#sobrepoesia
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godrigues · 1 month ago
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aporia, parte II
Anda cá, Tentemos outra vez. Aperta-me as dores das aftas que me destroem a cada bocado, Ignora o sol, a chuva da janela, e deixemos o mar de lado. Estou à vista em todas as letras das sílabas que não lês.
Anda cá, Sente a minha pele. Atópica, macia, descuido-me na temperatura que não regulo. Reflito o conforto pesado em todas as memórias que manipulo Ingenuamente adiando cada passo na expetativa de algo que mais me apele.
Anda cá. Não me deixes sozinho. Se eu aprender sobre a construção de silabas fonéticas dos poemas Esdrúxulas graves e agudas vontades, sem dilemas, Prometes ficar só mais um bocadinho?
Já vais, novamente? Não falemos sobre as dores Articulações, artroses emocionais de uma aventura pelo país Pedaços que sobram nos restos da metamorfose que já não condiz Como a suculenta que morre no meu parapeito. Nunca tive jeito com flores. É de jeito?
Já sais? Espera, Do teu lado ainda há luz? Não peço promessas, incomoda-me os quebrados Sou mais inteligente que isso, são os meus bravados Morde-me o nome, é isso que me seduz.
Não estás, mas voltas. Somos aves, soltas, há procura de um biscoito. Desdobro os degraus, celebro a vitória contra os minutos. Reajusto a rota dos planos adaptados, substitutos, E volto ao lema dos dezoito.
25 | 10 | 2024 | sótão
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silencios-poeticos · 5 years ago
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“Mujer, sabes muy bien que es en mí en quien debes confiar, que yo de todo me encargaré. ¡Tus impurezas haré arder y un paso doble te bailaré!”
Fragmento de Tres furias romanas contra un germano.
-Melanie Flores Bernholz
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roseliterapeuta · 5 years ago
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Tumblr media
Se tens um coração de ferro, Bom proveito,. O meu, Fizeram-no de carne, E sangra todo dia. (José Saramago) . . . #josésaramago #coraçãodeferro #coraçãosangrando #sobreosentir #eusinto #sintomuitomeperdoeteamosougrata #poesias #sobrepoesia #literaturaportuguesa #mesaquânticaestelar #mesaquanticaestelarportoalegre #roseliterapeuta (em Roséli Terapeuta) https://www.instagram.com/p/B_-J5Finrmw/?igshid=man1cwbf0atn
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insoniapoetica · 8 years ago
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[Micropoema da poesia]
A poesia não tem um fim
Ela é o início da nossa libertação.
- 4lex, 02/05/17.
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joipoesia · 8 years ago
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Eu não estou feliz
Não entendo essa necessidade moderna das pessoas se auto-afirmarem felizes. Terminou com a namorada? Posta na rede que tá feliz. Saiu do trampo? Posta na rede que tá gudvaibe. Brigou com a amiga. Grita aos quatro ventos que não precisa de ninguém pra ser feliz.
Eu não estou feliz. Não sinto a necessidade de estar feliz. Estamos vivendo um tempo de merda, com informações e relações líquidas de merda. E as pessoas se iludem com a quantidade de amigos na rede ou com o número de seguidores. "Ganhei likes? Tô bombando, tô feliz".
Não, eu me recuso a parecer feliz. Eu tô bem, tenho saúde, mas não estou feliz. Falta-me tanto para me sentir feliz! Estou extremamente sensível e ansiosa. Dormindo mal (ar-condicionado ajudaria 😄), me decepcionando com os outros e comigo mesma, e decepcionando os outros. Quando paro pra contar quantas pessoas me fazem verdadeiramente falta, (tlvz) não fecharia a mão. Então não, eu não estou feliz.
Eu tô mal! Eu sei que é difícil pra vc leitor(a) aceitar isso, mas eu não tô escrevendo textão de superação. Não vim te dar o exemplo de como as coisas podem terminar bem, mesmo começando mal. Minha vida é uma série de tropeços e desencontros. Já me senti usada por pessoas que passaram pela minha vida. Por outras, já me senti abandonada. Algumas vezes, desejei morrer. E falo tudo isso pra te dizer que, meu bem, a realidade é que as pessoas não são felizes!
Então não... Eu não sou foda. Eu não sou auto-suficiente. Eu não estou feliz. Difícil ler assim sem preparo né? Ah a verdade... essa coisa dolorosa e cruel. Fria como um balde d’água, ou como um bom mergulho no mar... pra acordar. 
joi❤
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godrigues · 2 months ago
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dos rascunhos, depois de um não
É um murro na barriga. Fria estima em queda sem engate. Trajo o orgulho racional, sem o gancho Da força que defendo pelo sangue que espalho, e mancho Enquanto refugo-me no queijo, e no chocolate.
