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edisilva64-blog-blog · 1 year ago
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Mudanças Climáticas e Urbanização: Os Impactos Desastrosos no Futuro da Humanidade
Mudanças Climáticas e Urbanização: Os Impactos Desastrosos no Futuro da Humanidade Introdução: As mudanças climáticas e a rápida urbanização são desafios urgentes que a humanidade enfrenta. Neste artigo, exploraremos como esses fenômenos estão se entrelaçando de maneiras perigosas e quais são as consequências devastadoras para as cidades e para o mundo. Além disso, examinaremos as regiões mais…
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luizacarvalhocardoso · 5 years ago
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Antártica, 20ºC: o continente gelado emite sinal de alerta
Por Sucena Shkrada Resk*
Nem sempre os recordes são sinais de celebração. O que dizer, então, sobre o registro da temperatura de 20,75ºC na Ilha Seymour, na Antártica, no último dia 9 de fevereiro? É bom frisar – são graus positivos, no continente gelado.
O anúncio foi feito pelo cientista brasileiro Carlos Schaefer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que integra o Projeto brasileiro Terrantar (que monitora os impactos das mudanças climáticas em 23 locais na Antártica), ao jornal britânico The Guardian.
O que significa esta informação? 
Em linhas gerais, que o derretimento do gelo se acelera e contribui ao aumento do nível dos oceanos e mares. Com isso, há a desestabilização gradativa de todo o ecossistema e da vida na zona costeira e em países insulares, neste século, e clima no planeta.
Mais um ângulo dos efeitos das Mudanças Climáticas e do Aquecimento Global na era fóssil e dos desmatamentos, que geram o descontrole dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) e refletem no aumento da temperatura global. A pergunta que persiste diante deste desafio da humanidade: há tempo para ceticismos?
Apesar de ainda haver um trâmite oficial protocolar de se aguardar a confirmação dos dados pela Organização Mundial Meteorológica Mundial (OMM), o fato irrefutável é o seguinte: não há o que comemorar e nunca foi tão necessário defender a Ciência e o investimento em pesquisas.
E priorizar a manutenção das pesquisas na base antártica brasileira Comandante Ferraz, reinaugurada em janeiro deste ano, após incêndio ocorrido há oito anos. Além da Antártica, o processo de derretimento do gelo, com o aumento mais frequente das temperaturas, está acelerado na Groenlândia e no outro extremo do planeta, no Ártico, como também no Alasca e nos Andes.
O relatório sobre os Oceanos e Criosfera produzido por cientistas que integram o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), apresentado na Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP-25), em dezembro, em Madri, reitera os alertas. E não é por acaso que foi instituída a Década das Nações Unidas para a Ciência dos Oceanos (2021-2030).
Antes dessa temperatura acima dos 20 graus C na Antártida, foi registrado lá, em 1982, 19,8 graus C, na Ilha Signy. No dia 6 de fevereiro deste ano, o extremo Norte da Península Antártica havia registrado 18,3 graus C, segundo pesquisador argentino da Base Esperanza. E em 2015 – 17,5 graus C. A porção oeste do continente tem apresentado os maiores impactos. As gigantescas geleiras Thwaites e Pine Island estão literalmente derretendo.
Por que a Antártida é tão importante para a humanidade no planeta?
A resposta é simples: 70% da água doce se concentram no formato de gelo e neve no mundo. Com todas as inconstâncias climáticas desde a era pré-industrial, cientistas do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC) avaliam que os oceanos estarão até 110 cm mais altos até o final deste século.
Isso quer dizer que o comprometimento de países insulares e de zonas costeiras é inevitável e deslocamentos migratórios em decorrência das mudanças climáticas e do Aquecimento Global já são uma realidade.
Já em 2017, o Laboratório de Propulsão à Jato da NASA tem realizado previsões sobre o que pode acontecer com 293 cidades portuárias no mundo, com os derretimentos em massa do gelo em todas as principais áreas no mundo. Aqui no Brasil, Belém, Recife e Rio de Janeiro sofrerão impactos.
O que causa maior preocupação é que as cidades excepcionalmente se preparam para estes cenários e poucas têm planos de combate às mudanças climáticas, que inferem primordialmente a adaptação e redução de danos.
Na Antártica, o ecossistema já sofre baixas significativas. Os cientistas têm pesquisado o declínio de mais de 50% nas colônias de pinguins de chinstrap, que dependem do gelo marinho, na região da península Antártica. O clima, por sua vez, fica cada vez mais instável, porque altera as correntes oceânicas e os níveis do Aquecimento Global, segundo pesquisadores. É uma retroalimentação de comprometimentos, que tem o “dedo” do ser humano, neste período chamado Antropoceno. * Sucena Shkrada Resk – jornalista, formada há 28 anos, pela PUC-SP, com especializações lato sensu em Meio Ambiente e Sociedade e em Política Internacional, pela FESPSP, e autora do Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk (https://www.cidadaosdomundo.webnode.com), desde 2007, voltado às áreas de cidadania, socioambientalismo e sustentabilidade.
