#etnografia
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abelhanerdola · 2 months ago
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Monografias resultam do diálogo dos pesquisadores com os sujeitos, as pessoas: a teoria da linguagem de Malinowski não é dele; é, principalmente, dos trobriandeses, e chegou a nós pelo talento do etnógrafo, ampliando nossa percepção (teórica) da linguagem. Assim, a etnografia abala nossos estilos de vida e nossas ideias de existência; abala nossa crença moderna na referencialidade dos sentidos e impõe uma reflexão sobre a multiplicidade de modos de vida.
Mariza Peirano, Etnografia não é método. Horizontes antropológicos, n. 42, p. 377-391, 2014.
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helfirat · 2 years ago
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feelings
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dzasny · 1 year ago
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photo-snap-stories · 1 year ago
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PL:
Tokarnia, park etnograficzny
Na zdjęciu widoczna wybudowana w 1848 roku dzwonnica z Kazimierzy Wielkiej oraz Kościół szpitalny pw. Matki Bożej Pocieszenia z Rogowa, który powstał w 1763 roku.
EN:
Tokarnia, ethnographic park, Poland
The photo shows the belfry from Kazimierza Wielka, built in 1848, and the hospital church of Our Lady of Consolation from Rogow, which was built in 1763.
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izmirdekediolmakgibi · 2 years ago
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eksopolitiikka · 7 months ago
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Mitä UFO-kultistit voivat opettaa meille nykypäivän poliittisesta paranoiasta
kirjoittanut Arthur Goldswag, teksti mukailtu kirjasta The Politics of Fear: The Peculiar Persistence of American Paranoia Kuten psykologi Leon Festinger kirjoitti vuonna 1956: ”Vakaumuksellinen ihminen on vaikeasti muutettavissa. Kerro hänelle, että olet eri mieltä, ja hän kääntyy pois. Jos hänelle näytetään faktoja tai lukuja, hän kyseenalaistaa lähteesi. Jos vetoat logiikkaan, hän ei ymmärrä pointtiasi.” Miksi […] https://eksopolitiikka.fi/tiede/mita-ufo-kultistit-voivat-opettaa-meille-nykypaivan-poliittisesta-paranoiasta/
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romantizar-as-drogas · 11 months ago
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Dissecação do artigo “Anthropology and addiction: an historical review”, de Merril Singer 
Identificação do artigo: 
SINGER, M. (2012), Anthropology and Addiction: na historical review. Addiction, 107(10), 1747-55. 
Objetivo do Estudo: 
Analisar o que se escreveu acerca da antropologia de consumo de álcool e drogas, bem como identificar as principais temáticas abordadas pelos antropólogos, a metodologia utilizada, mas também os modelos teóricos desenvolvidos e o que se procurará no futuro. 
Metodologia: 
Pesquisa de artigos e livros através de palavras-chave (como “etnografia do consumo de drogas”, “antropologia do consumo de drogas”, etc.) na internet. 
Conclusões: 
Verifica-se desde 1970 uma tendência crescente para a realização de estudos antropológicos sobre o consumo de álcool e de drogas (impulsionada pela pandemia da SIDA), mas também que os mesmos são cada vez mais valorizados. 
O artigo ressalta também que as experiências dos consumidores são culturalmente moldadas e que, para tais indivíduos, certos aspetos da dependência podem ser encarados de forma positiva e sustentável. 
Resumo:
Singer começa por revelar que os consumidores de álcool ou de outras drogas não foram sempre considerados “problemáticos” ou “dependentes”. De facto, a própria dependência surge apenas no século XIX aquando do refinamento das drogas existentes a fim destas serem capazes de produzir apetência e necessidade compulsiva. Curiosamente, também foi este o período em que a Antropologia floresceu — tempo, mas também espaço — surge inclusive nos mesmos lugares em que a dependência nasce por ambos estarem ligados à emergência do capitalismo. Todavia, a Antropologia não se foca no consumo de drogas até 1970 por evitar assuntos tabu e se dedicar mais aos padrões sociais do que a quem deles fugia. Mas a década de setenta trouxe a revolução das drogas — o momento em que a droga deixou de ser o vício dos artistas para ser a chaga da juventude —, para além da Antropologia se voltar agora para as sociedades ocidentais e aplicar-se na resolução de problemas sociais. Outra razão para o súbito interesse no tema foi a pandemia da SIDA (percebeu-se a relação entre o consumo de drogas e a doença). 
O modelo cultural, proposto por Heath, é a principal abordagem antropológica quanto à utilização de drogas. Dá-se o exemplo dos Camba — onde a ingestão de álcool (ou substância semelhante) é socialmente valorizada, mas onde não há sinais de alcoolismo (das consequências que lhe atribuímos). Presumiu-se então que tal acontece pelas experiências aquando do consumo de substâncias serem influenciadas pela cultura. Os Lele são também referenciados como argumento para o modelo cultural. No entanto, a teoria está sujeita a críticas como as apresentadas por Robin Room: de que os antropólogos têm a tendência de suavizar o problema do álcool, já que, por exemplo, muitos deles provêm de contextos onde beber era considerado normal. Com o tempo, também o mundo dos Camba foi-se modernizando, sugerindo que o consumo de álcool sem as consequências por nós conhecidas acontece somente quando a vida social tradicional não foi conspurcada pelos capitalistas. 
Apela-se à ideia de que o consumo de drogas é também um estilo de vida e não uma “fuga” à vida; que os consumidores passam a fazer parte de uma subcultura (também ela com valores e estatutos sociais) e que, portanto, tomar drogas é algo benéfico e que lhes traz recompensas. 
A antropologia médica crítica enfatiza três questões quanto às razões do consumo de substâncias — a produção social do sofrimento, automedicação (por lesões sociais) e a estruturação política dos mercados de drogas lícitas e ilícitas. Analisando os primeiros dois, percebe-se que o primeiro tem a ver com muitos toxicodependentes viverem parcamente, mas serem diariamente expostos à grande riqueza de outros indivíduos (sofrimento social), e o segundo por muitos destes indivíduos viverem ciclos viciosos de stress sentido, seguido da intoxicação e da consequente estigmatização social. 
A sindemia, a interação/relação entre doenças estudadas pelo contexto socioecónomico dos indivíduos, tem vindo a valorizar cada vez mais a etnografia e a antropologia na prevenção e detecção de populações em risco. 
