#danton mello x reader
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bibescribe · 27 days ago
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senhor e senhora mello ii
danton mello x reader
primeira parte aqui
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duas semanas desde o seu casamento, e duas semanas desde que tinha recusado danton na sua noite de núpcias, após o acontecido, o mais velho se levantou e foi até o quarto de hóspedes sem dizer uma palavra, sem gritos ou insistências, naquela noite você cogitou a possibilidade de ele ter saído para procurar alívio em uma mulher da rua, mas de manhã foi informada pela empregada que o patrão tinha levantado cedo e a instruído a só lhe despertar quando ele saísse para ir trabalhar, enquanto você dormia, danton tomou café com as crianças e as levou para a escola.
você sentia ansiedade em relação a sua lua de mel, iria para paris, que era um sonho, mas sua relação com danton estava esquisita, você sabia que tinha o direito de não querer sexo mas receava que ele resolvesse anular o casamento, uma mulher solteira até tinha salvação, mas uma mulher com um casamento anulado estaria arruinada, você seria um estorvo eterno para seus pais, mas seus medos sobre a viagem foram aplacados quando isabella caiu doente, o que começou com uma gripe se tornou uma pneumonia e a estrutura frágil da criança demandava toda sua atenção.
— margareth está doente também, fortemente gripada, pedi que ela ficasse uns dias em casa para que não evoluísse, Deus sabe o que estamos passando com isabella. - danton disse uma noite depois de chegar do trabalho, você tinha acabado de ninar isabella, que estava em um de seus poucos momentos livres de febre, e eduardo tinha ido dormir por não ter nada para fazer, já que a irmã não podia brincar.
a vida de mãedrasta era mais difícil do que você imaginava, isabella e eduardo eram crianças incríveis, inteligentes e divertidas, mas era notável a falta de envolvimento de danton, você sentia que suas previsões pré-casamento estavam certas, ele casou contigo para ter uma babá 24 horas por dia, o que lhe salvava era que os fardos da cozinha e limpeza eram retirados de suas mãos.
— deus sabe o que eu estou passando. - você respondeu sem pensar, enfatizando o ‘eu’, se assustou com sua própria coragem mas não voltou atrás, a boca fala para que o coração não transborde, certo?
— perdão, tem alguma reclamação sobre seu estado atual, esposa? - danton perguntou, os olhos que estavam no jornal de repente te encarando impássiveis.
— só estou dizendo que eu sou quem está passando maus bocados com isabella, não você, o senhor passa o dia no escritório e só volta para saber se a menina ainda está viva, não está nos seus planos financeiros fazer um funeral agora ou quer que ela cresça para jogá-la nos braços de um marido omisso e ingrato? - seu tom era suave e você disse tudo em uma só respiração, a única coisa que lhe impediu de continuar o discurso foi o rosto lívido e vermelho de danton, o homem se levantou e foi até você, ficando centímetros do seu rosto.
— eu deixo você morar na minha casa, comer da minha comida, dormir na minha cama e respirar o mesmo ar que os meus filhos, mas jamais vou deixar você insinuar que sou um mau pai, você não sabe nem a ponta do iceberg e sua pretensão jovem não teria capacidade de entender a gravidade do que eu vivi sozinho com aquelas crianças. - ele dizia, o rosto vermelho e uma veia saltando, ele estava lívido.
— nós nos casamos, essa casa também é minha, eu não tenho nada que não seja meu direito. - você respondeu e viu os olhos do mais velho brilharem com divertimento e uma certa crueldade.
— não se esqueça esposa, que ainda não consumamos nossa união, eu sou advogado, posso entrar com o processo de anulação e você só vai saber que é uma solteirona quando chegar de um passeio e descobrir suas roupas na lata de lixo do lado de fora, digo e repito, nunca, jamais, insinue que sou um mal pai, se o fizer de novo vai descobrir que posso ser um pior marido.
danton se afastou, pegou o blazer e saiu lhe deixando assustada e desnorteada, não sabia o que fazer ou o que pensar, queria fugir para o colo de sua mãe mas tinha uma criança doente no andar de cima e ela não tinha culpa, a realidade de sua situação caiu sobre você como um balde de água fria, não importava o quanto gritasse, a voz ativa do casamento sempre seria a do seu marido.
você se encolheu no sofá e adormeceu lá mesmo, acordou com o som do telefone, o barulho estridente tinha entrado em seus sonhos e lhe despertado de dentro para fora, cambaleando ainda tentando se situar, pegou o aparelho e o atendeu
— olá, querida, é o selton. - você ouviu a voz suave e quase paternal do outro lado da linha.
— sim, oi, tudo bem, cunhado. - você empregou seus maiores esforços para fingir uma voz animada, mas estava rouca por ter acabado de acordar e por estar com tantas palavras e sentimentos engasgados.
— tudo ótimo docinho, só liguei para avisar que o danton está aqui, ele chegou muito agitado mas minha esposa já o deu um calmante e ele está dormindo.
— sim, nós tivemos uma discussão, recém casados sabe. - seguiu a tentativa de manter um tom animado, também queria esconder seus problemas conjugais de selton, não queria que vazasse qualquer suspeita de que seu casamento estava passando por maus lençóis antes mesmo de completar qualquer boda.
— querida, eu sei que a isabella está doente, mas quando puder peço que venha aqui na delegacia, podemos ir tomar um café, estou a muito tempo postergando uma conversa que deveríamos ter tido antes mesmo do seu casório. - ele disse, de repente com uma voz séria.
