#já matei por menos
Explore tagged Tumblr posts
Text
Legítima defesa.
Você se foi, e então eu mudei o cabelo, mudei os móveis de lugar, finalmente consegui o quadro ideal para colocar na parede da sala. Deixei as unhas crescerem, testei todas as cores de esmaltes possíveis, menos os seus favoritos. Deixei de fazer café, mudei a marca do meu vinho favorito e quebrei a taça que fazia conjunto do par que tomávamos juntos. Deixei de fumar, aprendi a cozinhar, passei a frequentar outros locais. Matei nosso amor, nossa convivência, nossa intimidade. Sou réu confesso. Mas eu matei ou já havia morrido? Ah, agora então ocultei um cadáver. Arranquei tudo que me lembrava você, me tirei de você. Me reinventei para que você não possa mais dizer que me conhece. Mudei meu livro favorito, minhas músicas já são outras. Usei dos meios necessários por defesa própria. Confirmo na confissão: Nos enterrei, mas não matei. Já estava morto. Ocultei o cadáver do que poderíamos ter sido, é isso.
74 notes
·
View notes
Text
A autora da história sou eu, mas conheciam apenas os rascunhos e suas rasuras. Jamais conheceram a verdadeira pintura por trás da tela obscurecida. Desnuda, pronta para a apresentação. Tentei não ser. Tentei não incomodar. Tentei não aparecer. Tentei não impressionar. Tentei fugir. Tentei morrer. E morri. Renasci das cinzas daquilo que tentei ser daquilo que eu não era. Apresentei-me como o retrato desfigurado e rasgado no álbum esquecido em uma gaveta qualquer. Fui arte de diversas maneiras, menos da que impactaria minha essência. Contracenei transitando por diversos papéis e fracassei em todos a minha maneira. Sonhei em despertar em outra realidade e despertei da ilusão deste mundo dos sonhos. Busquei encontrar a saída e encontrei adentrando meu mundo interior. Eu escrevi, pois esqueci como se falava. Eu chorei, porque esqueci como retornar. Eu desesperei, porque já não enxergava. Eu matei a esperança, porque ela me atormentava. Eu ressurgi como alma penada diante do espelho do mundo. Refleti diversos personagens metamorfos. A maioria não gostou daquilo que viu e me culpou. Apenas revelei o submundo interno de cada um. Enquanto sorria ao entender que as projeções não me dizem respeito. Reconciliei-me com o meu eu superior, andamos de mãos dadas pelas ruas da cidade, onde, de modo algum, eu saberia o real significado de estar viva em meio a uma selva de concretos. Estabeleci limites bem definidos para sobreviver no desenrolar de tempos desérticos. O inferno é gelado, a ausência de amor deixa os corações congelados. Eu estive pegando fogo, enquanto a invernia persistia. Eu estive lutando pela minha alma, enquanto a maioria desistia. Eu estive percorrendo a noite escura, enquanto a maioria sucumbia. Eu estive vencendo meus demônios internos, enquanto a maioria os aplaudia. Eu estive me rebelando contra o sistema, enquanto a maioria assentia. Eu venci minhas questões internas, enquanto muitos reprovaram minhas renúncias. Quem são eles para me incriminar com suas denúncias? Aos olhos do cego o mundo é incolor, aos olhos do desperto, se vê pelas lentes do Criador. A nova autora da história sou Eu, a conclusão é que o Amor venceu.
@cartasparaviolet
#espalhepoesias#lardepoetas#pequenosescritores#projetoalmaflorida#mentesexpostas#autorais#carteldapoesia#poecitas#eglogas#mesigamnoinstagram @cartasparaviolet_#liberdadeliteraria#projetovelhopoema#rosavermelha
42 notes
·
View notes
Text
WITCH HUNT - ウイッチ・ハント - CAÇA AS BRUXAS - PRÓLOGO
--------------------------
⚠️ ESSA OBRA EM HIPÓTESE ALGUMA É DE MINHA AUTORIA. TRADUÇÃO REALIZADA DE FÃ PARA FÃS. NÃO REPUBLIQUE OU POSTE EM OUTRAS PLATAFORMAS SEM AUTORIZAÇÃO. SE CASO POSSÍVEL, DÊ SUPORTE AOS AUTORES E ARTISTAS COMPRANDO AS OBRAS ORIGINAIS. ⚠️
-------------------------
WITCH HUNT
ウイッチ・ハント
CAÇA AS BRUXAS
--------------------------
PRÓLOGO
--- Não permitirás que viva uma feiticeira.
(Êxodo 22:18)
"Isso é terrível..."
Abel Nightroad suspirou enquanto levantava os óculos redondos.
Realmente, aquela era uma noite bastante agradável.
Do lado de fora das janelas, nos arbustos de tojos dourados, rouxinóis cantavam uma suave canção noturna, enquanto no céu ligeiramente nublado, duas luas de tamanhos diferentes flutuavam envoltas em nuvens de algodão.
Mas, se voltamos a atenção para o interior, o que se via afundando sob a luz prateada era uma massa de cadáveres. Pedaços de carne, cortados até perderem a sua forma original, e que ainda emitiam vapores em vermelho.
"É completamente cruel... Quem diabos faria algo assim?"
Abel suspirou mais uma vez. Se ele tivesse, ao menos, descoberto a existência deste bar um pouco mais cedo...
''...Hã? Quem está aí?
Abel chamou de trás do balcão. Uma figura emergiu. Era um homem alto e robusto, que se aproximava com passos instáveis. Em suas mãos, ele segurava algo que parecia ser uma bola...
Quando a luz da lua o iluminou, um grito abafado escapou da garganta de Abel. Um homem completamente tingido de vermelho, como se tivesse nadado em um mar de sangue. Sangue fresco gotejava da cabeça decepada de uma mulher que estava em suas mãos. E as presas expostos em sua boca...
“Wa-aaaaaah!”
Quando Abel se virou, já era tarde demais, seus pés tropeçaram. Com um rugido, o vampiro saltou em direção ao desamparado padre. Seus braços como troncos agarraram os ombros da caça. As presas gotejando saliva vermelha se aproximaram de seu pescoço ─
Num instante, com um estrondo que fez parecer como se a própria noite estivesse se despedaçando, o corpo gigantesco foi arremessado ao chão.
Sua mandíbula estava aberta, provavelmente em uma tentativa de gritar. No entanto, somente o que jorrou dela foi uma grande quantidade de sangue fresco e fragmentos de órgãos internos que foram expelidos. Além disso, uma sucessão de balas atingiu impiedosamente seus membros, selando completamente as atividades de seu corpo gigante.
“.... O quê!?”
Os lábios de Abel, que estava caído ao chão, mal se moveram. Exceto pelo zumbido nos ouvidos, ele não teve lesões externas. As balas não o tinham atingido.
...Um som rígido ecoou do teto marcado pelas balas. Passos pesados ressoaram, marchando pelas escadas com uma precisão quase mecânica.
"Pa-Padre Tres! Foi você..."
"Positive."
Era uma voz terrivelmente inflexível.
Um jovem padre ocupava a porta de entrada. O rosto sob o cabelo curto era bonito, mas inexpressivo, como uma máscara. E em sua mão segurava uma enorme arma – a Jericho M13 “Dies Irae” de calibre 13mm, cujo cano ainda exalava fumaça de pólvora fresca.
"Por-por que você está aqui? Pensei que estivesse investigando um caso de sequestros em massa em uma instituição de caridade em algum lugar..."
“... ...”
Padre Tres - membro do Departamento de Operações Especiais da Secretaria de Estado do Vaticano, a Divisão AX – O Padre itinerante Tres Iqus não respondeu à pergunta. Em silêncio, apenas puxou o gatilho duas vezes em direção ao chão.
“!”
Com um grito abafado, o corpo do vampiro, que estava prestes a se levantar, afundou novamente.
“Tre-Tres-kun!”
"Eu não o matei. Ainda tenho algumas perguntas para ele... Mas antes disso, Padre Nightroad, por que está aqui? Tem algo relacionado com o incidente do Tristan?"
"Eh, sim. Ouvi dizer que o grupo chamado “Fleurs du Mal”, ao qual o vampiro Alfred pertencia, estava usando este lugar como sua base. Mas cheguei tarde demais. Tantas vítimas..."
" ‘Vítimas’ ? Negative, isso é um equívoco da sua parte."
Tres disse impassivelmente enquanto trocava o carregador da arma.
"Os que estão aqui não são as 'vítimas dos vampiros'... são os 'próprios vampiros'."
"...! En-então isso significa que eles mataram uns aos outros!? Mas por quê!?"
"Resposta indisponível. Dados insuficientes."
Com um olhar gélido apontou para o segundo andar.
"Todas as vítimas do sequestro já foram usadas como presas... Um interrogatório é impossível."
"Mas que coisa. Ouvi dizer que apenas crianças órfãs foram sequestradas, mas... Mmgh!?"
O olhar de Tres moveu-se rapidamente pela escuridão enquanto cobria a boca do colega. No entanto, nesta noite mortalmente silenciosa, não havia sinais de nada que possuísse vida...
Abel perguntou em um tom mais silencioso que conseguira reproduzir:
“...que som foi esse?”
“Alí.”
Tres respondeu e com a ponta da arma indicou para o fundo da cozinha. O som leve de roupas roçando podia ser ouvido vindo da porta da adega.
"…Tenho certeza de que havia mais de vinte membros da 'Fleurs du Mal', não é?"
"Positive. Estima-se que ainda haja doze... Vamos entrar rápido."
Da quietude para ação... a voz indiferente foi seguida por uma série de estrondos que poderiam fazer até os mortos saltarem.
Quando a porta de ferro, junto com as dobradiças, foi arremessada, o corpo de Tres se transformou em uma rajada de vento. O projetor acoplado ao cano da M “Deis Irae” rasgou a escuridão com sua luz, enquanto liberava seu enorme poder de fogo sobre a sombra que se movia no centro do halo luminoso...
“Tr-Tres-kun, pare! Espere!”
Abel saltou e agarrou-se ao braço do colega, que estava prestes a apertar o gatilho novamente.
“Po-por favor, não atire! É uma criança...”
A figura encolhida na luz – era uma garota de cabelos dourados e seus olhos castanhos avermelhados estavam arregalados em surpresa.
------------
Créditos da tradução:
Lutie (◕‿◕✿) ,
Tres! Tres! Tres!, viu? Tres três vezes
#trinity blood#novel#rage against the moons#WITCH HUNT#Caça as Bruxas#abel nightroad#tres iqus#methuselah#eris wasmayer#crusnik#krusnik#gunslinger
12 notes
·
View notes
Text
Falei algumas semanas atras sobre escrever em português... Este é um texto que escrevi no início do ano. Faz parte de uma coleção maior que nunca terminei de escrever.
Não esta muito bom, rs. Mudei muito minha tecnica de escrita até aqui, mas tenho muitos trechos como esse que predento postar para meus amigos brasileiros do tumblr.
De qualquer forma.... isso se passa anos depois da guera quando os filhos de katniss tem 6 e 4 anos.
_
É impressionante o quanto esse lugar é bonito.
Eu nunca me canso de vir para cá, o silêncio e o ar fresco. O pasto é intocado pelas as vacas que pastam pelo o Distrito 12. Elas parecem estar em todos os lugares menos aqui. Eu achei que logo a campina seria substituída por lavouras ou casas. Achei que os recém chegados logo construiriam algo por aqui. Afinal, não há nenhuma placa ou lápide. E mesmo que tivesse, não seria melhor aqui? A grama não é tão verde por causa dos corpos? A terra é melhor para as plantas crescerem com todos os nutrientes dos ossos.
O antigo distrito 12 está debaixo dos meu pés. Colegas de turma, fregueses, amigos, vizinhos e familiares. Todos enterrados nas valas coletivas. Eu não falo disso nem mesmo com Peeta, nunca digo em voz alta. Mas sei que eles estão todos aqui.
Sei que é mórbido, mas as crianças amam o lugar. Coletam flores e pedras, brincam de pega-pega, rolam na grama. Pelo menos uma vez por semana eles me pedem para vir pra cá. Hoje eu trouxe um pouco de chá gelado na garrafa térmica, pão branco fatiado, pedaços de queijo de cabra e o pote de geleia de morango. Normalmente nós chegamos na hora do almoço, comemos de baixo da árvore e então eles brincam até o anoitecer.
A música, as risadas, me fazem distrair do terror do verão e os corpos na campina. Esqueço de tudo. Longe de todas as coisas que me assustam posso apenas apreciar meu filhos brincando. Meu garoto que ainda chora quando cai e corre para que eu possa beijar seus joelhos ralados. E quando está cansado me pede choramingando para eu carregar ele de volta nos meus braços. Minha garota de pés sujos e cabelos desgranhaods. Uma ótima escaladora de árvores, mas com medo de altura. Quem sempre me pede para eu descascar as cascas das maçãs e cortá-las em cubo.
Ser mãe é como se eu me transformasse em alguém novo. Meus filhos não sabem de onde eu vim, não sabem das pessoas que eu matei, das pessoas que tentaram me matar e das pessoas que eu perdi. Eles não conhecem os jogos, não conhecem a guerra, nem as bombas.
Para eles minhas cicatrizes são apenas desenhos na minha pele que eles gostam de tocar. Me perguntam de onde vieram, depois me perguntam se doeu. Eu digo que sim, mas sei que os dois nao conhecem uma dor maior que ralar os joelhos.
