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"Mas devo avisar. Às vezes começa-se a brincar de pensar e eis que inesperadamente o brinquedo é que começa a brincar conosco. Não é bom. É apenas frutífero. "
(Clarice Lispector, in Todas as Crônicas, editora Rocco. 2019)
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PARADOR -- EXPRESSO
Gosto de dizer que é dentro do ônibus onde desenvolvemos nossa consciência de classe.
Dependendo da linha, as situações mais sórdidas podem acontecer. Água caindo do teto, do ar condicionado, pingando em bancos vazios ou nos artistas que se escondem em meio à multidão. Artista como um sinônimo de trabalhador. Feito de palhaço, mal apreciado e incompreendido perante a raiva exalada do próprio corpo em forma de suor. Quantas vezes não vimos algum surto às sete horas da manhã? Ou quem sabe até mais cedo, despertando com o grito de imploração para parar no próximo ponto. Nessas idas e vindas, aprendemos, por meio dos olhares, da observação, que nosso sonho de conforto está tão distante quanto o ponto final, e em pé, agarrados a qualquer coisa que nos segure em meio a bruscas freadas de um motorista tão cansado quanto nossos ombros, é quando sentimos a conformidade finalmente acordando.
Mas no trem é onde me sinto pertencente à minha classe.
Os sôfregos e desalmados, mas ainda esperançosos pelo dia de amanhã, caminham entre um vagão e outro carregando suas necessidades, seus desencontros, em seus bolsos e mochilas. Logo de manhã, no breve momento que termina a hora azul, eu não consigo fazer jus à minha carteira de sonhador. São tantos no meio do caminho, ocupando o mesmo lugar no espaço, que minha respiração fica pesada. Mas, como largo cedo do trabalho, consigo pegar o trem na hora de retornar à minha casa, sem fazer quase esforço algum em meu psicológico.
No último dia da semana que estive no Méier, por exemplo, passei pela catraca com uma mulher ao seu lado anunciando sua desistência de pegar o trem.
“Passa aqui, menino,” ela disse a mim sem saber que poderíamos ter quase a mesma idade. “Que aí não perde a passagem. Pode passar!” Ela afirma confiante, e eu, renegando os absurdos da tarifa imposta pela empresa que tantos nós, cariocas, odiamos, agradeço à sua bondade.
Desço as escadas rolantes, que não funcionam, e sento em um banco de madeira para aguardar o trem. Há uma leve palpitação em meu peito, mas procuro me distrair com as pessoas do outro lado da estação, grade afora, concentradas em suas próprias vidas. Vejo o ônibus que pego de manhã, na ida ao trabalho, e evito não me arrepender. Penso em coisas boas, como no quão cedo chegarei em casa e conseguirei almoçar com minha esposa. Noto o clima se fechando, o céu começando a ficar nublado, mas pouco deixo me afetar.
Entre uma conversa e outra com mais de uma pessoa em meu celular, vejo o famigerado se aproximando pelos trilhos. Há muitas pessoas no aguardo dele, comigo, mas dessa vez presto a devida atenção nos dizeres do primeiro vagão:
“DEODORO
PARADOR”
Opto por não entrar.
Volto a sentar, mas em outro banco. Um de concreto dessa vez. E nisso penso, que, de acordo com a placa ao meu lado, há a possibilidade de passar o trem para Santa Cruz. Não que esse seja meu destino, mas Deodoro ainda fica duas estações antes da minha. Penso se coloco ou não os fones de ouvido para ouvir música e me acalmar melhor; lidar com a ansiedade dessa maneira sempre foi melhor para mim. Só que é preciso sempre estar com a atenção dobrada na estação de trem. Ou pelo menos foi o que me ensinaram desde criança.
Vejo o segundo trem chegar em menos de meia hora, e acaba sendo o mesmo que o anterior, para meu infortúnio. São duas e meia da tarde. Se eu não entrar nesse, chegarei em casa muito tarde.
Então tomo minha decisão.
