#Mulheres na Luta
Explore tagged Tumblr posts
blogmmmonteiros · 11 months ago
Text
Fevereiro Roxo: Conscientes na Luta Contra o Alzheimer e seu Impacto nas Mulheres
À medida que fevereiro se desdobra diante de nós, somos envolvidos por uma atmosfera tingida de roxo, uma cor que carrega consigo um significado especial neste mês. Fevereiro Roxo é dedicado à conscientização sobre o Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que afeta milhões em todo o mundo e tem implicações significativas na vida das mulheres. Neste artigo, vamos explorar a importância do…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
edisilva64-blog-blog · 2 years ago
Text
Em meio à Perseguição: Apoio Popular a Deputadas Ameaçadas de Cassação na Câmara dos Deputados
Deputadas Érika Kokay (PT/DF) e Juliana Cardoso (PT/SP) – Imagem do site do PT Nacional Ameaçadas de perder seus mandatos injustamente devido a um processo questionável na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, as deputadas federais Érika Kokay (PT-DF), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Juliana Cardoso (PT-SP)…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
sadwoman7 · 9 months ago
Text
Quando eu tinha meus 18 anos, foi a época que mais me afundei na Ana, ficava muitos dias em NF e chegava a desmaiar de fome... Perdi 25kg em uns 2 meses.
Nesse época, todos me elogiam sobre o quanto eu estava magra e como eu tinha ficado linda magrinha.
Pela primeira vez em anos, os caras olhavam para mim sem cara de deboche, como sempre faziam quando eu era gg.
Na época que eu era gorda, já cheguei a ver dois caras rindo das minhas banhas na cara dura, me senti um lixo.
O tratamento que uma pessoa magra recebe e infinitamente superior a que uma gorda recebe, não interessa o quão linda ela é de rosto.
Hj, novamente na minha luta para perder o peso recuperado, estou tentando fazer as pazes com a Ana, mas as vezes a mia simplesmente não quer me deixar ir.
Se você está com um IMC alto assim como eu(29), tenha em mente que quando emagrecer, o tratamento com vc vai mudar radicalmente.
As pessoas mentem que precisam se aceitar, mas a verdade é que as mulheres admiram as magras a ponto de sentir inveja e a maior parte dos homens desejam elas.
A magreza é e sempre vai ser sinônimo de beleza, enquanto a obesidade, sempre será sinônimo de desleixo.
207 notes · View notes
idollete · 9 months ago
Note
nossa diva eu vi a ask da anon refletindo sobre como seria o enzo apaixonado e agora fiquei pensando nisso só que com o matías e o pipe.....
o matías apaixonado entra mto naquela outra ask dele sendo totalmente mansinho com a leitora porque ela é o ponto fraco dele, chamando ela pra sair nos lugares que ele sabe que ela adora, gostando de contato físico mas >só< com ela, inclusive ficando muito mais manhosinho com a lobinha, pedindo carinho quando ninguém tá olhando... 💭
o pípe eu tenho alguns pensamentos mas não consigo elaborar muito, imagino ele completamente bestinha sem saber como agir perto da leitora, não querendo dar na cara que gosta dela mas falhando miseravelmente porque até o atendente da padaria que viu vocês juntos uma vez só já percebeu o penhasco do pipe por ela. ele provavelmente chama ela pra assistir alguns jogos, até se oferece pra levar ela no estádio e ENSINA!!!!! tudo sobre futebol pra ela, (eu como uma leiga nesse assunto me apaixonaria na hora com alguém que me explicasse) com muita paciência e calma
passo o microfone pra vc diva pode dissertar a vontade sobre 🎤🎤
nossa, mas o matías apaixonadinho eu gosto muito de imaginar ele num cenário grumpy x sunshine, porque eu SEI que esse garoto vira gado de mulher quando tá apaixonado. primeiro que já é uma luta só pra ele admitir pra si mesmo que tá com os quatro pneus arriados por ti, né? mas depois que ele finalmente internaliza isso, o homem muda da cabeça aos pés >contigo<. penso que ele é do tipo que se atenta aos mínimos detalhes, então, se num dia você disse que tava morrendo de vontade de conhecer uma confeitaria nova que abriu no centro, no dia seguinte ele tá aparecendo na porta da sua casa te convidando pra comer bolinho com ele. em público, ele não consegue tirar as mãos de ti e, se vocês não estão juntos ainda, fica o tempo inteiro te procurando, ao ponto dos amigos zoarem demais a cara dele, porque quem é você tem o que você fez com o matías porra louca que não liga pra nada?! e você super seria amiga dos amigos dele, eles te adorariam pelo simples motivo do humor do matías ter melhorado em 500% desde que vocês começaram a se ver. imagino vocês dois em uma mesinha de bar, você super interagindo com todo mundo e ele te segurando com uma mão na cintura e a outra segurando uma cerveja (😵‍💫😵‍💫😵‍💫😵‍💫), só ouvindo vocês conversando e vez ou outra dando um palpite. quando geral vai embora e ele finalmente consegue um tempo contigo, a pose cai por terra, porque ele vai logo te pedir um chamego e beijos com a desculpa de que você não deu atenção pra ele e que é simpática demais com os filhos da puta dos amigos dele. E DIGO MAIS ☝🏻 a personalidade dele se torna ser o seu namorado, é como todo mundo no curso conhece o matías, porque você anda em todas as festinhas, conversa com todo mundo, é famosinha no campus e ele tá sempre do seu lado, parecendo um guarda-costas bem pokas ideias na maioria das vezes, mas ele tá. matías apaixonadinho que te chama inesperadamente pra pegar a estrada num final de semana, dizendo que "vou te roubar só pra mim pelos próximos dias, bebita". matías apaixonadinho que te acompanha até mesmo no shopping quando você vai comprar maquiagem, embora ele viva resmungando e dizendo que você tá experimentando a mesma coisa. matías apaixonadinho que adora te levar pra passear no opala preto dele de madrugada. matías apaixonadinho que te faz juras de amor no meio da madrugada quando vocês ainda estão bebinhos pós-sexo. matías apaixonadinho que te compra bombons todos os dias depois do almoço. matías apaixonadinho que é muito protetor e cuidadoso contigo. matías apaixonadinho que vive com os braços ao redor da sua cintura em todo canto. matías apaixonadinho que adora ir pra shows contigo e fica te encarando bobinho e paradão enquanto você grita e dança. matías apaixonadinho que no dia que foi conhecer seus pais, ficou longe de todos os cigarros do mundo porque não queria causar má impressão. matías apaixonadinho que pediu ao seu pai autorização pra te namorar. matías apaixonadinho que te diz que você vai ser a mãe dos filhos dele.
girls, por aqui não tem outra, pipe otaño fica COMPLETAMENTE sem jeito quando tá apaixonado! ele vai fazer de tudo pra ser o mais casual possível contigo, quer agir como se não fosse nada demais, como se só o fato de você chamá-lo de pipe, toda manhosinha, não fizesse o coração dele errar todas as batidas. antes de confessar que está apaixonado por ti (o que leva muito tempo, btw, porque ele não sabe nem como verbalizar isso), o pipe vai querer gastar cada segundo do tempo dele contigo e ao seu lado, te chama pra todos os rolês que vai e é óbvio que eventualmente te chama pra um jogo do river. não te chama pra nenhum clássico, pra você não correr riscos de passar por brigas e afins e passa longe da torcida organizada, fica no setor família, e mesmo assim é super protetor e preocupadinho de você se machucar. o pipe é o tipo de cara que me parece ODIAR conversar enquanto vê um jogo, a atenção dele só vai pra uma coisa que é a bola rolando, mas contigo ele fala os 90 minutos inteirinhos, explicando cada passa, cada falta, os impedimentos, os cartões e os jogadores de cada time. se rola gol, ele fica todo animadinho e não resiste a te pegar no colo, jogar pra cima e dar um beijão. fica todo envergonhado da explosão de afeto aleatória e até cora um pouquinho. pipe apaixonado é aquele tipo de cara que dá atenção pra gente o tempo inteiro, ele até se preocupa com a possibilidade de estar sendo grudento demais, porém não consegue evitar as mensagens de bom dia e boa noite todos os dias, perguntando se você está bem. ele é muito cuidadoso, do tipo que se vê sabendo até o seu ciclo menstrual e te comprando absorventes quando você diz que está com muita coloca pra sair de casa. pipe apaixonadinho precisa de MUITO incentivo dos amigos pra finalmente se declarar pra ti e mesmo assim, ele vai fazer do jeito mais desengonçado possível, até meio bruto, porque do nada ele solta um "eu gosto de você" no meio de uma conversa nada a ver e se você disser que também gosta dele, ele diz que "eu gosto de você de verdade" e ele fica falando desse jeito tosco até perder a paciência e largar um "eu tô apaixonado por você, sua tonta". no entanto, o pedido de namoro é a coisinha mais linda do mundo, tá? tem ursinho de pelúcia com o perfume dele, rosas, chocolate e aliança de compromisso. pipe apaixonadinho que faz de tudo pra você nunca se sentir insegura com ele. pipe apaixonadinho que cora se você o encarar demais. pipe apaixonadinho que secretamente adora quando você posta foto dos dois. pipe apaixonadinho que ADORA tirar fotos suas e postar com músicas românticas de fundo. pipe apaixonadinho que fica todo sem graça sempre que te chama pra conversar e você tá com suas amigas, porque ele não aguenta o jeito que elas olham pra ele, como se soubessem de tudo. pipe apaixonadinho que te espera todo dia na portaria do prédio do seu curso pra vocês irem pra casa juntos. pipe apaixonadinho que compra camisa do river pra ti combinando com a dele. pipe apaixonadinho que te trata feito princesa desde que vocês ficaram pela primeira vez. pipe apaixonadinho que no off já te chama de namorada pra família dele. pipe apaixonadinho que guarda uma fotinha sua na carteira. pipe apaixonadinho que deixa uma playlist especial com os seus artistas favs sempre que você tá no carro com ele.
98 notes · View notes
flowersephone · 7 months ago
Text
Além desta vida. Enzo Vogrincic
Tumblr media
warnings: conteúdo adulto (+18) mdni; era medieval (vamos fingir que eles tinham higiene); sexo desprotegido (se cuidem viu, gatinhas); morte de personagens; menção de sangue e ferimentos; suicídio (não leia se tiver gatilho); angst; fluff; final feliz?
nota da ellinha: tô sonhando com enzo medieval desde que entrei no fandom, tive que vim fazer com minhas próprias mãos, será algo de almas gêmeas, enzo literalmente o último romântico, girlpower, vamos lá garotas mulheres!!!
Minha mãe sempre me criou (ou tentou) me criar com toda graciosidade que uma princesa precisava, já meu pai, que almejava por um herdeiro homem, não sabia nada sobre graciosidade ou delicadeza, e eu por curiosidade e piada do destino, nunca fui afeiçoada por toda graciosidade e tédio da vida de princesa, não podia negar meus privilégios, mas sempre passei mais tempo com meu pai, em aulas com seus mais fiéis soldados, aprendendo a manejar espadas e me defender. Meu sonho sempre foi entrar na frente do batalhão de meu pai e orgulhosamente ganhar alguma batalha pelo nosso povo, era assim que queria ser lembrada, como a princesa que lutou pelo seu povo.
Com o passar dos anos o reino e os conselheiros de meu pai perceberam a dificuldade de minha mãe em conceber um filho homem ao meu pai, o que o fez se preocupar. Ao atingir meus dezoito anos meu pai decidiu que precisava de um sucessor para seu trono e aí começou o inferno em minha vida, sempre sendo cortejada ou oferecida para algum príncipe de moral duvidosa. A morte de minha mãe o afetou mais ainda, morta em uma cama repleta de sangue com meu irmão morto em seu ventre, tudo isso havia feito meu pai surtar, ao ponto de preparar uma competição para saber quem levaria minha mão.
— Você não entende, princesa um reino sem um sucessor seria um reino frágil e desprotegido, quem não garante que alguem de um reino próximo tente contra a vida de seu pai e tome posse de nosso reino? — falou o fiel braço direito do rei enquanto encarava meu tio soberbo que brincava com sua pequena faca em suas mãos. — Eu me nego a me casar com algum príncipe sem amor apenas para fazer o gosto de vocês, papai isso está errado e a mamãe ? e tudo que me ensinaram sobre o amor verdadeiro e como se amaram no momento que se viram? — falei bravamente batendo minha mão na grande mesa que estava recheada de homens. — Não estamos falando de amor agora, estamos falando sobre poder, o reino não pode perder sua linhagem real por caprichos seus, o sangue que corre nas suas veias são puros e o sangue que percorrerá pelas gerações de nossa família será real goste ou não, meu sucessor será um membro real queria você ou não mocinha — Nego com a cabeça irritada. — Eu me recuso a isso, posso ser sua sucessora e tudo que me ensinou ? tenho total certeza que consigo manter um reino — ao falar isso pude ouvir a sala se encher de risadas e negações. — Não consegue sequer lutar com uma espada, como vai defender seu reino, rainha? — pude ouvir finalmente a voz cheia de veneno de meu tio vindo do canto escuro da sala. — Lhe desafio a uma luta, se eu ganhar poderei lutar na competição, pela minha própria mão, serei digna de reger o reinado — falei apontado para o homem que me olhava com desdém. — Estou de acordo com isso — ele falou se inclinando na mesa enquanto me encarava mais de perto. — Isso não acontecerá, você não irá lutar pela sua mão e irá se casar com o príncipe que ganhar a batalha está decidido — Meu pai finalmente se levantou batendo as mãos na mesa e saindo da sala sem deixar espaço para questionamentos. — Me encontre no jardim do palácio ao anoitecer, prometo que não serei cuidadoso — meu tio falou e repetiu a ação do rei saindo da sala logo em seguida.
Já era noite quando minhas damas de companhia me ajudam a vestir a armadura pesada que eu estava acostumada a usar para treinar. Ao chegar ao jardim percebi eu meu tio já se encontrava afiando sua espada, engoli seco, realmente parecia que ele estava disposto a me matar para poder ser o sucessor do trono. Nos cumprimentamos e eu coloquei minha trança para cima vestindo o capacete juntamente de ferro para poder me proteger, já o homem em minha frente sequer vestiu armadura, fazendo descaso total de minhas habilidades. Logo o barulho de espadas se batendo foram ouvidos pelo jardim, eu sempre me esquivando para não ser atingida pela espada recém amolada do homem, porém fazendo movimentos para o recuar, eu não queria o machucar, só queria mostrar o meu valor no meio de tantos homens desprezíveis.
Com meu golpe final chutei o meio de suas pernas o que o fez se agachar e eu o empurrei com toda força no chão enfiando minha espada bem ao lado de sua cabeça e logo ouvi uma risada dele ao me olhar — Acha que ganhou de mim, princesa? sequer consegui me fazer sangrar — com isso ele pegou sua pequena faça dentro de seu sapato arranhado meu braço direito fazendo sair um pouco de sangue. — Já chega, você não irá lutar por sua mão e não irá mais usar espadas ou brincar de soldado, logo mais terá um marido e precisa aprender a ser uma rainha que se porte bem — Ouvi a voz brava de meu pai e levantei com raiva. — Eu prefiro morrer — falei e cuspi no chão em frente ao rei e sai correndo para meu cavalo logo subindo no mesmo enquanto começava a ir em qualquer direção, só não queria estar lá. — Peguem ela — pude ouvir a voz do rei e logo depois comecei a ser seguida por seus soldados e por meu tio que os lideravam, quando já estava em uma boa distância senti algo queimando em meu braço e ao olhar para trás vi meu tio preparar outra flecha, de modo desesperado guisei meu cavalo para outra direção sumindo no meio da floresta.
Ponto de vista do observador
Passada algumas horas sem parar seu caminho, a princesa sentia seus olhos pesando pelo cansaço em si e pelo sangue que havia deixado, não era sua intenção deixar rastros pelo caminho, mas mesmo com o pedaços seu vestido amarrado em seu braço, o líquido vermelho insistia em cair, fazendo a mulher de sentir zonza e cansada, provavelmente já estava em um vilarejo qualquer quando sentiu seu corpo parar de lutar contra o sono e seus olhos fecharem, jogada no cavalo o caminho foi seguido até que um homem de roupas comuns parasse o cavalo e segurasse a mulher em seus braços. Já dentro de sua humilde casa que compartilhada com a natureza, já que era um ambiente bastante arborizado, rodeado de árvores e plantas o homem deitou a mulher na cama, ele estava confuso e encantado, nunca havia visto tal beleza em sua vida, porém o incomodava pensar em perder uma vista tão bela assim. Por sorte ou destino o homem que havia encontrado a princesa era o curandeiro do vilarejo, com suas ervas medicinais faria de tudo para salvar a vida da guerreira em sua frente.
Ele contava três dias desde que a mulher desconhecia chegou em sua casa sendo guiada por seu cavalo, ele havia limpado suas feridas e passado algumas folhas anti inflamatórias nos locais, sempre a mantendo limpa de seus suores durante algumas crises de febre. Durante as noites frias ele acendia a lareira e sentava em frente dela lendo alguns livros de filosofia e de medicina natural que ele tinha em sua casa. Foi em uma manhã quente que sentado em frente ao corpo desacordado da mulher o homem passava o pano molhado em seus braços e ele pode perceber os olhos da mulher se esforçando para abrirem — Olá desconhecida — o homem falou tirando o cabelo do rosto da mulher que apenas moveu seus globos oculares para buscar de onde vinha a voz tão aconchegante que ela havia escutado por todos esses dias, mas logo ela inclinou um pouco seu rosto e deu um sorriso sem dente para o homem enquanto ela passeava seus olhos admirando as características do rapaz que havia salvado sua vida. — Olá meu salvador — sua voz continha um pouco de humor e um pingo de felicidade se saber que ainda estava viva.
Depois de devidamente alimentada, a mulher insistiu ao homem que não a deixasse mais ficar deitada, então eles caminharam enquanto conversavam até um lago próximo a casa do homem, a mulher queria tomar banho e se refrescar. Chegando lá ela tirou seu vestido de cima e ao perceber o homem virou de costas tapando o rosto — Não se preocupe, Enzo…estou com outro vestido por baixo — ela falou prolongado o “O” no nome do homem enquanto ria um pouco e entrava na água que estava na temperatura ideal, ela não sabia mas ele adorou como o nome delo saiu dos seus lábios. Ele a observava enquanto estava sentado na grama, ela parecia surreal, uma obra prima viva, que se movia e respirava, era melhor do que qualquer obra de arte que vira em toda vida, ele não pode conter o sorriso ao ouvir a mulher falar sobre como ouvia ele ler enquanto estava em seu estado de repouso.
