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olá. tudo bem? eu sou o projeto poetas livres. fui criado com o objetivo de unir e divulgar todos os escritores desta plataforma. todo mundo é bem-vindo aqui! quem escreve, quem lê e quem gostaria de que mais pessoas fossem alcançadas com suas palavras. aqui repassamos textos autorais, então não vai faltar conteúdo para ler e seguir. este projeto tem o imenso orgulho de atuar na plataforma focando na visibilidade/disseminação de qualquer pessoa que se disponha a escrever o que sente no coração.
como participar?
para participar do projeto é bem simples! basta seguir o perfil do projeto aqui no tumblr e usar a hashtag #poetaslivres em todos os seus textos, histórias, contos, poemas e poesias. usando a tag do projeto, você permite que elas sejam adicionadas na fila para que assim possam ser reblogadas. lembrando que é muito importante que você siga o projeto, pois assim você fica por dentro de tudo o que acontece e também recebe diariamente várias autorias incríveis (na sua dashboard) que são reblogadas pelo projeto, e claro, descobre inúmeros perfis de escritores para seguir.
em caso de dúvidas/sugestões você pode entrar em contato com o ADM do projeto via chat ou através da ask
regras:
1. proibido usar a tag #poetaslivres para qualquer tipo de conteúdo que fuja da intenção primordial do projeto! ex: pornografia, divulgações não autorizadas, plágio, vendas e etc...
2. aqui é proibido plágio! o projeto não compactua com qualquer roubo de autorias alheias. o texto tem que ser seu, ou seja, criado originalmente por você! não use nossa tag para copiar, colar e postar adaptações não autorizadas ou textos de outros autores sem dar os devidos créditos. plágio é crime previsto em lei, denuncie.
3. textos em outros idiomas não serão reblogados pelo projeto. aqui é aceito apenas autorias em português brasileiro.
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5. só será reblogado imagens no projeto que contenham algum texto de obra autoral, do contrário será ignorado.
6. não será reblogado pelo projeto: fala de personagens de séries, filmes e desenhos, trechos de músicas, trechos de livros e histórias não autorais.
OBS 1: o projeto atua de segunda a sábado, dando início às postagens sempre por volta das 17h ou dependendo da disponibilidade do administrador.
OBS 2: questões a respeito de algum possível plágio que pode ter passado despercebido pelo administrador, favor tratar via chat ou ask, apresentando prints contendo provas contra o indivíduo acusado. existe uma opção de fazer denuncias de plágio dentro do aplicativo do tumblr, só clicar nos 3 pontinhos ao lado da publicação e clicar em denunciar e selecionar a categoria desejada.
ajude o projeto a te ajudar! siga, indique, use a tag #poetaslivres, compartilhe, reblogue para engajar! se o projeto cresce, a sua visibilidade ao ser reblogado também aumentará. uma mão lava a outra, sempre.
obrigado pelo seu apoio ao projeto. o poetas livres é uma galeria repleta com boas histórias para serem lidas. ♥︎♥︎
atenciosamente, @poetaslivres ♡
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“Benditos sejam os que chegam em nossa vida em silêncio, com passos leves para não acordar nossas dores, não despertar nossos fantasmas e não ressuscitar nossos medos. Benditos sejam os que se dirigem a nós com leveza, com gentileza, falando o idioma da paz para não assustar nossa alma. Benditos sejam os que tocam nosso coração com carinho, nos olham com respeito e nos aceitam inteiros com todos os erros e imperfeições. Benditos sejam os que, podendo ser qualquer coisa em nossa vida, escolhem ser doação!” (poeta anônimo)
Alma de Lobo - Solus Taciturnus.
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Amalgalma (texto, prompt, oniriko, indução, 2024/2000)
Depois da alquimestria, um dos próximos passos da Senda Poética é a arte de amalgalmatizar.
Amalgalma é uma aglutinação de palavras, que acabei de inventar agora, pra poder explicar pra você essa novelha ideia, que eu já praticava a anos, só não sabia o nome. (Isso acontece com frequência!).
É a mistura dos termos amálgama com alma. Amálgama no sentido figurado é a "mistura de elementos que gera um todo".
Na alquimestria, você transforma elementos, e depois deles transformados, você os mistura, então o poeta é um "alquimista de emoções".
Como eu me perdi no que queria escrever inicialmente, porque minha mente viajou na concepção dos conceitos aqui, eu peço alguns minutos, eu já volto com a minha ideia, que fugiu como se fosse um uma lebre.
Vou ter que vestir minha roupa de raposa e caçar um pouco.
...
Fiquem calmos, que eventualmente a ideia volta.
...
Pelo menos assim eu espero, porque o tempo é curto por exemplo.
Bem, vou enrolá-los um pouco mais e explicar porque escolhi alma para aglutinar.
O motivo básico é porque combina com amálgama (vou repetir até alcançarmos juntos a saturação semântica:
amálgama
amálgama
amálgama
será seu mantra agora, repita mais 308 vezes).
Aliás, gerou um bug ao tentar falar pelas primeiras vezes certo? "Amalgalma", que diabos é isso?
Bom, outro fator é a questão da novidade. Aposto que não conhecia essa palavra certo?
Essa é a magia de escrever: o escritor nunca está satisfeito, por isso precisa até de palavras novas, de novas ideias, porque é preciso expandir a mente, e simplesmente usando o pouco que existe no dicionário não é o suficiente.
Ops, acho que no decorrer do texto eu sem querer já expliquei um dos exemplos da amalgalma! Juntar palavras para explicar novos conceitos já é uma forma de utilizar a amalgalma.
Muitos dos blogs aqui já foram criados usando esse conceito, que inclusive já usei em poemas lá dos anos 2000.
Agora pra explicar um pouco do nascimento dessa ideia, temos que voltar no tempo pelo menos uns 20 anos, que foi quando comecei a ter contato com o material de taoísmo, uma filosofia chinesa que prega que tudo é formado por dois polos opostos (o mais famoso é o yin yang!), mas eu comecei a aplicar em quase tudo, especialmente no escrever.
O próprio nome "delirantesko" é um produto dessa ferramenta, misturando delirante (a importância do delírio para o processo criativo) e dantesco (algo assustador, diabólico).
Parte do processo é aglutinar palavras que tenham sílabas em comum, então fica mais fácil de se criar o novo amalgalma.
Misturar palavras de idiomas diferentes funciona também.
Então você pode usá-la para transformar nomes, ideias, palavras, e também para metaforizar coisas que normalmente não faria.
Com isso você pode alcançar a "Indução", outro termo que acabei de criar pra especificar um transe poético com o qual as ideias fluam. (Não que tenha sido proposital, mas o nosso caldeirão de ideias funciona por indução, hehe).
#delirantesko#espalhepoesias#pequenosescritores#lardepoetas#texto#carteldapoesia#poetaslivres#projetoalmaflorida#Senda Poética
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Afinal, donde vem nossas inspirações?
Foto de Steven Houston na Unsplash
A origem das ideias há de ser divina. Um jovem pregador contou certa vez sobre como Deus teria ensinado os seres humanos a falar. Dessa língua divinal e primordial, derivaram todos os idiomas atuais, sendo repassados à cada nova geração desde o início dos tempos. O jovem pregador afirmou ainda que, na falta de quem retransmitisse o dom da fala a um bebê, por experiência, a criança jamais poderia falar, mesmo quando na fase adulta.
A humanidade não se contenta em guardar somente para si os seus sonhos, desejos, amores e paixões, conhecimentos e sabedorias, pois sempre consegue um jeito para expressá-los, externalizando-os. Alguém pode nunca ter ouvido um som, uma nota musical se quer na vida, mas exprime-se e não é muda, os seus pensamentos mais íntimos são ouvidos e sentidas, as suas emoções assim que retratadas.
As Mil e Uma Noites
Uma personagem de um livro antigo, tornou-se heroína sem nunca ter levantado nada senão o timbre de sua voz.
Conta a história que em um reino havia um Sudão, o qual casara-se muitas vezes, e que no dia seguinte ao seu casamento, livrava-se com uma ordem de quem governa de sua recém-esposa. E é então que a nossa jovem heroína surge, chamada Sherazade. Uma linda mulher que caíra nas graças daquele rei e sabia que, após o casamento, só lhe restaria mais uma noite de vida ali diante daquela situação sufocante em que se encontrava.
Na noite de suas núpcias, ela tomou a liberdade e começou a conversar com o Sudão, iniciando uma história após outra de ação, mistério, drama, aventura, comédia, amor... Numa época sem serviços de streaming, ela criou séries de histórias fascinantes contadas todas as noites até os primeiros raios de sol surgirem no oriente para o governante daquele reino.
O Sudão vinha até aquela mulher ansiosamente sempre ao findar do dia, somente para poder ouvi-la terminar a história da noite anterior e começar uma nova. Assim, 1001 noites passaram-se. Com efeito, o rei nunca mais quis se separar daquela inteligentíssima e encantadora mulher.
A humanidade foi agraciada ainda com o dom de gravar as palavras nos mais diversos meios, tanto físicos quanto virtuais. Fez símbolos, representou sílabas, fonemas, frases inteiras, criou linguagens e códigos. Com isso, os conhecimentos e as experiências continuaram a ser retransmitidos.
Dom Casmurro
Outra personagem, sem muitas qualidades heroicas dessa vez, narrou em um certo livro a sua própria história de vida.
História essa com dúvidas e reflexões sobre amor e traição que perduram mesmo décadas após sua publicação. De tão ardilosa e sábia que foi, conseguiu persuadir os leitores e fê-los brigarem entre si, por gerações, a respeito de uma suposta traição ao qual o nosso narrador teria sofrido por parte de sua esposa amada com o seu melhor amigo.
Deu pistas e mais pistas, onde umas levavam à certeza do ato consumado, enquanto outras levavam a inocência mútua dos acusados, resultando em um impasse. Enquanto o narrador nos conduz, leitores vorazes e ferozes, a tal discussão, ao mesmo tempo, sutilmente nos distrai quanto a si próprio.
