Tumgik
#controle sobre reações
raizesestoicas · 2 months
Text
youtube
Neste vídeo revelador, vamos explorar como dominar suas emoções através de sete lições fundamentais da filosofia estoica. Marco Aurélio nos ensinou que o verdadeiro poder está em nossas mentes, não nos eventos externos. Compreender isso nos permite enfrentar as tempestades da vida com sabedoria e firmeza. Inscreva-se no canal, deixe seu like e ative as notificações para não perder nenhum conteúdo transformador!
► Se inscreva no canal 💪 / @RaizesEstoicas2023
Transforme sua Vida com os Ensinamentos Estoicos. Apresentamos a Biblioteca Estoica: Grandes Mestres Volume I e II - Box com 4 livros
Comprando pelo link abaixo, você estará ajudando o canal a continuar ativo promovendo conteúdo significativo as pessoas.
https://amzn.to/3xHovvQ
https://amzn.to/4cFDjtK
Por que Este Box é para Você?
Resiliência: Aprenda a enfrentar adversidades com calma e sabedoria.
Clareza Mental: Desenvolva uma mente tranquila e focada.
Felicidade: Descubra a verdadeira felicidade, independente das circunstâncias externas.
🧠 Segredos Estoicos para o Controle Emocional
Dicotomia do Controle: Aprenda a distinguir o que está sob seu controle e o que não está, transformando sua percepção de eventos externos.
Reflexão antes da Reação: Descubra a importância de pausar e ponderar em um mundo acelerado, promovendo empatia e melhores decisões.
Cultivo do Desapego: Envolva-se profundamente com a vida sem se perder no drama emocional, mantendo uma perspectiva equilibrada.
Projeção Futurista: Pergunte-se se isso importará em 5 anos e mude sua perspectiva atual para uma visão mais ampla e resiliente.
Diário Estoico: Pratique a escrita reflexiva como um meio de crescimento pessoal e clareza mental.
Obstáculos como Oportunidades: Encare desafios como chances de crescimento e desenvolvimento pessoal.
Gratidão Deliberada: Adote a prática diária da gratidão para melhorar o bem-estar e fortalecer relacionamentos.
0 notes
cherryblogss · 3 months
Text
ME DUELE HASTA LOS DIENTES
+18! avisinhos: ciúmes, relacionamento tóxico (pipe tóxico né), recaída, menção de abuso verbal e emocional, angst, dubcon, squirt, overstimulation, fingering, sexo desprotegido (não apenas não 👎), degradação?, sexo oral (f), chorar no ato, size kink, eu me prolongando demais em sentimentos, um pouco de degradação.
notinhas: tpm chegou e com ela o desejo de me m💀, então pra me consolar decidi ser tóxica e escrever sobre meu bicudo favorito🫂 espero que gostem e piedade com a cherryzinha que digita no celular dela caso tenha erros. Título de uma das minhas músicas favoritas da camila🧚‍♀️.
Tumblr media
Sinopse: Você já tinha decidido que nunca mais ia cair nos encantos de Felipe, mas ele encontra um jeito bem persuasivo de te trazer de volta para os braços dele. ☆
Tumblr media
Seu relacionamento com Felipe era um lugar seguro na sua vida. Os momentos com ele te faziam suspirar por ser tudo o que sonhou quando era uma adolescente viciada em livros de romance, você finalmente tinha encontrado seu príncipe encantado. Vocês estavam juntos há um bom tempo e tudo indicava que ficariam por muito mais tempo. Claro, se não fosse as crises de ciúmes extremas do seu namorado.
Felipe era o ciumento da relação, sempre reclamando quando seus amigos homens te abraçavam, quando um homem te seguia no Instagram ou até quando você sorria pra qualquer um. Toda vez que acontecia alguma dessas coisas, já sabia a expressão no rosto dele de cor, os lábios em um biquinho emburrado, cenho franzido e olhos sérios fixos em qualquer ponto menos em você. Apesar de não ser sua culpa, ele acabava descontando em você as frustrações com os sentimentos possessivos, mas ele sempre corria atrás, pedia perdão e dizia que não podia evitar se sentir assim namorando com uma garota tão especial e gostosa. Entretanto, ultimamente ele se tornava cada vez mais agressivo nas acusações. Além disso, vinha acumulando várias mágoas pelo jeito que ele parecia não confiar em você, sempre ferindo seus sentimentos com as inseguranças que sentia.
Admitia que no início achava adorável o jeito que ele era ciumentinho e acabava te fodendo mais forte que nunca. Todavia, no decorrer do relacionamento se tornou desgastante, sendo a gota d'água pra terminar definitivamente quando Pipe pediu para falar em espanhol quando conversasse com seus amigos do Brasil para ele poder entender o que você falava com a outra pessoa.
Claro que você também tinha ciúmes dele, sempre cercado de garotas querendo autógrafos, abraços e tocando ele. entretanto, entendia que não estava no controle de vocês dois as reações que eram consequências da fama. As vezes dava um gelo no Pipe quando uma garota era assanhadinha demais para o lado dele, mas nunca começou a brigar por causa disso.
Nem sempre foi assim. Durante os 3 anos do seu relacionamento vocês eram os maiores confidentes um do outro, compartilhavam tudo e ficavam presos no mundinho criado. Reparou que tudo mudou quando ele voltou de uma série de viagens longas a trabalho e você disse que voltou a falar com um amigo do ensino médio, juntando o cansaço extremo com o tempo longe, foi o suficiente pra mente dele entrar em um espiral de dúvidas.
Pipe sabia que te machucava quando explodia, mas não podia evitar sentir sua distância conforme a carreira dele exigia mais e mais. Sempre que chegava dessas viagens aproveitava quando você dormia pra pegar seu celular, revirando seu histórico de conversas, sua galeria e até via seus aplicativos de corrida procurando qualquer coisa pra alimentar as paranoias da sua cabeça.
Depois que terminou com ele, tudo parecia desandar, seu trabalho e universidade estavam insuportáveis, seus amigos não sabendo como lidar com a separação de vocês, a insônia consumia suas noites, tudo parecia estar errado na sua vida. Tentava não associar isso a ausência dele, mas era impossível quando já se sentia tão derrotada.
Com 1 mês de término notou que várias coisas suas ficaram no apartamento dele, então desbloqueou o contato que costumava ser seu fixado e mandou mensagem pedindo as peças de roupas e acessórios. Quando ele respondeu, suspirou aliviada criando coragem pra fechar esse capítulo da sua vida.
Seu rosto se contorceu ao ver a resposta do argentino, ele jurou que não achou um dos itens, pedindo que você fosse tentar procurar na casa dele. Sabia que podia ser uma armadilha, afinal, evitava falar com Felipe desde que terminaram pra não ceder aos mil pedidos implorando pra voltar.
E tudo isso não adiantou de nada, porque agora mesmo você se encontrava beijando os lábios que jurou nem direcionar o olhar.
Só lembra que virou pra ir embora depois de achar a peça no chão do closet dele, se encaminhando rápido pra porta ao passo que Pipe te seguia pedindo pra ficar um pouco pra conversarem. Você se esforçava pra ignorar as exigências dele caminhando até a porta da casa em silêncio.
Quando colocou a mão na maçaneta pra sair, o maior segurou seu braço te girando pra encarar ele e te pressionou contra a porta. Sentiu uma onda de apreensão e irritação passar pelo seu corpo. Por que ele só não desistia de te perturbar? Aparentemente, nada do que você falou pra ele no dia que terminaram adiantou.
Mas quando ele chegou perto demais do seu rosto, roçando os lábios carnudos nos seus falando baixinho pra você ficar calminha que ele só quer te ver depois de tanto tempo (mesmo que ele vigiasse os locais que você passava todos os dias) . As feições tão próximas das suas te recordavam sobre tudo que te atraiu pra ele, então no momento que ele te beijou, você correspondeu relaxando pela primeira vez em muito tempo. Sentia tantas saudades e o calor do corpo dele misturado ao cheiro do perfume, não ajudavam a criar uma resistência e recitar na sua mente porque aquilo não podia acontecer.
Tentava empurrar ele, que segurou suas mãozinhas prendendo-as acima da sua cabeça com uma só. Voltou a te beijar, apesar de você gemer em protesto, mas com a movimentação da sua boca, ele enfiou a língua pra acariciar a sua. Começou a te beijar do jeito que sabia te deixar mais afetada e fogosa, lento e apertando sua cintura com a mão gigante.
Percebendo que você já não lutava mais contra ele, Felipe baixou as alças da sua regatinha junto, distribuindo beijos pelo seu rosto e seu pescoço até chegar na parte que ele sentia tanta saudade. Abaixou as abas do seu sutiã, fazendo seus peitos ficarem ainda mais estufados. deixou selinhos ao redor dos mamilos eriçados. Soltou gemidos manhosos agarrando o cabelo ondulado, quando ele começou a chupar seus peitos tentando engolir o máximo que conseguia, se afastou para admirar sua pele babada com um sorrisinho no rosto. Empolgado, juntou as mãos à ação dos lábios, massageando a carne farta, beliscando o biquinho até você arfar de dor. Ao perceber que já havia te torturado o suficiente, Felipe te encaminhou até chegarem perto do sofá grande dele.
"Posso beijar sua bucetinha, mor? Você ta tão tensa." Diz te deitando no sofá e já se metendo no meio das suas pernas. Quando você fica tensa ao ver ele retirando suas roupas, pipe beija sua barriguinha tentando te acalmar. "Calma, que eu vou te deixar bem relaxada"
Você adora que a voz dele não era tão grave, parece um carinho nos seus ouvidos e aquecia seu coraçãozinho escutar quando ele ria fininho.
Felipe soltou um grunhido ao ver que sua intimidade já se encontrava molhada somente com as carícias dele.
"Não deu pra ninguém né, amorcito" Disse passando os dedos pelos seus lábios melados de tanto tesão. "Nem um boludo te come do jeito que eu faço"
Escutava os absurdos se segurando pra não revirar os olhos, ele vivia dizendo essas coisas, mas não fazia sentido nenhum quando ele mesmo tirou sua virgindade e você nem sequer conseguia olhar pra outra pessoa.
Com a boca grande conseguia chupar quase toda sua intimidade pra dentro da boca dele, sugava a carne molhinha, beijando seus lábios e clitóris como se fosse a sua boca, primeiro com selhinhos e depois afagando entre as dobrinhas com a língua. Ele te torturava soltando barulhinhos estalados e gemidos roucos, se exibia totalmente sabendo quanto você gostava que ele fosse vocal durante o sexo.
Abrindo com dois dedos sua intimidade começou a chupar avidamente seu clitóris, massageando suavemente com a ponta da língua. Seus gemidos ficavam mais agudos e desesperados conforme o clímax chegava, suas pernas davam espasmos com a estimulação intensa junto com os sentimentos conflitantes pelo argentino.
"Vou gozar, Pipe" Falou ofegante pouco antes da sua buceta se contrair intensamente jorrando líquidos no queixo do seu ex-namorado. Gritando, agarrou um dos seus peitos apertando a carne com vigor, enquanto a outra mão puxava os cachinhos na franja do garoto.
Esperava ele cessar os movimentos, mas Felipe só afastou a boca da sua intimidade pulsante pra aproximar dois dedos, inserindo um pouquinho e tirando, depois metendo mais alguns centímetros e retirando, repetindo esse movimento até estar te fodendo intensamente, socando com as pontas dos dígitos aquele ponto que fazia miados saírem da sua garganta.
"Fala que não me quer por perto, mas a sua bucetinha só falta me engolir, perra" Diz sorrindo ao te observar totalmente submissa a ele sem nem ter enfiado a pica em ti.
A sua bucetinha sensível não aguentava mais tanta estimulação, se contraindo novamente e soltando mais líquidos nos dedos de Felipe, após isso, choramingou, empurrando a mão dele para longe, dizendo que não aguentava mais.
Felipe retira o resto das roupas de vocês dois, em seguida te puxando para os braços dele e te carregando até o quarto que você era extremamente familiar. Te deita sobre a cama, voltando a unir os lábios de vocês em um beijo mais calmo e romântico, massageava os seus lábios com os dele juntamente com a língua, tentando relembrar o seu gostinho.
"Queria te comer de quatro, gatinha, mas vou matar a saudades do seu rostinho" ficou de pé ao lado da cama te puxando pelos tornozelos até a sua virilha colar na dele, logo em seguida colocou suas pernas esticadas ao longo do torso comprido e musculoso, com seus pés descansando nos ombros dele.
"Que saudade dessa bucetinha, amor" com uma mão segurava sua perna, enquanto a outra descia pra punhetar o membro se preparando pra penetrar no seu buraquinho estreito. Ele sabe que deve ir devagar, a diferença de tamanho entre vocês chega a ser alarmante nessas horas.
Pincelando a cabecinha rosa na sua fendinha, ele apertava mais ainda sua coxa, Pipe mordia os lábios observando como seu melzinho estava melando o pau duro. Quando ele enfiou tudo, ambos soltaram gemidos aliviados, você buscava Felipe com suas mãos, logo achando as dele, entrelaçadou os dedos na hora que ele começou a se mexer devagar.
Ele sabia que você não gostava muito quando ia devagar, por isso te torturou, até te escutar implorando para ele te foder mais forte. Agora ele ia te fazer pagar por ter terminado o relacionamento. Felipe segura suas pernas firmemente e impulsiona os quadris com força, acelerando sem piedade da sua bucetinha. Você parecia uma gatinha no cio com os sons altos e manhosos que saiam da sua garganta, até o jeito que se contorcia era extremamente fofo e sexy aos olhos dele.
Sua buceta se contraia mais e mais ao redor do pau grande, que desloca tudo ao redor para te preencher. Quando Felipe se inclinou para perto do seu rosto, pedindo para você abrir a boca e, burrinha de pica, você abre sem nem pestanejar. O argentino solta um filete de saliva nos seus lábios entreabertos, você solta um gemido alto ao sentir o cuspe dele. Testando sua obediência depois da separação, sabendo que você ia esperar ele te mandar engolir, o de olhos azuis brinca com seu desespero, demorando para te responder e rindo baixinho com a forma que o seu rosto ficava mais aflito e corado. Pelo ritmo frenético, os corpos faziam sons altos e estalados cada vez que se chocavam, a sua intimidade encharcada soltava barulhinhos molhadas cada vez que ele metia tudo.
"Pipe, me faz gozar, amor." Diz com a voz ofegante sentindo seu inteiro pulsar intensamente, implorando por alívio.
Passando a remexer seus quadris contra a virilha do mais alto, tentando arrancar o máximo de estimulação. Vocês dois soltavam sons cada vez mais altos e Felipe levou uma das mãos para o seu pontinho sensível, variando os movimentos entre esfregando de um lado para o outro e fazer círculos, suas costas arquearam na hora que sua buceta apertou ele com mais força ainda, quase expulsando o membro comprido e molhando-o ainda mais com o seu orgasmo. Felipe urrou quando o próprio clímax chegou, jorrando o leite quente dentro da sua bucetinha apertada e sujando ainda mais o meio das suas pernas com a quantidade abundante do líquido branco. Recurando o fôlego, Pipe se jogou sobre seu corpo, te abraçando enquanto murmurava vários pedidos de desculpa.