Citações Importantes: 
“the fairly long human interaction with mind-altering and potentially addictive drugs — dating to at least 8–10 000 years ago — did not lead directly or immediately to the social delineation of a subset of consumers who were identified as problematic by their peers.” (p. 1) 
“he advocated the use of beer or even opium, noting that the ‘the different preparations of opium are a thousand times more safe and innocent than spirituous liquors in all spasmodic affections of the stomach and bowels’” (p. 1) 
“the term ‘addiction’— with reference to drug consumption at least — appears to be relatively new, dating to the refinement of various drug preparations into very concentrated forms that were capable of producing craving and compulsive use. This occurred during the 19th century as a consequence of political economic changes in Europe and North America leading to drugs becoming widely available global commodities.” (p. 1) 
“by 1900 it became possible to be labeled publically an alcoholic (or inebriate) or a drug addict (although a number of decades earlier for alcoholic/inebriate)” (p. 1) 
“The late 19th century was also the period during which anthropology developed, and it occurred in the same locations that drug addiction became a socially recognized pathological condition.” (p. 1) 
“Indeed, both these developments can be linked historically to the emergence of global capitalism and its desire for labor control, with anthropology focusing (at least initially) on understanding peoples of subordinate colonial status (including their potential as passive laborers) and addiction being used commonly to label possibly unruly and resistant sectors within dominant colonial societies.” (pp. 1-2) 
“historically, anthropologists ‘avoided tackling taboo subjects such as personal violence, sexual abuse, addiction, alienation, and self-destruction’. During the 1970s this began to change, influenced by the drug revolution and the significant expansion in the numbers of people reporting using drugs in the West, as well as by the growing anthropological focus on western societies and the application of anthropology to addressing social problems.” (p. 2) 
“The core component of the anthropological approach to human interaction with psychotropic drugs is known as the ‘cultural model’.” (p. 2) 
“the association of drinking with any specific ‘problem’, be it physical, economic, psychological or interpersonal, is quite rare among cultures throughout history.” (p. 2) 
“most consequences of alcohol consumption are mediated by cultural factors rather than being narrowly determined by pharmacobiological factors.” (p. 2) 
“While not denying that alcohol is a potent chemical, from the cultural model what is of key to determining the effects of heavy drinking are culturally constituted beliefs about the effects of alcohol.” (p. 2) 
“Of equal importance is the issue of meaning. As a culturally constructed social practice, drinking (and the type and context of consumption) evokes emotionally charged cultural meanings about diverse issues, including social solidarity, identity, recognition of new social statuses and accomplishment, nostalgic remembrances, the honoring of loved ones, hospitality, mourning, initiation of work efforts, transitions, celebration of cultural heroes, intimacy, fun, health, religious experience and anticipated futures.” (pp. 2-3) 
“MacAndrew & Edgerton [25]: ‘The way people comport themselves when they are drunk is determined not by alcohol’s toxic assault upon the seat of moral judgment, conscience, or the like, but by what their society makes of and imparts to them concerning the state of drunkenness’.” (p. 3) 
“Heath’s work, and that of other anthropological contributors to the cultural model, suggests that while routine heavy drinking without signs of addiction still occurs, it tends to be in settings in which traditional community social life has not been penetrated fully and disrupted by the forces of capitalist globalization.” (p. 3) 
“the cultural model found expression in anthropological research on drug use as a life-style or a distinctive subculture tradition.” (p. 3) 
“In an effort to counter simplistic stereotypes and narrow pathological accounts of drug users and addiction, Preble & Casey [56] argued: ‘Their behavior is anything but an escape from life. They are actively engaged in meaningful activities and relationships seven days a week’.” (pp. 3-4) 
“In constructing their description of drug users and addicts, anthropological and related ethnographic researchers of other disciplines use participant-observation ethnography to better understand and represent the world as it was actually seen and experienced by drug addicts. As Friedman et al. [57] comment: In contrast to views that see [injection] drug use as simply a matter of individual pathology, it is more fruitful to describe [injection] drug users as constituting a ‘subculture’... This calls our attention to the structured sets of values, roles, and status allocations that exist among [injection] drug users... From the perspective of its members, participating in the subculture is a meaningful activity that provides desired rewards, rather than psychopathology, an ‘escape from reality,’ or an ‘illness’.” (p. 4) 
“Within the domain of drug use and addiction, the critical medical anthropology model has emphasized three issues: the social production of suffering, the use of drugs to self-medicate the emotional injuries of injustice and mistreatment and the political economy of the licit and illicit drug markets, including their parallels and entwinements.” (p. 4) 
“In the context of structurally imposed distress, the term ‘social suffering’ has been used by anthropologists to refer to the immediate personal experience of broad human problems caused by the exercise of political and economic power. In other words, social suffering refers the misery among those on the weaker end of power relations in terms of physical health, mental health and lived experience.” (p. 5) 
“From the perspective of critical medical anthropology, inequality as it is experienced by people who must endure its consequence is a major force driving heavy drug use and addiction. Life for a drug addict is often a vicious cycle of felt stress followed by self-medicating drug consumption and resulting social stigmatization and a sense of damaged self-worth (which, in turn, triggers the desire for comfort through drugs).” (p. 5) 
“Whatever the harm wrought by legal and illegal drug use, at the moment of craving and desire they are seen as relief, temporarily removing the sufferer from their prison of personal misery. The consequences of such ‘relief’ always come back to haunt the user as craving returns and they are confronted with the fact that there are always more drugs seeking those in need of being ‘fixed’.” (p. 5) 
“in addition to suffering, addiction has other dimensions including creating opportunities for new experiences and new social relationships, some of which provide positive, self-affirming occasions for drug users. (…) Addiction, in short, plays a role in the making of personal identities, and is thus more than suffering and social rejection.” (p. 5) 
Críticas e Reflexões Pessoais:
Considero o artigo extremamente interessante na medida em que explora a relação do consumo de drogas (álcool incluído) e a Antropologia, revelando-nos simultaneamente o modo como foram percebidos os indivíduos consumidores ao longo da História. Nos dias que correm, especialmente proveitosa e importante é a noção de que os efeitos que esperamos destas substâncias, o que assumimos que provoquem, influencia grandemente o que de facto acontecerá. A meu ver, interiorizar que a cultura molda as experiências leva a uma maior consciencialização do que de facto acontecerá ou poderá vir a acontecer, bem como um maior autocontrolo. 