Ora, no início da história recebe a alcunha de dom Casmurro dada a ele por um poeta irritado com a sua falta de empatia. Em outra parte da narração, questiona-se sobre quando a sua amada teria se transformado numa mulher em quem não pudesse confiar. Mas... e quanto a sua verdadeira natureza descrita nas entrelinhas, quando foi que o nosso personagem-protagonista-narrador e advogado [e doente de ciúmes] havia se tornado em casmurro e recebido o título de dom? Será que no início de sua narração ou será que bem antes disso, no início de seu romance juvenil, quando demostrou possuir inseguranças de um adolescente?
Perdera uma inteligentíssima e única mulher.
A verdade é que nem sempre alcançamos as respostas de nossas mais inquietas dúvidas e questionamentos. Graças a Deus podemos ter todo tempo do mundo ao viver eternamente debruçados sobre os textos mais diversos de infinitos autores, na tentativa de poder alcançá-las.
A Vida de Pi
E foi assim que outra sobrevivente personagem embarcou em um bote salva-vidas na companhia de alguns animais de zoológico.
Viveu à deriva no imenso mar por dias e mais dias. Sobrevivendo na companhia dos animais, suportando-os tanto quanto a. História tão absurda! Pois uma mamãe orangotango de modo algum apareceria flutuando por sobre uma penca de bananas até o bote.
Os investigadores da companhia de seguros jamais poderiam relatar isso de forma oficial em seu relatório final a respeito do único sobrevivente de um naufrágio em alto mar.
No entanto, o que se deveria fazer quando a verdade está escrita nas entrelinhas da experiência de quem relata? A forma de se contar uma história e de se montar um texto varia de autor para autor, alguns chegam a se assemelhar em estilos, usam técnicas e estruturas semelhantes; mas a experiência retransmitida possui uma assinatura, uma digital própria e única que revela o caráter do autor, do personagem, do narrador, do protagonista... tal qual do leitor (ao que tange a sua interpretação).
Os olhos são as janelas da alma. Se pudéssemos olhar, sem timidez e fixamente para dentro dessas janelas, então nossa comunicação seria mais clara e precisa, bem como empática.
O Pequeno Príncipe
Entender os sentimentos de alguém é outro verdadeiro dom, não só recebido como também repassado. Assim como na história de um principezinho que teve um encontro marcado com uma raposa.
Essa raposa lhe ensinou sobre o que é cativar. Aquele pequeno príncipe possuía dúvidas quanto ao verdadeiro amor. Foi-lhe ensinado que o tempo que se perde com alguém é que gera momentos dignos de cativar o outro.
Todas às vezes que ocorre mágoas e ressentimentos, os quais deixam o corpo carregado e com sobrepeso, somente a renúncia ao próprio eu (deixado para trás) por ambas as partes, aliada a um certo sacrifício, é que poderia consertar os erros do passado, as despedidas abruptas. Essa interpretação é mais minha. Isso tudo o principezinho aprendeu por conta de suas próprias experiências e encontros marcados com diversos personagens... Fez o que fez para que se reencontrasse com a sua orgulhosa e frágil rosa.
Parece-me que há muita leitura ainda, muitas frases e ideias a serem anotadas. Enquanto houver luz e inspiração divinas, haverá vários textos a serem criados. Por isso, convido você, amigo leitor, a continuar neste bote cheio de figuras, e questionamentos, e inseguranças, e amores, e sonhos, rumo a um mar cheio de textos em busca de seus contextos. Se você já foi cativado pela leitura e pela escrita, então sinta-se à vontade para se fazer presente nesta aventura.
Nota do autor:
Escrever qualquer coisa que seja implica em se utilizar de uma poderosa arte que inclui observação e capacidade de compreensão/interpretação. Aqui fiz um breve comentário sobre a literatura com base em alguns livros de ficção que conheço. A partir de agora, começo a me aventurar na arte de escrever e desejo poder retratar o mundo usando as palavras. Por isso, criei este blog simples e espero que gostem. Ah, deem uma passadinha por aqui sempre que o próximo trem passar. Até mais!
Foto de Tyler Nix na Unsplash
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Gibran Kalil Gibran - O PROFETA [O MESSIAS]/ Ebook
Khalil Gibran
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Gibran Khalil Gibran (em árabe: جبران خليل جبران بن ميکائيل بن سعد; em siríaco: ܓ̰ܒܪܢ ܚܠܝܠ ܓ̰ܒܪܢ; Bsharri, 6 de janeiro de 1883 – Nova Iorque, 10 de abril de 1931), também conhecido como Khalil Gibran (em inglês, referido como Kahlil Gibran[a]) foi um ensaísta, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa, também considerado um filósofo, embora ele mesmo rejeitou esse título,[2] e alguns tendo-lhe descrito como liberal.[3] Seus livros e escritos, de simples beleza e espiritualidade, são reconhecidos e admirados para além do mundo árabe.[4]
Seu nome completo, transliterado para línguas ocidentais (de base alfabética predominantemente neo-latina), é Gibran Khalil Gibran, assim assinando em árabe. No colégio dos Estados Unidos, onde viveu e trabalhou a maior parte de sua vida, um erro de registro reduziu o seu nome para Kahlil Gibran.[5]
Em sua relativamente curta, porém prolífica existência (viveu apenas 48 anos), Khalil Gibran produziu obra literária acentuada e artisticamente marcada pelo misticismo oriental. Sua obra, acentuadamente romântica e influenciada por fontes de aparente contraste como a Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros. Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas e mística do autor. Sua obra mais conhecida é o livro O Profeta, originalmente publicado em inglês, pela primeira vez nos Estados Unidos em 1923, e desde então se tornou um dos livros mais vendidos de todos os tempos, tendo sido traduzido em mais de 100 idiomas.[b] Outro livro de destaque é o Asas Partidas, em que o autor fala de sua primeira história de amor.[7]
Nascido em uma aldeia do Mutassarifado do Monte Líbano governada por otomanos, de uma família cristã maronita, o jovem Gibran imigrou com sua mãe e irmãos para os Estados Unidos em 1895. Como sua mãe trabalhava como costureira, ele foi matriculado em uma escola em Boston, onde suas habilidades criativas foram rapidamente percebidas por um professor que o apresentou a Fred Holland Day. Gibran foi enviado de volta à sua terra natal por sua família aos quinze anos para se matricular no Collège de la Sagesse, em Beirute. Retornando a Boston após a morte de sua irmã caçula, em 1902, ele perdeu o meio-irmão mais velho e a mãe no ano seguinte, aparentemente contando depois com a renda restante de sua irmã por seu trabalho em uma loja de costura por algum tempo.
Em 1904, os desenhos de Gibran foram exibidos pela primeira vez no estúdio de Day em Boston, e seu primeiro livro em árabe foi publicado em 1905 na cidade de Nova York. Com a ajuda financeira de uma recém-recebida benfeitora, Mary Haskell, Gibran estudou arte em Paris de 1908 a 1910. Enquanto esteve lá, ele entrou em contato com pensadores políticos sírios promovendo a rebelião no Império Otomano após a Revolução dos Jovens Turcos;[8] alguns dos escritos de Gibran, expressando as mesmas ideias, seriam eventualmente banidos pelas autoridades otomanas.[9] Em 1911, Gibran se estabeleceu em Nova York, onde seu primeiro livro em inglês, O Louco, seria publicado por Alfred A. Knopf em 1918, com escritos de O Profeta ou Os Deuses da Terra também em andamento.[10] Sua arte visual foi exibida na Montross Gallery em 1914,[11] e nas galerias de M. Knoedler & Co. em 1917. Ele também se correspondia notavelmente com May Ziadeh desde 1912.[9] Em 1920, Gibran refundou a Liga da Caneta com outros poetas mahjari. Na época de sua morte, aos 48 anos, por cirrose e tuberculose incipiente em um pulmão, ele alcançara fama literária em "ambos os lados do Oceano Atlântico",[12] e O Profeta já havia sido traduzido para alemão e francês. Seu corpo foi transferido para sua aldeia natal de Bsharri (no atual Líbano), para a qual ele legou todos os futuros royalties de seus livros e onde fica agora um museu dedicado a suas obras.
Conforme as palavras de Suheil Bushrui e Joe Jenkins, a vida de Gibran foi descrita como uma "frequentemente capturada entre a rebelião nietzschiana, o panteísmo blakeano e o misticismo sufi".[9] Gibran discutiu temas diferentes em seus escritos e explorou diversas formas literárias. Salma Khadra Jayyusi o chamou de "a influência mais importante na poesia e literatura árabes durante a primeira metade do século [XX]"[13] e ele ainda é comemorado como um herói literário no Líbano.[14] Ao mesmo tempo, "a maioria das pinturas de Gibran expressava sua visão pessoal, incorporando simbolismo espiritual e mitológico",[15] com a crítica de arte Alice Raphael reconhecendo no pintor um classicista, cuja obra devia "mais às descobertas de Da Vinci do que a qualquer insurgente moderno".[16] Seu "prodigioso corpo da obra" foi descrito como "um legado artístico para pessoas de todas as nações".[17]
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Após ter a minha confiança violada tantas vezes, abandonei todo sentimentalismo que envolvia relacionamentos, apegando-me apenas a relacionamentos estáveis de forma racional, mas sem sentimentos, honrando apenas minha palavra enquanto a parceria fosse sustentável ou não me decepcionasse. Era fácil a convivência com algumas, porque existia respeito nas relações humanas e prevalecia a honestidade do que realmente estava acontecendo. Eu honrava minha palavra e esperava o mesmo. Quando não dava mais, era desfeito tudo de forma honesta e respeitosa. Quando o compromisso de honestidade e honra era quebrado, era realizada a merecida justiça antes de encerrar a relação, pois assim deixavamos quites a falta de comprometimento. Nunca tive orgulho dessas ações porque elas nunca saciavam a dor da decepção. Acreditei demais em companhias por pura ingenuidade em confiar demais, depois disso, imaginei que eu nunca me apaixonaria ao ponto de me entregar.
