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ALYCIA DEBNAM-CAREY as Alicia Clark Fear the Walking Dead - S08E12
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stcnecoldd · 6 hours
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#        flashback         ──────               A imagem repugnante que sua mente havia pintado se confirmou, aprofundando a expressão de desagrado e arrancando uma risada ainda mais contagiante dela. ── Que nojo! ── Agora o corpo inteiro reagia, arrepiando-se com o pensamento repulsivo. O assunto em questão era um lembrete de sua falta de sutileza e romantismo, mas também aliviava qualquer pressão que pudesse sentir por não se conformar com as expectativas do ambiente em que estava inserida. Não era surpresa que a presença de Kerim fosse tão apreciada. A temida pergunta a fez suspirar, consciente de que fora sua culpa ter mencionado a situação embaraçosa da dinâmica. Ainda se surpreendia com a falta de controle sobre o que deixava escapar quando conversava com ele. A intimidade que se desenvolvia entre os dois era sem dúvida perigosa, mas igualmente irresistível. O estudou com um olhar inquisitivo, questionando-se se genuinamente não havia percebido o cenário óbvio ou se estava provocando, deliberadamente, para incitá-la a falar sobre certos assuntos. Independente das intenções alheias, mediria muito bem suas palavras daquele momento em diante. ── Acredito que ninguém participa disso com a intenção de provar a habilidade com o arco ou testar a pontaria. ── Insinuava considerar esse pensamento um tanto inocente. ── Você sabe como é, as pessoas projetam suas expectativas nos alvos e depois se decepcionam ao encontrar algo que não corresponde às suas fantasias. Seja como participante ou espectador. ── O casal frustrado que acabara de deixar o estande era um exemplo vívido do que ela explicava, evidenciando também a razão para suspeitar que o rapaz possivelmente já estava a par do assunto e talvez compartilhasse das mesmas preocupações dos outros participantes.
Suas provocações pareciam ter surtido o efeito desejado, mas a conquista não causou a satisfação esperada. Ao vê-lo aceitar o arco, tudo o que sentiu foi apreensão, complementada por uma pitada de arrependimento por ter insistido tanto para convencê-lo a aceitar o desafio. Dirigindo o olhar para o alvo, porém, o que encontrou foi uma figura sem forma, que parecia fora de sintonia e confusa como seus próprios sentimentos. Franziu o cenho, imaginando se tratar de um defeito do brinquedo, quando um toque inesperado sobre seu ombro a fez se virar para trás. “Valeu por guardar meu lugar, Rory! Desculpe a demora, quase não consegui voltar a tempo”, disse a garota a quem fizera o favor, dispensando-a de sua função e do lugar guardado. Nada foi dito em resposta, pois, ao olhar novamente para o alvo, encontrou a própria imagem a olhando de volta. O sorriso encantador que se moldou em seus lábios foi imediato, e os olhos azuis assumiram um brilho especial enquanto o coração se mostrava estranhamente agitado. Respirou profundamente, colocando a cabeça no lugar. Aquilo apenas indicava que ele nutria algum tipo de carinho por si, ou assim apontava o enunciado da brincadeira. Secretamente fantasiava com algo além de amizade, mas aquela vitória era suficiente para satisfazê-la. Ter a confirmação de que o semideus estimava sua companhia na mesma medida já a deixava suficientemente lisonjeada. Despertando do breve estado de furor, respirou fundo e deu um passo à frente e, das costas dele, aproximou o rosto para sussurrar em seu ouvido. ── Mire no meu pescoço, é meu ponto fraco. ── A sugestão carregada de malícia foi proferida sem que seus olhares se encontrassem, desta forma era mais fácil ser direta e despudorada com a provocação, embora desconhecesse a origem de seu impulso. Na mesma medida que temia ultrapassar qualquer limite e assim abrir precedentes para o sofrimento causado pelo envolvimento emocional, via-se cada vez mais atraída e envolvida por tudo que Kerim representava. Decidindo não permanecer ali para acompanhar o desempenho dele no jogo, talvez gostando da ideia de manter o resultado de seus lançamentos um mistério desconhecido, afastou-se sem aviso e sem olhar para trás, permitindo que um sorriso contido transpassasse seus lábios enquanto desaparecia em meio à multidão que circulava pelo parque. Ainda não havia encontrado motivos para lamentar os riscos assumidos naquele relacionamento e planejava continuar assim. Daquela partida ela saía vitoriosa.
⠀ ────── encerrado.
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flashback;
Seu sorriso se fez mais largo no instante que a ouviu, os olhos sendo apertados quase numa linha fina pelo forçar das maçãs do rosto. Certamente estaria com o rosto dolorido instantes depois, mas valia a pena, sentia-se bem perto de Aurora, compreendido e querido até. "E você fez a escolha certa. Diferente de tantos outros.", relembrou as cenas nojentas que presenciou, negando com a cabeça para que as imagens se dissipassem. E diante a indagação alheia, ele apenas ergueu a mão entre eles, negando também com um acenar. "Não, não, não. Lhe pouparei dos detalhes do que presenciei nos meus poucos minutos na atração.", bastava que ficassem gravados na memoria do Boz, não havia necessidade de traumatizar a mulher também. Talvez nem precisasse, visto que a imaginação de outrem já a levava a ter uma ideia do ocorrido, pela forma que sua expressão se retorcia e o sorriso sumia dando espaço a uma careta que era, no mínimo, adorável demais para ser uma careta. E Kerim seguia rindo, talvez mais admirado do que achando engraçado. No entanto, diante as replicas que se seguiram, seu sorriso foi murchando aos poucos. Expor ele concordava que era desagradável, humilhante, só o seria no caso de uma aparição distinta da pessoa que acompanhava o jogador, e reações como a do casal que agora nem conseguia mais ver. "É mesmo? E por qual motivo seria tão frustrante? Quer dizer, só se você tiver uma péssima mira.", indagou, tentando manter seu questionamento a nível do jogo, e não como uma questão de curiosidade pessoal. Estariam ainda pensando da mesma forma? Como na maioria dos casos? Se sim, ele conseguiria entender, também era seu receio não ser a figura do desejo alheio. O que, a julgar pela frase seguinte, realmente não era. "Entendo.", limitou-se, retendo as indagações que poderiam se seguir, ainda tinha o receio de estragar tudo com a outra, fazendo suposições ou colocando-a numa posição indesejada pela mesma. Porém, inconscientemente o fazia, seu silêncio era uma forma de supor afinal. Silenciou-se por alguns segundos que pareceram eternos, o conflito interno crescendo em si, enquanto observava a fila diante deles diminuir, em paralelo as provocações da mais nova. "Será, não é mesmo? Embaraçoso, talvez seja mais apropriado.", replicou no exato instante em que chegou sua vez. O arco estendido em sua direção, enquanto ele pensava se deveria ou não empunhá-lo. Muito poderia ser embaraçoso naquele momento. Seria assim que Aurora deveria saber de seu afeto por ela? E se não soubesse lidar e partisse? Seria menos vergonhoso recusar-se a jogar? Tantas questões emergiam a sua mente, que quando se deu conta, já segurava o arco e os alvos refletiam sua confusão. Embaralhando-se em imagens turvas e inconclusivas, até que ele fechasse os olhos e respirasse fundo na busca por calma e estabilidade. Quando tornou a abri-los, as imagens se fizeram claras como água. Era ela afinal.
