desço do pedestal poético para escrever a vida enquanto caminho. nada me fascina mais do que a pura existência. existir é o milagre, viver é poesia. escrevo o prazer de ser eu mesma, mesmo que em muitas versões. peço licença poética, mas às vezes vou entrando sem. estou aqui por diversão e devoção.
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Futebol
Um dia acordei com a lembrança da época que eu gostava de futebol. Parei de acompanhar o futebol por desgosto político. “Futebol é o ópio do povo”, pensei. Em meio à tanta tragédia política e social pela qual o Brasil atravessava, me parecia incabível ser feliz com futebol. Um dia simplesmente acordei e não consegui gostar mais. Não me lembro exatamente quando, simplesmente aconteceu. Mas eu era feliz quando torcia pelo futebol.
Esse pensamento me remeteu à última vez que comemorei um t��tulo de futebol. Era do meu clube do coração na época, e de boa parte da minha família: o Palmeiras - time da colônia italiana paulista, da qual descendo. Eu faço parte das famílias de imigrantes pobres italianos, moradores de cortiços do “Brás, Bexiga e Barra Funda”, lembrando o livro de Alcântara Machado.
Era 2016 e o Palmeiras saía de um jejum de vinte e dois anos sem vencer o principal torneio de futebol nacional, o Campeonato Brasileiro. Eu que passei a infância dos anos 90 vendo meu time sendo vencedor de diversos títulos, fui assistir àquela final histórica para o nosso clube junto de alguns amigos paulistas e palmeirenses residentes na Ilha de Santa Catarina. Estávamos num churrasco no bar de alguma quadra de futebol do bairro. Eu torcia e gritava como se aquele jogo fosse a coisa mais importante do meu ano. Talvez tenha sido, pois é um dia que guardo muito bem em minha memória, até certa parte, rs, antes do álcool subir.
Eu era feliz em 2016, mais do que feliz, eu me sentia viva. Foi o ano do golpe parlamentar que destitui Dilma Roussef da presidência do país. Eu havia participado de todas as manifestações a favor da presidenta e gritei ativamente as frases “Não vai ter golpe” e “Fora Temer” naquele ano - Michel Temer era o vice de Dilma. O título do meu time no final desse ano era minha última esperança de gritar de alegria, gritar por alguma coisa boa. O golpe foi o início da degradação política do Brasil, que culminou nessa aberração que temos hoje na cadeira presidencial: Jair Bolsonaro. Uma figura extremamente conservadora, que homenageou o torturador de Dilma Roussef - que lutou contra a Ditadura militar no Brasil em sua juventude, foi presa e torturada - em sua fala na votação do tal Impeachment. O golpe já estava arquitetado muito antes daquela patética votação, uma das imagens mais vergonhosas que guardo do meu país. O processo de impedimento não tinha sequer probidade jurídica. Dilma, após o Impeachment, foi inocentada de todas as acusações de corrupção.
Mas vamos voltar ao futebol. Lá estava eu, gritando gol e torcendo pela sonhada conquista do título nacional pelo Palmeiras. Eu tinha vinte e poucos anos na época, e mal sabia o peso que os trinta me trariam. Eu estava terminando minha segunda graduação e me sentia jovialmente universitária. Tive diversos romances casuais nesse ano e nenhuma preocupação em ser deixada por ninguém. Eu os trocava como quem trocava de roupa. Eu era livre e tinha um enorme vigor sexual. Eu estava em todas as festas e bares da cidade, e quase nunca voltava sozinha pra casa. Seduzia com facilidade, e, bem ou mal, queria sempre ser vista e lembrada por onde passava. Muitos olhares me comeram ao longo daquele ano, seja por atração ou desaprovação, mas eu gostava. Eu estava distraída demais para construir qualquer história de amor. Eu me achava demais, fazia tudo demais, beijava demais, transava demais, bebia demais, gritava demais. Como uma leoa, devorava meninos e meninas que passavam pela minha vista.
Acabou o jogo, Palmeiras campeão. Continuamos a bebedeira no Bar Queimazoio, um boteco descerimonioso do bairro onde todos se encontravam. Eu gritava “É campeão” da calçada do bar para todos os carros que passavam na rua. Puxava coros dos gritos da torcida palmeirense e cantava alto junto com meus amigos torcedores no bar. Eu não estava nem aí para olhares ou julgamentos de ninguém. Eu estava vivendo sem a vergonha de ser feliz. Eu extravasava, estava louca, com um sorriso de orelha a orelha, trançando as pernas e sem soltar o copo de cerveja da mão. Cerveja e cachaça entorpeciam-me noite adentro.
