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Starlight Court Dreamer
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"Às pessoas que olham para as estrelas e desejam... Às estrelas que ouvem e aos sonhos que são atendidos."
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starlight-court-dreamer · 27 days ago
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 6 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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💫🐺⚔️❄️🖤
Nyx tentou não bufar quando viu o quarto de Audrey. Não que o quarto fosse feio ou algo do tipo, na verdade era bem o oposto. Ele era gigante e tudo gritava... princesa. Havia duas camas de dossel no tamanho casal, uma na frente da outra com um corredor de quase três metros distanciando as duas, uma penteadeira gigante com vários frascos por cima, uma lareira, em frente a maior janela havia um canto de leitura e até havia uma mini área de estar com uma mesa de centro, um sofá e duas poltronas, uma rosa e uma branca. Em frente a outra janela, havia uma mesa redonda, com quatro cadeiras, que Nyx imaginou ser para estudar.
O que mais se destacava era que o quarto era quase completamente rosa. Parecia que o quarto tinha sido pintado com todos os tons de rosa possíveis.
Mas dava para ver que o quarto tinha sido modificado para sua estadia. A sua cama era completamente branca com algumas partes de madeira maciça em sua cor original e parecia haver um kit de boas-vindas em cima dos cobertores brancos, com direito a uma mochila e um notebook fornecido pela escola.
– Então? – Audrey perguntou ao lado de Ben enquanto ambos observavam Nyx explorar o quarto. – O que você achou?
Nyx sentou-se na cama macia e encarou novamente o quarto. Seu quarto na Morada da Lua tinha um tamanho semelhante a esse, e a lupina sabia que tudo o que ela tinha era devido as pessoas ainda leais ao seu pai que moravam em Auradon e que enviavam tudo que ele pedia para a Ilha, de forma contrabandeada, é claro. 99% das pessoas naquela ilha viviam de forma completamente precária... viviam entre paredes sujas, colchões duros, com buracos e cobertores finos e surrados... sem falar da comida podre e cheia de vermes.
Ao longo dos anos, seu pai conseguiu proporcionar melhorias para seus amigos, de formas sutis. Colchões melhores, mas que pareciam apenas na aparência sujos e mofados. Roupas boas e quentes. Refeições completas na sala de jantar da Morada da Lua sempre à disposição.
Não era possível ser tão aparente com as mordomias, já que nem todos os pais de seus amigos eram leais ao seu pai, mas mesmo assim Nyx e Elijah tentavam tudo ao seu dispor para dar uma vida melhor para os amigos de Nyx. Alguns até tinham se mudado permanentemente para um dos quartos ao lado de Nyx, como Gil, Uma, Harry, por exemplo. Os demais também tinham seus próprios quartos no castelo, mas apenas passavam alguns dias por semana neles.
– É ótimo, Audrey. Muito rosa... no nível de um unicórnio vomitou em todo esse quarto mas esqueceu que existem outras cores além do rosa..., mas ótimo. – Nyx afirmou. – Obrigada por me deixar ficar com você. É muito generoso da sua parte. – O elogio pareceu pegar Audrey desprevenida. Ela parecia ter visto um fantasma. Nyx levantou uma sobrancelha para Ben e apontou para Audrey. – Ela está bem?
Ben deu de ombros e gentilmente cutucou Audrey no ombro, tentando chamar sua atenção.
– Audys? Você está bem?
Audrey assentiu lentamente, sua expressão chocada não desapareceu.
– É, estou bem. É que... para alguém criado pelo Grande Lobo Mau, você não é... – Audrey parou de falar, sem saber como terminar a frase. Mas Nyx entendeu completamente o que ela queria dizer.
– Eu não sou uma assassina sanguinária? Ou quem sabe um monstro sem alma devoradora de corações? – Terminou Nyx, divertindo-se com o choque em seus rostos. Audrey preferiu apenas se manter calada e confirmar com a cabeça enquanto Ben não dizia nada. – Ok, vamos lá. Meu pai pode não ser a pessoa mais popular por aqui, mas muitas das coisas que ele fez, muitas das pessoas que ele matou, foi com o intuito de proteger a nossa família. Muitas das coisas que vocês sabem... não são completamente verdade. E assim como uma moeda tem dois lados, toda história também tem. Não vou dizer que meu pai é um santo ou qualquer coisa do tipo, sei que ele não é. Mas também não irei dizer que tudo que ele fez é só pela maldade em seu coração.
Nyx entendia de verdade o medo que as pessoas tinham pelo seu pai. Ele não era chamado de –O Grande Mau" atoa.
Elijah Badwolf já tinha destruído vilas inteiras no passado, assassinado dezenas, centenas de pessoas ao longo de seus séculos de existência.
– O que vocês precisam saber é que se não me derem motivo, eu com certeza não matarei ninguém. Mas, se por um momento eu perceber que estou sendo ameaçada ou corro perigo de vida, vocês não vão gostar do que vai acontecer. Antes de qualquer coisa, eu sou uma loba, e irei atacar e me defender como uma loba. – Nyx se levantou e andou até ficar na frente do casal. – Vocês não têm absolutamente nenhuma razão para confiar em mim. E talvez todas as células em seus corpos estejam dizendo que vocês não deveriam. – Nyx sorriu suavemente, mostrando sutilmente seus caninos alongados. – Mas vou tentar garantir que vocês possam sempre confiar em mim. Eu prometo.
Audrey e Ben olharam entre si por um breve momento, antes de voltarem a encarar a loba.
– Acho que podemos trabalhar com isso.
Depois disso, Audrey mostrou a Nyx onde ficavam todas as coisas e onde ela poderia guardar seus pertences, que não demoraram a chegar.
Como Nyx esperava, todas as suas armas (adagas, facas de caça e espadas) tinham sido recolhidos, mas, para a alegria da loba, os frascos com poções e venenos que Yzma e seu pai lhe deram ainda estavam lá.
Depois de ter certeza que tudo estava bem, o futuro rei se despediu e foi embora alegando que tinha algumas coisas para fazer. Nyx e Audrey não se importaram, a princesa pediu a um dos servos da escola/castelo para o almoço ser servido em seu quarto e elas aproveitaram o tempo sozinhas para discutir sobre o tópico em comum que tinham descoberto durante o mini tour que a princesa de Roselle tinha feito. E nem perceberam o sumiço do príncipe Ben.
O assunto em comum?
Livros de romantasia. Com muitas, muitas, muitas cenas para maiores de dezoito anos.
💫🐺⚔️❄️🖤
Perto do pôr do sol, a diretora do Instituto tinha chamado Nyx para sua sala. Aparentemente, ela tinha sido a última a ser chamada dos cinco filhos dos vilões, e a diretora queria falar com cada um individualmente sobre sua agenda no Instituto.
A Fada Madrinha começou explicando que o Instituto nos primeiros dez anos de reinado do Rei Fera funcionava apenas como ensino médio, mas que depois foi transformado em uma escola completa, indo desde o fundamental até os cursos preparatórios antes das universidades.
A parte do fundamental era localizada em outro prédio, afastado dos prédios principais, por isso Nyx muito raramente veria qualquer criança circulando pelos prédios principais, e recebia principalmente crianças que moravam na capital de Auradon e adotava o turno matinal.
A partir do ensino médio os turnos seriam integrais e as crianças tinham a opção de morar nos dormitórios do Instituto. E explicou que a maioria das pessoas chamava essa área do Instituto de Auradon Prep.
E finalmente havia o Instituto, o lugar que Nyx e os demais jovens adultos da sua idade iriam estudar. O nome oficial era Instituto Fonte Rubra e o treinamento durava três anos. Durante esse período, os alunos tinham acesso a diversas aulas mais avançadas que poderiam chegar a níveis universitários, que iam desde História de Auradon e Culinária para Iniciantes até Engenharia e Mecânica Avançada.
Em seguida, a Fada Madrinha quis saber mais sobre as experiências escolares de Nyx na Serpent Preparatory School, sua antiga escola na Ilha, e sobre seus interesses.
Como esperado pela loba, a Fada Madrinha ficou igualmente encantada e surpresa ao ser informada de que a filha do Grande Lobo Mau falava fluentemente doze idiomas: inglês, francês, norueguês, italiano, espanhol, latim, grego, russo, alemão, português, sueco e dinamarquês. Assim como ficou surpresa por saber que a jovem fora aluna de Yzma, Madame Min e Hades por mais de uma década.
Por fim, a diretora entregou a Nyx um papel mostrando que aulas ela poderia escolher participar, fora as obrigatórias, durante o seu primeiro ano no Instituto e reforçou que suas portas estavam abertas para qualquer dúvida ou problema.
💫🐺⚔️❄️🖤
Os corredores do castelo/escola/palácio ainda estão quase cheios quando Nyx volta mais tarde naquela noite depois de se despedir da Fada Madrinha.
A fada tinha sido uma surpresa agradável para a loba. Além de gentil, ela tinha sido bastante compreensiva com as necessidades selvagens da loba, o que levou Nyx a começar a desenvolver um sentimento de possível confiança.
Já fazia muito tempo desde que o sol se pôs, mas o saguão estava iluminado pelo brilho suave das lâmpadas amareladas enquanto alguns alunos se dirigiam para seus dormitórios. Nyx caminha pelas sombras, não querendo ser vista por mais ninguém enquanto volta para o quarto que ela dividia com Audrey.
– Você voltou! – Audrey pula da cama, já vestida com short e camiseta de dormir, ambos rosa, o alívio estampado em seus olhos e em seu sorriso quando vê Nyx.
– Voltei – diz, tranquilizando-a. – Não se preocupe, você ainda vai me ver por aqui muitas vezes.
– Como foi com a Fada Madrinha? – pergunta, sentando-se na beirada da cama cheia de travesseiros. Nyx faz o mesmo na própria cama, ficando de frente para a princesa. – Foi legal?
– Ela me deu uma lista de matérias para cursar que eu posso escolher até amanhã pela manhã. Falou algumas coisas sobre minhas notas na minha antiga escola e perguntou alguns dos meus hobbies. Nada muito ruim.
– Vou te ajudar a escolher – ela promete. – Eu conheço praticamente todos por aqui e se eu vou ser sua amiga aqui em Auradon, prefiro que não fique pairando nas sombras tramando algo.
A boca de Audrey se curva em um sorriso irônico.
– Vou fazer o possível para não matar ninguém nas próximas semanas. – Nyx sorri de volta. – Quero ler alguns daqueles livros com morenos sarcásticos e com um passado trágico que você tem escondidos antes de voltar para a Ilha por assasinato.
Audrey ri enquanto se estica e pega seu e-reader, aconchegando-se na cama.
– Você precisa se atualizar. Agora tô lendo um sobre um sensível homem dragão que tem dois paus e sabe como usá-los – fala, abrindo a capa rosa do dispositivo. – Uma língua bifurcada também. E uma cauda muito talentosa. Então mais respeito, por favor.
Nyx cai na gargalhada e apoia seu peso na mão esquerda, e ela escorrega para baixo do travesseiro.
Ela encontra algo ali.
– Vou querer ler esse depois – Nyx diz. – Mas primeiro quero ler o do trio de feéricos gostosos. Ele parece interessante.
– Fique à vontade – Audrey responde já concentrada em seu livro. – Eu já pedi o jantar, deve chegar em uns 30 minutos. Espero que não se importe de comer sushi.
Nyx diz que não se importa e tira o objeto, um livro, de debaixo do travesseiro (um livro não, uma cardeneta) com um bilhete dobrado que diz Nyaxia na caligrafia da sua mãe. Com uma mão só, abre o bilhete.
Nyaxia,
Fiquei tempo o bastante para ver você chegar a Auradon e você estava perfeita, meu amor. Não posso ficar mais. Precisam de mim em casa... seu pai precisa de mim em casa, e, mesmo que pudesse ficar, não seria certo me aproximar de você. Deixei isso na sua cama sem ninguém ver. Espero que saiba que tenho muito orgulho de ser sua mãe, mesmo que eu ache que você deveria ter arrancado a cabeça daquela lagartixa quando teve a chance. Sabia que sua chegada foi transmitida na Ilha? Teria sido maravilhoso observar a cara da Malévola enquanto todas as suas esperanças de fuga iam para o lixo com a morte de sua única filha. De qualquer forma, seu pai escreveu isso para mim alguns meses depois de nos conhecermos. Isso me salvou, e pode salvar você também. Acrescentei minhas próprias pitadas de sabedoria adquiridas a duras penas, mas a maior parte é toda dele, e sei que ele gostaria que você ficasse com isso. Ele ia querer que você aprendesse.
Com amor,
Mamãe
Nyx engole o nó que tinha se formado em sua garganta e deixa o bilhete de lado.
Audrey ainda estava consumida pelo seu livro e, pelo cheiro que Nyx estava sentindo vindo da princesa, o livro tinha chegado em uma cena bastante picante.
Com cuidado, Nya abre a capa e vai para a primeira anotação.
Violência,
Você é uma coisinha cruel e travessa, então vai sobreviver. Talvez não tão espetacularmente quanto eu, mas ninguém se compara a mim, não é mesmo? Brincadeiras à parte, isso é tudo que aprendi sobre o seu pedido. Mantenha o diário em segurança. Mantenha escondido. Lembre-se: você é invencível, inquebrável, imparável e inabalável. E o mais importante... você é minha.
Continue a treinar combate corpo a corpo, nunca podemos confiar completamente na nossa magia. A magia pode ser maravilhosa, mas não é. Ela é falha. Uma flor aqui, um veneno ali e um ser extremamente poderoso magicamente fica a ver navios e pode ser derrotado rapidamente.
Aqui vai um segredo: aprenda tudo sobre anatomia humana, os melhores assassinos e guerreiros sempre conhecem todos os melhores pontos para incapacitar e causar dor.
Elijah
Nyx prende a respiração e devora o restante do registro, sentindo alegria florescer. Mesmo distantes, seus pais ainda estariam com ela.
Um sorriso lento se espalha por seu rosto e quando a comida chega, um plano já está em formação em sua mente.
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Nyaxia poderia até ser uma loba e naturalmente uma pessoa noturna, mas se tinha uma coisa que ela considerava sagrada era sua hora de sono e ela não gostava de ser acordada no meio do seu sono de beleza.
Irritada, a loba jogou os lençois para fora do corpo e com cuidado saiu da cama e foi em direção a janela ao lado da cama de Audrey, que ainda se encontrava em sono profundo.
A janela do quarto de Audrey, e agora o quarto de Nyx, dava para uma das saídas da escola e inicialmente a loba apenas viu uma escuridão quase que total, embora um poste ou outro ainda estivesse ligado e emanando uma luz fraca. Mas não demorou muito para que seus ouvidos escutassem novamente o barulho irritante causador de seu despertar.
Os olhos de Nyx adquiriram um tom dourado enquanto ela abria a janela com delicadeza e observava com incredulidade os outros quatro filhos de vilões residentes em Auradon atravessarem o jardim e se encaminharem em direção a saída da escola que seguia para a estrada que levava a cidade capital do reino.
– Não é possível... – sussurrou Nyx, vendo Carlos tropeçar no meio do caminho e quase derrubar Evie. – Nós não chegamos nem a vinte e quatro horas...
Nyx não achava que Mal era tão burra ao ponto de tentar roubar a varinha da Fada Madrinha no meio da noite do primeiro dia deles em Auradon. Mas conhecendo o histórico da pequena lagartixa, a loba sabia que não deveria estar tão surpresa assim.
Sem pensar muito ou mesmo trocar seu pijama (uma regata branca surrada, um top rendado que tinha ganhado de sua tia no seu aniversário e um short de dormir bem pequeno) por algo melhor ou mesmo pegar um sapato, Nyx saiu pela janela, tomando cuidado para fechar ela de volta, e pulou.
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Mesmo que fosse uma queda de quase quatorze metros.
Ainda sem pensar muito, Nyx se despiu e com pouco esforço deixou a transformação assumir. E assim como era natural para ela o simples ato de respirar, Nyx deixou que seu corpo voltasse a sua natureza mais básica.
Nas primeiras vezes que ela tinha se transformado, a dor e a agonia eram constantes, mas com o decorrer do tempo a transformação se transformou em algo gostoso e esperado. Era quase como se alongar depois de passar horas em um lugar apertado.
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Era libertador.
Era a definição física de paz.
Nyx se espreguiça satisfeita por se transformar novamente e em seguida pega suas roupas com seus dentes, com cuidado para não rasgar nada, e começa a seguir Mal e sua turma noite adentro.
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Demorou mais de uma hora de caminhada/corrida antes que Mal e seus companheiros chegassem ao seu destino.
O Museu de História Cultural.
Lugar onde a varinha da Fada Madrinha se encontra guardada.
Enquanto os vilões em formação procuravam uma entrada mais distante da entrada principal, Nyx se transforma de volta e veste suas roupas.
Andando nas sombras, a loba se aproximou o máximo que pode e ficou vigiando eles. Ela ainda não sabia o que faria ou mesmo se faria alguma coisa, mas mesmo que não fizesse nada era bom ficar de olho neles.
Passaram alguns bons minutos antes que Jay achasse uma porta que levava a sala de vigilância do Museu. E passou-se mais alguns minutos antes que Mal achasse algum feitiço de invisibilidade para encobrir seu grupinho das câmeras.
Mesmo não conseguindo mais ver os ladrões, Nyx os seguiu pelo cheiro. Ela foi rápida em entrar pela mesma porta, rápida como um raio e sempre nas sombras, e passar pelo segurança que dormia em cima do suporte em que a roca de fiar da mãe de Mal estava.
Roca essa que era a coisa mais brega que Nyx tinha visto em um longo tempo. Talvez até mais brega do que os estandartes longos em azul e amarelo com o símbolo da fera que cobriam uma parte da parede da sala de vigilância.
Sem se demorar, Nyx continuou a seguir o odor que Mal deixou para trás e os seguiu. Ela passando pela galeria dos vilões, onde estátuas de cera dos mais temidos vilões estavam, incluindo a estátua de seu pai em sua transformação mais temida.
A quantidade de detalhes e precisão era impressionante e se a estátua não tivesse cheiro de cola velha e tivesse algum batimento cardíaco, Nyx poderia até pensar que seu pai estava diante dela.
A loba deu uma olhada ao redor e seguiu pelo corredor atrás dos cheiros horríveis dos futuros ladrões. Não demorou muito para encontrá-los em um salão utilizando apenas para guardar a varinha mágica.
Varinha essa que se encontrava suspensa magicamente no ar e cercada por um campo de força mágico.
Nyx chegou bem a tempo de ver Jay ultrapassar o corrimão e estender a mão em direção a varinha.
Como esperado pela loba, os dedos do filho do Jafar não chegaram nem a encostar na barreira antes dele ser arremessado para trás e bater no chão com força.
Um alarme estridente começou a soar pelo museu e todos os jovens, principalmente Nyx, taparam os ouvidos, estremecendo.
– Um campo de força e uma sirene? – Carlos zombou alto.
– Isso é um pouco excessivo! – Jay gemeu de sua posição no chão, sentando-se.
Nyx revirou os olhos antes de examinar a sala em busca da melhor rota de fuga. Ela poderia voltar por onde veio, mas seria mais arriscado. Seus ouvidos doíam por conta das sirenes, mas mesmo assim ela conseguiu ouvir o segurança na sala de controle despertando e começando a correr naquela direção.
Seguindo seus instintos e ainda coberta pelas sombras da noite, ela correu silenciosamente pelo museu, passando sem ser detectada pelo segurança desesperado, até que achou uma janela entreaberta e pulou, novamente sem se importar com a altura.
No chão, rapidamente se despiu, transformou-se e começou a correr de volta para a escola.
Aquilo tinha sido uma grande perda de tempo sem precedentes.
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De volta à Auradon Prep., Nyx entrou pela porta da entrada principal, que por algum motivo desconhecido estava destrancada, e seguiu em direção ao refeitório e, então, caminhou até a cozinha de lá.
Ela já tinha jantado, é verdade, mas Nyx era uma loba e sempre estava com fome devido ao seu metabolismo super rápido. Ela e seu pai sempre estavam com fome e sempre estavam comendo algo ao longo do dia, sua mãe sempre comentava como achava aquilo estranho, principalmente porque nenhum dos dois lobos parecia engordar absolutamente nada.
Como tudo em Auradon, a cozinha estava impecável e diferente de tudo que a loba já tinha visto na vida. As mesas de metal e a geladeira pareciam refletir tudo no cômodo e as panelas e frigideiras estavam penduradas com tanta precisão que Nyx quase sentiu como se estivesse invadindo algum tipo de área sagrada.
Seu estômago roncou alto e a lupina saiu do transe, indo direto para o armário mais próximo e xingando quando tudo o que viu foram tigelas e panelas menores. Nyx se abaixou para verificar o armário de baixo, apenas para encontrar a mesma coisa. Ela gemeu com um leve gemido quando uma voz soou atrás dela.
– Verifique os armários perto da geladeira. – Nyx gritou com a presença repentina, pulando e batendo a cabeça no balcão acima no processo. Ela se virou para ver Ben, que estava lutando contra uma risada de sua reação, parado na entrada da cozinha. – Você está bem? – Ele perguntou, tentando conter sua risada.
Nyx lançou-lhe um olhar irritado, esfregando a parte de trás da cabeça, sem entender como o futuro rei tinha chegado perto dela sem ela ter escutado ou mesmo sentido seu cheiro antes.
Com certeza deveria ser devido a fome.
– É – , ela murmurou amargamente. – Estou bem.
Ben entrou na cozinha completamente com passos suaves, acalmando-se.
– Desculpe-me por assustar você. – Ele suspirou, indo até a geladeira. – Mas todas as coisas boas estão ao redor da geladeira.
Ele abriu uma das portas da geladeira e cuidadosamente removeu uma bandeja de mini bolos de chocolate. Nyx se juntou a ele na geladeira e seus olhos se depararam com uma caixa de frutas de aparência estranha.
Curiosa, ela estendeu a mão e pegou a caixa, examinando-a. Pareciam morangos, mas eram brancos em vez de vermelhos. E Nyx sabia que os morangos deveriam ser vermelhos.
Grande parte das frutas na Ilha eram tão cobertas de mofo que você mal conseguia ver através da penugem, embora ela nunca teve que comer nada parecido devido ao seu pai. Mas mesmo assim, ela não entendeu que fruta era aquela.
Talvez fosse um morango ainda verde?
– As pessoas em Auradon costumam comer frutas verdes? – Ela perguntou a Ben curiosamente.
Ele riu e balançou a cabeça, pegando uma fruta do recipiente.
– Não, não. Não são morangos. São morangos-abacaxi.
A explicação dele fez Nyx levantar uma sobrancelha nada impressionada.
– Qual é a diferença? – Ela perguntou enquanto Ben mordia a fruta branca, aparentemente saboreando o gosto. Ele terminou antes de jogar o talo na lata de lixo atrás dele.
– Bem, eles são uma espécie híbrida dos morangos clássicos. Eles têm gosto de abacaxi, mas um pouco mais azedo. Aqui... – Ele empurrou a caixa um pouco em direção a ela. – Experimente um.
Nyx olhou para a caixa por um momento antes de pegar um e experimentar.
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Os morangos híbridos eram bons, mas Nyx ainda preferia os morangos normais. E mesmo que os morangos vermelhos presentes na cesta de frutas estivessem verdadeiramente doces, nada poderia se comparar aos deliciosos bolos de chocolate.
Ben observou, divertido, enquanto Nyx cortava pedaços de morango para colocar ao redor e em cima de vários bolos de chocolate com recheio de chocolate que ela tinha empilhado previamente em um prato grande.
– Então, quais os tipos de comida que você tinha acesso na Ilha, exatamente? – Ben perguntou enquanto ela continuava a juntar as peças do arranjo.
Nyx fez uma pausa, olhando para ele com uma sobrancelha erguida.
– Depende. Você está se referindo às comidas que estavam tão cobertas de mofo que às vezes eu não conseguia distinguir uma maçã de uma laranja ou está se referindo às comidas que meus amigos muitas vezes não têm acesso por conta de seus próprios pais egoístas?
Ben hesitou, sem saber como responder. Ele corou de vergonha, claramente sem perceber o quão ruins as coisas na Ilha estavam.
Nyx sorriu suavemente, cutucando-o.
– Relaxa. Estou brincando com você.
Ben suspirou aliviado quando Nyx colocou outro pedaço de morango na boca.
– Eu sei que vocês pertencentes à realeza de Auradon não têm ideia de como é viver em algo que não seja puro luxo. – A voz de Nyx estava provocando enquanto ela olhava para Ben novamente, apenas para parar ao ver o olhar triste e pensativo em seu rosto. Nyx se endireitou, esquecendo-se de seus bolos de chocolate e se virando para encará-lo completamente. – Você está bem?
Ben abriu a boca para responder antes de fechá-la novamente, pensando por mais um momento.
– Sinto muito. – Ele finalmente deixou escapar. – Sinto muito por ter demorado tanto para tirar vocês da Ilha. Sinto muito que todos vocês tenham ficado presos lá em primeiro lugar. Eu queria fazer mais. Eu deveria ter feito mais e ainda preciso fazer mais. Eu... – Nyx estendeu a mão, agarrando seu braço gentilmente.
– Ben! Ben, ei, pare – Ela se moveu para agarrar os dois braços dele, sacudindo-o levemente. – A Ilha não é sua culpa. Nós estarmos na Ilha não é sua culpa. Ben, você é quem nos libertou! Por que você acha que qualquer coisa que aconteceu conosco é sua culpa?
