#death no more
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agsbf · 5 months ago
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Death No More
Stardust Crusaders X Isekai! Leitora
Capítulo 7: Aceitas uma Fofoquinha?
Capítulo anterior - Masterlist
Holly ainda estava preocupada com a garota em frente a ela, era óbvio que a jovem possuía alguns sentimentos negativos não disposta em compartilhar, entretanto não era como se a loira fosse diferente; há alguns dias começou a se sentir mais cansada, sua cabeça latejava com mais frequência, nem mesmo sua pele continuava igual, uma vez que aparentava estar muito mais pálida, ao ponto de até mesmo o filho alheio perceber. No início a dona de casa pensava se tratar de uma simples gripe, mas com a chegada do pai, revelação da existência de Stands e a volta de Dio, a filha de Joseph sentia haver coisas escondidas nessa doença abrupta.
-E você, Holly? Por que veio para o Japão?
Você sabia que não era a única lidando com emoções ruins no momento, a loira dedicou uma quantia considerável do tempo para te acalmar, não havia muitas alternativas para aliviar a situação dela, mas assim como fez com Jotaro, conversar sobre algum assunto capaz de distrair a mente parecia ser uma boa alternativa; embora quisesse não tinha como reverter o estado debilitado da mulher com o Crazy Diamond, pois estava relacionado com a volta de Dio, não a um simples vírus ou bactéria igual às outras enfermidades. Dialogar também vinha com a vantagem de criar um vínculo com a mulher, uma vez que possuir a companhia do Jotaro parecia a mesma coisa de ter a companhia de uma pedra, na realidade, a rocha poderia ser mais emotiva.
Com a pergunta feita, Holly não conseguiu impedir de relembrar quando conheceu Sadao Kujo, um dos dias mais felizes de sua vida: o primeiro encontro deles havia sido um piquenique em um jardim extremamente colorido, ela se lembrava de cada detalhe, a memória mais vívida sendo o terno verde neon com bolinhas vermelhas que o rapaz vestia; mais tarde ele contou haver pedido conselhos para Joseph sobre qual roupa comprar com o objetivo de impressioná-la. Sem dúvidas, o estadunidense quis prejudicar o japonês com a escolha. Fora isso, o homem trouxe todos os doces favoritos de sua confeitaria preferida, desajeitado nas formas de demonstrar afeto, corava sempre que a loira elogiava algo nele, uma reação adorável. Anos depois, quando foi pedida em casamento, o rapaz fez questão de propor no mesmo lugar desse primeiro encontro, suas palavras ficaram gravadas na memória da loira:
“Minha querida Holly, desde que te conheci minha vida mudou para melhor, você consegue trazer o melhor de mim mesmo nas piores situações. Cada segundo ao seu lado me sinto como o homem mais sortudo do mundo apenas por ter o privilégio de me desfrutar de sua presença. Sua risada é a melodia que embala meu coração, e seu sorriso é a luz que ilumina minha vida, junto a ti me sinto completo e humano. Quero construir uma vida ao seu lado, repleta de alegria, risadas e sonhos. Aceita se casar comigo?”
A recordação trouxe um sorriso ao rosto da mulher, alguns diriam que a magia do casamento acabou há anos por causa do pouco tempo que o homem passava em casa devido as suas turnês, porém a loira sabia não ser o caso, apesar da distância ambos estariam dispostos a darem a vida pelo outro. A enorme quantidade de cartas recebidas por semana sendo um sinal do quanto o homem pensava nela.
-Vim aqui por causa do meu marido. -Holly parou de passar o pano no móvel, indo em direção a uma estante com uma expressão alegre, pegando um livro grosso que você não reconhecia.
A garota ergueu uma das sobrancelhas, antes de perguntar:
-O que é isso?
-Um álbum de fotografias. -A loira sentou no sofá, batendo as mãos no assento ao lado de forma convidativa. -Venha aqui, vou te mostrar tudo.
Sem pestanejar você parou de varrer e aceitou a oferta, estava curiosa para saber as coisas canônicas em Jojo não contadas.
Analisando o objeto, não pôde deixar de franzir a testa, o item parecia ser muito mais antigo, pois embora a capa conservada, com aparência de nova, a maioria das folhas estavam amareladas, como se tivessem séculos de vida, as únicas exceções sendo as últimas, adicionadas a pouco tempo.
Holly notou sua expressão confusa com a aparência do livro, logo percebeu o quão superficial foi a explicação, uma vez que o aspecto do objeto não condizia com a idade que deveria ter, então adicionou:
-Esse álbum não é apenas meu, está com minha família há séculos, tem os meus pais, os pais deles, os pais dos pais deles e assim por diante. As primeiras fotos são do meu trisavô para você ter ideia. - A mulher sorriu, esse livro tinha lembranças de sua vida inteira, assim como as de seus ancestrais, não era a coisa mais cara da casa, no entanto um bem valioso para a loira.
Sua boca abriu em descrença, esperava obter cobre e minerou ouro, ao invés de alguns fatos referentes apenas a Joseph, Jotaro e Holly, conseguiria histórias de todos os membros. Alguma informação sobre um falecido há anos mudaria algo durante uma batalha? Não, mas uma fofoquinha leve sempre era bem vinda.
A dona de casa abriu na primeira página, você se aconchegou no sofá, sabendo que demoraria umas boas horas até olharem todo o livro, o que não esperava era a bomba de cara:
A folha havia sido trocada, um acontecimento normal dado o quão velho era o artefato, porém a fotografia estava rasgada em um lugar bem específico: se tratava de uma foto em família com George Joestar l, Jonathan e Danny, a parte prejudicada mostrava a existência de um cabelo loiro. Ao encarar Holly, viu a forma como os lábios da mulher ficaram em linha reta, qualquer indício de dúvida foi extinta de sua mente, o motivo da foto ter sido alterada foi a presença de Dio.
