#dissociação
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Já faz uma semana que eu tenho dormido com meu cachorro apertado contra mim. Eu preciso sentir o sangue e o corpo quente de alguém. Alguém inocente. Às vezes, olho nos olhos dele e ele não reage; seu cérebro parece vazio e sei que ele não tem pensamentos julgadores. Quando amanhece, preciso abaixar a cabeça, sentir o cheiro de desinfetante e conviver com pessoas com quem não me sinto segura, que não me amam e que não são genuínas, consigo sentir o cheiro podre de quando eles abrem as pernas e a fumaça de quando abrem as bocas, o mundo deles não é o meu mundo e eu estou parada entre as duas nuances. Minha cabeça está encostada no travesseiro e meus óculos estão tortos agora, pressionados pelo peso do meu crânio. Essa semana vi dois filmes em preto e branco, e todos os personagens tinham olhares perdidos e gritos silenciosos. Experimentei duas saias, e todas ficaram curtas demais. Tomei cinco remédios tentando fazer com que a enxurrada de pensamentos cessasse, mas não funcionou. As vozes me atormentaram e meu coração parece querer saltar do meu peito, e eu quero devorá-lo, devorar a mim mesma, pele, gordura e sangue. Esta semana, uma menina me repreendeu em público por eu tê-la ignorado. Estava escuro e todas as cabeças ao nosso redor se viraram curiosas para ver a cena. Isso me deixou triste, pois claramente ninguém nunca tinha mandado nenhuma dessas pessoas calarem a porra da boca. Esta semana, tentei não olhar para o calendário. Sei que os dias voam como folhas em um vendaval, e eu sou o poste preso com cimento, congelada e parada. Eu estou tão cansada de meninas e meninos e maquiagens e calorias, e julgamentos e não julgamentos. Essa semana se encerrou como mais uma outra, meu corpo não é meu mas eu ainda estou viva. Eu sinto que eu sou um fantasma assombrando minha vida, um gene de aberração na vida dos outros e uma nuvem inexistente nos dias que as pessoas existem e eu apodreço. Eu sinto que estou assistindo a vida passar, enquanto eu observo tudo pela janela. Talvez a minha vida esteja acontecendo em outro lugar, se eu ao menos fosse forte o suficiente para tentar ir atrás dela.
#notas#textos#tumblr#brasil#escritores#escritores no tumblr#girl blogging#livros#poemas#depressão#automutilação#tw#twgore#suicídio#autorias#Marianne Sheridan#solitude#pessoas normais#dissociação
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dissociation
Não sei o que houve. Em um momento eu estava de pé na frente de dois colegas, e no seguinte, não conseguia identificar nada ao meu redor. Todos os conceitos aprendidos desde a infância me fugiram. Eu era um ser estranho em um ambiente alienígena, cercado de objetos desconhecidos e criaturas insondáveis. Nesse momento, algo que havia permanecido enterrado muito fundo dentro de mim, na câmara mais profunda de minha alma, deslizou por entre as fissuras e veio à tona. Essa coisa dominou meu corpo, avolumou-se sobre mim como uma grande noite e escureceu tudo para sempre.
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Tanto o tempo quanto o pequeno "eu", são ilusões persistentes.
Talvez por isso Einstein disse que a morte também é apenas uma ilusão.
O tempo, assim como o "eu", são construções mentais, então se não há um pequeno "eu" para morrer, o que "morre"?
O que é morte? ...
É como disse Empédocles de Agrigento 490 a.c. - 430 a.c. :
"Não há nascimento para nenhuma das coisas mortais, como não há fim na morte funesta, mas somente composição e dissociação dos elementos compostos. "Nascimento" é apenas um nome usado pelos homens. Quando os elementos se compõem e chegam ao éter sob a forma de homem, de animais selvagens, de árvores ou de pássaros então se diz terem sido gerados, quando se separam fala-se em "morte dolorosa".
#correlatividade#reflexão#existência#ilusão#morte#incessante#dissociação#transformação de estados#composição#perspectiva#mood#🖤
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I won't ever forgive any of you. I was there. I was unable to handle the situation. And there I was, with a bleeding crying little child in my arms looking deeply into my soul. I had no other choice to enter her, to enlight her, to save her and to become her. And now you all say you can't see me. I know you can. I know you can and I know you fear. You all can see me when her eyes turn into flames, you all can see me after everything is done and there is no one to blame. I was there. And now I am here. Inside out. She bleeds, I breath. She cries, I plead. She leaves, I kill. I won't ever forgive any of you. There'll be no need for regreting for there'll be no other survivors than us.
Truly hers, Sir Victor Calirè.
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Vivos e mortos na Crítica do Valor:Algumas teses apressadas sobre o estado atual da crítica do valor – Anselm Jappe
Colhido em Zero a Esquerda Há 38 anos, em 1986, foi publicada a primeira edição da Marxistische Kritik (mais tarde renomeada Krisis)1 e teve início o desenvolvimento da crítica do valor. Inicialmente limitada a pequenos círculos, ela alcançou um “avanço” na esfera pública com a publicação de O colapso da modernização (1991), de Robert Kurz. O interesse cresceu rapidamente, não apenas nos países…
#anselm jappe#Critica do Valor Dissociação#Krissis#Marx#Revista Exit#Robert Kurz#sociedade contemporânea#Sociedade da Mercadoria#teoria critica do valor
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Cês já pararam pra pensar se depois do rolê da Ordo Calamitas a equipe abutres só tipo. Às vezes vira eles. Pode ser possessão, dissociação (eles tão todos traumatizados e eles tecnicamente viraram outras pessoas naquela hora) ou alguma outra coisa. Mas às vezes eles viram a Ordo Calamitas.
