertas de poeira e sangue. Até mesmo o curativo enrolado em sua cabeça ainda gotejava umidade avermelhada.
Porém, naquele rosto magro e abatido, apenas os olhos marrom-avermelhados brilhavam com ódio enquanto fitavam fixamente Abel. Não, não eram apenas os olhos. A pistola empunhada em sua mão também.
— De.. de qualquer forma, sente-se, Dietrich! Vou cuidar dos seus ferimentos imediatamente...
— O tratamento não importa! Mais importante é esse homem!
O cano do revólver não conseguia mirar exatamente no alvo desejado por causa do tremor das mãos. No entanto, não havia dúvidas sobre o que — ou melhor, quem — ele estava tentando acertar.
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— Sempre achei algo estranho... Quando esse homem foi até o palácio de Gyula sem hesitar. Depois quando nós três fomos à igreja e, como se fosse de propósito, demos de cara com a Guarda Militar... e agora, hoje de novo. Por que eles sempre parecem antecipar nossos movimentos? A resposta é simples.
Era um olhar que cuspia fogo. Com ódio absoluto, Dietrich lançou suas palavras.
— Havia um traidor entre nós! Padre Nightroad, foi você quem vazou informações para eles! Para aumentar o caos!
— Hum, Dietrich-san, por favor, acalme-se...
— Isso mesmo, Dietrich. Por que o Padre Nightroad teria que fazer algo assim? Aliás, não sei direito o que é esse tal de ‘agente executor’, mas que provas você tem de que ele realmente é um...
— Provas? Aqui estão as provas!
Dietrich pegou a mão de Esther e colocou sobre ela um envelope, quase como se o estivesse golpeando. O envelope estava chamuscado em alguns pontos e escurecido, mas o pedaço de papel dentro parecia intacto.
— Esta manhã, quando atacamos ‘Vérhegyen’, encontramos... uma cópia do arquivo de pessoais do Vaticano. Provavelmente, Gyula conseguiu isso através de um espião.
O formato do papel fino em si não era algo incomum aos olhos de Esther, que já havia ajudado Vitéz a organizar documentos. Era um documento típico relacionado a recursos humanos da Igreja.
Porém, o que estava registrado ali era...
— Abel Nightroad. Data de nascimento: desconhecida / Altura: desconhecida / Peso: desconhecido / Histórico: desconhecido...
Quase todos os campos de dados foram apagados com a marca 'UNKNOWN'. Em vez disso, no final do documento, havia uma frase peculiar anotada na seção de observações.
— ‘Atualmente, em meio a uma operação de infiltração na cidade de István (sob cobertura), comunicação impossível’ ... O-o que é isso?
— Agora você entende, Esther? Esse homem é um cão do Vaticano! Ele veio aqui para ampliar o caos e criar um pretexto para uma invasão militar do Vaticano nesta cidade! A igreja e nós, os partisans, desde o início, éramos apenas a fagulha para esse tumulto... Foi ele quem vazou informações para Gyula!
— Es-está errado, Dietrich-san! Eu não sou isso!
Dando um passo para trás diante dos olhares dos dois jovens, o padre balançou a cabeça. Seu rosto estava pálido, e os olhos sob os óculos se moviam com inquietação.
— Esther-san, não é isso! Eu... só queria evitar o combate de alguma forma...
— Padre...
A garganta de Esther engoliu em seco.
Não queria ouvir. Não queria ouvir de jeito nenhum.
"Eu estou do seu lado.” — Foi isso que ele disse. Ele tentou apoiá-la em um dos momentos mais difíceis. Mas, mas... precisava perguntar—
— Padre... por favor, responda apenas uma coisa.
A voz trêmula parecia pertencer a outra pessoa.
— Você é realmente um agente de Roma? Foi enviado por essa organização chamada AX?
— ......
Com uma expressão triste, Abel fitou o rosto de Esther. Seu semblante parecia tão carregado de tristeza que Esther, por um momento, sentiu como se fosse ela quem o estivesse traindo. No entanto, quem baixou profundamente a cabeça foi o padre. E a resposta que ele deu foi justamente a que Esther menos queria ouvir.
— Sim. Eu não sou um sacerdote. Sou Abel Nightroad, executor enviado pela AX... Um agente do Vaticano que veio a esta cidade sob uma missão especial.
— ...Durante todo esse tempo, você nos enganou, não foi? Fingindo ser apenas um simples sacerdote, se fazendo de bobo... a mim, a Reverenda, a todos nós...
Gritar não levaria a nada — sussurrou a razão em um canto de sua mente. No entanto, como se algo tivesse se rompido dentro dela, a boca de Esther se movia por conta própria.
— Esse tempo todo, você nos enganou!
— E-está errada! Esther-san, não é isso!
— Eu não quero ouvir desculpas! Por sua culpa, a Reverenda... a Reverenda...