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As catástrofes humanitárias esquecidas do planeta
 Inundações, secas, fome, violência, deslocamento: também em 2018, inúmeros países voltaram a ser palco de catástrofes naturais ou crises criadas pelo ser humano. Enquanto, por exemplo, as guerras na Síria e no Iêmen, a crise de abastecimento na Venezuela e os incêndios florestais na Califórnia dominaram as manchetes internacionais reiteradamente, outras catástrofes de dimensão parecida ou maior aconteciam longe dos olhos do grande público.
Entre outros, os motivos foram um acesso mais difícil dos meios de comunicação a certas áreas de crise que representavam um verdadeiro desafio para a cobertura internacional, além de orçamentos definhando nas redações, diz o estudo Sofrendo em Silêncio, em tradução livre, da ONG americana Care International. A análise apresenta as crises humanitárias que "obtiveram a menor cobertura midiática" em 2018.
Para realizar o estudo, a organização trabalhou em conjunto com o serviço de observação de mídias Meltwater, avaliando mais de um milhão de artigos online em inglês, alemão e francês, publicados do início de janeiro ao fim de novembro do ano passado. Concretamente, observou-se com que frequência crises que afetaram pelo menos um milhão de pessoas foram mencionadas na imprensa online.
Não foram consideradas matérias produzidas para a TV ou o rádio, nem para plataformas de redes sociais. Apesar da restrição às línguas mencionadas e aos veículos, os resultados "mostram uma tendência clara", afirma o texto. O estudo elaborou uma lista com as dez crises sobre as quais menos se escreveu em 2018. Essas são as cinco menos noticiadas.
·         Haiti
Carros incendiados, ruas interditadas por barricadas, mortes: recentemente, os violentos protestos contra o governo voltaram a trazer o Haiti para os holofotes da opinião pública internacional. Mas, em 2018, uma crise alimentar causada, entre outros, por atrasos na colheita devido a uma seca no início do ano obteve muito menos atenção.
No Índice Global da Fome de 2018, o país caribenho, alvo constante de catástrofes naturais e que depende maciçamente de ajuda financeira internacional, ficou em 113º lugar entre 119 países. O país, politicamente instável, registrou "o maior nível de fome no Hemisfério Ocidental", diz o relatório publicado pela ONG alemã Welthungerhilfe e pela ONG Concern Worldwide. A situação da segurança alimentar no país é "muito séria", diz o índice.
Segundo a lista IPC da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019, mais de 386 mil haitianos se encaixavam na categoria alimentar "emergência". Segundo dados da FAO, atualmente, metade da população haitiana é subnutrida.
A Care denuncia que a dramática evolução praticamente não teve espaço na mídia. "Enquanto o grave terremoto no Haiti dominou as manchetes do mundo inteiro em 2010, a crise alimentar de 2018 no país caribenho quase não aconteceu nas notícias internacionais", diz o estudo. Apenas 503 textos online teriam abordado o assunto.
·         Etiópia
Também o país no Chifre da África foi afetado por uma crise alimentar em 2018. Apesar do crescimento econômico acelerado, mais de 80% da população etíope vive de trabalhos relacionados à agricultura – uma fonte de renda constantemente ameaçada por secas. No ano passado, após dois consecutivos de estiagem, voltou a chover, mas em muitas regiões não foi suficiente.
Em outras áreas do país, por outro lado, colheitas foram destruídas por enchentes. Segundo dados do governo, como consequência, oito milhões de pessoas passaram a depender urgentemente de auxílio alimentar. Segundo as Nações Unidas, 3,5 milhões de pessoas estavam em situação aguda de "subnutrição moderada", 350 mil sofriam de subnutrição "grave".
Na lista das crises mais negligenciadas em 2018, a Etiópia figura duas vezes. Segundo o estudo da Care, apenas 986 textos na internet relatam sobre a fome no país. O deslocamento de centenas de milhares de pessoas também quase não foi tematizado. Segundo dados da ONU, entre abril e julho do ano passado, um milhão de pessoas tiveram que deixar suas casas por causa de violência étnica nas regiões de Gedeo e de Guji Ocidental. Assim, em 2018, mais pessoas se deslocaram internamente por conflitos do que em qualquer outro país do mundo.
·         Madagascar
No ano passado, vários incidentes meteorológicos destruidores levaram caos ao país insular no sudeste da África. Madagascar é um dos países do mundo mais afetados pelas mudanças climáticas. Em 2018, o fenômeno climático El Niño fez com que as plantações de arroz, de milho e de mandioca do país secassem.
As tempestades tropicais Ava e Eliakim obrigaram mais de 70 mil pessoas a fugirem. Pelo fato de as más condições de tempo terem impedido a produção de muitos grãos, o número de pessoas ameaçadas de fome no sul do país aumentou para 1,3 milhão, segundo a ONU.
Além disso, epidemias de sarampo e peste abalaram o país localizado ao largo da costa de Moçambique. Em 2017, epidemias de pneumonia e peste bubônica já haviam vitimado 200 pessoas. Na capital Antananarivo, a Organização Mundial da Saúde contou 6.500 casos de sarampo até o final de dezembro de 2018.
O motivo para a eclosão da epidemia são especialmente as baixas taxas de vacinação: apenas 58% da população são vacinados contra a doença. Segundo o relato da Care, os relatos sobre as crises em Madagascar foram bastante raros.