Imagina Dante/Remus flertando com todo mundo. Imagina isso. Flertando com o Arthur. Tipo, de um jeito bem sexyzinho. E aí depois Dante quase tem um ataque de pânico de tanta vergonha.
Imagina Joui/Celestine bebendo pa karai e mandando todo mundo enfiar o ritual no cu. Xingando até o Veríssimo na cara. E aí depois o Joui vomita tudo o que ele bebeu porque o corpo dele é um templo.
Imagina Carina/Gaius num cantinho e reclamando que é idoso toda vez que alguém vem pedir alguma coisa. Daí a Carina fica com dor nas costas uns dois dias de tanto que aquele velho corcunda fica agachado.
Imagina Balu/Faustus só metendo o medo na galera e chamando todo mundo de irresponsável. Imagina isso. O tiozão de repente vira um cara todo grosso e chato pa karai. Aí depois ele chora e abraça todo mundo pra pedir desculpas mesmo que todo mundo tenha dito que tudo bem.
Acho que os únicos que não ia ter muita diferença seria Arthur/Marius e Rubens/Amalia. Só imagino os dois bem quietos e a galera só percebe que não são o Arthur e o Rubens quando eles fazem umas perguntas tipo "o que é um celular?".
Eu fico imaginando isso. O tempo todo. Porque e se foi uma coisa que só aconteceu uma vez? E se acontece às vezes? E se aconteceu separado? E se aconteceu todo mundo junto? E se acontece em grupinhos?
Eu preciso escrever uma fic só sobre isso. Eu fico pensando como a galera da Ordem ia reagir e se eles iam achar que era a-Doppelganger b-Controle mental c-Possessão d-alguma outra coisa estranha
(obs para aqueles que viram a linda comic do tumblr que eu infelizmente esqueci onde tá da Agatha e Arthur se mordendo como afeto: eu só imagino a Agatha mordendo o Arthur/Marius e ele olhando pra ela com cara de brabo e indo embora e aí ela sem entender que porra tá acontecendo)
#ordem paranormal#paranormal order#carina leone#faustus#gaius#arthur cervero#marius#balu#antônio pontevedra#rubens naluti#amalia#joui jouki#celestine#ordo calamitas#dante#remus#agatha volkomenn#senhor verissimo#equipe abutres
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、 ✰ 𝐓𝐇𝐄 𝐓𝐎𝐑𝐓𝐔𝐑𝐄𝐃 𝐏𝐎𝐄𝐓𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐀𝐑𝐓𝐌𝐄𝐍𝐓 ― « point of view »
❛ what if i told you i'm back ? the hospital was a drag - worst sleep that i ever had. ❜
― ❛ THE AFTERLIFE ❜ ↬ our maladies were such, we could not cure them.
: TASK 003.
ADEUS ÀS VEZES, NÃO SIGNIFICA PARA SEMPRE - podemos desejar, desesperadamente, abrir mão do passado, e viver no presente ; mas aqueles que perdemos ao longo do caminho voltam como assombrações . nos tornamos então nossos próprios fantasmas, sombras do que fomos, agoniados pelo que poderíamos ser caso não houvesse , nos nossos pescoços, o eterno respirar gélido do começo de nossas vidas. o que morre, muito pouco, continua morto.
tw: menção de suicídio, sangue, gore, dissociação severa, apenas coisas terríveis sendo ditas e sentidas.
quando a noite começou, ela estava alerta - tinha sido assim desde o baile. ia dormir apenas depois de checar se todas as portas & janelas estavam trancadas ; como se fosse impedir algo , como se pudesse parar aquele mal de infiltrar as paredes, de entrar para dentro e abrir caos caso fosse o que desejava . magia era complicada assim , nos prende sem razão ou método, nos torna reféns, sem se revelar. de qualquer forma, fez suas rondas, deu boa noite aos irmãos e depois de passar algumas horas encarando o teto, resolveu tomar as pílulas.
duas & então três & então quatro, junto com alguns analgésicos - era irresponsável, buscar oblívio em tempo de guerra. podiam precisar dela , podiam lhe pedir para estar preparada para a luta ; mas precisava dormir. queria dormir . queria esquecer, mesmo que fosse em um período inconsciente, do que era feita, do medo espreitando a volta de todos , do silêncio daqueles que deviam protegê-los. queria apenas - não pensar. portanto, permaneceu com os olhos abertos até que um sono sem sonhos lhe viesse puxar os pés.
porém, algo deu errado como sempre dá . tragédia atingiu como sempre atinge. ela estava quase cambaleando quando o alarme soou.
levou um minuto ; apenas sentou-se na cama, e bateu os punhos na cabeça , tentativa perturbada de se colocar de pé com os solos firmes ao chão, e expulsar a fumaça da mente . funcionou até certo ponto, a raiva que sentia de si mesma lhe dando mais energia que qualquer outra coisa, e a repulsão pelo que tinha se tornado a deixando mais alerta - seria engraçado, talvez irônico, caso não fosse triste , como o ódio agia & como na maioria do tempo, somos nossas piores vítimas. nossos mais vis perpetradores.
