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#resenha de cinema
themodernmnemosyne · 1 year
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╰┈➤ Filme
➠ Sabrina
➺ Comédia, Romance | 113 min | 1954 |
➥ Billy Wilder
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Que filme gostosinho!! Acho que virou minha comédia romântica favorita.
Ele é bem levinho e fácil de assistir a qualquer momento, além de que, como sempre, a Audrey Hepburn está maravilhosa.
A personagem dela nesse início me lembrou um tanto o que é provavelmente minha personagem menos favorita da Audrey: A Jo, de Funny Face. Eu adoro Funny Face, mas não acho que a tentativa de mulher empoderada que ela era envelheceu bem.
Depois dessa primeira impressão, as personagens tem sim suas similaridades, mas são pessoas diferentes. Entre as características em comum existe a grande inocência em relação ao mundo e a pouca experiência de vida das garotas, principalmente por conta dos empregos/lugar que viviam.
Eu achei muito confortável e acolhedor o ambiente que se constrói logo nesse início. Mesmo com a personagem sofrendo por amor, a relação bonitinha que existe entre a Sabrina e o pai e todo o carinho que toda a equipe da casa tem por ela fizeram todo o ambiente parecer muito aconchegante. Eu adorei as ceninas que vêm mais tarde de todos eles lendo as cartas, torcendo por ela.
Infelizmente, o coração da Sabrina está tanto na vida que ela sonha que mesmo o conforto que o pai oferece depois de uma frustração não é o suficiente pra manter a cabeça dela onde ela está.
A maneira que ela observa o David tratar outras garotas é praticamente como se estivesse observando um conto de fadas, sonhando em ser a princesa.
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Ela gosta dele verdadeiramente. A maior motivação é ele, sim, e não a posição. Mas toda a maneira ritualistica com a qual ele trata as meninas que leva para a quadra, dando a Sabrina a oportunidade de decorar tudo passo a passo, faz com que realmente se assemelhe a uma história onde ela pode se imaginar na posição da protagonista.
Mesmo eu não duvidando de que o coração dela de fato bate mais rápido, é um amor inocente, que nasceu na infância, porque a casa era tudo que ela conhecia. É como uma paixonite de escola: Avassaladora, mas instável.
Quanto aos outros personagens, quem vale destacar são obviamente os irmãos, David e Linus.
O uso das cores nos dois é muito interessante.
David está sempre com cores claras, destoantes da família, visto que ele não está interessado em seguir os moldes e viver sua vida de acordo com os interesses dos parentes ou da empresa que carrega o nome deles.
Linus usa cores escuras exatamente como o pai e como todo o resto das pessoas relacionadas a vida nos negócios. O ponto central da vida dele é o trabalho e ele colocaria isso na frente da maioria das coisas sem pensar duas vezes, quiçá de todas as coisas
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O pai deles, por mais que não seja um ponto central, é um personagem muito carismático também. Achei ele muito engraçado.
A primeira cena deles interagindo com a Sabrina são opostos completos. A do David é rápida, não é marcante, porque o importante aqui é a imagem que a Sabrina tem dele. Por isso ele não ganha mais do que alguns segundos mesmo sendo mencionado o tempo todo. O importante sobre ele é apenas o que ela acha e como ele a afeta.
A do Linus precisa introduzir quem ele é, porque a Sabrina não falou sobre ele ainda. Não temos nenhuma informação, precisamos ver e entender. Gosto que ela esteja fazendo algo tão dramático quanto a maneira infantil com que tenta lidar com a rejeição porque contrasta, expõe o quão teatral tudo parece quando colocado de lado com uma pessoa tão adulta e centrada como o Linus.
Essa cena estabelece bem tanto a energia dele, quanto a infantilidade dela, quanto a distância que existe entre os dois. Mostra também que mesmo assim, é muito mais fácil que ele repare nela do que o irmão.
Outra coisa muito legal é ela não simplesmente ir para Paris e voltar diferente porque Paris é ✨mágica✨.
Ela indo sem entender porque deveria ir é o último ato de um pai dizendo o que é melhor para filha, não porque é controlador, simplesmente porque ela ainda precisa de cuidado.
Quando a Sabrina volta, é uma mulher. Ninguém precisa explicar para ela o que está acontecendo.
Os momentos da equipe da casa lendo o progresso dela realmente ganharam um espaço especial no meu coração.
E fica registrado aqui mais uma vez como a Audrey Hepburn era uma atriz incrível. Todos os trejeitos da Sabrina adulta estão completamente diferentes, não é apenas roteiro e figurino, mas mesmo assim todas as características da personagem ainda estão por trás dos olhos dela. Realmente parece uma versão mais madura da mesma pessoa.
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Também não é como se ela tivesse mudado para impressionar alguém ou conseguir entrar em algum espaço. Ela simplesmente começou a se conhecer melhor em Paris e essa versão dela, que nasceu naturalmente, impressionava os outros ao redor porque era impressionante mesmo.
Se isso conseguiu levá-la até onde sonhava na infância, ótimo.
E ela aproveita muito a oportunidade de viver o conto de fadas do qual sempre foi espectadora.
Eu acho que esse vestido aqui tem muito potencial pra ser mais lembrado como um look icônico da cultura pop, porque ela está deslumbrante e ele é muito marcante visualmente.
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Honestamente, eu sei que a intenção do Linus em fazer o irmão sentar nas taças e ir no lugar dele atrás da Sabrina era puramente manipular a situação para que nada atrapalhasse os negócios dele, mas mesmo assim, achei super carismático o jeito que ele fez tudo.
Transformou o ator que até aí eu estava enxergando só como um homem genérico em alguém que eu realmente conseguiria enxergar como um galã digno de estrelar um filme com a Audrey. E eu acho que é exatamente onde o charme desse personagem deveria estar.
A partir daí, existem 3 pontos-chave que mudam a relação deles.
Primeiro, obviamente, a quadra onde eles se beijam. Gosto que eles não se apaixonam só porque isso aconteceu e nem o objetivo dele muda, nem os sentimentos dela pelo David deixam de existir. Eles apenas foram levados pelo momento.
Mas é quando você, espectador, enxarga oa dois como uma possibilidade.
Segundo, no barco, quando a Sabrina começa a olhar para ele diferente. Ele se mostra vulnerável e isso o faz ser um pouco mais interessante aos olhos dela.
Não sei se estou maluca, mas foi aí que comecei a reparar no figurino dela também.
O vestido da Sabrina é completamente claro na primeira cena, quando ela está totalmente entregue ao David. Ela usa uma roupa xadrez no barco, quando ainda ama o David e quer ficar com ele mas abre espaço para o Linus em seu coração também. É uma mistura perfeita das cores dos dois.
Por fim, a terceira cena, onde tudo muda de fato pela primeira vez. Eu acredito que ao voltar do restaurante em que foram no carro é onde ele desenvolve interesse por ela também.
Nesse ponto, ela já desenvolveu por ele algo muito mais palpável por ele do que o que tinha pelo David, um amor adulto de fato. Não quero dizer "mais real" porque o que ela tinha pelo David também foi real para ela. Mas o sentimento pelo Linus é mais compatível com a Sabrina madura.
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Para mim, o vestido escuro representa que ela já está completamente entregue ao Linus no coração, apenas passa a perceber depois dessa cena.
Isso das cores foi reforçado para mim quando a Sabrina vista o Linus em casa.
Aqui ela já admitiu para si o que sente e aparece com uma roupa escura que cobre o corpo inteiro, assim como ela está se sentindo consumida pela confusão.
Mas o importante é a luz do apartamento. Ela permanece apagada em todos os momentos em que ambos estão sendo sinceros, mantendo eles e o ambiente da mesma forma, na mesma sintonia.
A luz é acesa no exato momento em que a Sabrina descobre a mentira, deixando ambos meio fora do lugar.
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Eu já estava shippando eles horrores aqui, achei a cena toda muito bonitinha. Ela expressa claramente o que sente, ele é honesto sobre todas as inseguranças: Ser mais velho, achar que ela devia ficar com o irmão, ter armado tudo que armou. Adorei os diálogos dessa cena.
Quando ele se arrepende e começa a perceber de fato o que realmente quer, é a primeira vez que ele tira o terno. É a primeira vez que ele considera fazer algo talvez não tão apropriado, algo para si e não para a empresa.
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Nessa hora, o David é quem aparece de terno. Logo antes de, momentos depois, fazer seu ato mais altruísta pela família e aceitar o casamenro arranjado pelo bem da empresa para que Linus possa ir atrás de Sabrina.
E aqui eu volto a destacar um ponto positivíssimo que disse lá no começo.
A Sabrina está sim chateada, não estar com o Linus a deixa frustrada e irritada, mas ela realmente era feliz em Paris porque era feliz em Paris. Ela aceita de maneira muito madura voltar para lá e continuar a cuidar de suas coisas, uma grande demonstração do quanto mudou.