— Atire, Esther! Atire nele! Vingue a todos... vingue aqueles que morreram injustamente!
Deslizando a pistola que segurava para a mão de Esther, Dietrich a envolveu pelos ombros, como se estivesse encorajando-a.
— Esther... você está certa! Vingue-se do algoz da Reverenda!
— !?
Algo fez Esther parar de se mover.
Algo — alguma coisa que nem mesmo ela conseguiu compreender de imediato — ficou presa em sua mente.
‘Vingue-se do algoz da Reverenda’ ── isso era...
— ‘Algoz da Reverenda’ ── Dietrich, como você sabe disso?
A voz de Esther tremia levemente. Mantendo a arma que segurava firmemente na mão...
— Responda. Eu só soube, pela primeira vez, sobre a Reverenda agora há pouco, sabia? Além disso, você não estava lá naquele momento... então por que você sabe disso?
— ......
Com a mesma expressão exausta, o jovem olhou fixamente de volta para Esther. Ela observava com expectativa, esperando que seus lábios, que se moviam levemente, tecessem uma explicação que pudesse convencê-la.
Porém,
— Aff... detesto crianças que são meio espertas.
Daquele belo rosto, como se tivesse sido extinguido, qualquer traço de exaustão desapareceu. Até mesmo sua postura estava ereta como a de outra pessoa, e sua voz, murmurada, transbordava uma energia tão intensa que beirava o sinistro.
Esther olhou para Dietrich como se estivesse vendo aquele homem pela primeira vez. No rosto elegante, uma aura insondável de miasma girava em espirais. Em seus encantadores olhos cor de cobre castanho avermelhados, brilhava um fulgor de malícia arrepiante. Quase por reflexo, Esther apontou a pistola em sua mão para Dietrich.
— Não se mova! Se se mover, eu atiro!
— Você vai atirar em mim?
O que havia de tão engraçado? Sorrindo amavelmente com seus lábios bem desenhados, Dietrich respondeu:
— Vá em frente... se for capaz de atirar.
— Isso não é uma ameaça!
Esther puxou o gatilho. É claro, foi apenas um disparo de advertência. O alvo estava devidamente desviado.
No entanto, o som que veio após o tiro foi um grito abafado.
— Eh?
Acertou? Como assim?
Diante da garota, que arregalou os olhos em choque, Abel recuou lentamente, segurando o ombro direito. Seu rosto estava distorcido pela dor intensa.
— E-Esther-san...?
— Co-como....?
Enquanto comparava a arma, imobilizada e apontada diretamente para o padre, com sua própria mão trêmula, Esther soltou uma voz vacilante. Foi então que, diante de seus olhos, seu próprio dedo se moveu.
Um tiro — dessa vez, a batina explodiu violentamente no ombro esquerdo.
—Po-por quê!? Por quê!?
Sua mão... seus dedos estavam se movendo por conta própria! 
Mesmo em meio à confusão, a garota tentou se livrar da arma em suas mãos. No entanto, dessa vez, seus dedos não se moveram nem um milímetro. Como se estivessem colados, ficaram grudados ao cabo da pistola.
— Ah. Resistir é inútil, Esther. Quando te toquei há pouco, implantei em seu corpo um 'fio' igual a este.
Quem acrescentou essa explicação com gentileza foi Dietrich, que até então observava, divertido, o desespero da garota. Entre seus dedos, brilhava tenuemente um fio fino, finíssimo. Provavelmente, sua espessura não passava de alguns mícrons. Mesmo prestando atenção, ele ora aparecia, ora desaparecia, com o mais sutil fluxo de ar.
— Isto aqui é uma Lost Technology que eu descobri. É feito de uma fibra biológica extremamente especial. Quando se infiltra no corpo humano, conecta-se automaticamente ao sistema nervoso e permite transmitir impulsos elétricos à vontade... Por exemplo, assim...
Mais um disparo — O joelho de Abel cedeu ao ser atingido na coxa.
— Pa-padre!
Esther soltou um grito estridente enquanto olhava para sua própria mão, que havia puxado o gatilho por conta própria.
— Padre, Padre... Nãoooo!
— Que bela voz... Ah, deixei sua cabeça livre para se mover como quiser. Sinta-se à vontade para chorar e gritar o quanto quiser.
Como se estivesse ouvindo a apresentação de um anjo, Dietrich semicerrou os olhos, encantado.
— Esperei por tanto tempo para ouvir essa sua voz... Foi uma espera ansiosa, mas agora que finalmente a escuto, é realmente uma voz linda.
— Por quê... por que você...?
Com a mira firmemente fixada no padre contorcendo-se diante de seus olhos, Esther forçou para fora sua voz áspera. Ela queria correr até ele e erguê-lo imediatamente, mas seu corpo não obedecia. Apenas o pescoço, o único que ainda podia mover livremente, ela se esforçou para torcer e olhar para cima, em direção ao rosto de Dietrich.