Decidi então que queria transar, noite boa tinha que terminar assim. Beijei um amigo da faculdade e tentei convencê-lo a ir pra casa comigo, mas ele disse que não podia - acho que tinha uma namorada na época, pois algum tempo depois eu o vi com uma garota num bar da faculdade. Mas nada abalava minha autoestima. Encontrei um ex ficante e o convenci a me levar pra casa. Ele também era palmeirense e também estava podre de bêbado. Meu relacionamento com ele tinha sido de mais ou menos 1 ano e a gente tinha terminado bem. Eu fui apaixonada por ele no começo mas depois foi passando e quando eu percebi que não sentia mais nada, decidi me afastar. Sem brigas, nem nada, apenas nos afastamos. Tivemos alguns remembers depois disso, acho que ele seguiu gostando de mim por algum tempo. Eu morava a poucos metros do Queimazoio e fomos caminhando para minha casa com passos descompassados. Não conseguimos transar naquela noite, estávamos bêbados demais pra isso. Quando deitei na cama para a foda finalmente conquistada, tudo girava. Eu pedi então para ele ir embora porque eu tinha certeza que ia passar a noite vomitando, e não queria alguém testemunhando as cenas que viriam a seguir. Apesar de eu aguentar bravamente a bebedeira na rua, ao menos sem cair ou passar mal, muitas vezes eu vomitava horrores quando chegava em casa. Vomitei horrores, tomei um banho e dormi sozinha aquela noite. Mas fiquei bem. Talvez eu ainda tenha me masturbado antes de dormir, mas não tenho certeza.
É uma onda comparar o meu eu daquele dia com o de agora. Eu era pura potência, uma égua selvagem e indomável, a personificação dos 20 e tantos anos. Eu trotava pela vida sem medo do que poderia me acontecer. Mas os anos seguintes me trouxeram ferozes tempestades e furacões que não deixaram pedra sobre pedra do meu corpo habitat. Hoje estou mais preocupada para onde minhas atitudes irão me levar. Estou de frente a uma nova mulher, menos bicho e mais humana. Que se importa demais, sente demais e tem medo de ir muito alto e cair de lá de cima. Que quer a sorte de um amor tranquilo e passar os fins de semana em casa escrevendo seu romance e assistindo Netflix.
É... a vida passa, baby. Ela passa por cima da gente e a gente passa por entre ela. Parece que envelheci dez anos nos últimos três. A vontade sexual insaciável foi substituída pela vontade de uma vidinha a dois. Não que eu não queira mais fazer sexo casual, só que agora faz muito mais sentido tê-lo quando há troca com quem faço. Não que eu precise transar só com o amor da minha vida, mas precisa ter algo mais do que um desejo animal... Uma admiração, um interesse genuíno, resumindo: Eu preciso gostar da pessoa com quem eu transo. Tenho observado mais do que quero ser observada, falo menos e escuto mais, e faço questão de sair de fininho e não ser lembrada. O meu final de noite feliz também pode ser eu voltando pra minha cama quentinha para dormir e descansar. Às vezes até escrevo um pouco antes de dormir, dependendo da hora que chego, aproveitando a energia da noite.
Mas a Joice de hoje jamais teria sido concebida se eu não tivesse sido toda essa loucura que fui. Parei de gritar pra rua para que eu pudesse ouvir os gritos de dentro. E eram muitos, e eu precisava escutar o que eles estavam me dizendo. Hoje também me sinto viva, mas de outra forma. Tive que morrer algumas vezes para isso. Pouco a pouco, estou trazendo todos os gritos sufocados à superfície. Alguns deles eu escrevo, transformando dor em arte.
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"Você foi o mais perto que eu cheguei de morrer”
Era o que dizia a música que eu escutava deitada na cama pensando na vida, VIDA/MORTE/VIDA. Um ano atrás eu escrevia sobre a morte, eu sentia a morte do “eu” que conhecia e nada parecia me tirar daquele estado de luto. Ao mesmo tempo que eu era o “eu” de luto, eu também era o “eu” que morria e experimentava uma sensação nova, diferente do que eu tinha sentido até ali. VIDA/MORTE/VIDA. Agora estou pensando na morte como a oportunidade de renascimento. Quando se morre em vida o único caminho é renascer. Mas renascer ou ressuscitar, assim como venho aprendendo na minha prática espiritual, não é deixar tudo pra trás e começar do zero. No começo você acha que é, mas conforme vai ganhando mais e mais consciência, percebe que nada passa, nada se vai, se esvai... Engraçado escrever isso agora, porque ano passado escrevi muito sobre minha necessidade de acreditar que “tudo vai passar”. Oi Joi do ano passado, essa sou eu te dizendo que não passou e que “nada vai passar”.