"Yo te amo mucho, gatita"
Sentiu um gota cair na sua bochecha, quando voltou a abrir os olhos viu pequenas lágrimas rolando pelo rosto de Pipe. Não podia evitar consolar ele mesmo sabendo que a maioria da culpa de vocês se encontrarem assim era do argentino.
Colocou a mão na nuca dele colando o rosto dele no seu, acariciando as ondas sedosas enquanto dizia baixinho pra ele se acalmar que ficaria tudo bem.
Os olhos dele te causavam um sentimento agridoce, você ama aqueles olhos, sempre dizia como era encantada pelas orbes azul aquarela, mas não conseguia evitar pensar que eles eram tão cheios de amor em constraste com o jeito que ele te tratava as vezes.
"Promete pra mim que vai buscar ajuda? Eu não vou mais falar com você se acontecer tudo de novo." Agarrou as bochechas branquelas coradas do mais velho, fazendo ele te encarar.
"Eu faço qualquer coisa pra você nunca mais ser infeliz comigo, princesa" Diz se aproximando para te dar um beijo na testa.
Tumblr media
enfim se vcs conhecerem esse louco mandem pra minha casa eu juro que vai ter tratamento aq (mt chá de bct)
Tumblr media
116 notes · View notes
stcnecoldd · 2 months
Text
Tumblr media Tumblr media
‎‎‎‎ ❄ . NO ONE KNOWS WHAT IT'S LIKE TO FEEL THESE FEELINGS LIKE I DO AND I BLAME YOU !
A pele dos joelhos ardia dolorosamente contra o gelo, que se espalhava como um manto sobre o chão que a sustentava. Embora estivesse habituada com temperaturas baixas, tudo parecia mais intenso enquanto estava diante de Quione, até mesmo o frio cortante. Na apatia dos olhos gélidos que a observavam atentamente, durante o aguardo por uma justificativa para aquele encontro, defrontava-se com impetuosidade. A decisão pela procura da deusa, logo após ter sido oficialmente reclamada por ela, fora impulsiva. Finalmente encontrando um norte quanto a quem deveria recorrer com aquela questão, Aurora sucumbiu ao poder irrefreável do luto, movida pelo desespero de recuperar o que de mais precioso possuíra em toda sua vida. Mesmo após quatro anos no seio da comunidade meio-sangue, onde encontrou algo que se assemelhava remotamente ao lar que um dia tivera, o passado nunca fora deixado para trás por ela, a acompanhando como uma nuvem carregada, prestes a precipitar a qualquer momento. 
Sentindo o ar gélido queimar seus pulmões, Aurora inspirou profundamente. Sentia-se intimidada diante de uma figura de aura tão imponente, mas a saudade que sentia era maior do que qualquer temor, assim como sua obstinação. ── Quero que traga meu pai de volta à vida. ── Conferiu a ela uma explicação direta, mascarando a súplica carregada em sua voz trêmula, sem rodeios. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Suas pálpebras tremeram e o ar tornou-se escasso em seus pulmões. Aquela não era uma reação natural ao frio que a rodeava como uma verdadeira prisão translúcida. Não, aquilo era um reflexo de tantos anos antecipando aquele pedido, de tantos anos remoendo seu luto. A deusa encarou a filha com uma expressão indecifrável, uma mistura de incredulidade e fúria começando a emergir. ── Você não sabe o que está pedindo. ── Respondeu Quione, sua voz rompendo o silêncio como um trovão, cortando o ar subitamente. A contundência da resposta deixou a garota sem reação, e o impacto de finalmente ver a deusa se dirigindo diretamente a ela era estranho e avassalador.
Uma onda de frustração ameaçava invadi-la, pois a urgência que sentia tornava intolerável o desprezo que percebia. ── Sei exatamente o que estou pedindo, mãe. ── Não sentia vínculo familiar algum com a deusa, mas apelava para o título que a ela supostamente pertencia, buscando uma maneira de penetrar as muralhas altas que a tornavam intangíveis. Desconhecia a existência de sentimentos em Quione, mas nada a impediria de tentar acessá-los de alguma forma, mesmo que precisasse se humilhar de tal maneira. Ela nunca fora sua mãe de verdade, nunca estivera presente em sua vida. ── Não posso mais conviver com a dor dessa ausência. Meus olhos já estão cansados de chorar. ── Estes já estavam marejados, inundados por seu desespero. ── Por favor, eu te suplico. ── Com as mãos apertadas em punhos sobre o colo, Aurora implorava por clemência, agarrando-se à esperança de alcançar um milagre. Mas, em resposta, encontrou apenas a habitual frieza da deusa.       
A deusa cerrou os olhos por um momento, como se buscasse encontrar paciência e benevolência em meio a ira que o pedido lhe despertara. ── Você está brincando com forças que não compreende. ── Limitando-se nas palavras, uma última tentativa de apelar para a sensatez da filha, que estava encoberta demais pelo desespero para ser encontrada. ── Mas você é uma deusa! ── A garota esbravejou de repente, sua voz ecoando pelas paredes geladas indivisíveis que as cercavam. Tomada pela frustração, Aurora cometeu o erro primordial que não era digno do perdão de Quione: a desrespeitou. Com a respiração ofegante, buscava recobrir o controle sobre as próprias reações, mas já observava no semblante alheio que uma decisão havia sido tomada. Nada precisava ser dito, tinha entendido que jamais conseguiria ver seu pai novamente, não com a ajuda de Quione pelo menos. ── Você pode fazer isso. Por favor, só dessa vez… me conceda isso. ── Suspirou como última cartada, enquanto uma lágrima solitária escorria pelo rosto contorcido de aflição.
Os olhos da deusa se abriram, agora brilhando com uma fúria congelante. Um arrepio percorreu sua espinha ao se deparar com um semblante tão duro, que despertava em seu interior um sentimento de desolação incontrolável. Era como se, aos poucos, todo seu vigor fosse drenado de seu corpo. ── Não.── A voz autoritária da deusa agora soava ainda mais firme e implacável, como se condensasse no ar, tornando-se palpável. ── Pedir por isso é desrespeitar o ciclo natural da vida. ── Aurora sentiu um calafrio ainda mais profundo infiltrar-se em seu interior, mas manteve-se firme. Como um espelho, refletiu a expressão que a encarava, assumindo dureza no olhar e trincando a mandíbula. ── Se você não fizer isso, eu encontrarei uma maneira de fazer sozinha. ── O ímpeto era verdadeiro, mas a ameaça não passava de um blefe, já que desconhecia outras formas de reverter a devastação da morte. ── Você é obstinada, tola. ── Sibilou Quione, de repente recuperando a apatia no semblante, que conferia a ela uma imagem aterrorizante. ── Se insiste em desafiar as leis naturais, então sofrerá as consequências. ── Assim como Niko, seu destino havia acabado de ser selado.
tw: tortura, sangue.
Antes que Aurora pudesse responder, a deusa ergueu a mão, e um vento gelado envolveu a envolveu por inteiro. A semideusa sentiu o frio penetrar até os ossos, causando-lhe uma dor excruciante. Ela caiu deitada sobre o gelo, seus gritos ecoando no templo desolado que servia de cenário para o episódio que mudaria para sempre a trajetória de sua vida. ── O que está fazendo? ── Conseguiu perguntar entre soluços, o choro contido se transformando em uma torrente que lavava seu rosto de lágrimas. ── Você pediu pelo impossível e desafiou minha autoridade. Como punição, suas lágrimas se transformarão em cristais de gelo ao tocar sua pele de agora em diante, ferindo-a a cada choro. Será um lembrete constante de sua insolência e da impossibilidade de desfazer a morte. ── Como juíza de seu destino, Quione proferia sua sentença friamente, como se não importasse com as reais consequências da decisão que colocava em prática. Talvez aquele fosse um castigo por algo maior que o desejo desolador da filha, talvez se tratasse de uma consequência tardia ao ressentimento que carregava consigo desde o último encontro com o mortal que lhe concedera Aurora como descendente. ── Agora seus olhos finalmente encontrarão um descanso de suas lágrimas. ── O lampejo de um sorriso sádico pareceu atravessar os lábios da deusa ao proferir sua crueldade.
A dor física era insuportável, mas a angústia que comprimia seu peito era ainda pior. Não apenas era açoitada pela realidade de que nunca mais encontraria seu pai novamente, como descobria que não restava ninguém a quem recorrer. Estava sozinha. Para sempre sozinha. Sentia como se seu coração estivesse se transformando em gelo. Cada batida era um tormento excruciante, cada respiração uma batalha. ── Mãe, por favor… não! ── Enfraquecida, o vestígio de voz era inaudível. Os dedos trêmulos foram de encontro às lágrimas que escorriam, mas recuaram quando encontravam a superfície perfurante dos cristais nos quais se transformavam. A umidade que sentia na pele não era das lágrimas, mas do sangue que brotava dos cortes que laceravam a pele. Um bramido de horror ecoou de sua garganta. ── Isso é para que nunca mais esqueça: certas barreiras não devem ser cruzadas. ── Quione entoou com severidade. ── Você viverá com essa maldição até que aprenda a respeitar os limites dos deuses e da vida. ── As palavras tornavam-se confusas e perdiam o significado, tamanha era a tormenta que consumia Aurora, que aos poucos sentia sua energia se esvair. A imagem da deusa era consumida pela escuridão, desaparecendo-se lentamente de sua visão. ── A dor irá te ensinar a ser mais forte, minha filha. ── Foi a última coisa que ela escutou, antes de se entregar ao manto de inconsciência que a cobria.
‎‎‎‎ MY LOVE IS VENGEANCE THAT'S NEVER FREE
Tumblr media
18 notes · View notes
luvielie · 5 months
Note
ESSA ULTIMA CANETADA DO ESTEBANNNNNNNN. Nesse mesmo cenario pensei nele botando ela pra mamar escondidos na dispensa. O kuku timido é o meu roman empire. Esse video imagino ele todo acanhado pra tirar a roupa na primeira vez deles. Pra beijar a mão dele era na cintura e só. Ela toma a iniciativa e vai guiando a mão dele pra acariciar o corpo todo, inclusive os peitos que ele faz questão de demorar mais. Dai ou ela mama ou cavalga logo. ainnnn
anon, vc deve estar dentro da minha cabeça pq, mdssssssssss, eu pensei TANTO nisso tbm.
numa continuação daquele cenário, eu colocaria o próprio esteban dando essa sugestão, mas meio por cima, só pra dar uma provocada, e se arrependendo no mesmo segundo ao ver nos seus olhos o brilhinho sapeca de quem tá 100% disposta a embarcar nessa maluquice. ele ainda ficaria todo cheio de dedos, tentando a todo custo fazer com que você desista da ideia, apesar de não oferecer uma resistência real enquanto você o guia para dentro da despensa, até porque sabemos que o esteban é o nosso soldado mais fraco, portanto, é fisicamente incapaz de recusar alguma coisa para a mulher que ele ama, ainda mais quando você fica toda manhosinha daquele jeito, praticamente salivando de vontade de ter o pau dele enterrado bem fundo na sua boca.
"nena, a sua família vai ouvir...", ele tenta mais uma vez, todo sofridinho, estremecendo ao sentir sua mão passeando sobre o cós da bermuda azulada.
"se você ficar bem quietinho, não vão", responde, num tom faceiro de menina travessa.
e, só para piorar: quando ele estivesse prestes a gozar, ia ouvir a voz da sua mãe chegando na cozinha, procurando por vocês e reclamando da demora, e ficaria desesperado com medo de ela pegar vocês no flagra (ele tem uma postura de genro dos sonhos para zelar, afinal), enquanto você só dá uma risadinha e engole o pau dele ainda mais fundo, vibrando um "shhhh" baixinho para ele, que mal consegue controlar os próprios gemidos.
AGORA, sobre a parte da primeira vez, eu concordo demaaaaaais!!! vejo o kuku mais acanhadinho, até um pouco hesitante, com receio de te deixar desconfortável de alguma maneira. então, num primeiro momento, você assumiria o controle, guiando-o e mostrando que tá tudo bem, que ele pode te tocar sem ressalvas; e ele, como o bom aluno que é, estaria com os olhinhos desse tamanho ✋ ✋, prestando atenção em cada coisinha, até nas menores reações do seu corpo, para descobrir o que você gosta, quais partes são mais sensíveis etc., porque quer aprender cada detalhezinho sobre você para poder te proporcionar o máximo de prazer possível — especialmente quando estivesse te chupando. isso no começo, claro, porque depois que esse homem pegasse confiança, meus amores.………….. 😮‍💨😮‍💨
sério, a combinação esteban timidozinho + reader loba e sedenta é TUDO pra mim, basicamente vivo por isso.
23 notes · View notes
bolladonnas · 10 months
Text
𝐫𝐞𝐯𝐞𝐧𝐠𝐞 (𝐩𝐚𝐫𝐭 𝐢𝐢), 𝔭𝔬𝔳.
! i don't wanna stay here ... like rain on a monday morning , like pain that just keeps on going on.
Tumblr media
semanas haviam se passado entre a descoberta em relação a mãe e finalmente, colocar seu plano de vingança em prática; mais algumas semanas depois disso, de muita calmaria em relação a sua existência. não que estivesse alheia ao caos que estava na academia, sobre os fantasmas e as reações depois da festa no jardim, mas havia muito mais ao que se apegar em seu próprio mundo: as relações abaladas, amizades que possivelmente, se perderiam naquele trajeto que estava percorrendo e por fim, o silêncio da rainha má após a tortura que sofreu. aquela tranquilidade, não poderia ser indicador de algo bom, a persona que agora habitava sua consciência com passe livre sabia disso, a dizia com voz baixa que algo de ruim estava para acontecer, ainda que rebatesse firmemente aquela possibilidade. e mesmo que algo acontecesse, estava em paz consigo mesma, de alguma forma, ciente que havia feito o que era correto: se vingar. estava caminhando em direção ao refeitório naquela manhã, quando a persona da fada azul apareceu em seu campo de visão; belladonna diria facilmente que como um passe de mágica, mas o âmago a dizia que ela estava ali por minutos, a esperando.       ‘      gothel, precisa que vá a sala dela.       outrem disse, um pouco mais séria e grossa do que lhe era de costume.    ‘       e por que ela não me chamou pelo autofalante?      rebateu, um pouco curiosa em como a fada se mostrava, ansiosa, nervosa.        ‘       para não fazer alardes. ande, belladonna, não a deixe esperando.      com um balançar de ombros, mudou a rota que estava fazendo; tinha suas próprias convicções a respeito de gothel, mas até então, sempre que precisava poderia recorrer a ela. portanto, não seria mesmo de bom tom a deixando esperando, afinal, queria saber o que era tão importante naquela manhã. contudo, amaldiçoou-se por sua pressa, pois quando a porta da direção foi aberta, era sua mãe, regina grimhilde sentada na cadeira da diretora.
a expressão tornou-se gélida, assim como todo o corpo, mas não demorou-se em colocar-se em guarda; o corpo girou com pressa pelos calcanhares, uma reação precipitada quando em perigo mas a porta atrás de si, já estava fechada.       ‘     achei que não fosse de fugir, belladonna.      a rainha má disse, sorrindo alegremente; a encarando, não havia indício algum das torturas, da reação da pele diante da exposição para com seu veneno.       ‘     achei que estava morta, uma pena.        respondeu a mais velha, fingindo que a sua aparição em nada a abalava; as mãos repousaram ao lado do corpo, abertas e em atenção, prontas para exalar veneno por toda sala, se isso fosse adiantar algo.          ‘      quase, mas você não é ainda forte o suficiente para me matar. mas fiquei preocupada preciso admitir, não imaginei que fosse capaz de algo como aquilo.      foi a vez de belladonna rir.        ‘        porém, não se anime. pensei muito sobre o que faria com você, afinal, não pode entrar na minha casa, me torturar daquela maneira e sair impune, não mesmo.     algo em seu âmago agitou-se, um alerta. se prepare, se prepare... a voz agitou-se também, igualmente preocupada.