Ben gaguejou por um momento, balançando a cabeça.
– Eu queria tirar todos vocês da Ilha há tanto tempo. Eu tive tantas oportunidades de falar sobre isso com meus pais, mas sempre que eu falava sobre a Ilha, meu pai sempre ficava tão... – Ben parou de falar, não querendo falar mal do pai, mas sem saber como descrevê-lo. Nyx inclinou a cabeça levemente, dando de ombros.
– Bestial? Selvagem? – Ela adivinhou. Ben riu e assentiu, inclinando-se contra a mesa.
– É – Ele suspirou. – Mais ou menos.
Nyx assentiu em compreensão. Ela pensou por um momento antes de dar de ombros.
– Bem, meu pai sempre vira uma fera quando alguém menciona a Malévola ou seu pai, então acho que temos algo em comum. – Nyx tentou aliviar o clima. Ben riu baixinho, subindo na mesa para sentar-se nela.
– É, acho que sim. – Ele respondeu suavemente.
Houve um momento confortável de silêncio enquanto Ben colocava um dos mini de bolo na boca e Nyx voltava para sua tigela de morangos e bolo. Depois que ele engoliu, Ben sentou-se um pouco mais ereto e se virou para Nyx novamente.
– Conte-me sobre o resto da sua família. – Ele declarou de repente.
Nyx fez uma pausa enquanto mastigava um pedaço de bolo com bastante recheio, dando a ele um olhar curioso.
– O quê? – Ela perguntou, sua voz abafada pelo recheio.
Ben riu da combinação de suas bochechas inchadas e testa franzida.
– Sua família – Ben repetiu. –Eu quero saber sobre eles.
Nyx engoliu o pedaço de bolo em sua boca e limpou seu rosto com as costas de sua mão.
– Por quê? – Ela perguntou sem entender.
Ben deu de ombros com indiferença.
– Bom, se vou trazer todas as crianças da Ilha para cá, vou precisar saber do que elas gostam para poder acomodá-las adequadamente. Por que não começar com sua família?
Nyx fez uma pausa, pensando na lógica dele. Ela entendeu de onde ele estava vindo e foi incrivelmente gentil da parte dele querer fazer acomodações para todos. Nyx sorriu suavemente para o gentil príncipe, se puxando para cima da mesa também.
– Bem... – Ela começou, chupando o resto do chocolate do recheio de seus dedos antes de se inclinar para trás. – Para começar, nós lobos não nos referimos a nossa família como família, mas sim como matilha. Então... Eu tenho um irmão, Hadie. Ele é dois dias mais novo do que eu. Não somos realmente irmãos de sangue, mas como o pai dele, Hades, é meu padrinho e um amigo muito próximo do meu pai, a gente foi criado junto, dividimos o mesmo berço até. Hadie é meu melhor amigo e não teve um único dia nos últimos vinte anos que estivemos separados, eu não saberia o que fazer sem ele. – Nyx sorriu tristemente antes de continuar. – Hadie sempre estava lá por mim, não importa o que fosse. Ele estava lá na minha primeira transformação e nas transformações seguintes. Toda vez que eu estava muito cansada e só queria desistir, Hadie estava lá. Ele... ele é a outra metade da minha alma. Minha mãe costumava brincar que temos a mesma alma dividida entre dois corpos.
Ben escutava tudo com um sorriso doce no rosto e um brilho no olhar enquanto Nyx contava sobre seu irmão.
– Em seguida tem a Uma, prima do Hadie por parte de mãe e minha melhor amiga, minha irmã mais velha, na verdade. Ela é mais velha que eu por alguns meses. Ela é a capitã pirata do nosso grupo e está sempre tentando mandar em todos nós. Uma pode ser fria e grossa de primeira, mas tem um coração gigante e faria qualquer coisa pelas pessoas que ama. Também tem o Harry. Ele e a Uma tem esse lance louco há anos, mas nunca realmente admitiram nada, para a decepção dele. Harry é apaixonado pela Uma desde que eu me entendo por loba, mas ela nunca deu o braço a torcer. De qualquer forma, ele é uma das pessoas mais doces e engraçadas que eu conheço. Está sempre pronto para nos fazer rir. – Nyx riu suavemente ao se lembrar de Harry e suas piadas.
– Também tem o Gil. Ele é meio bobo e atrapalhado, mas é incrivelmente doce e carinhoso, considerando que ele é filho do Gaston. Gil não se parece em nada com o pai... os dois não poderiam ser mais diferentes do que água e óleo. Tem também a Yzla, a maior cientista que esse mundo um dia verá. Ela é super engraçada e é uma lutadora formidável. Hadie e Yzla namoram há quase três anos, e são o casal mais fofo. Obviamente, fui eu que tive que juntar os dois. O que Hadie tem de carinhoso ele tem de teimosia. Demorei quase dois anos para fazer ele entender que Yzla estava a fim dele. Gil e Yzla também são mais velhos do que eu, mas apenas por dois e três meses, respectivamente.
Nyx parou por um instante para beber um pouco d'água que Ben tinha pegado para ela durante sua descrição.
– Por fim, mas não menos importante, no quesito de filhos de vilões, tem o trio Tremaine. Tem a Dizzy, a melhor designer que já conheci. É ela que costura e cria quase todas as minhas roupas. Um doce de menina. Ela tem quinze anos, vai fazer dezesseis em alguns meses. Também tem o Anthony, ele é mais novo do que eu por apenas um mês. E é o maior flertador que você já conheceu na vida. Se houvesse uma festa, ele voltaria para casa na manhã seguinte cheirando a uma garota diferente a cada vez. – Nyx riu suavemente ao se lembrar de Anthony tentando defender suas ações. – "Eu tenho necessidades, meu bem!" era sempre sua desculpa. – Nyx baixou a voz dramaticamente, zombando de seu ex-namorado. Seu sorriso ficou suave e ela começou a brincar com os dedos enquanto sua mente vagava de volta para ele. – Ele também é meu ex-namorado. A gente ficou junto por quase quatro anos. Fomos os primeiros um do outro em diversos aspectos. E, ao contrário do que todos achavam, nos separamos em bons termos. Ainda somos amigos, eu ainda sou sua melhor amiga e é para mim que ele sempre conta sobre suas novas conquistas.
– Por que vocês terminaram? – Ben perguntou, inalando um pedaço de bolo.
Nyx cantarolou, enquanto olhava no fundo de seus olhos castanhos claros.
– ... Acho que a melhor maneira de explicar é que foi algo natural. Tem relação com uma coisa de ser lobo, mas grande parte do motivo é porque... bem, acho que nós mudamos. O amor que a gente sentia um pelo outro não era mais a mesma coisa, e a gente entendeu isso. Não é que deixamos de nos amar, apenas que esse amor se transformou em algo novo.
Ben assentiu em compreensão, engolindo seu bolo antes de pular da mesa e ir até a geladeira, pegando uma caixa de algum tipo de suco e pegando dois copos de um armário.
– Por último tem a Bella, a irmã mais nova de Anthony. Ela é o epítome de uma princesa. Ela é quieta, educada, incrivelmente graciosa. Ela é alguns meses mais velha que Dizzy. – Nyx riu por um momento, lembrando de outro momento de sua infância. – Nós literalmente tivemos que ensiná-la a falar mais alto porque ela era tão quieta, nós continuamos pensando que ela estava em algum lugar do outro lado da Ilha quando, na verdade, ela estava lendo um livro no canto nas últimas duas horas e nos observando enlouquecer.
Ben soltou uma risada quando Nyx começou a rir mais alto.
– E essa nem foi a primeira vez que ela fez isso também! – Nyx exclamou, tentando respirar fundo. – Às vezes, ela propositalmente se certificava de que nunca a víssemos ou tivéssemos notícias dela o dia todo, então aparecia bem quando Anthony estava prestes a enviar uma manada de piratas atrás dela e agia como se tivesse estado com ele o dia todo.
Ben lutou para conter o riso o suficiente para formular uma pergunta.
– Ela era?
– Sim!
Ambos começaram a rir mais alto com a exclamação de Nyx.
– Ela estava seguindo Anthony e se escondendo o dia todo! E ela sabia que ele não notaria porque ele estava muito ocupado tendo um colapso pela ideia de que ela tinha ido embora! E ela sempre me pedia para não contar nada tanto porque eu poderia localizá-la facilmente como também porque ela sabia que eu amo ver todos eles correndo por aí feito baratas tontas.
A dupla continuou rindo por mais um tempo, ambos segurando a mesa de metal para alguma forma de estabilidade enquanto tentavam se acalmar.
Suspirando, Nyx foi a primeira a conter o riso, enxugando as lágrimas dos cantos dos olhos. E ela aproveitou esse momento para comer mais um pedaço de bolo.
– E seus pais? – Ben perguntou distraidamente, servindo bebidas para os dois.
Nyx hesitou, seus olhos caindo para suas unhas enquanto ela começava a cutucá-las incessantemente.
Ela não tinha certeza de como descrever seu pai ou sua mãe. Ben tinha sido acolhedor o suficiente, mas até agora, as reações das crianças de Auradon ao conhecer os filhos dos inimigos de seus pais não tinham sido as mais tranquilas.
– O sangue que corre nas minhas veias não é humano, Ben. Então, você tem que entender que meu pai não deveria ser julgado como um humano. Meu pai é um dos lobisomens mais antigos vivos da Terra. Ele conhece Hades, por exemplo, há quase 500 anos. Minha mãe... minha mãe é a parceira dele e a mulher mais linda, doce e corajosa que eu já vi.
Ben se virou com os dois copos de suco na mão e franziu a testa quando viu Nyx cutucando as unhas.
– Você não precisa ficar nervosa, Nyaxia. Eu não vou julgar nem nada.
A cabeça de Nyx se levantou e ela olhou para ele em choque.
– Como você...
– Eu notei que você cutuca as coisas quando fica nervoso. Geralmente, suas unhas ou as mangas do seu casaco. Às vezes, você também balança os dedos das mãos. – Nyx franziu a testa ligeiramente, curiosa sobre como ele havia notado tudo isso em um dia. Diante de seu olhar cauteloso, Ben deu de ombros. – Meu pai me ensinou a notar as pequenas coisas sobre as pessoas. Ele disse que notar os menores tiques e hábitos em uma pessoa...
– Pode ajudar a revelar seus segredos mais profundos. – Nyx terminou calmamente. Sua mãe lhe disse a mesma coisa quando ela era jovem.
Nyx olhou de volta para seus dedos.
Uma parte dela ficou impressionada com o príncipe e começou a pensar que ele não se sairia tão mal na Ilha. A outra parte dela estava derretendo com a ideia de que alguém além de sua família tinha realmente prestado atenção nela tão de perto por vontade própria.
– Nunca alguém além da minha família notou isso antes. Nunca precisei me preocupar com isso.
Ben colocou um copo ao lado dela antes de se levantar de volta à mesa.
– Por que não?
Nyx riu sem graça, balançando as pernas sem rumo.
–Todo mundo estava com muito medo de mim para olhar para mim por mais de dez segundos. – Ela deu de ombros. – Não que eu não apreciasse esse medo. Ele manteve a mim e minha matilha vivos, mas... – Nyx suspirou pesadamente, passando a mão pelo cabelo, pensando em tudo o que ela tinha que fazer na Ilha para ficar segura.
–Há tantas coisas que envolvem viver na Ilha. – Ela murmurou exausta. – Você tem que ser quieta o suficiente para manter a atenção longe de você e ficar sob o radar, mas não tão quieta a ponto de as pessoas te verem como um alvo fácil. Demonstrar afeição em público, ou qualquer emoção que não seja amargura, é basicamente contra a lei, a menos que você queira ser alvo de ser 'fraco'. Você não pode se preocupar com o que quer fazer porque você sempre tem que se concentrar no que precisa fazer. Se você não pode roubar ou lutar ou saber como ser ouvido quando a hora pede, você nunca vai conseguir sobreviver. – Se as lágrimas que começaram a se formar nos olhos de Nyx eram de raiva ou apenas a sensação de fadiga que ela tinha quando pensava em suas responsabilidades na Ilha, ela não sabia dizer. Seus olhos se arregalaram quando ela deu a Ben um sorriso sarcástico.
– Ah! E não se esqueça dos pais que não dão a mínima para você. Aqueles que só tiveram você para que você pudesse ser um vilão melhor do que eles. E quando você se recusa a fazer isso, é espancado quase até a morte. – Ela zombou amargamente, deslizando de volta na mesa para puxar as pernas até o peito. Houve um período de silêncio enquanto Nyx olhava para o nada, lágrimas de raiva lentamente descendo por suas bochechas.
Ela olhou para Ben, que a observava tristemente e ela gemeu, enterrando o rosto nos joelhos.
– Sinto muito. – Ela murmurou, fungando. – Sinto muito. Você acabou de perguntar sobre meus pais e eu estou despejando tudo isso em você. Eu nem sei por que estou chorando. Eu odeio chorar. – Nyx bufou, limpando as bochechas e o nariz com irritação. – É apenas uma grande, molhada e miserável perda de tempo.
Uma mão quente gentilmente desceu sobre seu joelho, apertando-o suavemente. Nyx olhou para ver Ben franzindo a testa para ela mais uma vez.
– Chorar não é uma coisa ruim, Nyaxia. – Ele a assegurou suavemente. Nyx bufou, virando a cabeça para evitar contato visual.
– Sim, talvez não em Auradon. Mas na Ilha... isso pode lhe custar a vida.
O silêncio voltou, mas a mão de Ben não havia deixado o joelho de Nyx. Ele o apertou mais uma vez em simpatia.
– Eu... não posso dizer que sei como é isso – Ben murmurou lentamente, sua voz quase um sussurro. – Mas eu sei que muitos desses vilões desprezíveis foram jogados na Ilha por um motivo. E você não foi. – Ben deslizou até ela, colocando-os ombro a ombro. – E você não está mais na Ilha, Nyaxia. Tudo o que você tinha que fazer para ficar segura acabou. Você pode gritar, chorar, fazer o que quiser. Ninguém vai usar isso contra você.
Nyx se virou para encarar Ben e lançou-lhe um olhar duvidoso.
– Sério? – Ela perguntou com desdém. – Ninguém vai me julgar se eu, Nyx Badwolf, filha de Elijah Badwolf, o Grande Lobo Mau, simplesmente começar a chorar? Eu, a mesma garota que quase dilacerou a garganta da filha de Malévola cinco minutos depois da minha chegada ao reino com minhas garras?
Ben hesitou por um momento antes de expirar por um momento.
– OK, claro, pode levar um tempo para eles enxergarem além das suas origens. Mas quando eles te conhecerem como eu estou agora, eles vão querer a mesma coisa que eu. – Ele proferiu, dando a ela o que ela estava começando a pensar que era seu sorriso de 'príncipe' característico. Sua confiança fez um pequeno sorriso cruzar o rosto de Nyx também.
– E o que é isso?
– Para você perceber que emoções não são uma coisa ruim. Você pode senti-las e lidar com elas e ainda ser durona. – Ele provocou, cutucando-a. Nyx riu, abaixando as pernas para que elas ficassem balançando sobre a mesa novamente.
– O futuro rei de Auradon acha que eu sou apenas durona? Ugh, me sinto tão honrado. E... você pode me chamar de Nyx. Só minha mãe me chama de Nyaxia.
Ben revirou os olhos para a provocação de Nyx e a empurrou levemente, mas mesmo assim concordou em chamá-la de Nyx.
Houve um breve período de silêncio antes de Ben piscar em compreensão, as palavras de Nyx de momentos antes finalmente registradas em sua mente.
– O que significa ser parceira de um lobo?
Nyx congelou, empalidecendo. Ela nem tinha percebido que tinha deixado escapar essa informação sobre sua mãe. Ela olhou para Ben, que a encarava curiosamente. Nyx sorriu timidamente, pronta para explicar quando uma voz interrompeu a dupla.
– O que está acontecendo aqui?
Ben e Nyx se assustaram e se viraram para olhar por cima do ombro, avistando um jovem com cabelos loiros da cor do nascer do sol e olhos azuis cristalinos, vestido de pijama.
Ao ver Nyx, os olhos do jovem se estreitaram.
– Chad! Ei! Não pensei que você ficaria acordado até tão tarde. – Ben sorriu.
Claramente o jovem era amigo dele.
Chad entrou na cozinha lentamente, seus olhos disparando entre Ben e Nyx repetidamente.
–É, meu treino atrasou e decidi comer um lanche antes de ir para a cama... – Ele murmurou lentamente. Aquele tom suspeito estava de volta em sua voz e Nyx fez uma careta. – Quem é você, exatamente?
– Deixem-me fazer as apresentações. Chad, essa é Nyaxia Badwolf, a nova colega de quarto da Audrey. Nyx, este é Chad Charming, meu melhor amigo.
A menção do sobrenome dele fez Nyx congelar quase instantaneamente. Charming. Como em, Príncipe Charming. Como o marido da Cinderela.
Chad lançou-lhe um olhar estranho e perguntou: – Audrey sabe que vocês dois estão aqui embaixo? Juntos? Sozinhos?
Os olhos de Nyx se arregalaram quando ela percebeu instantaneamente o que Chad estava insinuando.
Como se a mesa tivesse pegado fogo de repente, Nyx pulou e começou a balançar a cabeça freneticamente.
– Não! Oh, Deuses, não! O que quer que você esteja pensando, juro pela minha vida que não é isso que está acontecendo. Eu sei que sou da Ilha, mas roubar namorados não é realmente uma das minhas especialidades... – Ela riu nervosamente.
Antes que algo pudesse piorar, Nyx se virou para Ben.
–Certo! – Nyx suspirou sem jeito, batendo palmas. – Bem... Chad, é foi um prazer conhecer você. E Ben, a gente se vê... depois, eu acho.
Ben riu, assentindo enquanto Nyx se dirigia para a saída da cozinha antes de parar.
–E, uh, Ben? – Ela perguntou suavemente, virando-se para encará-lo. – Obrigada por falar comigo. Foi legal.
Ben sorriu gentilmente e assentiu. Nyx retribuiu o sorriso antes de deslizar entre Chad e a porta e sair da cozinha, voltando para seu dormitório.
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Notas finais:
Gente, em primeiro lugar espero que vocês estejam gostando da história. Eu sei que estou amando escrever ela e acho que vocês vão pirar com os acontecimentos dos próximos capítulos e com as surpresas que eu preparei.
Mas eu gostaria de pedir para vocês comentarem! Ajuda demais! E me incentiva a sempre continuar melhorando!
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starlight-court-dreamer · 27 days ago
Text
THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 5 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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A Fada Madrinha era realmente inteligente ou alguém realmente havia bebido muito álcool enquanto projetava a recepção dos filhos dos vilões em Auradon.
Nyx olhou fixamente para a banda marcial que tocava uma música alta e alegre no gramado da entrada da sua nova escola, enquanto outras pessoas, que ela imaginou serem alunos do Instituto, balançavam bandeiras e seguravam cartazes de boas-vindas.
- Sim, isso está realmente acontecendo - O General Melgren comenta, virando a cabeça em sua direção enquanto a capitã Nyra parava o carro atrás da outra limusine ao mesmo tempo que Mal e os outros desciam do carro. - E sim, isso é completamente normal por aqui.
O general Melgren era o responsável por todos os guardas reais de Auradon e tinha sido escolhido como um dos encarregados para escoltar Nyx até o Instituto. Juntamente com ele estava a capitã Nyra, responsável pela segurança dentro do Instituto.
Ao longo da viagem de quase quatro horas até o Instituto de Auradon, a lupina havia conversado um pouco com os dois seguranças que tinham lhe acompanhado. Eles inicialmente haviam sido um pouco rudes, mas aos poucos foram melhorando e se abrindo mais. Dentro do razoável, é claro.
- Você está querendo me dizer que é normal haver uma banda marcial de vinte pessoas toda vez que um aluno novo entra nessa escola?
- Isso aí - Ele balança a cabeça. - Bem-vinda à Auradon!
- Porra.
Do lado de fora, Nyx viu Jay e Carlos caindo no asfalto enquanto brigavam por algum tipo de tecido e Mal e Evie apenas olhando ao redor com um aspecto de espanto em seus rostos.
- Eu esqueci como o esquema de cores deste reino é horroroso. - Nyx murmura observando a banda parar de tocar e se abrir dando passagem para três pessoas passarem.
A mais velha, que tinha um ar de autoridade, vestia um vestido azul-bebê, puxado para o lilás claro, com um grande laço rosa. A segunda era uma mulher/garota, talvez da idade de Nyx, vestia um vestido rosa metálico e um cardigã azul céu, que a lupina achou meio exagerado já que o sol brilhava alto no céu ainda.
O terceiro trajava um terno completo de um azul marinho impressionante.
Nyx agradece ao general Melgren quando este abre a porta para ela e a ajuda a sair do carro. Muito rapidamente a lupina percebe que nenhum de seus "companheiros" de ilha notaram sua presença ou sua aproximação, já que os dois moleques ainda brigavam no chão enquanto Mal sibilava para eles pararem e a banda marcial parava de tocar, certamente espantados com a selvageria deles.
- Para! - gritou Carlos do chão, sendo esmagado por Jay. - Você pegou todo o resto, por que quer isto?
- Porque você quer!
- Não!
- Me dá!
Nyx suspirou e aguardou até que sua presença fosse devidamente notada por Mal e seu grupo, já que as pessoas ao seu redor já tinham percebido sua presença e a olhavam assustados.
- Gente, gente, gente! - Mal sibilou, chutando os dois garotos para chamar a atenção deles. - Temos uma plateia.
Carlos e Jay olharam para cima assustados, percebendo que haviam três pessoas paradas na frente deles. De onde Nyx estava por trás, dava para ver que o filho de Jafar tentou sorrir para amenizar a situação.
- É só... uma limpezinha - Jay mentiu com uma risada falsa, mais falsa que a força de Gaston, na opinião da lupina.
A mulher de vestido azul deu um largo sorriso e disse cantarolando:
- Deixe onde encontrou! - Ela ainda soltou um risinho gentil antes de fechar a cara. - Ou seja, estou falando para largar isso.
Nyaxia gostou daquela mulher.
O sorriso falso do meliante caiu e ele bufou, colocando Carlos de pé enquanto jogava o cobertor de volta na limusine.
Ainda sem ser notada pelos filhos dos vilões, Nyx observou, com nojo, Jay olhar a garota de vestido rosa de baixo para cima, parando por um momento um pouco longo demais na área de seus seios, e abrir um sorriso lentamente.
- Olá, gatinha - exclamou, cruzando os braços sobre o peito. Nyx sentiu pena da garota, que claramente estava desconfortável com toda a situação. - Meu nome é... Jay.
A lupina teve o breve sentimento que poderia vomitar a qualquer momento se aquele idiota falasse mais alguma coisa. Felizmente, a senhora de azul deu um passo para frente e acabou com qualquer que fosse a falha tentativa de flerte que Jay estivesse prestes a fazer.
- Bem-vindos à Escola de Auradon. Eu sou a Fada Madrinha, a diretora. - Ela se apresentou com uma pequena reverência.
- A Fada Madrinha? Como em... "bidibi-bobidi-bu"? - Mal questionou, mal conseguindo segurar sua ansiedade, enquanto balançava a mão como se estivesse segurando uma varinha.
Fada Madrinha sorriu feliz.
- Bidibi-bobidi que sim! - brincou.
Nyx soltou um risinho, chegando por trás de Mal (que ainda não tinha notado sua presença... Nyx não conseguia entender como a lagartixa júnior tinha um senso de autopreservação tão baixo).
- Sabe, Mal... para alguém que diz ser inteligente, você realmente não sabe perceber o que está ao seu redor - sussurrou Nyx, ao pé do ouvido de Mal e viu quando, finalmente, a fada das trevas notou sua presença.
Todos os pelos do corpo de Mal se arrepiaram e qualquer sangue em seu rosto desapareceu em um segundo.
Jay vendo sua melhor amiga congelar olha para trás e fica boquiaberto, cambaleando para longe. Carlos e Evie têm reações iguais e se apressam para se afastar da lupina. Seus corpos exalavam o doce cheiro do puro medo e Nyx deliciou-se com isso.
Mal virou-se rapidamente e ao tentar se afastar de Nyx, caiu de bunda no chão e tentou se puxar para longe da lupina que sorria em sua direção.
Medo ondula por cada parte do corpo de Mal quando ela percebe os caninos afiados e o olhar frio que sua maior inimiga lhe lança.
Nyx talvez estivesse exagerando ao sorrir com todos os seus dentes afiados à mostra? Sim, com certeza. Mas era divertido demais ver o sangue ser drenado do rosto daqueles quatro.
- Senhorita Badwolf, eu presumo - Fada Madrinha diz, sorrindo carinhosamente na direção da loba. Todos os olhos se voltaram para Nyaxia com espanto. - Você realmente é igualzinha ao seu pai.
Nyx volta seu olhar para a diretora e sorri levemente, de uma forma mais meiga e menos ameaçadora.
- Ora, obrigada. Isso é um belo elogio para mim.
A Fada Madrinha assentiu levemente, sorrindo carinhosamente em sua direção.
- E realmente é. Elijah sempre teve um talento único para entradas surpreendentes. E para espalhar o medo onde quer que estivesse.
Nyx se animou rapidamente com a menção do nome de seu pai e deu alguns passos para frente, ficando cara a cara com a diretora.
- Conheceu realmente meu pai? Tipo... de perto?