Ela estava pronta para deixar ir, vestindo um sobretudo branco, abandonando completamente as vestes escuras, aceitando se distanciar daquela família.
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No final, porém, uma peça de roupa preta é devolvida a ela.
Chega a ser refrescante um momento de duas pessoas demonstrando que se amam ao mesmo tempo depois de tantos desencontros nesse sentido.
Achei o final uma gracinha. Foi satisfatório, romântico, e exatamente o que eu esperava.
Não tenho absolutamente nada de ruim para falar, é um filme leve e agradável do começo ao fim.
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da5vi · 6 months
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Ponte de Waterloo (1940)
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Uma bailarina jovem se apaixona por um rapaz meio carpe diem recém convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial. Eles vivem dois dias intensos de romance, que resultam na expulsão tanto da garota quanto de sua melhor amiga do espetáculo que as empregavam (e lhes garantiam teto e comida).
Infelizmente, ele é convocado para a guerra antes de formalizar o rápido matrimônio, que garantiria uma fonte de vida para a moça enquanto ele estivesse em batalha. E para piorar a situação, no dia em que ela vai conhecer sua futura sogra, vê no jornal que seu amado noivo foi vitimado pela guerra…
Sem uma fonte de renda fixa, em meio ao caos econômico da Inglaterra, lhe resta apenas uma opção para que não morra de fome: a prostituição.
Ponte de Waterloo é um drama envolvente, e você se torna tão investido na história que dificilmente nota o tempo passando. Vivien Leigh está estupenda, embora sinta a falta das cores tecnicolor de …E o Vento Levou que realçam ainda mais sua beleza e atributos (os olhos verdes, por exemplo). Claro que isso não diminui a beleza da fotografia monocromática.
É óbvio que esperava um final feliz para o casal, mas fiquei extremamente PUTO com o fato de que isso não aconteceu por questões moralistas. A Myra, personagem de Vivien, se sente incapaz de casar-se com o General Roy porque precisou se prostituir durante a guerra, enquanto achava que ele estava morto. E mesmo a própria mãe do rapaz tendo lhe dito que havia jeito de consertar a situação… ela preferiu fugir e se jogar na frente de um carro que viver a felicidade que lhe era devida.
A cultura de pureza que cercava o ideal feminino naqueles tempos a matou. E isso não só deixa a trama com um ar de tristeza (que era a intenção mesmo), mas olhando sob uma ótica atual, também de revolta. Myra abriu mão de tudo que tinha, que era sua carreira como bailarina, para viver a intensidade desse amor… e após anos sem expectativa de felicidade, acho que ela merecia ter colhido suas flores.
Mas dramas são dramas, né? Não diminui a qualidade da narrativa.
Estou feliz de ter descoberto esse filme, pois é o primeiro de Vivien após o já citado …E o Vento Levou, embora levemente revoltado com os acontecimentos, e sinceramente? Sempre que ouvir Auld Lang Syne daqui pra frente lembrarei dele.
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amarulha · 1 year
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Ficha técnica
Título/Ano: O crime é meu [Mon crime (2023)] Gênero: Comédia País: França Direção/roteiro: François Ozon
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Essa semana eu finalmente tomei coragem e fui no cinema assistir a "O crime é meu" (Mon crime, 2023), distribuído pela Imovision aqui no Brasil.
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A premissa gira em torno de duas amigas, uma atriz e uma advogada, na França dos anos 1930, pobres e endividadas, que dividem um apê com aluguel atrasado. Quando um produtor que assediou a atriz, Madeleine Verdier (Nadia Tereszkiewicz), é assassinado, as duas apostam na confissão falsa dela para alavancar suas respectivas carreiras. O problema é a chegada da verdadeira assassina, Odette Chaumette (Isabelle Huppert), uma atriz das antigas, que também quer tirar proveito do crime. Tudo isso está no trailer, nada é spoiler.
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É um filme que tem bons momentos, oferece uma crítica engraçadinha do misto de incompetência e misoginia dos homens da lei (e dos homens, assim, no geral) que permite que as protagonistas apliquem seu golpe numa boa.
As caracterizações também são ótimas; o filme reproduz um estilo de época e busca até fazer uma homenagem a um certo estilo de edição do cinema clássico.
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Só que eu tenho que puxar um "porém", claro.
É um filme que se propõe a ser feminista, então eu não consigo evitar criticar as escolhas que cercam esse aspecto: é um filme feminista dirigido e roteirizado por um homem que não se propôs a ser muito radical na sua execução...
Eu já tinha visto "Potiche", do Ozon também, e lembro vagamente de achar o filme meio fraquinho.
Ele quer dar voz às personagens femininas e aos seus problemas, e tem momentos e falas nas quais consegue fazer isso perfeitamente, mas, ao mesmo tempo, às vezes parece que ele as retrata com um ar quase que de condescendência.
Sem falar nos personagens masculinos idiotizados... Isso não é um problema per se (pô, semanas atrás eu mesma tava lá curtindo Barbie nos cinemas e me incomodando zero com isso). Só que nesse filme, em alguns momentos, a idiotice quase que coloca os homens como vítimas das mulheres, o que meio que sai do tema, sabe?
Isso prejudica um ponto específico da história, como se depois das cenas do julgamento o diretor tivesse ficado meio que sem ideias, ou achasse que o aparecimento da atriz veterana (Huppert) não fosse suficiente para cobrir a parte final do filme com o humor e o suspense.
Pra mim, se só tivesse mais desenvolvimento do plot entre as mulheres do trio, seria perfeito. Aliás, o diretor/roteirista perde a oportunidade de se aprofundar na personagem da advogada, Pauline (Rebecca Marder), e acaba dando espaço prum bando de homem sem graça. Parece que tem um subaproveitamento de personagens e atrizes boas.
Não achei nem de longe um filme ruim — a sequência final é maravilhosa! —, mas podia ser melhor, sim.
7/10
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sailorgoth · 1 year
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"I have to turn you away."
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Scott é a personificação do homem branco e rico que é o rebelde sem causa. Durante a sua juventude promove os piores comportamentos, juntando àqueles que estão à margem da sociedade e não tem forças para mudar o seu próprio destino.
Ele se diverte naquele cenário de desgraças, enquanto rapazes como o frágil e doce Mike não encontram uma maneira de fugir daquela realidade a qual tanto desprezam.
Scott resume o seu envolvimento sexual com outros homens como um ato feito por dinheiro e pela degradação da moral de seu pai. Ao apaixonar-se pela mulher ele abandona aquela vida e vira as costas para todos àqueles que ele jurou amor e lealdade. Inclusive Mike, a quem ele jurou amizade e irmandade.
Scott vai embora, o deixa, ignora sua existência, poderia tê-lo ajudado, mas não o faz. Por maldade e egoísmo. Mas Scott, agora o tão moral e correto Scott, um homem de princípios, um homem rico e tradicional, logo mais se tornará um daqueles tantos clientes que ele menosprezava e aceitava o sexo pelo dinheiro e somente por ele.
Porque quando se paga a heterossexualidade fica intacta, se é pago é permitido, se é pago não se torna homosexualismo. Com o ISMO no final indicando como o personagem enxerga a sexualidade dos homens gays, uma doença, uma parafilia amoral e aberrativa.
Scott é um hipócrita, um rebelde sem causa, é o passado de seus clientes mais maduros, e eles são o seu futuro. Trazendo o filme a eterna volta dos ciclos repetitivos, logo mais será ele o homem frustrado, o marido que não se interessa pela esposa, o homem que vai atrás de Mike no ponto de prostituição ou até mesmo de rapazotes jovens que o lembrem o seu velho amigo, para o qual ele também virou as costas.
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arte-vivere · 1 year
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"Satántángò" é um filme icônico do renomado diretor húngaro Béla Tarr, lançado em 1994. O filme é uma obra-prima do cinema de arte, conhecido por sua abordagem lenta e contemplativa, além de suas imagens em preto e branco, que criam uma atmosfera única.
A história se passa em uma vila isolada na Hungria, onde um grupo de personagens complexos e perturbados vive em condições miseráveis. A narrativa se desenrola ao longo de sete horas, divididas em capítulos, o que permite aprofundar-se nos dilemas e anseios de cada indivíduo.
A direção magistral de Tarr combina longos planos sequência com uma fotografia impecável, capturando a melancolia e a desolação do cenário rural. A trama mergulha nos aspectos mais sombrios da condição humana, explorando temas como a ganância, a decadência moral e a busca pela redenção.
Embora a duração do filme possa ser um desafio para alguns espectadores, a jornada é recompensadora para aqueles que se entregam à experiência. "Satántángò" é um trabalho cinematográfico provocativo e reflexivo, que permanece com o público muito tempo após o término da exibição, revelando-se como uma meditação profunda sobre a natureza humana e suas complexidades.
O filme contém uma rica filosofia implícita em sua narrativa e abordagem cinematográfica. Através de sua atmosfera sombria e contemplativa, o diretor Béla Tarr explora questões filosóficas profundas e existenciais.