quando se sentiu minimamente acordada, os músculos ainda gritando em protesto ao que ela os forçava a se mexer, bee levantou e pegou da mesa de cabeceira o colar, o jogando ao alto para que caísse em suas mãos como o arco e a aljava que era sempre preenchida de novo. assegurou a mesma nas costas, e agarrou-se a arma presenteada com afinco , saindo do quarto para a sala comum, onde os mais novos pareciam atordoados e temerosos - lhe partindo o coração - , e os mais velhos se preparavam para uma batalha. ela instruiu alguns dos irmãos para ficarem com as crianças - perguntando-se brevemente por onde bishop andava , se já tinha saído para combater qualquer fosse a ameaça desta vez. o peito apertou - não pode sequer dizer adeus. rapidamente pensou : ' nos vemos na próxima vida ' , e saiu para o meio do caos, seus pés, nunca hesitando nos passos, mesmo que seu cérebro reclamasse. sono, oblívio, sono , oblívio - era o que sibilava e ela prontamente ignorava, balançando a cabeça levemente e apertando mais forte seu arco, a alça da aljava.
viu de relance, os patrulheiros e suas equipes saindo na direção do bosque ; a prima e alguns amigos estariam entre eles, e se ela tivesse o hábito de fazer preces , teria feito uma naquele momento - para qualquer deus que fosse ouvir . porém bee - raramente tinha fé , apenas esperança & assim, esperava que fossem ficar bem. que aquele perigo não fosse levar outras vidas. duas mortes eram o suficiente - sua mente voltou para a irmã mais velha , outro pensamento ligeiro : ' sem mortes depois da sua, apenas a minha ' , mas baniu este. sem mortalhas, sem fogueiras. nem para ela , e muito menos para aquela que tanto amava. para ninguém, que considerava família. para ninguém - que outros consideravam família.
então, a figura encapuzada apareceu frente a casa grande, e todos começaram a cair como dominós, os gritos antes ouvidos de longe entre as árvores, agora mais próximos - mais reais, vindo daqueles ao seu redor. ela não gritou, ao menos, não se ouviu gritando . pensou que talvez fosse escapar , que poderia ser mais rápida , mas o feitiço já lhe agarrava os tornozelos , e embora ela não tivesse percebido - a realidade turvou levemente.
armou uma flecha, e mirou no estranho, mas os olhos frios - tudo que podia ver - apenas pareciam fitá-la em zombar, e quando ela finalmente deixou ir do projétil , ele se desfez no ar & imaginou que aquele ser ria , dizendo : ' te peguei ' , pois no momento seguinte ; estava morta.
não sabia como tinha morrido, talvez nas mãos do traidor - mas ali , naquela sala branca , as paredes monótonas e desprovidas de qualquer felicidade ou toques de cor, sequer lembrava que houve um traidor - só sabia que seu tempo na terra havia acabado. o único detalhe contrastante era a inscrição na parede, em grego antigo que de alguma forma ela conseguiu traduzir para : ' os deuses acabam aqui ' .
mas onde era - aqui ?
via uma porta, e pensou em usá-la, talvez sair antes que algo terrível acontecesse & ela sentia - que algo terrível ia acontecer. contudo, as pernas não obedeciam, apenas andou até a cadeira, também branca, e sentou-se na ponta da mesa longa da mesma cor - um outro assento no final dela, diretamente a sua frente ; e por um tempo, esperou, mãos no colo. não sabia pelo que esperava , mas algo ruim pairava no ar. sentiu pela primeira vez ; o próprio medo.
foi quando começou a roer as unhas, que um número apareceu acima da porta - um , e depois o símbolo infinito. não teve tempo de se perguntar o que significava pois de repente, sua mãe estava andando pela soleira, e tomando o lugar a sua frente.
beatrice teria sentido o sangue esfriar, mas como o coração não pompeava mais liquido, sua resposta foi impassível - queria gritar , mas estava paralisada, o rosto em uma expressão amena, como se não importasse que a outra estava ali - usando não as mesmas roupas brancas que a filha de fobos usava , como se pudesse se fundir ao fundo , mas o vestido sangrento e molhado qual a achou na banheira, os pulsos cortados e ainda escorrendo plasma viscoso - pode ver pois ela os colocou sobre a superfície reta entre elas, enquanto seus dedos entrelaçavam, o sangue escorria , sujando de vermelho oque uma vez foi branco. uma enxurrada de carmesim que não parecia ter fim, seus cabelos sedosos encharcados e refletido no seu rosto , que parecia assustadoramente com o da mais nova, usava um semblante implacável, mesmo que os olhos traíssem dor . dor infindável.