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stcnecoldd · 6 hours
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#                 ──────               Recostada contra a parede, oferecia sua companhia e compreensão à semideusa, que demonstrava estar profundamente abalada pela recente perda que assolava o acampamento. A situação a mergulhava em uma profunda reflexão, avaliando não apenas sua responsabilidade na luta pela sobrevivência, mas também sua postura diante de seus relacionamentos pessoais. Se centenas de anos não foram suficientes para ensinar Calista a lidar com a perda, Aurora, com seu tempo limitado, estaria condenada a sempre renegar o fim. ── Eu jamais seria convencida a acreditar nisso. ── Foi assertiva ao dizer. Filha de Quione, nunca havia se considerado adequada para consolar os outros, pois tinha uma tendência a ser sincera e realista demais, muitas vezes beirando o pessimismo, além de lhe faltar tato e sensibilidade. O oposto do que as pessoas precisavam ao enfrentar qualquer tipo de sofrimento. Elas preferem ser iludidas, pensava. Talvez mais do que qualquer um, identificava-se com a dor expressa pela outra. Não por ter sofrido inúmeras perdas, mas porque se recusava a enfrentar tal situação novamente. Então, por qual motivo era tão difícil encontrar palavras para confortá-la? Talvez a melhor abordagem fosse incentivá-la a falar, a desabafar o que mais pesava em seu coração. ── Então é mentira quando dizem que o tempo cura a ausência de outra pessoa? ── Tinha genuíno interesse em ouvir sobre a opinião dela, embora já tivesse a própria formada. Todos os dias pensar sobre a falta que o pai fazia em sua vida concedia a ela a resposta para a questão.
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✦ ・ closed starter with @stcnecoldd Prompt: "I wish it was all over." - Aurora
"Eu também", confessou, sentada contra a parede do chalé 8, abraçando as próprias pernas contra o peito. Se sentia fraca e sem ânimo, como se tivesse sua alma sugada de seu corpo. Calista se sentia como um fragmento de seu verdadeiro eu; parecia que o que a tornava ela estava completamente longe de alcance. Qual era o seu problema? Por que tinha que sentir tudo com tamanha intensidade? Às vezes gostaria de simplesmente se esconder em seu chalé e não sair mais de lá. A Caçadora nunca havia sido capaz de lidar com a própria dor. "Estou cansada de tudo isso, Aurora. Eu já vivi demais, a esse ponto sou uma imensa colecionadora de perdas. A benção da imortalidade é, na verdade, uma maldição. Nunca deixe te convencerem do contrário."
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stcnecoldd · 8 hours
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#        flashack         ──────               Não conseguia entender por que a filha de Hécate continuava a pedir desculpas, mas também não via utilidade em tentar corrigi-la. Permanecer em silêncio e apenas assentir a pouparia de uma discussão, algo para o qual não tinha disposição, especialmente nas condições em que se encontrava. A lembrança do ocorrido permanecia vaga em sua memória, já que tudo aconteceu em uma fração de segundo, rápido demais para que seu cérebro assimilasse perfeitamente cada detalhe. No entanto, a breve descrição fornecida pela outra semideusa ajudou a clarear um pouco mais sua mente. Quase desejava que a pancada lhe causasse amnésia. ── Ótimo, parece que tentar nos matar apenas dentro do acampamento não é suficiente. ── Murmurou, queixosa. Além de desaprovar sua participação compulsória, ainda tinha que lidar com a incompetência divina em detalhes como aquele. Pelo menos, o ferimento serviria como uma desculpa para se ausentar do baile naquela noite. O riso inesperado da outra interrompeu sua pausa para remoer o próprio ressentimento, levando Aurora a erguer uma sobrancelha enquanto a encarava inquisitivamente. ── Está achando graça dessa situação? ── Indagou, com o único objetivo de provocá-la. Não a culparia por se divertir às custas de seu sofrimento, considerando que sempre a tratara com desinteresse. E, por algum motivo, tinha curiosidade para descobrir o que se passava na cabeça alheia. O entusiasmo que encontrava na postura do rapaz apontado desprendeu uma nova onda de desânimo nela, pois preferia receber um atendimento silencioso que não colocasse sua escassa paciência à prova. ── Pode ficar tranquila quanto a isso, tenho certeza de que irei acabar com o sorriso dele de alguma forma. ── Talvez fosse um projeto. ── Nem que seja interrompendo a tranquilidade do turno dele com o meu ferimento. ── A observou ajeitar os cabelos, cena que levou um sorriso singelo a seus lábios. Que alguém aproveitasse aquele momento inoportuno para benefício próprio. ── Pode usar essa desculpa pra tentar alguma coisa com ele, aproveite que não estou afim de papo. ── Raramente estava, mas aquele era um assunto para depois. Antes que o curandeiro se aproximasse, balançou a cabeça em negação. ── Ele parece um Golden Retriever de férias com a família em uma casa de campo. ── Comentou, seu tom claramente julgador. O desagrado se evidenciou em seu semblante diante do novo pedido de desculpas, uma atitude que se tornava repetitiva e permanecia desnecessária. ── Natalia, foi você quem lançou a peça na minha direção? Não! Então não há motivo para se desculpar. ── Disse com firmeza, ignorando o braço que se enlaçava ao seu. Ainda não tinha concedido a ela a liberdade para tal contato íntimo, mas decidiu não se desgastar com mais uma reprimenda. ── Relaxa. ── A repreendeu a tempo de ser abordada pelo rapaz.
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flashback.
      ໋      Natalia não costumava abusar do exagero, mas aquele pequeno acidente a havia ingenuamente colocado em estado de desespero. Seu brinquedo favorito havia criado uma vítima, e sentir-se culpada pela forma como aquilo havia se sucedido era uma sensação impossível de controlar. "Mais uma vez, eu peço desculpas." Aurora era uma pessoa difícil, uma muralha de gelo que parecia impossível de se penetrar, mas Natalia havia aceitado aquele desafio de bom grado. Se já havia tentado com outras pessoas semelhantes à filha de Quione e conseguido de alguma forma, por que não tentar o mesmo com ela? Ela apenas torcia para que aquele incidente não pesasse na decisão que pudesse uni-las de alguma forma, que não mudasse os pensamentos da semideusa. "Alguma peça da estrutura acima de nós se soltou, uma engrenagem. Veio voando diretamente na direção de nós duas, e quanto mais se aproximava, eu estava certa de que seria em mim, mas," os olhos desceram imediatamente para os pés; Natalia parecia uma criança envergonhada, as mãos dadas nas costas e um dos pés chutando o nada no chão. "Naquela volta, o seu corpo veio na minha direção… e já sabe o que aconteceu depois. Você se tornou o alvo… no meu lugar." A atenção voltou até o ferimento, visualmente grande, feio em razão do corte e esverdeado, mas nada que um bom curativo e mãos leves não pudessem reverter aquela situação. Um riso escapou da semideusa, que tratou de virar o rosto para o lado contrário. A mente agora era preenchida por memórias da infância e em como agora ela se assemelhava ao pai, que sempre acionava a postura de preocupação todas as vezes em que voltava para casa com um machucado novo. Ainda era fresca a imagem dos olhos arregalados, a mandíbula travada em desespero, além dos xingamentos que saíam ríspidos e em russo; Vladimir Pavlov havia sido um ótimo pai, e apesar das chances meramente mínimas, ela torcia para um dia ser e agir igual a ele como parente. Bom, pelo menos havia interpretado o papel, igualzinho a ele, momentos antes com Aurora. "Mesmo machucada, acho que você irá se sair melhor conversando com o filho de Apolo," apontou discretamente para o semideus que caminhava alegremente em direção a elas. Provavelmente, era um dia de pouca demanda, o que deveria deixar qualquer um que dispusesse de alguma função na enfermaria feliz. "Eu vou começar a me embolar todinha, o que provavelmente acabaria com aquele sorriso bonitinho em segundos." As mãos foram parar nos cabelos, como se fosse necessário arrumá-los. "Mais uma vez, eu peço desculpas pelo que aconteceu." Encaminhando-se para o lado da semideusa, Natalia tornou a tocá-la, segurando o seu braço sem ao menos pensar se aquele novo contato seria bem recebido por Aurora.