Uma das principais filosofias presentes no filme é a visão sobre a condição humana. Tarr retrata a vida dos personagens na vila como um retrato desolador da existência humana, mergulhando nas camadas mais obscuras da psique humana. O tédio, a ganância, a decadência moral e a busca por significado são temas recorrentes que questionam a natureza do ser humano e sua relação com a sociedade e o ambiente ao seu redor.
Outro aspecto filosófico proeminente é a noção de tempo. A narrativa lenta e a divisão do filme em capítulos que se estendem ao longo de sete horas destacam a importância do tempo como um elemento central da experiência humana. Tarr nos convida a refletir sobre a passagem do tempo, a rotina e a monotonia, bem como a transitoriedade da vida.
A abordagem visual em preto e branco também contribui para a filosofia do filme, transmitindo uma sensação atemporal e universal. A ausência de cor reforça a ideia de que as questões exploradas transcendem contextos específicos e ressoam com aspectos mais universais da humanidade.
Além disso, "Satántángò" apresenta uma crítica social aguda sobre a desigualdade e a exploração, mostrando a situação miserável dos personagens como um reflexo das estruturas de poder e opressão presentes na sociedade.
É uma obra que convida o espectador a uma reflexão filosófica profunda sobre a natureza humana, o tempo, a condição social e a busca por significado. É uma experiência cinematográfica única que transcende os limites da narrativa convencional e ressoa como uma meditação existencial sobre a vida e seus mistérios.
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depredando · 2 years
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James Cameron lançará 4 filmes para dar sequência a “Avatar” (2009): é crível uma leitura decolonial e antimilitarista deste blockbuster em série?
 LEIA O ARTIGO EM A CASA DE VIDRO: https://acasadevidro.com/avatar
"O cineasta canadense James Cameron – nascido em 1954 em uma província de Ontario – é um fenômeno de bilheteria como poucos na história da indústria do entretenimento: Avatar (2009), com rendimentos de quase 3 bilhões de dólares, e Titanic (1997), que faturou 2 bilhões e 200 milhões, estão entre os 3 filmes mais rentáveis de todos os tempos. Agora, ele anuncia seu plano de lançar mais 4 sequências de seu maior sucesso: The Way of The Water (2022), The Seed Bearer (2024), The Tulkun Rider (2025) e The Quest for Eywa (2027). Na iminência desta enxurrada de Avatares, pareceu-me uma boa ideia reconsiderar criticamente o filme que agora nos aparecerá como o primeiro de uma série de 5 arrasa-quarteirões." - Leia no site d' A Casa de Vidro o artigo de Eduardo Carli de Moraes >>> https://acasadevidro.com/avatar
SIGA NA LEITURA:
“O que me surpreendeu no arrasa-quarteirão e papa-dólares Avatar, lá em seu lançamento em 2009 (que em 2022 vive um revival nas salas de cinema), foi a surpresa de perceber nele vibrações “decoloniais”. O filme que à época levou Cameron para além das alturas de sucesso comercial e crítico que tinha conquistado com o épico melodramático e papa-Oscar Titanic, tinha o curioso caráter de denúncia contra uma certa cultura hegemônica no meio social do qual o filme é proveniente. Avatar é uma estranha obra cultural que eclode dentro de uma indústria movida a lucro mas que surpreendentemente mostra-se como um soco no estômago do que Angela Davis chamaria de “o Complexo Industrial Militar”.
Curioso fenômeno: um crown-pleaser, vendedor de ingressos a rodo, não costuma confrontar o establishment ideologicamente. E Avatar ousa ser claramente um acusação contra a invasão imperial que os seres humanos machos e estadunidenses, fundamentalistas de mercado e fanáticos do extrativismo, realizam no Planeta Pandora. É uma hecatombe ecológica e um etnocídio brutal o que estão em tela. Os seres humanos, no filme, aparecem como ecocidas vomitadores de chamas e balas, perpetradores de genocídio e desmatamento. Eles buscam acalmar suas consciências pesadas pelo fardo do assassinato em massa cometido contra as populações nativas do planeta invadido perguntando: ora, não são apenas árvores, não são apenas índios, que importa massacrá-los?!?
Emblema fílmico do colonialismo, a obra é “didática” ao mostrar a invasão dos humanos como algo visto pelo viés dos Navi (as criaturas de peles azuladas e olhos verdes que povoam Pandora) como uma chocante intervenção alienígena. O desfecho do filme Avatar – atenção pro spolier! – mostra os humanos tomando um pé na bunda e sendo enfiados num foguete de volta pra casa. Os Navi dão um chega-pra-lá no imperialismo. Vazem, canalhas! Os minérios são nossos! A Resistência anti-colonial triunfa (ao menos por enquanto).
A graça do filme começa por aí: os seres que mais se parecem conosco, os espectadores, são os vilões do filme, e nós somos interpelados com um chamado ético para identificar-nos com os Navi. O “povo indígena” invadido e ameaçado, que vê a biodiodiversidade que sustenta sua existência coletiva começar a ser massacrado pelo ecocida invasor, é não apenas descrito com deslumbrância acachapante, mas sua sabedoria ecológica supera em muito a humana.
Os humanos é que são aqui os aliens. Com ganância nos corações e atirando muitas balas por seus rifles, estes trigger-happy humans representam para os Navi a hecatombe na forma de uma força bélica alienígena, vinda de fora do mundo.
Jake Sully, o protagonista do filme (interpretado por Sam Worthington), já de partida é descrito como alguém que foi moído pelo status quo da máquina bélica da Yankeelândia: está numa cadeira de rodas, seu irmão morreu recentemente, e ele vê-se confrontado com toda a prepotência tóxica do general que manda e desmanda nas tropas. Tem hora que Avatar beira a vibe de Full Metal Jacket de Kubrick – as opressões relacionadas com a rigidez da hierarquia militar fazem com que sujeitos subjugados a esta maquinaria busquem rotas de fuga.
Avatar é a rota de fuga de Jake Sully neste épico espacial, nesta odisséia em Pandora. Seu alter-ego, seu avatar, a partir de quem ele pode andar, voltar a pular e a corre com uma agilidade que sua condição de paraplégito impede, o seduz como uma fuga para um mundo melhor. Ele é um militar mutilado, sugado pelos assuntos da guerra por ser um peão nela. Mas… vive nesta guerra a posição rara, extraordinária, do invasor que acaba aliado ao povo invadido e que acaba por liderar a Resistência contra o invasor. Não apenas sua mutilação, suas pernas imóveis, seus ferimentos de batalhas pregressas, conduzem-no a uma consideração negativa do belicismo dos U.S.A. (United States of Aggression), mas também o enamoramento em que ele sucumbe diante da mocinha Navi chamada Neytiri (interpretada por Zöe Saldaña).
Avatar mostra o conluio do fundamentalismo de mercado com o Estado capitalista imperial invadindo o mundo Pandora de maneira semelhante ao que ocorre na conquista de Marte descrita nas Crônicas Marcianas de Ray Bradbury (obra-prima da literatura fantástica). Jake Sully consegue esquivar-se do destino comum do soldadinho máquina-mortífera, exterminador de quem difere dele, pois sua disability, sua deficiência, o torna muito mais um objeto de chacota dos outros soldados do que alguém que tenha “glória” no Exército. Se Avatar certamente pode ser descrito como sci-fi, como estou convicto, não é apenas pelo futurismo envolvido nestas star wars, mas é também pois o filme questiona o campo científico que está enrolado no rolê todo. A ciência é descrita aqui como mancomunada ao aparato bélico, mas também é mostrada em seus ímpetos de biohacking, de reinvenção da carne, numa ânsia de formar uma Cronenbergiana new flesh.
Neste seu O Vermelho e o Negro futurista, Jake Sully é seduzido por estes dois mundos: o Exército e a Ciência. Eles o puxam em suas direções, mas ele também, neste meio campo onde está sendo disputado pelas Forças Armadas e pelo Laboratório de Ciências Cibernéticas, está em sua própria jornada existencial de busca por “redenção” – e novas pernas, de preferência.
Este paralítico das pernas, este ser que não anda senão por procuração (através de seu avatar), quer ser Ícaro. Seu avatar poderá planar nos céu sobre dragões. Mas ele, Jake Sully, morreria sem oxigênio se precisasse andar 10 passos até a máscara – como naquela dramática cena, no fim do filme, em que ele quase morre sem ar com a máscara de oxigênio a poucos centímetros de distância. O filme coloca em tema, pois, o que sociólogos tem chamado de gameficação, ou seja, o desejo de fuga ou escape de condições degradadas ou mutiladas de existência, causadas justamente pelo predomínio do capitalismo heteropatriarcal belicista, fugas estas que envolvem uma outra vida que o sujeito “comanda” a partir de seus avatares eletrônicos. Só que Cameron dá concretude a isto ao invés de propor apenas um simulacro.