-Havia mais alguém na foto, mas ele não era uma boa pessoa. -A mulher explicou sem graça, optando por passar rapidamente todas as fotos referentes a Phantom Blood para não falar do vampiro, um tabu completamente aceitável dado a situação.
-Essa aqui é minha vó quando jovem, junto ao meu pai mais novo e o amigo dele. -Holly mostrou uma foto de Lisa Lisa, Joseph e Caesar, todos estavam com um sorriso no rosto, embora a expressão da usuária de hamon fosse mais discreta; o fato de ter uma quantia preocupante de suor nas camisetas dos homens indicava haver sido tirada após uma sessão de treino, durante a segunda parte do anime.
Ao olhar os três na imagem, você engoliu em seco, sabendo exatamente como as coisas terminaram: Zeppeli morrendo em batalha, mas não antes de conseguir a cura para o amigo, um sacrifício nobre, levando em consideração a briga feia horas antes. De certa forma, esse ato servia como motivação para você na jornada, a história dos Joestars sempre terminava em tragédia, foi assim com Jonathan, Joseph, Jotaro, toda a linhagem; o ciclo de sofrimento da família era digno de te fazer cerrar os punhos, todas as suas memórias da última vida estavam intactas em seu cérebro, embora ninguém tenha morrido, você perdeu a todos. Quem acredita que o pior do luto é o enterro está equivocado, o pós sempre será o pior, aceitar que nunca mais vai ver a pessoa e as únicas lembranças serão os momentos vividos, isso sim é o mais difícil, não desejaria nem para seu maior inimigo e exatamente por uma questão de humanidade faria tudo ao seu alcance para Jotaro não passar pela mesma situação que seus ancestrais.
-Sua vó é muito bonita. -A loira estava animada para ouvir um comentário seu, então não pôde deixar de bater palminhas de alegria ao ouvir sua resposta, embora breve, ela estava feliz por ver que a garota prestou atenção na foto. A dona de casa tinha receio com a possibilidade da jovem apenas ter aceitado ver o álbum por educação.
[...]
Holly folheou mais algumas páginas, os olhos dela brilharam e os lábios ergueram em um sorriso ao chegar em uma foto do filho bebê.
-Olhe! É o Jotaro quando nasceu! -A saudade gritava forte na mãe, quando criança a relação com o Kujo parecia ser mais fácil, abraços e “eu te amo” constantes, o menino demonstrava todas as suas emoções sem dificuldade alguma, na adolescência foram quando as coisas começaram a desandar, embora nunca duvidasse do amor do rapaz, gostaria que a personalidade dele nunca tivesse mudado, desejava o jovem de humor contagioso que seu filho um dia foi.
Você não pôde deixar de sorrir junto com a loira, embora não compartilhasse do sentimento de nostalgia, a forma como o rosto dela se iluminava lembrando da cena fazia ser impossível não se emocionar. Porém, apesar do entusiasmo da dona de casa, pela primeira vez a voz da mulher falhou:
-Sabe, Jotaro nem sempre foi assim tão…
-Ranzinza? -Você completou, dando tapinhas no ombro da mulher para tentar tranquilizá-la, lágrimas escorreram pelos olhos dela, Holly estava reprimindo suas emoções durante anos, ao ponto de uma simples foto ser seu ponto de ruptura.
-Isso. Quando ele era mais novo agia de forma tão amável. Não sei por qual motivo as coisas deram tão errado. Me pergunto se fui uma mãe ruim...
Quando ouviu essas palavras negativas saírem dos lábios da mulher, a abraçou, não suportava a ideia de ver alguém tão gentil dedicar palavras tão duras a si mesma por causa de ações de terceiros.
-A culpa não foi sua, Holly. Tenho certeza que é apenas uma fase do Jotaro, aquele menino percorreria o mundo por você. -Garantiu, sabendo ser uma das poucas coisas que realmente poderia assegurar para a mulher, o amor do protagonista pela mãe foi confirmado ao viajar para o Egito com o intuito de salvá-la.
A loira enxugou as lágrimas antes de se soltar do abraço, a dona de casa havia despejado muitas emoções em alguém que a conhece há apenas 5 minutos e tem os próprios problemas. Ela considerou uma atitude egoísta, pois como a principal adulta que você conhecia, a Kujo deveria ser seu porto seguro, não o contrário! A mais velha sentia a necessidade de pedir perdão:
-Desculpe, você só queria um momento descontraído vendo fotos e eu estraguei tudo.
-Nada de se colocar para baixo! Lembra o que falou para mim quando desabafei? “Não se desculpe por isso.” Você é a mãe do meu amigo, então somos amigas e em uma amizade é compartilhado as coisas que causam angústia com a outra, inclusive digo mais, você é muito mais legal que o Jojo, o mal-humorado está perdendo ótimos momentos com uma mãe incrível por causa do comportamento indiferente. Ele vai ver, é apenas questão de tempo.
-Sobre o que as duas estão falando? -O protagonista interrompeu.
-Aff, o assunto chegou. -Revirou os olhos, fazendo Holly abrir a boca estupefata com sua honestidade, ao mesmo tempo implorando em pensamento para não revelar nada do que a mulher havia te contado ao Kujo, não havia a mínima chance de fazer isso, então a tranquilizou com um sorriso.