Passado, presente, futuro... Nossa perspectiva de tempo material não tem nada a ver com a perspectiva da nossa consciência, ou nosso espírito, para quem acredita no termo. Espírito, alma, consciência... seja o que for, não caminha em uma linha reta. Não há a noção de espaço e tempo para o espírito. E é por isso que nada vai passar. É bem complexo o que eu estou tentando botar em palavras num texto, porque é fruto de leituras e experiências que eu acessei. Mas eu não quero falar disso de forma científica, como se eu precisasse comprovar o que eu estou dizendo. Eu quero falar da sensação, dessa sensação que eu tive hoje, do estalo que me deu na cabeça de que “nada passa”.
Voltando à frase da música: “Você foi o mais perto que eu cheguei de morrer”. Sim. Você foi um raio de tempestade que me acertou no peito. Uma luz brilhante e potente que me matou. É uma metáfora, rs! Você não me matou! O que me matou foi o que eu senti por você. Esse choque elétrico que correu por todo o meu corpo, me iluminou e depois me incinerou. Você sabe que é de você que estou falando, você estava lá. Hoje eu lembrei do nosso primeiro café da manhã juntos. Seus filhos estavam na casa. Você levantou cedo para dar café da manhã pra eles... um tempo depois me levantei e sentei no sofá da sala. Eu estava vestindo uma camisa sua, porque tinha ido pra sua casa de vestidinho na noite anterior. As crianças logo se empuleiraram em cima de mim, curiosas com a figura estranha na casa. Você fez o primeiro dos muitos cafés expressos, com grãos moídos na hora no moedor hispter que você tinha, na xícara de barro que eu gostava. Eu te olhei enquanto dava meu primeiro gole de café do dia e disse algo do tipo “humm, melhor café que já tomei”. Se naõ foi isso que eu disse, foi o que pensei. Lembro que na minha cabeça passava “café maravilhoso, homem maravilhoso, crianças maravilhosas, noite maravilhosa, tudo maravilhoso”. E essas frases dançavam pela minha cabeça enquanto eu te olhava. E foi ali que eu te amei pela primeira vez. Eu sei que te falei que me apaixonei na noite em que você perdeu a carteira. Mas foi naquela manhã, naquele gole de café que eu senti algo a mais... algo como “eu passaria todas as manhãs com essa pessoa ao meu lado”. VIDA. Esse foi o lampejo de vida, o clarão no meu céu, toda a beleza reunida num simples momento. Eu gosto das coisas simples. Das pequenas declarações de amor. Nesses últimos tempos eu fiz algumas declarações de amor simples pra você. Um passeio, um cafuné, uma semente, uma pedra. Acho que você não notou que era eu dizendo que te amava. Eu não queria te assustar mais com o que eu sentia. Eu sei que você tem medo do que eu sinto. Eu só não sei por que. Quando te pergunto a resposta vem sempre com muita divagação e pouca clareza.
MORTE. Eu sofri muito quando nossa história de amor acabou. Lembro que nessa mesma data, no ano passado, eu estava nervosa por ter que voltar pra Floripa e correr o risco de te encontrar. Emendei mais algumas viagens para me tirar dessa agonia. Sofri essa perda como jamais sofri na vida. Não tenho medo de dizer, de admitir. Esse é meu sentimento, essa é minha dor, e é legítima. “Você foi o mais perto que eu cheguei de morrer” porque você também foi a sensação mais intensa de vida que eu tive depois de parir. Eu queria cantar, brilhar, me encharcar da vida com você.
VIDA. A ressurreição tem dado seus frutos. Me reconheço hoje como uma pessoa nova que carrega a experiência das outras vidas com respeito. Todas essas vidas fazem parte de uma mesma consciência, que não entende o espaço e tempo como matéria palpável. Eu estou aqui, mas também estou no meu parto. Eu estou aqui, mas também estou no nosso primeiro café. Eu estou aqui, mas também estou no lançamento do meu futuro livro. Tudo faz parte de uma coisa só.
Por que a gente vive várias vezes? Os que acreditam na reencarnação dizem que é para aprender. Aprender a ser espírito, aprender a ser consciência, aprender a ser só, aprender a só ser... Depois que eu morri em vida, tenho tido menos medo da morte material, de quando este corpo parar de funcionar. Sei que vou ter algum medo, pois é humano ter medo de perder aquilo que temos de maravilhoso. Mas sei que a cada morte eu ganho mais conhecimento para viver uma nova vida. VIDA/MORTE/VIDA.
