#sufocada
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sabrinarismos · 9 months ago
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“Muita gente morre sufocada com aquilo que nunca consegue por pra fora.”
— Rafael Oliveira.
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bipolar-mente-blog1 · 10 months ago
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Querido diário...
Sinto saudades de um tempo que nunca vivi, do tempo em que eu pensava que tudo aquilo ia passar, que o nó da garganta ia sair...
Sinto falta do tempo em que mesmo sendo um caos eu conseguia sair e tentar...
O tempo em que eu era tão tola e ignorante que pensava no hoje como um dia estiado pós chuva, onde os poucos raios de sol que teriam seriam tão leves e brilhantes...
Um hoje refrescante e calmo...
Mal sabia eu que minhas tolas escolhas causariam!
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giseleportesautora · 1 year ago
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Conflito Inesperado [Poesia]
Conflito Inesperado [Poesia] - No começo eu não tinha defeitos, era perfeita. Você me tratava como o centro de sua galáxia. Agora é só oposição pesada, minha identidade desfeita. Minha vontade só recebe sanção; minha alma em asfixia #poema #guerra
[Leia com o Áudio da Poesia!] No começo eu não tinha defeitos, era perfeita. Você me tratava como o centro de sua galáxia. Agora é só oposição pesada, minha identidade desfeita. Minha vontade só recebe sanção; minha alma em asfixia. Corações diferentes em um conflito inesperado. A terra de nossa paixão antes unida, está completamente rachada. Você jogou a aliança: meu ser desde esse dia em…
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sunshyni · 2 months ago
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oooi sun, como vai? ☀️
tava pensando aqui… será que eu posso pedir um hc dos 127 reagindo a reader tirando a blusa na frente deles?
i'm tryna make you wifey...
notinha da Sun - você pode pedir qualquer coisa, Anon 🙏 Eu tava escutando “Juliette!” do ph-1 e tive ideia pra essa, tem todo um contexto perai, wait ✋
o cenário para todo mundo é o mesmo - eles estão em uma viagem entre amigos e haverá uma festinha para comemorar o aniversário de um dos integrantes. A festa é temática, e coincidentemente, em um sorteio que fizeram, vocês ficaram com as fantasias de Romeu e Julieta.
obs - vai ter pt.2 com o restante dos membros 🙏
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Taeyong
Você tomou um susto ao olhar para o espelho de corpo inteiro do quarto e dar de cara com Taeyong e seus grandes olhos te espionando. Até uns cinco minutos atrás, ele parecia estar em um sono profundo, daqueles em que sonhamos com unicórnios e tudo mais. Mas, no momento, ele abraçava uma almofada, encantado por você.
— Você tem uma pintinha fofa nas costas, não tinha percebido — ele disse.
Você sorriu enquanto se cobria com a camiseta que acabara de tirar, as bochechas vermelhas, meio envergonhada. Nunca tinha ficado tão sozinha com Taeyong antes, mas seus amigos insistiram que vocês dois deveriam compartilhar o mesmo quarto enquanto os demais dividiam outro cômodo, a sala e a cozinha do aconchegante Airbnb que alugaram.
— Vem aqui, quero conhecer ela.
— Deita aí — ele pediu, e você obedeceu, deitando-se de bruços na cama em que ele estava. Ele traçou sua pele com a palma da mão, sentindo a maciez e a textura. Inclinou-se um pouco para beijar a pintinha em questão, afastou seus cabelos propositalmente cacheados, devido à sua personagem Julieta, e beijou gentilmente sua nuca.
— Você é tão cheirosinha, Julieta.
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Johnny
— John, eu tô presa! Minha camiseta enroscou na presilha, sei lá — você disse, mentindo, obviamente. Havia comprado uma lingerie nova na semana anterior, esperando que seu namorado pudesse apreciá-la durante aquele passeio com os amigos. Johnny quebrou o combinado de vocês de ficarem de costas um para o outro enquanto se trocavam e te ajudou a desenroscar o cabelo da camiseta que você mesma embolou.
— Pronto, senhorita — ele disse, mas não conseguiu tirar os olhos dos seus seios cobertos pelo delicado sutiã rendado. Você até ajeitou a postura para inflar o peito e se exibir para ele. Era a visão perfeita: Johnny com uma camisa social que, por algum motivo, tinha mangas ao estilo pirata, apenas de cueca boxer e com o cabelo bagunçado. Ele quase babava como se estivesse diante do Fantasy Bra da Victoria's Secret.
— Porra, desculpa. Não consigo parar de olhar.
— Que bom, são seus mesmo — você respondeu com um sorriso, acompanhando o olhar dele.
— Posso tocar? Tô me sentindo um garotinho do ensino fundamental.
Você gargalhou, levando uma das mãos dele ao seu seio. Johnny ficou boquiaberto, e você sentiu vontade de se trancar naquele quarto com ele pelo resto da noite.
— Ah, Julieta, você não vai sair desse quarto tão cedo.
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Haechan
— Eu não vou esperar uma hora pra entrar naquele banheiro. Se vira aí que eu vou me trocar — você disse para o seu ficante/quase namorado (você nem sabia direito o que vocês eram).
Haechan bufou, revirou os olhos, mas se virou. Meio incerta, você começou a levantar a camiseta, mas parou no mesmo instante para conferir se ele estava espiando. Haechan virou no mesmo momento.
— Ai, para. Eu já te vi de biquíni, qual a diferença? — ele perguntou.
Você suspirou, tentando esconder um sorriso. Ele percebeu, também sorriu e se levantou, parando diante de você.
— Posso te ajudar?
— A tirar uma camiseta? — você perguntou, e ele assentiu.
— Sim. É uma coisa difícil de fazer. Você pode se enrolar no tecido e ficar sufocada. Só tô prevenindo um desastre.
Ele inventou, e você sorriu de verdade dessa vez, deixando um beijinho casto nos lábios dele.
— Nesse caso, acho que vou ter que tirar o sutiã também, né?
Os olhos de Haechan brilharam, e ele imediatamente assentiu.
— Certamente, Julieta.
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Jaehyun
— Ai meu Deus, desculpa! Eu achei que o banheiro estivesse vazio — Jaehyun disse, fechando os olhos.
Mas ele não havia fechado a porta do banheiro ainda. Você riu, puxou-o para dentro do cômodo, e ele finalmente fechou a porta atrás de si.
— Obrigada. Eu realmente não tava a fim de pagar peitinho — você comentou.
Ele abriu os olhos, tentando se concentrar no seu rosto, mas nunca havia visto seus seios de perto, sem sutiã cobrindo-os, então a tarefa se tornava impossível.
— Tá pagando pra mim.
— Você é meu namorado, Jaehyun — você respondeu com um sorriso, de repente consciente da exposição e escondendo o busto com os braços.
Jaehyun fez beicinho, se aproximou e beijou sua testa gentilmente.
— Não esconde, não. Eu quero ver.
Sussurrando, ele se aproximou ainda mais. Você o deixava sem ar, sem palavras, apenas com pensamentos voltados para você.
Ele afastou seus cabelos com delicadeza, beijou seu pescoço, sua clavícula e deixou um beijo tímido em um dos mamilos, o que te fez sentir cócegas. Ele sorriu, tão vermelho quanto você.
— Acho que a gente vai se atrasar um pouquinho, Julieta.
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zarry-fics · 3 months ago
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Surpreendente | Zayn Malik
AVISOS: linguagem agressiva, casamento "forçado", imagine foge um pouco da realidade do Z, violência (não contra a protagonista, calma).
N/A:. Amigas, já faz um tempo que não escrevo nada com o Zayn, espero que vocês gostem disso aqui porque geralmente, imagines com ele as pessoas não curtem muito não. Como deixei nos avisos, esse imagine foge da realidade do Zayn porque trata de um assunto que ocorre muito em livros de romance rss e ele não é famoso aqui <3 Enfim, se quiserem deixar suas opiniões depois também vou ficar muito agradecida! Escrevi com muito carinho para recompensar o sumiço, torcendo p vcs curtirem. 💋
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— Senhora, deseja tomar alguma coisa? Remédio, chá... Qualquer coisa. — Moira resmungou olhando para você de uma maneira extremamente preocupada, uma vez que você está enrolada nos lençóis de sua cama há horas, e ao menos deu as caras na sua faculdade.
A dor de cabeça, a tontura e a alta temperatura corporal, juntas, te deixam extremamente frustrada, principalmente por não poder se levantar para tomar um banho devidamente, você sabe que se tentar pode acabar caindo e batendo com a cara no chão.
Além de tudo isso, você não deixa de se sentir magoada com o seu marido. Sim, o Zayn! Ele não se importa com você, já fazem horas que não volta para casa e você sabe que ele está trabalhando, por isso mesmo não se importa contigo. Para ele, o trabalho é muito mais importante.
Vocês são casados há dois anos. Não é muito tempo, mas você se sente sufocada pela falta de atenção dele. Certo... O casamento de vocês foi estritamente contratual. Zayn é um rico empresário e para poder ressuscitar os negócios em sua empresa, ele precisava limpar a imagem de mulherengo e irresponsável que carregava nas costas durante grande parte da sua vida. Com o falecimento de seu pai, ele se viu na obrigação de mudar e casar-se com uma boa moça para mostrar à sociedade que agora é um “homem de família” e para não acabar falindo. Todavia, óbvio, essa ideia veio de seus assessores, porque ele nunca aceitaria algo assim.
Você estudou com ele na adolescência no ensino médio. Por um ano. Um único ano, porque no seguinte acabou perdendo a bolsa que ganhou por falta de notas dignas daquela instituição que estudava. Depois daquele ano, você achou que nunca mais veria o Zayn, mas o destino mais uma vez cruzou ambos os seus caminhos. Por alguma razão desconhecida.
Até hoje, você nunca entendeu como ele chegou até você novamente. Mas para resumir a história, ele simplesmente mandou um de seus assessores ao posto de gasolina que você trabalhava, numa tediosa manhã de quarta-feira e te fez a proposta que lhe trouxe à essa mansão, ao casamento em que está inserida hoje.
Zayn propôs à sua família estabilidade financeira, além de pagar a sua faculdade para que aceitasse se tornar a Sra. Malik; você, claro, aceitou depois de muita insistência e após analisar o cenário caótico que sua família se encontrava, logo após seu pai perder o emprego e por seu salário não cobrir todos os gastos de sua família.
Mas não imaginava que seria tão humilhada. Até porque, desde que se casaram, Zayn não tocou em você. O que, no início, você achou o máximo por jurar que jamais se apaixonaria por ele, que o seu toque não lhe faria a menor falta... Porém, hoje em dia, está fazendo muito e você não aceita se sentir assim, Zayn é o homem mais frio que você conhece.
Atualmente, você não sabe como aguentou por tanto tempo tudo isso. Talvez pela faculdade, você sempre quis cursar medicina e atuar na área como pediatra. É o seu sonho que está se realizando tão agilmente... É essa a razão pela qual você está suportando a frieza e indiferença do Zayn.
Mesmo diante dessa situação, você sabe que acabou quebrando várias das regras do “contrato” de vocês. Regras essas que incluíam, claramente, não se apaixonar ou se interessar um pelo outro, até porque tudo não se passa de uma farsa.
De alguma maneira, no entanto, você interessou pelo seu marido. É isso o que te deixa tão magoada e entristecida.
— Muito obrigada, Moira... Mas eu não estou com vontade de comer ou tomar nada. Estou enjoada! — você resmungou em resposta, sentindo que sua cabeça dói mais à medida que as palavras saem da sua boca.
Moira encarou o monte dentro dos lençóis e suspirou, se aproximando da cama. Temerosa, traumatizada pelas broncas que acaba levando do dono da casa. — Senhora, se me permite insistir... Sei a receita de um chá que combate os sintomas que está sentindo agora. Se tomá-lo, amanhã já estará bem melhor, eu tenho certeza! — ela insistiu mais um pouco, torcendo para que você concorde.
Suspirando, você pensou que talvez seja melhor tentar. Já não aguenta mais estar deitada, é ruim para você. — Tudo bem, Moira. Me traga esse chá, por favor!
Com um sorriso animado, a mulher disse um “ok” e foi correndo preparar o tal chá.
Enquanto estava sozinha, você pensou no seu marido. De novo! Pensou se ele sabia que estava doente, pensou se poderia pelo menos, por um segundo, ter se preocupado contigo, com o seu estado de saúde; até porque, se não estiver bem, não poderá continuar fingindo que é a esposa dele.
Mas você sabia a resposta. De alguma forma, seu interior respondeu àqueles questionamentos de uma maneira dolorosa, mas verdadeira: “Para de ser estúpida. Você sabe que ele não liga”.
Moira voltou rapidamente com uma xícara em mãos. O chá ainda estava parcialmente quente, o que o fazia fumegar dentro do objeto. — Aqui está, senhora. — ela disse, estendendo na sua direção.
Você encarou o líquido dentro da xícara e pelo cheiro não parecia nada bom.... Mas ainda crente na promessa de Moira de que, no dia seguinte você estaria melhor, acabou tomando aquilo rapidamente antes de vomitar no carpete do quarto. — Vou preparar um banho para a senhora. Vai se sentir bem melhor e dormirá bem.
