#feitiço da ilha
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magicwithaxes · 5 months ago
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—ㅤㅤnível um,ㅤㅤpov dois.
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CHALÉ 15, ㅤㅤ(CIRCE).
“Mais uma vez.”
A voz da filha de Circe ecoou pelo pequeno espaço que compartilhavam. Em um movimento rápido, ela colocou mais um bloco de madeira sobre a mesa, a poucos centímetros de Natalia. Na teoria, tudo parecia fácil. Durante dias intermináveis, a filha de Hécate leu grimórios e compreendeu todos os conceitos. Mas colocá-los em prática era outra história. Às vezes, a luz esverdeada surgia sem qualquer dificuldade. Outras vezes, não importava a pressão, nada acontecia. O que ela estava fazendo de errado? Logo atrás, havia uma prova extensa de que todos os esforços estavam sendo em vão: múltiplos blocos de madeira não mais em sua forma original, “derretidos”, queimados, em pó. As exigências de Emily a sufocavam, e por um segundo, ela se arrependeu de ter seguido o conselho de Quíron, que, preocupado, indicou uma filha habilidosa da deusa da feitiçaria para ajudá-la, já que sua teimosia a impedia de recorrer a um dos irmãos.
As duas haviam se aproximado na ilha de Circe. Emily foi atenciosa e amigável, guiando-a nos ensinamentos sobre feitiços. O que praticavam agora se tornava um pouco mais suportável, e seria ainda melhor se não fossem as várias imposições que a atingiam a um nível absurdo de cansaço. “Você não está fazendo direito. Não está se concentrando direito”, disse Emily alto, trazendo Natalia de volta à realidade. “Não está usando os gatilhos certos. Está dispersa. Relapsa. Manipular a realidade pode parecer fácil, mas ao mesmo tempo é difícil. Os livros não serão suficientes se não houver prática.” Sua voz era dura e impassível, como a de uma professora que buscava a perfeição em sua aluna. Definitivamente, não haveria “paz” enquanto Natalia não desse o que era pretendido ali. “Vamos lá. Não se faça de boba, Natalia. Deve haver algo aí dentro que pode impulsioná-la. Poderes como o seu são reativos. Raiva, ira, tristeza, alegria… amor...” Ela riu, como se fosse fácil captar o que Natalia estava sentindo. Envergonhada, a filha de Hécate encolheu-se um pouco. “Use isso a seu favor. Pense em algo. E deixe...” Próxima ao seu ouvido, Emily fez questão de tornar ainda mais claro o que queria expressar. “Deixe o caos se expor.”
Caos. Aquela pequena palavra surgia repetidamente nas páginas antigas que Natalia havia se proposto a ler. Claro, a magia era caótica, um poder instável que precisava ser controlado, regido por forças que podiam ultrapassar o limite do natural. A mais nova amiga tinha razão. Natalia precisava de um motivo, ou estaria perdendo tempo. Mas o que deveria escolher? Era irônico. Ela tinha motivos suficientes para fazer tudo acontecer. Entretanto, o que a impedia? Medo, talvez? Por tanto tempo, ela se acostumou com a ideia de não ter poderes desse tipo. Na força física, ela se aprimorou, e nas armas, dedicou toda a sua confiança. A forma como tudo havia acontecido, e aquele poder ter surgido, ainda não fazia sentido. Durante dez anos, não era merecedora ou não estava preparada para lidar com algo assim. Pensando bem, a Natalia de dezoito anos teria lidado muito mal com toda a situação. Ainda que calma, era imprudente, um tanto egoísta… e assustada. Por meses, ela não permitiu a aproximação de muitas pessoas e pouco tinha controle sobre as próprias emoções. O pensamento a fazia rir: teria uma outra reputação e, talvez, não seria a mesma pessoa de hoje. “Eu não sei como posso fazer isso sem ser intensa demais.” Disse, enfim, olhando a outra com seus típicos olhos lamuriosos. “Não sei expressar. Tenho medo… Medo de ser impulsiva demais e assustar. Assustar você, assustar as pessoas de quem gosto. E agora, tenho medo de deixar isso sair de mim e acabar criando uma bagunça que não é necessária.” Um sorriso gentil, porém triste, cresceu em seus lábios. “Os últimos acontecimentos bastaram para reafirmar o que estou dizendo.” Os pesadelos, as visitas oníricas, os traidores, as pessoas machucadas, deuses revoltosos, novos sentimentos que floresciam e pareciam ser recíprocos… tudo isso a atingiu com força. As mãos foram imediatamente ao tampo de madeira da mesa, os dedos apertados ali, tornando os nós esbranquiçados. Por um segundo, ela desejou ter uma caneta e um papel em mãos. Em momentos como aquele, escrever aliviava. Se não expressava em voz, as palavras eram suas amigas, e o sentimento de calma era imediato. Natalia parecia a ponto… de explodir. Do outro lado da sala, Emily a observava com um sorriso pequeno, mas vitorioso, nos lábios. A raiz da situação estava sendo tocada, e não tardaria muito para que os poderes provenientes de Hécate começassem a se manifestar.
A sensação era estranha. Todo o corpo parecia adormecer e as mãos esquentavam, quase em estado febril. A boca secava, tornando-se necessário passar a língua pelos lábios. Fechar os olhos, especialmente, era essencial. Embora tudo estivesse em silêncio, Natalia conseguia ouvir o barulho fraco de algo se aproximando ou crescendo. Os batimentos cardíacos também eram perceptíveis, tornando-se ensurdecedores apenas para ela. Na mente, travava uma batalha consigo mesma, tentando organizar o caos mental. Contudo, uma única lembrança se destacou juntamente com a frustração. A memória da visão que teve no mesmo dia do roubo de energia se intensificou. A cena, que parecia um filme de terror, de pessoas importantes dispostas em um caixão, era algo que ela tentava esquecer, mas que seria sempre um lembrete do que poderia acontecer. As palavras do pai naquele cenário ainda causavam arrepios. A forma como foi comparada à mãe, a mulher que mais detestava entre todos os deuses, trazia-lhe desgosto. Ela era impulsiva, algo que, de algum jeito, era imutável. Contudo, como a deusa, ela protestaria. Não era certo, nem justo.
Enquanto isso, a filha de Circe era a felizarda da vez, assistindo ao pequeno show que se desdobrava diante de seus olhos. O cubo que havia deixado sobre a mesa assumia repetidas e diferentes formas. O papel de parede azulado mudava de cor freneticamente, e as prateleiras cheias de livros acompanhavam o mesmo ritmo. As cadeiras pareciam saltar sobre o assoalho, e de repente, o clima dentro da sala mudou. Parecia que ia chover. O ambiente ficou mais ventilado, apesar da ausência de janelas, como se o próprio Éolo estivesse presente realizando uma de suas façanhas. Mais à frente, havia dois copos com água. Emily se aproximou para se certificar do que estava vendo: ali dentro, parecia haver um pedaço do oceano, e quanto mais se aproximava, mais tinha certeza de que podia ouvir o bater das ondas e o soar alto das gaivotas. Natalia era a fonte de tudo aquilo. Como Hécate, estava mudando a realidade, mas em meio ao descontrole. Era um começo, concluiu. Se continuasse assim, logo poderia se equiparar à própria deusa. Sua atenção foi roubada novamente ao presenciar a magia tomando uma cor. Verde. Verde como campos de baixa gramíneas. Verde como a vastidão de um campo bem cuidado. A luz escapava pelas mãos de Natalia, semelhante a chamas, já que a mesa com a qual estava em contato parecia querer se desmanchar em razão da força ali exercida.
Por outro lado, Natalia estava focada em livrar-se dos pensamentos que a envenenavam, completamente alheia ao que estava acontecendo. Se não houvesse nenhum limite, continuaria daquele jeito por mais tempo, mas o cansaço se fez presente, obrigando-a a parar. O corpo parecia amolecer, semelhante ao que sentiu quando teve a energia usurpada, mas em uma complexidade menor. Não muito antes de voltar à realidade, Emily a tocou, e antes que pudesse abrir os olhos para observá-la, ouviu: “Bloco de madeira, casinha de boneca.” A imagem dos objetos surgiu em sua mente, rapidamente fazendo com que largasse a mesa, tateando pelo primeiro objeto mencionado. Natalia o segurou com força e, em seus dedos, sentiu a mudança ocorrer livremente. Mais um pouco. Estava quase lá. Precisava apenas se concentrar. Aguentar, respirar, imaginar e colocar em prática. Não era tão difícil. “Abra os olhos. Abra os olhos!” Ouviu a exclamação. Ao lado, Emily pulava alegre, largando a postura dura de antes. Em suas mãos havia uma casa perfeita em miniatura, a imagem exata do que havia imaginado. Além disso, viu suas mãos tomadas por aquele verde vivo, precisando levar ambas ao rosto para confirmar o que estava enxergando. “Você causou uma impressão e tanto aqui dentro. Não sei se irá agradar as minhas irmãs, mas a nova decoração não é tão ruim.” Seus olhos pularam do brinquedo para os móveis. Eram diferentes: uma mescla de móveis do século XIX, que em nada tinham a ver com os objetos de antes. O queixo caiu e o olhar lamurioso ganhou novas proporções. “Sinto muito… por tudo. Eu não quis…”
“Relaxe. Relaxe, Natalia.” O tom era calmo e a postura menos exigente. “É claro que vamos precisar de um novo estofado. Talvez veludo. Ainda não sei. Eu gostei muito. Uma pequena novidade para todos as filhas de Circe. Enfim, foi o suficiente por hoje. Não é bom exigir muito, embora gostaria de continuar.” Natalia foi rápida em responder: “Não. Eu não estou cansada.” O olhar sério da outra a silenciou. “Quíron ficará feliz em saber que conseguiu dar o primeiro grande passo, apesar de seus lamentos e sua teimosia. Se quer me agradar, poderá tentar trazer as poltronas ao seu estado de antes, mesmo que mentalmente exausta. Eu quero ter certeza de que o chalé estará como antes para quando você for embora.” Ela não questionaria. Colocar as coisas no lugar parecia uma exigência tão pequena, e não se importava em tentar. Se esticou para o objeto mais próximo, imaginando o que fazer. Ainda que confusa, estava calma e confortável. “Você consegue. Mentalize. Imagine e execute.” A voz da filha de Circe pareceu distante, mais próxima ao canto da sala, então Natalia teve um segundo para respirar. “Velho ao novo.” Disse, em um tom baixo. E as coisas voltaram ao normal. Como mágica, a luz verde desapareceu.