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stcnecoldd · 2 days
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quem: @luisdeaguilar
onde: pavilhão destruído.
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A luz da manhã iluminava os escombros do pavilhão destruído, projetando sombras longas sobre os restos carbonizados das estruturas. O ar ainda carregava o cheiro pungente de cinzas e madeira queimada, lembrando a todos do caos recente. Ter que contribuir para a reconstrução de mais uma divisão destruída do acampamento embrulhava o estômago de Aurora. Eram incessantemente castigados pelo absentismo dos deuses, ou das maldições rogadas por eles, quase como em um projeto para que não restasse tempo ou energia para se dedicarem a uma revolta. E de que adiantava todo aquele esforço, se tudo seria destruído novamente em alguns dias? Em meio aos pensamentos pessimistas, sua atenção se voltou para o semideus que trabalhava ao seu lado. ── Quem foi que fez seu curativo? ── Perguntou de repente, mantendo a neutralidade no tom usado. ── Ele tá fora do lugar. ── Não tinha qualquer intenção de ajustá-lo com as próprias mãos, pois uma atitude como aquela requeria o mínimo de intimidade com o rapaz, além de ser uma demonstração de cuidado que vinha evitando desde a mais recente tragédia.
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stcnecoldd · 2 days
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#        flashback         ──────               Mais uma vez presenciando seus próprios pensamentos serem projetados pelos lábios alheios - lábios cujo sabor ocasionalmente invadia suas fantasias e despertava uma saudade inapropriada - um sorriso surpreso e entusiasmado se formou no semblante da semideusa. ── Foi exatamente por isso que adiei a visita à montanha-russa para mais tarde! ── Exclamou, destacando a coincidência. O que Aurora não percebia, mas sentia internamente, era o brilho especial que emergia na superfície a cada novo encontro com o rapaz, onde sentia-se livre para assumir sua genuína forma. Essa centelha sempre esteve presente dentro dela, parte de sua herança humana, mas escondida pelos véus opacos de seu ressentimento e reclusão. ── Mas o que exatamente te fez dizer isso? Não vai me falar que viu alguém projetando o que restou das comidas das barraquinhas com a boca. ── Os músculos da face se retorciam, formando uma careta de claro desgosto. O assunto podia ser indigesto, mas também era fonte de divertimento para Aurora, que ria ao imaginar a cena grotesca que se pintava na imaginação. Refletindo sobre as expectativas individuais do casal que enfrentava os contratempos apresentados pela atividade, também meditava a respeito das próprias expectativas. Estas lhe pareciam um tanto incertas, espelhando diretamente o impasse que ela própria criava, pois não se permitia aprofundar em seus anseios e sentimentos, muito menos agir de acordo com eles. Não sempre, pelo menos. ── Esse jogo tem mesmo como objetivo expor e humilhar as pessoas, não é? ── O sorriso permanecia, mas a cabeça meneava em negação. ── Sem falar que é um atalho direto para a frustração. ── Por um descuido, acidentalmente verbalizou seu monólogo interno. Queria mesmo descobrir quais eram os alvos de Kerim? Percebendo o pretexto para perguntas que oferecia a ele em uma bandeja de prata, emendou uma distração. ── Só me resta lamentar pelos apaixonados. ── Demonstrou indiferença ao dar de ombros, indicando não fazer parte do grupo de vítimas das flechadas de Eros. Rápido com suas justificativas, impressionava-se com o raciocínio de outrem, que a deixava sem argumentos, mas também provocava o riso. Nenhum deles a convenciam de ser verdade, porém, mas a insistência em tentar convencê-lo logo se tornaria maçante. ── Como quiser. ── Assentiu, resignada. ── Não serei a chata impertinente que ficará martelando a ideia na sua cabeça. ── Rapidamente dirigiu o olhar no sentido tomado pela garota que lhe pedira o favor, questionando-se quanto tempo ainda levaria para retornar. ── Mas será desconfortável quando chegar a sua vez e ninguém voltar do banheiro para ocupar seu lugar. ── Maliciosa, o provocava uma última vez, antes de abandonar seus avanços.
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flashback;
O acampamento não precisava ser sempre ruim e intenso. Kerim tinha percebido isso a algum tempo, por mais que custasse a admitir, o tinha percebido. O que o fez gostar da companhia de Aurora, num primeiro momento, foram as similaridades que compartilhavam, o ódio pelos deuses, a revolta por fazerem parte daquele jogo de egos. Mas precisava admitir que estar na companhia dela, não se tratava mais disso, apesar de ainda usá-lo como desculpa. E estava claro em seus sinais, esteve na noite do lago, na visita que fez a enfermaria depois, em todos os dias que a rondou, apenas para ter certeza que tinha se recuperado, que estava bem. Não era uma simples responsabilidade pelo ocorrido, era algo além que permaneceu na parte cinza da sua mente, até aquela noite na praia. E agora que tinha ganhado um lugar a luz dos pensamentos de Kerim, agora que tinha experimentado a companhia dela de outra forma, não conseguia deixar de observar que a todo instante, esteve levemente inclinado a isto. E por mais que seguissem odiando o lugar e os deuses, dividir isso com a mulher tornava tudo mais agradável. "Viu só? A montanha-russa também foi interessante de acompanhar. Até agora estou tentando entender como podem achar interessante dar uma volta no brinquedo, logo depois de ter comido.", acredite, Kerim tinha presenciado coisas nojentas, e igualmente engraçadas. "Concordo. Ao mesmo tempo, tenho a sensação que estamos sempre a espera de um novo ataque.", como ratos presos numa caixa de vidro. Por mais seguro que fosse o acampamento, o lugar já tinha se mostrado falho, o que impedia de todos ali serem aniquilados de uma só vez? Já estavam concentrados, desde o chamado de Dionísio. Eram alvos fáceis, mas Kerim as vezes se forçava a ignorar isso. "Com certeza. Ele provavelmente esperava algo mais romântico. E pelos olhares da garota, talvez ele comece a desejar conhecer Hades mais cedo.", replicou bem humorado, distraindo-se momentaneamente do fato que tinha sido provocado a participar da atração diante dela. "Medo? Não, imagine. Tenho uma excelente mira e tenho quase certeza que Kit adoraria uma pelúcia.", tentou desconversar ao usar a informação do irmão ter ou não, alguns bichinhos em sua cama. Mas a tensão já tinha se instalado em seu corpo. O olhar a seguia, enquanto rondava a si, e Kerim nem havia notado, mas prendera a respiração por alguns segundos. "E o que te faz pensar que eu não estaria fazendo o mesmo?", certo, ele não estava, mas a outra alternativa era participar do jogo, algo que ele não sabia se terminaria bem para ele, quer dizer, para eles. "Você pode guardá-los, mas os alvos... eu duvido que farão.", tentou brincar, soltando um riso soprado no ar. No entanto, seguia na fila, ainda incerto se desistiria ou não do jogo.