‘        mas mata-la não é uma opção, preciso de você. só que, ficarei muito feliz em saber que não será uma ameaça, não enquanto estiver sob o meu controle...        a rainha má estalou os dedos antes que pudesse agir, antes que pudesse avançar na direção dela. do chão, quatro sombras se ergueram, a agarrando, mantendo-a no lugar; os braços foram segurados, o rosto erguido e pressionado enquanto a blusa que vestia era rasgada pelas mãos gélidas, sem vida.       ‘     me soltem!       a consciência solicitava que fizesse algo, que produzisse veneno mas o medo a paralisava, logo veio a dor e com ela, a incapacidade. sentiu a pele sendo rasgada, no meio das costas algo se prendia por debaixo dos músculos; belladonna gritou de dor enquanto ondas elétricas eram conduzidas até seu cérebro, a deixando mole, inerte. ela reconhecia aquele dispositivo, um que sua mãe havia produzido e usado em tantas outras pessoas, um que a impediria de usar os poderes, que seguiria a machucando sempre que tentasse.
a mente tentava ao máximo bloquear a dor, expulsar a força o que parecia se acomodar não somente no cérebro, mas na sua fonte de poder; contudo, quanto mais tentava, mais dor sentia, mais sangue lhe era drenado.        ‘      isso é para que aprenda, belladonna! independente de qualquer coisa, você ainda é uma criança e pertence a mim. eu a fiz, a moldei e seguirei sendo seu carrasco até o fim dos tempos.
12 notes · View notes
Text
DEPOIS DE BAIXA HISTÓRICA DE TEMPERATURA, AGORA A PREVISÃO É DE ALTAS TEMPERATURAS.
O sul da Améric do Sul, no mês de agosto, foi palco com temperaruras recordes de frio, alcançando regiões onde o calor é intenso - partes do centro e nordeste. Nessa semana, vamos sentir o oposto, com previsões acima dos 45°C, ou seja, características de ebulição climática. A quela anomalia de 30°C acima da temperatura normal para o período no Polo Sul, fazendo o oposto nas regiões continentais, está agora influenciando o aumento das temperaturas, chegando a um nivel extremo.
Esotericamente, espiritualmente ou astrologicamente falando, esse ano é o ano da justiça e do fogo, queimando tudo que está errado. E o que isso tem a ver?
Venho a tempo dizendo sobre esse conjunto que somos, espírito e matéria, a humanidade e o planeta que ocupamos. Se o planeta reage aos efeitos que provocam esse descontrole, nós também somos alvos das mudanças que acontecem. Vivemos mergulhados nesse oceano de oxigênio, sentindo as influências de tudo que se manifesta. O nervosismo, cansaço, anciendade, ódio, doenças, e outras manifestações são qualidades negativas oriundas também desses efeitos. Não sei se você consegue fazer essa relação, eu demorei para absorver esse entendimento, mas são muitas as coincidências, principalmente no campo das emoções.
Há pessoas que são mais inclinadas a cometer faltas, mas se o ambiente onde ela está inserida for composto de pessoas que vibram nos altos níveis, menor a chance de reação sem controle, pis o ambiente não condiz com essa postura. Mas vivendo num ambiente contaminado, de baixa vibração, reações desse nível prevalece. Quem já não entrou em um local e não se sentiu bem ou encontrou alguém que fez você alterar seu estado emocional? Se você tem discernimento, vai se esforçar para manter o equilíbrio, ao contrário do "emocionado" que facilmente reagirá no mesmo padrão.
Meus alertas sobre as mudanças climáticas e as reações humanas não são recentes, ora, eu passei por tais experiências, posso dizer que você consegue ter uma reação elevada, mesmo se a causa for de nível inferior.
Se quiser começar, busque se conhecer, desperte suas qualidades através do conhecimento espiritualista, que responde não apenas às questões do "hoje", mas também de questões que possuem ligações até mesmo com vidas passadas.
Os fatores externos climaticos, são efeitos das radiações que penetram nas camadas da atmosfera terrestre, de origem do Sistema Solar ou de fora. A Ionosfera e a Magnetosfera são monitoradas e seus dados confirmam estas mudanças. O INPE, a NASA, e outras agências que monitoram a nossa atmosfera revelam alterações no clima, mas todos só recinhecem os efeitos no planeta.
É urgente que a humanidade tenha ciência desses fatos. Houve negligência diante das orientações feitas pelos enviados dos altos escalões e como todas as escolhas geram consequências, a grande maioria estará presente nas faixas inferiores durante a transição planetária.
Mas saiba que os céus dessa casa cósmica serão todos atingidos pelas influências que se manifestam nesse novo espaço cósmico, elevando a frequência vibracional até a harmonia para poder seguir adiante, nessa nova faixa espiritual.
2 notes · View notes
elcitigre2021 · 4 months
Text
Tumblr media
PULSO E DECRETO LUCIDEZ, CONSCIÊNCIA E SABEDORIA. Que você saiba e consiga distinguir entre o que está e o que não está sob o seu controle e perceba que lutar contra o que não te cabe é desperdício de recursos e de energia. Que você mantenha a sua atenção no que te compete e, assim, cresça em graça e autoconhecimento. Que você reconheça que são as suas atitudes e reações que te causam problemas e que a vida não é sobre o que te acontece, mas sobre o que você faz com o que te é oferecido. Que você compreenda que a felicidade só pode ser encontrada internamente e que nenhuma resposta está fora de você. Que você descubra que culpar a si mesmo ou ao outro atrasa a sua ação e o seu desenvolvimento e te impede de alcançar suas metas e realizar os seus sonhos. Que você entenda que as provações revelam a sua força e, superadas, te elevam para um lugar de coragem, autoconfiança e autonomia e abrem novas possibilidades, portas e caminhos. Que você compreenda que o mal é apenas um subproduto, resultado da negligência, da preguiça e da distração humana e que você desempenhe, com responsabilidade e maestria, o papel que lhe foi dado pela vontade divina, no teatro da vida. Que você seja impecável, justo e bom, honesto e coerente com seus valores e virtudes. Que você não se esqueça que o Universo é um Todo ordenado, que coincidências não existem, que você habita no Cosmo e não no Caos e que tudo coopera para o seu crescimento e bem. E assim é. Abençoado seja! Muita luz!
4 notes · View notes
cherrywritter · 6 months
Text
Arquivo Crane - Background
Tumblr media
4ª semana de dezembro
Profundamente seduzido pelos caprichos e peculiaridades da mente humana
O medo governa todas as nossas reações e motiva nossas ações
Filho não planejado e bastardo, um herdeiro ilegítimo, criado como empregado pela família
Medo de corvos por ter sido trancado no sótão
Vítima de zombaria e ridicularização
Leu ‘a lenda do cavaleiro sem cabeça’ de Washington Irving
Gás do medo: arma química que faz com que suas vítimas experimentem manifestações intensas de suas mais tenebrosas fobias
[...]
22 de dezembro de 2022 – Diário Particular – Caso Espantalho
Crane estava evoluindo, mesmo que aos poucos. Porém é estranhamente incompreensível seu comportamento para comigo. Jonathan Crane demonstrou interesse em ter-me como sua médica desde o início. O maior questionamento era o motivo de ele se tornar tão afetuoso comigo e suas reais intenções.
Talvez o mais estranho seja eu me sentir mexida com isso e é o que me assusta. Sou apaixonada por Conner, porém aqueles olhos azuis tão claros como o céu me abalavam. Seu comportamento me abalava.
Infelizmente, no momento não sou capaz de ler mentes e a sensação de conseguir absorver as energias está muito diferente do que o de costume. Sinto, na verdade, muita coisa mudando em mim.
Ao menos, por sorte, as medicações que eu havia indicado ao tratamento de Crane foram bem aceitas por ele e vem trazendo mais resultado o tornando mais manso e controlado. Não que o episódio da explosão em Arkham não tenha o trazido de volta. Fui capaz de sentir sua energia densa e vingativa emanar dele ao ver que eu havia sido ferida. Aquilo realmente mexeu com ele, mas acredito que tenha sido algo relacionado ao sentimento de posse e não qualquer outro que se possa imaginar. Afinal, não teria como ele se importar comigo a não ser para se livrar ou facilitar sua estadia.
- Escrevendo diários como o patrão Bruce, querida? – Era Alfred com uma bandeja em mãos com café e um lanche. – Parece que alguns costumes Wayne são passados pelo sangue.
- É a melhor forma de manter as informações para todos.
- Se não a incomoda de perguntar e saciar a curiosidade de um velho inglês, qual caso está anotando?
- Espantalho.
- Alguma novidade?
- Ele está progredindo, mas nada que seja vista como uma grande melhora. Ele me respeita, toma os remédios, segue minhas orientações, mantém tudo sobre controle. Só tenho receio.
- Espero que não esteja achando que pode virar uma réplica da doutora Quinzel.
- Não exatamente, Alfred. Seria um flerte com o perigo? Uma preocupação à toa? Vozes da minha cabeça?
- O que quer dizer, Victoria?
- Todas as vezes que Crane me olha, aqueles malditos olhos mexem comigo. Não é como se eu suprisse sentimentos por ele, mas há algo nisso que realmente mexe comigo. É uma sensação boa e desconcertante.
- As vezes temos sentimentos que não conseguimos explicar, minha querida. É o instinto ou algo maior. São linhas do tempo, reflexos do corpo e da mente. Nem tudo pode ser explicado. Já conversou com a Canário sobre isso ou com o jovem Kent?
- Ainda não. É complexo demais até mesmo para mim.
- Até mesmo os mais inteligentes não têm resposta para tudo. Só converse com alguém e tente colocar sua cabeça nos eixos. Conner sempre te ajuda com isso.
- Alfred...
- Minha querida, coloque esses arquivos de lado, coma, relaxe no banho e converse com Conner. Ele virá para o jantar antes da missão que irão realizar nesta madrugada.
- Batman o chamou para repassar as orientações ou Bruce Wayne o chamou para ter um papo de pai? – Zombei.
- Acredito que um pouco dos dois, senhorita Wayne. – Alfred piscou.
Conner não demorou para chegar e logo se enfiar no escritório do meu pai. Damian vagava pela mansão aguardando o jantar enquanto lia mais um dos livros que havia encontrado na biblioteca que Dick havia o indicado.
Tomei meu banho com calma já sabendo que demorariam e caminhei até meu irmão. Gostava de o observar enquanto lia, ver suas caras e bocas e tirar algumas fotos escondidas. Adorava criar álbuns para ter lembranças de todos. Era melhor do que apenas a memória.
Fomos para uma missão secreta perto do Alaska com Damian e Jon. Uma missão em família para ver o desempenho das crianças e os supervisionar após nossos pais finalmente chegarem em acordo. Preparei a aeronave e os equipamentos e aguardei após o jantar.
- Você está com cara de confusa.
- Estou confusa, irmão.
- Não faz terapia para isso não acontecer?
- Queria que fosse simples assim. – Pauso e vejo Conner se aproximar. – Se preocupe com o seu desempenho na missão.
- Não posso me preocupar com você? – Sorrio brevemente.
- Pode, mas agora é hora de focar no nosso trabalho.
- O pirralho disse que você estava precisando conversar. – Disse Conner se aproximando de mim no alto do morro.
- Impasses de compreensão. Você entende perfeitamente.
- Em que campo estamos falando, meu amor? – Ficamos de costas um para o outro para cobrirmos melhor a área.
- Trabalho ordinário. Problemas com o que ando sentindo sobre o Crane. – Conner se contrai. – Não estou apaixonada por ele. Calma.
- Então o quê? – Disse incomodado, não era para menos.
- Os olhos dele. Algo neles mexe comigo. Não é atração. É desconfortável e intrigante. Traz uma sensação boa, mas muito perigosa. Me causa arrepios. – Conner e eu vemos alguns inimigos se aproximarem e atacamos dando cobertura aos novatos.
- Sente como se já tivesse visto eles? – Ele questiona um pouco relaxado. – Não estou dizendo em relação a rotina. Abaixa! – Jon solta o raio laser e eu nos protejo de uma explosão com escudo de energia vital. Damian resmunga horrores com o amigo o que nos faz rir silenciosamente. – Pode ser algo relacionado a linha do tempo, algo atemporal.
- O que quer dizer com isso? – Parto para a luta corpo a corpo contra dois capangas e os derrubo. Logo em seguida quebro suas armas e jogo uma tela para meu irmão. Parecia ser o controle de entrada do alçapão que estávamos precisando entrar.
- Eu já fiz viagem no tempo. Coisas relacionadas as dimensões. Você pode estar sentindo um déjà vu de uma outra linha do tempo. Algo que você pode ser sensível. Não tem tido aquelas visões nos sonhos com mais frequência?
- Pelo menos duas vezes por semana quando estou com os poderes mais aflorados.
- Você já contou coisas que passei na outra dimensão. Conhece informações que ninguém mais saberia se não tivesse lido minha mente e sabendo que você não consegue mais... talvez seus poderes não sejam apenas isso que conhecemos.
- Pode ser. Venho sentindo mudanças.
- Vamos pesquisar sobre quando chegarmos em casa. Fazer uns testes talvez. Os Flashes ou alguém mais informado pode nos ajudar a entender isso.
- Acha mesmo que isso pode funcionar? – Digo um pouco descrente.
- A terapia não te deu respostas sobre essas sensações? – Nego. Vejo Damian caindo dos braços de Jon e voo em sua direção para pegá-lo e o colocar com os pés no chão. Ele tinha conseguido abrir o alçapão e caiu em queda livre.