Não havia conseguido fazer muito, mas sentiu um alívio ao ver que o caos que havia criado poderia ser controlado. Um sorriso tímido surgiu em seus lábios, ainda ofegante, enquanto se virava para Emily, que a observava com um olhar avaliador, mas satisfeito. “Bem feito, Natalia. Apesar de toda a relutância, você conseguiu. Mas lembre-se, o verdadeiro desafio será manter esse controle em situações mais intensas e caóticas. Você tem potencial, mas precisa aprender a confiar em si mesma e, principalmente, a dominar suas emoções.” Natalia assentiu, sabendo que as palavras da semideusa eram verdadeiras. Controlar sua magia significava controlar suas próprias emoções, e isso era algo que ela ainda estava aprendendo a fazer. Mas agora, pelo menos, havia dado um passo na direção certa. A filha de Circe sorriu levemente, um raro vislumbre de afeto voltando a quebrar sua fachada severa. “Você tem um longo caminho pela frente, Natalia, mas não duvide de sua capacidade. Com esforço, você poderá alcançar grandes feitos. Agora vá descansar. Amanhã, começaremos novamente.” Natalia pegou a pequena casinha de bonecas e a segurou com cuidado. Era um lembrete tangível de sua conquista, por menor que fosse. Saindo do chalé, sentiu-se mais leve, embora soubesse que o caminho à frente seria árduo. Ainda assim, com cada pequeno sucesso, sentia que estava um passo mais perto de entender seu poder e a si mesma.
Enquanto se dirigia ao seu mais novo lar temporário, o chalé nove, seu coração estava mais tranquilo. O treinamento tinha sido exaustivo, mas também revelador. A magia dentro dela era real, poderosa e poderia ser perigosa, mas, acima de tudo, era uma parte intrínseca de quem ela era. Agora, ela só precisava aprender a usá-la corretamente, e sabia que, com tempo e prática, conseguiria. Ao chegar no quarto de Kit, Natalia colocou a pequena casa de bonecas na mesa de cabeceira e se deitou na cama. O cansaço finalmente a alcançou, e seus olhos pesaram. Enquanto o sono a envolvia, um último pensamento passou por sua mente: ela tinha medo de quem poderia se tornar, mas estava determinada a descobrir.
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@silencehq
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simsindie · 5 months ago
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🍼 Desafio dos Bebês Ocultos | The Sims 4 [TRADUÇÃO]
➡️ post original by: simssav OBJETIVO: Ter um bebê com cada um dos sims ocultos do jogo. Tenha em mente que para ter certos sims ocultos você deve possuir o pacote de expansão para ele.
SIMS OCULTOS: Vampiro, Sereia, Palhares, Coelho das Flores, Alienígena, Feiticeiro, Lobisomem, Papai Inverno, Sim Planta, Elemental da Ilha, Dona Morte, Palhaço Trágico, Fantasma Guinho, Robô Servo, Poço dos Desejos (opcional).
REGRAS: Crie um sim humano como quiser. A única coisa necessária é que o sim consiga engravidar. Mova seu sim para qualquer casa. Você pode usar truques de dinheiro se quiser. Construa um relacionamento com cada criatura oculta no jogo e engravide de seu filho. Para que você consiga tirar uma criança de casa, ela deve atingir o nível 5 nas habilidades associadas ao ocultismo.
PACOTES NECESSÁRIOS PARA CONCLUIR TODO O DESAFIO: Vampiros, Ao Trabalho (alienígenas), Vida na Ilha (sereias), Estações (palhares, coelho das flores, pai inverno), Reino da Magia, Universidade (servo), Jardim Romântico (para o poço dos desejos), Truques de trico (habilidade de tricô), Retiro ao Ar Livre (habilidade de herbalismo), Vida na Cidade (habilidade de canto), Dia de Spa (habilidade de bem-estar).
CHEATS NECESSÁRIOS/COMO ACESSAR CERTOS OCULTOS:
Dona Morte: Para poder tentar ter um bebê com a dona morte, você precisa primeiro construir um relacionamento com ele, adicioná-lo à sua família, use SHIFT clicando na dona morte selecione "Adicionar à família". Então você deve remover seu traço de ceifador com o seguinte truque:  traits.clear_traits
Depois disso, você não deve ter problemas em tentar ter um bebê! Depois de engravidar, você pode adicionar o traço de ceifador dele de volta com este truque:  traits.equip_trait GrimReaper
Elementais da Ilha: Para acessar os elementais da ilha, seu sim deve ter o "traço filho da ilha". Assim que seu sim tiver esse traço, você pode clicar nele e a opção para invocar os espíritos da ilha deve estar disponível. Clique nele e os elementais da ilha virão para seu lote. Crie relacionamentos com um ou todos eles. Para tentar ter um bebê com os elementais da ilha, eles devem primeiro ser adicionados à sua família. Não há como ter um bebê enquanto eles ainda estão em sua forma fantasma, então você deve trazê-los de volta à vida. Você pode usar o poço dos desejos, ambrosia ou trapacear usando mccc. Assim que eles forem humanos novamente, você pode tentar ter um bebê. O objetivo aqui é ter um filho que tenha o traço 'Mana de Sulani' herdado dos elementais da ilha. 
Sim Planta: Não há sims de plantas andando pelo mundo no The Sims 4, então para você ter um bebê com uma, você terá que fazê-lo você mesma. Escolha um sim que você gostaria de transformar em um sim de planta. 
Palhaço Trágico: Compre a pintura Palhaço Trágico no modo construção. Faça seu sim visualizá-la até que o Palhaço Trágico apareça no seu lote. 
Poço dos Desejos: Você pode desejar uma criança com o poço dos desejos do pacote jardim romântico. Faça uma oferta antes de desejar uma criança ou você pode ter um resultado negativo! 
HABILIDADES/OBJETIVOS PARA AS CRIANÇAS:
Palhares: Jardinagem / Arranjos florais
Alien: Ciência de Foguetes / Programação
Sereia: Fitness / Canto
Vampiro: Conhecimento sobre Vampiros / Órgão de Tubos (piano)
Coelhinho das flores: Pintura / Tricô
Conjurador de feitiços: Aprenda 5 feitiços
Pai Inverno: Mecanica / Confeitaria
SimPlanta: Herbalismo / Bem-estar
Elemental da Ilha: Pesca / Guitarra
Dona Morte: Alcance o nível 5 da habilidade Reaping do Death Angels Mod
Palhaço Trágico: Comédia / Travessura 
Servo: Robótica / Lógica
Lobisomem: Lobisomem nível 4
Fantasma:  ? (a criadora ainda nao colocou)
Depois que seu(s) filho(s) tiverem completado seus objetivos, você pode tirá-los de casa para abrir espaço para mais crianças.
Obrigado por se interessar por este desafio! Boa sorte 💕
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bakrci · 6 months ago
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Sendo filho da deusa da noite, o passeio não é exatamente a praia de Remzi, já que pouco se interessa por atividades recreativas como nadar, surfar, catar conchas ou fazer castelos de areia. Velejar é a única exceção. Por conta disso, boa parte do tempo passado na Ilha de Circe está sendo usado no trabalho voluntário, para garantir que, ao final, a deusa os auxilie com os problemas no Acampamento Meio Sangue. O Bakirci prefere visitar a praia durante a noite ou ao entardecer, quando as sombras se alongam e a escuridão começa a cobrir a paisagem, encontrando conforto no ambiente noturno. Além disso, está sempre atento a qualquer sinal de perigo ou feitiço. Conhecendo a reputação de Circe, é duplamente cuidadoso com o que come ou bebe, evitando armadilhas óbvias.
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misshcrror · 6 months ago
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              𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's point of view ;
Maybe then I'll fade away and not have to face the facts, It's not easy facin' up when your whole world is back.
Yasemin jamais havia imaginado que sua vida poderia mudar tão drasticamente em tão pouco tempo. Quando a guerra contra Gaia aconteceu, ainda era uma menina. De poucos laços, forte como um leão e tentando conquistar seu espaço no acampamento. Completou seus dezoito anos no fim da guerra e desde então vinha experienciando aquele período pacifico até o chamado. Como filha de Deimos, sabia que sua natureza reverberava por lutas, afinal seu pai era um dos daemons da guerra ao lado de Ares. Voltar a ação era algo que, particularmente, ela gostava. No entanto, agora tinha muito mais afetos para zelar e como uma pessoa que não falta às promessas que faz, que era leal, ela se sentia mal por ver tantos amigos envolvidos numa guerra que não era deles.
Desde que foi para a ilha, tentou viver seus dias tranquilos como se fossem os últimos porque talvez fossem mesmo. Ela não sabia o que ia acontecer quando fossem tentar fechar a fenda e quando a última noite na ilha de Circe chegou, era inevitável não sentir a ansiedade crescente dentro de si. Quando a explicação da deidade veio, pensou sobre todo o caminho percorrido desde que o chamado de Dionísio aconteceu e seu olhar se focou diretamente para Petrus, um de seus desafetos e especialmente o garoto que investigou por semanas a fio. Claro que não era a primeira vez e ter um rapaz que reviveu tudo ali parecia meio óbvio. Uma pena que ele não se lembrava de nada. A vontade era de implorar para Circe revirar a mente dele ali mesmo, mas nada disse afinal logo em seguida o discurso sobre os filhos dos três grandes e veio e seu olhar inevitavelmente caiu sobre Joseph. Ele não era egocêntrico, mas o pai era. Era isso que temia, que sobrasse para o namorado uma função que não deveria ser dele uma vez que Poseidon nem se deu ao favor de aparecer na vida do rapaz em alguma mínima ocasião.
As projeções no teto chamavam sua atenção, os olhos focados em cada detalhe das batalhas travadas e com um segredo sendo revelado, os olhos focaram nos deuses presentes na mesa. Seria mesmo possível que seres milenares esqueceriam algo assim de tanta importância? O mundo estava acabando e era isso? Iriam simplesmente esquecer de um ponto especifico da historia? Mas como se aquela revelação ainda não bastasse, quando a deusa citou o feitiço proibido, seu coração parou por um momento. Os olhos procuraram imediatamente por Pietra na mesa porque ela havia contado para si que tinha tentado o feitiço proibido semanas antes, na briga delas. Era ela. Era ela e Yasemin sabia. De repente a comida revirou em seu estômago de modo que foi difícil conter a expressão azeda em seu rosto. A ameaça velada era clara e não seria ela que falaria algo. Já estavam com problemas demais e tinham uma fenda para fechar. Foi dormir cedo, depois de meditar e acordou da mesma maneira: meditando. Precisava se manter fria como Deimos havia lhe ensinado anos antes e garantido que assim controlaria melhor seus novos poderes.