'você me matou.' disse simplesmente, como se atestasse um fato e beatrice deixou de roer as unhas, colocou as mãos na mesma posição das dela , e quis chorar. quis dizer : ' não, mamãe, não fui eu ' , quis implorar perdão, quis se ajoelhar aos seus pés, rastejar até ser digna de estar com ela de novo. aquela era uma assassina - assim como sua filha - , e tudo que a menina queria ; era ser amada por ela.
porém, invés de fazer qualquer uma daquelas coisas, ela sentiu a boca se mover involuntariamente , proferiu : ❛ você se matou. ❜ era cruel, era um tom desdenhoso, era algo que não refletia a sua verdade ou oque sentia . não era tão simples, jamais pode ser . mas a versão de si naquela sala estéril, não se importava. ou então, não podia demonstrar que o fazia.
portanto, assistiu com tédio desenhado no rosto , ao que genevieve enfiava a mão na caixa torácica e arrancava o próprio coração, depositando na mesa, e caindo com a testa na mesma em um som tão violento quanto as costelas quebrando.
angustia, descrença, pavor - sentiu tudo, mas as mãos permaneceram entrelaçadas. seu semblante não afetado ; estava presa, dentro do próprio corpo, encenando um script para o qual não sabia as falas, ou o fim.
momentos depois , a mulher desapareceu, os sinais de que esteve ali, apagados. e o número dois apareceu sobre a porta ao lado do símbolo do infinito , pelo mesmo lugar onde a mãe tinha entrado, veio o avô.
desta vez, o sangue jorrava do peito, onde a mãe tinha o esfaqueado com uma ferramenta de jardinagem, e ele tomou seu lugar frente a neta.
'porque não fez nenhum barulho?' e ela sabia o que ele queria dizer . trancada no quarto enquanto eles discutiam, ela podia ouvir os gritos e depois a quietude ensurdecedora. talvez se tivesse gritado , ou batido contra a madeira , teria o salvado. mais uma vez ela queria se desculpar, pedir por clemência - pedir que se pudesse, a tirasse dali, e a mandasse para um lugar onde podia estar com eles, mas não daquela forma. por favor, não daquela forma.
❛ você teve o que mereceu. ❜ era a próxima linha naquela encenação, e imediatamente algo dentro dela quebrou - como podia ser tão amarga , quando queria , na verdade, gritar e puxar os cabelos, quebrar aquela maldita mesa e fugir pela porta que eles entravam.
a avô também tirou algo de dentro de si - o fígado talvez ? sangrou mais um pouco, antes que o mesmo som odioso ressoasse pelo cômodo e caísse com a cabeça reta na mesa.
assim foi a rotina, por horas ou talvez dias, talvez meses ou talvez anos, entendeu logo que o símbolo significava que aquilo ia durar para sempre - viu a tia, viu bishop, viu yasemin, veronica, maxime, kaito, tony e até mesmo flynn , todos com a mesma má fortuna e reclamação : foi sua culpa que morri. eles deixavam partes de si, em um show de horrores - as vezes um órgão, as vezes um olho, uma vez, todos os dentes & caiam imóveis no lugar, cabeça contra a mesa.
bee assistia com a mesma expressão desanimada que os recebia, a mesma postura indiferente, as mesmas palavras hediondas. na mente gritava : ' não escutem, não sou eu ' , mas de nada adiantava. em um canto da consciência, ela dobrava o próprio corpo, e caia no choro escorada nos joelhos. em certas situações, parecia perder a voz, parecia cair na sala escura onde estava presa, e definhar - apenas para que o número na porta mudasse e fosse trazida para uma nova performance , em ocasião com repetidas estrelas. isso para dizer - que viu a mãe e o avô de novo, apenas não pode pedir por ajuda. assistiu, de algum lugar dentro de si, as palavras desumanas lhe escaparem dos lábios pálidos, e antes de voltar ao momento presente , estava em sessão com a genitora.
ela disse : ' você é um monstro ' , a sombra de beatrice respondeu : ' aprendi com você ' .
abruptamente, voltou a realidade, as mãos envolvendo o arco, o acampamento ao seu redor - os campistas desorientados , e com faces de horror , nojo, ansiedade ; no ar, o mesmo sentimento - medo.
ouviu hécate proferir seu aviso , e antes que pudessem alcançá-lo, viu o traidor desaparecer . os pensamentos estavam em desordem, parte de si ainda presa no sentimento da ilusão - mexeu os braços, olhou para as mãos, flexionou os dedos. estava livre, e fez com sua liberdade o que qualquer um faria em seu lugar ; cedeu ao controle da cólera.
com sons guturais, praticamente rosnados vindo de algum lugar dormente no âmago, ela quebrou o arco em dois pedaços, o dividindo no meio e arrebentando sua corda ao deferi-lo contra a grama.
então caiu de joelhos, ainda gritando, ainda febril com desgosto, lágrimas escorrendo das orbes esverdeadas & por um momento, pareceu monumental - poder chorar.
ADEUS ÀS VEZES, NÃO SIGNIFICA PARA SEMPRE - podemos desejar, desesperadamente, abrir mão do passado, e viver no presente ; mas aqueles que perdemos ao longo do caminho voltam como assombrações . nos tornamos então nossos próprios fantasmas, sombras do que fomos, agoniados pelo que poderíamos ser caso não houvesse , nos nossos pescoços, o eterno respirar gélido do começo em nossas vidas. o que morre, muito pouco, continua morto.
mencionados.
@apavorantes
@misshcrror
@maximeloi ( corno )
@kaitoflames
@fly-musings
@mcronnie
@arktoib
destino: @silencehq
#› laughter like sodapop ‹ task.#› happy little pills ‹ pov.#mano meu maior medo ficar presa dentro do meu corpo#deu frio no estomago escrever isso aqui
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O Diário de Aileen O'Keef
Ares as Pablo Schreiber
Annelise O'Keef as Rachel Weisz
Aidan O'Keef (pirralho) as Simon Webster
O que mudou?
