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#meninas mal comidas
sunnymoonny · 11 months
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BALLET - JJH
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ninguém me tocaaaaa
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Sexta feira.
Esse era um dos dias que Jaehyun levava sua pequena para a aula de balé. Ver sua filha de apenas três anos adorar o que fazia, e ainda agradecer ao papai toda vez que uma aula terminava, não tinha preço.
A pequena fazia balé toda segunda, quarta e sexta, logo após a escolinha. Jaehyun via prazer em sair cansado do trabalho e esperar a menina terminar cada passo belamente.
Só que não contava que, levando sua menina para as aulas, atrairia tantos olhares de outras mães ali. Sempre saia com sacolas de comida e doces que as mulheres levavam para o presentear.
Jaehyun vivia escutando suspiros e frases toda vez que chegava no local.
"Ele é lindo e ainda trás a filha pro balé...quem não iria querer um homem assim?"
"Fiquei sabendo que ele repete os passos com a menininha todo dia para ela não esquecer."
"Será que ele é casado? Adoraria ser a nova mãezinha da criança."
E aquele, era mais um dos dias em que era incrivelmente bajulado pelas mães.
"Jaehyun, trouxe esse bolo de cenoura com chocolate que sua menina vai amar, e claro, você também." Uma moça, que parecia ser da idade dele, se aproximou.
"Obrigado, tenho certeza que a Yuna vai amar." Disse pegando a sacola com os potes de bolo da mão da mulher. "Agora se me der licença, eu preciso me sentar."
"Ah claro, perdão."
Jaehyun se sentou nos banquinhos do Studio de balé, olhando através do vidro sua menininha repetir os passos da professora.
Aliás, esse era um dos motivos para Jaehyun sempre ir as aulas.
Não o entenda a mal. O homem havia se separado da mãe de Yuna há anos, desde então, havia se dedicado totalmente a criança. Jaehyun ia ver sua filha também, era apaixonado pela menininha. Mas ao mesmo tempo, a professora, no caso você, era um colírio para os olhos.
A forma como se vestia, como tratava as crianças e especialmente sua filha era incrível. Cada vez se via mais atraído pela mulher.
Saiu de seus pensamentos quando finalmente a aula acabou, vendo a você abrir a porta da sala e chamar cada criança quando via o responsável da mesma, por ordem alfabética. Como sempre, Yuna sendo a última.
"E aí? Como ela foi hoje?" Perguntou nervoso, se sentia sempre assim perto de você.
"Como sempre, incrível, Sr. Jeong. Yuna é uma menininha muito inteligente." Você sentiu a menina te abraçar pelas pernas.
"Obrigada, tia." Escutou a menininha dizer. Agradeceu a mesma e se virou para Jaehyun. Que olhava a cena com corações nos olhos. "Vamos, papai?"
"Já já amor, posso conversar com a titia primeiro? Pode brincar com suas amiguinhas." Viu a criança concordar e sair saltitante em direção as colegas de classe. "Então..."
"Então?" Você repetiu a fala de Jaehyun. "O que quer falar comigo, Sr. Jeong?"
"Corta essa de 'Sr.Jeong', me chama pelo meu nome. Você sabe que eu prefiro." Jaehyun disse, vendo seu rosto ruborizar. "Tá linda hoje, sabia?"
"Jaehyun..."
"Tô falando sério, não só hoje, você sempre tá linda..." Jaehyun se aproximou de você, se apoiando no batente da porta em que você estava encostada.
"Jaehyun, você sabe que eu não sei o que responder quando você me elogia...tem como parar? Só um pouquinho." Você disse com um sorriso no rosto, gostava da situação, só não sabia como se portar diante da mesma.
"Se você aceitar jantar comigo hoje à noite, talvez eu pense em parar." Disse olhando você de cima a baixo.
"Jantar? E aonde seria?"
"Se você se sentir confortável, poderia ser lá em casa. A Yuna vai estar também...o que acha?"
Você ponderou por alguns segundos, logo concordando com o mais velho.
"Seria um prazer, Jaehyun"
________
Você ajeitava seu cabelo, aguardando em frente a porta da casa de Jaehyun. Escutou um 'já vai' rápido de Jaehyun e alguns gritinhos de Yuna logo após, estava ansiosa pelo o que poderia vir.
"Você realmente veio." Jaehyun disse assim que abriu a porta. Você não pode deixar de notar as vestimentas e o cheiro incrível que o homem exalava. "Pode entrar, a Yuna tá na cozinha."
Entrou na casa relativamente grande. Não deixou de reparar na decoração minimalista misturada com brinquedos da menina da casa.
"Desculpa pela bagunça, a Yuna decidiu tirar todos os brinquedos do quarto dela só pra mostrar para você." Jaehyun segurou em seus ombros e te levou até a sala da casa, te fazendo sentar no sofá, sentando ao seu lado logo após.
Você estava nervosa. Era a primeira vez que estava na casa do mais velho. Mesmo depois de várias investidas do mesmo, finalmente você estava na casa dele. Desde que Yuna entrou em seu Studio de balé, Jaehyun sempre te olhou de forma diferente, e você, sempre percebeu. Mas também, você não estava muito diferente dele. Desde o primeiro dia se sentiu encantada por ele, vendo o carinho que tinha com a filha e como toda aula Jaehyun fazia questão de filmar e bater palma toda vez que sua menina aprendia algo novo.
"Vamos jantar? Preparei uma comida incrível e comprei um vinho que tenho certeza que você irá adorar." Jaehyun se levantou e segurou sua mão, te levando até a cozinha.
Chegando lá, o cheiro da comida se vez presente em seu olfato, fazendo seu estômago pedir por aquela comida. Yuna estava sentada na cadeirinha especial para ela, segurando o garfo que Jaehyun havia comprado também especial para ela.
"Tiaa." Yuna exclamou, estava animada por ver uma pessoa que gostava tanto em sua casa. "Você veio comer?"
"Seu pai me convidou. Vou comer um pouquinho, sim." Disse para a criança, que bateu suas mãos uma na outra, com um sorriso no rosto.
Se sentaram a mesa, Jaehyun serviu os pratos e o vinho, sentando a sua frete logo após.
" Depois me diz o que achou, fiz especialmente pra você." Jaehyun disse, pegando a primeira garfada da comida e colocando na boca.
Você repetiu o ato logo após, aproveitando e ajudando Yuna a fazer o mesmo, sentindo o olhar de Jaehyun sobre você.
"Está muito bom, Jaehyun, de verdade." Você disse, tomando um gole do vinho, sentindo o sabor docinho descer pela sua garganta. " O vinho também é uma delicinha."
"Eu quero um pouquinho." Yuna disse, esticando os bracinhos.
"Não pode, meu amor. Essa bebida é só para os adultos, ok?" Jaehyun disse para a menina, entregando um suco de uva para a mesma logo após. " Pode tomar esse aqui, mas lembra que só depois que comer tudinho."
Você olhava para a cena encantada. Achava lindo o carinho que Jaehyun tinha pela filha.
Passaram o jantar juntos, escutando histórias e mais histórias de Yuna e o mundinho dos brinquedos dela. Jaehyun te olhava de minuto em minuto, vendo como cada coisinha que Yuna falava te fazia reagir de alguma forma. Era como se Jaehyun pudesse ver aquela cena e presenciar a mesma todos os dias, e de fato queria. Por isso, assim que terminaram o jantar, Jaehyun fez questão de colocar Yuna para dormir, dando em conta que a menina já coçava os olhinhos e falava mais embolado a cada segundo que passava.
"Coloquei a princesa pra dormir." Jaehyun disse, voltando do quarto da mais nova para a cozinha, onde te viu lavando a louça. "Ei ei ei, pode saindo."
"Qual foi, Jae. Você já fez o jantar, deixa eu lavar a louça e..."
"Você me chamou do que?"
"Ahm, chamei de Jae...por que?"
Jaehyun não iria falar em alto ou bom som, mas aquilo havia mexido com o emocional do mesmo. Sua voz melódica chamando ele por um apelido era demais para o coração fraco de Jaehyun por você. Por isso, sem ao menos falar uma palavra, Jaehyun desligou a torneira e te puxou para um beijo.
Você não sabia o que fazer por alguns segundos, porém, quando se deu por si, já estava retribuindo a ação do outro. O beijo era lento, gostosinho, um jeito que você nunca havia experimentado antes.
Jaehyun te segurou pela cintura, fazendo você sentar sobre a mesa, essa que se localizava do outro lado da pia. As mãos do homem passeavam pelo seu corpo, os lábios sugavam os seus com possessão, parando de vez em quando apenas para olhar para você através dos cílios longos. Com as festas coladas, respirações descompassadas, Jaehyun se deu o trabalho de finalmente falar.
"Me chama de Jae mais uma vez e eu te faço minha aqui em cima mesmo." Se referiu a mesa, essa que com toda certeza aguentava o peso dos dois. "Eu sou louco por você desde que eu te vi no primeiro dia de aula da Yuna. Me dá essa chance de te chamar de minha, por favor!"
"As mães das outras alunas vão cair em cima de mim..."
"Foda-se elas, eu só quero saber de você." Jaehyun disse e voltou a beijar seu pescoço.
"Então tá bom...Jae."
Aquele era o fim para Jaehyun.
________
"Eu trouxe essa palha italiana, fiz ela junto com minha menina, se quiser, podemos nos juntar algum dia e fazer esse doce com nossas meninas, o que acha?" A mesma mãe da semana passada chegou em Jaehyun, entregando um pote recheado do doce.
"Olha, eu agradeço muito mas..." Jaehyun tentou falar mas foi interrompido novamente.
"Então, se agradece tanto, toma aqui meu número, vamos marcar uma saidinha, o que acha?"
"Atrapalho algo?" Você se aproximou da cena, vendo a mulher te olhar de cima a baixo, ainda desinformada sobre o que estava acontecendo.
"Oi tia, tudo bem? Estava conversando com o Jaehyun, estamos marcando de nós encontrar, sabe? Com nossas meninas e..."
"Acho que isso não será possível, não é mesmo, amor?" Perguntou para Jaehyun, que te olhou com os olhos arregalados. Aquele era um novo lado seu.
"Amor?" A mulher perguntou, confusa com a situação.
"Ah, esqueci de me apresentar corretamente." Disse cínica, se divertindo com a situação. "Além de professora da sua filha, sou namorada do Jaehyun. Espero que entenda que não será possível essa 'saidinha' de vocês."
Pegou na mão de Jaehyun e o tirou de frente daquela mulher, e também, de outras mãe que olhavam a cena boquiabertas.
"Ciúmes? Não sabia que minha gatinha era ciumenta..." Jaehyun disse assim que chegaram em seu escritório, localizado dentro do Studio.
"Não é ciúmes, só estou cuidando do que é meu, simples..."
Jaehyun riu e a abraçou, deixando selares sobre seu pescoço.
"Precisa de ciúmes não, meu bem. Sou todinho seu, você sabe disso." Jaehyun subiu as mãos até o laço de sua saia, o desfazendo. Mas, antes do pano cair, você o segurou. "O que foi?"
"Tenho que voltar pra aula, Jae...a Yuna e as outras meninas precisam aprender mais um passo hoje e precisam da professora delas..."
"Mas eu também preciso e..."
"Shhh, em casa a gente pensa em alguma coisa, ok? Agora volta lá e fica sentadinho me esperando." Disse refazendo o laço da saia e saindo do escritório. "Ah, e cuidado com as atacantes...eu tô de olho."
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misshcrror · 2 months
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              𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's point of view ;
Maybe then I'll fade away and not have to face the facts, It's not easy facin' up when your whole world is back.
Yasemin jamais havia imaginado que sua vida poderia mudar tão drasticamente em tão pouco tempo. Quando a guerra contra Gaia aconteceu, ainda era uma menina. De poucos laços, forte como um leão e tentando conquistar seu espaço no acampamento. Completou seus dezoito anos no fim da guerra e desde então vinha experienciando aquele período pacifico até o chamado. Como filha de Deimos, sabia que sua natureza reverberava por lutas, afinal seu pai era um dos daemons da guerra ao lado de Ares. Voltar a ação era algo que, particularmente, ela gostava. No entanto, agora tinha muito mais afetos para zelar e como uma pessoa que não falta às promessas que faz, que era leal, ela se sentia mal por ver tantos amigos envolvidos numa guerra que não era deles.
Desde que foi para a ilha, tentou viver seus dias tranquilos como se fossem os últimos porque talvez fossem mesmo. Ela não sabia o que ia acontecer quando fossem tentar fechar a fenda e quando a última noite na ilha de Circe chegou, era inevitável não sentir a ansiedade crescente dentro de si. Quando a explicação da deidade veio, pensou sobre todo o caminho percorrido desde que o chamado de Dionísio aconteceu e seu olhar se focou diretamente para Petrus, um de seus desafetos e especialmente o garoto que investigou por semanas a fio. Claro que não era a primeira vez e ter um rapaz que reviveu tudo ali parecia meio óbvio. Uma pena que ele não se lembrava de nada. A vontade era de implorar para Circe revirar a mente dele ali mesmo, mas nada disse afinal logo em seguida o discurso sobre os filhos dos três grandes e veio e seu olhar inevitavelmente caiu sobre Joseph. Ele não era egocêntrico, mas o pai era. Era isso que temia, que sobrasse para o namorado uma função que não deveria ser dele uma vez que Poseidon nem se deu ao favor de aparecer na vida do rapaz em alguma mínima ocasião.
As projeções no teto chamavam sua atenção, os olhos focados em cada detalhe das batalhas travadas e com um segredo sendo revelado, os olhos focaram nos deuses presentes na mesa. Seria mesmo possível que seres milenares esqueceriam algo assim de tanta importância? O mundo estava acabando e era isso? Iriam simplesmente esquecer de um ponto especifico da historia? Mas como se aquela revelação ainda não bastasse, quando a deusa citou o feitiço proibido, seu coração parou por um momento. Os olhos procuraram imediatamente por Pietra na mesa porque ela havia contado para si que tinha tentado o feitiço proibido semanas antes, na briga delas. Era ela. Era ela e Yasemin sabia. De repente a comida revirou em seu estômago de modo que foi difícil conter a expressão azeda em seu rosto. A ameaça velada era clara e não seria ela que falaria algo. Já estavam com problemas demais e tinham uma fenda para fechar. Foi dormir cedo, depois de meditar e acordou da mesma maneira: meditando. Precisava se manter fria como Deimos havia lhe ensinado anos antes e garantido que assim controlaria melhor seus novos poderes.
Como patrulheira, Yasmin sabia que precisava agir rápido. As ilusões não seriam um problema para si, afinal ela era mestre nelas desde tenra idade. No entanto, isso não as tornava menos perigosas. Com seu novo poder despertado desde a ilha, sabia que num momento de emoções fortes, as sombras podiam surgir novamente, e então teria um problema a mais que ainda não sabia controlar bem. Quando a luta começou e campe surgiu, engoliu o seco. Não é real. É como as ilusões que você cria. Não é real. Manteve o mantra em sua cabeça o tempo todo. Yasmin tentou, com toda a sua força, manter todos ao seu redor firmes, inspirando coragem e força nos amigos mais próximos. Viu seu companheiro de equipe de patrulha Remzi cair junto do amigo Santiago, tentando defender os demais ao seu redor porque não queria e nem iria perder ninguém naquele dia. E então a Hidra veio. Já estava com alguns ferimentos, mas mal os sentia. Entorpecida pela dosagem de adrenalina liberada por seu corpo. A batalha era intensa, o caos ao redor era inebriante, mas Yasemin se manteve firme. Ela se movia com a agilidade de um felino, desviando dos ataques e golpeando os monstros com precisão. Cada movimento seu era um reflexo de seu treinamento, da experiência que havia acumulado ao longo dos anos. Mas, mesmo em meio à luta, ela não estava sozinha. Seus amigos mais próximos estavam ao seu lado, lutando com a mesma determinação e isso lhe dava ainda mais forças.