Você permaneceu sentada na sua cama, ponderando sobre assuntos que se resumiam ao moreno tatuado, mas tentava desviar seus pensamentos dele, até porque o mesmo não merecia toda aquela atenção. Você até pensou que ele poderia estar te traindo!
Isso te fez ferver ainda mais, mediante a raiva que sentiu.
— Já está pronto, Sra. Malik! — Moira exclamou e você revirou os olhos.
— Não me chame assim, Moira. Sabe que não me sinto confortável.
— Tudo bem, desculpe. — lamentou — Quer que eu ligue para o seu marido? Posso avisar a ele que-
— Ele ligou para saber sobre mim? — questionou, rígida. A mulher negou. — Então, não é necessário que ligue para ele. O deixe. Não preciso da preocupação dele.
Você disse aquilo mas sabia que estava mentindo. Moira também sabia... Ela percebe muitas coisas entre vocês dois, inclusive o sentimento que você vem alimentando a respeito dele. Mas como sendo apenas uma empregada, sabe que não pode se envolver nos assuntos de seus patrões.
Entrando no banheiro, você tomou banho calmamente, lutando para se manter firme, já que a tontura ainda não havia te abandonado.
• • •
No dia seguinte, tal como Moira prometeu, você acordou bem melhor e se sentiu disposta o suficiente para ir à faculdade. Zayn não deu as caras, e isso te motivou a avisar a Moira que você não voltaria para casa naquele dia, ficaria na casa de uma amiga durante a noite; claro, isso depois de agradecê-la pelo chá que você intitulou “milagroso” por, de fato, ter lhe restaurado as forças.
— Tudo bem, senhora. Tenha um ótimo dia! — foram as suas últimas palavras antes de você sair de casa e entrar no carro do seu marido (este que não estava sendo dirigido por ele, só para constar) e rumar para a sua faculdade.
— Sério que você vai poder dormir lá em casa hoje? Seu marido realmente autorizou? — o tom de choque era evidente na voz de Louisa, que sabia muito bem o tipo de marido que Zayn é.
Mas, ao contrário do que ela pensa, ele jamais te proibiu de se divertir, ou de dormir na casa de quem quer que seja. O que é justo e compreensível, uma vez que ele se importa mais com o cachorro do vizinho do que contigo.
Pelo menos é o que você acha.
— Sim. Ele nunca me proibiu de fazer qualquer coisa! — você respondeu, como se não se importasse com a situação em questão e a sua amiga, inocente, acreditou. Ela admirou o seu casamento por isso.
O dia se passou de uma maneira... Cotidiana. Lógico, uma vez que pensar no Zayn e imaginar uma realidade paralela à sua já se tornou rotina, você se sente mais confortável em imaginar que, se chegasse em casa nesse momento, seu marido iria te cumprimentar educadamente, beijar a sua boca e admitir o quanto sentiu a sua falta. Talvez depois disso ele te convidasse para tomar um banho e transaria contigo loucamente no banheiro.
Bom, você jamais admitiria que pensa dessa forma.
Aliás, o corpo de Zayn sempre foi um mistério para você. Pelo menos por inteiro... Porque você já o viu sem camisa, em inúmeros momentos em que foi pega de surpresa pela imagem dele dessa forma. Você ficou hipnotizada, mas ele ao menos deu atenção a você ou a sua presença. Nem um comentário engraçadinho sobre você estar o secando... Nada.
Quando as aulas terminaram, você dispensou seu motorista para ir a um restaurante com Louisa. Almoçariam juntas e em seguida, iriam para a casa dela, provavelmente encher a cara poucas horas depois do almoço. Esse comentário é o que ela mais fala desde que você aceitou dormir na casa dela por esta noite.
Vocês passaram ótimas horas juntas. Falaram sobre diversos assuntos, de fato beberam até perderem o próprio controle (pelos céus, você estava doente há poucas horas, mas ainda queria arriscar). Se embriagar era a melhor opção para você quando estava sóbria, mas quando já o tinha feito, se arrependeu amargamente por ter começado, uma vez que, com o álcool percorrendo seus vasos sanguíneos, você pensava ainda mais no seu marido estúpido e em como gostaria que ele... Olhasse, gostasse de você.
Da mesma forma que você começou a gostar dele.
Mas que porra, isso é um absurdo! Mas como você poderia estar morando há dois anos sob o mesmo teto que um homem como o Zayn e não se apaixonar? É meio improvável.
E como isso se iniciou você ao menos sabe... O que é uma droga. Você ainda tem esperança que um dia supere tudo aquilo. Talvez quando concluir a faculdade e finalmente poder se desvincular de Zayn Malik e de tudo o que o envolve.
As horas foram se passando e você só se lembra de sua amiga capotando no sofá de sua sala, afirmando que não estava mais aguentando permanecer de pé.
• • •
Um cheiro muito forte de cigarro inundou seus sentidos e você fez uma careta, se perguntando quando Louisa começara a fumar, até porque ela sempre detestou cigarros e tudo o que tem haver com eles. — Mas que porra! — resmungou ao se levantar (ainda com os olhos fechados), mediante a pontada que sentiu na cabeça. — Louisa, que merda! Apaga essa droga de cigarro!
— Eu não sabia que você era uma alcoólatra, S/N. — ao ouvir a voz dele, você abriu os olhos no mesmo instante, por causa do susto.
Olhou para ele e o viu sentado numa poltrona, bem de frente para ti. Você analisou com cuidado o local onde estava e percebeu estar deitada num sofá, no escritório dele.
Mas não acreditou que aquela cena era verdadeira... Desconfiou que tudo aquilo se tratava de uma alucinação. Talvez tenha bebido demais. — Sai da minha cabeça. — você ordenou, passando as mãos pelos cabelos incansáveis vezes. Até massageou o próprio couro cabeludo, na esperança de se curar da dor de cabeça que sente.
Zayn bufou, ao mesmo tempo que revirava os olhos. Se levantou e pegou um copo de água que havia em sua mesa, e jogou dentro do mesmo uma aspirina. — Além de ser uma bêbada, também é doida? Pelo amor de Deus. — ele entregou o copo em suas mãos e você até pensou em negar e não beber, mas pelo olhar que ele te lançou, você sabia que não poderia recusar. Não tinha opções.
As coisas pareciam estar ficando cada vez mais reais.
— Eu não estava aqui. Quem me trouxe? — perguntou, ácida.
— Você ainda pergunta? — indagou de volta, quase sem esperar você terminar de falar. — Fui eu quem te trouxe.
— Eu não pedi. Você não pode se envolver nos meus assuntos desse jeito. — mesmo sendo grossa, Zayn a ignorou completamente.
— Claro que eu posso. Sou o seu marido. Ou você se esqueceu disso?
— Nosso casamento é uma grande mentira e você sabe muito bem que não deve se basear nisso para justificar seu comportamento tóxico. — ele já tinha virado as costas para colocar de volta o copo na mesa, mas voltou a te olhar. Com uma sobrancelha arqueada.
— Qual a porra do sobrenome que está nos seus documentos de identificação? — questionou, duramente. Ele não desviava o olhar do seu e você sentiu sua pele arrepiando.
— Isso n-
— O meu sobrenome está na tua identificação, caralho. Isso quer dizer que eu sou o seu marido e tenho autoridade para ir te buscar e dizer que você não devia ter dormido fora de casa.
— Você faz isso o tempo inteiro, Zayn. Por que eu não posso fazer? Eu só estava me divertindo com a minha amiga, já me cansei de estar presa nesta casa, não aguento mais viver assim! — respondeu num tom cansado, falava mais alto para demonstrar a sua indignação que não passou despercebida por ele.
— Eu tenho estado muito ocupado no meu trabalho, S/N. Você sabe disso. Independente de qualquer coisa, quando chego em casa quero que esteja aqui. — ele falou e foi então que te deu as costas mais uma vez.
— Você é a merda de um hipócrita, não tem o direito de me tratar desse jeito, quando tudo o que você mais tem feito durante esse tempo que estamos casados é me tratar como se eu fosse um lixo. Não seja ridículo, Zayn. Você me prende nesta casa, não posso sair sem um motorista e ainda fala como se se importasse comigo?
— O problema é você sair com o motorista? Tudo bem, pode sair sem ele. É só escolher a merda de um carro na garagem, eu não me importo! Mas não te quero dormindo na casa de ninguém, principalmente daquela tua amiga! Ela tem um tarado morando com ela e eu não quero você perto daquele cara!
Ele se referiu a Tom, o irmão mais novo de Louisa. — O quê? Ele é irmão dela!
— Não quero saber, S/N. Você é uma mulher casada, a minha mulher! Eu exijo que você me respeite e nunca mais vá dormir na casa de qualquer pessoa sem me avisar.
Você ficou sem acreditar naquelas palavras tão duras. Simplesmente se levantou e saiu andando, sem sequer olhar para trás.
Zayn foi bruto nas palavras, estava agindo movido pelos ciúmes e a raiva que sentiu quando entrou na casa de Louisa e flagrou Tom checando se você estava bem, até porque havia capotado no sofá e já não reagira. O garoto estava sendo inocente nas suas ações, mas seu marido não enxergou a situação desse jeito.
Nos dias que se passaram, vocês dois não se falaram. Mas uma chave apareceu na cômoda ao lado de sua cama e quando você chegou na garagem para saber a qual carro aquela chave pertencia, notou que Zayn havia te dado permissão para dirigir a sua Porsche Panamera, um dos carros mais lindos que estão na garagem.
Seu queixo foi ao chão.
S/N pov
Não entendi a razão pela qual Zayn realmente me deixou dirigir aquele carro divino. Mas eu não pensei muito... Talvez devesse ser orgulhosa numa situação como essa e não aceitar dirigir um carro dele, mas não conseguia. Seria boba demais se o fizesse.
Destravei-o e entrei. Encarei aquele painel e mesmo estando um pouco nervosa, me atrevi a ligá-lo e dar partida até a minha faculdade.
A princípio, eu me dei bem. Sai do condomínio do Zayn e com bastante cuidado e atenção, segui pelo caminho muito conhecido por mim. Parei no primeiro, no segundo e no terceiro sinal. Tudo parecia estar fluindo muito bem, até eu chegar no quarto sinal... O último antes de chegar na faculdade, só para constar.
Foi aí que um carro entrou na rodovia na contramão. Ele fez uma curva para, ao que parece, tentar dar a volta mas não deu tempo... Bateu na lateral do carro do Zayn, o que me fez rodopiar na pista até que batesse num muro. Minha cabeça bateu com muita força no vidro, e eu até gritei pelo susto.
Um barulho muito alto consegui ouvir, mas com certeza foi a lataria do carro amassando ao entrar em contato com o muro, com tamanha força. Meu coração estancou dentro do peito e eu só conseguia pensar no que Zayn falaria pra mim depois de saber o que eu fiz.
— Tem alguém lá dentro! — eu ouvi alguém gritando do lado de fora, passados alguns momentos.
Mesmo tonta, eu abri a porta do carro e saí andando, me apoiando nele pois sabia que poderia cair se tentasse me equilibrar. — Oh, meu Deus! Você ‘tá bem, moça? — a mesma voz me perguntou, e eu olhei na direção do som, percebendo se tratar de um homem..
— Não muito, eu... Ah, que droga! — fiquei muito mais nervosa e trêmula quando olhei a situação do carro.
Jesus Cristo, o Zayn vai acabar comigo.
— Calma, moça. Já chamamos a ambulância! — ouvi outra pessoa murmurar.
Recebi a atenção devida até que a polícia chegasse. Logo, eles vieram falar comigo e alguns outros foram falar com o engraçadinho que bateu em mim. — Senhora, tem alguém com quem possamos entrar em contato? — perguntou-me uma policial.
— Tem o meu marido, mas não quero que ligue pra ele, não. — respondi, já o imaginando me falando coisas horríveis.
— Como assim? — ela me perguntou, sem entender.
Foram se juntando algumas pessoas em volta do carro, algumas até gravavam. Tudo isso só aumentava o meu nervosismo. Pouco tempo depois, os policiais afastaram os curiosos e isolaram a área, mas eu ainda não conseguia me sentir bem.
Eu não precisei nem explicar para a policial o porquê eu não queria que ligasse para o Zayn naquele momento, porque a droga do carro dele estacionou ali perto e eu nem precisei de muito esforço para reconhecê-lo. — Cadê a minha mulher? — ele gritou com um policial e simplesmente veio andando em minha direção. Sua expressão não estava nada boa. — Quem foi o infeliz que fez isso com ela?
Ele olhou para o rapaz e foi na direção dele como a droga de um foguete. — Escuta aqui seu irresponsável de merda, eu vou acabar com a sua vida! Você poderia ter matado a minha mulher, seu infeliz!
— Senhor, peço que se acalme-
— Me acalmar? Esse desgraçado tentou matar a minha esposa e você ainda me pede pra ter calma? — ele não estava conseguindo se controlar. E o pior, eu não conseguia nem me mover porque estava apavorada, sabia que ele iria surtar comigo. Porra, esse carro deve valer o meu corpo no mercado ilegal, a primeira vez que coloquei as minhas mãos nele já o destruí. Ele teria total razão em me matar por isso.
Os policiais o seguraram e pediam a todo instante para que ele se acalmasse, já que estava querendo avançar no rapaz que claramente está alcoolizado. A situação dele não está das melhores.