Parece-me que Jake Sully, por seu corpo queer, é um corpo um pouco estranho ao sistema de guerra: por ser um mutilado ainda imiscuído nos combates, uma cicatriz viva das agruras bélicas e das feridas fundas que estão em sua carne, ele é atraído pela ciência alternativa dos indígenas.
Jake Sully se interessa no que ela pode ter de mais interessante para ele, pragmaticamente: a cura. A xamânica cura de quem está conectado à Internet da Natureza. Há quem taque pedras em James Cameron por este seu suposto “eco-sentimentalismo”. Mas vejamos mais a fundo. A jornada toda de Jake controlando remotamente seu Avatar evidencia, é claro, sua pertença à classe dos militares – ele se apresenta aos Navi como warrior. Mas ele parece muito mais atraído pela classe científica e também pela classe dos médicos ou curandeiros. Apesar das desavenças que possui com a cientista-chefe interpretada por Sigourney Weaver, vê-se que Jake está mais alinhado a ela do que ao general.
Ele prefere enlaçar-se em afetos ardentes com uma Navi, que talvez possa curá-lo, muito mais do que adere ao projeto do Exército. Ele é um pouco como um corpo estranho no setor bélico onde desenham-se os últimos modelos de robôs de guerra a serem comandados no combate contra os Navi, em prol de seu deslocamento forçado, para que os poderes colonizadores se apossem dos recursos minerais. Se não quiserem sair do caminho, serão chacinados – dizem os humanos ao Navi. Não surpreende que Jake fique um pouco envergonhado por ser humano e passe para o lado dos Navi, como um herói da resistência anti-colonial. Ironia da história, que a História registra muitos episódios parecidos.
Avatar, assim, fala sobre o passado: ensina de maneira acessível o que significou a Conquista da América, ainda que seu enredo esteja situado no futuro. O passado da invasão imperialista do “Novo Mundo” – também maravilhosamente cinematografado por Terence Mallick em The New World, um dos que rivaliza com Cameron pelo posto de mais impecável cineasta tecnicamente falando.
Está em Avatar também uma ressonância da invasão da América no massacre dos nativos, a chacina dos indígenas (Navi). Matá-los não é algo que o poder invasor-imperial se proíba. Para acessar as riquezas minerais do subsolo, os humanos-alienígenas impõe em Pandora um regime de genocídio. Ou os Navi vazam daquela terra, ou os humanos vão torrar tudo com seus mísseis teleguiados e lança-chamas. Tem hora que Avatar quase fede a gás lacrimogêneo (se o cinema apelasse a nosso olfato, em algumas cenas passaríamos mal de tanta tosse!). E a gente acaba torcendo pelos Navi – cheios de piedade pelos indígenas de pele azulada que os humanos desapiedados massacram sem dó em prol dos lucros.
Para além disto, o filme inclui ainda pitadas de ecologismo e doutrinas hippie-chique: Cameron irá descrever os Navi como profundamente conectados com a biodioversidade de seu mundo – e os invasores humanos como destruidores do ecossistema deslumbrante onde os Navi existem. Ou seja, Avatar talvez participe de um movimento que inclui Greta Thunberg, Fridays for Future, New Green Deals: prepara o terreno para uma espécie de tomada do mainstream pela cultura pop environmentaly conscious.
Os que estão cientes das monstruosidades relacionadas ao desmatamento, ao extrativismo, à extinção de espécies animais e vegetais, podem encontrar em Avatar enredo que enreda os sistemas produtivos humanos, e as ideologias a eles grudadas, na teia mortífera de uma destrutividade insana. Avatar registra estas atrocidades com aquelas cenas perfeitamente coreografas, maravilhosamente montadas, que fazem Cameron superar o excesso de Rambices de Aliens (o segundo filme da série inaugurado por Ridley Scott com Alien – 8º Passageiro). Deixando Tarantino no chinelo, chutando para escanteio o cinema ultra-violento do autor de Kill Bill, Cameron faz um uso da violência fílmica que é ético e pedagógico.
Agora, ao fim de 2022, James Cameron pousa novamente no cenário cinematográfico. Traz na bandeja a sequência de Avatar, O Caminho das Águas, e promete ainda outros dois (pelo menos). Teremos, assim, no mínimo uma tetralogia – como Matrix já é. Reassitir o filme de 2009 vale a pena, por todas as razões que tentei expor acima, mas por uma última que me parece crucial: este ecologismo hippie-chique que o filme veicula com seus deslumbrantes efeitos visuais fala sobre o amor inter-espécies, aproximando-se assim do que Donna Haraway conceitua sob o nome de “espécies companheiras”. Jake Sully e sua namoradinha Navi simbolizam um pouco deste amor que atravessa a fronteira da espécie. Um amor para além do especismo. O filme ainda sugere em Pandora a existência de algo parecido com o Reino dos Fungos em nossa Terra: no subsolo, uma espantosa Internet conecta o mundo vegetal numa web que é quase world wide. Os Navi de Pandora estão plugadões nesta Internet que não necessita de modem, mas sim de uma cosmovisão que nos antene e sintonize com o cosmos complexo que habitamos.
Para os Navi, como Jake aprendeu, a energia não se possui, a energia só se usufrui provisoriamente. A energia flui. Nossos corpos interdependentes dançam na realidade e a interconexão não é wishful thinking, é fato da existência. A interconexão é coisa da Vida. Teria Joseph Campbell adorado este filme?
James Cameron nos fornece representações muito vívidas disto, da interconexão como fato da vida. Por isto as chamo de cenas “pedagógicas”, no sentido de que tem o poder de ensinar, ou a pretensão de educar, quando mostra por exemplo a conexão entre os Navi e seus “dragões de estimação”. Há operando em Avatar um sistema de plugagem biológica, organismos plugando-se uns nos outros, e é isto que Jake Sully, o forasteiro do mundo humano, paraplégico em busca de redenção, começa a tentar dominar, tendo sua namorada por mestra, iniciadora, parceira xamânica. Ele que em Pandora “esconde-se” por dentro, como piloto oculto, de uma criatura feita à imagem e semelhança de um Navi.
Avatar parece pintar diante de nossos olhos, através das funduras de seu 3D, uma espécie de Antropoceno modelo exportação: a humanidade levando para outros rincões do Universo o que fudeu seu planeta de origem, entregando às corporações mineradoras e ao aparato industrial-militar do Estado neoliberal-neofascista os destinos do povo infeliz que leva sua vida em meio à Árvore Sagrada,sob a qual as toneladas de riqueza mineral de mais de 1 trilhão de dólares repousa, convocando a carnificina.
Não sabemos pra onde irá o enredo de Avatar, mas James Cameron parece ter apostado as fichas do resto de sua vida na transformação da série de filme no seu Star Wars, rivalizando com Lucas, ou no seu magnum opus potencialmente “triunfador” sobre a tetralogia Matrix.
Com seu gosto pela bombast, seu ecologismo hippie-chique, seu “lirismo” neo-romântico e tecno-xamânico, o “cara” vem aí para balançar de novo o cinema mundial com sua megalomania. Neste caso, estamos diante de um artista com poder raro de enfeitiçar as massas e de consagrar-se como autor de alguns dos maiores sucessos comerciais da história da 7a arte, pau a pau com Spielberg.
Por tudo isto aqui esboçado, fiquemos atentos! Avatar é mais que o popcorn descartável com que normalmente a indústria de Hollywood nos empanturra. Algo do destino da consciência das massas no futuro imediato está inextricavelmente linkado com a recepção que centenas de milhões de consciências, plugadonas na cultura pop contemporânea, farão desta re-entrada em cena de Avatar. Ela se faz em um momento chave do Antropoceno, quando estamos perto do ponto-de-não-retorno e onde o cinema talvez se alce à pretensão de que não pode mais se esquivar: ensinar alguns caminhos para fora do buraco do já-corrente Caos Climático.
Os caminhos que nos serão sugeridos, é evidente, estejamos prontos a criticá-los! Mas sem ignorar que a maioria dos espectadores irá sugar estes filmes com os afetos mais do que com o cérebro, com a ânsia do coração mais que com a frieza de uma razão criticante. E que talvez esta seja a lição que Avatar nos lança: através da ficção científica, pode-se ensinar algo relevante para nossa sobrevivência em meio à teia de interconectividades que as atitudes hegemônicas de extrativismo, desmatamento, poluição, ecocídio e genocídio estão aniquilando.
Por Eduardo Carli de Moraes Outubro de 2022
QUERO LER MAIS!!!
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criticandocriticas · 1 year
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Casamento Sangrento (Ready or Not-2019)
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Direção: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett
Quando o filme começa escuro, com os filtros ou luzes meio alaranjadas você já sabe que vai ser muito violento. Essa foi a primeira impressão que "Casamento Sangrento" me passou. De primeira, um filme de terror sobre casamento me causou uma curiosidade muito forte, pois essa festa sempre se trata de celebração de amor e união, o início de alguma coisa e não o fim brutal de vidas. Por isso eu embarquei nessa aventura.
