#bruxaria mariposa
Explore tagged Tumblr posts
djinfurtacor · 2 months ago
Text
Início
Ontem atravessei o mar com a bendição da Senhora do Bom Despacho. Subi a embarcação na companhia de uma gata que confortou o meu pescoço ao longo da viagem. Os motores ligaram, o curso foi apontado e partimos por cima do sal.
Quando mirei a cidade solar Salvador ao longe, me deparei com uma realidade que ainda não havia testemunhado com os próprios olhos.
- "Onde estão as árvores de Salvador?!", indagou meu coração pulsando em solavanco como se fosse saltar.
Foi mais forte que a velocidade da minha consciência sobre a questão. Meu coração tomou a voz. Como um ato de instinto. Farejei o perigo, o rastro da destruição.
Tumblr media
Na travessia é possível enxergar os lados.
Dá pra ver ilhas de terra ao longe, cobertas de verde, salpicada de casas entre as copas. Voei na imensidão d'água buscando cada fagulha de vida nos horizontes ao meu redor.
Tumblr media
Enxerguei o que estava atrás de mim, Itaparica de águas azul vibrante, e mais atrás, toda a floresta que atravessei até encontrar o mar. A cada minuto que me distanciava do ponto de partida, inevitavelmente me aproximava da chegada. E ali, no cruzo da maré alonguei a minha vista. Toquei os lados da intercessão, e a frente, o meu destino se revelava: O único pedaço de terra que reluzia o brilho do sol em um tom branco acinzentado da cidade que agora é de pedra. Aquela era uma Salvador completamente nova para mim.
O que me aguarda do outro lado?
Que tesouros colherei nessa aventura?
Tumblr media
Aportei.
8 notes · View notes
amamaia · 18 days ago
Text
pra se deixar encantar não existem promessas
Quanto mais adentro os estudos sobre a via quente dos sentidos, mais escolho me entregar à verdade da pele, aos apetites da língua, mais aumenta o impulso da busca por texturas e tecituras que exponham sorrisos nascidos de olhos cheios, mais quero ser linha quase desmanchada entre saber e sorver.
Já há alguns carnavais, tenho dito um tanto sobre ser filha e assim abrir fenda nos artifícios pra também ser terra, parte, grão, palavra, festa, pétala, nuvem e mais. Revelar e desvelar enchem de potência qualquer via entrecruzada, muito mais que confissão e remorso. Esse mundo de deus morto, usurpador e postiço pode até machucar, mas não me sufoca, só me entedia.
As evidências de afastamento apático que presencio nessa época de especulação midiática e reinados hipócritas são sobre ganância, compulsão e insegurança, jamais sobre disciplina, beatitude ou hierofania. O que se oferece não chega a alimentar sequer um breve rompante de qualquer liberdade de beber da cura, seja qual for a poção.
Enquanto lido com medos alheios, arrogâncias sem propósito e presunções cotidianas, brotam perguntas nessa infindável trama. Que futuros enchem existências impetuosas? E se a ascese que abre a experiência arrebatadora que nasce no coração de quem busca for advinda do mergulho para dentro, para baixo, para o útero que alimenta toda raiz? De onde brota a visão sobre os inícios?
Escuto tanto ruído vindo de mentes jorrando vazios e tão pouco sobre o que há antes, durante e depois de um orgasmo duradouro, encontro tátil e telúrico entre gotas de suor, fluidos correntes, cheiros incendiários, pólen energizante, perfume de cálices, saltos sem chão, encontros de labirinto. Procuro há tantas eras e nada me sacia.
Até onde rumei, o tino me diz que as perguntas também são chaves, às vezes até mais significativas que os antídotos. O que corpo entende excede qualquer promessa. Quando ouço o prazer jorrar no infinito, quando o real e o mais-que-real se fundem em desejo e carne, quero ser mais do que aplacadora de desesperos. Quero ser princípio de perdição.
.XXX.
3 notes · View notes
lobamariane · 2 months ago
Text
justiça,
seja minha guia.
2 notes · View notes
13ellav · 8 months ago
Text
Tumblr media
FACA, PENA OU MEL?
- depende da Lua. para as perguntas, existem infinitas formas de respondê-las. mas não fazê-las, é onde o infinito termina. é preciso dar mais um passo, tentar de novo.
'que Madalena é essa?'.
23.07.2024 | lua cheia em aquário, fixo do ar | primeiro dia do sol em leão, fixo do fogo | serra grande, bahia dos mistérios
0 notes
anansisopra · 10 months ago
Text
Mal podemos esperar por esse feito. Há muito o que derramar nessas paginas de maré, seja em tempestade, seja em céu pra singrar.
a Penseira (até agora)
9 notes · View notes
gliterarias · 8 months ago
Text
Resenha Coletiva: O Bosque das Coisas Perdidas
A obra de Shea Ernshaw chegou ao Brasil três anos após a data de sua publicação original com muita magia e mistério. Vencedora do Oregon Book Award, “O Bosque das Coisas Perdidas” nos conta a história de Nora Walker, descendente das bruxas Walkers, ditas como mais velhas que o bosque onde a história se passa.