·         República Democrática do Congo
De acordo com o estudo, a situação na República Democrática do Congo também não concentrou muitas atenções da imprensa online em 2018. Apesar disso, segundo a Care, o país é dominado por um "círculo vicioso de violência, doenças e subnutrição". O balanço do ano passado: 12,8 milhões de pessoas ameaçadas de fome, 4,3 milhões de crianças subnutridas, 500 novos casos de ebola que levaram à morte de 280 pessoas, segundo a OMS, e quase 765 mil pessoas refugiadas em países vizinhos devido à violência causada por conflitos entre milícias, especialmente nas províncias no leste do país.
Um número de menores de idade acima da média é vitima permanente do conflito: segundo uma análise recente da organização de defesa dos direitos das crianças Save The Children e do Instituto de Pesquisas da Paz em Oslo, a RDC pertence aos países do mundo em que as crianças mais sofrem com conflitos armados.
A violência sexual sistemática contra mulheres no país também não acaba. No total, as Nações Unidas estimam em mais de 200 mil o número de vítimas de estupros na antiga colônia belga. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou 2.600 vítimas de violência sexual na cidade de Kananga entre maio de 2017 e setembro do ano passado, 80% delas teriam dito que foram violentadas por homens armados.
"Esses números são um indicador para o alto nível de violência também neste ano", afirmou Karel Janssens, coordenador nacional do MSF para o país. Na esteira da entrega do Prêmio Nobel da Paz ao ginecologista Denis Mukwege, a violência sexual na RDC voltou a ser tematizada mais fortemente nos veículos de comunicação. Mas a Care destaca que os problemas no país integram as crises menos notadas do ano.
·         Filipinas
No dia 14 de setembro de 2018, o mundo olhava atônito para a costa leste dos Estados Unidos, onde o olho do furacão Florence atingiu o continente no estado da Carolina do Norte. A quase 14 mil quilômetros de distância e quase ao mesmo tempo, uma tempestade bem mais forte atingiu o litoral da ilha de Luzon, a principal das Filipinas.
A uma velocidade de 200 km/h, o tufão Mangkhut, o maior ciclone tropical do ano, tocou o solo na manhã do dia 15 de setembro. Segundo o estudo, apesar de a catástrofe ter afetado mais de 3,8 milhões de pessoas, ter matado 82 pessoas e ferido 130, pouco se ficou sabendo sobre o Mangkhut através da imprensa.
Apenas um mês depois, o tufão Yutu  devastou várias comunidades já destruídas pelo Mangkhut e que já haviam iniciado os trabalhos de reconstrução. Globalmente, as Filipinas fazem parte dos países onde há maior risco de catástrofes naturais da Ásia. Vinte tempestades tropicais atingem o país insular no Pacífico ocidental todos os anos.
Segundo o Banco Mundial, os tufões matam, em média, mil pessoas anualmente. Além disso, o país está altamente exposto a riscos geológicos como terremotos e erupções vulcânicas. A Care denuncia que os furacões Mangkhut e Yutu fazem parte das crises invisíveis de 2018.
 Fonte: Deutsche Welle
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brasileirismo · 7 years ago
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Mudanças climáticas
Constatado que a temperatura média global e o nível de concentração de CO2 na atmosfera está aumentando muito com o passar dos anos. (IPCC)
O aumento da temperatura provoca o derretimento das calotas polares que gera um aumento do nível do mar. Isso afeta diversas regiões costeiras pelo mundo e o desaparecimento de centenas de ilhas do Oceano Pacífico.
Alterações nos padrões de circulação atmosféricos que resulta em alterações nos padrões das chuvas e em extremos climáticos (secas e cheias).
O que causa?
Os chamados GEE provocam aquecimento da atmosfera terrestre, principalmente o dióxido de carbono. Seus níveis começaram a subir demais a partir da queima de combustíveis fósseis, após a revolução industrial. As máquinas vieram pra substituir o ser humano e os animais no trabalho e proporcionou ganhos maciços de produtividade. Queimar combustíveis fósseis é retirar da superfície da terra carbono e lançá-los na atmosfera. 1 litro de combustível emite até 2,7 kilos de dióxido de carbono.
Outra causa pra o aumento da emissão de GEE é o desmatamento, uma planta pra crescer absorve o dióxido de carbono durante a fotossítese e incorpora parte deste a sua biomassa, cerca de 50% da biomassa de uma planta é composta por carbono. Quanto desmatamos e queimamos estamos reinserindo esse carbono de volta na atmosfera. Uma árvore da mata atlântica absorve durante seus primeiros 20 anos o equivalente a 72 litros de gasolina. Atualmente, as emissões brasileiras representam cerca de 5% das emissões globais. Cerca de 60% destas é resultado de atividades de uso do solo como o desmatamento e as queimadas, sendo que 67% destes ocorrem na Amazônia e 22%, no Cerrado. A Mata Atlântica, apesar de ter menos desmatamentos recentes, é o bioma mais alterado do país. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, restam cerca de 20% de florestas (em 2014) incluindo nessa conta as formações secundárias (capoeiras). A falta da vegetação traz diversos impactos na paisagem, nos recursos hídricos, na biodiversidade e, claro, no clima.
Conclusão: para o Brasil reduzir drasticamente as suas emissões e se tornar um exemplo mundial a ser seguido deve, principalmente, frear o desmatamento ilegal na Amazônia e recuperar a Mata Atlântica.
