#benéfico
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unspokenmantra · 6 months ago
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Utilidade pública.
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anadelacalle · 1 year ago
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El uso del lenguaje: transformación o destrucción.
La palabra, ese privilegio humano, una vez dicha se filtra por los oídos del otro, mas no es la fonética lo único que alerta la facultad de comprender del receptor, sino el significado. Es éste el que procesado y revelado tiene un poder transformador. O sea, el lenguaje funciona como una catapulta hacia la modificación. Lo dicho no queda en el vacío; altera y rompe el curso de los…
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mr-cactis · 1 year ago
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Ignorando a versão gakuen dele porque eu odeio aquilo
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inplateaus · 1 year ago
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its really sad that smoking is bad for you :/
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12endigital · 21 days ago
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Virtuós Mediterráni ofrece "GABRIEL FAURÉ, 100 Años de Inspiradora Trascendencia" en homenaje a las víctimas de la DANA
Hoy más que nunca nuestro espíritu necesita espacios de reflexión y paz. Es por eso que hemos decidido seguir adelante respetuosamente con nuestro segundo concierto de temporada donde elevaremos nuestras notas en homenaje a las víctimas de la DANA.  Te invitamos a acompañarnos. La cita será el próximo 7 de Noviembre a las 20:30h en el Real Liceo Casino de Alicante y se trata de un concierto…
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sonsofks · 10 months ago
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SpecialEffect Invita a Gamers a Sumarse al Espectáculo Benéfico Anual de Juegos, GameBlast24
¡Prepárate para el Fin de Semana de Juegos Benéficos Más Increíble del Año! La organización benéfica de gamers, SpecialEffect, extiende una cordial invitación a gamers de todo el mundo para unirse a la creciente comunidad de streamers, creadores y estudios de videojuegos que ya se han inscrito para GameBlast24 durante el fin de semana del 23 al 25 de febrero. Catalogado como ‘la mejor razón para…
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mundo-sem-pirralhos · 11 months ago
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Mesmo na natureza o ritual forçado da procriação parece encontrar algumas barreiras e restou a somente nos homo sapiens o dever de exalta-la diariamente como algo benefico. igual acontece nos humanos imb33cis ksksks, as mulheres e os homens ficam assim, minha mae é prova viva sksks.. e minha vó.. e todas outras tbm mulheres do mundo, nao tem nada de bom parir, e sim só estraga vida de outros seres e delas tbm.. ainda bem q cortamos esse mal da vida pela raiz.. Para o polvo, o seu principal propósito de vida é procriar, sendo que assim que tal objetivo é concluído, sua memória morre. Se a fêmea se demonstrar então receptiva, o macho avança introduzindo o hectocótilo no sifão desta. Após todo este demorado ritual de acasalamento, cada um segue uma vez mais o seu caminho, ficando quer o macho quer a fêmea num estado de demência.
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importedproductbrasil · 1 year ago
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O que são Shots Bebida Concentrada?
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ulisesbarreiro · 2 years ago
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Colección de NFTs "OG Sim Collection" que vende Token MITHR con fines benéficos...
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demujeresblog · 2 years ago
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Conferencia de Prensa de la XX Versión del Torneo de Golf Benéfico Fundación Infantil Ronald McDonald
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afinidade082323 · 17 days ago
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🍂..... A verdade é que nunca sabemos o lugar que ocupamos na vida das pessoas, uma hora parecemos importantes, outra hora parecemos um tanto faz, devemos entender que a vida é feita de ciclos. Precisa-se criar empatia pelo próximo. Isso melhora nossa saúde física e mental psicológica é disso que o mundo precisa: pessoas saudavelmente amadas e felizes, capazes de fazer o outro feliz! Todo mundo ri, chora, brinca, falha e se decepciona; fica triste e feliz. Seja como for, todos estamos sujeitos porque somos ser humano, e um pouquinho de amor, se praticado todos os dias, é benéfico para todos. Às vezes, estamos apenas cercados de pessoas, mas ainda muito solitários. Algumas coisas não nos cabe reprovar ou punir, apenas compreender.
AminaMohammed
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anadelacalle · 9 months ago
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Reencuentros entre quien fue profesor y quien fue el alumno.
Los reencuentros pueden producirse por casualidad o, en la mayoría de las ocasiones, porque una persona busca a la otra. Las redes sociales son hoy fuente de muchos de esos reencuentros porque nos permiten rastreos de aquellas personas que formaron parte de nuestra vida -en esa variedad de formas de relación que se dan- en un momento. Nos las hemos olvidado, han quedado diferenciadas en nuestra…
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crispybeomgyu · 2 months ago
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Dieta do ovo de 5 dias - 4 quilos.
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Olá Queridas !
Mais uma dieta que estou fazendo e quero compartilhar com vocês :) A original é da querida @bonesanna (uma dyva viu) e quis adaptar à minha realidade com restrição de carnes.
A dieta do ovo é um regime alimentar de curto prazo que se concentra no consumo de ovos como principal fonte de proteína, com o objetivo de promover a perda de peso. Ela é baseada no conceito de reduzir significativamente o consumo de calorias enquanto se mantém uma alta ingestão de proteínas, o que ajuda a preservar a massa muscular e a aumentar a sensação de saciedade.
Ok L, mas por quê funciona?
Termogênese e metabolismo: Proteínas como as dos ovos exigem mais energia para serem digeridas e metabolizadas, o que pode aumentar o gasto calórico do corpo. Saciedade: O alto teor de proteínas ajuda a controlar o apetite, o que pode levar à ingestão de menos calorias ao longo do dia. Déficit calórico: O principal mecanismo de perda de peso é o déficit calórico (consumir menos calorias do que o corpo gasta). A dieta do ovo facilita isso devido às porções controladas e ao baixo consumo de calorias.
Por quê incluir o leite de Soja e não o de vaca?
Menor quantidade de calorias O leite de soja normalmente contém menos calorias do que o leite de vaca integral, sendo uma opção interessante para quem está tentando reduzir a ingestão calórica. Isso ajuda a manter o déficit calórico necessário para a perda de peso.
Fonte de proteína vegetal Assim como os ovos são uma fonte excelente de proteína animal, o leite de soja fornece proteínas vegetais, o que é ótimo para equilibrar sua dieta e incluir fontes mais diversificadas de proteínas. Ele contém todos os aminoácidos essenciais, tornando-o uma proteína completa.
Baixo teor de gordura saturada O leite de soja tem baixo teor de gordura saturada em comparação com o leite de vaca, que pode conter gorduras saturadas em quantidades mais elevadas (especialmente na versão integral). Reduzir o consumo de gorduras saturadas é benéfico para a saúde cardiovascular e pode ajudar no controle do colesterol.
Bom para quem busca uma alimentação mais vegana ou vegetariana Querendo ou não, adicionar leite de soja à sua dieta é um passo em direção a uma alimentação mais vegetariana ou vegana, o que pode ser benéfico para reduzir o consumo de produtos de origem animal e contribuir para a sustentabilidade ambiental.
Videos do Youtube com inspirações:
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Marcações:
@mikumiya , @kitoolv , @mymalluu , @lizzystan (dyvas)
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borboletinhanix · 2 months ago
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Coisinhas extras que vão fazer você emagrecer mais rápido.
Estresse. Sim, o estresse faz você engordar. Sabendo disso, trouxe dicas que ajudam a aliviar o estresse.
1 correr, correr alivia o estresse e libera endorfina (hormônio da felicidade.)
2 caminhar, caminhar ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade.
3 dançar, além de ser uma ótima forma de praticar exercícios, ajuda a aliviar o estresse.
4 alongamentos, alongamentos além de deixar o corpo alinhado, ajudar com dores e tensão muscular, também ajuda a aliviar o estresse.