O pior ainda estava por vir. No meio da batalha, quando sua irmã Octavia foi ferida, a turca sentiu o chão desaparecer sob seus pés. O choque tomou conta dela, e o desespero começou a crescer. Ela correu para a irmã na mesma hora ignorando os gritos lhe chamando e se ajoelhou ao lado da outra prole de Deimos. Tentou a todo custo reanimar e chacoalhar a irmã para que acordasse, e sem qualquer retorno, foi rápida em usar sua força para pegar a mesma no colo e correr para a enfermaria. Não tinha tempo a perder e mesmo que Benjamin tivesse insistido para ficar ali e cuidar dos próprios ferimentos, apenas o fez prometer que iria cuidar da irmã e de quem mais chegasse ali. Quando retornou ao centro da batalha, no entanto, teve uma surpresa maior. O choque se aprofundou ao ver Hektor, Estelle e Maxime, todos revelados. Ela ficou estática por um momento, incapaz de processar o fato de que não havia apenas um traidor, mas três deles. A revelação de Estelle especialmente a abalou, pois, até um dias atrás, quase acreditava na inocência dela.
Não havia tempo a perder, porém com tantas emoções, era claro que sairia do controle. Foi quando notou o ambiente ao seu redor muito mais escuro do que deveria. As sombras estavam ali como aconteceu na ilha, envolvendo ela como um véu, um casulo, se movimentando e até mesmo atraindo alguns olhares tortos porque não sabiam se era alguma magia de Hécate ou apenas um descontrole. Fora a questão de atrapalhar a visão e luta dos demais campistas. Se sentiu constrangida, mas respirou fundo e voltou ao fundo da batalha. Yasemin lutava contra os monstros ao mesmo tempo em que lutava contra si mesma, tentando impedir que seu poder saísse de controle. Ela não podia permitir que isso acontecesse, não agora. Precisava lutar por seus amigos, deixa-los sã e salvos. Eles precisavam ficar bem. Todos eles. Joseph, Bishop, Kaito, Melis, Daphne, Maya, Katrina e tantos outros que era incapaz de contar nos dedos da mão. Quem diria que tinha tanto a zelar agora. Quando Thalia surgiu, respirou aliviada pois reforço era melhor que tudo e teriam uma chance melhor. Especialmente das caçadoras. No entanto, quando a fenda começou a sugar tudo o que vinha, a ruiva correu. Ela ouviu Melis gritando pelo seu nome e viu que Anastasia chegou primeiro, e se preocupou em ajudar a segurar um outro campista caído ao seu lado que estava quase indo para o buraco também. A terceira explosão veio junto da poeira que a levou para o chão, mas ajudou a sair daquele caos junto com o outro semideus, as sombras ainda lhe imbuindo e causando uma aparência muito mais tenebrosa já que suas mãos estavam envoltas de veias escurecidas. Era macabro.
Quando a poeira abaixou, olhou ao redor sem ver mais uma fenda ali e ela não gritou em comemoração, mas estava aliviada. Tão aliviada que sentiu as sombras sumirem e o seu novo poder estava no controle novamente. A contagem com seus poucos irmãos a deixou tranquila, com exceção de saber que sua irmã estava na enfermaria com outros amigos, mas sabia que os curandeiros iriam fazer o melhor para deixa-los bem. No entanto, era claro que nada eram flores. Quando correu para sua equipe de patrulha, não conseguia achar seu líder Arthur, e Eve parecia desesperada por não achar Brook. Foi quando notou que Melis e Aurora também não estavam ali. Ela olhou para onde a fenda estava e se lembrou de Melis pedindo ajuda, levando a mão a própria boca, chocada com o que a mente havia acabado de processar. Nastya não havia conseguido ajudar a amiga quando ela pediu por ajuda e Yasemin não se certificou de que elas precisavam de ajuda afinal o caos estava estalado.
Mais uma vez, como em sua missão, havia perdido amigos por sua desatenção e preocupação com tantas coisas acontecendo ao redor. Quando percebeu que seus amigos simplesmente haviam desaparecido, caídos na fenda, o desespero de Yasmin alcançou um novo patamar. Sentia-se completamente desolada, sem saber o que fazer. A ruiva não podia se deixar levar, não enquanto ainda havia algo que pudesse ser feito. Uma coisa era certa: lutaria até o fim para trazer todos eles de volta. Se recusava a ceder. A filha de Deimos sabia que era a única coisa que podia fazer — lutar, até que não houvesse mais forças em seu corpo.
@silencehq.
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claarexic · 1 year
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Pessoas gordas sempre serão mal vistas.
Por meio deste post, vim contar o que venho presenciando ao longo de minha vida. Eu tenho duas amigas "gordas", uma delas é minha amiga de anos, já a outra eu conheci no começo deste ano. Mesmo gostando muito de ambas, não deixo de reparar como elas agem de forma grotesca e tem uma imagem bruta.
Então decidi fazer um post para lembrar à vocês como serão tratados caso não emagreçam.
Amiga 1.
Está é a amiga que eu tenho há anos.
Por ela ser a mais "cheinha" ela sempre é tratada como bruta, ela pode agir da maneira mas gentil de todas que sempre vão associar ela a brutalidade.
Ela não consegue chamar a atenção que deseja, por conta do seu peso, então ela sempre tem que apelar para uma personalidade mais escandalosa, para uma voz ou risada mais alta e até para "brincadeiras" um pouco sem noção para chamar atenção.
Ela sempre parece deslocada perto de outras garotas mais magras e parece bem menos delicada perto delas, mesmo que ela tenha um belo rosto.
Amiga 2.
Essa é a garota com quem eu conheci no começo deste ano.
Com ela acontece as mesmas coisas que acontecem com a amiga 1, só que pior pq ela é bem mas acima do peso.
Essa menina sempre é associada a comida, e ela mesmo faz isso pq sempre está comendo algo e quando não está, ela está pedindo comida para alguém.
Isso sobre estar sempre comendo virou motivo de piada, na escola em que eu estudo nos podemos comer 2 vezes e ela SEMPRE come as duas, e ainda fica pedindo para alguém que não comeu para pegar mais um pra ela.
Na sala de aula, todos escondem doces dela pois sabem que ela vai ficar pedindo e pedindo e pedindo.
Como eu disse no começo, elas "sofrem" com as mesmas coisas, e com essa segunda amiga a parte de ser escandalosa é mil vezes maior. Ela está constantemente gritando, sempre rindo alto, e constantemente tentando conseguir atenção.
Enfim ..
Não quero ofender ninguém, este post me veio a cabeça agora e a vontade de alertar vocês também.
Obrigada por ler 💓
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stand1ngn3xtou · 23 days
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| and all at once, you are the one
— player! yuki ishikawa × OC
— gênero: fluff, sugestivo, um pouco de angst
— conteúdo/avisos: galerinha menor de 16 anos, vamos passando por favor! Os diálogos que estão em itálico são em inglês.
— word count: 7,5K
— nota da autora: pense numa luta de escrever algo sobre esse homem. Um baú pela fé! Mas acredito eu que tenha ficado bom e condizente com o que vejo da personalidade dele!
Yuki P.O.V
Um barulho estridente entra pelos meus ouvidos, e mal preciso raciocinar pra saber que é o despertador me avisando que era hora de levantar. Não tive dificuldades de sair da cama, já que consegui dormir bem. Bom, melhor que esses últimos dias com certeza. Ohei no relógio e marcava 7:30hs e resolvi dar início ao meu dia, já que teria jogo hoje. Abri as cortinas e dei de cara com o dia limpo, brilhante e fresco, logo no começo do dia, o que muito me impressiona, já que essa última semana foram apenas dias nublados e escuros, às vezes chuvosos. E sentia que isso inconscientemente afetava o meu humor.
Os rapazes do time, que mesmo novos no meu ciclo de vida, conseguiam perceber, e Loser falava muito sobre isso pra mim. Como eu parecia abatido, mas não tinha um significado real para isso, mesmo que eu sentisse que tinha algo faltando. Então, resolvi por a culpa nos dias cinzentos. Pode ter sido também o cansaço, ter que me readaptar em um clube novo, num lugar novo na Itália e com as mudanças no meu corpo de novo. Mas nada que impedisse de seguir a minha vida, e foi isso que me propus à fazer. Entrei no chuveiro para lavar rapidamente o corpo, já que iria suar de toda forma no treino e no jogo do fim de tarde de hoje, não perdi muito tempo com isso. Fui fazer a minha comida de sempre para tomar meu café da manhã e pegar meu carro para ir em direção ao centro de treinamento e ginásio do Perugia.
As ruas dessa comuna da Itália são pacíficas. Catedrais bonitas e grandes, cheias de detalhes. A capital da Úmbria parecia sair de um filme, e hoje em específico ela estava florescendo. O clima realmente estava muito agradável, me sentia bem só de olhar os lugares. Estacionei em uma vaga escondida que tinha por dentro, e fui pegar minhas roupas e equipamentos no porta malas do carro. Antes de entrar para a parte que da no vestiário, meu telefone toca com o nome de Ran brilhando na tela. Sorri largo antes de atender.
"Oi carinha! Quanto tempo, quais são as novidades?" enquanto falava com ele pelo celular, cumprimentei todo mundo que estava presente no vestiário e já fui pro meu espaço para colocar a roupa do treino muscular.
"Oi Yuki! Por aqui tá tudo bem, e com você ai?"
"Por aqui tudo na paz!"
"Que ótimo! Bom e de novidades eu tenho algumas sim... Inclusive, você já está no centro do Perugia?"
"Sim, porque?"
"Porque, Melissa veio me encontrar no Japão, e nós vamos para a Itália, inclusive já estamos aqui, e resolvemos assistir o jogo do Perugia. Estamos nós dois e algumas amigas dela. Vieram fazer uma viagem de garotas pela Europa."
"Você tá falando sério? Vocês estão aqui?" minha felicidade era tão genuína que mal percebi que tinha colocado a camisa ao contrário enquanto falava com ele no viva-voz.
"Estamos sim senhor! Melissa tá com saudade de você também, assim como eu. Depois do jogo a gente pode sair pra comer ou algo assim, afinal de contas as meninas estão conosco também."
"Elas foram pro Japão com Melissa? Pra conhecer você?" coloquei fones conectado no celular pra poder continuar falando com Takahashi e não incomodar ninguém, enquanto seguia para a academia.
"Não, elas estão em Roma à alguns dias, Melissa veio sozinha pro Japão, fazer uma surpresa pra mim e voamos juntos para a Itália, e falei com Loser e ele conseguiu ingresso para nós três."
"Três? Eu achei que tinha mais gente." me senti confuso com o número.
"E tem, é Melissa e mais três amigas, mas duas delas resolveram sair para aproveitar Roma pela noite, e apenas ela e sua outra amiga vão para o jogo."
"Então tudo bem, eu vou pedir pra deixarem a entrada de vocês três reservada para área VIP, vai ser melhor da gente se encontrar quando acabar o jogo, e assim que tiver chegando me manda uma mensagem."
"Pode deixar capitão, até mais tarde!" sua voz tinha um fundo de sorriso, e me fez sorrir também.
"Até mais tarde garoto." desliguei a chamada com um sorriso enorme no rosto. Ran fazia falta, seria bom rever ele, e também sua namorada.
Com os fones já conectados, coloquei uma playlist aleatória pra tocar enquanto seguia com os exercícios, tinha muito o que fazer. Perto de 12hs o almoço estava liberado no refeitório e o time todo foi comer. Sentei na mesa com Loser e mais outros jogadores, enquanto pegava algo leve mas proteico para comer. Ficamos lá por vários minutos conversando sobre o jogo da tarde de hoje, e assim que terminamos de comer, fui falar com o supervisor do ginásio para informar da chegada de Ran, e logo em seguida, segui o resto do time para a quadra onde iniciariámos o último treino antes da partida.
* - - ⓨ - - *
Estava se ajeitando os últimos toques para o jogo ter início. Todo mundo estava trocado e se alongando um pouco no vestiário. Jogaremos contra o Padova hoje, um time repleto de atletas excepcionais, mas não importa como fosse, nosso time tem toda capacidade de ganhar. Ao entrar na quadra para começarmos à aquecer, já estava quase cheia as arquibancadas. Me posicionei, depois de cumprimentar alguns fãs, - os quais sou sempre muito grato pelo apoio, - para começar a me alongar. Enquanto fazia isso, tentava procurar Ran com os olhos ao redor do ginásio. Ele havia me mandando mensagem à pouco mais de 20 minutos dizendo que estava perto do ginásio já. Ao que parece, ele percebeu que eu estava à sua procura e levantou o braço na área VIP pra acenar pra mim, e Melissa fez o mesmo. Retribui com um sorriso.
Assim que ele acenou pra mim, olhei um pouco pro lado e vi a moça que estava junto deles, acredito ser a amiga de Melissa que ele falou, mas no momento, ela era apenas um imã para meus olhos. Por não ter contato comigo, ou parecer apenas impressionada pelo nosso ginásio, não participou das saudações, mesmo com um sorriso enorme no rosto o tempo todo. Nada disso me importou sendo sincero. Estava vidrado no rosto dela. Não parecia ser tão mais velha que Melissa, então tentei desfocar minha atenção um pouco, já que ela era pouco mais nova que Ran, e provavelmente ela era uma criança pra mim com meus 29 anos.
Ao me dar conta do meu pensamento, ri incrédulo comigo mesmo. Sou um pateta não é? Nem conheço a menina, já estou fazendo suposições porque achei ela bonita. Já fui melhor, sinceramente. Parecia que não via uma mulher à séculos (mesmo que faça realmente um tempinho desde a última vez que me relacionei com uma), estava agindo como um irracional, sem o menor cabimento. Voltei o meu foco para o que importava, o jogo. A rodada de aquecimento de ambos os times terminou, e o jogo enfim, tinha início.
Cada saque, cada recepção, cada ponto, era uma adrenalina fervente que passeava pelo meu corpo, uma corrente elétrica que me deixava acordado, hoje mais do que antes. Não foi uma partida fácil, 3x1 para nosso time mas ainda assim com placares passando de 25 pontos em todos os sets. Não podia negar que sentia certa falta do Milano, mas me entrosar assim com o pessoal do Perugia era incrível, e ter mais uma vitória contada pra gente, era mais do que incrível. Agradecemos ao público, tiramos algumas fotos e demos alguns autógrafos e o técnico fez uma pequena reunião antes de liberar a gente. Teríamos dois dias de folga por causa do jogo de hoje, mas a quadra de treinamento está sempre aberta pra todos. Por ter mais conhecimento e intimidade com Agus, e agora, morando no mesmo complexo que ele, sempre saímos juntos do ginásio. Mas como hoje Ran está por aqui, convidei ele pra vir jantar conosco, mas o mesmo recusou, dizendo que ia se encontrar com uma garota que conheceu em uma das suas caminhadas. Vi Takahashi se aproximar da gente e nos cumprimentar, e falei que só ia tomar um banho pra gente poder sair, ele concordou e ficou falando com Agus.
Resolvi não prestar atenção na moça que acompanhava o casal pra não perder o foco novamente, apenas segui em direção ao banheiro e tomei meu banho, completo e demorado dessa vez. Separei uma roupa versátil e leve pra vestir, uma que normalmente uso, sapatos e uma camisa branca, larga e uma calça jeans preta. Peguei uma jaqueta preta pra colocar por cima, pois imaginei que estivesse frio. Assim que estava terminando, Ran me avisou que estava me esperando no estacionamento. Coloquei meu perfume e arrumei minhas bolsas pra colocar no meu carro e fui encontrar eles. Ran tinha seu braço em volta de Melissa, enquanto o casal falava com a moça, e agora, não tinha mais como escapar.