O clima da terra?
No primeiro cenário, o mais otimista, ele variaria entre 0,3 e 1,7 graus Celsius até 2100, o que causaria a elevação de 26 até 55 cm do nível do mar. No pior cenário, o aumento seria entre 2,6 e 4,8 graus Celsius, com elevação de até 82 cm do nível dos oceanos. Porém, é importante observar que esse aumento da temperatura não será uniforme pela superfície do planeta: algumas regiões esquentarão mais que outras. E, ainda assim, poderá ser observado resfriamento de algumas poucas áreas da Terra.
Têm sido observadas mudanças nos padrões de precipitação pelo mundo inteiro. Regiões onde chovia muito, agora, sofrem períodos de escassez e vice-versa. Além disso, a elevação da frequência de eventos climáticos extremos tem sido uma realidade exacerbada no futuro, conforme previsto pelos modelos de previsão publicados pelo IPCC.
Em algumas regiões, os impactos dessas mudanças poderão ser positivos. Um exemplo são as áreas carentes de recursos hídricos que passarão a ter regimes pluviométricos mais regulares. Porém, em outros locais, o custo de adaptação a essas alterações de padrões poderá ser bastante elevado, principalmente, devido à rapidez com que estão acontecendo.Ou seja, alguns locais, que já eram secos, sofreram mais ainda com a escassez de chuvas - como é o caso do sertão brasileiro. Ao mesmo tempo, em algumas regiões está chovendo mais, como em parte do Sudeste do Brasil e em estados como o Rio Grande do Norte.
Se observa em quase todo os USA maior tendência de precipitação pluviométrica.
O que podemos esperar?
- em biodiversidade
As florestas e a biodiversidade já sofrem perdas devido ao avanço da produção agrícola. Este fator, aliado à mudança do clima, causará impactos ainda maiores sobre as florestas. A perda de polinizadores (como abelhas e borboletas), as mudanças de temperatura e de pluviosidade podem alterar a distribuição de espécies animais e vegetais.
Além das regiões tropicais, as polares e os oceanos serão bastante atingidos. O aumento da concentração de CO2 na atmosfera estimula maior absorção deste gás pelos oceanos, o que causa a acidificação das águas. Os corais, cuja mortalidade elevada já tem sido observada em várias regiões, serão diretamente impactados. Muitos organismos que formam conchas como ostras, mariscos, mexilhões e algumas espécies de fitoplâncton (organismos aquáticos microscópicos, a base da cadeia alimentar marinha) são sensíveis a essas mudanças na acidez do mar. Assim, também serão afetados.
Outro problema relacionado à mudança do clima é a savanização de florestas tropicais exuberantes como a Amazônia e perda de biodiversidade como da Mata Atlântica. Com a savanização, a floresta assume outra fisionomia, deixando de oferecer suporte a muitas espécies que hoje a habitam e libera grandes quantidades de carbono para a atmosfera durante esse curso.
Além disso, os ecossistemas litorâneos de todo o planeta estão ameaçados, principalmente, pela elevação do nível do mar. Esta pode causar perda de praias, mangues, restingas e locais de desova de tartarugas marinhas no Litoral Sul paulista. Observando todas essas consequências, pode-se afirmar que o aquecimento global será uma variável a se somar a tantas outras que provocam a extinção de espécies e a perda de ecossistemas.
- na economia
Com a elevação do nível do mar, os prejuízos decorrentes da perda de áreas costeiras são óbvios: mais de 30% do PIB mundial está localizado nessas regiões. Por isso, todo o custo de realocação dessas populações será significativo para os países com largas áreas costeiras como o Brasil. Nesse âmbito, os chamados países insulares (localizados, principalmente, no Oceano Pacífico como Vanuatu) deverão desaparecer nos próximos séculos, gerando um enorme custo relacionado à migração dessas populações.
A agricultura também sofrerá com a perda de produtividade em regiões com redução das chuvas. Os estoques pesqueiros, por sua vez, cairão significativamente. As águas ficarão mais quentes e, assim, dissolverão menos oxigênio, elemento vital para a produtividade pesqueira. Desastres naturais ficarão mais frequentes acarretando enormes prejuízos por causa do aumento da frequência de eventos climáticos extremos. Em algumas regiões, são esperados períodos mais extensos de seca, o que acarretará eventos como incêndios e queimadas diminuindo a produtividade florestal.
Um dos principais estudos sobre os custos financeiros das mudanças climáticas é o Relatório Stern (do nome do seu coordenador, o economista inglês Nicholas Stern), feito em 2006, que considera o prazo até 2050. Ele prevê que as perdas econômicas provenientes de uma falta de reação às mudanças globais do clima podem significar prejuízos de até 15% do PIB mundial (Produto Interno Bruto, a soma de todos os bens e serviços produzidos em uma determinada região). Ou seja, esses danos acontecerão se nada for feito para conter o aquecimento global. Detalhe: esse mesmo estudo conclui que o investimento necessário para evitar o cenário de enormes prejuízos seria de apenas 1% do PIB mundial investido anualmente.
