#Arthur Bispo do Rosário
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subnitida · 1 year ago
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Arthur Bispo do Rosário, detalhe de obra na 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo.
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bulkbinbox · 2 years ago
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arthur bispo do rosário.
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zaonm · 2 years ago
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Arco e Flecha, Arthur Bispo do Rosário
Dimensões: 37x36x2,5 cm Técnica: Revestimento, costura, bordado, escrita
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compostando · 1 year ago
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Stella do Patrocínio
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- Stella do Patrocínio
Por Erica Larissa Costa Silva
O termo utilizado pelas manchetes jornalísticas chama atenção. "Sequestro Manicomial". Muito se encontra em pesquisas na internet sobre o sequestro em hospitais e casas de cuidados psiquiatricos, o tema, que é muito sensível para falar de forma natural, é trazido pela narração de Stella através de falas expressivas sobre seu testemunho em viver em um hospital psquiatrico.
Stella, diferente do esperado das expressões de pacientes de hospitais psiquiatricos, conseguia se expressar através do seu falatório, que pouco registrado, gerou reflexões sobre a sua forte capacidade de poetisa. E essa diferença é explicada por um simples fator: Stella não era um sujeito psiquiatrizado, ela passou a ser.
" Filha de Manoel do Patrocínio e Zilda Francisca do Patrocínio, Stella trabalhava como doméstica na juventude. Aos 21 anos, morava em Botafogo e, em agosto de 1962, quando pretendia tomar um ônibus para chegar à Central do Brasil, foi parada por uma viatura de polícia, na Rua Voluntários da Pátria. Segundo ela, a polícia a levou ao pronto socorro mais próximo, perto da praia de Botafogo. Dali, foi encaminhada ao Centro Psiquiátrico Pedro II, localizado no Engenho de Dentro, dando entrada na instituição em 15 de agosto. Desse modo, passou a ser involuntariamente um "sujeito psiquiatrizado", recebendo o diagnóstico de esquizofrenia.
No dia 3 de março de 1966, foi transferida para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá (a mesma instituição onde Arthur Bispo do Rosário foi internado). Stella passou a ser paciente do núcleo feminino Teixeira Brandão, local onde permaneceu até o dia de sua morte."
Ser vítima do sequestro manicomial, levada por uma autoridade compulsivamente, fez com que Stella se tornasse menos humana. Agora era como mais uma em meio a multidão dos pacientes do hospital, mesmo que sem querer e sem motivos, Stella passou a receber tratamentos cruéis, as quais a mesma expõe em seus falatórios.
Mas acima de tudo, Stella foi poeta. Stella foi forte. Stella foi sobrevivente através da arte. Concluo através das reflexões em sala de aula e do texto de Viviane Mosé, como também lendo as histórias e poemas de Stella, que a arte foi o seu refúgio, sua forma de sobreviver mais um dia. A reflexão que podemos fazer, é que a arte mora em todos os períodos e situações.
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semtituloh · 1 year ago
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Arthur Bispo do Rosário
MANTO DE APRESENTAÇÃO (VERSO), SEM DATA
Foto: Reprodução/Site Museu Bispo do Rosário Vía https://projetoafro.com/artista/arthur-bispo-do-rosario/
#díamundialdelasaludmental
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keliv1 · 11 months ago
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Mostra Dos Brasis - Sesc Belenzinho - SP
Feliz 2024!
Apesar do post ser deste ano que está em seu segundo dia, o evento é de 2023, mais precisamente no dia 28.12, quando estive na mostra Dos Brasis - Arte e Pensamento Negro, considerada uma das maiores com artistes negres e indígenas.
As fotos que ilustram este post só são uma amostra pequenina da grandiosidade dessa exposição, com tantas nuances e esperanças de valorização ainda maior da cultura e africanidades. Até máquina de bonequinho tem e uma farda do mestre Arthur Bispo do Rosário!
A única coisa chata é que não tem catálogo físico (não encontrei), mas há a relação completa de pessoas que participam da mostra, 250 ao todo, neste link
O Brasil é literalmente Brasis!
A exposição segue até o final de janeiro.
Agora, como ilustra a última imagem - "Dinheiro Acabou". Então, bora buscá-lo, rsrs!
Sigamos!