Para eles eu não sou Katniss eu sou apenas mamãe. Para eles o Tordo é um pássaro.
Eu gostaria de nunca precisar cheger a hora ir para casa, gostaria que eles nunca mudassem. Tenho vergonha de trazer eles para brincar num cemitério, medo que um dia eles descubram e nunca me perdoem.
Eu lentamente junto minhas coisas colocando tudo na bolsa. Boto meu chapéu na cabeça e o sol vai se escondendo atrás das árvores. Ando em direção aos dois enquanto amarro o pequeno buque de flores com um pedaço de capim seco
“Vamos?” Pergunto a Willow distraída catando flores no chão. Ela me olha com distinta decepção e eu lhe entrego seus botas de couro para ela calçar. Estão meio gastas, mas são ótimas e resistentes. Ainda ficam meio largas no seus pés e espero que ela seja capaz de usar-las por mais um ano.
“mas já?” ela questiona balançando os ombros. “Ainda está de dia."
“Quando chegarmos em casa já vai estar de noite.” Passo a mão sobre seus cabelos. Me agacho perto de Rye e coloco seu sapato em seu pezinho sujo de terra. Ele não parece se importar muito. Willow bufa e calça sua bota desapontada
“Você pode pegar mais flores no caminho de casa” digo, mas isso não parece animar ela muito.
Contrariada ela aceita. Era bom que ela ainda estava com energia para andar o caminho de volta. Willow fez 6 no início do ano e agora gostava mais de andar por si. Diferente de Rye, que não tinha a energia da irmã. Se cansou demais para caminhar os 20 minutos de volta para casa e eu tive que carregar ele.
#Os jogos Vorazes#the hunger games#thg#katniss everdeen#peeta mellark#willow mellark#rye mellark#fanfic#português#everlark#escrita#mari writes
8 notes
·
View notes
Text
Garota boba...
Pedido: "Oi, leio o tumblr de vocês desde que criei a minha conta e apesar de também escrever amo tudo que vocês postam. Gostaria de pedir um em que a S/N ouve que o Harry acha ela muito grudenta e começa a agir de forma distante, mas no final foi tudo um mal entendido e ele ama do jeito que ela é. Obrigada! Beijos!"
N/a: Escrevi esse imagine durante uma madrugada, e adorei escrevê-lo! Espero muito que gostem! <3 Boa leitura. Lari
Contagem de palavras: 1,715
Acordei procurando por Harry na cama. Minha pele estava arrepiada sentindo a falta do calor se seu corpo no meu, algo que pelos últimos seis dias não aconteceram, já que dormimos de conchinha. Levantei vestindo o moletom por cima da camisola de alcinhas. Caminhei em silêncio até a sala, coçando meus olhos tentando afastar o sono.
— Eu tô te falando, cara. — A voz de Harry soou. O cômodo era iluminado apenas pela televisão, e eu podia vê-lo sentado no sofá com o telefone encostado na orelha. Deviam ser umas quatro horas da manhã, o que ele faz no telefone há essa hora? — Não faz nem uma semana, e eu já não aguento mais! — Ele passou a mão pelo cabelo, parecendo nervoso. Pensei em anunciar minha presença, mas as palavras pareceram morrer em minha garganta. — Ela vive grudada em mim, parece que não existe mais nada nesse mundo. — O desconforto em minha garganta se tornou ainda maior, senti meu coração pesar. Harry ficou em silêncio por alguns segundos, ouvindo o que a pessoa do outro lado da linha tinha a dizer. — É sufocante. — Ele suspirou. Senti meus olhos arderem, e voltei para o quarto antes de ouvir o final da conversa. Tirei o moletom o colocando no mesmo lugar de onde havia tirado e voltei para baixo das cobertas. Alguns minutos depois ouvi a porta ser aberta, e respirei longamente, fingindo estar dormindo. Senti o colchão afundar, e a mão de Harry segurar minha cintura, me puxando para mais perto. Não demorou muito para que ele estivesse dormindo. Minha cabeça estava uma zona, não conseguia organizar meus pensamentos para conseguir dormir também. Realmente, nos últimos dias Harry e eu vivíamos grudados, ele acabara de voltar da Turnê, e teria apenas dois meses de descanso. Eu estava morrendo de saudades depois de tanto tempo separados, e pensei que ele também estava. Pelo menos era a forma como agia perto de mim, sempre fazendo carinho e dizendo o quanto sentiu minha falta durante o tempo longe.
Assim que vi que o dia já havia amanhecido, me esgueirei para fora da cama, tomando cuidado para não acordar Harry que respirava pesadamente. Peguei uma muda de roupas no armário e me troquei em silêncio. Saindo do apartamento logo em seguida.
Eram oito horas quando liguei para Christopher, meu agente, dizendo que retomaria a pesquisa do próximo livro antes do esperado. Havia adiado minha viagem para poder ficar com Harry em sua folga.
Já dirigia há algum tempo quando meu celular começou a tocar. O apelido carinhoso do meu namorado apareceu na tela do som do carro, me fazendo suspirar antes de atender.
— Babe? — Ele disse de forma sonolenta. — Acordei e você não estava aqui. — Falou manhoso. — Vai demorar?
— Desculpa, amor. Não quis acordar você quando saí. — Tentei soar o mais normal possível.
— Onde você está?
— Chegando em Canterbury.
— O quê? — Sua voz soava confusa.
— Desculpa, amor, Chris ligou cedo dizendo que o prazo para o livro diminuiu, não podia mais adiar a pesquisa. — Minha língua queimou com a mentira ensaiada.
— Achei que ficaríamos juntos esses dias… — Ele murmurou.
— Eu sei, babe, me perdoa. — Suspirei. — Prometo voltar assim que puder, okay?
— Eu posso encontrar você aí, podemos passear pela cidade enquanto você pesquisa…
— Não precisa, amor. Não vou demorar. — Engoli em seco. Harry adorava fazer as pesquisas de campo comigo, ou pelo menos era o que sempre me dizia.
— Okay. — Disse depois de alguns segundos em silêncio. — Quando chegar vem direto pra cá. Ainda não matei a saudade de você e agora ela vai aumentar muito mais.
— Pode deixar. — Suspirei.
— Amo você. — Segurei o soluço que quis escapar quando sua voz soou pelo alto falante.
— Eu também.
Os dias em Canterbury estavam sendo torturantes. A cidade era linda, mas eu só conseguia pensar nas palavras de Harry naquela madrugada. Tirei as fotos necessárias para as ambientações em meu novo romance nos primeiros dois dias, mas permaneci na pousada por mais algum tempo. Mesmo me sentindo cada vez mais confusa, queria dar um tempo para que Harry deixasse de se sentir sufocado.
Estava deitada na cama quando ouvi meu celular tocar, pensando que talvez fosse Harry, ignorei, mas assim que parou, ele voltou a tocar novamente. Atendi sem ver o nome.
— Posso saber que porra está acontecendo com você? — A voz de Louis soou do outro lado da linha. Após começar meu relacionamento com Harry iniciamos uma amizade que se tornou muito importante para mim. Louis era muito direto sempre, sem papas na língua quando algo o incomodava. Me sentei na cama, suspirando. — Harry está há dias se lamentando no meu ouvido dizendo que você foi viajar sem avisar e que agora não responde as mensagens dele. — Louis começou a alterar o tom de voz. — Qual seu problema, garota? Se quer terminar o namoro, fala com ele!
— Lou. — Falei já em um soluço, e mais uma vez chorando. — Eu não quero terminar, só estava dando um pouco de espaço pra ele. — Falei com a voz ainda embargada.
— Espaço? Ele te disse que precisava de espaço?
— Não exatamente. — Suspirei. — Eu ouvi uma conversa dele. — Confessei. — E ele disse que estava se sentindo sufocado, que eu estava grudada demais…
— Por quê não conversou com ele, s/n? Porra! — Louis tinha a boca muito suja, geralmente seus conselhos vinham carregados de palavrões. — Já pensou que ele podia não estar falando sobre você?
— E de quem mais, Louis? Eu passei a semana inteira grudada nele, é obvio. — Falei, botando para fora mais uma vez um soluço. Louis suspirou do outro lado.
— Vocês t��m que conversar. Os dois. Harry está achando que você quer largar ele. — Meu coração deu um salto. Isso era tudo que eu não queria, me separar de Harry.
Depois de mais alguns minutos, de Louis me xingando por tê-lo feito passar por uma ligação enorme de um Harry choroso, me deitei novamente, deixando que as lágrimas escorressem novamente.
Em algum momento acabei adormecendo, e acordei com batidas na porta. Estranhei, pois não havia pedido serviço de quarto. Levantei e abri a porta, dando de cara com Harry. Meu coração foi parar na garganta. Depois dos dias longe, e sem manter qualquer tipo de contato com ele, vê-lo era doloroso. Principalmente vendo que ele tinha olheiras embaixo dos olhos.
— Como… — Comecei.
— Christopher me disse onde você estava. — Ele disse, a voz rouca me dando vontade de chorar novamente. Dei um passo para trás, para que ele entrasse. — Ele também me disse que o prazo do livro não mudou. — Ele colocou as mãos nos bolsos da calça jeans.
— Harry… — Tentei procurar palavras para me desculpar, mas ele me interrompeu, erguendo um dedo e demonstrando que ainda não havia terminado de falar.
— Você quer terminar, é isso? — Harry se sentou na cama que antes eu dormia, me encarando.
— É claro que não, meu amor. — Falei me aproximando, e sentando ao seu lado. Harry estava com os olhos vermelhos, me fazendo sentir ainda pior.
— Então por que você sumiu? E não respondeu às minhas mensagens, não me atendeu… — Ele murmura, a voz chorosa que fez meu coração apertar. — Você odeia mentiras, e mesmo assim mentiu sobre o livro, eu… — Respirou fundo. — Se você quiser terminar, eu vou entender. Eu estou sempre longe, não posso te dar muita atenção e… — Algumas lágrimas escorreram pelo rosto linda, e eu não deixei que terminasse aquele pensamento ridículo, colocando meus dedos sobre seus lábios.
— Eu só queria te dar um pouco de espaço, amor. — Sussurrei, tirando minha mão. — Eu me empolguei com a sua chegada, e acabei te sufocando. — Tentei segurar o choro, mas a voz embargada me denunciava. Harry fixou os olhos nos meus.
— Não estou entendendo você, babe. Você não estava me sufocando, você nunca me sufoca…
— Harry, eu ouvi você falando ao telefone. — Olhei para minhas mãos, com vergonha. — Ouvi você dizer que eu sou grudenta e estava te sufocando… Não era a minha intenção. Eu só estava com tanta saudade e… — Fui interrompida pelos lábios de Harry, colando nos meus. Suspirei com o contato após tanto tempo.
— Garota boba. — Ele disse quebrando o beijo. Harry segurou meu rosto entre as mãos. — Eu não estava falando sobre você, babe. Nunca diria nada disso sobre você. — Deu um sorrisinho. — Eu estava falando com Liam, sobre Hilary, a diretora do filme que vou fazer. Ela vive me ligando, querendo saber se eu já terminei de ler a nova versão do script, não respeita nem um pouco as minhas férias. — Harry sorriu de lado. — As férias que eu queria passar grudado na minha namorada fujona.
— Desculpa, amor…— Baixei meu rosto, sentindo aquecer.
— Por que não falou comigo, babe? Passei a semana inteira achando que você ia me largar. — Harry me puxou, me fazendo sentar em seu colo. — Achei que ia precisar chegar aqui e implorar para você ficar comigo. — Passou os braços pela minha cintura, e escondeu o rosto em meu pescoço.
— Eu fui uma idiota. — Acariciei os cabelos castanhos do meu amor. — Desculpa, babe. — Sussurrei, e recebi um beijinho no pescoço, antes que ele se afastasse.
— Foi mesmo. — Ri fraco. — Vai precisar me recompensar. — Roçou a boca na minha.
— Que tipo de recompensa você quer? — Falei sentindo sua mão entrar em meu moletom, acariciando a pele da minha barriga.
— Ah, uma muito muito longa. — Disse perto do meu ouvido, me fazendo suspirar.
~*~
— Conseguiu começar o livro? — Harry perguntou enrolando uma mecha do meu cabelo do dedo longo. Eu estava deitada em seu peito, ainda sentindo meu corpo relaxar depois do longo “exercício”.
— Nem uma palavra. — Admiti fazendo uma careta.— Só conseguia pensar em você… — Suspirei. — Tirei algumas fotos, mas não consegui começar o livro sem o meu muso inspirador. — Harry riu. Ele sempre era o personagem principal de todos os meus livros, sempre fazia parte de cada mínimo detalhe, cada cena de amor era inspirada em meus sentimentos por ele.
— Podemos dar uma volta pela cidade, então. — Disse acariciando meu rosto com o polegar. — Vou te ajudar a fazer a pesquisa, sua boba.
— Me desculpa, meu amor. — Suspirei. Agora meu coração estava cheio de culpa.
— Eu já estou te perdoando, babe. Ainda falta um pouquinho, mas é um começo. — Harry disse virando nossa posição rápido, me fazendo rir quando subiu em cima de mim. Deus, não existe outro lugar que eu queira estar que não seja nos braços desse homem.