-O assunto? -O homem ergueu as sobrancelhas, ao ver o álbum somou dois mais dois. -Pare de mostrar essas fotos, são apenas imagens idiotas de quando eu era criança, te falei para jogar fora há anos. -Reclamou, ele odiava como sua mãe sempre conseguia fazê-lo passar vergonha, mostrar recordações da infância do protagonista revelaria o fato de nem sempre ter sido um rapaz durão.
A expressão de Holly mudou, ela não queria ter envergonhado o filho, mas antes da dona de casa pedir desculpas, você interrompeu:
-Jojo, se manca! Eu estava curiosa sobre a vida da sua mãe e quis ver o álbum, nem tudo gira em torno do teu umbigo, princeso. -Tecnicamente, nessa temporada sim, porém não havia a necessidade de citar isso. -Ah, e sua mãe é bacana pacas. -Levantou do sofá, chegando perto do rapaz de cabelos pretos. -Ser mais legal com ela não faria seu pau cair.
O homem soltou um bufo irritado.
-Não pedi sua opinião, vadia.
-Tirou essa da revista de “patadas para dar na escola”? Porque parece.
-Algum dia você vai perder os dentes por causa dos seus comentários imbecis.
-Vivemos em uma sociedade tecnológica, eu compro implante dentário. -Tranquilizou, fazendo com que outro suspiro sem paciência saísse dos lábios do rapaz. -De qualquer forma, por que veio aqui? Espero que não tenha sido apenas para atrapalhar minha fofoca com sua mãe.
O Kujo se recompôs, odiava ter que pedir sua ajuda sabendo do quanto isso gerava carta branca para seu comportamento imaturo, mas seria uma grande criancice não usar seu stand para regenerar Noriaki, logo, mesmo contrariado, perguntou:
-Pode curar o Kakyoin?
Pensamentos aleatórios durante a escrita:
*Holly pega um álbum de fotografia*
Sn:
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bikinigoldbaby · 9 months ago
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смерти больше нет
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cringecat69 · 11 months ago
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LET IT ALL BURN, LET IT ALL BURN
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laromp3 · 8 months ago
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смерти больше нет (Death No More) - IC3PEAK
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laynnnnn · 1 year ago
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- i fill my eyes with kerosene let it all burn, let it all burn. i'm going through the city wearing my black hoodie, it's cold as usual and people are wicked. nothing awaits me ahead, but i'm waiting for you, one day you'll find me. // ›› please give credits if you take my work ! ›› пожалуйста, сохраняйте кредиты если берете мои работы !
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marlynnofmany · 2 months ago
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If that doesn't have potential for some fairytale nonsense, I don't know what does.
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arcanefanpage · 1 month ago
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The way Jinx honored Isha
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bruciemilf · 2 months ago
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Batman isn’t a mask; It’s a leash. In this essay I will—
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fogmoo · 9 months ago
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Lamb to the slaughter
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bamsara · 3 months ago
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Concept comic for a scene I'm writing for Trod
Takes place in the before-Shamura and mass dissention arc. I think the menticide mushrooms would react horrifically combined with godhood. Instead of seeing things that aren't real, they see real things they're not supposed to
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frownyalfred · 7 months ago
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It actually makes a lot of sense that Bruce was one of the few people left standing in the crowd at Haly’s Circus when Dick’s parents died.
Watching two innocent people plummet to their deaths is gruesome. It’s shocking. It can be horribly traumatic, depending on the blunt force trauma of hitting the ground. They might not have died right away. They might have bled and made awful noises that were heard even above the sounds of the crowd.
But Bruce is Batman. Bruce saw his parents get murdered right in front of him. And he knows the sounds and sights of someone dying. He’s hardened himself to stay calm in a situation like that, both through trauma and practice.
I think the image of a young Dick Grayson making eye contact with the one unshaken person in the crowd is chilling. A man standing resolute when everyone else is screaming, sadness etched across his face. But not panic. Not confusion. Resignation, maybe.
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agsbf · 19 days ago
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Death No More
Stardust Crusaders x Isekai! Leitora
Capítulo 9,66: Vida de Empreguete
Capítulo anterior - Masterlist
—Tenho que admitir, vocês foram incríveis. —Noriaki parabenizou, apertando sua mão, logo em seguida a de Muhammad.
—Só venceram porque eu e minha filha deixamos. —O idoso cruzou os braços, um beicinho se formando nos lábios do mais velho.
—Papai! Eles ganharam de maneira justa!
—Meu cu.
Holly revirou os olhos pela resposta grosseira enquanto pedia desculpas, aceitando o fato dos esforços para o Joestar agir de acordo com a idade serem um desperdício de tempo. O ruivo e o Abdul abafando uma risada com as mãos, embora a gargalhada da figura com bantu knots fosse mais contida quando comparada a do ruivo, que conseguia ser audível, eles pareciam divertidos diante a interação. Você piscou, seus lábios se erguendo sem perceber, o sorriso não sendo formado somente pelo comentário do senhor, mas pela conclusão que chegou:
"Hoje foi um dia perfeito."
Era isso que diria para sua versão desta manhã caso tivesse como. Se lembrava da respiração presa na garganta mais cedo, o batimento acelerado no coração, a sensação constante de saber que bastava fracassar hoje e o seu único propósito falharia, assim como na última vez que esteve viva. Gostaria de acalmar si mesma quando acordou, falando para sua versão do passado apenas respirar fundo e seguir a intuição, reconfortar sua pessoa afirmando para não surtar com isso, pois mesmo sem ter qualquer certeza do futuro, pelo menos por hoje, poderia garantir:
"Dê o seu melhor e será o suficiente. Se planeje, mas não surte se algo der errado."