É difícil olhar cara a cara no rosto de uma companhia, alguém que você respeita, que você busca admiração além da mera atração física e perder toda admiração pela falta de comprometimento com a palavra e com o respeito próprio. A pessoa simplesmente anula o seu próprio valor, frente a sua falta de caráter, de moral, de honestidade e de compromisso com o companheiro e inclusive consigo própria.
A mulher torna-se uma estranha esquisita pra você, é como se ela nunca pertencesse à sua realidade. É algo tão tóxico, que cada segundo perdido ao seu lado é radioativo demais a ponto de lhe contaminar e fazer você se tornar a pior pessoa ou se igualar a ela da pior forma, apenas pra cumprir uma vingança que só consome e só destrói você cada instante que seu nome está vinculado ao dela.
Mesmo tão maduro, deixei-me levar pela astúcia de alguém que eu permiti entrar na minha vida, e de forma sutil me prendeu pela minha própria boca. De forma sagaz, mesmo contra tudo que eu defendia como protocolo pra os relacionamentos estáveis, acabei-me deixando levar por sua sutileza e acabei casando, mesmo não fazendo parte dos meus planos.
Anos se passaram, o divórcio tão esperado veio e o mal entendido ficou no passado, onde sempre deveria estar, mesmo deixando cicatrizes irreversíveis e resultados que reverberam no meu presente e futuro.
O tempo passou e eu voltei a seguir o meu caminho sozinho, seguindo novamente a minha conduta, porém mais racional e mais prudente, mantive a minha palavra em ser honesto com qualquer pessoa que se relacionasse com a certeza de não me manter mais comprometido com ninguém, apenas relações amigáveis de interesse mútuo, sem deixar de ser honesto, pra não ser um homem alfa de valor desqualificado e nem magoar os sentimentos de ninguém.
Perguntavam-me por que você não se permite sentir nada por ninguém? E eu sempre respondia prontamente: É melhor ter um coração vazio do que um coração partido.
Embora nunca tenha me apaixonado de verdade, era ridículo responder sobre sentimentos a alguém que eu nunca tenha tido a experiência dessa emoção, iria parecer esquisito demais ser tão maduro e não ter passado por momentos tão sentimentais. A verdade é que eu entrava na relação com foco no menor dos deslizes buscar a porta de saída.
Porque iria importar pra mim, perder tempo com gestos instáveis, eu tinha um mundo à minha frente, eu estava livre e preparado para voltar a seguir a vida como era antes, livre de modernetes, de mulheres empoderadas e de pessoas superficiais, de relacionamentos instáveis que jamais dariam certo.
Pensei, apenas quero viver intensamente e me tornar um homem de valor ainda melhor, vou lapidar novamente meu corpo, manter o foco nos meus estudos, me qualificar em alguns idiomas pra viajar bastante, ser responsável por minha família, manter algumas amizades e relações próximas e na minha solitude continuar buscando inspiração assim como os poetas.
Parecia ser bom, ledo engano.
Havia algo que faltava conhecer, parecia ser muito melhor no presente e no meu futuro, eu diria que é um fenômeno espiritual, mágico ou transcendente, visto que, mesmo sendo tão intenso assim como minha personalidade, é tão além do que eu esperava na minha vida.
Ainda não consegui definir, pois me possuiu, está dentro de mim, tornando-me o que seria uma só energia.
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Míope, tímido, cortês, sempre metido em ternos escuros. Com o salário contado de redator ambulante de cartas comerciais, morava como inquilino em casas de parentes ou em quartos de pensão. Dado a especulações esotéricas, gostava de passar as horas em tabernas e cafés. A vida de Fernando Pessoa (1888-1935) nada teve de extraordinária. "Exceto seus poemas", pontua o poeta mexicano Octavio Paz.
Nascido em Lisboa, mas tendo passado toda a infância e juventude em Durban, na África do Sul, Pessoa é por unanimidade considerado, ao lado de Luís Vaz de Camões (1524-1580), o melhor poeta em sua língua, além de ser aplaudido como um dos maiores de todos os tempos em qualquer idioma. Morto aos 47 anos, vítima de cirrose hepática, Fernando Pessoa deixou uma quantidade surpreendente de poesias, escritos autointerpretativos, ensaios e pequenos contos policiais.
Fernando Pessoa, juntamente com Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) e o pintor português Almada Negreiros (1893-1970), forma o grupo que tentaria levar o vanguardismo a Portugal. Das reuniões na cervejaria Jansen sairia a revista Orpheu. Os jovens defendiam a integração de Portugal ao cenário da modernidade europeia. Para tanto, pregavam o inconformismo e exaltavam a atividade poética acima de tudo. Com apenas duas edições, a revista foi a responsável pela introdução da vanguarda em Portugal. E dos heterônimos pessoanos.
Corre, então, o ano de 1915, e em Pessoa já irrompera diferentes poetas. São chamados de heterônimos porque tinham estilos e personalidade próprios. Os principais são Alberto Caeiro, que representa a força mítica de um Portugal ainda apegado ao paganismo; Álvaro de Campos, que exalta a civilização industrial; e o clássico Ricardo Reis. A única obra publicada por Pessoa em vida foi " Mensagem", em 1934, juntamente com o "Cancioneiro". O livro "estruturado para compor um vasto painel simbólico e artístico da história das grandezas lusitanas" expressa a personalidade lírica, saudosista e patriótica do poeta. Divide-se em três partes, com várias subdivisões organizadas de forma fragmentária.
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Artigo síntese da proposta de investigação para o 2.º período
Reflexões sobre o desenvolvimento da língua portuguesa através das 10 obras prestigiosas da literatura lusófona Fiorella Donato
Como disse uma vez Umberto Eco: «O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê», o que é uma afirmação acertada, especialmente quando estamos falando do cânone literário, pelo que esta famosa citação só confirma a impossibilidade de qualquer compilação ser suficientemente completa ou capaz de agradar a todos, no entanto, haverá sempre a oportunidade de estudar os clássicos que influenciaram a formação de diferentes culturas, especialmente a dos países lusófonos.
Palavras-chave: literatura, obras, influência, culturas, lusofonia, importância, histórias.
Quando falamos de literatura portuguesa e do legado de Portugal, falamos de três aspectos muito importantes: a sua história, a sua cultura e a sua língua. Mas o que esses três aspectos têm em comum? O que faz que cada um dos milhões de obras existentes no mundo seja importante? Em que se diferenciam? Por que são especiais? Mais ainda, quais são as obras mais prestigiosas da literatura portuguesa? Acaso contribuíram algo na evolução da literatura portuguesa?
Trovadorismo: Cantiga da Ribeirinha. Paio Soares de Taveirós. 1189. Cantiga.
O texto mais antigo escrito em galego-português. Conta a história de um período de amor não correspondido que foi inspirado pelo rei D. Sancho e sua noiva. Esta obra foi uma nova forma de apelar à linguagem e aumentar o sentimento da Idade Média.
Humanismo: O Auto da Visitação. Gil Vicente. 1502. Teatro.
A primeira obra de Gil Vicente, que além de dar início ao teatro português foi feita em comemoração ao nascimento do filho de D. Manuel e D. Maria Castela. Trata do controle e perpetuação do poder no início do século XVI.
Classicismo: Os Lusíadas. Luís Vaz de Camões. 1572. Epopeia.
Obra-prima da literatura portuguesa que celebra o povo português e enriqueceu a língua. A primeira epopeia publicada em versão impressa que simboliza a viagem pelos acontecimentos históricos mais importantes de Portugal sendo reconhecida como uma espécie de literatura fundadora do idioma hoje oficialmente praticado em Portugal e em outros oito países.
Barroco: Poemas Lusitanos. Antônio Ferreira. 1598. Poesia.
Coleção de poesias do português Antônio Ferreira, um dos maiores expoentes do Barroco português que escrevia sobre o amor à maneira petrarquista, e a sua vez foi grande apologista do magistério dos escritores sobre a sociedade e da língua portuguesa.
Setecentismo: Marília de Dirceu. Tomás Antônio Gonzaga. 1792. Poesia.
A obra mais emblemática do poeta luso-brasileiro Antônio Gonzaga. Se trata de um longo poema lírico que vai muito além de uma confissão de amor e é um diálogo com os acontecimentos políticos, sociais e artísticos que o poeta presenciou enquanto compunha em parte na prisão antes de seu exílio. Influenciou toda a literatura brasileira, o Romantismo e se tornou em um dos mais importantes clássicos de nossa língua.
Romantismo: Viagens na Minha Terra. Almeida Garrett. 1846. Narração.
Relato da viagem real empreendida por Almeida Garrett de Lisboa a Santarém. Considerada a única obra no Romantismo português pela sua estrutura e linguagem inovadora, e que além disso logrou dar lugar a uma nova liberdade popular nas narrativas românticas.
Realismo: Sonetos completos. Antero de Quental. 1886. Soneto.
Representação da utopia romântica e da introspecção filosófica. Considerada a forma perfeita de identificar um soneto. A importância geral do soneto na literatura, é fundamental porque de uma forma mostra diferentes expressões que falam sobre a beleza de criar temas inovadores.
Naturalismo: Os Maias. Eça de Queirós. 1888. Romance.
Obra fundamental da literatura portuguesa de todos os tempos. Se trata de um romance realista, onde não falta a análise social da época, assim como as desventuras próprias do enredo passional que serve de pano de fundo à história.
Simbolismo: Caminho. Camilo Pessanha. 1920. Poema.
Obra de maior excelência de Pessanha, o expoente máximo do simbolismo português que conseguiu que a compreensão de seus poemas, em última instância, residisse na compreensão de sua particular maneira de ver e revelar a realidade, e em seu estilo. Portanto, sua importância reside no que ele ofereceu à língua portuguesa a traves de sua poesia.
Modernismo: Livro do Desassossego. Fernando Pessoa. 1982. Compilação.
Uma das obras mais representativas da literatura portuguesa composta por mais de quinhentos fragmentos. Apesar de não ter uma ação definida, com princípio, meio e fim é a obra que mais se aproxima do romance e constituiu um marco na literatura modernista.