A falta de sono é um dos principais dificultores do emagrecimento.
Dormir é muito importante! Mas não adianta dormir durante o dia não. Tem que ser durante a noite!
O sono noturno é muito mais benéfico, já o sono diurno não faz tão bem assim... Mas ainda assim é melhor do que ficar sem dormir.
Tá comendo rápido e quer ser pele e ossos? Não, euem. Tem que comer devagarinho.
Quando você come mais devagar te dá mais saciedade, além de fazer você sentir o gosto melhor.
Se você mastigar tempo o bastante, irá ficar com nojo da consistência e irá parar de comer. (Recomendo fazer isso quando já tiver comido metade do seu alimento, aí começa a mastigar bem devagarinho por muito, muito tempo.)
Quer ser magra como se não faz o mínimo que é se hidratar?
Beber água é extremamente importante no processo de emagrecimento! Digo, você irá manter seus órgãos funcionando direitinho, irá ajudar a regular seu intestino, é ótimo para celulite, evitar estrias e flacidez! Sem falar que deixa a pele linda e hidratada!
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12endigital · 4 months ago
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La Sala Euterpe acoge este sábado el concierto benéfico de MARTIZ a favor de Operation International
Este sábado 3 de agosto a las 21h, tendrá lugar en Sala Euterpe ubicada en Sant Joan d’Alacante, un concierto benéfico del grupo alicantino MARTIZ. El dinero íntegro de la entrada irá destinado a la ONG Operation International. Esta organización formada por un grupo de profesionales sanitarios voluntarios con inquietud y ganas de ayudar a los que lo necesitan, tiene la misión de mejorar los…
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1dpreferencesbr · 13 days ago
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Imagine Harry Styles
Eu sei que não apareço aqui há quase um ano. Mas senti falta de vocês.
Originalmente, esse imagine foi postado no meu instagram com um membro do BTS e adaptei pra trazer pra cá. Espero que gostem ^^
Contagem de palavras: +8k
Encaro o relógio na tela do meu celular pela quarta vez, suspirando e lutando contra as malditas lágrimas que insistem em se formar nos meus olhos.
Ouço o barulho da porta se abrindo, e logo o som de passos desajeitados preenchem todo o lugar. 
Eu permaneço no sofá, sequer me mexo. 
— Querida? — Fecho os olhos ao ouvir a voz do meu marido. 
Eu me viro, encarando o homem com o terno amarrotado e a gravata torta. Harry me oferece um sorriso bêbado enquanto tenta empurrar os sapatos para fora dos pés, quase caindo no processo. Eu suspiro e me aproximo dele. 
Apoio seu corpo alto e pesado no meu. Seu braço longo fica sobre os meus ombros e nós caminhamos em direção à suíte. 
— Me desculpa. — Ele fala baixo, as palavras emboladas como se a língua fosse maior que o normal. — Eu precisei ir para um jantar da empresa e perdi o seu aniversário. — Harry lamenta. 
Um sorriso bobo se forma em meus lábios. 
Bom, pelo menos ele havia se lembrado. 
— Não tem problema. — Eu digo, terminando de desatar o nó de sua gravata. — Por quê bebeu tanto? — Bufo, fingindo estar brava. 
Eu sabia como Styles era fraco para bebida. Uma taça de vinho era o suficiente para deixá-lo com as bochechas vermelhas e o sorriso solto. Mas o cheiro forte de álcool deixava claro que ele havia bebido muito mais do que uma taça de vinho. 
— Vou recompensar você. — Ele diz, depois que eu retiro seu paletó. Harry ergue as mãos grandes, segurando minhas duas bochechas. Seus olhos estão quase fechados, as bochechas muito vermelhas. — Feliz aniversário, querida. 
— Obrigado, H. 
O meu coração bate forte.
E, para a minha surpresa, Harry puxa o meu rosto em direção ao seu.
Seus lábios cheios e macios tocam os meus, me fazendo arregalar os olhos antes de fechar. 
O primeiro e último beijo que trocamos fora a dois anos, no dia em que dissemos sim em frente ao juiz de paz. 
Nosso casamento não passava de um contrato, benéfico para nós dois. Harry precisava do dinheiro da minha família, eu precisava de liberdade. 
Depois de uma longa e sincera conversa durante o jantar de noivado, decidimos seguir em frente. 
Começamos com uma amizade. Harry era educado, gentil e sensível. Sempre me tratando com muito respeito. 
O grande problema foi quando meu coração começou a confundir as coisas. E eu acabei irremediavelmente apaixonada pelo meu marido. 
Me contentei com a amizade de Styles. Fazendo o meu melhor para esconder os sentimentos que cada vez mais se tornavam mais fortes.
A cada sorriso que ele me dirigia, cada mínimo elogio educado. Meu coração batia como louco. O frio na barriga me atingia e eu conseguia ficar ainda mais boba por ele. 
Solto um suspiro quando a língua quente toca meu lábio inferior. 
Harry me puxa para mais perto, seus dedos se perdem no meu cabelo.
Nosso primeiro beijo foi apenas um selar. E foram incontáveis as vezes que eu me perguntei como seria beijá-lo de verdade.
Mesmo que o sabor alcoólico fosse forte, ainda era bom. Mesmo que o beijo demonstrasse desejo, ainda era delicado.
Seus lábios eram quentes e macios, sua língua afoita e curiosa, explorando cada partezinha da minha boca.
Meu coração batia tão forte que eu podia senti-lo retumbando em meus ouvidos. Minha pele inteira estava arrepiada.
O beijo foi quebrado com dezenas de selinhos e eu sorri como uma boba.
Harry sorriu de volta, passando o polegar em minha bochecha. 
E então disse as palavras que acabaram completamente com a minha ilusão e o fio de esperança ao qual me agarrei.
— Minha Helena… 
O meu sorriso se fechou, e quase pude ouvir o som do meu coração virando um amontoado de estilhaços. 
Harry caiu para trás na cama, em um sono profundo. 
Segurei o soluço que tentou escapar, mas as lágrimas já haviam começado a escorrer de forma vergonhosa.
Humilhada, ergui suas pernas até que estivessem sobre o colchão.Puxei sua coberta, estendendo sobre o corpo adormecido.
Olhei para ele uma última vez antes de sair do quarto, atravessando para a porta ao outro lado, que inicialmente seria um quarto de hóspedes, mas há dois anos, é o meu. 
Deitei na minha cama, abraçando com força um dos meus travesseiros e deixei meu choro dolorido escapar, tentando aliviar a dor em meu peito.
Harry não havia me beijado.
Em sua ilusão de bêbado era a ela quem estava beijando.
Helena, sua primeira esposa. Aquela que há três anos foi arrancada dos seus braços por um câncer agressivo.
Sequer consegui dormir.
Quando o celular despertou, tomei um banho rápido e usei maquiagem para esconder as olheiras e o nariz avermelhado pelo choro. 
Desci para a cozinha, começando a minha rotina.
Fazer o café da manhã para Harry era algo que me deixava feliz. Ele nunca poupava elogios, mesmo que o sabor da comida não fosse tão gostoso assim. 
Mas hoje, me limitei ao café preto e uma sopa de algas para ajudar com a provável ressaca dele. 
Servi o meu próprio café, fechando meus olhos ao beber o primeiro gole da bebida quente.
Ouvi os passos desajeitados na escadaria, assim como os resmungos que o homem soltava. 
— Bom dia. — Murmurou. 
— Bom dia, Harry. — Continuei de costas, querendo ao máximo evitar de olhar para ele. Mesmo com a maquiagem, sabia que ainda era possível ver os rastros do choro e da noite mal dormida. Além disso, Styles parecia ter o dom de me ler como se fosse um livro. Era observador e conseguia enxergar tranquilamente tudo que quisesse.