Me aproximando mais conseguia perceber o quão bonita ela realmente era. Usava um vestido branco de lã, com uma bota comprida, a roupa toda desenhava bem seu corpo, que era muito bonito também. Tinha cabelos longos e ondulados que estavam presos pela metade, davam um ar jovial para ela. Parecia ser alta, pelo menos um pouco mais que Melissa. Meu companheiro de seleção percebeu minha aproximação e me cumprimentou de novo, assim como a namorada, que fazia bastante tempo que eu não via.
"Yuki! Ai quanto tempo! Como você está?"
"Oi pequenininha, estou bem! E vocês como estão?" ainda tinha seus braços envolvidos em mim enquanto nos falávamos.
"Estamos bem grandão. Olha, acho que o Ran já te informou sobre a situação, queria muito que minhas outras amigas tivessem vindo mas elas preferem badalar a vida, pelo menos consegui arrastar uma. Yuki, deixa eu te apresentar a que sobrou, essa é Helena. Helena, esse é nosso amigo, e parceiro de equipe do Ran, capitão do time japonês, Yuki Ishikawa." ela fez uma apresentação como se eu fosse a pessoa mais importante do país, ri um pouco da formalidade mas agradeci. Helena esticou sua mão pra mim, e eu prontamente peguei. Era quente. Delicada.
"Olá Helena, é um prazer conhecê-la." me prontifiquei em ser educado, e valeu à pena pelo sorriso que recebi.
"Olá Yuki, o prazer é todo meu. É uma honra finalmente te conhecer." tá, uau, okay. Sua voz parecia mel, e parecia derreter meus ouvidos e arrepiar meus pelos quando disse meu nome. Queria escutar de novo.
Combinamos de ir para um restaurante pequeno e local, onde a comida era muito boa. Fomos no meu carro, já que eles resolveram ficar em um local perto do ginásio para melhorar a locomoção. As moças foram atrás, ao que parece eram do mesmo país e amigas à algum tempo, desde que Melissa começou a trabalhar na FUNAI, as outras amigas eram primas de Helena, e irmãs gêmeas. Resolvemos ficar na parte aberta do restaurante, que era ventilado e bem iluminado, com uma decoração arborizada. Era um ambiente aconchegante e relaxante. Enquanto comíamos, os assuntos eram variados, e acabei descobrindo várias coisas sobre Helena nesse meio tempo. Ela resolveu fazer uma viagem com as amigas pra saber qual lugar iria condicionar o seu intercâmbio acadêmico de medicina veterinária. A moça de 24 anos (perto de fazer 25) disse que sempre foi apaixonada por animais e queria dedicar sua vida pra isso. Aparentemente tinha gostado da Itália, e não posso negar que me animei em ouvir isso. Ela gostaria, que se possível, fazer a faculdade e já começar a atuar na área aqui, estava tendo algumas aulas de italiano para facilitar o processo também.
"Bom, se a sua ideia é aprender italiano, o Yuki pode dar ótimas aulas, já que ele aprendeu praticamente sozinho o idioma e fala muito bem!" Ran falava com a cara mais limpa que eu já tinha visto. O rubor no meu rosto era aparente, e acredito que Helena tenha percebido, pois achou graça e riu fraco.
"Ele está exagerando, não é assim..." tentei desconversar.
"Bom, ao que parece você realmente fala bem o idioma, e eu estou aceitando qualquer tipo de ajuda! Então, se tiver como dar as aulas, eu aceito." eu não estava esperando por isso então fiquei meio sem graça, mas tinha amado a ideia com certeza. "Estou brincando, não vou ocupar seu tempo dessa forma."
"Ah não se preocupe, eu não iria me opor de qualquer forma." tentei ser o mais sutil possível, mas ela percebeu minhas intenções de alguma forma.
O decorrer do jantar, com a sobremesa, foi muito agradável. Como estava dirigindo e jogando também, não quis beber, só as meninas tomaram algumas taças de champagne, mas resolveram seguir a gente nas bebidas sem álcool. Deixamos o carro perto de uma rua, e resolvemos caminhar um pouco para espairecer o jantar. Melissa e Helena resolveram ficar atrás vendo todos os detalhes da cidadela, enquanto eu e Ran íamos na frente para falarmos e nos atualizarmos um do outro. Na época de clube eu sentia uma falta enorme dos meus companheiros de seleção, e depois das Olimpíadas de Paris com a nossa derrota, e alguns membros deixando a seleção, a gente apenas se uniu mais. Melissa chamou nossa atenção dizendo que pegaria um algodão doce pra ela, e nós resolvemos esperar. Helena ficou acompanhando a amiga, e tirei um tempo pra prestar atenção na garota. Ainda estava embasbacado com a beleza dela, me sentia sem jeito mesmo só olhando pra ela, e sendo sincero, queria tentar ficar à sós com ela, mas não sabia como iniciar.
"Que cara é essa Yuki?" Ran parecia ter percebido os mil pensamentos correndo na minha cabeça, e resolvi ser sincero.
"Ai cara, não sei. Eu me senti muito atraído por ela, mas não sei como agir. Faz muito tempo desde que me relacionei com alguma mulher pra ter algum tipo de conversa ou algo assim. Geralmente as que eu fico é só alguns beijos ou coisa do tipo. Não tenho muito tempo ou disposição, você sabe."
"Eu entendo Yuki, mas olha, pelo pouco que falei com Helena, ela é uma garota super incrível, não é difícil falar com ela ou fazer um assunto. Ela não parece se opor à ficar com você caso vocês conversem um pouco. Eu e Melissa podemos deixar vocês à sós um pouco. Mas eu sei que sua principal dúvida nisso tudo é pelo fato dela ser um pouco mais nova que você. Não é?" me senti surpreso em como eu não tinha falado nada sobre aquilo e ainda assim ele havia percebido.
"Eu entendi isso quando vi você se segurar em algumas coisas que você falava, tentando não soar muito assertivo ou coisa do tipo. Tentando não ser invasivo demais, andando em casca de ovos. Ela não se importa com isso Yuki, se deixa levar. Fica tranquilo, seja você. Caso não role nada, pelo menos você ganhou mais uma amiga." ambas se aproximaram de nós novamente e Ran me deu mais um toque antes de voltar pra sua namorada e me deixar à sós com Helena.
Andamos lado à lado por um tempo em silêncio, até que resolvi quebrar o gelo, levando em conta o que Ran tinha me dito, e que tinha certa razão. Não iria perder nada se não ficássemos juntos por um momento, mas eu tinha algo à ganhar, tendo alguma relação ou não com ela.
"O que você tá achando da cidade até agora? E da viagem também." deixei meu tom de voz ameno, pra não assustar ela e nem chamar atenção do casal.
"É de longe uma das cidades mais lindas que eu vi nessa viagem. É muito aconchegante, parece uma vila antiga bem estruturada. E as construções são belíssimas. Quero ver se tenho tempo de dar uma volta nas galerias e museus que tem aqui."
"Olha se quiser, eu posso te levar neles. Fazer um mini tour pela cidade talvez? Ran e Melissa iriam conosco." dei a ideia, mas não queria que fossem de verdade, fiz só pra deixar ela confortável.
"Além de professor em horas vagas, você também é guia turístico? Tá saindo melhor que a encomenda viu senhor Ishikawa..." ri um pouco do seu comentário.
"Bom, depois de morar tanto tempo na Itália a gente acaba desenvolvendo uma ou outra habilidade, mesmo que eu já seja velho pra isso." vi ela parar no caminho pelo canto do olho, e virei confuso pra ela. Melissa e Ran se afastavam de nós um pouco. "O que foi?"
"Você ai se chamando de velho. Tá maluco Yuki? Você ta na flor da idade, é super jovem, inclusive parece ser ainda mais jovem do que é. Sua idade não é um problema. E você não é nada de velho. Uma pessoa velha não faz metade do que vi você fazer em quadra hoje. Para com isso hein? Um homem lindo, elegante, determinado como você me dizendo que é velho. Cada uma." achei graça da sua indignação. Voltamos a caminhar.
"Bom, obrigada Helena. Mas é que eu realmente me sinto assim, tanto pelo meu modo de viver e por passar tanto tempo sozinho também. Em minha profissão eu não posso ir até meus 40, mesmo querendo se eu pudesse. Quero me estabelecer e construir uma vida com alguém, mas na minha idade não é tão fácil. Tenho quase 30 já." tentei fazer ela entender meu ponto de vista, mas ela parecia determinada em me fazer pensar o contrário. Agarrou meu pulso e me parou à sua frente. Nossos olhos ficaram quase da mesmo altura por conta de seu salto e à vendo tão de perto assim, quase perdi o fôlego.
"Nem começa. O modo como você vive não é culpa sua de forma alguma. É o jeito que você escolheu viver pra consegui se sair bem naquilo que você tanto ama fazer que é jogar. E olha, sinceramente, vendo você em quadra, e fora dela, me perdoe, mas pretendente não falta. Sei que pra construirmos uma família é bom que seja alguém ideal pra isso, pois é um passo grande que se dá na vida." cada palavra que saia de sua boca era verdade, e me senti hipnotizado pela forma como era firme em dizê-las.
"Você é um homem incrível Yuki, pelo pouco que conheci de você hoje. É íntegro e muito responsável. Super focado e muito resiliente, além é claro de ser muito bonito e atraente. Mas você precisa se soltar mais. Não dá pra pensar em ter uma pretendente sem ao menos tentar conhecer alguma, por mais corrida que sua vida seja, não precisa beber ou algo assim, só sair, conhecer pessoas novas. Tenho certeza que logo menos você vai ter tudo aquilo que deseja." quis beijá-la. Agarrar ela ali no meio da rua e consumir ela, até onde pudesse ir. Quis encher ela com meu gosto e ser invadido pelo seu. E infelizmente não consegui segurar, minha boca foi mais rápida que minha cabeça.
"No momento, o que estou desejando é você." vi ela se espantar com meu comentário, mas não pude me importar menos. Tinha meus olhos vidrados em sua boca, minhas mãos agindo por conta própria e querendo tocá-la. Ela olhou para os lados como se buscasse alguma coisa, e antes que pudesse pensar, suas mãos me puxaram pela nuca e nos beijamos.
Me senti fraquejar, perder a força das pernas e da mente. Uma nuvem se apossou dos meus pensamentos e nela só sentia o gosto do seu beijo. Por ser maior que ela, suaa mãos pareciam se perder no meu cabelo e ombros. Para me manter de pé, agarrei sua cintura, como se fosse a coisa responsável para me dar forças e me manter ali. Quis puxá-la pra mais perto, mas caso fosse possível ela se fundiria à mim, já que não havia espaço suficiente pra nós dois. Não ali, ou lugar algum. Com o fôlego cessando, ia diminuindo o ritmo frenético do beijo, enquanto ela acariciava minha nuca e os cabelos ali, e a outra fazia um carinho em meu peito. Nos separamos como se estivéssemos em êxtase, nossos corpos arrepiados e entregues. Me sentia flutuar, absorto da sensação de ter sua boca contra a minha, não sabia pensar em mais nada. Preciso beijá-la de novo.
"Acho que o casal foi embora, deixaram a gente aqui."
"Que bom, pelo menos não atrapalham a gente." ela me deu um tapa leve no peito, me repreendendo e ri. "Já que eles nos deixaram aqui, você gostaria de ir pra minha casa? É perto daqui. Podemos tomar alguma coisa, aproveitar o resto da noite." não sabia negar minhas intenções, não queria.
"Você sabe que é uma proposta tentadora? Como fui abandonada aqui na rua com um belo rapaz, acho que terei que aceitar." sua fala era baixa, sedutora e mordaz. Seus dedos passeavam pelo meu peito enquanto sua voz desenhava melodias no meu interior. Peguei sua mão e guiei ela pra onde o carro estava.
Parei em alguma loja de conveniência para comprar uma bebida leve para nós dois e alguns petiscos também. A ida até meu apartamento foi rápida, e chegando lá, vi uma mensagem de Ran.
"Eu e Melissa resolvemos continuar a caminhada à sós já que vocês pareciam estar se entendendo bem. Espero que tenha deixado de vergonha e feito algo! Aproveita a noite com ela, que eu vou aproveitar com a minha namorada. Até mais!"
Ri da sua mensagem mas mentalmente agradeci. Deixei o carro na minha vaga do estacionamento do prédio, cumprimentei o porteiro e subi com Helena para minha casa. Enquanto esperávamos o elevador subir, ficamos trocando algumas carícias, toques leves e olhares pesados. Se não tivesse tanta paciência já teria agarrado ela bem aqui, mas não queria ser desrespeitoso e resolvi esperar. O elevador chegou, algumas outras pessoas entraram também, falei com todas e nos posicionamos no fundo da caixa de metal. Provocava ela tocando em sua cintura, beijando sua têmpora, ajeitando seu cabelo, e sentia sua respiração pesar. Sorria satisfeito com o que causei.
O caminho até minha porta foi silencioso, deixei que ela entrasse primeiro no meu apartamento e acendi as luzes. Tirei meus sapatos e fechei a porta, enquanto percebi ela analisar cada cantinho da minha sala. Deixei ela olhando tudo enquanto colocava o que comprei na cozinha, e assim que voltei ela estava encostada na parte de trás do sofá, admirado algumas fotos que tinha na parede. Cheguei perto dela de forma sutil, peguei sua mão e depositei um beijo no dorso, fui subindo. Passei pela extensão do braço até chegar ao ombro, coloquei seu cabelo de lado e a mesma deixou o pescoço cair pro lado, me dando mais acesso à pele exposta. Seu corpo parecia pegar fogo ao meu toque, do mesmo jeito que eu me encontrava com o seu. Tinha um cheiro bom de lavanda espalhada por ela, e enquanto depositava beijos e algumas mordidas esporádicas na pele do pescoço, sua mão puxou minha camisa e fez ficar de frente pra si. Olhei pra ela por cima, querendo captar cada detalhe antes de me afundar no mel dos seus lábios.
Com ela escorada no sofá e eu pressionando o seu corpo pra perto do meu, deixamos nossas bocas comunicarem o desejo que compartilhavam entre si. Íamos acelerando, diminuindo, respirando e fazendo tudo de novo. Me sentia preso nas carícias dela, como se tivesse uma força gravitacional me colocando fora de órbita dos meus sentidos e da minha noção. Pedi pra ela sentar e escolher algo pra gente assistir enquanto pegava algumas coisas pra gente saborear e passar o tempo (além das nossas bocas). O vinho que comprei tinha uma porcentagem bem pequena de álcool, era quase um suco de uva natural, já que não costumo e nem posso beber muito. Nos servi e me sentei ao seu lado.
Com o passar do tempo enquanto íamos revezando entre ver o filme, beliscar algo, e nos beijar, resolvi tirar minha jaqueta, pois estava sentindo a temperatura esquentar, provavelmente pelo aquecedor. Depois que coloquei ela no cabide da sala e voltei pro sofá, senti o olhar de Helena me penetrar, analisando e reparando em cada detalhe que podia ser visto do meu corpo, e pela primeira vez na noite, fiquei tímido. Conseguia sentir minhas bochechas esquentarem ao ponto de saber que estavam vermelhas, e quase não consegui manter contato visual com ela.
"O que foi? Tudo bem?" tentei não parecer patético, não funcionou.
"Tudo ótimo... Melhor que nunca." sua resposta foi direta, e sem rodeios para achar outra coisa.
De repente me senti acanhado de estar próximo dela. Obviamente não à trouxe pro meu apartamento com intenção puramente sexuais, óbvio que se rolasse eu não iria me opor. Mas agora pensando nisso, e nela, e toda a situação que passa na minha mente, começo a ficar nervoso, e não acho que tenha sido discreto sobre isso, pois ela percebeu.