Antes: Aidan acreditava piamente que Ares nunca havia mantido contato com ele e que sua mãe era ausente por opção, que nunca havia sido bem quisto pelos genitores.
Agora: Aidan descobriu que, na verdade, Ares e Aileen mantiveram um relacionamento antes da gravidez e após o nascimento dele. Ares continuou visitando o filho até o semideus completar cinco anos. Ares sabia do poder adormecido de Aidan e previamente acertou com Aileen que deveriam monitorar seus sintomas já que, tão novo, não conseguiria controlar a névoa de furor e acabaria causando acidentes indesejados.
O poder de Aidan era ativado através das variações emocionais severas, fator o qual era incontrolável durante a primeira infância do semideus. Os sintomas que precedem a fumaça consistem em uma febre intensa, respiração ofegante, tremor na ponta das mãos. Todos esses sinais eram rastreados por Aileen e, se caso ela reparasse no surgimento inexplicável de algum deles, Ares deveria ser informado para que o sátiro fosse enviado.
TW: Crise de pânico, dissociação, amnésia pós crise.
Acontece que durante um passeio em um parque de diversões quando ainda tinha cinco anos, Aidan acabou caindo e deslocando a perna e a mãe não estava por perto. Na ocasião, Aidan teve uma crise de pânico grave, a multidão ao redor da criança impulsionou seu desconforto e ele colapsou psicologicamente. Aidan acordou no hospital, sem se recordar da vida até então.
Fim do TW.
As contas hospitalares se acumulavam, Ares sugeria soluções insanas para Aileen que ainda possuía expectativas de manter a família imaginária unida. Foi neste momento em que Andy surgiu, como a solução de todos os problemas financeiros de Aileen. Ele não era o amor da vida de sua mãe, como Aidan sugeria. Ele era o responsável financeiro da casa, alguém que podia contribuir com as custas dos tratamentos de Aidan, alguém que se tornaria o credor de Aileen. A mãe de Aidan se viu presa naquele relacionamento por ser dependente, razão pela qual aumentou a quantia de trabalho em sua loja de armas e artigos de colecionador, se tornando cada vez mais ausente e cada vez mais alheia aos problemas que aconteciam em casa.
E Ares de fato manteve-se por perto, monitorando Aidan e informando Aileen, de uma forma a qual o semideus sequer pôde notar. Com a chegada dos dez anos, Aileen pediu para que aguardasse o filho completar treze anos para ser enviado ao acampamento e o deus da guerra concordou, após muita insistência.
TW: Violência doméstica.
Acontece que, como sabemos, Aidan foi atacado quando tinha treze anos por duas fúrias e conseguiu se esconder dentro de casa por alguns minutos até que Andy o encontrasse e atentasse contra a vida do enteado. Neste momento, encurralado com o caos ao seu redor, Aidan optou por fugir de casa. Horas mais tarde, um sátiro e um filho de Ares chegaram na residência dos O'Keef, mas não o encontraram. Andy foi obrigado a deixar a casa após uma visita amigável de Ares, e Aileen, que estava grávida, optou por deixar que o filho fosse localizado pelo deus da guerra.
Nessa, irmã de Aidan, nasceu mortal e saudável. Viveu na sombra das histórias do irmão e das lendas mitológicas que deveriam ter sido contadas para ele. A mãe de Aidan tornou-se obcecada em proteger a menina, tentando evitar que acontecesse com ela o que aconteceu com o filho mais velho. Foi assolada por uma depressão.
Fim do TW.
Dos treze anos até completar os dezoito anos, Aidan foi frequentemente visitado por sátiros e semideuses em missões de resgate, assim como foi atacado por monstros dos mais diversos tipos, sempre sobrevivendo através das fugas e esconderijos, acreditando que tudo não passava de uma loucura.
Até que Ares foi pessoalmente buscar o rapaz, em uma dívida que possuía com Aileen. E daqui por diante, nós sabemos o que aconteceu.
#extras#os trechos do diário da mae do Aidan vindo com tudo desestabilizar meu emocional#pov: family problems#headcanon
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Lista de termos #2: Tipos de shifts
Conforme prometido na primeira lista, compartilho agora tipos diferentes de shift que podem ocorrer com diferentes alterhumanos! Existem muitos shifts diferentes, então não hesite em me lembrar caso eu tenha deixado algum de fora :)
Por conta disso também, ela é bem longa, então apertem os cintos
Shift mental é um tipo de shift em que o alterhumano pensa e se comporta mais como o seu type. Ele pode sentir a necessidade de utilizar as vocalizações ou a postura do seu type para reagir aos estímulos do ambiente, ou sentir vontade de performar uma ação típica dele (como caçar ou brincar).
Shift fantasma é um tipo de shift em que o alterhumano tem a sensação de possuir alguma parte do corpo do seu type, apesar de saber que ela não está fisicamente lá. (Exemplos inlcuem: asas, orelhas, caudas, focinhos, cascos, dentes, garras, entre outros). Podem variar em intensidade e riqueza de detalhes, indo desde um leve peso ou formigamento em alguma área do corpo, até a sensação de membros totalmente articulados e claramente definidos.