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stcnecoldd · 2 days
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#                 ──────               Com a tempestade de sentimentos que se avolumavam dentro de Aurora, cada vez mais intensos e conflituosos, a parte de sua frieza interna, outrora fragilizada por vínculos calorosos que acidentalmente firmava dentro do acampamento, parecia ter sido reedificada. Em seu interior a fúria ardia mais viva do que nunca, mas não havia absolutamente nenhum sinal externo de seus sentimentos. Mantinha uma fachada impenetrável, escondendo toda a intensidade de suas emoções, mesmo enquanto discutia abertamente com Yasemin, uma pessoa em quem confiava plenamente para a realização de seus planos futuros. A reunião de temperaturas tão divergentes tinha o potencial considerável de desencadear uma tempestade intensa. ── Minha lista de prioridades é curta, menciona apenas “morrer” e “matar”. ── Respondeu, inexpressiva. A tranquilidade da morte parecia irresistível. Quem sabe ela poderia descobrir a existência de algo além desta vida e ter a chance de se reunir com seu pai. Introspectiva, os olhos o movimento das águas do riacho sinuoso enquanto ponderava sobre a situação e como podia contribuir para a revolta que se orquestrava. ── Eu pretendo agir, mas estou avaliando meus passos. Quero ser certeira, pois odiaria falhar e me ver mais uma vez submissa ao que os deuses desejam para mim. ── Não sabia se conseguiria superar mais uma frustração. ── O que acha melhor, revirar esse lugar de cabeça pra baixo ou agir na surdina? ── Em meio às sombras, talvez seus movimentos não fossem observados. Agora o olhar indagador se voltava para a turca, ansiosa por sua resposta.
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❪ ⠀ ⠀ closed starter !!! ⠀ ⠀ ❫ this is for → @stcnecoldd.
Todo sofrimento era pouco para Yasemin. Seguindo... Bem, seguindo o histórico da sua vida. Claro que ao invés de parar com seu tormento de uma vez por todas, o destino a escolher para ganhar aquele baile e como brinde ganhar uma coroa de espinhos. Claro que seria assim. Odiava se colocar na posição de vitima, mas puta que pariu, era extremamente difícil e insalubre ficar no acampamento a cada dia que passava. Aurora concordava. ❝ ― Morrer continua descendo na lista das piores coisas que poderiam acontecer comigo. E a sua lista, como está? ❞ — Ela perguntou conforme chegava perto da loira e se sentava ao seu lado próximo ao punho ao riacho. ❝ ― Como conversamos, deu tudo errado. Algo que já era de se esperar... Mas a pergunta que te faço é... Vamos ficar paradas ou vamos agir? Porque eu 'tô cansada. A gente tinha a porra de um deus com a gente e ainda assim temos uma morte, mais perguntas e um grande silêncio. E pra ajudar... Presos. Então eu tô pronta pra revirar esse lugar de cabeça pra baixo se possível. ❞ — Diante todas as conversas que teve com a filha de Quione, sabia que ela seria uma grande aliada no que quer que fossem planejar porque ela já estava cansada de só assistir sem agir.
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stcnecoldd · 2 days
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#        flashback         ──────               O toque contra o corpo a incomodava, talvez ainda mais do que o corte que agora latejava dolorosamente sobre a cabeça. Sua rejeição não se dava por alguma espécie de fobia, mas pelo receio de ser percebida como frágil, de ter alguém fisicamente ultrapassando suas barreiras. Mas até que ponto seria aceitável afastar aquela que, de bom grado, havia concordado com seu pedido e aceitado lhe oferecer suporte? ── Eu estou bem, só quero ir para a enfermaria. ── Relutante, em um debate interno consigo mesma, ela respondeu às perguntas feitas, mais uma vez a tranquilizando quanto a seu estado. A permanência distante de um cuidado e uma averiguação menos superficial do ferimento poderia agravar algum possível sangramento interno, por isso ansiava pelo cuidado de mãos mais hábeis e especializadas. Contra a própria vontade, deixava que Natalia a guiasse entre a multidão de campistas que circulavam pelo parque, sentindo-se ligeiramente atordoada pela movimentação e suspeitando que o constrangimento drenava grande parte de sua energia. Ouvir sobre o inchaço da região atingida apenas contribuía para a aflição que sentia, uma sensação que se intensificou com o súbito aumento do ritmo de seus passos. Podia sentir o olhar de julgamento dos outros campistas pesando sobre si, assim como a raiva por estar ativamente participando de um evento que conflitava com seus princípios. Ferir-se daquela forma era um castigo por ser tão passiva diante das injustiças divinas às quais eram submetidas constantemente. ── Não se preocupe. ── Falou entre dentes, da boca para fora, embora não tivesse absorvido quase nada do que era dito por outrem. Estava completamente imersa em seus pensamentos, e eles eram barulhentos e confusos. A visão do posto de atendimento foi o que clareou sua mente, dando a ela uma esperança de desafogo. Descobriu a ausência de ar nos pulmões ao inspirar profundamente e, como em um reflexo, se desvencilhou das mãos que a sustentavam, apoiando-se melhor sobre os próprios pés. Precisava livrar-se daquela sensação de sufocamento. ── Eu quero caminhar sozinha. Apenas… Apenas me acompanhe. ── Foi estranhamente gentil ao se explicar, mas não deixou de lado a firmeza para se impor. Uma coisa era ser resgatada de um ferimento adquirido durante uma batalha, mas não lidava bem com a ideia de ser acudida depois de um simples passeio de montanha-russa. Uma montanha-russa terrivelmente mal projetada e da qual deveria ter permanecido distante, mas ainda assim um mero brinquedo. Não queria qualquer atenção do público voltada em sua direção. ── Obrigada. ── O agradecimento se projetou com dificuldade. Ainda era difícil tratar a filha de Hécate com perfeito decoro, mas era o que merecia depois de ampará-la. ── Você ao menos viu direito o que aconteceu? ── Não somente tinha interesse em se recordar de mais detalhes sobre o acidente, mas também tentava distraí-la com a pergunta. Com uma nova demonstração de seu lado humano, delicadamente pousou a mão na lombar da garota, empurrando-a consigo para completar o que faltava do trajeto até a enfermaria. ── Acho que conseguirá descrever o incidente para os curandeiros melhor do que eu. ── Novamente, por consideração, reconhecia o apoio que Natalia tinha a ofertar.
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flashback.