"O que foi gatinho? Você parece tenso." suas mãos alisavam meus braços e ficava em um conflito enorme entre perder a cabeça ou manter a compostura.
"Ah, não é nada, acredito que seja o cansaço do dia batendo no corpo agora. Só isso!" quis passar confiança no que dizia, e acredito que convenci ela.
"Ai nossa eu imagino. O jogo foi super puxado e você ainda veio acompanhar a gente depois, deve estar todo dolorido. Quer que eu te faça uma massagem?" me virei pra ela quando proferiu a frase e dei de cara com seus olhos brilhantes. Ia recusar, mas ela ofereceu de tão bom grado que não faz mal.
"Não quero que se incomde com isso... Mas eu adoraria." ela negou o incômodo com um sorriso fatal pra mim, e percebi. Deveria ter dito que não. Acabei de cavar minha cova.
Com um pedido de licença, ela se posicionou calmamente sob meu colo, ficando na metade da minhas coxas que estavam fechadas, com uma perna sua de cada lado. Enquanto prendia o cabelo em um rabo de cavalo alto e aquecia as mãos, tentava manter minha respiração controlada, assim como minhas mãos, que queriam voar pra cintura dela. Seu corpo depositava um leve peso sob mim e quis pegá-la no colo no mesmo instante que suas mãos foram pros meus ombros. Estavam quentes e escorregadias, mas eram firmes e habilidosas. Mesmo que não estivesse tão tenso assim, ela conseguiu relaxar meu corpo ainda mais, tanto que fiz tudo no automático.
Apoiando ela mais pra cima das minhas pernas, foi automático. Aplicando uma leve pressão com apertos em sua cintura macia, foi automático. Minha cabeça indo pra trás, meus olhos revirando, e um som quase que ridículo saindo pelo fundo da minha garganta, foi super automático. Infelizmente, a reação que tive quando senti ela beijar a extensão do meu pescoço também foi automática, mas não tive a intenção. Apenas acordei do meu devaneio e percebi o que estava acontecendo.
"Helena, calma. Desculpa. Eu acho que me precipitei um pouco. Me perdoa se toquei em você de alguma forma que-"
"Yuki, tá tudo bem. Se eu não quisesse que você tocasse em mim, eu teria afastado sua mão." ela tentava me certificar alisando meu peitoral e ombros ainda por cima da blusa, mas isso só fez tudo embaralhar mais minha cabeça.
"Sim, não. Quer dizer, não. Eu não sei se você se sentiria confortável comigo fazendo isso, e eu só fiz..." tentava colocar um pensamento coerente pra fora mas eles pareciam presos.
"Eu não estou desconfortável, com toda certeza. Eu ofereci a massagem porque vi você tenso. O que aconteceu durante ela não tem nada de errado, ou tem pra você?" inclinou a cabeça pro lado, confusa.
"Não, não é isso! É que, eu tive medo de você pensar algo errado ou algo assim, achar que eu estava me aproveitando de você!"
"Ishikawa, você pode ter certeza que de errado eu já pensei várias coisas e todas pareceram certas pra mim, e eu não negaria de ter você se aproveitando de mim. Se eu não parei, é porque eu quis, e porque eu vi que você reagiu bem com meus carinhos. Ou estou errada?" meu corpo ofegante e vermelho não me deixava nem mentir.
"Não, muito pelo contrário, é só que. Pensei ter passado do ponto agindo dessa forma quando você apenas me ofereceu uma massagem, mesmo que eu não reclame dos toques ou qualquer coisa. Mas... Bom, eu sou um pouco mais velho que você, você não está desconfortável com isso?" quando terminei de falar, pensei ver o rosto dela modificar.
Ela me analisava como se tivesse alguma resposta preciosa escondida em mim pra o mais difícil dos enigmas. Lentamente, suas mãos foram de encontro a barra da minha camisa. Gelei. Ela olhou pra mim como se pedisse permissão e eu cedi, não estava com muita força pra negar. Senti o tecido de algodão passar lentamente pela minha cabeça, e assim que ela pousou a peça de roupa no sofá, se mexeu no meu colo até ficar basicamente no pé da minha barriga, o mais perto que conseguia chegar na posição que estávamos, e em seguida, segurou meu rosto com suas duas mãos e me fez focar em seus olhos. E foi o que fiz.
"Eu vou deixar bem claro pra não surgir dúvidas e questionamentos nessa sua cabecinha de novo então me escute com atenção. Se eu me importasse com a sua idade, eu não teria trocado meia dúzia de palavras com você. Eu não teria beijado você na rua. Eu não teria deixado você me trazer pra sua casa. Não teria me arrepiado cada vez que suas mãos passam pelo meu corpo, ou seus braços fortes me envolvem. Não teria subido no seu colo com a desculpa de fazer uma massagem idiota quando tudo que eu mais quero no momento é ter cada pedacinho seu em contato comigo." estava sem fôlego. Sem rumo. Sem noção. Mas ela continuou.
"Sua idade é a coisa que menos importa pra mim e pensei ter deixado claro o suficiente quando estávamos conversando naquela rua. Você não deixa de ser um cara maravilhoso porque é 5 anos mais velho que eu. Eu não poderia me importar menos com isso. Agora, se isso é um problema tão grande pra você, a nossa diferença de idade, eu entenderei e ficarei na minha. Mas se só for uma insegurança sua, uma dúvida impertinente, eu vou beijar você, e tocar você, até ela se dissipar da sua cabeça, entendido? Se sua idade importasse pra mim, eu não estaria implorando mentalmente pra ser sua." fiquei cego, tonto. Maluco.
À puxei com tanta força pra mim que pensei ter machucado ela de certa forma, mas o que doía mais era só a vontade de consumir cada mínimo pedaço dela. Levantei com seu corpo envolto do meu, e fui em direção ao meu quarto, enquanto ainda tentava deixar o mínimo de resquício de sanidade passar por mim. Queria colar meu corpo no seu, desenhar ele nas pontas dos meus dedos, aprender cada curva, cada pedaço, cada movimento. Os nossos beijos pareciam insuficientes ali. Quanto mais tinha dela, mais queria ter. Suas mãos e unhas percorriam minhas costas e abdômen, enquanto tentava não me perder beijando cada resquício de pele que encontrava. Falávamos profanidades um para o outro, cada poro de nossos corpos exalando desejo. Queria prender ela ali, na minha cama, na minha casa, na minha vida.
Percebi o quão idiota fui de me segurar ou de pensar que a idade entre a gente seria um problema. Agora sabia que o único problema ali era não ter ela comigo. Queria beijar, tocar, cheirar, desejar cada parte dela por quanto tempo eu pudesse, e nunca seria suficiente. E no decorrer da noite, enquanto o tempo passava sem a gente perceber, me afoguei nela.
* - - ⓨ - - *
Pensei em levantar correndo, sem lembrar onde estava, mas recordei que hoje era meu dia de folga e resolvi relaxar novamente. Pelo horário e do sol que estava lá fora, acreditei já passar das 8hs da manhã. Tentei me revirar na cama, pronto pra pra levantar e fazer minha rotina da manhã, mas tinha um peso impedindo que eu o fizesse. Olhei para baixo e vi Helena agarrada em meu corpo como um coala, seus braços envolviam minha cintura e suas pernas estavam jogadas na minha. Não sabia como ela não sentia calor, com seu vestido e meia calça ainda no corpo. Lembro de não passarmos de beijos e toques quentes ontem, por ser muito cedo ainda, mas o que fizemos, aproveitamos bem. Tinha um sorriso aberto no rosto, meu coração batendo forte e meu peito quente, pensando no que passamos ontem.
Tentei retirar ela de mim de forma leve, para não acordar seu sono e fui me arrumar. Estava sem camisa ainda, e com várias marcas por todo meu dorso, pra sempre me relembrar da noite passada. Tomei um banho rápido e me troquei para comprar algumas coisas numa conveniência próxima pro café da manhã. O meu seria o mesmo de sempre, mas gostaria que ela tivesse um diferente. Lavei minhas mãos e comecei à preparar o café, até meu telefone tocar. Ran me ligava, então resolvi deixar no viva voz pra não perder tempo.
"Bom dia bonitão, isso é hora de acordar?" seu tom de voz era alegre, e já me fez abrir um sorriso enorme.
"É meu dia de folga cara, deixa eu ter um pouquinho de paz."
"Eu imagino a paz que você teve. Gostaria de saber onde está a amiga da minha amada, você não sumiu com ela não né?" ri da pergunta, o que se passa na cabeça desse garoto?
"Ainda não! Estou planejando alimentá-la e depois sair sem rumo e derrubar o carro no precipício. O que acha da ideia?" meu tom sarcástico era forte, mas a conversa toda era muito engraçada pra mim.
"Alimente bem pra ela não se perder de barriga vazia." concordei rindo. "Mas falando sério agora, o que houve? Ela está contigo?"
"Está sim. Depois que vocês se afastaram da gente ontem, resolvi tomar uma atitude. E tudo que aconteceu foi muito no calor do momento, e agora que ela tá dormindo aqui e eu fazendo o café, to entrando em parafuso em pensar que vou encarar ela agora." meu rosto esquentou só de pensar nisso, e ao que parece o universo não quis deixar isso passar, pois senti seus braços envolverem minha cintura, e num leve susto me despedi de Ran, e me virei pra vê-la.
"Bom dia Yuki." sua voz sonolenta me fez ficar bobo. Como queria que toda manhã fosse assim...
"Bom dia linda. Dormiu bem?" acariciava seus cabelos com minha mão limpa, e a outra deixei fechada com meu braço em sua cintura.
"Muito bem, tinha um ursão de pelúcia me fazendo compainha." seu comentário fofo e arrastado me derreteu e me inclinei pra beijá-la novamente, mas ela recuou. "Nem pensar! Acabei de acordar e não escovei os dentes. Não mesmo senhor." fiz bico mas não retruquei, deixei ela subir pra se higienizar e se organizar, e a chamei para comermos juntos.
"O que planeja fazer hoje? Tenho o dia de folga, e posso ser completamente seu pelo resto do dia." perguntei para trazer algum assunto pra mesa, mas me arrependi da forma que falei quando vi seu olhar brincalhão pra mim, balançando as sobrancelhas.
"É mesmo? Bom é uma notícia ótima. Eu estava querendo conhecer algumas cidades pela redondeza, pensei em fazer isso com Melissa, mas a viagem tomou um rumo diferente, e como só tenho até hoje aqui, quero tentar por em prática." não pude deixar de notar o aperto que surgiu no meu peito quando ela falou em ir embora, mas não quero focar nisso agora.
"Bom, não seja por isso, chama os dois, e a gente se organiza e vai pra alguma." ela concordou e assim que terminamos de comer, falamos com os pombinhos.
O local escolhido foi Ancona. Como é um local litorâneo, deixei Helena no apartamento que ela está com Melissa para pegarem o necessário e fui com Ran comprar algumas coisas para usar na viagem. Enquanto nos falávamos decidimos ir para praia de Monte Conero que ficava na comuna italiana. O clima estava agradável, e como era uma viagem de mais de 1 hora, decidimos sair logo para aproveitar o clima. O caminho todo foi recheado de risadas, boa música e muito papo. Todos nos divertimos e agradeci mentalmente pela virada que minha vida teve nesses dois últimos dias. Jamais imaginei estar vivendo isso, tão inesperado, não é do meu feitio, mas Helena me faz querer viver, aproveitar cada momento que me é dado. Não vou negar e dizer que não gostaria de passar o dia de hoje inteiramente com ela, mas não nos conhecíamos. Éramos de certa forma estranhos um para o outro, e o foco principal dela com essa viagem não acredito que tenha sido se envolver com alguém, e sim aproveitar com a amiga. Eu só iria embarcar junto.
Penso no absurdo disso tudo que está acontecendo. Eu de todas as pessoas estou falando sobre ficar com alguém e ter ela por muito tempo comigo depois de um dia apenas. É carência, só pode ser. Passei boa parte do caminho pensando nisso, mas de nada adiantava, já que não mudaria o fato de que estava sentindo tudo isso. A última vez que namorei, foi pouco tempo depois de entrar na seleção japonesa, gostei muito dela, mas não o suficiente pra continuar. Não foi o suficiente pra ela. Sempre me dizia que o vôlei tinha muito mais de mim do que ela jamais teria, e resolveu terminar. E quando ela terminou, percebi que talvez ela estivesse certa. Doeu na época, mas não o suficiente pra pensar em correr atrás dela, pois tinha campeonatos mais importante para me preocupar do que apenas um término. E foi ali que nunca mais me relacionei sério com ninguém, fui nomeado capitão da seleção, e fiz minha vida na Itália, me relacionei com um mulher ou outra, mas meu tempo e dedicação era voltado somente para o vôlei, e não tinha como mudar isso mais. Refiz minha vida inteiramente pra isso, cada passo dado, cada caminho escolhido, foi única e exclusivamente pra chegar onde cheguei hoje, e não me arrependo de nada.
Mas de uns tempos pra cá, vendo todos meus amigos tendo filhos, se casando, construindo uma vida além da carreira, enquanto eu faço o contrário, construo uma carreira além da minha vida, e isso começa a pesar de certa forma, pois quero encontrar um equilíbrio para os dois, só acho que já esteja tarde para começar. Quero me provar enganado. Tenho medo de ter construído uma rotina que se torna tão intrínseca em mim, que não consiga sair mais, e caso tente, tudo desmorone. No meio dos meus devaneios, percebo que chegamos ao local que resolvemos passar o dia. Estacionei o carro perto da praia, que por ser uma segunda-feira, estava vazia e nos dirigimos para a areia quente. Não iríamos tomar banho, pois não trouxemos roupas para tal, mas resolvemos aproveitar o dia para jogar um pouco e relaxar ao sol, não que eu seja o maior fã da bola de ar quente sob nossas cabeças, mas o dia hoje pedia.
Espalhamos nossas coisas sob a manta que trouxemos, e as meninas já se animaram para jogar um pouco de toque, enquanto eu e Ran arrumávamos os comes e bebes que compramos. Ficamos vendo elas jogar enquanto conversávamos para passar o tempo.
"Onde você está?" Ran me pergunta genuíno, sentando ao meu lado enquanto come uma barra de proteína e me entrega outra, agradeço.
"Onde eu estou? Aqui, oras."
"Você está em vários locais, menos aqui Yuki. De uma meia hora pra cá, até chegarmos aqui, você se calou e sumiu. O que houve?" não conseguia entender o quão bem ele conseguia captar essas coisas.
"São pensamentos, coisas rondando minha cabeça, dúvidas. Quero tentar me manter no lugar."
"Mas esse lugar que você quer se manter, é bom? Te faz bem?" fiquei sem resposta imediata pra pergunta.
"Acho que sim, sempre me fez."
"Então, o que mudou? O que está acontecendo? Pode falar comigo capitão, nada aqui é segredo." agradeci mentalmente pelo apoio dele. Era realmente um menino especial.
"Eu não sei... Não sei Ran, sendo o mais sincero que posso. No caminho pra cá me peguei pensando na minha ex, do Japão, e tudo só veio desenrolando e agora está tudo embaralhado. São tantas coisas que mal consigo pensar."
"Essas questões tem a ver com Helena? O momento de vocês ontem não foi bom? Não se deram bem?"