Toda sua organização foi jogada pelos céus por ação do destino (ou do Desamparo, aquele vagabundo.), se encontrou com o Abdul em um momento inesperado, ainda assim, desprevenida, conseguiu causar uma boa impressão capaz de gerar alguma confiança. Entrou em uma discussão verbal contra o Jotaro, algo cuja sua versão de manhã desmaiaria com a simples possibilidade de desavença, porém conseguiu se redimir curando a ferida dele e de alguns colegas, ao mesmo tempo que limpou a barra da enfermeira, salvando a mulher de ser presa por um crime forjado. Também regenerou o Kakyoin possuído, evento que contribuiu para seu relacionamento com o ruivo, e por que não com Holly? Graças a esse episódio conseguiu desvincular pensamentos negativos da Joestar referente ao filho, inclusive construindo um vínculo ao ouvir cada uma das histórias de família contada pela mãe do protagonista. Até houve a criação de laços com Joseph, apesar de menos impactante quando comparado com os outros, visto que a união se resumiu a ferrar com o Kujo durante o Uno.
O principal é, assistir o grupo feliz lhe trouxe um aquecimento no coração, a perspectiva que talvez a possibilidade de um final diferente do definido fosse realmente possível. Então, aproveitou o momento, libertando a risada presa na garganta.
Com o final da jogatina, Jotaro recolheu o baralho do monte, saindo do cômodo em silêncio para guardar o item. Joseph se levantou da almofada colocada no chão, andando na direção do homem com bantu knots, tocando no ombro de Abdul antes de cochichar algo que fez o rapaz franzir a sobrancelha, assentindo em concordância, em seguida a dupla pedindo desculpas pela saída abrupta enquanto iam para o corredor, o som de alguma porta sendo fechada para abafar o teor da conversa. A julgar pela seriedade dos homens, presumia ser algo relacionado a Dio, seja sobre seu paradeiro ou poderes. Conhecendo o idoso, ele não gostaria de preocupar Holly com a volta do inimigo, fator responsável por preferir discutir isso isolado com Muhammad. No final, sobrou apenas você, o ruivo e a loira na sala de estar. Sua pessoa olhou para a janela, erguendo as sobrancelhas, havia chegado aqui esta manhã e agora as estrelas já decoravam o céu, o luar presente iluminando o jardim da casa e o pequeno lago da família. O tempo passou voando.
A dona de casa, curiosa para ver o que havia captado sua atenção, olhou na mesma direção, os lábios se contraindo ao perceber as horas, de maneira alguma ela poderia deixar dois alunos voltarem sozinhos para casa tão tarde.
—Está muito escuro lá fora. Se quiserem, podem dormir aqui, vou pedir para o Jojo pegar dois dos conjuntos de cama que temos guardado.
Apesar do Japão ser conhecido como um lugar seguro, ela sabia que não existe país com criminalidade nula. Mesmo sendo usuários de Stand coisas horríveis poderiam acontecer com vocês, como se perderem durante o trajeto, acabarem sequestrados ou assassinados por algum maníaco. A dona de casa nunca conseguiria fechar os olhos essa noite sabendo da possibilidade de um descuido da parte dela ter levado ao fim da vida de dois jovens, e como poderia? A loira tinha um filho, lembrava exatamente de todas as madrugadas que passou em claro petrificada com a ideia de algo ter acontecido com o Jotaro em uma das saídas do estudante sem avisar, não desejando essa sensação de inquietação crescente para ninguém. Caso algo acontecesse, como ela explicaria a situação para os pais da garota e de Noriaki? Ela nunca perdeu uma criança, então nem conseguia imaginar o quão doloroso seria para uma mãe descobrir a notícia do falecimento do seu filho.
Kakyoin franziu as sobrancelhas com a ideia, mesmo agradecido pela hospitalidade de Holly, não sabia se tinha proximidade suficiente com o Kujo para passar a noite na casa dele, ainda mais quando estava totalmente recuperado do ataque de Dio, a cidade onde morava não era tão grande, ele demoraria no máximo meia hora para voltar. Já você, não poderia estar mais contente com o desenrolar da história, depois de ter causado uma boa impressão hoje, estava preparada para voltar para casa, sua preocupação de amanhã se resumindo a tomar cuidado para não perder a hora e o evento principal, o episódio pai de toda a trama da terceira temporada:
A manifestação da doença do antagonista na loira.
Sendo alguém que preferia planejar o presente no lugar do futuro, sua organização para os acontecimentos de amanhã poderia ser resumida em; passar cedo no endereço do Jotaro aliada ao ruivo, usando a desculpa de: "Nós 3 somos amigos, então vai caminhar com a gente sim, seu mal-humorado.", para justificar o aparecimento abrupto. Nesse cenário, seguindo o cânone, estariam presentes quando a desgraça começasse a acontecer, permitindo tanto sua entrada oficial como uma Crusader, quanto do usuário do Hierophant Green, porém não era um plano isento de falhas, bastava se atrasarem e tudo estaria perdido. Holly não sabia o peso tirado das suas costas convidando você e o Kakyoin para dormirem, tendo em vista que agora tinha a certeza do seu comparecimento durante as ocorrências de amanhã. A mulher merece um lugar ao lado da Compadecida por sua bondade, a loira permitiu dois desconhecidos dormirem na casa dela por mera preocupação, se você falecesse por causa do Brando ou seus lacaios, iria voltar no formato de fantasma para assombrar o protagonista caso não tratasse a mãe melhor. Por uma questão de educação, fingiu algum receio ao pedido, mesmo ciente da futura resposta da Joestar:
—Tem certeza? Não quero incomodar nem nada, não moro longe daqui.
—Não é incômodo nenhum, a casa é grande e eu tenho alguns pijamas guardados para esse tipo de situação. Vai ser só uma noite e amanhã vocês podem ir para a universidade junto com o Jotaro.