- Então é nossa saída. – Conner dá de ombros e quebra uma parede para entrarmos em um laboratório. Tinha tantos testes animalescos horríveis que Jon vomitou com a visão. Era nojento. De tirar o apetite.
- Vocês falam demais! – Damian resmunga.
- E você chega lá! – Falamos juntos. – Foca e não vomita.
- Foca você! Quase morri. – Rio. Dramático. - Estou nisso a mais tempo que você, velho resmungão. Tudo bem, Superboy? – Jon levantou o polegar em positivo enquanto Conner o dava apoio moral passando a mão em suas costas.
5 notes · View notes
biociclicidade · 4 months
Text
“Se você está perturbado por alguma coisa externa, a dor não se deve à própria coisa, mas à sua estimativa sobre ela; e isso você tem o poder de revogar a qualquer momento.”
— Livro 8, Seção 47
Reflexão
Essa citação reflete um dos princípios centrais do estoicismo: a distinção entre o que está sob nosso controle e o que não está. Marco Aurélio nos lembra que a maneira como reagimos aos eventos externos é determinada por nossas próprias avaliações e percepções. A dor e o sofrimento não são causados diretamente pelos eventos em si, mas pela interpretação que damos a eles.
Essa perspectiva sugere que temos a capacidade de mudar nossas reações emocionais ao alterar a forma como percebemos e interpretamos as situações. Em vez de nos deixar levar por emoções negativas como raiva, medo ou tristeza, podemos escolher adotar uma atitude mais calma e racional. Isso não significa ignorar os problemas, mas abordá-los de uma maneira que não nos cause sofrimento desnecessário.
Aplicação Prática
No dia a dia, podemos aplicar essa filosofia ao lidar com desafios e contratempos. Por exemplo, se alguém nos insulta, a dor que sentimos vem mais de nossa interpretação do insulto como algo grave do que do insulto em si. Podemos optar por ver o insulto como uma opinião que não tem poder sobre nosso valor intrínseco. Dessa forma, ao mudar nossa perspectiva, podemos reduzir nosso sofrimento e manter nossa paz interior.
2 notes · View notes
blogdamorgannalabelle · 6 months
Text
35 – O mecanismo psíquico da transferência
Por Morganna la Belle
Psicanalista
Tumblr media
Se fosse preciso concentrar numa palavra a descoberta freudiana, essa palavra seria incontestavelmente inconsciente.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulário da Psicanálise
1 – O que significa transferência em psicanálise?
A transferência, em psicanálise, pode ser explicada como sendo o deslocamento de sentimentos e experiências que um indivíduo vivenciou com alguma pessoa do passado, normalmente na fase da infância, para a figura de uma determinada pessoa do presente. Tal processo se dá de forma inconsciente.
Esse mecanismo mental, embora seja utilizado pela psique humana desde sempre, desde que o ser humano passou a interagir entre si, foi identificado e conceituado apenas por Freud em suas vivências clínicas e pesquisas sobre o psiquismo humano. É, portanto, uma das maiores contribuições do pai da psicanálise para as ciências da mente, com o fim de identificação de transtornos mentais e a consequente busca de tratamento e cura para tais transtornos.
Importante esclarecer ainda que a transferência não é um recurso utilizado pela mente apenas no ambiente analítico. Tal mecanismo também pode ser observado em outros contextos como, por exemplo, que envolvam a relação entre aluno e professor.
2 – Tipos de transferência
Como se sabe, a descoberta do inconsciente é uma das maiores contribuições de Freud para as ciências da mente. Pode-se considerar então que, como o mecanismo da transferência se dá de forma inconsciente, a descoberta de tal processo tenha sido um desdobramento de sua descoberta principal, que são as instâncias do aparelho psíquico, expostas em sua primeira e segunda tópicas.
Em A Dinâmica da Transferência (1912) Freud identificou a transferência positiva sublimada, que é quando o paciente projeta no analista sentimentos amistosos, até mesmo de admiração e, por conseguinte, se engaja em um espírito de cooperação no sentido de buscar o entendimento do que está causando a neurose. No entanto, identificou também a transferência erótica, que é quando o analisando desloca para a figura do analista pulsões libidinosas recalcadas. E, por fim, Freud detectou também a transferência negativa, que é quando o paciente projeta no analista sentimentos hostis. Considere-se no entanto que, independente do tipo de transferência, é formado um vínculo entre analista e analisando. E é justamente a partir deste vínculo, seja positivo ou negativo, que o analista pode encontrar o fio de Ariadne da questão.
3 – Transferência x Resistência
Ainda de acordo com o clássico de Freud de 1912, as reações do paciente que se manifestam de acordo com o tipo de transferência que se apresenta durante o processo analítico seriam a cooperação e a resistência. A primeira estaria ligada à transferência positiva e a segunda às transferências erótica e negativa.
A cooperação por parte do analisando faz promover uma grande evolução no tratamento porque estabelece um profícuo vínculo de confiança entre analista e analisando. Sendo assim, sentimentos recalcados e aspectos mnemônicos reprimidos passam a emergir com mais fluidez para o consciente. E tudo isso seria potencializado pela utilização do método da associação livre.
No entanto, a resistência faz com que o paciente se ponha a focar na transferência em si, através de seus aspectos libidinais ou mesmo hostis e passe a resistir ou negar que material inconsciente aflore até o consciente. Porém, paradoxalmente, como o analista passou a ser o objeto de tais sentimentos eróticos ou hostis recalcados, pode o terapeuta, através de um meticuloso trabalho de interpretação, trabalhar no sentido de identificá-los e fazer com que ocorra a lembrança pelo paciente do material inconsciente reprimido. A partir daí teria início o processo de cura ou, pelo menos, de maior controle sobre a neurose.
A transferência, portanto, é considerada por alguns estudiosos como uma das principais ferramentas a ser utilizada para se chegar à causa das neuroses. E, como entender o que causa a doença mental é fundamental para que se possa confrontá-la, fazendo cessar os sintomas causados pelo distúrbio em questão e promovendo então a cura do paciente, pode-se dizer que a transferência é de vital importância para o tratamento e cura de alguns transtornos mentais.
4 – Os sentimentos
Tumblr media
Ponto muito importante a ser considerado nos estudos sobre a transferência chamada positiva é o tipo de sentimento que é projetado na figura do analista pelo analisando. Freud descobriu, em suas práticas clínicas, que alguns pacientes passavam a nutrir certo tipo de afeto por ele. Com a evolução deste processo de interação entre ele e tais pacientes, observou que o sentimento inicial de admiração e afeto poderia se transformar em um tipo de amor. E esse amor, em seu entendimento, embora projetado a partir de uma figura do passado, era transferido para uma figura do presente sem perder sua característica de puro e verdadeiro.
Ao ser questionado na época sobre a legitimidade deste amor, Freud insistiu na autenticidade de tal sentimento, que surge do mecanismo da transferência. E, indo mais longe mostrou que, embora tal amor possa evoluir para a eroticidade, ele não temia isso porque assim o vínculo entre analista e analisando se tornaria ainda mais forte, podendo proporcionar a partir daí elementos para a cura do paciente. Freud, portanto, procurava até instigar tal amor.
Fez então uma interessante analogia com a evocação de demônios, prática ensinada em grimórios antigos como a Goétia. Freud publicou em 1915:
Instigar a paciente a suprimir, renunciar ou sublimar suas pulsões, no momento em que ela admitiu sua transferência erótica, seria, não uma maneira analítica de lidar com elas, mas uma maneira insensata. Seria exatamente como se, após invocar um espírito dos infernos, mediante astutos encantamentos, devêssemos mandá-lo de volta para baixo, sem lhe haver feito uma única pergunta. Ter-se-ia trazido o recalcado à consciência, apenas para recalcá-lo mais uma vez, num susto (Freud, 1969/1915, p. 2013).
Tumblr media
Fausto evocando um demônio do inferno
Interessante essa analogia, considerando que Freud era avesso ao misticismo e esoterismo, sendo essa justamente uma das causas de seu posterior rompimento com Carl Gustav Jung. A comparação, no entanto, ilustra bem sua visão a respeito da importância do vínculo afetivo promovido entre psicanalista e paciente através do mecanismo da transferência.
5 – A visão de Lacan
No entanto, os sucessores de Freud, em especial Jacques Lacan, não compartilharam da mesma opinião do mestre. Em 1964, o próprio Lacan publicou em seu livro Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise que o amor projetado pelo paciente no analista é um “falso amor”, uma “sombra de amor”, embora pudesse muito bem ser legítimo em sua origem no passado. Esta visão do sentimento, embora publicada na década de sessenta, ainda é a versão mais aceita até hoje.
Porém, muito importante enfatizar que, embora Freud instigasse tal vínculo afetivo, fazendo dele um poderoso aliado na sua investigação sobre a causa das neuroses de seus pacientes, ele era radicalmente contra o psicanalista se envolver sexualmente com seus pacientes. Ele afirmava que a ponte que fora construída entre a mente do analista e a do paciente seria destruída com a satisfação física de desejos eróticos, frustrando então qualquer possibilidade de cura.
6 – Os casos Bertha Pappenhein e Sabina Spielrein
Isso nos leva então a dois exemplos muito interessantes, envolvendo duas pacientes famosas, sendo o caso de Bertha Pappenhein e o de Sabina Spielrein. O primeiro envolveu Joseph Breuer e o segundo Carl G. Jung.
Bertha Pappenhein, nascida em Viena, ficou conhecida pelo pseudônimo de Anna O. quando foi tratada pelo médico vienense Joseph Breuer, contemporâneo de Freud.
Tumblr media
Bertha Pappenhein
O caso Anna O., pela sua importância na época, é tido como a inspiração para a criação da Psicanálise por Sigmund Freud. Embora Bertha Pappenhein tenha sido inicialmente paciente de Joseph Breuer, ela foi depois encaminhada a Freud, justamente por ter aflorado nela o mecanismo da transferência em relação ao seu primeiro terapeuta.
Ela era de ascendência alemã e judia. Na casa dos 20 anos de idade, ao ter que lidar com dificuldades inerentes à doença terminal de seu pai, desenvolveu um quadro de neurose, sendo mais especificamente diagnosticada com histeria. Tal distúrbio mental causava nela vários sintomas nervosos e físicos. Foi então levada para ser tratada por Joseph Breuer, médico vienense que gozava de muito boa reputação.
Entre 1880 a 1883 Joseph Breuer utilizou hipnose e outros desdobramentos com o fim de tratá-la, sendo que passou a documentar seu histórico clínico como caso Anna O., justamente para preservar a identidade da paciente em questão. Porém, no desenrolar do tratamento clínico, quando aflorou na paciente o processo da transferência, ela então desenvolveu um estado de gravidez psicológica e afirmou em seus delírios que o filho era do Dr. Breuer. O médico então, temendo maiores problemas com sua família e com a sociedade de Viena, abandonou o caso e encaminhou a paciente a Freud.
Freud então passou a tratá-la, sendo que da relação entre Bertha e Breuer e posteriormente entre Bertha e Freud nasceram o conceito de catarse, a expressão cura pela fala e alguns dos outros fundamentos da nova ciência que seria chamada de Psicanálise.
Interessante constatar que Joseph Breuer pertencia ao mais alto escalão de médicos vienenses de sua época e, mesmo com toda sua experiência e conhecimento, não foi capaz de lidar com a manifestação do fenômeno da transferência em Bertha Pappenheim, o que nos leva a fazer a consideração de que o psicanalista precisa ter uma base bem sólida para lidar com determinados casos.
Já o caso de Sabina Spielrein teve um desfecho bem diferente, mas não menos importante para a história da Psicanálise.
Em 1904 Sabina Nikolayevna Spielrein, de família russa e judia, foi encaminhada ao sanatório onde Carl Gustav Jung prestava serviço como médico, sendo também considerada acometida de histeria.
Tumblr media
Sabina Spielrein
No desenvolvimento da relação clínica entre fräulen Spielrein e o Dr. Jung surgiu também o mecanismo psíquico da transferência. Porém ao inverso do que fez o Dr. Breuer, Carl G. Jung tornou-se amante de Sabina. A relação entre Jung e Freud já estava abalada, sendo que isso contribuiu ainda mais para o rompimento entre ambos que se daria mais tarde. Isso porque, como exposto acima, Freud era rigidamente contra o envolvimento sexual entre psicanalista e paciente. No entanto, mesmo com a relação adúltera entre ambos – Jung já era casado nessa época -, o tratamento teve êxito graças ao próprio método de Freud.
Sabina Sipirelrein a posteriori tornou-se uma das primeiras psicanalistas mulheres da história e, após voltar para a União Soviética em 1923, foi uma das criadoras do chamado Berçário Branco, um jardim de infância em Moscou que tinha o objetivo de tratar crianças.
7 – A evolução do conceito de transferência
A concepção de transferência passou por várias renovações a partir de Freud, conforme foram evoluindo também outros conceitos psicanalíticos e psicológicos.
Através dos casos acima expostos, podemos verificar então que não existe fórmula tão rígida em psicologia ou psicanálise que deva ser estritamente seguida para se conseguir a cura do paciente. Isso por causa da complexidade da mente humana, principalmente em sua instância inconsciente. Pensamos que não deve o psicanalista abandonar o paciente por causa das dificuldades do caso, mas também não deve se aproveitar da fraqueza da pessoa em tratamento para se render aos seus impulsos eróticos.
Seja como for, o radicalismo de Breuer e a fraqueza de Jung frente ao fenômeno da transferência talvez tenham contribuído para que estes casos se tornassem referências históricas no mundo da Psicanálise, o que nos leva a concluir então sobre a importância da transferência na história das ciências da mente.
Embora, com o passar do tempo, o mecanismo mental da transferência tenha sofrido várias modificações em sua concepção, ela ainda é utilizada como uma poderosa ferramenta pelo psicanalista para chegar ao inconsciente da pessoa que está em busca de tratamento para restabelecer a sua saúde mental.
Quer interagir com a Morganna la Belle? Visite meu site e blog: https://rainhamorgannalabelle.wordpress.com/
Vou adorar conhecer você!!!
2 notes · View notes
misshcrror · 6 months
Text
Tumblr media
                𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's POWERS ;
Manipulação do Terror. Yasemin pode criar ilusões realistas que invocavam os piores medos de seus adversários, mergulhando-os em um estado de pânico. É capaz de projetar e intensificar o terror em seus alvos, causando intencionalmente reações químicas no cérebro alheio para produzir esses efeitos. Ela pode sobrecarregar seus alvos com medo intenso o suficiente para distorcer sua percepção do ambiente ao redor e do próprio usuário, fazendo-os parecerem muito mais sinistros, intimidadores e assombrosos do que realmente são.