      ໋      Levantando-se ao mesmo tempo, a filha de Hécate agarrou o braço de Aurora, fornecendo suporte mesmo que este não fosse requerido. Após o ocorrido, o medo que Natalia sentia de altura parecia ter se extinguido, mesmo que por alguns minutos. Sua atenção havia sido completamente tomada, os olhos fixos no ponto ferido no topo da cabeça da semideusa, com todos os pensamentos voltados ao bem-estar dela. "Você tem certeza que está bem?" Após guiá-la para fora do carrinho, Natalia fazia questão de caminhar a passos vagarosos, agora a abraçando de lado para lhe conferir um maior auxílio. Quando imaginou buscar uma ligação com a tão peculiar filha de Quione, aquele tipo de cenário jamais havia passado pela mente. Era uma conexão que precisava ser trabalhada com cuidado e paciência, e unida à própria insistência, Natalia não desistiria tão facilmente, mesmo que às vezes se deixasse ser afetada por algumas falas que lhe geravam algum incômodo. "Tem certeza que não quer sentar primeiro? Um pouco?" Os olhos corriam por todo o espaço. O local estava cheio de semideuses desejosos por diversão, ocupando sua visão e a atrapalhando naquela breve busca por algum assento, fazendo-a praguejar em silêncio. Ah, se tivesse poderes ativos… Poderia tanto usá-los naquele momento. "Pode ter sido superficial," os olhos recaíram novamente para o ferimento que parecia ter mudado de cor… e de formato? "Mas parece que esse corte está virando um inchaço… um inchaço com sangue. Não gosto disso!" As próprias pernas tomaram um impulso inédito, e, tendo Aurora colada ao corpo, Natalia a guiava por entre os semideuses alegres a passos rápidos, sem se importar a princípio se sua pressa geraria comentários. Quanto mais rápidas fossem à enfermaria, mais rápido seria para livrá-la de qualquer consequência que aquele passeio, que minutos antes parecia ser inofensivo, acabou causando. "Aurora, eu juro por todos os deuses, minha mãe," Natalia suspirou aliviada ao perceber o quão próximas estavam da enfermaria. Um sorriso não foi contido. "Eu não queria que isso tivesse acontecido." Poderia parecer algo bobo, mas no fundo, se culpava por não tê-la ajudado a se esquivar, mesmo que no momento da adrenalina, seu primeiro reflexo fosse para evitar a si mesma de se tornar alvo. "Mas você vai ficar bem…" Não costumava ser dramática, mas ao enxergar o tamanho considerável daquele corte que havia elevado ao nível de hematoma, Natalia não pôde conter os olhos arregalados, a expressão tomada por puro medo. "Só precisamos…" A voz esganiçada, entregando o estado de humor assustado. "Só precisamos de um filho de Apolo. Alguém com mãos leves e que evite uma cicatriz horrenda… Você vai ficar bem." O sorriso era forçado, uma tentativa falha de amenizar a preocupação que emanava de si mesma.
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stcnecoldd · 4 days
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stcnecoldd · 4 days
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⠀ P・ O・ V #01 ⁝ N O T H I N G L E F T T O L O S E
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O rescaldo do ataque ao acampamento ainda pairava no ar, uma mistura sufocante de cinzas e desespero que impregnava cada respiração sôfrega. Com a promessa de ser uma noite de alegria e celebração, aquele baile fora transformado em um pesadelo dilacerante, tal como havia temido. Observando as ruínas do pavilhão, sentia uma parte de si partir junto com a vítima fatal da noite trágica. A dor que a consumia consistiam em emoções conflitantes. Não conseguia afastar o pensamento torturante de que tudo poderia ter sido evitado. A escolha insensata de cada campista em participar daquela comemoração inapropriada lhe causava ressentimento, mas imperdoável era o comportamento das divindades que permitiram que o desastre anunciado se concretizasse. Cada gota de seu esforço físico estava drenada, mas era sua alma que se encontrava irremediavelmente devastada. A sensação de angustia pesava em seu coração como uma âncora, enquanto ela se perguntava se algum dia seria capaz de superar as incessantes tragédias que a rodeava.
Os olhos vazios refletiam a dor profunda por não poder chorar, aprisionando a angústia dentro de si, enquanto uma tempestade de neve em sua alma rapidamente se transformava em uma fúria gélida, convertendo-se em uma chama fria que ardia silenciosamente em seu íntimo. A memória devastadora de Flynn, deitado no chão com os olhos sem vida, era uma sombra eterna que jamais desapareceria. Indomável, o sentimento de culpa a sufocava. Era atormentada pela impotência de não ter conseguido salvar o semideus, de não ter podido protegê-lo das forças desconhecidas que assombravam o acampamento. Mas esse não é um dever que cabe apenas a você, repetia para si mesma, tentando afastar a cobrança que, no fundo, sabia ser injusta. O misto de sentimentos era um nó que se apertava cada vez mais, uma presença constante que ameaçava esmagá-la a qualquer momento de mínima fragilidade. Carregar o fardo sozinha era insuportável, mas necessário.
A cada dia que passava naquele lugar condenado à destruição, sentia sua percepção se tornar mais aguda: os vínculos que uma vez a fortaleciam agora pareciam correntes, ameaçando arrastá-la para um abismo profundo. Cada lembrança dolorosa e perda sentida eram tijolos adicionais em sua fortaleza fria, construída não apenas como proteção, mas também para conter a tempestade interna que a consumia. Aurora sabia que o isolamento emocional era um caminho solitário, mas a perspectiva de mais sofrimento tornava impossível a ideia de baixar a guarda. Sufocava o conflito constante, onde desejava se conectar, mas temia as cicatrizes que tais vínculos poderiam deixar. E deixariam, certamente deixariam. Assim, caminhava pela tênue linha entre a necessidade de se proteger e o desejo profundo de não se afogar na solidão, uma luta incessante para encontrar um equilíbrio que parecia eternamente fora de alcance.
No entanto, havia uma força dentro dela mais poderosa, que sobrepujava seu medo da solidão: uma determinação feroz que começava a tomar forma. A necessidade de desvendar a verdade por trás dos ataques, a urgência de proteger aqueles que ainda restavam de pé, e a fúria contra os deuses indiferentes, alimentavam seu espírito combativo. Mesmo sem lágrimas para expressar o que guardava no peito, sua alma clamava por uma conclusão. Clamava por justiça. A mesma justiça que não encontrou no sacrifício do próprio pai na proteção de sua vida, que não encontrou no abandono e na maldição rogada por Quione, que não encontrava nas dezenas de semideuses que eram submetidos ao mesmo destino de renúncia. Essa chama interior iluminava o caminho e a fortalecia, mas talvez a consumisse por inteiro. No coração ecoava a promessa de não permitir que Flynn e as demais vítimas se tornassem meras memórias trágicas, mas em um símbolo de sua luta. Como uma corrente invisível, mas inquebrável, a determinação - e uma grande dose de autodestruição e desesperança - a impulsionava adiante. E assim, mesmo em meio ao desespero e à dor, erguia-se. Já estavam destinados ao fim. A luta apenas começava, e nada, nem mesmo os deuses ou a consciência do potencial suicida de sua missão, poderiam detê-la.
O silêncio que se seguiu ao caos era ensurdecedor, preenchido apenas pelas lembranças de risos que se transformaram em gritos e pela certeza amarga de que, no meio das cinzas, algo precioso havia se perdido para sempre. Os olhos, habitualmente frios, ergueram-se abruptamente e encararam o que restava do acampamento mais uma vez devastado, agora irradiando um brilho avermelhado que se mesclava à névoa densa de seu ressentimento. Não restava nada a perder.