- na saúde
A distribuição de várias doenças está relacionada à temperatura. Por exemplo, salmonelas, um gênero de bactérias, se desenvolvem melhor em locais mais quentes, assim como vários vetores de doenças como mosquitos e carrapatos. Como estes agentes e vetores de doenças muitas vezes são carregados por outros animais de ampla distribuição, como aves e mamíferos, também é esperado um aumento na área de abrangência dos vetores. Além disso, ondas de calor e inundações também têm impactos sobre a saúde humana. Por exemplo, está sendo observado aumento de mortalidade de pessoas idosas durante as ondas de calor cada vez mais rotineiras no hemisfério Norte. Enquanto isso, várias doenças relacionadas ao ambiente como dengue, malária, leishmaniose e leptospirose deverão ser mais comuns com a intensificação das mudanças climáticas.
- desigualdades
Obviamente, frente a todos os impactos mencionados anteriormente, são justamente as populações mais pobres as que menos conseguirão lidar com eles. O que é especialmente grave, visto que a pegada de carbono (emissão de carbono) das comunidades de baixa renda é significativamente menor do que a observada para os ricos e a classe média. Ou seja, as populações de baixa renda são as que menos contribuem para a mudança climática, porém serão as mais afetadas.
O que tem sido feito para lidarmos com isso?
- a convenção do clima
Face às constatações a respeito das mudanças climáticas, a comunidade internacional se organizou para reagir em escala global a esse desafio. O primeiro passo significativo se deu com a criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC) na ECO-92, no Rio de Janeiro (RJ). O principal objetivo da CQNUMC é reunir os países em um esforço conjunto para estabilizar as concentrações atmosféricas de gases de Efeito Estufa em níveis ambientalmente seguros, implicando em mudanças drásticas nos padrões climáticos globais. A Convenção entrou em vigor em 1994 e, atualmente, tem 192 países signatários.
Para atingir seus objetivos, a CQNUMC dispõe do braço executivo a Conferências das Partes (COP) que define uma série de conceitos, princípios e obrigações, se reunindo anualmente para avaliar, discutir e definir acordos sobre os objetivos da Convenção. Entre os seus princípios, o principal é das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Na prática, todos os países devem reduzir suas emissões de gases de Efeito Estufa, mas que os países que primeiro se beneficiaram dos ganhos advindos com a Revolução Industrial, os hoje chamados países desenvolvidos, devem tomar a iniciativa na redução das emissões. Inclusive, dando suporte financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento, de modo que estes possam enfrentar melhor os problemas relacionados à mudança global do clima. O Brasil se apresenta como um protagonista bastante ativo nas negociações internacionais, sendo o primeiro a ratificar a Convenção do Clima em 1994 e, recentemente, assumiu metas voluntárias de redução de emissões de GEE.
- protocolo de quioto
O Protocolo de Quioto é o primeiro acordo internacional que visa impor limites de emissões de GEE aos países desenvolvidos ou industrializados. Dentro do Protocolo, esses países são conhecidos como Anexo 1 compostos, principalmente, pela União Europeia, Canadá, Austrália e Estados Unidos. O Protocolo foi assinado em 1997 e ratificado em 2005. A mais notória ausência no acordo foram os Estados Unidos que, à época administrado pelo presidente George W. Bush, optaram por não ratificar o Tratado. A alegação era de que ele prejudicaria a economia norteamericana. Mesmo assim, alguns estados americanos, capitaneados pela Califórnia, estão se organizando e assumindo metas de redução de GEE com a criação de um sistema próprio.
Essas reduções de GEE devem ser domésticas, ou seja, obtidas dentro das fronteiras nacionais dos países Anexo 1. Porém, existe um mecanismo de flexibilização que beneficia os países em desenvolvimento: o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Pelo MDL, os países Anexo 1 podem financiar projetos de redução de GEE dentro dos países em desenvolvimento sem metas de redução de GEE e importar essas reduções certificadas para as suas contabilidades nacionais. Como a atmosfera é uma só, uma redução obtida no Brasil, financiada pelo Japão, por exemplo, terá o mesmo efeito global no esforço de redução de emissões.
Até o início de 2014, já foram registrados 7461 projetos de MDL em países sem metas de redução (que não pertencem ao Anexo 1), gerando uma diminuição de quase 1,5 bilhão de tonelada de CO2 (e potencial de 7,8 toneladas até 2020). Apenas no Brasil, existem 323 projetos até o momento com uma redução de 48 milhões de toneladas de CO2.
- o IPCC
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC) é um órgão com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) para aconselhamento científico. Foi constituído em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa Ambiental das Nações Unidas.
O IPCC produz os relatórios técnico-científicos que subsidiam a CQNUMC. Vale ressaltar que o IPCC não produz pesquisa, ele compila o conhecimento existente para a elaboração dos seus relatórios. Nesse âmbito, ele se divide em três Grupos de Trabalho: • Grupo de Trabalho I: analisa os aspectos físicos do clima e da mudança climática; • Grupo de Trabalho II: analisa as vulnerabilidades dos sistemas naturais e socioeconômicos à mudança climática, consequências e possibilidades de adaptação; • Grupo de Trabalho III: analisa as opções para limitar as emissões de GEE e mitigar a mudança global do clima.