— Por que você nos traiu? Por que fez algo assim!?
— Hum, um dos motivos são os negócios — o Marquês da Hungria é meu cliente.
O jovem estendeu suavemente os dedos até a bochecha molhada de lágrimas da garota, que arregalava os olhos como se fossem se partir. Com a ponta dos dedos, ele enxugou delicadamente as lágrimas, que pareciam gotas de prata, e sussurrou em um tom doce, como se estivesse soprando palavras no ouvido de uma amante.
— E o outro motivo é... porque eu gosto muito de você, Esther.
Após lamber com a língua a ponta dos dedos molhada pelas lágrimas da jovem, o demônio de bela aparência sorriu com um rosto inocente, como uma flor desabrochando.
— Olha. Sabe quando a gente implica com quem gosta? É isso. Afinal, você é, de longe, a garota mais tola que já conheci. Não tem nenhuma habilidade digna de nota, mas só fala de ideais bonitos. Desde que nasceu, sempre foi amada por todos ao seu redor e nunca cogitou a possibilidade de ser odiada... Eu só quis me divertir um pouco usando uma garotinha tão feliz como você.
— Algo assim... Por algo assim você...
Seu corpo estava completamente rígido, sem poder mover um único músculo. Ainda assim, reunindo toda a força dos músculos faciais que ainda podia controlar, Esther lançou um olhar feroz àquele belo demônio.
— Por uma razão dessas, você nos traiu!? Seu demônio!
— Sim, são boas palavras... Mas, de alguma forma, sinto que você ainda não entende muito bem sua situação.
— .........!
A boca da garota, que se curvou para trás, soltou um grito silencioso. Uma dor ardente percorreu todos os seus nervos. Sem sequer poder desmoronar, ela soltou um grito mudo.
— O fio que se encontra dentro de você não está conectado apenas aos seus nervos motores. Tato, paladar, dor... Todos os seus nervos sensoriais estão sob meu controle.
Movendo a ponta dos dedos sem nenhuma diversão aparente, Dietrich continuou.
— Então, o que deseja? Quer experimentar todas as formas de tortura que conseguir imaginar ao mesmo tempo? Não se preocupe, não deixarei seu coração parar. Que tal sentir a dor máxima sem nem mesmo poder morrer de choque? Ou talvez, o contrário... prazer — ser profanada por dezenas de homens de uma só vez? Seria interessante ver quantos segundos você conseguiria manter a sanidade.
Ele colocou a mão no ombro da garota, que estava atormentada pelas dores em todo o corpo, como se quisesse atormentá-la ainda mais. Em seguida, como se de repente tivesse se lembrado de algo, direcionou o olhar para o padre, que ainda estava caído no chão.
— ...Ah, tenho um jogo mais tolerável para você.
— Pa-para com isso...!
Esther soltou um grito ao perceber o que o outro estava prestes a fazer ── ou, mais precisamente, o que ela mesma estava prestes a ser forçada a fazer. Mas, naquele momento, seu dedo já estava puxando o gatilho repetidamente.
O padre, atingido por várias balas no ombro, arqueou-se para trás sem sequer conseguir soltar um som.
­— Pa-padre!
Esther tentou desesperadamente mover o braço. Reuniu toda a sua força de vontade para parar o dedo. No entanto, como se pertencesse a outra pessoa, seu braço se moveu por conta própria, fixando um novo alvo na cabeça do padre. Seu fino dedo indicador pressionava o gatilho com a rigidez do aço.
— Nã... não faça isso...
Enquanto observava, aterrorizada, seu próprio dedo puxando lentamente o gatilho, Esther implorou com uma voz trêmula.
— Por favor, já basta...
— Não quero.
Ao frio e seco ato de rejeição, sobrepôs-se o som de um tiro.
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Roteiro de Leitura (。•̀ᴗ-)✧!
Créditos da tradução:
Lutie (◕‿◕��)
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allthebrazilianpolitics · 4 months ago
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G20: mayors from around the world gather in Rio to present key demands
Document estimates cities will need $800 billion annually until 2030 to tackle climate change challenges
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After four days of discussions at the Armazém da Utopia in Rio's port area, the Urban 20 (U20)—a G20 forum that brings together leaders from major cities worldwide—concluded yesterday with the presentation of a document to President Luiz Inácio Lula da Silva. The document was signed by representatives from the 26 member cities of the U20, along with seven observer cities and 25 invited cities, totaling over 100 cities represented in the discussions. The document focuses on addressing climate change issues, emphasizing that local governments will need approximately $800 billion annually until 2030 for investments to mitigate urban impacts.