A direto novamente assentiu e disse:
- Seu pai e eu já lutamos algumas vezes no passado. Devo confessar que, de certa forma, eu o respeito, ele é um adversário formidável.
- Ele nunca falou muito sobre você, ao contrário da Lady Tremaine. Toda vez que eu a via, ela estava murmurando algo sobre você.
A Fada Madrinha lançou um olhar curioso para Nyaxia. - Como ela me descreveu?
Nyx sorriu maliciosamente e tentou dar de ombros, como o que estivesse para dizer fosse bobo e sem importância.
- Bem, eu realmente não me lembro de tudo o que ela disse... - O sorriso em seu rosto deletava a mentira que saia de seus lábios, mas Nyx não se importou muito. - Ela disse algo relacionado sobre cabelos brancos e um comportamento peculiar ou talvez fosse lunático. Não me lembro bem.
Na verdade, Nyaxia lembrava-se muito bem do que a avó de Anthony gritava aos sete ventos sempre que podia. Demônio de cabelos brancos e sequestradora de crianças.
A Fada Madrinha ergueu a sobrancelha e perguntou: - Mais alguma coisa?
A essa altura, Mal já tinha se levantado com a ajuda de seus amigos e estava olhando incrédula para a lupina.
- Poderia ter sido mencionado algo como... "uma prostituta decrépita sequestradora de crianças" ou "dinossaura vagabunda".
A Fada Madrinha suspirou como se já esperasse algo do tipo.
- Vejo que Lady Tremaine ainda está ressentida com a partida de Ella da família. - Ela comentou, ainda com um sorriso gentil no rosto.
Com a menção da Rainha Ella, Mal corajosamente deu alguns passos para frente e exclamou:
- Sabem, eu sempre quis saber o que Cinderella sentiu quando você apareceu do absolutamente nada! Com aquela... varinha cintilante... e o sorriso amável. E aquela varinha cintilante!
A Fada Madrinha se emocionou com a falsa apreciação enquanto Nyx revirava os olhos, levantando uma sobrancelha na direção da mini fada das trevas.
Com uma única frase, Nyx já sabia qual era o plano daquela lagartixa de cabelo roxo. E tinha certeza que Malévola estaria desapontada se visse a filha cometendo um erro tão estupido assim.
- Você realmente não tem um único neurônio no cérebro, não é? - Nyx perguntou a Mal, calmamente. Mal lhe lançou um olhar irritado, mas não se dirigiu verbalmente à loba.
- Isso foi há muito tempo atrás - respondeu a Fada Madrinha. Ao seu lado, os dois jovens que a acompanharam sorriam levemente, presenciando toda a conversa. - E como eu sempre digo: "Quem pensa no passado perde o futuro!".
Ela acenou as mão na frente do rosto, para dar ênfase, mas apenas ganhou um olhar cauteloso dos cinco.
Notando o momento estranho de silêncio, o jovem de terno azul dá um passo à frente e começa a se apresentar.
- É bom finalmente conhecer todos vocês. Meu nome é Ben.
- Príncipe Benjamin. - A jovem de vestido rosa interrompe e sorri na direção dele. - Em breve, rei!
Nyx sorriu na direção da jovem, achando engraçado sua animação verdadeira, sem se importar com a sutil patada que a garota queria dar neles.
Evie deu um passo à frente, com um olhar sonhador no rosto.
- Me ganhou no príncipe! - Ela disse ofegante. - Minha mãe é uma rainha, o que me torna uma princesa. - Evie fez uma leve reverência e Nyx revirou os olhos, achando toda a situação patética.
É claro que a maluca sem neurônios número dois vai atrás do primeiro macho com uma coroa que coloca os olhos, pensou Nyx, suspirando. Tal mãe, tal filha.
A garota de rosa deu um sorriso falso para Evie e comentou sorrindo: - A Rainha Má não tem status real aqui, e você também não.
Evie visivelmente arrepender-se de sua tentativa de apresentação e deu um passo para trás, cabisbaixa. Enquanto isso, Benjamin suspirou suavemente e rio desconfortavelmente.
- Esta é a Audrey.
- Princesa Audrey - A garota exclamou, novamente interrompendo a apresentação do futuro rei Benjamin. - A namorada dele. Certo, Bennyboo?
Nyaxia não conseguiu segurar o riso ao ouvir o apelido, mas mesmo assim tentou disfarçar quando viu que Audrey estava olhando irritada em sua direção.
Nyx sabia que não poderia julgar muito Audrey pelo apelido, tendo ela mesma dado alguns apelidos bastante constrangedores para Anthony, quando namoravam, ou para Hadie, mas ela nunca chegou a exclamar eles em um ambiente público ou na presença de pessoas que não conhecia.
- Desculpa - A loba se desculpou antes de voltar sua atenção para o príncipe de terno azul. - Então, foi você quem fez a proclamação para nos trazer aqui?
Um pequeno sorriso orgulhoso cruzou os lábios de Ben e ele assentiu.
- Hum, sim. Essa foi de fato minha primeira proclamação oficial como rei. Por quê?
Antes que Nyx pudesse continuar com sua conversa, Mal zombou e a encarou com olhos julgadores.
- Você realmente não consegue esperar, hein? E você disse que eu não sou esperta. - Ela murmurou.
Tanto Ben quanto Audrey deram a Mal um olhar confuso enquanto Nyx bufava de aborrecimento, virando-se para encarar a lagartixa roxa.
- Oh, desculpe. Me esqueci que seu meio neurônio não funciona como deveria. Mas deixa eu explicar uma coisa, lagartixa... - Nyx diminuiu drasticamente o ritmo das palavras, como se estivesse falando com uma criança, o que, no momento, ela sentia que estava. - Eu sei que você não tem experiência em cuidar de nada ou de ninguém além de si mesma... E talvez nem de si mesma, considerando essas manchas no rosto e essas pontas duplas nesse cabelo seco... Mas alguns de nós realmente têm almas e se importam com outras pessoas. - Ela arregalou os olhos comicamente, como se tivesse revelado algo nunca antes dito para Mal.
Nyx percebeu que Mal tentou disfarçar sua reação e colocar uma cara corajosa, mas ela realmente era uma péssima atriz, dando um passo à frente, quase invadindo o espaço pessoal da loba.
- Sabe, um lobo sozinho no mundo é uma coisa terrível. E sabe o que é mais terrível? Uma alcateia sem seu protetor. Quem sabe o que pode acontecer com aqueles pequenos seres indefesos?
Nyx invadiu o espaço pessoal de Mal e disse sorrindo:
- Qualquer pessoa que precise afirmar ter "poder" não tem poder de verdade, meu bem. Vou te dar uma dica, Mal querida... "Se não tiver coragem de morder, não rosne!". Principalmente se você apenas sobreviveu devido à reputação da sua mamãe nos últimos vinte anos.
Ben, Audrey e a Fada Madrinha assistiram à troca cautelosamente enquanto Evie, Jay e Carlos recuaram, temendo o que Nyx poderia fazer.
Mal e Nyx se encararam sem piscar. Mas enquanto Mal suava por debaixo de sua jaqueta de couro roxo, Nyx estava tranquila e relaxada.
Ela sabia quem era de fato a maior ameaça naquele lugar, e não era nem de longe a fada a sua frente.
Mal estalou, e tentou socar Nyx no rosto. A palavra de ênfase é tentou. A loba era muito mais forte que a fada das trevas e tinha muitos anos de treinamento nas costas para ser facilmente movida por um empurrão. Tão fácil quanto respirar, Nyx desviou do golpe e atingiu Mal com um chute rápido, acertando diretamente seu peito e lhe empurrando para trás.
Audrey gritou, pulando para trás da briga enquanto suspiros eram ouvidos pela multidão. Jay conseguiu segurar a fada roxa por pouco, e Ben foi rápido em passar os braços ao redor de Nyx, bem quando ela se lançou para Mal, as duas garotas gritando obscenidades uma para a outra.
- Ei, ei, ei! - Ben gritou sobre a comoção, tentando impedir Nyx de rasgar a garganta de Mal. - Por que todos nós não... - Mal o interrompeu, chamando Nyx.
- Ei, Badwolf! Sabe quem não vai passar a noite na Ilha? Sua preciosa matilha! - Nyx congelou e foi como se um monstro totalmente novo tivesse levantado a cabeça dentro dela.
Nyx tinha parado de lutar contra o aperto de Ben e agora estava completamente parada, levando Ben a acreditar que ela tinha se acalmado quando era completamente o oposto.
Ele simplesmente não tinha sentido o corpo de Nyx tremendo de raiva ou visto o olhar assassino em seus olhos.
Ou visto seus olhos mudarem de um azul brilhante para um dourado intenso e selvagem.
Ben suspirou aliviado, soltando-a.
- OK. Assim está melhor. Agora, que tal todos nós apenas... O quê?
Ele não viu Evie, Jay, Carlos balançando a cabeça vigorosamente e apontando para Nyx até que fosse tarde demais. Ela se moveu rápido demais para que alguém a pegasse.
Em um piscar de olhos, Mal foi arrancada do aperto de Jay e duramente chutada para o chão. O chão de pedra esmaga seu rosto, e o joelho de Nyx força as costas de Mal para baixo enquanto ela puxa o braço direito da fada para trás.
- Que coisa engraçada... Mesmo sendo filha da fada das trevas mais mortal deste século, você nunca aprendeu a se defender.
Nyx puxa o braço de Mal com mais força para trás, e a dor consome cada pensamento da fada, borrando sua visão. Ela solta um grito quando os ligamentos se esticam prestes a se romperem. Mal ofega para respirar com o peso da loba em suas costas, e tem suas preces atendidas quando Nyx a coloca de joelhos rapidamente, como se ela não passasse de uma boneca de pano.
Mas o seu alívio não durou muito tempo quando ela sentiu as garras afiadas de Nyx em seu pescoço. Um movimento em falso, e sua pele rasgaria como papel seda e ela sangraria por todo o chão.
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A visão da mão transformada de Nyx provocou gritos por toda a multidão. Audrey e a Fada Madrinha engasgaram, recuando enquanto a multidão se dispersava em seus esforços para fugir. Fazia mais de duas décadas desde que viram um lobisomem conseguir se transformar em plena luz do dia, muito menos transformar apenas uma parte de seu corpo.
- Antes que você diga algo que lhe faça correr em direção a morte quase certa... - Nyx falou tão suavemente, mas sua voz foi transmitida pela multidão restante tão facilmente, que qualquer um pensaria que ela tinha um megafone. Alongando ainda mais suas garras, Nyx se abaixou lentamente e pressionou as unhas na garganta de Mal. - Eu peço que você entregue apenas um pouco de bom senso para alguém da sua idade e entenda algo bastante simples: Eu não dou a mínima para quem você é ou do que você acha que é capaz. Você ameaça meus amigos, minha matilha, minha família mais uma vez e eu não hesitarei em colocá-la em um grau tão alto de inferno, que você vai desejar estar morta.
Audrey e a Fada Madrinha assistiram, congeladas de medo e horror, enquanto Evie, Jay e Carlos assistiam a cena sem coragem de fazer absolutamente nada. Existia um motivo para todos temerem o Grande Lobo Mau, e, ao contrário de Malévola, ele realmente ensinou tudo que aprendeu durante todos os séculos que andou pela Terra para sua única filha.
Ben, corajosamente, se apressou para ficar na frente de Nyx e levantou as mãos em sinal de rendição quando os olhos dourados e gelados dela o fitaram.
- Ei, ei, olha. Só se acalma, tá? Vamos todos nos acalmar. - Nyx não se deixou abalar e manteve as garras pressionadas na garganta de Mal, então Ben continuou falando. - Olha, ela ameaçou sua família. Eu entendo. Eu me importo muito com a minha família também. Mas matá-la não vai ajudar em nada neste momento.
Nyx se recusou a admitir que ele estava certo. Derramar o sangue de Mal no gramado imaculado da frente do Instituto de Auradon não beneficiaria ninguém, naquele exato momento. Mas o medo nadando em seus olhos verdes disse a Nyx que ela tinha feito o que pretendia.
Ben pôde ver Nyx vacilar levemente e sorriu.
- Olha, só guarde as garras, OK? Por favor. Eu posso fazer os arranjos para que você mal a veja enquanto estiver aqui.
Nyx olhou para Ben novamente.
Os olhos suplicantes dele encontraram os perigosamente frios dela e os dois não disseram nada por um momento. Eles apenas se encararam, observando um ao outro, esperando por nada em particular.
Não era como Mal e sua mãe, cujas disputas de olhares eram um impasse de vontades e resistência.
Eram dois adultos de mundos completamente diferentes se entendendo apenas o suficiente. O suficiente para manter a frágil paz que era necessária para que todo aquele experimento pudesse florescer e dar frutos.
Silenciosamente, Nyx cedeu, empurrando Mal de volta ao chão e transformando sua mão para seu aspecto humano.
Ben, Audrey e a Fada Madrinha suspiraram de alívio.
Cautelosamente, a Fada Madrinha deu um passo à frente, dando a Nyx um sorriso estranho. Antes que ela pudesse falar, Nyx bufou e afirmou:
- Você até pode pegar minhas armas, mas se conheceu de fato meu pai, deve saber que nenhuma magia vai impedir minha transformação.
- Não se esqueça de todas as suas adagas, vira-lata! - Mal gritou amargamente enquanto Evie a ajudava a se levantar.
Nyx cerrou o maxilar, lutando contra a vontade de se lançar em Mal novamente.
A Fada Madrinha assentiu levemente, sabendo que a loba falava a verdade. Nada que ela conhecesse poderia parar a transformação de um Badwolf, mas mesmo assim lançou um olhar penetrante para Nyx, olhando para a jaqueta de couro que Nyx usava.
Revirando os olhos, Nyx retirou cada uma das adagas, visíveis, presas em sua jaqueta. Decidindo que seria melhor seguir o caminho mais fácil para deixar os auradonianos confortáveis, ela passou para as adagas escondidas em bolsos secretos na parte interna de sua jaqueta que tinha ganhado. Em seguida, retirou o coldre de adagas menores enfiado na parte de trás de suas calças, depois as 4 adagas em suas botas.
Ela havia ganhado mais algumas adagas do Capitão Gancho e de seu padrinho, Hades, um pouco antes de entrar na limusine. Sem que os guardas percebessem, ela guardou todas as novas lâminas em lugares diferentes em seu corpo.
Tanto cuidado e descrição para nada, pensou Nyx tristemente. Pelo menos ainda tenho minhas garras.
A Fada Madrinha sorriu calorosamente quando Nyx os entregou. Ela estava prestes a entregá-los a um guarda quando Nyx a parou.
- Não é isso. - Ela admitiu timidamente. Ben riu baixinho, tentando ficar quieto depois que Audrey o cutucou.
Nyx tirou a jaqueta para ter melhor acesso às seis adagas presas em suas costas que estavam escondidas e as quatro presas em seu torso.
- Há também um bolso escondido na minha bolsa, a maior, que tem mais quatro facas de caça. E eu acho que Uma pode ter jogado algumas extras lá... você sabe, apenas verifique a coisa toda. - Ela suspirou, colocando sua jaqueta de volta. Um guarda assentiu lentamente, tirando sua grande mala do carrinho de bagagem em que tudo havia sido carregado e carregando-a para longe.
Fada Madrinha, embora visivelmente perturbada, deu um sorriso brilhante para as crianças.
- Ben e Audrey vão mostrar tudo para vocês, e a gente se vê amanhã. - Ela explicou calorosamente. - As portas da sabedoria nunca estão fechadas!
Ela exclamou de repente, levando Jay e Carlos a darem um passo preocupado para trás com sua explosão repentina e animada.
- Mas a biblioteca funciona das 8h às 23h. E, como vocês já devem ter ouvido, eu gosto de um toque de recolher.
Com isso, ela foi embora acompanhada de todos os integrantes da banda marcial, levando todas as adagas de Nyx com ela. A lupina estremeceu desconfortavelmente com a perda de todas as suas lâminas.
- Eu me sinto nua agora. - Ela resmungou, cruzando os braços sobre o peito. Evie riu suavemente quando Ben deu um passo à frente, sorrindo e esfregando as mãos nervosamente.
- OK. Vamos tentar de novo. - Ele começou a se mover pela fila de crianças vilãs, apertando suas mãos. - É tão, tão bom finalmente conhecer todos vocês. - Ele engasgou com a palavra "conhecer" quando Jay lhe deu um soco no ombro em saudação.
Nyx balançou a cabeça e soltou suspiro enquanto Ben continuava seu discurso.
- Esta é uma ocasião importante, e uma que espero ver entrar para a História... isso é chocolate? - Ben apertou a mão de Carlos, rindo suavemente da abundância de doces derretidos em seus dedos. - Como o dia em que nossos dois povos começaram a se curar. - Ele concluiu.
- Ou o dia em que você mostrou a cinco pessoas onde ficam os banheiros. - Mal brincou suavemente. Ben riu nervosamente e Nyx revirou os olhos enquanto ele apertava sua mão.
- C'est un plaisir, Votre Majesté (É um prazer, Vossa Majestade) . - Nyx sorriu, abaixando a cabeça levemente, mas nem perto de ser uma reverência completa... ela só fazia isso para sua mãe ou para sua tia, ninguém mais. Seu tom régio e sua troca de idioma pegou todos desprevenidos. Houve um momento de silêncio atordoado antes que Nyx notasse todos os olhares confusos que estava recebendo. - Quoi? (O quê?) - Ela perguntou, tão confusa quanto eles.
Nyx foi educada em todos os sentidos por seu pai e seus outros professores. Desde a arte do combate até as regras mais difíceis da etiqueta perante a realeza. Seu pai fez questão que ela aprendesse e falasse fluentemente, pelo menos, 7 idiomas nos seus primeiros 15 anos de vida. Ela imaginou que poderia muito bem usar todo o conhecimento adquirido se quisesse que Ben confiasse nela.
Nyx suspirou suavemente, olhando para Ben.
- Ai-je exagéré en utilisant "Votre Majesté"? (Eu exagerei utilizando "Vossa Majestade"?) - Ela adivinhou, levantando uma sobrancelha perfeitamente desenhada.
Ninguém na Ilha jamais viu a família Beast como seus governantes. Muitos nem se consideram parte dos habitantes de Auradon.
Ben assentiu levemente, rindo.
- Un peu plus qu'un peu. (Um pouco mais do que um pouquinho.) - Ele provocou, em sua língua materna, apertando o indicador e o polegar juntos com um pequeno espaço entre eles. Nyx revirou os olhos com o comentário, erguendo uma sobrancelha para o jovem príncipe.
- Eh bien, ton discours n'était pas beaucoup meilleur. (Bem, seu discurso não foi muito melhor.)
Ben deu de ombros com indiferença.
- Je veux dire, c'est mieux que de faire passer un petit arsenal et de menacer d'égorger quelqu'un après cinq minutes dans le royaume. (Quero dizer, é melhor do que contrabandear um pequeno arsenal e ameaçar cortar a garganta de alguém depois de cinco minutos no reino.) - Houve uma pausa e um olhar travesso brilhou nos olhos de Ben. - Mais en y réfléchissant, je pense que j'ai eu de la chance. Vous, les Badwolf, avez toujours été un peu... sauvages. (Mas, pensando bem, acho que tive sorte. Vocês, Badwolfs, sempre foram um pouco... selvagens.)
A resposta provocadora fez o queixo de Nyx cair no chão. Além de Audrey, que visivelmente suprimiu uma risadinha, nenhum dos demais estava entendendo uma palavra sequer do que estava sendo dito.
Se Nyx olhasse de perto o suficiente, Ben até parecia presunçoso.
- Uau... - Nyx arrastou-se, genuinamente surpresa com a provocação do futuro rei.
Aquilo, de longe, tinha que ser a coisa mais maldosa que ela tinha ouvido neste reino até agora. Pelo menos, falada por alguém daquele lado da barreira. O que não era tão ruim, mas ver um príncipe Auradon capaz de tamanha presunção era quase assustador.
- Et ici, j'essaie d'utiliser les bonnes manières avec vous. Je m'en souviendrai, prince Benjamin. (E aqui estava eu ​​tentando usar boas maneiras com você. Vou me lembrar disso, Príncipe Benjamin.) - Ben levou a mão ao peito, fingindo mágoa e medo.
- Voilà pour ma première impression. (Tanto para minha primeira impressão.) - Ben pareceu se recuperar da pequena bolha que estava e voltou a prestar atenção a todos os demais e voltou a falar uma língua que todos pudessem entender. - OK! Que tal um tour?
Nyx revirou os olhos enquanto Ben liderava o grupo com Audrey em seu braço enquanto ele começava a explicar a história do Instituto de Auradon. Ele parou em frente à estátua de seu pai, o Rei Besta, e bateu palmas duas vezes. A estátua se transformou do rei em sua forma humana para a forma bestial em que ele viveu por dez anos.
Com a mudança repentina, Carlos gritou. Nyx estremeceu com o som repentino e se virou a tempo de ver Carlos pular nos braços de Jay com medo. O filho de Jafar estava claramente nada surpreso por ter que pegar seu amigo no colo.
- Carlos, está tudo bem. - Ben riu. - Meu pai queria que esta estátua se transformasse de fera para homem para sempre nos lembrar que tudo é possível. - Ele explicou gentilmente.
Nyx inclinou a cabeça, um comentário sarcástico vindo à mente. Ela agora estava fazendo sua missão ser o mais sarcástica possível com Ben.
- Ele solta muito pelo? - Ela perguntou, olhando para Ben.
Ele conteve um pequeno sorriso antes de colocar uma expressão impassível.
- Sim, minha mãe não deixa ele subir no sofá. - Ele comentou sarcasticamente. Nyx assentiu lentamente antes de dar de ombros.
- Talvez ele tenha pulgas e carrapatos. - Ela engasgou dramaticamente e arregalou os olhos. - Talvez sejam hereditárias! - Sua voz caiu para um sussurro irritante e provocador.
Ben jogou a cabeça para trás em uma gargalhada enquanto Nyx caminhava na frente.
💫🐺⚔️❄️🖤
Ben e Audrey os levaram pelo resto da escola, Audrey mal tentando esconder o olhar cauteloso que ela dava a Nyx sempre que ela e Ben começavam a discutir. Nyx não agiria como se não tivesse visto Audrey apertando o braço de Ben levemente, então ela recuou um pouco nos últimos minutos do passeio.
No final do passeio, Ben os levou para o átrio do prédio do dormitório da escola, onde Mal falou:
- Então, vocês têm muita magia aqui em Auradon? Tipo, varinhas e coisas assim? - Mal estava claramente tentando obter mais informações sobre a varinha da Fada Madrinha.
- Sim, isso existe, é claro - Ben assentiu. - Mas estão aposentadas. A maioria aqui são apenas... mortais comuns. - Ele deu de ombros.
- Que por acaso são reis e rainhas. - Mal provocou. Audrey se animou novamente e Nyx sabia que a princesa tinha visto uma chance de se gabar.
- É verdade! - Ela exclamou. Audrey agarrou o braço de Ben e o envolveu em volta dos ombros dela, possivelmente e até um pouco protetoramente. - Nosso sangue real remonta a centenas de anos!
Nyx cantarolou, nada impressionada.
- Só isso? Meu pai tem centenas de anos... e não vive se gabando por conta disso. - Ela murmurou sarcasticamente.
Audrey olhou para Nyx claramente sem saber o que dizer com essa informação, antes que seus olhos fossem para Mal. O sorriso falso cruzou seu rosto tão facilmente que quase assustou Nyx. Quase.
- Ei! Você é filha da Malévola, não é mesmo? - Mal fez uma pausa, levantando uma sobrancelha cautelosa para a garota. - Sabe de uma coisa? Eu não te culpo por sua mãe tentar matar meus pais e essas coisas!
Todos os olhos das crianças vilãs se arregalaram em compreensão e Nyx teve que morder forte seus lábios para não cair na gargalhada.
Deixe para Mal encontrar a filha dos inimigos de sua mãe sem nem tentar.
No silêncio constrangedor, Audrey continuou falando, como se precisasse esclarecer alguma coisa.
- Oh, minha mãe é a Aurora. A Bela...
- Adormecida. - Mal a interrompeu abruptamente, colando seu próprio sorriso falso. - É, eu conheço o nome. Sabe, eu com certeza não culpo os seus avós por terem convidado todas as pessoas do mundo! Do mundo inteiro! Menos a minha mãe... Para aquele estúpido e rídiculo batizado. - Mal estava rangendo as palavras entre os dentes no final, lutando para manter o sorriso.
- Ai, são águas passadas!
- Com certeza!
As meninas compartilharam uma risada tensa e falsa antes de suspirarem uma para a outra com desgosto.
- Sabe, Maly... até meu pai foi convidado para o batismo da Rainha Aurora. - Nyx não perdeu a oportunidade de importunar a fada, e continuou a falar com um tom divertido. - Ele me contou uma vez que estava tudo muito bem planejado... todos estavam se divertindo. Bem, até a hora que sua mãe estragou tudo.
Audrey e Mal a olharam incrédulas e Ben olhou ao redor do átrio, desesperado por uma fuga quando viu um garoto em um uniforme de banda marcial descendo as escadas e aparentemente derreteu de alívio.
- Doug! - Ele gritou, desvencilhando-se do abraço de Audrey para ir buscar o garoto. - Doug, venha cá!
Ben levou o garoto até o grupo.