Critico apenas o facto do modelo cultural de Heath ser somente explorado no universo do álcool.
Em última análise, a Antropologia contribui para a compreensão contextualizada do consumo de substâncias, fornecendo bases para a futura aplicação de medidas que visem controlá-lo.
Palavras-Chave: 
Antropologia, antropologia médica crítica, etnografia, drogas, sindemia. 
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r3v3rsid3 · 1 year ago
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[•] #ai.caramba _
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lady-butter · 2 years ago
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Wracam tu po prawie 10 latach
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Sabrina Nicolazzi | Portrait of tibetan monk with traditional ceremonial mask taken before his performance in cham dances, Sani gompa festival, 2022 | portrait
@magbrinik
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digfish · 1 year ago
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Museu da cidade de Lisboa - um verdadeiro museu local?
O Museu de Lisboa que se encontra sedeado no Palácio Pimenta no Campo Grande deveria intuitivamente cair dentro da classificação de um museu local ou regional. Mas há razões para crer que se trata mais provavelmente de um museu artístico-arqueológico. Veremos os dois pontos de vista com exemplos para que seriam razões para crer se preenche as condições de um doutro tipo.O museu regional pertence…
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passagensdojoao · 2 years ago
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Cancioneiro atua na Misericórdia de Faro
A propósito da época festiva a Santa Casa da Misericórdia de Faro tem vindo a desenvolver um conjunto de realizações. E para além destas festividades estão pensados outros eventos, os quais ainda com data a anunciar.
A 6 de Janeiro, pelas 19.30 hrs., na Igreja da Misericórdia de Faro decorreram as janeiras numa atuação do Cancioneiro do Grupo Folclórico de Faro, cantando a tradição algarvia numa das mais emblemáticas igrejas da cidade de Faro. Falo da Igreja da Misericórdia de Faro. Cancioneiro iniciando as Janeiras Com os seus 92 anos de existência, brinda a cidade de Faro com mais uma excelente atuação,…
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quatregats · 9 months ago
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Girl help no quiero ir a clase
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photo-snap-stories · 1 year ago
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PL:
Tokarnia, park etnograficzny
Wiatrak typu holenderskiego z Pacanowa, wybudowany w 1913 r. Jego fundatorem i budowniczym był Michał Zasucha. Wiatrak mełł zboże do połowy lat 50 XX wieku. W 1976 roku młyn został zakupiony dla Muzeum Wsi Kieleckiej, a w 1993 przeniesiono go do skansenu.
EN:
Tokarnia, ethnographic park, Poland
A Dutch-type windmill from Pacanów, built in 1913. Its founder and builder was Michał Zasucha. The windmill was grinding grain until the mid-1950s. In 1976, the mill was purchased for the Museum of the Kielce Countryside, and in 1993 it was moved to an open-air museum.
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learncafe · 4 months ago
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Curso online com certificado! Aprofundando-se em User Xperience
Este curso avançado \”Aprofundando-se em User Experience\” aborda de forma detalhada e precisa os fundamentos essenciais para a criação de experiências digitais centradas no usuário. Com módulos abrangentes desde a introdução ao UX até a análise de métricas e design de serviços, os alunos irão explorar princípios de design, interação e usabilidade, bem como a […]
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pluravictor · 1 year ago
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Lugares transnacionais no centro de Lisboa
Ocupação, apropriação e hospitalidade na praça pública
Entre a Baixa nobre e a Mouraria pobre, há uma ocupação e apropriação diferenciada destes lugares. O fluxo dos seus movimentos na cadência das interacções de gentes de quase todos os cantos do mundo revela modos de ‘ser’ e ‘estar’ na cidade. Na praça do Rossio, no Largo de São Domingos e na praça Martim Moniz, da forma física e do conteúdo humano do espaço público, e da hospitalidade urbana, antevemos práticas de sociabilidade e características da sociedade. Palavras-chave: Cidade, migrações, diversidade, apropriação, alteridade, hospitalidade, espaço público urbano
1. PONTO DE PARTIDA
Caminhar é o mais poderoso modo de mobilidade, agregando todos os nossos sentidos, emoções e destinos. “Qualquer caminho leva a toda a parte/ Qualquer ponto é o centro do infinito”, escreveu Fernando Pessoa. Ao caminharmos pelas cidades experienciamos movimentos, comportamentos e padrões, nossos e dos outros. Nas maiores cruzamo-nos com milhares de pessoas cujos percursos ditam azáfama ou calmaria. Em todas, na vivência concreta e sensorial de ruas, largos e praças, frequentamo-las pelos mais variados propósitos. Como define Michel Agier (2011), a cidade reune lugares, situações e movimentos que expressam um “agir urbano” no modo como se percorre, ocupa e vive o espaço público. Da proximidade alcançável pelo nosso gesto há presença e movimento no espaço e no tempo que desenhamos no mundo. É dessa existência no lugar — no lugar urbano, uma construção humana definível como identitário, relacional e histórico (Augé, 1992), ou uma superfície assegurada por ritmos que comandam o condicionamento colectivo (Leroi-Gourhan, 1965) — que a ocupação momentânea ou recorrente traduz diferentes apropriações do território citadino. É da “natureza” das cidades ocupar o espaço em todos os contornos da vida social, seja económico, político ou lúdico. Da forma física e do conteúdo humano do espaço público antevemos práticas de sociabilidade e cultura, e de vários retratos de sociedade.
Nas últimas seis décadas, Lisboa lentamente se (re)fez multicultural como tantas capitais europeias. De cidade imperial a cidade turística, muitos processos de transformação ocorreram. Não existe uma só Lisboa, aqui vivem, trabalham e visitam gentes de muitas origens, a diversidade que a configura revela uma cidade aberta ao mundo, contudo fechada a si mesma nas desigualdades produzidas e tacitamente escondidas.