Lula received the document from Rio's Mayor Eduardo Paes, alongside Mayors Yvonne Aki-Sawyer of Freetown, Sierra Leone's capital, and Anne Hidalgo of Paris. Chilean President Gabriel Boric also attended the ceremony as a guest. The expectation is for the Brazilian government to present the document at the main G20 summit, happening today and tomorrow at the Museum of Modern Art (MAM), with the participation of heads of state and government from the world's largest economies. The document contains 36 items covering topics such as social inclusion, combating hunger and poverty, reforming global governance institutions, sustainable development, and energy transition.
Upon receiving the document, Lula stated that "cities cannot bear the cost alone (…) of financing the climate transition" and stressed the need for both global investment and "appropriate multilateral governance."
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girlneosworld · 1 year ago
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3. certidão.
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olaaa a todos, tardo mas não falho (ou falho né, vai saber). tw de tiro, mas posso ter deixado algo passar. me perdoem qualquer erra e boa leitura. ♡
No reflexo do espelho, a sombra rosa parecia excessivamente cintilante nas pálpebras caídas da garota. Se daria o luxo de passar um algodão com demaquilante e refazer a maquiagem, mas não contaria com a sua sorte de demorar mais meia hora para sair de casa. Já se passavam das onze da noite e a casa estava em silêncio, todos aparentemente dormindo. Sentindo o celular vibrar no bolso da jaqueta jeans, ela entende que é um sinal para finalmente abrir a janela e sair de fininho.
— Caramba, Eunha, que demora — a garota no banco do motorista diz e então sorri — Tá gata.
— Você acha? — passa os dedos pelos fios tingidos de loiro — Fiquei com medo de ter exagerado.
— Não, ficou linda — começou a dirigir para longe da casa da Kwon e as duas foram em direção ao lugar que já era tão familiar para elas — Sabe quem vai concordar comigo?
— Ah, Zoe, para com isso — cobriu o rosto com as duas mãos, sentindo as bochechas esquentarem de vergonha — Ele deve me achar uma boba. Da última vez que fomos lá eu mal tive coragem de falar com ele.
— Eu concordaria com você se o convite para irmos até o SaxyClub não tivesse vindo diretamente da boca dele.
Aquilo faz Eunha arregalar os olhos, surpresa. Passa o restante da curta viagem de carro pedindo todos os mínimos detalhes para a amiga de tudo que o seu paquera tinha dito sobre ela quando conversaram no dia anterior. A garota sente seu coração batendo descompassado e as mãos suadas quando pararam na frente da balada que íam todas as sextas-feiras, religiosamente, no último mês. Mostraram as identidades falsas ao segurança e, enfim, entraram.
Do lado de dentro a música era alta e haviam muitas pessoas espalhadas por lá, fazendo com que as duas precisassem se espremer para passar por entre os corpos amontoados e chegarem até o bar. Beberam sozinhas por alguns minutos antes que um grupo de garotos chegasse para acompanhá-las, um entre eles se destacando aos olhos de Eunha.
— O que tá bebendo? — o garoto de cabelos compridos senta ao lado dela e diz ao garçom — Vou querer um igual ao dela.
— É uma piña colada, é bem gostoso — responde, tímida — Obrigada por ter nos convidado. Foi bem legal da sua parte.
Wonbin sorri e dá de ombros.
— Queria te ver de novo, não foi nada — ele pisca e pega sua bebida dando um gole generoso antes de voltar a falar — Depois daqui os caras vão fazer um after na casa do Eunseok, anima?
Eunha morde o lábio, receosa, e olha na direção de Zoe, que está sentada no banco ao lado conversando com dois dos garotos, procurando uma aprovação ou um sinal de que aquilo não fosse uma boa ideia. Mas, como já era de se imaginar, ela levanta os polegares e assente com a cabeça.
— Claro.
𖥔
De dentro do carro, você assiste o sol começar a nascer através da janela. Estava deitada no banco de trás, acordada não há muito tempo, abraçada de seu casaco e usando a mochila como travesseiro. Despertou do seu sono depois de ouvir um baque do lado de fora do armazém em que o carro estava parado, diferentemente de Jeno que não se moveu da posição que estava deitado a várias horas no banco da frente.
Como já era um consenso entre vocês, alternavam as noites nos bancos traseiros, que eram obviamente mais confortáveis para passar a noite. Quem dirigia durante o dia ficava atrás e o outro se espremia na carona. Em outras circunstâncias você sentiria pena de ver um homem enorme feito o Lee todo encolhido entre o pedaço nada espaçoso em que ele dormia, mas não tinha nenhum remorso te atormentando.
Depois do contato com o coronel vocês procuram algum lugar próximo do hospital para passarem a noite, e assim não correrem o risco de serem surpreendidos com muitas pragas lá dentro. Acharam um galpão na rua debaixo, que provavelmente era a parte de trás de algum supermercado, e depois de fazerem uma limpa no lugar e se certificarem de bloquear os portões com as caixas de madeira pesadas que estavam espalhadas, ficaram por lá mesmo. A única visão que dava para o lado de fora eram das vigas de concreto no alto, que possibilitava que a luz iluminasse o lugar.