— não sei quando posso, cunhado, a margareth também caiu doente e eu estou sozinha com as crianças.
— peço que quando tiver pelo menos 30 minutos disponíveis que venha me ver, você é da familia agora, sempre temos tempo para a família não é? não se preocupe com o danton, vou cuidar dele como sempre fiz, em breve ele estará de volta aos seus braços, tenho que ir, até. - o homem disse e desligou o telefone sem mesmo esperar a sua despedida, te deixando em uma nuvem de dúvidas.
danton voltou para casa no dia seguinte, quase à noite depois de um dia no escritório, não falou contigo, mas deixou um bilhete em cima de seu travesseiro
‘minha cara, perdão pelas minhas palavras e minhas ações, descontei fantasmas do passado em ti e isso não é justo, mas quero que saiba que suas palavras também me feriram, dizer que sou um mau pai, para mim, é como dizer a um cardiologista que já salvou mil pessoas que ele é um mau profissional por ter deixado 1 pessoa morrer, quero que deixemos isso para trás, aprecio o que está fazendo por mim e pelos meus filhos, para lhe poupar de qualquer desconforto voltarei a dormir no quarto de hóspedes.
do seu, danton mello.’
margareth também voltou dois dias depois, se declarando já curada e pronta para trabalhar, você aproveitou o retorno para marcar o encontro com selton, almoçariam juntos.
o conteúdo do encontro estava martelando em sua mente fazia muito tempo, seria algum segredo de família, algo obscuro que mudaria para sempre sua impressão de danton? um homem que tinha tantas fases quanto a lua podia ter muitos segredos.
seus devaneios foram interrompidos pela campainha, como estava na sala enquanto margareth cuidava de isabella, você mesma atendeu a porta e ao abri-la se deparou com uma mulher impressionante, lábios bem vermelhos, cabelos loiros ondulados e jogados para o lado, um sorriso cativante e sedutor.
— olá, bonequinha, o danton está? - ela perguntou, sorrindo e olhando para dentro da casa, procurando o homem.
— a senhora é...? - você perguntou tentando ao máximo se colocar na frente da porta para bloquear qualquer visão interna.
— que tolice a minha, obviamente qualquer imagem que refletisse minha figura foi retirada dessa casa, sou lígia bardot, lígia mello para saudosistas, e você é a seguda esposa, a nova senhora da casa. - ela disse não em tom de pergunta, mas como se aquele rótulo decidisse quem voce era e como deveria se comportar, a segunda esposa, o estepe, ela era a primeira e queria que você a respeitasse como tal.
lígia, a primeira esposa de danton, não tinha muita noção de como a mulher era fisicamente, e agora via isso como uma benção, o fantasma da mais velha assombraria seu casamento, ela parecia segura de si, segura de sua feminilidade e posição social, era essencialmente uma divorciada mas se comportava como a mulher mais digna desde a rainha da inglaterra, você sentiu inveja de alguém que parece saber tão bem quem é.
— você não mudou muito da casa, não é? - ela disse já entrando, e trombando levemente no seu ombro enquanto o fazia.
— ainda não tive tempo, é tudo muito recente. - você disse, de repente sentindo vergonha dos seus fracos dotes de dona de casa.
— bom, quando eu era a senhora desse lugar as mobílias estavam compradas desde o noivado, e eu já tinha o enxoval de isabella 2 semanas após dar a luz a eduardo, é bom saber o que quer, facilita tudo. - você sentiu uma pontada de desdém na frase da outra, como se ela quisesse se mostrar como uma dona de casa infinitamente superior a você
lígia se sentou no sofá sem ser convidada, olhava ao redor e fazia caras e bocas, como se reconhecesse algumas coisas que estavam lá.
— como está sendo o casório, danton pode ser um homem dificil. - ela disse enquanto você se sentava a seu lado. — ele já te fez sentir como um pedaço de lixo? como se não pertencesse ao seu lar? lembro que eu me sentia assim na minha vez.
— não ando tendo tempo de focar em meu casamento pois estou cuidando de isabella.- você ignorou o ‘na minha vez’ estava claro que lígia falava como se você fosse ser só mais uma em uma longa lista de esposas — a pobrezinha anda doente e… - antes que você pudesse terminar os olhos da outra aumentaram de tamanho.
— isabella está doente? com o quê? o que ela tem? - ela perguntou se levantando, você se sentiu assistindo uma peça de teatro.
— pneumonia, ela está lá em cima, margareth está cuidando dela.
antes que terminasse, a mulher disparou até o andar de cima como se aquele ainda fosse seu lar, você seguiu, lígia sabia exatamente onde isabella estava e entrou no quarto.
— minha filha, minha boneca - ela se ajoelhou ao lado da cama pegando nas mãos da menina.
a menina apertou os olhos e demorou para responder, como se estivesse escaneando o banco de dados de seu cérebro tentando reconhecer a mulher.
— margareth, eu tenho que sair, volto em 1 hora, por favor deixe a senhorita lígia a vontade. - você não quis se estender, sentia que estava atrapalhando algo, também sentia uma espécie de inferioridade em relação à lígia, confiante, atrevida e bela lígia, enquanto você saía, margareth lhe seguiu e vocês duas pararam na porta do quarto.
— senhora, eu não tenho certeza se o dr. danton gostaria da senhorita bardot aqui. - a moça disse baixinho, seu olhar era levemente assustado como se tivesse visto um fantasma.