Fisiologia de Leão. [Habilidade passiva] Como uma boa herança do patrono de seu pai, o leão, Yasemin possui algumas características e habilidades de um. Limitado apenas para conseguir dialogar com os da espécie, não se transformar, as habilidades que ela naturalmente têm são os 5 sentidos semelhantes aos de um leão e inclusive visão noturna, velocidade, equilíbrio, flexibilidade, furtividade melhoradas.
Quando Yasemin manipula os medos de seus alvos, ela desencadeia uma série de reações químicas no cérebro deles, intensificando os efeitos de suas ilusões. Essas reações são resultado da influência direta que seus poderes exercem sobre o sistema nervoso e as emoções das pessoas. Ao entrar em contato com os medos inconscientes de seus alvos, Yasemin estimula o sistema nervoso autônomo deles. Isso desencadeia uma resposta de "luta ou fuga", fazendo com que seus corpos entrem em um estado de alerta máximo em resposta ao perigo percebido. 
A manipulação de seus alvos por Yasemin leva à liberação de neurotransmissores associados ao medo, como a adrenalina e o cortisol, em seus cérebros. Essas substâncias químicas aumentam a sensação de ansiedade e pavor, intensificando os efeitos das ilusões criadas por ela. Então ela pode direcionar suas ilusões para estimular áreas específicas do cérebro responsáveis pela resposta ao medo, como a amígdala e o córtex pré-frontal. Isso resulta em uma interpretação exagerada e distorcida dos estímulos percebidos, fazendo com que seus alvos experimentem uma sensação avassaladora de terror. Além de afetar as emoções, as ilusões de Yasemin também influenciam a percepção sensorial de seus alvos. Ela pode distorcer suas visões, sons e sensações táteis para criar um ambiente totalmente aterrorizante, aumentando ainda mais a eficácia de suas ilusões. Mesmo após o desaparecimento das ilusões de Yasemin, os efeitos persistem nos cérebros de seus alvos por horas ou dias dependendo da intensidade. Eles podem continuar a experimentar sentimentos de ansiedade e medo por algum tempo, devido à intensidade das reações químicas que foram desencadeadas durante o episódio de manipulação do terror. 
Assim que chegou ao acampamento, no estágio inicial de seus poderes, Yasemin tinha dificuldade em controlar seus poderes através do olhar, toque e até pensamentos. Seus olhos se escureciam com uma intensidade assustadora quando ela tentava usar seus poderes, muitas vezes assustando aqueles ao seu redor inadvertidamente. Ela tentava direcionar seu olhar para um único alvo, mas muitas vezes se espalhava para outros ao redor, causando pânico e confusão. Seus ataques eram imprecisos e instáveis, o que a levou a pensar em como isso já vinha desde sua época no orfanato, as crianças lhe evitando e em sessões de “aprendizado” com as freiras, algumas saiam transtornadas e lhe associavam a figura do diabo. Algumas vezes o toque de Yasemin era carregado com uma energia que invadia a mente de seus alvos. No entanto, sua falta de controle resultava em efeitos caóticos, com suas ilusões muitas vezes se manifestando de maneira distorcida. Ela tinha dificuldade em limitar suas ilusões ao tocar em seus alvos. Por isso, sempre evitou muitos toques quando chegou e até hoje tem reflexos disso, apesar de hoje estar mais tranquila a respeito e curtir um combate corpo-a-corpo. 
Com o treinamento contínuo, Yasemin aprendeu a modular a intensidade de seu toque e passou a trabalhar no olhar, permitindo-lhe direcionar seus poderes de forma mais precisa. Ela desenvolveu uma expressão facial neutra que ajudava a mascarar a natureza assustadora de seus olhos. Ela praticava focando em um único alvo por vez, aprendendo a bloquear sua percepção periférica para evitar que seus poderes se dispersassem, sendo melhores direcionados para um alvo específico. Hoje em dia ainda é necessário que olhe nos olhos do seu alvo para uma ilusão com mais eficácia e duração. Ao tocar em seus alvos, Yasemin aprendeu a modular a intensidade de sua energia, permitindo-lhe controlar melhor a resposta emocional que provocava. Ela desenvolveu técnicas para transmitir uma sensação de calma e controle através de seu toque, minimizando a instabilidade de suas ilusões. Praticava com alvos específicos, concentrando-se em ler suas emoções e medos para adaptar suas ilusões de acordo. Isso resultou em uma maior precisão e eficácia em seus ataques, mas também precisou estudar e ser mais criativa para usar o medo X de seu alvo e criar situações dentro dessa ilusão. Desde um monstro até uma situação hipotética de alguma morte sendo vívida de um ente querido de seu alvo. Yasemin descobriu que quanto mais medo uma pessoa sente, mais forte se torna a ilusão que ela é capaz de criar em sua mente. Esse fenômeno ocorre devido à intensificação das emoções do alvo, o que permite que Yasemin amplifique ainda mais suas ilusões. 
Yasemin está atualmente explorando uma nova face de seus poderes, vem tentando praticar meditação e visualização para manter sua mente calma, evitando que suas próprias emoções interfiram em seus poderes ou que guarde tantos horrores em sua mente. Ela desenvolveu um autocontrole para resistir à influência dos medos que encontra nas mentes de seus alvos, mesmo que não pareça no dia-a-dia já que está sempre xingando por aí, mas é justamente uma forma de esconder que a qualquer momento, se segurar emoções demais, o descontrole de seus poderes pode vir muito fácil. E justamente porque quanto mais medo, mais forte a ilusão fica, e Yasemin teme que isso lhe deixe muito fria e impiedosa. O desafio é garantir que suas ilusões não se tornem excessivamente poderosas e perigosas demais para si e para os alvos. Essas ilusões são tão realistas e aterrorizantes que podem desencadear reações físicas, como sudorese, tremores e até mesmo desmaios. 
A fraqueza principal dos poderes de Yasemin reside na necessidade de controle preciso sobre suas ilusões e na gestão das intensas reações emocionais e físicas que elas provocam nos demais. O uso excessivo e descontrolado de seus poderes poderia deixar Yasemin mental e fisicamente vulnerável. Além de causar trauma emocional, o esforço mental envolvido na manipulação e percepções de seus alvos poderia exauri-la, deixando-a suscetível a danos mentais e físicos. Isso afeta diretamente na eficácia de seus poderes, tornando-a mais propensa a erros e descontroles. Atualmente pode atingir mais de um alvo por vez e sua luta é para conter o quão poderosa a ilusão pode ficar. Nunca chegou nesse patamar, mas sabe que elas são fortes o suficiente para influenciar diretamente as mentes de seus alvos, causando trauma e medo profundos que persistem mesmo depois que a ilusão desaparece. A necessidade de contato visual e físico para uma ilusão eficaz limita as opções táticas de Yas em certas situações. Isso a deixa vulnerável a ataques à distância ou a adversários que evitavam o contato visual direto. Além disso, essa dependência pode comprometer sua própria segurança, colocando-a em situações de risco ao se aproximar demais de seus alvos. Yasemin também sente a fraqueza e seu corpo fica mais vulnerável, mas a mente principalmente porque as imagens ficam guardadas em sua lembrança também. O que é perigoso uma vez que perder seu controle pode gerar sequelas em si e nos demais. 
Quando se trata de monstros e criaturas sem medo, o desafio é diferente. Como essas criaturas geralmente não possuem traumas pessoais ou medos individuais, Yasemin precisa abordar suas fraquezas de forma mais estratégica. O que é difícil. Atingir um monstro com ilusões não é fácil e ela não possui nenhum a seu bel-prazer para praticar. Em teoria, ela entende que em vez de explorar os medos internos, ela pode recorrer a ilusões que aproveitam os instintos naturais desses monstros, como seus pontos fracos ou vulnerabilidades específicas. Por exemplo, ela pode criar ilusões de ameaças iminentes ou predadores superiores, fazendo com que os monstros se sintam acuados ou ameaçados, mesmo que não tenham uma compreensão consciente do medo. Ela conseguiu fazer isso apenas uma vez, então não possui prática alguma. 
Já sua habilidade passiva é diretamente influência do patrono de seu pai, o leão. Ela não pode se transformar fisicamente em um leão, mas herda muitas das características e habilidades da majestosa criatura. Seus sentidos são aguçados como os de um leão. Seu olfato é excepcionalmente apurado, permitindo que detecte odores à distância e identifique presas ou inimigos com facilidade. Sua audição é tão apurada que pode captar o som mais sutil, como o farfalhar de folhas ou o movimento de um inimigo se aproximando. A visão de Yasemin é particularmente notável, especialmente à noite. Ela possui visão noturna, o que significa que pode enxergar claramente mesmo em condições de pouca luz, uma habilidade crucial para suas incursões noturnas e missões furtivas. No entanto, apesar de parecer uma boa habilidade, Yasemin pode ser particularmente sensível a sons intensos e repentinos. Ruídos altos, como explosões e/ou gritos, podem desorientá-la temporariamente, prejudicando sua capacidade de se concentrar ou reagir em situações de combate. Se ela se encontrar em ambientes extremamente escuros por um período prolongado, sua visão pode se tornar menos eficaz devido à fadiga ocular, tornando-a mais vulnerável a emboscadas. Um excesso de odores, sons ou movimentos pode sobrecarregar sua mente, prejudicando sua capacidade de processar informações de forma eficaz.
Além disso, sua velocidade, equilíbrio e flexibilidade são comparáveis ​​às de um leão também. Ela pode se mover com agilidade e rapidez, saltar grandes distâncias e se adaptar a terrenos variados com facilidade. Sua furtividade também é melhorada, permitindo que se mova silenciosamente e se aproxime de seus alvos sem ser detectada. Essas habilidades são excelentes no campo de batalha e torna Yas uma caçadora habilidosa nas florestas do acampamento. No entanto, ela ainda está aprendendo a dominar completamente seu potencial e a integrar suas habilidades de forma mais eficaz em suas estratégias de combate, especialmente para lidar com monstros.
6 notes · View notes
Text
Demónio Gato Fantasma
Casal: Hoshina Soshiro x Leitor Fem.
Aviso: Conteúdo +18, protagonista com vocabulário de baixo calão.
Tumblr media
Capítulo XIV
A primeira vez que uma figura tão pálida quanto um fantasma foi refletido nas telas da sala de controle tudo o que Hoshina Soshiro podia pensar era ser uma candidata qualquer, não se destacava nos exames físicos e poucas vezes interagia com os demais candidatos.
No entanto, assim que eles colocaram os trajes e escutas foram postas em suas vozes os refletindo para todos ouvirem, não apenas um velho chamado Kafka Hibino se destacou como comédia daquela avaliação como Mayoi Onryo se mostrou a pior pessoa em interações humanas.
Ambos eram de longe os candidatos menos promissores para passar, sequer tinham alcançado o um por cento de poder liberado, mas eram engraçados. Hoshina chegou a comentar com Okonogi sobre aquilo, claro, recebendo advertências e broncas para agir como o Vice Capitão que era.
Entretanto um pensamento se fixou em sua mente e era de que Mayoi não servia para a terceira divisão: fraca demais para seus tiros surtirem efeito, ruim demais para interagir e cooperar com os demais.
Ledo engano, sua mente foi varrida com água fria! Mayoi tinha seus defeitos, mas quando usou de uma estratégia até que cruel e carniceira para matar o Yoju, um pequeno sorriso se formou nos lábios do rapaz. Isso só se intensificou quando a mulher sacrificou seu desempenho para ajudar Reno e Kafka.
Não foi fácil fazer Kafka ser aceito — mesmo que em um cargo inferior— na terceira divisão, mas tanto o mais velho quanto a pálida conseguiram entrar, essa precisou de um voto de confiança também, sendo a última da lista de convocados.
A primeira vez que teve contato com a figura feminina ao vivo, Hoshina estava desempenhando o papel de Vice Capitão na cerimônia de entrada dos recrutas. Ela estava lá agindo de sua forma diferente, cabelos tão puros e vibrantes que pareciam como nuvens que flutuavam com vida em volta de seu corpo pequeno e delicado.
Seu voto de confiança garantiu boas risadas naquele dia, Kafka havia falado demais e Mayoi jogada a seus sentimentos o xingou na frente da Capitã gerando punição aos dois. Foi engraçado ver a mulher ameaçando o mais velho aos berros, mas quando ambos tiveram de pagar flexões, Hoshina pela primeira vez parou para realmente prestar atenção naquilo.
Outro encontro mais marcante com a mulher foi quando ele descobriu que seu lugar de fugas estava sendo ocupado por ela. Era noite, gelada e solitária como ele gostava de aproveitar, mas a figura estava lá, seu cabelo arrastado pela brisa como um véu atraindo o olhar mais atento de Soshiro.
Ele se lembrava de como seus lábios sempre tão prontos para dar uma resposta — afiado e preciso— o traiu se revelando para a mulher. Ela se virou como se encarasse um Kaiju, íris afiadas em um tom de areia do deserto, profundo e perigoso, mas assim que ela o notou, seu rosto tomou uma cor viva de vermelho.
Soshiro Hoshina riu mais uma vez por causa das ações de Mayoi. Ela era gentil, da sua forma, possuía uma ação mais estabanada e sempre dizia xingamentos diversos que poderiam gerar reações diversas de pânico nos que a rodeava. Se ele pudesse descrever Mayoi até aquele momento seria: um gato filhote tentando conquistar um lar com as pessoas que o alimentou.
E ele não se lembrava quando passou a notar mais a presença pálida, mas aos poucos notou estar decorando pequenas coisas, rindo de pequenas coisas e as vezes precisava se corrigir. Ele era o Vice capitão, ela precisava aprender a lidar melhor com seus companheiros e Soshiro já escutou algumas reclamações de Ashiro sobre o temperamento mais explosivo e regado a palavrões.
Preocupado como sempre, as semanas passaram rápido demais e muitos evoluíram enquanto Kafka e Mayoi ficaram para trás. Não foi por falta de treinamento e estudo, ele já flagrou dedicação demais vinda daquela dupla de pessoas.
Encarando do alto do muro o treinamento, pode se recordar e até ponderar o motivo de estar ajudando tanto os dois em particular. Soshiro deixou as chaves da biblioteca para Kafka e vezes quando notava as garrafas de chá vazias acabava ele mesmo as enchendo enquanto se sentia um idiota de Vice Capitão cuidadoso com os novatos. Até demais.
— Kafka! — Soshiro gritou tentando afastar a mente do que ele estava a pensar, não era hora para aquilo— Nesse ritmo você nunca vai virar oficial. Vai ser demitido em três meses. O mesmo se aplica a você, Mayoi, pode acabar sendo dispensada.
Ele pode sentir o pânico de Kafka e Mayoi de longe, mas as vezes precisava ser duro, não por maldade, mas era seu dever os treinar e torcer que voltassem vivos.
Ele deveria parar de ser assim, ele não deveria agir daquela forma e isso poderia futuramente ser interpretado de uma forma diferente, com malícia. Mas lá estava ele caminhando até a estande de tiro, os sons vibrantes ecoando pela sala enquanto suas mãos ocupadas com duas canecas de chá davam uma forma de abrir passagem.