— Fiz ou falei alguma besteira ontem? — Pude ouvir quando ele pegou uma xícara, pronto para servir seu café.
Como uma idiota, me virei, segurando seu braço. 
Harry precisava se hidratar, comer alguma coisa antes de beber café ou acabaria passando mal. 
Seus olhos ficaram levemente arregalados, já que eu pouco interferia em qualquer coisa que ele fizesse. Assim como ele comigo. 
— Tome a sopa de algas primeiro. — Sugiro, soltando o seu braço e voltando a encarar a janela. 
— Tem certeza de que nada aconteceu ontem? — Ele questiona, passando por trás do meu corpo para se servir da sopa no fogão ao meu lado.
— Uhum.
— Hm, isso está uma delícia. — Ele fala, mesmo acabado da ressaca, com animação.
Não digo nada. Bebo mais um gole do meu café e jogo o restante na pia, deixando a xícara por ali para lavar depois. 
Ouço quando Harry solta um longo suspiro. Encostado na mesa, ele toma a sopa com calma, me olhando por cima da tigela.
— Está com muita dor? — Não consigo segurar em perguntar, preocupada com ele. 
— Um pouco. — Faz uma careta. 
— Tem remédio para dor de cabeça no armário do banheiro. — Tento sorrir. 
A conversa me faz sentir ainda pior. Mas, pelo menos, ele não se lembra de ontem. 
Decido sair da cozinha, mas antes que eu faça isso, sua mão grande segura o meu pulso, me mantendo no cômodo. 
— Eu fiz algo que magoou você, não foi? — Seus olhos castanhos me encaravam cheios de culpa, mesmo que sequer soubesse o motivo. — Pode me dizer. — Incentiva.
— Não é nada, Harry. — Garanto, forçando um sorriso. 
O inglês não parece acreditar nas minhas palavras, mas não sobram alternativas além de soltar o meu braço e me deixar sair da cozinha.
Pelo resto da manhã, me mantenho dentro do meu quarto. Deito na cama novamente e finalmente o cansaço me vence. 
Acabo caindo em um sono pesado, tão cansada que sequer sonho. 
Acordo com uma mão grande balançando de leve o meu ombro. 
— S\N. — A voz de Harry soa baixinha. Abro meus olhos, resmungando por ser acordada. Ele me dá um sorriso de lado. — Venha almoçar. 
Arregalo os olhos. 
Harry cozinhou? 
Olho para o relógio do meu celular, sem conseguir entender como uma soneca acabou durando quase 5 horas. 
— Você não deveria estar no escritório? — Pergunto ainda um pouco perdida. 
— Decidi tirar folga hoje. — Ele sorri mais uma vez, se levantando. 
Coloco a mão sobre a boca, tentando segurar a risada.
Como Harry estava abaixado ao lado da cama, não consegui prestar atenção em sua roupa. Mas agora, é quase impossível não rir ao ver o homem de quase 1,80 usando meu avental de cozinha. Decorado com coraçõezinhos e adornado por um babado embaixo. 
— Não ria. — Ele coloca a mão sobre o peito, como se estivesse mortalmente ofendido. O que, obviamente, me faz rir alto. — Vem. — Estende a mão, praticamente me arrastando para fora da cama. 
Suas mãos vão para os meus ombros, me empurrando para fora do quarto. 
Ainda estou sonolenta, mas meu estômago revira de fome e minha boca saliva assim que chegamos no andar de baixo e o cheiro da comida perfuma o lugar inteiro. 
— Você fez tudo isso? — Falo surpresa com a quantidade de pratos disposta na mesa.
— Duvidando dos meus dotes culinários, senhora Styles? — Ele pergunta erguendo uma sobrancelha, puxando uma cadeira e me fazendo sentar.
Senhora Styles. 
Não é a primeira vez que ele me chama assim, sempre com a entonação de brincadeira. 
— Estou faminta. — Mudo de assunto. 
Harry senta à minha frente, sem tirar o avental. Olho para todos aqueles pratos, tentando decidir o que comer primeiro.
Na verdade, eu estava apenas provocando ele. Sabia muito bem do talento de Harry na cozinha. 
Porém, com a rotina cansativa no escritório, eu acabei ficando com a responsabilidade da comida e da arrumação da casa.
Não era algo que me incomodava, mais de uma vez o inglês ofereceu contratar alguém para me ajudar. 
Mas eu gostava de manter as coisas do meu jeito. 
— Estou pensando em voltar para a faculdade. — Falo de repente. Harry ergue os olhos, a boca tão cheia de comida que suas bochechas ficam infladas. 
— Sério? — Pergunta colocando a mão na frente da boca. 
— Acha uma ideia ruim? — Pergunto. 
Eu precisei trancar a faculdade de design por conta do casamento. Mais uma das exigências do meu pai. 
— De forma alguma. — Ele nega com a cabeça. — Eu acho ótimo, S/N. — Sorri. — Está gostando da comida?
— Está tudo uma delícia. — Falo com sinceridade. — Por quê decidiu cozinhar tanto? 
— Queria me desculpar com você… — Meu corpo trava. — Ontem acabei me esquecendo do seu aniversário. — Harry suspira. — Me desculpe por isso, S/N. 
— Está tudo bem. — Eu afirmo, mesmo que não seja 100% verdade. 
Nos dias em que se seguiram, eu me concentrei em voltar para a faculdade. Consegui destravar minha matrícula e voltei às aulas. 
A primeira semana passou voando e por dias inteiros quase não vi o meu marido. 
O que era bom. 
Esse era o primeiro passo para esquecer esse amor unilateral. 
Eu precisava me dedicar a esquecê-lo, e enfiar a cabeça nos livros, correr atrás de prazos de trabalhos e provas seria o ideal para tirá-lo da minha cabeça e do meu coração.
Preciso me convencer de que a amizade que temos é tudo que Harry pode me oferecer. 
Mesmo que eu me lembre de seus lábios contra os meus cada vez que feche os olhos.
Harry
Solto um suspiro baixo, sentindo meus olhos arderem depois de revisar mais de cinquenta relatórios. Encaro a foto de Helena sobre a minha mesa, sentindo o mesmo sentimento de melancolia de sempre. 
Era difícil saber que voltaria para casa agora e não seria recebido por seu sorriso ou suas piadas ruins. 
Por mais que morar com S/N não fosse necessariamente ruim, ela não era Helena. 
A minha Helena. 
— Já vai? — Brad pergunta quando eu saio da minha sala. 
Além de amigo de longa data, ele é meu secretário. 
Está comigo há anos e é um dos poucos em quem confio plenamente. 
— Sim. — Resmungo. — Você pode ir também. 
— Pensou sobre o que conversamos? — Ele diz quando entramos no elevador. 
— Eu não preciso de terapia, Brad. — Reclamo, revirando os olhos. Há dias ele vem falando nesse mesmo assunto. 
— É óbvio que precisa, Harry. Você precisa superar. 
— Isso não vai acontecer nunca. — Bufo. — Helena é a minha esposa! 
— Era. — Brad segura o meu braço, me fazendo olhar para o seu rosto calmo. — Me desculpe, irmão. Mas, pessoas morrem o tempo inteiro. 
— Não diga isso. — Eu viro o rosto, evitando encará-lo. 
— É a verdade. E você está perdendo uma oportunidade incrível, sabe disso, não sabe? 
A tal oportunidade incrível é o fato de eu ser casado com S/N. 
Desde que confessei a ele que tive um sonho estranho onde beijava a minha esposa, o mais novo insiste que eu estou me apaixonando por ela. 
O que não é verdade. 
Eu estava bêbado, S/N cuidou de mim e o sonho se misturou com a realidade. 
Apenas isso. 
Me despeço do mais novo, entrando no meu carro.