"Quem me dera fosse isso, foi justamente o contrário. Enquanto estávamos na rua ainda, e depois que chegamos no meu apartamento, conversei com ela, e expressei minha insegurança em relação à nossa diferença de idade. E ela foi tão segura, tão certa, tão racional que me peguei pensando, o quanto mais eu posso perder da minha vida?" ele me escutava com atenção, concordando vez ou outra. "Não me arrependo de nada que fiz até aqui, de tudo que dediquei e sacrifiquei pelo meu sucesso, que é algo que tenho muito orgulho, e não quero que mude. Refazer toda minha rotina e todo trabalho que tive, mas até quando eu continuo com isso? Quero me casar, ter filhos, quero que eles me vejam jogar e que possa ter o respeito deles e a admiração também. Mas pra isso, tenho que me relacionar com alguém, como faço isso? Como faço pra funcionar? Tenho que deixar a pessoa entrar na minha vida e me ver por mim mesmo, cada mísero detalhe que sigo à risca à mais de 10 anos, e tenho que ser recíproco. Sem isso não tem como funcionar."
"E o seu receio é justamente por causa de querer fazer isso com ela?"
"Eu não sei. Nos conhecemos tem pouco mais de um dia, não posso simplesmente dizer que quero casar e ter filhos com ela e trazer ela pra o meu mundo sem ao menos conhecê-la. Mas me rasga por dentro a insistência que meu coração está tendo de fraquejar por ela. Isso não tem cabimento pra mim Ran, não tem. Eu não posso me propôr à ter um relacionamento com alguém sem saber se vai dar certo."
"Mas a magia de uma relação é essa Yuki. Não a incerteza de não saber o que pode acontecer, mas todo dia ter mais uma chance de fazer durar. Eu não estou dizendo pra você fazer uma loucura e casar com ela, ou que ela seja a pessoa certa pra isso, mas você não pode mais negar que tudo abalou no momento que você começou a sentir algo, e se deixou levar por isso. Rotinas se renovam e hábitos mudam Ishikawa. Não deixe de dar uma chance de sentir algo por ela, não deixe seu medo falar por você aquilo que o seu coração está sendo calado à força. Ninguém começa uma relação pensando em como vai acabar, não pense na sua como um fim, mas um recomeço. Dedique a mesma força e coragem que você tem no vôlei, para o amor. Uma hora, isso tudo pode acabar, sua carreira pode ser algo passageiro, sua vida e realizações não serão. Eu nunca vi você se render pra nada em sua vida, não se renda pra sua felicidade também." estava digerindo, tudo aquilo.
Minha cabeça e corpo e alma são devotas 100% do meu tempo para me dedicar ao esporte que tanto amo, que mudou minha vida, e me deu uma razão. O vôlei é e sempre será o meu primeiro amor. O mais genuíno. Construi uma vida com ele, venci batalhas internas e me superei junto dele. Quando voávamos, voamos juntos, e quando caíamos, caímos juntos. Sempre fiz questão de dar o meu melhor pra tudo em volta dele. Mudar meu corpo, alimentação, rotina, minha vida. E acabei mudando tanto que me mudei no processo pra alcançar o topo, e esqueci que as pessoas que nos levam até ele, vão permanecer se a gente despencar. Olhando aqui para os três, se divertindo, aproveitando, sorrindo e principalmente, se amando, me dei conta que minha felicidade não é segundo plano na minha vida e que o vôlei já tem seu espaço nela, só preciso preparar o espaço para colocar mais uma nova felicidade, a eterna.
Com o coração acelerado, minhas mãos suando, corpo arrepiado e trêmulo, meus sentidos estavam aguçados, me aproximei deles. As nuvens que estavam nublando minha visão se abriram, e deram espaço um sol lindo e brilhante, com um sorriso acolhedor e olhos cintilantes. Senti uma adrenalina fervente que passeava pelo meu corpo, uma corrente elétrica que me deixava acordado, hoje mais do que antes, agora mais do que nunca. Fui procurar então, um novo motivo pra minha felicidade.
"Posso me juntar à vocês?" encarava Helena enquanto falava isso, e o sorriso que se abriu no rosto dela, desapareceu com toda e qualquer dúvida que tivesse. Nunca fugi de me arriscar. Agora, o que estava em jogo, era minha alegria, e esse eu jamais me perdoaria se perdesse. Helena estendeu sua mão pra mim, como um convite.
"Sempre." tomei, e fui. Começar mais um capítulo na minha vida.
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Bom, está aqui mais uma fic dos meninos da seleção japonesa. Até o momento, esse foi o mais complicado de fazer. Ran é um livro aberto na minha visão, enquanto o Yuki está guardado à sete chaves, e por não conhecer ele (e na verdade, nenhum outro) peço desculpas se a personalidade dele estiver tão diferente, mas afinal de contas, é apenas uma história fictícia. Espero que tenham gostado da leitura, e até breve!
Novamente, aqui estão os visuais e como visualizo os personagens, mas eles ficam à critério de vocês também!
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A roupa do Yuki para o jantar, e o restaurante, eu vejo assim:
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armypurplebtsblog · 5 months
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ontem eu tava conversando com as meninas sobre dieta e tals, elas ficaram chocadas com a quantidade de comida q eu como Kkkk para elas eu me alimento muito mal e quase não como nada, se eu comesse nada eu estaria magra uai KKKKKK
A X pesa 47kg e tava me falando o quanto ela come no dia, se eu comer q nem ela eu vou ficar mais parecida com uma porca imunda. Elas comem muito pq são magras, mas a Y tá indo na ideia da X KKKKKK ela tá ficando uma pelota, quase todos os dias elas comem sanduíche, pizza ou cachorro quente e eu fico bem de boas com a minha água, passo vontade, mas a Ana me dá forças
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almostbroadway · 14 days
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┈➤ ( LINDSEY MORGAN ) —  Era Uma Vez… Uma pessoa comum, de um lugar sem graça nenhuma! HÁ, sim, estou falando de você LORELAI D'ANGELO. Você veio de NEW YORK, USA e costumava ser GARÇONETE E CANTORA por lá antes de ser enviado para o Mundo das Histórias. Se, infelizmente, você tiver que ficar por aqui para estragar tudo, e acabar assumindo mesmo o papel de MUSA ESQUECIDA  na história HÉRCULES… Bom, eu desejo boa sorte. Porque você VAI precisar!
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⤷ 𝑰𝑵𝑷𝑰𝑹𝑨𝑻𝑰𝑶𝑵
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎marley rose ( glee ) ; ‎ ‎lane kim ( gilmore girls ) ; haley james scott ( one tree hill ) ; francesca bridgerton ( bridgerton ) ; bess ( my lady jane ) ; karolina dean ( the runaways ) ;
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⤷ 𝑩𝑨𝑺𝑰𝑪
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎Lorelai ♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎Rory ♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ 27 anos ♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ Escorpião ♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ Bissexual ♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ + perseverante ; fiel ; obstinada ; ♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ - fechada ; carente ; desconfiada ;
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⤷ 𝑯𝑬𝑨𝑫𝑪𝑨𝑵𝑶𝑵𝑺
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎No bairro de Washington Heights em um apartamento apertado demais, viva o patriarca da família com os 5 filhos, sendo Lorelai a mais nova entre os irmãos, uma família simples e muito unida, mas que passavam mais dificuldade do que a maioria. Desde muito jovem, Lorelai sabia que precisaria trabalhar muito se quisesse ter uma vida melhor e levar sua família junto consigo, afinal, eles eram tudo o que ela tinha.
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎Começou a trabalhar muito cedo, em um mercadinho local, ganhava pouco, mas já era o suficiente para ajudar nas despesas de casa. Lorelai era apaixonada pela cidade em que vivia, gostava de dizer que Manhattan era o lugar onde seu coração pertencia, e com o pouco dinheiro que conseguia guardar para si, juntava o que podia para conseguir assistir os musicais da Broadway, onde tudo sempre parecia estar bem e o mundo era um lugar melhor.
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎Apesar de todas as dificuldades e tendo sido abandonada pela mãe com apenas 3 anos de idade, sendo assim criada pelos irmãos mais velhos, já que o pai, apesar de amoroso mal tinha tempo para eles, ela era feliz. E eles foram os seus maiores incentivadores e primeiros fãs, fazendo o impossível para que a irmã conseguisse ter aulas de canto e dança, pois queriam mais do que tudo que ela conseguisse realizar seus sonhos.
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎Quando completou 19 anos, conseguiu finalmente uma vaga para trabalhar na Ellen's Stardust Diner, uma lanchonete onde os garçons cantam músicas da Broadway enquanto fazem o pedido e trazem a comida, ali ela sentia que poderia estar a oportunidade de ser reconhecida, fazia aulas de teatro musical na faculdade comunitária e trabalhava no máximo de empregos que conseguia. As coisas estavam melhorando, ela tinha uma ótima reputação dentro da lanchonete e um dia fora até apresentada para alguns produtores que viram muito potencial na menina e a ajudaram como podiam, mesmo muito desconfiada, Lorelai se permitiu acreditar.
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎E finalmente, seu sonhos estava a um passo de se realizar, tinha finalmente chegado sua vez, os produtores lhe deram uma chance, e depois de milhares de audições, ela conseguiria, iria ser Christine. Foram meses de ensaios e mais ensaios, e ela não poderia estar mais realizada, tudo se encaixara de forma perfeita, aquela oportunidade mudaria sua vida por completo. E fora no dia anterior a sua estréia, após uma tarde cansativa de ensaios que Lorelai recebera aquele livro estranho, pensou ser algo de seus irmãos, mas estava tão exausta que acabou não mexendo no mesmo naquela noite. Decidiu leva-lo para o camarim, para lhe trazer boa sorte na estreia, o problema foi que poucas horas antes de estrear, o livro simplesmente começou a brilhar e ela foi transportada para o reino das histórias.
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⤷ 𝑫𝑬𝑻𝑨𝑰𝑳𝑺
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎Lorelai já teve os mais diversos empregos, trabalhou entregando jornais, estoquista em uma loja de bairro, ajudante de mecânica, garçonete e cantora de rua nas horas vagas;
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎Seu primeiro papel no teatro, foi como chapeuzinho vermelho no teatro comunitário de seu bairro. Já o primeiro papel em um musical foi como Ariel, em A pequena sereia, também no teatro comunitário;
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎Musicais são sua grande paixão, se fosse possível ela gostaria de viver em um eterno musical, onde todos os problemas são resolvidos com uma bela canção;
♡⸝⸝‎ ‎ ‎ ‎ ‎Foi criada pelos irmãos mais velhos, então, aprendeu a se defender desde muito cedo, e também foi um pouco mimada por eles, que buscavam fazer tudo o que podiam por ela;
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livrosencaracolados · 10 months
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"Rose" (Rose #1)
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Sɪɴᴏᴘsᴇ Oғɪᴄɪᴀʟ: A grandiosa mansão do Sr. Fountain, o famoso alquimista, é um mundo bastante diferente do orfanato escuro onde Rose foi abandonada. Quando vai para lá viver, Rose começa a perceber que a casa está a transbordar de magia cintilante - e consegue senti-la. Pouco a pouco, Rose apercebe-se de que, também ela, é capaz de ter um pouco de magia… Mas quando algumas crianças do orfanato começam a desaparecer misteriosamente, a magia de Rose é colocada à prova. Conseguirá ela encontrar as crianças desaparecidas antes que seja demasiado tarde? A primeira das enfeitiçantes aventuras de Rose…
Aᴜᴛᴏʀᴀ: Holly Webb.
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ALERTA SPOILERS!
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O Mᴇᴜ Rᴇsᴜᴍᴏ: Se há uma coisa que é clara no orfanato de St. Bridget para meninas abandonadas, é que há regras. Desde a forma como se come, a quando e com quem se sai à rua e até ao comprimento exato que as unhas de uma órfã devem ter, tudo é regulamentado. Nem se pode usar um balde sem autorização! Mas não faz mal, Miss Lockwood apenas tem os melhores interesses das suas raparigas em mente, afinal, o grande objetivo da instituição sempre foi formar criadas capazes de ganhar a vida de maneira independente num mundo frio que não oferece ajudas. Assim sendo, não pode ser permitido o espaço para explorar ou brincar quando a futura sobrevivência das pequenas órfãs está em jogo. Para garantir o foco das meninas no trabalho e não lhes corromper as mentes com fantasias e aspirações impossíveis, as janelas do orfanato são poucas, pequenas e estritamente proibidas, escondendo por trás dos seus trincos o segredo de um tipo de riqueza que as órfãs não conseguem sequer imaginar, e que cobre as ruas do mundo exterior na forma de damas pomposas e crianças propriamente alimentadas. Mas nem as restrições da diretora nem a falta de comida conseguem impedir as raparigas de sonhar, e é isso que elas fazem todos os domingos, quando lhes é permitido ver os poucos artefactos que as ligam às suas famílias biológicas. Isto não é o caso de Rose, que além de não ter nenhuma relíquia que tenha pertencido aos pais que não conhece, não sonha, nem o quer fazer. A sua única ambição é ser contratada como a criada que foi treinada para ser, alcançando um sustento autónomo. Ora, quando um dia uma senhora elegantérrima chega ao orfanato com a intenção de levar consigo uma rapariga pronta a trabalhar, Rose vê o seu desejo realizado, fazendo do seu novo lar a mansão do Sr. Fountain, um alquimista de renome. Rose, que nunca sequer imaginou ver magia ao vivo devido à sua natureza cara e rara, acaba a trabalhar numa casa onde ela existe em abundância. Quando as histórias que inventa começam a materializar-se em superfícies brilhantes, os miados de um gato majestoso passam a soar como palavras e se torna aparente que nem todos veem a mobília a dançar, a mais recente criada do palacete chega à conclusão de que, se calhar, a magia não pertence exclusivamente às classes altas. Infelizmente, o povo repudia todos os feitiços, e por conseguinte todos os feiticeiros, que não estão envoltos em cerimónia e teatro, então até os próprios empregados do Sr. Fountain, que interagem diariamente com o supernatural, encaram muito do que é mágico com desdém. Aterrorizada com a ideia de perder a nova família que encontrou na criadagem da mansão, Rose decide abdicar dos estranhos poderes que ameaçam chegar à superfície, para não ser posta na mesma categoria que os detestáveis snobes mágicos com quem ninguém simpatiza. No entanto, os seus planos são interrompidos quando, para salvar a vida do aprendiz do Sr. Fountain, ela agarra um espírito elemental com as próprias mãos, mostrando em aberto as suas capacidades. Entretanto, muitas das suas amigas órfãs parecem desaparecer sem deixar rasto, e o clima de medo intensifica-se perante a descoberta de que crianças abastadas também estão a ser raptadas. A única forma de a Rose garantir que as suas amigas regressam com vida é unir-se às pessoas de quem se queria afastar, e abraçar o lado mágico que pode afastar todos os que realmente quer à sua volta. Sessões de vidência, assaltos ao orfanato, encontros à luz da lua com um aprendiz de mago altivo (que só quer alguma atenção) e um plano arriscado, onde a preciosa filha do Sr. Fountain é usada como isco, vão levar à cave da raptora de crianças e a um segredo macabro que revela os contornos mais horríveis da magia. A questão que se coloca é: estará a Rose preparada?
Cʀɪᴛᴇ́ʀɪᴏs ᴅᴇ Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ:
Qᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴅᴀ Pʀᴏsᴀ: É deliciosa no que toca a descrições, adorável e emotiva quando a Rose fala e aterrorizante na conclusão cortante do livro. Em suma, transmite todos os momentos com o tom perfeito, e a história consegue criar a sensação de um abraço mesmo quando a situação não chama a isso. Adorei.