Tão vazio quanto o futuro do cidadão médio brasileiro, me sento no primeiro lugar que vejo e, apesar de toda a ansiedade tremendo em meu peito devido a anos de abalos psicológicos sobre este transporte em questão, consigo fazer uma viagem tranquila. Estou sentado ao lado de uma janela à minha esquerda. Sinto-me calmo, bem comigo mesmo e com uma certa empolgação por dentro, como se eu tivesse vencido uma batalha importantíssima num front que perdura há 5 anos, mesmo que meu coração esteja acompanhando o barulho dos trilhos. De estação a estação o trem para e recolhe pouquíssimas pessoas. Talvez devido ao horário. Bom, certamente devido ao horário, eu penso procurando agir feito um cidadão comum, mais uma vez. E minha imaginação voa, visto que a mente do ser ansioso não para de trabalhar. Não tenho metáforas adequadas para essa comparação; ou sequer uma inadequada. Mas, talvez você, leitor, possa imaginar–e logo em seguida me perdoar–que devido a tanto trabalho, na hora que eu escrevi essas palavras em uma noite de domingo, minha cabeça já estava tão cheia que tudo o que eu queria era apenas deitar. E não se engane! Eu não quero apenas descansar todos os verbos e advérbios, sujeitos e predicados, períodos e versos, mas também a carcaça que carrega toda essa gramática; meus ombros, sobretudo. Eu quero descansar meus olhos, que veem tantas pessoas todos os dias e ainda não acreditam nos sonhos da madrugada. Eu quero descansar minha garganta; ou melhor, minhas cordas vocais. O ser humano passa dois anos para aprender a falar, e sessenta aprendendo a calar a boca. Isso sim é inacreditável! Eu quero descansar, principalmente, meus ouvidos. São tantas vozes, tantos barulhos confundidos em frequências diferentes, que de vez em quando, mesmo em casa, eu me pego tonto. Pois então, talvez em Bento Ribeiro, eu lembro de avisar à minha esposa que estou a caminho de casa, finalmente.
“Quando o homem não tem nada na vida, ele tem um vazio dentro dele,” as palavras de um ambulante me despertam ao mundo real. “Aí ou ele encontra Deus ou encontra o crack.”
Eu olho ao meu redor, procurando o homem de tais palavras, para então ver um sujeito de cabelos brancos e cego de um olho. Ele carrega seus doces, balas e chocolates em uma dessas coisas que tem vários saquinhos presos e dá para pendurar com um gancho no ferro do teto. Não faço a menor ideia de como isso se chama, e penso até em perguntar. Comento o que está acontecendo com um amigo, mais jovem do que eu, através do WhatsApp, e ele me sugere colocar um fone de ouvido e segurar firme a mochila. Dou uma risada cansada até que o trem chega ao seu destino final e eu desembarco, junto com os poucos comigo e o homem de um olho só.
A linha que procuro fica literalmente do outro lado; ou à minha frente, assim que saio do vagão.
“Boa tarde, amigão,” eu falo para um sujeito próximo a mim. “O Santa Cruz eu pego aqui?” Mesmo sabendo que estou no lugar certo, tenho em mim a necessidade da confirmação pela minha falta de costume.
“Então,” fodeu, eu penso. “Não sei, não,” ele arrasta sua resposta olhando para o sentido oposto. Como assim tu não sabe, caralho? Tá escrito ali. Eu sei que tá escrito ali, aqui, em quase todo lugar nessa porra de estação. Mas essa operadora é maluca. Tem manutenção todo dia, toda hora. Os trens tão tudo caindo aos pedaços. “Mas eu acho que sim. Só sei que tô aqui esperando há um tempão.”
“Valeu. Brigadão,” afasto-me logo em seguida, e, com a mochila à minha frente, subo as escadas para o banheiro.
Sem mais delongas, assim que eu volto às plataformas, o tão esperado Santa Cruz se aproxima. À essa altura do campeonato eu já desisti de contar as horas. Apenas aceito o meu destino. De Deodoro são duas estações.
“Deixai toda a esperança, vós que entrais”, eu consigo ler, nos segundos mais rápidos que consigo contar, ao abrir das portas.