Dirijo com calma pelas ruas de Seul, soltando alguns suspiros. 
Eu não queria dar o braço a torcer e recorrer à terapia para conseguir viver a minha vida. Mas, Brad estava certo em alguns pontos. 
Eu não aproveitava mais nada. Tudo de bom que me aconteceu nos últimos anos, cada conquista. Simplesmente não consegui me sentir feliz por isso. 
Me sentia, de certa forma, culpado por seguir vivendo quando Helena não estava mais aqui. 
E por mais que eu soubesse que essa não era a vida que ela queria para mim, perder o amor da minha vida matou algo no meu coração. 
Quando Helena se foi, ela levou uma grande parte do homem que um dia eu fui. 
Estaciono na garagem espaçosa.
Assim que coloco os pés em casa, me livro da gravata irritante. 
— S\N? — Chamo baixinho ao ver a garota na sala, sem querer assustá-la. 
Mas, ela sequer se mexeu. 
Me aproximei com cautela. 
S\N estava com os braços sobre a mesinha de centro, o rosto apoiado em um deles e os olhos fechados em um sono profundo. Seus livros e cadernos estavam espalhados por todo o lado e ela parecia realmente cansada. 
Quase não a vi desde que voltou a vida acadêmica. Os nossos horários não batiam, e para falar a verdade, eu não me esforçava para encontrá-la.
Mesmo que não quisesse admitir, desde aquele maldito sonho, eu venho me perguntando como seria beijá-la de verdade. 
Me pego admirando seus traços. 
Mesmo adormecida naquela posição desconfortável, com os lábios levemente entreabertos, e olheiras fundas, ela é bonita.
Nunca neguei a beleza de S\N. Precisaria ser cego para tal ato. 
— S\N? — Chamo baixo. Ela franze as sobrancelhas, mas segue dormindo.
Deve realmente estar exausta. 
Com cuidado, pego seu corpo no colo. 
A garota deita a cabeça em meu ombro, respira pesado e abre um sorriso quase mínimo. Carrego minha esposa até seu quarto, a coloco de forma confortável na cama e pego uma das cobertas dobradas no armário para cobrí-la. 
A olho mais um momento antes de sair, fechando a porta atrás de mim. 
Deixo seus livros e cadernos exatamente onde estão, temendo guardá-los em algum lugar errado e estragando sua linha de raciocínio durante os estudos. 
Vou para a cozinha, sentindo meu estômago reclamar.
Grudado no microondas há um bilhete, um post-it igual aos que estavam grudados nos livros de S\N.
“Seu jantar está pronto! Aqueça por dois minutos e depois descanse! Está trabalhando demais ;)”
Eu sorrio, guardando o papelzinho em meu bolso e apertando os botões de tempo do eletrodoméstico. 
Mesmo com a rotina cansativa de estudos, S\N ainda se preocupava com a minha alimentação.
O que me deixa ainda mais culpado. 
Ela merece mais do que um casamento por conveniência. 
É uma mulher incrível e uma ótima amiga. 
Merece alguém que a ame e cuide dela. 
Eu não sou esse homem. E saber que ela estará presa a mim pelos próximos três anos de contrato me deixa cada vez mais culpado. 
Depois de comer a comida deliciosa, tomo um banho e vou para meu quarto.
Desejando sonhar com minha Helena antes de dormir.
Fazia muito tempo que ela já não povoava mais os meus pensamentos. 
Acordo ao ouvir barulho vindo da cozinha.
Saio da cama, desço as escadas e sinto meu corpo travar ao ver S\N. Ela está de costas, colocando água no filtro de café. Veste apenas uma camisa grande como pijama, seus cabelos presos em um coque desajeitado. 
Eu já a vi assim antes.
Mas nunca teve tanto efeito em mim. 
Ela parece notar minha presença, vira o rosto e me oferece um sorriso.
— Bom dia, H. 
Eu respiro fundo, sem conseguir entender o que está acontecendo comigo. 
Minha pele inteira está arrepiada, um calor insuportável me deixa inquieto.
Em passos largos atravesso a cozinha, sem conseguir mais segurar essa vontade. 
Seguro sua cintura com as minhas mãos. S\N arregala os olhos, mas não me afasta. 
Encaro seus lábios avermelhados, sentindo a minha própria boca formigar. 
Curvo o pescoço, fecho os olhos e solto um suspiro quando sinto o contato de seus lábios nos meus. 
S\N solta um gemido baixo, suas mãos tocam o meu peito e eu aprofundo ainda mais o contato. 
Passo um dos braços por baixo do seu corpo, erguendo-a e colocando-a sobre a bancada.
Desço minha boca, marcando sua pele cheirosa. 
Ela geme baixinho, joga a cabeça para trás. 
Enlouquecido. 
É assim que eu me sinto.
Completamente entorpecido por essa mulher. 
Infiltro as mãos por baixo da camisa enorme, apertando suas coxas entre os meus dedos. 
Meu corpo inteiro pede por ela, implora por ela. 
— H… — Ela geme, e me enlouquece ainda mais. 
— Eu quero tanto você. — Sussurro aquela verdade. S\N sorri para mim, com os lábios inchados pelos nossos beijos. 
— Eu sou sua. — Ela sussurra. 
Sua mão acaricia meu pau por cima da calça de moletom, me fazendo gemer.
Porra, eu preciso dessa mulher. Agora. 
Puxo minha camiseta para fora, e como se estivesse tão ansiosa por esse momento como eu, S\N empurra minha calça para baixo, junto da cueca. 
Eu suspiro, hipnotizado quando ela puxa a barra da própria camiseta para fora. 
Enrolo o braço em sua cintura, puxado-a mais para a beirada da bancada. Ataco sua boca gostosa, arrasto a calcinha fina para o lado e encaixo meu pau em sua entrada quente e úmida. 
Ela solta um gemido alto contra meus lábios quando embalo o corpo para a frente. 
A sensação é indescritível. 
Eu gemo, aperto sua pele em minhas mãos e começo a me mover cada vez mais rápido. 
S\N geme o meu nome, joga a cabeça para trás e segura meus ombros. 
Subo uma das mãos, apertado um dos seus seios. 
Ela geme mais, aperta as pernas em volta da minha cintura e eu tenho certeza de que estou perto de gozar. 
Sua boceta quente me aperta, e eu meto com ainda mais força.
O barulho do choque dos nossos corpos preenche a cozinha.
Minha pele se arrepia, a sensação do orgasmo próximo me enlouquece e eu grudo sua boca na minha mais uma vez.
Perto. Muito perto. 
Me sento na cama. 
Assustado.
Respirando de forma desregulada.
Totalmente suado. 
Olho ao redor do meu quarto vazio, tentando entender o que está acontecendo.
Ergo a coberta, encarando a minha cueca completamente suja e o meu pau ainda endurecido como pedra.
Não. Não. Não. Não. 
Isso não pode estar acontecendo. 
Eu tive a porra de um sonho erótico com S\N? 
Ainda assustado e me sentindo um completo maníaco, saio da cama.
Entro embaixo do chuveiro gelado, fechando meus olhos com forço e fazendo o meu melhor para esquecer esse maldito sonho. 
Já estou atrasado para chegar no escritório quando finalmente a água fria consegue acabar com a minha ereção. 
Me visto com um terno e desço as escadas. Decido pegar uma fruta para comer no caminho e meu corpo trava na porta da cozinha.
S\N está na frente da bancada, fazendo café. Vestida exatamente como o meu sonho. 
— Bom dia, H. — Sorri. 
Meu coração dá um salto. 
E a minha calça fica mais apertada de repente. 
Eu me viro, praticamente fugindo daquela casa.
— Bom dia, H. — Brad fala assim que eu saio do elevador. — Bom dia. — Falo rápido, passando pela sua mesa como um foguete e entrando na minha sala.