—Holly, você é um amor. Nesse caso eu aceito. E você? Kaky?
Noriaki encarou com os ombros encolhidos, verbalizando as preocupações:
—Jotaro não ficaria irritado? Não quero invadir o espaço dele nem nada.
—Bobagem! Como eu disse, vai ser só uma noite. O Jotaro pode ter essa cara de bravo, mas é uma ótima pessoa por dentro! Tenho certeza que ele sabe que deixar dois jovens voltarem para casa sozinhos nesse horário não é uma boa ideia, além disso, vocês podem ficar no quarto de visitas.
Noriaki soltou um suspiro. Na infância, ele desejava conhecer alguém capaz de ver aquela figura representando sua alma, sendo esse o único tipo de pessoa digna para entrar em seu grupo social, motivo pelo qual teve uma vida solitária até agora, tendo como únicos chegados seus pais. Com o passar dos anos, o ruivo amadureceu, e embora mantivesse seus ideais de quando era mais novo, não conseguia calar sua criança interior, que pulava ao perceber como finalmente teria colegas para chamar de amigos e viver como uma pessoa normal. A verdade seja dita, o princípio do estudante o privou de diversas coisas que outros jovens de sua idade já haviam vivenciado, ele nunca comemorou o aniversário de ninguém; exceto de membros da família; o rapaz jamais fez um trabalho em grupo sem ser o estudante que sobrou ou passou um recreio com uma companhia que não fosse seu stand. Agora, finalmente poderia experienciar esses eventos que, apesar de mundanos, o ruivo tanto ansiava quando mais novo. Ao mesmo tempo que preferia voltar para casa, continuando em sua zona de conforto, o coração batia mais rápido com a ideia de passar a noite com os amigos pela primeira vez na vida, idealizando como seria a jornada daqui para frente. Sorrindo, havia tomado sua decisão:
—Tudo bem, vou ficar.
As garotas trocaram um "toca aqui!" entre elas, sorrindo.
—Ótimo! Então está decidido! Depois do jantar vocês irão passar a noite aqui. —Holly começou a caminhar em direção à cozinha, sendo seguida por você e Noriaki até chegarem no local.
—Vou ajudar com a comida. —Sua pessoa afirmou.
Você não gostava da ideia da loira se esforçar muito, ainda mais havendo o agravante da maldição de Dio, entretanto sua motivação ia além de uma questão de moral e bom-senso. Entrando no assunto de ética, promessas vazias nunca foram sua praia, para algumas pessoas assegurar fazer algo significava apenas uma possibilidade, não um comprometimento real, já para você, caso fizesse uma promessa, não existiria um universo onde ela não seria cumprida. Tendo isso em mente, não conseguia garantir nada para a dona de casa, nem para ninguém neste mundo sobre o futuro, mas era capaz de prometer usar todas suas forças para o resultado ser o melhor possível, não importava a forma. Abdul, Kakyoin, Holly, Polnareff e companhia, deixaram de ser simples traços de uma animação há muito tempo, sendo agora pessoas que nem de longe mereciam passar pelos eventos pré-definidos no mundo: Não era justo para Jotaro, durante o início da juventude, assistir seu melhor amigo morrer nas mãos do inimigo; jamais seria aceitável para o francês, cujo perdeu a irmã e os pais, presenciar o egípcio e o Iggy, que criou um relacionamento após longos períodos de discórdia, serem assassinados em minutos de diferença; apesar de todos os erros de Joseph, nunca tinha sido merecido o idoso passar pela experiência de testemunhar o corpo da filha quase sucumbir devido a um ser maligno. O simples ato de dormir aqui hoje poderia evitar tudo isso e te dar a chance de corrigir os erros cometidos na sua última vida. Ajudar a dona de casa a cozinhar era o mínimo que poderia fazer para agradecer pela oportunidade.
A loira colocou a mão no queixo pensativa, já havia feito muito por ela hoje, não parecia certo te segurar com outro favor. Porém, a Joestar tinha o conhecimento que discutir com você significava perder e sua pessoa realizaria qualquer tarefa para diminuir o trabalho dela. Holly não se incomodava com uma mão extra, só não parecia certo esse auxílio vir de alguém conhecida nesta manhã. Quer dizer, e se na sua cabeça estivesse passando algo como: "Ela pensa que eu sou empregada, é? Estou oferecendo ajuda por educação, não é para aceitar." mas havia a possibilidade do pensamento oposto, onde ela seria o maior monstro de todos negando o apoio de uma pessoa desejando ser prestativa.
—Tem certeza? —A mais velha perguntou. —Se quiser pode ficar na sala com o Kakyoin assistindo algum filme. Não tem muitas tarefas para eu fazer, só vou esquentar o resto do almoço que fizemos mais cedo e lavar a louça. —A mulher abriu a geladeira, pegando a panela com o macarrão e o recipiente onde o molho estava guardado.
—Já superamos essa fase, Holly. —Piscou, indo para a pia e depositando o detergente na esponja, começando a organizar os itens antes de limpá-los. Não havia muita coisa para higienizar, apenas os pratos, copos e talheres de mais cedo.
—Também vou ajudar. —Kakyoin comentou segurando um pano, pronto para secar e guardar os itens depois de lavados. Piadas de "Milf hunter" à parte, era impressionante como todo mundo conseguia ser um filho para Holly melhor que um certo alguém, mesmo sem nenhum tipo de parentesco com a mulher.