Precisei me aproximar e tocar nele, tentando chamar a sua atenção. — Zayn, por favor... Se acalme. — eu pedi, baixinho. Apertei o braço dele e isso bastou para que ele me olhasse. — Me desculpa, eu deveria ter prestado mais atenção, sei que o seu carro-
Minha tentativa de explicação foi interrompida quando ele me agarrou, me abraçando apertado. O primeiro abraço que ele me dá, em dois anos de casamento... E ele simplesmente me apertou com bastante força, como se eu fosse escorregar pelos seus braços.
Jesus, o que está acontecendo aqui?
— Meu Deus, não imagina o quanto fiquei preocupado. Você está bem? — ele perguntava, enquanto analisava o meu corpo. Até que olhou para a minha cabeça e deve ter visto o pequeno corte que se fez mediante o impacto no vidro.
— Eu... Eu tô bem-
— Eu vou matar esse infeliz. Esse bastardo vai pagar muito caro-
— Se acalma, eu... Eu estou bem. Foi um acidente, Zayn.
Ainda não consigo acreditar que estamos tendo essa interação e que ele, está pelo menos fingindo que se importa comigo. — Não. Ele causou isso e vai pagar. — ditas essas palavras, ele se afastou de mim e dessa vez, não o conseguiram impedir de chegar perto do rapaz.
Zayn deu um soco na sua boca, o que o fez se desequilibrar e cair de bunda no chão. — Você vai custear o meu carro, todos os danos causados. Não quero saber como vai fazer isso, mas a conta de tudo o que você estragou vai estar chegando na sua casa hoje mesmo. E se não quiser que eu acabe com a sua raça você vai pagar tudo, caralho! Tudo!
Meu marido ligou para um de seus assessores e conversou com o mesmo por algum tempo. Assim que desligou a ligação, não demorou muito para que este estivesse ali também. Zayn só o chamou para dar continuidade à resolução daquele problema, pois logo veio até mim. — Vamos embora, você precisa ir ao hospital.
Dito isso, ele colocou seu braço sobre meu ombro e me guiou até o seu carro, tão bonito quanto aquela Porsche. — Não quero. Eu quero ir embora, me leva pra casa, por favor. — não me sinto mal, eu só quero poder me enfurnar no quarto e tentar me recuperar.
Ele realmente iria embora. — E o carro? — me arrisquei a perguntar, ainda com o rosto queimando de vergonha.
— Não se preocupe, Sam vai cuidar disso para mim. — respondeu ele, sério.
Ao abrir a porta do carro pra mim, também entrou e então deu partida até a sua casa. — Não vai brigar comigo? Eu peguei aquele carro pela primeira vez e já o destruí.
Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada.
— Está esperando que eu brigue com você pelo quê exatamente, S/N? — indagou, mas não ficou me encarando por muito tempo, focou na pista à nossa frente.
— Eu bati o seu carro. — repeti, sem acreditar que ele não vai brigar comigo.
— Bateram em você. — corrigiu.
— Mas-
— Para de bobeira, S/N. Eu não vou brigar com você, por que raios faria isso?
Eu não sabia o que dizer. Ele nunca agiu desse jeito, era muito inacreditável para mim. Só fiquei em silêncio, e Zayn também não tentou conversar mais.
Chegamos em casa e ele estacionou o seu carro. Na garagem. Ainda vestia suas roupas de trabalho, claro que ele saiu correndo para checar o que tinha acontecido, é por isso que eu fico ainda com mais vergonha.
Pelos céus. Nunca mais coloco as minhas mãos nos carros deste homem; na verdade, os motoristas não me incomodam.
— Está com dor de cabeça? Precisa de algum remédio? — perguntou ele, ao estacionar. Só desligou o veículo e voltou a sua atenção totalmente para mim.
— Não.
— Claro que precisa. — ele rebateu — Eu ainda acho que vou te levar ao médico. Não confio em você.
— Eu estou bem, já disse. — reafirmei. Já estava sem graça demais por tudo o que aconteceu, sendo assim, abri a porta do carro para sair dali. — Enfim, obrigada por ter ido lá me buscar e... Bem, por não brigar comigo. Eu realmente não fiz por querer, Zayn. — ao falar assim, eu realmente saí do veículo.
Não olhei nem para trás, mas ele veio atrás de mim. — Eu quero cuidar de você, S/N. — ele disse do nada, me assustando. Fiquei simplesmente sem reação, meus pés travaram no chão. Não consegui andar mais, nem ao menos me virar para ele.
— O que? — perguntei, desacreditada.
— Você me ouviu. Eu não posso deixar você desse jeito. Você acabou de sofrer um acidente, preciso ficar de olho em você. — repetiu. Pela forma como falava, eu senti que ele também estava sem jeito e eu, pior ainda.
Finalmente me virei para olhar em seus olhos e vi na expressão dele como estava atordoado. E não é pra menos... Zayn é tão frio e orgulhoso, para mim é uma grande surpresa tudo o que aconteceu hoje. Preciso de um tempo para digerir tudo isso.
— Não precisa se preocupar, obrigada.
— Será que dá pra você sair da defensiva? Eu só quero ajudar. Porra, S/N. Colabora aí.
Percebi que ele estava disposto a me infernizar até eu dar o braço a torcer. E além disso, também estava completamente sem graça; sendo assim, eu não me opus mais. Fiquei quieta. Zayn, mais uma vez me surpreendeu... Ele me pegou no colo e me levou até o nosso quarto.
No caminho, dei de cara com Moira. Ela estava nos olhando em completo choque. — Você precisa de um banho. — afirmou ao me deixar sentada na cama.
Como se eu fosse uma criança. Ele me ajudou a tirar as roupas, preparou um banho quente para mim e me ajudou com as feridas em minha cabeça. O toque dele era delicado, muito cuidadoso. Eu jamais admitiria em voz alta, mas eu esperei por tanto tempo por isso; a paixão que eu alimentei por esse homem nesses anos em que estamos casados é o que faz o meu coração acelerar tanto por tê-lo tão pertinho de mim, e ainda mais, me cuidando desse jeito que eu jamais imaginei que aconteceria.
Eu sinto que estou sonhando.
Me senti uma inválida quando ele me ajudou até a deitar na cama e ajeitou os travesseiros atrás de mim. Zayn ficou com o rosto bem próximo do meu. Beijou a minha testa com os olhos fechados e, sem se afastar, ele sussurrou:
— Me perdoe, S/N. Me perdoe por ser tão estúpido com você durante todo esse tempo.
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cartasparaviolet · 2 months ago
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Não estou em sua palma, vamos com calma. Sou alma e não há pressa. Tudo tem seu tempo, sem necessidade de ir depressa. Devagar se vai mais longe, aproveite a paisagem da costa que no horizonte desponta a aurora. Vamos com calma, com alma. Leveza e sutileza brindamos nessa mesa sob a luz do luar. Há na abóbada celeste o dom de hipnotizar, como o canto da sereia que nos enreda em sua teia e nos obriga a se entregar. Não estou com pressa, mas tenho urgência. Sinto-me sufocada em sua ausência, ar rarefeito. Coração, bem feito, agora esse órgão irremediável bate a porta afoito e sinto sua pressa a me corroer. Calma, toque com alma. Não sou de porcelana, todavia sob o toque de quem se ama, me permito derreter.
@cartasparaviolet
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versiaria · 4 months ago
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Alô? Sou eu, sim. Eu sei por que você tá ligando pra mim e antes de qualquer coisa, preciso te falar algo. Tô deitada aqui no chão da minha casa, senti um pouco de vertigem e deitei aqui enquanto espero passar. Isso acontece às vezes, sabe? Eu fiquei muito cansada e decidi sair do emprego, achando que conseguiria descansar e voltar mais forte. Mas não foi isso que aconteceu. Fiquei mais cansada e mais infeliz. Nada parecia o meu lugar, não me encaixava. Comecei a perder a vontade de sorrir na mesma medida que perdia peso. Hoje, me olho no espelho e não vejo nem mesmo uma sombra do que já fui. Meu brilho se perdeu. O pouco que conquistei na vida foi tirado de mim. O resto, virou uma bola de neve rolando montanha abaixo, comigo sendo esmagada por ela. Seja pela vergonha, seja por todas as escolhas que me trouxeram até aqui, seja pela pessoa fraca, triste e medíocre que me tornei. Desculpa por não ter conseguido me reerguer ainda. Eu juro que tô tentando resolver. Mas ainda não consigo. Eu sinto muito. Sinto tanto que tô vivendo sufocada, engasgada... O tempo todo tentando lembrar como respirar.
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harrrystyles-writing · 3 months ago
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oii cah, poderia fazer um concept hot (2 - 19) onde s/n é um pouco ciumenta no namoro e harry mostra para ela que ele não quer nenhuma outra mulher
Frases: Que parte de ' Eu quero você, e somente você' você não entendeu?/ Mas eu não quero ela, eu quero você.
Aviso: 🔞Conteúdo explícito.
NotaAutora: Gente faz um século que não escrevo um hot, então, não sei se ficou bom e digno para vocês então me perdoem 🥺💗 De qualquer forma, aproveitem a leitura.
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Harry Concept # 28
Você nunca gostou de assistir às gravações dos videoclipes de Harry. Não porque não fosse fã do trabalho dele — você era.
Mas porque o ciúme a corroía por dentro em situações como estava vivendo, ver Harry tão próximo de outra mulher, ainda mais uma famosa e incrivelmente bonita como Dua Lipa, a fazia sentir seu estômago revirar.
Você estava nos bastidores, de braços cruzados, observando a cena que se desenrolava diante de seus olhos, os dois estavam no centro do set, a música sensual preenchendo o ambiente, enquanto o diretor pedia mais proximidade, seus rostos a centímetros um do outro.
Seu peito estava apertado, como se algo estivesse esmagando seu coração, o ciúme corroía cada pensamento lógico que você tentava ter, mas a imagem de Harry com os lábios quase tocando os de outra mulher a deixava sufocada, o nó na garganta ficou ainda maior quando a câmera capturou o momento exato em que ela inclinou-se mais para Harry e o beijou, mesmo sabendo que  tudo não passava de algo técnico, não conseguiu acalmar seu coração ciumento. Antes que pudesse pensar direito, você deu as costas e começou a andar rapidamente para longe, o gosto amargo da insegurança estava em sua boca.
Harry percebeu quando você saiu, ele te conhecia muito bem, sabia o quão  ciumenta era, sempre foi, de uma forma ele entendia isso, até achava fofo às vezes, mas agora, sabia que precisava resolver, então deu uma última olhada para o diretor, pedindo uma pausa e  correu atrás de você.
— Baby?! Espera.
— O que foi? — Você parou no corredor, sem nem olhar para ele.
— Tudo bem? — Harry segurou seu braço a virando para ele.
— Tá de sacanagem comigo? Por que me chamou aqui hoje? Só para ver isso?
— S/n, era só uma cena, você sabe disso, me desculpe eu não sabia que essa seria a cena que gravariamos hoje, se soubesse nunca teria te chamado, porque sei que não gosta, me desculpe mesmo, não fique brava.
— Me diz como não sentir nada quando você vê seu namorado beijando outra mulher? Porque eu não consigo fingir que não me importo.— Seu peito subia e descia rapidamente.
— Eu sei que não é fácil ver, mas você sabe que só existe uma pessoa que eu quero no mundo todo, é você.
— Será, mesmo?
— Que parte de 'Eu quero você, e somente você' você não entendeu?  — Ele se aproximou ainda mais, segurando seu queixo  delicadamente, forçando-a a olhar para ele.
— Mas ela é linda, vocês ficariam tão bem juntos. — Seus olhos brilhavam com as lágrimas. — Todo mundo acha isso.
— Mas eu não quero ela, eu quero você. — Secou uma lágrima insistente que saiu de seus olhos. — Baby,  entenda, eu sou louco por você, não importa quantas mulheres eu veja ou quantas mulheres eu conheça, nada muda isso.
— Então prove.
Ele sorriu, aquele sorriso malicioso que causava arrepios em você.
— Sua... —  Harry agarrou  seu pulso e puxou para a porta mais próxima, fechando. Você olhou em volta o que parecia ser um depósito. — Eu vou te lembrar o porque você nunca deve duvidar de mim.
Você odiava o quão bom esse homem era em beijar, ele te deixava louca em segundos.
— O que há de errado com você? — Murmurou ele contra seus lábios. — Como pode duvidar do quanto eu amo foder essa buceta. — Ele puxou seus lábios com os dentes.
— Porque existe outras melhores. — Protestou.
— Não existe nenhuma… — Harry deslizou os lábios até seu pescoço, mordiscando a pele, a voz grave e carregada de impaciência —Nenhuma melhor que a sua, odeio que você não entenda isso.
— Mas… — Você tentou protestar, mas ele segurou seu rosto entre as mãos. , o polegar deslizando por seus lábios.
— Cala a boca… — Murmurou, descendo novamente pelo seu pescoço, causando arrepios a cada beijos e mordidas que deixava ali. — Antes que eu mude de ideia e não te deixe gozar.
No instante seguinte você estava seu rosto contra a parede fria, o corpo de Harry começou se mover bem atrás de você, sua mão descendo, percorrendo suas costas, seus quadris até sua bunda, dando um tapa forte o bastante para fazê-la formigar.
— Quero bem empinada, entendeu?
— Ok! — Respondeu ofegante, empinando sua bunda o máximo que conseguia, tonta com a maneira como ele estava te tocando.