Nora Walker segue o caminho de suas ancestrais, diferentemente de sua mãe. A jovem bruxa não liga para os cochichos e os olhares atravessados dos outros moradores da região, segue sua intuição e os aprendizados da sua avó, entrando e encontrando coisas perdidas bo bosque em toda lua cheia, como fora ensinada.
No entanto, em um dos invernos mais rigorosos, onde os moradores acabam sendo isolados e presos pela forte nevasca que os impediu de irem embora, um garoto desaparece. Nora, durante suas visitas ao bosque, para encontrar relíquias para vender ou usar de decoração, o encontra, sentindo uma atração inexplicável por Oliver Huntsman.
Ao retorná-lo ao acampamento de onde ele tinha desaparecido, descobre que no mesmo dia em que Oliver desapareceu, um garoto morreu. Os eventos estariam conectados? Por que a mariposa de ossos(que significa morte) seguia Oliver? E por que o garoto não consegue se lembrar de nada? Estaria ele ligado à morte do outro garoto? Ou também havia sido vítima, mas conseguiu sobreviver? 
As pistas e respostas estão nas páginas seguintes, através de capítulos com os pontos de vistas de Nora e Oliver, em uma narrativa instigante, cheia de mistérios, magia e tensão. E aí? Consegue desvendar esse mistério?
Mary: Já tinham me indicado as obras  de Shea Earnshaw diversas vezes por conta dos conteúdos bruxescos das narrativas, já que sou uma bruxa natural, não como as Walker, mas uma bruxa. A leitura é viciante, a cada descrição eu me conectava ainda mais com os personagens e o bosque, os capítulos sobre as histórias de cada Walker além das referências à bruxaria ver/natural também me deixaram com o coração quentinho. Com toda certeza, “O Bosque das Coisas Perdidas” se tornou um dos meus queridinhos.
Nick: Sendo sincera, ainda não terminei a leitura do livro, já que entrei numa ressaca literária - odeio quando isso acontece, vocês também? - mas assim que comecei a ler, já sabia que ia amar a história, a escrita da autora é incrível, toda a tensão, e como o bosque realmente parece uma coisa viva e sombria. 
Gostei da Nora e do Oliver como protagonistas. Os pontos de vista dela são marcados pela magia ancestral, pelo amor à avó e à família. E pelo medo e reverência à floresta e ao Bosque de Vime. Nora entende o desconhecido. Teme o que não pode controlar. E sabe que, bruxa ou não, aquele lugar antigo merece respeito.
Enquanto o Oliver oferece o mistério. Como ele chegou no bosque? Por que ele foi pro bosque?
Enfim, só lendo para descobrir!
10 notes · View notes
sanguedivinorpg · 4 years ago
Text
Hécate
(Filhos precisam ser avaliados antes de serem aceitos)
 Deusa das terras selvagens e dos partos, era geralmente representada segurando duas tochas ou uma chave, e em períodos posteriores na sua forma tripla. Estava associada a encruzilhadas, entradas, fogo, luz da lua, magia, bruxaria, o conhecimento de ervas e plantas venenosas, fantasmas, necromancia e feitiçaria.
 Habilidades:
Nível 1 – Conhecimento de feitiços. A prole conhece um feitiço elemental para cada elemento básico: água, fogo, terra e ar, utilizando de símbolos de magia para cada elemento. Invocar uma esfrega de 30 cm deste elemento e pode controlar para que esta chegue ao seu alvo. Custo: 30 PH
Nível 5 – Bruxaria. A prole da deusa, ao ter os ingredientes necessários para tal feito, poderão fazer poções com fins de: causar dano, recuperar saúde, recuperar pontos de habilidade e atrair névoa. Os ingredientes estarão presentes no grimório em posso do líder do dormitório da deusa, LOGAN SASAGHEN. Deve ter a poção consigo para usá-la. Sem custo.
Nível 10 – Lamparina. Por ter a noite como seu véu, insetos como mariposas serão atraídos pela cria, servindo como seus mensageiros e trazendo ingredientes para poções. Custo: 15 PH
Nível 15 – Ritual de proteção. A cria pode usar sua magia para reunir forças para criar um círculo de proteção ao redor de si e de 2 aliados por 1 turno. Custo: 30 PH
Nível 25 – Encruzilhada. Ao criar uma encruzilhada sob seus pés, sendo física ou espiritual, a cria pode lançar uma magia poderosa em nome de sua mãe, causando dano crítico alto. Custo: 20 PH
Nível 35 – Maestria de feitiços. A cria agora aumentou seu arsenal de feitiços, podendo usar outros elementos como: eletricidade, escuridão, luz e minerais mágicos (como Ônix, turmalina negra e etc). Invocar uma esfrega de 30 cm deste elemento e pode controlar para que esta chegue ao seu alvo. Custo por feitiço: 30 PH
Nível 40 – Selvageria. A cria da deusa pode convencer animais puramente selvagens a lhe auxiliarem em batalha, transporte, informações e proteção. Até 2 animais, de pequena à grande porte. Custo: 40 PH.