Hɪsᴛᴏ́ʀɪᴀ: Só o conceito da história já é super interessante: um mundo onde há magia e ela é conhecida por toda gente, mas que não é mágico, encantado ou especial em nada que importe, pelo contrário. A magia existe numa espécie de pedestal, estando demasiado alta para que alguém que não consegue comprar a sua viagem até ao topo lhe toque. É assim que as coisas funcionam e o povo não se importa, habituando-se, para manter a sanidade, a ver a feitiçaria como um iceberg, confiando apenas nas doses controladas que, normalmente, estão à vista de todos, e apelidando de bruxaria, com repulsa, tudo o resto. A perspetiva dos mais pobres sobre o funcionamento do sobrenatural só encoraja a propaganda dos abastados, que mesmo que não sejam abençoados com o dom que, supostamente, só eles podem ter, se vangloriam do contacto regular com a magia que o dinheiro lhes permite. E é desta forma que, uma benção maravilhosa e inocente, acaba por se infiltrar na complicada teia que é a ordem social, encontrando uma entrada nas concepções já podres que separam as pessoas e, inevitavelmente, explorando-as de forma a transformar a linha que distingue cada classe num fosso que não pode ser atravessado. À boa moda humana, algo que não lhe pertence passa a ser dominado e usado como ferramenta de chantagem pelos poderosos, que materializam os seus sonhos mais loucos num mundo onde todos têm de viver, justificando o seu poder de decisão com a superioridade que lhes foi concedida pelos Céus. Isto é, até aparecer uma pequena órfã escanzelada e com tendências pessimistas, que nasceu com habilidades tão inegáveis que quebram por inteiro todo o discurso que tem sido martelado nas cabeças do povo por décadas. O status quo é, pela primeira vez, posto em causa, e quer a rapariga decida inserir-se exclusivamente num dos lados ou não, chega a hora da classe alta descer alguns degraus do seu pódio e do grande público reconsiderar o nojo que adquiriu por algo que também lhe pode ser inato. Este é o enredo e é executado perfeitamente, tendo também à mistura alguma comédia, sentimentos nus e crus, maravilha e mistério. A única crítica que posso levantar a este livro é a questão de o final, apesar de explosivo e de subir ainda mais as apostas (o que é raro, os autores não costumam conseguir lidar com as expectativas que eles próprios criam), ter uma resolução que parece demasiado fácil. Depois disso, o livro conclui-se quase com pressa e somos deixados à deriva. Isto não é um problema muito grave, é óbvio desde o início que este volume só nos está a introduzir ao universo magnífico da Rose, que tem tanto potencial que uma pessoa fica aos pulos a querer mais, mas é um pouco exagerado da parte da autora despedir-se dos leitores com tanta prontidão.
Pᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs: A Rose é uma protagonista fantástica. Em termos técnicos, ela tem tudo o que faz uma ótima personagem: características distintas de personalidade, motivações, um conflito interno que se reflete no seu ambiente externo, algo a ganhar e a perder com o seu envolvimento no problema central da narrativa, a capacidade de fazer sacrifícios e de mudar ao longo do enredo... Mas mais do que isso, uma menina que é brutalmente leal, ridiculamente humilde (ela quase chora ao receber o seu próprio conjunto de costura, de tanta gratidão que sente) e o epítome da responsabilidade e do compromisso, traços que não estariam tão desenvolvidos se ela tivesse tido a infância que merecia, funciona como um símbolo de rebelião a tudo o que está imposto. Ela nem o quer, não tem oposições ao valor que lhe ensinaram que o seu baixo estatuto merece, mas a sua mera existência vai contra as leis conhecidas da magia e da sociedade, e isso faz dela algo que nem todos estão dispostos a compreender. O seu trabalho é perceber se prefere ser apenas uma observadora do mundo mágico, sacrificando a única parte de si que lhe diz algo sobre de onde veio, para não arriscar ficar sozinha, ou se aceita o que é e se transforma em muito mais do que alguma vez sonhou. Além dela, todos os outros personagens têm uma voz própria e singular, mas entre eles, o Freddy destaca-se. Sinceramente, ele começa a história como um autêntico idiota, revelando uma excessiva arrogância e um claro sentido de superioridade que explicam a antipatia que todos (incluindo o Sr. Fountain) têm por ele. Quando a Rose, inadvertidamente, começa a descuidar-se com os seus poderes e se mostra naturalmente talentosa para o que lhe exige horas e horas de esforço e estudo, a raiva vem-lhe ao de cima, e todas as ideias elitistas que lhe foram incutidas explodem em direção à rapariga. Mas, nem ele consegue fingir que ela não lhe desperta a curiosidade, e ao arranjar desculpas para a observar, vai ficando fascinado com a novidade que ela representa. A paciência que a Rose tem com ele, se é por empatia ou por não querer perder o emprego é debatível, vai-se tornando na primeira experiência de amizade da sua vida, e, pela primeira vez, ele começa a pensar noutra pessoa que não seja ele próprio. A convivência com ela, muito devagar, inspira questões e o reconhecimento da estupidez que são as extremas divisões entre classes e, no fim do livro, ele prova que está substancialmente mais maduro, defendendo o direito da Rose de aprender magia. Ele finge que não, mas é um fofo.
Rᴏᴍᴀɴᴄᴇ: Não há, PORQUE ALGUÉM (chamada Holly Webb) decidiu fazer os seus protagonistas crianças para a narrativa ter mais impacto. Já ouviram uma coisa destas? Não faz sentido nenhum, nah-ah! Mas...na minha cabeça, há algum romance, porque a Rose e o Freddy têm uma química irrefutável (é o que dá quando adultos escrevem miúdos, depois o leitor sofre quando as coisas não se concretizam). Se fossem mais velhos, poderia dar-se o caso de inimigos para amantes, já que ele gosta tanto de fingir que é sério e importante demais para a Rose quando, na realidade, age como um cachorrinho abandonado, andando sempre atrás dela.
Iᴍᴇʀsᴀ̃ᴏ: A linda prosa da escritora aliada ao cenário cativante de uma Inglaterra alternativa do século XIX, torna impossível não ler a obra toda de uma só vez. Os encantamentos, a ilusão da beleza das ruas e o perigo só adicionam a essa sensação.
Iᴍᴘᴀᴄᴛᴏ: É a segunda vez que leio este livro e, apesar de me lembrar de o ter adorado (e de ter ficado enjoada com o fim), não tinha ideia da complexidade do universo da Rose e da importância de toda a simbologia presente. Agora sim, vai-me ficar na memória.
Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: ⭐⭐⭐⭐+ ½
Iᴅᴀᴅᴇ Aᴄᴏɴsᴇʟʜᴀᴅᴀ: É uma obra ótima para todos os amantes de fantasia, contudo, não aconselho que gente com menos de 13 ou 14 anos a leia. O final é realmente marcante de uma forma perturbadora e, mesmo que não sejam sensíveis ao sangue, é impossível passar pelo capítulo com indiferença.
Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ/Oᴘɪɴɪᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: Creio que já disse tudo, este livro é um início de coleção praticamente irrepreensível e oferece tudo. É reconfortante, interessante, assustador, tem animais mágicos, diabretes ricos que só precisam de um bom abraço (nunca percebi isso, como é que alguém que tem o poder de transformar objetos banais em ouro, não sabe levar os filhos ao parque?) e, questiona, de uma forma que aparentemente só as obras para os mais novos conseguem, o sentido das classes na sociedade e a natureza do preconceito. Estou ansiosa para ler o segundo volume e sei que vocês também ficarão se derem à Rose uma oportunidade. RECOMENDO.
Pᴀʀᴀ ᴏʙᴛᴇʀ: Rose, Holly Webb - Livro - Bertrand
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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only0kcal · 2 months
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Meninas o emocional é tudo né?
Eu tive uma semana bem difícil e comi igual uma porcaaaaaa
Tudo o que tinha conquistado foi por água baixo!!!
Preciso ainda conseguir não descontar na comida quando estou mal :( alguma dica?
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srtarmina · 15 days
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❀°• Amante Amadoᶠᴬᴮᴿᴵ́ᑦᴵᴼ •°❀
Sᴜᴍᴍᴀʀʏ: É ᴅɪғɪ́ᴄɪʟ ᴍᴀɴᴛᴇʀ ᴜᴍᴀ ᴀᴍɪᴢᴀᴅᴇ ᴄᴏʟᴏʀɪᴅᴀ ᴄᴏᴍ Fᴀʙʀɪ́ᴄɪᴏ ϙᴜᴀɴᴅᴏ sᴇ ᴇ́ ᴀᴘᴀɪxᴏɴᴀᴅᴀ ᴘᴏʀ ᴇʟᴇ.
Tᴀɢs: ᴀɴɢsᴛ ᴄᴏᴍ ғɪɴᴀʟ ғʟᴜғғ, FWB, ᴇᴜ ᴛᴇ ᴀᴍᴏ ᴊᴏʀɢᴇ ʙᴇɴ ᴊᴏʀ, ʀᴇʟᴀᴄ̧ᴏ̃ᴇs sᴇxᴜᴀɪs sᴀ̃ᴏ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀᴅᴀs ᴍᴀs ɴᴀ̃ᴏ ᴅᴇsᴄʀɪᴛᴀs
Wᴏʀᴅ Cᴏᴜɴᴛ: 2.4ᴋ
(ᴅɪᴠɪᴅᴇʀ ʙʏ ᴀɴɪᴛᴀʟᴇɴɪᴀ)
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O quintal da República Tcheca era um ótimo lugar para festas, sempre tão cheio de pessoas que mal conseguimos nos movimentar. Eles tinham uma daquelas caixas de som que conecta na tomada e a vizinhança inteira consegue ouvir a música – dou graças a deus por não morar nesse bairro. Eles geralmente disponibilizam cerveja de graça ou através de uma caixinha de doação no meio da festa, quando todo mundo já está um pouco bêbado e propenso a contribuir (para ficar mais bêbado ainda). Extremamente convidativo.
O mesmo não pode ser dito sobre o interior da casa, principalmente nos dias de semana. Ao passar pela sala, você encontra todo tipo de bagunça – computador em cima da mesa com balde de pipoca comida em cima, uns cabos passando pelo meio da sala que vão de não sei onde a lugar nenhum, shorts jogado em cima do sofá, travesseiro no chão, abadá do lado da televisão, caixas de mudança mesmo todos eles estando na casa a meses, cone de trânsito que roubaram?, cerveja vazia no chão, vassoura encostada na porta (que eu duvido que esteja sendo usada) – e isso é apenas um prelúdio do que poderia ser encontrado no resto da casa.
Não ousava me aventurar pela cozinha, apenas ia direto para o quarto de Fabrício – que, por incrível que pareça, era sempre o cômodo mais organizado da casa. Quando comecei a frequentar a casa, o lugar se parecia mais com um lixão e eu me perguntei como as outras meninas aceitavam transar com ele naquele estado. Talvez ele tivesse muita lábia, não sei. Com o tempo, passou a organizar o quarto de forma mais minuciosa, até mesmo dobrando as roupas e as colocando dentro do armário, ao invés de fazer montanhas de roupas em cima da cadeira. Uma grande mudança.
Às vezes, quando eu chegava, ainda conseguia sentir o cheiro de produto de limpeza, indicando que ele havia limpado o quarto pouco antes de eu chegar. Fabrício estava deitado na cama, com as mãos atrás da cabeça, me esperando.
– Você sabe que qualquer um consegue entrar na casa, né? Vocês nem trancam a porta – eu disse, jogando minha bolsa em algum canto.
– Se todas forem bonitas como você, vou ficar feliz.
– Idiota – revirei os olhos e ele sorriu, se levantando da cama.
A casa estava vazia, com todos os seus outros integrantes na faculdade ou em algum lugar que eu não me importava muito, porém, como dito, eles poderiam entrar na casa a qualquer hora e nos encontrar. Fechei a porta atrás de mim, nos dando mais privacidade.
Fabrício se aproximou e, ainda um pouco longe, fisguei o cós da sua calça com dois dedos e o puxei em minha direção. O movimento foi inesperado e seu corpo se chocou rapidamente contra o meu, fazendo com que ele passasse a língua pelo lábio e abrisse um sorriso.
– Você comprimenta todo mundo assim? – perguntou.
– Só os melhores.
Antes que eu sorrisse com minha própria resposta, ele me beijou vigorosamente. Uma mão pela nuca, enganchando os dedos por meio das mechas de cabelo, e a outra na base do pescoço, apertando à medida que subia. Senti uma leve pressão em minha cabeça por causa da asfixia e ele puxou meu cabelo para trás, fazendo-me uma boneca em suas mãos. Arqueou a sobrancelha, mostrando que tinha o controle, e me soltou.
– Talvez a gente pudesse fazer algo diferente hoje – se sentou na beirada da cama, com as pernas abertas.
– Gostei da ideia.
Forcei os olhos, como se tentasse ler sua mente. No que estava pensando? Um fetiche novo? Posição nova? Um brinquedo? Tinham algumas coisas que eu também queria tentar e quem melhor do que ele? Estávamos experimentando coisas juntos a meses, confiávamos um no outro. Coloquei minha mão em seus joelhos e fui descendo pela inclinação das suas coxas. Fabrício me encarou sério.
– Algo que não seja sexo – completou e tirou minha mão de perto de sua intimidade.
O que? Meu semblante era de absoluta e total confusão. O acordo era sexo, apenas isso. Transavamos quando estávamos com tesão e depois voltávamos a nossa vida comum, com nossos amigos, faculdade e problemas pessoais; não falávamos sobre outra coisa e, sempre que nos encontrávamos, tínhamos um objetivo em mente.
– É que toda vez que a gente tá junto, a gente só transa. Achei que pudéssemos ver um filme ou... sei lá – coçou a nuca, como se tivesse perdido a coragem do que estivesse propondo.
Revirei os olhos.
– A gente só tá transando, não precisa fazer coisas pessoais.
Falei porque sabia que, se fizéssemos alguma coisa que me faça enxergar qualquer afeto na relação, irei me apegar. Não posso. Fabrício é um tipo específico de homem galinha que dá em cima de qualquer mulher que apareça em sua frente, sendo capaz de extraviar livros do xerox apenas para conseguir uma transa – aliás, foi assim que começamos a flertar. Gostar dele apenas faria com que eu sofresse, fosse agora ou no futuro, e eu mereço muito mais do que ficar correndo de qualquer garoto que queira pegar todas as minhas amigas.
Nos encaramos por alguns segundos, ambos com semblante austero. Peguei minha bolsa do chão e sai do quarto, caminhando com a cabeça erguida até fora da casa. Ele estava sozinho e havia me escolhido como step, coisa que não sou. Gosto de transar e isso era benefício mútuo, qualquer outro entendimento me causaria sofrimento.
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Na mesma tarde, Fabrício se encontrou com Anita. Mandou um SMS pedindo para que ela fosse à República Tcheca quando terminasse seu trabalho de artes na faculdade. Ela poderia ajudar, não? Eram melhores amigos, sabiam tudo um sobre o outro e, atualmente, ela estava em um relacionamento sério. Era a pessoa ideal para solucionar aquele problema. Claro, também havia pedido sua ajuda para ficar com Luiza no ensino médio e tudo havia sido um desastre... mas era um novo homem. Estava maduro, e dessa vez tudo daria certo. Não era certo que ficasse com Luiza, iriam morrer infelizes.
Anita disse que em meia hora tudo estaria pronto, mas apareceu depois de duas horas. Acabou usando a cola errada para fixar o projeto e, se não conseguisse ajustar a moldura, jamais daria tempo de secar e fotografá-la no dia seguinte. Poderia parecer que não, mas arte era um trabalho árduo.
Nessa hora, já haviam outros transeuntes dentro da casa, mas todos conhecidos dela. Comprimentou as pessoas conversando na sala com um aceno de mão de "oi" geral, seguindo para o quarto de Fabrício. Eles se cumprimentaram com um abraço e ela se sentou na ponta da cama, pegando o travesseiro fino do amigo e colocando em seu colo, para apoiar os cotovelos. Passou o olhar pelo quarto e voltou a encarar o amigo.
– Que quarto arrumado – ela comentou, num tom que não se conseguiria afirmar como crítica ou surpresa.