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artebrasil · 4 years ago
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Arthur Bispo do Rosário
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arcimboldisworld · 3 years ago
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Écrits d'Art Brut - Museum Tinguely Basel
Écrits d'Art Brut - Museum Tinguely Basel #Ausstellung #Kunst #ArtBrut #MuseumTinguely #Basel #exhibition #GiovanniBattistaPodestà #jeantinguely
Eine erstmals gezeigte Ausstellung im Basler Museum Tinguely vereinigt in der Ausstellung “Écrits d’Art Brut – Wilde Worte & Denkweisen” Künstler aus einem dutzend Museen, öffentlichen und privaten Sammlungen, gezeigt werden Schriftstücke von Art Brut-Künstler:innen in einer immensen Bandbreite…. (more…)
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conchaytorres · 8 years ago
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Os doentes mentais são como beija-flores: nunca pousam, ficam a dois metros do chão.
Arthur Bispo do Rosário
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subnitida · 2 years ago
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Arthur Bispo do Rosário. Varal, s/data. Madeira, linha, plástico e metal. 100 x 4 x 30 cm
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bulkbinbox · 2 years ago
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eu preciso dessas palavras escritas, arthur bispo do rosário.
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elfinaldelcamino · 7 months ago
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3. Cultura Bastarda Americana
3.1. Els somnis del bastard Leonardo dreams of his flying machine
Tormented by visions of flight and falling, More wondrous and terrible each than the last, Master Leonardo imagines an engine To carry a man up into the sun...
And as he's dreaming the heavens call him, "Leonardo. Leonardo, vieni á volare". ("Leonardo. Leonardo, come fly".)
L'uomo colle sua congiegniate e grandi ale, Facciendo forza contro alla resistente aria.
(A man with wings large enough and duly connected Might learn to overcome the resistance of the air.)
II. Leonardo Dreams of his Flying Machine...
As the candles burn low he paces and writes, Releasing purchased pigeons one by one Into the golden Tuscan sunrise...
And as he dreams, again the calling, The very air itself gives voice: "Leonardo. Leonardo, vieni á volare". ("Leonardo. Leonardo, come fly".)
Vicina all'elemento del fuoco...
Scratching quill on crumpled paper,
Rete, canna, filo, carta.
Images of wing and frame and fabric fastened tightly.
...sulla suprema sottile aria.
III. Master Leonardo Da Vinci Dreams of his Flying Machine... As the midnight watchtower tolls, Over rooftop, street and dome, The triumph of a human being ascending In the dreaming of a mortal man.
Leonardo steels himself, Takes one last breath, And leaps...
- poesia de Charles Anthony Silvestri
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Aquesta onírica poesia de Charles Anthony Silvestri va ser musicada pel compositor Eric Whitacre (Nevada, 1970). El text, en anglès i italià, ens apropa a l'obsessió de da Vinci sobre la construcció d'una màquina voladora. Com una versió moderna d'Ícar, Leonardo idea un motor meravellós per elevar l'ésser humà envers el Sol. Entre somnis, el Cel el crida "Leonardo. Leonardo vieni à volare". Ell dibuixa, escriu, prototipa ales i màquines voladores fins que, dins la nit, decideix llençar-se al buit...
3.2. Robert Cenedella: Art Bastard
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Al documental Art Bastard (2021) en Robert Cenedella (1940) explica la seva pròpia filiació il·legítima alhora que fa un llarg recorregut per la seva vida com a productor cultural des dels anys 60 fins al present.
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La seva obra és un reflexe de l'efervescència de Nova York, alhora que sovint ha suscitat polèmica dins i fora els EUA, com per exemple amb la seva obra The Presence of Man (1988) en què presenta un Pare Noel clavat a la creu, destacant la sobrecomercialització d'aquest símbol sagrat per als cristians.
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3.3. Arthur Bispo do Rosário
La peculiar vida d'Arthur Bispo do Rosário (Brasil, 1909-1989) el va portar a passar cinquanta anys tancat dins una institució psiquiàtrica de Rio da Janeiro diagnosticat d'esquizofrènia. Important productor d'obres creades amb objectes trobats per designi diví, ha rebut el reconeixement de la comunitat artística internacional a partir de la mostra de la seva obra a la Biennal de Venècia de 1995.