Este texto é uma reunião de observações etnográficas durante os meses de Outono de 2022, a que se somam um conjunto de interrogações, sobre uma específica geografia de lugares transnacionais no centro histórico de Lisboa que mescla lisboetas, imigrantes e turistas. Lugares que se tocam e se afastam, exibindo vivências e percursos híbridos ditados pela espacialidade, e em proximidade e fronteira. No fim da Rua da Palma abre-se a Praça Martim Moniz, num perplexo e interessante jogo de pessoas e espaço onde, nesta “baixa Mouraria”, há uma porção de cidade em contínua actualização. Após meros trezentos metros, e atravessando a Rua Barros Queirós, no icónico Largo de São Domingos detém-se outro pousio e encontro, por sua vez distinto da sua imediata vizinha Praça D. Pedro IV, vulgo Rossio. A partir das suas dimensões, relevâncias e simbolismos, este tríptico evidencia diferentes ideias de cidade, diversas formas de viver a cidade, e múltiplos modos de estar na cidade. Na verdade, esta zona apresenta-se multi-territorial e heterogénea num paradoxo de dissociação e relação mútua, e cada uma como micro-territorialidade proposta para análise. Desdobrando-se em três, evidenciam modos relacionais, comuns e divergentes, da ocupação e apropriação do espaço público que “é mais que um elemento de décor urbano – ele constitui/é a estrutura da própria cidade” (Menezes, 2009:302), e onde detalhes físicos e ambientais induzem (ou não) hospitalidade.
2. DEAMBULANDO PELAS PRÁTICAS DA CIDADE 
2.1 — Praça Martim Moniz
Estamos num lugar central de Lisboa, herdeiro de mitos de origem, histórias e metamorfoses urbanas e sociais como nenhum outro na capital portuguesa. A Praça Martim Moniz é desde há muito o principal espaço público da Mouraria. Porém, quem desconheça a sua história pensará que é tão antiga quanto o bairro. A realidade de hoje decorre de sucessivas transformações, em particular desde meados do século XX quando um enorme projecto de reabilitação urbana, para sempre incompleta, modificaria física e socialmente o local. Por razões de salubridade é demo- lida em 1949 a zona do Socorro, na qual deveria nascer uma imponente Praça D. João I, mas após falhadas políticas urbanas de avanços e recuos na forma e uso da praça (estaleiro, interface de transportes públicos, estacionamento automóvel) herdou-se uma Praça Martim Moniz que diferenciadas edificações em redor entre 1980 e início do séc. XXI produziriam para o comum dos lisboetas, sejam nativos ou de outras origens, uma estranha simbiose de lugar e não-lugar como polaridades fugidias em que o primeiro não se esfuma por completo e o segundo nunca se consume totalmente (Augé, 2012), ambos identidade e relação que se renovam nesta praça.
Na actual praça do Martim Moniz paira uma imaginária semelhança a um pátio prisional. À volta, um urbanismo desequilibrado como paredes desconexas. As quadrículas que cobrem todo o pavimento da praça estendem-se gastas e de aparência encardida. Nalguns pontos a vegetação arbustiva é “muro” verde pejado de melgas no crepúsculo, e as árvores principalmente na parte sul são insuficientes para esconder ou amenizar o lugar. Há muitos indícios em como este sítio se aparenta esquecido, perdido na incapacidade de regeneração e valorização. Certo que a área central da praça configura o seu princípio espacial, mas um costumeiro vazio denota evitamento ou desinteresse. E no entanto, a praça é habitada, renovando-se na frequência da multiculturalidade que a caracteriza há algumas décadas. Neste bairro, designação tão imaginada e amada, existem entre os seus 6000 habitantes mais de 50 nacionalidades diferentes, segundo a associação Renovar a Mouraria. A população imigrante, seguramente não toda aqui residente e que frequenta a Praça Martim Moniz, continua a fornecer esta migrantscape (Gésero, 2014) numa paisagem de diversidade cultural onde vários cenários sociais se desdobram. Eis alguns registos das minhas observações.
Ao fim da tarde a praça ganha outro movimento. Ou melhor, mais presença. Homens de idades várias, maioritariamente jovens, ocupam o topo norte e o lado oeste desta plataforma. Durante o dia, os ajuntamentos não excedem as duas ou três pessoas; ao entardecer, os grupos reunem quatro a seis. Oriundos do subcontinente indiano (Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal) somam-se por vezes trinta a cem pessoas, falando nos seus idiomas em conversa sentada ou de pé a telefonar. Ninguém fuma, nem bebe. Há dias em que, pelas 19h, perto do acesso da estação de Metro do Martim Moniz nesta face norte da praça, se formam filas para comprar uma refeição típica das suas terras, preparada ali mesmo por homens mais velhos em panelas sobre fogão de campista. Num “cantinho”, também sentados nos esguios, baixos e frios muretes que circundam os espaços da dispersa vegetação, três homens africanos, de idade mais avançada que os demais, falam em crioulo. Após várias idas, apenas nesta ocasião surgem duas mulheres, de cabelo coberto e filhos de colo, para se sentarem no oeste da praça.
Um pouco adiante, encostados ao muro que delimita a praça frente ao Hotel Mundial, e na sombra das poucas árvores existentes, rotineiramente juntam-se cerca de vinte jovens da África Ocidental. Neste meio círculo, de pé conversam animadamente, e os que estão sentados prosam calmamente no conforto possível do mesmo tipo de muretes baixos e frios que emolduram a praça; a vintena de cubos de pedra negra que pontuam a área não manifesta procura pois a lotação para um indivíduo não estimula pouso adequado para diálogos. Alguns fumam ou comem, ninguém telefona. Noutra ocasião, sob uma tarde solarenga de Novembro, neste fundo da praça, dez a doze destes rapazes jogam futebol com uma baliza feita com camisolas amontoadas e a outra por duas latas encostadas ao muro. Os jogos terminam quando uma das equipas marca cinco golos, prolongando-se as gargalhadas na pausa breve até o próximo grupo tomar o lugar da derrotada. Moussa é um destes jovens com menos de trinta anos. Originário do Senegal, de onde saiu há seis anos para trabalhar na Bélgica, tenta agora a sua sorte em Lisboa, nas obras. A sua figura é esguia e   de gestos cadenciados, e na nossa conversa em inglês a sua fala afável de sorriso aberto não esconde alguns dentes que lhe faltam. Diz-me que partilha um quarto com outras pessoas perto do Marquês de Pombal. Com os seus companheiros “lisboetas” que por cá conheceu, alguns também senegaleses e outros da Gâmbia e Nigéria, as horas passadas no Martim Moniz são por vezes preenchidas com futebol.