Vejo o sujeito que me aproximei anteriormente, com a necessidade de confirmação de uma dúvida ansiosa, entrando uns vagões à frente daquele meu. Ao contrário do anterior, não há lugar para me sentar. Permaneço, então, em pé em frente às portas. Não irei ficar aqui por muito tempo, tudo bem. São duas e meia da tarde, eu verifico no celular de um senhor ao meu lado. As letras são tão grandes que todos conseguem ler a infidelidade das conversas que ele mantém com uma mulher chamada Lindalva. Mas não noto ninguém tão fofoqueiro quanto eu, mesmo que sem querer. Penso no quão interessante a vida de cada uma dessas pessoas pode ser, mas me permanecendo autoconsciente o suficiente para saber que todos nós estamos apenas buscando sobreviver um dia após o outro.
Ao meu lado direito vejo a articulação entre os vagões e alguns homens sentados no chão. Em pé, neste mesmo lugar, há uma mulher de pele bronzeada, porém rosto branco, e cabelos loiros. Viro minha cabeça para a esquerda e então vem um, dois, três ambulantes anunciando seus produtos, gritando em nossos ouvidos. Para minha surpresa, um dos vendedores possui um microfone conectado a um pequeno alto-falante preso em sua cintura. Esse sujeito em particular, então, para de frente para a loira.
“É você aquela atriz?” ele pergunta.
Algumas pessoas viram os olhos para a mulher. Eu sou uma delas, tentando entender o que está acontecendo, mas não consigo ouvi-la.
“Daquele filme, pô!”
A mulher balança a cabeça dando um sorriso. Consigo notar que ela está constrangida, o que não é muito difícil visto a quantidade de olhares.
“É tu quem não deu moral pro Ken!” o homem insiste. “Atenção, senhores passageiros, por gentileza!” ele faz seu anúncio. “Olha só quem tá no trem com a gente hoje! Vamos dar uma olhada nessa Barbie aqui, gente! Vamos dar uma salva de palmas pra essa pose toda,” mas ninguém acompanha seu pedido. Confesso que fico um pouco enojado mediante ao assédio e viro minha cabeça para o lado oposto, de novo. O que me faz notar outro homem peculiar. Dessa vez, um sujeito vestido de Michael Jackson, preparando uma caixa de som no chão e ajeitando seu microfone de cabeça. Quando Billie Jean começa a tocar eu custo a acreditar em todo esse caos. À minha frente, finalmente sem outro lugar para olhar, um homem reclama de toda essa palhaçada enquanto um jovem ao seu lado, que eu julgo ter aproximadamente quinze anos, está de pé lendo Triste Fim de Policarpo Quaresma.
O trem pára. Falta uma estação para eu descer.
Lembro de Nelson Rodrigues.
Se a vida é mais profunda depois da praça Saens Peña, se é na zona norte que ainda se morre por amor, então o que sobrou para a zona oeste? Minha pergunta é respondida no momento que piso dentro do vagão.
Veja bem, como posso considerar subúrbio um lugar onde suas cafeterias cobram R$15,00 por um café pequeno e um salgado de queijo com presunto, ambos mornos? Essa foi a profundidade que Nelson encontrou? Cuspir em minha mão e depois lambe-la me deixaria mais acordado e saciado. Além do mais que, meu avô, paulista por si só, teve o mesmo fim teatral após sessenta anos de casado com a mesma mulher, falecida seis meses antes dele, e doze filhos adultos. Creio que o Suicídio de Amor, essa figura personificada, bípede, de dois olhos fundos, nariz, boca e orelhas, se mudou. Talvez seja meu vizinho, ou esteja em situação de rua no calçadão de Campo Grande, pedindo ajuda. Talvez eu o veja todo dia empurrando um carrinho de mão, se desfazendo de móveis antigos da própria casa, ou esteja vendendo toalhas no centro do Rio entre jovens de terno e gravata e crianças vendendo bala. Mas ainda, sobretudo, completamente apaixonado pelo ser humano tal qual aquele que se sacrificou por nós, de acordo com a fé cristã.
As portas se abrem pela segunda vez.
Há pessoas apontando o celular para o cover de Michael Jackson. Sua jaqueta é, de fato, uma cópia daquela icônica preta de detalhes cintilantes. Ele está da cabeça aos pés incorporado no que julgo ser seu músico favorito. Afinal, quem faria uma coisa dessas para um monte de gente, cansada e dilacerada do trabalho, em uma quinta-feira? Ele canta e dança, mas não canta tão bem. Acaba abaixando a voz quando não consegue acompanhar o tom da música, o que não impede seu show. Surpreendo-me com a habilidade em conseguir rodopiar e fazer um moonwalk com o trem em movimento e cheio de pessoas.