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A la imatge veiem en Bispo do Rosário lluïnt una de les seves obres més conegudes: el Manto da Apresentaçao, un mantell que va confeccionar durant dècades mentre estava internat a la Colònia Juliano Moreira, vella manta transformada en vestit majestuós, brodat amb paraules i símbols, que revelen la síntesi de la seva obra. Tal com ell mateix deia:
"Quan hi pugi, el cel s'obrirà i el temps del món tornarà a començar. Hi aniré en aquest vaixell, amb aquesta capa i aquestes miniatures que representen l'existència. Em presentaré".
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3.4. Carlos Leppe: Yo soy mi padre
Carlos Leppe (1952-2015) és considerat el màxim exponent de la performance a Xile. A la seva acció corporal Los Zapatos (2000), presentada al Museo Nacional de Bellas Artes de Santiago de Xile, hi arriba en taxi, amb una pissarra penjant del coll amb el missatge "YO SOY MI PADRE", i en un estat físic molt desmillorat, com d'indigent. Al llarg de la performance, molt ben documentada i disponible a YouTube, Leppe llença sobre l'espectador imatges desagradables entorn la pèrdua de la identitat precolombina de la nació xilena, acabant amb una cita de Nicanor Parra "Mis zapatos son dos pequeños ataúdes". Poc després torna sortir del recinte del Museu per muntar-se al taxi, que encara se l'espera a la porta, i deixar l'espectador plantat sense un comiat.
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blogdojuanesteves · 3 years ago
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WALTER FIRMO - no verbo do silêncio a síntese do grito
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Foto acima: Bumba-meu-boi, São Luís, MA, 1994
Carioca do Irajá, zona Norte do Rio de Janeiro, o fotógrafo Walter Firmo nasceu em 1937, filho único de paraenses. O pai, ribeirinho do baixo Amazonas e sua mãe, nascida em Belém, de origem portuguesa. Em 1955, com apenas 18 anos, passou a integrar a equipe do icônico jornal Última Hora, vespertino recém criado em 1951 pelo jornalista moldávio Samuel Wainer (1910-1980), uma publicação afinada com o então presidente Getúlio Vargas (1882-1954), inicialmente no Rio de Janeiro e depois também em São Paulo. Depois seguiu por nomes importantes da imprensa como o Jornal do Brasil e as revistas Manchete, Realidade, Fatos e Fotos, Veja e IstoÉ.
 Com uma carreira fulgurante, consagrada fundamentalmente pela documentação e celebração da cultura negra brasileira, o fotógrafo ganha uma exposição "Walter Firmo - no verbo do silêncio a síntese do grito." que abre no dia 30 de abril deste ano, no Instituto Moreira Salles, em sua sede paulista, reunindo mais de 260 de suas obras, bem como um livro de título homônimo com mais de 250 páginas. Uma reunião de imagens de manifestações culturais e religiosas, retratos icônicos de artistas como o músico e compositor carioca Pixinguinha [Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973) ] e a cantora fluminense Clementina de Jesus (1901-1987) e o artista sergipano  Arthur Bispo do Rosário (1911-1989).
 A mostra tem como curador Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS, e curadora adjunta Janaina Damaceno Gomes, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenadora do Grupo de Pesquisas Afrovisualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra. A retrospectiva também conta com assistência de curadoria da conservadora-restauradora Alessandra Coutinho Campos e pesquisa biográfica e documental de Andrea Wanderley, integrantes da Coordenadoria de Fotografia do IMS. O livro tem textos de Walter Firmo e dos curadores, além de uma cronologia e o registro de uma conversa entre o fotógrafo, os curadores e o jornalista Nabor Jr., editor da revista Menelick 2º Ato, e apresentação de João Fernandes, diretor artístico do IMS.
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 Foto acima: Maestro Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Filho), Rio de Janeiro, RJ, 1967
A aproximação de Walter Firmo e o IMS remonta 2008, logo depois do jornalista Flávio Pinheiro assumir a superintendência-executiva do instituto e prosseguiu após sua substituição por Marcelo Araújo em abril de 2020.  Em forma de comodato por 15 anos, o acervo do fotógrafo conta com cerca de 140 mil cromos em 35mm, mais uma parte de 80 mil em negativos em preto e branco, e outra quantidade em negativos cor e outros formatos como o 6X6cm, além de vasta documentação e cópias vintage, trabalhando também com uma série de mil imagens de tiragens contemporâneas. Para mostra e livro, Sergio Burgi me conta que foram duas reuniões semanais durante dois anos, discutindo as fotografias.