- Este é Doug. - Ele apresentou. - Ele vai ajudar vocês com seus horários de aula e mostrar o resto dos dormitórios. Exceto você, Nyaxia. - Este último se animou em confusão enquanto Ben continuava. - Vejo o resto de vocês mais tarde, ok? E se precisarem de alguma coisa, não hesitem em...
- Perguntar ao Doug! - Audrey o interrompeu novamente e declarou.
Parecia que ela estava tentando fazer uma piada, mas o olhar gelado que ela deu a Nyx disse o contrário. Nyx soltou uma risadinha que se dissolveu em um suspiro estranho antes de Ben gesticular para ela segui-lo, com Audrey seguindo a dupla.
Enquanto era levada escada acima, Nyx olhou para Evie, Mal, Jay e Carlos, que apenas olharam para ela irritados. Bufando, ela voltou sua atenção para Ben.
- Então, tipo, eu vou para as celas negras ou algo assim? Porque eu sinto que isso é um pouco demais para uma pequena ameaça com garras.
Ben riu da pergunta, balançando a cabeça.
- Não, não. Claro que não. É que o Instituto tem uma regra de duas pessoas por dormitório e eu não queria amontoar você, Evie e Mal juntas em um espaço fechado. - Ele explicou, guiando-a pelos corredores do dormitório.
Nyx abriu um sorriso, tentando ignorar os olhares e sussurros que estava recebendo enquanto passavam pelos alunos.
- Esperto. Então, onde vou ficar?
Ben hesitou na pergunta antes de olhar para ela com um pequeno sorriso.
- Hum, Audrey foi gentil o suficiente para se oferecer para dividir seu dormitório com você.
Nyx parou de andar, virando-se para encarar a princesa. Audrey lhe deu um sorriso tenso e Nyx assentiu lentamente, olhando confusa para o príncipe.
- Mas ela me odeia.
Os olhos de Audrey se arregalaram, percebendo que ela pode ter sido um pouco descarada demais em sua aversão por Nyx. Em uma tentativa de se defender, Audrey começou a gaguejar rapidamente.
- O-o quê? E-eu não... eu nunca iria...
Nyx riu sem alegria.
- Por favor - Ela zombou, cruzando suas mãos atrás das costas. - Fiz uma boa quantidade de inimigos na Ilha. Sei como é quando as pessoas me odeiam.
Audrey corou de vergonha assim que Ben se colocou entre eles.
- Não, não diga isso. Audrey não odeia você. Vocês dois acabaram de se conhecer! - Ben tentou tranquilizá-la.
Nyx permaneceu impassível, dando a Audrey um olhar curioso, mas duvidoso.
- Você não vai, tipo, colocar armadilhas para lobos nos meus travesseiros ou usar minhas roupas como lenha para uma fogueira enquanto eu durmo, certo? - A loba perguntou, levantando uma sobrancelha e sorrindo de leve.
Audrey balançou a cabeça veementemente.
- Claro que não! Isso é algo que acontece na Ilha? - Ela perguntou, horrorizada. Nyx deu de ombros enquanto o trio começou a andar novamente.
- Bem, as armadilhas para lobos, não realmente. Pelo que eu sei, Mal trancou Evie em um armário cheio de armadilhas para ursos ano passado, mas escondê-las em camas não é uma coisa. Mas dependendo de com quem você falar... definitivamente existem casos de roupas de crianças sendo usadas para fazer fogo durante o inverno.
Ben e Audrey deram a ela um olhar de choque e simpatia, claramente horrorizados com as coisas que ocorrem na Ilha.
Nyx olhou para os rostos dos dois e riu.
- Desculpe, estou sendo muito casual sobre isso?
O príncipe e a princesa assentiram em uníssono e o sorriso de Nyx se tornou uma risada. Claro que as crianças de Auradon ficariam petrificadas. Na Ilha, era comum as crianças serem casuais e fazerem piadas sobre tudo que seus pais faziam. O tratamento que o pai de Nyx lhe dava era a exceção e não a regra na Ilha.
- Força do hábito. Desculpa. - Ela murmurou, divertida enquanto eles viravam em um corredor. Ela pensou por um momento antes de perceber que nunca conseguiu fazer a pergunta principal que queria.
- Então, qual é o plano? Tirar todas as pessoas da Ilha? - Nyx perguntou de repente, olhando para Ben.
Ben suspirou pesadamente, pensando por um momento.
- Bem, eu planejei trazer alguns no começo. Vocês cinco. Depois disso, eu quero gradualmente trazer mais e mais crianças até que todas estejam aqui. - Nyx assentiu lentamente para sua explicação enquanto ele lhe dava um olhar curioso. - Por que você pergunta?
Nyx foi quem suspirou dessa vez, nervosa enquanto começava a cutucar as unhas. Mais um pouco e ela começaria a tirar sangue. Dizzy a mataria se visse as unhas de Nyx, ela sempre dizia o quão horrível era esse hábito. Ao pensar em sua ex-cunhada, um sorriso triste cruzou seu rosto.
- Eu, hum, eu fiz uma promessa a algumas pessoas. Jurei que as tiraria da Ilha. - Ela explicou suavemente.
Audrey se virou para ela bruscamente à menção de uma promessa.
- Você quer soltar todos os vilões? - Audrey exigiu.
O rosto de Nyx se contorceu em um olhar de pura incredulidade e Audrey pareceu passar de acusadora para preocupada.
- Claro que não. - Ela cuspiu, enojada. - Existem muitos que podem apodrecer o resto de suas vidas miseráveis naquela Ilha. - O ódio em sua voz pegou Ben e Audrey de surpresa e ela não se importou em acalmá-los dessa vez. - Acreditem ou não, mas existem alguns ali que realmente se arrependem do que fizeram e só querem um lugar melhor e seguro para criar seus filhos. Meu pai, inclusive. Eu quero minha matilha em segurança.
Ben inclinou a cabeça em confusão.
- Matilha? - Ele repetiu.
Nyx acenou com a mão em desdém.
- Eu sou uma loba, esqueceu? Lobos tem matilhas. Olha, o importante aqui é que eu jurei que tiraria todas as crianças que quisessem sair daquela Ilha. - Nyx parou de andar e se virou para encarar Ben completamente, cruzando os braços sobre o peito. Ele também parou, virando-se para que ficassem cara a cara.
A tempestade de determinação e cautela rugia atrás de seus olhos.
- Você pode, Príncipe Benjamin, futuro rei de Auradon, jurar para mim que não importa o quanto as pessoas lutem, discordem, reclamem ou digam que não merecemos viver entre elas, você não vai parar até que todas as crianças da Ilha estejam livres? Até que todas as pessoas que merecem tenham uma segunda chance? - O olhar intenso de Nyx vacilou. - Você pode me jurar que não vai desistir de nós?
O tremor em sua voz era quase imperceptível, mas Ben ouviu perfeitamente claro. Ele deu a Nyx um dos sorrisos mais calorosos e de derreter o coração que ela já tinha visto ou recebido em sua vida.
- Eu não vou. Eu nunca faria isso. Eu juro.
- E se você quebrar essa promessa?
Houve um período de silêncio antes que Ben tomasse uma decisão e seus olhos adquirissem uma firmeza digna de um rei.
- Então você tem total autorização para quebrar qualquer lei de Auradon que achar conveniente e tirar as crianças e as pessoas que merecem uma segunda chance da Ilha você mesma.
Nyx e Audrey ficaram surpresas. Antes que qualquer uma delas pudesse dizer qualquer coisa, Ben continuou.
- E irei assumir total responsabilidade e quaisquer consequências que venham com isso.
Audrey ficou atordoada em silêncio. Nyx gaguejou por um momento, tentando reunir seus pensamentos.
- Eu... m-mas... isso vai lhe custar a coroa! - Audrey assentiu vigorosamente à exclamação de Nyx, ainda sem palavras. Ben deu de ombros levemente.
- Se eu puder dar uma vida melhor para essas crianças, valerá a pena. E se eu, que sou filho da Bela e da Fera, não posso dar uma segunda chance a alguém... o que meus pais me ensinaram afinal de contas?
A esperança começou a borbulhar no estômago de Nyx como uma panela cheia demais. Um sorriso exultante começou a lutar para abrir caminho em seu rosto antes que ela o oprimisse, forçando seu lado lógico a permanecer na frente do volante.
- Por que você está tão disposto a confiar em mim? E se eu te trair?
A expressão confiante de Ben não diminuiu enquanto ele sorria, consciente e esperançoso.
- Você não vai.
- Como sabe?
- Você quer me trair?
- Eu vou, se for preciso.
- Não foi isso que eu perguntei.
Nyx bufou, dobrando os lábios por um momento. Ela e Ben se encararam por um momento antes de Nyx baixar o olhar para os pés, aceitando o fato de que as intenções de ambos eram puras.
- Não neste exato momento em particular. - Ela murmurou.
Ben riu suavemente, assentindo.
- Tudo bem, então. É um começo. Temos um acordo? - Ele estendeu a mão e Nyx olhou para ela por um momento antes de voltar seu olhar para os olhos do príncipe.
- Lobos usam sangue para firmar um acordo. - Nyx afirmou, levanto a mão direita e deixando que suas garras apareçam.
Sem exitar, Ben assentiu e deixou que a lupina fizesse um corte em sua mão, antes dela fazer o mesmo em sua própria mão.
- É - Ela murmurou, finalmente se permitindo dar a ele o menor sorriso. O pote de esperança em seu estômago começou a ferver novamente. Ela pegou a mão dele, apertando-a firmemente e deixando que o sangue deles se misturasse. - Temos um acordo.
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starlight-court-dreamer · 4 months ago
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 4 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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O dia da minha partida tinha chegado. Talvez seja por isso que o nascer do sol esteja especialmente bonito nesta manhã: porque sei que pode ser meu último com minha família.
Quem sabe se um dia vou conseguir voltar a vê-los?
Nas três horas que estive ausente vendo o nascer do sol e dando minha corrida diária ao redor da ilha, todos os meus itens pessoais foram empacotados em caixas e agora estão empilhados no canto. Meu estômago se revira. Papai tinha mandado encaixotar toda a minha vida.
– Seu pai é eficiente pra caralho, isso eu preciso admitir – murmura Uma antes de se virar para mim, me avaliando. Uma e os outros haviam dormido na Morada da Lua, para evitar qualquer atraso no dia de hoje e me ajudar a empacotar tudo, mas aparentemente nem seria necessário. – Estava esperando que pudesse esconder algumas armas nas suas coisas antes que seu pai guardasse tudo. Você precisa de várias armas se vai para aquele ninho de cobras rosas.
– Você já mencionou isso. – Ergo a sobrancelha. – Diversas vezes.
– Foi mal. – Ela estremece, abaixando no chão e começando a esvaziar a própria mochila.
– O que está fazendo?
– Armando você – ela fala baixinho, e sinto a emoção entalar na garganta. – Consegue esconder uma espada?
Balanço a cabeça.
– É muito difícil de esconder uma espada em uma jaqueta de couro. Mas é possível esconder adagas e eu sou bem rápida com elas.
Bem rápida mesmo. Rápida como um relâmpago.
– Imaginei. Que bom. Agora larga a mochila aí e tira essas botas horrorosas. – Ela separa os itens que trouxe, entregando botas novas e um conjunto preto. – Veste isso.
– O que tem de errado com a minha mochila? – Pergunto, mesmo assim a solto. Uma imediatamente a abre, tirando tudo que guardei ali com tanto cuidado. – Uma! Passei a noite toda arrumando isso!
– Você está levando coisas demais, e essas botas são uma armadilha. Se precisar correr, vai cair com essa sola lisa. Mandei fazer botas novas com sola de borracha para você como presente de aniversário, mas acho melhor lhe dar antes. E, querida Nyaxia, tenho certeza que você vai precisar, e muito.
Os livros começaram a voar da minha mochila, caindo perto das caixas.
– Ei, eu posso levar tudo o que quiser e quero levar esses! – Tento pegar o próximo livro antes que ela o jogue longe e mal consigo salvar minha coleção favorita de fábulas sombrias.
– Você acha que eles não vão revistar sua mochila? – pergunta Uma, seu olhar endurecendo. – Você vai ser presa antes do por do sol! Metade desses livros são sobre tortura ou venenos ou feitiços sombrios.
Eu reviro os olhos e concordo com a cabeça.
– Embora você possa levar essa mochila com seu dedo mindinho, mesmo essa mochila tendo quase a metade do seu peso, os cidadãos de Auradon vão tentar de tudo para lhe mandar de volta. Não vou deixar você estragar tudo tentando levar livros que você já leu quinhentas vezes, maninha. Agora, quer fazer o favor de me escutar? Eu bolei um plano enquanto você corria esta manhã. – Não há nenhum traço da minha melhor amiga/irmã. A mulher que está à minha frente é fria, calculista, e um pouco cruel. É a mulher que é a capitã de um bando de piratas rebeldes e atrevidos. – Esquece os livros.
– Meu padrinho deu este aqui pra mim – murmuro, pressionando o livro contra o peito. Talvez seja infantil, só uma coleção de histórias para nos alertar dos perigos da magia, mas foi um dos primeiros livros de magia negra que ganhei.
Ela suspira.
– É aquele livro de folclore de vermes que controlam a escuridão e alguns bichos voadores? Já não leu isso umas mil vezes?
– Provavelmente mais – confesso. – E os nomes certos são Erínias e Basiliscos, e não vermes e bichos voadores.
– Tio Hades e todas as suas alegorias – diz ela. – Ok. Pode ficar com esse aí. Agora se troque enquanto eu arrumo essa bagunça e vou acordar os outros.
O relógio toca ao nosso lado. Temos quarenta e cinco minutos antes do carro de Auradon chegar.
Eu me visto rapidamente, mas tudo parece pertencer a outra pessoa, apesar de obviamente ser do meu tamanho. Se eu tivesse que adivinhar, diria que eram obra de Belle e Dizzy. Após um breve banho, minha regata de corrida é substituída por uma camisa preta justa que cobre meus braços, e os shorts são trocados por um par de couro que abraça minhas curvas. Então, Uma me passa uma jaqueta de couro claramente nova que eu tinha certeza de ser um presente de Harry.
Passo os dedos pelas bainhas escondidas que foram costuradas na diagonal, acompanhando minhas costelas.
– Para as adagas.
– Só tenho cinco. – Eu as agarro da pilha no chão.
– Não tem problemas. Suas unhas/garras causam estragos piores do que essas adagas.
Enfio as armas nas bainhas, e é como se minhas costelas agora fossem armas. O desing é bem engenhoso. Entre as costelas e as bainhas e minhas coxas, o acesso às lâminas fica fácil.
Teria que agradecer a Dizzy e a Belle antes de partir. Elas são gênios da moda.
Minutos depois, metade do que havia colocado na mochila foi parar nas caixas. Ela arrumou minha mochila de novo, descartando tudo que achava desnecessário e quase tudo que não gostasse, enquanto disparava conselhos sobre como acessar os esconderijos antigos da sua mãe e tia. Então, ela me surpreende ao fazer a coisa mais sentimental do mundo: manda que eu me sente entre seus joelhos para trançar meu cabelo como minha mãe fazia quando eu era pequena.
É como se eu voltasse a ser criança, mas faço o que ela me pede mesmo assim.
Enquanto ela terminava de trançar algumas mechas do meu cabelo, escuto as irmãs mais novas Tremaine chegar e começar a discutir com meus outros amigos antes de começarem a subir as escadas em direção meus aposentos.
Uma e eu assistimos divertidas enquanto Dizzy entrava correndo no quarto ofegante com Belle logo atrás com algumas roupas nos braços.
– Eu ... fiz ... isso ... baseado ... no que... você costuma ... vestir – Dizzy diz colocando a pilha de acessórios que carregava em cima da cama antes de desabar no colchão.
Eu sorri suavemente em direção a pequena artesã antes de pegar cuidadosamente meus novos acessórios e colocar na minha bolsa principal.
– Obrigada, Dizzy querida. São todos perfeitos. E Belle, tenho certeza que todas vão ficar fabulosas.
Dizzy fez um breve sinal de positivo, ainda tentando recuperar o fôlego. Enquanto isso, Belle sorriu brilhantemente ao mesmo tempo que terminava de guardar as roupas que trouxe em uma segunda mala perto de mim.
Uma batida na porta chamou nossa atenção mais uma vez revelando Anthony, Harry, Yzla, Gil e Hadie. Como sempre, os rapazes deixaram Yzla passar primeiro antes de todos eles tentarem passar de uma só vez.
– Viemos trazendo mais presentes de aniversário adiantados. – Yzla diz, ajudando-me a levantar. – Bem, um único presente, mas que tem um pedaço de todos nós.
Hadie estendeu uma pequena caixa preta na minha direção. Cautelosamente, peguei a caixa e abri, revelando uma pulseira de prata com vários pingentes diferentes pendurados nela.
O meu coração derreteu ali mesmo enquanto eu pegava a pulseira com o maior carinho possível. Ninguém precisava me explicar o significado dos pingentes, pois era muito óbvio.
Um gancho para Harry; uma concha para Uma; um par de chifres para Gil, uma tiara para Dizzy, um sapatinho de cristal para Anthony, um vestido para Belle, um frasco roxo com orelhas de gato para Yzla e uma caveira para Hadie.
– É só para o caso de você sentir saudades nossas – Harry explicou vindo me abraçar. – E para se lembrar que sempre estaremos com você aonde quer que for.
Olhei para cada um deles e meus olhos começaram a se encher de lágrimas.
– Oh Deuses, por favor, não comece a chorar! – Uma gemeu enquanto cruzava os braços. Aparentemente seu nível de meiguice tinha acabado.
– Não estou – Menti, fungando. – Definitivamente não estou chorando feito um bebezinho. Só caiu um cisco em meus olhos.
Anthony sorriu e com cuidado retirou a pulseira da caixa e a colocou em meu pulso direito antes de colocar um leve beijo na minha palma. Ele sempre tinha sido o mais carinhoso comigo entre todos os meus amigos e talvez o mais próximo a mim, fora Hadie. Anthony sempre sabia quando eu precisava dele, essa foi um dos motivos por termos namorado por quase quatro anos antes de terminarmos ano passado.
Ao contrario do que todos os outros esperavam, após o termino, eu e Anthony ficamos ainda mais próximos. O amor entre nós não desapareceu, apenas de transformou em algo novo e talvez até melhor.
Após alguns segundos, Anthony me solta quando nota que eu já estou melhor e me entrega a minha mochila, agora bem mais leve.
Yzla vem ao meu lado e checa toda a minha roupa e adagas, antes de colocar as mãos em meus ombros.
– Lembre-se de que se precisar de qualquer coisa é só mandar uma mensagem para a gente. Podemos dar um jeito de quebrar essa barreira estupida e iremos direto até você. – O relógio toca mais uma vez. Só mais meia hora. Yzla engole em seco. – Está quase na hora. Pronta?
– Não.
– Eu também não estaria. – Ela dá um sorriso torto. – E olha que sempre estou pronta para tudo.
– Ela não vai morrer hoje – Hadie diz vindo abraçar a namorada. – Vamos descer tudo isso.
Passo as alças da mochila pelos ombros e respiro um pouco mais leve do que de manhã.
Os corredores centrais e administrativos da Morada da Lua estão silenciosos de uma forma sinistra enquanto passamos por diversas escadas, mas o barulho do lado de fora fica mais alto enquanto descemos mais. Através das janelas, vejo alguns dos vilões com quem convivi desde pequena do lado de fora do portão principal.
Antes de virarmos no último corredor que dá para a escadaria que leva ao pátio, Uma para junto com os demais.
– O que... ai. – Uma me espreme em seu peito, abraçando meu corpo com força na privacidade relativa do corredor.
– Eu te amo, Nyaxia. Não esqueça nada do que eu falei. Não seja só mais um nome na lista dos vilões que eles expulsaram para cá – A voz dela tremula, e passo os braços ao seu redor, apertando com força.
– Vou ficar bem – prometo.
Ela assente, o queixo encostado no topo da minha cabeça. Ela era apenas alguns centímetros mais alta do que eu.
– Eu sei. Vamos logo.
Antes que ela pudesse recuar, cada um dos nossos amigos se juntou ao abraço e ficamos ali juntos por alguns momentos desfrutando do que seria o nosso último momento em um longo tempo se tudo ocorresse com o planejado.
– Já chega! Vamos antes que ela se atrase.
É tudo que Uma diz antes de se mexer para soltar-se do apertado abraço e seguir para o pátio lotado de vilões logo na entrada principal da fortaleza.
Meu pai estava conversando com meu padrinho, Hades, e com o Dr. Facilier enquanto o Capitão Ganho mostrava algo para Yzma e o Sr. Smee. Madame Mim estava parada sozinha e olhava para o céu enquanto acariciava um de seus passarinhos.
Todos pararam o que estavam fazendo quando nos juntamos a eles no pátio. Eu não sabia se estava pronta para isso, mas sabia que cada um deles tinha algo a me dizer antes da minha carona chegar.
E o primeiro a se aproximar de mim foi o Sr. Smee.
💫🐺⚔️❄️🖤
Quando a minha carona chegou, uma limusine preta brilhante, dois seguranças desceram dela e começaram a guardar meus pertences na mala sem cumprimentar ninguém.
Dizzy e Belle não conseguiram se conter e me abraçaram novamente com força.
– Divirta-se com as princesas!
– Experimente muito sorvete por nós!
– Vá a bailes!
– Arrume um namorado bem mais bonito que o Anthony!
Anthony que estava observando suas irmãs com um sorriso, bufou de indignação fingida antes de puxa-las para perto dele, enquanto eu apenas revirava meus olhos para as palhaçadas das meninas.
Eu não tinha ideia do que faria em Auradon sem elas duas.
– Irei tentar me divertir, mas não sei ainda sobre um namorado. – Disse indo abraçar cada um deles individualmente. – Cuidem um dos outros e qualquer coisa venham até a Morada da Lua. Este lugar sempre vai abrigar vocês.
– Sim, sim, mamãe. – Uma pegou minha mochila e jogou no porta-malas da limusine. – Entre nesse carro, vá para Auradon e viva uma vida luxuosa!
– Não se esqueça de assustar alguns príncipes! – Hadie acrescentou.
– E não se esqueça das poções que mamãe lhe ensinou – Yzla lembrou-me indo ficar ao lado do namorado.
– Ah, e diga ao Rei Fera que papai mandou lembranças e eu ele gostaria que o Rei Fera fosse empalado em uma das vigas do seu castelo – Gil disse enquanto gesticulava com as mãos como sempre fazia. – Do jeito que papai planejou fazer com ele há vinte anos.
– Fale bem de mim para algumas princesas – Acrescentou Anthony, olhando melancolicamente para o reino do outro lado do mar.
Eu ri, dando um sorriso triste para minha família.
– Eu vou voltar. Eu juro – Tentei tranquilizar todos eles. – E-eu não sei quanto tempo vai levar, mas eu vou voltar. Vou tirar todos vocês daqui.
– Nós sabemos.
Todos eles deram espaço para o meu pai se aproximar depois de um último abraço.
– Bem... então tudo o que resta é dizer adeus. – Meu pai afirma olhando no fundo dos meus olhos. – Sabe, eu e sua mãe sempre imaginamos como seria esse momento e mesmo assim... eu não sei bem o que dizer. Sempre nos perguntamos: Em que mundo você estaria segura sem nós? Quem poderia proteger você melhor do que nós? E com o passar dos anos, percebemos que só existe uma resposta para essas perguntas e a resposta é... você, Nyaxia. Você é mais forte do que imagina, filhote. Por favor, lembre-se que você é o legado que nossa família sempre desejou, a promessa que lutamos para proteger. Sua mãe e eu sempre estaremos junto a você, seja através dos traços do diabo em seu olhar, isso é meu, ou nas suas risadas que são tão parecidas com as de sua mãe.
Mesmo que sua voz não vacilasse ou que seus olhos não tivessem lacrimejando, eu sabia que meu pai estava com dor. Em vinte anos, nunca tínhamos ficado longe um do outro. Sempre fomos eu e ele.
As lagrimas que eu tanto tentará segurar me escaparam e com delicadeza papai as limpou antes de depositar um beijo demorado em minha testa.
– Esse reino uma vez quis ver você morta, mas um dia você, eu e sua mãe faremos dele o seu lar. E cada alma que deseja o seu mal, será aniquilada. Tão certo quanto o meu sangue que corre em suas veias, você voltará para mim. Você é e sempre será... a nossa esperança. Seja feliz, filhote.
– Eu serei feliz, papai. Eu prometo.
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starlight-court-dreamer · 4 months ago
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 3 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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No decorrer da sua longa vida, Elijah Badwolf, ou mais carinhosamente conhecido pelo público como Grande Lobo Mau, passou a acreditar que todos são ligados para sempre aqueles com quem compartilhamos sangue. E mesmo que não escolhamos a família... esse laço pode ser a nossa maior força... ou o nosso maior arrependimento.
Essa triste verdade sempre lhe assombrou.
Essa verdade é o motivo de seu aprisionamento nessa ilha deplorável. Essa verdade é o motivo de sua maior alegria e orgulho.
Esse laço nos dá a responsabilidade de amar incondicionalmente.
Sem desculpas.
Não se pode fugir do poder desse laço, mesmo quando ele é testado.
Ele nos sustenta, nos dá força.
Sem esse poder, não temos nada.
💫🐺⚔️❄️🖤
Ela estava cantarolando.