Como patrulheira, Yasmin sabia que precisava agir rápido. As ilusões não seriam um problema para si, afinal ela era mestre nelas desde tenra idade. No entanto, isso não as tornava menos perigosas. Com seu novo poder despertado desde a ilha, sabia que num momento de emoções fortes, as sombras podiam surgir novamente, e então teria um problema a mais que ainda não sabia controlar bem. Quando a luta começou e campe surgiu, engoliu o seco. Não é real. É como as ilusões que você cria. Não é real. Manteve o mantra em sua cabeça o tempo todo. Yasmin tentou, com toda a sua força, manter todos ao seu redor firmes, inspirando coragem e força nos amigos mais próximos. Viu seu companheiro de equipe de patrulha Remzi cair junto do amigo Santiago, tentando defender os demais ao seu redor porque não queria e nem iria perder ninguém naquele dia. E então a Hidra veio. Já estava com alguns ferimentos, mas mal os sentia. Entorpecida pela dosagem de adrenalina liberada por seu corpo. A batalha era intensa, o caos ao redor era inebriante, mas Yasemin se manteve firme. Ela se movia com a agilidade de um felino, desviando dos ataques e golpeando os monstros com precisão. Cada movimento seu era um reflexo de seu treinamento, da experiência que havia acumulado ao longo dos anos. Mas, mesmo em meio à luta, ela não estava sozinha. Seus amigos mais próximos estavam ao seu lado, lutando com a mesma determinação e isso lhe dava ainda mais forças.
O pior ainda estava por vir. No meio da batalha, quando sua irmã Octavia foi ferida, a turca sentiu o chão desaparecer sob seus pés. O choque tomou conta dela, e o desespero começou a crescer. Ela correu para a irmã na mesma hora ignorando os gritos lhe chamando e se ajoelhou ao lado da outra prole de Deimos. Tentou a todo custo reanimar e chacoalhar a irmã para que acordasse, e sem qualquer retorno, foi rápida em usar sua força para pegar a mesma no colo e correr para a enfermaria. Não tinha tempo a perder e mesmo que Benjamin tivesse insistido para ficar ali e cuidar dos próprios ferimentos, apenas o fez prometer que iria cuidar da irmã e de quem mais chegasse ali. Quando retornou ao centro da batalha, no entanto, teve uma surpresa maior. O choque se aprofundou ao ver Hektor, Estelle e Maxime, todos revelados. Ela ficou estática por um momento, incapaz de processar o fato de que não havia apenas um traidor, mas três deles. A revelação de Estelle especialmente a abalou, pois, até um dias atrás, quase acreditava na inocência dela.
Não havia tempo a perder, porém com tantas emoções, era claro que sairia do controle. Foi quando notou o ambiente ao seu redor muito mais escuro do que deveria. As sombras estavam ali como aconteceu na ilha, envolvendo ela como um véu, um casulo, se movimentando e até mesmo atraindo alguns olhares tortos porque não sabiam se era alguma magia de Hécate ou apenas um descontrole. Fora a questão de atrapalhar a visão e luta dos demais campistas. Se sentiu constrangida, mas respirou fundo e voltou ao fundo da batalha. Yasemin lutava contra os monstros ao mesmo tempo em que lutava contra si mesma, tentando impedir que seu poder saísse de controle. Ela não podia permitir que isso acontecesse, não agora. Precisava lutar por seus amigos, deixa-los sã e salvos. Eles precisavam ficar bem. Todos eles. Joseph, Bishop, Kaito, Melis, Daphne, Maya, Katrina e tantos outros que era incapaz de contar nos dedos da mão. Quem diria que tinha tanto a zelar agora. Quando Thalia surgiu, respirou aliviada pois reforço era melhor que tudo e teriam uma chance melhor. Especialmente das caçadoras. No entanto, quando a fenda começou a sugar tudo o que vinha, a ruiva correu. Ela ouviu Melis gritando pelo seu nome e viu que Anastasia chegou primeiro, e se preocupou em ajudar a segurar um outro campista caído ao seu lado que estava quase indo para o buraco também. A terceira explosão veio junto da poeira que a levou para o chão, mas ajudou a sair daquele caos junto com o outro semideus, as sombras ainda lhe imbuindo e causando uma aparência muito mais tenebrosa já que suas mãos estavam envoltas de veias escurecidas. Era macabro.
Quando a poeira abaixou, olhou ao redor sem ver mais uma fenda ali e ela não gritou em comemoração, mas estava aliviada. Tão aliviada que sentiu as sombras sumirem e o seu novo poder estava no controle novamente. A contagem com seus poucos irmãos a deixou tranquila, com exceção de saber que sua irmã estava na enfermaria com outros amigos, mas sabia que os curandeiros iriam fazer o melhor para deixa-los bem. No entanto, era claro que nada eram flores. Quando correu para sua equipe de patrulha, não conseguia achar seu líder Arthur, e Eve parecia desesperada por não achar Brook. Foi quando notou que Melis e Aurora também não estavam ali. Ela olhou para onde a fenda estava e se lembrou de Melis pedindo ajuda, levando a mão a própria boca, chocada com o que a mente havia acabado de processar. Nastya não havia conseguido ajudar a amiga quando ela pediu por ajuda e Yasemin não se certificou de que elas precisavam de ajuda afinal o caos estava estalado.
Mais uma vez, como em sua missão, havia perdido amigos por sua desatenção e preocupação com tantas coisas acontecendo ao redor. Quando percebeu que seus amigos simplesmente haviam desaparecido, caídos na fenda, o desespero de Yasmin alcançou um novo patamar. Sentia-se completamente desolada, sem saber o que fazer. A ruiva não podia se deixar levar, não enquanto ainda havia algo que pudesse ser feito. Uma coisa era certa: lutaria até o fim para trazer todos eles de volta. Se recusava a ceder. A filha de Deimos sabia que era a única coisa que podia fazer — lutar, até que não houvesse mais forças em seu corpo.
@silencehq.
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debrazul · 3 months ago
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nathália, você tá em mim como nada nem ninguém nunca esteve. eu anseio a tua volta. eu te espero todo dia. eu quase posso tocar no sofá desgastado que amontoa histórias e que serve de pula pula pros quatro filhos que um dia planejamos ter. eu quase posso te ouvir dizer daqui há vinte anos que o cabuloso vai jogar e que você mal dormiu de ansiedade. na verdade, tudo que eu não fiz, eu quero fazer por você. sabe, essa noite você não me deixou dormir quase como se desse pontapés nos meus olhos para que eu os abrisse e sentisse a fria realidade da cama vazia. você tá na minha mente e construiu um prédio gigantesco que abriga centenas de saudades endereçadas. hoje eu vi uma entrevista de um ator falando sobre o processo de separação que viveu em seu relacionamento e ele disse que é como estar num buraco muito próximo da morte. de fato. mas como é que eu posso sentir esse abismo se você me fez mais feliz do que eu jamais fui? como é que se supera a forma tão feroz que você me amou e eu amei você e a gente se enxergou por todos esses anos? eu anseio a tua volta. eu te espero todo dia. você tá intrinsecamente fundida em tudo que me torna viva. em tudo que me transmite alegria. mas olha, eu descobri que posso ser gigante sem você. eu entendi que se os nossos quatro filhos não existirem, talvez eu invente outros num universo paralelo qualquer. mas nathália, eu quero ser gigante enquanto você também é gigante e juntas nos transformamos numa espécie gigante tipo a personagem do filme com a kristen stewart. mas sem a parte do terror abstrato e confuso. eu quero olhar pros teus olhos verde-outono e contar a eles que Deus jamais inventou uma cor tão cheia de espetáculos brilhantes e vivos. e quero te contar que amo o cheiro do seu couro cabeludo e o seu pescoço com certeza absoluta foi alvo de um feitiço muito bem feito pelas fadas da ilha de lesbos porque eu ficaria grudada nele por horas. a porta tá aberta. ela vai sempre estar aberta. eu vou fechar os olhos e te imaginar voltando e se aconchegando naquele sofá desgastado. e em silêncio, meio que sussurrando, eu imploro: volta pra mim. mas, de qualquer maneira, espero que saiba o seguinte:
você
sempre
permanecerá
insubstituível e imortal
no meu peito.
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memoryremainsl · 7 months ago
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Apesar da vasta coleção de obras sagradas da biblioteca de Circe, haviam obras intocadas que muito chamavam a atenção de Lip. Grimórios encantados que vibravam a energia por dentre suas páginas, cheiram há anos de registros e aprimoramentos, listavam feitiços que nasceram em bocas malditas e reverberavam pelos milênios. E ali estava Lipnía, perante a maior obra de todas. O Grimório de Hécate. Plot drop: Traidor da magia.
Por todos os anos que viveu sob a capa de Circe, buscou chamar a atenção da mãe através de sua dedicação imparável com a prática da magia, investigando profundamente as práticas da linha das mágicas temporais, onde pôde manifestar, pela primeira vez, seu poder herdado da deusa da menor da magia. Um toque, uma visão. O passado era desvendado como um diário, onde Lipnía transitava pelos vislumbres do que já se foi.
Passagens pela Grécia antiga através dos livros de sua mãe eram os passeios mais corriqueiros que possuía enquanto esteve em sua ilha. Mas após isso, quando se escondeu em Tristan da Cunha, não mais se limitou à experiências tão antigas. Blusas, medalhões, brincos. Tudo era um portal para um passado recente, uma memória que vibrava nas linhas do tempo. E aquilo era instigante, completamente instigante.
Mas nada era se comparado com aquela experiência.
Não, aquele era o momento em que seus sonhos como bruxa sempre almejaram. O contato direto com o Grimório de Hécate em um treino comum para feitiços, aproveitando-se da ausência da supervisão dos demais filhos e aprendizes da magia, que pareciam entretidos com outra coisa nas proximidades.
Suas mãos formigavam como nunca. Um sinal da magia que corria por suas veias, ansiosa pelo contato, pelo deslumbre daquilo que poderia estar gravado nas folhas grossas. Aproximou-se do pedestal que guardava a obra após soltar um longo suspiro tentando afastar de si todos os pensamentos ansiosos que cruzavam sua mente. Seus olhos registravam cada detalhe da capa perfeitamente esculpida pelo tempo. Os sinais, as runas, as escritas gregas. Era como um pedaço concreto do passado perante o presente.
Lip ergueu a mão, levemente umedecida pelo suor. O nervosismo tornava sua respiração ofegante, cada vez mais fora de si, cada vez mais angustiada pelo contato que tornou-se lento pelo receio dos resultados. Até que sua mão tocou os escritos.
Mas, estranhamente, nada aconteceu.
Não houve uma passagem ou uma névoa. Absolutamente nada. Havia notado que sua força parecia estar se esvaindo desde o baile, notado que os rituais com seus cristais e ervas não pareciam eficazes, que seu formigamento nas mãos se tornou mais intenso e que sumia repentinamente, sem lhe dar muitas prévias sobre o mundo, mas aquilo? Uma obra tão fantástica não despertou uma memória sequer?
O cenho da filha de Circe se franziu em completa confusão. A boca entreaberta fechou-se, como se algo de errado estivesse acontecendo. A mão espalmada tocou a superfície do livro. Nada. Ela secou as mãos nas roupas, olhando para a sala ao redor de si como se buscasse algo no espaço que estivesse bloqueando seu poder, mas nada achou. O formigamento estava lá, por qual motivo não estava se manifestando?
Ao tornar a olhar para o livro, sentiu um forte arrepio correr sobre sua coluna, como se uma porta estivesse entreaberta e por ela soprasse os ventos do polo norte. O medo do inesperado então surgiu, como um ataque grosseiro. Buscou em si forças significativas para investir novamente na direção daquele livro que em segundos a fez questionar sua capacidade mágica.