Fazia exata uma semana em que os jovens se conheceram e pareciam que se conheciam a anos, Enzo era acolhedor e um bom ouvinte, ficava encantado com as histórias que a mulher contava sobre sua vida e como era apaixonada pelo amor de seus pais, como ela amava estar no meio dos soldados se sentindo parte de algo, se sentindo como o propósito de sua vida estava sendo completo, já a mulher, amava as histórias da vida de Enzo, com sua mãe e seus conhecimentos que foram compartido por anos, como ele ajudou diversas pessoas com seu talento, ela estava fascinada, como ele era carinhoso e amoroso, ela sentia que no fundo havia conhecido o amor se sua vida, seu pai entenderia, ele veria a felicidade em seus olhos e aceitaria com certeza ele aceitaria. — E até que o sol brilhe, ascenderemos uma vela na escuridão — enquanto o homem lia algum de seus livros a mulher não conseguia nem prestar muita atenção no que realmente era pronunciado, ela apenas pensava como sua voz aveludada parecia soar tão bem. Com uma mão ele segurava o livro e com a outra ele passava dois dedos acariciando a clavícula desnuda da mulher, sentindo a maciez e o calor da pele que havia recente sido banhada com o sol da manhã — Eu poderia ouvir você lendo por dias — ela falava olhando para ele com seus olhinhos brilhando, faziam anos que não liam para ela, foi dessa forma que ela aprendeu o amor, com sua mãe lendo sobre amores avassaladores e contos de fadas, e ela estava cada vez mais próxima do amor ao lado de Enzo.
Ao anoitecer o homem fechou novamente a porta de sua casa e ascendeu a lareira para aquiescer seus corpos abraçados pelo frio dos ventos gelados que dançava pelas árvores assoprando na pequena casa do homem, tirando sua atenção do livro de ervas que ela até reconhecia algumas que tomava no castelo, sua mãe lhe fazia tomar cha de sifio, que lendo agora ela sabia que auxiliava na prevenção da gravidez, provavelmente prevendo o pior. Com seu foco fora das páginas ela agora observava atentada a beleza do homem deitado ao seu lado, ela não queria esquecer nunca seu rosto lindo, levou a ponta dos seus dedos acariciando o maxilar do homem, quase hipnotizada, até que ele tirou atenção do livro que tinha em mãos e olhou para ela sorrindo de canto. — Você parece como uma pintura de um sonho bom — ela falou sem sequer pensar, o que fez o homem soltar uma risada fraca e passar sua mão no cabelo da mulher o tirando do rosto. — E você é tão bela como as princesas dos contos que sua mãe lhe contava, acredito que mais ainda — ele falou se aproximando dela e passando novamente seus dedos pela clavícula, pelos ombros no pescoço causando arrepios na mulher que sorriu e se aproximou mais ainda parando em frente aos lábios do rapaz. — Me faça sua, Enzo — ela falou olhando com seus olhos brilhando de felicidade para o homem, que apenas concordou com a cabeça e deu um beijo apaixonado na princesa.
Deitada na cama do rapaz ela se deliciava da sensação de sua pele fresca pelo banho de antes do anoitecer e pelo hálito quente do homem que deixava beijos em seu colo enquanto usava suas mãos para tirar o vestido dela a deixando nua, ele se afastou e a observou mais um pouco, bebendo da visão que a mulher era para seus olhos, mas logo continuou a deixar beijos pelo corpo todo, sempre falando como amava cada pedacinho dela e sem tirar seus olhos dos da mulher, até que ele de posicionou no meio das pernas dela e com delicadeza e lentidão foi entrando em seu buraquinho molhado e virgem, o rosto de desconforto dela era visível, mas ele se inclinou deixando beijos pelo rosto dela enquanto se inseria cada vez mais — Shhh, vai ficar tudo bem — ele falava enquanto fazia movimentos lentos, até que a princesa se acostumou e segurou os braços do homem o puxando para mais perto — Por favor, Enzo não pare, não pare nunca — ela gemia um tanto perdida em seus pensamentos. — Eu não irei meu amor, nunca — ele se inclinou novamente agora a beijando enquanto fazia movimentos mais rápidos sentindo o calor da mulher o apertar, ele sabia que não aguentaria por muito mais tempo, levou sua mão até o ponto sensível do corpo da mulher fazendo movimentos e então ela começou a se contorcer embaixo dele — Isso é…Isso é tão bom — gemendo alto ela apertava os lençóis finos que cobriam a cama do rapaz, que a estimulava mais para que ela pudesse ter o seu prazer junto com ele, que logo sentiu suas bolas contraírem e se derramou dentro de sua princesa que chegou ao seu limite gritando por seu nome. Com os olhos pesados ele se jogou ao lado dela sentindo sua respiração ofegante, ao olhar para a mulher ele pode ver se relance o rosto dela avermelhado com um sorriso no rosto e assim eles adormeceram, cansados de sua primeira noite juntos.
Na manhã seguinte eles acordaram cedo pois iriam na feira para comprar carnes, a mulher estava estendendo as roupas da mãe de Enzo vestindo as ruas roupas enquanto cantarolava alguma cantiga que sua mãe cantava para ela em sua infância até que ouviu trotes de cavalos, e logo viu que eram soldados de seu pai, ela não se assustou, sabia que esse dia chegaria, mas agora ela havia encontrado o amor de sua vida e seria feliz em governar o reino ao seu lado, ela chamou o homem e humildemente e sem pestanejar eles subiram no cavalo da mulher e foram até o castelo. Chegando lá seu pai a recebeu com uma abraço apertado e algum murmúrio sobre sua fulga — Já que voltou de bom gosto acredito que esteja pronta para a competição, avise que começaremos em uma semana — o rei falou animado até que antes da mulher responder um dos soldados sussurrou no ouvido do homem algo sobre ter encontrado sangue na cama do homem — Minha filha, me diga que o sangue que encontraram na cama deste homem foi de algum ferimento — ele falou em um tom desesperado enquanto procurava loucamente algum ferimento na princesa. — Bom papai se o senhor tivesse me escutado…esse é Enzo, o homem que salvou minha vida e bom, ele é o amor da minha vida — ela falava intercalando o olhar em seu pai e em Enzo que se sentia avoado no meio de tantas pessoas importantes. — Não, não é possível, quem vai querer uma noiva que maisena pura, como você pode ser tão burra? — o homem gritou segurando os ombros da mulher, que fez Enzo se levantar até ser segurado por dois seguranças. — Mate-o e não deixem ninguém saber que isso aconteceu — o homem falou em um tom frio, sem nenhum remorço ou pena, Enzo se debatia tentando se livrar dos homens e a mulher arranhava seu pai batia no homem enquanto chorava copiosamente até que seu tio caminhou lentamente entrando na sala. — Farei com prazer — sem mesmo mais um comentário ele enfiou sua faça no estômago de Enzo fazendo com que seus olhos se arregalassem e enchessem de lágrimas, se ouviu um grito visceral que provavelmente ecoou por todo castelo, com o homem caído no chão o rei finalmente soltou sua filha que rastejou até seu amado em sua frente, sangrando lentamente enquanto olhava para ela com lágrimas — Está tudo bem meu amor, eu estou aqui, fica comigo por favor, fica comigo tá — até que ele foi puxando de perto dela. — Leve-o para a masmorra, ele pagará por tirar a pureza da princesa de Belmonte — falou o tio com um tom de nojo, ela tentou correr mas logo foi contida por mais seguranças.
Antes que seu tio pudesse voltar, com ajuda de algumas criadas ela conseguiu colocar Enzo na cela de seu cavalo enquanto fugia, seu ferimento já não sangrava tanto, havia panos para estancar o sangue e ao chegar na casa do homem ela fez de tudo para colocar o homem novamente em sua cama e começou a fazer por ele o que ele havia feito por ela semanas antes, com auxílio do livro e algumas coisas que havia aprendido lendo. Com dois dias Enzo acordou e a mulher se escondeu com ele na casa de uma das professoras do vilarejo, era simples, mas ajudaria até ele se recuperar. — Eu irei lutar — Enzo falou com sua voz baixa e faça enquanto olhava para a mulher que limpava seu ferimento. — Você não pode, está machucado, e eu nem sei se quero voltar pro castelo — ela falou concentrada no corte, nem acreditando no que ele havia falado. — Eu lutarei por você até o último dia da minha vida, pelo seu amor — ele falou lembrando a mão e passando o dedo pelos cabelos dela. Ele havia mentido, era óbvio que ele não sabia lutar, seus mãe o criou para curar, não para ferir, mas a mulher ainda o ajudou, eles juntaram as armaduras dela e ele vestiu o capacete na esperança de não ser reconhecido. Chegando no castelo a mulher novamente foi recebida por seu pai com sermões mas na manhã seguinte começaria o campeonato, Enzo chegou um tanto esperançoso ele sabia que lutaria até o final pelo seu amor, até que os sinos tocaram e começou o caos, foram dois derrubados, por pura sorte três, depois mais um até o homem que ele reconheceu como o tio de seu amada veio em sua direção com toda força, com a sua espada ele apunhalou e logo olhou para cima sorridente, até sentir algo escorrendo de seu peito, o grito de sua amada foi escutado novamente até que ela veio correndo em sua direção, ele perdeu suas forças nas pernas e caiu ajoelhado, ela o colocou em seu colo enquanto chorava sem parar e acariciava o rosto dele — Eu estou aqui, meu amor eu estou aqui, eu te amo fala comigo por favor — ela falava chorando e soluçando, ele levou novamente os dedos até os cabelos dela. — Eu falei que ia lutar pelo seu amor até a morte — ele falou mas logo cuspiu uma grande quantidade de sangue — Eu te amo, minha princesa — falando pausadamente e com dificuldade ele agora guardou sua energia para admirar o presente que a vida avia lhe dado, até que o ar faltou e assim ele se foi, admirando sua alma gêmea. Ainda em prantos a mulher usou a mão para fechar os olhos do único homem que houvera amado em vida, ela sabia que não conseguiria, não ela não aguentaria uma vida com aquela dor, de conhecer o amor e lhe ser tomado tão cruelmente. Seu pai lhe observava da arquibancada, ela se levantou com as penas tremendo e apontou a espada para seu pai — Eu te odeio para todo sempre — e assim que esbravejou a mulher cravou a espada em seu próprio peito, com toda sua raiva e dor, e logo a escuridão havia levado às jovens almas apaixonadas.
Tempos Atuas
Enzo passeava pelo parque grande e verde com sua câmera na mão enquanto observava as famílias brincando, cachorros correndo, até que seu olhar parou em algo que parecia ser uma festa de aniversário, um pano rosa jogado na grama com com um bolo em cima, uma mulher um pouco mais velha duas mulheres que pareciam ser da mesma idade e uma criança que batia palmas para uma das mulheres, que usava uma coroa de plástico, o homem criou coragem e se aproximou, tocou no ombro da mulher que levou sua atenção para ele. Foi como se o mundo tivesse dado pausa e só eles estavam em sintonia — Ahm…se importaria se eu tirasse uma foto? — ele perguntou um tanto sem jeito. — Por que não ? — ela falou sorrindo e ele estendeu a mão — Meu nome é Enzo, muito prazer — ela apertou a mão e deu um olhar curioso para ele. — Nos já nos conhecemos? — ele riu pois havia pensado a mesma coisa, se sentia atraído pela mulher como um ferro é atraído pelo imã. — Eu não sei — ele falou e deu uma risada. O destino não seria cruel de deixar duas almas gêmeas separadas por mais tempo, a pergunta que ficava era; eles se lembrariam ?
73 notes · View notes
yizhrt · 7 months ago
Note
oi lolaaa, achei seu perfil e eu to simplesmente viciada em tudo q vc escreve 😭😭
eu queria saber sua opinião sobre o mark, pra ser mais específica esse daqui 👇👇
Tumblr media Tumblr media
um mark moreno de cabelo comprido te segurando como se vc nao fosse nada, olha a carinha dele de besta mds me mata, não consigo parar de pensar em ficar sentada em cima DESSE mark, se pegando e se esfregando nele mas ele nem ai (ele ta tao marrento e provocante nessas fts q me matam) ele só te olhando enquanto vc sofre esperando ele acabar com a sua carência de uma vez por todas.
quero que ele me segure igual esse lightstik 😭😣😣
💌 ≡ aii que lindo 😭😭 muito obrigada amorzinho!!! o mark da bong-dick pic, misericordia, mas vamo lá
imagine... um mark super provocativo. seu ficante, que, a princípio não quer nada mais sério com você, mas odeia ver a mulher dele se esfregando daquele jeito em outro cara. ele tentou disfarçar, pegar outras, beber, mas nada conseguiu o fazer tirar você da cabeça.
quando ele ficou puto de vez — depois de ver que você pretendia mesmo sair da boate com aquele cara — te puxou pra fora e a levou pra casa dele.
"o quê?" ele levanta a sobrancelha, em diversão. claramente, debochando de você. "não tava gostando tanto de se esfregar naquele filho da puta? dá pra mim também..." mark faz bico, mas não consegue disfarçar o sorriso que luta na face dele diante da feição de frustração que você mostra.
você já tava nua, mas ele continuava totalmente vestido. tudo pra te mostrar o quão patética você é e que é ele quem está no controle.
mark senta na cama, te ajeitando sobre a coxa dele. a mão na sua bunda, enquanto a outra era usada pra segurar firmemente sua mandíbula. "vamo' fazer o seguinte: se esfrega que nem a vadiazinha no cio que você é e se 'cê gozar assim, eu penso em te comer, huh?"
você manha, choraminga, mas ele não mostra complacência. "é o único trato que você vai ter. se não ficasse por aí esfregando o que meu em qualquer coisa, talvez tivesse algo melhor. mas é tão impaciente... minha garota. tá ouvindo? é minha." você concorda veementemente e ele sorri, se deitando na cama, cruzando os braços atrás da cabeça. "agora se apressa, amor. tô doido pra ver o show."
53 notes · View notes
mo-ali-m · 18 days ago
Note
24. Hector Fort
Delicado- Hector Fort
Prompt 24 - "Se eu pudesse, eu beijaria todas as suas cicatrizes"
Avisos: leve angústia; menção de problemas com autoimagem; insinuação de mutilação; ( depressão? )
Tumblr media
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Tumblr media
Era noite de quinta-feira e meio da estação mais quente do ano. O verão, embora muito entediante e estressante para você, era a época favorita para a maior parte da população de Barcelona. Sendo uma brasileira você já deveria estar acostumada com as altas temperaturas e positivamente admirá-la, retirando do armário um belo biquíni e acompanhando seu namorado e amigos em suas visitas para a praia ou as curtas viagens que eles amam para Ibiza.
Até poderia rolar, se você não tivesse tanto a esconder de si mesma e de Hector.
Não era como se tivesse vergonha do que você era, sua hesitação em se expor tanto estava relacionada a imagem que você tinha de quem já foi. Era duro se lembrar da pior época da sua vida, daqueles dias em que você implorava para que Deus a levasse enquanto tudo que você podia fazer era se olhar no espelho e se deparar com a sombra da pessoa feliz que um dia já fora, era olhar para as marcas que você mesma fazia em sua pele e se retrair diante de cada cicatriz.
Depois de dois anos de uma luta solitária contra si mesma e todo o resto do mundo, seus pais lhe deram o maior apoio que poderiam ter dado quando você decidiu se mudar para a Espanha após ser aprovada uma universidade em Barcelona. Foi a sete meses atrás, na enorme cidade que abriga um dos maiores times da Europa que você conheceu Hector, em uma pizzaria com os amigos enquanto você se entupia de massa e coca-cola revirando as folhas de um extenso trabalho acadêmico.
Os olhos dele clicaram em você imediatamente, nada parecia mais interessante do que olhar para a bela garota séria e focada no assento ao lado da janela, uma chuva leve caindo do lado de fora dos vidros grossos e aquela blusa fina e preta de gola alta cobrindo seu tronco que ainda nos dias de hoje o encanta. Marc Guiu ainda estava em Barcelona e fora ele mesmo quem quase jogou Hector por cima da mesa em sua direção, o garoto — agora estrela do Chelsea —, tem a satisfação de dizer que foi o cupido do casal. Inicialmente Fort se sentiu intimidado a se aproximar, mas com um pequeno e literal empurrão de Lamine, que resultou em nada mais do que uma grande mancha de café que quase danificou seu notebook, Hector e você conversaram pela primeira vez, embora você estivesse um pouco irritada com a situação.
Quatro semanas depois e uma aliança adornava seu dedo anelar, provando que além de apaixonado Hector também estava determinado a mostrar que tanto ele quanto você estavam irrevogavelmente juntos.
Nunca houvera nenhum segredo entre o casal, os dois prometeram sinceridade constante entre si e não era como se você tivesse mentido para ele a respeito do seu passado, afinal ele queria te conhecer completamente e você tinha o mesmo desejo, mas até aquele momento Hector não sabia a profundidade da dor que você já sentiu, embora tenha tido pequenos vislumbres das mínimas cicatrizes que cobriam ambos os seus pulsos. Com medo de que ele a deixasse por se sentir problemática, tudo que pôde fazer era adiar de forma quase constrangedora um contato mais íntimo com ele, e somente quando notou que seu distanciamento resultou em um Hector inseguro consigo mesmo foi que a verdade veio a tona, e você o deixou tocar todo o seu corpo - incluindo aquelas partes que você não gostava nem de olhar.
E ah! Ele não poderia ter se apaixonado mais por você. Porque, como uma mulher tão jovem, que conseguia ser tão forte e determinada apesar de tudo que já vira de pior no mundo estava com ele? Como, de todas as pessoas da maldita Espanha você tinha escolhido logo ele, o cara sério e de cara fechada do time titular do FCBarcelona que repudiava de todas as formas um relacionamento sério até te conhecer?
Não que ele estivesse reclamando, até porque agora não tinha mais volta. Você era dele e de mais ninguém, por isso ele se orgulhava de te amar explicitamente, principalmente nos momentos em que você não conseguia fazer isso consigo mesma.
Naquela noite vocês tinham combinado de se encontrarem na casa do Raphinha para um churrasco, e somente Deus sabia o quanto você estava animada para ver seu amigo Brasileiro que tanto a lembrava de sua terra natal. Por isso, quando Hector te encontrou vestindo a blusa de gola alta que ele tanto gostava e o lembrava de quando te viu pela primeira vez, ele se sentiu estranho. Não porque você estava feia, porque, misericórdia, mas isso era impossível se acontecer, mas sim por causa do extremo calor que exalava no país todo naquela época do ano. Quando analisou melhor, ele percebeu o conjunto floral que você tinha experimentado anteriormente e não se sentiu mais confortável em usar.
— Bebé, você já está pronta? — escondendo o motivo por detrás da pergunta, Hector se aproximou, recostando-se na sua parte do closet de braços cruzados.
Você assentiu, já tendo o notado desde o primeiro instante. Passando as mãos pela saia xadrez preta e marrom que persistiu em usar.
A sombra do seu namorado se projetou atrás de você, o conjunto floral quase brilhando em suas mãos.
— Porque não este? Está um calor dos infernos lá fora, e embora eu prefira toda sua gostosura só pra mim, não quero que minha namorada desmaie de calor.
— Gostei desse. Não estou bonita o suficiente? — a leve insegurança no seu tom de voz selou completamente as desconfianças dele.