Me sinto um adolescente na puberdade, não um homem de 30 anos de idade. 
Sento na minha mesa, esfrego as mãos no rosto e tento afastar aqueles pensamentos de mim. 
Duas batidas na porta me fazem suspirar e eu mando que Brad entre.
— Tudo bem? — Ele pergunta com uma sobrancelha erguida. Eu assinto com a cabeça, sem encará-lo, até ouvir a risadinha que o mais novo soltou. — Sonhou com ela de novo, não foi? — Debocha.
— Brad…
— Qual é, H. Não tem nada de errado em desejar a sua esposa. — Ele senta na cadeira do outro lado da mesa, cruzando as pernas. 
— Eu não desejo ela! — Minto. — Helena é a minha esposa. A única mulher que eu vou desejar nessa vida. 
— Você é um cabeça dura. — Ele suspira. — Já pensou sobre a terapia? 
— De novo isso? 
— Sim, de novo. Eu estou preocupado com você, Harry. 
— Está tudo bem comigo. — Argumento. 
— Não, não está. — Ele nega com a cabeça. — Por favor, pelo menos tente. Se não gostar da experiência, não vou mais insistir. 
— Me dá a sua palavra?
— Sabe que sim.
— Marque a maldita sessão. — Resmungo. 
Brad abre um sorriso grande e sai da minha sala. 
Durante o resto do dia me pego perdido em pensamentos, sem conseguir me concentrar em mais nada.
Minha mente fica passando e repassando as cenas em meu sonhos.
Eu me sinto um lixo.
S\N nunca me deu entrada alguma. Ter esse tipo de sonho com ela é algo nojento. E eu me sinto sujo.
Além de me sentir a porra de um traidor, desejando outra mulher que não a minha Helena. 
Passo a fugir ainda mais de S\N. 
Saindo mais cedo e voltando ainda mais tarde.
Sem encontrá-la por alguns dias. 
Nosso contato é basicamente algumas mensagens e nada mais. 
O que em nada acalma a porra da confusão que se forma em mim. 
Além de seguir tendo sonhos cada vez mais sujos com ela, eu me pego sentindo sua falta.
Sentindo falta dos nossos cafés da manhã tranquilos, dos jantares divertidos e principalmente da companhia dela. 
Dois meses depois…
— Como está hoje, Harry? — Kwan, meu terapeuta, pergunta.
Eu acabei gostando da experiência depois da primeira sessão. Ter alguém, que não me julgava, para desabafar era bom. 
Por quase várias horas contei a ele toda a minha história. Como minha infância foi solitária e meus pais trabalhavam demais para prestar atenção em mim e no meu irmão mais velho. Como a adolescência foi ainda pior e eu não passava de um garoto confuso e carente de atenção. Como eu conheci, me apaixonei e perdi Helena. 
E então, como S\N entrou na minha vida. 
Nos primeiros dias, me senti receoso de contar a ele sobre o contrato. Não era exatamente uma coisa legal. 
Mas, depois de algumas sessões, me senti mais confortável para dizer.
Para a minha surpresa, essa prática ainda era comum entre as famílias ricas da Coreia. Algo horrível, na minha opinião. 
Com certeza, não eram todos que tinham a sorte de encontrar alguém tão incrível e compreensiva quanto a minha esposa. 
Contei também sobre os sonhos.
Kwan, dividia a mesma opinião de Brad. Acreditava que eu estava me apaixonando por S\N. 
Mas, eu segui negando. 
— Estou bem. — Respondo abrindo um sorriso. 
— E então, algum avanço essa semana? — Ele pergunta, cruzando as pernas e ajeitando a posição em sua poltrona. 
— O mesmo de sempre. — Dou de ombros. 
Kwan se refere ao fato de eu continuar fugindo de S\N dentro da nossa casa. 
Por mais que agora eu a veja mais do que no inicio da minha fuga idiota, ainda faço o meu melhor para não acabar trombando com a garota pelas manhãs, quando ela está com pijamas curtos. Ou à noite, quando está linda. 
Minha fuga não é tão difícil, já que S\N está se dedicando à faculdade, quase não tendo tempo algum. 
Nos últimos dois meses, jantamos juntos apenas duas vezes, ambas em restaurantes, com os meus pais. 
Fora isso, combinamos quem faria o jantar e deixaria o suficiente para o outro.
— Ainda sente que está traindo Helena? — Kwan pergunta. Ele fez esse mesmo questionamento há algumas semanas, e a resposta foi positiva. 
— Não. — O terapeuta sorri.
— Como chegou a esta conclusão? 
— Eu fui ao cemitério. Conversei com Helena. — Cocei meu queixo. — Foi uma conversa difícil. 
Deixei as flores no pequeno vaso de plantas, juntei as mãos e fechei os olhos. Fiz uma prece breve antes de suspirar e finalmente encarar a foto de Helena na lápide. 
Não tive coragem de voltar aqui desde o dia em que minha Helena começou seu descanso. 
Na foto ela sorri, radiante. Antes do câncer que a deixou tão debilitada. 
— Faz muito tempo, não é? — Sussurro. Eu suspiro, sabendo que não haverá uma resposta, mas, esperando que de alguma forma, ela me ouça de onde esteja. — Desculpe demorar tanto, meu amor. Eu realmente fiquei perdido sem você, sabia? — Fungo. O meu rosto já está banhado por lágrimas, meu peito pesado pela quantidade de coisas não ditas todos esses anos. — Eu sinto tanto a sua falta, minha Helena. — Tombo a cabeça para a frente, tocando sua foto com a minha testa e liberando todo aquele choro dolorido que guardei. — Eu me casei de novo, sabia? — Soluço. — Era para ser só um contrato. Mas… — Engulo meu choro, encarando o teto. — Mas ela é tão incrível. Você teria adorado a S\N. — Sorrio triste. — Ela é inteligente, é gentil, tem o maior coração que eu já vi. Ela não se importa com o meu coração machucado, me dá espaço para me curar… — Seco o meu rosto. — E eu tentei tanto evitar isso… queria tanto evitar me apaixonar por ela… mas eu não consegui, amor. — Choro. — Eu não consegui. 
Fecho os meus olhos, meu choro é alto, sacode o meu corpo inteiro. 
Ao mesmo tempo, é libertador. 
— Eu sei que você não gostaria de me ver triste… foi o que você disse antes de partir, não foi? Que seria o meu anjo. — Seco um pouco meu rosto com a manga da camisa. — Eu nem sei se ela sente algo por mim. — Rio sem muito humor. — Eu tenho agido como um idiota com ela. Quando nos conhecemos, foi você quem me conquistou. Dessa vez, vou tentar ganhar o coração dela. Me ajude, sim? — Fungo. — Me ajude a ser feliz, por favor. — Respiro fundo. — Sempre vou amar você, Helena. Mas, acho que o meu coração pertence à S\N agora. 
— Isso é ótimo, Harry. — Kwan fala, enquanto me oferece uma caixa de lenços, que eu aceito. — Então, acha que está apaixonado por S\N? 
— Acho que sim. — Admito em voz alta pela primeira vez. 
— E qual o seu próximo passo? 
— Conquistá-la. — Afirmo. 
Caminho em círculos pela sala de estar. 
Cheguei antes do horário antes, preparei um jantar gostoso e esperava poder jantar com S\N. 
Mas, já eram quase duas da manhã e nada da minha esposa chegar. 
Já havia ligado, mandado dezenas de mensagens. Nada. Nem uma resposta. 
Será que ela está com alguém? 
Quando tivemos a primeira conversa do contrato, eu não me opus que ela tivesse relacionamentos amorosos, desde que discretos.
Fake chat
E agora, estava me remoendo com as minhas próprias palavras. 