Um suspiro longo.
Uma faixa de luz amarela subiu pelo seu braço como uma cobra, dourada e pulsante. Muito mais intensa do que o habitual, muito mais quente. Seus sentidos foram se esvaindo pouco a pouco, até que a energia acertou sua cabeça. Os olhos da filha Circe tomaram a mesma coloração amarelada, estáticos, olhando para o nada. E ela, por sua vez, estava distante dali.
A mão direita ergueu no ar, vagarosamente se direcionando para as folhas, intencionada a abrir aquele maldito grimório de uma vez e reaver parte de sua dignidade mágica. Mas o vento que antes lhe acertou pelas costas pareceu circundar seu corpo por completo e, ao tocar a obra com a ponta de seus dedos, sentiu a explosão dentro de si.
A visão do passado.
A visão de Lili havia escurecido por completo e, ao retornar à luz, estava no meio da floresta. Seus pés pisavam em folhas e pedras, caminhava, como sempre fazia, na direção da luz amarela que conduzia suas visões. Mas algo estava errado. O céu possuía uma coloração anormal, uma cor púrpura, sem nuvens, como um grande cobertor. Entre as árvores, ouvia os passos de alguém na direção da luz e, rapidamente acelerou seu caminhar até o seu destino.
Uma clareira com uma fogueira ao centro. Ao redor da fogueira criada, desenhos no solo se espalhavam por todo o local, numa cor vibrante. Seus olhos analisavam as runas, recordando-se que tratavam de símbolos de proteção. Um anseio por uma proteção exagerada, pensou. O som do fogo crepitando a lenha aumentou cada vez, como se estivesse cada vez mais enfurecido, até que o som de uma voz familiar chamou sua atenção. Semicerrou os olhos na direção daquela familiar que se aproximava do fogo, carregando o Grimório de Hécate em suas mãos.
"Revelo o destino que está por vir, com esta magia, o futuro descobrir. Com a força de Hécate, eu verei além do agora..."
O rosto de Lipnia se desfez em um assombro completo. Futuro? Não, futuro não. Circe não permitia os estudos do futuro. Aquilo era proibido pela mãe, como ela poderia estar fazendo aquilo?!
"PIETRA!" Lipnía gritou em uma ordem de afastamento na direção da semideusa, acreditando que aquela visão lhe responderia em clemência, mas nada foi realizado. Seus pés correram na direção da filha de Hécate, as mãos prontas para agarra-la e lançar seu corpo para longe do livro, mas nada foi manifestado. Ela estava estática, olhos vazios.
Ao se aproximar, Lili deslizou seus olhos para a página aberta do Grimório e viu aquilo que tanto temeu. O feitiço proibido por Quíron, com marcações escuras na folha. Lipnía levou a mão até a boca, tentando segurar em seus lábios o grito de horror que fugiu de sua boca quando seu corpo despencou no chão daquela floresta.
Subitamente arrancada de volta para o presente. Arfando trêmula, as pernas balançando como nunca antes, tomada pelo choque. Os inúmeros questionamentos surgiam em sua mente.
Ela sabia que o ataque aconteceria? Ela agiu para que ele acontecesse? Ela estava sozinha? Ela agiu contra o acampamento? Ela é a traidora? Ela? Pietra!
Sua mão foi recolhida na direção do peito, sentindo um estranho ardor nos olhos e na ponta dos dedos após o contato com aquele fluxo tão intensificado pelo objeto mágico. O som de passos se aproximando fez com que Lili olhasse para trás assustada, os fios de cabelo grudados em sua pele úmida pelo suor, o tremor tomando conta de todo seu corpo.
"O futuro deve permanecer intocável", este era o ensinamento principal da magia dos estudiosos do passado, e aquele que toca o futuro perece por sua ousadia.
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Em um restaurante em Austin, Texas...
Richard se retirava do restaurante em que havia feito sua refeição segurando o celular nas mãos, buscando as últimas notificas sobre eventos estranhos que ocorreram na região, algo que pudesse demonstrar a proximidades de semideuses do local para que através deles, encontrasse uma ponte de comunicação para o acampamento meio sangue. Os dedos deslizavam pela tela rapidamente, mas nada lhe parecia convincente. Acidentes de carro, vazamentos de gás... nada que se assemelhasse aos absurdos causados por um monstro. Há tempos não sentia-se próximo de seu objeto de desejo. Na verdade, temia por sua integridade, haja vista que não mais manifestava sua pulsação ao utilizar seu poder. Assim que iniciou seu percurso até o carro, uma estranha força atingiu seus tímpanos, o deixando ensurdecido por alguns segundos e, logo em seguida, o som. O som dos batimentos cardíacos de Lipnía, acelerando majestosamente, como se estivesse perante um grande perigo. Seus olhos encheram-se de lágrimas, uma emoção quase nostalgica de sentir sua pequena deusa viva. Um alívio reconfortante, para aquele homem. Ao retomar a audição, bateu a ponta dos dedos sobre a janela do motorista de seu carro.
"Me leve para Long Island, imediatamente." Seus olhos vibrantes derramavam o convencimento sobre o motorista que, como um zumbi, acenou para seu mestre. "Ela está viva."
@silencehq
Chars citados: @pips-plants
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d4rkwater · 5 months ago
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𝐉𝐎𝐒𝐄𝐏𝐇 𝐁𝐀𝐑𝐊𝐄𝐑 ⸺ 𝖯𝖮𝖵 𝟢𝟨.
Durante toda a sua estadia na Ilha de Circe optou por fazer oferendas a deusa como retribuição pela hospitalidade, além, é claro, do dia exigido por ela. Durante o jantar na última noite naquele paraíso, era notório a tensão vinda de alguns campistas e também a ansiedade para descobrir um pouco mais sobre a fenda que, por meses, vem atormentando a paz do acampamento. Agradeceu por ter finalizado sua refeição antes de Circe começar a falar, caso contrário teria perdido totalmente a fome quando a revelação sobre a guerra entre os filhos dos três grandes foi revelada. Conhecia aquele ego, conhecia aquela rinha desnecessária sobre quem era o melhor dentre os três, tanto que imaginar aquela catástrofe não foi difícil, pelo contrário, foi tão fácil que o deixou levemente enjoado. Não era egocêntrico e vivia longe de qualquer disputa idiota como aquela, mas conhecia o pai muito bem para saber que ele era assim como seus outros dois irmãos. A informação tirou totalmente seu foco daquele jantar, não conseguia pensar muito e nem mesmo ouvir direito as palavras ditas por Circe, a confissão o pegou em cheio, especialmente depois da visão que teve dias atrás.
A ida para a Ilha serviu para aliviar um pouco toda a tensão que estavam sentindo e dar aquela falsa sensação de paz. Mesmo ciente de que a realidade fosse outra, ele assim como seus amigos tentou ao máximo curtir aquele lugar como se fosse, de fato, o ultimo dia de suas vidas. Ali não teve nenhuma preocupação além de se comportar e evitar irritar uma Deusa cujo pavio em relação aos homens já era bem curto. No entanto, quanto Circe passou a demonstrar com projeções o que havia ocorrido no século passado, seu corpo automaticamente enrijeceu e os palmos se fecharam em punhos sobre a mesa. Atento observou a guerra que ocorria dentro do acampamento meio-sangue, questionando-se como aquela parte da história foi esquecida, apagada como se nunca tivesse acontecido. A camiseta laranja que usavam na época chamou sua atenção, por mais que seu contato com Petrus fosse inexistente, ele se lembrou de como o garoto chegou no acampamento na noite em que o cão infernal apareceu, transformando a festa dos conselheiros em um verdadeiro enterro com a morte de um campista.
Quando Circe comentou sobre o feitiço proibido e o uso do grimório para o mesmo, seus olhos varreram a mesa onde os filhos de Hécate estavam sentados. Encarou Pietra, Héktor, Verônica e Natália, sendo a última a única que não havia entrado em sua lista de suspeitos quando o baile foi interrompido pelo traidor. Seu olhar só desviou dos colegas quando Circe comentou sobre o segredo dos olimpianos, encarando Dionísio em buscas de respostas mesmo ciente de que seria em vão. Era muita informação para ser assimilada, mas se forçou a prestar atenção sobre a defesa da fenda, algo que tirava seu sono sempre que o assunto sobre fechá-la era discutido. Ele a conhecia, ele foi uma vitima assim como outros campistas, era normal que sentisse medo em relação ao que ela poderia ser capaz. E seu temor perdurou até a manhã seguinte, quando retornaram para o acampamento no horário combinado.
Como conselheiro e patrulheiro, se preparou para o que vinha a seguir, instruiu seus irmãos e até verificou se Essie estava segura entre os curandeiros. Enquanto terminava de se preparar e se colocar logo atrás de Aidan, seu líder de patrulha e também aquele com quem possuía maior sinergia, buscou relembrar do que foi mostrado no jantar: Monstros saindo da fenda e passando diretamente por alguns campistas. Não eram reais, ele apenas precisava focar nisso para manter a postura e ajudar aqueles que, infelizmente, não conseguiam manter o mesmo pensamento. Seu poder ainda ajudou a desviar de ferimentos quando era enganado pela própria mente, além de conseguir chegar mais rápido naqueles que enfrentavam dificuldades durante o combate. Foi cansativo, ainda mais sem um acesso rápido a água, algo que o obrigou a ir além dos próprios limites para se manter imune. Ali foi colocado em prática todo o treinamento árduo que teve nos últimos dias, nas horas que passou na arena até o corpo simplesmente ceder ao cansaço. Ele havia evoluído.
Voltou para sua posição inicial e acompanhou Aidan que os liderava com bravura, assim como os outros, também gritava para que os semideuses mais próximos se lembrassem de que tudo aquilo não era real. A hidra não era real. Devido a sua agilidade, passou pelas ilusões e desviou daqueles que insistiam em acreditar no que viam para socorrer os que estavam machucados e leva-los para a enfermaria, mas seu feito foi interrompido quando o verdadeiro traidor foi revelado. Ou melhor, os três. Estava imobilizado no chão quando avistou os filhos da magia, odiando o fato de ter acertado um deles quando avistou Héktor flutuando com o grimório de Hécate. Ele conhecia a magia do rapaz, foi ele quem o ajudou com o bloqueio das vozes, tanto que suas suspeitas só aumentaram quando juntou informações referentes a cor da magia utilizada, mas negou-se a acreditar naquilo até então. A nova surpresa foi ver Estelle, filha de Circe, também sendo controlada pela deusa que falava por meio de si. Tudo pareceu ocorrer rápido demais depois daquilo, os gritos, as caçadoras surgindo sob a liderança de Thalia Grace, a fenda engolindo tudo o que havia a seu redor e, para ajudar, aquele zumbido que doía na alma. Buscou ajudar os campistas que estavam perto demais e consequentemente seriam sugados, olhando em volta para certificar-se de os irmãos estavam longe, que Yasemin não estava em perigo e que muitos dos seus amigos também haviam escapado daquele terror. No entanto, o sentimento de impotência tomou conta quando começaram as contagens e foi constado seis desaparecidos no instante em que a fenda se fechou e os sugou para seu interior.