Jogar futebol num espaço público de cidade, uma raridade actual. Uma das usuais práticas de cidade era mesmo isto, futebol de rua. A memória, e o imaginário, ao transformar uma rua ou um beco ou um largo ou uma praça ou um ermo baldio num campo improvisado remete-nos para o lúdico “jogar à bola” por crianças e adolescentes, em importantes momentos de repetida socialização e aprendizagem, não se ausentando a relação ou pertença ao lugar e à comunidade. A construção, organização, ordenamento, controlo e abandono variado da cidade invalidaram ou condicionaram a prática do brincar na rua. A “rua” como espaço de liberdade no uso “espontâneo” do lugar perdeu-se quase irremediavelmente. As transformações urbanas, sociais, demográficas e de segurança alteraram esta vivência de cidade, complementar a sua falta criando espaços adequados (campos públicos e academias) coloca-os eventualmente distantes ou de vários modos com acesso reservado. Mas, criando-se a oportunidade, observa-se nestes rapazes a alegria e a liberdade que o momento proporciona, concebendo neste pedaço um “lugar antropológico” na partilha de acto e referências evocando experiências vividas nas suas terras de origem.
Outra questão ocorre. O futebol joga-se em qualquer sítio, mas onde jogam cricket os indianos, paquistaneses e bengaleses deste lugar multicultural? Esta modalidade obriga a mais espaço, a bola pequena e rija é batida ainda mais longe que a de futebol. Outrora, há cerca de dez anos, crianças e adolescentes jogavam no centro da praça esta prática desportiva e cultural das suas comunidades, como reportava o jornal i . Hoje, o cricket tornou-se críquete e profissional, com clubes e jogos organizados pelos vários imigrantes que vivem em Portugal; a prática amadora encontra-se em descampados numa área esquecida ou de periferia, como acontece em Leiria (ruínas do antigo Hospital Militar) ou em Odemira (atrás da estação rodoviária).
Partilhando este meio círculo com os rapazes africanos, mas sem qualquer interacção, jovens timorenses (aqui cerca de 15, entre homens e mulheres, de um total estimado entre 150 a 300 pessoas em Lisboa) recém-chegados após o infortúnio de exploração e engano na agricultura do Alentejo nas semanas anteriores, agrupa-se junto ao monumento dedicado ao guerreiro Martim Moniz e à cerca moura. O seu purgatório inclui uma refeição por dia, frias dormidas no chão inclemente, deambular mais que os outros ocupantes da praça, e vulneráveis a novas perfídias. Quando tudo se perde, iremos para onde? É esta praça esquálida único porto seguro possível para pessoas lançadas ao deus-dará? Quatro agentes da Polícia Municipal patrulham por perto. Onde está a ameaça? Permanece todo o estrangeiro como potencial inimigo? Semanas depois já não há presença policial.
Noutra incursão sento-me também no topo norte da praça. A ocupação e os comportamentos repetem-se. Desta vez, ignorando eu a razão, dois agentes da Polícia Municipal estão por perto; na verdade, a praça tem nesse dia vários destes elementos em serviço. 
Subsiste a percepção que o Martim Moniz é inseguro e palco de uma certa criminalidade. O infeliz desenho ou abandono nas cidades fomenta transgressão. O tráfico de estupefacientes, por exemplo, busca sempre a espacialidade confusa e difusa. Há uma latente desconfiança social associada à arrastada insolvência urbana e que alimenta uma segregação não pronunciada mas sentida no local. Contudo, o que transparece, durante o dia, é um espaço pacífico e de partilha para várias comunidades estrangeiras residentes em Lisboa. 
A luz diminui azulando o lugar, a iluminação pública é ainda escassa. Subitamente ouço “A gente fala na esquadra”. A locução assertiva revela que algo se passa nas minhas costas. Não abusando da sua autoridade, um polícia PSP aborda um indivíduo que, como ele, deverá aproximar-se dos trinta anos de idade. O rapaz responde algo que não consigo entender, estou a cerca de dois metros mas o som é abafado pelo vento que agita os arbustos no fim da tarde. “Vá. Vais a bem ou vais a mal. Como queres?” Mantendo abordagem firme e calma, a frase de ordem contém uma alternativa que o rapaz não desafia, e levanta-se. O que motivou a interlocução, não sei; mas a intervenção não produziu mais que uma provável reacção inicial negando qualquer ilegalidade. Ambos caminham, lado a lado, para a esquadra adiante no início da Rua da Palma, em curiosa (dis)semelhança da cena final do filme Casablanca.
Numa tarde de verão de São Martinho, seis agentes PSP em passo acelerado descem desde a esquadra até à praça. Uma certa gravidade nos rostos e no andamento denuncia que esta saída tem missão e rumo certos. Um dos polícias mantém o punho sobre o coldre, o gesto tenso aparenta mais prontidão que hábito de pousar a mão. Dispersam-se dissimuladamente no amplo espaço público. Perco-lhes a vista quando chegam ao fim da praça. Dois minutos depois, estão num “corridinho” para o Centro Comercial da Mouraria e à própria Rua da Mouraria, o que não evita os olhares e as paranças das gentes que atravessam a praça e dos muitos turistas perto da Ermida de Nossa Senhora da Saúde que esperam o eléctrico 28, como sempre cobiçado e cheio. A perseguição, de alguém que não consegui identificar, revela-se inglória quando alguns polícias reduzem a velocidade ou param por instantes e revertem o caminho.
Praticamente apenas pessoas imigrantes (esmagadoramente homens jovens) estão, ou atravessam a praça dirigindo-se ou vindos da Avenida Almirante Reis, Mouraria ou a Baixa, raro é o indivíduo de outra possível origem por aqui, e desses, a maioria é turista alheio ou confuso numa praça sem jeito nem graça. Se no Martim Moniz a “invenção de uma geografia da resistência” se fez como nova “experiência fenomenológica do lugar” entre a última década do século passado e a primeira década do actual, como referia Marluci Menezes (2009), em 2022 já não é “comum encontrar grupos de chineses, (…) de indivíduos dos países do Leste europeu”. Com o desmantelamento dos quiosques, o não avanço da intervenção camarária de requalificação em 2019, e o período de pandemia Covid-19 desde 2020, alteraram-se novamente os usos e presenças. Neste território estrangeirado, possivelmente serei o único sujeito branco interessado em aqui estar. De outras pessoas que atravessam a praça presume-se que sejam moradores da zona, pelo saco de supermercado que transportam, ou passeando o cão.