Vagarosamente ele foi abaixando sua legging roxa  de ioga, sua calcinha de renda preta acumulando junto em seus tornozelos, ele molhou bem dois de seus dedos antes de entram em você, deslizando para dentro com facilidade, um gemido longo e choroso escapou de seus lábios.
— Não tô afim de ser atrapalhado agora e não tenho muito tempo.— Harry agarrou um bom punhado do seu cabelo para puxá-la ainda mais para perto dele. —Adoro te ouvir gemer e implorar por mim, mas fica quentinha?
Você assentiu mordendo os lábios, sentindo os dedos dele começarem devagar, mas depois  indo cada vez mais forte e rápido a cada vez que saiam e entravam em você, a sensação dos dedos longos dele te preenchendo era tão boa tão deliciosa, fazendo você se contorcer e  dar seu máximo para segurar todos os gemidos presos em sua garganta.
— Para de se mover. — Ele deixou uma mordida em seu o pescoço. — Se não eu vou parar.
A esse ponto tudo o que você sabia fazer era obedecer.
Seu clitóris precisava ser tocado, ele estava pulsando,  querendo aqueles dedos encharcados para fazê-la gozar.
— Harry....— Você choramingou, implorando para que ele fizesse alguma coisa.
— Fica quieta. — A outra mão dele cobriu sua boca.
Ele sabia que você não aguentaria mais, você estava pulsando, engolindo os dedos dele a cada vez que estavam bem fundo dentro de você, então ele os tirou subindo para esfregar clitóris tão perfeitamente, ele estava rápido e mesmo com você se contorcendo na frente dele não diminuiu o ritmo.
— Posso sentir que você está prestes a gozar. — Um arrepio percorreu sua pele, assim que sentiu a respiração quente dele fazendo você estremecer, suas pernas já estavam tremendo, seu orgasmo tão perto que doía. — Goze pra mim, baby.
Sua visão começou a ficar turva enquanto seus olhos reviraram, você sentiu aquela onde de prazer começar a invadir seu corpo, cada pedacinho de você sendo atingido por aquela sensação gostosa, sua buceta pulsando  enquanto os dedos dele ainda te fodiam durante o orgasmo, você gemeu contra a mão dele que te sufocava, enquanto os dedos dele desaceleravam ainda a fazendo tremer.
Estava tudo escorregadio e molhado e você tinha certeza de que os dedos dele estavam pingando.
Todos os seus músculos estavam doloridos, seu corpo inteiro mole, mal ficando pé, Harry a envolveu em seus braços a abraçando por trás com força, como se o todos lá fora não estivemos loucos procurando por ele.
— Você é a única que importa, nunca duvide disso...
Obrigada por ler até aqui,se gostou, considere deixar um comentário isso é muito importante para mim 💗
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disfrutalakia · 1 month ago
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Bagi posted two tweets that are about her arkanis lore.
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"Aqui consumo o último suspira daquela que gritou e não foi ouvida"
The translation would be "here I consume the last sigh of the one that screamed and wasn't heard"
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"A esperança foi sufocada pela violência de onde se esperava paz"
The translation would be "Hope was suffocated by the violence where there was hope for peace"
In other words, I thibk akBagi is going to die
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sabrinarismos · 2 years ago
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“Muita gente morre sufocada com aquilo que nunca consegue por pra fora.”
— Rafael Oliveira.
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bipolar-mente-blog1 · 10 months ago
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Querido diário...
As vezes sinto uma empolgação sobre tudo que quero fazer mas, ao mesmo tempo fico ansiosa e muito triste por saber que não vou conseguir isso. Não consigo me mover, não consigo me agarrar àquilo que quero e que gosto, sinto o choro me sufocando, sinto que mesmo se eu tentasse milhões de vezes nada iria mudar, sinto meu corpo fraco e sem energia, mas eu ainda queria saber como é ter o quero, como é sorrir sem culpa, conseguir ir atrás genuinamente do que quero, estou estagnada, minha mente me encurrala contra um canto escuro e diz do alto que não vou conseguir e que todo e qualquer esforço que eu faça será em vão.
Isso dói muito, como se apertasse o meu peito me deixando sufocada e paralisada...
E o tempo continua passando, mas é como se eu continuasse presa no canto...
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controlaria · 2 years ago
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Sufocada por palavras que não disse E ansiosa por ter dito demais. Sufocada por um sentimento que devo calar. E ansiosa por ter demonstrado e, ainda assim, Ficado só.
Controlaria.
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girlneosworld · 24 days ago
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5. ordem
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tw: menção a doença e morte, acho que só.
olhem só quem apareceu nos 45 do segundo tempo. deveria ter vergonha né 👎🏾 me perdoem qualquer erro, ficou um pouco grandinho. boa leitura e beijo!
Fica alí, trancada no quarto, pelos próximos dias. Parou de contar depois da terceira noite, pensando no que fez para merecer aquele castigo. Para merecer aquela ardência mal curada que estava espalhada por todo seu corpo. Para merecer aquela família. Para merecer aquela voz sussurrando dentro de sua cabeça que só havia uma maneira de acabar com tudo aquilo, que precisava urgentemente um jeito na sua vida.
Eunha não se lembra de quantas vezes foi até a porta e bateu, não ouvindo resposta do outro lado. Tentava falar alguma coisa mas tudo que recebia era o silêncio. Acabava desistindo na maioria das vezes, dando meia volta e se enrolando em seus cobertores, encarando o teto do quarto enquanto o dia escurecia outra vez. Estava começando a sentir os sinais da abstinência, seja ela da possível dependência química ou de contato humano, as mãos tremiam sem motivo e a cabeça latejava. Sua sorte era o pequeno banheiro acoplado ao cômodo, seu único refúgio quando se sentia sufocada pelas paredes e sentia tudo girando, quando ouvia aquela mesma voz insuportável cochichando dentro de seus ouvidos e começava a ver as luzes piscando de maneira incansável.
Depois de passar outra noite definhando no chão gelado, quando o sol ameaçava nascer, a Kwon se rastejou até a porta mais uma vez. Estava sem as roupas depois de arrancá-las durante a madrugada, se sentindo presa e precisando urgentemente se livrar daquela agonia. Conseguiu ver pela pequena fresta quando um par de pantufas parou do outro lado e levou a mão até a madeira, passando as unhas arrancadas enquanto tentava encontrar a própria voz.
— Mamãe? — pensou ter dito em voz alta, não tinha certeza se ainda conseguiu falar. Tentou outra vez — Ainda estou aqui.
Silêncio.
— Eu não quero morrer — ofegou, a outra mão indo de encontro a um de seus machucados mal cicatrizados. Eunha aperta — Não deixa ele me matar.
A garota sentiu sua garganta se fechando quando os pés se afastaram da porta e precisou afundar o que restava de suas unhas no buraco que se formou em sua bochecha. Não conseguiu chorar. Uma pressão explodiu sua cabeça em dor enquanto ela olhava para o armário que guardava seus medicamentos.
•••
Está dirigindo há, pelo menos, duas horas e já sente seus dedos começando a formigar. Espia o banco do carona e vê Jeno cochilando com a cabeça apoiada na janela, o que acaba te fazendo revirar os olhos. Invejava o sono pesado do tenente, que não tinha dificuldade para dormir e muito menos era acordado com facilidade. Mesmo quando o carro sacudia mais forte ele continuava imóvel.
Por outro lado, mesmo que não soubesse o histórico de sono do Lee antes das pragas, entendia que ele dormisse sempre que tivesse a oportunidade. Acordavam cedo todas as manhãs, assim que o sol começava a nascer, e ficavam acordados o máximo que conseguiam antes da noite consumir completamente o céu – aproveitam o máximo que conseguiam as vantagens que podiam ter sobre os mortos vivos. Era mesmo cansativo e qualquer oportunidade que tivessem de descansar deveria ser devidamente aproveitada. Alí, enquanto ouvia a respiração pesada do rapaz adormecido ao seu lado, pensava em como deveria ser não temer estar tão vulnerável assim. Poderia capotar o carro naquele momento e ele morreria sem ao menos perceber.
— Esquisita — murmurou para si mesma. Não conseguia distinguir se aqueles impulsos eram assassinos ou suicidas. Ou uma junção das duas coisas.
Por sorte, a pequena estrada que pegam até Sunvylle é uma daquelas que foi interditada assim que o apocalipse começou, ao lado de uma floresta densa de pinheiros altos. É um caminho relativamente tranquilo durante o dia, mantém sua atenção em todas as direções que consegue, tentando estar o mais alerta possível. Mas não há nada relevante ao redor. Precisa se forçar a relaxar no banco e não apertar o volante entre os dedos com tanta força. Não sabe o motivo de estar tão apreensiva.
Inspira o ar para os pulmões e prende por alguns segundos. Já consegue ver os prédios de Daegu surgindo e a cidade tomando forma ao passo que se aproximam cada vez mais, o que é um bom sinal. Quando pontos brancos começam a surgir em seus olhos, finalmente volta a expirar, agora com a respiração menos trêmula e mais controlada.
Está apertando os olhos na direção do mapa aberto e abandonado no colo de Jeno quando o som do walkie-talkie chiando chama sua atenção. Alcança o aparelho no porta-luvas e o segura, esperando que alguém dissesse alguma coisa, o coronel, muito provavelmente. Mas nada acontece, não ouve nada além da interferência silenciosa.
— Estou na escuta, câmbio — aperta o pequeno botão para falar e o walkie-talkie de repente para de chiar por um instante, voltando logo em seguida — Mas que coisa.
Resolve deixar de lado, seja lá quem estava tentando falar com vocês tentaria outra vez quando estivesse com um sinal decente. Joga o pequeno aparelho de volta para seu lugar de origem e o barulho parece, finalmente, acordar Jeno.
— Você é muito barulhenta — ele resmunga com a voz abafada pelo boné que cobria seu rosto — Não se pode dormir em paz nos dias de hoje.
— Bom dia, princesa — você responde — Deveria me agradecer por te deixar dormir feito um folgado enquanto dirijo sem pausa.
— Aposto que sentiu falta de conversar comigo e minha personalidade encantadora.
Dá uma risada soprada enquando ele solta um bocejo longo e desnecessariamente alto. O Lee pega o boné e o arremessa nos bancos de trás, bagunçando o próprio cabelo, ainda com o corpo relaxado sobre o banco. Nunca viu alguém tão estupidamente a vontade como ele.
— Se isso te faz dormir a noite — desdenha, dando de ombros. Olha de soslaio para ele a tempo de vê-lo revirar os olhos para você — Não vou pedir desculpa por te acordar.
— Ótimo. Não quero viver em um mundo onde você sabe se arrepender e reconhecer seus erros e demonstrar sentimentos.
Agora é a sua vez de revirar os olhos.
— Eu sei fazer todas essas coisas — responde e Jeno arquea as sobrancelhas, não muito convencido — Só não acho que você mereça nenhuma delas.
— Assim você quebra meu coração — ele diz num falso lamento, suspirando de maneira dramática — E tem alguma razão específica pra você ter arremessado o coitado do walkie-talkie que nunca te fez nada? Ou são apenas os seus instintos violentos vindo a tona?
— Eu não tenho instintos violentos — faz uma careta, se virando para olhar diretamente para o tenente.
— Sinto muito em ser eu a te informar disso, Borboleta, mas você é uma criaturinha incrivelmente violenta e agressiva — Jeno usa seu tom mais condescendente para dizer e, propositadamente, te irritar enquanto mantém a postura desleixada — A pior de todas.
— Não sou, não — esbravejou e viu quando ele deu um sorrisinho arrogante de canto. Precisou respirar fundo para resistir a sua vontade estragar aquele rosto de todas as formas mais dolorosas que conhecia — O walkie-talkie tocou. Não exatamente. Tocou mais ou menos.
— Ah, é? — arqueou uma sobrancelha escura, esticando o braço para alcançar o objeto — Se importa de explicar?
— Ele ficou chiando. Não consegui ouvir nada, o sinal não estava lá dos melhores — responde.
— Melhor assim. Preciso de uma pausa do coronel por pelo menos dois dias inteiros, no mínimo — o tenente diz e endireita o corpo, finalmente se sentando ereto. Os cabelos escuros e lisos dele estão desengrenhados e as roupas amassadas — Pelo bem desse país.
— Nem me fale — concorda, bufando em seguida.
— Quando tudo isso acabar eu vou me aposentar de vez.
— De novo isso de se aposentar? — indaga, se lembrando do que o tenente tinha dito horas antes, depois que saíram do hospital — Você não tem nem trinta anos ainda. Relaxa um pouco, Lee.
— E agora você tá me ouvindo, pelo menos.
— Também estava ouvindo quando disse da primeira vez.
— Não estava, não.
Você revira os olhos.
— Precisa superar essa sua carência — aponta para ele com um sorriso irônico — Urgentemente.
— E você precisa considerar ser uma pessoa um pouco mais agradável de se conviver — rebate o Lee — Já pensou em aprender a conversar feito um ser humano normal?
— Estou conversando com você. Mesmo que você não se encaixe, exatamente, na categoria de ser humano normal — se encolhe no banco, começando a abrir a janela do camburão para deixar com que um pouco de ar fresco entre no veículo. Já consegue ouvir os zumbidos vindo do centro.