Se culpou por todos que haviam caído, mas o sentimento pesou ainda mais quando escutou o nome de Melis. Sabia que ela era desastrada, sabia que vivia se metendo nas maiores atrocidades dentro do acampamento, mas não conseguir ajuda-la quando mais precisou o deixou devastado. Não conseguiu gritar em comemoração quando olhou o local que há poucos minutos existia uma fenda aberta. No fundo sabia que não era culpa de ninguém, mas colocar isso na mente de um semideus que sempre se cobrou, sempre buscou dar tudo de si, era difícil. Apenas largou as adagas e sentou-se no chão, levando as mãos até a cabeça enquanto revivia todo aquele caos e os erros que acabou cometendo por desatenção. Não treinou o suficiente, não se preparou o suficiente, ele ainda tinha um longo caminho para percorrer até se sentir apito a proteger aqueles que amava.
@silencehq obs: não marquei todo mundo, perdão.
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aguillar · 6 months ago
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        pov: stealth is a lie and a trap.
God loved the birds and invented trees. Man loved the birds and invented cages.                        ⸻ JACQUES DEVAL
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⚲ Circe's Island, Sea of Monsters. 2024.
Por muito que quisesse mandar Circe à merda, sabia ser melhor mantê-lo em pensamentos enquanto estava em seu território, e sua lista mental de ofensas só fazia aumentar. O semblante e postura sérios que assumiu ao cumprir o lado da barganha que lhe cabia parecia fora de lugar para qualquer um que o conhecesse–pelo menos até ter se embrenhado na mata o suficiente para sentir um falso senso de privacidade.
Salvo seu pai e tio, seu lema no que dizia respeito aos deuses do Olimpo era a canção do filme Mogli. Antonia era a sua dupla para aquela tarde em particular, e juntos haviam decidido focar apenas nas armadilhas não-mágicas, já que a tarefa era complicada o suficiente sem que a precisassem piorar. As engenhocas usadas para capturar ursos teriam que bastar.
Exploraram trilhas com as mochilas pesadas nas costas, fazendo pausas frequentes para admirar a natureza que os cercava. Poucos eram os homens que haviam desbravado floresta e praia com passos humanos. Na companhia de sua melhor amiga, a tarefa compulsória quase se tornava prazerosa–quase, porque o peso do metal atrelado às suas costas parecia o ancorar.
Começaram pela costa, onde o oceano beijava a praia. Tony, o cérebro da operação, o instruiu em como armar cada armadilha, e juntos as enterraram apenas o suficiente para as ocultar. A intenção era impedir que invasores chegassem até o lugar de barco e nadassem até a orla mas, como efeito colateral, qualquer um que tentasse tomar um banho de mar naquela praia teria um péssimo dia.
Talvez tenham se distraído construindo um castelo de areia por alguns minutos, mas desta parte Circe não precisa saber.
Uma vez satisfeitos com o trabalho ali, partiram para o interior da ilha, onde a densa vegetação cobria quase todo resquício do céu. Com o processo de montar as armadilhas dominado pela repetição, a real tarefa era camuflá-las: naquele ambiente em questão, usaram folhas, galhos e cipós para encobrir o metal das armadilhas. Foi Antonia quem teve a ideia de criar caminhos falsos por entre as trilhas traçadas das praias ao resort, e Santi usou de seus poderes para soprar uma rajada de vento que agitou o solo e o fez parecer viajado: qualquer um que seguisse um dos becos sem saída terminaria confuso e exausto em lugar nenhum.
Deixaria para os demais semideuses o trabalho com feitiços e poções: sabia que alguém tinha tido a ideia de criar uma barreira de ervas encantadas para distorcer a percepção do espaço de quem cruzasse a mata fechada, e as armadilhas mecânicas que haviam disposto funcionariam como um complemento para a magia com que planejavam cercar o lugar.
Com o trabalho concluído, Santiago e Tony se arrastaram de volta para o resort onde planejavam comer quantidades obscenas de comida e brindar pelo fim da escravidão. Satisfeito consigo mesmo, havia feito apenas o mínimo necessário para não virar porquinho da índia e, de acordo com os termos negociados pela própria Circe, não havia do que a deusa pudesse reclamar.
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↳ para @silencehq. citada: @arktoib.
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firstjamikorn · 1 year ago
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é apenas RANEE "FIRST" JAMIKORN, ela é filhe de CIRCE do chalé 15 e tem 279 29 anos. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no nível 3 por estar no acampamento há 4 ANOS, sabia? e se lá estiver certo, FIRST é bastante GENTIL mas também dizem que ela é QUIETA. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
♡ under the read more : about her .
♡ 𝐓𝐑𝐈𝐕𝐈𝐀 !
Altura : 1,68.
Estilo : Geralmente é vista usando roupas escuras e bem fechadas, principalmente porque não gosta de chamar muita atenção.
Gostos : Grimórios, feitiços, cores escuras, cabelo longo, joias prateadas, pimenta.
Desgostos : Comida com pouco tempero, morango, tecnologia, redes sociais
Sexualidade : Uma grande incógnita.
Ocupação : Instrutora de Magia. 
♡ 𝐖𝐄𝐀𝐏𝐎𝐍 !
Como presente pelo retorno, Circe ofereceu à filha uma arma poderosa: um cajado que continha espinhos negros em toda a sua extensão. Nunca foi uma combatente forte com armas comuns, uma vez que utilizava quase exclusivamente o poder. Assim, o cajado tem como função ser um grande direcionador da magia de First. Precisando de sangue para concretizar os feitiços de magia das trevas, o cajado perfura a mão da mulher para que possa proferir as palavras de origem antiga que tinham sido ensinados pela deusa. O Cajado Negro permite que o poder de First, através do seu sangue, escorra por ele e intensifique os feitiços.
♡ 𝐏𝐎𝐖𝐄𝐑 !
Magia do sangue. First é capaz de executar uma série de feitiços que usam o sangue próprio ou como base, tendo domínio sobre uma forma antiga e poderosa de magia muito usada em rituais complexos. A mulher, no entanto, depende da reprodução de símbolos ou palavras que derivam de grimórios antigos, então precisa ter acesso ou conhecimento ao que leva ao efeito desejado. Tratando-se de uma espécie de magia das trevas, precisa de um sacrifício para ser realizado, o que, para a mulher, é o sangue, seu ou alheio.
♡ 𝐁𝐀𝐂𝐊𝐆𝐑𝐎𝐔𝐍𝐃 !
Nascida como a bastarda de um importante nobre tailandês, First era a primeira filha, uma vez que o pai e sua esposa tinham dificuldades de conceber uma criança. A verdade é que, apesar da traição, o pai recusava-se em arranjar uma nova esposa para si mesmo, uma vez que amavam-se intensamente. Assim, foi tratada como uma párea pela família, mesmo que fosse a última esperança naquela época. Deveria ser casada com um homem de alta hierarquia e, dessa forma, trazer muito orgulho para a família. O problema localizava no ponto que a garota jamais desejou um casamento, no entanto, mas não é como se tivesse opção, ainda mais na época que estava, cerca de 200 anos atrás. Quando percebeu que tinha sido prometida há um homem terrível, tomou a decisão mais impulsiva do mundo: fugiu para que não precisasse cometer esse erro.
Ficou perdida durante alguns dias, sem saber exatamente para onde ir. Foi encontrada por Circe, no entanto, que recebeu a filha de braços abertos para que abraçasse o seu potencial. First foi recebida pela deusa e treinada na ilha, desenvolvendo seu poder da Magia do Sangue, uma poderosa magia negra que era praticada a partir do próprio sangue. Obviamente, Circe enxergava na filha inúmeras possibilidades para voltar-se contra os deuses futuramente. Assim, não era nada além de uma ferramenta para a deusa, uma arma a ser utilizada futuramente, mas ainda sim First encarava a possibilidade de um futuro em que fosse livre. Enquanto isso fosse possível, entregava-se de corpo e alma para as tarefas que a genitora ofertava à mulher.
O que não esperava, no entanto, era que as missões de Circe seriam cada vez mais desafiantes. Assim que o treinamento foi finalizado, era mandada em missões para encontrar artefatos que a mulher desejava, utilizando a magia como principal arma durante esses momentos. Sequer passava mais muito tempo na ilha, então não tinha contato com aqueles que tinham auxiliado a mulher durante o treinamento. Preferia assim, no entanto: viajava o mundo, aproveitando a liberdade que sempre ansiava, então era recompensada pela deusa com a possibilidade de um futuro incerto. O que não esperava era que fosse longe demais, principalmente quando teve que enfrentar um monstro forte demais que desejava invadir Ea. Na linha de frente, First deu a vida à deusa, protegendo-a de um golpe fatal.
A morte não era algo fácil para alguém como First. Através de uma poção feita com flor de lótus, Circe fez com que o corpo da escudeira ficasse adormecido por anos e anos até que a cura para os ferimentos da filha fossem curados completamente. Para ser sincera, foram mais de dois séculos até que acordasse novamente, em uma realidade que não reconhecia mais. Não havia mais ninguém que amava vivo, assim como qualquer um que conhecera. Circe, no entanto, ofereceu a possibilidade de First ir para o Acampamento Meio-Sangue para que aprendesse novamente como a vida deveria ser vivida, para que no futuro retornasse ainda mais completa de ensinamentos do que tinha estado anteriormente. Como o mundo tinha mudado de formas avassaladoras, era interessante para a deusa que a semideusa aprendesse sobre o que estava acontecendo antes de voltar a agir novamente.
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inutilidadeaflorada · 1 year ago
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Árida
Já não me interessa a divina engenharia Já não me admira a auto obsessão Já não me convence essa exposição Já não me comove cada uma das virilhas
Meu coração é um ímã e uma ilha Cada carícia, uma batida disforme Cada ferida só pôde ser salva graças A química que vertem línguas
Querer a provocação, esquecer imagens A traça sábia antevê o ciclo O engano do teu céu centrífugo Dependurando anjos cheirando a formigas
Uma comoção para uma camisa branca Saltando intestinos, mascando países Questionar cada arcada dentária de leões? As presas verteram-se em dedos segurando canetas
Me pesam ossos e páginas Que desesperadamente arranco Como se fossem pétalas Para diminuir o peso da memória
A margem do segredo Uma verdade de cactos: O abandono é uma divindade Colhida no auge do temor
Em fissuras nos céus de cemitério Prendo o feitiço dos ossos Cravo teu nome na saliva que me derrete E tão pouco, me embebedo na chuva...
Desabroche âncoras do peito Não importa qualquer escolha A vaidade é um único amor que me prostro Seja para cessar os enigmas da esfinge ou não...