Enquanto a loira esquentava a comida, você começou a esfregar os copos, seguindo a regra não dita sobre a ordem correta de lavar os itens. Olhou para a mãe do protagonista de sobressaio, percebendo a forma como a mulher constantemente olhava em sua direção, em seguida, para a de Kakyoin, onde a mais velha abria a boca, mas fechava em seguida, incerta sobre qual assunto puxar para acabar com o silêncio, deste jeito voltando a atenção para a panela com a massa e molho de tomate. Caberia a sua pessoa puxar algum tópico para voltar a conversa. Ponderou, pensando por alguns segundos sobre qual assunto trazer à tona capaz de unir uma dona de casa e um Geek, a lâmpada acendendo em sua mente ao mirar no óbvio:
—Kaky, agora que me toquei, com tantos cursos, por que artes cênicas? —Era uma pergunta honesta, quando se encontrou com o ruivo pela primeira vez, ele te chamando para meter a porrada no Jotaro, sua preocupação era sair de cena, não se atentando ao detalhe de Noriaki ser chegado em pintura, não em atuação.
O homem deu um sorriso sem graça, coçando a parte de trás da cabeça enquanto desviava o rosto. Holly virou a atenção para o ruivo, sorrindo com olhos nostálgicos enquanto esperava a resposta do estudante. Esse assunto sobre faculdade trouxe memórias da vida dela na época dos vinte e poucos anos, inscrita na graduação de letras, sonhando em iniciar o complemento de pedagogia e virar professora.
—Bom... —O aluno iniciou. Você estava lavando os pratos, porém permanecia com a audição tão atenta quanto a do Star Platinum, curiosa para descobrir aspectos da vida do Kakyoin.
—Eu sempre tive um apreço por todas as formas de artes, porém o teatro me cativou. Quando eu era pequeno, minha mãe me levou para assistir uma adaptação de Rei Leão. Me lembro de ter chorado muito com o final, ao mesmo tempo que me senti confortado. Conforme cresci vi que a produção não tinha sido aquelas coisas, a fantasia era mal cortada e os cenários feios, porém me emocionei ao reassistir como se fosse a primeira vez. —Noriaki ficou quieto, a intuição do rapaz lhe mandando calar a boca e parar de balbuciar sobre coisas irrelevantes, todavia ao olhar na direção das mulheres, viu como os olhos de ambas estavam iluminados, as duas figuras interessadas em ouvir a história, a vontade de contar crescendo no ruivo, abafando aquela voz negativa da mente dele, fazendo-o adicionar. —Embora atualmente eu não seja tão chegado no teatro, preferindo um bom anime ou desenhar, quero causar essa mesma sensação que a atuação me causou nos outros.
—É uma causa nobre. —Você comentou sorrindo, segurando firme os copos para não correr o risco de quebrá-los enquanto passava-os na água. Não imaginava que o ruivo tivesse tanto apreço pelas artes teatrais, na verdade nem sonhava com algo parecido. Som de passos foram ouvidos, Jotaro estava apoiado na porta dentro da cozinha, olhando para os três e ouvindo a conversa, a expressão do homem estóica, uma grande novidade!
Kakyoin e sua pessoa optaram por ignorar o espírito obsessor (vulgo o Kujo) no cômodo, não fazia sentido chamá-lo para um bate-papo sobre motivações universitárias baseadas na perseguição de sonhos juvenis, pois seria considerado um "blá blá blá emocional" desinteressante para ele. Como resposta a seu comentário sobre as circunstâncias que Noriaki optou pelo teatro, o ruivo acenou a cabeça, antes de perguntar curioso:
—E você? Por qual motivo escolheu o curso?
—Gosto de dinheiro.
O protagonista franziu a sobrancelha, se intrometendo na conversa:
—E foi cursar artes?
—Jojo, você estuda peixe, cala a boca.
—Biologia marinha é muito mais do que "estudar peixes"! Ela tem relação com a saúde do planeta, regulação do clima, proteção de ecossistemas! Se você respira, é por causa da fotossíntese das algas!
—Quem?
—As algas!
—Te perguntou? —Riu de seu próprio argumento imaturo, não acreditando na possibilidade do usuário do Star Platinum, apontado como inteligentíssimo durante todo o anime, cair em algo tão besta.
Quando o protagonista estava prestes a te mandar tomar no cu, Holly interrompeu, ela tinha conhecimento do costume de você e seu filho trocarem comentários mesquinhos, porém a loira tinha medo de uma dessas ofensas serem levadas a sério por uma das partes, fazendo a dona de casa mudar o tópico da conversa.
—Sabiam que eu quase fui professora?
A tentativa da Joestar para mudar o clima do bate papo pareceu dar certo, sua atenção e a do usuário do Hierofante Green foram mudadas para a loira. Jotaro revirou os olhos, se sentando na cadeira próxima a mesa de jantar enquanto resmungava a insatisfação em ter que ouvir toda a trajetória universitária da mãe novamente, havia ouvido essa história tantas vezes, sendo capaz de reproduzir cada detalhe como se fosse uma letra de música. Apesar dele poder sair do cômodo para não escutar o tópico repetitivo, optou por continuar aqui com cara emburrada.
O Kujo havia recém completado 19 anos, e ainda que tenha construído uma reputação de delinquente, durante sua vida fez o máximo para ter o considerado sucesso pessoal: havia terminado o ensino médio com notas excelentes; apesar de quase reprovar por faltas; conseguiu ser aprovado no curso desejado e se inscreveu para diversas aulas práticas, disposto a agir como um bom universitário para o esforço ser refletido na remuneração de seu futuro emprego. Porém, em questão de dias, todo o planejamento foi jogado fora devido a um loiro com séculos de idade, um paquita do capeta, possuindo uma rivalidade mesquinha com os Joestars. As histórias contadas pela mãe eram a única coisa capaz de trazer uma sensação de normalidade, memórias de quando a vida do rapaz era simples, algo que ele tanto desejava nesses últimos tempos, a expressão de desdém cobrindo os reais sentimentos como uma máscara, visando não ser julgado socialmente por gostar de uma ação infantilizada, pois qual marmanjo medindo 195 cm gostaria de ser remetido a um filhinho de mamãe que gosta de ouvir histórias de vida?