O filme se passa numa mansão enorme da família Le Domas no dia do casamento de um dos seus membros. De cara nós tomamos o conhecimento que a família é antiga, muito rica e mais tradicional ainda, e que ao invés dos recém casados terem uma maravilhosa noite de núpcias, o jovem casal deverá se juntar à família inteira para uma noite de jogos como diz a tradição. Enquanto a família senta para sortear o jogo inocente que a noiva deverá jogar, há uma tensão e expectativa muito grande por parte de toda a família. Quando finalmente, nossa protagonista tira uma carta, é a única carta que ela não deveria tirar: o perigoso esconde-esconde.
Esconde-esconde é uma brincadeira infantil e inocente no nosso mundo e também no mundo de Grace, a noiva, mas para a família do seu novo marido, é uma brincadeira levada muito à sério e que pode ter sérias consequências. Enquanto ela se esconde, a família se prepara e pega vários tipos de armamentos para caçar a jovem, ela deve está morta até o amanhecer se não, segundo a tradição e as lendas, a família inteira vai acabar morta.
"Casamento Sangrento" é um filme divertido de várias maneiras, ele tem toda aquela tensão de tirar o fôlego de filmes de terror desse gênero, tem aquele escape cômico em vários momentos e violência (muita violência) gratuita. O mais engraçado, é que diferente da maioria dos filmes de terror, a protagonista é muito inteligente e não nos decepciona como em outras histórias. São poucos momentos que ela faz algo que a gente não faria na teoria, mas mesmo assim, provavelmente fariamos sim no desespero.
A fotografia e a iluminação dessa peça cinematográfica não deixa a desejar, a atmosfera escura com luzes alaranjadas e fundo verde nos trás aquela sensação gostosa que a qualquer momento algo vai dar muito errado. A fotografia nos dá aquela sensação de que vamos morrer sufocados logo e que nos fazem suplicar por algum alívio. E o mais gostoso é que não conhecemos a família Le Domas o suficiente, fica muito mais fácil sentir prazer enquanto eles morrem um a um no seu próprio jogo doentio ao mesmo tempo torcemos para a personagem principal ficar bem.
É divertido brincar com todas aquelas conspirações sobre gente "de nome", que são ricos a mais tempo que podemos contar, serem doentias ao ponto de caçar humanos ou terem feito pacto com satanás. Existem muitos filmes que trazem essa ideia de que rico entediado faz atrocidades, como na série Round 6, que quem patrocina e assiste aqueles jogos mortais, são na verdade gente multimilionária, ou quem sabe, bi ou trilionária simplesmente para seu divertimento e lazer.
Ao final do filme, nos é mostrado o quanto tradições as vezes podem ser prejudiciais e até onde as pessoas poderiam ir por dinheiro. Provavelmente não é literal, mas eu não colocaria a mão no fogo por gente "old money", e depois desse filme, também não me disporia a casar com um deles, o trauma ficou. Apesar de Grace precisar de uns bons anos de terapia e um bom banho no final do filme, a parte boa é que ela não vai ter que nunca mais passar a noite ao lado dessa família.
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conatus · 1 year
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"Buffalo Juggalos" não explora potencial e acaba sendo apenas presunçoso
Não dá para negar, as imagens de divulgação de “Buffalo Juggalos”, curta-metragem do diretor Scott Cummings, chamam a atenção. São basicamente fotos de pessoas com rostos pintados de palhaço, exibindo uma expressão desencantada, em um cenário desesperançoso. Uma pena que o diretor não tenha explorado o potencial do objeto que ele resolveu documentar. “Juggalos” é o nome da comunidade de fãs de…
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luizdominguesfan · 8 months
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https://paulosanet.com/the-wrong-man-o-homem-errado/
A minha resenha sobre o filme: "The Wrong Man" de Alfred Hitchcock, está disponível no site "Palavras & Sons" de Paulo Sá!
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willianghostwriter · 10 months
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Tudo Sobre a Minha Mãe
Esta semana eu assisti a três filmes do Pedro Almodóvar: Fale com Ela, Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos e Tudo Sobre a Minha Mãe. 
 Os filmes do Almodóvar geralmente sempre são centrados nas personagens femininas. Em Tudo Sobre a Minha Mãe, ele traz uma narrativa carregada por mulheres com diferentes vivencias que tem suas vidas cruzadas por uma tragédia ou por ligações do passado. 
 Os enredos dos filmes do Almodóvar geralmente são simples, porém ele sempre conduz as histórias com tanta criatividade que acontecimentos como um atropelamento, se torna um chafariz para a virada de história da personagem principal de Tudo Sobre a Minha Mãe. 
 Manuela perde o filho no dia do aniversário do rapaz, quando ele estava correndo atras do carro de uma famosa atriz chamada Huma, acompanhada de sua co-estrela e namorada, Nina. O filme a partir daí, entrelaça as personagens. Sendo muito normal que personagens cruzem as suas narrativas nos filmes do Almodóvar. Eu vi isso em Fale com Ela, com a história dos dois personagens principais se entrelaçando ao longo do filme e em Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, com praticamente todos os personagens se envolvendo. Esta é uma característica visível nos filmes do Almodóvar. 
 A direção do Almodóvar é muito precisa, porém ele consegue dar fluidez a narrativa, sempre fazendo parecer natural as passagens de tempo e como as personagens se envolvem entre si. Em Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, um jovem Almodóvar ainda faz cinema com uma aparência de teatro. Em Fale com ela, já se nota um amadurecimento na forma como ele conduz a fotografia, a direção de arte e os atores. Em Tudo Sobre a Minha Mãe, o primeiro ato é perfeito. Tudo é conduzido de forma que tudo está sob controle. Tudo bem amarrado. Tudo em seu devido lugar.  
 Apesar de um filme do Almodóvar sempre parecer um filme do Almodóvar, é sempre um deleite apreciar mais uma história com reviravoltas inesperadas ou acontecimentos absurdos. Existe algo real na forma como ele faz cinema, mesmo utilizando um pouco do melodrama. Ele sempre coloca os elementos no lugar certo: as cores vibrantes, as personagens femininas fortes, um enredo que te prende do começo ao fim, sempre envolvente e comovente.
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themodernmnemosyne · 1 year
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◤──────•~❉᯽❉~•──────◥
╰┈➤ Filme
➠ Watching the Detectives
➺ Comédia, Romance | 1h30 | 2007 |
➥ Paul Soter
◣──────•~❉᯽❉~•──────◢
Ok, vamos com calma. Esse filme definitivamente foi uma experiência.
Primeiro, eu cheguei nele sem saber de nada. O link caiu no meu colo e acabei vendo de madrugada porque ele estava ali. Não tinha lido sinopse nem visto nenhum poster, tudo que eu tinha de informação é que era uma comédia romântica e o nome dos dois atores principais.
Somos introduzidos primeiro ao protagonista masculino, o Neil.
Até aqui me parecia tudo muito normal, consegui pegar em poucas cenas o que queriam que eu soubesse dele, eu estava achando o cenário muito interessante, tudo lindo.
Esse ambiente da locadora, por sinal, me pareceu muito divertido e aconchegante. Eu adoraria ter um lugar assim perto da minha casa, com pessoas iguais a essas por lá. Eu poderia sentar horas com esse grupinho e ouvir o que eles tem pra dizer.
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Essas cenas também deixaram claro que o Neil era um cara descontraído e que realmente amava o que estava fazendo da vida.
Uma outra cena que estata algo extremamente importante sobre ele é a do restaurante, quando ele termina com a namorada.
Ele armar a ceninha de pedir pro cara derrubar água nela pra ver como ela trataria o garçom fez eu ter o pensamento imediato de que ele é uma pessoa muito teatral, que trás aspectos dos filmes que vê pra vida real. Acha que vale a pena fazer um planinho mirabolante só pra provar um ponto, pra ver como algo é.
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E o diálogo que eles tem em seguida confirma muito a impressão que eu já tinha tido naturalmente. Ela não é uma pessoa assim e não combina com ele por ser dessa forma. Ela diz abertamente que esse é o problema e ele confirma.
Nesse ponto, eu não imaginava o quanto a conclusão tirada dessa cena seria importante pra todo o resto do filme.
Quando a Violet aparece pela primeira vez, eu peguei a impressão completamente oposta do que ela era.
Na primeira cena ela parece ser muito mais séria e eu atribui o fato de ela não ter TV ou não ter carteira de motorista a ela provavelmente ser uma pessoa muito prática, que simplesmente evitava distrações desnecessárias. Meu deus, como eu estava errada!!
Da segunda vez que ela entra na loja e tem essa cena que cria uma paralelo entre uma moça entrando por uma porta na tela da TV e a Violet entrando pela porta da locadora, e eu assumi que o caminho que o filme ia seguir fosse algo de projeção, com o Neil vendo nela a heroína que costuma ver nos filmes, e ela não enxergando o mesmo justamente porque não vê filme algum, nunca. Mais uma vez, não era exatamente o que ia acontecer.