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starlight-court-dreamer · 1 month ago
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 4 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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O dia da minha partida tinha chegado. Talvez seja por isso que o nascer do sol esteja especialmente bonito nesta manhã: porque sei que pode ser meu último com minha família.
Quem sabe se um dia vou conseguir voltar a vê-los?
Nas três horas que estive ausente vendo o nascer do sol e dando minha corrida diária ao redor da ilha, todos os meus itens pessoais foram empacotados em caixas e agora estão empilhados no canto. Meu estômago se revira. Papai tinha mandado encaixotar toda a minha vida.
– Seu pai é eficiente pra caralho, isso eu preciso admitir – murmura Uma antes de se virar para mim, me avaliando. Uma e os outros haviam dormido na Morada da Lua, para evitar qualquer atraso no dia de hoje e me ajudar a empacotar tudo, mas aparentemente nem seria necessário. – Estava esperando que pudesse esconder algumas armas nas suas coisas antes que seu pai guardasse tudo. Você precisa de várias armas se vai para aquele ninho de cobras rosas.
– Você já mencionou isso. – Ergo a sobrancelha. – Diversas vezes.
– Foi mal. – Ela estremece, abaixando no chão e começando a esvaziar a própria mochila.
– O que está fazendo?
– Armando você – ela fala baixinho, e sinto a emoção entalar na garganta. – Consegue esconder uma espada?
Balanço a cabeça.
– É muito difícil de esconder uma espada em uma jaqueta de couro. Mas é possível esconder adagas e eu sou bem rápida com elas.
Bem rápida mesmo. Rápida como um relâmpago.
– Imaginei. Que bom. Agora larga a mochila aí e tira essas botas horrorosas. – Ela separa os itens que trouxe, entregando botas novas e um conjunto preto. – Veste isso.
– O que tem de errado com a minha mochila? – Pergunto, mesmo assim a solto. Uma imediatamente a abre, tirando tudo que guardei ali com tanto cuidado. – Uma! Passei a noite toda arrumando isso!
– Você está levando coisas demais, e essas botas são uma armadilha. Se precisar correr, vai cair com essa sola lisa. Mandei fazer botas novas com sola de borracha para você como presente de aniversário, mas acho melhor lhe dar antes. E, querida Nyaxia, tenho certeza que você vai precisar, e muito.
Os livros começaram a voar da minha mochila, caindo perto das caixas.
– Ei, eu posso levar tudo o que quiser e quero levar esses! – Tento pegar o próximo livro antes que ela o jogue longe e mal consigo salvar minha coleção favorita de fábulas sombrias.
– Você acha que eles não vão revistar sua mochila? – pergunta Uma, seu olhar endurecendo. – Você vai ser presa antes do por do sol! Metade desses livros são sobre tortura ou venenos ou feitiços sombrios.
Eu reviro os olhos e concordo com a cabeça.
– Embora você possa levar essa mochila com seu dedo mindinho, mesmo essa mochila tendo quase a metade do seu peso, os cidadãos de Auradon vão tentar de tudo para lhe mandar de volta. Não vou deixar você estragar tudo tentando levar livros que você já leu quinhentas vezes, maninha. Agora, quer fazer o favor de me escutar? Eu bolei um plano enquanto você corria esta manhã. – Não há nenhum traço da minha melhor amiga/irmã. A mulher que está à minha frente é fria, calculista, e um pouco cruel. É a mulher que é a capitã de um bando de piratas rebeldes e atrevidos. – Esquece os livros.
– Meu padrinho deu este aqui pra mim – murmuro, pressionando o livro contra o peito. Talvez seja infantil, só uma coleção de histórias para nos alertar dos perigos da magia, mas foi um dos primeiros livros de magia negra que ganhei.
Ela suspira.
– É aquele livro de folclore de vermes que controlam a escuridão e alguns bichos voadores? Já não leu isso umas mil vezes?
– Provavelmente mais – confesso. – E os nomes certos são Erínias e Basiliscos, e não vermes e bichos voadores.
– Tio Hades e todas as suas alegorias – diz ela. – Ok. Pode ficar com esse aí. Agora se troque enquanto eu arrumo essa bagunça e vou acordar os outros.
O relógio toca ao nosso lado. Temos quarenta e cinco minutos antes do carro de Auradon chegar.
Eu me visto rapidamente, mas tudo parece pertencer a outra pessoa, apesar de obviamente ser do meu tamanho. Se eu tivesse que adivinhar, diria que eram obra de Belle e Dizzy. Após um breve banho, minha regata de corrida é substituída por uma camisa preta justa que cobre meus braços, e os shorts são trocados por um par de couro que abraça minhas curvas. Então, Uma me passa uma jaqueta de couro claramente nova que eu tinha certeza de ser um presente de Harry.
Passo os dedos pelas bainhas escondidas que foram costuradas na diagonal, acompanhando minhas costelas.
– Para as adagas.
– Só tenho cinco. – Eu as agarro da pilha no chão.
– Não tem problemas. Suas unhas/garras causam estragos piores do que essas adagas.
Enfio as armas nas bainhas, e é como se minhas costelas agora fossem armas. O desing é bem engenhoso. Entre as costelas e as bainhas e minhas coxas, o acesso às lâminas fica fácil.
Teria que agradecer a Dizzy e a Belle antes de partir. Elas são gênios da moda.
Minutos depois, metade do que havia colocado na mochila foi parar nas caixas. Ela arrumou minha mochila de novo, descartando tudo que achava desnecessário e quase tudo que não gostasse, enquanto disparava conselhos sobre como acessar os esconderijos antigos da sua mãe e tia. Então, ela me surpreende ao fazer a coisa mais sentimental do mundo: manda que eu me sente entre seus joelhos para trançar meu cabelo como minha mãe fazia quando eu era pequena.
É como se eu voltasse a ser criança, mas faço o que ela me pede mesmo assim.
Enquanto ela terminava de trançar algumas mechas do meu cabelo, escuto as irmãs mais novas Tremaine chegar e começar a discutir com meus outros amigos antes de começarem a subir as escadas em direção meus aposentos.
Uma e eu assistimos divertidas enquanto Dizzy entrava correndo no quarto ofegante com Belle logo atrás com algumas roupas nos braços.
– Eu ... fiz ... isso ... baseado ... no que... você costuma ... vestir – Dizzy diz colocando a pilha de acessórios que carregava em cima da cama antes de desabar no colchão.
Eu sorri suavemente em direção a pequena artesã antes de pegar cuidadosamente meus novos acessórios e colocar na minha bolsa principal.
– Obrigada, Dizzy querida. São todos perfeitos. E Belle, tenho certeza que todas vão ficar fabulosas.
Dizzy fez um breve sinal de positivo, ainda tentando recuperar o fôlego. Enquanto isso, Belle sorriu brilhantemente ao mesmo tempo que terminava de guardar as roupas que trouxe em uma segunda mala perto de mim.
Uma batida na porta chamou nossa atenção mais uma vez revelando Anthony, Harry, Yzla, Gil e Hadie. Como sempre, os rapazes deixaram Yzla passar primeiro antes de todos eles tentarem passar de uma só vez.
– Viemos trazendo mais presentes de aniversário adiantados. – Yzla diz, ajudando-me a levantar. – Bem, um único presente, mas que tem um pedaço de todos nós.
Hadie estendeu uma pequena caixa preta na minha direção. Cautelosamente, peguei a caixa e abri, revelando uma pulseira de prata com vários pingentes diferentes pendurados nela.
O meu coração derreteu ali mesmo enquanto eu pegava a pulseira com o maior carinho possível. Ninguém precisava me explicar o significado dos pingentes, pois era muito óbvio.
Um gancho para Harry; uma concha para Uma; um par de chifres para Gil, uma tiara para Dizzy, um sapatinho de cristal para Anthony, um vestido para Belle, um frasco roxo com orelhas de gato para Yzla e uma caveira para Hadie.
– É só para o caso de você sentir saudades nossas – Harry explicou vindo me abraçar. – E para se lembrar que sempre estaremos com você aonde quer que for.
Olhei para cada um deles e meus olhos começaram a se encher de lágrimas.
– Oh Deuses, por favor, não comece a chorar! – Uma gemeu enquanto cruzava os braços. Aparentemente seu nível de meiguice tinha acabado.
– Não estou – Menti, fungando. – Definitivamente não estou chorando feito um bebezinho. Só caiu um cisco em meus olhos.
Anthony sorriu e com cuidado retirou a pulseira da caixa e a colocou em meu pulso direito antes de colocar um leve beijo na minha palma. Ele sempre tinha sido o mais carinhoso comigo entre todos os meus amigos e talvez o mais próximo a mim, fora Hadie. Anthony sempre sabia quando eu precisava dele, essa foi um dos motivos por termos namorado por quase quatro anos antes de terminarmos ano passado.
Ao contrario do que todos os outros esperavam, após o termino, eu e Anthony ficamos ainda mais próximos. O amor entre nós não desapareceu, apenas de transformou em algo novo e talvez até melhor.
Após alguns segundos, Anthony me solta quando nota que eu já estou melhor e me entrega a minha mochila, agora bem mais leve.
Yzla vem ao meu lado e checa toda a minha roupa e adagas, antes de colocar as mãos em meus ombros.
– Lembre-se de que se precisar de qualquer coisa é só mandar uma mensagem para a gente. Podemos dar um jeito de quebrar essa barreira estupida e iremos direto até você. – O relógio toca mais uma vez. Só mais meia hora. Yzla engole em seco. – Está quase na hora. Pronta?
– Não.
– Eu também não estaria. – Ela dá um sorriso torto. – E olha que sempre estou pronta para tudo.
– Ela não vai morrer hoje – Hadie diz vindo abraçar a namorada. – Vamos descer tudo isso.
Passo as alças da mochila pelos ombros e respiro um pouco mais leve do que de manhã.
Os corredores centrais e administrativos da Morada da Lua estão silenciosos de uma forma sinistra enquanto passamos por diversas escadas, mas o barulho do lado de fora fica mais alto enquanto descemos mais. Através das janelas, vejo alguns dos vilões com quem convivi desde pequena do lado de fora do portão principal.
Antes de virarmos no último corredor que dá para a escadaria que leva ao pátio, Uma para junto com os demais.
– O que... ai. – Uma me espreme em seu peito, abraçando meu corpo com força na privacidade relativa do corredor.
– Eu te amo, Nyaxia. Não esqueça nada do que eu falei. Não seja só mais um nome na lista dos vilões que eles expulsaram para cá – A voz dela tremula, e passo os braços ao seu redor, apertando com força.
– Vou ficar bem – prometo.
Ela assente, o queixo encostado no topo da minha cabeça. Ela era apenas alguns centímetros mais alta do que eu.
– Eu sei. Vamos logo.
Antes que ela pudesse recuar, cada um dos nossos amigos se juntou ao abraço e ficamos ali juntos por alguns momentos desfrutando do que seria o nosso último momento em um longo tempo se tudo ocorresse com o planejado.
– Já chega! Vamos antes que ela se atrase.