—Por que você não foi? Teria sido uma excelente profissional. —Kakyoin comentou, algo que todos no cômodo concordavam.
—Eu gostaria de ter sido sua aluna... Eu teria tido a professora mais legal de todas.
Holly adicionou uma pequena quantia de água com sal no macarrão e no molho, visando hidratar os alimentos enquanto os aquecia novamente, truque capaz de trazer resquícios do frescor de mais cedo, tirando o sabor de comida de geladeira. A loira pegou uma colher de madeira, mexendo o conteúdo presente nas panelas para não queimar, o cheiro do molho e massa caseira ficando presente na cozinha.
—Vocês são uns amores. Obrigada pela gentileza. —A Joestar sorriu, antes de dar uma explicação. —Foi durante a faculdade que eu conheci meu marido, o pai do Jotaro. Ele ainda era um talento desconhecido na música, mas com o desejo de virar um grande cantor algum dia. Os pais dele não apoiavam a ideia, tinham aquela mentalidade de: "Filho, para cada um Michael Jackson, existem 1655 músicos pedindo esmolas. Preferimos que você trabalhe com algo mais... garantido. Correr atrás dos seus sonhos é uma mentalidade infantil, criada por alguém desconsiderando a necessidade de dinheiro para vivermos.". Sadao quis provar que meus sogros estavam errados, então veio para os Estados Unidos com o dinheiro guardado durante o ensino médio, tentando achar uma gravadora que lhe desse uma chance. —Os olhos de Holly brilharam, enquanto as bochechas da loira ficaram avermelhadas, uma expressão boba aparecendo ao lembrar essa história.
—E então? —Perguntou curiosa, dando os copos limpos para Noriaki enxugar e colocar na mesa. Depois, molhou os pratos e talheres, iniciando o processo de higienização novamente.
—Se conhecemos na cafeteria que ele era garçom, gosto de pensar ter sido o destino, eu era uma cliente frequente, então o via todo dia. Papo vai, papo vem, se apaixonamos conforme o passar do tempo. Quando nós viramos um casal oficial, uma gravadora o contratou, eu já havia terminado de cursar letras, faltando só iniciar o complemento de pedagogia. Meu marido me apoiou totalmente na decisão de virar professora, até fez uns comentários parecidos com o de vocês, orgulhoso por eu fazer o que sempre sonhei. Conforme ele cresceu na carreira, recebeu uma proposta irrecusável no país de origem, e assim como havia me apoiado, fiz a mesma coisa com ele. Então, nós se mudamos para o Japão, não sei se vocês sabem, mas o processo do visto de casamento é muito demorado, por isso tive que usar o de turista enquanto o correto não saía. Sadao sempre voltava cansado do trabalho, dava tudo de si nos shows e ensaios. Como por questões burocráticas, eu não conseguia trabalhar, acabei cuidando da casa para facilitar o dia dele, o Kujo sendo grato por essas pequenas coisas e me ajudando sempre que podia. Diante a correria, os planos para ser professora foram adiados, uns anos depois de casada, fiquei grávida e o resto é história. Porém, uma coisa legal que aconteceu durante a faculdade, foi no meu primeiro estágio, onde eu dei aulas de literatura para uma criança com deficiência auditiva. —Você ergueu as sobrancelhas diante da última frase da loira. Haviam 2 coisas das quais se ressentia do Araki em relação ao anime: a primeira era ter morrido e Steel Ball Run não ter sido adaptada, a segunda era a falta de aprofundamento de secundários, mas vendo pelo lado positivo, estar aqui deu as possibilidades de descobrir mais sobre eles por si só, logo ao menos um dos problemas era solucionável. Enxaguou a última faca, terminando com a louça. Noriaki havia organizado os copos e pratos, só te esperando para poder secar os talheres antes de posicioná-los. Ele também estava atento a história contada por Holly. —Sunny era o nome dela, nunca iria esquecer! Graças a ela aprendi libras e passei a ter uma nova percepção de mundo, nem sempre os mais "vividos" são os mais velhos. Às vezes, as vivências de uma criança podem ensinar tanto quanto!
Quando Holly terminou de contar a história, o macarrão e o molho estavam na temperatura perfeita para servir e a mesa posta, graças a você e Noriaki. Ela não queria ficar mal acostumada, mas sem dúvidas a ajuda dos colegas do filho fizeram-a economizar uma boa quantia de tempo, da qual estava grata. A loira virou para o protagonista, perguntando:
—Pode chamar o seu avô e o senhor Abdul para a refeição?
[...]
Jotaro andou junto a mãe em direção ao closet para pegar alguns conjuntos de cama que estavam guardados, uma ação necessária após descobrir sobre sua permanência esta noite junto ao usuário do Hierofante Green, dupla que se encontrava conversando na sala. Tanto o Kujo quanto a Joestar caminhavam em silêncio, o único som presente sendo o barulho de cigarras e sapos existentes no jardim, o ar parecia mais denso, um caminho de segundos aparentava ter horas de duração devido a ausência de falas. Ambos estavam presos em pensamentos, o Kujo nunca falaria em voz alta, mas odiava a forma como as palavras de uma aluna que conheceu a menos de um dia ficaram fixas em sua mente:
"Sua mãe é bacana pacas. Ser mais legal com ela não faria seu pau cair."