57 notes
·
View notes
Text
𝐏𝐎𝐕 . 𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑛𝑔 𝑐𝑎𝑙𝑙𝑠
𝘪 𝘸𝘢𝘴 𝘣𝘰𝘳𝘯 𝘸𝘪𝘵𝘩 𝘮𝘺 𝘮𝘰𝘵𝘩𝘦𝘳'𝘴 𝘦𝘺𝘦𝘴 𝘪 𝘭𝘰𝘷𝘦𝘥 𝘵𝘩𝘰𝘴𝘦 𝘦𝘺𝘦𝘴 𝘶𝘯𝘵𝘪𝘭 𝘪 𝘳𝘦𝘮𝘦𝘮𝘣𝘦𝘳𝘦𝘥 𝘵𝘩𝘦 𝘢𝘯𝘨𝘦𝘳 𝘪𝘯 𝘵𝘩𝘦𝘮 𝘪 𝘸𝘰𝘯𝘥𝘦𝘳, 𝘸𝘪𝘭𝘭 𝘪 𝘨𝘳𝘰𝘸 𝘶𝘱 𝘢𝘯𝘨𝘳𝘺 𝘵𝘰𝘰?
"Hm... olá?" a garotinha ergueu os olhos escuros e arregalados para o teto, imaginando que, olhando para cima, alguém lá no alto a estaria olhando de volta. "Eu sou a Ae-ri." Se apresentou, abrindo um largo sorriso e dando um tchauzinho animado para o teto. "Será que algum de vocês aí em cima poderiam me ajudar a falar com a minha mamãe?" Rapidamente a menina juntou as mãozinhas em formato de prece, esperando ansiosa que eles, qualquer um deles, sorrissem de volta para ela e a atendessem. "É que eu queria muito, muito, de verdade, conhecer ela, sabe? Meu papai disse que ela é incrível e ele não gosta de muita gente então ela deve ser hiper ultra mega incrível!" Ae-ri soltou uma risadinha, balançando os pés pendurados para fora da cama. Não teve resposta àquela noite, mas não tinha problema! Sabia ser paciente e respeitar o tempo dos deuses.
[...]
"Oi... tudo bem? Sou eu de novo!" Ela disse timidamente. Sabia que era errado apressar os deuses, mas já haviam algumas semanas desde a primeira tentativa. "Eu só... acho que vocês devem estar ocupados, né? Eu entendo. Vou ser boazinha e paciente, prometo!"
[...]
"Mamãe... mamãe, por favor, fala comigo." O pedido era sussurrado para que sei pai não a ouvisse. O corpo estava doendo, ardendo, queimando. Haviam treinado o dia inteiro e Ae-ri não se lembrava de ter chorado tanto algum outro dia na vida. Ficou tão apavorada com o primeiro monstro que viu na vida que congelou no lugar e quase foi morta. Seu pai chegou em casa aos berros e ela se sentiu uma completa vergonha para sua família. "Por favor... por favor, por favor. Eu tenho medo, mamãe. Não quero lutar. Não sou lutadora ou assassina. Tô com medo. Por favor, me ajuda."
[...]
"Oi, mãe, sou eu." Àquele ponto nem tinha mais muitas esperanças de que fosse atendida. Só sentia que era uma forma de desabafo e esperava que a mãe a estivesse ouvindo, pelo menos. "Matei meu trigésimo monstro." Ae-ri soltou um riso fraco e sem graça. "Me pergunto se algo que eu faça vai ser o suficiente para agradar o papai. Ele parece sempre tão, tão irritado comigo."
[...]
"Oi..." Se sentia idiota agora. Uma tremenda idiota que acreditou por tempo demais em contos de fada. "Só queria dizer que acho que isso já deu pra mim. Não vou mais tentar. Fazem quase dez anos que tento e você nunca falou comigo, então... é. Tchau."
[...]
"ÉRIS!" O berro saiu de sua garganta com toda a força que tinha. Não ligou para a dor, só ligava para o fato de não conseguir sequer segurar o corpo de seu pai nos braços de tão dilacerado que ele havia sido pelo monstro que destruiu sua casa. "Éris, por favor! Por favor, eu juro... eu juro que... faço qualquer coisa. Qualquer coisa. Só... por favor... por favor, mãe..." Em meio a um turbilhão de lágrimas, Amara se jogou aos escombros, não tendo forças para fazer mais nada.
[...]
Depois de mais de um mês no Acampamento, enfim saía do chalé de Hermes e adentrava o chalé 30. Amara olhou ao redor para a decoração do ambiente, seu rosto não exibindo qualquer expressão. Se sentou na primeira cama disponível que viu, aproveitando o momento de solidão ali para fazer algo que há muito tempo não fazia. O rosto se moveu para cima e encarou o teto. "Vou te fazer pagar, Éris. Pelo seu silêncio. Pela sua ignorância. Pelo seu desprezo. Vou morrer com meus gritos estourando em seus ouvidos e minhas espadas no seu peito. Isso eu juro por toda a minha existência. Isso eu juro pela minha mãe."
8 notes
·
View notes
Text
Slay the Princess
Finalmente resolvi jogar a demo de Slay the Princess, depois de ter ouvido falar que a mesma recebeu mudanças, eu tinha que testar eu mesma em vez de só olhar no Youtube como na primeira vez, eu adorei o jogo.
O conteudo novo é muito bom, já da para reparar que as coisas estão diferentes só pelo pouco que joguei. Eu ainda não fiz tudo da demo, vou fazer isso depois, mas o que eu fiz foi incrivel, esse jogo é muito legal. A rota que a princesa te esfaqueia porque o narrador estava te controlando até agora é a minha favorita, quero mais dessa rota hahaha (espero que no jogo final tenha)
O Final da torre é otimo e um detalhe curioso é que agora a cabine inteira muda com cada rota, na torre a cabine fica tão grande que parece ser lar de um gigante
E a rota nova que testei, pelo menos não me lembro de ter visto um youtuber fazendo ela antes, então deve ser nova. Quando matei a princesa mas insisti em checar se estava morta ela te esfaqueia e os 2 morrem, então começa a rota que ela tem facas saindo dos braços
Muitas imagens eu sei hahaha, é que eu achei incrivel essa demo e tirei varios prints, quero mostrar todos shishishi. O final fantasma é parecido com o da demo antiga e não me lembro das mudanças que eu acho que existem, tem o espelho que deixa de existir assim que vc toca ele (o espelho está em todas as rotas)
e por fazer o final the spectre, também consegui o final "feliz", que o narrador nos tranca na cabine para sempre, esse não mudou não, mas ele já é perfeito então fico de boas
Eu ainda vou jogar o resto da demo, só não agora. Mas eu adorei ela e pretendo ter o jogo quando ele lançar e vou ser honesta, a princessa é absolutamente incrivel hahaha, quero me aliar a ela e não matar ela, ela é linda, as vezes ela é imponente, um monstro incrivel, eu adorei ela. (e claramente o narrador é o vilão dessa historia hahaha, temos que ouvir a voice of the cold e matar o narrador).
20 notes
·
View notes
Text
Trepadinha pela manha para abrir o apetite e começar o dia (26-02-2023)
By; Fabio
Domingo, acabei acordando mais tarde que de costume tínhamos menos tempo para ficar juntos, pois iríamos ter que sair. Abri os olhos e já a vi mexendo no celular, coloquei uma das mãos em sua coxa acariciando e tirando sua atenção do que quer que estivesse fazendo. Nos beijamos e ficamos nos acariciando, as pernas entrelaçadas de forma que sua buceta quente encostava em minha coxa e ela por sua vez, esfregava meu pau já em riste com sua coxa.
Essas provocações são normais para nós quando estamos juntos, independente do local, damos um jeito de nos deliciar com as expressões contidas de tesão em momentos inoportunos!
Resolvemos nos levantar para tomar café da manhã e com muito custo chegamos a cozinha. Para variar, não demorou para perdermos o foco no que estávamos fazendo. Abrace-a por trás e mordi sua nuca, como conheço bem as reações da minha Puta sabia que já ficaria entregue como gosto, apoiei suas mãos na pia e dei uma palmada firme em sua bunda fazendo-a empinar para mim. Encoxei-a e esfregava meu pau cada vez mais duro por baixo da boxer que usava enquanto levantava sua camisola deixando seu corpo nu exposto para mim, passava a língua pelas suas costas e me deliciava com seus arrepios e gemidos aumentando o volume conforme a tocava, apertava os bicos duros de seus seios e a puxava contra mim.
– Fica assim, eu já volto! – Disse olhando para ela.
– Onde você vai?
Apenas sorri e fui em direção a sala, peguei o tubo de lubrificante que tínhamos usado pouco até então e voltei a cozinha. Ela continuava do jeito que pedi para que ficasse, com as mãos pousadas na pia e seu delicioso rabão empinado, ainda rebolava e mordia os lábios de olhos fechados, tomada pelo tesão e expectativa do meu retorno, provavelmente!
Quando viu o tubo de lubrificante nas minhas mãos apenas disse manhosa:
– Não faz isso comigo!
– Claro que vou fazer… tinha dúvidas?
Passei a língua nos lábios indo para suas costas, novamente caprichando nas palmadas que sei que a enlouquece, despejei bastante gel em sua bunda espalhando por toda ela, na entrada de seu cuzinho e depois penetrando com o dedo, lubrificando e então forçando mais um. O volume dos gemidos aumentaram bastante e com isso meu tesão, tirei os dedos e desci até sua buceta ficando surpreso ao sentir como estava molhada e seu melzinho já escorria pelas suas coxas, me ajoelhei e passei minha língua para sentir seu gostinho e a beijei segurando seu queixo e a lambuzando toda.
Passei minha pica pelo gel que espalhei pelo seu corpo e encaixei a cabeça na entrada de seu cuzinho, empurrando devagar e puxando forte seus cabelos (Adoro ver a carinha de dor dela quando estou fodendo seu rabinho)!
Fui aumentando a velocidade conforme ia abrindo e ela já empurrava seu corpo contra o meu para ir cada vez mais fundo, segurava sua cintura firme e a fodia como me pedia em meio a gemidos e gritos, palavrões e xingamentos.
Já o tirava todo e colocava de uma vez bem fundo me deliciando com seus gritos de dor e tesão quando senti seu corpo tremendo prestes a gozar, aumentei a velocidade e logo veio seu pedido para gozar em seu cuzinho junto com ela, empurrou seu corpo de uma vez contra o meu engolindo totalmente meu pau e gritando como uma puta no cio, começou a gozar deliciosamente, me apertando dentro de si!
Ficamos alguns segundos ainda em pé na mesma posição, a respiração ofegante e os batimentos acelerados até que minha pica amolecesse e saísse de dentro de seu rabo, trazendo consigo todo o leitinho que despejei dentro dela:
– Ainda quer tomar café, safado?
– Sabe que sempre estou com fome! E por enquanto, essa eu já matei…
Nos beijamos e tomamos nosso café, nos arrumamos e saímos.
Enviado ao Te Contos por Fabio
17 notes
·
View notes
Text
Antivírus
Naturalmente, sempre que uma ameaça surge, surge algo para elimina-la, por isso, ao lidar com a natureza, foi algo muito complicado e até hoje é necessário preparo para lidar com ela, ninguém quer ser visto como uma ameaça a ser destruída.
Colocando isso em prática, como se os universos de Undertale fossem algo realmente real e vivo, isso também deveria acontecer, mas, com tantas AU problemáticas sem controle, o que para elas? Dentro da programação, já existe algo assim, e é sobre uma pequena história de como isso se mantem de pé, que irei falar hoje, em uma pequena aventura de Naps Sans.
Após sair de minha AU e vagar por um tempo, descobri aonde estava e o que significava, eu achei realmente encantador- Até aparecerem um monte de idiotas e me tirarem das Timelines que eu estava passando, eles me prenderam e agora eu sou jogado em uma cela, preso e não consigo entender o que está acontecendo, me sinto perdido.
Algum tempo depois, descobri que estou em uma espécie de Antivírus, ninguém sabe de onde ele veio, ele apenas existe, eles encontram, eliminam e prendem ameaças por aí, em Software Antivírus, quando não é possível eliminar a ameaça, ela fica em reclusão, parece que é o que pretendem fazer comigo depois de terminar de me escanear.
Com mais algumas conversas com o Monster Kid desse lugar, ele me disse que todos aqui tem funções que remetem a algo parecido com como somos em AUs, mas que ninguém aqui se considera realmente em uma Timeline, então eles apenas fazem seus deveres como soldados de um objetivo, acho isso brilhante.
Eu me apoio nas grades e fecho meus olhos, depois de alguns dias aqui fora, é a primeira vez que penso em casa, em quantas AU eu fui deixado de lado? Será que existe alguma que eles não tem raiva de mim por ter me tornado um fantasma? Bem, se até ser capturado por um Antivírus eu fui, significa que o erro é realmente meu, certo?
Eu deixo meus pensamentos vagarem sem querer, enquanto Monster Kid simplesmente dá de ombros e sai dali, com um sorriso orgulhoso.
Wow - Diz uma voz na cela ao lado
Eu olho para o lado e me assusto levemente, com aquele sorriso sínico.
Olá, meu "Original" - Ele usava um capuz e cachecol vermelho, me lembrava um tal de Dust, que estava em cartazes de procurado em outras AU, mas com algumas diferenças, como suas roupas, além do cachecol, serem branco e preto, usar fones de ouvido como os meus, mas esses estarem no pescoço no momento.
Original? Do que você está falando? - Eu digo com certo receio
Ah, verdade, não me apresentei - Ele se aproxima da grade que ficava entre nossas celas, com um sorriso diabólico - DustNaps, você é o culpado de eu existir Meu rosto se escurece, eu me sinto levemente culpado.