-  legislação e políticas públicas
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A promessa de um New Deal ambientalista para mudar os EUA
 Como muitos outros, fiquei empolgada com a ousada liderança moral vinda de membros recém-eleitos do Congresso como Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar, Rashida Tlaib e Ayanna Pressley diante da crise climática em espiral e dos chocantes ataques a migrantes desarmados na fronteira. Isso me fez pensar na diferença crucial entre uma liderança que atua e uma liderança que fala sobre atuação.
Vou chegar ao New Deal Verde e por que precisamos nos agarrar a essa corda salva-vidas com todas as forças. Mas, antes disso, me acompanhe em uma visita à grandiosa política climática do passado.
Era março de 2009, e as capas dos heróis ainda estavam esvoaçando em clima de comemoração na Casa Branca depois da histórica vitória eleitoral de Barack Obama. Todd Stern, o recém-nomeado emissário do clima, contou a um grupo no Capitólio que ele e seus colegas negociadores precisavam abraçar seus super-heróis internos, salvando o planeta do perigo existencial em cima da hora.
A mudança climática, disse ele, pedia por “aquela velha sensibilidade das histórias em quadrinhos de se unir diante de um perigo comum ameaçando a Terra. Porque é isso que temos aqui. Não é um meteoro ou um invasor espacial, mas os danos ao nosso planeta, à nossa comunidade, aos nossos filhos e aos filhos deles serão igualmente grandes. Não temos a perder.”
Oito meses depois, na decisiva cúpula climática das Nações Unidas em Copenhague, na Dinamarca, toda a pretensão de super-heroísmo do governo Obama havia sido abandonada sem cerimônia. Stern percorreu os corredores do centro de convenções como a Morte, passando a foice em todas as propostas que resultariam em um acordo transformador. Os EUA insistiram em uma meta que permitiria o aumento da temperatura em 2 graus Celsius, apesar das objeções de muitos delegados africanos e ilhéus do Pacífico que diziam que essa meta equivalia a um “genocídio” e levaria milhões a morrerem em terra ou em barcos afundando. Foram derrubadas todas as tentativas de tornar o acordo juridicamente vinculativo, optando por metas voluntárias inexequíveis (como faria em Paris cinco anos depois).
Stern rejeitou categoricamente o argumento de que os países ricos e desenvolvidos devem compensar os pobres por conscientemente bombear o carbono que está aquecendo a Terra para a atmosfera, usando, em vez disso, fundos tão necessários para a proteção da mudança climática para forçar esses países a se alinharem.
Como escrevi na época, o acordo de Copenhague – preparado a portas fechadas com os países mais vulneráveis deixados de fora – equivalia a um “pacto sujo entre os maiores emissores do mundo: eu finjo que vocês estão fazendo alguma coisa em relação à mudança climática se vocês também fingirem que eu estou. Combinado? Combinado.”
Quase exatamente nove anos depois, as emissões globais continuam a subir, junto com as temperaturas médias, com grandes áreas do planeta atingidas por tempestades recordes e causticadas por incêndios sem precedentes. Os cientistas reunidos no Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática confirmaram exatamente o que os estados africanos e insulares de baixa altitude alertam há muito tempo: que permitir que as temperaturas subam 2 graus é uma sentença de morte, e que apenas uma meta de 1,5 grau nos dá uma chance de lutar. De fato, pelo menos oito ilhas do Pacífico já desapareceram sob os mares em elevação.
Os países ricos não apenas deixaram de lado a tecnologia limpa e negaram ajuda significativa às nações mais pobres para que se protegessem dos extremos climáticos. Na verdade, a Europa, a Austrália e os Estados Unidos reagiram ao aumento da migração em massa – se não causada diretamente, intensificada por estresses climáticos – com força brutal, variando da política “deixe-os afogar” da Itália à guerra cada vez mais real de Trump contra uma caravana desarmada da América Central. Que ninguém se engane: essa barbárie é a maneira como o mundo rico planeja se adaptar à mudança climática.
Hoje em dia, a única coisa que se parece com uma capa de super-herói na Casa Branca são todos aqueles casacos que Melania joga sobre os ombros, misteriosamente recusando-se a usar os orifícios das mangas para o seu propósito planejado. Enquanto isso, o marido dela está ocupado em abraçar seu papel de supervilão climático, aprovando alegremente novos projetos de combustíveis fósseis, estraçalhando o acordo de Paris (afinal, não é legalmente obrigatório, então, por que não?), e pronunciando que uma onda de frio no Dia de Ação de Graças é uma prova positiva de que o planeta não está aquecendo, afinal.
Em suma, o meteoro metafórico que Stern evocou em 2009 não está apenas se aproximando de nosso frágil planeta, ele está passando raspando pelas copas das árvores.
E, no entanto, aqui está o que é realmente estranho: eu me sinto hoje mais otimista em relação às nossas chances coletivas de evitar o colapso climático do que anos atrás. Pela primeira vez, vejo um caminho político claro e crível que poderia nos levar à segurança, a um lugar no qual os piores resultados climáticos são evitados e um novo pacto social é forjado, o que é radicalmente mais humano do que qualquer coisa atualmente em oferta.
Ainda não estamos nesse caminho – muito longe disso. Mas, ao contrário de um mês atrás, o caminho é claro. Começa com o impulso galopante conclamando o Partido Democrata a usar sua maioria na Câmara para criar uma comissão para um New Deal Verde, um plano promovido por Ocasio-Cortez e agora apoiado por mais de 14 deputados.