Nível 50 – Transfiguração. Por ser cria de um deusa tríplice, a prole pode mudar seu corpo para a forma dos animais sagrados de sua mãe por até 2 turnos (mariposa, cão, loba)
Passivas: Deusa triplice. Representando a lua cheia, minguante e crescente, os poderes das proles são maiores durante a lua cheia (100%) e suas chances de sucesso em magia são totais, crescente na lua crescente (70%), tendo mais afinidade com cura e crescimento, e mais fracos na lua minguante (50%) tendo mais facilidade para expulsar espíritos malignos e energias negativas, não tenho poder mágico durante a lua nova (0%). Herbologia. O profundo conhecimento de plantas ajuda a prole a criar venenos, antídotos e remédios diversos. A cria da deusa pode aprender diversos feitiços ancestrais através de missões. Beleza mágica (pode mudar a cor de seus olhos e cabelo). Conhecimento de astrologia e tarô.
12 notes · View notes
grimorio-da-bruxa · 8 years ago
Text
Uma das teorias e conceitos da palavra Bruxa! Conceito e Origem da palavra Bruxa / Bruxaria. Assim como Cláudio Moreno - Formado em Letras da UFRGS, com habilitação em Português e Grego. Doutor em Letras com a tese "Morfologia Nominal do Português" - e outras fontes portuguesas e espanholas, a conceituação da palavra Bruxa/Bruxaria é de origem duvidosa, mas existem algumas evidências de que essa palavra seja pré-romana, originária da região Ibérica. Conceito Bruxaria - É um derivado de bruxa, cuja origem até hoje não foi determinada com precisão. Embora alguns autores tentem provar que o vocábulo proveio do latim, o mais provável é que ele já existisse em algum dos dialetos falados na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, como foi o caso de bezerro, cama, morro e sarna. Esta hipótese é reforçada pelo fato de só aparecer nas línguas ibéricas (português bruxa, espanhol bruja, catalão bruixa); se viesse do latim, deveria também estar presente no francês (que usa sorcière) e no italiano (que usa strega), que também pertencem à família das línguas românicas. 1. Mulher que faz bruxarias; feiticeira, maga, mágica; As bruxas eram perseguidas e castigadas pela Inquisição.Bruxa. [De uma base pré-romana *brouxa]. S. f. 2. Mulher feia e/ou rabugenta. 3. Bras. Mariposa (1). Tipo de borboleta preta. Mariposa Bruja "Ascalopha odorata " – São conhecidas popularmente como bruxas negras e foram descritas cientificamente pela primeira vez em por Kart Von Linne. Em algumas culturas os lepidópteros simbolizam bruxas e fadas, em outras são consideradas a alma das bruxas. A simbologia se estabelece ao relacionar a habilidade destes animais e das bruxas em se mesclar ao ambiente tal como o camaleão. Alguns contos folclóricos dizem que a alma de um bruxo toma a forma de uma mariposa negra e trata de encontrar seu corpo. Se os humanos o encontram primeiro devem fechar a boca, caso ela entre poderá causar a sua morte. Possivelmente, este conceito de alma explica por que em muitas pinturas medievais dos anjos tenham asas de mariposa, em vez de aves. Filosofia Bruxaria é uma das diversas crenças advindo do conceito paganismo, sua essência são os cultos pré-cristãos nascidos no continente europeu, onde suas bases são o politeísmo, a ancestralidade, o folclore regional (costumes, práticas e espiritualidade de um povo). Bruxaria é uma religião no tocante ao significado "reli gare" (religação/ reunir) e não como uma instituição com um corpo hierárquico. Encontramos dentro desta senda o culto de magia natural, a herbologia, o artesanato e o contato espiritual homem/natureza. História Bruxaria: uma história de perseguições No intuito de tornar a religião cristã uma religião universal e ampliar o poder da Igreja por interesses puramente econômicos, começaram as perseguições aos adeptos da antiga religião, culminando com tortura e morte de muitos inocentes. A sociedade começou a se fundamentar em um alicerce cristão, porém deturpado por interesses diversos, sendo criada a carta "Maleus Malleficarum" (O Martelo das Bruxas) estipulando condutas típicas que caracterizariam uma pessoa como "bruxo", e quem fosse considerado tal, seria condenado. O simples ato de se despir para se banhar em um lago isolado, um simples olhar de um rapaz "flertando" com uma moça ou de usar ervas (infusões, chás) para o tratamento de enfermidades, eram suficientes para acusar uma pessoa de bruxaria... Esta era foi conhecida como 'Era das Fogueiras', quando os acusados (sempre confessos mediante tortura) eram freqüentemente queimados vivos em praça pública. Isto serviu de exemplo para os que ainda não eram convertidos ao cristianismo. Muitos anos após, alguns grupos praticantes da Antiga Religião com prestígio dentro da sociedade despertaram sua consciência com as perseguições e começaram a tomar certas atitudes, influenciando altos juizes em várias porções da Europa. São vários os fatos que