Ah… Sinto muito? - Eu digo chegando um pouco mais perto, ele apenas começa a rir e chorar, como um louco
Seu merda! Porque você tinha que existir?… Se você apenas tivesse morrido para o Puzzle eu não estaria aqui! Não teria… Eu não teria… Hahahahahah! - Dust fala amargurado
Puzzle? Do que você tá falando? - Eu digo confuso
É um otário que quer matar a gente, eu matei o meu - Dust Naps
Que? Como assim? Eu nem conheço ele e você já matou ele? Tem certeza que eu sou o original? - Eu falo assustado
Sim, parece que sua AU entrou em uma espécie de "Congelamento", acontece quando seu criador perde a inspiração e ideias para sua Timeline, mas não desiste dela - DustNaps
Olha… Cara… - Naps
Blh, não me chama assim, me chame de Nast, ou pelo menos não use gírias como se eu fosse homem - DustNaps
Como se- Oh, diferente… - Ao ela falar isso eu acabou me virando e parando de a encarar, isso era realmente vergonhoso, pensar em uma versão minha garota- apesar de como esqueleto isso só mudar um osso em questão, e era mais estranho ainda com ela sendo uma criminosa
Virgem - Ela fala dando uma risada logo em seguida
Que? - Eu volto a olhar para ela incrédulo
Suas atitudes são de um garotinho virgem, apesar de eu saber claramente que você é - Ela volta a rir, mas dessa vez de forma doce - Cara, isso é muito estranho, tem tanta coisa que quero perguntar… Mas não tenho coragem
Ah… Tá tudo bem… Eu entendo bem o que tá sentindo… E você pode me chamar de Cara, né - Eu falo agora encarando o chão
Logo eles te soltam - DustNaps fala de forma meio rápida e triste
Porque? - Eu falo confuso
Porque você não fez nada de errado, é bonzinho demais - Ela diz, não tendo tirado os olhos de mim nem por um segundo
E você? - Eu me aproximo dela a olhando com duvida
Eu tomei minhas decisões - DustNaps
O que você fez? Além de matar o tal de Puzzle, claro… Se defender não me parece errado - Eu chego na frente dela
Só se você me prometer nunca fazer a mesma coisa - DustNaps
Claro, eu prometo - Eu falo com certo receio do que estaria por vir
Eu passei muito tempo lutando contra ele… Eu fiquei cada vez mais desesperada pra fugir, eu fiquei com muito medo e- Eu voltei para Napstale e matei todos em busca de L.O.V.E, para conseguir matar o Puzzle… E no fim deu certo… Mas fui presa aqui pelo que fiz na minha AU, fui julgada e condenada a ficar nessa cela em prisão perpetua - DustNaps
Ah… Eu realmente não entendo como se sente… Nem conheço esse Puzzle, muito menos esse medo, mas a forma que você fala… Se você mudou de lá para cá, merecia uma segunda chance - Eu falo me sentindo triste por ela
Ah… Tá tudo bem, eu entendo eles… Eu também não confiaria em mim - DustNaps
Eu confiaria - Eu falo determinado
Ela dá uma risada e se deita no chão, olhando para o teto
Bobo… - Ela fala sem perder o sorriso no rosto Eu sorrio de volta, e também me deito, esperando eles decidirem meu destino
O Monster Kid, o trabalho dele aqui é descobrir informações, então não tem do que se preocupar - DustNaps
Hum… Você já tá a bastante tempo aqui, certo? - Eu falo meio baixo
Sim - DustNaps
Me fala com aqui funciona? Tipo, sobre tomo mundo, e como as coisas acontecem - Eu digo simples
Oh… Ok, mas porque? - DustNaps
Curiosidade- Eu dou uma risada, sendo acompanhado por ela
Ok…. Bem, o Antivírus funciona em um sistema de prender, examinar, eliminar ou separar, não só Monster Kid, como você viu, mas também Asriel sai conversando com os presos, conseguindo informações de confesso de crimes, eles tem um sistema próprio de conseguir chegar a dados de memórias, coisas profundas, mas mais especifico em como você se sente em relação a isso, em uma procura de dados modificados que podem levar a falhas, códigos corrompidos e vírus, já Alphys faz uma analise mais ampla desses códigos, ela vê como eles parecem de fora, como eles são constituídos e agem nos indivíduos em volta, juntando as duas formas de leitura de código, eles entregam os dados para Asgore e Toriel, que em conjunto decidem para onde será encaminhado a anomalia a partir dali, como os dois a maioria das vezes tem opiniões muito divergentes, até eles entrarem em um acordo, o caminho fica mais claro e justo, apesar de eles também escreverem suas opiniões e mandarem para Sans conferir, como seu papel de Juiz, Undyne e os Cães ficam na equipe de patrulha e recolhimento, trazendo os indivíduos para cá, Papyrus cuida do entretenimento e proteção dos presos, porque mesmo que tenham feito coisas horríveis. as vezes o motivo foi um código falho ou uma loucura pós trauma, então ele tenta deixar as coisas menos sombrias aqui, o que ele consegue, na maioria das vezes, Sans tem o trabalho de impedir que a bondade de Papyrus seja muito grande, Papyrus as vezes acaba soltando "sem querer", uma pessoa ou outra, Sans tem que ficar de olho nisso e impedir seu irmão, além que isso é um contato mais próximo daqueles que ele vai julgar futuramente, fazendo ele ter melhor noção antes de tomar uma decisão, River-Person é o carcereiro que leva os presos de um lugar a outro, Muffet é um vírus controlado, que se infiltra e destruí outro vírus por dentro quando é necessário, da mesma forma que as outras aranhas sob o seu comando, Grillby é quem prepara a comida dos presidiários, atendendo qualquer pedido, ele pode criar qualquer comida que exista em qualquer multiverso, até maças douradas ou negras- Mas essas ele não faz pra não dar confusão, Mettaton fica cuidando de observar a segurança do Antivírus o tempo todo, com câmeras espalhadas por todos os lados, sem exceção, e por ser um robô, ele consegue observar todas ao mesmo tempo, sem se cansar, tendo um dispositivo de recarregamento automático, Frisk e Chara são quem separa os códigos da pessoa, quando ela é de alto risco, sendo mandados para um lugar aonde aquele que estiver preso não vai ter como sair, usar poderes, muito menos portais, como um arquivo separado, assim ficando sem códigos, dados, poderes, apenas preso em um lugar aonde não pode afetar ninguém, muito menos fugir, já os códigos que foram separados das Anomalias, são protegidos e guardados em um lugar escondido, semelhante a um aquário, aonde fica Cebola-San, protegendo o lugar, que por si só destrói os códigos com o tempo, já o Antivírus em si é um próprio ser vivo, Gaster, o que deixa mais impossível de se sair, já que Gaster apenas precisa se remoldar para fazer sua tentativa de ir embora falhar miseravelmente e você voltar para aonde começou…
Wow…. Quanta coisa… - Eu falo, logo continuamos um bom tempo com ela me falando suas experiencias aqui, mas depois de umas 2 horas vejo Undyne chegando e abrindo minha cela
Você tá liberado tampinha, mete o pé daqui - Undyne diz com sua forma grosseira de falar
Eu me levantei e logo ela me puxou pelo braço, começando a me levar, eu olho para trás e vejo o olhar triste de Nast…. Eu suspiro e deixo Undyne me levar, por sorte eu tive a chance de falar com Sans, o Juiz, ele levou um pedido meu até Toriel e Asgore, e os 3 decidiram aceitar, assim, comecei a trabalhar para o Antivírus, como um agente de procura, ao lado de Undyne, teletransportando quem fosse necessário para cá, mas sempre que volto, vou ver Nast e temos mais uma conversa… E por mais que eu peça, eles não querem dar a ela uma segunda chance… Mas eu não vou desistir, Nast… Um dia, vou te tirar daqui.
Corrigido por @markin1314
#undertale#alternate universe#undertale au#digital art#sans undertale#sans#sans au#napstablook#napstablook undertale#undertale art#undertale fanart#undyne#toriel#asgore#asriel#frisk#monster kid#text#textos#my text#text post#art#comic art#my art#artwork#artists on tumblr#illustration#art tag#drawing
3 notes
·
View notes
Text
Lavar a lama com sangue
fui na terapia sexta
deveria ter escrito sobre isso há uns 2 dias atrás, mas sempre deixo tudo para depois
Falei pela primeira vez de alguns sentimentos que tenho, sentimentos de destruição e confusão, intrincados.
Ela falou da importância de ter lugares para se expressar.
Eu falei que escrevia cartas para ninguém, meu único amigo, em um blog na internet.
Ela me olhou com uma cara estranha, quase posso jurar que 'de pena'.
Desabafei.
Ela falou uma ou outra coisa que nem lembro mais.
De volta ao sonho.
É impressionante como minha vida se tornou um conjunto de problemas depois de outro conjunto de problemas.
"Ah, a vida de todo mundo é assim".
Talvez sim, de certo modo, todo mundo tem que lidar com muitas coisas. Mas, no meu caso, e obviamente não só no meu caso, mas no de tantos, a vida parece aquela frase "all work and no play".
Todo mundo tem problemas, mas quantos podem dizer que tem o privilégio de dizer que estão desmoronando em uma pilha de problemas sem fim?
Ou melhor ainda, que desmoronam em si mesmo, pois o grande problema está exatamente em si?
Falei isso na terapia e percebo cada vez mais: me sinto cada dia menos apto a existir nesse plano e viver essa vida.
Chame de fraqueza, de covardia, talvez eu possua tudo isso e muito mais. Mas, cada dia vejo que o problema não é o mundo e toda a sua confusão, mas sim minha incapacidade de lidar com o mundo e sua confusão.
Sou fraco, feio, pobre, material e espiritualmente.
Quase nunca falo de mim em tons tão.. ofensivos, ainda que pense sempre nessa linha, mas dessa vez não deixarei de soltar uma ou duas gotas de veneno e lama sobre essa imagem penosa que fito sob as águas do lago. Narciso ao contrário (?).
Sou incapaz e insuficiente.
Ainda não me matei por alguma consideração por uma pessoa que poderia se importar e sofrer e, talvez principalmente, por ser covarde. Nada me apraz na vida, nela nunca encontro lugar para fazer morada. As pessoas são hostis, estranhas, olho para elas como se olhasse uma grande muralha. Máscaras cinzas. Não me encaixo em nenhum lugar, em nenhum rosto reconheço amigo. Não imagino futuro feliz ou satisfeito.
Tudo desmorona, lentamente, paradoxalmente, como pequenos grãos de areia.
Estou sozinho no mundo, ando sempre com um grande buraco em meu peito, no centro dele a angústia.
Quanto eu não já tentei e ainda assim rastejo no chão?
Caminhei tanto e, além das feridas em meus pés, não consigo fazer soma de nada.
As poucas pessoas que já andaram comigo me abandonaram, acharam coisas melhores para fazer com pessoas melhores que eu.
Não as culpo. Se pudesse, também sairia de mim.
Sou meu maior inimigo e me arrasto por correntes presas em mim mesmo e colocadas por essas mãos que escreve essa carta.
Cada letra nessa tela não é escrita, é vomitada, chorada, como uma lágrima seca e suja que desce do meu rosto, solitária, assim como minha alma.
O mundo não é pior comigo, assim como não seria melhor sem mim, sou insignificante para ser qualquer coisa para o mundo e o meu mundo, o meu mundo, nunca girou.
Olho para o passado, momentos que me achava tão mal, agora seriam quase um paraíso e, quem poder�� negar que, se continuar aqui, no futuro olhe para onde estou agora querendo voltar?
Esse é o prognóstico da doença que é existir, do tormento que é ter consciência e saber que sabe qualquer coisa.
Só me sinto bem quando durmo, lá vivo mil histórias que, não sendo felizes nem alegres, são leves e revigorantes. Antíteses da minha vida cotidiana. Esse pesadelo pesado, que dia a dia fustiga minha alma.
Acho estranho falar da vida como um pesadelo, pois me parece que ela deveria ser bem mais... agitada para assim o ser, mas na verdade, depois entendo que um pesadelo só precisa ser uma dimensão a qual você não consegue escapar e onde seu campo de ação se torna cada vez menor.
Pelo menos no sonho podemos acordar.
E... na vida? Como acordar desse sonho?
Imagino meu corpo inerte, vazando pela minha perna esquerda, um rio escarlate que inunda minha cama, da minha boca o último suspiro e minha alma livre.
Será que depois dessa vida haverá outros tormentos?
Será que não me é possível deixar de existir?
Esse é o grande pesadelo...
Se isso for verdade, é claro.
Assim sendo, há correntes bem maiores do que as que eu consigo enxergar agora.
Estamos todos condenados.
E eu... do alto dos meus 28 anos?
Como se passaram tantos anos?
Há um dia atrás tinha 14...
e eu...
quem sou eu?
não importa, se queria ser nada
como dizia o poeta:
é preciso tanta loucura para querer ser sujeira, ou podridão
mas a ignorância nos priva de perceber que já somos a derrocada
como dizia eu mesmo tantas vezes no passado:
olhamos para o céu enquanto os vermes roem nossos corpos
e agora, mas agora,
eu olho para o chão e vejo o estrago
vejo que não caminho, rastejo
pessoas passam, pisam em mim
a vida pisa em mim, como se pisasse em uma folha seca
e passa
e eu não tenho nada a fazer a não ser continuar rastejando
engolindo terra
sentido a carne ser fustigada
será como o escritor citou?
os deuses deixaram um porta aberta e eu não posso reclamar?