Fullshift (cunhado por chasing_stars, no aalt) é um tipo de shift fantasma "completo", que cobre o corpo inteiro.
Shift de percepção é um tipo de shift em que o alterhumano vê (percebe) a si mesmo ou ao ambiente "pelos olhos" do seu type. (Exemplos incluem: visualizar seu type ao pensar sobre si mesmo, se perceber como tendo um tamanho ou peso diferente, se sentir deslocado em certos lugares, como cidades ou ambientes internos, e estranhar costumes humanos).
Envisage shift é um tipo de shift em que o alterhumano visualiza a si mesmo como seu type. Cai dentro de shift de percepção, conforme mencionado acima.
Shift sensorial é um tipo de shift em que o alterhumano tem a sensação de ter seus sentidos aumentados, de modo a combinar com os sentidos de seu type. Um therian canino, por exemplo, pode passar a focar mais intensamente em seu olfato e audição durante um shift sensorial.
Shift emocional é um tipo de shift gatilhado por alguma emoção específica, muitas vezes intensa, como raiva, tristeza, ou alegria.
Dream shift é um tipo de shift que ocorre durante um sonho, geralmente envolvendo ser ou se transformar em seu type.
Shift espiritual é um tipo de shift que acontece quando um alterhumano sente que seu espírito mudou de forma, ou de alguma outra maneira passou a se alinhar mais com seu type.
Shift de aura é um tipo de shift em que a sua aura (caso acredita nelas) muda sua forma, de modo a se aproximar mais de seu type.
Shift astral é um tipo de shift em que um alterhumano, ao visitar o plano astral (caso acredite nele), assume a forme do seu type. Também pode ocorrer durante outros tipos de "experiências fora do corpo", como por exemplo, a dissociação.
Shift bilocacional é um tipo de shift que pode ser descrito como "estar em dois lugares ao mesmo tempo". Nele, o alterhumano tem a sensação de estar em algum outro ambiente além do atual, comumente seu habitat, através de uma espécie de "sonho acordado". Pode variar em intensidade, riqueza de detalhes e tipos de estímulo percebidos (visuais, auditivos, etc.)
Con-shift é um tipo de shift que é constante. Sempre ter vontade de agir como seu type, usar a linguagem (corporal ou vocal) dele para se comunicar, ou ter maneirismos do seu type permanentemente integrados a sua personalidade, por exemplo, pode ser considerado um shift mental constante, ou um con-shift mental. Todo tipo de shift pode ser um con-shift, caso ocorra 100% do tempo.
Contishift (termo cunhado por @cotta-therian no aalt) é um tipo de shift contínuo/cicluoso, estando presente na maior parte do tempo, apesar de não sempre, se diferindo assim de con-shift. Sentir algum membro fantasma específico quase o tempo todo, por exemplo. Todo tipo de shift pode ser um contishift, caso o alterhumano o considere recorrente o bastante para usar o rótulo.
Mismorph shift (termo cunhado por Rapha, no aalt) é um tipo de shift fantasma que não "se encaixa", não se adequando as dimensões do seu corpo. Por exemplo, uma cabeça fantasma que sai da sua testa, ao invés de se sobrepor ao seu rosto.
Shift de som ou som fantasma (termo cunhado por mim, também no aalt) é um tipo de shift em que o alterhumano tem a sensação de escutar algum som que normalmente seria emitido ao interagir com o ambiente pelo corpo seu type. Por exemplo, sons de cascos ao andar, ou asas batendo. Normalmente são acompanhado de shifts fantasmas, mas não precisam ser.
Shift induzido é um tipo de shift causado de propósito. Os métodos podem variar, mas normalmente envolvem concentração e/ou exposição voluntária a estímulos (por exemplo: sons) que sirvam como gatilho. Qualquer tipo de shift pode ser induzido. É importante notar que, ao questionar um type, shifts induzidos podem não ser tão confiáveis quanto involuntários. Fora isso, são uma maneira divertida de se conectar com seus types, ou fortalecer um linktype :)
#alterhuman#alterhumanidade#brasil#otherkin#therian#theriantropia#shifts#lista de termos#termos#therian br
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𝗧𝗛𝗘 𝗢𝗡𝗟𝗬 𝗢𝗡𝗘 𝗪𝗛𝗢 𝗞𝗡𝗢𝗪𝗦, 𝘢𝘭𝘦𝘬𝘴𝘦𝘪 𝘱𝘰𝘷.
"precisamos de uma mortalha. uma mortalha para um filho de thanatos."
tw: sangue, morte.
sugestão de música.
não estava distante quando ouviu. lembrava-se ainda dos cortes sanguinolentos espalhando sangue pelo chão, dos flashes de luzes causados pelo fogo; e do apito. o apito constante em sua cabeça, desde que o ataque começara. perturbador, desconcertante, ensurdecedor. seu cérebro dissociara, extrapolando as sentenças milhares e milhares de vezes antes de permitir o fim da hiperestimulação sensorial. ele fechou os olhos. e já não estava mais ali.
aleksei fora visto desaparecendo no baile com flynn não muito antes dos eventos que se sucederam. poucos minutos, ninguém nem avistara quando os dois lentamente regressaram, risonhos… como se dividissem um segredo.