Dizem que faz crescer. O não num tabuleiro que nunca sei jogar. Se mexo a torre, ataca-me a bisca sem trunfo, Tenho o naipe certo, mas fora de jogo o triunfo De um manual que tenho guardado, mas não sei onde o encontrar.
Pondero os horizontes, O sono repara o coração. É mais do que um ego ferido, magoado, Mais do que um prestígio, um capricho elaborado. É amizade, amor, compromisso e exasperação.
Perco dinheiro, por não o verem na carteira? Estou atrasado, se não me querem em tempo que fadiga? Volto às letras. Revejo os objetivos. Se a meta vale a pena, vem. Vá. Eu aguento mais um murro na barriga.
27 | 09 | 24 | sótão
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godrigues · 3 months ago
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falta
Um barco sobre a corda A boia a navegar Laranja, de branco salpicado Diamantes pelas ondas a contrastar.
O vento entre as folhas Areia, terra e lama no chão. Raízes castanhas agarram-me Perco a força, entrego o coração.
Um mergulho sobre as linhas O cloro desencanta a gaveta Apneia azul do corpo esticado Costas, livre, borboleta.
Uma montanha sobre a noite Atenta sem adormecer O amarelo do grilo fugido E a cigarra a cantar, como se a sofrer.
Tenho as teclas e a luz no ecrã, Anseio a floresta, o monte, praia, piscina e mar. Consegues juntá-los num novelo? Na minha mão, pode ir até ao cotovelo. Mas não deixes nenhum faltar. Pois qual deles me quer mais não consigo decifrar.
06 | 09 | 2024 | sótão
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godrigues · 5 months ago
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promessa
Esqueço-me das contas que se faz E de outras coisas que me apraz Enquanto aprendo a existir, Não fosse o sonho da lua cheia Refletida ao mar na hora e meia Amaldiçoar-me com a nostalgia de querer fugir.
Não sei se as nuvens flutuam com o frio, Ou se a estrada de alcatrão estraga o rio Que desagua na água salgada do mar da palha. São duas as vezes que o refiro, Serão saudades ou só suspiro, De um futuro que o meu rumo atrapalha?
Escolhi sem saber a cor das toupeiras, Castanhas em manchas ou de outras maneiras. Influências dos desenhos animados, Como os arbustos que aparam quedas, Ou os prados em que me deito e as moedas Que nunca faltariam nas carteiras dos necessitados.
Esqueço-me também da resiliência Será astúcia, talento ou persistência Ou simplesmente a ânsia da fuga, Ou a falta de areia entre os dedos, O sal na língua e o esquecimento dos medos Daquela paixão que me cabe tão tuga?
O futuro vejo-o de perto nalguns dias, Noutro esconde-se, difuso, nas enguias De um oceanário que me faz sentir de novo com seis. Esperanças de uma ingenuidade singela Que me deixa mais tranquilo a espreitar a janela Mesmo que apenas veja prédios e torres sem reis.
Não percebo o que não sei, e peço. Perco-me no que não quero, e endereço As minhas vontades ao que importa, ao objetivo. E tento um passo de cada vez Tão depressa anda o chão debaixo dos meus pés As léguas, os quilómetros, de lés-a-lés Tentando não perder a linha de vez E no desespero me sinta pronto, talvez, Focado em força, inspirado nas marés Nem que seja ao murro e pontapés Não esquecer o prometido, De não aceitar uma vida sem sentido.
12 | 07 | 2024 | sótão [original de 07.10.2020, word, sacavém]
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godrigues · 6 months ago
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aporia
Anda cá Não me consigo mexer. Não sei se pelas ondas que nunca me assustaram, Se pelas linhas que nunca se pintaram, Ou pela constante ignorada consciencialização de que posso morrer.
Anda cá, Dá-me a mão. Inspira comigo a maresia atropelada pelas buzinas, Uma troca de luzes apressada sem colinas, Evoluindo para a fotossíntese de transformar calor pela existência da multidão.
Anda, Quero o teu cheiro. Não me prendas, mas preenche-me os pulmões com o teu odor Respira-me o suor, crueza, o aperto das lágrimas e da tua dor, Que carrego sem saber como te chamar, companheiro.
Vem, Aguenta comigo o vento. Se o tenho casa, ensino-te as linhas dos seus esquemas, Para nos mantermos hirtos, não por medo ou pelos problemas Que evitamos ao culpar os outros do nosso tempo. Existimos no contratempo.