contribuiram para o fim das perseguições. Vejamos uma breve cronologia: Início do Século IX: Difundiu-se uma crença popular que feiticeiros e bruxos malignos existiam. Eram vistos como pessoas demoníacas, principalmente as mulheres, que dedicam suas vidas a prejudicar e matar pessoas através de feitiçaria e pactos demoníacos. A Igreja Católica da época oficialmente afirmava que tais bruxos não existiam. Era uma heresia dizer que eles eram reais. "Por exemplo, no século 5o., o Conselho eclesiástico de St. Patrick estabeleceu que 'Um Cristão que acreditasse em vampiros, era o mesmo que declarar-se bruxo, confesso ao demônio; a lei dizia que pessoas com crenças não poderiam ser aceitas pela Igreja a menos que revogue com suas palavras o crime que cometeu.' Um capitólio da Saxônia (775-790) proclamou estes estereótipos da crença pagã: 'Se alguém, devoto do Demônio, seguindo as crenças Pagãs, qualquer homem ou mulher considerado um bruxo, que por sua vez come carne humana, deverá ser queimado na fogueira [bruxo confesso]... devendo assim receber a pena capital." Ano 906: Regino de Prum, O abade das Trevas, escreve o "Canon Episcopi". Ele reforçava a crença da Igreja de que os bruxos não existiam. Ele afirmava que algumas mulheres desonestas e confusas podiam voar pelo ar com a Deusa pagã Diana embora isto não acontecesse na realidade; o vôo, na verdade, seria uma forma de alucinação. 975: Penalidades para bruxaria e uso de curas mágicas tornam-se severas. O contricionário Inglês de Egbert preconizava (em parte...): "se uma mulher realiza bruxaria , encantamentos e [usa] filtros mágicos, ela deverá se abster de comida por vinte meses.... se matar alguém com seus filtros, ela se absterá por sete anos." A Abstenção consistia apenas de pão e água. 1140: Gratian, um monge italiano, incorporou a Canon Episcopi na lei canônica. 1203: O movimento Cathar, um grupo de Cristãos Gnósticos, tornou-se popular na região de Orleans, França e na Itália. Eles foram declarados Hereges pela Igreja. O papa Inocencio III aprovou uma guerra genocida contra os Cathars. O último Catar que se tem noticia foi queimado na estaca em 1321. 1227: O Papa Gregorio IX propôs a Corte de Inquisição para prender, confessar e executar hereges. 1252: O Papa Inocencio III autorizou o uso da tortura durante o processo de inquisição. 1258: O Papa Alexandre IV restringiu a Inquisição a manter suas investigações à casos de heresia. Não investigaram crença em feitiçaria a menos que hereges estivessem envolvidos. 1265: O Papa Clemente IV reafirma o uso da tortura. 1326: A Igreja autoriza a inquisição para investigar casos de bruxaria. Sua maior contribuição foi o desenvolvimento da "demonologia," a teoria da origem diabólica da bruxaria e estudo dos demônios. 1330: Aumentou a crença popular que bruxos e feiticeiros malignos são aliados de Satã, tinham relações sexuais com o demônio, raptavam e comiam crianças, etc. 1347 a 1349: A epidemia de peste negra dizimou uma porção considerável da população Européia. 1430: Teólogos Cristãos começaram a escrever livros que "provavam" a existência dos bruxos. 1450: A primeira Grande caçada aos bruxos iniciou na Europa. A Igreja Criou uma imaginária religião do Demônio, utilizando esteriótipos que circulavam desde as eras pré-cristãs. Eles afirmavam que os pagãos que cultuavam Diana e outros Deuses e Deusas eram bruxos maus que raptavam bebês, matavam e comiam suas vítimas, vendiam suas almas à Satã, faziam pacto com o demônio, voavam, realizavam encontros secretos à noite, causavam impotência e infertilidade às pessoas, etc. Historiadores afirmavam que estes genocídios religiosamente incitados foram motivados pelo desejo da Igreja em obter maior número de adeptos (monopólio exclusivo), ou ainda como "uma ferramenta de repressão, uma forma de guiar a massa para outras divindades superiores, um joguete contra mulheres (eram desprezadas), ou um modo para pessoas comuns de surrupiar colheitas pagãs, gado ou justificar morte de bebês e crianças." Walter Stephens, um professor da Johns Hopkins University, propõem uma nova teoria: "Acho que os bruxos eram "bodes expiatórios" de Deus." E ainda, o modo de explicar o mal no mundo era atribuir a causa a bruxos e demônios. 1450: Johann Gutenberg inventou a imprensa, facilitando a propagação das leis da Igreja e aumentando a insatisfação popular à imagem dos bruxos; isto facilitou em muito a caçada às bruxas. 1474: O Papa Inocencio VIII publicou um bula papal condenando bruxos. 1480: Thomas de Brabant escreve o livro "Formicarius", que descreve a prossecução de um homem por bruxaria. Cópias deste livro foram anexadas ao Malleus Maleficarum anos mais tarde. 