Mayoi gastava mais uma madrugada jogada naquela sala, seu corpo parecia ter as maçãs dos rostos mais marcadas, talvez pelo sono ou cansaço, ele não saberia apontar ao certo. A mulher pareceu o notar sem muita demora, seu rosto mostrando surpresa e um certo ponto de ansiedade.
— Vice capitão— Ela forçou continência, seus olhos vezes vagando para a porta como se quisesse fugir.
— Fiquei curioso para saber quem estaria usando a sala agora— Soshiro sorriu ainda mais enquanto afastava uma das xícaras de perto de seu corpo, agora podendo ser pega por Mayoi enquanto sua língua continuava a trair sua mente— Aqui, três colheres de açúcar, mesmo que isso vá te matar um dia.
— Obrigada— Seu rosto corou de maneira violenta, os dedos passando pela base de porcelana antes de se afastar um pouco de Hoshina— Muito obrigada pela bebida...
E pela primeira vez aquela noite ele sentiu algo como um sentimento de julgamento já que na sua mente o que Mayoi dizia não fazia sentido. Ele questionava, parecia aumentar sua curiosidade no que movia a mulher a tentar mais e mais, no entanto, saber que era por uma dívida pareceu um tanto estranho.
Quem pediria a ela que colocasse sua vida em jogo por algo como dívida? A pessoa era uma lunática e Soshiro sentia que poderia até desprezar aquela pessoa.
— Não sei para quem você está devendo, mas se torne forte o suficiente para que não morra no processo.
Era um dos últimos treinos antes da missão, Mayoi corria pelo campo e seus tiros eram certeiros, mas precisavam de mais que uma bala para fazer grandes estragos nos alvos. Soshiro pediu para que ela fizesse com apenas uma bala, era um pedido vindo de Okonogi.
Mas como eles pensavam os resultados não eram nenhum pouco positivos. Levemente acima da força causada por uma bala de uma arma totalmente humana, isso pareceu afetar a mulher que olhava para o chão.
Soshiro não poderia demonstrar sentimentos, ele deveria apenas deixar o fluxo seguir mesmo que Mayoi estivesse triste e mesmo aos questionamentos de Kikoru sobre se ela estava bem. Porém a alma que caia nos pensamentos o encarou com a mesma frieza que um dia disse que iria servir a pessoa que ela devia.
— Senhor Vice Capitão Hoshina. Eu gostaria de tentar novamente!
E Hoshina permitiu, talvez relutando um pouco, mas foi mais um balde de água fria que a mulher jogou em seus pensamentos. Os alvos estavam agora armados para ela tentar e diferente de suas ações, Mayoi parecia um felino que tomava uma posição mais alta antes de atacar sua presa em um bote.
A bala pegou força devido a gravidade e de maneira surreal rasgou a lateral — de cima a baixo— do alvo ao meio. Seu pousar finalizou aquela ação predatória, o corpo quase como de um animal enquanto seu cabelo voava ao redor.
Pela primeira vez a ação fez o coração de Soshiro apertar, algo rápido e quase imperceptível até mesmo para ele que não era familiarizado aquele sentimento. Era como um botão que por um milissegundo foi pressionado.
— Muito obrigada por essa oportunidade, Vice Capitão.
A primeira missão foi algo que marcaria a vida de todos aqueles recrutas, alguns poderiam não voltar para a base da terceira divisão, talvez alguém abandonasse seu cargo agora que estava de frente aos monstros.
Sua voz orientava a todos como deveriam prosseguir, os olhos mais afiados encarando o Kaiju enquanto seus gritos de motivação inundavam a madrugada solitária fazendo o Vice Capitão sorrir, mas como sempre Mayoi foi a primeira a agir naquele grupo de recrutas, entre caçoar de suas caras e encorajar o grupo que ela fazia parte.
Mayoi Onryo correu até a beirada do prédio se jogando — Comam poeira, cuzões— Gritava enquanto seu corpo caia direto a escuridão do ilegível destino daquela missão.
E Hoshina segurava a risada vendo todos a encarar como uma lunática, ela as vezes parecia ser mesmo, mas aquilo os fez pular logo atrás sem medo do que poderia acontecer.
A bebedeira poderia tornar aquele lugar uma bagunça e a diversão de Soshiro, era bom ver os espíritos competitivos se aflorar, mas as horas pareciam girar como loucas e muitos teriam de ir para seus quartos com ajuda. Mayoi era uma dessas pessoas, mas a garota fantasma insistia em beber mais e mais, seu corpo gritando sinais de que ela não sabia se controlar no álcool.
Hoshina se levantou de seu lugar, era uma de suas funções garantir que todos estivessem bem no dia seguinte, a rotina de soldado não parava só por causa de uma ressaca. Sua mão impediu que ela bebesse mais um copo e como criança, Mayoi choramingou vermelha o vendo.
Seus olhos areia o devoravam como uma divindade, lábios tão docemente abertos em um sorriso carinhoso. Mayoi acatou as ordens de Soshiro como se elas fossem sagradas demais até para seu lado bêbado se recusar a ouvir,
— Se era tão fraca assim, não devia ter bebido.
— Eu... Precisava beber— Mayoi disse como se não fosse nada importante, eles caminhavam e aos poucos a luz do local era trocado pela escuridão do ambiente que os rodeava enquanto eles ficavam sozinhos— Assim eu iria conseguir te olhar direito.
— Hum? Do que você tá falando? — Hoshina travou incrédulo, mas ela não parecia a mesma garota inquieta que vivia fazendo alguma coisa sem querer, não, era como se ela estivesse calma até demais. Seu corpo era banhado pela lua, um toque doce enquanto seu cabelo novamente parecia flutuar de uma maneira mística.
— Eu não consigo ser clara quando estou falando com você... Não consigo deixar claro o quanto me fere todas as vezes que você diz que minha dívida é besteira.
— Isso? Não deveria ser algo tão importante, Mayoi— Sua fala foi quase que uma tentativa de tomar uma ação mais pensada, sóbria. Mas os olhos daquela mulher agora o observavam, o devorava— Mayoi?
— Não é importante para você! Mas pra mim é o mundo! Eu estou em dívidas com você, Hoshina! — Revelando o que a tempos escondia, seus dedos agarraram nos ombros de seu superior— Você me salvou! É você que eu sigo! É você que eu vou entregar minha vida! Saiba disso, vice capitão!
— Então era isso — A revelação esfregada em sua face o fez crer que esteve cego esse tempo todo, mas ele precisava a tirar desse pensamento que a mataria — Você não me deve nada, Mayoi.
— Você me salvou um dia... Eu devo minha vida a você— Ela riu brincando com os fios platinados de seu cabelo, enrolando em seus dedos enquanto vezes encarava os lábios do mais velho— Eu gosto de você. Do seu estilo de luta. Da sua forma de liderar o batalhão e do quanto é cuidadoso, mesmo que em segredo... É uma pena que vou esquecer tudo o que estou falando para você amanhã.
— Vai esquecer? — Ela era cruel, Hoshina não conseguiria esquecer aquilo— É bem cruel dizer isso se vai esquecer. Como eu fico nessa história?
Mayoi riu novamente, a luz da lua moldurava sua forma como um anjo noturno. Um anjo que poderia fazer aquele homem sair da linha pelo menos uma vez... Pelo menos aquela vez, então ele a beijou.
E no mesmo instante sua mente o apunhalou, novamente aquele botão foi apertado, mas não devia. Ele havia cruzado uma linha que não deveria o fazer, jamais.
Por sorte Mayoi simplesmente se manteve tão quieta depois do beijo e caminhando até seu dormitório, a menina ria silenciosamente o observando pelo canto de seus olhos como uma adolescente que havia sido pedida em namoro pela sua grande paixão.
Ele só lembra de ter deixado uma caneca de chá para que ela pudesse tratar da sua ressaca e tentou treinar aquela madrugada toda. No começo foi quase impossível, mas ele tinha ressentimentos guardados demais por dois Kaijus estranhos que fugiram de sua mão o que logo o envolveu em uma batalha só.
Okonogi havia conseguido criar as balas que Hoshina pediu para ela, ainda estava em desenvolvimento, mas ele conhecia a pessoa certa a quem entregar aquele carregador único e primário de talvez milhões que viriam no futuro.
Mas ele jamais imaginou que aquela peça iria acarretar em mais fardos nas costas de Mayoi, diferente dos treinos de tiro, agora ela gastou suas horas na biblioteca ao lado de Kafka e continuou mesmo quando este passou pela porta.
— Boa noite, Vice Capitão — Ele disse notando Soshiro parado observando o interior da biblioteca. Seus dedos pedindo para que Kafka ficasse em silêncio e não revelasse sua presença.
Ele ainda se julgava por ter a beijado, mas ela parecia não recordar daquela noite, ou fingia muito bem.
Hoshina se pegou novamente levando algo para ela, naquele caso eram seus documentos, a maioria mais antigo, sobre os Kaijus. Talvez fosse uma arma preciosa nas mãos de uma pessoa como Mayoi, talvez aliviasse seus medos ou talvez apenas a tirasse dessa ideia de ser totalmente perfeita.
Mas ela não demorou para ir ao seu escritório carregando consigo duas canecas para o que seria uma longa noite de conversas reveladoras e que ele não parecia aceitar muito bem. Soshiro achava engraçado como ela tremia enquanto tentava ser o mais séria possível, ela havia ultrapassado uma linha e lido informações ainda não reveladas para mais ninguém, porém ele também havia ultrapassado um limite.
Eles estariam quites?
Hoshina Soshiro não podia deixar de a olhar sendo tão direta, suas mãos batiam nas folhas com uma decisão e ousadia que não lhe era típica. Ele a repreendeu, mas ela parecia aceitar qualquer castigo desde que sua voz fosse devidamente ouvida.
E ele sabia de seus sentimentos, mesmo que ela não se recordasse de os ter revelado. Ela deveria ser afastada, talvez ele mandasse para outra unidade... Não, definitivamente não.
— Eu quero cem flexões— Ele finalmente disse vendo o rosto vermelho de Mayoi— E se torne boa o suficiente para que eu não precise fazer isso.
Decretou antes de precisar reunir forças para sair de seu escritório a deixando ali, ou parecia ter deixado. Seu tronco encostou na parede, pensativo, suspiros pesados escapando de seus lábios enquanto seu coração batia diferente novamente.
Ele havia ponderado a mandar para outra unidade, essa ideia foi uma irritação momentânea e agora ele se remoía do motivo que aquele pensamento foi tão duramente castigado por seus sentimentos. Ele era um Vice Capitão e precisava agir como tal. 
1 note · View note
ansiedadesim · 1 year
Text
Meu peito tá batendo no meu ouvido e agora tô me sentindo tão sozinha que não sei pensar direito. O que tá acontecendo comigo? Esses períodos ruins deveriam ser tão rápidos. Eu li sobre isso, eu li que existem bipolares com manias que duram horas e bipolares com manias que duram dias.
Eu me sinto tão mal, gostaria de não ter que sair da cama nesses dias. Gostaria de não me sentir enjoada. Eu odeio esse diagnóstico e quanto mais eu pesquiso e aprendo sobre mais eu odeio me encaixar tanto nele.
E chorar, chorar é tão difícil. A lágrima não cai e eu fico presa naquele segundo onde você não consegue respirar enquanto a lágrima não cai. E agora me questiono coisas que a tempos não me questionava. Me pergunto a quanto tempo eu vou guardar tudo isso.
Eu não sei me comunicar, não sei transformar em palavras as coisas que sinto e isso machuca quem fica perto de mim. Não sei mais esconder, não sei mais disfarçar, mas eu sei que tá doendo e, eu tô com tanta fome e eu não consigo comer nada! Isso me irrita tanto.
Ser bipolar é tão ruim, não controlar a minha mente é tão ruim, as reações do meu corpo são tão ruins. Eu já nem sei mais aonde sou eu e aonde é bipolaridade.
É um saco não ter o controle de si mesmo! É um saco!
12 notes · View notes
bunkerblogwebradio · 8 months
Text
O problema da censura na internet
Tumblr media
Uma das frases marcantes do economista austríaco Ludwig von Mises é "Somente ideias podem suplantar ideias". Ideias, no entanto, não se disseminam no vácuo.  Durante milênios, as ideias disseminaram-se por métodos tradicionais, tais como boca a boca, papiros e pergaminhos.
Os governos, desde sempre, lutam contra a massificação da informação não controlada.  A batalha entre a censura e a livre expressão é milenar.  Sócrates foi condenado à morte por "corromper os jovens", e os governantes, na antiga República Romana, instituíram censores[5] a partir do século V a.C., para regular os "bons costumes".
A partir do século XV, o custo da disseminação de informações no Ocidente diminuiu substancialmente devido à tecnologia da prensa tipográfica e à criação do livro no formato moderno. Nessa época, como resposta às ideias de Lutero e outros, consideradas perigosas, a Igreja Católica baniu e queimou milhares de livros e processou autores por heresia, inclusive condenando vários à fogueira[6].
À medida que o número de jornais cresceu e a informação passou a ser mais bem difundida na Europa do século XVI e XVII, cresceu também a preocupação dos governantes quanto à sua sustentabilidade no poder.  Os impostos eram coletados presencialmente, sob ameaça de confisco dos bens remanescentes ou prisão, em caso de inadimplência.  E com o crescente número de guerras europeias, os governos aumentaram os impostos, provocando reações da população.  Os jornais serviram de meio para algumas críticas da população, assustando os governantes, que contavam com os jornais como veículos exclusivos de divulgação de propaganda governamental.
O copyright, por exemplo, teve origem nos esforços dos governos europeus de controlar o conteúdo dos livros e jornais. Com o copyright foram estabelecidos "direitos de impressão de cópias", que serviam como controles tanto para a produção quanto para a comercialização de livros, controles esses por meio dos quais o governo conseguia regular o conteúdo e obter espaço importante para a divulgação de propaganda.
Do outro lado do Atlântico, é possível que a Revolução Americana de 1776 não houvesse ocorrido não fosse a crucial participação da imprensa nas décadas que a antecederam. Nesse período, a circulação de jornais cresceu exponencialmente, beneficiada por uma modesta liberalização dos herméticos controles da coroa inglesa à imprensa, especialmente nas colônias[7].
O panfleto de Thomas Paine -- "Common Sense" -- dissecou argumentos para a libertação das colônias em uma época em que ainda não havia consenso sobre a independência da Inglaterra. Durante seu primeiro ano de circulação, 500.000 cópias foram vendidas, em numerosas 25 edições. Tal número é ainda mais impressionante se levarmos em conta a população total das colônias à época -- apenas 2.400.000 habitantes, incluindo escravos e índios, crianças e idosos. "Common Sense" teve crucial importância para a consolidação das ideias de independência.