— margareth, antes de mim veio ela, é a filha dela que está doente, volto já já. - você deu um beijinho na testa da mais velha e saiu.
você pegou um suéter e sua bolsa e foi até a calçada chamar um táxi até a delegacia, não demorou muito para entrar no carro e se dirigir até o local de trabalho de selton; seu cunhado era delegado, conhecido por sua justiça e honestidade, era comum que delegados tivessem laços estreitos com políticos mas selton se mantinha o mais imparcial possível e se afastava de qualquer questão política. você foi recebida calorosamente e foi com ele até um pequeno bistrô no centro da cidade, ele entrou sem nem precisar de reserva.
entre conversas, o assunto lígia chegou, selton ficou surpreso por você sequer saber o nome da mulher.
— ele fala da lígia com você? estranho, achava que ele queria esquecer da existência dela.
— ela é a mãe dos filhos dele, acho justo eu saber que ela existe além das fofocas da sociedade. - você respondeu, sentindo quase um dever de proteger a imagem de lígia.
— 'mãe' é uma palavra muito forte para se referir à lígia, ela deu à luz aos meus sobrinhos e talvez essa tenha sido a única coisa decente que já fez na vida, quando isabella nasceu ela cobria o rosto da menina enquanto amamentava, não ligava para a possibilidade de sufocá-la, só não queria olhar para ela. - selton disse, seu tom calmo ainda deixava transparecer uma certa raiva, você ficou chocada, cobrir o rosto da criança para não olhar para ela?
— por que o seu irmão se casaria com alguém assim?
— danton… danton sempre foi inseguro, um romântico, lígia vem da família bardot, eles tinham o sobrenome mas nem um tostão furado, mesmo assim conseguiram se inserir na sociedade e debutar lígia, relativamente tarde mas aconteceu, meu irmão ficou louco por ela assim que a viu, ela era carismática e tinha o sorriso fácil, se não fosse pela falta de dote poderia se casar com qualquer um, eu acompanhei o cortejo deles, lígia tinha um frieza, parecia não gostar de ficar muito perto, queria casar-se com menos de 1 mês, eu fui terminantemente contra, o pai e irmãos dela eram abutres falavam de sociedade no escritório de advocacia, bardot e mello, acredita que eles queriam o sobrenome deles antes do nosso? queriam que eu os colocasse em contato com políticos da cidade, queriam, queriam e queriam, e lígia incentivava, dizia que eles eram bons, inteligentes e talentosos, e que a falta de dinheiro era só uma onda de azar.
— eu não acho errado família ajudar família, além disso, seu irmão não foi o mais legal com lígia enquanto eles estavam juntos, ela me disse.
— quando você teve contato com ela? - seu cunhado parou de comer de repente.
— hoje antes de vir para cá, ela apareceu em nossa casa, ainda está lá olhando isabella.
— lígia apareceu na sua casa? e você a deixou entrar?
— bom ela meio que entrou sozinha, eu só abri a porta. - você deu um risinho tentando levantar o astral, selton de repente ficou muito sério.
— um momento, por favor. - disse e se levantou da mesa.
selton foi até um dos garçons, conversou rapidamente, gesticulando mas sem levantar a voz e foi conduzido até a parte interior do lugar, provavelmente um escritório, onde ficou por 5 minutos no máximo, então voltou, se posicionou atrás da sua cadeira e a puxou como se lhe indicasse a se levantar.
— vamos.
vocês entraram no carro de seu cunhado e começaram a se digirir até sua casa, ele estava mudo mas com um semblante sério e decidido, quando chegaram perto, e você já conseguia ver a propriedade, ele parou e se manteve lá.
— não vamos para casa? - você perguntou, confusa sobre as intenções do delegado.
— em breve, calma. - ele respondeu e colocou o dedo indicador na frente dos lábios, indicando que você ficasse em silêncio.
vocês passaram uns bons 2 minutos sem emitir uma palavra, até que sirenes cortaram o silêncio, a poucos metros de vocês três carros de polícia passavam, antes que você pudesse se desesperar, viu lígia no banco de trás do carro do meio, a mulher também te viu, e acompanhou seu olhar, no que pareceu um rompante de raiva, levantou as mãos e bateu os pulsos no vidro do carro, mas não pôde fazer muito, pois estava algemada.
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bibescribe · 1 month ago
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senhor e senhora mello
danton mello x reader
✨️ fluff
n/a: a temática é anos 40, por isso um certo machismo datado, enjoy! sim, terá outras partes.
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- não pense nisso como um casamento arranjado, filha, pense como um casamento muito proveitoso, quase uma caridade.- a descrição da sua mãe te animou menos ainda, então casar com você seria uma caridade?
- acho que prefiro não pensar assim, mamãe, muito obrigada. - você disse afastando as mãos da matriarca do seu cabelo, que ela escovava obsessivamente.
não é todo dia que uma moça de 27 anos descobre que foi arranjada a um homem, você jurava que na sua velha idade já teria se tornado indesejável pra qualquer um, mas não, o advogado mais importante da cidade, danton mello, pediu encarecidamente sua mão aos seus pais e seu pai ficou mais do que feliz em entregá-la de mão beijada.
você conhecia danton, afinal, quem não conhecia? advogado que teve um fim de casamento escandaloso após a esposa fugir e deixá-lo a ver navios com um casal de gêmeos, mas dr. mello não se lamentava, as senhoras da cidade faziam isso no lugar dele, seu drama de marido abandonado e pai solteiro o elevaram ao status de anjo da cidade, se ele desse um soco na cara de um rapaz provavelmente a vítima que tinha batido o rosto no punho dele sem querer, solteiro, com uma história trágica e dinheiro pra dar e vender, o homem era o partido da cidade.
você não comprava o teatro, pensava que para uma mulher largar o conforto do lar e seus dois filhos que acabaram de sair da primeira infância só poderia ter um culpado: o marido. não era impossível, amigas suas que se tornaram donas de suas próprias casas comentavam sobre maridos jogando cadeiras pra lá e pra cá em crises de raiva, as mais sortudas tinham que lidar com homens simplesmente estúpidos, herdeiros que nunca leram um livro na vida e só sabiam conversar sobre eles mesmos.