Agora bem, como é que este conjunto de obras promoveu a evolução da literatura portuguesa para obter o reconhecimento mundial? Pois, cada uma destas obras deixaram na literatura portuguesa um legado graças à forma como influenciaram a história, cada uma delas levando uma maior abertura, intercâmbio, conversação e enriquecimento, além de permitir o desenvolvimento de instintos emocionais, artísticos, acadêmicos, literários e morais; é por todas estas razões que se selecionaram cada uma delas para realizar esta compilação.
Com certeza falar de Portugal é falar de Camões, pois foi o escritor que não só deu a Portugal a sua epopeia mais icônica, mas também deu à nação europeia uma língua que chegou até os nossos dias. Como Camões, Fernando Pessoa seria respeitado como o grande poeta nacional, Gil Vicente também seria conhecido como o pai do teatro, Almeida Garrett seria o principal fundador do romantismo, e Camilo Pessanha seria considerado o melhor poeta do simbolismo. Milhares de histórias, milhões de obras extraordinárias e escritores de todo o tipo, que, apesar de terem nascido em diferentes épocas, têm uma coisa em comum: o seu amor pela arte de escrever influenciou a literatura.
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Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer
Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer.
Parte I - Das perdas tradutórias e da liberdade de se viver sem excessos de adaptações e traduções.
Qualquer pessoa que já estudou ou trabalhou com tradução sabe que em todo processo tradutório alguma coisa do material original é perdido, mesmo com a tradução mais fiel e dedicada. Pode ser algo da forma, do conteúdo, das rimas, do sentido, do contexto, regionalismos, etc. O tradutor basicamente tenta ser o mais fiel possível, priorizando aquilo que acha mais importante trazer do original para cumprir um objetivo e ser direcionado a um público-alvo. Talvez, o sentimento original que um poeta quis passar seja seu foco, talvez seja a forma estilística de uma poesia. Talvez seja a praticidade feita num passo-a-passo de um manual, ou talvez o argumento central e proposições terminológicas de um texto científico-argumentativo. A questão é que sempre algo é perdido já que é transformado, adequado, filtrado, retrabalhado. Por isso um mesmo texto pode ter infinitas traduções igualmente corretas e válidas, trazendo escolhas e detalhes bem diferentes entre si, mas sempre remetendo a algo que existe no original.
Mas o que isso tem a ver com essa humilde página e seus temas “repetidos”? Tudo. Eu me pergunto se todos os lgbts têm esse sentimento/consciência de que somos tradutores quase que em tempo integral de um mundo de simbologias heteronormativas. Nas conversas, no entretenimento consumido, nas mitologias estudadas, em tudo do mundo estamos o tempo todo traduzindo, adequando, retrabalhando e se apropriando dessas coisas e temas “externos” de forma a fazerem sentido e serem aplicáveis à nossa realidade. E isso tem seu lado positivo. Somos realmente muito bons em adaptarmos e retrabalharmos coisas, captando ensinamentos e vivências em quaisquer lugares em que somos colocados. Somos seres de todos os mundos e de nenhum deles por inteiro. “Ah, Sirius, mas todo mundo faz isso”, você diria. Sim, eu concordo, mas será que no mesmo grau e pela mesma quantidade de tempo e aspectos?
O fato é que posso dizer que quando li esses primeiros 10 livros já indicados nos outros posts, pela primeira vez tomei ciência disso justamente por conta da relação com minha formação de tradutor. Mesmo que para discordar ou concordar do que estava sendo dito, pela primeira vez senti que não precisei “traduzir” nada. Nesses livros, era a minha língua que estava sendo falada. De alguma forma, senti como se estivesse recebendo um raio de luz direto no peito que falava comigo por inteiro, revelava minhas asas e desobstruía algumas “máscaras tradutórias” que eu nem sabia que tinha. Senti já pela primeira vez como desobstruísse formas e cores pelo corpo inteiro (ou corpos inteiros). É como se pudesse enxergar ainda melhor sem óculos. Como se tivesse tirado um equipamento de mergulho e respirasse ao vento num campo aberto. Como se alguém me dissesse “somos iguais a você, pode ficar nu e falar na sua língua. Somos sua família, da sua espécie, somos você também”. O mecanismo de tradução, ao menos esse mais ligado ao uso no mundo cotidiano, simplesmente não era necessário. E não é como se eu vivesse me disfarçando, "enrustido" ou nada assim rsrsr (quem me conhece sabe bem). Essa sensação é muito estranha de descrever. Algo como: “ah, então isso vem da minha casa, de um semelhante, e já está escrito na minha língua materna”.
Estamos tão acostumados a traduzir o tempo todo o mundo heteronormativo que muitas vezes nem percebemos ou achamos importante esse tema. Mas, como qualquer professor de línguas diria, consumir e compreender um filme/música/livro direto no idioma original traz uma experiência completamente diferente e única. Você conversa direto com a fonte e recebe muito mais da energia original. Por isso nossas mitologias, produções, espiritualidades, magias, vivências e outras coisas mais são tão importantes. Por isso discutir, concordar, discordar, aprender, repassar e trabalhar coisas escritas POR nós e PARA nós em NOSSOS ambientes e grupos é importante.
Parte II - Da natureza espiritual queer diminuída e apagada e da importância de representatividade real.
Você poderia dizer: “Mas, Sirius, os Deuses estão acima disso, trazer só esses temas é separação e exclusão”. Eu sei que estão, e é justamente por isso que eles entendem onde quero chegar.
Em uma palestra qualquer sobre Dionísio, falarem de Ariadne como sua esposa é quase certo. Alguns podem falar de Ampelos (muitas vezes tratando-o como amigo) e praticamente nenhum falará de Prosimo e de quando o Deus sentou em um falo de madeira para honrar sua promessa de fazer amor com ele mesmo após sua morte.
Toda palestra falará como é lindo, maravilhoso e exemplo o amor de Oxossi e Oxum e como é empolgante e revigorante, mas pouquíssimos falarão de quando Oxossi decidiu passar a vida com Ossain na floresta, mesmo contra a vontade da mãe Iemanjá e com a benção de Oxalá (ainda mais difícil é falarem desse itan com o enfoque realmente homoafetivo porque sempre vão usar que Ossain enfeitiçou ou qualquer coisa do gênero).
É Só digitar nos sites de compras “esculturas de Apolo e” para constatar que será completo com “Dafne” e que você terá um bom trabalho para encontrar material com toda a beleza real do mito de Jacinto e todos os outros homens que Apolo amou (inclusive alguns dizem que ele até preferia homens, assim como Hércules). O mesmo vale para inúmeros outros casais homoafetivos e queers de deuses e heróis transformados em amigos, tendo seus gêneros alterados para a norma, tendo suas histórias apagadas, etc. Sempre reduzindo nossa complexidade de existência e poderes a uma mera questão de “orientação sexual e gênero” quando, na verdade, o buraco é bem mais embaixo e os céus são bem mais altos e lindos.
Ta, mas isso importa? Acredito que para quem não sente na pele essa falta de representatividade do que sempre nos pertenceu realmente não importe. Acredito que para quem já está a tanto tempo traduzindo e retraduzindo que já até esqueceu seu idioma original e se sente realmente feliz em ser simplesmente aceito, tbm não importará tanto assim. Isso me lembra uma das histórias aceitas sobre a fundação da Umbanda quando o Caboclo das 7 Encruzilhadas incorporou naquele fatídico dia no centro espírita e trouxe a reflexão de que basicamente não estavam deixando os espíritos de pretos velhos e caboclos se manifestarem por preconceito e medo. Alguns vão dizer que esses espíritos, no caso dos vovôs e vovós, nem sequer necessariamente eram só negros escravizados, mas que eles vêm como pretos velhos para honrar essas pessoas que tanto sofreram e sofrem. Daí eu pergunto, considerando que meus apontamentos seriam "irrelevantes" porque espíritos "não têm sexo": Os espíritos têm raça? Espírito tem etnia, regionalidade ou é limitado por alguma cultura? Por que o mundo espiritual achou que essa representatividade era importante? Seja lá qual a visão do seu sagrado, ela deve ser minimamente coerente na hora de realmente pensar sobre o que é ou não relevante. Para os Deuses e espíritos, tenho certeza que no mundo deles nada disso interfira muito em sua Luz. Mas para nós aqui na Terra isso importa muito, até porque tenho certeza que há uma série de Deuses e entidades empenhados em reparar e se preocupar com as pessoas Queer. Eu sinto essa presença amorosa e familiar cada vez mais próxima. Todo termo utilizado, toda história escolhida pra ser contada, toda abordagem, toda tradução é uma escolha que serve bem ou mal a um ou outro objetivo ou visão.
Esse tipo de questionamento (o do velho “importa mesmo?”) acaba por perpetuar a nossa invisibilização e a nossa diluição perante aos padrões, normas, cultos, sistemas e simbologias heteronormativas não só dentro da bruxaria ou outras religiões, mas também perante ao mundo. Em qualquer lugar do mundo e em qualquer tempo histórico de grandes mudanças de regência, após a perseguição dos opositores, nós sempre fomos os mais perseguidos logo em seguida. Não existe só a realidade ocidental urbana atual onde as coisas são um pouquinho mais tranquilas para nós, lembremos disso sempre. Nós temos um papel e uma responsabilidade de construir um mundo melhor para nossos filhos e irmãos em nome do que nossos ancestrais construíram para nós. Sejam sanguíneos, adotados ou espirituais. Acredito mesmo que tenhamos uma grande egrégora própria que desejo cada vez mais entrar em contato e começar a compreender de verdade.