1486-1487: Inquisidores (Heinrich Kraemer) e Jacob Sprenger publicam o Malleus Maleficarum (O martelo das bruxas). Este é um fascinante estudo destes autores que odiavam mulheres. Ele descreve as práticas e condutas típicas para os bruxos, e métodos para obter confissão, sendo posteriormente abandonado pela Igreja. Entretanto este tornou-se a "bíblia" destas cortes seculares que condenavam bruxos. 1500: Durante o 14th século, constataram-se 38 acusações contra bruxos e feiticeiros na Inglaterra, 95 na França e 80 na Alemanha. A caça aos bruxos foi acelerada. "Pela escolha de conceder suas almas à práticas demoníacas teriam cometido crimes contra o homem e contra Deus. A gravidade deste duplo crime caracterizado como "bruxaria" tornava o processo excepcional, permitindo a suspensão de seus direitos de modo a punir por sua culpa." Testemunhos de crianças foram aceitos. A tortura largamente foi utilizada com a finalidade obter confissões. A falta de consistência nas confissões também foi aceita como prova de culpa. 1517: Martin Luther fixou suas 95 teorias na porta da Catedral de Wittenburg, Alemanha. Isto instigou a reforma Protestante. Nos Países Católicos, as cortes continuavam a queimar bruxos. Em Protestantes, eles eram enforcados. Alguns países protestantes não admitiam a tortura. 1550 a 1650: Perseguições alcançaram seu pico neste século. Estes foram chamados de "TEMPOS ARDENTES." Foram muito concentrados no leste França, Alemanha e Suiça. As perseguições ocorreram com maior freqüência em locais onde havia conflitos entre Católicos e Protestantes. Ao contrário da opinião pública, os bruxos suspeitos foram perseguidos pelas cortes - especialmente aqueles envolvidos com feitiçaria maligna. Somente uma minoria respondia às autoridades da Igreja. 1563: Johann Weyer (b. 1515) publica um livro que agride as crenças pagãs. Chamado de "De Praestigiis Daemonum" (Queda das Almas), preconizava a não existência dos bruxos, mas que Satan forçava que eles o seguissem. Ele rejeitava as confissões obtidas sobre tortura e violência e recomendava tratamento médico ao invés de tortura e execução. 1580: Jean Bodin escreve "De la Demonomanie des Sorciers". Ele afirmava que era necessário punir os bruxos. Nenhum bruxo acusado deveria ser liberto em caso de suspeita de culpa. Se o inquisidor esperasse por evidências concretas, nenhum bruxo seria preso, acreditavam eles. 1584: Reginald Scot publicou um livro que estava à frente de seu tempo. In Discoverie of Witchcraft, ele afirmava que os poderes sobrenaturais não existiam. E mais: que as bruxas não existiam. 1608: Francesco Maria Guazzo publica o "Compendium Maleficarum." Este discute pactos entre bruxos e Satã, a magia que os pagão utilizam para prejudicar pessoas, etc. 1609: Pânico contra bruxos na região Basca, Espanha. La Suprema, o corpo governamental da Inquisição espanhola, reconheceu o acontecido e publicou o Edital de Silência que proibia a discussão sobre bruxaria. O pânico da população desapareceu. 1610: Cessa a perseguição aos bruxos na Holanda, provavelmente devido ao livro de Weyer, 1563. 1616: Uma segunda perseguição às bruxas foi em Vizcaya. Novamente um Edital de Silêncio foi publicado pelo Tribunal de Inquisição. Entretanto o rei aboliu o edital e 300 bruxos confessos foram queimados vivos. 1631: Friedrich Spee von Langenfield, um sacerdote jesuíta, escreve "Cautio Criminalis". Ele condena as caçadas à bruxos e perseguições em Wurzburg, Alemanha. Ele diz que o prisioneiro é confesso somente devido à torturas e não define a realidade. 1684: Foi executado na Inglaterra o último acusado de bruxaria. 1690: Cerca de 25 pessoas morreram durante à louca caçada aos bruxos em Salem; um deles foi pisoteado devido a ele não entrar em processo de confissão; alguns morreram nas prisões, o restante foi enforcado. Não houve novas perseguições na Nova Inglaterra. 1745: França cessa a execução de Bruxos. 1775: Alemanha cessa a execução de Bruxos. 1782: Suiça cessa a execução de Bruxos. 1792: A Polônia cessa a execução de Bruxos; o último país da Europa que a realizava. 1830: A Igreja finda a perseguição aos bruxos na América do Sul.
0 notes
amamaia · 1 month ago
Text
Da primeira viagem à Capital do país chamado Brasil
Cresci sabendo que haveria de atuar politicamente no mundo. Fui criada na compreensão do poder da interferência e nos riscos da negligência. Se há algo a fazer, não espere. Aja.
Mas para que eu possa me compreender, declarar, viver e trabalhar como articuladora cultural, há um oceano de entendimentos, desvelamentos e consequências a ser navegado. Ninguém nasce pronto, e esse discernimento também é resultado de Caminho. Também somos fruto dos desenredos, desilusões, experimentações que marcam a carne.
Penso que há de se admirar quem se depara com o campo da luta por direitos e não desvia. Fui regada por mestras e mestres da estratégia nessa guerra, a quem agradeço por cada lição, e a maior delas sempre foi percorrer o mapa com os próprios pés, vendo, ouvindo e se deixando afetar, errando erros novos a cada vez.