2.2 — Largo de São Domingos
O céu nocturno inaugura novo bulício nas artérias próximas. Neste momento a maioria das gentes que caminham são alvas e rápidas, eventualmente na pressa do jantar que se aproxima. As esplanadas na nesga sul da Rua da Palma continuam na glória calma, com homens negros e brancos bebendo cerveja. Dominam os turistas e outros migrantes, em ambos os sentidos. Na Rua Barros Queirós, essa passagem antiga, estreita e movimentada, que se inicia numa esquina pelas traseiras do edificado da Igreja de São Domingos e, na outra, num restaurante usualmente frequentado por pessoas do subcontinente indiano e algumas de origem africana. A rua prolonga-se com várias lojas de souvenirs, à minha direita; do lado esquerdo, um alfarrabista, uma retrosaria, algumas lojas encerradas, e no fim, um café e depois uma tasca onde se acumulam de forma multi-étnica homens de idade adulta sorvendo, entre conversas sempre animadas, cerveja em copo ou pela garrafa. Toda esta rua é um maniacal para outros e novos enfoques. 
As minhas observações neste largo icónico corroboram e auxiliam-se do descrito por Francis Rigal em Pratiquer la place publique (2016). Com diferentes “horas de ponta” ao longo do dia, no Largo de São Domingos atravessam e agrupam-se vários transeuntes. De modo “fixo”, algumas dezenas pessoas da África Ocidental lusófona; em continuado movimento, vagas sucessivas de turistas; e, competindo nos trajectos, outros migrantes e alguns lisboetas. A topografia deste lugar, pequena e entre edifícios, contempla dois planos físicos. O primeiro, sobe do Palácio da Independência à Calçada Garcia, onde tuk-tuks (hoje eléctricos e silenciosos, mas alguns ainda ruidosos pelos próprios turistas ou da música incluída), e espaçadamente um táxi, invadem as conversas e a sorrateira venda informal sob as sombras de três azinheiras e um pinheiro manso. Homens jovens tentam vender alguma roupa, sapatos e óculos de sol. As senhoras,  sentadas em bancos de campismo ou de cozinha,  trazem de suas casas produtos alimentares tradicionais como óleo de palma, pimentas, beringelas, amendoins, expostos sobre panos no chão de calçada portuguesa. O segundo plano e grupo de pessoas estende-se ao longo do muro que sustém essa ligeira subida da rua. Aqui, no Largo em si mesmo, abundam muitos homens com cerca de quarenta anos de idade para cima, e algumas, poucas, mulheres de idades semelhantes. Aumentando até cerca de três dezenas à medida que a tarde cresce e a noite chega, conversam sentados, um ou outro de pé por falta de assento. Diante dos seus olhares e encontros, diariamente dezenas de turistas sorvem uma ginja no edifício pombalino em frente, e umas centenas mais param ao ritmo do seu guia que lhes fala da história trágica do massacre de cristãos-novos e judeus em 1506 iniciada ali mesmo na Igreja de São Domingos, templo esse pleno de episódios seguintes de castigo e redenção transformando o seu interior numa invulgar obra de arte e espanto. 
A ocupação e a apropriação do Largo de São Domingos revela outra bolsa cultural em Lisboa. O acolhimento do sítio ocorre pela certa generosidade de mobiliário urbano. Em pedra lioz branca três paralelepípedos e outros dois perpendicularmente dez metros adiante podem reunir, com relativo esforço, até três pessoas sentadas, com outras tantas de pé à volta para completar o convívio situado. Curiosamente, e quase como se tivessem sido surripiados para aqui, cinco blocos de forma semelhante mas em cru betão e mais compridos (cerca 2m cada) situam-se bem junto à parede pintada de branco fornecendo encosto e mais oportunidade de pouso e parlatório. A maioria dos sedestres utiliza “almofadas” feitas de desdobradas caixas cartonadas para menorizar o frio dos assentos. Assim, os mais-velhos estão sentados nos assentos (alguns, mais adiante, em bancos de madeira virados para o Rossio), e os mais jovens de pé nos limites do largo ou sentados nos baixos meio-globos de lioz que marcam a fronteira física entre zona pedonal e zona automóvel. Mais que no Martim Moniz, no Largo estimula-se o encontro certo e o encontro ocasional. Marcando a sua presença, cada um dos indivíduos afirma a sua existência abrindo proximidade aos amigos, familiares e conhecidos que aqui se cruzam, trocando cumprimentos e muitas falas (Rigal, 2016). 
2.3 — Rossio
Há um retrato distinto no Rossio, o ambiente cenográfico difere substancialmente. A moldura de jacarandás pinta de violeta duas vezes por ano a praça em calçada portuguesa cujo desenho ondulado (“mar largo”) podemos encontrar no famoso calçadão de Copacabana (Rio de Janeiro). A elegância completa-se na arquitectura pós-terramoto desta praça histórica assente sobre o antigo circo romano, resplandecendo a imagem de poder e harmonia das cidades-capital projectadas a partir do séc. XVIII. 
Os bancos de lioz branco, esparsamente espalhados ao redor da Praça D. Pedro IV, estão tomados por famílias e amigos de várias paragens. A ocupação do espaço é maioritariamente turística, euro-americana e asiática, ouve-se falar inglês, espanhol, holandês, chinês, japonês. A passagem breve rivaliza com o tempo de descanso antes de retomarem a caminhada. Desde as primeiras horas da manhã às últimas do serão, milhares de pessoas atravessam, ocupam e usufruem do Rossio. A fotografia domina como gesto, enquadramentos sobre a praça e a paisagem urbana no seu todo, e fotos de si mesmos para perpetuar a visita. O Rossio é praça circulatória dos trânsitos turísticos de Lisboa, vindos ou para a Praça da Figueira, Restauradores, Chiado, Bairro Alto, Baixa Pombalina e Praça do Comércio/Terreiro do Paço. 
Por aqui, os imigrantes trabalhadores são uma minoria ínfima. Quatro mulheres falam em crioulo sentadas num banco perto do Teatro Nacional D. Maria II, dois rapazes do subcontinente indiano encostam-se à Fonte Sul, no lado oposto da praça. Ali estão serenos, conversando, alheios ao frenesim dos turistas.