- ele é um bom homem, estudado, os filhinhos são pequenos logo logo vão lhe ver como mãe, e quando você tiver seus próprios filhos todos serão uma grande família. - sua mãe faltava suspirar enquanto falava.
- talvez, mamãe.- foi sua única resposta.
você sempre teve uma personalidade mais teimosa, não tinha medo de questionar seus pais e por vezes era até incentivada, tanto que tinha seu próprio emprego como preceptora de uma família da área mais abastada da cidade e se mantinha solteira mesmo se aproximando dos 30, mas casamento e estabilidade financeira eram questões que você sabia não ter voz, graças a uma mulher que você nem chegou a conhecer, sua tia lídia.
lídia foi uma das tantas mulheres que se casaram por amor e acabaram com um destino desafortunado, a moça era a mais nova da família, a mais mimada e avoada, mas ninguém esperava que ela fosse fugir com um oficial qualquer da marinha, sua mãe contava a história como os mais velhos contavam sobre o bicho papão, discorrendo sobre como os homens da família foram em busca de lídia por dias rezando para que o escândalo não fosse maior, quando os pombinhos foram encontrados tiveram que se casar para evitar maiores danos, sem um dote significativo, o casal passou anos sendo sustentado pelos pais da noiva e depois pela sua mãe e seu pai, você ainda ouvia a raiva e revolta na voz da sua mãe contando sobre como ela teve que atrasar o nascimento de seus próprios filhos para sustentar os filhos de lídia e como você merecia ter irmãos mas infelizmente o tempo não foi generoso.
casamento e dinheiro eram coisas sérias para sua família desde sempre, não queria ser uma segunda lídia, não queria se tornar um estorvo, queria livrar seus pais do fardo de alimentar mais uma adulta e se casando com um homem abastado poderia até reverter os papéis e ajudá-los financeiramente, sua mãe tinha a fantasia de ir a petrópolis duas vezes por ano e tomar uma jovem como dama de companhia, você poderia tornar esses sonhos realidade.
- eu queria conversar um pouco com ele, antes disso tudo, é muito novo eu não tenho certeza de como agir ao redor dele, vai que ele não gosta de mim - você disse tentando explicar seu ponto para sua mãe.
- ah minha joia, quem não gostaria de você, mas eu posso pedir ao seu pai dar uma ligadinha para ele para marcar um encontro. - sua mãe disse e deu uma piscadinha.
- ligar? mãe isso é caro. - você exclamou, sua família tinha acesso a pequenos luxos de vez em quando mas ligações banais não era um deles.
- filha, é por uma boa causa, e pense que em breve essas palavras nunca mais sairão da sua boca. - ela disse continuando a escovar seus fios.
seu pai teve a boa vontade de ligar para o escritório de danton e foi atendido por uma secretária com sotaque lento como se estivesse trabalhando enquanto sonâmbula, o encontro foi marcado na praça da cidade e sua mãe comentou em como seria bom para fomentar burburinhos na sociedade e mandar o recado de que o mais velho já tinha dona, sua única resposta foi um revirar de olhos.
chegando ao parque, viu de longe o cabelo grisalho bem escovado e o terno cinza, dr. danton estava acompanhando o movimento dos transeuntes com os olhos, se estava nervoso não demonstrava, era quase como se pedisse a mão de uma desconhecida todos os dias, você se aproximou do homem temendo que ele não lhe reconhecesse mas quando seus olhares se cruzaram você identificou o reconhecimento dele, então seu futuro noivo sabia de você mais do que você sabia dele.
- onde estão seus filhos? - você perguntou assim que chegou perto dele, seus pensamentos intrusivos vencendo a primeira batalha.
- boa tarde para a senhorita também, fez um passeio seguro da sua casa até aqui? -  o homem perguntou irônico mas bem humorado, naquele momento você percebeu que o mais velho não era o tipo de homem com os gracejos e galanteios genéricos dos homens da época, ele era direto ao ponto e não tinha medo de você não entender seus sarcasmos.
- perdão, eu pensei que o parque era uma desculpa para que eu conhecesse seus filhos.- você se desculpou e sentou ao lado dele, para sua surpresa, percebeu que o mais velho não tinha perfume, esperava sentir o aroma de algum laçamento da colônia 18, mas nada.
- você vai conhecê-los em breve, e respondendo sua pergunta, eles passam a manhã na escola e a tarde na casa do meu irmão selton, eu os busco e os levo para casa no fim do meu dia de trabalho.
- ah, interessante, eles frequentam a mesma escola então?- você questionou genuinamente interessada nos métodos de educação que danton empregava aos filhos, isso daria uma boca dica do tipo de homem que ele era.