As portas se abrem ao meu destino.
Eu saio, ouvindo a música do rei do Pop se afastando à medida que subo as escadas da estação. Não lembro em qual parada meu coração se acalmou, e quando percebo essa tranquilidade já estou olhando para o céu, ainda nublado. Nisso, dou um sorriso.
Cleber Junior
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This one is probably not gonna be so sucessful cause the text is in Portuguese. However I wanted to maintain its heart.
***
Era uma noite de brisa fresca. Aquele tipo de noite que permite que a janela fique aberta, sem entrar bicho, e bata aquele ventinho gostoso que refresca até a mente. Aquela noite que é agradável pra dar uma volta na rua a noite, mas também possibilita que ficar em casa seja interessante, assistindo um filme, por exemplo.
Agora nesse último cenário, você imagina o que? Que tipo de filme, que tipo de companhia, com pipoca e guaraná (há) ou coca-cola e pizza? E quem está com você? Pode ser que esteja sozinho, ou acompanhado dos seus pets... Ou até mesmo acompanhado. Com amigos? Família? Alguém especial?
Estou começando a ver um filme. Me veio essa vontade de comer uma coisinha. Pausei. Isso por si só já me incomoda, porque eu sinto que to traindo a experiência genuína de ver um filme. Mas a vontade fala mais alto e eu escolho ser leve comigo mesma. Talvez eu mereça, sei lá.
Hoje no almoço eu pedi uma comidinha especial. No estilo sextou, eu mereço, ou, ai mais eu nunca peço! Enfim, pedi. Não comi tudo. Talvez tenha sido porque eu pedi mais com olho do que com a boca, ou talvez eu esteja me esforçando pra não comer tanto. Um paradoxo. Mas que causou com que agora a noite eu tivesse algo pra fazer uma boquinha, o que me fez pausar o filme, o que me fez pensar na vida, e o que me fez chegar aqui. Viu? Tudo conectado.
To lá pensando como eu vou requentar aquilo? Felizmente era uma comidinha que ficava triplamente gostosa requentada no dia seguinte ou algumas horas depois. Comecei a tirar da embalagem de papel que servia pra ajudar a comer com a mão também, e notei que ficou um pouco na embalagem. Nem pensei em jogar fora. Sozinha, na minha casa, de blusinha de ficar em casa, shorts curto preto e leve, levei os dedos à embalagem e tentei pegar o que dava. Suspirei e soltei até um gemido. Que delícia. Próximo passo foi levar a embalagem até meus lábios e eliminar o mensageiro, sentir diretamente o gosto daquilo, e bônus, sem sujar meus dedos.
Comecei a pensar sobre aquilo, como parecia natural e espontâneo, se é o tipo de coisa que um ator ou atriz daqueles bem métodos faria e depois todo mundo aplaudiria e falaria "nossa, atuação do fulano é daquelas que ele vira o personagem", ou sei lá, pode ser que falariam outra coisa. Mas era o tipo de cena que seria legal de assistir, com aquela fotografia característica do seu diretor favorito, bem editado, com música de fundo ou somente os barulhos da cena, bem ASMR.
Por que que eu não consigo ser atriz na minha vida? Personagem em uma trama de drama em que uma mulher de 29 anos, levemente nerd, sarcástica, bonita e fora do padrão (ah, e que usa óculos, vai dizer que isso não é lindo?), que tenta navegar as águas incertas de sua própria vida, que tem filosofias, opiniões, que são legais de ouvir serem elaboradas?