As asas vem quando nos abrimos ao desejo de encontrar Destino. Ainda ouço a mesma chave soprada em cada viagem que me fez crescer em ação e pensamento pra que fosse possível sustentar algo sobre quem sou enquanto articulo com os pés tocando o território. É preciso viver pra saber.
Em 2009, um desses anos-encruzilhada, pouco depois de graduar em Direção Teatral, ainda Moça, tomei um passo em direção ao Infinito. Sem buscas por fracasso ou certezas de sucesso, voei.
Pra saber o tamanho da minha pequenez ou talvez tomar pé da imensidão da grandeza desse lugar absurdamente complexo que chamam Brasil, resolvi aprender no silêncio ruidoso de uma solitária e intuitiva caminhada à Capital.
Falta pouco pra completar duas décadas dessa viagem e ainda me surpreendo com o frescor das impressões, do coração atordoado entre o fascínio e a angústia de não alcançar as bordas, os limites, as compreensões absolutas.
Artifícios e contendas políticas mudaram e mudam à medida em que avançamos para encarar fantasmas, assombros, heranças e violências no desenrolar da individuação e nos damos conta das inevitáveis dores da racialização.
O que era tão romântico agora é só a constatação de armadilhas pútridas para que a docilização me fizesse dormir com suas cantigas de indômita bravura branca e outros heroísmos capitalistas.
O que deixei passar, meu ingênuo olhar? O que escolhi trazer? Naquele quarto de hotel, enquanto calçava minhas botas e tomava embalo para olhar o mundo, fui sacerdotisa e aprendiz, inflamada, abundante, tola. Voltei por outra margem, marcada pela necessidade de compreender o que chamamos de Cultura.
De lá pra cá, respeito mais e mais a Memória como quem se encontrou na luta com divindade Tempo e a cada pedaço do Fio aprende a costurar narrativas com retalhos de realidades.
É sempre um imenso esforço colocar tantas palavras prenhes em uma poção para alcançar ouvidos desejosos de fazer imagens no Movimento, mas me asseguro nas indas e vindas da maturidade de continuar voando e me despindo de cosmogêneses alheias em minha atuação, no ofício e na existência acordada.
Os registros nos permitem voltar. Gosto de me encontrar com fotografias.
.xxx.
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
3 notes · View notes
amamaia · 1 month ago
Text
O que há em nós é espelho do mundo {céu sibilado .001}
Nove de Fevereiro de 2025. Domingo, dia do Sol. Lua crescendo, gibosa, no Caranguejo. Décimo segundo dia da Lunação de Aquário. Verão Fixo na Bahia dos Mistérios. Ano Flama.
No finzinho da lua d’água que rege as próximas horas, inicio as alegrias de retomar a partilha dos estudos do céu.
Lua em Câncer, lua da água cardeal, lua domiciliada, lua na lua. Cada vez que Lua em Câncer toma seu lugar na ciranda das casas-constelações, o tabuleiro se transforma em máquina do tempo e recebemos o convite para revisitar o passado e assim escolher o que fortificaremos e o que precisa ser retirado do jogo para alcançar melhor destino.
No ar fixo aquariano tudo sopra quente, às vezes embaçando a visão. Marte e Lua estão conjuntas em Câncer, criando um momento nessa lunação, que nos favorece justamente por suas águas revoltas, fazendo emergir o que nosso olhar atento precisa enxergar. Convém não desperdiçar essa limpeza de lente.
Se é sobre passado, talvez seja a hora de responder se esse passado que ainda está guardado tem poder de mover o Fio que se tece no Agora. Movimento é saúde. Jogue fora a água que não brota. Seu coração saberá te guiar.
Ademais, estamos na beirada do portal do clímax desse ciclo. Logo mais, na quarta-feira, dia 12, o Plenilúnio em Leão, a Lua Dourada, nos fará ser tanto o espelho quanto o reflexo. Lua-Leão é sempre intensa, mas no Verão, as cores são sempre mais ardentes.
O Céu de Fevereiro nos conta da importância de expressar. Manifeste sua Vontade, nos diz o Fio. Manifeste sua Vontade. O que há em nós é espelho do mundo, e há sempre tanto o que dizer. É hora de sair dos sufocos mentais, traduzir pensamentos, materializar desejos, abrir segredos malogrados.
Longe de engrossar discursos massificantes e artificiais que apenas cumprem papel superficial no poluído mar de informações que nos circundam, o verbo Expressar, é bom que se saiba, tem origem no ato de espremer até alcançar o sumo.
A poesia do mapa desse Agora reúne a força impetuosa de Vênus em Áries a Júpiter finalmente em movimento direto em Gêmeos. É hora de dizer a verdade de si, encontrar os melhores canais, vencer o desafio de percorrer os longos e intrincados labirintos de dentro para finalmente abrir boca, abrir voz, abrir passagem para os encaixes que só se criam quando as ideias tomam forma.