Negando com a cabeça, Hector tocou a barra de sua saia com a mão livre, os dedos masculinos e delicados puxando levemente o tecido. Quando levantou os olhos de si mesma, percebeu pelo espelho de corpo inteiro que ele já te olhava. Ambas as esferas se conectando ao ponto de suas barreiras ruírem, dando a ele a oportunidade de ver atravéz da sua alma.
— Corazón, eu seria um bastardo mentiroso se dissesse que você não está irresistível — os lábios dele tocaram suas costas por cima do tecido — Mas perfeita você só fica quando consegue se amar e estar confortável consigo mesma.
O corpo forte e definido cobriu o seu por trás, como um protetor de si mesma que a impedia de se autodepreciar.
— Hector...não quero mais vestir outra coisa, estou bem com esse — sua voz traidora saiu quase como um ruído incomodado.
Seu namorado depositava beijos lentos e carinhos por toda a extensão do seu pescoço, abaixando o zíper na parte lateral da sua saia, o pano de algodão caindo aos seus pés descalços com um som abafado pelo carpete fofo.
— Mentir para mim, ainda que seja desagradável, está tudo bem. Mas mentir para si mesma amor, está fora de cogitação — você soltou um moxoxo, sabendo que ele não se convenceria com as suas falas — Me diga, você ainda quer sair?
Rapidamente você assentiu, se sentindo culpada por passar a imagem contrária, ainda que estivesse animada para sair. Você só não estava...animada consigo mesma.
— Só vamos sair quando você estiver de volta pra mim, de volta para si mesma — agora ele segurava a barra da blusa que ele tanto amava, mas que neste momento poderia rasgar em mil pedaços somente por estar sendo utilizada para se esconder — Eu amo você e tudo que vem contigo, seja o seu humor bipolar, o seu estranho gosto para filmes de comédia romântica de apodrecer os dentes, ou mesmo a mania estranha de tomar café puro sem açúcar. Mas principalmente suas cicatrizes...
Em um segundo você estava apenas de roupas íntimas diante dos olhos adoradores dele. As lágrimas acumuladas em seus olhos de repente saltaram e rolaram pela sua bochecha. Hector as enxugou e ainda olhando para ti atravéz do espelho, os dedos dele traçam a parte inferior de sua barriga, seus pulsos e todos os outros locais por onde um dia lâminas cortantes passaram.
— Porque mesmo que elas tenham sido feitas para te machucar, acabaram tornando-te não somente uma forte mulher, mas também alguém que me inspira constantemente a continuar mesmo diante de tantos desafios e momentos praticamente impossíveis de se superarem.
Aos poucos ele foi te vestindo delicadamente, adorando seu corpo como sempre fizera em cada toque, beijando suas marcas conforme o tecido fora cobrindo você.
— Se eu pudesse, beijaria todas as suas cicatrizes, toda hora, todo dia — confessou ao terminar, o queixo repousando em seu ombro — Melhor agora?
Você assentiu, sem ter certeza se encontraria sua voz para agradecê-lo por sempre te fazer se sentir melhor quando precisava. Virando-se para Hector seus lábios selaram os dele, as mãos fortes cobrindo sua cintura com calma.
— Obrigada Hector — ele colou suas testas — Não acho que sem você eu gostaria tanto de mim como tenho feito, ainda que alguns dias demore mais para esse amor surgir.
O sorriso dele lhe deu um cumprimento antes de ser abraçada fortemente.
— Dulzura, espero que você possa se acostumar com minha companhia constante, porque não vou embora até o fim dos nossos dias.
Um risinho escapou dos seus lábios.
— Isso me pareceu mais um ameaça.
Se soltando de você ele piscou.
— Talvez tenha sido — a mão dele cobriu a sua, levando-a para fora do closet — Mas você já sabia onde estava se metendo quando aceitou namorar comigo.
E você sabia mesmo, tanto sabia que agradecia a Deus todos os dias por tê-lo conhecido naquele dia.
— Pois é, quão sortuda eu sou, não é mesmo?
Hector sorriu em concordância, te ajudando a calçar um dos seus saltos favoritos antes de saírem. Devo dizer, que pelo resto da noite seu namorado não saiu do seu lado, fazendo surgir mil e umas piadinhas de seus companheiros de equipe. Mas isso não foi um problema.
Nunca era quando ele estava presente.
21 notes · View notes
tecontos · 11 months ago
Text
Meu primeiro programa como Acompanhante de Luxo com apoio do meu Marido.
By; Carla
Oi meu nome é Carla, tenho 26 anos estilo ninfeta, casada, universitária, sou morena com cabelos pretos lisos e comprido, olhos pretos, seios pequenos, pernas grossas bem torneadas, um bumbum bem apetitoso, uma boquinha bem sensual e muito prazerosa, tenho 1,61 metros, 60 kilos, carinhosa, educada, safadinha, sou sedutora e muito fogosa, adoro ser desejada, moro em Porto Velho, Rondônia.
Sempre tive muito tesão em ser desejada por homens safados ou mulheres, resumindo sempre fui do tipo fácil de levar para a cama quando estava afim ou sendo seduzida, e mais que isso sempre curti em praticar muito sexo só para dá prazer, e deixar os caras com quem saia loucos!
Eu e meu esposo sempre mantivemos uma relação muito aberta e cheia de fantasias, tendo algumas delas sido realizadas,
E no meu íntimo sempre tive vontade em ser acompanhante vip, uma forma de propiciar prazer aos outros e ser paga para tal ato, sempre que via uma garota de programa se oferecendo eu me imaginava no lugar dela, fazendo o que ela fazia, e isto me deixava muito excitada, mas ao mesmo tempo eu não tinha a necessidade financeira de fazer aquilo, mas a idéia me perseguia mesmo que por um momento, viver aquela vida que tanto me excitava, e acabou por vencer as minhas resistências.
Lógico que não sou tola em achar que esta é uma vida glamurosa, sem problemas e com pura alegria e diversão, nada disso!! Sei o quanto muitas dessas garotas sofrem, mas nem isso me comovia fazendo eu desistir da idéia de um dia ser uma acompanhante de verdade, e na forma popular de falar, Fuder por dinheiro!!! Afinal esse era o meu fetiche.
Eram algumas as minhas fantasias:
1 – Receber dinheiro para fazer sexo gostoso com homens;
2 - Que meu esposo pudesse me ver recebendo dinheiro para trepar;
3 - Que eu tivesse total aprovação do meu esposo e corninho;
4 - Que eu pudesse realizar as fantasias sexuais de outros clientes;
5 - Que eu pudesse acima de tudo realizar as minhas fantasias em ser desejada e realizar os meus sedutores;
6 - E ter um amante fixo;
Hoje eu tenho a total aprovação do meu marido Bruno corninho, mas quando falei isso para ele a primeira vez ele achou que fosse uma brincadeira, mas ficou meio encabulado, mas ele acabou em concordar com a situação, afinal ele sempre pediu para que eu tivesse um amante esse era o fetiche dele, ser corno! Então essa seria a oportunidade perfeita para ele ser o maior corno, mas é claro me pediu para ter muito cuidado para não nos expor socialmente, pois ele não queria que isso viesse a ocasionar situações que pudessem comprometer a nossa vida social, e também não queria ver meu nome na boca de qualquer um, então conversamos, e chegamos a um acordo que faria programa somente com homens de alto nível e de preferência casado pois queriam sigilo e não iriam se expor também.
Bem, já estava decidido que seria uma acompanhante, dúvidas apareceram, como iria conseguir clientes? Onde atende-los? Será que isso daria certo? Então resolvemos criar perfis com fotos minhas em sites de relacionamentos e outros, participando de comunidades de garotas de programas, acompanhantes e outros do tipo, explicando direitinho, quem eu era e o que desejava, assim poderia selecionar os meus clientes, quanto aos locais de atendimento, obviamente não poderia ser em nossa casa, então decidimos que atenderia em hotéis e motéis de luxo, ambientes perfeitos de requinte, discretos e confortáveis, onde ninguém presta atenção demasiadamente em você, onde não haveria problemas em atender meus clientes, com tudo isso decidido, fui a luta.
Com os perfis em que eu havia criado começaram a chover e-mails em minha caixa postal, o celular que havia adquirido só para atender clientes tocava com frequência, a procura superaram nossas expectativas.
Meu primeiro cliente (Marcos) me enviou um e-mail do qual fez algumas perguntas e logo em seguida me ligou para fechar o valor, hora, hotel e o número do quarto em que estava hospedado, fiquei meio que nervosa, mas ao mesmo tempo excitada é lógico, afinal seria minha primeira vez como acompanhante, em 30 minutos lá estava eu, me identifiquei na recepção, do qual interfonou a ele confirmando meu nome logo em seguida fui autorizada a subir, ao abrir a porta me deparei com um moreno claro, alto, 35 anos e um sorriso encantador nos lábios, nessa hora a minha calcinha estava encharcada, entrei recebi o valor combinado, e logo fui surpreendida com um beijo no pescoço e as mãos que percorriam todo o meu corpo, logo me despiu e tirou de sua cueca um cacete imenso e grosso, vou confessar nunca em toda a minha vida de putaria havia me deparado com um monumento daquele, logo me colocou em posição de chupar aquele cacete do qual enchia toda a minha boca, depois de uns 7 minutos manipulando aquele pau imenso com a boca me colocou deitada sobre a cama, colocou o preservativo e foi enfiando aquele pau estrondoso em minha buceta, eu gemia de tesão e ao mesmo tempo sentindo aquela vara me cutucando o fundo do meu útero, a cada estocada ficava louca de tesão, aquela vara preenchia tudo por dentro.
Depois de fazer em algumas posições, me colocou de quatro e estocava cada vez mais forte, logo gozei, depois de uns 5 minutos que havia gozado senti aquele pau imenso inchar mais ainda dentro de mim , logo em seguida ouvi aquele homem respirar fortemente tirando o pau de dentro de mim e tirando o preservativo encheu minha bunda e costas de esperma, depois de uma ducha ele me confessou que estava louco para provar o meu rabinho, eu assustada em imaginar aquele pau daquele tamanho dentro do meu cuzinho.
Fui deitada e colocada de ladinho, e fui sentindo a cabeça daquela pica abrindo meu rabinho devagarinho, fui me contendo em meio a dor e ardência, mas logo senti aquela vara dentro do meu cuzinho, conforme foi estocando fui relaxando em pouco tempo senti aquele cacete gozando dentro do meu rabinho.
Deixei meu cliente louco de tesão e muito satisfeito com o programa, o qual já marcou outro, mas confesso que fiquei meio dolorida, o pau do Marcos meu cliente era muito grande, mas estava ao mesmo tempo muito excitada e me realizando, adorei meu primeiro programa, em breve espero relatar mais de minhas aventuras de acompanhante, espero que tenham gostado.
Enviado ao Te Contos por Carla
96 notes · View notes
iamfrankiewritter · 8 months ago
Text
Tumblr media
Ohma Tokita
— É realmente impressionante como neste barco, em breve, todos os homens irão se matar naquela arena. — tomo o meu drink tranquilamente à beira da piscina.
— Comum, mas é assustador. Graças a Deus tenho uma alma feminina ao meu lado. — Kaede se ajeita sobre a cadeira e coloca seus óculos de sol.
— Eu só vim por causa que… O Yamashita não sabe dizer “não” e na primeira oportunidade que tiver, vai se borrar nas calças.
Nós rimos e trocamos um olhar engraçado.
— Aham, com certeza [Nome], apenas pelo senhor Yamashita.
— O que está insinuando, Kaede?
Eu sabia exatamente onde ela queria chegar, mas não dou o braço a torcer.
— Você sabe. Não é só pelo senhor Yamashita que você veio, tem um motivo a mais.
— Desconheço… — fiz-me de idiota e desviei o olhar, sentindo as bochechas esquentarem.
Era verdade que eu nutria um carinho enorme pelo Kazuo, ele sempre foi como um pai para mim e vê-lo em um estado tão deplorável nos últimos meses mexeu muito com o meu coração, fez com que eu sentisse a constante necessidade de estar próxima dele.
No entanto… Quando seu comportamento mudou da noite para o dia, quando ele me contou que tinha encontrado um novo motivo para viver e tinha recuperado toda a sua vitalidade, eu genuinamente quis saber o motivo.
E maldita — ou bendita — foi a hora em que descobri o “motivo”, ou melhor, o homem responsável por levantar o ânimo do pobre coitado.
Ohma Tokita.
Um homem de passado desconhecido e estranhamente forte, frio e rústico.
Ele será o responsável para representar a Corporação Yamashita quando as partidas Kengan começarem, e confesso que vê-lo lutar contra dois fortes oponentes me deixou muito curiosa sobre a sua pessoa, apesar de ele ser uma pessoa extremamente reservada.
Quando o assisti lutar contra o Lihito, um cara visualmente maior e mais forte do que ele, eu me senti dentro de um filme de ação, ficando emocionada a todo momento, a cada golpe e a cada técnica. Ele literalmente macetou o coitado na maior tranquilidade. Não me recordo muito bem o momento em que comecei a realmente prestar atenção no moreno, mas tenho uma breve noção quando assisti a luta contra o Sekibayashi.
Nunca vi tanta vontade assassina emanar de uma pessoa durante uma luta, ainda mais quando eu tinha certeza da evidente derrota, Ohma derrotou aquele brutamontes com um nocaute inesperado.
E para terminar, houve a briga no navio, uma várzea total e desbalanceada, mas ainda sim, ele foi capaz de sobreviver como se nada tivesse acontecido.
— Aí, [Nome].
— O que é?
— Sabe que precisa disfarçar mais quando eu quase mencionei o nome do Ohma, certo?
— E-eu não sei Kaede, pare de me provocar!
— Eu não provoco, você mesma se entrega, ainda mais quando estamos em reunião e o senhor Yamashita elogia o Ohma. Está estampado na sua testa o quanto você quer estar perto dele. — solta uma risadinha.
— Você precisa ficar do meu lado Kaede!
— Não misturo meu trabalho profissional com relações amorosas, apesar de achá-lo muito atraente.
— Ah, claro, você só tem olhos para o Lihito.
— Não mencione esse nome perto de mim, já não chega-
— Olha só! Não sabia que essa piscina era frequentada por moças tão bonitas quanto vocês.
Falando no diabo…
— O que as senhoritas estão conversando? — o loiro se aproximou com um enorme sorriso.
— Assuntos de mulheres, Lihito. — Kaede pegou uma revista que estava ao seu alcance e cobriu o rosto para evitar contato visual com o lutador.
— Por acaso esses “assuntos” tem a ver comigo? — seu tom de voz se intensificou para tentar seduzi-la.
— Humpf, com certeza não, nós temos outras coisas mais interessantes para conversar.
— Aaahh, não seja tão dura comigo, senhorita Akiyama!
Parei de prestar atenção na conversa dos dois quando percebi a presença de Ohma, logo atrás de Lihito.
As mãos tipicamente enfiadas nos bolsos da calça jeans que costumeiramente usava, os cabelos negros como carvão sempre rebeldes, as mechas escuras sempre caídas sobre o rosto bem definido com algumas escoriações e machucados a se curar.
— Oi… — cumprimentei num tom quase inaudível.
— [Nome]. — ele respondeu o cumprimento no mesmo tom sério de sempre.
— Lihito, por favor... Você deveria voltar ao cassino.
— Eu cansei de perder! Pelo menos, vindo aqui, eu ganho alguma atenção de vocês. Não é, [Nome]?
— Por que você não para de incomodar ela?
O loiro ficou surpreso ao escutar a voz do amigo. Ohma raramente fazia isso, e para quem ele dirigia a palavra?
— Qual é Tokita! Deixa de ser chato. — afastou-se da loira e pegou uma cadeira, sentando ao meu lado.
Não era bem você que eu gostaria que estivesse ao meu lado, mas ok.
— Bom, já que a senhorita Akiyama não me dá nenhum pingo de atenção, eu pelo menos posso me sentar aqui, né [Nome]?
— Ah, aham... Claro.
— Humpf.
Pode ter sido uma impressão só minha, mas escutei Ohma suspirar ao notar que agora eu me encontro acompanhada.
— E então, [Nome]... O que acha de dar uma volta comigo para conhecer o navio?
— Tá um calor danado, eu prefiro curtir o sol daqui.
Eu genuinamente queria ficar ali, deitadinha e curtindo o meu drink.
— Ah vamos! Vai ser legal, eu prometo que você vai gostar. — ele sorriu e colocou o braço sobre os meus ombros.
— Lihito, eu não- olha, eu só quero apreciar a piscina, talvez outra hora. — dei um sorriso simpático, na esperança que ele me entendesse.
— Ninguém quer me fazer companhia, já entendi. — Lihito encostou a cabeça sobre o meu ombro.
— Sai. De. Perto.
Ohma se aproximou de nós e pegou o lutador pelo ombro, o tirando abruptamente de cima de mim.
— Qual que é a tua, Tokita?! — Lihito pareceu ligeiramente irritado.
— Preciso repetir? Sai de perto da [Nome].
— Eu nem fiz nada!
— Você tá incomodando, só sai de perto.
— Ohma, t-tá tudo bem, deixa pra lá. — eu tentei acalmá-lo.
Coloquei a minha bebida sobre a mesinha ali do lado.
— Você não entende nada, não é? — o tom colérico fez com que o meu coração disparasse. — Deixa. A. [Nome]. Em. Paz. — pegou Lihito pelo colarinho da camiseta.
— Já entendi, seu idiota. Se tá tão puto por eu querer dar uma volta com a sua namoradinha-
— Já chega Lihito, precisamos conversar. — Kaede interviu segurando no braço do loiro.
— ... — o moreno continuava a encará-lo mortalmente.
Como na primeira vez em que lutaram.
— Vamos. — novamente a loira o tirou dos próprios pensamentos.
— Isso não vai ficar assim, Tokita! Depois a gente conversa melhor... — fez um sinal de "soco" com os punhos e sorriu.
E eu? Fiquei ali parada esperando que o pior acontecesse, mas ainda bem, Kaede interviu e agora estamos só nós.
Mas espera aí? Eu ouvi direito? “Namoradinha”?
— Tsk, que saco. — o moreno interrompeu os meus pensamentos e saiu andando.
— Ohma, espera!
— …  — ele não disse nada, mas parou quando pedi.
— Desculpa pelo Lihito, eu deveria ter sido mais-
— Não peça desculpas, não é sua culpa. É só que… — Tokita virou-se para me encarar, porém não tinha aquela mesma expressão de sempre.
Ele estava… Nervoso? Tenso?
— Eu não quero que ele chegue perto de você de novo, isso me dá muita raiva.
Os punhos por debaixo do bolso da calça se apertaram e tornaram-se evidentes. A cena anterior me deixou tão embasbacada que eu nem tive como continuar aquela conversa.
Tokita percebeu que nada mais sairia da minha boca e saiu do deck da piscina em passos lentos até desaparecer da minha visão.
[...]