O alfa do clã dos Badwolf tamborilava os dedos longos em sua mesa preta e lustrosa. O som deveria tê-lo irritado. Deveria ter reverberado em seu crânio. Ele já estava com dor de cabeça depois de ouvir sua esposa discutindo os prós e contras da ida de sua filha para Auradon por mais de quatro horas seguidas. Ser marido de alguém não deveria ser visto como algo alegre, e sua enxaqueca era a prova disso. Ninguém tinha lhe avisado que após o casamento suas opiniões, estando certas ou não, não teriam qualquer peso em uma discursão com sua esposa... a regra era clara: ela mandava e ele obedecia, sem mais nem menos. E pensar que ele próprio era considerado o pior vilões da atualidade...
Mas ele manteve a raiva sob controle. De qualquer forma, já tinha descarregado boa parte da fúria nos “guardas” de Malévola que havia, com muito prazer, abatido e pendurado nas vigas para que todos vissem.
E daí que sua esposa achasse a nova decoração de um tremendo de mau gosto? Ele tinha construído aquele lugar, no mínimo poderia decidir as decorações. Pelo menos, até sua esposa começar a fazer greve sexual em seu quarto.
Mais uma vez, a suavidade da voz dela vazava pela frestinha da porta do seu escritório. Se fosse qualquer outra pessoa, ele certamente abriria a porta de suspensão e exigiria que o som irritante parasse no mesmo instante. Faria ameaças e intimidações até que todos tremessem de medo e sua reputação se consolidasse mais uma vez na mente dos funcionários. Era mais seguro para ele – e para eles.
Mas não era qualquer um; era a sua filhote, Nyx – ele só conseguia pensar nela dessa forma, mesmo que sua esposa dissesse que o nome completo de sua filha era belíssimo. Nyx é tão parecida com a mãe que, de certa forma, era desconcertante. Feito um trouxa, ele se aproximou da porta e encostou o ouvido ali (não que fosse necessário... ele era um lobo, pelos deuses). Precisava saber que música era aquela. Tinha que ser algo que ela gostava o suficiente a ponto de decorar a melodia.
Ou talvez fosse...
Paft!
Cambaleando para trás, ele levou a mão ao nariz e um grito de dor escapuliu de seus lábios. Estava tão distraído com a escolha de canção de Nyx que não tinha percebido o som se aproximando.
Naquele momento, não havia mais cantoria, apenas o silêncio do choque e sua filha atordoada do outro lado da porta aberta que tinha acabado de acertar seu rosto.
Ela franziu o elegante nariz enquanto dava um passo cauteloso para trás e agitava as mãos à sua frente.
– Opa.
Então, os lábios dela se curvaram num sorriso de orelha a orelha, e de repente a dor no rosto não era nada se comparada à sensação de contentamento no peito do lupino.
– Sinto muito, papai. Eu deveria ter batido antes.
Ela deu de ombros, como se quisesse dizer: O que vamos fazer comigo?
Ele tinha algumas ideias. A primeira era mandá-la para ficar mais alguns dias com a louca da Yzma. Etiquetar poções, pela centésima vez, talvez lhe ensinasse boas maneiras.
Então, balançou a cabeça e olhou feio para ela.
– Existe algum motivo para você ter entrado no meu escritório como se fosse uma bola de canhão, filhote? Ou você só queria me agredir com minha própria porta?
Ela arregalou os olhos claros, iguais aos de sua mãe, enquanto passava por ele e invadia ainda mais o seu espaço pessoal.
Como se já não tivesse invadido todas as outras áreas da sua vida.
Elijah não se lembrava, na idade de sua filha, de ter causado tanta confusão na vida de sua própria mãe.
– “Agredir” é meio forte, né? Tenho certeza de que você já apanhou de coisas piores, em lugares bem mais vulneráveis.
Ela parou por um instante, aparentemente considerando as palavras que acabara de dizer. O funcionamento da mente dela era diferente de tudo que ele já tinha visto. Era quase como se cada pensamento e palavra dita fizessem as engrenagens imprevisíveis da sua cabeça girarem até que ela conseguisse entendê-las à sua maneira específica. Sua esposa sempre afirmava que Nyx se parecia com a tia materna, a irmã mais nova de sua esposa. Era surpreendentemente intrigante. Era...
Uma distração irritante, e ele detestava aquilo.
E então ela dizia algo que o deixaria sem palavras, como:
– Não que eu esteja pensando nas suas partes vulneráveis! Quer dizer, agora estou, pois levantei o assunto, mas eu quis dizer... – Ela fez uma pausa e, por alguma razão incompreensível, ele precisava saber como aquela frase seria concluída. Então, esperou. – Só me lembrei da história que mamãe contou sobre a titia lhe acertar nas... suas partes vulneráveis com uma frigideira.
Uma emoção familiar e irritante o atravessou, fazendo-o sentir coisas repugnantes, como alegria e uma vontade incontrolável de rir, mesmo que essa memória em particular fosse bastante dolorosa.
Eu ainda vou retribuir o golpe de frigideira que aquela maluca me deu.
Ele a encarou intensamente. O brilho de diversão daqueles olhos, o relevo das bochechas, o movimento quase imperceptível dos lábios, como se ela tivesse sempre pronta para sorrir a qualquer momento. Soltando um suspiro e passando a mão pelo cabelo, ele se virou para a mesa. Precisava recuperar o equilíbrio.
– Estou com pouca paciência hoje, Nyaxia.
Não era nem meio dia e ele já tinha lidado com guardas de Auradon, espiões de Malévola, sua esposa e, agora, sua filha.
Que manhã gloriosa.
– Em comparação com todas as outras manhãs, papai?
Era um fato aceito por Elijah que sua esposa não tinha um útero e sim uma copiadora dentro do corpo, embora sua esposa sempre tenha lhe dito que Nyaxia havia puxado completamente a ele.
Talvez fisicamente.
Elijah rodeou a mesa e sentou-se na cadeira, ignorando sua filha enquanto ela sentava-se nas cadeiras em frente a mesa. Nyaxia o visitava todos os dias nesse mesmo horário fazia quase quinze anos, dando ao pai conselhos barulhentos e irritantes sempre com um sorriso no rosto e um brilho no olhar. Era incrível como a lupina só precisava de uma palavra para tirar o pouco juízo que o pai tinha. Era um talento.
Nyx arqueou a sobrancelha e se acomodou na cadeira vaga e cruzava as pernas do jeito que sua mãe tinha lhe ensinado quando criança. Os cabelos escuros estavam presos na trança de costume, com um único cacho sempre escapando para repousar na bochecha. Seu sorriso se iluminou ao ver os chocolates no pote em cima da mesa e já foi logo pegando alguns.
– Nyaxia, não coma doces demais antes do almoço.
– Então para de colocar doces ao meu alcance na hora do almoço – Ela comeu um dos chocolates antes de devolver a metade dos chocolates que tinha pego ao pote.
– Entendido – concedeu ele, levantando ambas as mãos em sinal de rendição. Depois, suspirou e tentou voltar a quem era antes que aquele desastre natural em forma de gente entrasse no mundo dele.
Você é a encarnação do mal. O mundo teme a simples menção ao seu nome. Você é um assassino impiedoso. Você não é um principezinho chato e pai de família irritante. Sua mulher com certeza não lhe chama de lobinho lindo. E você, com certeza, não é massinha de modelar nas mãos da sua filha.
Um sonzinho repentino escapuliu dela, suspeitosamente parecido com um espirro. Nyx olhou para ele com uma expressão constrangida.
Elijah estava derretido, e cada grão de poeira naquela sala era seu inimigo.
– Prossiga – disse com o maxilar travado.
Nyx pôs as mãos pálidas sobre a mesa e deslizou uma folha de papel na direção dele.
– Montei uma lista de coisas que você precisava verificar enquanto eu estiver no reino frufru e cor de rosa. Tenho certeza que a Uma ou a Yzla vão ter mais algumas informações, caso precise de mais detalhes. A Yzla ama os segredos dela e a Uma mantém registros impecáveis sobre todos os moradores da ilha.
Ele olhou para o papel. A caligrafia elegante de Nyaxia estava espalhada por toda a página, com os nomes de vários locais espalhado pela Ilha dos Perdidos e várias anedotas escritas ao lado de cada um. Era uma quantidade enorme de detalhes e deveria ter lhe custado alguns bons minutos.
– Mais alguma coisa? Talvez queira que eu ajude Harry a limpar o convés daquele navio pirata grudento? Ou talvez eu deva ir ajudar Hadie com suas aulas de como governar o submundo?
Nyx estreitou os olhos e sorriu de lado, assim como ele próprio fazia.
– Não será necessário, papai. Mas obrigada por perguntar!
💫🐺⚔️❄️🖤
– MAL? – Uma exclamou, quase gritando. Nyx conseguia ver a veia em seu pescoço saltando, mas um pouco e Uma teria uma veia rompida. – A lagartixa júnior de Malévola e seus patinhos estúpidos vão para Auradon?
Uma Hydraviper era a filha da bruxa do mar mais velha, Úrsula, e neta do próprio Deus Poseidon. Alta, atlética e com uma pose de líder destemida, com a pele negra, lindos olhos castanhos escuros, quase negros, e os cabelos cheios de tranças azuis esverdeadas. Uma trabalhava todos os dias no restaurante de sua mãe por algumas horas e depois passava o tempo em seu navio pirata junto com seus melhores amigos.
Nyx sentou-se no balcão do Ursula's Fish & Chips, de pernas cruzadas enquanto soltava um suspiro de frustação. Ao seu redor, Harry e Gil varriam o chão do salão enquanto Hadie, Anthony e Yzla bebiam e comiam ao seu lado.
Mal Dracona era um ser com quem Nyaxia e seus amigos nunca se deram bem. A lagartixa júnior era a filha única de Malévola, conhecida carinhosamente de Fada do Mal, e uma das pessoas mais “temidas” na Ilha, mas apenas por causa da reputação de sua querida mamãe.
Nyx e Uma a detestavam mais do que qualquer um naquele lixão flutuante. Talvez Hadie chegasse perto, mas por motivos completamente diferentes.
Mal tinha feito a vida de Uma um inferno na terra depois de tê-la apelidado de “Camar��o” e constantemente humilhá-la na frente de todos os filhos de vilões quando crianças. Já o ódio de Nyx pela fadinha vinha de família. Seu pai e Malévola tinha uma rixa que já durava mais de um século, e tal rixa passou para suas filhas. E Hadie bem... ele não diria seus motivos para quase ninguém. Nyx sabia é claro, sendo sua melhor amiga, mas ela nunca disse esse segredo para mais ninguém.
A filha da Fada do Mal não era nem de longe assustadora ou ameaçadora. Na opinião de Nyaxia, um porco poderia causar mais estragos do que Mal.
Os patinhos dela, como Uma os chamava, não eram muito melhores.
Jay Najar, filho do feiticeiro Jafar, seguia Mal com uma lealdade e adoração cega que ele poderia se passar, sem problemas, como a sombra dela.
Evie Grimhilde, filha da Rainha Má, era outro ser sem pensamento crítico e outra seguidora de Mal. Embora fosse uma estilista descente, tivesse uma beleza moderada e fosse muito boa quando o assunto era atividades domésticas, sua aliança com a fadinha do mal tirava qualquer chance de redenção na perspectiva de Nyx, que só a tolerava por causa de Dizzy e Belle Tremaine.
E por último, mas não menos pior, havia Carlos De Vil, filho da maluca Cruella De Vil. Alguém que conseguia perder de uma minhoca quando o assunto era coragem. Nyx não poderia lembrar-se da quantidade de vezes que ele se urinou nas calças ao se deparar com ela quando ambos eram crianças.
Só de lembrar-se que teria que ir com eles para Auradon fazia Nyx querer berrar.
– Eu perguntei a papai se não poderia levar vocês... se não havia qualquer possibilidade de retirarem/roubar os convites deles e darem para vocês – Nyx explicou, apoiando-se em Hadie, seu melhor amigo, que prontamente lhe envolveu em seus braços. – Mas papai disse que já havia tentado de tudo e os guardas apenas respondiam que esse experimento, por ordem do príncipe Ben, deveria começar pequeno e que não deveria haver acompanhantes e blábláblá. – Ela escondeu o rosto no pescoço do semi-deus do submundo e gritou de frustação, enquanto ele ria e beijava seus cabelos carinhosamente. – Eu quase não desmembro e corto a garganta deles nos dias normais e agora irei provavelmente ter que dividir um quarto com eles?
Harry e Gil começaram a gargalhar de seu sofrimento e em solidariedade Yzla pegou sua adaga e jogou na direção deles errando por muito pouco.
Ysla Cat era a neta da cientista/bruxa Yzla, entregue à avó aos 2 anos, durante uma tempestade. Alta e atlética, com a pele negra, lindos olhos castanhos e os cabelos brancos e cacheados de seu pai, ela era absolutamente invejável. Como Yzma não tinha absolutamente nenhuma experiência na criação de um bebê, a vilã inca pediu que sua neta fosse criada a maioria dos dias junto a Nyx, a quem ajudou a dar à luz.
Yzla era uma das poucas pessoas que faziam a lupina rir das coisas mais bobas. Na verdade, ela era uma das poucas pessoas que sabiam alguma coisa de verdade sobre a história de Nyaxia. Era o mais próximo de que Nyx poderia chamar de irmandade, além da sua relação com Uma, e ela se importava demais com Yzla.
Yzla limpou sua boca com um pedaço de papel e se virou na direção da lupina e de seu amante.
– Posso ser sincera com você?
Nyx arqueou as sobrancelhas.
– E você não é sempre sincera?
– Bem, sim, mas isso... é diferente.
Mais do que curiosa para saber o que Yzla estava pensando, Nyx assentiu para que ela seguisse em frente.
Ela respirou fundo.
– Sei que nossas vidas são diferentes, assim como o nosso passado e o nosso futuro, mas você trata essa ida a Auradon como se ela pudesse muito bem significar a sua morte, quando é exatamente o contrário. É a vida. Um novo começo. Você vai conseguir se livrar da Mal e seus patinhos sem seu pai conseguir se intrometer.
Yzla sorriu radiante e deu um pequeno risinho que foi acompanhado pelo próprio riso de Hadie. Era quase cômico o quanto os dois eram profundamente apaixonados. Eles vivam grudados, até parecida que havia cola entre os dois.
Gil franziu a testa e levantou a mão.
– Livrar no sentido de matar, não é?
Yzla parou de rir no mesmo instante e voltou seus olhos escuros na direção do loiro fortão.
– É claro que estou me referindo a matar!
– Não vê? É fácil! Sem ela aqui, nem herdeiros ao trono de Malévola, vamos assumir toda essa ilha e governar! BRILHANTE!
Nyx não sabia como tinha conseguido segurar a gargalhada até aquele ponto, mas depois do grito alegre de Yzla ela não conseguiu mais aguentar. E não foi só ela, Uma, Harry, Anthony e Hadie também começaram a rir sem parar.
Ninguém poderia associar Yzla à Yzma de forma física, mas em momentos como esse, era impossível não ver a personalidade da vilã em sua neta.
– Você está falando como sua avó – Nyx provocou Yzla.
– Mas é verdade. – Ela estendeu a mão e apertou a mão de Nyx. – Só temos que encontrar um jeito de matar Mal sem ninguém perceber e com a sua morte, Malévola ficaria arrasada e bem mais suscetível a erros. E com você livre em Auradon, será bem mais fácil quebrar essa maldita barreira e sair daqui. Pense só nas travessuras que vamos aprontar!
– Vamos poder conquistar todos os sete mares, Uma! – Harry exclamou, e Nyx podia ver seus olhos brilhando de esperança. – Nyx poderia finalmente correr pela neve como sempre sonhou. Hadie pode ir para o submundo e governar lá sobre todas as coisas mortas. Yzla poderá realizar quantos experimentos malucos quiser. E Anthony... bem, ele poderá ter suas noitadas sempre que quiser. Todas as crianças nessa ilha poderão ser livres!
Uma revirou os olhos, mas concordou com a cabeça. Harry estava certo... todos poderiam ser livres.
– Mas primeiro nossa amada lupina vai ter que quebrar essa barreira magica irritante.
– E o que estamos esperando? Vamos arrumar as malas da Nyx agora mesmo! – Yzla exclamou feliz, pulando do banco e me arrancando dos braços de seu namorado. – Para o laboratório!
Todos olhamos para ela sorrindo e esperamos ela se tocar do que havia dito. Demorou apenas alguns segundos, mas Yzla logo entendeu e gritou novamente: – Para o quarto da Nyx!
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starlight-court-dreamer · 9 months ago
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 2| Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Nyx seguiu o pai até o seu escritório. Suas têmporas começaram a latejar indicando o início de uma dor de cabeça infernal, a rapidez com que ele se movia só aumentava a dor em sua cabeça.
O pai apenas a olhava com cara de paisagem. Totalmente desprovido de qualquer emoção. Na verdade, ela pensou ter visto o resquício de emoção que havia nele desaparecer no instante em que os olhares se cruzaram. Como se a mera chegada dela tivesse acabado com todas as suas emoções.
Ou eu estou muito ferrada ou aquela lagartixa roxa ridícula fez algo realmente ruim.
Ela abriu a boca para dizer isso, mas o pai já havia cruzado o escritório e parou em frente às grandes portas de madeira que davam para a varanda e as abriu, indicando que ela passasse à sua frente. Puxando seus cabelos longos em uma rabo de cavalo improvisado, Nyx deu um passo à frente, encostando-se ao parapeito da porta, sentindo o frio da manhã na pele.
O sol nunca aparecia na Ilha dos Perdidos. Grandes nuvens acinzentadas cobriam todo o espaço aéreo do local e impediam que qualquer raio solar chegassem até os moradores. Devido a isso, cultivar qualquer alimento era praticamente impossível, e os moradores da ilha dependiam quase que exclusivamente da bondade e compaixão do povo de Auradon. Além disso, as baixas temperaturas e a escuridão quase que completa influenciavam para dar um toque sombrio e ameaçador à Ilha dos Perdidos.
– Você está perdendo a vista – disse o pai, com uma voz baixa e rouca que fez sua cabeça formigar, como o tamborilar da chuva do telhado.
– Eu sei como é a Ilha dos Perdidos – respondeu ela em tom seco, e então cruzou os braços na altura dos seios. Nyx estava certa, não importava onde ela estava, as imagens das ruas lotadas de lixo e vilões sujos eram nítidas em sua mente. Ela havia crescido ali, em meio aos ladrões e bandidos, correndo por todas aquelas ruas imundas e fétidas. Prédios com aparência de abandonados cobriam a área que rodeava a mansão, uma névoa gélida era encontrada espalhando-se pela região.
Ao longe, quase no centro da ilha, era possível ver o castelo horroroso onde a Lagartixa mãe e a Lagartixa filha moravam junto aos seus amiguinhos ridículos. Se olhasse para leste, poderia ver as docas onde o Capitão Gancho, Úrsula e Morgana, sua irmã, dominavam, se apertasse bem os olhos poderia ver até as velas do navio comandado por sua melhor amiga, Uma, a filha da Bruxa do Mar.
– Eu queria te afastar de ouvidos indiscretos. É um assunto muito sério.
Algo na postura dele, com o vento fazendo sua capa preta esvoaçar, fez Nyx ter um forte pressentimento.
– Tá, antes que você venha com todo esse papo de Lorde das Trevas para cima de mim, eu não matei ninguém e eu não explodi nada nas últimas vinte e quatro horas. Estive com Uma, Harry e Gil desde ontem de manhã.
Dava para sentir aquela terrível avalanche de palavras que lhe escapava toda vez que ela estava nervosa ou havia um silêncio indesejável. Normalmente, Nyx conseguia controlar esse impulso após anos de treino, mas seu pai conseguia tirar o pior dela, então ela continuou:
– Talvez eu tenha quebrado alguns ossos de alguns misóginos e abusadores de crianças. Mas eles mereceram – Agora, ela gesticulava descontroladamente, como se estivesse tentando voar.
O que tornou a situação pior foi perceber que seu pai estava se esforçando muito mal, diga-se de passagem, para não ria dela.
Uma pessoa controlada pararia de falar ao ver aquela expressão no rosto do Lobo Mau, mas Nyx não era tão controlada assim. Quer dizer, Nyx era controlada, mas parecia que o cérebro e a boca não estavam conectados. E isso sempre acontecia na presença do pai.
– E talvez, sem o meu envolvimento, é claro, as sobrancelhas da bruxa, verruguenta e obcecada por maçãs, tenham sido queimadas novamente.
Os olhos do pai brilharam e a Nyx viu algo ardendo ali, só por um momento, antes de se fecharem de novo. Ele limpou a garganta e coçou a nunca, parecendo meio irritado meio orgulhoso.
Vê-lo perder qualquer resquício de sua impecável compostura dava a Nyx uma satisfação imensa. Não era sempre que o Grande Lobo Mau saia do seu personagem impecável e superior.
– Não me importo com as suas travessuras junto aos seus amigos piratas, filhote. – O pai revirou os olhos e apoiou as mãos em cada lado dos pilares de pedra. Nyx sabia que daria para ver seus ombros e costas tensos, não fosse pela capa.
A Morada da Lua, como era chamada pelos outros cidadãos da Ilha o lugar onde morava, era uma verdadeira fortaleza. Os homens de seu pai eram vistos circulando pelo perímetro. Todos eram fieis a sua família, de uma forma ou outra.
Seu pai tinha mantido a maioria das alianças de antes do seu confinamento na Ilha. Capitão Gancho, Sr. Smee, Yzma, Hades, Úrsula, Madame Mim, Dr. Facilier. Todos eles eram aliados de seu pai. Alguns mais que outros, é claro. Isso resultou nas amizades mais próximas de Nyx: Uma Hydraviper, Harry Hook, Gil LeGume. Nyx também tinha outros amigos como: Hadie Underworlder, Yzla Cat, Anthony, Dizzy e Annabelle Tremaine.
Quando não estava treinando todos os métodos de matar com seu pai, Nyx sempre poderia ser encontrada com Uma, Harry e Gil, seja ajudando no Ursula's Fish and Chips ou no navio que Uma comanda.
– Filhote?
Ah, ele estava falando, não estava? Nyx estava muito ocupada envolta em seus próprios pensamentos para ouvir ele.
– Ah, sim, eu... concordo. – Nyx balançou cabeça enfaticamente, tentando ao máximo não demostrar que estava prestando atenção.
– É mesmo? – Ele assobiou baixinho e levantou a mão para esfregar a barba por fazer mantida à perfeição. – Pois bem, tendo sua aprovação, irei começar os preparativos para casa você com um dos goblins, para garantir mais acesso às docas onde os produtos e alimentos chegam de Auradon.
– O quê? – Nyx arfou. – Papai, eu... O senhor perdeu completamente a cabeça? Isso não pode ser sério! É loucura!
Sem se dar conta, Nyx se aproximou do pai e agarrou as lapelas de sua capa e começou a balançar o corpo dele, tentando procurar qualquer traço de loucura em seus olhos.
Mas, em vez de humanidade, ela viu os olhos se estreitarem e formarem pequenas rugas nos cantos. Nyx deu um grande passo para trás para observar melhor a expressão do pai. Os lábios estavam curvados para cima e, quando Nyx percebeu, soltou um gritinho.
– ERA UMA PIADA?
O pai abriu o maior sorriso que Nyx tinha visto nele desde seu último aniversário.
– PAI!
Ele revirou os olhos e balançou a cabeça, como se não conseguisse acreditar na conversa que estava tendo.
– Agora que tenho toda a sua atenção...
– Foi a sua primeira? – Nyx interrompeu, incapaz de processar tanta informação nova em poucos segundos.
O licano alfa inclinou a cabeça para trás, surpreso, enquanto soltava as mãos de Nyx de sua capa.
– Minha primeira o quê, filhote?
– Sua primeira piada desse mês.
Ele grunhiu e abriu a bocas para falar, parecendo bem indignado, na opinião de Nyx.
– Mas não é poss... – Ele se interrompeu para beliscar a ponta do nariz. – Nyaxia, você realmente acha que sou incapaz de ter senso de humor?
– Claro que não – disse ela seriamente – Você me teve.
O pai soltou um suspiro resignado e ajeitou meticulosamente a capa escura.
– Falo com você por menos de três minutos e já fico mais confuso do que os estagiários durante meu dia favorito da semana.
– Metaforicamente falando, claro, já que não estou atirando flechas em você. – Nyx lançou-lhe um olhar penetrante para reiterar o quanto “reprovava”  o treinamento de autodefesa do pai com as pobres almas que vinham para “estágios”. Filhos de vilões menores e pouco relevantes, pessoas com dívidas de jogo e outros malfeitores se candidatavam ao cargo o tempo todo.
O Dia da Caça é o melhor espetáculo que ocorre na Ilha dos Perdidos. O evento acontece no final de cada semana de trabalho dos estagiários do Grande Lobo Mau, a menos, é claro, que o pai estivesse tendo um dia ruim. Aí, poderia ser no início da semana, no meio da semana, de manhã, durante o almoço, ou... Bom, a lista continua. Pelo menos era consistente, já que todo Dia da Caça consistia no pai mandando os estagiários para fora para que fugissem de algo.