então se perguntava se as coisas poderiam ter sido diferentes. impossível não se perguntar, não? e mesmo para aleksei, empenhado em engolir o máximo de cigarros e treinar obsessivamente (beirando completa exaustão), fugir de seus próprios pensamentos parecia impossível. talvez se não tivesse bebido?
era noite agora, o que provavelmente indicava que aleksei havia passado todas as horas do último dia ali no campo de treino. o suor escorria vigorosamente pelo seu corpo, que agora finalmente abria os olhos. lentamente, como se caísse aos poucos na realização de onde estava. parecia ter sido teletransportado, do segundo anterior para este, quatorze dias engolidos em dormência. dano colateral irreversível de traumas deixados ao longo do desenvolvimento, a dissociação era um dos primeiros sintomas da ativação de esquemas. defectibilidade, abandono. tudo fervilhava dentro de si, ressurgindo como um desperto de um coma. por isso seus braços falharam, e ele deixou o machado cair ao lado do corpo.
não sabia o quanto necessitava do som estrondoso da queda da arma para preencher o barulho interno até ouvir. lentamente dirigiu o olhar à herança paterna, e cedeu o peso do corpo, sentando no chão. mais inexpressivo que nunca, frio, distante. mesmo aidan ou achyls tinham tido dificuldade em arrancar conversações nos últimos dias, sendo melhor entendido nos treinos frenéticos. talvez pudesse ter feito algo. esfregou a palma da mão contra o rosto, gesto mimicado por sombra. se soubesse, talvez tivesse feito as coisas diferente. a ilusão de pensar que teria um pouco mais de tempo para alimentar jogos. e em imaginar que haviam combinado de se encontrarem novamente, não muito depois do baile. maldito sentimento agridoce.
“черт, черт!” gritou, mais para si mesmo.
ainda tinha o maldito cinzeiro. o ivashkov só o recebera naquela manhã. a carta e o cinzeiro, nas mãos de achyls. era parte do que fizera com que tivesse se arrastado particularmente cedo para aquele lugar isolado, com caneta e papel em mãos. com uma maldita ideia na cabeça. ele procurou os itens em suas vestes, e decidiu começar a fazer o que protelara até então.
“flynn,
é estúpido que eu esteja lhe escrevendo uma carta. você morreu. mas, uma vez ouvi de um certo centauro que talvez escrever sobre fizesse com que os sentimentos se dissipassem. e não aguento mais acidentalmente transformar meus itens em outros, não sou bom com reversões.
me sinto estípido, ainda, em escrever isso. mas parece um bom final a se colocar em nossa relação. não sou o melhor com palavras, essas são as que pareceram certas.
eu achei que teríamos mais tempo, sendo franco. continuar com as provocações, os encontros vespertinos, alimentar uma descoberta um tanto quanto inusitada. achei que teria chance de lhe explicar os fantasmas que me seguiam, ou ainda o porquê de um deles ser meu pai. e pior de tudo, achei que teria a oportunidade de lhe conhecer de fato. parece um grande desperdício os últimos anos em acampamento sem nos falar, pelo menos não assim.
o baile não foi meu melhor momento. raynar estava certo, afinal, e me pego agora constantemente pensando em suas palavras. possivelmente as coisas teriam sido diferentes se eu não estivesse como sempre estou. i guess old habits die hard.
eu estou tentando, flynn, fazer as coisas um pouco diferente. e gostaria que você soubesse disso, seria uma daquelas coisas que eu diria e você ficaria incerto se eu falava sério. mas acho que isso não vai acontecer, e que também não vamos nos encontrar amanhã.
aleksei.”
o russo não chorou, porque não era de seu feitio. não saberia nem como começar. mas ficou ainda cerca de três ou quatro horas em silêncio, observando campistas irem e virem, antes de ir embora.
citados: @zeusraynar @fly-musings
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The Word for World Is Forest: O ponto sem retorno
Foi uma das minhas (re)leituras deste Verão, esta novela que Ursula K. Le Guin imaginou e escreveu com a Guerra do Vietname em pano de fundo. The Word for World Is Forest, editado o originalmente na antologia de 1972 Again, Dangerous Visions de Harlan Ellison e publicado em edição própria em 1976, será porventura um dos dois textos fundamentais da literatura de ficção científica que foram beber àquele conflito marcante do século XX que tanto cinema e tanta literatura inspirou. O outro, claro, será The Forever War de Joe Haldeman; mas se Haldeman foi recuperar a sua própria experiência de combate para descrever a crescente e inevitável dissociação que os soldados sentem ao deixar o combate e regressar ao dia-a-dia, Le Guin foi explorar algo porventura ainda mais difuso, e sem dúvida menos enaltecido: as consequências permanentes do acto de resistência a uma força invasora. Não será talvez desadequado dizer que enquanto Haldeman se centra no trauma individual, Le Guin aborda o trauma colectivo, social.
Dificilmente um texto de ficção científica poderia ser mais pertinente do que este, quando o lemos durante os anos da invasão russa à Ucrânia e da brutalidade de Israel sobre Gaza.