O texto preliminar pede que a comissão, que seria totalmente financiada e autorizada a elaborar a legislação, passe o próximo ano consultando uma série de especialistas – de cientistas a legisladores locais, passando por sindicatos trabalhistas e líderes empresariais – para mapear um “detalhado plano nacional de mobilização industrial e econômica” capaz de tornar a economia dos EUA “neutra em carbono”, ao mesmo tempo em que promove “justiça econômica e ambiental e igualdade”. Até janeiro de 2020, esse plano seria lançado e, dois meses depois, viria um projeto de lei para transformá-lo em realidade.
Esse prazo inicial de 2020 é importante – significa que os contornos do New Deal Verde estarão concluídos até o próximo ciclo eleitoral dos EUA, e qualquer político que queira ser levado a sério como progressista precisará adotá-lo como peça central de sua plataforma. Se isso acontecer, e o partido no comando do New Deal Verde retomar a Casa Branca e o Senado em novembro de 2020, haveria de fato tempo sobrando no relógio climático para cumprir as duras metas estabelecidas no recente relatório do IPCC, que nos disse que temos apenas 12 anos para reduzir as emissões de combustíveis fósseis em 45%.
Isso, afirma o resumo do relatório em sua primeira frase, não é possível apenas com políticas como impostos sobre a emissão de carbono. Em vez disso, são necessárias “mudanças rápidas, de longo alcance e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade”. Ao dar à comissão um mandato que conecta energia, transporte, moradia e construção, bem como assistência médica, salários dignos, garantia de empregos e o imperativo urgente de combater a injustiça racial e de gênero, o plano New Deal Verde estaria mapeando precisamente esse tipo de mudança de longo alcance. Não se trata de uma abordagem fragmentada que aponta uma pistola de água contra um fogo ardente, mas um plano abrangente e holístico para efetivamente apagar o fogo.
Se a maior economia do mundo parecer preparada para demonstrar esse tipo de liderança visionária, outros grandes emissores – como a União Europeia, a China e a Índia – quase que certamente se veriam sob intensa pressão de suas próprias populações para fazerem o mesmo.
Agira, nada a respeito do caminho que acabei de descrever é certo ou mesmo provável: A base do Partido Democrata sob Nancy Pelosi provavelmente esmagará a proposta do New Deal Verde, assim como o partido arrasou com as esperanças de acordos climáticos mais ambiciosos sob Obama. Os investidores apostariam no partido fazer pouco mais do que ressuscitar o comitê climático que ajudou a produzir a legislação sobre limitação e comércio no primeiro mandato de Obama, um esquema de mercado mal sucedido e confuso que teria tratado os gases de efeito estufa como abstrações de capitalismo tardio a ser negociado, empacotado e especulado como moeda ou dívida subprime (o motivo pelo qual Ocasio-Cortez está insistindo que os legisladores que aceitam dinheiro de combustível fóssil não devem estar na comissão seleta do New Deal Verde).
E, claro, mesmo que a pressão sobre os legisladores continue aumentando e que os membros da comissão saiam vitoriosos, não há garantia de que o partido reconquistará o Senado e a Casa Branca em 2020.
E, no entanto, apesar de todas essas ressalvas, agora temos algo que estava faltando: um plano concreto sobre a mesa, completo com um cronograma baseado na ciência, que não apenas é proveniente de movimentos sociais de fora do governo, mas que também tem um considerável (e crescente) bloco de defensores comprometidos dentro da Câmara.
Daqui a décadas, se tivermos a sorte de contar uma história emocionante sobre como a humanidade se uniu no momento certo para interceptar o meteoro metafórico, o capítulo central não será o momento cinematográfico altamente produzido de quando Barack Obama ganhou a primária e democrata e disse a uma multidão de adeptos que aquele seria “o momento em que a ascensão dos oceanos começou a desacelerar, e nosso planeta começou a se curar”. Não, será o momento muito menos roteirizado e marcadamente mais sem graça em que um grupo de jovens cansados Sunrise Movement ocupou os escritórios de Pelosi após as eleições de meio de mandato, pedindo que ela apoiasse o plano para um New Deal Verde – com Ocasio-Cortez passando pela ocupação para animá-los.
Sei que pode parecer excessivamente otimista investir tanto em uma comissão parlamentar, mas não é a comissão em si a minha principal fonte de esperança. É a vasta infra-estrutura de especialização científica, técnica, política e de movimento pronta para entrar em ação, se dermos os primeiros passos nesse caminho. É uma rede de grupos e indivíduos extraordinários que se mantiveram atentos ao foco e aos compromissos climáticos, mesmo quando nenhuma mídia queria cobrir a crise e nenhum grande partido político queria fazer algo além de fingir preocupação.
É uma rede que vem esperando há muito tempo por finalmente haver uma massa crítica de políticos no poder que entendesse não apenas a urgência existencial da crise climática, mas também a oportunidade única no século que representa, como afirma o projeto de resolução: “eliminar virtualmente a pobreza nos Estados Unidos e tornar a prosperidade, a riqueza e a segurança econômica disponíveis para todos os que participam da transformação”.