— Tá vendo? É disso que eu tô falando — Jeno diz, meio indignado. O tenente aperta os olhos e franze o cenho — Não dá pra ter uma conversa agradável com você. Nunca.
— Isso é você que tá dizendo — murmura e começa a diminuir a velocidade. Logo seu rosto se contorce em uma expressão confusa, olha do Lee para o lado de fora algumas vezes — Tá ouvindo isso?
Jeno assente, destravando o cinto enquanto vocês entram cada vez mais na cidade. Ao passo que vão se aproximando, um som muito parecido com água escorrendo chega aos seus ouvidos. O som vem acompanhado de um zunido que não consegue identificar, além do som de passos. Seu corpo volta a entrar em alerta e lança a Jeno um olhar rápido que ele logo entende, se inclinando para trás e pegando sua carabina de pressão e o taco com arame farpado.
— Vamos descer — ele diz já com a mão na trava da porta, pronta para abri-lá.
— Espera um pouco — continua dirigindo e adentra de vez no lugar, os sons ficando cada vez mais nítidos. Vê o homem ao seu lado resmungar alguma coisa que não se dá o trabalho de prestar atenção e usa sua mão livre para pegar seu cartucho da carabina, o guardando dentro do bolso do moletom — Parece que não estamos sozinhos.
— E a companhia não deve ser das melhores — ouve Jeno responder enquanto recarrega a própria arma, abrindo o próprio vidro e colocando a cabeça para fora — O que é estranho já que ainda são onze da manhã.
Você concorda e finalmente estão dentro do centro de Daegu, cercados de casas, prédios comerciais e muitas lojas. Em um cenário mais provável, encontrariam todas aquelas fachadas destruídas e as ruas estariam abandonadas, assim como todos os outros lugares que foram até o momento. Mas o que encontram, ao invés de tudo isso, não é o caos do silêncio e nem mesmo as pragas que imaginavam ver se contorcendo pelos cantos. Encontram pessoas.
O zumbido que estavam ouvindo eram conversas. E o barulho de água escorrendo era realmente o que ouviu, mas eram galões sendo despejados pelo asfalto. De onde estavam conseguiam ver quatro ou cinco pessoas esfregando alguma coisa no chão com vassouras, todas vestidas com roupas comuns. Em frente as lojas e das casas, outras pessoas penduram lençóis brancos sobre suas portas e janelas. Precisa soltar o ar que estava prendendo quando as ouve conversando e não rosnando ou batendo os dentes, mas sim sorrindo umas para as outras.
— Isso é novidade — Jeno volta a falar depois de um tempo, atraindo sua atenção para ele. Vê o Lee com as sobrancelhas arqueadas e os olhos pequenos um pouco arregalados — É bastante gente.
Desde que começaram a operação pela cidade, todos o bairros em que passavam tinham ruas desertas e silenciosas, o máximo que encontravam eram uma ou outra pessoa — e nenhuma delas em estados muito sadios de saúde mental ou física. Por isso ficam surpresos por ver não apenas uma ou duas, mas um grupo de pessoas interagindo de forma não agressiva ou fora de suas faculdades mentais.
— É — você sussurra e começa a estacionar o carro, ainda afastada do lugar em que os moradores estão. Assim que estão parados, destrava o próprio cinto pega a carabina dos braços de Jeno. Olha para a arma por alguns segundos e solta um suspiro derrotado — Acho melhor trocar por uma menor.
Sua voz é apenas um murmuro mas o Lee ouve com muita clareza e não consegue conter o grande sorriso que toma conta de seu rosto, daqueles que fazem com que o olhos dele quase se fechem por completo e ruguinhas enfeitem suas extremidades. Jeno esfrega o próprio peito como se estivesse sentindo emoções muito avassaladoras e solta uma gargalhada muito satisfeita. Você revira os olhos com tanta força que teme que eles não voltem mais para o lugar.
— Esperei tanto por esse momento que não sei nem o que dizer primeiro — ele se escora no banco com a cabeça pendendo para o lado. O tenente te olha ainda com os olhos sorridentes e nariz franzido.
— Que tal ficar calado? Não precisa fazer tanto caso com isso — responde, arisca. Tem vontade de arrancar aquele sorriso do rosto dele com um murro tão forte que o deixaria sem dentes para que não sorrisse nunca mais — E pare de rir feito um idiota.
Aquilo só faz com que ele ria ainda mais, se inclinando para mais perto de você. Continua parada no mesmo lugar, arqueando uma sobrancelha na direção dele.
— Não imagino o quanto deve ter doído pra você, Borboleta — sussurra com o rosto a centímetros do seu, negando com a cabeça. Você cruza os braços, impaciente — Admitir que precisa deixar suas armas de policial exibida que são do tamanho do seu ego para usar uma que não compense sua autoestima inabalável.
— Pode ter certeza que quando eu atirar bem no meio da sua testa vai ser com uma bem grande e barulhenta, para ninguém ter dúvidas sobre quem acabou com essa sua petulância toda — usa mesmo tom de voz, apertando os olhos — Agora sai de cima.
— Faço questão de abrir a porta pra você — Jeno estica o braço até a maçaneta, o que deixa vocês ainda mais próximos por um instante. Ele, com o sorriso desnecessariamente animado e você, com uma carranca irritada no rosto. Ouve o clique da porta ainda o fuzilando em pensamento, continuando na mesma distância mesmo quando o Lee volta a sussurrar — Espero que isso não machuque muito o seu coraçãozinho.
Sente seu rosto esquentando com o falso tom magoado que Jeno usa.
— Vou machucar acabar machucando você.
Ele aperta os lábios e levanta as sobrancelhas, abaixando os olhos.
— Ah, é?
Você bufa alto e finalmente se afasta dele antes que cumpra com o que disse, saindo do carro. Bate a porta com força e dá a volta, abrindo o porta-malas espaçoso para guardar a carabina. Ainda ouve o som da risada alta de Jeno e precisa respirar fundo enquanto pega um calibre 38 que consegue prender na cintura. Troca o cartucho e depois ajeita o moletom e a calça para que fique firme alí e mantém em sua mente que é melhor usar a arma menor e não assustar aquelas pessoas. Sabe bem disso e reconhece que seu erro foi verbalizar o pensamento, por isso não iria admitir aquilo em voz alta na frente do tenente.
Quando está voltando, vê Jeno escorado no capô do carro, com o boné na cabeça outra vez e as mãos dentro dos bolsos da calça preta. Sabe que ele também está com o próprio o próprio revólver e deixou o taco lá dentro, mas, diferente dele, você não faz um escândalo por causa disso.
Olha rapidamente para ele e começa a andar na frente, sabendo que logo Jeno te alcançaria. E é o que acontece.
— Qual seu plano, senhora achomelhortrocarporumamenor? — ele pergunta e pode ouvir o sorriso na voz dele, dessa vez mais contido e menos irritante que antes — Dá pra fazer uma pequena varredura. Temos tempo.
— É. Pensei em só conversar e ver como está a situação por agora, perguntar se sabem de alguma coisa importante — murmura. O som das botas de vocês começa a atrair as pessoas na rua, que olham na direção de vocês imediatamente — E então vamos para Sunvylle.
— Quem sabe a gente não acha algum comércio funcionando e encontra comida de verdade — diz o tenente — E por comida de verdade eu quero dizer qualquer coisa que não sejam fibras de carne seca e comida enlatada.
Você assente. Também faria qualquer coisa por um prato de yakisoba com bastante pimenta e queijo.
Diminuem a velocidade dos passos quando já estão a poucos metros de distância do grupo de pessoas que viram alí. Agora, percebe que a maioria é jovem, não sendo muito mais novos ou mais velhos que você e Jeno. Também que os mesmos lençóis que estão pendurando estão por toda parte, nas janelas e portas da maioria de casas e lojas da rua. Coloca seu melhor sorriso simpático no rosto quando uma das moças que estava enfregando o asfalto se aproxima de vocês. Repara que o que está sujando o chão é uma poça enorme de sangue e pode jurar que tem alguns restos mortais espalhados. O grupo de quatro pessoas que está alí assume uma postura defensiva enquanto a mulher tira um termômetro digital de testa do bolso do casaco.
— Boa tarde. Mostrem os pescoços e os pulsos, por favor — ela diz e se aproxima de vocês. Decidem colaborar para mostrarem que não são ameaça a nenhum deles e quando ela vai na sua direção primeiro, estica a gola do moletom para deixar o pescoço a vista e estende os pulsos. Sabe que quando uma pessoa é recém infectada, um dos principais sintomas do vírus são as veias salientes e bem mais escuras.
— Olá, nós somos do Centro Acadêmico de Segurança de Daegu. Estamos fazendo uma patrulha aqui pelo centro — mostra o distintivo. Sente o termômetro encostando na sua testa e olha de esguelha na direção de Jeno — Ficamos bem surpresos de encontrar pessoas por aqui.
— Mas foi uma surpresa boa, já que parecem saudáveis — o tenente continua e sorri fechado — Eu sou o tenente Lee Jeno, é um prazer conhecer vocês.
Jeno acena para aqueles que estavam mais atrás, duas mulheres, um rapaz que tinha um neném dormindo em seu colo e não devia ter mais que dois anos de idade. Eles acenam de volta, meio acanhados.
Assim que vê sua temperatura controlada a mulher segue para fazer os mesmos protocolos no Lee.
— Vocês são os primeiros que aparecem aqui em um tempo — ela diz enquanto mede a temperatura de Jeno depois de checar o pescoço dele — E não se parecem com os últimos policiais que vieram da última vez.
— Por quê? Aconteceu alguma coisa? — você pergunta e a ouve suspirar, desligando o termômetro.
— Fizeram uma varredura aqui há alguns meses atrás, quando essas ruas ainda eram um caos e muita gente ainda morria sem saber como o vírus funciona — ela volta a pegar a vassoura e acena para o homem que segura o neném, entregando a ele e pegando a criança em seus braços — Diferente de vocês, eles vieram com dois camburões e saíram pelo menos um dúzia, armados com fuzis enormes e cobertos dos pés a cabeça, com capacete e cassetetes por todos lados. Entraram em todas as casas e só causaram pânico. Não foi de grande ajuda — explica.
— Ouvimos outros relatos parecidos com esse. Sentimos muito por isso — Jeno diz e franze o cenho — Realmente não queremos assustar ninguém. Estamos só de passagem.
Ela assente e começa a ninar a criança, dando de ombros.
— Ninguém aparece aqui desde esse dia. Não deu pra entender qual era objetivo deles na época, mas depois disso fomos aprendendo a conviver com as pragas — a mulher dá um sorriso fechado — Meu nome é Sohyun, Park Sohyun. Essas são minhas irmãs Dahee e Jiwoo, meu marido Seungwoo e meu filho, Hwan.
Você sorri de volta e cumprimenta as outras pessoas rapidamente. Ouve Jeno engatar em uma conversa com Sohyun sobre o funcionamento do que restou das pessoas que moravam naquela região e logo são convidados para conhecer a casa deles. Assim que a mulher faz o convite, você e o Lee conversam em silêncio sobre a sugestão.
"Não custa nada dar uma olhada rápida" acha que ele tenta te dizer.
"Tem razão" é o que Jeno espera que você tenha respondido.
•••
Assim que concordam em dar uma passada, Seungwoo começa a guiar vocês para dentro de um beco estreito entre duas casas e Sohyun continua na rua com o bebê e Dahee. Sua mão vai instintivamente para a arma em sua cintura enquanto anda entre o homem e seu tenente parceiro. O caminho é escuro e não muito longo, mas seus sentidos ficam em alerta até que parem de andar e ouça o som de chaves, o clique de uma maçaneta girando e então uma porta se abrindo. Ficam na escuridão por mais um momento até que uma luz finalmente se acenda, deixando todo o lugar visível para vocês.
Depois que Seungwoo entra primeiro, Jeno dá um leve toque em seu ombro, sinalizando que você entre logo após e ele fica na batente enquanto você continua com a mão sobre o cano do calibre através do moletom, olhando atentamente para todos os cantos. O primeiro cômodo que visitam é a sala de uma casa que não parece muito grande, com muitos móveis de madeira escura e um enorme tapete verde e felpudo no chão de porcelanato. O único ponto de iluminação do lugar são as pequenas lamparinas acesas sobre a mesinha de centro, o que dá um ar aconchegante à casa. Nota algumas barricadas espalhadas além de pedaços de pau com pregos empilhados no canto.
— Podem checar os outros cômodos, se quiserem — Jiwoo diz, ainda meio acanhada. Olhando a garota de perto ela parece ainda ser adolescente, com seus cabelos cacheados volumosos presos em um rabo de cavalo mau preso e a blusa de xadrez vermelha amarrada na cintura — Não que tenham muitos.
— Obrigada — você agradece a ela e sorri, indicando com a mão — Se puder ir na frente.
Ela assente e começa a andar. Olha rapidamente para o Lee e o vê balançar a cabeça em concordância, ainda inspecionando a sala com olhas meio curiosos e despreocupados. Então, segue Jiwoo pelo pequeno corredor que ela atravessou, esse que dá acesso a dois quartos também pequenos e um banheiro. O primeiro deles tem uma beliche encostada na parede lateral, em frente ao guarda-roupa que tem uma das portas bamba e um espelho quebrado; uma janela entre os dois móveis está fechada e coberta por sacos de lixo preto. O próximo quarto é logo a frente e parece ser um pouco maior, com uma cama de casal cheia de lençóis bem esticados e alguns travesseiros; esse tem apenas uma pequena cômoda branca e não têm janelas. No cantinho, ao lado da cama, um pequeno berço tem um véu pendurado sobre ele.