3. DA CIDADE APROPRIADA, HOSPITALEIRA E HOSTIL
3.1 — As acções nos espaços tomados
A potencialidade para a construção de relação e apropriação do espaço público difere dentro das cidades, surgindo da morfologia, trânsitos, acessibilidades, simbologias e memória dos próprios lugares. Não são, assim, locais inertes, serão multilocalities, formando construções politizadas, culturalmente relativas, historicamente específicas, locais e múltiplas (Rodman, 1992). Do gesto e da percepção que encetamos no espaço, esse “lugar praticado” como define Michel de Certeau, percorremos e apropriamos a sua geografia fabricando espaços existenciais onde cooperam, na volumetria situada, interpretação, linguagem e convivência que formam relações sociais com e através da paisagem urbana. Seguindo as palavras de Marluci Menezes, cumprirá entender no espaço público urbano que as práticas sociais configuram continuamente os significados do espaço, onde se colocam “em relação o masculino e o feminino, a casa e a rua, o privado e o público, o local e o global, o jovem e o velho, nós e os outros, sagrado e profano, tempo e espaço, quotidiano e extraordinário, lazer e trabalho” (Menezes, 2009:303). Os vários conceitos de paisagem urbana — townscape (Cullen), ethnoscape (Appadurai), migrantscape (Gésero), soundscape (Schafer), smellscape (Porteous, Fortuna) — traduzirão vivências e interpretações inescapáveis aos aspectos múltiplos e pluralistas da presença, ocupação, sonoridade e sensorialidade presentes nas cidades, sejam ou não multiculturais.
Nestes três lugares em análise observam-se distintas ou semelhantes acções nos espaços tomados. É notório pelas descrições no segmento anterior que a praça pública significa três características relevantes da cidade habitada:
Passagem — A praça não é apenas um zonamento, uma superfície fixa ou parada no meio da cidade. O que a distingue, além do simbolismo da história e da toponímia, é ser espaço de deambulação e travessia, uma passagem, na errância de destino e partida simultânea. 
Encontro — Não são aparentes áreas neutras, ou terra de ninguém e de todos, mas espaços de relações sociais, como identifica Michel Foucault; são oportunidade para encontro, combinado ou aleatório, numa leitura (ou escrita) de lugar e gente. 
Pousio — Nos trajectos realizados surge uma permanência específica em determinados pedaços (Magnani, 2002), um pousio onde pausa ou descanso são acções e interacções sociais quotidianas que concebem outra “qualidade” da apropriação humana do lugar. 
3.2 — Receber e estar
Será Lisboa totalmente hospitaleira? De modos diversos, frequenta “a praça” quem encontra “refúgio” na cidade. Esse “conforto” público dos lugares personifica um aconchego gratuito e possível de quem está “deslocado” na cidade. Nesse olhar, o factor de acolhimento e hospitalidade dos lugares pode demonstrar como o cidadão “comum”, e o cidadão “outro”, se inscrevem na cidade. A hospitalidade no espaço urbano é sinónima das formas de acolhimento da sociedade. Contíguos e interligados, a heterogeneidade social e étnica de Rossio, Largo de São Domingos e Martim Moniz demonstra várias sociabilidades. A procura destes lugares, assentes no seu simbolismo histórico e estético, joga em simultâneo na continuidade urbana de espaço público e na configuração de lugares antropológicos. 
Rapidamente se observam, não opostos mas diferenças entre si. Da alteração das dinâmicas sócio-culturais nas recentes décadas em Lisboa, observar estes três palcos da cidade conduz a várias questões sobre a sua prática na cidade. Quem usa? Quem quer ou pode frequentar os lugares? O espaço público condiciona a sua utilização? Que nos descreve a presença, segmentação e distância dos grupos sociais? A forma da cidade induz a um desenho de sociedade? O espaço e mobiliário urbano são hospitaleiros ou hostis? Terão estas áreas invisíveis, involuntárias e inconscientes marcadores de diferenciação nas quais forma, função e presença condicionam circulação, inventam percepções, instituem pertença e exclusão, fomentam segregação? Certo que as pessoas dão sentido ao seu mundo conectando e separando coisas ao desenhar ou ordenar distinções e relações; esses processos deixam a sua marca no espaço não simplesmente como factos físicos mas enquanto reprodução de actividade social (Tonkiss, 2005:30-31). A cidade é, desse modo, composta por múltiplos territórios onde nos sentimos identificados ou estranhos, gerando uma natureza muito além de nós, não isenta de ameaças, de perigos, de desconhecido (Brito, 2003).
3.3 — O lugar do outro
Os territórios que este texto explora não evidenciam todos os retratos das assimetrias sociais e urbanas da capital, embora “fronteiras simbólicas do urbano” — na fraseologia do antropólogo catalão Manuel Delgado (El animal público, 1999) — possam representar-se nestes espaços. Delgado é claro quando afirma que o carácter urbano é flutuante, aleatório e fortuito; a metamorfose das cidades assim o comprova, em que todo o espaço estruturado, logo espaço social, apenas pela sociedade se converte de espaço não definido num território. Invariavelmente surgem diferenças específicas cuja demarcação física, social e imaginada será, para uns abertura, para outros fronteira.
Na valorização de uma sociedade multicultural nestes três lugares fluem diversos “outros” simbolizando a característica de cidade aberta tantas vezes invocada. Somos sempre o outro do outro, como disse José Saramago, porém a certos “outros” persiste a fronteira. Nos últimos trinta anos, balançando entre espaço fisicamente marginal e socialmente marginalizado, emerge “o lugar do Martim Moniz” como identificação, fronteira e confluência na travessia e presença humana que persiste em actualização multicultural, numa migrantscape ora ignorada, ora tolerada. Na Praça Martim Moniz se fez um “lugar do Outro” onde percepções de fronteira e margem subentendem-se imanentes, talvez mais que no Largo de São Domingos. As periferias não se circunscrevem à sua geografia exterior e distante, os enclaves urbanos são periferias internas cujas condições físicas e sociais poderão albergar essas mesmas noções e vulnerabilidades.
Poderão estes territórios serem reflexos da cultura, ou culturas, formas de “controlar” a cidade, de “quem pertence” em lugares específicos, ou desempenha determinados papeis? Na tipologia de ocupação e apropriação que demonstram, funcionarão subliminarmente as presenças e as diferenças transnacionais como indicadores de  exclusividade para uns e para outros? Sentir-se-ão dissuadidos a frequentar um ou outro lugar? Sentirão que “não é o seu lugar”, ou que estarão“fora de lugar”? Serão o Largo de São Domingos e a Praça Martim Moniz, particularmente para as comunidades imigrantes, únicos locais possíveis ou tacitamente “permitidos” para a sua presença no espaço público de Lisboa?