E mesmo que aja outras coisas, mesmo que ruins, serão outras coisas. Ainda que eu saiba que, tudo é que ruim pode piorar.
Será que não veem os deuses o quanto eu tento? Será que devo tentar mais?
Não sou digno de pedir um pouco de compaixão? Teriam os deuses alguma compaixão? Ou serão como humanos, que cospem naquilo que deita derrotado no chão ou que abandonam a rosa pisada?
Tudo o que eu preciso é de um pequeno corte, uma pequena fresta... para que eu crie o caminho onde navegarei para fora desse horror
Um pequeno corte...
ou...
ou?
???
4 notes
·
View notes
Text
Há coisas na vida que não sabemos como explicar. Há sentimentos , e não sabemos o por que sentimos. Há pessoas que amamos, mas não sabemos como amar. Há intensidade, mas não sabemos como parar. Diante das situações que vivenciei, cheguei a conclusão que sempre sou esquecido pelo os que eu amo, nunca sou prioridade de ninguém. Talvez seja o meu jeito. Amo demais, sofro demais, me dou demais, e o menos importante, não me priorizo demais. As pessoas gostam de ser enaltecidas, ser prioridade na vida de alguém, e quando entram na minha vida, eu deixo elas se sentirem extasiadas de prioridade. Esse é meu erro, aliás, foi meu erro. Hoje eu entendo e sinto cada letra, cada sílaba, cada palavra da frase “tudo demais é veneno”. Esse tempo todo eu estava me envenenando, tive que quase morrer para entender que se for para morrer de amor, que SEJA POR EU MESMO! A várias formas de morrer, eu me matei da pior forma, não me coloquei como prioridade, amei as pessoas erradas, demonstrei afeto para estranhos. Sabe aquela história que contam, quando a gente está prestes a morrer, dizem que se passa um filme na nossa cabeça?. Isso é real! Foi nesses instantes que eu renasci, me permiti, me perdoei, me priorizei. Agora sempre me coloco em primeiro, não é querendo ser egoísta, pelo contrário, aprendi que para conseguir amar o próximo eu tenho que aprender a me amar, impor limites entre amor e a razão, saber me respeitar, só assim vou conseguir ser recíproco para o próximo. O amor próprio é libertador, não a coisa melhor no mundo do que você se sentir livre, saber que aquilo que lhe feria, hoje já não lhe fere. Não ter calcanhar de Aquiles. Agora me sinto pronto para amar. O amor é lindo, as pessoas que são Judas, agora cabe você querer ser Jesus ou Lúcifer.
13 notes
·
View notes
Text
Parto hoje numa viagem. Vou sem destino, não sei ao certo que parte de mim sai.
Saio sem malas, sem dinheiro ou objectivo. Só com as roupas que trago no corpo sem contar em momento algum com as daz almas.
Saio vazio de esperanças, larguei as expectativas a um canto do guarda-fatos. Fechadas numa caixa, fechadas com um cadeado tão simples que só abre com a chave da minha felicidade.
Vou à noite porque está fresco, vou à noite porque há silêncio. É quando o barulho toma conta de mim, mas não existe ninguém à volta para se lembrar de mim.
Sou uma máquina imperfeita, que desliga pouco. Não sei há quantos anos não desligo na realidade, perdi a noção de há quantos anos estou ligado.
A noção de tempo é coisa que se me evadiu, pelo menos na pele que visto hoje, um certo desalento que me serve de sobretudo.
Caminho pelas ruas não tão desertas, a cidade tornou-se menos silenciosa do que me lembrava, menos sombria do que preferia. Há toda uma vida, na verdade, que me destroça, troça e ignora.
Não consigo dizer com certeza que isso me agrade, não tenho poucas certezas. Estudei a fé, vivi com as pessoas. Matei a fé e estudei as pessoas.
Cultivei-me só porque achava que o conhecimento me traria clareza. Não me trouxe nada senão cansaço e canudoa por baixo do braço.
Alheei-me do mundo, refugiei-me longe o suficiente para não ir a lugar nenhum. Acordava e dormia, estudava e escrevia.
Por vezes à noite envolto nas insónias caíam os olhos sobre o horizonte para lá da cidade, sonhos à distância de um acordar.
Era tamanho o meu conforto, incoerente o meu corpo e amorfo o meu sonho.
Via só o que me permitia alcançar, de pés assentes no agora. Ria da cara das pessoas, das que sorriam com esperança. Seres estranhos que punham tudo nas mãos de coisas que não controlam.
Algo acontece dada uma sucessão lógica ou surreal de pequenas acções. Todas elas podem ser felizmente consequentes ou cair na irrelevante obscuridade de um dos dominós cair no vazio e não tocar no outro à sua frente.
Nunca deixei nada ao acaso, sou defensor que tudo se controla. Que a incompetência e o erro humano nos tornam falíveis, que tudo o que não consegui alcançar foi por me permitir falhar.
Por curiosidade mórbida ou inconsciência, por sentir que me falta uma mudança no motor, tão depressa sou o relâmpago que se acende, como sou o trovão que se ouve.
As luzes começam a fazer-se de esquecidas, o som continua latejante. Uma dor de alma na cabeça que insiste e não me larga, que persiste em ter sempre algo em que pensar.
Penso nos meus pais que deixei em casa. Dormiam preocupados, em estado de alerta à espera de algo que viria mais tarde.
Mas hoje não, hoje o furacão não acordou em mim.
Sinto que lhes fui que chegue, que lhes fui demais, que ainda sou de menos.
Insistem ainda assim numa espécie de fé que não ser pai me ofende.
É um tormento diferente, uma história comprida. A viagem é longa, talvez um dia lhes conte.
Começa a esbater-se em mim um cansaço. Sinto que a dor me foge para lá dos muros que o meu aparelho respiratório funciona de forma ineficiente.
Vejo uma sombra de uma alma que não pode existir, ouço uma coruja mas já não sei se estou a imaginar.
Só preciso de um leito, um silêncio que me queira levar, não sei onde estou, nada vejo que me permita controlar.
(...)
César
1 note
·
View note
Text
Zoe Argyris - You’ll be seeing me in your dreams
— Você pode me contar o que aconteceu? — Eu não sei… Eu acho que matei minha mãe. — Eu preciso entender o que você fez.
Dois meses antes.
Sereias eram um grupo muito pequeno em terras gregas, existiam outras espalhadas pelo mundo, mas em completa forma humana, apenas as da Grécia conseguiram alcançar essa evolução. Existiam diversas versões de como e porque aconteceram e Zoe era encantada por cada uma delas. Entretanto, conhecer tanto e ser tão curiosa foi sua ruína. Na biblioteca da escola grega, teve conhecimento sobre diversos feitiços, curiosidades e demais informações sobre criaturas sobrenaturais. Sereias eram consideradas tão difíceis de serem "adestradas" quanto um kappa. Apenas bruxos extremamente experientes conseguiam isso. E esse era um dos maiores perigos a toda e qualquer sereia, se tornar um bicho de estimação. Um peixe dentro de um enorme aquário em prol do entretenimento de qualquer bruxo que sonhava em ter posse sobre criaturas sobrenaturais. Por isso, eram tão ríspidas a qualquer sinal de aproximação diferente, mas extremamente encantadoras quando queriam algo. Em resumo, lidar com uma sereia era conviver com o inesperado.
— Então, você como sereia tem o dom da necromancia? — Ouviu Samira falar, enquanto folheava um dos livros. — Em tese, sim. Mas nunca fiz o teste. — Parece algo importante a se aprender, com as coisas que andam acontecendo pelo mundo bruxo. Nunca saberemos se um dia vão parar aqui na Grécia. — E você espera que eu ressuscite nossos gregos caso eles morram? — Seria uma alternativa. — E quais as consequências disso? — Ninguém sabe.
A conversa poderia ter se encerrado ali. Ela tinha no DNA genético a habilidade de necromancia, mas se nem as próprias sereias repassavam isso, alguma coisa de estranho tinha nessa história. Mas Zoe era curiosa, foi atrás de tudo o que tinha de informação até realizar o teste de fato, começou com um peixe que voltou a nadar, um passarinho que voltou a voar, um cachorro que antes que percebessem, estava latindo, brincando e abanando o rabo novamente. Ela se sentia capaz de fazer qualquer coisa e por isso, pouco a poucos as pessoas a procuravam. Ao menos até o fatídico dia onde Samara veio comunicar sobre a morte de sua irmã mais nova. — Eu sei que já fiz com muitos animais, mas fazer isso com um humano é perigoso. — Por favor, eu te imploro. Ela é muito nova. Foi um acidente. Eu faço tudo o que você quiser, mas traga ela de volta. — A amiga falava, abraçada a Zoe, as lágrimas que escorriam dos olhos dela, molhando seu ombro, enquanto tentava a confortar. — Ok. Alguém mais já sabe? — Não. Eu acabei de ver. — Se der certo, isso fica entre nós. — Obrigada. Mil vezes obrigada. Você é a melhor.
Existia todo um processo de necromancia que muito se assemelhava a um ritual satânico, porque em tese, era. Zoe preparava tudo no quarto da irmã de Samira, vendo o pequeno corpo gelado e esbranquiçado jogado em cima do colchão. Aquilo poderia dar muito certo e Zoe esperava que sim. Quando tudo estava ajeitado como deveria, as mãos percorreram deslizando as palmas a dez centímetros de distância do corpo, como se sentisse a aura da garota e começou o ritual. Era assombroso o quanto aquilo parecia a consumir. Por mais que Zoe tentasse, o corpo da garota não parecia reagir, até o momento seus olhos se abriram, tão escuros quanto a noite, ela olhou em direção a sereia e gritou com uma voz estridente. Sabia que não podia parar, mas com o susto, ela caiu para trás e absolutamente tudo deu errado. O corpo voltou a ficar sem vida sobre o colchão, mas existia uma energia ruim em torno dela.
Não quis contar pra Samira, só informou que infelizmente não havia dado certo e saiu dali.
As noites seguintes foram de puro terror. Zoe conseguia facilmente ficar até três dias afastada da água, mas não podia passar mais tempo que isso, ou suas forças iam se esvaindo aos poucos. A cada vez que entrava no mar, sentia como se alguma criatura a observasse na penumbra.
Ela era uma criatura, não uma simples humana, por isso, não deixava se afetar por mais que a cada três dias a
aura parecia estar mais pesada e sombria. Até o momento em que as alucinações começaram.
Eram barulhos, como se alguma criatura do mar estivesse a espreita de dar o bote nela, alucinações de pessoas pedindo por ajuda, mas quando ela chegava perto, não havia nada. E então, começou a pior parte: Ela viu o corpo desfalecido de sua mãe boiando no mar. Ela gritou horrorizada, mas nenhuma das sereias estavam por perto. Humanos não a ouviam embaixo da água. Seu corpo parecia paralisado, até o momento que ela voltou para o solo e entrou correndo na escola, avistou Samira e começou a chorar.
— EU PRECISO DE AJUDA. A MINHA MÃE, SAMI- — Eu não estou entendendo nada do que você está falando. Ao fundo, uma voz vinha do mar chamando Zoe. — Quem está te chamando, amiga? — Eu não sei, mas eu não quero voltar para lá, a minha mãe.. — Zoe, respira… Eu não consigo entrar no mar, eu não sou sereia. Eu vou te acompanhar até a beira da praia, e vou ficar sentada, você vai ir avisar as outras sereias e se precisar de algo, coloca a cabeça pra fora do mar e grita para que eu ouça.
Foi o que fez, voltou pro mar, acompanhada da amiga que seguiu até apenas onde lhe era permitido. Quando voltou para o local, o corpo havia sumido, sua mãe apareceu na sua frente, mas ela estava estranha e soube imediatamente que algo estava errado. Ela sabia que era da necromancia que tinha dado errado, sabia que aquilo era alguma outra coisa que tinha voltado, ao invés da irmã de Samira.
Ela fez tudo o que podia, naquele pesadelo em que vivia. Quando se estava embaixo da água, o tempo parecia ser diferente de quando estava em solo, porque ela não precisava necessariamente dormir, apenas descansava de tempos em tempos. Foi assim que para a escola, Zoe tinha sido decretada como morta após dois meses de sumiço das aulas que lecionava.
Ela não sabia mais o que era a necromancia brincando com sua sanidade e o que era sua mãe, então, em um dos momentos de terror noturno onde sua mãe de verdade apareceu para lhe chacoalhar porque estava em um transe, onde até mesmo os olhos de Zoe pareciam sem vida, ela viu sua mãe, seguido de sua outra "mãe" logo atrás dela. Ela não conseguia mais distinguir a realidade da ilusão e foi quando em um impulso, fez a maior cagada de sua vida, soltou um feitiço mortal na mulher que a fez apagar na hora.
Foi só então que a sua outra versão sombria, em meio a uma risada diabólica se dissipou e foi quando ela se deu conta do que tinha acabado de fazer.
Ela não tinha outra alternativa a não ser contar a sua família de sereias o que havia acontecido e obviamente, além de falarem sobre a irresponsabilidade de mexer com mortos, ainda foi expulsa do seu "clã".
— Sabemos das perturbações que uma falha em necromancia pode fazer, mas já somos poucas, não podemos correr o risco de que você nos ataque também.
— Eu não faria isso. O ciclo se encerrou quando cometi essa tragédia.