Desde que nascerá, ela os vira tentar escapar de uma besta, de um arco com flechas em chamas e de inúmera criaturas mágicas e não mágicas, até dela mesma quando o pai achou que Nyx já tinha idade o suficiente... Detalhe: Nyx tinha apenas 11 anos quando começou a participar ativamente do Dia da Caça. Mas, sem dúvidas, os dias preferidos de Nyx são aqueles em que o pai estava tão farto das palhaçadas de seus funcionários que começa a perseguir pessoalmente eles pelo pátio dos fundos... às vezes, se ela tivesse sorte, alguns dos funcionários de seu pai conseguiam fugir, e ela e os amigos continuavam a caçar eles por toda a ilha.
Foi o mais rápido que ela já viu os estagiários correrem. Nyx sempre morri de rir nesses dias.
E daí que eu me divirto com o desesperos deles? Quem não se divertiria com um bando de machos, correndo e gritando por suas mamães, mais perdidos do que cego em tiroteio?
– Vale lembrar que não mato um estagiário há muitos meses.
Nyx revirou os olhos tão forte que quase conseguiu ver o seu crânio por dentro.
– Papai lindo do meu coração, odeio diminuir seus sucessos, mas existem pessoas que passam a vida inteira sem matar ninguém.
Ele permaneceu sério.
– Que chato.
– Me poupe, né? Não foram “meses”. Você arrancou a cabeça de um dos trolls da Lagartixa Sênior semana passada.
– Bom, ele mereceu.
Nyx deu de ombros, concordando.
Todos sabiam que aliados da Fada das Trevas não eram bem-vindos daquele lado da ilha. E aqueles que tentavam... bem, eles rapidamente sumiam e nunca mais eram vistos novamente.
– Se eu tivesse esse privilégio, a Mal já teria ido parar em uma cova rasa há muitos meses. – Nyx fez uma pausa contemplativa. – Na verdade, pai...
– Não.
– Mas e se eu fizer uma lista oficial e bem-organizada de prós e contras? – suplicou.
De repente, o pai fechou a cara, tão do nada que Nyx ouviu a própria respiração acelerar.
– Sempre mantenha os inimigos por perto, filhote. A vida é mais interessante assim.
O sorriso que ele lhe deva naquele momento não tinha alegria, apenas promessas cruéis.
Nyx suspirou, cansada. Seu pai nunca lhe explicara o motivo de não acabar logo com essa guerra fria entre ele e Malévola. Até onde ela sabia, esse conflito já durava quase um século. E mesmo tendo todas as oportunidades agora, o alfa do clã Badwolf ainda não tinha decepado a cabeça da fada lagartixa ou arrancado seu coração.
– Falando em inimigos... Podemos discutir o assunto que me fez trazer você aqui para conversar antes que os outros comecem a acreditar que vou jogar você por cima do parapeito? – perguntou ele.
Nyx revirou os olhos e gesticulou para que ele continuasse.
– Pode falar.
O lupino fez cara feia e virou de costas para ela, voltando o olhar para a vista da Ilha.
– Uma carta chegou hoje para você.
Nyx tentou não demonstrar, mas a alegria era palpável. Fazia meses desde que a última carta da sua mãe tinha chegado, quase um ano. Essas cartas vinham de tempos em tempos, nunca de forma constante ou rotineira. Seus pais eram muito cuidadosos quanto a correspondência... todo cuidado era pouco, nunca se sabe quando uma de suas cartas poderia ser interceptada.
– Mamãe está bem? Cadê a carta? Ela mandou mais alguma coisa...
– É do palácio de Auradon. De Vossa Alteza Real, Príncipe Benjamin, para ser especifico.
💫🐺⚔️❄️🖤
Palácio Real de Auradon
À Ilustre Senhorita Nyaxia Badwolf,
É com grande distinção que, nesta primeira proclamação como Rei dos Estados Unidos de Auradon, tenho a honra de dirigir-me a vossa pessoa.
Como parte de meus votos solenes de estabelecer um reino de inclusão e progresso, venho por meio desta carta oferecer-lhe uma oportunidade singular: juntar-se ao corpo docente da Escola Preparatória de Auradon.
Esta proposta não apenas reflete os valores fundamentais de minha monarquia, mas também inaugura um novo capítulo de promessas e esperanças em Auradon. Sua presença na Escola de Auradon será de inestimável valor, contribuindo para a construção de um futuro mais brilhante para nosso reino.
Em reconhecimento à sua grande e histórica família, é com grande esperança e antecipação que aguardamos sua resposta afirmativa.
Os meus guardas estarão lhe aguardando amanhã pela manhã nos portões da Morada da Lua caso aceite a minha proposta.
Com distinta estima,
Príncipe Benjamin
Em nome da Família Real de Auradon
– Você só pode estar brincando com a minha cara. Por que, em nome de Ártemis, eu iria querer fazer isso? – Nyx zombou secamente, erguendo uma sobrancelha para o pai.
– Isso não é uma brincadeira, Nyaxia. Mas sim uma oportunidade. Você ira para Auradon, filhote. – De repente, a voz dele ficou mais baixa. Um tom letal que ela já tinha visto fazer os homens mais corajosos se tremerem de medo. Por algum motivo, Nyx achava reconfortante... talvez seja porque ele era o seu pai. – E isso não está em discursão.
– Oi? O senhor está ficando louco? Você sempre disse que Auradon é horrível e uma perda de tempo terrível.
– Mas com a minha filha lá, pode deixar de ser.
– Pai! Auradon não dá a mínima para nós há duas décadas! – rosnou Nyx enquanto se aproximava de seu pai, com as presas afiadas a mostra. – Eles jogaram você e todos os outros vilões em uma pilha de lixo flutuante sem dar a ninguém uma chance de redenção. Claro que a maioria não teria se redimido de qualquer maneira... mas mesmo assim, eles não se importaram com ninguém.
O pai olhou para ela com uma emoção indecifrável.
– E então, quando nascemos, eles decidiram que seríamos tão ruins quanto nossos pais. E nunca, nunca, pensaram em nós novamente. Então me perdoe se estou tendo dificuldades de em acreditar que, depois de vinte anos, a família real decidiu milagrosamente que talvez vale a pena pensar em nós.
Elijah Badwolf a fitou por longos minutos em completo silêncio, sem nunca desviar o olhar. Seus olhos lentamente começaram a se tornar de uma cor dourada, quase tão reluzente quanto ouro derretido.
– Nyaxia, você irá para Auradon. Não existe outra opção para você. Eu e sua mãe já decidimos, você irá para Auradon – disse o Lobo Mau em voz baixa.
Nyx respirou fundo, porque ele se erguia imponente e sombrio, prometendo destruição. Ela sabia que nunca teve chance contra seu pai, mas saber que sua mãe também o apoiava... bem, isso mudava as coisas, e ela só conseguia pensar...
– Quem mais vai para Auradon?
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 2| Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Nyx seguiu o pai até o seu escritório. Suas têmporas começaram a latejar indicando o início de uma dor de cabeça infernal, a rapidez com que ele se movia só aumentava a dor em sua cabeça.
O pai apenas a olhava com cara de paisagem. Totalmente desprovido de qualquer emoção. Na verdade, ela pensou ter visto o resquício de emoção que havia nele desaparecer no instante em que os olhares se cruzaram. Como se a mera chegada dela tivesse acabado com todas as suas emoções.
Ou eu estou muito ferrada ou aquela lagartixa roxa ridícula fez algo realmente ruim.
Ela abriu a boca para dizer isso, mas o pai já havia cruzado o escritório e parou em frente às grandes portas de madeira que davam para a varanda e as abriu, indicando que ela passasse à sua frente. Puxando seus cabelos longos em uma rabo de cavalo improvisado, Nyx deu um passo à frente, encostando-se ao parapeito da porta, sentindo o frio da manhã na pele.
O sol nunca aparecia na Ilha dos Perdidos. Grandes nuvens acinzentadas cobriam todo o espaço aéreo do local e impediam que qualquer raio solar chegassem até os moradores. Devido a isso, cultivar qualquer alimento era praticamente impossível, e os moradores da ilha dependiam quase que exclusivamente da bondade e compaixão do povo de Auradon. Além disso, as baixas temperaturas e a escuridão quase que completa influenciavam para dar um toque sombrio e ameaçador à Ilha dos Perdidos.
– Você está perdendo a vista – disse o pai, com uma voz baixa e rouca que fez sua cabeça formigar, como o tamborilar da chuva do telhado.
– Eu sei como é a Ilha dos Perdidos – respondeu ela em tom seco, e então cruzou os braços na altura dos seios. Nyx estava certa, não importava onde ela estava, as imagens das ruas lotadas de lixo e vilões sujos eram nítidas em sua mente. Ela havia crescido ali, em meio aos ladrões e bandidos, correndo por todas aquelas ruas imundas e fétidas. Prédios com aparência de abandonados cobriam a área que rodeava a mansão, uma névoa gélida era encontrada espalhando-se pela região.
Ao longe, quase no centro da ilha, era possível ver o castelo horroroso onde a Lagartixa mãe e a Lagartixa filha moravam junto aos seus amiguinhos ridículos. Se olhasse para leste, poderia ver as docas onde o Capitão Gancho, Úrsula e Morgana, sua irmã, dominavam, se apertasse bem os olhos poderia ver até as velas do navio comandado por sua melhor amiga, Uma, a filha da Bruxa do Mar.
– Eu queria te afastar de ouvidos indiscretos. É um assunto muito sério.
Algo na postura dele, com o vento fazendo sua capa preta esvoaçar, fez Nyx ter um forte pressentimento.
– Tá, antes que você venha com todo esse papo de Lorde das Trevas para cima de mim, eu não matei ninguém e eu não explodi nada nas últimas vinte e quatro horas. Estive com Uma, Harry e Gil desde ontem de manhã.
Dava para sentir aquela terrível avalanche de palavras que lhe escapava toda vez que ela estava nervosa ou havia um silêncio indesejável. Normalmente, Nyx conseguia controlar esse impulso após anos de treino, mas seu pai conseguia tirar o pior dela, então ela continuou:
– Talvez eu tenha quebrado alguns ossos de alguns misóginos e abusadores de crianças. Mas eles mereceram – Agora, ela gesticulava descontroladamente, como se estivesse tentando voar.
O que tornou a situação pior foi perceber que seu pai estava se esforçando muito mal, diga-se de passagem, para não ria dela.
Uma pessoa controlada pararia de falar ao ver aquela expressão no rosto do Lobo Mau, mas Nyx não era tão controlada assim. Quer dizer, Nyx era controlada, mas parecia que o cérebro e a boca não estavam conectados. E isso sempre acontecia na presença do pai.
– E talvez, sem o meu envolvimento, é claro, as sobrancelhas da bruxa, verruguenta e obcecada por maçãs, tenham sido queimadas novamente.
Os olhos do pai brilharam e a Nyx viu algo ardendo ali, só por um momento, antes de se fecharem de novo. Ele limpou a garganta e coçou a nunca, parecendo meio irritado meio orgulhoso.
Vê-lo perder qualquer resquício de sua impecável compostura dava a Nyx uma satisfação imensa. Não era sempre que o Grande Lobo Mau saia do seu personagem impecável e superior.
– Não me importo com as suas travessuras junto aos seus amigos piratas, filhote. – O pai revirou os olhos e apoiou as mãos em cada lado dos pilares de pedra. Nyx sabia que daria para ver seus ombros e costas tensos, não fosse pela capa.
A Morada da Lua, como era chamada pelos outros cidadãos da Ilha o lugar onde morava, era uma verdadeira fortaleza. Os homens de seu pai eram vistos circulando pelo perímetro. Todos eram fieis a sua família, de uma forma ou outra.
Seu pai tinha mantido a maioria das alianças de antes do seu confinamento na Ilha. Capitão Gancho, Sr. Smee, Yzma, Hades, Úrsula, Madame Mim, Dr. Facilier. Todos eles eram aliados de seu pai. Alguns mais que outros, é claro. Isso resultou nas amizades mais próximas de Nyx: Uma Hydraviper, Harry Hook, Gil LeGume. Nyx também tinha outros amigos como: Hadie Underworlder, Yzla Cat, Anthony, Dizzy e Annabelle Tremaine.
Quando não estava treinando todos os métodos de matar com seu pai, Nyx sempre poderia ser encontrada com Uma, Harry e Gil, seja ajudando no Ursula's Fish and Chips ou no navio que Uma comanda.
– Filhote?
Ah, ele estava falando, não estava? Nyx estava muito ocupada envolta em seus próprios pensamentos para ouvir ele.
– Ah, sim, eu... concordo. – Nyx balançou cabeça enfaticamente, tentando ao máximo não demostrar que estava prestando atenção.
– É mesmo? – Ele assobiou baixinho e levantou a mão para esfregar a barba por fazer mantida à perfeição. – Pois bem, tendo sua aprovação, irei começar os preparativos para casa você com um dos goblins, para garantir mais acesso às docas onde os produtos e alimentos chegam de Auradon.
– O quê? – Nyx arfou. – Papai, eu... O senhor perdeu completamente a cabeça? Isso não pode ser sério! É loucura!
Sem se dar conta, Nyx se aproximou do pai e agarrou as lapelas de sua capa e começou a balançar o corpo dele, tentando procurar qualquer traço de loucura em seus olhos.
Mas, em vez de humanidade, ela viu os olhos se estreitarem e formarem pequenas rugas nos cantos. Nyx deu um grande passo para trás para observar melhor a expressão do pai. Os lábios estavam curvados para cima e, quando Nyx percebeu, soltou um gritinho.
– ERA UMA PIADA?
O pai abriu o maior sorriso que Nyx tinha visto nele desde seu último aniversário.
– PAI!
Ele revirou os olhos e balançou a cabeça, como se não conseguisse acreditar na conversa que estava tendo.
– Agora que tenho toda a sua atenção...
– Foi a sua primeira? – Nyx interrompeu, incapaz de processar tanta informação nova em poucos segundos.
O licano alfa inclinou a cabeça para trás, surpreso, enquanto soltava as mãos de Nyx de sua capa.
– Minha primeira o quê, filhote?
– Sua primeira piada desse mês.
Ele grunhiu e abriu a bocas para falar, parecendo bem indignado, na opinião de Nyx.
– Mas não é poss... – Ele se interrompeu para beliscar a ponta do nariz. – Nyaxia, você realmente acha que sou incapaz de ter senso de humor?
– Claro que não – disse ela seriamente – Você me teve.
O pai soltou um suspiro resignado e ajeitou meticulosamente a capa escura.
– Falo com você por menos de três minutos e já fico mais confuso do que os estagiários durante meu dia favorito da semana.
– Metaforicamente falando, claro, já que não estou atirando flechas em você. – Nyx lançou-lhe um olhar penetrante para reiterar o quanto “reprovava”  o treinamento de autodefesa do pai com as pobres almas que vinham para “estágios”. Filhos de vilões menores e pouco relevantes, pessoas com dívidas de jogo e outros malfeitores se candidatavam ao cargo o tempo todo.
O Dia da Caça é o melhor espetáculo que ocorre na Ilha dos Perdidos. O evento acontece no final de cada semana de trabalho dos estagiários do Grande Lobo Mau, a menos, é claro, que o pai estivesse tendo um dia ruim. Aí, poderia ser no início da semana, no meio da semana, de manhã, durante o almoço, ou... Bom, a lista continua. Pelo menos era consistente, já que todo Dia da Caça consistia no pai mandando os estagiários para fora para que fugissem de algo.
Desde que nascerá, ela os vira tentar escapar de uma besta, de um arco com flechas em chamas e de inúmera criaturas mágicas e não mágicas, até dela mesma quando o pai achou que Nyx já tinha idade o suficiente... Detalhe: Nyx tinha apenas 11 anos quando começou a participar ativamente do Dia da Caça. Mas, sem dúvidas, os dias preferidos de Nyx são aqueles em que o pai estava tão farto das palhaçadas de seus funcionários que começa a perseguir pessoalmente eles pelo pátio dos fundos... às vezes, se ela tivesse sorte, alguns dos funcionários de seu pai conseguiam fugir, e ela e os amigos continuavam a caçar eles por toda a ilha.
Foi o mais rápido que ela já viu os estagiários correrem. Nyx sempre morri de rir nesses dias.
E daí que eu me divirto com o desesperos deles? Quem não se divertiria com um bando de machos, correndo e gritando por suas mamães, mais perdidos do que cego em tiroteio?
– Vale lembrar que não mato um estagiário há muitos meses.
Nyx revirou os olhos tão forte que quase conseguiu ver o seu crânio por dentro.
– Papai lindo do meu coração, odeio diminuir seus sucessos, mas existem pessoas que passam a vida inteira sem matar ninguém.
Ele permaneceu sério.
– Que chato.
– Me poupe, né? Não foram “meses”. Você arrancou a cabeça de um dos trolls da Lagartixa Sênior semana passada.
– Bom, ele mereceu.
Nyx deu de ombros, concordando.
Todos sabiam que aliados da Fada das Trevas não eram bem-vindos daquele lado da ilha. E aqueles que tentavam... bem, eles rapidamente sumiam e nunca mais eram vistos novamente.
– Se eu tivesse esse privilégio, a Mal já teria ido parar em uma cova rasa há muitos meses. – Nyx fez uma pausa contemplativa. – Na verdade, pai...
– Não.
– Mas e se eu fizer uma lista oficial e bem-organizada de prós e contras? – suplicou.
De repente, o pai fechou a cara, tão do nada que Nyx ouviu a própria respiração acelerar.
– Sempre mantenha os inimigos por perto, filhote. A vida é mais interessante assim.
O sorriso que ele lhe deva naquele momento não tinha alegria, apenas promessas cruéis.
Nyx suspirou, cansada. Seu pai nunca lhe explicara o motivo de não acabar logo com essa guerra fria entre ele e Malévola. Até onde ela sabia, esse conflito já durava quase um século. E mesmo tendo todas as oportunidades agora, o alfa do clã Badwolf ainda não tinha decepado a cabeça da fada lagartixa ou arrancado seu coração.
– Falando em inimigos... Podemos discutir o assunto que me fez trazer você aqui para conversar antes que os outros comecem a acreditar que vou jogar você por cima do parapeito? – perguntou ele.
Nyx revirou os olhos e gesticulou para que ele continuasse.
– Pode falar.
O lupino fez cara feia e virou de costas para ela, voltando o olhar para a vista da Ilha.
– Uma carta chegou hoje para você.
Nyx tentou não demonstrar, mas a alegria era palpável. Fazia meses desde que a última carta da sua mãe tinha chegado, quase um ano. Essas cartas vinham de tempos em tempos, nunca de forma constante ou rotineira. Seus pais eram muito cuidadosos quanto a correspondência... todo cuidado era pouco, nunca se sabe quando uma de suas cartas poderia ser interceptada.
– Mamãe está bem? Cadê a carta? Ela mandou mais alguma coisa...
– É do palácio de Auradon. De Vossa Alteza Real, Príncipe Benjamin, para ser especifico.
💫🐺⚔️❄️🖤
Palácio Real de Auradon
À Ilustre Senhorita Nyaxia Badwolf,
É com grande distinção que, nesta primeira proclamação como Rei dos Estados Unidos de Auradon, tenho a honra de dirigir-me a vossa pessoa.
Como parte de meus votos solenes de estabelecer um reino de inclusão e progresso, venho por meio desta carta oferecer-lhe uma oportunidade singular: juntar-se ao corpo docente da Escola Preparatória de Auradon.
Esta proposta não apenas reflete os valores fundamentais de minha monarquia, mas também inaugura um novo capítulo de promessas e esperanças em Auradon. Sua presença na Escola de Auradon será de inestimável valor, contribuindo para a construção de um futuro mais brilhante para nosso reino.
Em reconhecimento à sua grande e histórica família, é com grande esperança e antecipação que aguardamos sua resposta afirmativa.
Os meus guardas estarão lhe aguardando amanhã pela manhã nos portões da Morada da Lua caso aceite a minha proposta.
Com distinta estima,
Príncipe Benjamin
Em nome da Família Real de Auradon
– Você só pode estar brincando com a minha cara. Por que, em nome de Ártemis, eu iria querer fazer isso? – Nyx zombou secamente, erguendo uma sobrancelha para o pai.
– Isso não é uma brincadeira, Nyaxia. Mas sim uma oportunidade. Você ira para Auradon, filhote. – De repente, a voz dele ficou mais baixa. Um tom letal que ela já tinha visto fazer os homens mais corajosos se tremerem de medo. Por algum motivo, Nyx achava reconfortante... talvez seja porque ele era o seu pai. – E isso não está em discursão.
– Oi? O senhor está ficando louco? Você sempre disse que Auradon é horrível e uma perda de tempo terrível.
– Mas com a minha filha lá, pode deixar de ser.
– Pai! Auradon não dá a mínima para nós há duas décadas! – rosnou Nyx enquanto se aproximava de seu pai, com as presas afiadas a mostra. – Eles jogaram você e todos os outros vilões em uma pilha de lixo flutuante sem dar a ninguém uma chance de redenção. Claro que a maioria não teria se redimido de qualquer maneira... mas mesmo assim, eles não se importaram com ninguém.
O pai olhou para ela com uma emoção indecifrável.
– E então, quando nascemos, eles decidiram que seríamos tão ruins quanto nossos pais. E nunca, nunca, pensaram em nós novamente. Então me perdoe se estou tendo dificuldades de em acreditar que, depois de vinte anos, a família real decidiu milagrosamente que talvez vale a pena pensar em nós.
Elijah Badwolf a fitou por longos minutos em completo silêncio, sem nunca desviar o olhar. Seus olhos lentamente começaram a se tornar de uma cor dourada, quase tão reluzente quanto ouro derretido.
– Nyaxia, você irá para Auradon. Não existe outra opção para você. Eu e sua mãe já decidimos, você irá para Auradon – disse o Lobo Mau em voz baixa.
Nyx respirou fundo, porque ele se erguia imponente e sombrio, prometendo destruição. Ela sabia que nunca teve chance contra seu pai, mas saber que sua mãe também o apoiava... bem, isso mudava as coisas, e ela só conseguia pensar...
– Quem mais vai para Auradon?
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 1 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Havia cabeças decepadas penduradas no teto de novo.
Nyx suspirou e acenou para Marvin, um dos “funcionários” de seu pai, enquanto fechava a porta pesada do casarão e cruzava o salão principal. Os saltos ecoavam no chão de pedra, acompanhando o ritmo calmo do seu coração.
O seu pai estava de mau humor.
Uma cabeça decepada era de se esperar, é claro. Era uma regularidade à qual Nyx, por mais bizarro que pudesse parecer, já tinha se acostumado no tempo em que vivera ali... ou seja, desde que nascera. Mas naquele momento três cabeças pendiam do teto, bocas abertas em um grito silencioso, como se tivessem deixado essa vida em puro terror. E, se ela olhasse bem...
Argh, uma delas estava sem um dos olhos.
Nyx examinou o chão antes de dar outro passo, esperando desesperadamente evitar pisar no olho, como tinha acontecido algumas semanas antes, ao entrar na câmara de tortura do pai para passar uma mensagem. O grito que ela dera naquela ocasião foi quase inaudível, mas, caso acontecesse novamente, não dava para saber se manteria a compostura. Ela podia lidar com ossos saindo para fora dos membros ou quem sabe até um braço decepado, mas os olhos explodiam quando pisados, e esse parecia ser o limite que a mente de Nyx tinha traçado.
Ela deu de ombros e seguiu em frente. Um limite justo, se querem saber a minha opinião.
Mas isso era irrelevante. O tipo de horror que ela encontrava todo dia já não a perturbava como deveria. Talvez nunca a tenha perturbado, se pensasse bem. A necessidade de normalidade, ou o que ela achava que as outras pessoas do mundo acreditavam ser o normal, tinha perdido a força ou nunca existira, mas ela não ligava. O conceito de “normal” era para aqueles que não tinham a capacidade de expandir a própria mente para além do inimaginável. Era algo que sua mãe dizia em suas cartas durante a infância e, por algum motivo, era o único conselho que Nyx não conseguia ignorar.
Não havia como evitar, de qualquer maneira. Afinal, ela era a filha do Grande Lobo Mau. Nyx riu do próprio título, imaginando como o anúncio do cargo seria ridículo se fosse um emprego:
Deve ser organizado.
Deve gostar de ficar acordado até tarde.
Deve se sentir confortável e até apoiar incêndios criminosos, tortura, assassinato.
E não deve gritar quando houver, ocasionalmente, um cadáver em cima da mesa de jantar.
Em defesa do pai, ele só tinha feito essa última uma única vez desde que Nyx completara 12 anos. Ao chegar para o café da manhã com a pontualidade de sempre, ela cruzara a sala e imediatamente avistara o cadáver de um homem robusto esparramado em cima da mesa. Vários cortes pelo corpo, pedaços de carne faltando.
Ele tinha sido torturado antes de ser morto, isso estava claro, e o pai decidira despejar o homem na mesa de madeira impecavelmente organizada, que ficava bem ao lado do enorme e desorganizado escritório do Lobo Mau. Nyx nunca se esqueceria o olhar dele quando ela entrou, viu o corpo e então o encontrou na entrada do escritório. Ele simplesmente ficou ali, de braços cruzados, observando-a com atenção.
Ah, sim, pensara Nyx. Ele está me testando.
Nyx olhar de relance para o pai, sentindo um nó no peito pela maneira intensa como ele a encarava. Era quase como se ele desejasse que ela não falhasse, o que não fazia sentido algum... todos diziam que ela era a versão feminina de seu progenitor em todos os aspectos. Logo, ela com certeza não se incomodaria com um corpo quase em estado de decomposição na mesa de jantar logo pela manhã. Talvez estivesse com má digestão – devido às torturas daquela manhã e tudo mais.