 O subtítulo de exposição e livro, foi extraído de um parágrafo de um texto escrito por Firmo para o livro Walter Firmo Antologia (Livraria Dazibao,1989), o número 1 de uma coleção coordenada pelo fotógrafo e antropólogo Milton Guran, inspirada na coleção francesa Photo-Poche, mas que infelizmente não teve vida longa. O texto exprime bem a relação com a sua dinâmica fotográfica: "A percepção da realidade não tem compromisso com a verdade verdadeira - a verdade tem dois lados - onde a importância maior é ativar a imagem fotográfica como meio de expressão, compondo o verbo do silêncio e síntese do grito.  Dissertar o real seria o mesmo que escrever sobre a trajetória infinita dos anos-luz ou sobre a progressiva separação dos continentes, discussões estéreis sobre o verdadeiro significado e a importância do evento da fotografia enquanto escrava da parecença."  
 O texto, me explica Sergio Burgi, é feito no momento dos 30 anos de imprensa de Firmo e seus 50 anos de idade. Para o curador, ele funciona como uma s��ntese de sua "teatralidade". Ele lembra que na década de 1960 o fotógrafo  já tinha a consciência clara  desta direção, juntamente com fotógrafos do hemisfério norte, o lugar do espaço pictórico na construção de sua narrativa que segundo o curador "se distanciava do geral da imprensa, que privilegiava os instantâneos e a distância do acaso." Notamos a sua direção e articulação quando vemos o retrato de Pixinguinha, um dos mais conhecidos.
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Foto acima:Cantora Clementina de Jesus, Rio de Janeiro, RJ, c. 1977
 Firmo começou a fotografar cedo, após ganhar uma câmera de seu pai.  Estudou na Associação Brasileira de Arte Fotográfica (Abaf), no Rio de Janeiro e após o Última Hora, trabalharia no Jornal do Brasil e, em seguida, na revista Realidade, um marco do chamado jornalismo literário (com origem no New Journalism americano), que fazia um casamento "equilibrado" entre imagem e texto) como um dos primeiros fotógrafos da revista, na qual ficou por apenas um ano, mas com uma relevante passagem.  Em 1967, já trabalhando na revista Manchete, foi correspondente, durante cerca de seis meses, da Editora Bloch em Nova York.
 A exposição ocupa dois andares do centro cultural na Av.Paulista e reúne cerca de 266 fotografias, produzidas desde a década de 1950, no início da carreira do artista, até 2021. A mostra traz imagens de diversas regiões do Brasil, com registros de ritos, festas populares e cenas cotidianas. O conjunto, segundo os curadores, destaca a poética do artista, associada à experimentação e à criação de imagens muitas vezes encenadas e dirigidas.
 O movimento Black is Beautiful e as discussões em torno dos direitos civis em Nova York marcariam definitivamente o trabalho de Firmo. Ao voltar para o Brasil, iniciou uma pesquisa sobre as festas populares, sagradas e profanas, em todo o território brasileiro, em direção a uma produção cada vez mais autoral, além de suas passagens por outras publicações.
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Foto acima: Carnaval, Salvador, BA, c. 2003
A mostra  apresenta sete núcleos temáticos: No primeiro, o público encontrará cerca de 20 imagens em cores de grande formato, produzidas pelo fotógrafo ao longo de toda sua carreira. Há fotos feitas em Salvador (BA), como o registro de uma jovem noiva na favela de Alagados, de 2002; em Cachoeira (BA), como o retrato da Mãe Filhinha (1904-2014), que fez parte da Irmandade da Boa Morte durante 70 anos; e em Conceição da Barra (ES), onde o fotógrafo retratou o quilombola Gaudêncio da Conceição (1928-2020), integrante da Comunidade do Angelim e do grupo Ticumbi, dança de raízes africanas; entre outras.
 Para os curadores "nas fotografias, prevalece uma aura de afetividade e valorização da negritude, como afirma o próprio artista: “Acabei colocando os negros numa atitude de referência no meu trabalho, fotografando os músicos, os operários, as festas folclóricas, enfim, toda a gente. A vertigem é em cima deles. De colocá-los como honrados, totens, como homens que trabalham, que existem. Eles ajudaram a construir esse país para chegar aonde ele chegou.”