Por isso acho importante divulgar o trabalho de bruxos e espiritualistas LGBTs que publicam e divulgam materiais sobre isso. Por isso divulgo e acompanho grupos religiosos e covens compostos por e para membros LGBTs. Seria mesmo mais fácil e mais próspero para eles no meio esotérico/bruxístico falar “o de sempre” sobre “o de sempre” partindo de uma ótica neutra (que num mundo heteronormativo, muitas vezes acaba sendo sentida por mim como pseudo ou semi-inclusiva ou mesmo praticamente heteronormativa) ou decididamente partindo de uma ótica puramente reprodutora de heteronormatividades. Contudo, essas pessoas escolheram dedicar um espaço e um tempo para esse enfoque e remar contra a maré para nos ajudar a acessar esses mistérios. Já admiro demais a maioria dos adeptos da bruxaria por suas naturezas, mas tenho que dizer que nutro admiração mais singular, afetuosa e natural por esses estranhos (queers) rebeldes. Que eu possa pelo menos ser um prego da ponte para instigar ou ao menos conectar uma pessoa que precise/queira acessar a qualquer um desses trabalhos, bruxes, grupos, seres ou Deuses. Para que possamos cada vez mais voltar a acessar e professar o nosso verdadeiro verbo divino sem tantas traduções distorcidas.
Sirius Cor Leonis
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Você tem a pele mais alva que eu já vi, tão branca que encanta e me traz brilho aos olhos.
Você tem o sorriso mais perfeito que um maluco como eu mereça receber, e sou privilegiado por tal!
Você tem a voz mais maviosa que, um dia, já ouvi. Voz esta comparada ao canto matinal dos pássaros.
Você tem a doçura presente em cada gesto, cada olhar e que, através disso, cativou meu ser...
Você tem o que ninguém, até hoje, foi capaz de possuir: o meu Amor!!!
CAMPER
Brasil, 10/07/2020
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Coragem, Vozes Tardias e Repercussões Extraconjungais
Teu corpo é como um faqueiro de madeira Teus olhos são como cupins gastos no tempo Cantando odes aos pigmentos de agulha Me escondo em cores noir A mãe de todas as figuras: Polução auto proclamada O teatro do sonho de corvos Consumindo habituais abelhas Língua tapeçaria Solvendo vozes e angústias Na raiva que inflama o peito Descarado que reside em todo poeta Eu rezo nas frestas dos teus dedos Meu ar quente de possessão Toma-lhe tudo que se esconde Faça-me guerra em qualquer silêncio A alma é ingênua Não entende os deslizes do ego E prostra o corpo como púlpito Colhendo âncoras emocionais Todas as noites eu volto para a catedral que me cospe Me ponho de joelhos e adivinho seu idioma de zinco Astutamente, eu invento meu próprio antídoto Para os venenos mastigados de outros dentes não mentem Nas cores fugazes da tua virilha Eu recito teu nome com maior zelo Atormentando a tua paz por dentro de panos Tal qual, aquela intimidade noturna de outrora O Judas anda na multidão Desdentado, sem mãos e esquálido Acorrentando à uma cruz de plástico Minúscula, peso simbólico de sua coragem...
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#poem#poetry#pierrot ruivo#conhecencia#novospoetas#projetonovosautores#poecitas#poetizador#projetoflorejo#pequenospoetas#liberdadeliteraria#mentesexpostas#projetoartelivre#arquivopoetico#rascunhosescondidos#projetoalmaflorida#projetoverboador#compartilharemos#literatura brasileira#poesia brasileira#projetomardeescritos#projetonaflordapele
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Primeiro livro de Juan Terenzi põe dois idiomas em confluência amorosa
"Fis(s)uras", de Juan Terenzi (Micronotas, 80 páginas), traz versos escritos em dois idiomas dentro do mesmo poema. Português e espanhol se alternam sem aviso. Uma escolha que soa muito natural porque o autor foi criado em lar brasileiro de família argentina.
Terenzi está acostumado à transição orgânica entre os idiomas. Deste modo, tampouco o que se pratica poderia ganhar o nome popular de "portunhol", porque os dois idiomas não se misturam a um ponto de se modificarem. Nos poemas, convivem lado a lado, cada qual ao seu modo.
"Aqui, duas línguas são postas em confluência amorosa. Elas se amam, poderíamos dizer, mas não sem confronto", define melhor o professor e poeta Caio Ricardo Bona Moreira, na orelha da publicação. Esse jogo cria não só uma sonoridade muito própria como a vontade de encontrar os motivos da passagem de um idioma a outro, no fazer dos versos.
No prefácio, o professor e poeta argentino Lucas Margarit destaca que o jogo de idiomas propõe pensar "a experiência como um modo de relação entre palavras". Nessa relação existem as fissuras referidas no título, as fissuras entre os idiomas e também entre o que eles dizem e o que não está no texto, mas por isso mesmo faz parte de seu significado.
SOBRE O AUTOR Juan Terenzi (1982) é doutor em Literatura pela UFSC, com a tese "Linguagem, voz e identidade: Beckett em diálogo". É graduado em Engenharia Química, Letras-Espanhol e Filosofia. Este é seu primeiro livro, e em 2022 ele também lança, pela Micronotas, sua tradução de "Bernat Metge', de Lucas Margarit, a ser publicado com o Programa "Sur" de Apoyo a Las Traducciones do governo argentino.
LANÇAMENTO O lançamento presencial do livro será durante o Pipa Festival - Pela Ilha Literatura Amplificada, em Florianópolis, na sexta-feira à noite (24 de junho), no Manifesto Cultural.
Mas já se pode adquirir a obra diretamente com o autor pelo valor promocional de R$ 35, com frete grátis para todo o Brasil.
Quem quiser apoiar uma livraria independente na compra, já pode encontrar "Fis(s)uras" nas estantes da Banca Tatuí (São Paulo), e em breve na Livros & Livros (Florianópolis) e na Arte & Letra (Curitiba).
Para conferir o resultado desde agora, se pode acompanhar algumas imagens das páginas do livro divulgadas nas redes sociais da Editora Micronotas, bem como uma sequência de leituras de poemas selecionados pelo autor, a serem publicados nos stories do instagram @editoramicronotas .
Mais informações por email: [email protected] ou no blog editoramicronotas.tumblr.com
Contato direto do autor: https://www.instagram.com/jmterenzi/
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CALIGRAFIAS SENSITIVAS > CATARINA GUSHIKEN > GAL OPPIDO
Imagem acima: Akira Ueno
Caligrafias Sensitivas (Os Alquimistas/Editora Reviver,2021) é uma publicação a quatro mãos dos artistas paulistas Catarina Gushiken e Gal Oppido, a primeira pintando no corpo de pessoas e o segundo fotografando-as, suas performances. Obras que permeiam uma série de elementos, principalmente eróticos e sensoriais e que mostram "uma semântica própria", como escreve Julia Bolliger Murari, pesquisadora especializada em arte contemporânea. O resultado é um livro lírico, onde os personagens são tingidos por tons barrocos, assumindo o protagonismo juntamente com as caligrafias, banhados por uma luz íntima e cuidadosa.
Murari conta que "O Japão do pós-Guerra ficou anos sem palavras" e que o artista Yuichi Inoe (1916-1985) respondeu a isso com técnicas inovadoras de caligrafia. Professor de uma escola primária por 40 anos, em 1951 fez sua primeira exposição de caligrafias em Tóquio. Sua técnica consistia também em respingos e no bater dos pincéis, em algo "primitivo". "O sol ainda nascia lá, mas era preciso encontrar novas formas de falar dele, algumas delas que cruzaram oceanos, algumas ferozes, outras implicitas", conta a pesquisadora, o que encontramos explendidamente no fazer de Gushiken para este projeto.
Imagem acima: Catarina Gushiken e Tamikuã Txihi
Um argumento proposto por Murari é que essa escrita corporal talvez seja uma tradição, não no senso estrito, mais uma transcriação, como descreve o poeta escritor e tradutor paulista Haroldo de Campos (1929-2003): "ao tradutor cabe ler e reescrever a informação com os olhos firmados na tradução entendida como crítica e criação." Que ela explica como uma transgressiva recusa a de submeter a um texto preliminar. E de fato os "textos" são aplicados a partir de uma ação que absorve outros componentes importantes como o significado de cada personagem, bem como a performance do fotógrafo que registra a cena, o que de certa forma é incorporado no impulso pictórico da artista.
A linguagem transcrita na pele, pelos gestos e tintas de Gushiken, ora efêmera, ora permanente, uma forma de comunicação não verbal, é paralela a linguagem corporal, que se oferece nestas mesmas condições, com gestos, posturas, expressões faciais, embora lide com uma relação proxêmica, como descreve o antropólogo americano Edward T. Hall (1914-2009), em como as pessoas reagem aos diferentes tipos de espaços culturalmente definidos, no caso aqui, uma distância íntima.
O resultado são retratos com poses formais, mas com conteúdos delicados em suas múltiplas informações propostas por Gal Oppido, que acompanha todo o processo, e que sugerem ao leitor uma observação atenciosa. Imagens que não são preparadas de antemão e que surgem da sensibilidade dos autores, pelo movimento de seus próprios corpos, emanando naturalmente, como me explicou Catarina Gushiken.
Imagem acima: Priscilla Young
Catarina Gushiken quando pequena acostumou-se a uma língua que não entendia, narra Julia Bolliger Murari: "conversas entre seu ojiichan (vovô), Shoei Gushiken, sua obaachan ( vovó) Setsu Uehara e a família situada na ilha de Okinawa, no Japão." O primeiro Gushiken chegou ao Brasil em 1936, no navio cargueiro Arizona Maru e das suas comunicações ficaram os postais escritos em nihongo, a língua nacional japonesa ( de caráter aglutinante), um idioma do leste asiático, falado por cerca de 128 milhões de pessoas. Ela, "traduzia, o insondável, como fazem as crianças, ao criar linguagens próprias por ainda não saberem ler e escrever." Ao rabiscar as letras ou desenhá-las, ouvindo os avós, a artista "encontrou uma expressão sensorial, que falava mais ao inconsciente do que o consciente."
"Sempre fico em silêncio e bem concentrada, ao organizar os materiais, preparar a tinta, os pincéis e colocá-los de forma harmônica no ambiente, que me ajudam a criar um clima propício para começar enquanto deixo a pessoa mais à vontade possível" me conta Catarina Gushiken." Ela ainda procura não falar para não quebrar as sutilezas que podiam ser reveladas pelo corpo. A linguagem expressa na nudez das pessoas, algumas próximas aos autores, outras que encontraram durante o processo e que foram convidadas, e algumas que pediram para participar, além dos dois autores que também posam, são, como ela diz, abstrações caligráficas, desenhos gestuais. Apenas os selos que precedem as sequências tem um nome, como por exemplo, os retratos da cantora e compositora brasileira Lica Cecato, significa "Lua", e o próprio Gal Oppido, signifca "aquele que age", em outra imagem " Sento-me depois de viajar 80 mil milhas."