Os eventos que sucederam a nossa discussão no deck, não tiveram muita importância. Logo, as partidas Kengan começaram e todos os competidores estavam concentrados em destruir os seus oponentes, e isso incluía Ohma e Lihito. Quase nem falei com os dois na semana.
Na verdade, eu fiquei um pouco aliviada em não ter de dar as caras para encontrar o loiro, não sei bem como reagir depois daquela cena chata, se bem que… É, não deve acontecer mais, depois das fofas ameaças do Ohma.
Eu, Kaede, Kazuo — e vez ou outra o Ohma — assistimos todas as partidas, analisando todos os competidores e chegamos a conclusão: todos aqueles homens eram monstros dotados de uma força imensurável, e ninguém poderia descansar até o término do torneio.
Quando a quarta luta começou, quando Ohma e Inaba se enfrentaram, eu pensei que a vitória estivesse garantida. Doce ilusão a minha. Apesar de pequeno, o Inaba é muito habilidoso e me deixou deveras preocupada. É um choque ver um homem tão forte como Ohma ser jogado pra lá e pra cá como um boneco no meio da arena.
Mas a onda do baixinho logo acabou quando o moreno usou um Empréstimo e o estraçalhou, fazendo-o se arrepender de todos os golpes desferidos.
— O Ohma não aprende, ele não pode ficar usando essas… Essas coisas! — o velho exclamou assim que a luta acabou.
— Se ele continuar assim, não vai chegar até a última partida.
— Oh, vocês dois! Parem de exagero.
Por mais que me doa admitir, eles estão certos.
— Não é exagero [Nome].
— … Eu preciso falar com ele.
— Ele deve estar na enfermaria, tratando os machucados. — Kaede sugeriu.
— Se precisarem de mim, estarei lá. — levantei da minha cadeira e comecei a caminhar até a enfermaria.
— [Nome]. — Kazuo me chamou.
— Hm?
— Por favor, tome conta dele.
O sorriso sincero e preocupado do velho me trouxe uma sensação de calma e eu retribuí o sorriso.
— Pode deixar.
Caminhando dentro dos corredores do estádio, demorei alguns minutos para finalmente chegar até a enfermaria.
E como uma coincidência do destino, Lihito estava saindo de lá naquele instante.
— Oh, [Nome]. — nós paramos um de frente para o outro.
— Lihito… Veio ver o Ohma?
— Vim ver como ele estava depois da luta com aquele tampinha.
— E está tudo bem? — não sei bem como desenvolver uma conversa com ele depois da discussão…
— Não se preocupe, nada que um pratão de filé não resolva. — o sorriso sincero do lutador seguido de um “positivo” confortaram o meu coração.
— Isso não é nada complicado.
— [Nome], você veio aqui para vê-lo?
— Sim, eu… Não consigo ficar parada quando o vejo machucado. — decidi ser sincera, mesmo que isso me deixasse envergonhada e como um pimentão.
— O Tokita tá lá dentro, te esperando. Mas antes de você entrar, eu preciso pedir desculpas.
— Desculpas? Ah.
— Eu… Não devia ter sido tão impertinente no deck da piscina, desculpe por isso.
— Fica tranquilo, eu te desculpo. Estamos bem, né?
— Com certeza. Eu gosto muito de você [Nome], e não quero pôr tudo a perder por uma briga besta.
— Tudo bem, vamos esquecer esse assunto.
— Vai lá cuidar dele.
Com um sorriso, nós nos despedimos e meu coração ficou mais leve. O Lihito é um cara bacana, e a nossa amizade não podia se deixar abater por uma coisa besta — e um ciúmes cuja causa ainda não descobri —.
Entrei na enfermaria, todas as macas estavam ocupadas com lutadores ou pessoas ordinárias, os médicos andavam de um lado para o outro com as enfermeiras, atendendo os feridos e prestando serviços aos casos mais graves. Não demorei a encontrar o moreno, que estava de pé, escorado sobre a parede com os olhos fechados e com os braços cruzados.
Ao me aproximar, pude reparar nos hematomas nos seus braços, pernas, por todo o seu corpo… No seu rosto. Meu coração se apertou de novo, por mais que ele fosse um homem forte e cheio de marra, ainda era um ser humano que sofria como qualquer outro.
Pensei que ele nem notaria a minha presença, mas estava redondamente enganada.
— O que você tá fazendo aqui?
— Eu vim ver você, Ohma.
— Hm. — ele continuava com os olhos fechados.
— Vem, deixa eu fazer um-
— Não preciso que cuidem de mim, eu tô bem.
— Não quero saber, você tá com o corpo inteiro machucado, eu não posso te deixar aí, simplesmente existindo. — eu me aproximei um pouco mais e o peguei pelo braço.
— [Nome], eu já-
— Deixa de ser teimoso, Tokita. — elevei um pouco a voz e só assim ele pareceu perceber que eu não estava de brincadeira.
Os olhos escuros por debaixo das pálpebras se revelaram e me encararam, um pouco emburrados, mas pouco me importei.
— Vamos, ninguém pode cuidar de você agora, todas as enfermeiras estão ocupadas.
— Posso esperar… — mais uma vez, relutante.
— Não me faça ter que cuidar de você à força.
— Humpf, como se você conseguisse me obrigar a fazer alguma coisa. Já esqueceu quem é o mais forte aqui?
Lá vem ele com as provocações…
— Você pode ser o mais forte na arena, mas aqui na enfermaria, tem de me obedecer se quiser participar da próxima partida.
— Vou te lembrar quem está em posição de mandar alguma coisa.
Ohma foi rápido. Ele inverteu os nossos papéis, puxando-me pelo braço e me pressionando sobre a parede em que estava escorado. O movimento foi tão rápido que só percebi essa diferença quando as minhas costas bateram contra a parede do lugar.
Ao abrir os olhos, o rosto do moreno estava tão próximo do meu, um sorriso de canto se formou, além da sua respiração quente batendo contra o meu rosto. Não é possível que um homem tenha tanto poder sobre mim mesmo depois de ter sido espancado em uma briga.
— E agora? Vai mesmo me enfrentar?
— Isso não é uma briga, Ohma… Eu só quero cuidar de você, porque eu me importo. — engoli seco, estou mesmo me confessando? Numa hora dessas?!
— Talvez você devesse guardar essa sua preocupação para outra pessoa. — seu sorriso desapareceu e deu lugar a uma expressão carrancuda.
— “Outra pessoa”? Do que- não, não pode ser isso.
— Hm?
— Por acaso está com ciúmes do Lihito?
Toquei na ferida, pois o seu corpo ficou tenso, e apesar disso,  nada saiu da sua boca.
— É isso? Você está com ciúmes dele?!
— Eu não tenho ciúmes de ninguém.
— Pois é o que está parecendo.
— Não quero discutir isso com você, eu não tenho ciúmes nenhum de você. — ele fez questão de enfatizar o “você”.
— Tá, já entendi. — eu me dei por vencida, mas depois quero arrancar isso dele. — Posso só cuidar de você então? Como uma pessoa que se importa muito contigo?
— … — suspirou. — Pode.
— Eu prometo que não vai doer, depois de tanta pancada, eu serei cuidadosa.
Ohma não respondeu, afastou-se de mim e permitiu que eu o sentasse em uma das cadeiras livres. Eu vasculhei aquela enfermaria cuidadosamente em busca de algum álcool, alguns algodões e bandagens para pelo menos tratar aqueles machucados abertos, não quero que o campeão da Corporação Yamashita pegue alguma infecção.
— Aqui, voltei. — eu me sentei ao seu lado. — Fique quietinho e não se mexa, isso pode arder um pouco…
— Só faz o que precisa ser feito.
Até os mais durões não conseguem disfarçar a careta de dor quando um pingo de álcool cai sobre uma ferida aberta, mas isso não é fraqueza.
À medida que eu passava o algodão encharcado com álcool sobre as feridas abertas sobre o seu abdômen, tive de segurar o sorriso por estar tão perto dele assim… Eu deveria me sentir culpada por esse sentimento? Eu certamente estou me aproveitando dessa situação delicada para ficar mais próxima do moreno.
Em contrapartida, o que conforta e me deixa fazer com que eu trabalhe direito como enfermeira, é que estou cuidando dele,  é por uma boa causa, e eu sei que o Ohma não liga que eu fique por perto.
Mas ainda bem que aquela sessão de vergonha passou, terminei de tratar as suas feridas, chegou a hora de dar uma olhada no rosto…
— Eu preciso que você olhe pra mim… Acho melhor eu pegar uma bolsa de gelo. — levantei-me da cadeira.
Lá vou eu em busca de uma bolsa de gelo para acalmar aquela pele irritada.
— Não.
Abruptamente, sinto uma mão sobre o meu pulso e sou obrigada a olhar para o lado. Ohma me segura firmemente e me olha profundamente com aqueles olhos escuros.
— Ohma, eu-
— Fica. Não preciso da bolsa agora, depois eu resolvo isso com o Kazuo Yamashita.
Fica.
— Promete pra mim então?
— Sim, agora termina o que você começou. — ele deu um leve puxão no meu braço para que eu voltasse a me sentar perto dele.
— Sim senhor. — dei um sorriso involuntário.
Perceber que ele me queria por perto aqueceu o meu coração. Para um cara tão durão e frio, isso com certeza derreteria os mais gélidos dos ice bergs.
— Vou ser mais delicada, não se preocupe. — eu me acomodei de frente para ele e molhei o algodão com um pouco de álcool.
— Você já é.
Decidi ignorar aquele comentário, não sei se estou pronta para iniciar uma conversa tão íntima assim com ele.
Só que não pude deixar de notar o rubor nas suas bochechas, talvez seja por conta da reação ardente do álcool contra a sua pele, talvez seja porque eu esteja olhando fixamente para o seu rosto, concentrada em cuidar das feridas.
— Você viu o Lihito?
— Hm? — eu estava tão concentrada em passar o algodão sobre a sua sobrancelha que não escutei direito.
— O Lihito, você viu ele?
— Sim… A gente se esbarrou na porta da enfermaria. Ele me disse pra cuidar bem de você.
— E o que mais?
Por que essa curiosidade?
— Ele se desculpou comigo, disse que não deveria ter insistido. Confesso que fiquei aliviada, eu não gostaria de ficar brigada com ele por uma coisa besta.
— Humpf, é bom mesmo. Não quero que ele chegue tão perto de você.
Parei de passar o tecido macio sobre a sua pele e o encarei.
— Ohma, pra quê isso?
— Como assim?
— Isso é… Ciúmes?
— Não, eu… Ele quer ficar muito perto de você e eu não quero isso.
— Mas ele é o meu amigo. — falei como se óbvio fosse.
— Sei muito bem quais as intenções dele.
O moreno segura o meu pulso delicadamente e o abaixa, colocando sobre o meu colo.
— Ohma, você é estranho. — dei risada. — Não consegue me dizer com clareza o por quê de estar se sentindo assim?
— … — ele não desvia o olhar nem por um segundo sequer. — Você é muito lenta.
Sem que eu pudesse dar continuidade à nossa discussão, a sua mão que segurava o meu pulso me puxou de maneira brusca, fazendo o meu corpo pender para frente, deixando o meu rosto ainda mais perto do dele…
— O-Ohma, o que foi?! — o rubor se espalhou pela minha cara inteira e eu pressionei os lábios, um contra o outro.
— Eu sei que sou péssimo para me expressar, acho que nesse caso, eu preciso te mostrar.
O estreito espaço entre os nossos rostos desapareceu  quando sua boca encostou na minha, dando início a um beijo. A mão forte e calejada passeou sobre o meu braço e foi ao encontro do meu rosto pegando fogo. Apesar da surpresa, não sou besta nem nada, tratei de aproveitar aqueles segundos em que ficamos conectados.
Para buscar algum apoio, coloquei uma das mãos sobre o seu ombro nu e suspirei, não era possível que aquilo estivesse acontecendo, certo? Errado, era real e eu percebi quando Ohma quis aprofundar o beijo, mas não permiti — não de imediato —, pois estávamos dentro de uma enfermaria com diversos feridos ali dentro, o momento pede mais decência.
Eu fui obrigada a nos separar, afastando o seu rosto do meu, segurando e apertando seu ombro forte. Não consegui encará-lo por alguns segundos, então encarei o belo chão daquela enfermaria e o analisei para ver se os faxineiros sabem mesmo varrer um chão.
Cacete, o que estou pensando?!
— É por isso que eu não quero que o Lihito chegue perto de você. Não quero que ele te tenha para ele.
— “Para ele”? Pelo amor de Deus, não sou uma propriedade!
— Você entendeu. — bufou. — Não quero ter que lembrá-lo do quanto eu te quero.
— Agora você decidiu falar, é? — soltei uma risada nervosa. — E ainda decide ser bem direto.
— Eu não tenho o porquê ficar com indiretas, quando é você.
— Estava até agora há pouco quando sentiu ciúmes do Lihito.
— Escuta, para de falar nesse cara, só um pouco.
Tokita me puxou pelo queixo, aproximando os nossos rostos novamente. Deu um sorriso de canto e eu senti mais uma vez a sua respiração quente bater contra o meu nariz.
— Se você não parar de falar nele, eu vou ser obrigado a te calar de outra maneira.
— O-Ohma, a-aqui não. — engoli seco.
— Isso por acaso é uma confissão?
— Talvez… — mordi o lábio inferior. — Mas aqui não é lugar para isso. Estamos na enfermaria! — sussurrei ao ver uma enfermeira passar do nosso lado.
— Você é Ohma Tokita? — a voz suave da moça ecoou nos meus ouvidos e eu imediatamente nos separei.
— É ele, sim. — recuperei a minha postura.
— Vamos, precisamos te examinar.
Eu me levantei e o ajudei a fazer o mesmo.
— Essa conversa está longe de acabar, [Nome]. — sussurrou ao pé do meu ouvido antes de sumir para dentro da enfermaria.
[...]
Essa conversa está longe de acabar, [Nome].
Aquelas palavras reverberam dentro da minha cabeça por muito tempo depois da nossa última conversa. Eu me segurei e não contei a ninguém sobre o que aconteceu na enfermaria, para preservar ambas as nossas intimidades. Por mais que eu conheça Kaede e sei que posso confiar nela, prefiro eu mesma pensar sobre o que aconteceu e tentar decifrar os meus próprios sentimentos.
O primeiro dia das partidas Kengan chegou ao fim e todos retornaram aos seus devidos dormitórios, e com a Corporação Yamashita não foi diferente. Após a janta, os competidores restantes e seus devidos chefes se dividiram entre descansar e explorar o lugar.
Não encontrei mais com Ohma depois da nossa conversa na enfermaria, e jantei no meu quarto, presumindo que ele já tivesse se recolhido junto ao velho. Kaede precisou sair para resolver algumas cagadas do Lihito no cassino — no fim das contas, ela realmente se importa com o loiro —.
Quando o relógio bateu dez horas, decidi que estava na hora de tomar um banho e me recolher. O chuveiro do dormitório era surpreendentemente aconchegante e quentinho, o que me fez querer ficar horas ali, mas a conta sairia cara depois, e não quero prejudicar o Kazuo.
Não quero ter que lembrá-lo do quanto eu te quero.
Merda, não posso nem fechar os olhos e apreciar o meu banho em paz que a figura daquele ser me vem à minha mente.
Eu vou ser obrigado a te calar de outra maneira.
O que exatamente ele quer dizer com essas palavras? Ohma é um homem de poucas palavras e uma péssima maneira de se expressar, e eu sou uma pessoa que precisa de respostas rápidas
— “Indiretas”, até parece Ohma Tokita. — dei uma risada baixa ao desligar o chuveiro.
Saí do banho e me enrolei na toalha, o cabelo encharcado caía sobre a minha face ruborizada ao me olhar no espelho. Os últimos pingos daquele chuveiro me fizeram indagar e… Era inevitável não sentir a falta dele, ainda mais estando sozinha no próprio dormitório e depois de uma troca intensa de olhares.
— Preciso me recompor, preciso reagir.
Balancei a cabeça e saí do banheiro, pegando o primeiro pijama que estava à vista sobre a mala, nem me dei ao trabalho de colocar roupas íntimas para dormir.
Afinal, quem é a doida que dorme de sutiã? Tá pedindo pra sofrer.
Olhei no relógio, dez e trinta e oito da noite. O ponteiro fazia o típico barulho de tic tac, deixando os pensamentos menos inóspitos dentro da minha cabeça. Liguei a televisão e os melhores momentos das partidas de hoje estavam passando, e eu até prestei atenção por alguns longos minutos, até o moreno aparecer na tela, fazendo seu contra-ataque. A imagem do Tokita me prende tanto a atenção, é inevitável não sorrir e pensar no quão escura era a minha vida antes de conhecê-lo por meio do Kazuo.
Não quero soar emocionada, nem precoce, mas só a presença dele me deixa distraída da realidade, como uma válvula de escape, e o que me deixa tranquila — pelo menos agora — é que tenho a chance de descobrir que ele sente o mesmo, não que esteja evidente, acontece que ninguém faz o que ele fez hoje mais cedo de graça, para machucar.
Pelo menos, esse não é o seu tipo de pessoa.
— O quê?
Uma batida na porta me despertou dos pensamentos e eu pisquei algumas vezes.
— Voltamos após os comerciais com mais momentos marcantes das partidas Kengan! Não percam! — o anúncio do apresentador me ajudou a despertar do transe e eu saltei da cama.
— Quem é? Kaede? — chamei ajeitando o pijama e caminhando até a porta.
— [Nome], sou eu.
A voz grossa e gélida denunciou a figura que estava atrás da porta, Ohma Tokita.
Minha mão pousou sobre a maçaneta e eu suspirei de maneira profunda antes de responder, abrindo a porta ao mesmo tempo.
— Ohma, o que foi?
Ao abrir a porta, deparei-me com a sua figura vestida com a sua típica camiseta preta e branca, vestindo uma calça de moletom cinza. O rosto coberto com algumas bandagens e esparadrapos, o cabelo levemente bagunçado e o olhar predominantemente desinteressado podiam diferenciá-lo de qualquer um.
— Cadê a Kaede Akiyama?
— Ela saiu… Foi resolver uns assuntos com o Lihito no cassino, de novo. Aconteceu alguma coisa com o Kazuo?!
Só o que me faltava aquele velho ter saído pro bar e bebido até não se aguentar.
— Não tem nada a ver com ele, eu vim ver você.
— Eu? — escorei-me sobre o batente da porta.
— Já se esqueceu? — o desinteresse sumiu da sua face, dando lugar a um sorriso e olhos fechados.
— Não achei que viesse tão tarde da noite.
— Você não apareceu para jantar com os outros, não tive outra chance.
— E agora parece ser a hora certa? Quase onze horas da noite?
— Quando se trata de você, não consigo esperar muito. — cruzou os braços. — Nós vamos conversar ou eu vou ficar plantado aqui?
— Ah, e-entra então.