Neste século XXI, no entanto, o principal meio de disseminação de ideias -- principalmente daquelas ideias antagônicas ao status quo e ao mainstream -- tem sido a internet.  Durante o século XX, as ideias eram principalmente difundidas por livros, editoriais em jornais, revistas especializadas e alguns programas selecionados de televisão. De alguns anos para cá, porém, jornais passaram a ser principalmente provedores de serviços, e subsidiariamente provedores de notícias locais, de esportes e de política. Os jornais dotados de conteúdo editorial e análises profundas -- veiculadores de ideias no segmento de impressos diários -- estão perdendo espaço mundialmente.
Adicionalmente, inclusive no que tange a noticiário sem análise, a internet já supera os jornais. Nos Estados Unidos, desde 2008, a internet supera os jornais como fonte de notícias em geral, e hoje cerca de 41% dos americanos obtêm notícias pela internet, que é superada apenas da televisão, com 66% de participação[8].  E entre os homens com idade entre 18 e 49 anos, a internet já supera a televisão como fonte de notícias[9].
E ainda mais recentemente, os livros e jornais estão migrando para formato eletrônico, e são utilizados em dispositivos como o iPad, Kindle e celulares[10].
O rádio, a televisão e o negócio de livros possuem características muito diferentes das da internet. Nenhum deles viabiliza a divulgação de ideias pela massa de cidadãos comuns. Tampouco são desenhados para comunicação interpessoal em massa. A internet e as novas tecnologias, por outro lado, não só viabilizam a divulgação de ideias pelo cidadão comum[11] como também permitem que os netizens tirem partido de eventuais vulnerabilidades dos sistemas operados por governos ou empresas, agindo à margem do Estado de Direito, como o WikiLeaks tem demonstrado.
Em suma, neste atual cenário, as barreiras à entrada de novos provedores de ideias desapareceram, e a tecnologia permitiu a viabilização de inúmeros nichos formados por produtores e consumidores de ideias questionadoras do conformismo massificante comum à mídia de massa e ao mainstream[12].  Decerto, a internet não possui uma ideologia nativa, mas sua estrutura e tecnologia favorecem o dinamismo de pensatas, liberais ou não, que outrora não obtinham eco.
A internet pode ser controlada?
Há tempos circula um mito persistente: o de que "não se pode controlar a disseminação de informação na internet". O mito sustenta que governos não são capazes de conter tal disseminação, principalmente por conta da tecnologia na qual a internet se baseia. Segundo o mito, não é necessário se preocupar, pois o governo já teria perdido essa guerra. Afirma-se que a informação relevante virá à tona, de alguma forma, pela característica da rede: descentralizada, sem governança central, e na qual a informação viaja por rotas alternativas e redundantes. Ainda que a maior parte da rede mundial fique inoperante, a informação é capaz de ser transmitida adequadamente entre as partes remanescentes. De fato, a internet foi originalmente concebida de forma a resistir a um ataque nuclear.
Certamente tendo o contexto acima em mente, nos primeiros anos da internet, John Gilmore, fundador da Electronic Frontier Foundation, declarou que "a internet interpreta a censura como dano, e a evita fazendo um desvio".
Tal assertiva é apenas parcialmente verdadeira. Talvez seja mesmo impossível impedir que uma dada informação venha à tona na internet em algum momento.  Porém, o governo pode bloquear e fechar sites, filtrar e censurar informações, bloquear acessos por endereço IP[13], tornar ilegais certos modos de expressão, perseguir disseminadores de informação, entre outros meios.  Em suma, o governo pode tornar muito custosa a disseminação, alcançando na prática seu objetivo.
A Birmânia, por exemplo, possui um firewall[14] nacional que isola o país e torna a internet local uma mera intranet [15] de informações amigáveis ao governo. O acesso à internet (sem censura) pelos birmanos só é possível caso utilizem proxy servers, que permitem acessar indiretamente os sites bloqueados, via triangulação. Há uma interminável lista de sites bloqueados, que inclui, entre outros, aqueles de exilados, da mídia internacional, blogs e até sites de bolsas de estudo no exterior. É também proibido por lei ter contas de e-mail não fornecidas pelo governo. Eu não consegui acessar minhas contas, nem mesmo dos provedores brasileiros! Entretanto, percebi que na capital Yangon há praticamente um cybercafé a cada quarteirão. A população faz uso do anonimato propiciado pelos cybercafés para driblar a lei, sem dúvida com alguma ajuda dos próprios funcionários para utilização dos proxy servers. O governo há algum tempo obrigou a instalação de câmeras em todos os cybercafés, e também os obrigou a enviar ao governo um print screen, a cada cinco minutos, de todas as sessões dos usuários. Também são obrigados a fornecer os números de identidade, telefone e endereço dos usuários, se requisitados pela polícia. Assim prevê a legislação, chamada de Lei Eletrônica de 1996.
A limitada velocidade de conexão também é usada pelo governo da Birmânia como meio de conter a disseminação de ideias. A conexão padrão é de 512K, mas usualmente essa conexão é compartilhada por vários usuários. Eu despendi cerca de uma hora para fazer cinco pagamentos no site do meu banco.
E o governo não hesitou em derrubar a "internet" (na verdade derrubou a intranet local) e as linhas de telefone por longos períodos em maio e junho de 2009, enquanto durou o julgamento da heroína vencedora do Nobel da Paz e líder da oposição Aung San Suu Kyi[16], pela alegada violação dos termos de sua prisão domiciliar, por haver abrigado e alimentado o americano John Yettaw, que nadou até sua casa, sem ser convidado, furando o bloqueio policial. E o governo fez o mesmo durante a repressão aos protestos antigovernamentais de 2007 liderados pelos monges (a "Revolução do Açafrão"), que causou a morte de mais de 130 pessoas. Entre o dia 28 de setembro e 6 de outubro de 2007, a internet não funcionou e os cybercafés foram fechados, com a justificativa oficial de "manutenção". Ainda hoje o mundo ignora os detalhes desse massacre hediondo contra mulheres, ativistas e monges que protestavam pacificamente nas ruas de Yangon, Mandalay e várias outras cidades.
Na Birmânia, o Facebook pode ser acessado parcialmente, na área de mural -- já o acesso às áreas de mensagens privadas é bloqueado. Uma amiga, que incluiu um post no seu mural contendo a palavra "Birmânia", recebeu uma mensagem de seu software antivírus indicando que havia sido instalado um software de keylogger no seu notebook. O keylogger típico registra todas as teclas pressionadas pelo usuário e envia esses dados para o instalador do software malicioso. Por sorte, minha amiga ficou ciente do problema por meio de seu antivírus e teve extrema cautela até sair do país.
Sim, permanece possível acessar e-mails e internet na Birmânia (ilegalmente), mas a que preço?  Ao preço de ser preso por anos a fio, caso descoberto?  Não, o exemplo da Birmânia mostra que governos podem censurar a internet na prática.[17]
Além disso, os governos podem efetivamente tirar proveito da internet para perseguir os ativistas, pesquisando seus hábitos, estudando suas declarações, identificando seus nomes, instalando softwares maliciosos.
Finalmente, os governos podem usar a internet para fazer propaganda, como no caso do governo Mubarak e no de vários países. Na China, por exemplo, há cerca de 250.000 comentaristas treinados e pagos para sorrateira e dissimuladamente defender o Partido Comunista em sites, redes sociais e chatrooms.[18]
A censura na internet no Brasil e no resto do mundo
Até agora foram analisados alguns exemplos considerados extremos, que, portanto, parecem ter pouca relação com a realidade brasileira. Essa interpretação é tentadora, mas enganosa.
Os países dotados de democracias consolidadas, como o Brasil, os Estados Unidos, países da Europa Ocidental, a Austrália, o Canadá e outros supostamente possuem razoáveis defesas às acometidas de seus governos contra disseminadores de ideias consideradas "dissidentes" ou "subversivas".  Porém, os donos do poder usualmente aproveitam toda e qualquer oportunidade que possa servir de ensejo para o estabelecimento de amarras ao livre discurso de ideias, bem como de instrumentos legais para a perseguição de inimigos políticos. Tais janelas de oportunidade surgem em ocasiões de insegurança e de temores da população, reais ou imaginários, em relação a perigos externos, crises em geral, ocorrência de crimes hediondos (v.g., abuso sexual infantil) e outros.  E portanto, em nome de uma boa justificativa, e de posse de um discurso de intenções que quase nunca tem a ver com as reais intenções, implementam leis e regras que concederão ao governo o grau discricionário necessário para a viabilização da censura a posteriori.[19]
É possível conjecturar sobre a trajetória futura de atuação dos inimigos da liberdade de expressão nos países democráticos.  É natural esperar que:
a) utilizem uma justificativa "nobre" e "razoável", e que busquem o caminho de menor esforço e menor risco, ou seja, que escolham aquelas matérias para as quais boa parte da população clama por uma atitude do governo; b) iniciem sua atuação com medidas de escopo limitado e penalidades brandas;   mas caso ocasiões futuras abram brechas, é de se esperar que aumentem o escopo ou as penalidades; c) que tentem cooptar e tornar corresponsáveis legais os intermediários da informação, como, por exemplo, os provedores de acesso (ISPs) e de hospedagem de sites, bem como os blogueiros; d) que mencionem iniciativas implementadas por países com "credibilidade" como uma das justificativas para a implementação de iniciativa similar no país.
A perseguição ao anonimato
Aquilo que Thomas Jefferson chamou, na Declaração de Independência, de "longo trem de abusos e usurpações", começa em geral -- no que se refere à censura -- pela proibição ao anonimato.  O anonimato protege o autor de eventuais perseguições, de chantagens e de ataques maliciosos de ordem pessoal, e mantém o foco nas ideias.  Os fundadores dos Estados Unidos sabiam da importância do anonimato, e o consagraram na Constituição.  Alexander Hamilton e James Madison escreveram os "Federalist Papers" sob o pseudônimo "Publius", e vários outros fundadores utilizaram pseudônimos diversos de tempos em tempos.  Recentemente, em 1995, a Suprema Corte, declarou: "A proteção de discursos anônimos é vital para a democracia. Permitir que dissidentes protejam sua identidade os libera para expressar visões críticas defendidas por minorias. O anonimato é a proteção contra a tirania da maioria".[20]
Adicionalmente, o anonimato on-line protege aqueles que desejam reportar abusos e ilegalidades cometidos pelo governo ou companhias, protege defensores de direitos humanos contra governos repressores e auxilia vítimas de violência doméstica a reconstruírem suas vidas em um ambiente ao qual seus violadores não cheguem.
No Egito, um dos maiores articuladores da revolução foi um anônimo conhecido como ElShaheed (mártir, em português), que controla uma página no Facebook denominada "We Are All Khaled Said", que possui centenas de milhares de seguidores[21].
Já a Constituição do Brasil, por outro lado, proíbe expressamente o anonimato. Aproveitando a brecha gerada pela lei suprema, será apresentado neste mês de fevereiro de 2011 um projeto de lei de autoria do senador Magno Malta que prevê a ilegalidade de pseudônimos, também conhecidos como perfis falsos, na internet.  Magno Malta inspirou-se no exemplo da Califórnia, que, por sua vez, acaba de aprovar uma lei que prevê multa e prisão para quem utilizar perfil falso na internet.
No Brasil, todos os que utilizam a internet precisam se identificar junto ao seu provedor e incluir CPF e endereço, entre outros dados. E em São Paulo, a lei 12.228/06, promulgada por Geraldo Alckmin, obriga cybercafés a manterem um cadastro completo de todos os usuários, incluindo o equipamento utilizado e os horários detalhados[22], e prevê multa de até dez mil reais.
A justificativa dos inimigos do anonimato on-line é quase sempre a de que o anonimato "dificulta a identificação de criminosos virtuais".
As determinações legais, no entanto, não inibem os chamados "criminosos virtuais".  Como dizia meu pai, ministro Helio Beltrão, "a excessiva exigência burocrática só serve para dificultar a vida dos honestos sem intimidar os desonestos, que são especialistas em falsificar documentos". 
A frase é válida para o mundo virtual de hoje. Para obter-se o anonimato on-line (com boas ou más intenções), não é necessário mais que alguns recursos tecnológicos criativos, ou documentos falsos (ou de "laranjas") para registro junto ao seu provedor de acesso ou de hospedagem.  Desta forma, há proteção caso o governo resolva perseguir o anônimo, o que não ocorre com aqueles que seguem a legislação fielmente.
Não há dúvida: a proibição ao anonimato tem como resultado principal a inibição do discurso livre e desimpedido, por meio do constrangimento dos honestos.
Normas sobre o conteúdo
O próximo vagão do longo trem de abusos parece ser o estabelecimento de normas para reger o conteúdo "apropriado" ou "equitativo".
A censura on-line é normalmente justificada como meio necessário para conter discursos ou imagens considerados "criminosos", como, por exemplo, os discursos discriminatórios, a obscenidade, a "apologia" ao crime, o cyberbullying,[23] discursos subversivos à pátria, discursos incitando o ódio, desrespeito a crenças religiosas, discursos relacionados à segurança nacional.
Não há dúvida de que a maioria de nós considera inapropriados vários entre os casos listados acima, mas isso não quer dizer que eles devam ser considerados ilegais ou criminosos.  Um crime deve pressupor a existência de uma vítima, que tenha sofrido dano físico à sua pessoa ou propriedade (ou uma ameaça clara e presente de dano).  Um "crime sem vítima" não deveria ser considerado crime.
Parece-me um atentado ao bom senso considerar que conjuntos de palavras ou meras imagens caracterizem crimes por si só. Palavras e imagens podem conter evidência de crime, como, por exemplo, uma confissão de um assassinato ou uma fotografia de um estupro. No entanto, palavras ou imagens não constituem um crime em si próprias e, portanto, sua publicação não deveria ser restrita.
Como dito acima, uma vez estabelecidos os dispositivos legais, a tendência natural dos governos é usá-los de forma mais agressiva e abrangente do que o pretendido e declarado à época de sua promulgação. A tipificação dos supostos crimes virtuais listados acima é, por sua natureza, arbitrária e vaga. O que deve ser considerado "discriminatório", por exemplo?  E o que poderia caracterizar uma "incitação de ódio"?  As lacunas dessas definições são em grande medida apropriadas pelos governos em geral tendo em vista seu próprio interesse.
No Canadá, uma comissão denominada Comissão Canadense de Direitos Humanos (CCDH) tem o poder de processar aquele que publicar na internet algo "que possa expor um indivíduo à aversão ou menosprezo". A falaciosa teoria por trás dessa norma parece ser a de que palavras "danosas" necessariamente levam a atos danosos.  Dado o caráter vago e arbitrário da legislação, a comissão tem obtido cem por cento de condenação em seus processos. Cada vez mais a CCDH tem usado seu poder de censura como arma política, perseguindo cristãos e conservadores, entre outros.