O banheiro é simples, com uma privada, pia e um chuveiro atrás de uma cortina. Quando chega ao fim do corredor – e da casa – se depara com mais porta e se vira para Jiwoo, que ainda está em seu encalço.
— E o que tem alí? — pergunta, curiosa.
— Alí é o restaurante da Hyun. Ou era — ela se refere a irmã e dá de ombros em seguida — Mas tá trancado e só ela tem a chave. Podemos mostrar a vocês quando ela voltar com a Hee e o Hwan.
— Claro, eu adoraria — concorda e então começam a voltar para onde os rapazes estão — Aliás, o que elas estão limpando lá fora?
Jiwoo coça a nuca quando vocês passam em frente ao banheiro.
— Não sei muito bem, parece que algumas pragas comeram um cachorro durante a noite — faz uma careta e você sente seu estômago embrulhar — Sohyun acordou antes de todo mundo e quando demos falta dela, ela já estava esfregando aquele tanto de sangue sozinha.
— Isso é horrível e muito nojento — declara e ela concorda, murmurando — Espero que as pragas não estejam dando muito trabalho a vocês.
Quando voltam para a sala veem Jeno e Seungwoo sentados no sofá enquanto o último mostra um punhado de papéis ao tenente. O Lee levanta o olhar para você assim que chega com a menina.
— A gente aprendeu a lidar — Jiwoo não se prolonga muito, mas sente que não foi tão simples assim. Nunca é. Porém decide não insistir muito no assunto por hora, estando mais curiosa a respeito do que Seungwoo estava mostrando a Jeno. Se aproxima dos dois.
— O que são esses papéis? — Se agacha em frente ao sofá e se inclina para tentar ler. Vê muitas coisas grifadas e percebe que são todas escritas a mão.
— São nossos registros — Seungwoo explica — É tudo que nós documentamos desde o começo do apocalipse. Achei que poderiam se interessar, tem bastante coisa.
Você assente e pega alguns dos papéis. Todos eles estão com a mesma caligrafia e são datados; com o dia, mês e ano; além do horário em que o documento foi escrito. O primeiro que lê é uma anotação de sete meses antes, com rotas de lugares seguros para irem atrás de outras pessoas pelas redondezas. Viu também um pequeno calendário e um mapa desgastado.
— Parece que vocês tem bastante controle aqui — comenta, parando brevemente de folhear os registros. Volta sua atenção ao homem, crispando os lábios — É muito bom ver que estão firmes. Na medida do possível, claro.
— A gente faz o que dá — ele suspira — Fazemos de tudo pra manter nossa família segura.
Quando Sohyun volta da rua com o pequeno Hwan, agora acordado, e Dahee, logo ela trata de abrir o restaurante para que você e o tenente conheçam o espaço. O lugar, diferentemente do restante da casa, é aberto e bem mais espaçoso. O primeiro lugar que veem é o salão, com as cadeiras e mesas empilhadas nas extremidades e um grande vazio no centro mal iluminado. O chão é de ladrilhos pretos e brancos, um balcão de mármore separa o salão do caixa, e uma porta sem batente dá na cozinha.
— Nos últimos anos o bairro vivia faltando água, as vezes nós ficávamos dias esperando a água voltar — Sohyun comenta quando entram na cozinha, com o pequeno Hwan em seu encalço. Alí, duas pequenas janelas basculantes deixam com que um pouco de luz entre no cômodo, também forradas com pedaços de lençóis brancos — Por isso, começamos a estocar galões de água para emergência. Acabou que isso veio a calhar quando a infecção começou. Fizemos um sistema de racionamento até aprendermos a purificar a água.
— Imagino que tenham feito a mesma coisa com a comida — Jeno supõe olhando ao redor e andando pela cozinha.
Hwan se afasta da mãe e começa a engatinhar em sua direção. Ele está usando um macacão azul e tem na boca uma chupeta amarela. A criança dá uma risadinha quando chega até você e puxa a barra da sua calça.
— Sohyun era bem sistemática com a comida no começo — é Dahee quem diz, parada na porta da cozinha. A irmã do meio tem mais semelhanças com a mais velha que Jiwoo, vestida com uma regata cinza e calça jeans clara. Ela afasta o cabelo preto do rosto — Já ficamos três dias dividindo cinco fatias de pão porque ela nunca sabia o que podia acontecer.
— Eu estava tentando cuidar de vocês — a mais velha se defende, arqueando as sobrancelhas — E nós tinhamos muitos legumes, verduras e frutas guardados, o que é bem mais fácil de conservar sem energia do que carnes. Outra coisa crucial foram os botijões de gás reservas, assim não precisamos de eletricidade para cozinhar.
— Sempre foram só vocês? — você pergunta e vê Jeno franzindo o nariz. Dá de ombros, não pensando que fosse uma pergunta indelicada. Hwan estica os bracinhos para cima querendo ser carregado, balbuciando alguma coisa que não consegue identificar. A criança usa os dedinhos para agarrar sua canela coberta pela bota de couro e você engole em seco, abrindo e fechando as mãos ao lado do corpo, arregalando os olhos.
Jeno, que está do outro lado da cozinha, observa a cena e comprime os lábios para não rir da sua reação. Parece quase desesperada e ele acha meio cômico que você não hesite em enfrentar uma gangue de dez pessoas armadas, mas que um bebê entre seu primeiro e segundo ano de vida te deixe estática no lugar.
— Nós costumávamos visitar algumas famílias da vizinhança mas o pessoal não é mais como antes — a Park mais velha diz enquanto abre um armário e tira alguns panos lá de dentro — Filho, deixe a moça quieta. Vai lá com a sua tia.
O neném cospe a chupeta e um bico o substitui, juntamente dos olhos que imediatamente se enchem de lágrimas.
— Tá tudo bem — você tenta tranquilizar, ainda parada na mesma posição quando Dahee se aproxima para pegar o sobrinho no colo, guardando a chupeta no bolso da calça. Hwan abre e fecha as mãozinhas para você outra vez.
Dahee passa as mãos pelas costas dele e faz com que ele deita em seu ombro, revirando os olhos.
— Que criança mais carente, isso é culpa da Jiwoo que vive mimando ele — resmunga e começa a niná-lo. Você olha de Sohyun para Jeno, notando a expressão de divertimento dele. Aperta os olhos — Vou colocar ele no berço.
— Obrigada, Hee — logo a garota deixa a cozinha e estão apenas Sohyun, Jeno e você. A mulher pega uma tesoura em uma das gavetas e começa a cortar os panos ao meio — Minhas irmãs já são bem crescidas, mas não gosto de falar sobre certas coisas na frente delas.
— Qual a idade das meninas? — Jeno pergunta, se escorando na parede e cruzando os braços.
— Jiwoo tem dezesseis e Dahee acabou de fazer dezenove. Tenho só oito anos de diferença com a Hee, mas ainda sinto como se fosse uma vida inteira — ela suspira — Nossa mãe faleceu há um ano atrás, morava na casa da frente.
— Ela foi infectada? — você sussurra e Sohyun faz que não.
— Pneumonia — responde — As meninas moravam com ela na época e continuaram morando lá, sozinhas, por alguns meses. Até que elas se viravam bem, mas quando as primeiras pragas apareceram eu não consiguia ter uma noite tranquila de sono pensando nelas naquela casa. Eu e Seungwoo íamos lá todos os dias, claro, e mesmo assim não era a mesma coisa. Hwan era bem menor e tínhamos toda a responsabilidade de cuidar de um bebê pequeno, mas elas são minhas irmãzinhas. Só não posso dizer isso na frente de Dahee, ela fica bem brava.
— Sinto muito — Jeno lamenta — Não posso nem imaginar como deve ter sido difícil lidar com tudo isso sozinha. Claro, você tem seu marido, mas não deixa de ser... complicado.
— Agora as coisas têm sido menos complicadas, na medida do possível. Ter a minha família comigo me deixa bem mais tranquila. Cuidar delas de perto é incrível. E Hwan ama as tias.
Jeno sorri, concordando. Também sente muita falta de sua família e entende o que ela quer dizer.
O Lee olha para você e te vê em uma posição parecida com a dele, escorada em um dos armários, com os braços cruzados. Mas seus olhos estão distantes e, mesmo com o boné, ele consegue ver suas sobrancelhas arqueadas.
— O que você tá fazendo? — ele pergunta a Sohyun, se aproximando.
— Vou costurar algumas luvas com esses panos, hoje é dia de purificar nossa horta e limpar a fachada do restaurante. Amanhã nós colocamos a placa na porta para tentar receber alguns moradores e distribuir uma pequena salada de frutas.
— Parece que estão com o dia cheio — você sai do seu pequeno transe e bate com as mãos na lateral do corpo, se desencostando do armário — Eu e o tenente Lee já estamos de...
— Podemos ajudar, se quiser — te interrompe. Arregala os olhos, ele continua com um sorriso simpático no rosto e te olha por uma fração de segundo — Há muita coisa para fazer.
Você fuzila Jeno, pensando qual era o problema daquele idiota e o por quê dele achar que vocês tem tempo para ajudar com todas aquelas coisas. Precisa respirar fundo para não gritar com ele e assustar aquela família com seus instintos violentos. Por isso, morde os lábios com força para conter a si mesma.
— Bom, uma ajuda é sempre bem vinda — Sohyun sorri de volta e você força uma coisa com a boca que não deve se parecer muito com um sorriso — Vamos começar pelas luvas, então.
Com a desculpa que precisava checar o carro rapidinho, você vai até o camburão, entra e fecha a porta. Uma vez que está lá dentro, você fecha as janelas e grita por dez segundos ininterruptos e xinga seu tenente parceiro de todos os palavrões que conhece.
•••
As próximas horas do dia se seguem, primeiro, com você e o tenente ajudando Sohyun e Jiwoo a costurarem aquelas luvas. Jeno se revela um ótimo costureiro, sendo elogiado diversas vezes por elas, fazendo com que ele e a adolescente engatem em uma conversa muito empolgada sobre crochê e quais seus pontos e agulhas preferidas — assunto esse que te deixa entediada e surpresa na mesma medida. Você, em contrapartida, nunca tinha encostado em uma agulha de costura antes e acaba dando mais trabalho do realmente ajudando, já que Sohyun precisa desmanchar suas luvas algumas vezes antes de aceitar que era melhor simplesmente deixá-las tortas e com dedos irregulares.
Em seguida, vestem as luvas e vão para a parte de trás do restaurante, onde uma pequena horta de cenouras, batatas e tomates está escondida entre mais um beco estreito como o que passaram ao chegar na casa. Primeiro, colhem os legumes, o que acaba se mostrando uma tarefa menos complicada que a confecção das luvas. Você corta as raízes ao lado de Seungwoo, jogando suas cenoura e batatas dentro de um grande balde verde, mas não encosta nos tomates porque viu um deles sendo abrigo de uma larva enorme e nojenta. Sohyun está dentro do restaurante, esperando que terminem para começar o processo de purificação. A sua frente, Jiwoo e Jeno continuam entretidos, agora com uma conversa que envolve quais são os melhores frutos para se fazer uma salada de maionese. Você não consegue evitar e faz uma careta.
Quando terminam e seguem para a cozinha, descobre que o procedimento de purificação é através de cinzas de madeira misturada com água filtrada. Como precisam ficar algumas horas descansando, vão até a fachada do restaurante com vassouras e mais panos, começando a esfregar os vidros e todo o restante.
— O que são todos esses lençóis? — você pergunta a Dahee em determinado momento, já que Sohyun está focada em limpar e Jeno segue falando sobre algum assunto relacionado a pintura rupestre com Jiwoo. Seungwoo e Hwan estão dentro de casa, sentados no chão da sala enquanto o pequenino brinca com um ursinho de pelúcia.
— É para mostrar quais casas ainda tem sobreviventes — a garota responde.
A última coisa que fazem é cortar algumas bananas, maçãs e laranjas para as saladas de frutas do dia seguinte. Colocam os pedaços em pequenas sacolas e guardam em caixas térmicas. Considera essa a tarefa relativamente mais fácil, não envolvendo sujeira nem nada do tipo. Desta vez, a conversa que o tenente e Jiwoo começaram a respeito da origem dos nomes das frutas acaba englobando todos os presentes, que adicionam comentários e risadas ao assunto. Você até tenta falar uma coisa ou outra, mas prefere focar em descascar aquelas bananas.
Ao finalmente terminarem de fazer tudo que era necessário, a noite já tinha substituído o dia. Deixou a faca de lado passou as costas da mão pela testa, limpando seu suor. Jeno se aproxima de você, sorrindo, mas o olhar fulminante que lança na direção dele faz com que o sorriso morra no mesmo instante.
Não sabe exatamente o que o Lee tinha a dizer e não estava exatamente no clima para ouvir seja lá qual for a provocação que ele preparou, mas Sohyun acaba falando antes que ele tenha a oportunidade.