— Que horas são? — ouviu a voz rouca do seu parceiro murmurar enquanto ele abria os olhos devagar.
— Meio dia e quarenta — você responde.
— O que? Tudo isso? — ele se exaspera.
— Não. O relógio tá aí no porta-luvas, olha você — dá de ombros e ouve quando Jeno bufa e resmunga algo que você não entende, te causando um sorriso — Acabou de amanhecer, tenente Lee.
Jeno vasculha o porta-luvas e tira o relógio de ponteiro que trouxeram de lá, checando as horas e se deitando no banco logo depois, aparentemente cansado.
— Cinco e cinquenta e quatro — ele suspira — A gente tem mesmo que ir até o hospital?
— Quer ser demitido? — pergunta, sem resposta — Pois é, eu também não quero.
— Eu tenho tanta pena do homem que vai se casar com você e ser obrigado a acordar do seu lado todos os dias — murmurou o rapaz, bocejando — Você é um péssimo estímulo matinal.
— Oi? — sua voz sobe duas oitavas.
— Sem ofensas — Jeno levanta as mãos — Apenas comentando.
— Vai ter "estímulo matinal" o suficiente quando arranjar uma mulher que se odeie o suficiente pra se casar com você — esbraveja e bufa logo em seguida — Por enquanto vai ter que se contentar.
— Me contentar com o que? Com o seu mau humor desnecessário tão cedo da manhã?
— É, com a minha desagradável presença matutina — diz com uma das sobrancelhas arqueadas e se levanta, colocando o corpo entre os bancos da frente pegando seus sapatos que estavam ao lado dos pés do Lee — E acho bom que se contente rápido. Precisamos sair daqui.
Jeno pragueja quando te ouve, sabendo que você tem razão. O rapaz passa as mãos pelo rosto cansado e também começa a calçar as próprias botas, te assistindo pegar sua mochila e abrir a porta, saindo do carro.
— Tá indo onde? — ele abre a janela e pergunta, vendo você tirar lá de dentro o moletom das Forças Armadas Contra o Terrorismo — Vai vestir isso por algum motivo especial ou...?
— Só gosto do meu antigo uniforme, Lee. E eu preciso trocar de roupa — explica a ele mesmo que não visse necessidade para aquilo — Tá planejando me ver sem blusa, por acaso?
— O que? Claro que não — arregalou os olhos e, se não estivesse ido para a parte de trás do carro, conseguiria ver a expressão indignada, quase ofendida de Jeno — Você é muito exibida de ficar andando para cima e para baixo com esse moletom, só isso.
— Só sabe me chamar de exibida, você não é muito criativo — tirou o casaco xadrez e a camiseta que vestia antes, os substituindo pela nova peça — Nem me ofende mais.
Embolou as roupas e jogou pela janela, pegando a arma que usou nos últimos dias e abrindo o porta malas. Ficou parada por alguns segundos, pensando qual seria a troca que faria.
— Não trouxe nenhuma arma de gente normal? — Jeno apareceu do seu lado de repente, ainda com uma cara de quem recém acordou, as roupas amarrotadas e cabelo bagunçado.
Você revira os olhos e pensa em como ele não troca o disco, nunca.
— Arma de gente normal? — franziu o cenho e olhou para ele — O que isso deveria significar?
— Sabe, armas fáceis de transportar, de recarregar, de atirar. Esse tipo de coisa — ele dá de ombros como se estivesse dizendo algo óbvio demais.
— Se você não sabe fazer todas essas coisas — usou o indicador para gesticular e o apontou no peito dele em seguida — O problema é todo seu. Nas Forças Armadas a gente usa não revólver.
Jeno, te olhando de cima, ri com sarcasmo e segura seu pulso, aproximando o rosto do seu enquanto aperta os olhos.
— No exército também não, e nem por isso eu saio me gabando do tamanho das minhas armas por aí.
Você arquea uma sobrancelha e puxa sua mão, o olhando de cima a baixo.
— Não deve ter muito do que se gabar mesmo — murmura e volta a se concentrar no porta malas, tirando seu fuzil de lá de dentro e checando se estava devidamente carregado, fechando o porta malas logo após.
O tenente revira os olhos.
— Vamos deixar para a minha futura mulher que se odeia o suficiente para checar esse detalhe — pisca para você, te causando uma careta enquanto ele abre a porta de trás e pega a própria mochila — Por mais que eu odeie admitir, é mesmo melhor que a gente leve armas para o hospital. Duvido que lá esteja vazio.
— É, pois é. Eu, como sempre, tenho razão — dá de ombros, convencida, e vai em direção ao portão — Vou tirar as caixas e você sai com o carro.
— Não sigo ordens debaixo, Borboleta — Jeno dá a volta para ir até o banco do motorista.