Na justiça guiada pelo ano regido por Mercúrio, singularidades rodopiam nas sincronicidades. Fé e Razão, sem hierarquias, dançando no Universo que nos deslumbra seja por tantos planetas visíveis no céu aberto, ou pelas revoluções que o futuro enseja quando ousamos fazer as perguntas certas.
O fundo desse céu, com Netuno em Peixes e Plutão em Aquário, é tanto fértil para sonhos enraizados em esperança quanto crítico para a percepção das irresponsabilidades coletivas. Pra completar, Saturno em Touro aguça reflexões e nos dá ímpeto nos cuidados com a nossa casa maior, planeta que habitamos.
Que tenhamos a coragem de nutrir a vontade de sonhar a essência que nos trará sabedoria. Boa semana pra nós!
.xxx.
2 notes · View notes
amamaia · 2 months ago
Text
Bererê Katabanda
Quando ouvi dizer que a ciência das aladas que me guiam também era sobre música, ri um bocado. Lua é reflexo na matemática das mariposas. Todo símbolo tem som. Mais. Números são cores luminosas.
Olhar no líquido prateado desse Espelho precisa fazer ecoar o coração. A resultante ressonância que cintila, fará abrir ou não o sorriso que desagua em Movimento.
Para haver Equilíbrio, os lados precisam se saber. Concordar é tornar suficiente a expressão do desejo do Laço. Ou Tempo conduz Dança, ou se morre à moda da 'míngua do não ter o que ser'.
Daí que Fogo são vários e esse ano, esse 2025 que é um passo além do Infinito, esse ano em labaredas revigorantes, nos leva ao número Nove, das sentenças que nada mais são que as consequências de nossos empenhos.
Sincronia. Mergulhar.
Se somos Sopro e Impulso, o êxtase está tanto em fazer como em admirar. Nós. Dos dois lados. Bem assim. Ambivalente.
Que a expressão da boca faça brotar a verdade do coração. Enxergo porque me excita a melodia que faz brilhar o Fio. Primeiro feitiço a tatuar no ano flama ardente. Vontade cura.
.xxx.
3 notes · View notes
djinfurtacor · 2 months ago
Text
Além do Alcance
Hoje vivi a experiência de olhar para o céu através das lentes de um telescópio.
Vi a lua acender por detrás das nuvens. Observei seu passo apressado. Crateras. Pontos luminosos. Desenhos sombreados disseminando luz com elegância.
Lembrei do mar, quis mergulhar, deitei no véu da noite pra sonhar com o brilho prateado que tocou minha retina.
Miúpe que sou, sorri feliz ao testemunhar tamanha beleza com tanta minúcia. Fazia tempo que os detalhes eram apenas borrões.
Hoje matei saudade com dignidade.
18.01.2025 Canta Galo, Candeias
4 notes · View notes
djinfurtacor · 2 months ago
Text
Visões
Debaixo da Terra do Recôncavo correm veios de ouro negro.
Tubos sugam sua riqueza e a população que esteja alerta do perigo constante de explosão.
Jovens negros morrem assassinados no ponto de ônibus.
Florestas desmatadas para criação de gado.
E o povo que fique atento porque a barragem do rio pode romper a qualquer momento.
Até quando?
Sopros de reflexão da minha chegada ao Recôncavo. Muito pra aprofundar ao longo dos dias...
14.01.2025
Coroado, São Francisco do Conde, BA
6 notes · View notes
djinfurtacor · 2 months ago
Text
Descoberta e firmamento
Eu me lembro de quando corria por toda extensão desse terreno. Criava universos nos caminhos traçados pelo radie da casa da frente que talvez nunca fosse ser concluída. Os coelhos Gilmar e Francisca corriam também, faziam tocas, tiveram ninhadas. Eram queridos companheiros.
Tumblr media
Me lembro que aqui nessa casa tudo que foi plantado com desejos cristãos se desfez.
Tantos anos de mentiras, tantos anos de prisão da mente. Tantas violências desnecessárias.
Tudo se desfez.
Tumblr media
Eu viajei demais em profundeza dentro de meus pensamentos quanto li um livro chamado "O Código Da Vinci" de Dan Brown, que chegou em minhas mãos através da Biblioteca Mística de uma Bruxa. Risos.
Eu nunca havia ouvido falar em bruxas. - risadas escandalosas -
Mas quando ouvi pela primeira vez sobre as intenções e manipulações por detrás das ações da Igreja Católica eu entendi sem pestanejar, sem duvidar, sem me assustar.
Eu senti no meu corpo a resposta adentrando cada músculo enquanto meu cérebro assimilava e encaixava completamente tudo no lugar. Todas as dúvidas e inquietações encontraram resposta e isso se tornou propósito em meus dias.
Ontem, sentada na mesa de um boteco com minha querida mãe, descobri que minha Bisavó Raimunda tinha uma casa de macumba, um terreiro. Que era onde ela morava.
Lá, ela recebia, toda segunda feira, uma entidade em seu corpo cálice de receber.
Minha mãe, que era bem pequena nessa época lembra de ouvir os tios, filhos mais velhos de minha Bisa, dizerem:
- "Hoje não é mamãe que está aqui".