E você... bem... A gente se encontra nessa ou em outra vida. Um dia a gente se entende, um dia a gente se encaixa. Parece até refrão de música da Marília Mendonça. Mas sou só eu sendo brega de amor mais uma vez.
joi❤
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Falar de amor é frescura
Nos últimos anos eu vivi o amor intensamente. E acho que sigo vivendo… O que mais tenho me perguntado nesse processo é: O que é o amor? Eu acho que o amor é deparar-se contigo em outros lugares. Eu vi o amor na minha festa de aniversário, quando me encontrei no rosto de cada mulher ali presente que eu admirava. Eu vi o amor na noite em que o príncipe encantado perdeu seu sapatinho de cristal doidão na festa. Eu vi o amor nos jantares com as crianças correndo e brincando pela casa. Eu vi o amor no banho que me foi dado quando, no desatino, eu não sabia nem por onde começar o dia. Também tinha amor nas conversas à distância, por mensagens e vídeo chamadas. O amor esteve no remedinho tomado junto antes de dormir, e nas xícaras de chá compartilhadas. Recebi amor na carta pelo correio, na hidratação e no corte de cabelo, nos pores do sol, nas viagens e caminhadas que fiz. Eu vi o amor na perda, no luto e na vida que ainda segue firme mesmo quando tudo parece ser o fim. O amor está na faxina e arrumação da casa, no projeto aprovado, no livro de capa dura, na pureza da resposta das crianças. No cheiro da lavanda no vaso da sala. Em todos os sorrisos e todas as lágrimas… Lá está o amor. Falar de amor nunca será cansativo ou pequeno demais pra mim. Pois falar de amor é falar de tudo que h�� de mais significativo em nossa história. Quando falamos de amor, falamos de nós mesmos, de todas as partes que nos faz humano. O amor está em todas as coisas. E quando falamos de amor, falamos da vida. Falar de amor é frescura.
joi❤
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contato
buscamos contato mas quê contato é esse que buscamos? buscamos contato de pelo, de corpo ou de alma ou apenas um push pulando na tela buscamos contato mas se o contato não atende a expectativa desejada se demanda que o contato seja de troca real de cuidado, de apoio e de conversa estamos cansados, ocupados compenetrados em nossa própria existência carregada de stories e selfies buscamos contato quando nos sentimos sozinhos e vazios mas quando o contato exige presença não temos muito a oferecer pois o que queremos do contato é só uma mensagem - ei, você está aí? - sim, estou... mas quando o contato não aceita mais ser uma simples resposta viramos as costas buscamos contato pois a tecnologia nos dá a garantia de que o afeto permanece intacto mas não fala sobre como está a vida do outro lado nem conta as emoções sentidas pelas horas do dia buscamos contato mas não buscamos pessoas e o real se perde no imaginário de quem nada tem a trocar além de umas poucas mensagens…
joi❤
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Conto de Afeto
Eu quero contar sobre como tenho sorrido Em meio a tanta coisa ruim pra chorar Eu quero contar sobre meus cabelos Que acordam bagunçados de afeto Emaranhados nos seus dedos Desfrisantes Eu quero contar como é acordar Com música no peito E uma vontade louca de cantar Eu quero mostrar o amor em sorriso E o sorriso nos olhos Que te miram, fitam, desejam E que estes mesmos olhos Também olham com dureza Nessa roleta russa existencial Quero contar que tenho estado tranqüila Mesmo quando aflita mesmo que com medo Mesmo quando nua E quando me envaideço Espelho Vc me tem na frente e eu te miro reflexo Quero contar que tenho sido Bem acostumada, agradável, sincera E contar que tenho sido mais Assim, sem complemento Apenas a soma Mais Quero contar que esses olhos Nunca mais te dirão o que te dizem hoje Então que fique o conto Que reste o registro Dos olhos que faíscam e inundam Enquanto me sinto transbordada
joi❤
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CHEIRO
eu gosto do meu cheiro eu gosto do cheiro que sai da boca da vulva das axilas eu gosto do cheiro úmido que lembra que estou viva andando, transpirando, sendo eu gosto do cheiro que não é essência nem perfume nem sabonete líquido eu gosto do cheiro do íntimo do cheiro que exalo quando sorrio quando gozo quando corro quando me exalto eu gosto do meu cheiro gosto de sentir ele no travesseiro na coberta na toalha na camiseta velha usada eu gosto do cheiro de sangue na menstruação eu gosto do cheiro de festa na ovulação eu gosto do cheiro que é urgente do cheiro da pele áspera ardente contra o sol eu gosto do cheiro do meu cabelo e do meu lençol eu gosto do meu cheiro da manhã eu gosto do cheiro da urina ácida exalando cafeína eu gosto do cheiro da minha agonia eu gosto de lembrar do cheiro do meu parto e do meu quarto que cheirava a leite no puerpério eu gosto do cheiro do cigarro que trago e do álcool suado na ressaca o cheiro esse pequeno encanto humano que a gente disfarça coloca produto em tudo e finge que não tem mas é dele que a gente lembra quando sente falta de alguém eu gosto do cheiro da minha cozinha da minha comida da minha quitinete e do meu pijama eu amo o cheiro do meu pijama eu gosto do meu cheiro dormindo na manhã de segunda-feira e na noite de domingo eu gosto de me ser gente e gente cheira eu gosto de cheiro porque me descreve e me inscreve na eternidade da memória amorosa eu gosto porque enquanto viva cheiro depois de morta rosa
joi❤
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de gêmeos
você me deixa no vácuo, não consigo manter um diálogo. mesmo você dizendo que adora me ter... eu acho que, no fim, você só adora meter. boy, vou dizer o que já sabe: eu gosto de você!