Fica aqui, Só mais uma ronda. Também sentes o tremor do carrocel que viaja em frente? O desábito do toque, a força, a pele, a energia incoerente Que nos atravessa sem frio, num arrepio como uma onda? Enfrento a corrente?
Não vás embora já. Só mais um copo. Jola, fino, príncipe ou qualquer outro nome imperial. Não deixemos que a gramática, sintaxe nos deixe mal. Já nos chega as linhas cruzadas da base ao topo.
Voltarás amanhã? De novo o compasso? Adeus, então. Sem saber ao certo o que devo fazer, Proíbo o ar que te leve o aroma, Absorvo o álcool do teu idioma, E espero aqui amanhã, outra vez, pela tua mão. Por quantos mais anos conseguirei enganar a solidão?
Não saio do sítio. Já não sei correr. Anda cá. Não me consigo mexer.
14 | 06 | 2024 | sótão
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godrigues · 7 months ago
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para ser feliz
Notei, primeiro, o desconforto, E só então as questões do meu abraço. As linhas do desenho torto, As palavras de um demónio morto, E a acusação dos pontos que faço.
Aos poucos, transformada intenção, Abre-se a cortina aos espetáculos. Desculpam a preocupação Mas tristeza é que não. Em adultos, apenas obstáculos.
Segue-se a valsa do coração apertado Feliz, sobrevivente posto à mesa. Mas se discuto arte, atribulado, Vêem-se as rachas do exilado Entre as grades douradas da gaiola portuguesa.
Não se pode permitir o vulnerável Mas a crueza amadurece com a idade. Porque a cada passo implacável A imagem perfeita, intocável, Não sobrevive à tempestade.
Obedeço com o sorriso reconstruído. Faço as contas de sete em sete. Uma edição irreal do instituído Esclarecendo a mestria sobre o ruído Que se empurra para debaixo do tapete.
Despeço-me, portanto, do cansaço, E agradeço a música que me dá alento. De máscara enfeito o meu próprio espaço, Prego, cuspe, madeira e aço. Aperto o fígado, estômago e baço Do privilégio do meu terraço, Para que cure o ressentimento. E esperando que ainda vá a tempo.
10 | 05 | 2024 | sótão
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godrigues · 7 months ago
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repri-se
Se te pareço cansado, desculpa o desabafo, afoguei os meus demónios pelas três. Se um dia as nuvens sabiam a doce, hoje acho que morri outra vez.
Se te pareço triste, precisei das palavras e elas parecem já não gostar de mim. Se um dia o tempo perguntava ao tempo, quanto tempo mais achas que aguento assim?
Se te pareço longe, é só a capa que abranda os pesados pensamentos. Se um dia a escada mostrava o plano, agora sinto-o apenas em breves momentos.
Se te pareço áspero, é só o frio de um calor que já não sei tolerar. Se um dia a estima do que sou capaz, hoje existo no medo incapacitante de falhar.
E volto a tentar.
19 | 04 | 2024 | cama do sótão [original de 28.01.2024, caderno azul]
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roseliterapeuta · 5 years ago
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Como um pequeno pássaro que vence a calmaria do ninho. Amar é o primeiro vôo - Um risco necessário - . . Reposted from @bruno_rpi . . #sobreoamor #sobreamar #sobrevoar #voar #voaralto #pequenopassaro #amarevoar #euamo #euamoamar #amaré #amarelindo #primeirovoo #poesia #poemadeamor #sobrepoesia #amoomundo #amemais #amor #amoavida #roseliterapeuta (em Roséli Terapeuta) https://www.instagram.com/p/B9tk6T5nehY/?igshid=2rzav9pksb9g
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joipoesia · 10 years ago
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metaspalavras
a história conta o que foi a ciência atesta o que é certo poesia? poesia não... poesia inventa, atrapalha, ilumina é tudo que pode ser ou poderia ter sido é sincera e mentirosa ao mesmo tempo é um véu do qual não se pode ver atrás não dá pra ser explicada tem que ser sentida um sentimento que bate tão forte que acaba em palavras, papel e tinta que se espalham, se envolvem e se brincam a poesia é a armadura do sonhador é fantasia é o cavalo que puxa o sonho da vida é o dizer sem medo e sem atestamento basta que tenha acontecido basta não ter acontecido basta que o sentimento pulse basta que se respire a falta ela não julga, não justifica, não derruba poesia constrói edifícios onde eu habito por um tempo e depois voo embora...
-  joi ❥
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