O som da fechadura chama a minha atenção e eu dou passos largos até a porta.
S\N está com um braço apoiado nos ombros de um cara que eu nunca vi.
— O que aconteceu? — Pergunto preocupado, me aproximado para tirá-la dos braços dele. 
— Nós saímos para beber, comemorar o final das provas. Mas, S\N acabou exagerando. — O homem diz, de forma culpada. 
— Certo, obrigado por trazê-la. Eu posso cuidar disso agora. 
Não quero ser ignorante com o garoto. Mas ainda me sinto incomodado em saber que S\N esteve perto dele estando tão alterada. 
O desconhecido faz uma reverência, saindo pelo corredor e eu fecho a porta. 
S\N abre os olhos de leve, suas bochechas estão muito vermelhas. Um sorriso preguiçoso se forma em sua boca. 
— Oi, H. Você está em casa. — Fala toda embolada, segurando o meu rosto dos dois lados. 
— Por quê bebeu tanto? — Reclamo, me abaixando para passar um braço por baixo de seus joelhos, pegando-a no colo.
— Estava comemorando. — Ela passa os braços em meus ombros e começa a balançar os pés enquanto eu a carrego até seu quarto. — Por quê chegou cedo? — Largo seu corpo sobre a cama e ela tomba a cabeça para o lado, me encarando com os olhos pesados. 
— Queria jantar com você. — Bufo. 
— Jantar comigo? — Ela ergue as sobrancelhas. — Você não janta em casa há uns dois meses. — Ela diz, fazendo um beicinho triste. 
Eu quero rir. 
Nunca havia visto S\N tão bêbada. E por mais que estivesse bravo pelo perigo que ela correu, precisava admitir que estava uma gracinha. 
— Eu sei. — Suspiro e me ajoelho à sua frente, começando a desamarrar o cadarço dos seus tênis. — Você me desculpa? 
— Eu sempre desculpo você. — Ela revira os olhos, me deixando levemente confuso. Tiro seus tênis e as meias, colocando no chão ao lado da cama. 
— Acha que consegue tomar um banho? 
— Não quero tomar banho, quero dormir. — Reclama, parecendo uma criança birrenta. 
— Vamos pelo menos tirar a maquiagem, hum? — Ofereço e ela afirma com a cabeça. Pego em sua mesa um pacote de lencinhos umedecidos e me sento ao seu lado na cama.
S\N fecha os olhos quando eu começo a passar o lenço com a maior delicadeza em sua pele. 
Meu coração acelera quando passo sobre seus lábios, sentindo minha boca secar por um momento. 
Ela abre os olhos lentamente, encara o meu rosto e suspira. 
— Haz? 
— Sim? 
Os olhinhos pequenos pela bebedeira fitam o meu rosto com atenção, ela solta um suspiro longo e um beicinho se forma em sua boca quando lágrimas grossas começam a se formar. Exatamente como uma criança pequena. 
Mas S/N não é uma criança. 
E eu definitivamente não sei lidar com uma mulher bêbada e chorona. 
— Ei, o que aconteceu? — Pergunto, usando meus polegares para afastar as lágrimas quentes que começam a escorrer. 
— Você pode — Soluça. — Me devolver? 
— Devolver o quê? — Digo ainda mais confuso. Não me lembro de ter pego nada que seja de S/N. 
— Ou pelo menos cuidar. — Ela continua, ignorando totalmente a minha confusão. — Eu sei que você não quer, então… — Ela suspira e olha para cima, tentando evitar o choro. — Então, devolve. — Me olha séria. 
— Eu não sei do que está falando, S/N. — Falo baixo, afastando mais lágrimas, o que só dá mais espaço para as novas que deslizam em sua pele. 
— Do meu coração. — Ela soluça. Eu arregalo os olhos. — Eu não quero mais amar você, Harry. Por favor, me devolve ele. — Ela joga a cabeça para a frente, seus ombros balançam com o choro e eu me desespero. 
— S/N… — Eu chamo, mas seu choro se torna mais alto. Mais sentido. 
Eu não vejo seu rosto, mas posso ver as lágrimas pingando em seu colo. 
O meu coração dói. 
Engulo o nó que se formou em minha garganta e ergo seu rosto pelo queixo. 
— Você me ama? — Sussurro. Ela balança a cabeça positivamente. — Por quê não me disse antes? — Com dois dedos afasto os fios insistentes do seu cabelo para trás da orelha, depois tento, mais uma vez, afastar as suas lágrimas. 
— Porque eu sei que você não me ama, Harry. — Lamenta. O meu coração aperta no peito e eu abro a boca para falar, mas uma das mãos pequenas me pega de surpresa, esmagando os meus lábios. — Você não sabe quantas vezes eu já quis ser a sua S/N. — Eu pisco algumas vezes. As duas palavras me atingem como socos. — Helena foi tão sortuda em ser sua. — Ela sussurra. 
Com cuidado, eu seguro a mão que está sobre a minha boca, tirando-a. S/N baixa a cabeça mais uma vez, mas eu não permito. 
Me aproximo mais na cama, me sentindo o ser mais desprezível que existe. 
Esse tempo todo, enquanto eu fugia dos meus próprios sentimentos. Não pensei nos dela. Não pensei que poderia estar machucando o seu coração. 
Seguro uma das suas bochechas, fazendo com que ela me olhe. 
Nossos olhos se encontram e o meu coração acelera em uma velocidade preocupante. 
Ela está bêbada. 
Está sensível. 
E eu sou um idiota por pensar em beijá-la nessa situação. 
Como um ímã, eu me aproximo, fecho os olhos e toco meu nariz com o seu. Espero que ela me empurre, me xingue. Mas isso não acontece. 
S/N ergue o queixo, deixando um selar leve e salgado pelas lágrimas. E então se afasta, colocando os dedos na minha boca mais uma vez. 
— S/N. — Ela diz, e eu ergo uma sobrancelha. — Não me chame pelo nome dela mais uma vez, Harry. 
Eu engasgo. 
S/N abre um sorriso triste e puxa as pernas para cima da cama, se deita de costas para mim.
— Pode sair do meu quarto, por favor? — Murmura baixinho. 
— Nós precisamos conversar. — É tudo que eu consigo dizer. 
— Não agora. 
Eu respeito a decisão dela. 
Além de estar atordoado demais para lidar com os meus próprios sentimentos. 
A minha boca arde pelo contato mínimo, meu coração segue batendo forte e eu sinto meu corpo pesado. 
Ignoro todo o jantar que preparei e vou diretamente para o meu quarto, me deitando na cama e encarando o teto branco. 
S/N me ajuda a chegar até a cama. Minha visão está turva por toda a bebida. 
Eu inalo o cheiro do cabelo dela e fecho os olhos. 
É gostoso. 
Ela me ajuda com a gravata e com o paletó. 
Suas bochechas estão vermelhas pelo esforço, e provavelmente pela irritação. Mas, mesmo assim, me trata com carinho. 
Ela é uma gracinha. 
— Feliz aniversário, querida. — Eu digo, olhando para os olhos tão bonitos da minha esposa. 
— Obrigado, H. — S/N sorri. 
Eu gosto do sorriso dela. Gosto muito. 
Puxo sua nuca, fazendo algo que apenas a bebida me dá coragem o suficiente de fazer. E beijo ela. 
S/N parece surpresa, mas retribui. 
Seu gosto é doce, o beijo é calmo e delicioso. E eu me perco nessa sensação. 
Nos separamos com sorrisos. 
Meu coração acelera, o álcool corre ainda mais solto, faz ainda mais efeito. 
As borboletas que eu pensei que nunca mais apareceriam, voam pela minha barriga. 
A sensação de estar apaixonado. 
Que eu achei que nunca mais sentiria. 