– Bom dia, pai. Você gostaria que eu comesse com esse cavalheiro aqui, na mesa de jantar? Ou essa é sua maneira sutil de me dizer que deseja que eu leve o corpo para um lugar mais adequado? – perguntara ela com um sorriso amistoso no rosto.
Ele simplesmente arqueara a sobrancelha e, em seguida, afastara-se do batente da porta, caminhando até mesa – e o corpo.
Nyx contivera um suspiro enquanto ele se inclinava sobre a mesa e jogava o corpo por cima do ombro como se fosse um saco de batatas. Os olhos dele permaneceram fixos no dela enquanto se dirigia à janela mais próxima... e prontamente atirava o homem lá fora.
– Muito criativo o método de descarte, papai... Que tal se eu trouxesse uma xícara de elixir de caldeirão do Edwin? – O ogro que trabalhava na cozinha preparava todo dia aquela mistura marrom feita de feijões supostamente mágicos, acompanhada de doces feitos na hora. Ela nuca tinha ouvido falar da bebida fora do circulo familiar, mas melhorava a produtividade e parecia deixar todo mundo mais bem-humorado, cadáveres à parte.
Os lábios do alfa esboçaram um meio sorriso, e seus olhos escuros brilhavam com uma espécie de divertimento contido. Não estava exatamente sorrindo, mas era o suficiente para ela saber que ele tinha se saído bem.
– Sim, filhote, você sabe como eu gosto.
Desde então, ela não encontrara mais nenhum corpo na mesa ao chegar em casa, mas isso não significava que os últimos anos não tivessem sido desafiadores. Na maioria das vezes, o Lobo Mau costumava estar fora, provavelmente tocando o terror entre os morados da Ilha dos Perdidos de maneiras que ela às vezes preferia não pensar. Mas, algo lhe dizia que até um corpo na sua mesa seria mais divertido do que o humor dele naquele dia.
Porque sinais de decapitações excessivas só poderiam significar uma coisa: um dos seus planos contra a bruxa lagartixa chifruda tinha falhado pela terceira vez em dois meses.
Nyx suspirou mais uma vez ao se aproximar da interminável escadaria sinuosa. Ela parou e a observou por um instante, perguntando-se por que havia uma escada tão grande em um casarão quase caindo aos pedaços no extremo norte da Ilha.
Ao começar a subida diária, Nyx evitou a porta que surgia à sua esquerda após o primeiro lance. A porta que levava aos aposentos particulares do pai.
Só os deuses sabiam o que o alfa do clã Badwolf fazia na parte pessoal daquela vasta e decididamente sombria construção de pedra.
Sua respiração se manteve estável – embora nem sempre tivesse sido assim – enquanto ela subia para o segundo andar e seguia pelo corrimão à luz de velas em direção ao próximo lance, sentindo todos os cheiros que circulavam no ar.
O eco de um grito vindo das câmeras de tortura nos calabouços lá embaixo a fez parar. Ela arregalou os olhos por um momento, balançou a cabeça e logo voltou a subir as escadas.
Apesar de suas outras atividades claramente nefastas, o pai tinha um conjunto estranho e confuso de princípios que ele seguia à risca: o primeiro deles era nunca machucar inocentes – ou pelo menos, as pessoas inocentes na visão dele. Sua maldade era mais do tipo vingativa. Nyx também gostava de saber que sua lista de princípios incluía tratar as mulheres com o mesmo nível de respeito e consideração que os homens. O que, olhando em retrospecto, colocava o pai em um patamar acima de todos os vilões que conhecia.
O pai começara a lhe ensinar sobre o empoderamento feminino muito antes de Nyx começar a engatinhar.
“Mulheres fortes, não se fazem de vítimas, não fazem parecer lamentáveis, e não apontam os dedos, elas se levantam e lidam com a porra toda. Agora, levante-se, engula o choro, e tente novamente.”. Era o que seu pai sempre repetia quando ela tentava desistir de algo.
Soltando uma risadinha em meio a respiração controlada (Você não é uma cadela em trabalho de parto, filhote! Pare de ofegar, isso é humano demais),Nyx começou a subir o último lance de escadas – um covil do tamanho de um castelo e ele a fazia morar no andar mais alto? Maldade, teu nome é Lobo Mau.
Ao chegar ao fim do corredor, ela puxou a arandela dourada mais próxima ao vitral e deu um passo para trás enquanto a parede de tijolos se abria lentamente, revelando o salão de baile oculto que também servia como local de trabalho/covil secreto. Em seguida, entrou apressada na sala ampla enquanto a parede se fechada atrás dela e respirou fundo. O aroma fresco de pergaminho e tinta impregnava o ar de um jeito confortável e familiar que nunca deixava de fazê-la sorrir.
– Bom dia, filhote.
Seu pai estava encostado na mesa de jantar, bebendo o que ela tinha certeza de ser elixir do caldeirão.
Os anos preso na Ilha dos Perdidos foram generosos com Elijah Badwolf. Nyx observou seu corpo alto, o rosto forte e os olhos castanhos escuros que contrastam com sua pele branca pérola e Nyx lembrou-se do quanto puxara a ele. Os cabelos são de um castanho escuro, sempre cortados curtos. Ela nunca o vira de outra forma... Sempre o vira usando apenas roupas escuras. Seu pai sempre possuiu uma pose dominante e intimidante, nunca deixando que nada nem ninguém o colocasse de joelhos.
– Bom dia, pai. – Em seguida, ouviu-se um gemido abafado de dentro do escritório do pai. Arqueando as sobrancelhas e inclinando a cabeça para olhar atrás dele, acrescentou: – Manhã agitada, é?
O pai também arqueou as sobrancelhas em resposta.
– Bastante.
Balançando a cabeça como se estivesse incomodado com a própria resposta, ele começou andar em direção ao seu escrito fazendo um gesto para ela o seguir.
Merda. O que aconteceu agora nessa desgraça de Ilha?
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 1 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Havia cabeças decepadas penduradas no teto de novo.
Nyx suspirou e acenou para Marvin, um dos “funcionários” de seu pai, enquanto fechava a porta pesada do casarão e cruzava o salão principal. Os saltos ecoavam no chão de pedra, acompanhando o ritmo calmo do seu coração.
O seu pai estava de mau humor.
Uma cabeça decepada era de se esperar, é claro. Era uma regularidade à qual Nyx, por mais bizarro que pudesse parecer, já tinha se acostumado no tempo em que vivera ali... ou seja, desde que nascera. Mas naquele momento três cabeças pendiam do teto, bocas abertas em um grito silencioso, como se tivessem deixado essa vida em puro terror. E, se ela olhasse bem...
Argh, uma delas estava sem um dos olhos.
Nyx examinou o chão antes de dar outro passo, esperando desesperadamente evitar pisar no olho, como tinha acontecido algumas semanas antes, ao entrar na câmara de tortura do pai para passar uma mensagem. O grito que ela dera naquela ocasião foi quase inaudível, mas, caso acontecesse novamente, não dava para saber se manteria a compostura. Ela podia lidar com ossos saindo para fora dos membros ou quem sabe até um braço decepado, mas os olhos explodiam quando pisados, e esse parecia ser o limite que a mente de Nyx tinha traçado.
Ela deu de ombros e seguiu em frente. Um limite justo, se querem saber a minha opinião.
Mas isso era irrelevante. O tipo de horror que ela encontrava todo dia já não a perturbava como deveria. Talvez nunca a tenha perturbado, se pensasse bem. A necessidade de normalidade, ou o que ela achava que as outras pessoas do mundo acreditavam ser o normal, tinha perdido a força ou nunca existira, mas ela não ligava. O conceito de “normal” era para aqueles que não tinham a capacidade de expandir a própria mente para além do inimaginável. Era algo que sua mãe dizia em suas cartas durante a infância e, por algum motivo, era o único conselho que Nyx não conseguia ignorar.
Não havia como evitar, de qualquer maneira. Afinal, ela era a filha do Grande Lobo Mau. Nyx riu do próprio título, imaginando como o anúncio do cargo seria ridículo se fosse um emprego:
Deve ser organizado.
Deve gostar de ficar acordado até tarde.
Deve se sentir confortável e até apoiar incêndios criminosos, tortura, assassinato.
E não deve gritar quando houver, ocasionalmente, um cadáver em cima da mesa de jantar.
Em defesa do pai, ele só tinha feito essa última uma única vez desde que Nyx completara 12 anos. Ao chegar para o café da manhã com a pontualidade de sempre, ela cruzara a sala e imediatamente avistara o cadáver de um homem robusto esparramado em cima da mesa. Vários cortes pelo corpo, pedaços de carne faltando.
Ele tinha sido torturado antes de ser morto, isso estava claro, e o pai decidira despejar o homem na mesa de madeira impecavelmente organizada, que ficava bem ao lado do enorme e desorganizado escritório do Lobo Mau. Nyx nunca se esqueceria o olhar dele quando ela entrou, viu o corpo e então o encontrou na entrada do escritório. Ele simplesmente ficou ali, de braços cruzados, observando-a com atenção.
Ah, sim, pensara Nyx. Ele está me testando.
Nyx olhar de relance para o pai, sentindo um nó no peito pela maneira intensa como ele a encarava. Era quase como se ele desejasse que ela não falhasse, o que não fazia sentido algum... todos diziam que ela era a versão feminina de seu progenitor em todos os aspectos. Logo, ela com certeza não se incomodaria com um corpo quase em estado de decomposição na mesa de jantar logo pela manhã. Talvez estivesse com má digestão – devido às torturas daquela manhã e tudo mais.
– Bom dia, pai. Você gostaria que eu comesse com esse cavalheiro aqui, na mesa de jantar? Ou essa é sua maneira sutil de me dizer que deseja que eu leve o corpo para um lugar mais adequado? – perguntara ela com um sorriso amistoso no rosto.
Ele simplesmente arqueara a sobrancelha e, em seguida, afastara-se do batente da porta, caminhando até mesa – e o corpo.
Nyx contivera um suspiro enquanto ele se inclinava sobre a mesa e jogava o corpo por cima do ombro como se fosse um saco de batatas. Os olhos dele permaneceram fixos no dela enquanto se dirigia à janela mais próxima... e prontamente atirava o homem lá fora.
– Muito criativo o método de descarte, papai... Que tal se eu trouxesse uma xícara de elixir de caldeirão do Edwin? – O ogro que trabalhava na cozinha preparava todo dia aquela mistura marrom feita de feijões supostamente mágicos, acompanhada de doces feitos na hora. Ela nuca tinha ouvido falar da bebida fora do circulo familiar, mas melhorava a produtividade e parecia deixar todo mundo mais bem-humorado, cadáveres à parte.
Os lábios do alfa esboçaram um meio sorriso, e seus olhos escuros brilhavam com uma espécie de divertimento contido. Não estava exatamente sorrindo, mas era o suficiente para ela saber que ele tinha se saído bem.
– Sim, filhote, você sabe como eu gosto.
Desde então, ela não encontrara mais nenhum corpo na mesa ao chegar em casa, mas isso não significava que os últimos anos não tivessem sido desafiadores. Na maioria das vezes, o Lobo Mau costumava estar fora, provavelmente tocando o terror entre os morados da Ilha dos Perdidos de maneiras que ela às vezes preferia não pensar. Mas, algo lhe dizia que até um corpo na sua mesa seria mais divertido do que o humor dele naquele dia.
Porque sinais de decapitações excessivas só poderiam significar uma coisa: um dos seus planos contra a bruxa lagartixa chifruda tinha falhado pela terceira vez em dois meses.
Nyx suspirou mais uma vez ao se aproximar da interminável escadaria sinuosa. Ela parou e a observou por um instante, perguntando-se por que havia uma escada tão grande em um casarão quase caindo aos pedaços no extremo norte da Ilha.
Ao começar a subida diária, Nyx evitou a porta que surgia à sua esquerda após o primeiro lance. A porta que levava aos aposentos particulares do pai.
Só os deuses sabiam o que o alfa do clã Badwolf fazia na parte pessoal daquela vasta e decididamente sombria construção de pedra.
Sua respiração se manteve estável – embora nem sempre tivesse sido assim – enquanto ela subia para o segundo andar e seguia pelo corrimão à luz de velas em direção ao próximo lance, sentindo todos os cheiros que circulavam no ar.
O eco de um grito vindo das câmeras de tortura nos calabouços lá embaixo a fez parar. Ela arregalou os olhos por um momento, balançou a cabeça e logo voltou a subir as escadas.
Apesar de suas outras atividades claramente nefastas, o pai tinha um conjunto estranho e confuso de princípios que ele seguia à risca: o primeiro deles era nunca machucar inocentes – ou pelo menos, as pessoas inocentes na visão dele. Sua maldade era mais do tipo vingativa. Nyx também gostava de saber que sua lista de princípios incluía tratar as mulheres com o mesmo nível de respeito e consideração que os homens. O que, olhando em retrospecto, colocava o pai em um patamar acima de todos os vilões que conhecia.
O pai começara a lhe ensinar sobre o empoderamento feminino muito antes de Nyx começar a engatinhar.
“Mulheres fortes, não se fazem de vítimas, não fazem parecer lamentáveis, e não apontam os dedos, elas se levantam e lidam com a porra toda. Agora, levante-se, engula o choro, e tente novamente.”. Era o que seu pai sempre repetia quando ela tentava desistir de algo.
Soltando uma risadinha em meio a respiração controlada (Você não é uma cadela em trabalho de parto, filhote! Pare de ofegar, isso é humano demais),Nyx começou a subir o último lance de escadas – um covil do tamanho de um castelo e ele a fazia morar no andar mais alto? Maldade, teu nome é Lobo Mau.
Ao chegar ao fim do corredor, ela puxou a arandela dourada mais próxima ao vitral e deu um passo para trás enquanto a parede de tijolos se abria lentamente, revelando o salão de baile oculto que também servia como local de trabalho/covil secreto. Em seguida, entrou apressada na sala ampla enquanto a parede se fechada atrás dela e respirou fundo. O aroma fresco de pergaminho e tinta impregnava o ar de um jeito confortável e familiar que nunca deixava de fazê-la sorrir.
– Bom dia, filhote.
Seu pai estava encostado na mesa de jantar, bebendo o que ela tinha certeza de ser elixir do caldeirão.
Os anos preso na Ilha dos Perdidos foram generosos com Elijah Badwolf. Nyx observou seu corpo alto, o rosto forte e os olhos castanhos escuros que contrastam com sua pele branca pérola e Nyx lembrou-se do quanto puxara a ele. Os cabelos são de um castanho escuro, sempre cortados curtos. Ela nunca o vira de outra forma... Sempre o vira usando apenas roupas escuras. Seu pai sempre possuiu uma pose dominante e intimidante, nunca deixando que nada nem ninguém o colocasse de joelhos.
– Bom dia, pai. – Em seguida, ouviu-se um gemido abafado de dentro do escritório do pai. Arqueando as sobrancelhas e inclinando a cabeça para olhar atrás dele, acrescentou: – Manhã agitada, é?
O pai também arqueou as sobrancelhas em resposta.
– Bastante.
Balançando a cabeça como se estivesse incomodado com a própria resposta, ele começou andar em direção ao seu escrito fazendo um gesto para ela o seguir.
Merda. O que aconteceu agora nessa desgraça de Ilha?
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starlight-court-dreamer · 10 months ago
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THE WOLF OF SNOW | Ben Florian x OC
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Em uma ilha onde a escuridão reina e o caos é uma constante, Nyaxia Badwolf, uma jovem de 16 anos, estava destinada a ser nada mais do que a filha do notório, cruel e imprevisível Grande Lobo Mau, levando uma vida relativamente tranquila em meio a roubos, caos e terror aleatórios e outras coisas sombrias em geral.
Determinada, corajosa e com um toque peculiar de humor, Nyx embarca em uma viagem imprevisível e um tanto indesejada para Auradon, ao lado de Mal, Evie, Carlos e Jay, filhos de alguns dos maiores vilões que o reino já viu… não que Nyx concorde com essa descrição.
Quando ela finalmente se acostuma com os frufrus, as palavras delicadas e um quarto extremamente rosa, Nyx começa a ver que algo estranho está acontecendo no reino: alguém, também conhecido como Mal, vulgo, Lagartixa Júnior, quer acabar com Auradon e todo o seu próspero império.
Agora, além de tentar não cortar a cabeça da lagartixa júnior, ela também precisa descobrir como executar seu próprio plano enquanto tenta não babar no futuro rei de Auradon.
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Capítulos:
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
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starlight-court-dreamer · 11 months ago
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 1 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Havia cabeças decepadas penduradas no teto de novo.
Nyx suspirou e acenou para Marvin, um dos “funcionários” de seu pai, enquanto fechava a porta pesada do casarão e cruzava o salão principal. Os saltos ecoavam no chão de pedra, acompanhando o ritmo calmo do seu coração.
O seu pai estava de mau humor.
Uma cabeça decepada era de se esperar, é claro. Era uma regularidade à qual Nyx, por mais bizarro que pudesse parecer, já tinha se acostumado no tempo em que vivera ali... ou seja, desde que nascera. Mas naquele momento três cabeças pendiam do teto, bocas abertas em um grito silencioso, como se tivessem deixado essa vida em puro terror. E, se ela olhasse bem...
Argh, uma delas estava sem um dos olhos.
Nyx examinou o chão antes de dar outro passo, esperando desesperadamente evitar pisar no olho, como tinha acontecido algumas semanas antes, ao entrar na câmara de tortura do pai para passar uma mensagem. O grito que ela dera naquela ocasião foi quase inaudível, mas, caso acontecesse novamente, não dava para saber se manteria a compostura. Ela podia lidar com ossos saindo para fora dos membros ou quem sabe até um braço decepado, mas os olhos explodiam quando pisados, e esse parecia ser o limite que a mente de Nyx tinha traçado.
Ela deu de ombros e seguiu em frente. Um limite justo, se querem saber a minha opinião.
Mas isso era irrelevante. O tipo de horror que ela encontrava todo dia já não a perturbava como deveria. Talvez nunca a tenha perturbado, se pensasse bem. A necessidade de normalidade, ou o que ela achava que as outras pessoas do mundo acreditavam ser o normal, tinha perdido a força ou nunca existira, mas ela não ligava. O conceito de “normal” era para aqueles que não tinham a capacidade de expandir a própria mente para além do inimaginável. Era algo que sua mãe dizia em suas cartas durante a infância e, por algum motivo, era o único conselho que Nyx não conseguia ignorar.
Não havia como evitar, de qualquer maneira. Afinal, ela era a filha do Grande Lobo Mau. Nyx riu do próprio título, imaginando como o anúncio do cargo seria ridículo se fosse um emprego:
Deve ser organizado.
Deve gostar de ficar acordado até tarde.
Deve se sentir confortável e até apoiar incêndios criminosos, tortura, assassinato.
E não deve gritar quando houver, ocasionalmente, um cadáver em cima da mesa de jantar.
Em defesa do pai, ele só tinha feito essa última uma única vez desde que Nyx completara 12 anos. Ao chegar para o café da manhã com a pontualidade de sempre, ela cruzara a sala e imediatamente avistara o cadáver de um homem robusto esparramado em cima da mesa. Vários cortes pelo corpo, pedaços de carne faltando.
Ele tinha sido torturado antes de ser morto, isso estava claro, e o pai decidira despejar o homem na mesa de madeira impecavelmente organizada, que ficava bem ao lado do enorme e desorganizado escritório do Lobo Mau. Nyx nunca se esqueceria o olhar dele quando ela entrou, viu o corpo e então o encontrou na entrada do escritório. Ele simplesmente ficou ali, de braços cruzados, observando-a com atenção.
Ah, sim, pensara Nyx. Ele está me testando.
Nyx olhar de relance para o pai, sentindo um nó no peito pela maneira intensa como ele a encarava. Era quase como se ele desejasse que ela não falhasse, o que não fazia sentido algum... todos diziam que ela era a versão feminina de seu progenitor em todos os aspectos. Logo, ela com certeza não se incomodaria com um corpo quase em estado de decomposição na mesa de jantar logo pela manhã. Talvez estivesse com má digestão – devido às torturas daquela manhã e tudo mais.
– Bom dia, pai. Você gostaria que eu comesse com esse cavalheiro aqui, na mesa de jantar? Ou essa é sua maneira sutil de me dizer que deseja que eu leve o corpo para um lugar mais adequado? – perguntara ela com um sorriso amistoso no rosto.
Ele simplesmente arqueara a sobrancelha e, em seguida, afastara-se do batente da porta, caminhando até mesa – e o corpo.
Nyx contivera um suspiro enquanto ele se inclinava sobre a mesa e jogava o corpo por cima do ombro como se fosse um saco de batatas. Os olhos dele permaneceram fixos no dela enquanto se dirigia à janela mais próxima... e prontamente atirava o homem lá fora.
– Muito criativo o método de descarte, papai... Que tal se eu trouxesse uma xícara de elixir de caldeirão do Edwin? – O ogro que trabalhava na cozinha preparava todo dia aquela mistura marrom feita de feijões supostamente mágicos, acompanhada de doces feitos na hora. Ela nuca tinha ouvido falar da bebida fora do circulo familiar, mas melhorava a produtividade e parecia deixar todo mundo mais bem-humorado, cadáveres à parte.
Os lábios do alfa esboçaram um meio sorriso, e seus olhos escuros brilhavam com uma espécie de divertimento contido. Não estava exatamente sorrindo, mas era o suficiente para ela saber que ele tinha se saído bem.
– Sim, filhote, você sabe como eu gosto.
Desde então, ela não encontrara mais nenhum corpo na mesa ao chegar em casa, mas isso não significava que os últimos anos não tivessem sido desafiadores. Na maioria das vezes, o Lobo Mau costumava estar fora, provavelmente tocando o terror entre os morados da Ilha dos Perdidos de maneiras que ela às vezes preferia não pensar. Mas, algo lhe dizia que até um corpo na sua mesa seria mais divertido do que o humor dele naquele dia.
Porque sinais de decapitações excessivas só poderiam significar uma coisa: um dos seus planos contra a bruxa lagartixa chifruda tinha falhado pela terceira vez em dois meses.
Nyx suspirou mais uma vez ao se aproximar da interminável escadaria sinuosa. Ela parou e a observou por um instante, perguntando-se por que havia uma escada tão grande em um casarão quase caindo aos pedaços no extremo norte da Ilha.
Ao começar a subida diária, Nyx evitou a porta que surgia à sua esquerda após o primeiro lance. A porta que levava aos aposentos particulares do pai.
Só os deuses sabiam o que o alfa do clã Badwolf fazia na parte pessoal daquela vasta e decididamente sombria construção de pedra.
Sua respiração se manteve estável – embora nem sempre tivesse sido assim – enquanto ela subia para o segundo andar e seguia pelo corrimão à luz de velas em direção ao próximo lance, sentindo todos os cheiros que circulavam no ar.
O eco de um grito vindo das câmeras de tortura nos calabouços lá embaixo a fez parar. Ela arregalou os olhos por um momento, balançou a cabeça e logo voltou a subir as escadas.
Apesar de suas outras atividades claramente nefastas, o pai tinha um conjunto estranho e confuso de princípios que ele seguia à risca: o primeiro deles era nunca machucar inocentes – ou pelo menos, as pessoas inocentes na visão dele. Sua maldade era mais do tipo vingativa. Nyx também gostava de saber que sua lista de princípios incluía tratar as mulheres com o mesmo nível de respeito e consideração que os homens. O que, olhando em retrospecto, colocava o pai em um patamar acima de todos os vilões que conhecia.
O pai começara a lhe ensinar sobre o empoderamento feminino muito antes de Nyx começar a engatinhar.
“Mulheres fortes, não se fazem de vítimas, não fazem parecer lamentáveis, e não apontam os dedos, elas se levantam e lidam com a porra toda. Agora, levante-se, engula o choro, e tente novamente.”. Era o que seu pai sempre repetia quando ela tentava desistir de algo.
Soltando uma risadinha em meio a respiração controlada (Você não é uma cadela em trabalho de parto, filhote! Pare de ofegar, isso é humano demais),Nyx começou a subir o último lance de escadas – um covil do tamanho de um castelo e ele a fazia morar no andar mais alto? Maldade, teu nome é Lobo Mau.
Ao chegar ao fim do corredor, ela puxou a arandela dourada mais próxima ao vitral e deu um passo para trás enquanto a parede de tijolos se abria lentamente, revelando o salão de baile oculto que também servia como local de trabalho/covil secreto. Em seguida, entrou apressada na sala ampla enquanto a parede se fechada atrás dela e respirou fundo. O aroma fresco de pergaminho e tinta impregnava o ar de um jeito confortável e familiar que nunca deixava de fazê-la sorrir.
– Bom dia, filhote.
Seu pai estava encostado na mesa de jantar, bebendo o que ela tinha certeza de ser elixir do caldeirão.
Os anos preso na Ilha dos Perdidos foram generosos com Elijah Badwolf. Nyx observou seu corpo alto, o rosto forte e os olhos castanhos escuros que contrastam com sua pele branca pérola e Nyx lembrou-se do quanto puxara a ele. Os cabelos são de um castanho escuro, sempre cortados curtos. Ela nunca o vira de outra forma... Sempre o vira usando apenas roupas escuras. Seu pai sempre possuiu uma pose dominante e intimidante, nunca deixando que nada nem ninguém o colocasse de joelhos.