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stcnecoldd · 6 days
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#                 ──────               O trajeto até o fim do passeio se tornou um grande borrão na mente de Aurora, que mal conseguia discernir o que acontecia ao seu redor ou como deveria reagir ao susto. Seu único foco era permanecer encolhida dentro do carrinho, na esperança de evitar outra colisão. Era o toque e a presença de Natalia ao seu lado que a ancorava, dando-lhe forças para conter as lágrimas que insistiam em brotar em seus olhos. O sobressalto ainda mantinha seu corpo quente, mas o incômodo persistente no topo da cabeça a fazia temer a gravidade do ferimento. Só torcia para que aquilo terminasse logo, pois já previa a dor da humilhação causada pelo incidente e seu desespero diante dele. A sugestão para que visitasse a enfermaria assim que deixasse a montanha-russa era óbvia, mas seu raciocínio confuso não a permitiu perceber isso de imediato. Essa era mais uma razão para a gratidão que sentia por não estar sozinha. Ela assentiu, concordando com o plano. A apreensão crescia dentro dela a cada momento de expectativa, uma sensação que só foi aliviada com a parada abrupta do carrinho. Nesse instante, ela finalmente pôde inspirar profundamente e recuperar os sentidos. Reoxigenando o corpo e retomando o controle de sua reação, continha o choro insistente. Lidar com a dor das próprias lágrimas seria um tormento que a levaria ao limite. Seus olhos marejados permaneceram fechados até ouvir a voz da outra semideusa, levando-os então a se abrir e a focar nela. Com delicadeza, seus dedos tocaram a área atingida, retornando ligeiramente tingidos de vermelho. Isso confirmava sua suspeita, mas também a tranquilizava ao perceber que o ferimento não parecia ser tão grave quanto havia imaginado. ── Acho que foi apenas um corte superficial. ── Informou a Natalia, agora sua voz soando muito mais equilibrada. ── Parece que tem uma dor de cabeça surgindo, mas estou bem. A peça deve ter me atingido de raspão, mas eu me assustei. ── Justificou o ato de buscá-la durante o momento de desespero. Era um desafio para Aurora admitir sua fragilidade, mas também limitava sua estupidez, pois não desejava machucar-se ainda mais como vítima do próprio orgulho. Apoiando-se na estrutura do carrinho, cuidadosamente colocou-se de pé, sentindo as pernas ligeiramente bambas, mas firmes o suficiente para não cederem sob seu peso. Desejava se distanciar do brinquedo e de qualquer olhar curioso. ── Pode me acompanhar até a enfermaria, por favor? Eu consigo caminhar, mas não sei o que pode acontecer no caminho. ── Demonstrava estar abatida, e um pouco contrariada por ter que recorrer a ajuda.
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      ໋      Quando o brinquedo seguiu seu percurso até a primeira descida, Natalia manteve-se quieta, os olhos voltados para frente, enquanto segurava a barra de trava com força. Havia percebido o estado precário do brinquedo, mas não resistiu à vontade de participar daquela pequena aventura. Ocasionalmente, lançava alguns olhares de canto, observando os trejeitos faciais de Aurora, tentando captar algo que pudesse usar a seu favor. Diante de todas as pessoas difíceis que se propôs a conhecer, Aurora também era um desafio que Natalia não estava disposta a perder. Entendia que a frieza da outra semideusa era um escudo e que só bastava encontrar um ponto frágil para conseguir compreendê-la. A cada olhar rápido, a filha de Hécate acabou presenciando um acidente, causado por uma pequena peça que veio em direção às duas. Por puro reflexo, Natalia desviou, mas a sorte não havia se aplicado a sua companhia. No instante em que teve sua mão segurada pela outra, ela pensou em gritar, chamar a atenção de quem quer estivesse controlando o brinquedo. Se uma peça havia acertado Aurora, então a qualquer momento poderiam estar sujeitas a um novo acidente. Seus olhos arregalados focaram no local onde Aurora havia sido atingida, buscando qualquer vestígio de sangue. "Eu… eu… eu…" Enquanto estivessem em movimento, Natalia não poderia fazer muita coisa, mas tentou ser útil, aproximando-se mais ainda e levando a mão até a testa de Aurora, pressionando a mão sobre a dela. "Tudo bem, tudo bem. Quando parar, vamos sair daqui diretamente para a barraquinha de primeiros socorros." Os cabelos de Natalia balançavam freneticamente contra o próprio rosto, fazendo-a se arrepender de tê-los deixado soltos, sem qualquer acessório para prendê-los em momentos como aquele. Os minutos na montanha-russa pareceram se estender vagarosamente, mas quando sentiu o carrinho perder velocidade, Natalia suspirou aliviada, esperando que a trava se soltasse para se verem livres dali o mais rápido possível. "Está sangrando? Você está bem? Aconteceu muito rápido, não tive tempo de avisá-la…" O desastre parecia persegui-la; primeiro quase causou um mal-estar em um amigo, agora havia presenciado um acidente. Se aquele dia tivesse de seguir o mesmo tom, então o baile com certeza lhe renderia uma terceira surpresa. "Está doendo muito?"
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stcnecoldd · 6 days
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#                 ──────               A tempo de brindar com Yasemin, recuou o copo dos lábios e o ergueu no ar, acompanhando a temática do brinde proposto com uma risada. ── Que ele chegue logo e de uma vez, pois não aguento mais. ── Esse complemento não era um exagero dramático, mas um desejo genuíno de quem estava farta de ver divindades e outras criaturas brincando com sua vida. Ser um peão em um jogo desconhecido era exaustivo. Entornou parte de sua bebida, buscando no álcool algum alívio para a fúria incessante que carregava dentro de si. ── Boas ideias parecem não ser o ponto forte deles. ── Comentou, limpando os vestígios de bebida dos lábios com a ponta dos dedos. ── Ao menos espero que toda essa dedicação na organização de eventos valha a pena. Claramente, demonstram mais talento para isso do que para a paternidade ou maternidade. ── Um sorriso ladino iluminou seu rosto, uma expressão que começava a refletir os efeitos da bebida. Não estava embriagada, mas uma pequena onda de tranquilidade já a banhava. ── Não apenas isso, voltaremos à rotina cansados e de ressacada. ── Observou com bom humor, continuando com o plano de não alimentar seu ressentimento durante aquela noite.
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Apesar da guarda não abaixar, Yasemin quis aproveitar um pouco daquele dia. Depois de quase ser jogada na fenda, de enfrentar Quiron e Dionisio na frente do acampamento todo, quase ser morta por um Leão de Nemeia na missão, sofrerem um ataque de Drakon... Bem, ela estava convencida de que precisava de uma pequena pausa. Se culpava? Um pouco. Mas sem amor, sem pecado. ❝ ― Bem... Você tem um ponto. ❞ — Ela ergueu seu próprio copo num brinde. ❝ ― Um brinde ao fim dos tempos! ❞ — Sorriu sem humor e bebericou um pouco da sua bebida, fazendo uma leve careta devida ao álcool. ❝ ― Ainda estou tentando entender porque Afrodite e Eros escolheram um tempo como esse pra achar que seria uma boa abrir Waterland, mas... Enfim. Não é como se tivéssemos tantas respostas assim para as coisas. ❞ — Revirou os olhos, pousando o cotovelo no balcão e o queixo parou no palmo, suspirando. ❝ ― E amanhã voltamos a rotina de treinar o dia todo porque podemos sofrer um ataque a qualquer momento. Não faz sentido! ❞ — Se queixou mais uma vez. Sentia que com Aurora podia desabafar abertamente cada vez mais sobre aquele tipo de situação dentro do acampamento.