gosto da sua cara séria de homem feito, e da parte que pede carinho antes de dormir. gosto de apertar teu corpo forte e de quando posso deitar e me esbaldar em cima dele. gosto de tentar descobrir por que você não sorri, e procura ficar sério quando tá comigo, mesmo eu tendo visto você rindo tantas vezes com seus amigos...
gosto do fato de você não roncar e me puxar pro teu lado, no meio da noite, quando pelo descuido do sono pesado me afasto de você. gosto de beijar o cantinho da tua boca e da tua fome de vida quando acorda de manhã. gosto da nossa história que é só nossa e que ninguém participa nem palpita. gosto do cheiro do teu pescoço e de dilatar tua pupila. gosto de alisar tua costa, fazendo da minha mão um veículo de passeio pela sua fortaleza. gosto da beleza da tua frieza.
te vejo acuado, como um cão que já foi maltratado, e não quero invadir teu espaço. lembra que eu te disse que sei ler as pessoas bem? então... eu te li gesto por gesto, traço por traço. eu te li com atenção. gosto das vezes que você conseguiu se desprender da necessidade do controle da situação. é uma pena baby, que eu não te veja mais. que venham os próximos carnavais. e eu não vou terminar dizendo que você perdeu quem te quis bem. você sabe ler também!
joi❤
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Me encanta cuándo me miras con amor y lujuria al mismo tiempo.
Recovecos de mi alma (via mividaenversos)
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quantas vezes você vai terminar comigo depois de dizer que sou a mulher da tua vida? quantas e quantas mais vezes irá me dizer que devemos seguir caminhos opostos, que o amor bateu na porta errada e que essa loucura toda não vale nada? qts vezes irá me pedir pra segurar tua mão e saltar de olhos fechados pra no meio do caminho dizer: "não temos paraquedas..." em quantos pedaços deixará meu coração? quantas vezes seremos um pra novamente sermos rasgados em dois e passaremos noites acordados rebobinando o filme da nossa história pra procurar onde tudo deu errado? quantas vezes morrerei na mesma cena? será que depois de me prometer ficar você vai embora de novo pra nunca mais voltar? quanto tempo dura o nunca? quantas e quantas vezes vou te ouvir dizer "você e eu não dá, não era pra ser" pra depois ouvir “eu nunca vou te esquecer”? nem uma mais. aos poucos o sentimento se escoe e vai... o silêncio se encarrega do adeus, não deu. e toda matéria aqui remexida vira resíduo pra poesia. aos poucos a primavera re-existe pra lembrar que perdedor é quem perde-a-dor. por medo de sentir o que sente, quando o amor dilacera a semente.
joi❤
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“Odeio despedidas. Odeio dar tchau. Odeio chorar. Mas também odeio sofrer. Quero te dizer que esse mundo é injusto demais. Nele vivem pessoas cretinas demais. Já que estou falando no que é demais: fui honesta demais. Talvez esse tenha sido meu maior erro. Mas não sei ser de outra forma.”
— Clarissa Corrêa
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talvez não seja ela carne sangue ossos uma infeliz ideia de que pensa e sente como gente talvez não seja ela doce saliva seiva que sugo e cuspo no prazer de sentir arder no estômago quando bebida em demasia talvez não seja ela loucura tardia que sobe e desce ruas me atravessa deita nas minhas vontades faz curva onde só havia reta talvez não seja ela mas talvez seja também
joi❤
foto: @leticiaichnaz
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