Dei espaço para que ele passasse e antes de trancar a porta, certifiquei-me de que não havia ninguém nos corredores. Por sorte, aparentemente, estávamos seguros.
Ao me virar para dar continuidade à nossa conversa, o moreno deitou sobre a cama onde Kaede dormia. Confusa, arqueei uma sobrancelha e me sentei sobre a minha cama.
— Por que  vai ficar aí?
— Vai por mim, é melhor assim. — com os braços apoiando a cabeça e encarando o teto, a naturalidade na sua voz me causou ainda mais estranheza.
Não é como se tivéssemos trocado um beijo caloroso há poucas horas atrás.
— Qual a diferença?
— Nenhuma.
— Então senta aqui, do meu lado?
— Você me quer tão perto assim? — riu baixinho e rouco.
— Sem joguinhos Tokita, vamos conversar direito. Não é para isso que você veio?
— Eu vim para afirmar uma coisa, e deixar claro de uma vez por todas o que sinto.
— Já sei! Você pensa que eu sou muito mais forte e quer me desafiar pra cair na porrada.
— Quê?! — ele me encarou com uma expressão engraçada. — Você é bem idiota às vezes, quando quer.
— Só para descontrair, não é como se fôssemos estranhos.
— Eu… Eu quero ficar mais próximo de você. Quero te ter por perto. — começou.
— Nós já somos próximos Ohma, precisa se esforçar mais em transmitir o que sente. — vou tentar ajudá-lo… Para um homem frio igual ele, deve ser complicado mesmo.
Vamos ter um pouco de paciência e empatia, certo?
— Eu quero mais, ou melhor… Eu preciso de você por perto. — o moreno sentou-se sobre a cama e apoiou as mãos no edredom.
— Se eu disser que preciso de você por perto, mais perto, você vem? — bati a mão mais uma vez sobre a cama.
— … Sim.
Ele se levantou e caminhou lentamente até mim, mas eu não o encarei até que ele se sentasse ao meu lado. Só então tive a coragem de me ajeitar e virar de frente para ele.
— Agora sim, bem melhor. — dei-lhe um sorriso.
— Não sei explicar o que aconteceu, ou quando aconteceu, mas eu preciso que fique perto de mim.
— Calma, não precisa jogar esse peso de uma vez.
Era difícil de acreditar, mas o nervosismo começara a aparecer e emanar daquele homem, preciso tomar cuidado e acalmá-lo.
— Eu me sinto estranho quando tô perto de você, a vida inteira eu sempre busquei ser o mais forte, ter adrenalina correndo no meu corpo, mas ninguém me preparou pra isso… Quer dizer, consegui um conselho de alguém.
Já posso até imaginar:  Kazuo Yamashita.
— A questão é, eu te quero por perto.
Ohma pegou a minha mão e a colocou sobre o peito coberto pelo tecido fino da camiseta.
— Posso falar?
— Uhum.
— Eu quero estar perto de você também… Sabe, você é forte, sempre parece saber o próximo golpe durante uma luta, então… Na verdade, deixa eu mostrar como eu me sinto?
O moreno assentiu e eu tomei a liberdade de fechar o pequeno espaço entre nós rapidamente.
Minha mão que estava sobre o seu peito subiu até o seu rosto, passei os dedos sobre os machucados recém-feitos e apreciou o meu toque. Eu o beijei novamente, dessa vez aproveitando a oportunidade de estarmos sozinhos naquele quarto, de maneira mais intensa, permitindo que os nossos desejos fossem externados.
Quebrando o beijo, Ohma tomou as rédeas da situação e me pegou no colo, fazendo com que eu me sentasse sobre as suas pernas, e para um maior conforto da minha parte, entrelacei as pernas ao redor da sua cintura. Demos continuação ao beijo — que pareceu ainda mais intenso — enquanto eu brincava com algumas mechas bagunçadas do seu cabelo escuro.
— Tem certeza de que vai ficar sozinha? — perguntou ao nos separar, a cabeça encostada no meu pescoço.
— Quando se trata daquele lá, aposto que fica até amanhã.
Uma risada rouca escapou e logo suas mãos voltaram ao trabalho, percorrendo toda a extensão das minhas costas.
— Então vamos fazer o mesmo… Ficar até amanhã, sem descansar.
Na manhã seguinte.
Às vezes nós fazemos as coisas sem pensar, e eu confesso ser uma pessoa que pratica muito isso, mas hoje não. Hoje foi diferente. Eu tenho certeza de que não me arrependo de nada que aconteceu na noite passada.
Kaede realmente não voltou por estar resolvendo os problemas do Lihito, então Ohma ficou até o raiar do sol junto comigo. No fim, acho que nós dois somos meio ruins para nos expressar, nesse sentido, restando a melhor forma ser demonstrada fisicamente.
Os raios de sol ultrapassaram as cortinas do quarto e incomodaram os meus olhos, fazendo com que eu fosse obrigada a abri-los e me remexer na cama. Tateei o colchão na esperança de esbarrar com alguma coisa, mas não apalpei nada, não havia ninguém ali. Com esse susto, abri os olhos definitivamente e encarei o vazio ao meu lado.
Um aperto no peito veio, olhei ao redor, em todos os cantos do quarto, e nenhum sinal do Ohma.
— Merda… Ele já foi embora? — engoli seco e me cobri com o lençol. — Ele não-
De repente, escutei a tranca do banheiro, presumi que fosse apenas um estalo.
Mas não.
A porta se abriu em seguida, revelando o moreno com uma baita cara de sono, os cabelos severamente bagunçados e apenas uma toalha cobrindo da cintura para baixo…
— Ohma! — exclamei.
— Ah, finalmente está acordada.  — fechou a porta do banheiro.
— Eu pensei que já tivesse saído… — não pude deixar de não esconder o quão desapontada eu ficaria se ele realmente tivesse saído do quarto sem ao menos ter me dito “bom dia”.
— Desculpe, eu… — coçou a nuca, parecendo envergonhado. — Eu não quis te acordar, você estava dormindo tão bem.
— Pode me acordar quando for assim. — sorri.
— A água já tá quente, se quiser tomar um banho… — virou de costas. — Eu preciso voltar, encontrar o Kazuo Yamashita.
— Não pode ficar mais um pouquinho? — pedi com o tom mais meigo possível.
— E você quer que eu fique? Pra quê?
— T-toma um banho comigo…
— …
O olhar surpreso do moreno não me espantou. Por mais valente que fosse dentro da arena ou comprando briga na esquina, Ohma fica tímido quando alguém lhe propõe algo tão íntimo.
— E-eu acho que não. — o moreno começou a caçar as roupas do chão e a vesti-las ali mesmo.
— Aahh, vamos! Vai ser tão relaxante!
— O-outra hora [Nome].
— Humpf, chato.
Ele pareceu não ligar para o meu comentário e terminou de se arrumar antes de sair.
— Eu disse que vamos, mas em outra hora. Vocês mulheres são ansiosas demais. — deu risada. — Por acaso tem medo que eu fuja de você?
Ao se aproximar — uma distância razoável —, ele segurou o meu queixo com o polegar e o ergueu levemente, encarando profundamente os meus olhos.
— Não é isso… — engoli seco.
— Então o que é? Deixe de ser tão ansiosa e espere pela próxima vez.
O espaço entre nós se esvaiu com um beijo, e por mais que nós dois quiséssemos, não poderíamos aprofundar.
— Eu te encontro antes da partida? — perguntei ao me separar, acariciando seu rosto.
— Sim.
— Então, até daqui a pouco.
— Vou estar te esperando, pra que você torça por mim. — sorriu.
— Sempre faço isso, Ohma.
— É bom mesmo, pois se eu descobrir que não… Você sofrerá punições da próxima vez.
Tão provocante, até mesmo na hora de se despedir.
Mal posso esperar para a próxima vez.
39 notes · View notes
meuemvoce · 8 months ago
Text
Amanhã o sentimento pode ser outro
Amanhã o sentimento pode ser outro, assim como a mudança do tempo repentino. Um dia estamos amando e no outro os sentimentos simplesmente some. O término pode acontecer no meio de um jantar em uma sexta-feira a noite ou até mesmo por uma simples mensagem no celular em uma segunda-feira de manhã e nunca estamos preparados para lidar com essa situação, esse amor não era para durar uma vida inteira? E o que fazemos com as promessas? Os planos? Os sonhos? E a história que escrevemos, o que fazemos com ela? As pessoas mudam assim como as estações do ano, constantemente estamos fazendo escolhas fáceis e difíceis, uma luta interna sobre o que é certo e o que é errado, será que devo dar continuidade com essa pessoa? Será que no futuro ela me fará feliz? Será que estou no caminho certo? Se existe dúvidas é porque você já sabe a resposta e se você pensa em deixar alguém é porque você já fez sua escolha, então não há muito o que pensar, mas esses questionamentos não deveriam ter surgido no início? Por que eles surgem depois que começamos a caminhar com alguém ou quando nos casamos? Existem pessoas que são raras e simplesmente reconhecem o seu erro, sabe que não irá dar certo e tem seus motivos e decide não dar continuidade e tem aquelas que conhecem outras pessoas mais ‘’interessantes’’ e renuncia a tudo, inclusive os próprios filhos e de si mesmo. Você já deve ter escutado alguém falar ‘’ele me trocou por uma mulher mais nova ou ela me deixou por um homem mais novo’’ é como se fosse trocar um brinquedo da infância que não tem mais serventia por um brinquedo mais novo, parece simples, mas não é, não para quem fica para trás se questionando o que fez de errado e quem lida com as consequências é quem ficou para trás, mas e quem fez a escolha de nos abandonar? É apenas alguém que faz reciclagem com pessoas, quando não tem serventia e enjoou o ciclo se reinicia é o tipo do ser humano que não se agrada com nada, gosta do fácil e não quer assumir responsabilidades, infelizmente nunca estamos preparado para lidar com essa situação de abandono, ser trocado, um termino feito de qualquer jeito sem olhar em nossos olhos, mas o que podemos fazer por nos mesmos e nos proteger quando existir sinais, vestir a nossa armadura e ficar com o coração em paz e ciente que oferecemos o nosso melhor independente de qualquer relação e a porta deve estar sempre aberta para qualquer despedida e o que não podemos deixar acontecer é quando a pessoa decidir ir embora nós irmos com ela, nossa essência não pode ir e o nosso coração deve ficar conosco e não com quem decidiu ir. Erga a cabeça quando essa pessoa estiver na sua frente com as malas prontas, enxugue a lagrima que escorre no seu rosto, respire fundo e acompanhe até a porta e se for necessário dizer algo, diga ‘’A sua sentença foi assinada, viva com as suas dúvidas, incertezas e o com o seu amor com prazo de validade, você não encontrará alguém como ‘’eu’’, você não viverá uma história como a nossa e espero que tenha valido a pena a sua escolha e quem assinará a sua sentença sou ‘’eu’’ e quem baterá o martelo será o destino. Tenha uma ótima vida’’. Orgulhe-se de si, seja forte, seja corajoso (a) e não deixe de acreditar que você não serve para o amor, você serve para ser amado (a) por alguém que realmente quer amar você. O café pode até esfriar, mas você tem o domínio de mantê-lo na temperatura ideal, mas não para outra pessoa e sim para si mesmo.
Elle Alber
44 notes · View notes
domquixotedospobresblog · 5 months ago
Text
Superação significa literalmente,
a ação de estar acima,
sobressair-se,
dominar, vencer.
É sair da sua zona de conforto,
superar bloqueios mentais e,
finalmente, desenvolver todo o potencial que você sabe que tem,
ela é assim,
obstinada a ser o melhor de si,
e tenta a todo custo
fazer eu ser o melhor de mim,
ela e aquele olhar absurdamente hipnotizante,
que me busca atrair a todo instante,
e um sorriso que ofusca
o mais perfeito dos diamantes,
acredita no amor verdadeiro,
mas não tanto como antes,
vamos chamar essa baixinha de uma pequena miss,
pois ela é a mistura perfeita
da mulher que eu sempre quis
Perfeita,
com suas pequenas imperfeições,
e esse seu jeito real
conquista qualquer coração,
ela é forte,
mas se falarmos
uma pouco acima do tom,
se desmancha,
dá pra sentir transborda emoção,
nas palavras e nas ações,
por isso já reservei um espaço
pra ela em minhas orações,
ela é aquela princesa
que está sempre a espera
de um príncipe,
um que seja perfeito para ela,
só que ela se trancou
na mais alta das torres,
jogou a chave num abismo
e mandou fechar a única janela,
para ninguém ouvir os soluços,
pela interminável espera,
no amor ela ainda precisa
ser o melhor dela mesma,
ainda não superou antigas tristezas,
já na vida
mostrou que não precisa esperar,
foi a luta e venceu,
só falta cuidar melhor do coração,
colocar na cabeça,
que nunca precisou que um príncipe,
que a viesse resgatar.
Jonas r Cezar
19 notes · View notes
harrrystyles-writing · 2 months ago
Text
Yes Sir! Capítulo 32
Tumblr media
Personagens: Professor! Harry x Estudante!Aurora. (Aurora tem 24 anos e Harry tem 35)
Aviso: O capítulo terá somente o ponto de vista de Aurora, desta vez.
NotaAutora: Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de comentar💗
Tumblr media
Aurora
Não.
Não.
Não.
Meu coração pulou uma batida quando meus olhos caíram sobre ela, o ar pareceu faltar em meus pulmões.
Era ela.
E ela estava...
Aquela barriga, aquela curva nítida e impossível de ignorar, estava lá.
Por quê? Como? Quando?
Não podia ser real, não podia estar acontecendo.
Não, não, não.
Eu recuei um passo, mas minhas pernas mal respondiam a dor me atravessava tão súbita e intensa, então ele me olhou e parecia cravar uma nova ferida em meu peito, eu queria desviar o olhar e sair dali, mas não conseguia era como um pesadelo do qual eu não conseguia acordar, eu só conseguia pensar em sair dali antes que desmoronasse.
Por um momento fiquei paralisada, presa naquela imagem impossível de apagar, eu reuni toda a força que me restava, forçando meus pés a se moverem até finalmente conseguir me virar e andar na direção da porta tropeçando pelos corredores da loja como se estivesse em uma luta constante contra o chão que parecia querer me engolir, saí da loja quase correndo tropecei até o carro e bati a porta com força me jogando no banco do motorista, minhas mãos tremiam tanto que mal consegui encaixar a chave na ignição a dor no peito crescia queimando dentro de mim.
Desde o começo ela estava grávida?
Ele traiu sua esposa grávida para ficar comigo?
Enquanto os prédios passavam pela janela como vultos o silêncio dentro do meu carro era estrondoso, a única coisa que eu podia ouvir era o som ofegante da minha respiração e a pulsação furiosa no meu peito, minhas mãos tremiam tanto que eu quase perdi o controle do volante algumas vezes, eu queria gritar, queria arrancar aquela imagem da minha cabeça, Harry com a mulher que ele escolheu e aquela barriga.
Aquela maldita barriga.
Parei o carro em uma rua qualquer desliguei o motor e encostei a cabeça no volante, se eu continuasse a dirigir assim eu iria bater.
Eu estava grávida dele.
Eu também estava grávida dele, mas não havia ninguém ali para acariciar a minha barriga, para prometer um futuro ao nosso filho, eu estava sozinha.
A primeira lágrima caiu, quente e amarga traçando um caminho pelo meu rosto e de repente eu estava soluçando tão alto que não conseguia respirar, toda a dor, frustração, raiva e o desespero explodiram de uma só vez, sem controle, eu bati no volante repetidas vezes como se isso pudesse aliviar a pressão insuportável que esmagava meu peito.
Por que eu estava tão surpresa?
Eu sabia que ele nunca seria meu, eu sabia que no fim ele sempre iria escolher sua esposa, mas isso não tornava a realidade menos cruel, eu me imaginei no lugar dela, sonhei com o dia em que ele também me tocaria com aquela gentileza, que ele diria que me amava, mas eram só fantasias, sonhos tolos que eu jamais deveria ter alimentado.
Eu nunca seria ela.
Nunca teria o que ela tinha.
Eu nunca seria suficiente.
E ele nunca seria meu.
Quando finalmente cheguei em casa estava exausta, a dor parecia ter drenado cada parte de mim, as horas seguintes passaram como um borrão eu perdi a noção do tempo esperando que a dor diminuísse, quando me dei conta já se passava das 20h, o encontro que marquei com Harry era para ter acontecido há uma hora, ele sabia que eu não apareceria, não havia como ir até ele depois do que eu tinha visto.
Com as pernas ainda bambas me forcei a levantar e ir até a cozinha para tomar um copo de água, minha garganta doía, meu corpo doía, eu sabia que ele viria, era o que Harry fazia quando sentia que estava perdendo o controle, meia hora depois minha campainha tocava insistentemente, por um segundo pensei em me esconder, fingir que não estava em casa, mas eu não conseguia fugir de Harry não importava o quanto eu tentasse.
Enxuguei rapidamente as lágrimas do rosto e fui até a porta abrindo apenas o suficiente para ver seu rosto, Harry estava corado, com seus olhos vermelhos.
Ele havia chorado?
— Aurora, eu posso explicar! — Sua voz vacilou.
— Explicar o quê, Harry? — Minhas palavras saíram rápidas. — Eu já entendi tudo.
— Você não entende. — Sua mão segurou a porta com força, enquanto eu tentava fechar. — Você não sabe o que realmente está acontecendo, por favor, me deixa explicar.
— Eu não quero ouvir suas desculpas! — Senti garganta apertar. — Vai embora, Harry.
— Eu não vou a lugar nenhum até você me deixar entrar. — Ele balançou a cabeça. — Por favor, Aurora! — Ele tentou empurrar a porta um pouco mais, mas eu resisti.
— Para com isso! — As palavras saíram mais altas do que eu pretendia.
— Por favor, eu imploro, eu preciso saber o que você queria me dizer, eu preciso te explicar, só por favor me deixa entrar.
— Não!
De repente, a porta do apartamento 203 se abriu com força, o meu vizinho ranzinza apareceu claramente irritado, nos encarando sem paciência.
— Ei! Vocês podem calar a boca? — Ele gritou. — Você já viu a hora, senhorita Aurora? Para de gritar! Tá todo mundo ouvindo sua briguinha no corredor.
— Me desculpe, senhor. — Abaixei a cabeça. — Vai embora, Harry, por favor, eu não quero mais discutir.
— Eu não vou embora.
— Harry! — Meu vizinho continuava encarando. — Vai.
— Não.
— Deixa ele entrar logo e para de fazer essa cena ridícula! — Murmurou impaciente. — Se continuarem assim, eu vou abrir uma reclamação para síndico logo de manhã sobre você.
— Me desculpe. — Repeti mais uma vez.
Eu estava me sentindo humilhada e sem opções, dei um passo para o lado, deixando Harry passar com o vizinho ainda nos encarando antes de fechar a porta, caminhei até a sala, parando de costas para ele, encarando minha janela.
— Aurora.
— Para! — Continuei encarando a rua escura. — Já disse que não quero ouvir você.