Em texto publicado no livro, Janaina Damaceno Gomes reflete sobre o tema: “Se numa sociedade racista, a norma é o ódio e o auto-ódio, como nos mostram os trabalhos de Bell Hooks(1951-2021), Frantz Fanon(1925-1961)- e Virgínia Bicudo (1910-2003), amar a negritude compreende um percurso necessário de cura. Não é à toa que Firmo define a cor em seu trabalho em termos de amor pelo povo e pela cultura negra, mas é necessário entender que o direito a olhar não se restringe à ideia de autorrepresentação.”
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 Foto acima: Gaudêncio da Conceição durante Festa de São Benedito, Conceição da Barra, ES, c. 1989
A biografia do artista é mostrada no segundo núcleo. Aborda seus primeiros anos de atuação na imprensa, quando registrou temas do noticiário, em imagens em preto e branco. O conjunto inclui uma fotografia do jogador Garrincha (1933-1983), feita em 1957; imagens de figuras proeminentes da política nacional, como os ex-presidentes Jânio Quadros (1917-1992) e Juscelino Kubitschek (1902-1976); além de registros de ensaios de escolas de samba do Rio de Janeiro. Desse período seminal, a mostra também traz fotografias realizadas para a matéria “100 dias na Amazônia de ninguém”, com textos e imagens suas, publicada em 1964 no Jornal do Brasil, pela qual recebeu o Prêmio Esso de Reportagem.
 "Nas próximas seções, a retrospectiva evidencia como, no decorrer de sua carreira, Firmo passou a se distanciar do fotojornalismo documental e direto, tendo como base a ideia da fotografia como encantamento, encenação e teatralidade, em diálogo com a pintura e o cinema. Sobre seu processo criativo, o artista comenta: “A fotografia, para mim, reside naqueles instantes mágicos em que eu posso interpretar livremente o imponderável, o mágico, o encantamento. Nos quais o deslumbre possa se fazer através de luzes, backgrounds, infindáveis sutilezas, administrando o teatro e o cinema nesse jogo de sedução, verdadeira tradução simultânea construída num piscar de olhos em que o intelecto e o coração se juntam, materializando atmosferas.”
 Essa aproximação com a teatralização e a pintura fica evidente no ensaio realizado em 1985 com os pais (José Baptista e Maria de Lourdes) e os filhos (Eduardo e Aloísio Firmo) do fotógrafo, exibidos na exposição. Nas imagens, José aparece vestindo seu traje de fuzileiro naval, função que desempenhou ao longo da vida, ao lado de Maria de Lourdes, que usa um vestido longo, florido e elegante. O ensaio alude às pinturas Os noivos (1937) e Família do fuzileiro naval (1935), do artista fluminense Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), conhecido
por suas representações da paisagem mineira.
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 Foto acima: "Vendedor de sonhos" na Praia da Piatã, Salvador, BA, déc. 1980
O curador Sergio Burgi comenta a poética construída pelo artista: “Walter Firmo incorporou desde cedo em sua prática fotográfica a noção da síntese narrativa de imagem única, elaborada através de imagens construídas, dirigidas e, muitas vezes, até encenadas. Linguagem própria que, tendo como substrato sua consciência de origem -- social, cultural e racial --, desenvolve-se amalgamada à percepção da necessidade de se confrontar e se questionar os cânones e limites da fotografia documental e do fotojornalismo. Num sentido mais amplo, questionar a própria fotografia como verossimilhança ou mera mimese do real.”
 Como destaque, a exposição apresenta ainda retratos de músicos produzidos por Firmo, principalmente a partir da década de 1970. Nas imagens, que ilustram inúmeras capas de discos, estão nomes como Dona Ivone Lara (1921-2018), Cartola (1908-1980), Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Martinho da Vila, Maria Bethânia, entre outros.
 Nesse conjunto, está ainda a famosa série de fotografias de Pixinguinha. Em 1967, Firmo acompanhou o jornalista e sociólogo Muniz Sodré em uma pauta na casa do compositor. Após o término da conversa, o fotógrafo pegou uma cadeira de balanço que ficava na sala da residência e a colocou no quintal, ao lado de uma mangueira. Propôs a Pixinguinha que se sentasse nela com o saxofone no colo, no que foi prontamente atendido. Composta a cena, registrou o músico a partir de diversos ângulos, numa série de imagens que se tornaram icônicas.