Se o homem fosse honesto consigo, saberia dizer exatamente o motivo dessa frase se repetir tantas vezes em sua cabeça, ele reconhecia que não estava sendo o filho merecido por Holly, tratando a loira igual merda, justificando o ato com a desculpa de "ela ainda me vê como uma criança.", mas até que ponto a culpa é dela? O homem nunca se sentou para conversar com a dona de casa sobre as coisas capazes de deixá-lo envergonhado, apenas externalizando os sentimentos quando a ação já estava concluída, gritaria e xingos sendo a forma das emoções se revelarem.
O estado mental de Holly não era tão diferente do dele, sempre que passava algum tempo com o filho sentia decepcioná-lo de alguma forma, seja com o comportamento infantil ou por falar coisas idiotas, comentários do tipo: "Como foi seu dia de aula?", "O almoço está pronto, vem comer." ou então "Jojo, eu vi um animal filhote, você iria amá-lo, ele era completamente adorável!".
Jotaro soltou um suspiro, não era um mistério que as atitudes dele não mudariam, porém o homem não gostava da loira se sentir mal.
—Mãe? —O Kujo a chamou, os passos da dona de casa parando enquanto a mulher olhava para ele com expectativa.
—Sim? —O rapaz respirou fundo, quanto mais cedo falasse isso melhor, pois tiraria sua maldita frase da cabeça dele.
—Você sabe que eu te amo, não sabe?
Holly piscou ao mesmo tempo que seus olhos se arregalaram, surpresa com a declaração abrupta do filho, um sorriso emergindo em segundos.
—Não tenho dúvidas, filhinho! —Aparentemente você estava certa, o Kujo não a odiava.
O resto do trajeto foi em silêncio, todas as palavras necessárias já foram trocadas. Quando finalmente chegaram no armário, Jotaro pegou um par de cobertores, enquanto a mãe dele dois travesseiros, todos os itens seguiam a mesma estampa geométrica com cores neutras, característica presente em qualquer lugar da casa de Holly.
A mãe do protagonista voltou para sala junto a ele. Você percebeu que a expressão da mulher parecia mais viva se comparada com antes. Claro, os sintomas da maldição de Dio ainda estavam presentes, como o rosto pálido apontado de manhã por Jotaro. Porém, apesar de opacos, os olhos da loira brilhavam tanto quanto o de uma criança ao receber o presente que pediu. Não iria negar, estava curiosa para saber o motivo, o fato de nada sobre isso ter sido falado no cânone atiçando seu interesse; o contraste do rosto dela com o do Jojo; onde o homem continua com a face de quem peidou molhado; servindo apenas para alimentar sua imaginação e mentalizar teorias, talvez ela tivesse guardado mais fotos do filho em alguma caixa no closet e estivesse contente pela nostalgia ao encontrá-las? Quando a loira mostrou os álbuns ficou animada ao contar as histórias e o filho irritado, logo parecia aceitável a hipótese.
Kakyoin também percebeu a mudança de ares, mas diferente de sua pessoa não fez um alarde sobre isso, muito mais preocupado nas coisas que poderiam dar errado ao passar a noite na casa do colega. Quer dizer, e se ele roncasse alto e acordasse todo mundo? Ou então, fosse no banheiro de noite e o vaso entupisse ou a descarga fosse barulhenta? Como ele apareceria na manhã seguinte?
—Venham aqui, vou mostrar o quarto de vocês. —Holly chamou, você e o ruivo se levantando do sofá para segui-los.
Pensamentos Intrusivos:
Jotaro: eu curso biologia marinha.
*SN em uma distância de 874827 Km*
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throesofincreasingwonder · 1 year ago
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"A story doesn't need a theme in order to be good" I'm only saying this once but a theme isn't some secret coded message an author weaves into a piece so that your English teacher can talk about Death or Family. A theme is a summary of an idea in the work. If the story is "Susan went grocery shopping and saw a weird bird" then it might have themes like 'birds don't belong in grocery stores' or 'nature is interesting and worth paying attention to' or 'small things can be worth hearing about.' Those could be the themes of the work. It doesn't matter if the author intended them or not, because reading is collaborative and the text gets its meaning from the reader (this is what "death of the author" means).
Every work has themes in it, and not just the ones your teachers made you read in high school. Stories that are bad or clearly not intended to have deep messages still have themes. It is inherent in being a story. All stories have themes, even if those themes are shallow, because stories are sentences connected together for the purpose of expressing ideas, and ideas are all that themes are.
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bajaja-blast · 4 months ago
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you dislike Luke Castellan because he disagreed with an oppressive government system and actually took action to change the abusive ways him and his peers have been forced to follow for millennia.
I dislike Luke Castellan because in the Titans Curse he manipulated Annabeth, who he raised as his little sister, into holding up the sky, the FUCKING sky, for over 20 hours and had the audacity to walk away as though he was completely apathetic towards it while she begged and pleaded with him to help her.
we are not the same.
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chloesimaginationthings · 2 months ago
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Death looms over Vanny's shoulder in FNAF..
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didhewinkback · 2 months ago
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one direction will always be so so so bittersweet to me like they were such a foundation of my teenage years while at the same time those boys were spending most of their days trapped in hotel rooms or waking up at 2 am to record an album and non stop touring and working so much more than anyone let alone a bunch of teenage boys should work and its always been hard to reconcile those two realities especially on a day like today because god when they were good together, they were so good together.
and i just don't think anything like them will ever happen again. 5 boys from basically working class backgrounds thrust into a level of fame the height of which hadn't been seen for decades, all of them becoming the breadwinners of their families before the age of 18. the immense pressure but also the amount of fun they were. the tragedy and joy of it all intertwined. really impossible to put into words
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