É tudo que Uma diz antes de se mexer para soltar-se do apertado abraço e seguir para o pátio lotado de vilões logo na entrada principal da fortaleza.
Meu pai estava conversando com meu padrinho, Hades, e com o Dr. Facilier enquanto o Capitão Ganho mostrava algo para Yzma e o Sr. Smee. Madame Mim estava parada sozinha e olhava para o céu enquanto acariciava um de seus passarinhos.
Todos pararam o que estavam fazendo quando nos juntamos a eles no pátio. Eu não sabia se estava pronta para isso, mas sabia que cada um deles tinha algo a me dizer antes da minha carona chegar.
E o primeiro a se aproximar de mim foi o Sr. Smee.
💫🐺⚔️❄️🖤
Quando a minha carona chegou, uma limusine preta brilhante, dois seguranças desceram dela e começaram a guardar meus pertences na mala sem cumprimentar ninguém.
Dizzy e Belle não conseguiram se conter e me abraçaram novamente com força.
– Divirta-se com as princesas!
– Experimente muito sorvete por nós!
– Vá a bailes!
– Arrume um namorado bem mais bonito que o Anthony!
Anthony que estava observando suas irmãs com um sorriso, bufou de indignação fingida antes de puxa-las para perto dele, enquanto eu apenas revirava meus olhos para as palhaçadas das meninas.
Eu não tinha ideia do que faria em Auradon sem elas duas.
– Irei tentar me divertir, mas não sei ainda sobre um namorado. – Disse indo abraçar cada um deles individualmente. – Cuidem um dos outros e qualquer coisa venham até a Morada da Lua. Este lugar sempre vai abrigar vocês.
– Sim, sim, mamãe. – Uma pegou minha mochila e jogou no porta-malas da limusine. – Entre nesse carro, vá para Auradon e viva uma vida luxuosa!
– Não se esqueça de assustar alguns príncipes! – Hadie acrescentou.
– E não se esqueça das poções que mamãe lhe ensinou – Yzla lembrou-me indo ficar ao lado do namorado.
– Ah, e diga ao Rei Fera que papai mandou lembranças e eu ele gostaria que o Rei Fera fosse empalado em uma das vigas do seu castelo – Gil disse enquanto gesticulava com as mãos como sempre fazia. – Do jeito que papai planejou fazer com ele há vinte anos.
– Fale bem de mim para algumas princesas – Acrescentou Anthony, olhando melancolicamente para o reino do outro lado do mar.
Eu ri, dando um sorriso triste para minha família.
– Eu vou voltar. Eu juro – Tentei tranquilizar todos eles. – E-eu não sei quanto tempo vai levar, mas eu vou voltar. Vou tirar todos vocês daqui.
– Nós sabemos.
Todos eles deram espaço para o meu pai se aproximar depois de um último abraço.
– Bem... então tudo o que resta é dizer adeus. – Meu pai afirma olhando no fundo dos meus olhos. – Sabe, eu e sua mãe sempre imaginamos como seria esse momento e mesmo assim... eu não sei bem o que dizer. Sempre nos perguntamos: Em que mundo você estaria segura sem nós? Quem poderia proteger você melhor do que nós? E com o passar dos anos, percebemos que só existe uma resposta para essas perguntas e a resposta é... você, Nyaxia. Você é mais forte do que imagina, filhote. Por favor, lembre-se que você é o legado que nossa família sempre desejou, a promessa que lutamos para proteger. Sua mãe e eu sempre estaremos junto a você, seja através dos traços do diabo em seu olhar, isso é meu, ou nas suas risadas que são tão parecidas com as de sua mãe.
Mesmo que sua voz não vacilasse ou que seus olhos não tivessem lacrimejando, eu sabia que meu pai estava com dor. Em vinte anos, nunca tínhamos ficado longe um do outro. Sempre fomos eu e ele.
As lagrimas que eu tanto tentará segurar me escaparam e com delicadeza papai as limpou antes de depositar um beijo demorado em minha testa.
– Esse reino uma vez quis ver você morta, mas um dia você, eu e sua mãe faremos dele o seu lar. E cada alma que deseja o seu mal, será aniquilada. Tão certo quanto o meu sangue que corre em suas veias, você voltará para mim. Você é e sempre será... a nossa esperança. Seja feliz, filhote.
– Eu serei feliz, papai. Eu prometo.
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bakrci · 6 months ago
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If the people who were supposed to protect you played so fast and loose with your life . . . then how did you survive? Not by trusting them, that was for sure. And if you couldn’t trust them, who could you trust? All bets were off.
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aviso de gatilho: violência, serpentes, mutilação.
Era de se pensar que eles teriam alguma vantagem, com tantas informações repassadas por Circe. Uma Guerra Esquecida. Deuses maquinando contra outros. Mortes incontáveis, tantas que os livros de registros deveriam “lotar toda uma sala”. Não que os deuses se importassem com a vida deles - eram apenas instrumentos para o alcance de um fim, Remzi bem sabia. Contudo, nem o filme ou projeção mais gráfica seria capaz de prepará-los para o que estava por vir. A inquietude que o acompanhou ao longo dos três dias na ilha persistia naquele pós retorno ao Acampamento Meio-Sangue. Era um ímã para desgraças, por que seria diferente quando a desgraça já estava prenunciada? Aliás, o sentimento tinha apenas se intensificado diante das palavras agourentas de Circe, como se estivesse pressentindo seu sucumbir naquela noite.
Era ainda cedo quando se colocou a postos, às margens da fenda, apoiado em Penumbra, o suor frio a escorrer-lhe pelas costas, ao mesmo tempo em que as mãos apresentavam um leve tremor. Ele já não ouvia as ordens de Lecomte àquela altura, mesmo que quem olhasse em sua direção o tomasse por alguém focado. A tensão dos músculos fazia com que se mantivesse teso, como se a fenda irradiasse, desde já, seu descontentamento em ser atacada, direcionado a todos aqueles que ousassem fazê-lo e àqueles que estavam ali para garantir que o feitiço fosse executado.
Assim que os cânticos começaram a ser entoados, a postura se endireitou. Gostaria de vedar o som das vozes dos Filhos da Magia, se pudesse, como se as palavras ditas fossem um convite para o desastre que se aproximava, tornando o Bakirci ansioso enquanto segurava a foice com mais firmeza, duvidando de sua capacidade de suportar o peso. 
Então, o estalo, acompanhado do tremor que o desestabilizou.
A partir daí, foi como se acompanhasse a ação de fora do próprio corpo, analisando a cena como um espectador desinteressado de cinema mudo. Os gritos dos semideuses o desconcentrariam, então tinha de focar no silêncio da própria mente. Um grito, no entanto, se sobressaía, vindo diretamente do interior da fenda.
Ele conhecia Campe, mas não com aqueles olhos.
A criatura traiçoeira avançou com suas extensões ofídias, varrendo alguns semideuses que encontrava no caminho. Ele devia ter dado mais atenção aos avisos de Circe, pois só agora reparava que nem todos eram atacados pelo monstro, que  parecia ter predileção por alguns campistas em específico.
Ao ouvir o sibilar de uma das cobras junto à lateral do rosto, soube que ela estava perto demais para que ele estivesse confortável. Por instinto, se virou com agilidade, erguendo a lâmina dupla na tentativa de decepar a cauda de escorpião do monstro, antes que o atacasse diretamente. Entretanto, o golpe apenas serviu para fazer com que fosse empurrado para trás por outra das extensões da besta, derrapando no terreno e caindo de costas no solo, colidindo com o ombro e a lateral do torso contra as rochas.
Não é real - não era o que todos vinham avisando? Mas, então, por que parecia tão realista?
Acompanhava de perto os esforços de Santi para conter a criatura, e até fez esforço para se juntar a ele, conjurando escudo a partir de suas sombras e mirando as adagas no quadril do monstro, para que atingisse a testa dos bestantes que saíam de sua cintura. 
Avançou uma vez mais empunhando a foice, dessa vez para ser repelido pelo rabo de escorpião que, com a força, o lançou contra o chão, os pulmões explodindo em dor quando o ar foi forçado para fora do corpo. O golpe foi brutal, e por um momento a visão do filho de Nyx escureceu nas bordas, os sons ao seu redor se tornando ecos distantes.
Ele tentou se levantar, as mãos escorregando no solo enquanto a força do monstro o mantinha preso. Penumbra estava fora de alcance, caída alguns metros adiante. O turco estendeu a mão em sua direção, convocando a foice de volta com um gesto rápido. A arma voou para sua mão, tendo o semideus girado com toda a força que lhe restava, acertando Campe em um golpe desesperado.
O som metálico de lâmina contra escama ressoou no ar, mas o monstro não vacilou. Suas armas, constatou, eram completamente ineficazes contra Campe, especialmente quando, no momento seguinte, inúmeras serpentes começaram a se assomar aos seus pés, vindas do monstro, afundando suas presas tóxicas em uma das pernas dele. Remzi soltou um grito involuntário, o veneno queimando através de suas veias como fogo líquido. A dor era excruciante, como se sua carne estivesse sendo corroída de dentro para fora.
Tentando ignorar o pânico crescente, ele conjurou sombras ao seu redor, tentando afastar o monstro o suficiente para que pudesse se reposicionar. Mas Campe era implacável. Outro golpe de sua cauda o atingiu, dessa vez diretamente no joelho, quebrando o osso com um estalo horrível que o assombraria para o resto da vida.
Remzi gritou; a perna cedendo sob seu peso no instante em que ele caiu de joelhos, incapaz de continuar lutando de pé. A dor era um borrão confuso, cada respiração uma luta, e o Bakirci sabia que precisava continuar se movendo ou estaria perdido. Porém, o corpo protestava, implorando pelo desligamento. 
O veneno injetado por um sem número de presas agiu rápido em seu sistema, ao ponto de não saber se o que via era real ou se estava alucinando - a cena caótica se desenrolando como se o tempo estivesse acelerado e desacelerado ao mesmo tempo.
Uma semideusa filha de Morfeu atingida no ombro pela cauda de escorpião.
Santiago sucumbindo junto com ele.
Seus irmãos, Damon e Alina, padecendo diante de uma hidra. 
E depois, uma voz: o segredo precisa ser revelado, o Silêncio irá cair e o Olimpo sucumbirá em conjunto.
O… Segredo?
Já não importava qual era. Ele nem estaria vivo para descobrir.
Os olhos já estavam se fechando sozinhos e Remzi já estava meio grogue - completamente envenenado, a visão embaçada e desfocada, a boca seca - quando sentiu alguém o arrastar para longe da batalha como o peso morto que tinha se tornado. Uma garota. Uma Caçadora da deusa da lua.
Não sentiu a terra tremer ou o mundo ser sugado para baixo, porque assim que se viu arrastado por Thalia Grace, ele se permitiu desistir e aceitar que tinha falhado, a escuridão tomando sua visão, o veneno corroendo sua carne... E então, finalmente, o alívio da inconsciência o envolveu.