- sim, eles fazem as mesmas atividades, são muito unidos e é logisticamente mais fácil, imagine ter que se deslocar do o outro lado da cidade para buscar minha menina no balé e sair correndo até a outra ponta buscar meu menino no críquete? impossível.
isso lhe causou uma boa impressão, aparentemente ele não ligava que seu filho fizesse atividades consideradas femininas e vice versa, tudo bem que o propósito principal era sua própria praticidade, mas uma vitória é uma vitória, certo?
você se levantou, não se sentia confortável simplesmente encarando e sendo encarada, o mais velho te seguiu e começaram a passear com passos de tartaruga pelo parque, você decidiu cuspir a pergunta que estava presa a tanto tempo.
- senhor...- começou.
- danton, só danton.- ele quis quebrar a parede entre vocês
- senhor danton. - você insistiu, teimosa - eu preciso saber, eu sei quem o senhor é obviamente, mas não temos nenhuma conexão, como o senhor me descobriu e por que o senhor quer casar comigo?
- nossa, que direta, bom, eu lhe vi pela primeira vez na casa dos monteiro, você trabalha lá, certo? - ele começou, estava com as mãos nas costas e andava olhando para a paisagem, sem muito lhe encarar.
- sim, eu ajudo o marcelo e a ana com os deveres de casa, ensino francês e piano. - você estava orgulhosa das suas aptidões, se considerava uma mulher moderna por não ter que pedir dinheiro ao seu pai para fazer um corte de cabelo, por mais que algumas mulheres mais velhas argumentassem que isso lhe colocava em zonas baixas da sociedade, você se sentia poderosa e capaz.
- olha, eu não vou mentir pra ti, você parece uma noiva apropriada pra mim, eu claramente não preciso de um casamento com um dote gigantesco, eu tenho o suficiente, então eu pensei que poderia ser proveitoso a mim e à você, eu sei que sua situação não é uma das melhores. - danton disse com ar orgulhoso e zombeteiro.
essa declaração foi um balde de água fria nas suas impressões positivas prévias, ele basicamente disse que viu a uma moça pobre e bem educada e resolveu levá-la para casa como um cachorrinho, ele provavelmente viu em você uma oportunidade para ter uma nova mãe para as crianças e uma nova mulher para sua cama, se sentiu ofendida, não era um filhote jogado na rua para se recolhido e adotado por outra família, poderia viver do seu trabalho pelo resto dos seus dias, não seria uma vida abastada mas seria uma vida, você parou de andar e se posicionou na frente do homem bloqueando sua passagem.
- senhor danton, se me permite, sua situação também não é uma das melhores, sua mulher lhe abandonou, que moça jovem como eu iria querer cuidar de dois filhos que não os dela? - você se atreveu, se ele podia falar o que quisesse também podia ouvir, já que as cartas estavam na mesa deixe os dois jogadores mostrarem seus baralhos.
- você deveria investir em atuação, quase me fez acreditar que realmente está satisfeita sendo uma solteirona morando na casa dos seus pais, mas eu vou jogar seu jogo; cara senhorita preceptora de francês, não gostaria de aplicar seus conhecimentos nas ruas de paris? não seja teimosa, você já cuida de duas crianças que não são suas, o que muda? por que isso é melhor do que cuidar de duas crianças dentro da sua casa? você não precisa me amar, só precisa se disponibilizar a ser útil para mim como eu estou me disponibilizando a ser útil para você.
aceitar ou não aceitar não eram opções, mas não significava que teria que baixar a cabeça para o advogado, ele te teria, mas não atrás, e sim do lado dele, quer ele queira ou não.
- eu topo. - você declarou estendendo a mão para receber um aperto.
- é claro que topa. - ele correspondeu o cumprimento.
4 meses se passaram, aparições sociais foram feitas, o enxoval foi comprado, danton tinha passado de esnobe insuportável para só esnobe; havia algo nele, um brilho de divertimento quando você o desafiava, ele travava uma luta justa, não lhe dava mole por você ser mulher, se houvesse alguma pergunta que você não conseguia responder ele te mandava para a biblioteca da cidade, se houvesse uma gracinha proferida por ele que te pegasse desprevenida, ria da sua cara como se você fosse sua irmã e não uma futura esposa.
- o senhor mello quer que você vá na casa dele no sábado, ele especificou que quer que você conheça as crianças, meu bem. - sua mãe declarou enquanto entrava no seu quarto, ela usava um vestido novo, você sabia porque existia uma certa rotatividade de suas vestes devido ao orçamento limitado, se ela se deu a liberdade de comprar algo novo significava que ela via um brilhante futuro financeiro, ou a perspectiva de menos um gasto.
- ok, vou amanhã. - você respondeu sem tirar os olhos do livro que lia.
- o carro já está lá fora, pedi 20 minutos ao motorista, se apresse. - ela retirou o livro da sua mão e saiu do quarto.
você chegou na casa grande e bem localizada, ao contrário do que sua mãe pensava, você não estava nervosa, lidava com crianças o dia inteiro, bateu na porta e ouviu uma corridinha, danton a abriu para ti, a empregada estava atrás do homem meio ruborizada, indicando que ela tinha intenções de lhe receber mas foi vencida pelo patrão.