Imagem acima, Gal Oppido em performance
A tradição da caligrafia no Japão e na China, é uma relíquia ancestral de cunho ritualístico destas culturas, passadas muitas vezes de geração a geração. A ideia da transcrição caligráfica já vem de muitos séculos. Uma das mais conhecidas remete ao nome Sei Shōnagon (c.966-1017), pseudônimo de uma escritora japonesa (de nome desconhecido) e dama da corte da imperatriz Teishi (Princesa Sadako), por volta da metade do chamado Período Heian (a última divisão da história clássica japonesa), aproximadamente ano 1000 d. C, que ficou conhecida pelo livro Makura no Söshi, traduzido livremente como o Livro de travesseiro.
Originalmente O livro de travesseiro diz respeito a um presente para a imperatriz Teishi, um maço de boas folhas de papel para escrever, um artigo de luxo na época, que ela não sabia o que fazer com ele. Sei Shōnagon sugeriu então que o papel serviria para um travesseiro ( na época um anteparo de madeira que podia ter um compartimento para guardar papéis. Ao que tudo indica, era costume no período Heian das mulheres escreverem poemas, cartas amorosas, orações ou mesmo listas de afazeres e guardarem esses papéis no compartimento de seus travesseiros.
imagem acima: a cantora e compositora Lica Cecato
A obra recebeu uma versão cinematográfica: The Pillow Book, de 1996, dirigida pelo consagrado cineasta, escritor, poeta e artista plástico inglês Peter Greenaway. Entretanto o filme é bem autoral, onde a protagonista Nagiko, ainda criança, filha de um célebre calígrafo de Quioto, tem seu rosto coberto de desenhos caligráficos pelo pai e quando adulta, sua vida sexual é marcada por este momento, procurando parceiros que compreendam a ideia entre corpo e caligrafia.
Como em Caligrafias Sensitivas, o filme é uma proposta primordialmente erótica, cuja liberdade criativa é tomada por estes autores, o que também vamos encontrar em outra publicação de Gal Oppido, Intoxicações poéticas da Carne ( N-1 Edições, 2020) que traz uma relação entre autores japoneses como Yukio Mishima (1925–1970) e a tradicional arte das xilografias do Ukiyo-E ( histórias do mundo flutuante). [Leia aqui review em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/635588032308920320/o-paulistano-gal-oppido-%C3%A9-uma-esp%C3%A9cie-de ].
Imagem acima: Victor Kinjo e Eduardo Colombo ( em primeiro plano)
No livro fica explícita a relação metafísica que ocorre entre os artistas e seus modelos, tanto na questão das ancestralidades relacionadas a Catarina Gushiken, que reivindica uma epistemologia pluriversal ao abandonar apenas um único ponto de vista no fazer da sua arte, ou seja todas as perspectivas são válidas, como nas imagens em cruzamento, grafismos produzidos no seu corpo por Tamikuã Txihimulher indígena da etnia Pataxó, ceramista, artista plástica e poeta, e as caligrafias da autora aplicadas no corpo desta, bem como a diversidade de gêneros nas personagens que interagem com a dupla.
Há um entrelaçamento primevo entre os autores, mediado pela arte. Com 21 anos de idade, Gal Oppido, que está prestes a completar 70, já produzia seus desenhos relacionados à cultura japonesa. Era impressionado pelo ritual sintético vernacular daquele país. Sua pintura figurativa também tem obrigações ancestrais, pelo seu pai Giovanni Oppido, artista gráfico e pintor. A fotografia veio depois, mas suas maquinações artísticas ampliaram-se em uma pluralidade vertiginosa, o que carrega um paradoxo, da meticulosidade oriental que supõe-se lenta, principalmente na construção artística, e a velocidade de produção deste autor na sua produção ininterrupta e plural em tantos anos.
Imagem acima: o músico e cantor Edson Cordeiro
"Quando finalizar minhas atividades neste planeta, a Catarina pode rasgar a pele das minhas costas e fazer disso uma peça." Disse Gal Oppido, quando a artista o tatuou. Meses atrás ela havia tatuado toda extensão do seu dorso, de onde surgiu o projeto Caligrafias Sensitivas. De 1970 a 2020, o imaginário do corpo fez parte da produção artística do autor, mas foi a partir de 2018, em um novo encontro entre os dois, "já com instrumentos afinados para criar música com outros corpos." que as memórias das pessoas que posavam se entrelaçam. "elas confiam a nós as histórias ocultas sob a pele" diz Catarina. "Escrevo na pele tudo que precisa ser curado. Ele captura, eterniza o que deve ser liberado pela imagem..."
Imagens © Gal Oppido Texto © Juan Esteves
Ficha técnica básica:
Autores: Catarina Gushiken e Gal Oppido
Editora: Editora REVIVER/ Os Alquimistas
Editor e Curadoria: Anderson Endelécio
Textos: Julia Bolliger Murari
Direção de Arte/Conteúdo e coordenação do projeto: Giovanni Tabolacci
Edição Bilingue Português/Inglês
Impressão: Gráfica Ipsis, em capa dura e papel Couché, 170g
O livro pode ser adquirido pelo site. www.editorareviver.com
* infelizmente algumas imagens do livro não puderam ser reproduzidas devido a censura desta plataforma.
* nestes tempos bicudos de pandemia e irresponsabilidade política com a cultura vamos apoiar artistas, pesquisadores, editoras, gráficas e toda nossa cultura. A contribuição deles é essencial para além da nossa existência e conforto doméstico nesta quarentena *
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Nicole Liang
22 anos, estudante de literatura
Dormitório: Sim. Período: 3º. Clube: Música. Intercambista: Sim ou Não. Nacionalidade: Galesa. Etnia: Chinesa. Idade ooc: +18. Temas de interesse: Angst, Crack, Fluffy, Friendship, Romance, Shipping, Violence, Smut, Todos. Faceclaim: yiyeisabella. Mewe: /yushen_nicole
Background
Zhenwei e Ruohan eram namorados desde o ensino médio, o relacionamento perdurou por toda a vida acadêmica até que chegassem a vida adulta e finalmente casaram após finalizar a formação. Mesmo depois de tantos anos juntos, o casal era mais do que apaixonado e vibravam com a conquista na carreira de cada um, Zhenwei que se formou em literatura havia se tornado um grande poeta e professor conceituado na área de escrita criativa, enquanto Ruohan fazia seu nome como uma das melhores musicistas do país. Foi no início dos anos 90 que a família Liang rumou em direção ao País de Gales para viver em contato com a forte cultura e artes do local. A vida do casal era confortável com uma conta bancária de dar inveja mas eles optaram pela simplicidade e a vida na natureza, com tantos sonhos se tornando realidade, o maior de todos tomou forma em 1999. O nascimento de Nicole foi um marco importante e uma data que jamais seria esquecida por eles.
A infância da garota foi a melhor possível, tinha tudo que precisava e a liberdade em casa fora vital para o seu desenvolvimento. Foi com o pai que tomou gosto pela leitura, por quebra-cabeças, escrita e mágica, seu momento preferido do dia era quando o progenitor passava um tempo consigo fazendo alguma das coisas que ambos adoravam e essa ligação especial criou um laço inquebrável e único que nenhuma outra pessoa poderia substituir. Foi com a mãe que aprendeu a amar a música, a tocar suas primeiras notas no piano e cantar sua música preferida baixinho enquanto adormecia no colo dela. E foi assim que seguiu por toda a sua infância, acreditando no amor, na mágica, na música e na literatura.
Nicole sempre foi animada, falante, estudiosa, interessada em aprender novos idiomas e com facilidade para fazer amigos, mas sentia dificuldade em expressar tantos sentimentos e usava a escrita acompanhada do piano como seu refúgio para tais pensamentos. Durante a adolescência, uma colega de classe comentou sobre estar desmotivada e foi nessa época que passou a usar seu talento com a escrita para escrever pequenos bilhetes e espalhar pela escola para fazer as pessoas sorrirem, dar força e ficava muito feliz ao escutar outras pessoas comentando sobre os bilhetes, esse era seu propósito e agora só precisava trilhar o seu caminho para trazer um pouco de cor ao mundo cinza.
Quando chegou o momento de escolher qual universidade iria, visitou diversas junto da família mas nenhuma em Galês parecia lhe chamar atenção. Em uma busca pela internet encontrou a Yushen que encheu-lhe os olhos, uma universidade no país natal dos pais e a poderia trazer inspiração e grandes conhecimentos devido ao ensino de excelência e após uma conversa sincera, a família Liang aprovou a ida de Nicole para China. Depois de prestar o vestibular e finalmente conseguir uma vaga na universidade, o curso escolhido foi a literatura - obviamente - e optou por participar do clube de música para não abandonar nenhuma de suas paixões e nem os velhos hábitos.
Nicole agora espalha bilhetes pelo campus e deixa flores dentro de livros para animar e encorajar os colegas que passam por uma semana difícil assim como ela. Esse era o momento ideal para estar em busca de se conhecer mais, sair um pouco da zona de conforto e aproveitar os melhores anos da sua vida como nenhuma outra pessoa havia feito.
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@hyakunenhyakkiyakou asked: "Escuta aqui, 'nosso' marido tem preferências por quem tem mais rabos e, sendo honesto em um idioma entendível: 'com graça e beleza de um poeta dançarino maculado pelas mazelas desse mundo flutuante que resulta nas cicatrizes de um guerreiro'. E ter pêlos laranja ajudam, você deveria tentar." (Eu só loguei aqui pra me juntar ao barraco. Tsuki só veio fazer meta por puro crack, já vou sair...)