— Vou fazer uma sopa com os legumes que colheram mais cedo — a mulher agora tem o cabelo preto preso atrás da nuca e veste um vestido florido e solto, com um pano de prato sobre um ombro e um bebê brincando no outro — Gostaríamos que ficassem e jantassem com a gente.
Você fica calada. Sente que seria falta de educação recusar o convite após passar o dia inteiro com eles, mas por outro lado, sabe que precisam continuar com suas responsabilidades. Prefere, então, não dizer nada.
— Além de tudo, não é seguro que saiam na rua agora a noite — acrescenta ela e Hwan puxa a alça do vestido da mãe — Até mesmo para dois policiais. Podem passar a noite aqui. Tomar um banho. Temos espaço e queremos agradecer a companhia e a ajuda hoje.
A proposta é tentadora. Só de pensar em dormir em qualquer lugar que não fossem os bancos apertados do camburão sente todos os músculos do seu corpo relaxarem. Além do banho. E da comida quente.
— Ficamos felizes em aceitar — é o Lee quem responde. Mesmo que já estivesse inclinada a aceitar, não pode evitar a pontada de irritação que sente ao ouví-lo falar por você. Ele se vira na sua direção — Podemos ir até Sunvylle amanhã cedo. Vamos tirar aquele dia de folga que a gente disse hoje mais cedo.
Tem certeza que sentiu seu olho piscando involuntariamente.
— Claro — diz entre dentes e força um sorriso para Sohyun e o pequeno Hwan, que olha para você com os olhos atentos — Muito obrigada pelo convite. Mesmo.
Jiwoo guia vocês até o quarto que ela divide com a irmã e procura no guarda roupa alguma roupa que você pudesse usar para dormir, alegando que a sua está imunda. Você faz uma careta e ouve Jeno dar uma risadinha. Pega então, um casaco de algodão e botões, que fica bem grande, e uma calça de moletom cinza bem mais solta que a sua. A garota passa por você e, com um sorriso tímido no rosto, diz ao Lee que vai pedir ao cunhado uma roupa para ele também.
Você arquea uma sobrancelha na direção dele, que apenas da de ombros.
Enquanto a sopa está sendo preparada, Jeno vai até o banheiro primeiro. Você fica na sala, sentada no sofá e segurando sua nova muda de roupas, observando Seungwoo e Jiwoo brincarem com Hwan sobre o tapete. O garotinho engatinha de um para outro atrás de sua bolinha e dá umas risadinhas empolgadas, e você acaba rindo sem se dar conta. O som chama a atenção da criança, que levanta e corre até você, te entregando a bola de isopor.
Você segura o objeto e olha para a tia e pai de Hwan, sem saber o que fazer.
— Ele quer que você jogue — Seungwoo diz. Engolindo em seco sob o olhar de expectativa de Hwan, você joga a bola para Jiwoo e ele vai atrás, entusiasmado. Volta a segurar as roupas, sorrindo fechado.
Assim que Jeno sai do banheiro, com uma camiseta branca, uma calça xadrez verde e chinelos, de cabelo molhado e cheirando a sabonete; é sua vez de entrar. Encontra uma bacia de água quente lá dentro juntamente de um sabonete em barra, ambos sob o chuveiro. Uma toalha está dobrada sobre a pia com um pente e um frasco de creme ao lado. Não consegue segurar o suspiro carregado que dá ao ver todas aquelas coisas. Precisa se lembrar de agradecer mais uma vez a Sohyun.
Abandona as botas pesadas e as meias pretas, motando uma pilha no cantinho. A próxima coisa a deixar seu corpo são as peças debaixo, e então o boné, o moletom e sutiã. Um vento frio arrepia todos os seus pelos quando se senta no banquinho a frente da bacia e coloca uma das mãos dentro da água, fechando os olhos quando sente a temperatura quentinha. Precisa conter o nó que se forma na sua garganta.
Se lava devagar, com cuidado, não sabe qual vai ser a próxima vez que terá tantos recursos assim de novo. Enquanto passa o sabonete pelos braços e pernas cheios de hematomas, sente seu peito pesar e não consegue entender muito bem o motivo. Pega mais um pouco de água com as mãos e molha o cabelo, deixando que escorra pelo seu rosto, que esfrega com um pouco mais de volúpia.
Continua passando as mãos pelas bochechas, tentando tirar não apenas a sujeira como aquela sensação ruim que está te tirando o fôlego e dificultando sua respiração. Esfrega com mais força até sentir sua pele ardendo, esfrega para finalmente se sentir limpa, esfrega e espera que a água leve com ela todo aquele cansaço. Só consegue parar quando o atrito começa a doer e seus braços estão fracos, e então abandona suas bochechas sensíveis.
Quando sai do banheiro, penteando seus cabelos com calma e se sentindo mais leve e angustiada ao mesmo tempo, se depara com Jeno na porta, te esperando. Quando se assusta com a presença dele acaba se esbarrando no corpo alto e largo do tenente, que continua imóvel e te olhando. Aperta a toalha entre os dedos e prende a respiração quando ele começa a dizer alguma coisa.
— Eu, é...
— Venham jantar — Jiwoo aparece no corredor, o interrompendo.
Você assente e solta ar, passando por Jeno e o deixando para trás, indo até a porta que levava ao restaurante.
Lá, a família está reunida ao redor de uma das mesas que foi posta no centro do salão, com seis cadeiras. Se aproxima devagar, sorrindo contida e agradecendo por terem esperado. O Lee chega logo em seguida e se senta na cadeira a sua esquerda, entre você e Sohyun, de frente para a irmã mais nova que tem Hwan em seu colo. Eles dão as mãos e fazem uma rápida oração, que você acaba não prestando muita atenção, mas fecha os olhos e tenta controlar sua respiração enquanto ouve as palavras murmuradas de Seungwoo.
Só percebe que acabou quando sente sua mão sendo apertada brevemente. Abre os olhos devagar e sente seu estômago roncar quando sente o cheiro da sopa assim que a tampa da panela é levantada.
Tenta comer de maneira educada. Mas assim que termina sua primeira tigela, Sohyun começa a colocar mais comida para você. Até tenta dizer que está satisfeita mas ela continua a encher, então acaba por aceitar. Come aproveitando cada pedaço dos legumes deliciosamentes temperados e enche sua tigela uma terceira vez. Durante a refeição, a família conversa avidamente, e você se pergunta o que é aquilo fazendo suas mãos formigarem e seus olhos arderem.
Já mais tarde, se oferece para ajudar com a louça, mas Jeno chegou antes de você e está ao lado de Seungwoo passando um pano sobre a pia da cozinha. Então, dá meia volta e segue para a sala.
— Podem dormir no quarto das meninas — Sohyun sussurra assim que você chega. Ela está, mais uma vez, com o filho no colo. Hwan tem o polegar dentro da boca e parece sonolento — Deixamos cobertores extras para vocês.
— Não quero incomodar, Sohyun — nega com a cabeça, olhando para as duas irmãs que começam a se aconchegar no sofá e em uma pilha de cobertas e travesseiros no chão — Não precisam dormir na sala por nossa causa.
— Pode ficar tranquila, é uma noite só — Dahee tranquiliza, se deitando no sofá.
— Não se preocupe — acrescenta Jiwoo.
Sohyun sorri e se aproxima, ainda balançando o neném entre seus braços.
— Vamos estar algumas portas a distância. Sei que não precisam, mas qualquer coisa é só chamar — você assente e começa a se despedir, mas Hwan levanta a cabeça subitamente e tira o dedo da boca. Ele puxa seu pescoço com a mãozinha pequena e deixa um beijo molhado na sua bochecha, logo deitando no ombro da mãe novamente.
— Bo note.
•••
Está sentada na cama debaixo da beliche, encarando seu calibre sobre o travesseiro. Uma vela de cera no chão é a única coisa que ilumina o quarto, o deixando com uma luz amarelada. Continua parada e sem silêncio até que ouve vozes do lado de fora do quarto.
"Boa noite, tenente Lee. Se precisar de qualquer coisa é só me chamar."
"Muito obrigado, Jiwoo. Tenha uma boa noite."
Ouve um estalo que suspeita ter sido um beijo na bochecha e depois passos se aproximando, então Jeno entra no quarto, fechando a porta atrás de si. Ele anda até onde você está e tira a própria arma da cintura, colocando no chão ao lado da vela.
Sente o cheiro do sabonete que ele usou para tomar banho e escuta o barulho dos chinelos se arrastando. O farfalhar da roupa emprestada e o ruído dos dedos no cabelo molhado. Quando olha para Jeno, vê que o tenente está parado diante de você outra vez, e parece prestes a falar alguma coisa. Porém, agora é você quem o interrompe.
— Espero que saiba que você é um completo idiota irresponsável.
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projetovelhopoema · 7 months ago
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A nostalgia é uma visitante frequente na minha rotina, essa senhora de passos leves sempre está disposta a me conduzir por corredores de memórias desbotadas pelo tempo. Caminho por essas alamedas invisíveis repletas de ecos de risos distantes e aromas de momentos nunca esquecidos. A minha vida parece um filme antigo com cenas que se desenrolam em silêncio, banhadas por uma luz dourada e suave. Cada lembrança é um toque de delicadeza e dor, uma mistura inebriante de saudade e melancolia. Me lembro de dias de sol, quando a infância era um campo vasto de descobertas e as noites eram pontilhadas por estrelas, cúmplices das minhas aventuras infantis. Havia uma inocência naqueles tempos, um frescor que hoje parece impossível de recapturar. No entanto, junto com a nostalgia, vem o arrependimento, um visitante mais severo e implacável. Ele carrega consigo o peso das escolhas não feitas, das palavras sufocadas, dos caminhos que por medo ou indecisão, nunca me permiti trilhar. O arrependimento é uma sombra que se estende sobre o passado, lançando uma penumbra sobre outrora. Há uma dor forte em revisitar esses momentos, pois alguns deles me dilaceraram por dentro e também em perceber que a vida, com toda a sua beleza efêmera, é também um mosaico de falhas e omissões. Me vejo diante de caminhos antigos, onde quem eu fui escolheu sempre o caminho mais seguro, mais previsível. E hoje, as possibilidades não exploradas se erguem como fantasmas, sussurrando: "E se..." ao vento. E é essa mesma dor que me torna mais humano, mais consciente da complexidade da vida e do destino. A nostalgia me ensina a valorizar os instantes de felicidade genuína, por mais rápidos que tenham sido. O arrependimento, por sua vez, me incita a ser mais corajoso, a abraçar o presente com uma certa urgência. Entre esses dois a minha alma balança, ora aquecida pelo sol do passado, ora resfriada pelo vento do que não foi. E assim continuo a minha jornada, carregando comigo a riqueza das lembranças e o peso dos arrependimentos, ambos essenciais para esse enorme livro que é a minha vida.
— Diego em Relicário dos poetas.
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creads · 9 months ago
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⭐️ he’s at your window. fem!reader x fernando contigiani
🪐 minha masterlist
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» cw: smut! por favor favor só interaja se for +18! ; consumo de álcool; fernando!vizinho!stalker; assédio sexual; agressão física; uma faca (mas não tem knife play!); dubcon!!; dark romance; oral fem recieving; sextape; p in v; sexo desprotegido; creampie; fernando completamente delulu e maluco; big cock; orgasmo forçado.
» wn: oi gatinhas lindas e cheirosas!! essa é a primeira vez que eu escrevo dubcon, espero que vocês gostem! dedicado a minha amiga laurinha @geniousbh e todas as outras girls que curtem um dark romance 💋 fui inspirada pela música “she” do tyler the creator, recomendo que ouçam! bom domingo e boa leitora lobinhas ✨
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Você nunca tinha dado muita importância a sua mania de manter a sua cortina aberta. Afinal, quem morava na casa a frente era um casal simpático e os filhos ainda mais simpáticos: conheceu o mais velho, Fernando, no dia que a família Contigiani se mudou para o bairro, há mais ou menos um ano atrás, todos foram muito cordiais e pareciam ser pessoas muito interessantes, principalmente o moreno alto que, de acordo com os pais, era o melhor da turma da faculdade e tinha diversos outros talentos.
Deixar a cortina e a janela abertas era um hábito que você não via porque mudar, gostava de sentir a brisa geladinha entrar no seu quarto enquanto escrevia artigos da faculdade, ou quando arrumava o quarto estudando música, ou enquanto se distraia ao conversar com a amiga enquanto trocava de roupa. As vezes até quando tinha acabado de sair do banho, sentir o vento geladinho na pele limpa enquanto estava deitada só de calcinha na cama era relaxante. Até a noite, se sentia sufocada sem o ventinho entrar no seu quarto, foram muitas vezes que sentiu a brisa se chocar com o seu rosto quente enquanto se tocava por baixo dos lençóis antes de dormir.
A única vez que sentiu algo estranho por deixar a cortina aberta foi no final de semana que seus pais viajaram, um dia antes da festa de halloween que você tinha marcado na casa vazia. Encontrou Fernando enquanto saia de casa para ir para a faculdade, ele te cumprimentou, educado como sempre, mas quando disse com um sorriso no rosto: “Se precisar de qualquer coisa estou a disposição, meu quarto é na frente do seu”, sentiu algo no seu ventre, como se fossem borboletas, mas não as do tipo bom. Pensou nessa informação durante o dia inteiro, nunca tinha parado para pensar quem residia na janela em frente a sua, nunca parou para raciocinar que talvez Fernando pudesse ver tudo que você fazia. Quando chegou em casa depois da aula, apesar de crer que seu vizinho jovem não seria o tipo de pessoa que observasse alguém no seu ambiente privado, fechou a cortina, seguindo algum tipo de instinto.