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Nesse ponto, a imagem da Violet como uma pessoa séria que eu tinha construído antes não tinha sumido.
Quando eu vi ela pegando o envelope, não entendi o motivo, mas quando ela falou eu me limitei a pensar "ah, ok, ele é boa", porque tinha me parecido só uma jogada espertinha.
Quando ela começou a pegar as taças pra fingir que estava bêbada no restaurante, fiz o paralelo imediato com a cena do Neil pedindo para o garçom derrubar a água lá no início e pensei que fosse o filme me dizendo que eles eram iguais nesse ponto, que justamente a coisa que mais faltava ele ter em comum com a namorada anterior, ele teria com ela.
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Principalmente, achei que fosse o filme estatando que toda a teatrialidade dele, algo que está no núcleo de quem ele é, não incomodaria ela.
Quando eles foram vandalizar a locadora logo em seguida, achei que ela ameaçando sem pensar duas vezes jogar uma pedra ou dando a idéia de trocar os discos fosse apenas a cena de "loucura que se faz uma vez na vida e faz o personagem se sentir vivo, logo percebendo que a pessoa nova desperta algo bom nele" que existe na maioria das comédias românticas. A ceninha de quebrar uma regra pra que isso quebre uma barreira emocional também.
E eu descrevi até aqui a impressão que tive em cada cena porque foi um processo gradual.
Primeiro a Violet me parecia muito séria, depois entendi que ela era na verdade bem descontraída, similar a ele, pra depois eu entender que talvez ela fosse até um pouco mais teatral do que o Neil. Até aí, tudo me parecia uma comédia romântica bem pé no chão, sobre uma vida normal.
Eu não sabia que ela, na verdade, era completamENTE DESPIROCADA DAS IDÉIAS.
A primeira situação onde o próprio Neil começou a achar algo estranho também foi a primeira situação que eu comecei a achar algo estranho.
Todos sabemos que existe uma grande diferença de uma romcom escrita pra homens e uma romcom escrita pra mulheres. E a principal delas é que se for uma história do ponto de vista masculino, certamente a mulher VAI ser uma manic pixie dream girl.
A cena da loja foi quando eu entendi qual era o tipo de romcom que isso seria, e a cena do binóculo foi a que eu entendi que a personagem da Lucy Liu realmente estaria fundo nesse tropo (mas eu certamente ainda não imaginava o QUANTO)
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Ok, ela carregar um binóculo é estranho. Mas todas as manic pixie dream girls tem alguma coisa meio esquisitinha sobre elas, né? Devia ser só isso.
É depois daqui que o filme vira OUTRO FILME pra mim.
Se eu tava achando tudo muito engraçadinho até então, depois desse ponto eu não passei um segundo ssm esperar que ele terminasse com essa doida e fosse viver nas montanhas onde não tivesse como ser contactado.
Vale o elogio ao filme sobre como ele foi me levando pela mão e me mostrando exatamente o que queria no momento que queria sobre os personagens.
Além disso, as performances da Lucy Liu e do Cillian Murphy são espetaculares. Me peguei rindo genuinamente de diversas cenas simplesmente pela veracidade das reações, tenho certeza que a maioria delas não seria tão engraçada se eles não fossem tão bons.
Mas ainda assim, isso não foi o suficiente pra me fazer torcer pelo casal devido ao quanto a Violet parece exaustiva. Eu sei que esse é o ponto, mas eu estava realmente me sentindo cansada de toda a adrenalina assistindo.
Eu ainda amei as cenas que as maluquices dela proporcionaram. Foi muito inteligente ter aproveitado os cenários extremos que ela criava pra construir pedaços do filme como cenas dos tipos de filmes que o Neil tanto gosta, como o drama policial quando ela arma a cena dos detetives ou os paralelos com filmes de terror quando ele acha que ta sendo perseguido por um careca.
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Mas eu pessoalmente costumo não me divertir vendo a construção de um casal que eu não consigo ver ficando juntos depois do filme, a não ser que seja um filme que tem a intenção de fazer isso propositalmente. E usando as palavras do próprio Neil, quem consegue viver assim???
Quando ele faz o mesmo questionamento e percebe que não vai aguentar, decide terminar e vai embora, começa a perceber que também não consegue ficar sem ela porque ela era tão intensa que a vida pacata não tem mais graça.
Honestamente, entendo que isso deve causar em muita gente a vontade de viver um amor intenso assim, mas eu absolutamente não consigo me identificar. Se eu já estava cansada só de assistir todas as reviravoltas que ela causava, mesmo relevando a parte que é aceitável ser exagerada assim pra uma romcom, não consigo nem pensar em me imaginar ali.
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Isso é totalmente minha experiência pessoal interferindo na minha opinião aqui, mas eu teria preferido ver uma história onde ela também aprende e cresce depois do término. Ou então uma história que nem se encaixa aqui no gênero, onde ele teria que aprender a viver sem ela mesmo isso sendo difícil.
Eu absolutamente não estava disposta a ver ele passar por tudo DE NOVO.
E É EXATAMENTE O QUE EU VI.
A partir daqui, eu já estava criando antipatia por ele também. Esse personagem que me parecia tão carismático no começo me parecia um pamonhão agora. Eu entendo como a personalidade dele foi engolida pela dela, era inevitável, mas eu cansei de ter empatia.
Pós-termino ela faz coisas exatamente iguais e ele ainda cai toda vez. Toda vez!!!
Quando ele finalmente percebe antes e decide entrar na brincadeira dá tudo errado, ele quase leva um tiro, ela se sente culpada e decide terminar ela mesma dessa vez. Há dois cmentários a se fazer sobre:
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1 - Lucy Liu é perfeita!! Arrasou com a roupa de garconete e entregou tudo na atuação na cena em que a personagem fala sério pela primeira vez.
2 - Ele tava ficando doidinho também, não tem mais volta.
Eu percebi aí que devia ser amarga demais pra esse filme, porque tava querendo que os dois se explodissem.
Não engoli nem um pouco os motivos que foram dados pra Violet agir dessa forma e sinceramente, nem os do Neil pra suportar tudo isso.
E por fim, fiquei com a sensação de que o filme acaba na metade.
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Não sei se o roteiro se convenceu que as duas últimas coisas que ela fez foram piores e por isso funcinavam como uma grande catarse emocional, que era o auge da tempestade e daria uma sensação de que algo mudou depois. Mas eu não senti isso. Pra mim está no mesmo nível de tudo o que ela fez antes, e isso me deu a sensação de que de certo ponto pra frente o filme não progride.
É uma comédia romântica divertida e com ótimos atores, acho que pra muitas pessoas com uma experiência pessoal diferente da minha pode ser só uma experiência muito legal. Eu não assistiria de novo, mas consigo me ver recomendando pra amigos que eu acho que talvez fossem gostar.
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da5vi · 2 years
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Blonde: pior do que pensei
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“As expectativas já estavam baixas, mas puta merda” é o mínimo que tenho a dizer sobre o novo longa da Netflix, Blonde, que prometia vindicar Marilyn Monroe — simplesmente A MAIOR atriz de Hollywood, mas que nunca foi reconhecida como tal porque era… gostosa demais. Ninguém atribuía seu sucesso a coisas além de sua aparência física, não importa o quanto ela enlouquecesse nos bastidores em busca de aulas e coisas assim para se aperfeiçoar.
Baseado no livro de Joyce Carol Oates (que é extremamente longo — foi publicado aqui no Brasil em dois volumes, só pra você ver —, pelo menos a primeira parte é tão descritiva de coisas nada a ver que tenho muita vontade de enlouquecer quando estou lendo) que, a propósito, é uma narrativa ficcional (e isso em nenhum momento é citado no longa), Blonde vende um pacote de desinformações como a “verdadeira” história de Marilyn com direito a um feto em CGI que conversa com ela. Isso mesmo que você leu, um feto falante.
O roteiro faz um desserviço não somente a Monroe, mas também ao livro: ele se aproveita de quase todos os momentos de dor presentes na história de Oates e transforma tudo num espetáculo exploratório tanto da imagem de Marilyn quanto do corpo de Ana De Armas. Rola até sexo a três/trisal com o filho de Charlie Chaplin que jamais aconteceu na realidade. E curiosamente o único corpo explorado é o de quem? Pois é…
Os diálogos também são uma negação, e tem tanta coisa que parece algo que JAMAIS seria dito por Marilyn ou que ela não comentaria no espaço em que lhe foi cedido na história que acaba nos distanciando significativamente da personagem.
Ana de Armas, em sua caracterização, parecia espelhar a forma que Marilyn interpretava seus personagens. Não há um pingo de realismo, especialmente quando comparamos o tom da voz de Marilyn fora do cinema com o tom de voz escolhido por De Armas para dar vida à personagem. É como se a loira de O Pecado Mora ao Lado ou de Os Homens Preferem as Loiras, e não Marilyn Monroe, fosse uma Kimmy Schmidt presa num mundo cheio de abusos verbais, sexuais, espirituais e emocionais a cada esquina.