— Pela regra, sim. Mas não podemos arriscar. Boa sorte, Zoe.
Só restou que ela buscasse alternativa em outros países, até o momento em que parou na Ásia, pensando se poderia viver sozinha como uma sereia por ali.
1 note
·
View note
Text
FLIGHT NIGHT - フライト ナイト - Voo Noturno - PARTE V
FLIGHT NIGHT - フライト ナイト - Voo Noturno - PARTE V
—————–
⚠️ ESSA OBRA EM HIPÓTESE ALGUMA É DE MINHA AUTORIA. TRADUÇÃO REALIZADA DE FÃ PARA FÃS. NÃO REPUBLIQUE OU POSTE EM OUTRAS PLATAFORMAS SEM AUTORIZAÇÃO. SE CASO POSSÍVEL, DÊ SUPORTE AOS AUTORES E ARTISTAS COMPRANDO AS OBRAS ORIGINAIS. ⚠️
—————–
🚨 ALERTA DE CONTEÚDO SENSÍVEL. O CAPÍTULO A SEGUIR PODE CONTER CONTEÚDO SENSÍVEL OU IMPRÓPRIO PARA ALGUMAS PESSOAS. 🚨
FLIGHT NIGHT
フライト ナイト
Voo Noturno
—————–
Ⅴ
Sob o padre que estava caído, o sangue vermelho se espalhava.
"Haha... então vocês estavam aqui!"
O desespero envolveu Jessica quando ela encarou o demônio que entrou com a brisa noturna. Parecia que as queimaduras já haviam se curado, pois em seu rosto iluminado pelas duas luas, não havia sequer uma única marca.
“Yo, nos encontramos novamente... da última vez fomos atrapalhados por aquele intrometido, então, vamos continuar aqui?"
“Ah, aaah....”
As costas de Jessica bateram na parede quando ela recuou abruptamente. O vampiro, então sorriu tendenciosamente para a garota que se encolhia.
"Bem, espere só um pouco... depois de resolver o serviço que me pediram aqui, vou cuidar muito bem de você♪."
Enquanto movia a boca de maneira confusa, como se estivesse mastigando um cigarro, o jovem vampiro tirou um disco negro do bolso. Era o mesmo que tinha sido usado na ponte de comando principal.
"I-Isso é..."
"O código de diálogo forçado da Inteligência Elétrica, o código mestre... Bem, eu também não sei muito sobre isso. Mas, se você inserir isso aqui e apertar os botões...Hum?”
"Não, não faça isso..."
Dedos delgados agarraram a perna de Alfred. Era o padre que estava caído no chão. ― Ele ainda estava vivo? ―
"Por favor, pare... há....há mais de cem pessoas neste navio..."
“Quem se importa com esses insetos?!”
O corpo de Abel voou novamente. Ele recebeu um chute na têmpora e desmoronou como um boneco quebrado.
"Eu sou um Methuselah - a criatura mais forte deste planeta! Humanos como vocês tratam o gado como comida ou brinquedo, não é? O que há de errado em eu tratá-los da mesma forma?"
"Você está errado... você também... todos vocês são humanos..."
"Cale a boca, seu idiota. Você deveria morrer."
Alfred zombou enquanto continuava a produzir sons de mastigação com a boca. Seus dedos rápidos percorriam o teclado do computador.
"Agora, gatinha, espere um pouco. Logo, este navio conhecerá o seu fim... certo!"
“...!”
O cano de ferro que Jessica usou para lançar sobre Alfred parou no ar, bem no meio de sua trajetória. Sem ao menos olhar para trás, ele agarrou seu braço, enquanto ela se aproximava. Então, ao torcer sua mão, o corpo da comissária flutuou como uma piada, batendo contra a parede, onde ela caiu imóvel.
“Je-Jessica-san…!”
"Eeeita! Será que eu a matei?"
Alfred cuspiu o que estava mastigando e assoviou o que seria uma marcha fúnebre. Ele havia pegado leve. Afinal, o sangue dos mortos tem gosto ruim e não era algo que se pudesse beber.
“Is-Isto é...”
Mas, naquele momento, o olhar de Abel se fixou em outra coisa. Era em um monte vermelho que tinha sido cuspido – ao primeiro momento, pensou que fosse um pedaço de tabaco mascado, mas não era. Era um balão de borracha amassado, no qual estavam impressas letras na cor branco...
“E-esse balão....não pode ser...”
"Hum? Ah, isso é do lanchinho de antes."
Alfred lançou um olhar tão desinteressado quanto se estivesse a observar o som dos insetos. Seus dedos continuaram a pressionar as teclas do computador sem descanso.
"No caminho para cá, me deparei com algo... estava delicioso. Era suave e encorpado, meu coração quase parou..."
As impressões de gourmet que o vampiro tinha não puderam ser expressas até final – ele caiu ao chão, enquanto emitia gritos semelhantes ao de um porco sendo esmagado até a morte, ainda assim, Alfred não conseguia entender o que estava acontecendo com ele.
Se não fosse pela musculatura resistente que os vampiros possuem, seu corpo teria se despedaçado como blocos de construção derrubados. Enquanto sacudia a cabeça atordoada pelo impacto violento, ao mal conseguir erguer a cabeça...
"Senhor Alfred, não é? Você foi longe demais."
Uma escura sombra pairou sobre ele.
Seu rosto abatido não podia ser visto contra a luz. No entanto, sua batina ensanguentada era prova de ferimentos fatais.
― Então, qual foi a do golpe de agora? ―
Uma voz rouca escapou de seus lábios pálidos.
"Sinto muito... mas parece que não consigo perdoá-lo."
“Você disse: “Não consigo perdoá-lo”?”
A raiva varreu quaisquer dúvidas que ele pudesse ter — Alfred gritou enquanto se levantava e erguia o dedo do meio.
"E daí se não consegue perdoar!? Vai cair um castigo divino ou algo, por acaso?"
"Não... O amor do Senhor é infinito. Mesmo alguém como você seria perdoado, mas..."
Na escuridão, as cores dos olhos do padre se transformaram vividamente – de tons que sugeriam um calmo lago de inverno para o brilho escarlate do sangue fresco.
"Mesmo que Deus o perdoe... eu não irei!"
"Hehihiha! Vá cantar dormindo no mundo dos mortos!
Alfred lançou seu punho com o dedo do meio estendido.
─ Se eu perfurasse um dos olhos junto com os óculos, que tipo de expressão esse idiota faria? Se ele ainda pudesse cantar suas bobagens, esmagaria o outro olho como recompensa! ─
Um som seco foi ouvido.
“Que-que idiotice é essal?!”
─ Ele segurou?! Um humano lixo enfrentando o ataque de um longo vivente? De um Methuselah?" ─
No entanto, bem diante dos olhos de Alfred, a mão do padre segurava firmemente o seu punho direito. Mas o que surpreendeu o jovem vampiro não foi apenas isso.
Uma voz ecoou, mais sombria que a noite.
“Nano-machine, 'Crusnik 02', 40% de limite de ativação ── Aprovado.”
“Aaaaaaaaah!?”
No instante seguinte, Alfred se reclinou bruscamente. Ele tropeçou e recuou. Uma dor aguda percorreu o punho agarrado. Ou mais precisamente, entre o punho e o braço. Em seu pulso que estava envolto por correntes douradas...
Algo havia arrancado sua mão com uma mordida - sangue fresco jorrava como uma fonte, e tudo o que podia ser visto era um pedaço de carne vermelha e ossos quebrados ao meio.
"Ah, minha mão? Minha mão está...!"
"……Está doendo?"
Olhos mais vermelhos que sangue riram de forma sinistra. Presas escaparam dos seus lábios entreabertos,
"Dói? É doloroso? Mas as pessoas que você matou devem ter sentido ainda mais dor... Está tudo bem, não vou te matar. Em vez disso, experimente ao menos um centésimo da dor daqueles que morreram."
Uma série de sons nauseantes ressoavam continuamente – uma das mãos do padre estava completamente rasgada. Não, não apenas rasgada. Presas afiadas cresciam ao redor de uma mandíbula escura esculpida no centro dessa mão, contorcendo-se sinistramente como uma anêmona. Neste momento, o que estava devorando o punho direito de Alfred era essa 'boca'.
"Ah, você..."
Com dor intensa e medo distorcendo e escurecendo sua visão, Alfred soltou uma voz áspera e rouca.
"O-o que diabos... Você não é humano..."
"Você já pensou sobre isso? Humanos comem gado e aves. Vampiros sugam o sangue desses humanos... Nesse caso, então é possível que em algum lugar exista algo que se alimente do sangue de vampiros, sendo assim...”
Lábios que pareciam terem sidos manchados de sangue sussurraram.
"Eu sou um Crusnik, um vampiro que suga o sangue de outros vampiros."
"Nã-não fale idiotices!"
Alfred ficou furioso.
Ele mesmo era um Methuselah – a forma de vida mais forte deste planeta. Todas as criaturas vivas não deveriam ser nada mais do que alimento para ele ou alimento do seu alimento. Ele deveria ter recebido o direito de pisotear, devorar e engolir tudo! Ainda assim isso era.... isso era!
“Vá pro inferno, Vaticano!”
A lâmina de oito mícrons de espessura embutida em seu cinto lembrava uma cobra venenosa. Enquanto se debatia a uma velocidade muito além da velocidade do som, ela imediatamente cortou o braço esquerdo de Abel enquanto ele protegia o rosto ──
Num instante, sangue fresco jorrou alcançando o teto.
"Hehihiha! Olha só isso, hein? Senhor ‘Vampiro dos Vampiros’?"
Então, o homem alto caiu de joelhos após perder o braço esquerdo. Em resposta a isso, Alfred lançou insultos como se fossem veneno.
“Você é tão ridículo, seu idiota... Tenho certeza que você é algum tipo de ser humano aprimorado, mas vou fazer se arrepender de ter me machucado! Vou cortar seus braços e pernas restantes, e então vou estuprar essa mulher, sugá-la até a morte, bem na sua frente..... e pelo menos, dessa vez, quero que grite com vontade!”
No entanto, Abel não mexeu uma única sobrancelha. Ele apenas, em silêncio, pegou seu próprio braço esquerdo que estava caído no chão.
...E então, diante do som de algo penetrando na carne, os olhos de Alfred mais uma vez se abriram perplexos.
A “boca” havia retomado suas atividades. Com movimentos vorazes, ela devorava o braço esquerdo que tinha agarrado, começando pelas pontas dos dedos. Dos dedos às mãos, das mãos aos pulsos, dos pulsos aos braços...
"I-Inacreditável... Este sujeito está... seu próprio corpo..."
Enquanto fazia sua refeição repulsiva, o corpo de Abel também sofria transformações. Cinco formas semelhantes a lagartas começaram a rastejar para fora do corte em seu ombro esquerdo. Mas não eram lagartas. De maneira sinistra, algo emergia da ferida - cinco dedos. Eles foram seguidos por mãos, pulsos e braços...
“E-esse cara não é uma espécie de vida longa...”
Outra coisa... Algo muito diferente, algo ainda mais impuro!
"Agora, tenho uma coisa para te perguntar..."
O monstro, que havia acabado de se alimentar e de se regenerar ao mesmo tempo, abriu a boca.
Em suas mãos, agora há uma foice com lâminas nas extremidades de ambos os lados do cabo, emitindo um brilho sinistro.
“Responda-me... quem está por trás de você?”
“....Ugh!”
Antes mesmo de pensar, Alfred já havia quebrado a janela e se lançado para fora. Ele corria sobre a grande estrutura do balão.
― Ele é diferente! Esse cara, esse cara... ―
― O que diabos é esse cara!? ―
“É inútil… Você não pode escapar de mim.”
“!?”
― Quando ele chegou aqui? ―
No ar gelado, a uma altitude de 5.000 metros, o monstro trajando as vestes de padre permanecia parado sem expelir um único sopro de ar. Com um grito silencioso, Alfred mais uma vez se virou, mas ali também...
Na luz distorcida da pequena lua, uma boca cheia de presas afiadas zombou.
"Do que você tem medo? Você não é a 'criatura mais forte deste planeta'?"
“Uaaaaaaaaaaah!”
Desesperadamente, Alfred balançou o cinto. Quando o adversário desviou, ele tentou passar por ele. E, de certa forma, sua intenção foi bem-sucedida ― pelo menos, com a parte inferior do corpo.
No momento do cruzamento, a metade inferior do corpo foi decepada, enquanto a metade superior rolou, fazendo um som úmido, e ainda correu, sem diminuir o ritmo, em direção à popa.
"A-Al...E-me ajude, me ajude..."
Olhos carmesins olhavam para o vampiro ferido caído.
"Como se sente sendo morto como um inseto?"
── Os olhos que fizeram essa pergunta não eram humanos nem de vampiro.
Ainda recuando, Alfred espalhava vísceras enquanto a vitalidade vampírica o mantinha. Era aterrorizante. Aterrorizante além das palavras. Não importava mais quem era o oponente. Não importava mais nada, apenas Deus...
"...Fale."
Então, quando isso foi silenciosamente sugerido, sua língua tentou responder à pergunta independentemente da vontade de seu dono.
"S-só me pediram para fazer isso! Ro-Rosen Kreutz, esses caras... o quê?"
Com um choque como se estivesse literalmente segurando seu coração, Alfred olhou para o próprio peito.
“O-o que?”