- olá, querida, pensei que seria bom que conhecesse as crianças, isabella e eduardo. - ele se virou para as duas criaturinhas no sofá que te olhavam com curiosidade - essa moça veio especialmente vê-los e brincar com vocês, sejam gentis.
você foi até as crianças e fez seu truque mágico para atraí-las: se sentou no chão e deixou que eles ficassem maiores do que você, instantaneamente isabella sorriu e lhe mostrou a última boneca que ganhou do tio selton, ‘ele trouxe de avião só pra mim’, eduardo era mais tranquilo, mostrou seu violão ‘parece de adulto, mas eu sei tocar, meu pai me ajuda’.
as crianças eram adoráveis e quando você piscou a tarde já estava chegando ao fim e a empregada já estava na soleira mandando os meninos irem tomar banho, com gritinhos de ‘tchau tchau’ e ‘já volto, tia’ eles te deixaram sozinha na sala, até que danton apareceu com chá e biscoitinhos.
- que bom que você se deu bem com eles, é meio que pré-requisito pra sua posição sabe. - o homem dizia enquanto depositava a refeição na mesinha de centro e, te surpreendendo, sentando no chão ao seu lado, recostando as costas na parte de baixo do sofá.
- eles são uns docinhos, e muito inteligentes, os dois.
- sim, sabe eu queria mostrar mais do mundo pra eles, meu irmão vive viajando e os meus sobrinhos tem tantas histórias, mas não consigo é tudo tão complicado, fazem tantas perguntas, parei de ir a restaurantes com minha filha porque não sabia o que fazer quando ela quisesse ir ao banheiro, uma vez fui buscá-los na escola e uma das mães ameaçou chamar a polícia pois pensou que eu era um pervertido espreitando, o mundo não foi feito para pais presentes, muito menos para pais solteiros. - danton desabafou em uma só respiração, você imaginava como era a dinâmica da família, mas não pensava que era tão limitada.
- e em comparação, as mães mal podem matricular seus filhos em escolas sem a assinatura do pai, parece que o bem estar da criança não é tão prioridade quanto os papéis sociais.- você terminou e percebeu que danton te encarava.
- olha, eu não quero te obrigar a ser maternal com eles, nem posso, mas eu quero que meus filhos tenham uma idéia de vida normal, uma idéia do amor de uma mãe, a isabella às vezes me pergunta quando a mamãe volta e eu não sei responder.
- eles vão ter esse amor, senhor, eu prometo, se eu não conseguir ser mãe, serei a melhor amiga. - você disse e em um ímpeto de coragem, beijou o rosto do mais velho, sentiu em seus lábios o salgado de uma lágrima que escapou do homem, queria dizer algo a mais mas ouviu os passinhos e os gritos pelo seu nome, as crianças tinham voltado e já atacavm os biscoitos, você se afastou de danton.
o dia do seu casamento veio e se foi como o vento, a cerimônia foi calma e tradicional, sua família e amigas estavam lá assim como os colegas e irmão de danton, além de claro, seus filhos.
- tomo-te por marido, para ser-te fiel na saúde e na doença, na alegria ou na dor, até que a morte nos separe. - você declarou, se esforçando ao máximo para sentir aquelas palavras na sua alma.
a recepção foi simples mas calorosa e por uns minutos você esqueceu que aquela era sua festa de casamento com um homem mais velho que você mal conhecia, dançou e bebeu vinho demais, se jogou nos braços de danton como se ele fosse seu namorado de adolescência, o amor da sua vida, o mais velho olhou nos seus olhos e lhe beijou arrancando gritos dos convidados, tudo ia bem, era um casamento feliz e um casal mais feliz ainda, você seria a senhora mello para sempre, os filhos dele agora eram seus.
a lua de mel teria que ser apenas na próxima semana, paris, como ele tinha mencionado, até o dia da viagem, você ficaria na casa de danton, agora sua, ‘quem te disse que o casamento começa na lua de mel, você já é minha mulher’, jantaram como um casal, brincaram e leram com as crianças em uma atmosfera amigável, mas sua mente seguia nervosa, sabia o que esperar da noite.
deu beijinhos e ‘até amanhã’ para as crianças, desligou as luzes e subiu, enqunto se banhava ouviu uma comoção no quarto e sabia que, quando saísse da suite, danton estaria ali, mas tinha que sair alguma hora, vestida de uma camisola especialmente curta, cortesia de sua mãe, você se lançou a cama como um foguete e se virou, ainda de olhos abertos, não demorou até que sentisse a presença do mais velho atrás de ti.
danton lhe distribuiu beijinhos pelos ombros até o pescoço e enlaçou sua cintura com o braço, você se manteve tranquila, sabia o que tinha que fazer, ele era um homem bom, ele era carinhoso e paciente apesar das piadinhas cheias de graça, você tinha fé que ele te guiaria e compreenderia.
- danton…- você disse sentindo o mais velho subir em cima de você agora distribuindo beijos pelo seu colo juntamente com o pescoço.
- sim, esposa? - ele murmurou perdido em seu próprio prazer.
- eu não quero.
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bibescribe · 2 months ago
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eu sou a bibe e você está assistindo o bibe channel
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who's bibe anyway? ew
the works (so far)
esteban kukuriczka x reader • o cravo e a rosa
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bibescribe · 6 days ago
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what is this feeling? (loathing)
danton mello x reader
✨️ smut
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— danton, vai por mim, o público quer um rosto jovem, uma pessoa que eles consigam se identificar, uma pessoa dinâmica e engraçada. - marcelo, produtor de longa data do programa tentava fazer o grisalho aceitar a ideia.
— e onde exatamente o jornalismo fica nessa papagaiada toda? - danton perguntou contrariado, ele não gostava quando não levavam o programa dele a sério por ser "só" um programa de esportes.