Você ri com escárnio e resolve que talvez seja melhor apenas ignorá-lo, preservando assim a sua paz de espírito e não começando o dia com sua paciência no zero. Então, faz o que disse que iria fazer, arrastando as grandes caixas de madeira e desfazendo o nó da corda que amarrou alí horas antes. Fecha um dos olhos para enxegar através do buraco da fechadura e, ao não ver nada do lado de fora, faz força para abrir os portões, liberando a passagem para que Jeno saísse com o carro do armazém. Assim que está do lado de fora, você entra e se senta no banco do carona, vendo o Lee já com sua jaqueta e o boné do batalhão na cabeça.
Seguem, então, rumo ao hospital. Durante o curto percuso, você pega uma das mochilas e coloca dentro dela algumas coisas que pensa serem necessárias. A corda, dois walkie-talkies, munição para as armas, lanternas. Acha no fundo do estofado o seu boné do batalhão e pega em mãos, analisando cuidadosamente e pensando sobre usá-lo ou não. Olha para Jeno e o analisa com o próprio boné na cabeça.
— Que foi? — ele pergunta quando sente que está sendo observado.
Você o deixa sem resposta e desiste da ideia, apenas jogando o objeto na parte traseira.
Não demora muito para chegarem no quarteirão do hospital e decidem deixar o carro estacionado na parte de fora do estacionamento, para que o acesso quando saíssem fosse mais fácil. Pegam seus respectivos pertences e deixam o veículo, indo em direção a entrada do lugar. Não deixam de observar ao redor, em estado de alerta para qualquer sinal de algo fora do normal, mas está tudo aparentemente no lugar. Como sempre, não ouvem nada que não seja o som dos próprios sapatos em contato com o asfalto.
As portas de vidro possibilitam que vejam a parte de dentro do hospital, o que facilita muito para que saibam qual seria a maneira mais inteligente de entrar.
— Tá tudo quieto.
— E escuro — você adiciona, aproximando o rosto do vidro para ter uma visão melhor do interior da recepção — Você tem razão, Lee. Tá tudo quieto, muito quieto.
Jeno te acompanha e também observa o espaço vazio que você olha.
— Pega as lanternas e destrava a arma — ele diz e você assente, o entregando uma das lanternas e segurando a outra, destravando o fuzil em seguida — Consegue segurar os dois ao mesmo tempo?
— Que merda de pergunta é essa? — indaga enquanto segura a fonte de luz entre os dentes e posiciona sua arma da forma correta nos braços. Aponta na direção de Jeno, o que o faz franzir o cenho, e aponta para a porta depois indicando que ele abra.
— Espertinha — e então, sem mais nem menos, ele dá um chute na fechadura. Você revira os olhos, pensando em como ele poderia ter transformado o vidro em milhares de pedacinhos com aquele agressividade desnecessária, e entra antes dele — De nada.
Assim como viram pelo lado de fora, lá dentro estava tudo aparentemente quieto. As lanternas facilitam para que consigam ver as extremidades da recepção. Os móveis, as plantas, estava tudo revirado e quebrado, uma verdadeira bagunça. Andaram um pouco pelo espaço e chegaram no começo de um enorme corredor que dava em várias portas, corredor esse que, diferentemente da recepção, tinha as luzes funcionando.
— Vou dar uma olhada nas salas e nos consultórios, procura na recepção — Jeno disse e saiu andando, não te dando a oportunidade de contrariá-lo.
Se dando por vencida, você dá meia volta e vai para atrás do balcão, se deparando com várias gavetas, algumas abertas, outras no chão, outras em seu devido lugar. Muitos papéis e envelopes estavam espalhados também, o que te faz fechar os olhos em derrota. Aceitando que não seria a tarefa mais fácil de todas, você aumenta a intensidade da laterna na sua boca e se agacha, começando a procurar por qualquer coisa que julgasse útil.
Toda aquela bagunça acaba por te dar trabalho, quase chora quando percebe que precisaria ler cada mínimo nome de todos os prontuários. Suspira enquanto pega uma das gavetas avulsas jogada, mais envelopes, mais papéis. Confere um por vez, joga de forma desleixada quando não encontra nada. Procura em outra gaveta, e outra, e mais uma. Nada. Vários nomes, muita gente doente, mas nada do que estava procurando.
Muda, então, o local de busca. Se ergue outra vez e varre o olhar pelo balcão, seus olhos parando no computador praticamente em pedaços que estava jogado sobre a superfície de madeira. Não perde tempo em tentar ligá-lo, ação essa que é mais lenta do que gostaria. O monitor do aparelho estava tão quebrado que dificultava que enxergasse grande parte da tela, tinha manchas pretas e coloridas espalhadas pelas extremidades, as partes rachadas triplicavam o número de letras escritas. Ficou aliviada, porém, quando o viu aceso, mesmo que com as limitações.