Eu sinto que se eu fosse personagem de um filme, de uma novela, de uma série, eu ia ser uma personagem que eu gostaria de ver. (será? Ai, peraí, minha autoconfiança deu uma fraquejada aqui); Uma personagem interessante de acompanhar, que você torce pra vida dela dar certo e ela ter um final feliz. Que de vez em quando fala umas frases legais de filme e nesse caso elas se tornam citações memoráveis, porque de fato estão num filme. É sério. Tenho por aí uns 85% de certeza. Eles pegariam alguma atriz sub alternativa com uma pinta de nerd que saber ser sexy, como a Barbie Ferreira. E talvez ela fosse coadjuvante ou principal (dificilmente), mas a caracterização bem estruturada da personagem (que pra mim é uma aliança entre ator, diretor e roteirista), faria com que ela se tornasse memorável. Quem sabe até tivesse um fã clube? (Aliás, preciso ter mais energia de Barbie Ferreira.)
G.R.
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Quarta-feira, 17 de julho de 2024
Das alegrias de se ter uma péssima memória é poder sentir o próximo sentimento sem tanta influência do anterior. Claro que somos humanos e nada é tão linear assim, mas na minha cabeça num geral é. Estou feliz, estou triste, as vezes os dois ao mesmo tempo, mas aí quando se sobrepõe fica confuso e eu fico ansiosa. Prefiro uma coisa de cada vez, mesmo que horrível. O bom fica melhor. Não sei transar triste, não sei lidar com agridoce. Mas divago. Falo isso para registrar que o início de uma coisa que ainda está por vir se confirmou, uma coisa muito boa, uma coisa que eu ansiava por meses, uma coisa que me faz pular pela casa. Uma coisa que eu ainda não vou falar por aqui. Mas certo, essa coisa feliz está acontecendo, no gerúndio, o que no momento anula a tristeza sem fim que senti no final de semana. Não vou me alongar a respeito, acho que não quero relembrar a sensação, mas chorei e chorei e chorei no meio da pista da festa, um lago de lágrimas escondidas debaixo da máscara que eu usava. Ninguém me viu, sumi, não quero mais isso.
Não tenho nada para acrescentar a respeito de trabalho, nem de ex namorado, nem ficantes, nem festas, nem transas aleatórias. Nada. E qualquer coisa que eu falar agora vai ser só para fingir assunto, uma prosperidade e esperança que no momento estão fajutas. Sei lá. Não tô lendo nada, não falo com ninguém, comecei a terceira temporada de Succession e vi But I'm a cheerleader outro dia. É bom tomar posse da minha insignificância, ordinariedade e, porque não, burrice. Sei lá, sei lá. Só sei que tem essa uma coisa que no momento me faz feliz. Bom que fico feliz com pouco.
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As ideias que nunca escrevi
Pegou na mão aquele frasco pequeno de ideia. Parecia tão banal, fresco e incolor, mas era pesado e espesso. Seu dono o segurava e ao segurar, sentia um alívio no coração, uma paz nas mãos.
É difícil descrever a sensação de apanhar uma ideia, uma daquelas que preenche todo o seu corpo e espanta qualquer vazio. Estranho é pensar que a ideia surgiu enquanto o proprietário olhava para uma pintura mal feita do homem aranha na traseira de um caminhão.
O destino da viagem, já tinha se perdido na memória, mas o dono tinha certeza que a ideia, continuaria firme e forte na sua cabeça. No momento até quis anotar, mas não era preciso, pois sabia que uma ideia como aquela não se perderia.
No dia seguinte, acordou no destino da viagem, não lembrava da ideia, porém recordava da imagem do homem aranha na traseira do caminhão...
Culpou-se por não ter anotado a sua imaginação, mas logo deixou o sentimento de lado e se sentiu aliviado por pelo menos ter imaginado.
Milca Batista
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SOBRE ALMAS GÊMEAS
E AMORES DE VERDADE...
Durante a reflexãozinha da 1ª aula, falando sobre o AMOR de Deus e do AMOR de forma geral, uma aluna do 8º ano certa vez me perguntou:
- Professora, você acredita que existe “alma gêmea”?
Com muito cuidado, para não macular seus horizontes juvenis, contei-lhe sobre o mito do “ser andrógino” esboçado na Mitologia Grega, que deu origem a essa história de alma gêmea, depois concluí:
- Seria muito injusto, no meio de tanta gente, existir apenas uma que fosse capaz de nos fazer felizes, não é? Acredito que Deus, em Sua infinita sabedoria e bondade, amplia essas possibilidades a cada dia, a gente só precisa aguçar os sentidos e o coração para enxergá-las.