— Eu posso explicar.
— Explicar o quê? Que você traiu sua esposa enquanto ela estava grávida? — Me virei bruscamente, encontrando seus olhos arregalados. — O quão baixo você é?
— Aurora... Eu não queria que as coisas acontecessem assim.
— Eu me sinto suja, Harry e a vergonha que sinto é insuportável, isso ultrapassou todos os meus limites. — Meus olhos se fecharam com força. — O que fui para você?
— Aurora... — Ele respirou fundo, passando a mão pelos cabelos. — Me desculpe por não contar nada, não faz muito tempo que descobri sobre a gravidez, foi depois de tudo o que aconteceu, eu não sabia que ela estava grávida quando nós estávamos juntos, eu pensei em te contar quando eu descobri, mas a verdade é que você disse que nunca mais queria me ver, você me queria longe, então eu só deixei para lá, mesmo que isso não importe agora, eu queria explicar que foi por isso que eu não me divorciei, eu sei que disse que faria, eu realmente queria isso, mas eu simplesmente não poderia deixar ela assim, talvez você seja muito nova para entender, mas é o meu bebê que está crescendo na barriga dela, eu não podia abandoná-la assim.
Quando ele terminou de falar, eu só conseguia encará-lo, eu senti cada palavra perfurando meu peito como uma faca, funda o suficiente para me fazer sangrar enquanto a dor de espalhava, eu queria gritar, queria socar a cara dele se tivesse força para isso, eu queria falar, mas não consegui, então fiquei ali de pé congelada no meu lugar, tentando recuperar a respiração enquanto Harry deu um passo à frente, os olhos cheios de desespero.
— Aurora, por favor, fala comigo. — A voz dele saiu quase num sussurro. — Por favor, me diz alguma coisa. — Eu não consegui mexer nem quando sua mão tocou meu rosto, acariciando. — Me perdoa, eu sou uma pessoa terrível, Aurora — Confessou, enrolando seus braços em meu corpo imóvel. — Eu nunca quis te arrastar para isso, nunca quis te destruir, eu fui um tolo apaixonado em pensar que isso um dia daria certo, que nós daríamos certo, porque eu desejei muito isso.
Eu finalmente consegui mexer, dei um passo para trás, saindo do seu abraço.
— Você sempre teve uma desculpa, Harry, sempre, como se eu pudesse simplesmente esquecer como você me fez sentir. — Minha voz vacilou por um segundo. — Por que você está aqui? Por que você continua voltando, querendo se justificar, querendo se explicar? O que você quer de mim? Que eu te perdoe? Que eu finja que nada disso aconteceu? — Eu precisava que ele entendesse que aquilo era o fim. — Você acha que, se disser as palavras certas, eu vou esquecer a dor que você me causou?
— Aurora... — Ele sussurrou, a voz falhando. — Meu Deus, eu sinto tanto...
— Cuida do seu bebê, Harry, cuida da sua família e esquece que eu existo, eu não quero mais ver você, não quero ouvir sua voz, não quero falar com você, eu nem quero olhar para você. — Sentia as lágrimas queimando meus olhos. — Por favor, só me deixe ir, eu te imploro. — Minha voz tremeu, mas eu mantive o olhar firme no dele. — Não volte, não me procure, não me magoe mais, Harry.
Eu vi o arrependimento em seus olhos.
— Você diz isso agora, mas, no fundo, você sabe que nós sempre acabaremos aqui de novo, Aurora. — A dor em seu olhar quase me fez desabar.
— Se você me procurar de novo, eu não vou pensar duas vezes em atravessar aquela rua e contar tudo para a sua esposa.
Por um momento, achei que ele fosse tentar protestar, que fosse me desafiar, mas ele apenas assentiu como se estivesse aceitando a derrota.
— Se é isso que você quer...
— É isso que eu quero, Harry, então por favor, vai embora.
Ele ficou parado por mais alguns segundos, como se esperasse que eu mudasse de ideia, mas eu não disse mais nada.
— Eu vou, mas antes eu preciso saber por que você mandou aquela mensagem? O que era tão importante? O que você iria me dizer, Aurora?
Eu estou grávida...
Eu sempre vou ter uma parte sua comigo...
Eu não podia dizer a verdade.
Era tarde demais.
— Não importa mais, Harry. — Nunca doeu tanto contar uma mentira.— Agora vá embora.
— Aurora...
— Vá embora.
Eu continuei olhando, até que ele finalmente se virou e caminhou para fora da minha vida.
O som da porta se fechando foi como o último prego no caixão, selando tudo o que um dia havíamos sido e pela primeira vez eu senti que talvez fosse realmente o fim.
Eu fiquei ali, caída no chão, soluçando sem controle, minhas mãos tremiam enquanto eu abraçava meus joelhos, sentindo o desespero apertar meu peito por um longo, longo tempo.
— Aurora! Meu Deus, o que aconteceu?
Eu levantei o rosto, desesperada, era Gabriel, ele agachou-se ao meu lado, os olhos arregalados de preocupação.
— O que aconteceu? — Ele repetiu, senti suas mãos firmes no meu ombro.
— O que você está fazendo aqui?
— Você não está respondendo minhas mensagens, disseram que você passou na loja hoje e depois saiu correndo, eu fiquei preocupado e resolvi vir aqui ver como estava, o que aconteceu?
Eu queria que ele fosse embora, eu não queria olhar para ele, não queria que ele visse, mas ele insistiu e eu não consegui resistir quando ele me puxou para um abraço apertado, foi então que desabei por completo, eu me agarrei a ele com toda a força que ainda me restava como se ele fosse a última âncora que me impedia de afundar de vez, meu corpo tremia contra o dele e as palavras que eu tanto temia dizer começaram a borbulhar dentro de mim.
— Aurora, o que houve? Me conta, por favor... Diga alguma coisa.
— Eu... — tentei falar, mas eu estava dilacerada por dentro. — Eu sou horrível, Gabriel.
— Aurora, você está me assustando. — Ele me afastou só um pouco, segurando meu rosto entre as mãos, forçando-me a encará-lo — O que está acontecendo?
Olhei nos olhos dele, vendo a preocupação, eu não podia mais segurar aquilo dentro de mim, todas as mentiras, os segredos, tudo o que eu vinha escondendo estava me consumindo e eu estava tão farta de toda essa merda.
— Eu estou cansada, cansada de todas as mentiras, cansada de esconder a verdade. — Confessei num sussurro. — Me desculpa, Gabriel, me desculpa por tudo.
— Aurora, por favor, só me diz o que está acontecendo? Por que você está assim? Por que está dizendo essas coisas?
— Porque que eu não suporto mais.
— O quê? Me diz!
— Você vai me odiar... — Eu respirei fundo, buscando coragem.
— Não, eu nunca poderia odiar você, só preciso entender, por favor.
— Eu... — eu inspirei profundamente, reunindo toda a força que ainda me restava. — Eu... estou grávida.
Vi o rosto de Gabriel ficar pálido, suas mãos que seguravam meu rosto caíram lentamente, ele ficou imóvel, me encarando como se fosse incapaz de acreditar no que tinha acabado de ouvir.
— Aurora... — Murmurou mais para si mesmo do que para mim. — Grávida... Como... como isso...? — Ele parecia lutar com as palavras.
— Bem, você sabe... — Eu estava apenas encolhida no chão, sentindo a vergonha me consumir inteira.
— Quantos meses? — Ele abaixou-se de novo, só que desta vez não me tocou, apenas me olhou com um sofrimento que me fez odiar cada fibra do meu ser.
— Acabei de completar cinco.
— Você sabia, esse tempo todo? — Ele soltou um suspiro pesado. — Você sabia que estava grávida quando me conheceu?
— Sim. — Confessei, as lágrimas caindo mais rápido.
— Quem é o pai?
— Gabriel. — Supliquei desesperada para que ele não fizesse mais perguntas.
— Você está assim por causa do pai do bebê, não é? Ele veio aqui? — Apenas assenti, sem conseguir falar. — Ele te machucou? Machucou o bebê?
— Não... ele não... ele não fez nada. — Minha voz se desfez num soluço.
Ele estava preocupado?
Ele me olhou por um longo momento, seus olhos pareciam tristes, o que me deixou ainda mais confusa quando ele limpou as lágrimas do meu rosto com a ponta dos dedos.
— Por que... Por que você está sendo gentil comigo?— Eu não conseguia entender. — Você devia ir embora...
Ele apenas olhou para mim, passando os dedos pelo meu cabelo.
— Você não parece bem, Aurora, você ao menos comeu alguma coisa hoje?
— O quê?
— Aurora, você está grávida, precisa se alimentar direito.
Eu não sabia como reagir, não sabia o que estava acontecendo.
— Eu... Sim... — Menti, comer realmente era a última coisa que eu queria agora.
— Então vem. — Gabriel se levantou, oferecendo a mão para mim. — Vamos deitar, parece que essa conversa que teve com ele te deixou esgotada.
— Gabriel, eu não estou entendendo, você não está bravo? — Eu o encarei, perdida.
Ele não respondeu, me puxou com cuidado, envolvendo meu corpo me ajudando a levantar, quando fiquei de pé, ele não soltou minha mão, Gabriel me guiou lentamente em direção ao quarto.
Ele não ia embora?
Ele não me deixaria sozinha ali mesmo depois de tudo?
Quando chegamos ao quarto ele puxou gentilmente a colcha e me ajudou a deitar eu estava em choque, não conseguia compreender o estava acontecendo, eu esperava que ele me odiasse, me xingasse de mentirosa e me deixasse ali sozinha para encarar a bagunça que eu tinha feito, mas ele não fez nada disso.
— Você não quer conversar? Não quer gritar comigo?— Eu não sabia por que estava perguntando isso, mas eu precisava de uma resposta.
— Não agora, não é o momento.
Eu me deitei esperando que ele se afastasse logo em seguida, mas para minha surpresa ele não saiu, em vez disso, Gabriel se deitou ao meu lado sem dizer uma palavra, senti meu corpo ficar tenso, nunca tínhamos dormido juntos antes, mas ele deitou ali como se fosse a coisa mais natural do mundo.
— Você não vai embora? — Sussurrei sem acreditar.
— Não vou a lugar nenhum — Ele me puxou para seu peito, eu senti o calor do corpo dele contra o meu.
Eu fechei os olhos exausta, eu queria perguntar mais, queria entender por que ele não estava gritando, porque não estava me culpando, mas o cansaço estava puxando-me para um sono inevitável, Gabriel também não disse mais nada, não fez mais perguntas, apenas me segurou, mesmo que tudo dentro de mim gritasse que eu não merecia.
Acordei com coração disparado e a mente lutando para entender onde eu estava, a minha cama estava vazia, virei-me esticando a mão para o lado onde Gabriel estava a noite passada, mas só encontrei o vazio.
Ele foi embora.
Me encolhi debaixo das cobertas, sentindo o peito apertar novamente, tentei focar no ritmo da minha respiração, mas tudo o que conseguia sentir era o vazio crescente que tomava conta de mim.
Então ouvi um barulho estranho.
Eu não estava sozinha?
Com um movimento hesitante, me levantei da cama, passei pela porta do quarto quando alcancei o fim do corredor, um cheiro familiar de café fresco veio da cozinha.
Ele ainda estava aqui?
Meu coração começou a bater mais rápido, uma mistura de alívio e medo se chocando dentro de mim, então eu o vi, Gabriel estava lá parado de costas para mim enquanto mexia lentamente algo no meu fogão.
Ele estava aqui.
Não tinha me deixado.
— Gabriel? — Minha voz saiu quase um sussurro.
Ele se virou lentamente, os olhos encontrando os meus, ele parecia tão perdido quanto eu, seus cabelos bagunçados como se não tivessem dormido a noite inteira.
— Bom dia, fiz café, você precisa comer.
A gentileza dele era um golpe inesperado, ele ainda se preocupava, mesmo depois de tudo. Olhei para a mesa arrumada, com dois pratos e duas xícaras de café quente, senti meu coração se apertar ainda mais.
— Você está... Você está aqui, eu pensei que tivesse ido embora. — Confessei, mordendo meus lábios com toda força que podia.
— Eu pensei em ir, mas não consegui.
Sentei-me lentamente na cadeira, tentando controlar a respiração, ele sentou-se em minha frente, o silêncio vergonhoso se espalhou.
— Continua sentindo enjoo pela manhã?
— Não... não sinto mais.
— Aurora, eu... — Notei como os dedos dele estavam apertando a alça da xícara com força. — Eu preciso de um tempo para entender tudo isso. — Eu tentei dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras não saíram.— Eu não quero te deixar sozinha, me desculpe, Aurora, mas eu estou perdido. — Gabriel se levantou lentamente. — Eu preciso ir. — Ele se aproximou, inclinou-se e me deu um beijo suave na testa. — Não se esqueça de comer e se cuidar.
O som da porta se fechando ecoou pela casa, deixando-me sozinha de novo.
Desde que Gabriel saiu por aquela porta, senti que não havia mais salvação para mim, por mais que eu tentasse me convencer de que foi melhor assim, meu coração gritava para que ele ficasse, eu fui egoísta desde o começo, eu sabia disso, mas a verdade era que eu queria ele mais do que deveria.
Eu queria ele.
Queria tanto ele.
Não sei bem se era por carência ou só o fato de ter alguém que me olhava como se eu ainda tivesse alguma coisa boa dentro de mim, mas tê-lo ao meu lado fazia a dor ser um pouco mais suportável, agora eu estraguei tudo.
Ele deve me odiar.
Eu me odeio.
Os dias seguintes na faculdade foram tão cinzentos como o céu de Boston em outubro, era doloroso ter que ver Gabriel todos os dias sem nem poder falar como ele, ele apenas dava aquele aceno breve e um sorriso de lado, a indiferença e o silêncio dele estava me matando aos poucos, pensar nele me fazia pensar menos em Harry, então eu optei sofrer por Gabriel, pois esse sofrimento parecia bem menos cruel do que a dor de sofrer por Harry.
Eu realmente merecia ser punida assim?
Talvez eu realmente merecesse, afinal, mesmo depois de tudo que passei, mesmo depois de ser enganada, eu fiz exatamente o que o Harry fez comigo, eu menti para Gabriel, como Harry mentia para mim, isso me fazia sentir uma pessoa horrível, talvez, no fundo, eu fosse desprezível, egoísta e hipócrita.
Muito hipócrita.
Então, quando eu recebi a mensagem de Gabriel no fim da tarde de sexta-feira, eu já havia perdido minhas esperanças.
Gabriel: Posso ir até o seu apartamento?
Aurora: Hoje à noite?
Gabriel: Se estiver livre.
Aurora: Estou, sim, te espero às 19h?
Gabriel: ok. :)
Não vou mentir que quase soltei um gritinho estritamente no refeitório lendo as mensagens, ele mandou uma carinha feliz, era um bom sinal.
Às 19:01, eu me encontrava sentada em meu sofá tentando manter a calma.
Ele realmente viria?
Eu estava muito nervosa, afinal, a conversa que viria seguir ia ser uma das mãos difíceis da minha vida, eu nem sabia como começar. Quando a campainha tocou, meu coração já estava acelerado, com as mãos suando fui até a porta dando uma conferida no olho mágico antes de abrir.
— Oi... — Sua voz mal saiu.
— Oi! — Murmurei, dando um passo para o lado. — Pode entrar.
Ele entrou sem olhar diretamente para mim, fechei a porta devagar, tentando controlar a respiração. O silêncio entre nós era insuportável, ele parou no meio da sala, ainda evitando meu olhar, como se aquele lugar tivesse se tornado estranho para ele de repente.
— Senta, eu não mordo. — Tentei descontrair a tensão, mas talvez não tenha dado muito certo.
Gabriel não riu, apenas se sentou no sofá enquanto eu me sentei um pouco mais afastada, sem saber se deveria me aproximar ou manter a distância.
— Então, Aurora, eu nem sei muito bem o que dizer. — Seus olhos finalmente encontraram os meus. — Eu não queria ter demorado tanto tempo para te ver, desculpe não quis parecer que estava bravo, talvez eu estivesse um pouco afinal você escondeu algo tão importante de mim, mas mesmo assim eu não queria fazer com que você sentisse que de alguma forma eu não me importasse com você, me desculpe.
Ele estava mesmo se desculpando, quando a culpada era eu?
— Gabriel. — Me aproximei um pouco mais. — Eu devia ter sido honesta desde o começo sobre tudo, eu sinto muito por ter te envolvido nisso, por deixar você se aproximar, eu nunca deveria ter deixado isso ir tão longe. — Meus olhos começaram a arder. — Eu me arrependo de ter deixado as coisas chegarem a esse ponto, foi muito egoísta da minha parte, eu sabia que estava errada, mas mesmo assim eu me deixei levar porque você foi tão gentil e eu precisava disso, precisava de você. Me perdoe, Gabriel, de verdade, não me odeie, por favor. — Fechei os olhos, respirando fundo, sentindo um nó se formar no meu estômago.
— Aurora, olha para mim. — Ele estendeu a mão e segurou a minha, fazendo abrir os olhos. — Eu não te odeio, eu gosto muito de você e isso não vai mudar só porque você está passando por tudo isso, eu ainda quero você.
— Você não se incomoda com que estou grávida de outro homem? Gabriel, eu não posso ser a namorada que você quer, eu não posso te dar o que você precisa.
— Eu não estou pedindo nada, desde o começo você disse que não estava pronta, que não queria isso, mas eu insisti, bem agora eu sei porque, não vou mentir que isso não me incomoda, na verdade doeu muito, mas eu não vou embora só porque você está grávida de outro homem, eu não posso simplesmente fingir que você não significa nada para mim, eu quero estar aqui mesmo que não seja do jeito que você acha que eu quero, se você não pode ser minha namorada tudo bem, mas eu quero cuidar de você Aurora, quero ser o que você precisar que eu seja.
Eu o olhei, sentindo as lágrimas caírem, meu coração apertado.
Como?
Como ele podia ainda querer ficar ao meu lado, mesmo depois de tudo?
— Não é justo com você, você merece mais, muito mais do que uma garota grávida cheia de problemas.
— Talvez, mas quem decide o que eu mereço sou eu, eu escolho estar aqui com você, Aurora O’Connor, com toda sua bagagem.
— Por quê?
— Porque eu me importo com você, eu que quero estar aqui mesmo que tudo pareça errado, porque, no fundo, eu sei que você estava machucada, perdida e sozinha e se agarrou a mim porque precisava de algo para segurar mesmo que isso significasse esconder partes da verdade, eu quero continuar sendo essa pessoa para você.
Eu encarei seus olhos marrons brilhando com a umidade das lágrimas contidas, todas as palavras que eu poderia dizer simplesmente desapareceram, eu impulsivamente me joguei em seus braços deixando meu corpo se encaixar ao dele, apertando-o contra mim, naquele instante minhas forças me abandonaram.
Eu estava completamente rendida a ele.
Obrigado por ler até aqui 💗 O feedback através de um comentário é muito apreciado!