– Arrumei hoje cedo – admitiu, para qual ela cerrou as sobrancelhas. – Por que tá me olhando assim?
– Tá esperando alguém especial? – sorriu sugestivamente.
Fabrício desviou o olhar. Estava. Não, tinha estado. Ela havia aparecido, trocado algumas frases e ido embora, sem que eles assistissem a um filme ou qualquer outra dessas coisas que você faz com a menina que está interessado. Por que? Tinham tantas meninas que gostariam de ir a um encontro com ele. Por que parecia que ela o evitava? Que ele mudava todo o seu mundo para mostrar que podia ser a pessoa ideal mas, mesmo assim, ela não se aproximava.
– Eu tô tentando – coçou a nuca e se sentou do lado da amiga –, mas acho que ela não quer nada sério comigo.
– É por que você é mulherengo – Fabrício tombou a cabeça. – O que tem? É verdade.
Era mesmo verdade. No terceiro ano da faculdade, Fabrício já tinha perdido a conta de quantas mulheres já havia dado em cima – e, pela liberdade da sexualidade feminina efervescente no período universitário, muitas delas haviam entrado em seu jogo pela pela própria libido. Era apenas sexo, sempre.
– As garotas flertam com o cara mulherengo, ele tem a lábia, fazem do jeito certo, mas elas não apresentam ele pra família, sabe? Elas querem o garoto bonzinho – isso o fez lembrar de Luiza e Douglas. 
– Eu posso ser bonzinho – refletiu sobre suas palavras. – Ok. Talvez não "bonzinho" – fez aspas com a mão –, mas eu posso ser o cara certo.
Ele poderia, por ela. Arranjaria um jeito de falar que também merecia ser levado a sério em seus sentimentos; não queria apenas sexo, queria mais... queria tudo. Anita balançou a cabeça em afirmativo, tentando dar força para o amigo, mesmo que não soubesse se ele queria realmente aquele desdobramento. Poderia se machucar com o que descobrisse.
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Dois dias depois, a República Tcheca estava fazendo uma festa em sua residência. Era quinta-feira, considerado o dia mundial de festas universitárias para todos os estudantes da UFCAF. Dessa vez, sem brigas, a festa estava em solo masculino, mas com todas as integrantes da República das Imperatrizes presentes. A música era alta e convidativa, chamando a atenção de qualquer estudante que passasse pela rua e procurasse por festa.
Os jovens dos mais diferentes cursos pegavam suas cervejas no tanque lotado de gelo e conversavam encostados nas paredes. Entre eles, Fabrício. Consegui avistá-lo de longe. Ele parecia ter esse brilho natural em que tudo convertia para si, o ar mudava em sua direção e a luz pegava apenas nele, deixando todos os outros mal iluminados. Pensei em me aproximar mas quando vi se inclinar para frente, percebi que estava conversando com uma garota.
Já havia visto-a antes. Fazia biologia? Química? Alguma coisa naqueles prédios mais afastados. Ela era bonita. Era uma de suas ficantes ou estava dando em cima dela exclusivamente nessa festa? Fabrício podia dar em cima dela, claro, não havia nada de errado nisso. Não tínhamos nada casual e muito menos sério, nem deveria ligar para quem ele dá em cima. Ciúmes? Jamais.
Quando me dei conta, já estava na frente dos dois. Fabrício arqueou a sobrancelha, esperando que eu dissesse o que estava fazendo ali.
– Tão te chamando por causa da maçaneta do banheiro.
A maçaneta era um dos problemas na casa; apenas os moradores sabiam exatamente o jeito de abri-las, o macete que permitia que a porta não precisasse ser arrombada. Assim, ele poderia ter dito para eu chamar qualquer outro garoto para lidar com isso, enquanto ele continuava flertando, ou para que a pessoa se virasse e mijasse na grama, algo assim. Ele não o fez. Foi em direção ao interior da casa e eu o segui.
Quando chegamos à porta do banheiro, ele abriu a porta com uma puxada para o lado e um empurrão. Não havia ninguém esperando para entrar e, menos ainda, para sair.
– Cadê... – antes que conseguisse terminar sua pergunta, eu o empurrei para dentro do banheiro e fechei a porta.
Ele bateu com as costas no azulejo e eu uni meu corpo ao seu, prendendo contra a parede. Não havia escapatória. Meus lábios se guiaram aos deles e, por um segundo, ele correspondeu, espremendo os lábios nos meus. Depois, sem aviso, puxou sua cabeça para trás e me empurrou levemente para trás.
– O que a gente tá fazendo? – cerrou as sobrancelhas
– Se beijando – dei de ombros. O que mais poderíamos estar fazendo? Do que ele estava falando?
– Não – balançou a cabeça e soltou um suspiro. – O que a gente tá fazendo, nós dois.
– A gente tá se pegando. Benefício mútuo.
– Não é benefício pra mim a gente transar e você ir embora depois – mordeu o lábio inferior, numa expressão de esmorecimento. Queria esconder seus sentimentos, mas todos estavam sendo exibidos bem a minha frente.
– O que?
– Eu to cansado de ser o seu passatempo. Você brinca comigo e quando cansa, me descarta. Eu quero mais que isso. Eu quero a porra de um relacionamento de verdade! Eu quero você.
– Você tá falando sério? – foi minha vez de cerrar o cenho.
Era de Fabrício que estávamos falando. Mulherengo, conhecido por ficar dando "xerox" na conta da casa para toda menina que quisesse pegar. Poderia ser apenas mais um de seus papinhos.
– Ta parecendo que eu to brincando? – arqueou a sobrancelha, como se tudo aquilo fosse óbvio – Eu não fico com mais ninguém desde que a gente ficou pela primeira vez. Eu procuro seu rosto sempre que chego nos lugares, eu vou nas festas que eu sei que você vai estar, eu limpo meu quarto pra você não achar que eu sou desleixado, eu faço lista de filmes que quero assistir de conchinha com você e sempre que eu vejo algo que me lembra você, fico querendo mandar mensagem... – suspirou. – Você sabe o quanto eu queria ficar a festa inteira abraçado em você? Segurar a sua mão quando a gente anda pela faculdade? Te beijar quando a gente se despede pra ir pra aula?
– Você não quer que só sejamos exclusivos, você quer que a gente seja público também – falei em voz alta, sem conseguir encará-lo, mais na tentativa de externalizar para entender o que estava acontecendo do que buscar uma resposta.
– Eu quero um relacionamento de verdade.
Meus olhos encontraram os seus.
– E como eu vou saber que isso não é só papinho?
Fabricio engoliu em seco e desviou o rosto. Percebi como seu olhar ficou triste, em desamparo, e sua mandíbula tencionou. Molhos os lábios com a língua e saiu do meu toque, dando um espaço entre nós.
– Você não me conhece mesmo.
Abriu a porta do banheiro e saiu do cômodo. "ESPERA!" saiu da minha boca, mas se misturou com o barulho da festa e não soube se ele ouviu. O que ele estava fazendo? Estávamos conversando. Como eu podia imaginar que ele estava falando sério? Que não era mais um joguinho desses que os cafajestes universitários fazem? Segui atrás dele e segurei seu braço, fazendo-o virar em minha direção.
– Eu já passei por desilusões amorosas demais, eu só tentei me proteger. Não achei que você queria algo sério e tentei não me envolver – admiti, em um volume acima do que gostaria, mas necessário devido a música.
– Eu quero tudo que eu puder viver com você – disse.
Não sabia o que falar, apenas afirmei com a cabeça. Ele sorriu. Me puxou para um abraço sincero, sem segundas intenções. Era bom.
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Aᴏ3
Wᴀᴛᴛᴘᴀᴅ
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jollydiary1 · 8 months
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Carta da Ana💕🩰
Você realmente quer comer, minha querida? Você se esqueceu de como se arrepende, logo depois de se empanturrar de calorias? De como você chora sempre que o número na balança não diminuem? Ou será que você prefere continuar sendo uma gorda!!? Creio que não! Debaixo de tanta gordura, você nem imagina que corpo perfeitamente magro, te espera. Nem em como as pessoas vão te tratar bem, quando você finalmente for magra. As pessoas vão morrer de inveja. Vão perguntar qual o seu segredo para ser tão fininha. E claro, que você não vai dizer que é por minha causa. Muito menos, vai dizer que é por causa das horas sem comer e altas restrições. - Eu como o mais saudável possível. - será a sua resposta. Mas nós saberemos que não é verdade! - Isso não importa para mim. Porque eu não faço nada para o seu mal. Se eu te "perturbo" tanto, é porque me importo com você. Eu escolhi você para fazer parte do meu time. Mas com esse prato de comida nas suas mãos, esse gosto de comida calórica na sua boca, me diz que talvez você não esteja sendo fiel a mim. Nem a você! Porque você insiste em desobedecer meus comandos? Você comeu!!! Faça exercícios até ficar exausta. Se livre dessas calorias. Comece um jejum agora. Só coma quando não estiver mais aguentando. Não se preocupe. Eu estou aqui pra te ajudar. Não vou desistir de você, contanto que faça o que eu disse! Você não consegue esconder nada de mim. Estou sempre te vigiando. Mas fique calma, minha menina! Eu vou te fazer magra.
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emynonf · 6 months
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bom dia, minhas meninas lindas! continuem sendo femininas e delicadas. a magreza vai se encaixar perfeitamente em vocês.
nova dieta da emy (2 refeições p dia)
uma cenoura ralada+ metade de uma beterraba ralada + quatro folhas de alface + azeite e um pouco de sal.
comer 12h e 21h.
eu ainda não iniciei essa dieta. Vou inicia-lá amanhã, e trarei todos os resultados pra vocês.
obs: sim, gente, estou querendo parar de fazer nf. "ah, emy, mas porque se você já disse que emagrece mais rápido assim?". eu estudo integral, e começo a passar muito mal na escola. sem comida meu cérebro mal raciocina, e eu acabo tendo compulsão no intervalo das aulas. então, pra evitar essa auto sabotagem, acho melhor começar a restringir.
beijos da emy!💖🪐
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journaldemarina · 7 months
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Sexta-feira, 08 de março de 2024
Bem, escrevi isso enquanto chorava na terça:
Terça-feira, 05 de março de 2024
Me sinto tão, tão só. Chego em casa, moro sozinha, e tudo que quero é me jogar no sofá e dormir ali mesmo até de manhã. Nem cozinho mais. Compro a feira e apodrece sem ser tocada. A comida caseira da minha mãe, que tanto sinto falta, jamais será feita de novo. Estou afastada do meu pai, há uma situação estranha no ar que ainda não entendi, mas me sinto incomodada. Voltei a falar de forma amistosa com minha irmã, o que já é algo. Sigo próxima do meu ex, ainda nessa amizade estranha. No fim das contas ele segue importante. Dia desses sonhei com o francês, no sonho ele me escrevia um "te amo muito" e ainda no sonho eu ficava sem graça e sem saber o que responder. Claro que não me ama, seria loucura. Mas naquele dia ele me mandou mensagem dizendo que sentia minha falta -- e essa eu pude retribuir sinceramente.
Vi Perfect Days do Wim Wenders no domingo. Hoje chorei andando de bicicleta ouvindo Perfect Days do Lou Reed. Eu sinto falta, eu realmente sinto falta. Sinto falta de sentir, de viver, dele.
* * *
Ontem me dei de folga quase a tarde toda do trabalho. Saí perambular pelo Centro, fui na rua dos tecidos e toquei tudo que fosse possível. Comprei coisas baratas que não sei se darei o fim que imaginei, entrei numa loja e fiquei tempos e tempos e não levei nada, entrei em outra e num piscar de olhos já tinha mil coisas na cesta. Me senti viva, tive ideias. Cheguei em casa e costurei. Fiquei mais que feliz ainda. Estou fazendo um vestido que, se der certo, vou usar numa festinha no sábado. Mas ainda não sei vou, não tenho companhia (não que precise). Também respondi uma postagem malandra que o francês me encaminhou com outra mais ainda. Ah, o francês. Hoje pela manhã ele me mandou um áudio enorme contando que finalmente perdeu a virgindade na Europa (talvez eu tenha omitido que saí com quatro desde então). Saiu com uma garota inglesa, ele disse. Também disse que foi uma bosta e até comentou de mim para ela. Haha. Me falou que a gente sim transava de verdade, que foi maravilhoso. Eu sei, eu sei.
Quanto a terça-feira, estou melhor. As faltas seguem, não há muito o que se possa fazer. Porém tenho começado rotinas que me tiram da inércia. Estou lendo regularmente, comecei a andar de bicicleta por qualquer situação, tenho visto vários filmes. Preciso acertas minhas dívidas e voltar a cozinhar, mas calma lá, baby steps. A saudade do francês segue mas sei que em parte é uma versão idealizada de uma pessoa que conheci de férias por pouco mais de mês. Nem sei se daríamos certo juntos. Mas na cama…
Ah, uma coisa pra lá de DOIDA que preciso registrar.
Dia desses fui num negócio cultural aí que estava passando curtas-metragens projetadas em prédios. Fui, não entendi mas, sei lá, experiências, sensações, FRUIÇÃO. Fiquei até o final e depois de papo com a menina que estava vendendo pipoca. Já conhecia de vista. Ela me chamou para dar rolê com amigas na praça ali perto. Fui. Bebemos, fumamos, falamos mal de meninos & meninas pois bissexualidade. Papo vai, papo vem, beijo a menina que falei de primeira mas apenas isso, vou para minha casa sozinha, dormir sozinha, sonhar sozinha. No outro dia, literalmente, não é que ela me aparece no trabalho, no meu trabalho, com flor e chocolate dizendo que estava com saudades? SAUDADES. Com FLOR. Com CHOCOLATE. Riso amarelo. As 3h da madrugada ela me envia PARÁGRAFOS sabe deus como falando tão bem de mim e de como importante sou, não sei o que lá. Cooorta para dois dias depois eu indo no cinema, respondendo ela dizendo " não posso, tô no cinema" e ela tentar invadir a sessão sem nem eu dizer qual era, só para falar comigo. Ah, ela mandou a seguinte mensagem para meu ex: "quero comer tua ex". A saúde pra lá de mental. Ignorei um dia inteiro, fiquei sabendo que reatou com a ex-namorada dela. Ufa.
* * *
Adendo: me sinto meio monotemática e patética escrevendo essas coisas tipo ai o francês, ai meu ex, ai o AA, ai não sei o que não sei o que lá. Nem sou uma pessoa de SENTIR tanto assim, mas o pouco que sinto me diverte deixar registrado. Agora estou me explicando para as paredes, mas é que por um momento me senti fútil demais com essas besteiras hahaha. I'm only human after all!
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sleeplessness-moonie · 2 months
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WANTED CONECTION
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Simone é filha de Morfeu e tem 26 anos e ficou direto no acampamento dos 06 anos até os 16, depois que conseguiu controlar o poder ela passou cinco anos passando só as férias no acampamento (dos 16 até os 20 anos) até um dia simplesmente sumir. Agora com 26 ela é DJ em Ibiza e até que é bem reconhecida no meio, mas nada em nível global. Com o chamado de Dionísio ela voltou a contra gosto e está outra pessoa, agindo como superior e não querendo se misturar com os mais jovens.
Por muito tempo quem passasse a noite perto dela não sentia sono algum, mas depois de muito treinar descobriu que o poder dela é a Insônia Enlouquecedora. A mulher é capaz de fazer com que a pessoa sinta que está a dias em claro e quanto mais tempo ela mantem o poder ativo pior fica pode causar até desmaio ou psicose.  
CONEXÕES.
Amizade.