Só que a aluna insistiu:
- E como é que a gente sabe se é amor de verdade, professora?
Pronto. Agora deu. Eu levaria a aula inteira explicando e ainda assim não conseguiria responder tal pergunta, mas a garota e todos os outros alunos pareciam ávidos pelo argumento e me olhavam atentos, esperando a resposta.
Fiz mentalmente uma prece, respirei fundo e falei:
- São muitos os fatores que nos levam a perceber se é amor de verdade. Um deles é quando a simples presença da pessoa amada, independentemente de podermos tocá-la ou não, já nos deixa felizes. Querer que essa pessoa seja feliz, mesmo que não seja com a gente, também é sinal de amor verdadeiro.
- Ah, professora! Como assim: quem eu amo ser feliz com outra pessoa? Assim não compensa...
- Eu sei, é o que parece mesmo. Mas o AMOR genuíno é assim: não vive mensurando o que compensa e o que não compensa, o que pode ganhar ou o que pode perder. Quando a gente ama, quer ver o BEM do outro, ainda que esse BEM não parta da gente.
Todos ficaram calados, pensando.
E eu tratei logo de concluir o assunto de PRÓCLISE, ÊNCLISE e MESÓCLISE cujos conceitos são bem mais fáceis de explicar do que essas paradinhas de amor!
Lídia Vasconcelos
#amor de verdade#adolescentes#alma gêmea#ser andrógino#mitologia grega#amor#sala de aula#crônica#próclise#ênclise#mesóclise
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ALMAS PERFUMADAS, um texto de Ana Jácomo
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão-doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Ana Cláudia Saldanha Jácomo
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Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa: – Ah, terminei o namoro… – Nossa, estavam juntos há tanto tempo… – Cinco anos…. que pena… acabou… – é… não deu certo…
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa.
Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível. Tudo junto, não vamos encontrar.
Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele. Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona… Acho que o beijo é importante… e se o beijo bate… se joga… se não bate… mais um Martini, por favor… e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.
Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar… ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?
O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.
Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração… Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.
E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse… A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar… ou se apaixonar… ou se culpar…
Enfim…quem disse que ser adulto é fácil ????
Arnaldo Jabor, in: Relacionamentos
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Notícia urgente
Notícia urgente Texto e foto de Valéria del Cueto Vai um tempo que não invado sua cela, cronista voluntariamente encarcerada do outro lado do túnel. Tenho meus motivos, amiga querida. Meus e seus… De minha parte, como um extraterrestre impedido de ultrapassar essa camada magnética (há quanto tempo digo que esse é o problema, só agora anunciado aos 4 ventos pelos cientistas?), com as forças…
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#AI#carnaval 2025#chuvas#crônica#enchentes#extraterrestre#Fábulas fabulosas#Flamengo#fronteira#guerra#Inteligência Artificial#Madonna#Pluct plact#Rio de Janeiro#Rio Grande do Sul#Rolling Stones#sem fim...#Uruguaiana#Valéria del Cueto#Vasco
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o que as mulheres estão ensinando ao mundo nestas olimpíadas
as mulheres estão ensinando pro mundo que competição não é discórdia, muito menos ódio. ninguém precisa ser diminuído pela derrota e todos ganham dando o seu melhor com alegria. até quem está ao redor, injustamente taxado como perdedor, se beneficia quando a conquista é compartilhada.
nós estamos, homens e mulheres, acostumados a ambientes esportivos tensos, infestados de desprezo, desumanidade e preconceito (o futebol masculino e suas arquibancadas que o digam). de repente as mulheres assumem o protagonismo em paris e provam que ninguém deveria ter medo de ser atleta; que, apesar de tanto trabalho árduo pra garantir vaga nas competições mundiais, no fundo a disputa sempre é contra si mesmo. a conquista de uma medalha, seja ela qual for, não significa passar por cima dos adversários, mas superar um desafio traçado por cada um que se define como atleta, seja amador ou profissional. desafio este estabelecido muitos anos atrás, no comecinho da carreira, antes mesmo de participar de competições.