O terreno para este momento vem sendo preparado há décadas, com modelos de energia renovável de propriedade da comunidade e controlada pela comunidade; com transições baseadas na justiça que garantem que nenhum trabalhador seja deixado para trás; com uma análise aprofundada das interseções entre racismo sistêmico, conflito armado e perturbações climáticas; com tecnologia verde aprimorada e avanços em transporte público limpo; com o próspero movimento de desinvestimento em combustíveis fósseis; com a legislação modelo impulsionada pelo movimento de justiça climática que mostra como os impostos sobre carbono podem combater a exclusão racial e de gênero e muito mais.
O que está faltando é apenas o poder político de alto nível lançar o melhor desses modelos de uma só vez, com o foco e a velocidade que tanto a ciência quanto a justiça exigem. Essa é a grande promessa de um New Deal Verde abrangente na maior economia do planeta. E ao aumentar a pressão sobre os legisladores que ainda não assinaram o plano, o Sunrise Movement todo o nosso apoio.
É claro que não faltam especialistas em Beltway prontos para rejeitar tudo isso como algo irremediavelmente ingênuo e inviável, o trabalho de neófitos políticos que não entendem a arte do possível ou dos pontos mais sutis da política. O que esses especialistas estão deixando de levar em consideração é o fato de que, ao contrário das tentativas anteriores de introduzir a legislação climática, o New Deal Verde tem a capacidade de mobilizar um movimento de massa verdadeiramente intersecional – não apesar de sua ambição radical, mas precisamente por disso.
Essa é a mudança radical de ter no Congresso representantes enraizados em lutas da classe trabalhadora por empregos com salários dignos e por ar e água não tóxicos – mulheres como Tlaib, que ajudou a lutar uma batalha bem-sucedida contra a tóxica montanha de coque de petróleo da Koch Industries em Detroit.
Quando se faz parte da classe vencedora da economia e é financiado por vencedores ainda maiores, como muitos políticos são, suas tentativas de criar uma legislação sobre o clima provavelmente serão guiadas pela ideia de que a mudança deve ser mínima e o menos desafiadoras possível ao status quo. Afinal, o status quo está funcionando bem para você e seus doadores. Líderes com raízes em comunidades que estão sendo notoriamente reprovados pelo sistema atual, por outro lado, estão liberados para adotar uma abordagem muito diferente. Suas políticas climáticas podem abranger mudanças profundas e sistêmicas – incluindo a necessidade de investimentos massivos em transporte público, moradia acessível e assistência médica –, porque é justamente desse tipo de mudança que suas bases precisam para prosperar.
Como as organizações de justiça climática vêm discutindo há muitos anos, quando as pessoas com mais a ganhar lideram o movimento, elas lutam para vencer.
Outro aspecto revolucionário de um New Deal Verde é que ele é baseado no mais famoso estímulo econômico de todos os tempos, o que o torna à prova de recessão. Quando a economia global entrar em outra recessão, o que certamente irá acontecer, o apoio a esse modelo de ação climática não cairá, como ocorreu com todas as outras grandes iniciativas verdes durante recessões passadas. Em vez disso, o apoio aumentará, uma vez que um estímulo em larga escala se tornará a maior esperança de reviver a economia.
Ter uma boa ideia não é garantia de sucesso, é claro. Mas, pense comigo: se a pressão por uma comissão em tordo de um New Deal Verde for derrotada, os legisladores que quiserem que isso aconteça podem considerar trabalhar com a sociedade civil para estabelecer algum tipo de corpo semelhante a uma assembleia constituinte para elaborar o plano de qualquer maneira, a tempo dele roubar a cena em 2020. Porque essa possibilidade é simplesmente muito importante, e o tempo, curto demais, para permitir que ela seja fechada pelas forças habituais da inércia política.
Conforme os eventos surpreendentes das últimas semanas se desenrolaram, com jovens ativistas reescrevendo as regras do possível dia após dia, eu me vi pensando em outro momento no qual os jovens encontraram sua voz na arena da mudança climática. Foi em 2011, na cúpula anual do clima das Nações Unidas, dessa vez realizada em Durban, na África do Sul. Uma estudante universitária canadense de 21 anos chamada Anjali Appadurai foi escolhida para falar aos presentes em nome (absurdamente) de todos os jovens do mundo.
Ela fez uma fala impressionante e implacável (a que vale a pena assistir na íntegra) que cobriu de vergonha os negociadores reunidos por décadas de inação. “Você vêm negociando a minha vida inteira”, disse ela. “Nesse período, deixaram de cumprir compromissos, não atingiram metas e quebraram promessas. … A maior traição da responsabilidade de geração de vocês em relação à nossa é que vocês chamam isso de “ambição”. Onde está a coragem nessas salas? Agora não é hora de ação incremental. No longo prazo, estes serão vistos como os momentos decisivos de uma era em que o interesse próprio estreito prevaleceu sobre a ciência, a razão e a compaixão comum.”
A parte mais dolorosa do discurso é que nem um único grande governo estava disposto a receber sua mensagem; ela estava gritando no vazio.
Sete anos depois, quando outros jovens estão localizando sua voz e sua raiva climáticas, finalmente há alguém para receber sua mensagem, com um plano real para transformá-la em política. E isso simplesmente pode mudar tudo.
 Fonte: Por Naomi Klein, em The Intecept
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