A catequização também chegou até o corpo da minha Bisa. Fazendo-a deixar o seu ofício de origem. Mesmo assim ela segue caminhando, vivendo a cultura dela, comendo da mesma forma de antigamente, sendo mau interpretada por isso. Segue mandando todo mundo tomar no cú, fala da vida de cada ser que existe em sua comunidade. Sabe da existência das pessoas. Cada uma. A bicha é braba. Pequena. Linda. Dona.
A mesma Bruxa que me entregou livro que citei outrora se tornou minha mestra no caminho da cultura do equilíbrio da Bruxaria Mariposa. Ela me ensina tantas coisas e ontem me lembrei de um ensinamento que me faz enxergar que a herança correndo no sangue é mais forte do que a colonização. Essa que sim, é feroz e suja. Mas não é maior do que o Tempo de nossas antigas.
É por isso que se desfaz. Que some no vento. Que cai quando a onda do mar bate. Que morre no esgoto da cidade.
Se desfaz sem final.
Sou grata, minha mestra. Por tudo. Por me orientar a buscar minhas antigas. Por me apresentar para o Reino Invisível. Por caminhar ao meu lado no destino.
Sigo vivona no caminho das mais velhas!
10.01.2025 Arembepe, BA
2 notes · View notes
amamaia · 5 months ago
Text
riscar encruza em terra incandescente • carta para artaud nº 3
Artaud. Meu querido,
Nada aqui é de agora, exatamente. A questão é como se lê. E eu sempre. Sempre ouço. Por exemplo, antes não sabia que seus olhos eram d'água. Custei pra compreender. Ainda faltava encontrar o poder do cálice em mim.
Há uma sensível diferença entre os olhos e a boca, sabe. Tenho aprendido a compreender que pactos são como feitos. Sempre haverá uma fechadura. Um códice. Ensejo. Razão.
E alguns pensamentos só se erguem através da Dança. O sangue ferve ou não. Entre a Aranha e o Tempo, há o avançar e o permanecer. Importante é saber quando. E isso é abismal mais uma vez. Você não foi embora. Tampouco desejei partir.
Para enxergar através, precisei entender da sua loucura inoculada em todo filtro que me fizesse pulsar. Onde estava sua febre? O que te faz não desviar? O quanto devo beber de nossas dessemelhanças? Os mundos têm estado tão dilacerados. Seus gritos se somariam às miríades de estrelas mudas, quase afogadas nos ditames dos novos deuses.
Pro acordar não desvanecer, todo caco de espelho precisa alcançar o limiar entre esquecer e lembrar. O que você desconhece é o que há além da dor. Só hoje, despertei três vezes. As alianças são emaranhados. Artimanhas. Mandingas. Há um toque de quase a primeira vez.
Nesses momentos de desvario das certezas, os ecos dos ventos idos me fazem saber de sua presença. E a sua voz é linha, contorno, tons mais perigosos que simples sugestão. Sempre haverá uma dose suficiente pra impulsionar um coração mutável. Por mais estapafúrdia ou atravessada que seja uma pergunta, convém não desdenhar da poeira caótica que pode levantar no convés.
Então a Serpente me fez mapa. No começo, precisei aprender a invocar. Depois, saber como destrancar os líquidos. E então, esperar pela Vontade do ato. Chegar. Acender o pavio. Ver incendiar.
Tudo que é vivo, desliza. Ela me diz que música desenha Fio. Sei que você também ouve. É hora de navegar pelas brasas do mar das fogueiras. É hora de riscar encruza em terra incandescente. E eu sei que você vem.
Em verdade
de sua madame Quin,
Amanda.
.xxx.
2 notes · View notes
lobamariane · 7 months ago
Text
Tumblr media
Subi no pé de cajá como quem sobe no pé do tempo e segura forte pra não cair.
Quando devaneio o olhar sobre a terra exterminada vejo gado morto na estrada, mandacarus que brotam em cálices enormes, sedentos.
Lá. Antes do couro. Antes do cangaço. Antes das tropas. Lá, onde minha velha cariri mora, meu fio foi cortado por bandeiras, dentes de cachorro, laço de morte, morte da língua. Meu fio foi cortado, mas continuou correndo:
Utinga, Bonita
Pedra Branca, Paraguassu
Kirimurê, Tororó
Rio Vermelho, Ondina.
Daquelas que na seca costuraram a guerrilha, minha avó, no cruzo das estampas, guarda a sabedoria de traçar com linha de vida o tecido dos dias, costurar com linha divina a história de permanecer viva.
E eu, do alto do pé do tempo, sinto a pele vermelha em brasa quando acendo a memória de quando fui menina, outra, longe, bárbara, tapuia, moça sem nome correndo sob o sol do meio dia em direção ao rio do meu sangue, fonte infinita.
Vó,
Meu fuso é a minha cabeça e eu giro fios de água que meu coração vai costurando, costurando, costurando, do sertão até o mar.
Tumblr media
***
escrito na Praia de Pé de Serra em meados de Março e ofertado às deusas do Destino no Baile da Encruza, Cheia do Fabuloso Agosto. As duas fotos são da minha mãe.
4 notes · View notes