é emocionante e triste ao mesmo tempo acompanhar desabafos como o de rafaela silva, do judô, que confessou em rede nacional que antigamente as pessoas fechavam o vidro do carro com medo de serem assaltadas por ela e hoje baixam o vidro para parabenizá-la; ou então a história da também judoca beatriz souza, que ouviu piadinhas gordofóbicas e agora conquistou as medalhas de ouro e bronze; a bronca da skatista rayssa leal na galera da cazé tv, por ter estimulado a torcida pela queda das adversárias; por fim, o depoimento de daiane dos santos aos canais sportv, onde ressaltou a importância da pessoa preta para o esporte mundial: “quando o atleta negro vence, a sociedade o torna pertencente; quando não vence, é atacado e, como de costume, marginalizado.”
não que a soberania física da pele preta seja uma novidade, mas faz-se necessário ser falada constantemente pois parece que fazemos questão de esquecer. e, como vi alguém dizendo por aí, está sendo uma péssima olimpíada para os racistas.
quem não perde tempo pensando em prejudicar o outro chega muito mais longe. mais uma vez, as mulheres dando aulas de comportamento e verdadeira competitividade. ensinando que o esporte pode e deve ser, sim, um lugar seguro para todos.
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Inferno
Sabe, não sou um homem de muito credo. Porém, acredito que se há a possibilidade do inferno existir, ele será pessoalmente feito para cada ser humano. O meu será a espera da fila do banco para ser atendido. Ó, o tédio. A lenta tortura de números que parecem nunca vir. Os servidores que estão sempre almoçando ou jantando. O atendimento grosseiro e ignorante. A falta de paciência e respeito. A frustração de sair de tal lugar com ainda mais problemas do que quando entrou. Esse é o meu inferno pessoal. Infelizmente ele existe. Queria eu que fosse fruto de minha sã cabeça. - Poemas Nublados.
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"I Saw Her in the Bus(Monique)"
Pen on paper
04/06/24
[MONIQUE]
Eu a vi no ônibus. Talvez pela segunda, terceira vez. Conhecemo-nos no ensino médio, vinte e tanto anos atrás; acho que eramos bons amigos, não tenho certeza, porém.
Viemos da longínqua Cambutiru para Belém ao mesmo tempo, talvez no mesmo ônibus, e só viramos conhecidos com o início das aulas. Penso que eramos parecidos, mas não sei ao certo.
Apresentei-lhe aos discos, que ela odiou, daí mostrou-me o Mp3, que eu amei; foi muito injusto.
Nunca nem brigamos. Foi o tempo que nos quebrou. Foi uma morte lenta, tanto que nem notei, a avalanche de luto só chegou anos depois, quando desci daquele ônibus pela segunda, terceira, última vez.
#analikestodream#analikestodraw#analikestowrite#traditional art#pen sketch#spilled ink#português#portuguese#writing#writers on tumbrl#crônica#artists on tumblr#art
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TEMA: CRÔNICA AUTORAL
DOCE PÊSSEGO
Há frutas tão tentadoras que mesmo meus piores devaneios de paixão e obsessão não podem amargar o sabor e o prazer que me invade tais frutas, e essas, são, a saber: meus pêssegos.
Não pelo rosto, corpo, voz, nome, ou até pela concepção caprichosa minha, em muitas as vezes, eu conheço esses pêssegos suculentos que me enchem de paixão que beira a obsessão, e poucos eu realmente quis tomar a polpa e o suco destes, a maioria adoçou meus sentidos e eu quis tê-los para toda vida. E tudo que quero, mesmo aos que sei onde achar o pessegueiro, mas não o pêssego, eu os quero felizes e satisfeitos seja quaisquer cantos despenquem, pois os estimo mesmo que longe dos meus olhos, e lábios, e mãos.
Eu já fui uma fruta, pequena, atraente, curvilínea. Hoje sei que era um pêssego verde ainda, talvez eu ainda seja verde, pois uma fruta não sabe quando está madura, para ela, sempre foi o que é, e é tudo que basta para ela quando viçosa, e depois, quando murcha.
No fim, eu continuo amando pêssegos, sendo um pêssego ou talvez um caqui, ou talvez outra fruta que não se encaixe no pé donde caiu, e vivendo a viçosidade até que eu murche, pois a natureza sempre segue seu curso, e eu seguirei o meu.