3.4 — Forma e função
A olho nu, uma praça se impõe e outra se opõe; a praça do Rossio é nobre, a do Martim Moniz é pobre. O Rossio abraça estética, fluxo e conforto; o Martim Moniz é esconsa e fugidia. Porém, o primeiro é mais passagem e o segundo é mais pousio quando os comparamos. No Rossio fluem migrantes turistas, desafogados nos seus gestos e olhares; no Martim Moniz pousam os migrantes trabalhadores dos sistemas económico e turístico da cidade. Literalmente entre ambos, o Largo de São Domingos é um interstício urbano e social. Se não tivesse assentos estaria este largo ocupado da mesma forma? A ausência de assentos no Martim Moniz, não sendo a única explicação para o parco uso da praça, retira o conforto que se desejaria. O design da praça do Rossio concebe uma apresentação e um acolhimento que a Praça Martim Moniz não possui; no primeiro criou-se hospitalidade, no segundo subsiste uma espécie de arquitectura hostil.
Ao olharmos com atenção e nos debruçarmos sobre as características da cidade hoje, rapidamente chegamos às mesmas conclusões e propostas do arquitecto dinamarquês Jan Gehl em A Vida Entre Edifícios (2017), editado originalmente em 1971: “A vida entre edifícios não é meramente o tráfego pedonal ou as actividades recreativas ou sociais (…) compreende todo o espectro de actividades que se combinam para tornar os espaços comunais nas cidades e nas áreas residenciais atraentes e significativos.” (Gehl, 2017:14). E, numa das publicações do Gehl Institute (The Public Life Diversity Toolkit, 2016) afirma-se o seguinte: “We believe that good urban design, from street networks to benches, plays a role in creating tolerant and inclusive communities where the opportunity for human flourishing is shared by everyone”. É elementar que qualquer projecto arquitectónico e urbanístico não pode cingir-se a uma interpretação fechada ou descontínua do lugar. A importância da escala humana, seja na cidade ou qualquer assentamento, significa um olhar atento à ocupação humana do lugar e, integrando a natureza, apenas assim se conseguem criar espaços hospitaleiros.
4. PONTOS DE CHEGADA
Mais perguntas que respostas ficaram destas observações. Um “olhar de perto” com maior e melhor incidência etnográfica proporcionará informações relevantes para entender algumas das dinâmicas pessoais e colectivas. Neste “olhar distanciado” as interrogações permitem reflectir sobre o ideal de cidade e seus contornos, aparentemente invisíveis, que o contexto contemporâneo da diversidade social produz, e carregam consigo problemáticas de reflexão antropológica e urbana cuja abordagem científica poderá auxiliar na promoção de uma cidade mais inclusiva, coesa e justa. É um olhar situado que incide apenas sobre dinâmicas ocorridas após amanhecer até ao crepúsculo, o que acontece nas horas seguintes é seguramente diferente, sendo outro patamar de análise que este texto não toca. 
Do contexto específico do uso das três praças em análise, encontramos padrões culturais e sociais relevantes, estabelecendo sempre relações entre si pois nenhuma age isoladamente e cada uma revela extensões de elevado interesse para diversas indagações e retratos. Reunidos no seu património cultural e linguístico, no Martim Moniz e no Largo de São Domingos a “necessidade de vínculo” associa-se à “necessidade de lugar”, renovando-se em cada encontro ou mera presença. Aqui se levantam oportunidades para uma sociabilidade no exterior, no espaço público, e para a afirmação cultural que os une. No Rossio é diferente, a sua turistificação internacional aproxima-a de um incansável interface de pessoas. 
A experiência social do espaço público inicia-se sempre no indivíduo que busca vínculos de afiliação e participação num colectivo. Enfatizando visibilidade e presença revelam-se detalhes de ser e estar na cidade, há um manifesto social e de identidade que se corporaliza literalmente. Os imigrantes, de passagem ou já com intenções em ficar, são assim novos lisboetas e nestas praças também querem ser homens “na cidade/ Que manhã cedo acorda e canta/ (...) pela estrada deslumbrada/ Da lua cheia de Lisboa” (Ary dos Santos, 1977), usufruindo-a no melhor das suas possibilidades. A condição do Outro é indissociável, na cada vez maior transnacionalidade dos lugares, da organização urbana e das heranças assimétricas das sociedades coloniais. Contudo, não deveria auferir segmentações fracturantes no espaço público mas sim eventos de coexistência porque o contacto, visual ou interpessoal é um modo, uma tentativa, de reduzir o preconceito entre os grupos. A proxémia subtilmente configurada demonstra o uso e a percepção do espaço social e pessoal. A apropriação de território e a marcação de identidade não pretendem ser fronteira hostil e intransponível contrariamente às percepções criadas; mesmo que pareça cativo, é o seu lugar na cidade. Não difere muito do que podemos encontrar entre os reformados no jardim do Príncipe Real em Lisboa, ou num largo de qualquer cidade ou aldeia onde as pessoas marcam os seus dias e amizades em cada cumprimento, conversa, jogo, ou silêncio cúmplice. Bastará a simples co-presença dos indivíduos no espaço público, não importa a nacionalidade ou naturalidade, para suscitar, de forma totalmente simbólica, um sentimento de pertença colectiva (Rigal, 2016).
Qualquer lugar é sempre objecto e sujeito de demanda e ocupação, escolhido pela função que oferece mas também pelas sensações que produzem; a apropriação que ocorre estabelece-se nas inúmeras interacções sociais que o desenho de cidade manifesta. A modelação do conforto não se determina apenas no aspecto físico, é indissociável das respostas emocionais do lugar; a hospitalidade do espaço público urbano advém não apenas da sua materialidade objectiva mas igualmente de percepções subjectivas do lugar.
Assim se manifestam, plurais e singulares, Martim Moniz, Largo de São Domingos e Rossio, lugares transnacionais no centro de Lisboa.
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Renovar a Mouraria https://renovaramouraria.pt/pt/mouraria/ Consultado 31.01.2023
— Este ensaio expande, nalguns segmentos, o trabalho final desenvolvido para a unidade curricular Cidades, Migrações e Diversidade do Mestrado de Estudos Urbanos (Iscte-IUL / Nova FCSH UNL), no ano lectivo 2022/2023 — 19v
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kfzero · 1 year ago
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