Inclinando o tronco para dar uma espiada no corredor, tudo que teve em resposta foi o silêncio. Logo volta sua atenção para o computador, arrastando a setinha do mouse pelas pastas da área de trabalho, precisando espremer os olhos para que conseguisse ver com mais clareza. E seu rosto se ilumina quando vê uma das pastas nomeada como 'Fichas de Anamnese'. Quando clica sobre o ícone, porém, uma mensagem de 'Acesso Restrito: Digite o código-chave' te decepciona.
— Merda... — observa ao decorrer da recepção, usando a laterna como auxílio. Procura por qualquer mínimo sinal de algo que poderia ser usado como senha, olha os post-its coloridos colados no mural, mas nada parecia promissor — Pensa, pensa.
Corre os dedos pelo mural e, quando desce o toque para a parte inferior, sente uma das pontas de madeira solta. Coloca a arma sobre o balcão e segura a laterna em uma das mãos, soltando a capa do mural e vendo uma data cravejada. 2017.04.17
E quando tenta os números no campo da senha de acesso, a pasta logo te é liberada. Você grunhe de felicidade.
Busca por Kwon Eunha na barra de pesquisa e dois documentos diferentes são liberados, clica no que aparece primeiro.
1) Dados gerais
Nome: Kwon Eunha
Idade: 18
2) Queixa Principal: Convulsões fortes e recorrentes.
Sexo: Feminino
Filiação: Kwon TaeHee e Lee Soojin
3) Avaliação do paciente:
Diabetes ( ) Tabagismo ( X ) Varizes ( )
Sinais vitais PA: 132 bpm
Peso: 48kg
Epilepsia ( X ) Lesões ( X ) Cirurgias ( )
Você suspira e direciona o documento para impressão, ficando muito grata pela máquina impressora acoplada ao computador. Enquanto o prontuário fica pronto, clica no segundo item que apareceu quando buscou pela nome da garota. Suas sobrancelhas imediatamente se erguem.
'Certidão de Óbito'
— Achou alguma coisa?
— Puta que pariu — pula de susto quando ouve, de repente, a voz do Lee no seu ouvido. Coloca a mão sobre o peito e sente o coração acelerado, se vira na direção do rapaz e o encontra segurando o riso — Você tem alguma problema? Seu imbecil.
Jeno dá uma risada contida e se aproxima de você.
— Não tinha nada sobre a garota nos consultórios do primeiro andar, preferi passar pra te ver antes de subir — explica ele se escorando no balcão.
— E o que é isso aí? — aponta com a cabeça para os lençóis envoltos em alguma coisa — Agora você rouba hospitais?
— Não é roubo se, tecnicamente, não é de ninguém mais — diz e desembrulha as coisas, te entregando em seguida. Você, por sua vez, pega os objetos com uma careta no rosto — Duas bolsas de soro, lençóis para o frio, curativos, bisturi, esparadrapos, camisolas e...
— Camisolas? — o interrompe com uma risada, Jeno dá de ombros.
— Nunca se sabe, Borboleta — ele tira um pote de remédios do fundo da bolsa improvisada — E por último, remédio.
Você semicerra os olhos para conseguir ler o nome do medicamento e o olha com uma sobrancelha arqueada.
— Jeno, isso é sertralina — diz devagar, o assiste voltar a guardar seus novos pertences e amarrar as pontas dos lençóis sobre um dos ombros e sob uma das axilas, e depois dar de ombros outra vez — Você, por um acaso, sabe pra quê isso serve?
— Pra dor? — responde o tenente como se fosse muito óbvio e você revira os olhos, tomando o frasco da mão dele, que se indigna — Ei, eu que peguei.
— Você é um idiota — guarda no bolso do moletom e aponta na direção da impressora — Achei o prontuário da Eunha. Parece que ela tinha epilepsia.
— Tinha? Não tem mais? — pergunta e pega o papel, lendo as informações.
— Achei uma certidão de óbito no nome dela também, aparentemente ela bateu as botas.
Jeno desvia o olhar da ficha e encara a certidão na tela do computador, fazendo uma careta confusa.
— Por que o coronel quer a amostra de uma pessoa morta?
Queria ter uma resposta para aquela pergunta, mas, infelizmente, estava tão confusa quanto ele. Não consegue encaixar as peças na sua cabeça, por mais que se esforce. Toda aquela história era muito estranha e sua vontade maior era questionar o próprio coronel sobre aquilo. Por que Eunha? Por que se ela está morta? Quem é Kwon Eunha?
Se questiona sobre tudo isso em silêncio e termina de imprimir o segundo documento quando de repente um barulho muito alto assusta você e Jeno. Trocam olhares rápidos e se armam, olhando na direção em que veio o barulho, e parecia vir do final do corredor. Logo ouvem outro baque, tão alto quanto o anterior, mas mais perto desta vez. Percebem, então, que seja lá o que estava no corredor, estava se aproximando.