 A exposição traz também um ensaio com fotografias do artista Arthur Bispo do Rosário, realizado em 1985 para a revista IstoÉ. As imagens foram feitas na antiga Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (criada em meados do século XX para tratamento psiquiátrico), onde Bispo do Rosário viveu e criou seu acervo ao longo de cerca de 25 anos ininterruptos. Nas fotografias, o artista aparece com obras suas, como o Manto da apresentação, enquanto confronta o local onde permaneceu confinado por anos, dizem os curadores.
 A retrospectiva apresenta ainda diversos registros produzidos durante celebrações tradicionais brasileiras, como a Festa de Bom Jesus da Lapa, a Festa de Iemanjá e o próprio Carnaval do Rio de Janeiro. Há também um núcleo com fotos feitas em outros países, como Cuba, Jamaica e Cabo Verde. Sobre essas imagens, Janaina Damaceno comenta: “Mais do que uma memória da nação, o trabalho de Firmo faz parte de um ‘arquivo fotográfico da diáspora’, que se constitui enquanto patrimônio da história negra global”.
 Na mostra, o público poderá assistir ainda ao curta-metragem Pequena África (2002), do cineasta e ator Zózimo Bulbul, no qual Firmo trabalhou como diretor de fotografia. O filme trata da história da região que dá nome ao título, área da zona portuária do Rio que recebeu inúmeros africanos escravizados.
 A fotografia em preto e branco de Firmo, ocupa todo o segundo andar, uma oportunidade, segundo Sérgio Burgi, única de compreensão dessa produção, ainda pouco conhecida e em grande parte inédita. Nessa parte, um dos destaques é a série de imagens feitas na praia de Piatã, em Salvador, entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000.
 Para o IMS, ao longo do período expositivo, o público poderá conhecer em profundidade a obra de um dos grandes fotógrafos do país, que até hoje, aos 84 anos, mantém seu compromisso pelo fazer artístico, como afirma em suas próprias palavras: “Aí está o meu relato, a história de uma vida dedicada ao fazer fotográfico, dias encantados, anos dourados. Qual a minha melhor imagem? Certamente aquela que em vida ainda poderei fazer. Emoções, demais.”
 João Fernandes, escreve:  “Negro, [Walter] Firmo foi enviado inúmeras vezes por editores e chefes de redação a fotografar os grandes nomes da cultura negra brasileira, cuja visibilidade o racismo dominante tolerava, sobretudo na música ou no desporto. Firmo aproveitou todas essas oportunidades para construir um projeto de vida e de trabalho que induzisse, nas suas palavras, ‘orgulho, altivez e dignidade aos negros brasileiros’, […] exemplificando no seu fazer uma peculiar teoria da fotografia, que soube construir enquanto crítica da noção de realidade e objetividade fotográficas, combatendo qualquer pretensão de uma neutralidade fotográfica num mundo onde tão pouco a neutralidade existe. Em cada fotografia, Firmo convida o espectador à ‘reflexão imediata sobre a realidade exibida e sobre o próprio ato de fotografar’, consciente de que ‘o poder do olhar deve influenciar as pessoas porque o ato de fotografar tem que ser político, e não um mero acaso instantâneo’. […] Toda a sua vida e todo o seu trabalho são um ensinamento único para aprendermos, através do seu olhar, a desajustar a realidade para reajustar o Brasil.”
  Imagens © Walter Firmo   Texto © Juan Esteves
 Infos básicas do livro:
Organização: Sérgio Burgi
Projeto gráfico: Bloco Gráfico
Digitalização e tratamento de imagens: Núcleo Digital IMS
Impressão: Gráfica Ipsis
 Infos básicas da mostra:
Curadoria :Sergio Burgi
Curadora adjunta: Janaina Damaceno Gomes
Assistência de curadoria: Alessandra Coutinho
Pesquisa biográfica e documental:Andrea Wanderley
Consultoria: Walter Firmo
Projeto expográfico e Identidade visual: Bloco Gráfico
Iluminação: Samuel Betts (Belight)
Ampliações fotográficas analógicas em preto e branco: Núcleo de Fotografia IMS
Impressões em jato de tinta: Núcleo Digital IMS
 Serviço
Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito
Abertura: 30 de abril
Visitação: até 11 de setembro
IMS Paulista
Entrada gratuita, mediante apresentação de comprovante físico ou digital de vacinação contra covid-19 e documento oficial com foto para todos com mais de 5 anos.