Uma pontinha de culpa me atinge. Eu não deveria fazer isso. Eu sou casado. Eu amo a…
— Minha Helena. 
O sorriso de S/N se fecha. Mas antes que eu possa dizer qualquer coisa, o sono me atinge e eu caio na cama. 
Sonhando com ela.
Com a minha S/N. 
Abro meus olhos, sentindo meu corpo inteiro suado e meu coração batendo em uma velocidade descomunal. 
Não foi um sonho. 
Meu beijo com S\N foi real. E eu fiz a maior das besteiras, chamando-a pelo nome de outra mulher. 
Olha para o relógio na mesa de cabeceira, quase nove da manhã. 
Será que ela já levantou? 
Saio do quarto, notando que a porta do quarto de S\N  está entreaberta. Bato, mas não obtenho resposta. Empurro a porta de leve, ouvindo o barulho de seu chuveiro. 
Decido fazer o café da manhã. 
Precisamos urgentemente conversar, colocar todas as cartas na mesa pela primeira vez esses dois anos de casamento. Mas eu sei que, se ela lembrar o que aconteceu na noite passada, não vai querer dizer nada. Além disso, ela precisa se alimentar e hidratar depois de beber tanto.
Assim como ela fez comigo, preparo uma sopa de algas. Faço também um chá, um café e deixo sobre a mesa um comprimido caso ela esteja com dor de cabeça. 
Poucos minutos depois, quando eu já estou terminando a minha xícara de café, S\N aparece na porta da cozinha. Veste um conjunto confortável de moletom lilás e seus cabelos estão úmidos. 
— Bom dia. — Eu digo. Ela me olha por menos do que um segundo antes de baixar a cabeça e murmurar uma resposta para o meu cumprimento.  — Fiz sopa de algas e chá pra você. — Aviso, já servindo a sopa na tigela. Largo a comida acompanhada de uma colher sobre a mesa. 
— Obrigado. — Ela diz baixo. 
— Está com dor? 
— Só um pouquinho. — Diz, tomando a primeira colher da sopa. Em nenhum momento ela me olha. Seus olhos permanecem baixos, assim como o seu tom de voz. E isso me dá a certeza de que ela lembra sobre tudo na noite passada. 
— Precisamos conversar, não acha? 
— Não podemos esquecer? — Ela resmunga. — Eu estava bêbada e…
— Você disse que me ama. — Corto sua desculpa, já sentindo meu coração acelerar com a ansiedade. — É verdade? 
— Harry… — Ela suspira. 
Eu acabo dando ouvidos à minha mente ansiosa. Largo minha xícara de café na pia e caminho até a mesa. Seguro o rosto de S\N, que finalmente me olha. Seus olhos estão arregalados e ela engole em seco. 
— É verdade? — Pergunto de novo. 
— Harry, por favor. — Lágrimas se juntam nos cantinhos dos seus olhos. 
— Me diga. — Eu peço. — Você me ama, S\N? 
Ela suspira, passa a pontinha da língua pelos lábios e assente. 
Um sorriso involuntário se forma em meus lábios e eu curvo o pescoço, tocando sua boca com a minha. 
Ouço seu suspiro surpreso e espero mais um pouco, deixando apenas selinhos leves antes de aprofundar o beijo. 
Empurro a língua com calma, sendo recebido de forma tímida. S\N coloca as mãos em meus ombros, mas não me empurra. Seus lábios macios e quentes acariciam os meus com delicadeza. 
Passo um dos braços em sua cintura, fazendo com que ela se erga do banco e sente sobre a mesa. Aperto meu corpo contra o seu, e o beijo já não é mais tão calmo e delicado assim. 
É mais afoito, mas desesperado. Minhas mãos passeiam por suas costas até chegar em sua nuca. 
Separo nossos lábios quando a necessidade de respirar se torna mais forte. 
Com a respiração desregulada, abro meus olhos para vê-la. 
S\N está tão abalada quanto eu, seus lábios inchados e os olhos cheios de incertezas. 
— Me desculpa. — Começo a dizer. — Eu não queria ter machucando você, S\N. — Me mantenho perto dela, ainda abraçando seu corpo e segurando sua nuca. — Eu deveria ter sido mais cauteloso com os seus sentimentos. 
— Eu não estou entendendo. — Ela murmura baixinho. 
— Eu lembro do nosso beijo no seu aniversário. — Ela arregala os olhos de leve. — Eu achei que tinha sido um sonho. — Suspiro. — Você não falou nada e eu me convenci que não havia acontecido de verdade. Mas só ontem eu percebi que foi verdade e que eu fui um idiota. — Ela me olha com atenção. — Eu não chamei você pelo nome de Helena. Enchi a cara aquela noite por me sentir culpado por não conseguir parar de pensar em você. — Admito. 
— O quê? 
— Eu me sentia culpado por começar a me apaixonar por você. — Suspiro. — Por isso eu praticamente fugi nessas últimas semanas. Eu queria me convencer de que não estava me apaixonando, mesmo que Brad e o meu terapeuta digam o contrário. 
— Terapeuta? — Ergue uma sobrancelha. 
— Temos muita coisa para conversar ainda. — Eu rio. — Mas o importante agora é: não vou devolver. — S\N franze as sobrancelhas. — O seu coração é meu, não vou devolver. 
As bochechas de S\N ficam vermelhas, ela abaixa a cabeça, escondendo o rosto em meu peito. Não consigo evitar a risada, fazendo um carinho leve em seus cabelos. 
— Eu estava bêbada, não pode usar minhas palavras contra mim. — Ela reclama, erguendo o rosto para me olhar, fazendo um beicinho com os lábios. Eu deixo um beijo ali, fazendo-a sorrir. — Está mesmo apaixonado por mim? 
— Totalmente. — Admito, apertando ela mais contra mim. 
— Acho que ainda estou sonhando. — Ela suspira, passando os braços em minha cintura, me abraçando de volta. Eu curvo o pescoço, mordendo sua bochecha de leve. — Ai! 
— Viu? Tá bem acordada, Senhora Styles. — Ela fica ainda mais vermelha, me fazendo rir. — Agora, tome o seu café da manhã. — Beijo sua bochecha. 
S\N
— O que acha de irmos embora? — Harry sussurra em meu ouvido. Seu braço está apoiado em minha cintura e já deve ser pelo menos a quinta vez que ele sugere de ir embora desde que chegamos à festa de aniversário de um dos maiores investidores da empresa. 
— Querido, chegamos há uma hora. — Relembro. 
— Eu sei. — Resmunga, ficando de frente agora, e segurando minha cintura com as duas mãos. — É pedir demais uma noite tranquila ao lado da minha esposa? Sem precisar ficar dando sorrisos falsos para um monte de gente chata? 
Harry é um bebê de 1,80. Aprendi isso no decorrer das últimas semanas, desde que o nosso casamento passou a ser verdadeiro. 
Bom, em algumas partes. 
Decidimos ir com calma, mesmo com o casamento, achamos melhor nos conhecermos e passar por todas as etapas que um casal normal passa. 
— Por favor. — Ele pede, fazendo um biquinho enorme com os lábios. Eu rio, deixo um selinho em seus lábios e me rendo, assentindo. 
Ele sorri, satisfeito e praticamente me arrasta até onde o aniversariante está, para nos despedirmos. 
Assim que chegamos em casa, seus braços rodeiam a minha cintura, seu corpo se encaixa ao meu por trás e ele distribui beijos leves em meu pescoço. 
— Cheirosa. — Elogia baixinho em meu ouvido, me arrepiando inteira. 
Mesmo com o avanço do nosso relacionamento, Harry e eu nunca passamos dos beijos. Sempre que a coisa esquentava um pouco mais, ele dava para trás. 