— danton, você não está cobrindo as eleições presidenciais dos estados unidos, o telespectador chega do trabalho e quer saber como o time dele tá, quais as chances do brasil no skate, a nova promessa do vôlei, no fim é entretenimento. - marcelo fez justamente o que danton odiava, fazendo o outro ficar ainda mais azedo diante da ideia de dividir a bancada.
— eu não estou nessa emissora há 25 anos pra ter meu trabalho reduzido a entretenimento.
— bom, se você não concordar com a mudança ela vai tomar o comando do programa, é isso que você quer?perder anos de trabalho por birra? - marcelo adotou uma postura mais defensiva, queria fazer danton entender que ele não tinha opção, ordens da diretoria eram ordens da diretoria.
danton estava revoltado, seu programa vespertino de esportes ia bem, ele tinha subido as escadas da emissora até o posto de âncora para agora ouvir que precisavam de uma cara nova, o que era uma cara nova? alguém com tiktok fazendo dancinha? tudo bem que muitos programas da emissora estavam sendo repaginados, muitos apresentadores trazendo e fazendo conteúdo da internet, mas danton genuinamente achava que ia passar batido, pelo seu público ser majoritariamente masculino, e a emissora não admitiria, mas queria um rosto novo não só para atrair os jovens, mas para atrair as mulheres.
ainda contrariado, o homem foi até o camarim, um lugar meio desajeitado e pequeno, danton genuinamente não se importava e quando lhe era oferecido um camarim maior e mais condizente com seus status de apresentador, dizia que não era galã de novela pra ficar com frescurinha, o homem também era conhecido por ser o pesadelo dos maquiadores, sempre se movendo e no celular, isso quando não encarnava com alguma maquiadora dizendo que ela estava "emperequitando" ele demais.
enquanto passava os olhos pelo celular, procurando o máximo evitar os três áudios de cinco minutos da mãe, o mais velho ouviu uma batidinha na porta, nem teve tempo de comandar a pessoa a entrar, apenas se virou e viu a porta abrir.
— oi, danton, tudo bem - uma moça simpática e jovem apareceu sorrindo, uma passada de olho rápida pelas palavras em seu crachá não deixavam dúvidas, era o tal do rosto novo.
você era uma coisinha sorridente e alegre, sorria com os olhos e falava como se cantasse, a produção imediatamente gostou do seu jeito extrovertido e animado, um contraste direto com a personalidade fechada e sissuda de danton.
— você é… rosa? - foi a primeira coisa que o homem conseguiu verbalzar, ao ver suas pálpebras e suas bochechas bem rosadinhas como as de uma boneca, era essa a pessoa que ia falar de esportes junto a ele toda tarde?
— que? - você questionou, não entendendo bem o ponto dele.
— no seu olho, no seu rosto, rosa, muito rosa. - por algum motivo, danton ficou profundamente incomodado com aquilo, sentiu que você não estava levando o trabalho a sério, aquilo não era um programa de moda, caramba.
— sim, o pessoal da maquiagem tá testando técnicas pra ver o que vai me deixar mais bonita na câmera. - você respondeu inocentemente, por um momento danton lembrou de um filhotinho, esse pensamento terno não o fez segurar a língua.
— você não tem que ficar bonita na camera, você tem que dar informações relevantes para o público. - a resposta seca do homem te deixou sem palavras, com medo de gaguejar, se manteve em silencio por um tempo até que finalmente as palavras voltaram a voce
— bem, eu só faço o que sou instruída, queria me apresentar já que a gente vai passar bastante tempo juntos, voce vai me ver no estúdio até eu começar oficialmente como âncora, preparei algumas reportagens para o público me conhecer, uma entrevista com a rayssa leal. - você disse já tomando uma postura defensiva, não deixaria um velhaco te tratar como quisesse, você estava disposta a criar uma amizade com o outro, mas viu que o sentimento não era recíproco.
— rayssa lealm a gente ta há meses tentando uma entrevista com ela mas ela nunca tá no brasil, sempre competindo fora. - o homem respondeu pensando ter te pego em uma mentira, porque não era possível que a exclusiva que ele tanto queria encabeçar tinha sido passada para você sem aviso prévio.
— sim ela ta na australia, mas a emissora me enviou com uma equipe até lá e…
— ah a emissora te enviou? com uma equipe, enquanto eu fico no estúdio, uma boa recompensa pra mais de 20 anos nesse lugar. - foi aí que você entendeu. inveja. danton estava com inveja.
— ah tem gente que tem o perfil melhor para ficar no estúdio e mediar as pautas sabe…
— eu não preciso do seu acalento, mocinha, agora por favor, se não se incomoda eu tenho que trabalhar. - não tinha e você sabia, mas não ficaria como uma idiota procurando a aprovação dele, quem tinha que te aprovar já tinha o feito.
danton não era o tipo de pessoa que simplesmente tratava os outros mal, era temperamental? sim. mas tinha algo em você que o fazia sentir injustiçado, como se houvesse um grande plano em andamento para derrubá-lo de sua posição e colocar a nova menina de ouro no lugar.
desde sua estreia você e danton estabeleceram uma dinâmica gato e rato, ele agia como seu chefe e você o rejeitava, às vezes se sentia uma mean girl mas o sentimento passava quando recebia alguma resposta atravessada do mais velho, apesar disso, existia uma tensão sexual palpável no ar, era como se ele tivesse raiva de não poder lhe ter, em viagens de elevador quando vocês estavam juntos, você virava as costas para o homem e conseguia ouvir sua respiração, às vezes o pegava olhando intensamente para os seus lábios, que sempre tinham um tom vermelho que virou sua marca registrada.