Nesse sentido, acho muito mais válido a liberdade que a atriz Poppy Montgomery teve na versão (aparentemente muito mais interessante e menos “vamos fingir que estou numa biopic”) para a televisão de 2001.
Sobre o visual (cabelo, maquiagem etc), as vezes Ana De Armas fica parecendo bem mais a Madonna nos anos oitenta.
E para além do roteiro e da “grandiosa” atuação (porque agora method acting e o laboratório do ator é usado de formas bizarras para vender o quão bom pode ser ou não um filme biopic, e bizarro é o mínimo que podemos dizer dos comentários de Ana De Armas sobre ir no cemitério pedir autorização pra interpretar Marilyn): o filme é feio.
A paleta de cores é inconstante — cenas tem filtros de cor intensos demais, ou a abertura das lentes deixa tudo branco demais, ou todo mundo está tão pálido que fica bem perceptível a tragédia das cores de câmeras digitais… o único momento em que as cores estão bonitas são nas cenas preto e branco — nem mesmo a recriação de trailers e cenas de filmes da Marilyn mostram resquícios das belas cores exploradas pelos negativos da época. E o pior: não há uma linearidade ou clareza no porque dessa mudança visual, atrapalhando BASTANTE a narrativa.
O enquadramento inconstante é outro problema, e não tinha muito o que fazer além de rolar os olhos para os takes verticais que aparecem ocasionalmente no meio de um 4:3 ou 1.33:1 ou 2.35:1. Era como se tivesse aberto um tiktok muito desinteressante no meio do filme. Por mim, Chayse Irwin seria PROIBIDO de chegar perto de qualquer longa metragem daqui pra frente.
Mas assumindo que a culpa desse show de horrores não é dele, uma vez que há problemas em todos os lugares, Andrew Dominik simplesmente pegou todas as expectativas que foram criadas não apenas por ele estar fazendo algo sobre Marilyn, mas porque ele tem crédito em filmes bem quistos como O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, e enfiou na bunda. Mas o que esperar de alguém que diz que Marilyn e Jane Russell são “putas bem vestidas” em Os Homens Preferem as Loiras além de uma desgraça cinematográfica?
Raramente você me verá falar de um filme que não gostei. Não gosto desse tipo de abordagem (apesar de entender que falar mal traz audiência) e sempre busco observar as coisas por várias perspectivas — não posso avaliar um filme dos Minions sem entender que ele é feito pra crianças modernas, por exemplo. Porém nada se salva aqui, e o filme me irritou a certo ponto que me recuso a finaliza-lo. Meu tempo teria sido melhor investido em assistir Os Desajustados ou Selva de Asfalto — afinal, ver filmes da Marilyn é a melhor maneira de respeitar seu maravilhoso legado.
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amarulha · 1 year
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Ficha técnica Título/Ano: Barbie (2023) Gênero: Comédia, Drama País: Estados Unidos Direção/Roteiro: Greta Gerwig, Noah Baumbach
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Bom, agora que eu já fui duas vezes no cinema ver Barbie (uma com a minha mãe, as goddess [Greta] intended, outra com uma amiga) e já sosseguei as ideias, acho que é hora da crítica.
O enredo sem spoilers é o que o trailer mostra: coisas estranhas, como crises existenciais e pés chatos, começam a acontecer na Barbielândia, e cabe à nossa heroína de plástico (Margot Robbie) ir até o mundo real — com seu namorado grudento Ken (Ryan Gosling) à tiracolo — pra ver qual é que é e voltar a viver o seu melhor dia todos os dias e pelo resto da eternidade.
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Não vai ser nenhuma profunda análise sociológica, midiática, literária etc. O filme até se prestaria a isso, mas eu não quero entrar nesses méritos porque, pra mim, assistir a ele foi entretenimento, escapismo e socialização. Pura e simplesmente.
Eu me vesti mais ou menos a caráter, me diverti, ri das mesmas piadas e lacrimejei nas duas vezes. É um filme visualmente agradável, extremamente competente no quesito entretenimento e estética e bem satisfatório na proposta de roteiro.
Até o momento, assisti a duas críticas negativas relevantes, caso você esteja buscando algum nível de desgraçamento mental (em inglês) após a euforia do filme: a da verilybitchie, "The Plastic Feminism of Barbie" ("O feminismo plástico de Barbie") e da Brooey Deschanel, "Feeling Cynical About Barbie" ("Me sentindo cínica em relação a Barbie"). Os apontamentos mais interessantes delas, pra mim, são a respeito da onda de consumismo associado à marca (no vídeo da verilybitchie principalmente), que faz as pessoas meio que ignorarem os aspectos menos éticos da Mattel (e da Warner, como lembra a Brooey, que coloca as greves de roteiristas e atores em perspectiva na análise dela) em nome da diversão pura, e de uma tendência quase que de idolatria ao filme como uma grande obra feminista ou como uma espécie de renascença cultural do cinema depois de uma torrente de filmes de hominho, arminha e heroizinho.
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A Brooey ainda fala num aspecto muito presente no filme que é a sátira autodepreciativa tanto da boneca como da empresa, que parece querer antecipar todas as nossas possíveis críticas com alguma piadinha autoconsciente.
Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que não me sinto assim tão cínica em relação ao filme nem em relação à boneca. Eu gosto desse humor autodepreciativo que a Greta insere no roteiro, mesmo sabendo que ele não tem influência sobre o mundo real — afinal, não há um grande poder transformativo em algo que ri de uma corporação, mas continua enchendo os bolsos dela de dinheiro. PORÉM, eu ainda acho importante que a piada seja feita; que se introjete na cabeça das pessoas, mesmo lá no fundinho, essa ideia do ridículo e do absurdo nas contradições de produção e consumo da marca.
É claro que Barbie (2023) é uma enorme propaganda de um produto com apelo nostálgico, em especial para a geração de millennials como eu. Mas acho difícil de crer que alguém tenha alguma inocência quanto a isso, quanto à tentativa da Mattel de reabilitar a própria imagem e faturar com seus produtos E com o marketing desses produtos. E eu também sei que, mesmo plenamente cientes de todos os podres possíveis de uma empresa estadunidense com fábricas em países de leis trabalhistas e ambientais frouxíssimas, muita gente bancou merchandising oficial do filme, pra muito além dos ingressos de cinema... "Não existe consumo consciente no capitalismo", e toda essa conversa que algumas pessoas acham que nos exime de repensar nosso estilo de vida.
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Em relação ao aspecto do feminismo, chega a ser até curioso um filme tão pouco revolucionário incomodar setores conservadores... o que só prova como o extremismo cagou com qualquer possibilidade de articulação de ideias em torno de gênero que não se resuma a "igual ao que eu penso: bom; diferente: ruim" — sem falar na total falta de humor dos redlargadosepillados. Milhões de pessoas já fizeram essa observação, mas você precisa ser muito lesado pra achar "anti-homem" a ideia de que os homens precisam "se encontrar" de forma genuína — e sem recorrer a violências, condescendências e opressões.
Por outro lado, faz sentido que qualquer discurso higienizado e corporativo em torno do feminismo incomode ativistas e acadêmicas, mas, ao mesmo tempo... eu não acho uma expectativa realista esperar quebras de paradigma nunca antes vistas num filme de orçamento gigante. Por mais afiada que seja a Greta, ela tinha liberdade até certo ponto, e resolveu apostar as fichas na estética de "artificialidade autêntica"/"autenticidade artificial" — e, francamente, por mim tudo bem. De certa forma, acho que o famoso discurso da America Ferrera acaba servindo também para dialogar com essas possíveis críticas do "nível de feminismo" do filme: não só é impossível ser mulher, como também é bem difícil "estar certa" ao abordar feminismo em mídia, ainda mais em mídia mainstream. Não significa que não possa gerar discussão, mas a gente escolhe as nossas batalhas, e essa batalha eu não escolhi...
E também, pra quem é estudiosa de longa data do feminismo, talvez os tópicos pareçam batidos, óbvios, simplificados (que foi outra crítica que eu vi por aí), só que a gente precisa entender que a população feminina não é homogênea — e com certeza não é homogeneamente consciente e versada em TODAS as pautas. Nem todo mundo tem vocabulário para expressar as insatisfações com o patriarcado, e só o fato de o filme ter trazido alguns conceitos para a superfície já me dá, assim, uma certa satisfação.
Além disso, sejamos francos: o filme não seria nem um pouco interessante se fosse um aulão sobre correntes feministas, dissidências, discussões e desafios (título de palestra acadêmica).
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Mais do que isso, acho que algumas das críticas ignoram que assistir ao filme tem sido uma grande experiência coletiva majoritariamente feminina (mas não só). É em torno de um produto de consumo em massa? Sim. Mas que ÓTIMO que não é uma experiência coletiva com o grau de manipulação, violência e frequência de igrejas ou times de futebol, nem uma experiência coletiva traumática como a da pandemia.