”Olha só, não tem nada de ‘nosso’ aqui, eu não sou comunista e não pretendo dividir o meu Kojima com você.” Não tá dando a mínima para todos os outros argumentos, na verdade, está lixando as unhas para deixar elas bem afiadas. “Laranja... Pff... Até parece, me leve para o inferno mas não substitua os meus pêlos maravilhosos.”
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O Amor do príncipe
Dedico à Rita; já que recusou todos os meus presentes e que nunca lerá nem uma única linha disso.
Receio e ansiedade.
As palmas de minhas mãos suavam e meu estômago parecia encolher. Comecei a sentir pavor! Arrependimento! Sim. Com certeza sim.
Onde eu estava com a cabeça, quando me meti a vir para a Escócia?
Escócia… A terra para além da grande muralha. Muralha que no passado, tecido de memórias ainda muito pulsantes, demarcava a fronteira entre o mundo civilizado e o não civilizado. Para mim, existia nisso um teor romântico. O.K. Mas também, eu sentia o vivo temor de algo indefinido…
Por que fui cabeçuda, como sempre, e não aceitei aquela dose de whisky durante o voo?
“Nunca havia imaginado em meus sonhos mais loucos que algum dia pudesse conhecê-lo pessoalmente, Bob…”.
…Mas, dizer-lhe isso seria bobo demais! Para ele deveria ser de uma obviedade cansativa. Já deveria ter escutado falas desse tipo tantas vezes, através da boca de seus fãs...
Não, não e não!
Deveria garimpar na cabeça algo mais apropriado. Seria melhor um cumprimento polido que pegasse bem, ou eu poderia me complicar de saída! O “bacana” era um legítimo filho das Highlands escocesas. Um dos notáveis, embora historicamente relutantes; súditos da Rainha! E eu, não custava lembrar, estava a trabalho. Nada de forçar aproximações, portanto. Esses ingleses não são tranquilos com protocolos, pelo o que ouvi. E com os scottish é melhor não arriscar. Be professional, Claudia. Just be professional. “Faz bem a saúde e conserva os dentes”. Como dizia minha avó!
Ali estava eu: Trêmula e desajeitada, desembarcando naquela cidade antiga que fora talhada ao leste e abraçada pelas águas. Com o seu ar entre o romântico e o gótico e um espírito entre o conservador e o moderno. De um céu tão amplo e de nuvens tão altas que eram de tirar o fôlego.
Acho até que me sentia um pouco sem fôlego devido o nervoso e a altitude. A altura, aliás, só enriquecia a beleza daquele cenário.
O ator Robert Wolk mcKennan decerto, desde muito jovem, teve sua sensibilidade dramática despertada ao crescer em uma cidade repleta de fachadas tão monumentais que exalavam histórias de invasões, batalhas mortais e o espírito de heróis.
Tudo engastado nas alturas rochosas de um país açoitado por um mar gelado e temível!
E aquele céu… Aquele céu de um azul luminoso, rendado por nuvens violeta e ouro… Pensei, com a mais absoluta certeza, que quem não se tornasse ator ou fotógrafo, se tornaria poeta. Talvez todas as outras opções possíveis. Era bem possível!
Não confiava na eficiência do meu celular capenga, mas quando finalmente cheguei, fui logo procurando saber se havia algum recado e conferindo meus e-mails. Estava tudo certo, programado e confirmado: A sessão de fotos seria na tarde seguinte, depois de um almoço importante, do qual eu não participaria! Mas antes, haveria uma entrevista em que o astro falaria do sucesso estarrecedor de seu personagem no seriado de TV americano.
Isto seria em um talk show matinal local.
Nossa equipe deveria estar militarmente a postos, pois as fotos de Robert Wolk seriam externas e feitas em sua propriedade de alguns hectares. Eu não imaginava quantos…
Assim desejava o ator e seu agente concordara, admitindo que desse modo tudo teria um ar “mais escocês”. Faça-se sua vontade, prá variar então, senhor riquinho...
Alegaram naquela última reunião da agência que era uma oportunidade de apresentar Robert em sua própria casa, em seu próprio território; a Escócia. Algo bem distinto das matérias feitas no contexto da América, por outros jornalistas que não tiveram essa chance. Eu, por minha vez, só rezava aos druidas e aos espíritos dos guerreiros celtas para me fazer parar de tremer e que não chovesse de jeito nenhum! Todo mundo disse que naquelas regiões altas as precipitações eram mais certas do que cobrador de boca de fumo...
Se eu não parasse de tremer ia gastar a última gota de glicose na minha corrente sanguínea. Não tinha comido nada por doze horas. A comida no voo parecia boa, mas, estranhamente, não me descia nada. Apenas água. Mas o voo não ajudou muito com turbulência, choro de criança e um sujeito do meu lado assistindo pornô nível hard. No mínimo constrangedor. Ninguém mudou de lugar comigo...
Finalmente a chegada ao simpático hotel.
-Esses “Mohamed”! Estão se proliferando por toda a parte!
Quem disse isso foi uma mulher com sotaque francês que me olhou de cima abaixo e com ar de desprezo. Estava ao meu lado, apoiada na bancada de granito da recepção. Ela havia falado “Mohamed”, eu entendera perfeitamente bem. Julgava que eu fosse procedente de algum país islâmico, pois, provavelmente, ao me escutar falando ao telefone em português, a idiota achou que eu falava em árabe. Ao lado dela, um sujeito deu uma risadinha maldosa nojenta e disse:
-São piores que os negros... Mas pelo menos, esses aí não são ladrões!
-Podem ter as mãos cortadas, cherry! -Arrematou a mulher, pegando o cartão da mão do gerente.
A mulher e o sujeito concordaram, foram saindo e seguiram falando entre si, apenas em francês, idioma que eu compreendia muito pouco.
-Lamentamos por isso, senhorita... Vamos chamar a polícia, agora mesmo. -Avisou-me o gerente, enquanto que os dois se afastavam.
Concluí que não seria uma boa ideia desencadear um barraco. Não quando poderia comprometer o meu trabalho.
-Não. Por favor; apenas me aloje numa ala em que eu não enxergue mais essas pessoas!
Da próxima vez não esquecer de trazer spray de pimenta e umas bolinhas de gude certeiras. Dessas que se usa pra derrubar cavalariano em protesto de rua. Seria a glória dos céus assistir àquela biscate cair de bunda no piso polido.
Dia seguinte. Fui até a residência de Robert junto com a equipe preparar o set. Ninguém com cara de muitos amigos naquela parte da casa. Os empregados pareciam saídos de uma produção do passado. Nada de sorrisos e nem simpatia. Todos brancos. Significando brancos, muito brancos! Cabelos alaranjados ou de tom avermelhado. Rostos invariavelmente com sardas até que bem bonitinhas. Uma lufada gelada chegava de vez em quando e dava uma sensação pouco hospitaleira. Como a de uma presença meio inquietante.
Tudo em pedra, tudo amplo. Algumas tapeçarias onde uma, em especial, chamava a atenção. Ela formava um tríptico com a imagem de três damas às voltas com um unicórnio. Uma das damas, em pé, lhe dava o que parecia ser uma maçã, outra penteava a própria cabeleira olhando a cena de um balcão e parecendo pouco interessada; mas isso todas as representações de mulheres da nobreza parecem. Quanto à terceira; estava sentada sobre um manto cercada por flores multicor, coelhos, e rolinhas, enquanto dedilhava um pequeno instrumento de cordas.
-O que achou dessa obra, senhorita a... Qual é mesmo seu nome?
Quem me abordava, em meio a meu devaneio pictórico, era uma bela mulher de presença suave e cabelos vermelhos. A própria primeira dama em carne e osso. Um pouco mais de osso do que carne, mas de presença bastante intensa. Um ar safado no fundo dos olhos. Uma boca meiga e voluptuosa. Robert tinha um gosto e tanto! Quem aí gosta de mulher? Eeeeeuuu!
-Ah. Oi. Me chamo Claudia. Você deve ser Caroline Greensberg, pois não?
-Sim. Acertou em cheio. Bem vinda a nossa casa, Claudia. – estendeu-me a mão fininha e meio fria. -Embora essa seja a parte antiga, temos expostas aqui peças de arte muito raras. Você é artista pelo que sei, não é?
Aquela malandra andou olhando meu portfólio. Muy bien, muy bien rapariga guappa!
-Todos somos artistas, não tenha dúvida Caroline. Mas sou a assistente de produção oficial desta edição. -Nem era grande coisa. Mas eu não queria dar muita explicação. Ficar num loop teorizando quem era artista, quem não era artista, o quê é arte, mercado de arte. Mas não tinha muita saída. –Essa obra é fascinante. Parece trazer um significado ocultado nela. Sou apaixonada por gravuras do medievo também. Essa tapeçaria me levou para algum território do sonho.
Sorri. Ela se aproximou mais e pude sentir seu perfume me invadindo. Ela apenas falou: - Temos uma pequena coleção de gravuras medievais também. Talvez em algum momento eu possa mostrá-la a você?
-... Cê que sabe.
Um belo final de manhã; embora bastante frio! Sessão turbulenta de autógrafos. Movimentação.
A entrevista de Robert Wolk, no talk show matinal, havia tido a audiência e o sucesso esperado! Os telefones da emissora local não paravam, a ponto de as linhas ficarem congestionadas. Em meio ao burburinho de pessoas, encantadas por Robert Wolk; braçadas de flores, microfones e flashes intermináveis; mal alguém conseguia avistar o topo da cabeça loura do ator, agitada como um sinalizador.
Depois de mais flashes, gritinhos de fãs, uma música barulhenta dos infernos competindo com os auto falantes da guarda civil e mais alguns quepes de policiais esbaforidos pisoteados; formou-se um comboio até o restaurante onde se encontrariam Robert, alguns da imprensa, incluindo Graham e um conhecido produtor. O espaço havia sido reservado e não poderia ser diferente.
Na entrada o mesmo suplício e a verdadeira febre que tomara conta da cidade esperavam por ele já na rua do restaurante.