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stcnecoldd · 6 days
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#                 ──────               Perceber que o rapaz agia normalmente em sua companhia, que não a tratava com estranheza após sucumbir ao impulso na areia da praia, era motivo de grande alívio para Aurora. Contar com a maturidade de Kerim diante da situação não lhe causava surpresa, mas era uma confirmação que a deixava mais tranquila. Embora não se arrependesse do que fizera, pois apenas agira de acordo com seu desejo, descobriu a doçura do beijo dele, não podia negar o receio de ter colocado a amizade em risco. Mais do que qualquer desejo físico, ela valorizava sua companhia, intelecto, respeito e compreensão, e não abriria mão disso. ── Divertidas algumas barracas são. Inclusive, tá sendo ótimo ver o conflito reinar nessa. ── Admitia com um sorriso espirituoso. Presenciar algumas discussões carregadas de ciúmes entre os campistas era, sem dúvida, infinitamente mais agradável do que vê-los digladiando com monstros e lutando por suas vidas. ── Mas acho inapropriado organizarem um evento assim enquanto ainda tememos um novo ataque e não fazemos ideia do que está acontecendo. Sei lá, isso não faz o menor sentido pra mim. ── Preferia manter a sinceridade com o filho de Hefesto, mas decidiu não prolongar o assunto, que já se tornava maçante e repetitivo. Não queria estragar o dia dele com suas queixas, mantendo a esperança de que a celebração terminasse bem para todos. Percebeu uma leve sombra de hesitação na reação dele ao seu incentivo, mas considerou que era uma resposta típica de qualquer potencial participante da brincadeira. No fundo, todos ali se assemelhavam a ela, valorizando sua privacidade. ── Aposto que a noite dele acabou antes mesmo de começar. ── A cena presenciada ainda lhe era fonte de divertimento. Observando o comportamento da namorada furiosa, tinha suas dúvidas se ela permitiria que o rapaz aproveitasse o baile, seja ao lado dela ou sozinho. Intrigada pelo repentino recuo de Kerim, procurou decifrar o que se passava em sua mente. ── Tá com medo? Não acredito que entrou na fila só pra observar. ── O rodeou, colocando-se ao lado dele. O toque de provocação nas palavras era sutil, cuidadosamente dosado para não afugentá-lo nem parecer muito atrevida com seus avanços. Utilizou como argumento a decisão consciente de juntar-se à fila de semideuses aguardando por sua vez, se esquecendo de que parecia estar fazendo o mesmo. ── E antes que comente algo, eu estou aqui guardando lugar para outra pessoa que precisou correr até o banheiro. ── A justificativa certamente soaria como uma mentira, mas ela estava tranquila por não ter cometido o erro de se envolver naquela atividade por vontade própria. ── Vamos, eu prometo guardar seus segredos. ── Delicadamente o empurrou com o ombro, num gesto brincalhão.
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Era difícil saber em que pé eles estavam depois da praia, continuavam amigos? Pois a percepção do Boz era que poderiam ter algo além, algo que ainda parecia inominável para ambos, fosse pelo receio, insegurança, ou aquele sentimento que já haviam debatido antes, de não querer perder mais ninguém. E convenhamos, no mundo em que viviam, perder pessoas era inevitável. O melhor que poderia fazer, diante a incerteza, era agir como antes, como se tudo estivesse perfeitamente normal, então o sorriso usual continuava moldado aos seus lábios, enquanto a atenção se prendia as palavras dela. "Tão ruim assim?", perguntou genuinamente curioso, "Não encontrou nada que fosse divertido de fazer, ou pelo menos de assistir?", como o caos que se instaurava naquela atração em especifico. Era chato quando existia harmonia entre os alvos e a pessoa ao lado daquela que atirava, mas quando acontecia algo diferente, aí sim era algo interessante de se assistir. Kerim estava lá tempo o suficiente para ter certeza disso. No entanto, no momento em que foi provocado a participar diante dele, Kerim sentiu aquele nó seco, apertar-se um pouco mais em sua garganta, dando-lhe uma pequena sensação de desconforto, apesar do sorriso que continuava desenhado em seus lábios. Se o rosto dela aparecesse, seria estranho o suficiente para acabar com o que tinham? Ou seria a forma de tocar no assunto da última vez que se viram? Pior, e se não fosse o rosto dela que aparecesse? Kerim precisava ser sincero que, desde seu regresso, não havia desenvolvido sentimentos reais por outras pessoas, mas isso não implicava dizer que não havia também pequenos flertes. Estava calado por tempo demais para começar a sentir-se constrangido, por sorte, o comentário seguinte de outrem, lhe arrancou um genuíno riso. "É, realmente não tem como superar ele, coitado. Só espero que fique inteiro até a noite acabar.", comentou sobre o outro, "Mas ainda estou considerando se abraço essa aventura, ou não.".
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stcnecoldd · 7 days
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#                 ──────               Um pouco cansada de sempre ser a mensageira de más notícias e sempre apontar o óbvio sobre os ataques ao acampamento, Aurora se mostrava indisposta para expressar abertamente sua reprovação quanto a festa. Por esse motivo, apenas assentiu como resposta à pergunta. ── Pelo menos você está aproveitando. ── Exceto por alguns momentos pontuais de distração, não podia afirmar que estava se divertindo como os outros campistas naquela noite. ── Eu gostei sim! Certamente a melhor parte de todo esse circo. ── Embora elogiasse a banda, era impossível esconder completamente seu descontentamento com o evento em geral. Com a nova pergunta sobre seu julgamento, ela suspirou, resignada. ── Acho que falar sobre como me sinto seria redundante, pois você já descreveu bem minha opinião. Não acho que é o momento certo para uma comemoração banal como essa, pois ainda estamos correndo o risco de sermos mortos. ── Deu de ombros. ── Estou cada vez mais convencida de que as divindades se uniram par nos destruir. E é por isso que estou me dando ao luxo de aproveitar alguns drinks enquanto eu posso. ── Concluiu, levando a bebida aos lábios mais uma vez.
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Não bebia horrores como os filhos de Dionísio, mas sabia apreciar uma boa bebida quando lhe dado uma oportunidade de apreciar da mesma. Foi por isso que estava ali no bar aguardando por seu drink quando ouviu a voz de Aurora falando consigo. ❝ ― Também achando tudo isso meio banal? Digo... Considerando toda a situação do acampamento. ❞ — Confessou para a loira enquanto recebia seu copo e o erguia em direção a mulher. ❝ ― Eu estou aproveitando e seria hipócrita dizer que não, mas qual é... Totalmente aleatório fazer um dia cheio de diversão sendo que estamos propensos a receber um ataque a qualquer minuto. ❞ — Desabafou enquanto tomava um gole da bebida. ❝ ― Você gostou mesmo? Ficamos na dúvida em relação ao repertorio já que somos mais voltados para o metal, mas como Afrodite solicitou romance, bem, tivemos que nos moldar a vontade dela. ❞ — Declarou por fim, se aproximando da loira lentamente e parando ao lado da semideusa. ❝ ― O que está achando disso tudo além de incrivelmente meloso? ❞
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stcnecoldd · 7 days
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#                 ──────               Compadecendo-se do medo alheio, Aurora assentiu, interpretando-o como uma fobia que a garota não conseguia controlar. ── Meu pai também detestava agulhas. ── Compartilhou, tentando confortá-la sem revelar muitos detalhes sobre sua própria vida, especialmente sobre o pai. ── Alguns marmanjos até desmaiam diante delas. ── Esperava que, com a brincadeira, amenizasse o desconforto que o assunto poderia causar, já que percebia o constrangimento da outra. ── Mas existem alternativas. Por que você não faz uma tatuagem temporária? ── Sugeriu, achando a solução interessante e imediata para o dilema. ── Pode ser até mais divertido, porque você pode variar com o tempo e não corre o risco de se arrepender.
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Sawyer deveria ter imaginado que a sua reação suspeita seria o suficiente para desmascará-la, e seus ombros caíram de forma derrotada. Ela odiava confessar medos bobos como aquele, principalmente depois de tudo o que havia passado e das coisas que havia feito, mas aquilo não era algo que ela conseguia controlar. De qualquer forma, apesar de ter dado risada de sua situação, Aurora não estava se comportando de forma que Sawyer se sentisse humilhada pela garota. Deu um suspiro pesado. "Eu tenho medo de agulhas", confessou. "Sempre tive. Quando eu era pequenininha e precisava ir ao médico, eu chegava a desmaiar quando via uma agulha. Agora não é mais assim, mas ainda tenho um pouco de medo. O que é uma pena, porque acho tatuagens lindas e adoraria ter uma."