Acho compreensível o cinismo e as críticas ao enredo (que não é tão bem acabado quanto a gente pensa, mas que eu vou justificar até a morte como sendo puro comprometimento artístico da Greta com o humor e a estética, vide a entrevista dela ao Letterboxd), mas às vezes — pelo menos às vezes — a gente gosta de se permitir só sentir o que a experiência cinemática tem a oferecer, sem ficar no estado constante de alerta no qual o Mundo Real® nos coloca.
8/10
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geniousbh · 5 months
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⸻ 𝒃𝒇!𝒑𝒊𝒑𝒆 𝒐𝒕𝒂𝒏̃𝒐 𝒉𝒆𝒂𝒅𝒄𝒂𝒏𝒐𝒏𝒔
obs.: eu provavelmente vou morr3r de desgosto por não namorar com esse homem aqui, e falo SÉRIO! não existem forças em mim que resistam, e eu peguei pra ver compilado dele falando em inglês esses dias e se embolando e SORRINDO e ai, de verdade (it was like desesperante mesmo), é um crime ele existir e não vir aqui na minha porta me dar um beijinho (coisa simples)! espero que gostem, meus briochinhos <3
tw.: quase tudo é fluff e slice of life, mas tem menção à sexo/sexo oral, por isso mdni
bf!pipe que você conheceu na calourada! ele tava trilouco já, pulando e cantando à todo pulmão o hino do river plate na companhia de outros quatro rapazes o que arrancou gargalhadas do seu grupinho de amigas
bf!pipe que foi você quem chamou primeiro, porque ele parecia aéreo e nem dava tanta bola assim pras meninas ao redor
bf!pipe que deu um sorriso muito canalha quando você disse que era brasileira "ay nena, lo siento, difícil ser o país do futebol e não terem lo mejor del mundo, eh?" mas se redimiu no final da noite com a melhor ficada que você tinha tido na vida
bf!pipe que virou seu ficante fixo, atencioso, uma boa foda, pau pra toda obra (tinha arrumado não só a fechadura do seu quarto, como trocado a resistência do chuveiro duas vezes), mas que nunca saía contigo em resenha pra ficar de casal, mesmo não ficando com outras garotas na sua frente
bf!pipe que te COZINHOU por meses nessa de ficante premium plus master e o caralho a quatro, mas espanou na primeira vez que você aproveitou do título pra ficar com outro cara, "ue, não to te entendendo, felipe, não sou sua namorada", "ah é?" e no meio da faculdade te deu um beijão de cinema (você ficou desbaratinada e ele foi pra aula como se nada tivesse acontecido)
bf!pipe que apareceu na sua porta dois dias depois pra te pedir em namoro! o cabelo PENTEADO e ele usando jeans e camisa social, bem diferente do combo blusa de time + bermuda + boné que ele sempre veste
bf!pipe que vive um "morde e assopra" contigo, uma hora é "e no que que isso afeta o river?" e outra hora é "vou casar com você, pode anotar"
bf!pipe que tem pose de bom moço pra família inteira, tanto sua quanto dele, fica com o ego inflado quando sua mãe fala que ele é o genro favorito, que é um amor e que nunca te viu tão bem (em contrapartida, quando vocês brigam ele usa isso de argumento a favor dele 🤐😵‍💫)
bf!pipe que faz suas vontades sempre, coloca suas playlists no carro, compra doce, paga pra você fazer unha e cabelo quando você quer, faz trend no tiktok (as mais memoráveis sendo quando ele fez pump dos bíceps só pra ti gravar aquela do its cuffing seasonnn i need a big boy, e quando você gravou ele falando com voz de bebê todo dengoso sem ele perceber - e quando percebeu foi logo um "mas você é uma piranha mesmo, para, apaga isso vai")
bf!pipe que muda de humor com o placar do jogo e você aprendeu a lidar com isso do mesmo jeito que ele aprendeu a lidar com sua tpm (se você reclama do bico dele ele reclama de como você fica chata naqueles dias, é fato)
bf!pipe que tem pavio curtinho e que fica MUITO mexido quando você provoca/zoa ele, faz beicinho, fica corado, cruza os braços, mas do mesmo jeito que ele fica, desfica rápido porque é igualmente fácil de agradar este pequeno grande homem
bf!pipe que can do both no quarto, gosta de foder lentinho e aproveitar o tempo que tem contigo, em parte também porque vocês são habituados a transar nos dormitórios da faculdade e sem chamar atenção, mas que quando bebe ou quando o river ganha de virada se transforma, te puxa o cabelo, da tapinha no seu rosto, te chama das putarias mais sujas e sem remorso nenhum
bf!pipe que te acha absurdamente gostosa, e ele não tem papas na língua/ressalvas de dizer "para com isso de falar que vai se matar por causa de ator de série, gostosa assim com esses papo", ou então, quando fica >extremamente< pussy drunk, te lambendo e chupando, nem sabendo mais o que é seu e o que é baba dele, murmurando umas coisas desconexas, fora que ele simplesmente não consegue negar se você pedir (não importa onde ou horário do dia)
bf!pipe que é todo resistente pra conversar sobre sentimentos que são ruins (tendo a ver com vocês ou não), apesar de demonstrar, colocar pra fora verbalmente leva tempo e por vezes ele acaba soltando muitos dias depois e DO NADA, "eu sei que fiquei com ciúmes no bar, me perdonas, sí?", e você lavando a louça sem entender nada já que ele só apareceu ali com a mão na nuca, falou e saiu
bf!pipe que gosta dos adjetivos, pra te chamar, mais no português do que no espanhol, "bebezinha", "gatinha" e tudo com o sotaque que você ama
bf!pipe que, quando não é contra a argentina, veste a camisa e torce pro brasil junto com você, virou tradição já e ele gosta muito porque é só nas vezes que a seleção brasileira joga que ele pode ver esse teu lado "JUÍZ FILHO DA PUTA! APITA MEU SACO!", e ele dando risada e te puxando pra dar abraço e beijinhos na lateral do rosto
bf!pipe que não sabe dizer eu te amo's, mas que demonstra todos os dias, nunca esquece do mêsversário de namoro (mesmo nos dias de jogo, viu?), sabe de cor suas coisas favoritas e sempre diz que não consegue lembrar de como era antes de ter você com ele e que agora você "vai ter que me aguentar pra sempre, panguá"
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arte-vivere · 1 year
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"Espelho" (Mirror) é um filme poético e introspectivo dirigido pelo renomado cineasta russo Andrei Tarkovsky. Lançado em 1975, o filme é uma obra-prima do cinema artístico e apresenta a habilidade distintiva de Tarkovsky em criar uma experiência cinematográfica profundamente contemplativa.
"Espelho" é um filme não linear e fragmentado, que explora a mente e as memórias de seu protagonista, refletindo sobre a vida, a identidade e o tempo. O enredo segue um fluxo associativo, saltando entre diferentes épocas e eventos, sem uma estrutura narrativa convencional. A história é entrelaçada com flashbacks, sonhos e imagens simbólicas, criando uma atmosfera onírica e evocativa.
O filme é construído em torno da figura central do homem, interpretado por Margarita Terekhova, cuja presença é tanto física quanto metafórica. Tarkovsky utiliza o personagem como uma representação da experiência humana coletiva, mergulhando nas camadas mais profundas da psique humana. Ele incorpora elementos autobiográficos em sua narrativa, conectando-se com suas próprias memórias e reflexões pessoais.
A cinematografia de "Espelho" é excepcional, com planos longos e meticulosamente compostos que enfatizam a beleza visual e a estética. Tarkovsky emprega uma paleta de cores rica e uma iluminação sutil para criar um ambiente melancólico e atmosférico. A trilha sonora é igualmente poderosa, com uma combinação de música clássica e sons ambientais, contribuindo para a experiência sensorial do filme.
Além de sua abordagem visual, "Espelho" é um filme que evoca reflexões filosóficas e existenciais. Tarkovsky questiona a natureza da identidade, o impacto do tempo e a complexidade da memória. Ele convida o espectador a se perder em sua narrativa fragmentada, a se entregar à poesia visual e a buscar significados mais profundos.
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sentidodanalise · 3 days
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Olá!
Eu sou a Jéssica, tenho 22 anos e estou na metade da minha graduação em Psicologia. Sou apaixonada por literatura, música, cinema e psicanálise!
O blog Sentido da Análise foi idealizado como um começo da minha carreira profissional. O conteúdo proposto será composto por textos em que o principal conteúdo será da psicologia e psicanálise, mas, também, contará com análises e resenhas da literatura, música e cinema.
Além disso, eu espero que o Sentido da Análise possa ser um espaço de interação, onde eu possa estar em contato e saber sobre como tudo que será postado é sentido pelo público. Eu espero que minha escrita possa provocar inspiração e reflexão, assim como todos aqueles que farão parte por meio de citações despertaram em mim.
No mais, meu muito obrigada a todos que se se juntam a mim nesse caminho.
Atenciosamente, Jéssica Santos.
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