Colocando o indicador sobre a boca em pedido de silêncio, você passa pelo Lee e caminha cautelosamente até estar entre a penumbra e a parte iluminada do primeiro andar. Consegue ouvir o som de pegadas arrastadas e alguns grunhidos, o que acaba por confirmar o que está indo até vocês. Uma praga, uma solitária, se estiverem com sorte. Você se agarra ao fato de que ela viria de um lugar iluminado e se inclina para conseguir enxergá-la. E estava certa.
Em frente a um dos consultórios, a praga bate sua cabeça contra a porta. Consegue ver quando, a cada novo impacto, cacos de vidro abrem a pele da testa do morto-vivo, deixando o rosto ainda mais deformado. Aparentemente ela não nota vocês, por isso, acena para Jeno e sinaliza para que saiam do hospital. Em silêncio, ele pega os papéis e te segue.
Na ponta dos pés, caminham até a entrada e ele abre apenas uma brecha para que se espremam entre ela e sigam até o lado de fora. E quando finalmente estão na rua e longe do hospital, um suspiro esvazia seus pulmões, aliviada.
— Eu odeio esse trabalho — o ouve resmungar do seu lado — Com quantos anos será que consigo me aposentar?
— E eu lá sei? — o encara com o cenho franzido — Podia parar reclamar por meia hora que seja.
— Não tô reclamando, só fazendo um comentário — ele justifica e você apenas assente, desinteressada — Tipo, esse trabalho já deve ter me tirado uns dez anos de vida. Envelheci uma década em trezentos e sessenta e cinco dias.
— Uhum — concorda sem olhá-lo e continua subindo o morro em direção ao carro de vocês.
— E eu aposto que ganho uma bolada de aposentadoria. Tô servindo ao país, afinal.
— Pois é, Jeno.
— Acho muito chique o posto de ex-militar. Imagina só, 'ex-tenente militar, Lee Jeno' — ele abre as mãos no ar, orgulhoso do futuro título, mas quando olha para você e percebe que não estava prestando atenção nele, Jeno murcha — Nem tá me ouvindo.
— Hum? — se vira para ele no instante certo para que visse a carranca que se apossou do rosto dele. As sobrancelhas imediatamente caíram junto dos olhos, o nariz se retorceu e os vincos de animação na testa dele sumiram.
— Como você é arrogante e prepotente, argh — ele falta rosnar quando diz, de repente assumindo um estado agressivo.
Seus olhos se arregalam.
— Ei, bonitão, calma lá — dá uma risada soprada — De onde veio isso? Você tá ficando muito gratuito.
— Não, não tô. Acho que não é exatamente agradável tentar conversar decentemente com alguém e a pessoa só fingir que você não existe — aquilo te arranca outra risada, uma mais sincera dessa vez.
— Não me diga que ficou magoado, Lee — semicerra os olhos na direção dele e tudo que recebe em resposta é ele bufando — Não fazia ideia de que é tão carente de atenção assim.
— Quer saber? É melhor assim, você se acha demais para que eu aguente — e então, Jeno aperta o passo e começa a andar na sua frente. Você percebe que ele ficou verdadeiramente irritado e, mesmo que ache bobo e absolutamente sem sentido, segura sua risada e tenta acompanha-lo.
— Ah, qual é, para de levar pro coração — diz ofegante — E suas pernas são muito maiores que as minhas, vai mais devagar.
Ele continua no mesmo ritmo e te ignora completamente.
— Tá bom, foi mal! Foi mal! Se isso machuca tanto o seu coração, eu não finjo que não tô te ouvindo mais, Jeno — continua tentando, sem sucesso.
Acha a situação muito cômica, para ser sincera. O tenente Lee, aquele mesmo com a fama de mesquinho do batalhão, estava genuinamente bravo com você. E melhor, estava bravo simplesmente porque não respondeu meia duzia de palavras dele. Não se importava realmente caso ele não quisesse mais falar com você, mas é engraçado demais para que deixe passar. E as suas risadas mal seguradas não falham em irritá-lo ainda mais.
— Só não começa a chorar, por favor — caçoa — Não sei lidar com pessoas chorando...
Ia continuar o enchendo até que ele parasse com de birra, mas parou de falar e, bruscamente, suas pernas travaram no lugar quando ouviu um som de tiro e, ao mesmo tempo, Jeno caiu no chão com as mãos no ombro e sangue jorrando dele. Arregalou os olhos, assustada, e destravou o fuzil que carregava, olhando em todas as direções possíveis.
Até que viu, atrás de uma das árvores daquela rua, uma arma que dessa vez estava apontada para você. E o suposto atirador, quando percebeu que tinha sido notado, se preparou para dar outro disparo.
— Mãos na cabeça na cabeça e armas no chão. Tem cinco segundos antes de eu estourar os miolos de vocês, seus militares de merda.
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