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try not to look down on people who had to choose between death and disgrace.
Essa não é a primeira vez que Hécate usa vocês como marionetes, semideuses. Não é a primeira vez que a fenda se abre no acampamento, não é a primeira vez que um de vocês… Crianças dos Três Grandes são semideuses de ego elevado, de orgulho maior do que os próprios feitos… A fenda é obra de Hades e Hécate... Ambos estavam trabalhando juntos pois desejavam trazer à tona um segredo dos deuses…
A dor era insuportável. Remzi acordou com um grito preso na garganta, os pulmões falhando em puxar o ar enquanto uma queimação pulsava em sua perna. Ele tentou se mexer, mas qualquer movimento trazia uma nova onda de agonia. A sala ao seu redor era fria e escura, o som distante de murmúrios e vozes o alcançando como se viessem de muito longe.
O filho de Nyx piscou várias vezes, tentando clarear a visão turva. Estava deitado em uma maca improvisada, na enfermaria do Acampamento, seu corpo envolto em cobertores pesados para conter a febre. Mas nada disso importava. Tudo que ele conseguia sentir era a dor lancinante em sua perna. Quando seus olhos finalmente focaram, ele notou a mancha escura de sangue na lateral do colchão, onde a perna direita estava estendida.
Algo estava errado. Muito errado.
Remzi tentou mover o pé, mas não houve resposta. Ele se forçou a olhar para baixo, engolindo o nada quando viu o estrago. A perna estava enfaixada, a atadura saturada de sangue, e o inchaço era grotesco. Além disso, a pele estava descolorida, manchada de preto e azul, as marcas das mordidas das serpentes ainda visíveis ao longo de sua panturrilha. E o veneno... Ele sabia que o veneno ainda estava ali, se espalhando como uma praga, queimando tudo por onde passava.
Uma figura se aproximou dele, a silhueta alta e familiar de Quíron, o centauro com expressão grave, algo que Remzi raramente via. Ao seu lado, Esthis, filha de Poseidon, segurava um frasco de néctar com as mãos trêmulas, os olhos cheios de preocupação.
"Remzi," Quíron começou, sua voz profunda carregada de uma tristeza que o semideus não sabia decifrar. "A situação é grave. O osso se partiu durante a batalha. E o veneno... Se espalhou mais rápido do que conseguimos controlar. Nós tentamos, mas a sua perna... Ela não está reagindo aos nossos tratamentos."
O coração do semideus afundou. Ele olhou para Quíron, tentando entender o que ele estava dizendo, mas as palavras pareciam flutuar no ar, pesadas demais para absorver.
"O que quer dizer com isso?" Remzi perguntou, sua voz áspera devido à falta de uso, quase inaudível.
Quíron respirou fundo antes de continuar. "Se não agirmos agora... O veneno vai se espalhar para o resto do seu corpo. Já está começando a afetar outros órgãos. Se não cortarmos... Você não vai sobreviver."
Remzi piscou, o choque se espalhando pelo seu corpo como um golpe físico. Cortar...?
"Você quis dizer... amputar?" ele mal conseguia dizer a palavra, seus olhos fixos em Quíron, esperando que o centauro negasse, dissesse que havia outro jeito, qualquer outra solução. Mas não houve resposta.
Ainda assim, talvez o mais digno a se fazer fosse oferecer uma negativa, morrer como um dos seus, em decorrência de seus ferimentos. Porém, não pode deixar de pensar que até mesmo a honra de morrer em batalha os deuses haviam tirado dele. Por que não tomariam sua perna?
“Remzi, eu sinto muito…” foram as palavras de Essie, como se se desculpasse pelo que seus superiores estavam prestes a fazer, depois que ele anuiu, de maneira quase imperceptível, ao mesmo tempo que encarava o nada.
Sim. Teria sido melhor se tivesse morrido.
mencionados: @lleccmte, @aguillar, @notodreamin, @sonofnyx, @nyctophiliesblog, @essalis
para @silencehq e @hefestotv
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satrianova · 2 months ago
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─   (…)   𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝   𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫    ✴︎  com  @fromodins nos   corredores.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀a neve em hexwood fora recebida com surpresa por parte de katerina. o que veio depois era um misto paradoxal. gostava de ver a neve, visto que a fazia lembrar um pouco dos invernos rigorosos que via pelas janelas da casa coral; ainda assim, aquela materialização era um lembrete de que o feitiço primaveril que envolvia hexwood parecia ter sido balançado como um véu fino, cuja explicação poderia ligar-se aos recentes acontecimentos e o possível enfraquecimento comunal dos khajols. como sempre, apesar de tingir o coração de preocupação, preferia não externar tal desassossego; acreditava ser melhor em animar alguns dos seus. ter encontrado freyja nos corredores fora uma surpresa boa; kat tinha o sorriso bordado em seu rosto expandiu-se quando aproximou-se da amiga, a cumprimentando com um abraço apertado, desviando dela apenas a guirlanda que carregava — decorada em vermelho e cor de rosa — para a decoração própria. “ ei, você. está tudo bem? ” questionou, os meneios naturalmente maternos em sua essência. “ estava indo decorar minha porta com essa guirlanda! eu estava precisando de um pouco de cor. e onde a senhorita estava indo? ” a pergunta veio com certa curiosidade. com a chegada dos tempos de feriado, katerina vinha tendo algumas ideias em mente de possíveis explorações para os conceitos saturninos, esperando uma mudança de ares que vinha acompanhado da gelidez de fim de ano, que interrompia a primavera imperturbável. não perdera a oportunidade de laçar freyja por um dos braços, entrelaçando os cotovelos com o da amiga de olhos azulados. “ a neve foi… inesperada, não é? ” comentou, após um longo suspiro. já estava com as malas completamente recheadas quando receberam a notícia de que o momento de saturnália seria passado na academia, um acontecimento incomum ao longo dos anos na academia. “ nunca pensei que algo assim fosse acontecer por aqui. espero que não complique tanto assim a nossa viagem para zelaria. ” comentou, com o nariz meio torcido; ao que sabia, as estradas estavam empacadas e, ao contrário dos changelings, não tinham dragões à predisposição como locomoção entre ilhas. essa era uma das piores partes; tinha tantos, tantos planos!
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domquixotedospobresblog · 1 year ago
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A solidão resolveu viajar,foi de carro e depois de trem,mas estava sem ninguém,viajou com seu lindo barquinho,sempre sozinha,se escondeu em uma ilha bem distante,estava tão só quanto antes, não se encaixou em lugar nenhum, porquê em cada lugar que ela ia tinha tanta gente,que não poderia nunca ficar em meio a essa multidão,ficou quietinha naquela ilha deserta,mas também não pode ficar por lá,pois várias viajantes resolveram por ali descansar,ela já não tinha mais lugar pra ir,o homem já chegou ao fundo do oceano,e também a lua como viajante,Marte está logo ali,depois ele irá cada vez mais distante,a solidão tanto quis aparecer na vida das pessoas,que quando tentou se esconder já não tinha se quer uma pedra sozinha onde sentar,o mundo cada vez mais evolui,e não tem espaço para sentimentos que não sabem interagir, até aquela moça que antes não tinha quem abraçar,hoje abraçou tanto e fez outras tantas que carrega um tesouro nos braços,essa tal solidão,antes tão temida,já não tem lugar em nossas vidas,foi esquecida,por fim teve o fim que mereceu,o feitiço virou, cadê você que antes era minha única companheira, solidão, solidão,enfim ela sumiu.
Jonas R Cezar
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pips-plants · 4 months ago
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Benção de Circe - A visão
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Quando Pietra tinha cerca de 17 anos, ela embarcou em uma missão ao lado de dois outros filhos da magia para restaurar um equilíbrio mágico que tinha sido perturbado. Sem saber exatamente o que estava em jogo, descobriram que sua tarefa envolvia recuperar um cálice mágico pertencente a Circe e devolvê-lo à sua ilha em segurança. A deusa, um tanto impressionada com o esforço e os poderes da menina, tentou persuadi-la a permanecer em seus domínios, oferecendo-lhe a oportunidade de aprimorar suas habilidades mágicas e aprender diversos feitiços nunca sido feitos pela semideusa.
No entanto, Pietra tinha uma âncora preciosa: não desejava se isolar da nova família e viver como acólita isolada em uma ilha.
Mesmo negando a oferta inicial, Pietra lhe pediu algo que pudesse lhe ajudar a ser uma feiticeira melhor, qualquer ajuda seria útil, de livro mágicos a conselhos... Este pedido despertou a curiosidade da deusa imortal. Embora Circe estivesse ansiosa para manter Pietra sob sua influência, ela decidiu conceder-lhe algo que pudesse incentivar a semideusa: Um elegante livro de couro para usar como seu grimório.
Ao receber o grimório, Pietra ficou radiante passando os dedos pelas paginas em branco, pois sempre havia sonhado em ter um livro próprio para registrar seus feitiços e encantamentos. No entanto, Circe lhe ofereceu algo ainda mais precioso. Com um olhar penetrante e uma voz suave, a deusa disse:
"Sob a proteção dos encantos que te dou, que nunca te percas nem nas noites mais escuras. Que mesmo quando as sombras se tornarem densas e o caminho parecer oculto, tua visão e teu discernimento permaneçam claros e precisos como as artes mágicas."
Com essa benção, a filha de Hécate ganhou a capacidade de enxergar caminhos mesmo nas noites mais escuras, era só ter o destino que queria chegar em mente e a magia em suas veias procuraria uma maneira de guiá-la para onde desejava, a livrando de perigos ou emboscadas.
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memoryremainsl · 7 months ago
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closed starter - @opiummist local: praia.
"Eu preciso conversar com alguém sobre isso, não vou aguentar ficar com essa loucura dentro da minha cabeça." A voz era sussurrada para Fae, como se um grande segredo estivesse prestes a ser proferido em busca de paz. Mas não existe segredo se a informação se torna compartilhada para mais de uma pessoa. "Eu não sei se você vai acreditar nisso, se vai entender o que eu quero dizer, mas acho que tem algo de errado com uma pessoa específica do chalé de Hécate." Os olhos azuis se conectaram à feição da filha de Hipnos, o medo pairando ao redor de seu semblante, demonstrando a complexidade do assunto que viria a tratar. Desde a visão que obteve durante o treino de feitiços, sentiu parte do sentimento que cobria os semideuses, alcançar seus pensamentos. Não era rotineiro que teorizasse sobre algo ou que até mesmo se vinculasse com as preocupações gerais dos campistas, sempre aderindo à posição de telespectadora, com a estranha certeza que logo retornaria para sua ilha e deixaria aquele caos para os semideuses que aceitavam aquelas condições. Mas tinha algo muito errado. Sentia que um dos poucos valores que carregava estava em risco por um descuido ou por uma má intenção. Chamar Fae para terem aquela conversa era como um grito de socorro, uma repartição da responsabilidade daquela confidência. "Eu acho que sei quem é o traidor. Ou ao menos quem está ajudando."
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