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"Entre rosas."
Hoje, o banco da praça estava particulamemte desconfortável, talvez pela atmosfera silenciosamente solitária. Em dias como esse, desejaria temer encarar os olhos e os pensamentos de Clarice, na esperança de ganhar sentido em suas histórias, ou ser entendido no sentimento de estar tão exausto de mim. Mas estou só, literal e metafóricamente. Fantasiosamente vazio, sem inspiração. Sequer sinto vontade de escrever mais um verso, tampouco desejo me iludir com tão pouco do que tenho a oferecer. E cintilam meus olhos observando os pássaros, que voam e cantam, livremente encarcerados em sua ausência de pensar e, ao mesmo tempo, abençoados por não terem este raciocínio infeliz que tenho. São muitos pensamentos que me trateam.
E estou sentado no banco de uma praça, no meio de um bairro, dentre algumas ruas, cercado por árvores e casas. Ouvindo vozes longínquas que denunciam a vida que continua ao redor, de um cotidiano que não perturba quem não o percebe. A dez metros de um cachorro dormindo à sombra de uma amendoeira, e alheio a sensação de tocar os pés sobre a grama recém cortada. Quase que completamente imerso na missão de estar ao léu em plena tarde de quinta-feira, se não fosse fosse por estes mil pensamentos que me trateam. Senão por eles, eu estaria somente entre rosas.
—satyro.
(01.05.2024)
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O grande circo das ideologias
No vasto circo das ideologias, encontramos uma variedade de personagens, todos ávidos por defender suas crenças com um fervor quase religioso. É como se estivessem em uma competição para ver quem pode ser o mais controverso em nome de suas ideologias, seja à esquerda, à direita ou no centro do palco. Imagine-se observando uma cena em um café lotado, onde os ativistas de esquerda discutem…
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🍋 Limão 🍋
Gosto de ditados com frutas. Hoje ganhei uma sacola com limão, justo hoje, o dia em que eu descobri que precisava fazer uma limonada.
Eu precisava fazer uma limonada por dois motivos.
O primeiro é porquê a vida quis porquê quis me dar limões. Ela sempre falava:
— Leva esses limões, eu peguei lá no pé.
Eu sempre esquecia e uns dias depois ela dizia:
— Tem tanto limão lá no pé, eu colhi alguns pra você levar.
E dessa vez, antes de ir embora, eu até lembrei da sacola com limão em cima da mesa, mas pensei comigo mesma.
"eu estou atrasada demais para isso agora."
Quando voltei a conversar com a vida ela falou:
— Leva esses limões! - dessa vez ela até parecia irritada- se você não levar, eles vão amarelar, apodrecer e aí não vai ter mais. Leva os limões!
Respondi que dessa vez eu ia levar. Quando deu umas duas da tarde eu estava pronta para ir embora da casa da vida. Arrumei minhas coisas, me despedi de todos e ao ver a vida lembrei dos limões. Fingi que esqueci, mas ela falou:
— Milca você pegou os limões?
Sorri.
— Eu esqueci.
Voltei correndo para pegar a sacola com limão em cima da mesa, separei alguns dos vários que tinham dentro da sacola, como era o combinado, e sai correndo com minha sacola cheia de limão. Quem viu a cena riu.
Eu ia em direção ao carro tão feliz, correndo e mandando beijos, agradecendo por todos aqueles limões.
O segundo motivo é que ao chegar em casa eu coloquei a fruta em cima da pia e fui tomar banho, quando terminei minha irmã me gritou:
— A vida te deu limões?
Fui rindo e indo em direção a sua voz:
— Sim, eu vou fazer uma limonada, li no Google que limão faz bem para a digestão e eu tô passando mal faz uns três dias.
Minha irmã riu:
— Faz tempo mesmo que a vida quer te dar esses limões. Ainda bem que você trouxe, os de casa acabaram e eu esqueci de comprar no mercado.
Enquanto eu cortava os limões para a minha limonada pensei.
"Colhi o que plantei, mas pelo menos colhi. Aos 22 anos eu aprendi a fazer uma limonada!"
Milca Batista
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