Eu não o pressionava, mesmo que precisasse tomar uma série de banhos frios e me satisfazer sozinha. Sabia que era um passo muito grande e queria que ele estivesse pronto para ser totalmente meu. 
— O que acha de assistirmos um filme, hum? — Sugiro. 
— Pode ser. — Ele concorda. 
— Vou tomar um banho então. — Me viro, deixando um selinho demorado em seus lábios antes de subir para o corredor de quartos. 
Ainda dormíamos separados, mesmo que de vez em quando, acabassemos adormecendo abraçados no sofá da sala. 
Tirei a maquiagem e desfiz o penteado simples que havia feito para o evento. 
Tentei tirar o vestido, mas não conseguia alcançar direito o zíper. Chamei por Harry, mas ele não respondeu. 
Bati na porta do seu quarto, entrando em seguida. Um hábito que nós dois havíamos adquirido com a intimidade crescente. 
Porém, me arrependi no segundo em que o meu marido saiu da porta do banheiro, vestido apenas uma toalha enrolada na cintura e com gotas de água do banho recente escorrendo pelo peito largo.
— Desculpa! — Falei virando de costas. Ouvi ele dar uma risadinha. 
— Aconteceu alguma coisa? 
— Não alcanço o zíper do vestido. — Tento manter minha voz firme, ignorando o calor que começava a sentir. — Você pode me ajudar?
— Claro. 
Senti uma das mãos de Harry tocar minhas costas por cima do vestido, e logo o tecido ficou frouxo. Segurei em meu peito, para que ele não caísse completamente e me deixasse praticamente nua, já que estava sem sutiã. Murmurei um “obrigado” apressado e já iria sair do quarto, porém suas duas mãos seguraram minha cintura. 
Harry afastou meu cabelo, apoiando todo em um dos ombros e deixou um beijo molhado em minha nuca. Um suspiro escapa dos meus lábios e eu tenho certeza de que ele nota minha pele inteira arrepiar. 
— Eu já disse o quanto está linda hoje, querida? — Murmura, com a voz rouca. Fecho os meus olhos, sentindo minha boceta pulsar dentro da calcinha já encharcada. 
— Algumas vezes. — Relembro.
— Acho que deveria dizer de novo. — Harry me vira. Ainda segurando o vestido, ergo os olhos até os seus. — Você está realmente linda, S/N. — Sussurra, me puxando para beijar os meus lábios. 
Me entrego ao beijo, soltando suspiros baixos. Escuto quando Harry empurra a porta para que ela feche e em seguida começa a caminhar com passos cuidadosos enquanto empurra meu corpo em direção da cama. 
Harry separa os nossos lábios, me encarando com os olhos cheios de um desejo velado. Seu peito sobe e desce rápido, e suas mãos encontram as minhas, em um pedido silencioso de permissão. Em resposta, liberto o vestido, que acumula em minha cintura. 
Harry respira fundo, seus olhos passeiam pelos meus ombros e colo. Mais uma vez ele me olha. 
— Você pode fazer o que quiser. — Sussurro.  Ele morde o lábio inferior e assente. 
Suas mãos tocam os meus ombros, até que eu chegue ao colchão e me deite. Então, puxa o vestido pelas minhas pernas, jogando-o no chão. 
Meu coração bate acelerado. Depois de longos anos amando aquele homem em silêncio, estou apenas de calcinha na sua cama. 
Seus dedos gelados começam a subir pelas minhas pernas, como se ele usasse o tato para mapear meu corpo. Vai engatinhando lentamente pela cama, até estar em cima de mim.
Harry me beija, lento e sensual. Sua língua passeia, acaricia a minha e me arranca suspiros longos. 
Depois, seus lábios começam a descer. Passam pelo meu maxilar, pescoço e colo, até chegar em meus seios. 
— Você é tão linda. — Sussurra. Segurando minha cintura com as mãos e beijando a minha pele. A boca quente suga um dos meus mamilos e eu gemo baixo. 
Meu corpo está sensível, e toda a vontade que eu tenho dele se torna ainda mais desesperada. 
Harry dá atenção aos meus dois seios com as mãos e a boca antes de voltar a explorar o restante do meu corpo. Seus lábios deixam marcas invisíveis por toda a parte. 
Ele beija minha barriga e desce ainda mais. Com os olhos nos meus, puxa com delicadeza a calcinha azul clarinho para fora do meu corpo. 
Ouço quando ele murmura um palavrão antes de voltar a beijar minha pele. 
Seus lábios passeiam pelas minhas coxas, descendo até a minha intimidade.
Harry me saboreia com calma. Ele lambe e chupa com delicadeza. Ele faz pressão em meu clítóris, depois desce até a minha entrada e eu tenho certeza de que estou pronta para explodir. 
Aperto o lençol entre os dedos, chamo o nome dele e me perco nas milhões de sensações. 
Harry espera até que o meu corpo pare de tremer para subir seus beijos. Sua boca ataca a minha com vontade. O meu gosto em sua língua me faz revirar os olhos. Seguro seus ombros, tentando manter meu controle. 
Mas de nada serve quando ele separa o beijo. Seus olhos estão presos aos meus quando Harry leva a mão até o nó de sua toalha, arrancando-a do próprio corpo de uma vez e jogando para o chão. 
Aperto os lábios e sinto minha boceta escorrer ao ter a visão de seu pau pela primeira vez. 
Nenhum de nós parece estar disposto a esperar.
Ele se ajeita entre as minhas pernas, lubrificando o próprio membro em mim enquanto se esfrega entre meus lábios inferiores. 
Ele se encaixa, encarando os meus olhos. 
— Você tem certeza? — Sussurro. Mesmo que eu queira, e muito, quero a certeza de Harry. 
Como resposta, o meu marido ergue uma mão, entrelaçando os nossos dedos antes de me preencher. 
— Porra… — Ele geme, respirando fora do ritmo. 
Ele fica parado dentro de mim por um momento. Os nossos olhos se encontram e de automático, nós dois sorrimos. 
Finalmente. 
Um do outro. 
Harry se move. Saindo e entrando em um ritmo lento e gostoso. Suas mão aperta a minha e ele volta a me beijar. 
Meu coração bate forte, o meu corpo inteiro treme e não consigo segurar o impulso de me empurrar mais contra ele. 
O ritmo calmo dá lugar á um muito mais necessitado. 
Harry solta a minha mão, as duas vão para as minhas coxas, dando sustentação para estocadas mais profundas. 
Eu gemo alto, Harry suspira. 
Meus seios balançam com os movimentos, sendo capturados pela sua boca em seguida. 
O orgasmo começa a se formar em longas ondas de arrepios. O frenesi também parece estar atingindo Harry. Ele aumenta o ritmo, aperta mais o meu corpo contra o seu e cola sua testa na minha. Gemidos grossos fogem dos seus lábios e eu aperto minhas pernas em volta da sua cintura. 
Gozo revirando os meus olhos e chamando alto pelo nome dele. Harry abraça o meu corpo, entrando fundo uma última vez e escondendo o rosto em meu pescoço. Posso sentir as contrações de seu membro a medida que seu gozo escorre entre as minhas pernas. 
Alguns segundos depois, ele ergue o rosto, sorri cansando e beija os meus lábios antes de sair de mim e deitar ao meu lado. 
Encaro o teto, tentando controlar minha respiração e meu coração acelerado. 
Harry me puxa, me fazendo deitar em seu braço. Me viro, ficando de frente para ele e acariciando de leve seu peito suado com a ponta dos dedos. 
— Eu te amo. — Deixo um beijo em seu peito antes de deitar. 
— Eu também te amo. — Ergo o rosto no mesmo segundo. Harry ainda não havia dito aquelas palavras, mesmo que deixasse claro os seus sentimentos por mim com ações. — Eu te amo, minha S\N.
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