Com um som úmido, sua própria mão perfurou ali. Alfred observou perplexo enquanto sua mão esquerda, se movendo como um animal diferente, agarrava seu próprio coração por entre as costelas quebradas.
'O que diabos estou fazendo?'
“Ah, droga… pós-hipnose?!”
O monstro vestido de padre balançou a foice, mas já era tarde demais. O coração explodiu com um som estridente ──
“...GUH!”
O padre ajoelhou-se ao lado do Methuselah, que morreu com os olhos abertos e inexpressivos. Então, fechou suavemente as pálpebras e murmurou:
"Pecados são eternos. No entanto, rezarei pelos mortos. Mas, não gosto disso, sabe?"
Uma vida é uma vida, mesmo a vida de um homem que não se importava com os outros. Assim sendo...
"Eu realmente não gosto disso!"
Por entre seus dedos, o som profundo produzido pelo rosário ecoou.
------------
Créditos da tradução:
Lutie (;;;*_*) ,
que, no momento, está encolhida em um canto perplexa
#trinity blood#abel nightroad#rage against the moons#krusnik#novel#crusnik#flight night#methuselah#vampiros
6 notes
·
View notes
Text
Extrato 12 de julho de 2016
- Hoje no centro dois mendigos se ameaçaram, jogaram até capoeira um pro outro, por causa de meio corote. Lá na praça em frente à prefeitura. Formou uma roda em volta deles, quase todo mundo filmando pelo celular. Uns gritando do outro lado da rua, os frentistas do posto assobiando, vários rostos amontoados nas janelas do ônibus, os carros andando devagar. Foi foda. Tentava achar meu fósforo, enquanto Fabrício me contava essa história. Devia ser dez e pouco da noite e seguíamos uma longa caminhada a pé. A gente tinha ido até a Zona Sul pra eu conhecer o filho dele e a mãe do menino. Compramos um conhaque na ida e voltamos tomando um vinho. Ele gostava de falar. - Posso ser sincero, Cléber? É no baralho que eu visito meu inferno, é por lá que o demônio me testa. Pra você pode ser de outro jeito, mas pra mim é no baralho. Íamos andando assim, lado a lado. Ouvia o que Fabrício dizia, mas na hora de pensar, pensava em outra coisa. Ele não se preocupava com isso. Bêbado menos ainda. Eu gostava da intensidade que ele contava as coisas, o olho brilhando, a alma revirando tudo o que sentiu na hora, o único problema era acompanhar tantas histórias. Na minha cabeça eu ainda tava na briga da praça, formando a cena comigo mesmo, o incômodo daquilo tudo gerando mais e mais pensamentos, e de repente, até a história do baralho já tinha ficado antiga. Ele entrou em outra história, só aí achei o fósforo. Risquei o palito e ascendi o cigarro. Sentia certo tipo de esclarecimento com relação aos meus problemas. Não que eu me sentisse bem, mas me sentia forte. Debruçado sobre o lado relevante da vida. Em outros momentos Fabrício seria um estorvo, mas ali era um bom camarada que simplesmente falava demais, assim como eu sempre falei de menos. Seus assuntos eram as impressões de uma existência confusa, como qualquer outra. E essa era a maneira dele. - É ou não é, Cléber? O bom do amor é a loucura que dá na gente. Aquele conhaque que desce lindo antes de ver a mulher que a gente ama. – ele disse. - Nem todo mundo ama uma mulher – respondi. - Eu sei, não to dizendo isso. Porra, cê tá ligado! – e eu tava mesmo. – Mas pra gente que ama mulher, o bom não é a loucura que elas trazem? Pode ser homem com homem também, mulher com mulher. As pessoas gostam disso! - Do desequilíbrio? - Não, da bebida descer gostosa. Fabrício deu um gole no vinho e sorriu, acho que por ter me surpreendido na resposta. Cada vez mais ele tentava fazer isso. Ascendeu um cigarro. Fez um silêncio comprido, fora do comum, então falou: - Deu pra perceber que eu ainda gosto da Renata? - Eu achei fácil de perceber e acho que ela também – rebati. - Não é nem pelo meu moleque, mas se ainda tivesse como, eu ficaria junto dela. - É assim mesmo, irmão. Mas aí, seu moleque tem cara de que vai ser são-paulino. - Nem fodendo, cusão. O moleque é inteligente. Demos risada. Matei o resto do vinho e ascendi outro cigarro. Decidimos rachar uma dose de conhaque no Bar da Tia. Fabrício entrou pra buscar o copo. Fiquei esperando na porta, fumando e pensando se ainda teria como eu e Samira dar certo.
0 notes
Text
Unveiling Interests . crocodile (one piece)
SINOPSE: Não era só porque aquela garota era a única sobrevivente do Arlong Pirates que Crocodile não a matou depois de a achar depois dela o enganar e se aproveitar dele para um momento erótico a qual o Corsário nem sabia quem ela era antes. Não era porque ela tinha derrotado um dos maiores espadachins com apenas uma espada que Crocodile precisava dela. Havia outros motivos e se remetiam a interesses diversos e, só talvez, bem mais interessantes. E tudo começou por conta daquele maldito momento onde ela apenas estava se aproveitando por interesse.
AVISOS — menção ao arlong pirates + mihawk ; dirty talk + menção a um caso deles anterior ; dirty talk ; crocodile um pouco (pouquinho muito) possessivo (aquele jeitinho do crocodile mesmo) ; crocodile só aquela expressão de "frio e cauculista" ; blowjob / oral masc ; talvez eu faça uma parte 2 mas não prometo nada além q isso seria noutra fifoca quem quiser parte 2 comente e eu digo se esperava ou não
CAPÍTULO ÚNICO
SIR CROCODILE OUVIU UMA BATIDA NA PORTA, dando ordens para Miss All Sunday ir embora quando olhou as horas e percebeu imediatamente quem estava à porta.
— É aquela garotinha de novo? Pensei que a tinha matado na primeira vez que a vimos.
— Tem motivos pelos quais eu não a matei. — Ele disse, entediado com as falas da ajudante, respirando fundo enquanto a via ir embora e dar espaço para a garota que estava do outro lado da porta, tentando ouvir a conversa, quase cair de joelhos no chão.
Crocodile estreitou os olhos e viu seus braços machucados, rindo fraco.
— Parece que tentou escutar mais uma vez conversas que não lhe interessam.
— Você me chamou e não respondeu. Apenas queria ver se alguma alma viva estava atrás da porta.
— Eu não gosto de gente coscuvilhadeira.
— Ah, claro. Deve ter deixado trauma o caso da Miss Wednesday. Como ela está, aliás? Você realmente não se safa facilmente, não é?
— Você tem noção com quem está falando?
— Não é porque salvou o Portgas D. Ace que o mundo te perdoou. Você está sendo procurado e, muito obrigada por lembrar que eu estou viva. Mais valia ter me matado. — Crocodile cerrou os dentes, quebrando o charuto que possuía entre eles.
— Você está me acusando de algo, pirralha!? Você tem noção do que está insinuando? Preciso te colocar na linha mais uma vez? — Raiva estava se instalando no corpo do Corsário, que respirou fundo enquanto encarava a garota que observava o charuto aceso no chão. O pé do Corsário pisou-o, e a atenção da jovem subiu, olhando o grande comprimento do corpo do homem à sua frente até parar em seu rosto com uma cicatriz de um lado ao outro no início do osso nasal.
— Sugando toda a água do meu corpo e depois me jogando água porque simplesmente tem motivos para eu não morrer?
— Por que razão eu te mataria afinal? Única sobrevivente do Arlong Pirates que, surpreendentemente, é uma humana.
— Eu nunca fui do Arlong Pirates. — Olhou-o, com ódio em seus olhos, arranhando seu braço direito, onde antes possuía a tatuagem completa da tripulação pirata do homem-peixe, mas, por conta de tudo, esfaqueou-se a si própria para arrancar aquilo de si. — Eu fui obrigada! — Crocodile deu de ombros, mostrando desinteresse. Sua pose sempre era igual, parecia até aquela famosa expressão “frio e calculista”, o que deixava a garota com um pingo de raiva em si, pois sabia muito bem que em nenhum momento ela tinha errado e muito menos com ele. Além de mais, ela já o tinha usado e não entendia porque diabos ainda a mantinha viva.
Realmente não entendia.
— Vai dar no mesmo, fedelha. Você ainda é útil para mim, então vou te manter sob meu controle. Não é todo dia que encontro alguém capaz de derrotar um pirata que valia o mesmo que a minha cabeça por ter matado crianças numa terrinha que ninguém sequer quer saber. Se há povo mais isolado de tudo e todos, eram os da Terra do Nunca. O quê? Vocês achavam que seriam crianças para sempre? Vocês realmente são um povo ridículo.
— Você acha que somos ridículos? Não fui eu que coloquei a princesa de Alabasta como uma Miss durante dois anos.
— Isso não é da sua conta. — Sua voz era fria e cortante, seus olhos fixos na garota com um brilho de ameaça contida. Ele deu um passo à frente, seu corpo imponente projetando uma sombra sobre ela. Como Crocodile era enorme mesmo sendo um mero humano. Era assustador, ainda mais vendo-o de uma diferença de quase um metro.
Mas ainda assim, aquela garota não possuía medo, mas tinha que admitir que era algo intimidante para quem não conhecia ou somente temia o grande Corsário por conta da sua altura.
— E quanto ao que estava falando de me colocar na linha, você sabe muito bem que eu fiz aquilo por interesse. Mas, olha que engraçado, você caiu que nem um patinho e me mantém aqui. Eu não valho nem metade da sua cabeça, mas ainda assim, eu valho alguma coisa e, sabendo como homens são, eu aproveitei. Pois seria humilhante ser morta pelo grande Crocodile ou então matá-lo sem saber dos seus objetivos e os tornar para mim.
— Acha que eu me importo com você? Não foi nesse dia que eu te coloquei na linha, foi justamente quando eu suguei toda a água do seu corpo com a minha simples mão direita. — Crocodile falou com uma frieza glacial, seus olhos penetrantes fixos nela. — Você não passa de uma ferramenta, algo que eu posso usar e descartar quando me for conveniente. Não se iluda pensando que tem algum valor além disso.
— Você vale a mesma coisa para mim. — A garota respondeu com firmeza, seus olhos cheios de coragem perante um dos Sete Corsários. Afinal, Crocodile sabia bem quem ela era e não viu, em nenhum momento, medo em seu olhar. — Se acha que pode me usar, lembre-se de que eu também tenho meus próprios interesses. Não sou uma simples peça no seu jogo.
Crocodile soltou uma risada seca. Sua expressão permaneceu inalterada.
— E, também — a garota continuou — você não é o único com poderes aqui. Eu comi uma fruta do diabo, Mera Mera no Mi. — Disse. Suas mãos começam a emitir faíscas e chamas dançando em seus dedos enquanto ela olhava diretamente nos olhos de Crocodile, como se o estivesse desafiando.
Crocodile arqueou uma sobrancelha, o desdém evidente em seu rosto.
— A fruta das chamas. — Ele disse com indiferença, dando um passo à frente, seu corpo exalando uma aura de confiança inabalável. Afinal, ele era o Sir Crocodile. — Interessante, mas fogo não é páreo para areia. — Ele ergueu a mão, deixando grãos de areia deslizaram entre seus dedos, cada movimento calculado e ameaçador. — Minha Suna Suna no Mi apaga suas chamas como se fossem nada. Lembre-se disso antes de tentar me desafiar.
— Idiota, sempre se mostrando superior. — Ela retrucou, os olhos ardendo com a mesma intensidade de suas chamas. — Mas não pense que vou me deixar intimidar.
— Eu sei que nenhum de nós se intimida, mas ainda assim, você precisa ser colocada na linha. Porém, eu te chamei aqui para algo bem mais importante. Estou com uma falta de algo que você sabe dar bem.
— Mas quem você pensa que eu sou?
Crocodile ergueu levemente uma sobrancelha perante à resposta. Um sorriso de superioridade e possessividade brinca no canto dos seus lábios.
— Ah, mas é claro que você está aqui por algo que só você pode oferecer. É sempre assim, não é? — Ele disse com um tom sarcástico, seus olhos fixos nela como se estivesse calculando cada palavra. — Não se engane, garota. Você pode A garota não se deixou intimidar, mantendo seu olhar desafiador.
— Você pode pensar assim, Crocodile, mas nunca me teve completamente sob controle. E nunca terá. Nós dois sabemos disso. Você sabe bem quem eu sou e não use o Arlong Pirates contra mim novamente. Eu lhe proíbo. — Ela rebateu, sua postura não recuando nem um milímetro diante da superioridade dele, por mais que fosse incrivelmente pequena do seu lado, mas em nenhum momento isso a faria recuar. Arlong Park, por exemplo, era pelo menos dez centímetros maior que ele e ela nunca recuou um passo sequer. — O que você precisa de mim agora? Não foi para isso que me chamou. Nunca seria, você não é tão idiota assim, deixou claro que eu viria aqui para todos.
Crocodile deu uma leve risada, como se achasse graça na audácia dela.
— O que eu preciso? — Ele repetiu, deixando o ar de mistério pairar por um momento antes de se aproximar dela lentamente. — Você precisa de informações, não precisa? Você quer encontrar um dos Corsários que é o melhor espadachim. Essas informações que apenas você pode obter para mim. Você conhece as entranhas desse mundo tão bem quanto eu. E agora, mais do que nunca, você é útil para mim. Pois, enquanto eu não te falo onde ele está, eu posso usar a sua utilidade para trabalhar para mim, nem que seja de graça, ou a troco de sexo. Pois, você fez isso logo de primeira comigo.