Neste ponto particular, reler The Word for World Is Forest trouxe-me à memória várias vezes um dos meus filmes preferidos, A Princesa Mononoke de Hayao Miyazaki: no rescaldo de um conflito total, e mesmo que desse embate resulte uma vitória, será sempre impossível regressar ao ponto onde se estava antes da guerra; um novo ponto de equilíbrio terá de ser encontrado, absorvendo todas as mudanças forçadas, todas a perdas irrecuperáveis, toda a devastação causada. Os invasores podem ser repelidos, mas as feridas permanecerão. Não creio que Miyazaki tenha lido Le Guin antes de imaginar Mononoke, mas não me surpreende que tenha chegado a conclusões idênticas: se há marca definidora da obra tanto do cineasta japonês como da autora norte-americana será a profunda humanidade das suas histórias.
Na introdução ao texto, Le Guin diz que não acredita que existam seres humanos absolutamente maus, mas que ainda assim escreveu o Capitão Davidson, antagonista da trama, como uma personagem que encarna um Mal absoluto, sem quaisquer características redentoras, por ínfimas que sejam. E isso nota-se nos capítulos narrados a partir do ponto de vista de Davidson: o seu monólogo interno é furioso, misógino, racista, xenófobo, de uma crueldade quase impossível, quase caricatural - e em momento algum deixa de ser verosímil. Quem ler este livro de forma mais literal (um flagelo...) talvez se choque com a crueza de Davidson, um choque que é mais do que propositado: é necessário. Mas a resistência liderada por Selver, ao recorrer aos métodos de Davidson, obriga toda a sua até então pacífica sociedade a mudar de forma profunda e irreversível - da guerra, lá está, nada nem ninguém algum dia regressa.
The Word for World Is Forest foi urgente e necessário em 1972, durante a guerra; continuou a sê-lo em 1976, no rescaldo do conflito; e mais de cinquenta anos volvidos, com tantos espectros do passado a regressar das profundezas, não perdeu nem um pouco da sua urgência ou da sua pertinência. Dos livros adultos de Ursula K. Le Guin talvez este seja o mais didáctico, um exercício arriscado que a autora executou com mestria; mas a verdade é que as suas lições continuam necessárias, mesmo as mais difíceis de aprender.
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Porque tinha sal em minhas pestanas, porque existe um salmão dourado onde o amor sempre dança, porque a ideia de ir até o mar de metrô era a oração que nos fazia ficar acordados até de manhã, porque há um osso se estilhaçando constantemente dentro das paredes mestras e nós já sabíamos isso, porque a paixão não é de todo a coisa mais importante mas é sim o canudinho através do qual dá para ver que o mundo é muito feito de construções de papel — celulose que vem da árvore e que depois se transforma em lista telefônica de onde alguém arranca a página e logo transforma em veleiros e montanhas. Talvez porque na porta do restaurante habitual alguém toca clarinete ao sol, porque até as ruínas podemos amar nesta cidade, porque eu tenho um olho em você e você tem um dedo em mim, porque para chegar no telhado do aqueduto é preciso percorrer a estreita escadaria de pedra e é impossível não esfregar as costas nas paredes úmidas. Porque atingir o ponto de rebuçado significa simplesmente abandonar todas as coisas e dedicar-se só à concentração, mesmo que todas as coisas sejam um olho preto e um olho castanho e sua dissociação seja a possível causa para a avalanche. Porque a palavra Bushboy não existia até aqui mas agora sim, porque fazer equilibrismo sobre a corda amarela dentro do apartamento é tudo o que já imaginávamos que ia ser, mesmo antes de acontecer. Porque no interior do pulmão do cervo tem a carne que brilha, brilha tanto como o sol que se espelha na ponta da seta. Porque acreditamos, você e eu, que a razão final é que a erva cresça muito acima de nossas cabeças. M, Matilde Campilho
In: Jóquei (2014)
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Hoje eu vomitei pela primeira vez na vida
eu tenho emetofobia, severa, severa mesmo, acho que minha seletividade alimentar começou por causa do toc de esquiva, eu sempre olhei validade dos alimentos, monitorava o que as pessoas que conviviam comigo comem e sempre odiei comer fora, não por odiar comida, antes eu gostava de comer, mas por ter medo de alguma situação envolvendo vomito acontecer, depois de alguns abusos da minha ex madrasta toda essa merda foi virando uma bola de neve e cá estou eu com um suposto tr^nstorno al!mentar
enfim, eu já tentei vomitar antes, forçar e tals mas sempre fracassava porque me gatilhava demais e fazia eu entrar em dissociação, então eu aceitei que vomitar estava fora de questao e seria uma experiência que eu nunca teria na vida
mas hoje aconteceu, foi horrível, acho que me engasguei enquanto tomava o café, eu tô de nf então a única coisa que botei pra fora foi o café todo ralo mesmo
que nojo sinceramente, eu comecei a chorar e pra piorar eu tava no trabalho, sentava na minha mesa (sorte que ninguém viu) eu entrei numa crise fodida mas já me recuperei
acho que a vergonha foi mais forte que a ansiedade, eu não queria que ninguém me visse toda vomitando e babando na minha lixeira chorando igual uma imbecil, eu fui, limpei e enfim, me recuperei.
mandei mensagem pro meu pai por algum motivo, eu acho que senti medo mas... por mais que a sensação tenha sido horrível e eu ter ficado tão mal depois por estar ansiosa, eu me senti.... válida, me senti doente, me senti mal, e foi reconfortante
#light as a feather#anabrasil#garotas bonitas não comem#ed but not ed sheeran#an4r3xia#tw ana rant#ana bløg#anor3c1a#tw ed ana#ednotedsheeran
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