 Debate com Walter Firmo, Janaina Damaceno Gomes e Sergio Burgi
30 de abril (sábado), às 11h
Cineteatro do IMS Paulista
Entrada gratuita. Lugares limitados.
Distribuição de senhas 1 hora antes do evento, com limite de 1 senha por pessoa
 IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo
Tel.: 11 2842-9120
Estações do metrô próximas Consolação e Paulista
Estacionamentos pagos no entorno do instituto
 Horário de funcionamento: Terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h. *Os horários podem sofrer alterações devido à pandemia. Indicamos que sempre consultem o site.
 Protocolos de segurança
 Seguindo as recomendações das autoridades municipais e estaduais e dos órgãos de saúde no combate à covid-19, o IMS Paulista adotou uma série de protocolos de segurança. É obrigatória a apresentação de comprovante físico ou digital de vacinação contra covid-19 e documento oficial com foto para todos com mais de 5 anos. Também é recomendado o uso de máscara durante a visita. Os protocolos têm o objetivo de manter a segurança de todas as pessoas — visitantes e funcionários — em um ambiente saudável e de cuidado coletivo. Veja todas as recomendações no site do IMS.
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semtituloh · 1 year ago
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Arthur Bispo do Rosário
MANTO DE APRESENTAÇÃO (FRENTE), SEM DATA
Foto: Reprodução/Site Museu Bispo do Rosário Vía https://projetoafro.com/artista/arthur-bispo-do-rosario/
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tiremascriancasdasala · 3 years ago
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Arthur Bispo do Rosário
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artebrasil · 4 years ago
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Manto da Apresentação, Arthur Bispo do Rosário.
"Arthur Bispo do Rosário (Japaratuba, Sergipe, 19111 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1989). Artista visual. Destaca-se por ter desenvolvido, com objetos cotidianos da instituição em que viveu internado, uma produção em artes visuais reconhecida nacional e internacionalmente.
Em 1925, muda-se para o Rio de Janeiro, onde trabalha na Marinha Brasileira e na companhia de eletricidade Light. Após um delírio místico, apresenta-se a um mosteiro, em 1938, que o envia para o Hospital dos Alienados, na Praia Vermelha. Diagnosticado como esquizofrênico-paranoico, é internado na Colônia Juliano Moreira, no bairro de Jacarepaguá. 
De 1940 a 1960, alterna momentos de internação com períodos em que exerce ofícios em residências cariocas. No começo da década de 1960, trabalha na Clínica Pediátrica AMIU, onde vive em um quartinho, no sótão. Ali, inicia seus trabalhos, criando, com materiais rudimentares, diversas miniaturas, como navios de guerra e automóveis, além de vários bordados. Em 1964, regressa à Colônia, onde consolida por volta de 1.000 peças com elementos do dia a dia.
Os trabalhos de Bispo variam entre justaposições de objetos e bordados. Nas obras do primeiro tipo, geralmente usa itens de seu cotidiano na Colônia, como canecas de alumínio, botões, colheres, madeira de caixas de fruta, garrafas de plástico, calçados e materiais comprados por ele ou pessoas amigas. Para os bordados, usa tecidos disponíveis, como lençóis ou roupas, e obtém os fios ao desfiar o uniforme azul de interno.
Prepara com seus trabalhos uma espécie de inventário do mundo para o dia do Juízo Final. Nesse dia, ele se apresentaria a Deus com um manto especial, enquanto representante dos homens e das coisas existentes. O manto bordado traz o nome das pessoas conhecidas, para não se esquecer de interceder junto a Deus por elas. Também faz estandartes, fardões, faixas de miss, fichários, entre outros, nos quais borda desenhos, nomes de pessoas e lugares, além de frases referentes a notícias de jornal ou episódios bíblicos, reunindo-os em uma espécie de cartografia. A criação das peças, para ele, é uma tarefa imposta por vozes que diz ouvir."
ARTHUR Bispo do Rosário. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10811/arthur-bispo-do-rosario>. Acesso em: 24 de Out. 2020. Verbete da Enciclopédia.
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