A garota manteve seu semblante sério, absorvendo as palavras dele com cautela.
— E se eu me recusar?
Crocodile parou bem diante dela, seus olhos frios examinando cada expressão em seu rosto.
— Você pode tentar, mas sabe o que acontece com aqueles que se opõem a mim. Eu não lido bem com traição. — Ele disse, sua voz baixa e ameaçadora. — Mas eu prefiro acreditar que você vai fazer a escolha certa. Porque, no final, isso será benéfico para ambos. Mas não, não estou falando de se forçar a fazer algo sexual comigo, mas sim de obedecer às minhas regras. Como lhe falei, eu te acho util.
A garota respirou fundo, enfrentando o olhar penetrante do Corsário.
— Eu nunca fiz escolhas que não fossem para meu próprio benefício. — Ela finalizou, com uma faísca de raiva queimando em seus olhos. — E eu vou fingir que você não se contradiz pois se você me forçasse, você morreria.
Crocodile ergueu levemente uma sobrancelha, como se ponderasse suas palavras. Um novo charuto vai até sua boca, sendo aceso.
— Não que acredite nisso. Apenas não sou desse tipo e percebi que minhas palavras poderiam remeter a isso, mas, embora eu queira, pouco me importa se você me dá ou não.
— Certeza? Pena que estou com raiva de você.
A garota o encarou intensamente, um sorriso de canto de boca se formando, misturando raiva com um certo fascínio. — Ela provocou, seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e um toque de desejo reprimido. Crocodile se aproximou dela lentamente, seu rosto agora muito próximo ao dela, os olhares se encontrando em uma espécie de perigoso de dominação e atração.
— Raiva pode ser uma emoção muito intensa, sabia? Às vezes, é difícil separar o ódio do... prazer. — Ele sussurrou com um tom sedutor, sua voz rouca e cheia de subtexto. — Talvez você se lembre disso. — A jovem sentiu um arrepio percorrer sua espinha, uma tensão elétrica entre eles que ela não podia negar.
— Você não me conhece tão bem quanto pensa, Crocodile. — Ela retrucou, um sorriso travesso brincando em seus lábios. — E isso pode ser um problema para você.
Crocodile a encarou por mais um momento, seus rostos tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro.
No entanto, ela se separou dele de uma forma inquestionável. Tentou afastar-se, mas Crocodile não deixou. Com um movimento rápido, ele segurou o pulso dela com sua mão direita, um sorriso perigoso brincando em seus lábios. Aquela mão era um perigo.
— Não vá ainda. — Ele murmurou, sua voz baixa e controlada. — Você sabe muito bem o que posso fazer com minha mão direita.
Ela engoliu em seco, uma mistura de medo e atração brilhando em seus olhos. Sabia que um movimento brusco poderia levá-la à morte pelas mãos de Crocodile.
— Você não pode me segurar assim para sempre. — Ela disse num tom mais alto que o dele sussurrado, tentando manter sua voz firme apesar do tremor em suas mãos.
Crocodile sorriu de leve, seus olhos faiscando com uma intensidade perigosa.
— Não pretendo. Mas por agora, você vai ficar. Temos assuntos pendentes, você e eu. — Ela manteve seu olhar fixo no dele, lutando internamente entre o desejo de resistir e a curiosidade de ver aonde aquela situação os levaria. Era de loucos, não era sequer parecido com a primeira vez que fizeram tal coisa. Parecia até que eles nunca tinham sequer se tocado, sendo que Crocodile sabia todas as suas curvas do corpo, mas, naquela altura, ele pensou que ela apenas era mais uma dançarina onde despejar toda a sua animação e no dia seguinte não ver mais.
Mas quem diria, uma folha lhe para na sua mesa com o rosto da garota que tinha se divertido depois de meses sem tocar em alguma mulher e se esvaziar inteiro, sentindo um ódio formidável. Porém, quando teve oportunidade para a matar, não a matou.
E assim se prolongou. Assim como não matava Nico Robin, ele não matava a famosa Líder das Crianças que valia vinte e um milhões — mais um milhão que o tão antigo famoso Arlong Park — pela sua cabeça com apenas vinte e um anos de vida.
— Eu não sou sua prisioneira, Crocodile. — Ela afirmou com determinação, embora seu corpo estivesse tenso sob seu controle. O corsário soltou um riso baixo, quase um rosnado suave.
— Não, você não é. Mas também não é livre. Não ainda. — Ele respondeu, sua voz grave ecoando no pequeno espaço entre eles. — Você veio até aqui por algum motivo, lembra? E eu não a soltarei até que tenhamos terminado nosso negócio. Afinal, chamei-a para isso, mas os outros não precisam de saber.
Ela cerrou os punhos, resistindo à vontade de se debater contra seu aperto.
— E se eu me recusar a cooperar? — Ela desafiou, um traço de teimosia entrando em sua voz. Tinha que vir sua teimosia, estava faltando.
Crocodile a estudou por um momento, antes de soltar seu pulso com um gesto brusco. Ele recuou um passo, mantendo uma distância calculada entre eles.
— Então, vamos descobrir até onde vai sua coragem. — Ele disse calmamente, mas havia um aviso implícito em suas palavras. Ela respirou fundo, sentindo um misto de alívio e frustração por não ter conseguido o que queria. Ainda assim, uma parte dela estava intrigada com a aura perigosa que Crocodile emanava. Uma parte do seu corpo não via a hora dele lhe dominar naquele sentido, enquanto a outra tinha vontade de o esganar com um soco bem na sua cara.
— Eu não tenho medo de você. — Ela afirmou com firmeza.
Crocodile deu um sorriso sutil, seus olhos brilhando com um brilho perigoso.
— Deveria. — E dito isso, a garota se encontrou ajoelhada na frente dele, mas uma pequena risada saiu da boca dela.
— Eu não chego, sequer tanto levar as coisas para esse nível. — Ela murmurou, levantando-se com um sorriso irônico no rosto, mas seus olhos ainda revelavam uma mistura tumultuada de emoções.
Crocodile observou-a com interesse, uma sobrancelha arqueada, como se estivesse intrigado pela reviravolta em sua postura.
Ou talvez só fosse um teste.
— Você pode dizer o que quiser, mas eu sei o que vejo. — Ele respondeu calmamente, observando-a.
A jovem deu um passo para trás, tentando recuperar o controle sobre si mesma.
— E o que você vê? — Ela perguntou, sua voz agora mais contida, mas a tensão entre eles ainda era palpável. Crocodile se aproximou dela novamente, seu olhar penetrante nunca deixando o dela.
— Vejo alguém que está lutando contra si mesma. Alguém que quer me odiar, mas não consegue negar a atração que sente. — Ele declarou, sua voz baixa, mas carregada de intensidade.
Ela engoliu em seco, lutando para manter sua guarda.
— Você acha que me conhece tão bem assim? — Ela retrucou. Crocodile sorriu de leve, um sorriso que parecia mais um desafio do que um simples sorriso.
— Acho que estamos apenas começando a nos conhecer, minha cara. — Ele respondeu enigmaticamente. — Pode ter começado daquela maneira, mas é o que eu estou vendo e, parecendo ou não, estou bastante interessado. Nem me importo com seus interesses. Tem coisas mais interessantes a se fazer.
Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha, a tensão entre eles alcançou um novo nível de complexidade. Um lado dela queria resistir, lutar contra a atração perigosa que ele representava. Mas outro lado, um lado mais profundo e completamente proibido, ansiava por ceder, como citado anteriormente. As sensações dos toques dele naquele dia voltaram com tudo. Isso a estava enlouquecendo por dentro.
— E se eu disser que não estou interessada? — Ela perguntou com uma voz que mal conseguiu esconder o tremor de incerteza.
Crocodile se aproximou ainda mais, sua presença dominante preenchendo o espaço entre eles.
— Você não estaria dessa forma se não estivesse interessada. — Ele respondeu simples, sua mão erguendo-se lentamente para tocar o rosto dela, seus dedos acariciando sua pele com uma suavidade que contradiz sua natureza implacável.
Ela fechou os olhos por um instante, lutando contra as próprias emoções em completa confusão. Então, num gesto impulsivo, ela se entregou ao desejo que vinha tentando suprimir. Suas mãos encontraram a roupa dele, puxando-o para perto, e então Crocodile entendeu. Baixando-se, seus lábios encontrando os dela em um beijo ardente e repleto de tensão acumulada, levantando-a para seu colo por conta dela ser minúscula,
Ele riu entre o beijo, um som baixo e rouco contra os lábios dela. Crocodile quebrou o beijo por um momento, seus olhos fixos nos dela enquanto ele apreciava a reação dela.
— Você sempre foi assim, impulsiva e desafiadora. — Ele murmurou, seu tom de voz carregado de admiração misturada com uma ponta de provocação. — Mas agora está clara a verdade.
Ela piscou, tentando recuperar a compostura após o beijo intenso e as palavras provocativas dele. — E qual é a verdade? — Ela perguntou, sua voz um sussurro carregado de desejo e curiosidade.
Crocodile a puxou para mais perto, sua destra firme em sua cintura enquanto ele a guiava para se sentar em seu colo. A proximidade fez com que ela sentisse ainda mais o calor do corpo dele contra o seu.
— A verdade é que você me deseja tanto quanto eu desejo você. — Ele respondeu, seus dedos traçando suavemente o contorno de seu rosto. — E eu vou aproveitar cada momento disso. Mas do meu jeito. Você brincou muito quando se aproveitou de mim por interesse.
Ela engoliu em seco.
— Você não está falando sério.
— Está duvidando de mim? — Colocou-a no chão, dando-lhe as costas enquanto ia até sua grande poltrona. — É justo, não?
— Acho que você não sabe o que é ser justo. — Crocodile apenas riu, chamando-a com seus dedos. Assim que ela se aproximou, a mão logo em direção à nuca da jovem, emaranhado seus dedos nos cabelos e ajoelhando a garota na sua frente.
— Parece que agora já chega, não é? — Ele riu com sarcasmo em sua voz, vendo-a revirar os olhos. O som estrondoso da fivela do cinto do Corsário ao cair ecoou pelo ambiente, e um sorriso sutil surgiu nos lábios dele.
Era um gesto familiar, e a lembrança do que tinha acontecido entre eles naquele encontro erótico estava em sua mente enquanto as mãos passavam pelas pernas para conseguir retirar minimamente a peça para revelar o grande comprimento do homem, esse que lhe provocou um belo estrago naquele dia.
Crocodile observou-a com seu olhar penetrante, um leve sorriso de satisfação brincando em seus lábios. Ele permaneceu do mesmo jeito, deixando-a agir conforme sua vontade. Cada movimento dela era meticulosamente analisado, cada expressão capturada por seus olhos atentos.
Mas, isso estava o irritando devido à sua impaciência.
Ela notou, e com um tom de provocação, falou:
— Você realmente acha que pode me controlar, Crocodile? Não quero saber se você é impaciente.
Ele não respondeu de imediato, mas sua expressão endureceu ligeiramente, seus dedos apertando um pouco mais os cabelos dela.
— Parece que vou fazer como da última vez. — E dito isso, ele revela finalmente o sexo duro, aclamando por atenção. Aproximou-o da face da garota, sorrindo de canto enquanto exalava a fumaça do seu charuto entre os dentes.
A língua quente entrou em contacto com a glande inchada, mas Crocodile não esperou sequer ela tentar falar o que iria querer falar, não querendo mais nenhum diálogo, enfiando seu membro na boca dela, tendo o bom recebimento da cavidade pequena.
Os movimentos começaram lentos para ela se acostumar com o grande tamanho que ele tinha, porém Crocodile já estava cansado de toda aquela demora e irritação que seu corpo absorveu por conta da conversa de antes, descarregando toda a sua raiva naquela boquinha, fazendo-a ir e vir rápido assim como tentando pelo menos enfiar metade do seu mastro na boquinha, chegando com a ponta da glande na garganta dela, deixando-a lá por uns segundinhos antes de afastar a garota e rir bem na cara dela, baforando contra o rosto bonito melado.
— É tão bom te ver assim, mas agora eu sei quem você é. Se você quer informações sobre o Mihawk, talvez você devesse me servir. Afinal, ele é um dos sete Corsários, assim como eu. — Ela não disse nada, apenas recuperava sua respiração. — O que acha? — Ele ri mais uma vez ao não obter resposta. Descaradamente, levou seu gancho até ao meio das pernas dela. A umidade em contacto com o gancho metálico gelado estremeceu a garota. — Parece que já tenho uma resposta.
— Não se ache como se tivesse ganho a sorte grande. Quando eu cumprir o meu objetivo, eu vou te caçar.
— Tudo bem, sua boquinha até lá se acostuma. — E dito isso, ele voltou a meter o grande mastro dentro da boca dela, movimentando a cabeça para cima e para baixo vezes sem conta até se aliviar por inteiro dentro da cavidade, rindo do engasgo assim como do sémen vazando da boca. — Você realmente é boa em várias coisas. Pode ir, Mihawk está vindo para a Grand Line mais uma vez. Te vejo em breve, Miss Leader. — As últimas palavras a deixaram estática, mas ela apenas se arrumou e saiu dali, fingindo que nada aconteceu e jurando para si que mesmo mostrando para os outros que não era nada assim, ela voltaria para ver o Corsário mais uma vez.
1 note
·
View note