001. As noites em claro sem conseguir dormir não são tão ruins quando se tem MUSE ao seu lado. No início ela achou que seria só uma insônia passageira, logo a pessoa iria embora e a deixaria só na madrugada, mas depois percebeu que incrivelmente MUSE gostava de sua companhia e sempre vinha papear. (2/3; @melisezgin, @littlfrcak )
002. Crescer no acampamento não era fácil, mas quando se tinha outras crianças para dividir aquele peso não ficava assim tão ruim. MUSE e Mone cresceram junto e, mesmo anos sem realmente se ver, ela até hoje ela guarda muito carinho por elx. (0/2)
003. MUSE descobriu que Simone era DJ e usou da carta da amizade para ir em todas as festas que ela tocava. Mas o que fazer se ela gostava da companhia delx? Venha e ainda traga a garrafa de vodka! (1/3; @lottokinn )
004.  Incrivelmente MUSE e Simone ainda conversam. Elxs namoraram durante um tempo, mas os perfis não batiam e o término foi inevitável, o que não quer dizer que tenham ficado mal. Não são unha e carne como antes, mas maduros o suficiente para manter a amizade. (0/1; m/f)
005. MUSE salvou Simone de ser comida pelas Harpias em um dia que ela andava pelo acampamento de madrugada. A partir dai a mulher guarda o dever de proteger e ajudar MUSE sempre que elu precisa ( 1/1; @misshcrror)
006. Ninguém nessa terra que entenda tanto Simone quanto MUSE, são praticamente almas gêmeas e por muito tempo dividiam o mesmo neurônio. Não tinha distancia ou horário apertado que possa impedir que essxs dois deem um jeito de se falarem. (0/1)
Inimizade.
007. Quando ela era menor e aprendendo a controlar seus poderes, ela e MUSE tiveram uma discussão a ponto que MUSE foi alvo de um momento de descontrole, ficando com uma sensação de não ter dormido tão forte que chegou a vomitar no meio do acampamento. A partir dai sempre que passa pela mulher a considera desequilibrada e perigosa
008. Se MUSE tivesse pegando fogo e Simone tivesse a água pode ter certeza que ela beberia antes de levantar um dedo para ir ajudar. Não que ela fosse uma pessoa terrível, como MUSE a pintava, mas porque essa pessoa errou feio com ela e hoje nem se pintasse de ouro voltava para sua vida
009.MUSE e Simone nunca se deram. Talvez por serem parecidos demais. Talvez por não concordar com o jeito que ela leva a vida. Só sabe que quando se juntam as fagulhas saem dessa interação.
010. @alekseii foi o treinador de Simone nos seus primeiros anos de acampamento. Ela era dedicada e ele tinha muito carinho pela menina, infelizmente ele o suficiente dela para tentar impedir que a menina se metesse com uma pessoa que considerava um mal exemplo e isso culminou em uma briga sem tamanho. Os dois eram orgulhosos demais e ficaram sem se falar até os dias de hoje
Romance. (bisexual/Birromantica)
011. Há cerca de quatro anos atrás, MUSE e Mone tiveram um romance. Porém após uma traição/discussão a mulher decidiu nunca mais pisar no acampamento, deixando tudo em aberto para trás. Agora, de volta para o acampamento, o clima pesou e a negra só finge que nunca aconteceu.
012. Por muito tempo Simone falou que queria sair do acampamento e viver sua vida no mundo lá fora. Não tinha ideia para onde ia ou o que iria fazer, mas MUSE sempre a incentivou a seguir seus sonhos e por isso mesmo nunca falou o que realmente sentia por ela. Agora a duvida paira, será que agora estão de volta ao acampamento talvez seja o momento certo para ver o que dá?
013. Sabe o famoso contatinho? Na alegria e na tristeza, nas horas do aperto e da vontade, das rapidinhas às noites em claro será MUSE que terá sempre prioridade. Sem compromisso ou cobranças, só a boa e velha mão/pau amiga(o).
# Outros.
000. Colegas de Esgrima (Vermelho) ou de Corrida de obstáculos (Vermelho)
000. Companheiro de rave
0800. A combinar
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a-fogarias · 10 days
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Meu bem, feliz aniversário! Talvez esse seja seu primeiro parabéns por causa do horário, mas enfim. Estou muito feliz por saber que completa mais um ano de vida e que está bem e com saúde, mesmo não estando fisicamente perto, te sinto bem e isso preenche meu coração de felicidade. Hoje, mais do que os outros dias, quero te desejar um caminho próspero, cheio de alegrias, sucesso, saúde e principalmente amor, que seus sonhos sejam realizados e que nada nunca venha te faltar. Que esse novo ciclo te ensine coisas boas, te traga bons momentos e te faça absurdamente feliz. Você é um ser surpreendentemente maravilhoso, sei que sou suspeita a falar, afinal, desde que te conheço sei o coração gigante que tem no peito, e a bondade que emana a todos que estão ao teu redor, saiba que daria tudo pra sentir isso de perto novamente, mas hoje, só agradeço pela tua vida e que continue sempre assim, exalando essa energia linda que só você tem. Sei que as felicitações parecem bregas e chatinhas, queria poder estar do seu lado, te dar um abraço forte e comemorar esse dia especial, e mesmo não podendo fazer isso, sinta meu abraço onde estiver. Aproveite com leveza essa nova fase, e nunca esqueça o quão forte e suficiente você é. Estarei sempre aqui, com o amor que sinto desde que te conheci, torcendo pela tua felicidade!
Vi que comentou sobre eu lembrar dos seus quinze anos, pois é lindao, a gente se conheceu quando eu tinha doze e você quatorze lembra? Ahahaha. Olha quanto tempo se passou e ainda continuamos aqui! Podemos escrever um livro sobre a nossa história.
Andei meio sumida essa semana porque não estava bem, passei mal terça feira passada e peguei cinco dias de atestado acredita? Fui pra casa da minha mãe e fiquei de molho por lá, não aguentava sair da cama e comer nada porque jogava tudo fora, nada parava no meu estômago. Voltei ontem pra cá e já parei de tomar os remédios, agora estou me sentindo bem novamente, já voltei até a trabalhar. Ah, sem contar que perdi três quilos, e to com uma aparência de zumbie, com os olhos pretos e murchos kkkk.
Quanto as provas, eu perdi todas da semana passada, fiquei muito mal por isso, agora vou ter que fazer elas só no final de novembro junto com as outras, eu tô realmente muito fodida. Tirando isso, hoje fiz uma e amanhã e quarta tenho mais duas, pelos menos essas vou conseguir fazer. Fiquei pensando no teatro da terapia, é tipo “uma pessoa e o paciente que conta seus problemas e o outro o psicólogo que tem que dar o resultado”? Se for, muito legal.
Suspeitei mesmo que esse fosse o horário que acordasse kkk, que pena. Eu ainda tenho chegado bem cedo no trabalho, mas o sono que pega durante a manhã é terrível. Aliás, não sei se te contei que agora eu tomo café, antes odiava até o cheiro, e agora tomo igual água, em partes é pra sobreviver em frente a um computador, mas tenho gostado.
Lembra a história de comer pão de almoço? Minha mãe quase comeu o meu toco por causa disso hahahaha, falou que ando morrendo de problema no estômago por não comer bem, e pensa numa menina que tá com um nojo da própria comida kkkk, não sei o que comer pra não passar mal :( Por favor não estrague seu estômago também meu bem, a quantia que puder cozinhar, cozinhe, não é nada bom ter dor e fome e não poder fazer nada. Uauu, eu amo bife acebolado, e claro, ainda mais se for o melhor da região! Ia citar alguma comida que acho que me garanto, mas não sei se me garanto mesmo em alguma, então kkkk, “acho” que amaria comer minhas panquecas deliciosas e o meu purê de batata divino. Daríamos uma ótima dupla em uma cozinha, não acha?
Minha amiga me contou que vocês foram juntos, e pelo visto conversaram muito né, fiquei feliz por isso. Que pena que não falaram de mim, certeza que qualquer brecha que você abrisse ela falaria alguma coisa sobre. Aliás, ela ta muito distante ultimamente, e pra te falar a verdade, eu não vou com a cara da namorada esquisita dela, ainda posso te contar os porquês. Aaah, claro que meu pai lembra de você, mas dessa vez ele não me contou. Essa semana ele cuidou muito de mim, mas teve um dia que chegou meio no gole em casa as 11:00 da manhã acredita kkkkk, que ódio. E vai eu lutar pra aguentar o sarna o dia inteiro me afetando, até desculpinha esfarrapada pra sair ele tava me dando ahahaha , tipo “fia, eu preciso ir no martinense porque só tem porção de alcatra até as 15:00 da tarde (isso era 14:00)” e eu não sabia se ficava brava ou se ria da cara dele.
Eu vi que seus amigos foram pra lá, que legall, e que triste não ter conseguido ir por conta do trabalho, espero que tenha sido só por isso né? Não me diga que é dinheiro, pfvor kkkk (não tô julgando). Que saco trabalhar no sábado, imagino que deve ter ficado puto com isso.
Não tenho muitas novidades, basicamente minha semana foi terrível e é isso kkk, mas assim que tiver mais eu venho te contar. Fica bem, se cuida e um beijo da bunda. Felizzzz aniversário!!!!
-hoje completa mais um ciclo, uma nova volta ao sol, e ainda estou aqui torcendo pra que um dia, uma dessas voltas te traga de novo pra mim
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bolladonnas · 1 year
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𝐛𝐮𝐫𝐧𝐢𝐧𝐠: 𝐚𝐩𝐡𝐫𝐨𝐝𝐢𝐭𝐞, 𝔭𝔬𝔳.
; as the goddess of love she presents herself. discovering himself in the midst of lust, becoming the center of the universe.
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a empolgação de outrora não mais existia, não quando estava ao lado da mãe; regina surpreendentemente, havia seguido o dress code, abrindo mão do usual preto para um azul marinho; ela também não parecia muito disposta, não enquanto falava mal de tudo e todos.       ‘         você precisa melhor suas amizades, belladonna! francamente, o filho da gothel é terrível, a menina da malévola é uma inútil!         ela dizia, contando nos dedos todos aqueles que possivelmente, tinham algum valor na academia. a rainha má sabia de tudo, conhecia a todos e possivelmente, passava tempo a observando de longe.         ‘         quando vai aprender algo comigo?! dervir de isca para o basilisco foi o fim! não ouse nunca mais, fazer algo parecido novamente.           belladonna apenas ouvia, a consciência distante, pensando em como livrar-se da mãe, de todas aquelas cobranças. de punho fechado, a unha grande marcava a pele com tanta força, que se continuasse, acabaria tirando sangue de si mesma.
mas aí...algo mudou. foi como um piscar de olhos, um pouco mais demorado que isso. estavam próximas da confusão de úrsula e cruella, questionando-se como tudo aquilo havia começado.        ‘        regina, o quê está acontecendo?         questionou a mãe, mas ela estava ocupando-se em pegar toda a comida da festa, enfiando-a na boca, saliva misturando-se com resto de alimentos. desejou a questionar uma vez mais, mas o corpo tornou-se fluído, quase líquido. a grimhilde segurou-se na mesa, uma onda intensa de desejo a atingindo, a deixando tonta. uma porta que estava fechada no âmago abriu-se, as vozes misturando-se com a sua própria, com as pessoas que estavam em torno dela. siga em frente, recebeu a ordem e colocou-se em movimentação, cada parte do corpo queimando, quase como um vulcão em erupção. você precisa explodir criança, a voz indicou.
concentrou-se na energia, no interior algo movendo-se, um veneno novo. belladonna parou no meio do caminho, os olhos tornando-se quase vermelhos por baixo da lente que usava e foi como a explosão na floresta, no dia da corrida, mas o que exalava dela não era mortífero. a fumaça rosa que escapava do corpo era um reflexo do pecado que a percorria: luxúria. e quase institivamente, ela esperou...aguardou até que mãos começavam a tocá-la, bocas lhe chupando a pele, a dizendo juras de amor. havia atraído pessoas até ela, o veneno a colocando como centro do universo, os envolvendo. naquela altura, seguia derramando-se em sua intimidade, úmida, desejosa por mais, por mais toques. os pares de mãos e lábios brigavam por sua atenção, por um pedaço da sua carne e divertia-se com a perspectiva.
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thompsonmaeve · 10 months
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Alto quem vem lá ? Oh , só podia ser MAEVE THOMPSON, a GUARDA COSTAS E ESPIÃ ASSISTENETE PESSOAL de 32 anos que veio da INGLATERRA . Você quase se atrasou hoje, hein? Eu sei que você é normalmente CARINHOSA E SINCERA , mas também sei bem que é RACIONAL E SÉRIA , então nem tente me enganar . Ande , estão te esperando ; entre pela porta de trás . WANTED CONNECTIONS .
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                                BACKGROUND
A infância de Maeve não foi fácil, principalmente considerando o quão pobre os pais eram. Viviam da agricultura, sendo plantadores de batata, mas os lucros não eram suficientes para pagar os custos com a comida que tinham. Muitas vezes, tudo que tinha para se alimentar eram batatas que plantavam, não possuindo nem mesmo temperos, que eram considerados caros para uma família que passava fome. A única solução para impedir o definhamento era depender da ajuda e bondade de quem possuía um pouco mais, que ofereciam muitas vezes mais algum vegetal para misturar na comida ou roupas um pouco mais grossas para enfrentar o frio do inverno que fazia naquela região. Desde pequena, a menina sabia que não gostava que aquele fosse o seu destino para sempre, aguardando a morte enquanto passava fome. Queria um pouco mais do que tinha, mesmo que isso significasse abandonar os genitores.
Disseram que tinha sido sorte quando Maeve entrou na carroça errada e acabou conseguindo entrar no castelo, mas tinha sido profundamente planejado pela mulher. Depois de anos e anos sofrendo na lavoura, não queria passar mais um ano sequer vivendo daquela forma. Tentaram levá-la a força para fora, mas a verdade é que o chefe dos guardas viu nela uma força e uma determinação que não era de se desperdiçar tão facilmente (o que era, na verdade, o desespero de quem não aguenta mais sentir o estômago embrulhar constantemente).  As dificuldades eram várias no começo, principalmente considerando que jamais tivera qualquer treinamento antes, nem sequer conhecendo aquela realidade do castelo. Desde pequena, a única coisa que tinha conhecido era a vida no campo, arando e colhendo batatas. Era muitas vezes humilhada pelos outros guardas em treinamento, mas continuou firme no anseio em mudar de vida. Daria de tudo para que aquilo acontecesse.
Todo o esforço foi em vão quando acusaram-na de ser uma rebelde, sendo levada à força no meio da noite. Não compreendia completamente o que tinha acontecido, mas, assim que viu os outros guardas escondendo os próprios sorrisos, percebeu que tinha sido uma armação daqueles que se sentiam ameaçados pela presença de Maeve. Foram os piores dias de sua vida, principalmente quando alguns rebeldes a reconheciam. Até os dias atuais, a mulher se recusa a falar o que aconteceu naquelas grades. Apenas conseguiu sair após defender a princesa herdeira, que, na época, não sabia que se tratava dela. Havia algo na outra que fazia com que se identificasse e não permitiria que o mesmo que tinha acontecido consigo acontecesse com outra pessoa. Estava pronta para a sentença e, enfim, sua morte, quando foi salva por aquela que se revelou como realeza. A partir daquele momento, a vida começou a se tornar um borrão.
Ser retirada da prisão, virar assistente pessoal (que, na verdade, estava lá para protegê-la contra quem desejava fazer algum mal à mulher) e uma espiã. Os compromissos eram intermináveis, assim como o dinheiro que recebia, sendo muito generoso, ainda mais para alguém que passou a vida sustentando-se com o mínimo. Foi difícil para ela se adaptar à nova realidade, principalmente por não ser uma pessoa naturalmente muito charmosa e aberta a conversas. Por ter um passado recluso, passou anos sem conversar com alguém que não fosse os genitores, então teve que se adaptar a muitas coisas que não estava acostumada.   
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