como você mencionou, estava no estúdio todos os dias e em um desses dias, danton chegou e viu todos dispersos em uma rodinha, quando se aproximou viu você no meio contando uma história com todas as atenções exclusivamente para si, as pessoas gargalhavam enquanto voce narrava suas aventuras com uma amiga jogadora de vôlei, você era o centro da bate papo, danton ficou furioso. quem você pensava que era? a xuxa? se fosse pra falar e contar piadinha você podia ir no mais você com a ana maria braga.
o mais velho deu uma tossida falsa para chamar a atenção dos dispersos, não funcionou. ele decidiu ser cara de pau de uma vez e bateu palmas bem alto, foi recebido com carrancas e resmungos, enquanto a equipe voltava cada um ao seu respectivo lugar voce se levantou e foi até ele.
— danton, as pessoas tem direito de conversar, não seja indiscreto. - sem esperar uma resposta voce passou na frente do mais velho e tomou seu lugar no lado esquerdo da bancada
o programa seguiu como de costume, vocês chamando reportagens e dando detalhes sobre novas escalações, contratações e demissões, até que danton pegou algo do canto do olho, seu monitor, tanto você quanto ele tinham acesso a monitores que controlavam duas telas maiores, os monitores eram separados pois cada um tinha pautas pré definidas para cada programa, danton sempre percebeu que você tinha dificuldades com o aparelho e até já te pegou ensaiando antes do programa começar, o homem percebeu que você clicou em algum lugar que desconectou a tela, ele percebeu seu estremecer e seu leve pânico.
o programa já estava no fim e danton conseguiu segurar bem, você se desculpou com a produção mas não admitiu seu erro, disse que tinha sido um problema técnico que você não conseguiu contornar, o outro sabia a verdade; quando o estúdio já estava quase vazio você voltou para tentar consertar o estrago, se a tela voltasse normalmente todos esqueceriam do acontecido e ninguém questionaria sua parcela de culpa, danton sabia que os criminosos sempre voltavam para a cena do crime, e te seguiu até lá só para te encontrar suando frio tentando não piorar seu problema tecnológico.
— oh meu deus, a guardiã da juventude acabou de foder um dos equipamentos, o que o nosso diretor vai dizer? - danton era zombeteiro, você não queria dar atenção, não tinha tempo para aquilo.
percendo que você o ignorou danton se posicionou atrás de você e se inclinou levemente, por instinto você se moveu levemente e teve contato com o membro semi rígido do homem, encoberto pela calça de alfaiataria.
— você coloca muita banca, jovem, moderninha, fica me desprezando, se achando melhor que o antiquado aqui, mas você precisa de mim, precisa que eu te guie, que eu te ajude.- ele dizia agora se esfregando em você já que percebeu a atração mútua.
— você é um insuportável, a gente até poderia evoluir mas não dá pra ir muito longe com uma pessoa como você. - você sabia que não estava em posição de superioridade, tinha chegado ao ponto de começar a rebolar levemente na ereção do mais velho.
não ia mentir, se divertia provocando danton, dando piscadinhas ou se abaixando sugestivamente, mas nunca imaginava ele no controle da situação, o via como um rabugento sem iniciativa, pensava que se chegasse a hora, você teria que tomar as rédeas, estava errada.
— você tem que respeitar seus superiores, tem que aprender a abaixar a cabeça e dizer ‘sim, senhor’.- ele disse enquanto abaixava seu zíper, você sentia sua pele formigar de excitação, queria arrancar suas roupas e se prostrar para ele, mas sabia que o mais velho não tinha os mesmos planos. — fala, 'sim senhor'. - pelo reflexo na tela você pode vê-lo sorrir, o homem deu um tapinha na sua área.
— sim senhor. - você respondeu rangindo os dentes.
danton abaixou sua calça até as coxas e contrariando suas expectativas, enfiou seu pau entre suas coxas e começou a se movimentar.
— danton…- você miou, querendo que o homem cessasse as provocações.
— shiu, por hoje é só isso que você merece, e esteja satisfeita.
o mais velho começou a massagear seu clitóris enquanto se movia com o membro entre suas coxas, você percebia que ele estava mais focado em seu próprio prazer então considerava a leve massagem como um ato de bondade, não poderia exigir mais.
— eu vou gozar na sua calça, você vai vesti-la e ir pra casa com ela, tá me entendendo? nada de trocar, nada de se linpar. - ele disse rude, você só acenou positivamente.
danton desistiu de te dar prazer e empurrou seu tronco para que você ficasse parcialmente deitada e sua parte inferior disposta para ele como um banquete, o homem se aliviava entre suas coxas enquanto lhe dava tapas, pelo monitor você conseguia vê-lo de olhos fechados conpletamente perdido em seu prazer.
com duas ultimas estocadas violentas, o mais velho retirou seu membro e começou a se masturbar apontando para sua calça, não demorou para que ele atingisse o orgasmo.
— coloca a calça, anda.- ele ordenou, você obedeceu rapidamente, sentiu o sêmen do mais velho te melar inteira, causando um certo desconforto.
danton se afastou e analisou sua arte oculta, verificando se nada aparecia pelos jeans, clicou em algumas coisas no monitor e fez com que ele voltasse à vida útil e deu dois tapinhas na sua coxa.
— até amanhã. companheira. - saiu zombeteiro.
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