Esta ansiosa (o) para o próximo?
10 notes · View notes
01298283 · 16 days ago
Text
Tumblr media
Os ecos de opini��es alheias sempre encontrarão espaço para tentar nos diminuir. Comentários, olhares e julgamentos são como pedras lançadas contra quem ousa ser. Mas aqui está o segredo: eles não nos definem. Cada palavra proferida por quem não conhece nossa essência é apenas um reflexo de suas próprias limitações,não da nossa potência.
Da mesma forma,a moral dos homens construída para nos domesticar,calar e subjugar não tem poder sobre uma mulher que desperta para sua força. Essa moral é uma prisão camuflada de virtude,feita para moldar nossos corpos,calar nossos desejos e apagar nossa conexão com o que é mais profundo: nossa natureza intuitiva, ancestral e mágica.
A mulher na bruxaria não se curva a essas amarras. Ela é dona do fogo que queima sem consumir, do sangue que nutre a vida, do ciclo que pulsa com a Terra. A bruxa não é apenas uma figura do passado ou do folclore. Ela é a mulher que renega as normas impostas,que caminha na neblina com a cabeça erguida,que faz do silêncio e da escuridão o palco para seu poder se manifestar. A bruxa vive para si mesma e para o universo que a criou,não para agradar os olhos dos homens nem as regras que eles inventaram. Os comentários não nos definem. A moral não nos controla. E o poder que carregamos é antigo, sagrado e indomável.
A submissão,especialmente aquela imposta às mulheres,é a arma mais antiga de controle. Disfarçada de virtude, ela ensina que obedecer é ser boa, que calar é ser digna e que aceitar é ser forte. Mas,na verdade,é um sistema desenhado para nos roubar o poder,apagar nossa individualidade e nos transformar em sombras de nós mesmas.
O moralismo é conveniente para quem está no topo. É a desculpa perfeita para condenar quem luta por liberdade e premiar quem se conforma. Ele transforma o livre-arbítrio em pecado,a rebeldia em heresia e a autonomia em ameaça. Criticar essas estruturas é um ato de coragem. Rejeitar a submissão é resgatar o controle sobre a própria vida.
Quebrar essas correntes não é fácil,mas é necessário. Porque a submissão e o moralismo nunca serão sinônimos de justiça ou bondade. Eles são,na verdade,o reflexo de um sistema que teme nossa força e independência.
My Facebook.
8 notes · View notes
mayafitzg · 6 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media
⠀⠀⠀⠀·⠀bio completa⠀·⠀⠀wanted connections   ·⠀⠀pinterest⠀⠀·⠀time line
Tumblr media
MELISSA BARRERA? não! é apenas MAYA MARTÍNEZ FITZGERALD, ela é filha de ANTEROS do chalé 39 e tem 29 ANOS. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL III por estar no acampamento há 10 ANOS, sabia? e se lá estiver certo, MAYA é bastante SAGAZ mas também dizem que ela é RANCOROSA. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
Tumblr media
Resumo — background:
Maya teve uma vida atribulada, a genitora faleceu durante o parto das gêmeas (sim, Maya tem uma irmão gêmea) e as duas foram separadas pelo sistema de adoção. Maya, vagou de família em família até a idade adulta, quando foi convidada a retirar-se da instituição e se virar sozinha. Por instinto e vontade de sobreviver, foi fazendo de tudo um pouco, todo trabalho decente que aparecesse no caminho, estava aceitando. Foi num job freelance de bartender que teve seu primeiro contato com o mundo dos deuses, ao ser atacada durante o trabalho e salva por um grupo de semideuses que a levou para o acampamento. Diferente dos filhos do amor, Maya não tem tendências ao encorajamento do mesmo. Afinal, o que ela sabia de amor, quando se sentiu abandonada por todos que poderiam minimamente lhe entregar isso? E como todo bom filho revoltado, a forma que ela conseguiu encontrar para lidar com as frustrações de uma vida de abandono, foi por meio dos treinos, levando-se sempre a exaustão. Como não tinha ninguém a esperando do lado de fora, está no acampamento desde que chegou. Então já estava presente durante o chamado e todo o caos se seguiu após a chegada constante de semideuses.
Tumblr media
PODERES: olhar de caleidoscópio: o olhar de Maya é capaz de afetar o oponente de acordo com a coloração que os olhos adquirem, sendo elas: tristeza quando estão cinzas; confusão quando estão laranjas; fraqueza quando estavam marrons (um tom específico, deferente do castanho natural) e medo quando estão vermelhos. A habilidade é limitada a uma escolha por vez, ou seja, durante a batalha Maya não pode ficar alternando cores ao seu bel-prazer. Uma vez que a cor é escolhida, tem a durabilidade de uma hora (é o recorde atual) e só pode ser trocado, duas horas depois de perder o efeito (também, é o tempo atual, ela ainda não explorou um tempo mais curto). 
HABILIDADES: durabilidade sobre-humana e fator de cura acima do normal.
Tumblr media
Arma:
sarabi: uma katana feita de ferro estígio. Quando não está em uso, vira um cordão com pingente de mesmo material, acionando-se no momento que a semideusa o retira do pescoço.  scorpion: chicote feito de ouro imperial. seu corpo é trançado com lâminas que trazem a estética de vertebras e na sua ponta, existe uma lâmina maior com aspecto de konai. quando não está em uso, vira um cinto de tonalidade acinzentada que se prende a sua cintura, acionando-se no momento em que o toque sobre o mesmo se faz mais forme.
Tumblr media
Extras:
Instrutora de combate corpo a corpo;
Membro da equipe vermelha no clube da luta.
Tumblr media
Trivia:
o sobrenome da mãe de Maya é Martínez, ela descobriu isso quando encontrou a ficha no sistema. E por isso adotou o sobrenome, mesmo sem qualquer contato com a mulher, ou familiar que pudesse lhe falar como ela era;
a mãe de Maya também era uma semideusa, filha de Ares;
dessa mesma forma, Fitzgerald é o sobrenome da última família que a adotou. Ela tinha grande carinho por eles, mas como foi devolvida sem um bom motivo (para ela claro), acabou excluindo o nome, mesmo que ele se encontre em toda sua documentação atual;
não tem e não faz questão de ter qualquer relação com Anteros, considerando-o péssimo por tê-la deixado largada no mundo, sofrendo e passando por tudo que passou;
seus relacionamentos sempre acabam de alguma forma ruim, e assim que acontece o termino, não demora muito para u ex encontre outra pessoa que jura ser o amor da sua vida. Maya sempre a dama de honra, nunca a noiva;
é extremamente egocêntrica e não aceita perder (independente do que seja);
se estiver irritada, vai usar o poder, então o mais seguro é manter alguma distancia quando perceber que a morena está com um parafuso solto;
16 notes · View notes
gravedangerahead · 5 months ago
Text
Mas sério, muito orgulho das nossas mulheres do futebol por conseguir a prata, ainda mais em um momento em que o time não estava indo bem na fase de grupos e foi lá se buscar, se recuperar e se superar.
A prata às vezes dá menos gosto que o bronze porque vem depois de perder, e ver estadunidense feliz é sempre trágico, mas é uma conquista enorme.
Elas estão de parabéns!
Temos que sentir orgulho e alegria com a certeza de que ganhamos a prata com sofrimento e luta e a Espanha não chegou nem no pódio e vai pra casa chorando
🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈🥈
18 notes · View notes
biancavogrincic · 1 month ago
Text
Chapter 8
Tumblr media Tumblr media
Tudo estava perfeito entre Bianca, Enzo e Luna, a família estava toda reunida simplesmente aproveitando a paz daquele momento sem as atribulações que haviam passado horas antes.
Após o almoço todos ficaram conversando enquanto Luna ficou brincando na frente da casa com os novos primos.
Tudo estava realmente bem até Juliano pular o muro da casa de Edilene através da casa vizinha e invadir a propriedade gritando e xingando Bianca de todos os nomes possíveis.
Juliano estava armando com a família para estorquir dinheiro de Enzo, ele queria usar uma briga feia para  chantagear, tirar a paz de Enzo era a maneira de se vingar de Bianca.
— VOCÊ É UMA PUTA, BIANCA! — o homem gritou transtornado.
— Lava a boca pra falar da mãe da minha filha, seu bastardo! — Enzo a defendeu, se colocando na frente do corpo de Bianca, que estava assustada.
— Sempre seduziu meu pai e a mim e agora quer inventar esses negócios de estupro.
— ELE E VOCÊ A ESTUPRARAM DESDE OS 10 ANOS DELA, TEVE SORTE DE SER A POLÍCIA E NÃO OS CARAS DO MOVIMENTO PRA ACABAR COM A RAÇA DE VOCÊS, SEU LIXO! — Isaque retrucou tomado pela raiva, ele foi para bater em Juliano, mas foi segurado por Edilene.
— Cala a boca que meu papo é com essa vadia de quinta!
— Não fala assim da minha mãe, seu feio! — Luna avançou contra o homem e deu um tapa que não teve efeito algum sobre o brutamonte.
— Fica na sua, neguinha de merda! — ele deu um tapa forte que fez Luna cair no chão chorando.
Neste momento Bianca não se reconheceu, ela avançou em Juliano antes de qualquer pessoa ir pra cima dele, ela o encheu de chutes, pontapés, socos, tapas, arranhões. Enzo quis ir pra cima dele com tudo, mas contido por Miguel, Mari, Bruna e Gabi, eles sabiam que  o homem mataria Juliano e seria pior.
— Nunca mais toca na minha filha, seu estuprador! — Bianca despejou toda sua raiva.
Mesmo que ela estivesse sob força do ódio e decidida para matar o homem que machucou sua cria, Juliano era muito mais forte que ela, ele conseguiu reagir e deu um tapa forte em Bianca e soco no estômago que fez a garota cair no chão cuspindo sangue.
— Mamãe! — Luna abraçou Bianca apertado.
— A mamãe está bem, meu amor.  — Bianca tentou tranquilizar a pequena. — Deixa a mamãe ver você. — Bianca analisou o local do tapa, era nas costas, havia ficado a marcado.
Enzo se soltou de todos distribuindo socos e avançou com tudo em cima do homem, a única coisa que ele queria era realmente mata-lo, não era apenas por Bianca, era por Luna, ele mataria qualquer um pela pequena.
Bianca quis ajudar Enzo a terminar o serviço que ela começou, ela ansiou pelo pecado, ansiou pela morte de Juliano, ela queria estrangular o homem com as próprias mãos e ela faria isso,se a Luna não abraçasse seu corpo e apertasse a mesma no abraço enquanto ficava ainda mais assustada, especialmente vendo seu pai agir de forma tão agressiva.
— Você não é macho pra bater em mulher e em criança, quero ver ser machão agora! — Enzo continuou enchendo o homem de socos.
— Enzo, para pelo amor de Deus! — Mari implorou.
— Enzo, você vai acabar matando ele, vai acabar prejudicar sua filha, deixa esse verme para lá. — Bruna pediu, assustada com toda aquela situação.
Ao contrário da luta corporal contra Bianca, Juliano não levou a melhor dessa vez, Enzo iria matar o primo de Bianca e quando o mesmo estava no chão gemendo de dor e sangrando, Enzo começou a apertar o pescoço do homem com toda força do mundo.
— Enzo, para! — Isaque tentou tirar ele de cima de Juliano.
Quando Luna fechou os olhinhos e tampou os ouvidos com as mãos, Bianca viu que mesmo que quisesse aquele homem morto, seria um trauma maior para sua filha ver seu pai sendo preso após matar alguém na frente dela.
— Fica com ela, por favor! — Bianca entregou Luna para Mari e foi até os dois. — Enzo!
— Você nunca mais vai tocar na minha filha! — Enzo disse, com os dentes cerrados enquanto apertava o pescoço do homem.
— Enzo, para! — Bianca puxou os braços do pai de sua filha, que só soltou Juliano quando olhou para a mesma desesperada. — Ele vai destruir a sua vida, é isso que ele quer. — Bianca o puxou novamente fazendo ele sair de cima de Juliano que tossiu buscando ar.
— Ele machucou a minha filha, eu quero matar esse desgraçado. — Enzo estava revoltado.
A polícia acabou sendo chamada por vizinhos e todos foram para delegacia, obviamente que Enzo foi rapidamente assistido por advogados e o depoimento de Bianca ajudou muito, pois contou tudo que sofreu ao longo dos anos com o primo. Obviamente que os contatos de Enzo ajudaram bem mais,  mas nesse momento que ele estava saindo da delegacia, ele só queria a Bianca longe da filha dele.
Bianca se sentia muito culpada pelo que aconteceu com Luna, mesmo que sentisse um amor maternal precoce pela pequena, sabia que a mesma colocaria muito Luna em risco.
— Bianca. — a jovem escutou a voz de sua tia, ela tentou ignorar enquanto ia para o ponto de ônibus, mas foi puxada pela mulher e assim que virou recebeu um tapa no rosto.  — Não pense que eu vou deixar por isso mesmo o que você fez para o meu marido e para o meu filho, sua vadia insolente!
Bianca tocou o próprio rosto e não conteve as lágrimas novamente, ela não entendia porque não conseguia ficar em paz na sua vida.
— Você sempre seduziu o pai, uma fingida do caralho. — Juliana empurrou Bianca.
— Saiba que se você não mudar esse depoimento, quem vai sofrer será aquela pirralha que você cuidava, a filha do jogador. — Janaína ameaçou. — Você sabe que eu faria qualquer coisa para proteger minha família e eu não pouparia aquela criança.
— Se você encostar o dedo na minha menina, eu juro…
— Vai fazer o quê? Ir até a igreja e chorar pela defunta da sua mãe? — Juliana debochou.
— Vai contar para aquela velha intrometida que sempre coloca o nariz onde não foi chamada? — Janaína entrou na série de deboches.
— Você não tem vergonha mesmo, não é? Aliás, nenhuma de vocês duas tem, Juliana, eu não tenho culpa se você é uma drogada, inútil e burra que dá para o aviãozinho da rua em troca de drogas,não tenho culpa se você vai ser sempre um zero a esquerda sem estudo ou talento para qualquer coisa. — Bianca estava cansada e resolveu soltar tudo que sentiu e pensou durante anos,mas nunca falou. — E titia, não tenho culpa se minha mãe mesmo tendo sido deserdada pelos inúteis dos seus pais, foi mais graciosa, bonita e talentosa que você em tudo, não tenho culpa se você é casada com um monstro que preferia estuprar a própria sobrinha do que procurar você pra dar um pouco de prazer e ver se assim você deixava de ser menos amargurada. — Janaína deu outro tapa em Bianca que apenas gargalhou. — Seus tapas não doem mais, seus abusos não vai mudar o fato de você ser uma péssima mãe cujo os filhos são todos fracassados, não vai mudar o fato de seu casamento é falido e seu marido é um estuprador, não vai mudar nada da sua vida miserável e isso tudo é pouco perto do que você merece por ser uma vagabunda que prefere acobertar o próprio marido e filho criminoso do que proteger a sobrinha que é abusada pelos dois desde os 10 anos.
— Olha, meus pais vão fazer da sua vida um inferno, me aguarde. — Janaína ameaçou.
As duas saíram e Bianca sentiu um medo maior crescendo dentro de si, ela conhecia bem os seus avós, eles fariam muito mal para Luna. Ela olhou para o lado e viu Enzo com a Lulu no colo, ao lado de Mari, que apesar de gostar muito de Bianca, não queria que a neta ficasse em risco e por isso Bianca deveria ficar longe da neta.
— Luna! — Bianca gritou, indo até eles, mas os dois ignoraram, mesmo Luna se animando ao ver Bianca. — Enzo, espera! — Bianca conseguiu acompanhar e segurou o braço do homem.
— Esperar pra que? — Enzo indagou ríspido. — Para que qualquer um dos doentes da sua família venha até minha filha e machuque ela novamente.
— Eu nunca quis que a Luna se machucasse ou que alguém machucasse a minha filha. — Bianca falou ofegante pela pequena corrida.
— ELA NÃO É A SUA FILHA, LUNA É FILHA DA CAROL, A MINHA ESPOSA NÃO MERECE TER A IMAGEM MANCHADA COM ALGUÉM SUBSTITUINDO A IMPORTÂNCIA DELA COM ALGUÉM QUE SÓ ATRAÍ PROBLEMAS. — Enzo acabou explodindo.
Aquilo assustou Bianca, de todas as pessoas do mundo, Enzo foi a única que ela nunca esperou que gritasse com ela.
— Papai, não fica bravo com a mamãe…
— Minha neta, a Bianca não é a sua mãe. — Mari a corrigiu. — Olha, Bianca, eu gosto muito de você, mas depois do que aconteceu hoje acho melhor você ficar longe da minha família… — apesar de sentir uma dor enorme no coração, Bianca não protestou, ainda estava perplexa com a atitude de Enzo.
Ela compreendia que aquilo era o melhor para Luna, mas a atitude do homem havia lhe assustado tanto, relembrou todos os gritos que escutou acumulados de ofensas.
— E-eu sinto muito mesmo, nunca quis que Luna fosse machucada por ninguém e eu sei que essa situação toda a assustou, por isso mesmo que eu…
— Ela só está assustada porque eu precisei agir como um monstro para protegê-la, nada disso teria acontecido se não fosse essa sua família desequilibrada.— Enzo estava muito bravo e não importava em quem descontaria essa raiva. — Com o que aconteceu com você era para você ter denunciado os dois, nada disso teria acontecido, esse gigolô não teria machucado a minha filha. — aquele tom assustou muito Bianca.
— Enzo, chega! — Mari comandou, notando que ele iria acabar machucando Bianca com as palavras. — Você está de cabeça quente e indo longe demais. — Ela tirou Luna dos braços dele e tentou puxa-lo pelo braço.
— Longe demais? — ele indagou irritado. — Longe demais foi primo dela que já teria sido parado se ela tivesse denunciado ele antes, sei lá, parece que ela gostava de toda situação.
Bianca escutou isso de sua ex melhor amiga, Tamires, a garota era apaixonada por Juliano secretamente, quando Bianca contou o que passava nas mãos da família, ela disse que a jovem passava por tudo isso porque gostava da situação,  Tamires espalhou por toda escola que Bianca era uma vadia que dava para qualquer um inclusive para os próprios familiares, graças a esses boatos, ela teve que mudar de escola.
Bianca não aguentou o choro e sentiu como se uma adaga tivesse sido enfiada em seu peito.
Mari ficou em choque com a atitude de Enzo, ela não esperava isso do próprio filho, ela sentiu a dor de Bianca como se fosse algo dito para ela.
— Então, eu também gostava do que acontecia comigo?  Porque eu nunca denunciei o meu agressor, Enzo.
— É diferente, eram outros tempos e você não poderia fazer nada,estava de mãos atadas, mãe.
— E uma criança órfã de 10 anos também não estava de mãos atadas? — Mari retrucou.