Também no Canadá ganhou relevância o caso em que a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania de Alberta (CDHCA) -- cujo nome parece ser pinçado ipsis literis do romance A Revolta de Atlas, de Ayn Rand -- perseguiu o ex-editor-chefe Ezra Levant, da revista Western Standard, que escreveu uma longa matéria que incluiu algumas das charges de Maomé publicadas anteriormente por um jornal dinamarquês.  O processo durou três anos, e Ezra foi absolvido, mas sua defesa custou ao editor US$100.000 e seu emprego.  Ele atribui sua absolvição às imagens que ele fez de seu interrogatório e que tiveram 400.000 visualizações no YouTube em poucos dias.
O governo da Austrália, por sua vez, instituiu uma blacklist contendo 1.370 sites, que remete ao índice de livros banidos na Idade Média. Enquanto se aguarda a aprovação da lei, que prevê multa de US$11.000 por dia a quem acessar algum dos sites, os provedores de internet podem (devem?) aderir ao projeto-piloto voluntariamente. Em tese, não se conhecem os sites que oficialmente integram a lista, uma vez que são secretos. Um cidadão, portanto, poderia sofrer multa, sem se dar conta da contravenção cometida, ao acessar um site de uma lista secreta. A lista -- que, segundo o governo, contém 674 sites relacionados à pornografia infantil e os demais relacionados a sexo ou temas adultos[24] -- foi posteriormente revelada ao WikiLeaks, e constatou-se que contém sites de um dentista, de uma operação de aluguel de empilhadeiras na Holanda e de um canil, erros óbvios dos burocratas. A lista, que foi vendida à população como um esforço para "conter a pornografia infantil", já está desvirtuada, e contém inclusive um site sobre opiniões sobre o aborto.
A Tailândia também instituiu uma blacklist secreta com o mesmo objetivo declarado de conter a pornografia infantil. Mas em apenas alguns meses já continha 1.200 sites banidos por criticar a família real. Vários outros países estão passando por trajetórias similares.
Outras formas de censura
Uma medida que levanta preocupação é o Acordo de Comércio Anti-Pirataria (chamado de ACTA).  Tal acordo está sendo costurado por países desenvolvidos com o objetivo de alcançar novos níveis de sanções em propriedade intelectual, com destaque para o âmbito da internet.  Um de seus objetivos é intensificar a coobrigação e a responsabilidade legal dos provedores de internet, para que estes ativamente identifiquem e filtrem o conteúdo das informações que circulem por sua rede.  Certamente isso levanta sérias questões não somente para a censura, mas também para os direitos à liberdade e à privacidade.
Similarmente, em diversos países, provedores de hospedagem ou blogueiros têm-se tornado co-responsáveis pelo conteúdo disponibilizado nas páginas hospedadas ou administradas por eles. Esse artifício centraliza a responsabilidade nas mãos de algumas poucas organizações e indivíduos visíveis, aos quais os governos podem facilmente identificar e ameaçar com punições.
Recentemente, o senador dos Estados Unidos Joe Lieberman contatou empresas como a Amazon para "solicitar" explicações de seu relacionamento com o site WikiLeaks.  Nos dias seguintes ao contato do senador, diversas empresas além da própria Amazon, como PayPal, eBay, Mastercard, Visa e outras declararam haver descontinuado seus serviços ao WikiLeaks após comunicação do Departamento de Estado indicando que tais serviços seriam "ilegais".  Ainda que não possua amparo legal, o exemplo americano mostra que, quanto maior o poder do governo sobre o setor privado, maior potência possuem eventuais ameaças tácitas a organizações privadas.
Conclusão
Os acontecimentos recentes, como a revolução no Egito, tiraram quaisquer dúvidas sobre o vital papel que a disseminação livre e desimpedida de ideias, com o auxílio da tecnologia e da internet, pode ter na conquista de mais justiça e liberdade.
Deixaram claro, todavia, que os governos e os interesses especiais não ficarão passivos e lutarão ferozmente, ainda que de forma dissimulada, para conter pensamentos dissidentes.  Uma eventual sonolência da população significará a lenta e contínua perda dos benefícios que temos obtido com o fluxo livre de ideias e informação via internet.  Por outro lado, uma população assertiva e ciente de seu poder como indivíduos soberanos, a exemplo dos revolucionários egípcios, pode reverter as intrusões governamentais já estabelecidas e tomar conta de seus destinos.  
Por conta da liderança de tunisianos e egípcios, vários povos sedentos de liberdade e justiça consideram hoje factível e desejável o que antes julgavam impossível. Outros, no entanto, permanecem anestesiados e incrédulos quanto ao que se pode alcançar.  Espero que nós brasileiros sejamos parte do primeiro time e que façamos coro ao escritor Michael Kinsley, que afirmou: "os limites da livre expressão não podem ser determinados pelas suscetibilidades daqueles que não acreditam nela".
Helio Beltrão
2 notes · View notes
omundodeumahumana · 2 years
Text
Todos nós já sabemos como a mente pode tornar-se um caos.
Todos um dia passamos por uma fase que andávamos ou andamos perdidos, que os pensamentos negativos controlavam ou controlam tudo na nossa vida de uma maneira que até ficamos confusos. Que até as nossas ações, reações se tornam estranhas. Que até deixamos de ser nós mesmos. E pior, que acaba por influenciar as pessoas ao nosso redor, principalmente as que mais amamos.
Cada um tem a sua maneira de lidar com esse caos. Somos todos diferentes e nunca devemos nos esquecer disso. Não podemos julgar uma pessoa porque não age do mesmo modo que eu ou do jeito que eu acho certo, ou até do jeito que nós gostaríamos que agissem.
Uns isolam-se, uns afastam-se, uns tornam-se frios, uns choram, uns ficam mais sensíveis a tudo, uns são capazes de ter surtos, uns não falam, uns já falam, uns fingem, uns ficam sem paciência para nada e uns fazem tudo isto e muito mais.
O problema é que muita gente não é capaz de ter empatia ou de entender o que cada um faz.
E acreditem, seja qual for a maneira que a pessoa lida com a confusão psicológica, ela não faz por maldade ou porque quer. É porque ela não tem controle sobre isso. É porque ela muitas vezes nem tem noção que magoa ou que está a agir de uma forma estranha. Ela só sabe que está mal. Só sabe que sente uma dor inexplicável.
Então quando notamos que essa pessoa está a ter atitudes que está a criar feridas em nós, temos que alerta-los, ver se desabafam, ajudar, aconselhar. Pois, se não conversarem, a pessoa pode continuar a fazê-lo e nem se aperceber do que está a acontecer. Ao dialogarem, pode ser que a pessoa tente procurar ajuda ou até vocês podem conseguir ajudar.
Só quando vêm que tentaram demais, que a pessoa continua assim e nem procura ajuda, nem tenta se curar ou até perceber o que se passa e vocês não aguentam mais , se isso vos estiver a magoar a ponto de até vocês começarem a ter desgaste emocional e de energia, o melhor é afastar. Mesmo que doa, é o melhor que fazem. E não precisam se culpabilizar por se terem afastado, por estarem a pensar em vocês e na vossa paz interior.
Agora não sejam frios a ponto de nem dar uma oportunidade a essa pessoa sendo que sabem que ela está muito mal psicologicamente, por acharem que muita gente tem esta fase e não é justificativa. Pode não ser justificativo, porém é compreensível. Não é fácil lidar com uma mente que parece um caos, uma escuridão, onde nem esperança tem. E não é porque tu, ou aquela pessoa, ou alguém conseguiu lidar e ultrapassar, que a pessoa vai ter o mesmo desfecho.
Vocês sequer tentaram perceber o que se estava a passar? Vocês sequer falaram com a pessoa ou até foram diretos ao assunto?
Se é uma pessoa que vocês amam ou admiram ou até têm um carinho muito grande porque também não foram procurar saber o que se andava a passar?
Não desistem de quem mais precisa de vocês, só porque tiram a conclusão de que a pessoa está a ser assim porque quer e por pura maldade. Primeiro, tirem tudo a limpo. Depois, é que fazem as conclusões.
Até porque pode haver muitas conclusões precipitadas que estão erradas.
7 notes · View notes
umcontomalacabado · 1 year
Text
Um conto erótico.
Às vezes me pego pensando na gente, mas não do jeito que costumo pensar normalmente antes de dormir. Bom, eu pensei nessas coisas antes de dormir, mas não vem ao caso agora. O que eu quero dizer é que nem sempre eu penso coisas bonitas e fofas sobre nós, eu tenho meus desejos e vontades e você me conhece bem nesse sentido. Apesar das coisas nunca terem acontecido na real você me conhece como ninguém, sabe do que eu gosto e sabe me provocar, sempre sabe até onde pode chegar comigo.
As mensagens quentes diminuíram conforme o tempo, claro que não foi por opção minha, mas também entendo o motivo de termos parado. Perdemos o controle, nos envolvemos de uma forma que depois fica difícil de controlar os impulsos, queremos mais e mais um do outro e isso nunca é bom, pois a distância fode com tudo. Enfim...
Quero compartilhar sobre algo que já te falei uma vez, meus desejos mais safados e que me enchem de tesão durante algumas madrugadas de insônia. Quero falar sobre as coisas que imagino a gente fazendo ou que faríamos se estivéssemos juntos.
É uma tarde tediosa e as horas parecem não estar passando, estamos deitados no sofá assistindo alguma coisa na TV e então eu sugiro darmos uma volta no shopping para passar o tempo, você aceita pois não estamos perdendo nada ficando em casa mesmo. Levantamos e vamos tomar um banho, você termina de se aprontar primeiro do que eu e me espera na sala enquanto ainda termino de me arrumar, após alguns minutos saio do quarto completamente pronta e carregando uma caixinha em mãos, me aproximo de você e digo que eu tenho uma surpresa para você e entrego o objeto a você. Você não entende no começo o que aquilo queria dizer e então me pergunta o que era aquela caixinha e por que eu estava entregando para você, falo para você olhar bem que uma hora você entende. Você observa a caixa, você sabe o que é aquilo e sabe para o que serve, você só não entende o motivo deu eu ter te dado aquilo, você chacoalha e vê que a mesma está vazia e me olha com dúvida, então ergo um pouco minha saía e peço que você me de sua mão. Assim que você me dá sua mão a levo até entre minha pernas, você sente o objeto por cima da calcinha e ri quando finalmente entende tudo, baixamos o app do vibrador em seu celular e então finalmente saímos de casa.
Chegamos ao shopping e a brincadeira começa, andávamos para todos os lugares e entramos em algumas lojas, aumentando a intensidade do vibrado de forma aleatória e sem me avisar de que faria aquilo, você gostava de ver minhas reações na tentativa de disfarçar o prazer que sentia, você via minhas pernas ficarem trêmulas e meu corpo se contorcer a cada deslizada de seu dedo sobre a tela, você se divertia em me provocar e já estava ficando excitado, mas precisaria disfarçar ou aquele prazer ia transparecer em sua calça. Peço para podermos sentar um pouco pois já não estava me aguentando em pé, decidimos então sentar um pouco na praça de alimentação e mal sabia que ali seria minha perdição, assim que já estivéssemos sentados você ligaria o vibrador no máximo quase me fazendo gemer no meio de todos que ali estavam presentes, eu imploro baixo para que você desligasse um pouco o vibrador ou eu acabaria me soltando.
Você se aproxima do meu ouvido e fala que eu ia adora que descobrissem que sou uma safada que anda com um vibrador na boceta e, que, está cheia de tesão fazendo isso, sua mão percorre a parte interna de minha coxa indo até a calcinha encharcada e eu gemi baixinho então pude ver seu sorriso malicioso se formar em seus lábios. Após ficar mais um tempinho sentados na praça de alimentação decidimos “dar uma volta” fora do shopping, encontramos uma área mais afastada e escura e por ali ficamos, eu te beijo com ferocidade quase arrancando sua cabeça de seu corpo, eu te desejo mais do que tudo e sei que você também me deseja, afinal, você me agarra com força, apertando e batendo em minha bunda com tanta propriedade que chega a doer. Minhas mãos abrem sua calça com desespero e assim que abaixo minimamente sua cueca, seu pau pula para fora e sinto minha boca se encher de água, instantaneamente me ajoelho ficando de frente com seu pau, ele estava firme e latejava conforme sentia a respiração tórrida que saia de entre meus lábios se despejar sobre a glande.
A cabeça rosada chegava a ser lustrosa devido ao pré-gozo, então sem pensar duas vezes cairia de boca naquele pau que tanto amava. Chupava com vontade me deliciando em seu pau, você colocaria sua mão sobre a minha cabeça e agarraria meus cabelos, me puxando contra sua virilha algumas vezes e me mantinha ali, você ama sentir seu pau todo dentro de minha boca, aproveitou-se até mesmo para deixar o vibrador ligado enquanto eu trabalhava com minha boca, me deixando louca de tesão. Após alguns minutos de um boquete babado e intenso, sempre alternando entre chupar seu pau e sua bolas, você afastaria minha cabeça de seu pau puxando meus cabelos para trás e me olhando com tremendo desejo. Você então me levanta e me coloca de frente para a parede, apoio minhas mãos sobre a mesma e empino minha bunda, sinto suas mãos passarem pela minha bunda e erguer a saia que estava vestindo, abaixou minha calcinha e tirou o pequeno objeto que estava ali e o guardou em seu bolso.
Sinto você esfregar a cabeça de seu pau na entrada da minha boceta que latejava de tesão, você pede para que eu implore pelo seu pau e assim que atendo seu pedido, e imploro por aquilo que eu tento almejava, sem pensar duas vezes, você soca tudo de uma dentro da boceta encharcada. Seu pau me invade de forma bruta me atingindo até o fundo, já não poderia mais controlar minha voz e deixo um gemido escapar de entre meus lábios, você sorri e começa a mover seu quadril lentamente, você quer que sinta seu pau entrando e saindo antes de realmente começar a me foder da forma que eu gosto. Então você segura com firmeza em minha cintura e me puxa com vontade contra sua virilha, os movimentos começam ficar mais intensos e rápidos, você me presenteia com diversos tapas em minha bunda enquanto fala o quão safada eu sou, você pergunta quem é sua putinha e eu respondo no mesmo instante falando que sou eu.
Você atinge o fundo de minha boceta diversas vezes o que me faz acabar tendo um orgasmo, meu corpo fica sensível mas você continua metendo em mim até chegar ao seu limite, despejando toda a sua porra quente dentro de minha boceta, você finaliza dando algumas últimas estocada e então retira seu pau, eu luto para me manter em pé mas acabo caindo de joelhos, você passava seu pau em minha boca e me pede para “cuidar” daquilo e limpar a “sujeira” que fiz, obediente como sou o limpo inteiro com a minha boca, sentindo o gosto de ambos se misturando ali. Após terminar, você me ajuda a me levantar e me arrumar, e então, finalmente vamos para casa aproveitar o resto da noite juntos.
2 notes · View notes