– Bom dia, pai. – Em seguida, ouviu-se um gemido abafado de dentro do escritório do pai. Arqueando as sobrancelhas e inclinando a cabeça para olhar atrás dele, acrescentou: – Manhã agitada, é?
O pai também arqueou as sobrancelhas em resposta.
– Bastante.
Balançando a cabeça como se estivesse incomodado com a própria resposta, ele começou andar em direção ao seu escrito fazendo um gesto para ela o seguir.
Merda. O que aconteceu agora nessa desgraça de Ilha?
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starlight-court-dreamer · 11 months ago
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 1 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Havia cabeças decepadas penduradas no teto de novo.
Nyx suspirou e acenou para Marvin, um dos “funcionários” de seu pai, enquanto fechava a porta pesada do casarão e cruzava o salão principal. Os saltos ecoavam no chão de pedra, acompanhando o ritmo calmo do seu coração.
O seu pai estava de mau humor.
Uma cabeça decepada era de se esperar, é claro. Era uma regularidade à qual Nyx, por mais bizarro que pudesse parecer, já tinha se acostumado no tempo em que vivera ali... ou seja, desde que nascera. Mas naquele momento três cabeças pendiam do teto, bocas abertas em um grito silencioso, como se tivessem deixado essa vida em puro terror. E, se ela olhasse bem...
Argh, uma delas estava sem um dos olhos.
Nyx examinou o chão antes de dar outro passo, esperando desesperadamente evitar pisar no olho, como tinha acontecido algumas semanas antes, ao entrar na câmara de tortura do pai para passar uma mensagem. O grito que ela dera naquela ocasião foi quase inaudível, mas, caso acontecesse novamente, não dava para saber se manteria a compostura. Ela podia lidar com ossos saindo para fora dos membros ou quem sabe até um braço decepado, mas os olhos explodiam quando pisados, e esse parecia ser o limite que a mente de Nyx tinha traçado.
Ela deu de ombros e seguiu em frente. Um limite justo, se querem saber a minha opinião.
Mas isso era irrelevante. O tipo de horror que ela encontrava todo dia já não a perturbava como deveria. Talvez nunca a tenha perturbado, se pensasse bem. A necessidade de normalidade, ou o que ela achava que as outras pessoas do mundo acreditavam ser o normal, tinha perdido a força ou nunca existira, mas ela não ligava. O conceito de “normal” era para aqueles que não tinham a capacidade de expandir a própria mente para além do inimaginável. Era algo que sua mãe dizia em suas cartas durante a infância e, por algum motivo, era o único conselho que Nyx não conseguia ignorar.
Não havia como evitar, de qualquer maneira. Afinal, ela era a filha do Grande Lobo Mau. Nyx riu do próprio título, imaginando como o anúncio do cargo seria ridículo se fosse um emprego:
Deve ser organizado.
Deve gostar de ficar acordado até tarde.
Deve se sentir confortável e até apoiar incêndios criminosos, tortura, assassinato.
E não deve gritar quando houver, ocasionalmente, um cadáver em cima da mesa de jantar.
Em defesa do pai, ele só tinha feito essa última uma única vez desde que Nyx completara 12 anos. Ao chegar para o café da manhã com a pontualidade de sempre, ela cruzara a sala e imediatamente avistara o cadáver de um homem robusto esparramado em cima da mesa. Vários cortes pelo corpo, pedaços de carne faltando.
Ele tinha sido torturado antes de ser morto, isso estava claro, e o pai decidira despejar o homem na mesa de madeira impecavelmente organizada, que ficava bem ao lado do enorme e desorganizado escrit��rio do Lobo Mau. Nyx nunca se esqueceria o olhar dele quando ela entrou, viu o corpo e então o encontrou na entrada do escritório. Ele simplesmente ficou ali, de braços cruzados, observando-a com atenção.
Ah, sim, pensara Nyx. Ele está me testando.
Nyx olhar de relance para o pai, sentindo um nó no peito pela maneira intensa como ele a encarava. Era quase como se ele desejasse que ela não falhasse, o que não fazia sentido algum... todos diziam que ela era a versão feminina de seu progenitor em todos os aspectos. Logo, ela com certeza não se incomodaria com um corpo quase em estado de decomposição na mesa de jantar logo pela manhã. Talvez estivesse com má digestão – devido às torturas daquela manhã e tudo mais.
– Bom dia, pai. Você gostaria que eu comesse com esse cavalheiro aqui, na mesa de jantar? Ou essa é sua maneira sutil de me dizer que deseja que eu leve o corpo para um lugar mais adequado? – perguntara ela com um sorriso amistoso no rosto.
Ele simplesmente arqueara a sobrancelha e, em seguida, afastara-se do batente da porta, caminhando até mesa – e o corpo.
Nyx contivera um suspiro enquanto ele se inclinava sobre a mesa e jogava o corpo por cima do ombro como se fosse um saco de batatas. Os olhos dele permaneceram fixos no dela enquanto se dirigia à janela mais próxima... e prontamente atirava o homem lá fora.
– Muito criativo o método de descarte, papai... Que tal se eu trouxesse uma xícara de elixir de caldeirão do Edwin? – O ogro que trabalhava na cozinha preparava todo dia aquela mistura marrom feita de feijões supostamente mágicos, acompanhada de doces feitos na hora. Ela nuca tinha ouvido falar da bebida fora do circulo familiar, mas melhorava a produtividade e parecia deixar todo mundo mais bem-humorado, cadáveres à parte.
Os lábios do alfa esboçaram um meio sorriso, e seus olhos escuros brilhavam com uma espécie de divertimento contido. Não estava exatamente sorrindo, mas era o suficiente para ela saber que ele tinha se saído bem.
– Sim, filhote, você sabe como eu gosto.
Desde então, ela não encontrara mais nenhum corpo na mesa ao chegar em casa, mas isso não significava que os últimos anos não tivessem sido desafiadores. Na maioria das vezes, o Lobo Mau costumava estar fora, provavelmente tocando o terror entre os morados da Ilha dos Perdidos de maneiras que ela às vezes preferia não pensar. Mas, algo lhe dizia que até um corpo na sua mesa seria mais divertido do que o humor dele naquele dia.
Porque sinais de decapitações excessivas só poderiam significar uma coisa: um dos seus planos contra a bruxa lagartixa chifruda tinha falhado pela terceira vez em dois meses.
Nyx suspirou mais uma vez ao se aproximar da interminável escadaria sinuosa. Ela parou e a observou por um instante, perguntando-se por que havia uma escada tão grande em um casarão quase caindo aos pedaços no extremo norte da Ilha.
Ao começar a subida diária, Nyx evitou a porta que surgia à sua esquerda após o primeiro lance. A porta que levava aos aposentos particulares do pai.
Só os deuses sabiam o que o alfa do clã Badwolf fazia na parte pessoal daquela vasta e decididamente sombria construção de pedra.
Sua respiração se manteve estável – embora nem sempre tivesse sido assim – enquanto ela subia para o segundo andar e seguia pelo corrimão à luz de velas em direção ao próximo lance, sentindo todos os cheiros que circulavam no ar.
O eco de um grito vindo das câmeras de tortura nos calabouços lá embaixo a fez parar. Ela arregalou os olhos por um momento, balançou a cabeça e logo voltou a subir as escadas.
Apesar de suas outras atividades claramente nefastas, o pai tinha um conjunto estranho e confuso de princípios que ele seguia à risca: o primeiro deles era nunca machucar inocentes – ou pelo menos, as pessoas inocentes na visão dele. Sua maldade era mais do tipo vingativa. Nyx também gostava de saber que sua lista de princípios incluía tratar as mulheres com o mesmo nível de respeito e consideração que os homens. O que, olhando em retrospecto, colocava o pai em um patamar acima de todos os vilões que conhecia.
O pai começara a lhe ensinar sobre o empoderamento feminino muito antes de Nyx começar a engatinhar.
“Mulheres fortes, não se fazem de vítimas, não fazem parecer lamentáveis, e não apontam os dedos, elas se levantam e lidam com a porra toda. Agora, levante-se, engula o choro, e tente novamente.”. Era o que seu pai sempre repetia quando ela tentava desistir de algo.
Soltando uma risadinha em meio a respiração controlada (Você não é uma cadela em trabalho de parto, filhote! Pare de ofegar, isso é humano demais),Nyx começou a subir o último lance de escadas – um covil do tamanho de um castelo e ele a fazia morar no andar mais alto? Maldade, teu nome é Lobo Mau.
Ao chegar ao fim do corredor, ela puxou a arandela dourada mais próxima ao vitral e deu um passo para trás enquanto a parede de tijolos se abria lentamente, revelando o salão de baile oculto que também servia como local de trabalho/covil secreto. Em seguida, entrou apressada na sala ampla enquanto a parede se fechada atrás dela e respirou fundo. O aroma fresco de pergaminho e tinta impregnava o ar de um jeito confortável e familiar que nunca deixava de fazê-la sorrir.
– Bom dia, filhote.
Seu pai estava encostado na mesa de jantar, bebendo o que ela tinha certeza de ser elixir do caldeirão.
Os anos preso na Ilha dos Perdidos foram generosos com Elijah Badwolf. Nyx observou seu corpo alto, o rosto forte e os olhos castanhos escuros que contrastam com sua pele branca pérola e Nyx lembrou-se do quanto puxara a ele. Os cabelos são de um castanho escuro, sempre cortados curtos. Ela nunca o vira de outra forma... Sempre o vira usando apenas roupas escuras. Seu pai sempre possuiu uma pose dominante e intimidante, nunca deixando que nada nem ninguém o colocasse de joelhos.
– Bom dia, pai. – Em seguida, ouviu-se um gemido abafado de dentro do escritório do pai. Arqueando as sobrancelhas e inclinando a cabeça para olhar atrás dele, acrescentou: – Manhã agitada, é?
O pai também arqueou as sobrancelhas em resposta.
– Bastante.
Balançando a cabeça como se estivesse incomodado com a própria resposta, ele começou andar em direção ao seu escrito fazendo um gesto para ela o seguir.
Merda. O que aconteceu agora nessa desgraça de Ilha?
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starlight-court-dreamer · 11 months ago
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THE WOLF OF SNOW - PRÓLOGO | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Todo mundo da minha família já matou alguém. Algumas, as de grandes conquistas, mais de uma pessoa.
Juro que não estou falando apenas para aparecer, é só a verdade.
Quando me vi diante da tarefa de contar nossa história, uma mistura de orgulho e relutância se apoderou de mim. Era como se cada palavra escrita fosse uma porta para o passado, uma jornada que me levaria de volta às profundezas dos segredos familiares que tanto nos atormentam.
Meu nome é Nyaxia Badwolf, embora muitos me chamem apenas de "Nyx". Sou uma filha dos Badwolf, herdeira de um legado complicado que muitos não conseguem entender. Mas, apesar das expectativas e preconceitos que pairavam sobre mim, estou determinado a contar nossa história da maneira mais honesta possível.
Só não garanto que você vai gostar.
Olha, não é como se fôssemos uma família de psicopatas. Alguns de nós são gente boa (mais ou menos), outros são maus e alguns só deram azar. Qual é o meu caso? Ainda não sei direito.
Se eu já matei alguém? Sim. Matei.
Quem? Vamos começar.
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starlight-court-dreamer · 11 months ago
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THE WOLF OF SNOW | Ben Florian x OC
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Em uma ilha onde a escuridão reina e o caos é uma constante, Nyaxia Badwolf, uma jovem de 16 anos, estava destinada a ser nada mais do que a filha do notório, cruel e imprevisível Grande Lobo Mau, levando uma vida relativamente tranquila em meio a roubos, caos e terror aleatórios e outras coisas sombrias em geral.
Determinada, corajosa e com um toque peculiar de humor, Nyx embarca em uma viagem imprevisível e um tanto indesejada para Auradon, ao lado de Mal, Evie, Carlos e Jay, filhos de alguns dos maiores vilões que o reino já viu… não que Nyx concorde com essa descrição.
Quando ela finalmente se acostuma com os frufrus, as palavras delicadas e um quarto extremamente rosa, Nyx começa a ver que algo estranho está acontecendo no reino: alguém, também conhecido como Mal, vulgo, Lagartixa Júnior, quer acabar com Auradon e todo o seu próspero império.
Agora, além de tentar não cortar a cabeça da lagartixa júnior, ela também precisa descobrir como executar seu próprio plano enquanto tenta não babar no futuro rei de Auradon.
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Capítulos:
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
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starlight-court-dreamer · 11 months ago
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Vamos para mais uma aventura?
THE WOLF OF SNOW | Ben Florian x OC
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Em uma ilha onde a escuridão reina e o caos é uma constante, Nyaxia Badwolf, uma jovem de 16 anos, estava destinada a ser nada mais do que a filha do notório, cruel e imprevisível Grande Lobo Mau, levando uma vida relativamente tranquila em meio a roubos, caos e terror aleatórios e outras coisas sombrias em geral.
Determinada, corajosa e com um toque peculiar de humor, Nyx embarca em uma viagem imprevisível e um tanto indesejada para Auradon, ao lado de Mal, Evie, Carlos e Jay, filhos de alguns dos maiores vilões que o reino já viu… não que Nyx concorde com essa descrição.
Quando ela finalmente se acostuma com os frufrus, as palavras delicadas e um quarto extremamente rosa, Nyx começa a ver que algo estranho está acontecendo no reino: alguém, também conhecido como Mal, vulgo, Lagartixa Júnior, quer acabar com Auradon e todo o seu próspero império.
Agora, além de tentar não cortar a cabeça da lagartixa júnior, ela também precisa descobrir como executar seu próprio plano enquanto tenta não babar no futuro rei de Auradon.
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Capítulos:
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
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THE WOLF OF SNOW - CAPÍTULO 1 | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Havia cabeças decepadas penduradas no teto de novo.
Nyx suspirou e acenou para Marvin, um dos “funcionários” de seu pai, enquanto fechava a porta pesada do casarão e cruzava o salão principal. Os saltos ecoavam no chão de pedra, acompanhando o ritmo calmo do seu coração.
O seu pai estava de mau humor.
Uma cabeça decepada era de se esperar, é claro. Era uma regularidade à qual Nyx, por mais bizarro que pudesse parecer, já tinha se acostumado no tempo em que vivera ali... ou seja, desde que nascera. Mas naquele momento três cabeças pendiam do teto, bocas abertas em um grito silencioso, como se tivessem deixado essa vida em puro terror. E, se ela olhasse bem...
Argh, uma delas estava sem um dos olhos.
Nyx examinou o chão antes de dar outro passo, esperando desesperadamente evitar pisar no olho, como tinha acontecido algumas semanas antes, ao entrar na câmara de tortura do pai para passar uma mensagem. O grito que ela dera naquela ocasião foi quase inaudível, mas, caso acontecesse novamente, não dava para saber se manteria a compostura. Ela podia lidar com ossos saindo para fora dos membros ou quem sabe até um braço decepado, mas os olhos explodiam quando pisados, e esse parecia ser o limite que a mente de Nyx tinha traçado.
Ela deu de ombros e seguiu em frente. Um limite justo, se querem saber a minha opinião.
Mas isso era irrelevante. O tipo de horror que ela encontrava todo dia já não a perturbava como deveria. Talvez nunca a tenha perturbado, se pensasse bem. A necessidade de normalidade, ou o que ela achava que as outras pessoas do mundo acreditavam ser o normal, tinha perdido a força ou nunca existira, mas ela não ligava. O conceito de “normal” era para aqueles que não tinham a capacidade de expandir a própria mente para além do inimaginável. Era algo que sua mãe dizia em suas cartas durante a infância e, por algum motivo, era o único conselho que Nyx não conseguia ignorar.
Não havia como evitar, de qualquer maneira. Afinal, ela era a filha do Grande Lobo Mau. Nyx riu do próprio título, imaginando como o anúncio do cargo seria ridículo se fosse um emprego:
Deve ser organizado.
Deve gostar de ficar acordado até tarde.
Deve se sentir confortável e até apoiar incêndios criminosos, tortura, assassinato.
E não deve gritar quando houver, ocasionalmente, um cadáver em cima da mesa de jantar.
Em defesa do pai, ele só tinha feito essa última uma única vez desde que Nyx completara 12 anos. Ao chegar para o café da manhã com a pontualidade de sempre, ela cruzara a sala e imediatamente avistara o cadáver de um homem robusto esparramado em cima da mesa. Vários cortes pelo corpo, pedaços de carne faltando.
Ele tinha sido torturado antes de ser morto, isso estava claro, e o pai decidira despejar o homem na mesa de madeira impecavelmente organizada, que ficava bem ao lado do enorme e desorganizado escritório do Lobo Mau. Nyx nunca se esqueceria o olhar dele quando ela entrou, viu o corpo e então o encontrou na entrada do escritório. Ele simplesmente ficou ali, de braços cruzados, observando-a com atenção.
Ah, sim, pensara Nyx. Ele está me testando.
Nyx olhar de relance para o pai, sentindo um nó no peito pela maneira intensa como ele a encarava. Era quase como se ele desejasse que ela não falhasse, o que não fazia sentido algum... todos diziam que ela era a versão feminina de seu progenitor em todos os aspectos. Logo, ela com certeza não se incomodaria com um corpo quase em estado de decomposição na mesa de jantar logo pela manhã. Talvez estivesse com má digestão – devido às torturas daquela manhã e tudo mais.
– Bom dia, pai. Você gostaria que eu comesse com esse cavalheiro aqui, na mesa de jantar? Ou essa é sua maneira sutil de me dizer que deseja que eu leve o corpo para um lugar mais adequado? – perguntara ela com um sorriso amistoso no rosto.
Ele simplesmente arqueara a sobrancelha e, em seguida, afastara-se do batente da porta, caminhando até mesa – e o corpo.
Nyx contivera um suspiro enquanto ele se inclinava sobre a mesa e jogava o corpo por cima do ombro como se fosse um saco de batatas. Os olhos dele permaneceram fixos no dela enquanto se dirigia à janela mais próxima... e prontamente atirava o homem lá fora.
– Muito criativo o método de descarte, papai... Que tal se eu trouxesse uma xícara de elixir de caldeirão do Edwin? – O ogro que trabalhava na cozinha preparava todo dia aquela mistura marrom feita de feijões supostamente mágicos, acompanhada de doces feitos na hora. Ela nuca tinha ouvido falar da bebida fora do circulo familiar, mas melhorava a produtividade e parecia deixar todo mundo mais bem-humorado, cadáveres à parte.
Os lábios do alfa esboçaram um meio sorriso, e seus olhos escuros brilhavam com uma espécie de divertimento contido. Não estava exatamente sorrindo, mas era o suficiente para ela saber que ele tinha se saído bem.
– Sim, filhote, você sabe como eu gosto.
Desde então, ela não encontrara mais nenhum corpo na mesa ao chegar em casa, mas isso não significava que os últimos anos não tivessem sido desafiadores. Na maioria das vezes, o Lobo Mau costumava estar fora, provavelmente tocando o terror entre os morados da Ilha dos Perdidos de maneiras que ela às vezes preferia não pensar. Mas, algo lhe dizia que até um corpo na sua mesa seria mais divertido do que o humor dele naquele dia.
Porque sinais de decapitações excessivas só poderiam significar uma coisa: um dos seus planos contra a bruxa lagartixa chifruda tinha falhado pela terceira vez em dois meses.
Nyx suspirou mais uma vez ao se aproximar da interminável escadaria sinuosa. Ela parou e a observou por um instante, perguntando-se por que havia uma escada tão grande em um casarão quase caindo aos pedaços no extremo norte da Ilha.
Ao começar a subida diária, Nyx evitou a porta que surgia à sua esquerda após o primeiro lance. A porta que levava aos aposentos particulares do pai.
Só os deuses sabiam o que o alfa do clã Badwolf fazia na parte pessoal daquela vasta e decididamente sombria construção de pedra.
Sua respiração se manteve estável – embora nem sempre tivesse sido assim – enquanto ela subia para o segundo andar e seguia pelo corrimão à luz de velas em direção ao próximo lance, sentindo todos os cheiros que circulavam no ar.
O eco de um grito vindo das câmeras de tortura nos calabouços lá embaixo a fez parar. Ela arregalou os olhos por um momento, balançou a cabeça e logo voltou a subir as escadas.
Apesar de suas outras atividades claramente nefastas, o pai tinha um conjunto estranho e confuso de princípios que ele seguia à risca: o primeiro deles era nunca machucar inocentes – ou pelo menos, as pessoas inocentes na visão dele. Sua maldade era mais do tipo vingativa. Nyx também gostava de saber que sua lista de princípios incluía tratar as mulheres com o mesmo nível de respeito e consideração que os homens. O que, olhando em retrospecto, colocava o pai em um patamar acima de todos os vilões que conhecia.
O pai começara a lhe ensinar sobre o empoderamento feminino muito antes de Nyx começar a engatinhar.
“Mulheres fortes, não se fazem de vítimas, não fazem parecer lamentáveis, e não apontam os dedos, elas se levantam e lidam com a porra toda. Agora, levante-se, engula o choro, e tente novamente.”. Era o que seu pai sempre repetia quando ela tentava desistir de algo.
Soltando uma risadinha em meio a respiração controlada (Você não é uma cadela em trabalho de parto, filhote! Pare de ofegar, isso é humano demais),Nyx começou a subir o último lance de escadas – um covil do tamanho de um castelo e ele a fazia morar no andar mais alto? Maldade, teu nome é Lobo Mau.
Ao chegar ao fim do corredor, ela puxou a arandela dourada mais próxima ao vitral e deu um passo para trás enquanto a parede de tijolos se abria lentamente, revelando o salão de baile oculto que também servia como local de trabalho/covil secreto. Em seguida, entrou apressada na sala ampla enquanto a parede se fechada atrás dela e respirou fundo. O aroma fresco de pergaminho e tinta impregnava o ar de um jeito confortável e familiar que nunca deixava de fazê-la sorrir.
– Bom dia, filhote.
Seu pai estava encostado na mesa de jantar, bebendo o que ela tinha certeza de ser elixir do caldeirão.
Os anos preso na Ilha dos Perdidos foram generosos com Elijah Badwolf. Nyx observou seu corpo alto, o rosto forte e os olhos castanhos escuros que contrastam com sua pele branca pérola e Nyx lembrou-se do quanto puxara a ele. Os cabelos são de um castanho escuro, sempre cortados curtos. Ela nunca o vira de outra forma... Sempre o vira usando apenas roupas escuras. Seu pai sempre possuiu uma pose dominante e intimidante, nunca deixando que nada nem ninguém o colocasse de joelhos.
– Bom dia, pai. – Em seguida, ouviu-se um gemido abafado de dentro do escritório do pai. Arqueando as sobrancelhas e inclinando a cabeça para olhar atrás dele, acrescentou: – Manhã agitada, é?
O pai também arqueou as sobrancelhas em resposta.
– Bastante.
Balançando a cabeça como se estivesse incomodado com a própria resposta, ele começou andar em direção ao seu escrito fazendo um gesto para ela o seguir.
Merda. O que aconteceu agora nessa desgraça de Ilha?
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starlight-court-dreamer · 11 months ago
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THE WOLF OF SNOW - PRÓLOGO | Ben Florian x OC
Casal: King Benjamin Florian x Nyaxia Badwolf (OC)
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Todo mundo da minha família já matou alguém. Algumas, as de grandes conquistas, mais de uma pessoa.
Juro que não estou falando apenas para aparecer, é só a verdade.
Quando me vi diante da tarefa de contar nossa história, uma mistura de orgulho e relutância se apoderou de mim. Era como se cada palavra escrita fosse uma porta para o passado, uma jornada que me levaria de volta às profundezas dos segredos familiares que tanto nos atormentam.
Meu nome é Nyaxia Badwolf, embora muitos me chamem apenas de "Nyx". Sou uma filha dos Badwolf, herdeira de um legado complicado que muitos não conseguem entender. Mas, apesar das expectativas e preconceitos que pairavam sobre mim, estou determinado a contar nossa história da maneira mais honesta possível.
Só não garanto que você vai gostar.
Olha, não é como se fôssemos uma família de psicopatas. Alguns de nós são gente boa (mais ou menos), outros são maus e alguns só deram azar. Qual é o meu caso? Ainda não sei direito.
Se eu já matei alguém? Sim. Matei.
Quem? Vamos começar.
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starlight-court-dreamer · 11 months ago
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THE WOLF OF SNOW | Ben Florian x OC
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Em uma ilha onde a escuridão reina e o caos é uma constante, Nyaxia Badwolf, uma jovem de 20 anos, estava destinada a ser nada mais do que a filha do notório, cruel e imprevisível Grande Lobo Mau, levando uma vida relativamente tranquila em meio a roubos, caos e terror aleatórios e outras coisas sombrias em geral.
Determinada, corajosa e com um toque peculiar de humor, Nyx embarca em uma viagem imprevisível e um tanto indesejada para Auradon, ao lado de Mal, Evie, Carlos e Jay, filhos de alguns dos maiores vilões que o reino já viu… não que Nyx concorde com essa descrição.
Quando ela finalmente se acostuma com os frufrus, as palavras delicadas e um quarto extremamente rosa, Nyx começa a ver que algo estranho está acontecendo no reino: alguém, também conhecido como Mal, vulgo, Lagartixa Júnior, quer acabar com Auradon e todo o seu próspero império.
Agora, além de tentar não cortar a cabeça da lagartixa júnior, ela também precisa descobrir como executar seu próprio plano enquanto tenta não babar no futuro rei de Auradon.
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Capítulos:
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
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