— Se você acha que eu gostava da situação, então está claro que você faria comigo o que eles fizeram. — Bianca murmurou em prantos, Enzo acabou entendendo que falou o que não deveria e aquilo foi baixo e cruel para ser dito a uma vítima de algo tão ruim. — Eu só não desejo o pior para você, porque atingiria sua filha também, mas eu espero que você nunca passe o que eu passei, Vogrincic.
A raiva do homem se dissipou, ela foi para abraçar Bianca e pedir perdão,mas a jovem recuou e o empurrou, Bianca sentiu uma raiva surgir dentro de si, dessa vez sem espaço para compreensão, ela estava pensando no lado de Enzo até o momento que ele disse palavras tão duras para ela.
— No dia que você me tocar ou tentar me tocar novamente, eu juro que não vou ter consideração nenhuma por sua mãe e por sua filha e vou acabar com você, você nunca mais vai chegar perto de mim, Enzo. Nunca mais vou permitir que você me toque.
— Mamãe, não chora, o papai não quis te magoar…
— Eu não sou sua mãe, Luna, sua mãe morreu assim como a minha, a única mãe que você tem é a sua vovó. — Bianca estava sendo dura não porque queria descontar em Luna, mas sim porque naquele momento ela iria se afastar totalmente dos três. — Eu iria dizer antes de você me cortar, mas eu não quero mais contato com sua família, pela segurança da Luna mesmo e pela minha segurança também. — ela acabou saindo de lá correndo e foi atrás da única família que tem.
Enzo iria atrás dela, mas Mari o segurou, os três foram para casa e Luna pegou o crucifixo dado por Bianca e segurou firme.
— Mamãe só está magoada, mas ela não vai me deixar. — a pequena disse esperançosa.
— Melhor você ir dormir. — Mari falou colocando ela na caminha.
— Papai, amanhã você vai pedir desculpas para mamãe e pedir para ela voltar, não é? — Luna ainda não compreendia a gravidade da situação.
Depois de uns minutos, Luna dormiu, quando saíram do quarto Enzo começou a chorar.
— Se algo acontecer com ela, vai ser sim culpa sua, não se fala aquelas coisas para uma menina que acabou de ter seu corpo violado mais de uma vez e que tentou suicídio. —Mari falou deixando claro para Enzo a gravidade das coisas que ele havia falado.
— Eu vou pedir desculpas…
— Não vai diminuir a dor dela, eu achei que depois do que aconteceu era melhor ela ficar longe pela segurança da nossa família, especialmente da Luna, mas a única pessoa em perigo e precisando ser salva é a Bianca.
— Eu só estava bravo,  acabei falando o que não deveria, ei não penso nada do que eu falei para ela.
— Enzo, não foi isso que pareceu, não é a primeira vez que você machuca aquela menina, você nublou os sentimentos dela com atitudes fofas para depois a dispensar e causar uma morte social para ela a comparando com a minha filha e agora você a culpou por algo que nunca foi culpa dela, meu maior arrependimento foi ter torcido para que você deixasse essa maldita promessa de lado, enxergasse Bianca como uma boa pretendente e acolhesse a mesma.
Enzo sentiu um banho de água fria cair em si, foi um choque de realidade e a infelizmente aquela realidade não era nada favorável para ele.
No dia de seu aniversário Enzo tentou ir atrás de Bianca, mas não achou a mesma em lugar algum e todos se negaram a falar onde ela estava. Bianca disse a todos que havia rompido de verdade com Enzo, Mari e Luna pela segurança dos três e porque a família dela estava ameaçando eles, a jovem não mencionou o que Enzo falou para ela.
Todos os amigos e familiares de Bianca deram congratulações pelo aniversário de Enzo, mas Bianca o ignorou, Enzo postou inúmeras fotos de presentes e selfies, o que fez as fãs ficarem loucas, mas seu verdadeiro alvo não se importou, quando entendeu o que ele estava fazendo, Bianca o bloqueou.
No dia do aniversário Enzo passou com a família, um primo, a noiva de seu melhor amigo e seu irmão caçula vieram para a cidade e ninguém ousou tocar no assunto "Bianca", mas todos perceberam que ele estava abatido.
Quando houve um jantar de aniversário três dias depois, as pessoas mais próximas a ele estavam em São Paulo, ele costuma dar jantares ou fazer almoços para comemorar com as pessoas que ama e uma semana  depois de seu aniversário ocorre sempre uma festa organizada por sua equipe de Relações Públicas.
— E a sua namorada? Não vem para seu almoço?— Diego falou, puxando assunto com Enzo, notando que o mesmo estava aéreo.
— Eu não tenho namorada, Diego. — Enzo o corrigiu. — Nunca irei me relacionar com mulher alguma.
— Achei que a jovem das notícias fosse sua namorada… — Vanessa, esposa de Diego comentou.
— Olha, me desculpa, mas eu não falo sobre a filha que você teve fora do casamento e que está tentando achar para salvar seu filho, eu não quero falar sobre Bianca. — Enzo acabou sendo rude, falar sobre a jovem lhe deixava triste.
— Não precisa trazer minha filha para este assunto, não irei mais comentar, apenas falei porque nos vídeos da internet, você parecia está apaixonado. — Diego levantou as mãos em forma de rendição.
— E ele está, mas fica negando para si mesmo por causa da promessa que fez para Carol no funeral. — Estevan delatou o primo.
— Bianca era unicamente a babá da Abejita e uma grande amiga, ela e eu nunca tivemos nada. — Enzo sentia seu coração doer toda vez que mencionava Bianca, ele sentia que havia perdido a mesma.
— Você não estava vendo mais ela como amiga, você mesmo admitiu isso para mim e tem outra, você vacilou feio com aquela garota, ela com certeza não quer te ver nem pintado de ouro, dona Mari me contou o que aconteceu. — Giorgian queria dar uma bela bronca no amigo,mas o delatar para outras figuras que lhe dariam um uma bela bronca era bem melhor.
— Pelos vídeos que estavam na internet, vocês pareciam conectado e apaixonados, até imaginei que você estivesse aberto para o amor novamente. — Vanessa, a esposa de um outro amigo de Enzo disse surpresa, lamentando Enzo perder tal oportunidade.
— Cuando vi el video y la noticia hasta imaginé que por fin te permitirías enamorarte.  —  Carmen, a esposa de um outro amigo de Enzo deu de ombros comentando.
— Bianca solo era la niñera de Luna, era solo un error que ella y yo estábamos cometiendo, no quiero otra mujer, Carol era la única que realmente quería. — Enzo disse mais para si mesmo do que para os amigos. — Além disso, ela só tem 18 anos, é só uma menina.
— Enzo estivemos com você em momentos bons e ruins, lhe conheço muito bem para saber que você está dizendo isso para si mesmo e não porque essa jovem não significou nada para você, você se apaixonou por ela e a perdeu. — Osmar disse, fazendo Enzo segurar as lágrimas, ele queria chorar, apesar de muito recente, não era amizade aquele sentimento por Bianca. — Se eu fosse os pais dela, proibia você até de respirar perto dela e eu imagino que se alguém fizesse isso com Luna você mataria.
— Sem pensar duas vezes. — Enzo forçou um sorriso. — Eu quero pedir desculpas pelo que aconteceu, mas ela não me retorna em lugar algum e eu não sei onde ela está.
— A dona Mari falou que ela pediu demissão, ficou muito magoada com as coisas que você disse e não quer ver você nem pintado de ouro. — Estevan comentou o primo, que ficou bem desconfortável.
— Não é isso, eu fiquei bravo porque alguém da família dela machucou a minha filha, só que eu deveria entender que assim como Luna foi vítima daquele doente, Bianca é vítima desde criança e só conseguiu denunciar tudo aos 18 anos, eu quero me reaproximar dela, protege-la, recompensar depois de tudo, mas Bianca é acostumada a cuidar de si mesma sozinha, ela tem uma vida difícil, se recusa a receber ajuda de qualquer pessoa e comigo não é diferente, ela não entende que tem pessoas que se importam e que querem cuidar dela. — Enzo acabou desabafando.
— Por coincidência o nome dela é igual o da minha filha perdida, eu não sei o que aconteceu com essa menina, mas parece ter sido grave, com certeza o que você disse a magoou muito. — Osmar comentou, olhando o lado de Bianca e relembrando de sua filha desaparecida.
— Agora entendi porque você está tão aéreo, você entendeu que gosta dela e ela não quer mais nada depois do que você aprontou. — Vanessa deduziu.
— Confessa para a gente, você está gostando da ex babá da Lulu? — Estevan indagou curioso.
— Bianca é apenas uma amiga. — Enzo suspirou pesadamente. — Ela jamais vai olhar para mim. Aliás, esse assunto me deixa triste.
— Pero estamos aquí para hablar de cosas buenas. — Sofia, uma ex namorada que continua amiga do Enzo mudou de assunto.
— Mi hermano testarudo consigue uno. 
Luna acabou entrando na sala com os filhos de Osmar, o tio, Camila e Mari, eles estavam no parque do condomínio.
— ABEJITA! — Osmar exclamou empolgado abrindo os braços para abraçar a pequena.
— Titio Bigode! — Luna apareceu na sala toda descabelada, assim que viu o homem pulou no colo da mulher com tudo.
— Como eres perfecta ya eres toda una señorita, mi princesa. — Carmen encheu a a pequena de beijos e abraços.
— ¿No recibo abrazos, mi tesoro? — Arrascaeta indagou colocando os mãos na cintura.
— “PADINHO” LINDO! — ela saiu do colo de Osmar e Carmen e foi para o colo do padrinho.
— ¿Vio? Soy su padrino guapo. — Giorgian Arrascaeta provocou a Camila que revirou os olhos e riu do noivo.
— Essa é sua pequena? — Sofi Lara, uma ex-namorada, que atualmente é amiga de Enzo perguntou olhando para Luna.
Ela ainda tem sentimentos por Enzo e viu no convite feito por Angelo uma forma de reaproximar e reatar o namoro. Os dois terminaram porque Enzo quis focar no futebol, mas ela ficou muito brava ao descobrir que Enzo começou a namorar 4 meses depois do término com Carol.
— Sim, o meu tesouro mais precioso. — Enzo disse todo orgulhoso, ele ama a pequena mais tudo nesse mundo.
— Ela é muito lindinha. — Enzo sorriu todo bobo escutando isso. — O cabelo dela é cheio, deve dá trabalho pra pentear, o seu também tem cabelo até dizer chega.
— Todo cabelo dá trabalho para pentear. — Mari olhou feio para a mulher, ela odiava comentários de pessoas brancas sobre o cabelo da neta.
— Lulu, tem o cabelo de uma princesinha guerreira, não é, pequena? — Nicole, filha de  Osmar, falou fazendo a pequena concordar.
Osmar ficou rico por puro ódio de uma decisão judicial que tirou sua filha mais velha dele quando a mãe da mesma morreu para o câncer, ele procura pela filha até hoje, por obra do destino a mesma filha que ele procura, é a filha que Diego também procura, os dois tem grandes desentendimentos até hoje por causa do assunto, só Enzo e Mari apaziguam os ânimos.
— Sim, o cabelo dela deve ficar lindo com os cachinhos e com os penteados deve ficar perfeito. — Sofi comentou.
Para ela talvez fosse o comentário mais suave do mundo, mas as pessoas negras não gostaram do comentário dela sobre o cabelo de Luna, Enzo arqueou a sobrancelha e ficou um tanto irritado.
— O cabelo da minha bebê é cheio igual o cabelo da mamãe dela e lindo de todas as formas. — Enzo disse, olhando para a filha com ternura.
— A Bibi diz que meu cabelo é lindo de qualquer jeito e quando estou com penteados fica igual cabelo de princesa. — Luna deu de ombros.
— E você gosta dos penteados que ela faz em você, pequena? — Nicole indagou.
— Eu amo, a Bibi faz todos os penteados de princesa em mim. Bem, ela é minha mama Bibi. — Luna respondeu.
— Ah, mas você gosta dos penteados dela mais dos que eu faço no seu cabelo?
— Nic, ela faz todos os penteados que eu quero, você é legal, mas a mama Bibi é maravilhosa, quando ela voltar a cuidar de mim vou pedir pra fazer um penteado em você. — Luna só pensava na volta de Bianca.
— Eu sei fazer penteados, se você quiser, eu faço, pequena.— Sofi se ofereceu.
— Não, só quem pode mexer nos meus cabelinhos é a minha mama Bibi, eu não gosto de você, sua chata! — Luna recusou-se sendo rude.
Enzo achou esquisito o comportamento de Luna,mas ela estava tendo esses picos de raiva sempre que comentava sobre Bianca voltar, a pequena estava em agonia sentido saudades de Bianca.
— Luna! — Mari a repreendeu. — Peça desculpas.
— Não.
— Luna, eu ensino você a ter educação, peça desculpas! — Enzo corrigiu a pequena.
— Ela tem a mesma personalidade forte de Carol. — Diego, um outro amigo de Enzo e Mari disse divertido, ele adorava Carol.
Diego é empresário de muito sucesso em São Paulo, vem de uma família extremamente tradicional, mas enfrenta batalhas, um de seus filhos luta pela vida e precisa da doação de medula, no entanto, ninguém é compatível e sua única esperança é uma filha que teve fora do casamento quando passou umas férias no sul da Bahia, ele tenta achar a jovem para pedir sua ajuda.
— Eu só vou ser uma menina educada se a Bibi voltar. — a pequena cruzou os braços.
— Abejita, se você pedir desculpas, o padinho faz um bolo para você. — Giorgan tentou contornar a situação, ele entendia que a pequena estava com saudades da figura materna que tinha, toda vez que ele ligava para Luna enquanto Bianca estava trabalhando, notava o brilho no olhar da pequena ao falar sobre a jovem.
— Dindo, você vai fazer meu bolinho favorito, não é? — Luna perguntou, fazendo um olhar suplicante. — Se a Bibi experimentar seu bolo, ela vai voltar pra cuidar de mim. — Camila logo entendeu que a criança estava apegada a antiga babá.
— Você não vai vim abraçar o tio? — Angelo, irmão caçula de Enzo perguntou para pequena tentando mudar de assunto.
— Tio, eu já te abracei. — o mais velho riu.
— Mas eu quero outro abraço.
— O primo saiu da Argentina pra vim ver a menina mais linda desse mundo e ela nem me abraça. — Estevan fez uma cara triste.
Luna abraçou os dois bem apertados, a pequena era o xodó de quem era realmente próximo a Enzo.
— Eu achei que vocês tivessem vindo pelo meu aniversário. — Enzo brincou.
— Viemos pela Luna, ninguém liga para você, nosso xodó é a Abejita. — Osmar falou entrando na brincadeira.
Osmar também tenta achar a filha, ele adotou a filha mais velha quando se casou com a primeira esposa, a justiça decretou que a guarda dela iria para a irmã da sua falecida esposa, ele tentou lutar, mas como ele acabou agindo por impulso e dando um soco no marido da irmã da esposa dele, a justiça entendeu que ele era um risco para a menina, mas ele nunca desistiu de tentar encontrar a filha e sempre vai a igreja no aniversário da filha para pedir a nossa senhora que proteja a filha onde quer que ela esteja.
Por coincidência da vida e destino, ele descobriu por uma conversa em que Enzo introduziu ele a Diego que a filha que ele procura, também é a filha que é a esperança do homem de salvar seu filho doente.
— Luna, você cumprimentou a todos? — Mari perguntou séria.
— Não, já disse que só vou ser uma boa menina quando a Bibi voltar.
— Eu não vou falar de novo, cumprimente a todos! — Mari comandou autoritária.
Luna cedeu e cumprimentou todos os presentes.
— Vovó, a Bibi deixou o terço dela aqui, me leva até ele pra mim entregar e pedir pra ela voltar. — Luna apenas se via desesperada e determinada em ir atrás de Bianca.
— Eu sei que ela deixou o terço aqui. — Mari acabou ficando triste. — Na verdade, aquele terço era da mamãe dela, o papai dela deu de presente porque a mulher era flamenguista doente, ela deu de presente para você para te proteger.
— Mas se ela estiver sem o terço a mamãe dela não vai conseguir pedir para mamãe do céu para proteger ela também. — Luna disse, fazendo todos se derreterem, a pureza de Luna ilumina qualquer pessoa.
Luna acabou não esperando ninguém falar nada, foi até seu quarto, pegou o terço e voltou para sala, ela só queria a mãe dela de volta e não iria descansar até Bianca voltar.
— Papa, você me leva até a Bibi para devolver o terço e ela ficar protegida? — a pequena mostrou o objeto religioso nas cores vermelho e preto.
Quando viu o terço nas mãos de Luna, Osmar levou um susto, era o mesmo terço que ele havia dado para a esposa falecida e que a mesma deixou com a filha antes de morrer.
— Osmar, o que aconteceu? — Enzo perguntou preocupado.
— Osmar, você ficou pálido, está tudo bem? — Mari notou a mudança de expressão.
— Qual é o nome da ex-babá de Luna? — Carmen, a atual esposa perguntou entendendo a situação, seu marido finalmente havia encontrado sua filha.
— Bianca. — Enzo respondeu. — Por que?
— Bianca Aparecida Matos de Farias? — Enzo assentiu.
— A minha irmã desaparecida tem esse nome e o terço que minha mãe deu a ela antes de morrer era igual a esse. — Junior, o outro filho de Osmar falou entendendo toda situação.
Todos ficaram chocados com as amarras do destino.
— Então a minha filha é a babá da Lulu? — Diego indagou extremamente esperançoso.
— Bibica é minha filha, ela é minha filha e Maria Rosalinda. — Osmar o corrigiu.
Maria Rosalinda, a mãe de Bianca, engravidou aos 16 anos, o pai biológico da garota era um homem de 23 anos que estava passando férias no resort que a jovem Rosalinda trabalhava na cidade de Salvador na época que tudo ocorreu, ele seduziu e enganou a mãe de Bianca e quando soube que a mesma estava grávida a abandou e ainda a humilhou, isso destruiu a reputação da mãe da jovem quando voltaram para casa, tanto que ela foi expulsa e se não fosse pelo padastro de Bianca, as coisas seriam piores.
— O pai dela é o Osmar, ela te odeia, Di, no dia em que a conheci, ela me contou a motivação para cursar a faculdade de direito, para ela foi a forma como a demora da justiça negligenciou a mãe dela e que amava direito do trabalho porque você era sindicalista. — Enzo se intrometeu.
— Ela está na faculdade de direito? — Osmar perguntou emocionado.
— Sim, ela conseguiu uma bolsa de 100% por causa de um programa do governo em uma das melhores do estado. — Mari respondeu. — Ela fala de você e das crianças com muito carinho.
— Então, o titio Bigode e o tio Didi são meus avôs? — Luna indagou refletindo sobre as descobertas.
— Bem… — Osmar tentou ter cautela.
— Sim, somos seus avôs.— Diego respondeu empolgado.
Mari colocou a mão na testa e desaprovou aquele ato do amigo, Luna ficaria ainda mais impossível.
8 notes · View notes