Eu recebi a orientação de aguardar no vestíbulo, assim que meu trabalho de preparar o set na residência de Robert estivesse concluído. Mas, ao chegar, preferi ficar do lado de fora do restaurante. Não me senti vestida muito apropriadamente. Óbvio que não me agradava nada estar ali, como uma subalterna, enquanto meu chefe compartilhava da mesa de Robert Wolk, apreciando o blend perfumado do melhor whisky e um vitelo, marinado com ervas típicas da região! Ai, ai.
Eu, mais uma vez, me contentava com um sanduíche que surrupiara no café da manhã do hotel. Mas, era sempre assim que se estabelecia o joguinho perverso das hierarquias. Justamente por aqueles que não possuíam tanto talento, mas se dedicavam a tecer fortemente bem as redes de poder. No caso em questão: meu simpático chefe Graham era quem estabelecia essa rede.
Eu possuía, já há um ano, o título honorífico de “apenas uma auxiliar”! Embora Graham espertamente soubesse ser eu capacitada demais para ser simples “auxiliar”, pois ele apreciava disfarçadamente minhas ideias e soluções na edição de imagens da revista, comprazia-se silenciosamente com minhas sugestões para capas que acabavam sendo destaque e com minha sutil contribuição na compilação de textos criativos que chamavam leitores. Teria ele um certo medo secreto de que outra pessoa dominasse melhor os assuntos, fazendo-o parecer despreparado? Ainda mais sendo uma mulher? Não era de duvidar. Talvez não tenha achado “conveniente” manter-me muito próxima a Robert também.
Eu já sabia que as coisas seriam assim. Poderia ter ficado fora desse projeto envolvendo o ator Robert Wolk, mas tenho que confessar: Eu era mais uma de suas fãs. E Graham sabendo disso, pois fuxicou as minhas redes, citou a matéria “displicentemente” em uma das reuniões da revista, há um mês atrás. Ele sabia que meu toque artístico estaria cem por cento ligado nas sugestões para a escolha das melhores fotos de Robert. O que faria certa diferença no acabamento e edição das imagens.
Aturar a boçalidade de Graham seria a prova mais cruel de todas as que já passaram na minha vida, mas considerei que poderia ser válida para ter a oportunidade de conhecer pessoalmente Robert Wolk e vislumbrar de perto aqueles olhos de um azul do gélido mar do norte... Com a expressão que sempre me intrigou desde a primeira vez que conheci o trabalho daquele ator... Tinha algum mistério neles. Ou era coisa da minha própria cabeça.
Duas horas da tarde. Resolvi entrar; havia esquecido as luvas no set da propriedade e minhas mãos congelavam. As conversas dos machos deveriam girar em torno do rúgbi, de piadas sobre ingleses, -lembrei que alguns dos jornalistas eram ingleses- e indiscrições picantes de coxia; como sempre. Peguei essa, peguei aquele! Tudo regado com um vinho de excelente safra e com o prestimoso atendimento de um maitre experiente e de atenciosos garçons. Gorjetas gordas. Por que não? Mas com a conta, provavelmente, sendo cortesia da casa… Pelo menos no Jet set as coisas costumavam ser assim!
Estavam, até que enfim, de saída! Aquele almoço certamente resultou em boa coisa. Todos riam. Dizem que o whisky escocês é o melhor do universo. Não duvido...
Minhas pernas fraquejaram.
Robert Wolk…
Fascinante!
Vestia jeans escuros e um pullover negro de lã acetinada que destacava magnificamente sua tez com seus cabelos de um dourado suave; extremamente claro.
Era um homem majestosamente alto. Atlético. Deveria ter mais de um metro e oitenta. Minha impressão, sem exagero algum, era a de que eu estava na presença de alguém verdadeiramente incomum.
Aquele homem criava uma atmosfera que encantava. Era como se uma corrente de força compelisse todas as pessoas. Assim como sua bela e antiga cidade, Robert Wolk possuía marcas e mistério impregnados na própria alma. De alguma maneira, percebia-se isto; através de sua atitude única e segura. De sua risada sonora. Dos gestos. Do olhar direto que intimidava e provocava. Como o olhar de quem lança sortilégio.
-Quem é essa moça?- Perguntou com sua voz inconfundível olhando em minha direção.
-Ninguém importante em Hollywood , Bob. Show must go on, meu amigo! Apenas Cláudia Drury. Assistente de produção. –Se apressou Graham. Estava rindo, mas contrariado em ter de dar explicações a respeito de minha desalinhada figura.
Robert pareceu impaciente e virando as costas para o seu grupo de cavalheiros bem vestidos e bem alimentados, aproximou-se de mim! Atingiu-me com um perfume que recordava fumos exóticos ou o amadeirado de antigos carvalhos; não sei dizer ao certo, mas que me estimulou um tipo de memória muito sutil e imprecisa.
Sua silhueta masculina, grande, segundo minha própria perspectiva, encobriu minha visão de tudo o mais que estava à volta. Com delicadeza, aprisionou minha mão entre as suas; olhando-me nos olhos, e a beijou. Senti o roçar de sua barba rala, imperceptível de tão clara; e o calor úmido de seus lábios sobre a pele fina de minha mão. Seus olhos cravados nos meus. Eu nem acreditava. Pensei que ele estivesse brincando comigo. Ele agia como em uma cena captada em um filme. O contato demorado de seus lábios, o olhar direto que me desnudava; tudo parecia uma cena.
-Estou profundamente chateado por ter sido privado de sua companhia durante nosso almoço, Cláudia.
Aquele timbre de sua voz era o que se podia chamar de… Cativante? Eu nem sabia a palavra para descrever.
Tinha um sotaque mais carregado do que o de seus filmes, porém, muito, muito charmoso.
Uau!
Para onde eu estava sendo transportada através do feitiço daquela voz e daquele olhar, era um mistério que pouco me importava. Só o que sentia era um empuxo magnético em meu estômago, que me fazia corar sem conseguir despregar meus olhos daquele olhar feito de um indescritível azul… Seu olhar para mim era direto, intimidador até, mas pleno em cortesia. Para Graham, porém, virou-se e lançou um inquisidor e que beirava à ferocidade.
Demonstrou sua franca insatisfação por minha ausência naquele almoço, alteando a voz, que soava como trovão e questionando-o desafiadoramente.
O clima pesou. Era como a súbita formação de uma tempestade:
-… E O TIPO DE CANALHA QUE TRATA UMA MULHER ASSIM MERECE É UMA BOA SOVA!
Eu tive a visão clara de que Graham seria esmurrado a qualquer momento. Seria bom...
Graham, por sua vez tentava sorrir, meio sem jeito com um ar culpado que dava aflição, fazendo uma torrente de alegações. O que, a meu ver, só piorava tudo. Homens sendo homens, como sempre. Ainda mais com o whisky enfatizando a que veio...
Não sei por que me encarreguei de tentar acalmar a disposição hostil de Robert. Tentei puxá-lo e dizer que não precisava se preocupar, pois que eu estivera às voltas com a organização do set, e que do contrário, não teríamos tempo para aproveitar a luz natural no momento das fotos, etc. E que afinal de contas eu já era habituada com esse ritmo de trabalho blá, blá, blá.
Eu queria era arrancar meus cabelos!
Robert voltou-se para mim. E eu congelei.
Manteve mais uma vez minha mão presa, agora firmemente, entre as suas e não me deixou impedi-lo de beijá-la novamente. Encheu o peito e sentenciou: - Pois então decido que “você” fará minhas fotos, Cláudia!
Era só oque faltava! Que homem melodramático! Ele não via toda aquela gente em volta e o vermelhão tomando conta da minha cara? Como ele podia dar um show daqueles ali? Acho que muitos pensaram ser golpe publicitário para alguma nova produção cinematográfica.
Deus! E ele foi enfático! Este “Decido que você” era como um decreto real. Ninguém, ninguém mesmo ousou questionar; embora as caras dos jornalistas tivessem caído, e também, principalmente, a cara de Graham.
Prato farto para os fotógrafos!
Eu sentia as bochechas em fogo cada vez mais, mas antes que eu ou Graham pudéssemos dizer ou fazer qualquer coisa, Robert puxou-me para perto de si. Enlaçou seu braço com o meu, à maneira dos antigos cavalheiros, e foi me conduzindo solenemente junto dele para longe do restaurante!
Começou a dar passadas largas que para mim não eram muito fáceis de acompanhar. Aquilo foi de apavorar! Eu não conhecia aquele homem, não sabia o que estava acontecendo. Tive vontade de protestar, mas minha voz trancou.
Seguranças guarneceram nossa passagem. Entramos em um dos carros, onde o motorista, que já estava a postos, logo arrancou sem fazer pergunta alguma!Senti-me estranha, naquele momento. Como se tivesse sido raptada? Artistas do show bis sempre pareciam birutas. Robert não era uma exceção!-Caraca! -Foi tudo o que consegui dizer.Robert estava sentado diante de mim, acomodado confortavelmente como um felino, cheio de preguiça. Tive medo de que ele pudesse fazer algo contra mim. Não confiava tanto assim. Podia ser artista e famoso, mas se tratava de um homem. Ele sorriu me olhando e sem pestanejar, falou:-Gosto de você!Falou desferindo as palavras, me encarando diretamente.-Robert, isso está esquisito. Acho melhor me deixar voltar. -Respondi eu: - Esqueci meu “tarja preta”! -E comecei a rir sem parar e sem saber por quê.Ele manteve-se me encarando firmemente com ar questionador. Uma das sobrancelhas arqueadas, exatamente com a mesma expressão daquele centurião que ele interpretara, tão magistralmente no seriado e cujo vídeo eu assistira milhões de vezes!Eu estava nervosa. Para variar minhas mãos suavam frias! E fiquei imaginando se conseguiria tomar o controle da situação. Obviamente que não!Robert Wolk era o astro. O temperamental. Aquele que me arrebatava da realidade contida e pré-estabelecida, diretamente para os labirintos do asilo Arkahan!O carro começou a deslocar rápido. Tive um sobressalto.Ele tocou minha mão levemente:-Hei… Tudo está bem…Tudo estava bem? Não. Não estava bem. Pra mim não!
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