No dia seguinte, depois de decorar a casa com fantasminhas e morcegos de plástico, tomou um banho e vestiu a fantasia de coelhinha que tinha comprado para o dia específico: era composta por um top curto branco e uma saia rosa, tinha até o arquinho de orelhas rosinhas e um pompom branquinho na bunda. Era uma fantasia indecente, você sabia, mas aproveitou que seus pais não estariam lá para te dar um sermão.
Com algumas horas de festa, você já estava bem altinha, bebia o álcool como se fosse água, numa tentativa de se distrair dos seus pensamentos, e principalmente da figura grande vestida de Ghostface que via de vez em quando nos cantos da casa, algumas amigas suas falaram que era o cara engraçadinho da engenharia, mas você não via graça nenhuma naquela fantasia, principalmente no jeito que ele agia e te fazia sentir, desconfortável. Pediu para suas amigas tomarem conta da casa e dos convidados bêbados para que você pudesse subir para retocar a maquiagem no banheiro. Quando chegou no banheiro da sua suíte, penteou o cabelo que estava embaraçado e quando tocou no blush para passá-lo, ouviu a porta abrir. Se assustou com o homem bêbado que gritou “Bu!”, que ria muito ao ver sua expressão assustada.
— Porra Bruno, que sem noção. — Você deu uma bronca no menino que já tinha ficado algumas vezes, além de ter te dado um baita susto, não chamou ele até seu quarto.
— Como você é sem graça… Vem cá. — Ele disse te agarrando por trás, enquanto te olhava pelo espelho, envolvendo os braços ao redor da sua cintura com força, você conseguia sentir o cheiro da bebida e cigarro nele, o que te incomodava profundamente. “Para…”, você pediu quando ele começou a beijar seu pescoço, rapidamente te virou para ele e te sentou em cima da pia, se colocando entre suas pernas. “Bruno, não quero”, você pediu novamente quando ele começou a beijar sua boca, subindo com as mãos pela sua saia. — Quer sim. — Ele insistiu, você começou a ficar nervosa, ofegante, realmente não queria fazer nada com ele desse jeito, mas a forma cada vez mais agressiva que ele te agarrava te fez pensar que talvez você não teria opção a não ser transar com ele ali mesmo.
Você fechou os olhos, numa tentativa de tentar se abstrair da situação que estava inserida, franziu o cenho quando pensou que ouviu um barulho da porta se fechando, era difícil focar em qualquer coisa a não ser o garoto bêbado tocando suas coxas de uma forma tão repulsante. Ele foi afastado abruptamente de você, e antes mesmo que ele pudesse abrir os olhos para ver o que aconteceu, levou um soco no rosto e caiu inconsciente no chão. Quando você abriu os olhos, viu o garoto bêbado deitado no chão do seu quarto, que recebeu chutes no rosto da figura alta vestida de preto virada de costas para você, e quando se virou, viu a mesma máscara que parecia te perseguir a noite toda. Você ficou mais ofegante quando a figura se aproximou do banheiro, paralisada, não conseguiu nem levantar da pia para tentar fechar a porta do banheiro, continuou sentada quando a pessoa entrou, ficando a centímetros de distância de você.
— Assustei a coelhinha? — A voz familiar perguntou. Ao perceber que ele tinha uma faca nas mãos, balançou um a cabeça e fechou os olhos marejados de lágrimas.
— Por favor não me machuca. — Você disse, a voz saiu até meio falha de tanto medo que sentia.
— Eu? Te machucar? Eu nunca faria isso… — Ainda de olhos fechados, ouviu o homem falar desacreditado, e quando o olhou, se deparou com ele tirando a máscara, revelando o rosto de Fernando por baixo da fantasia sinistra. Fez questão de te mostrar que ele deixava a faca na pia, no cantinho. Ele tinha os cabelos levemente bagunçados e uma expressão dócil no rosto, o que te amedrontava ainda mais. Te olhava com o cenho franzido, mas os olhos estavam mais escuros que o normal. Afagava suas bochechas com as mãos cobertas por luvas pretas, ainda sorrindo, te olhava com uma expressão apaixonada — Não… Você é a coisa mais preciosa que eu tenho… Já ele? Ah… Machucaria, muito… Ainda mais quando eu vi ele tocando a minha coelhinha daquele jeito… Até mataria, se fosse preciso. —
— Você faria isso? — Seu questionamento sai como um sussurro, a voz até falha, estava chocada esse lado sombrio do seu vizinho que sempre pareceu tão educado, cordial, estável. Como ele cogitaria matar uma pessoa? E como ele diz isso com um sorriso no rosto? O mesmo sorriso que te dava bom dia todas as manhãs ao sair de casa. Não, ainda mais dócil agora.
— Por você? Eu faria qualquer coisa, meu amor. Ainda mais que hoje… Hoje é nossa noite, não é? — Ele dizia enquanto o sorriso só aumentava. — Você é tão boazinha pra mim, sempre deixava a cortina aberta para que eu pudesse te ver… Tão linda… Estudando, organizando seu quartinho, deitada na cama… — Ele se aproximou e selou um beijo contra seus lábios, fechou até os olhos, romântico. — Se tocando… Foram tantas as noites que a gente gozou juntinhos, não é? E ontem, quando você fechou a cortina, eu entendi que era para eu vir aqui, pra finalmente se tornar real… Pra você finalmente ser minha… —
Você não conseguia falar nada, estava completamente incrédula com a história que Fernando tinha inventado na cabeça. Suas mãos tremiam e ficavam cada vez mais suadas, ele as tomou nas dele, já expostas, as luvas tinham sido descartaras em algum canto do seu banheiro, a mão grande envolvia a sua, fazendo carinho com o polegar na tua pele antes de erguer elas até a boca sorridente, deixando um beijo ali.
“Por que não fala comigo, coelhinha? Hm? Não precisa ter medo… Eu vou cuidar muito bem de você, te prometo…”. Era muito estranho, os toques e o tom de voz eram doces, carinhosos, em contraste com o cunho completamente insano da fala. Sua boca estava completamente seca, seus olhos não piscavam de tão aflita que estava diante do homem, completamente maluco, que colocou as mãos nas tuas bochechas e te puxou lentamente para um beijo. Enfiou a língua na sua boca devagarinho, segurando seu rosto carinhosamente com as mãos grandes. Você nem fechou os olhos, ainda estava paralisada, não queria nem mover a língua, mas sentiu Fernando apertar seu rosto mais forte, e então, o beijou de volta, com medo do que ele pudesse fazer.
As mãos de Fernando deixaram seu rosto, pararam na sua cintura enquanto aprofundava o beijo, te apertando ali e puxando você para mais perto. “Que boquinha mais gostosa, do jeito que eu sonhei…”, ele disse ainda com os lábios contra os teus, enquanto descia com as mãos para sua coxa, fazendo carinho na sua pele. O moreno alto interrompeu o beijo quando se afastou para que pudesse te olhar, mas logo foi descendo com o rosto para o meio das suas pernas enquanto se ajoelhava, mantinha os olhos no seu rostinho assustado enquanto retirava sua calcinha, guardando o tecido no bolso. Colocou os braços ao redor das suas pernas antes de lamber sua buceta, gemendo em deleite quando sentiu seu gostinho, molhava toda sua intimidade com saliva ao mexer a língua para lá e para cá, também lambendo ela de baixo para cima. Seu peito subia e descia mais rápido, estava em um conflito interno ao sentir tanto medo do homem que te lambia de uma forma tão gostosa, e te olhava com os olhos caidinhos, como se sentisse prazer só de te ter contra a língua dele.
Ele se levantou, não tirando os olhos de você enquanto continuou estimulando sua buceta, dessa vez com os dedos, fazia círculos no clitóris, se aproveitando da lubrificação proporcionada pela saliva e, cada vez mais, que você mesma liberava. Com a mão livre, retirou o celular do bolso, e ao desbloquear, você observou que a foto de fundo dele era uma sua, de uma das vezes que você vestia apenas uma calcinha e regata no seu quarto. Viu ele abrir o aplicativo da câmera, apertar o botão de gravar e colocar o celular apoiado na parede, pertinho da faca. “Finalmente… O momento que nós sonhamos tanto…” Ele disse enquanto desabotoava a calça, retirando lentamente o membro para fora. Cuspiu na mão e esfregou a saliva na cabecinha que já estava suja com pré gozo. Esfregou a glande nos seus lábios e clítoris molhados antes de penetrar em você, atento a sua expressão facial, era perceptível que, por mais que sentisse medo dele, ficava cada vez mais difícil de negar o prazer que ele te proporcionava. Se enfiou lentamente dentro de você, fez um ‘o’ com a boca, soltando um gemido grave.
Fernando era grande, por isso, você fechou os olhos e apertou os lábios contra o outro, a fim de conter um gemido ao sentir ele te alargar de um jeito que nunca tinha acontecido antes. Quando sentiu ele estocar lentamente em você, gemeu com a boca fechada, não queria admitir que o homem que agia como um psicopata de filme de terror tinha o pau mais gostoso que já entrou em você. Ele te conhecia, por mais que você não tivesse permitido, ele sabia como você agia quando sentia prazer, observou o suficiente seu rostinho iluminado pela luminária fraquinha quando você se masturbava na cama, sabia que você estava segurando seus gemidos, sabia que quando você fazia círculos na sua bucetinha a noite franzia o cenho que nem você estava fazendo agora, com ele te fudendo. Ele não sabia, mas a forma que ele gemia te deixava cada vez mais molhada, ainda mais pelo fato dele segurar seu rosto pertinho do dele, não conseguir tirar os olhos da face dele, que já era bonita, mas quando se contorcia de prazer, ficava mais ainda.
— Geme. Eu sei que você quer… — Ele disse, soltando as mãos do seu rosto e descendo uma para a sua nuca quente, a outra foi para a boca dele, que lambeu o indicador e o médio antes de descer para seu clítoris, fazendo círculos largos ali, te estimulando mais ainda. Você não conseguiu segurar um gemido, a forma que ele metia em você e friccionava os dedos contra seu pontinho sensível se tornaram demais, a cabeça afetada pelo álcool, medo e prazer de repente ficou leve, burrinha de tesão. Ele sorria orgulhoso, olhava sua boquinha entreaberta e, rapidamente, para o celular, conferindo se a câmera enquadrava seu rostinho. “Isso… Eu te falei… Que ia cuidar muito bem… Hm… Da minha coelhinha…”, ele dizia entre gemidos com a voz grave, completamente tomado pelo prazer.
Ele começou a meter mais forte, enquanto ainda te estimulava com os dedos. A sensação dele tão fundo em você e os dedos grandes que esfregavam seu clitóris te aproximaram muito de um orgasmo, mas quando abriu os olhos, lembrou que quem te fodia - tão bem - era um completo maluco, então, tentou segurar seu clímax, não queria dar isso para ele. Mas ele sentia você pulsar ao redor dele, observava também uma lagrimazinha acumular no canto do seu olho, então te puxou com a mão livre para um beijo, molhado, cheio de desejo, e ainda com a boca encostada na sua, entre gemidos, disse: “Não adianta segurar, só eu que te fodo assim, nena… Tô sentindo você apertando meu pau cada vez mais…”. Você gemeu alto ao ouvir a frase dita na voz grave e sentir ele apertando cada vez mais sua nuca, não conseguia segurar mais seu orgasmo.
— Fala que me ama. — Ele disse, ofegante, enquanto as estocadas ficavam mais fundas e mais desengonçadas, os dedos faziam círculos mais contidos no seu clítoris, ele também estava muito perto de gozar.
— Não… — Você não queria falar, mas a cabeça já estava muito leve, sentia a buceta pulsar e um nó se formando no ventre, fechava os olhos com força. Sentiu a mão apertar mais ainda sua nuca, e curvar sua cabeça um pouco para baixo.
— Fala, fala pra que eu possa encher a minha bucetinha de porra.
— Fernando…
— Fala… Que me ama. — Ele disse, com os dentes cerrados, estava a uma gota de transbordar todo dentro de você.
— Eu te amo! Porra… Eu te amo, Fernando. — Você gemeu enquanto gozava, a frase saiu até em um gritinho, sua cabeça estava tão nublada de prazer que não conseguia obedecer seu lado racional, só ele. Ouviu gemidos graves saírem da boca de Fernando enquanto ele se esvaziava todo dentro da sua buceta, que só apertava ele cada vez mais. Você tinha certeza que nunca tinha tido um orgasmo tão intenso ou tão longo assim, não sabia se era a adrenalina no seu corpo, ou só o fato de que seu vizinho perturbado transava muito, muito bem. Ele apoiou o rosto contra seus peitos ainda cobertos pela blusa, a cabeça subia e descia rápido devido a tua respiração ofegante, permanecendo dentro de você.
— Eu também te amo… Finalmente, agora você é só minha.
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merciapoeta · 1 month ago
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Enquanto você demonstra ausência fria e distante. Eu sigo sufocada e desesperada, com a ideia da possibilidade, de um mísero afeto seu.
Porque raios eu ainda sigo esperando que chova primavera nesse mar de areia seca ?
@merciapoeta
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