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stcnecoldd · 7 days
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#                 ──────              Seus olhos estreitaram. Não identificava a a base para aquele julgamento, mas a resposta da semideusa não a convencia, desconfiada de que não era tão silenciosa quanto afirmava. Talvez fosse a sua efusividade notória em cada interação não solicitada. ── Os outros não estarão sentados do meu lado. ── O indicador apontou para o ouvido voltado na direção dela, assim ilustrando o motivo do aviso sem precisar se estender com palavras. A mesma abordagem não era aplicada por Natalia, que agora discorria seus argumentos infindáveis, quase levando-a ao riso. Era possível perceber que sua postura a afetava, causando o efeito que tanto procurava: afastá-la. No entanto, não encontrava satisfação em excruciar ninguém, por isso avaliaria a possibilidade de ser menos hostil no futuro, assim que a outra colaborasse e também desistisse das insistentes investidas em se aproximar como se compartilhassem alguma intimidade. ── Você está se justificando demais para alguém que diz ser "bem quietinha". ── O canto dos lábios se repuxou em um sorriso ferino. ── Não foi escolha minha. ── Sua sinceridade era cortante, voltando a atenção para a frente assim que a trava de segurança se prendeu sobre o colo.
Sem tempo para trivialidades, o carrinho ascendeu lentamente e o clímax da subida aumentava, assim como a adrenalina e a expectativa dentro da filha de Quione. Apreciava quando o pulso acelerava diante do perigo. No centro de tudo, avistava a estrutura que surgia diante de seus olhos, com o tema de Hefesto, ostentando suas imponentes estruturas metálicas e engrenagens gigantescas. Assemelhava-se mesmo a uma obra do próprio deus do fogo e da forja, com maquinários intricados e mecanismos voando por toda a parte. Quando o carrinho começou a descer, a velocidade vertiginosa e as curvas frenéticas fizeram seu coração disparar e um sorriso exultante nascer nos lábios. O vento cortava seu rosto e fazia os fios claros do cabelo dançarem ao som dos gritos de excitação que ecoavam. Contudo, durante uma curva acentuada, um estrondo metálico se fez ouvir acima das vozes. Ela sentiu uma dor aguda quando uma pequena peça, possivelmente uma engrenagem, voou em sua direção, atingindo de raspão o topo de sua cabeça. A sensação foi breve, mas o impacto a deixou ligeiramente atordoada. Instintivamente levou os dedos até a região, sentindo um pequeno corte próximo a testa. Confusa e assustada, olhou ao redor, tentando compreender o que havia acontecido. Em meio ao caos, ela alcançou a mão de Natalia, sentindo a necessidade de uma âncora. ── Me ajuda, acho que fui atingida por algo. ── Sua voz tremia, carregada de uma vulnerabilidade rara, sem ao menos ter a certeza de que seria ouvida. A montanha-russa continuava seu curso desenfreado, cada volta e descida parecia interminável, enquanto seus dedos mantinham-se firmemente agarrados à mão da outra. Finalmente, o carrinho desacelerou e retornou à plataforma de desembarque.
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      ໋      Ao se deparar com a face familiar, Natalia sorriu animada. Aurora era difícil de lidar, mas era um desafio, um gelo que a filha de Hécate estava disposta a quebrar. No entanto, apesar de tentar parecer impassível e sempre alegre, os comentários de Aurora demonstraram efeitos notáveis, e o sorriso largo que antes ostentava nos lábios sumiu lentamente. 'É a forma dela, não precisa de estresse', pensou."Eu não grito, pelo contrário, sou bem quietinha." Mentira, mas após aquele aviso, ela tentaria conter o ímpeto de gritar. Levantar os braços a cada descida parecia ser uma ótima manobra para isso. "Mas acredito que os outros irão gritar da mesma maneira… você não vai pedir para que se calem também, não é?" Apesar de tentar se mostrar neutra e calma, Natalia não pôde evitar a hesitação ao fazer essa pergunta. Não parecia justo ser pedida para aquilo, quando estavam no brinquedo mais barulhento de todos. "Digo, é meio que impossível. Durante a adrenalina causada pelo brinquedo, nosso cérebro arranja um jeito de liberar a energia… fazemos isso pela voz, vocalizando os berros…"A filha de Hécate sentia que, a cada diálogo com a filha de Quione, pisava em cascas de ovos, sendo agora também tomada pelo nervosismo. "Eu só queria dizer que estou muito feliz que tenha escolhido sentar-se ao meu lado." A trava de proteção inclinou-se em direção às duas semideusas, causando um leve sobressalto em Natalia. Um riso envergonhado preencheu o espaço ocupado pela tensão. "Preparada?"
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stcnecoldd · 10 days
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#                 ──────               Quando foi abordada com o pedido para que guardasse o lugar na fila para outra campista, que se contorcia e suplicava para ser liberada para uma visita urgente ao banheiro, Aurora não havia previsto se divertir tanto observando a participação das outras pessoas na arquearia com a temática de Eros, entretida com as confusões causadas pela simples atividade. Absorvida pela cena, só percebeu a presença de Kerim após a voz familiar alcançar os seus ouvidos, levando-a a reagir com surpresa. Desde o beijo repentino compartilhado entre eles, a semideusa tentava agir com naturalidade, sem demonstrar ou reconhecer os sentimentos confusos que o simples gesto havia despertado nela, também negando para si mesma qualquer envolvimento emocional com o rapaz. Se apaixonar por alguém estava fora de cogitação, então convencia-se de que tudo não passava de uma casualidade. Atenuando a feliz surpresa de encontrá-lo ali, colocou o melhor sorriso nos lábios, rindo baixo com a pergunta. ── Meu prêmio será me ausentar desse jogo. ── Também não havia a menor chance de expor sua intimidade daquela forma diante de seus colegas, preferindo evitar qualquer forma de humilhação. ── Minha presença compulsória no evento já é martírio suficiente. ── Sentia que aquilo não soaria como uma novidade para ele, o que tornava a conversa ainda mais leve e fácil. ── Mas se quiser lançar suas flechas, fique à vontade. Será interessante avaliar seu desempenho. ── Com a sutil provocação o incentivava a participar, subitamente curiosa para descobrir quais seriam as figuras a aparecerem para ele. ── Só espero que não saia daqui apanhando como o último cara que tinha todas as garotas do acampamento como alvo, menos sua própria namorada.
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with: @stcnecoldd
where: flechas de Eros
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Se fosse sincero, Kerim esperava encontrá-la em meio as atividades do evento, mesmo sabendo que a maioria delas não era bem seu perfil, por também não ser o dele. A similaridade entre os dois, ainda era um tópico que o deixava confortável, e ao mesmo tempo intrigado. Mas sim, esperava encontrá-la em algum momento da noite e conversar sobre a última vez que se falaram, alinhar algumas coisas talvez. Só não imaginava que de tantos lugares e coisas para se fazer, fossem justamente coincidir ao estar na filha da barraquinha para jogar as flechas de Eros. Kerim tinha passado tempo o suficiente de espera, para saber do que realmente se tratava aquele jogo. Diversos outros campistas passaram por ele, alguns constrangidos com a revelação feita pelos alvos, outros brigando com seus pares, por terem visto rostos diferentes do que o esperado. E ele estava tranquilo quanto a isso, pelo menos até que seus olhos fixassem nos fios loiros, já conhecidos por ele. Suas mãos começaram a suar e sua garganta nunca esteve mais seca, péssimo momento para não carregar uma bebida consigo. Suspiro, engolindo o seco andes de deixar mais algumas pessoas passarem a sua frente, para que ficasse perto dela. "Então, já pensou no brinde que vai escolher?", perguntou inicialmente, algo simples para anunciar sua aproximação.
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