conchaytorres
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Todo se da con naturalidad absoluta. Es que es así o no es de modo alguno. En esta franja, la creación, imposible forzar las cosas. Se notaría, y el producto sería ríspido y no habría encanto; es decir, no habría creación. Ángeles, liebres, animales de subtierra, etcétera, por suerte, no terminan de visitarme, y parecen tener, traer, cada vez más, más brillos y misterios, más diamantes, más pétalos.
Seguramente, se harán muchos asedios, estudios, críticas. Y lo psíquico no podrá dejar de estar presente. En la mesilla de inspección. Pero quedará algo inatrapable. Que yo veo y no puedo describir. Ni lo intento.
Marosa di Giorgio
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Do álbum de recortes de Anne Sexton. Virginia Beach, verão de 1948-49.
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The Paris Review: A senhora tinha quase 30 anos quando começou a escrever poesia. Por quê?
Anne Sexton: Até os 28 anos eu tinha uma espécie de “self” oculto que se imaginava incapaz de fazer qualquer coisa além de molho branco e de trocar fraldas de bebê. Eu não sabia que possuía profundidade criativa. Fui uma vítima do “Sonho Americano”, o sonho burguês, da classe média. Tudo o que almejava era um pequeno pedaço de vida, casar-me, ter filhos. Pensei que os pesadelos, as visões, os demônios iriam embora se houvesse amor suficiente para derrotá-los. Esforçava-me ao máximo para viver uma vida convencional, porque fora criada assim e isto era o que meu marido esperava de mim. Mas não é possível erguer cercas de estacas brancas para manter afastados os pesadelos. A superfície rachou por volta de meus 28 anos. Tive um surto psicótico e tentei o suicídio.
The Paris Review: A senhora começou a escrever após o colapso nervoso?
Anne Sexton: No princípio, disse ao meu médico: “Sou uma inútil, não sei fazer nada. Sou uma boba.” Ele disse que não havia qualquer problema com a minha mente. A propósito, quando ele me submeteu ao teste de Rorschach, disse que eu não estava usando o talento criativo que possuía. Certa noite ouvi A. Richards ler um soneto na televisão educativa e explicar sua forma. Pensei: “Talvez eu pudesse fazer isso; talvez pudesse tentar.” Então sentei-me e escrevi um soneto. No dia seguinte, escrevi outro e assim por diante. Meu médico me estimulou a escrever mais. “Não se mate” ele falou “seus poemas poderão ter algum significado para mais alguém, algum dia.” Isso me deu um sentimento de finalidade, uma pequena causa, algo que fazer com minha vida, não importa quão miserável eu fosse.
The Paris Review: A senhora utiliza alguma espécie de ritual como preparação para escrever?
Anne Sexton: Às vezes, quando percebo o poema surgindo, ponho um determinado disco, pode ser as “Bachianas Brasileiras”, de Villa-Lobos. Durante três ou quatro anos escrevi ao som dessa música. É minha melodia mágica.
The Paris Review: Qual é a sua opinião sobre a finalidade da poesia?
Anne Sexton: Como disse Kafka sobre a prosa: “Um livro deve servir como um machado para quebrar o mar gelado em nosso interior.”
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Marguerite Porete, a Christian mystic burned at the stake in 1310 for heresy after writing her book, The Mirror of Simple Souls.
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Outsider art. De um lado está a arte feita pelos que têm causas psiquiátricas abertas. É o que abre o caminho à “arte feita por todos”, que oficialmente se etiqueta como a de quem “não tem uma educação específica���.
A arte dos loucos pode ser apreciada quando se começou a apreciar mais a originalidade que a destreza. Nesse momento a divisão ainda era clara. As mulheres de De Kooning ou os jorros de Pollock, ou os quadros de Albers, poderiam ter sido tomados como quase típicas produções patológicas, se não fosse por sua inserção num relato, o da evolução da pintura. Enquanto as obras equivalentes dos loucos não faziam parte de nenhuma história. Levavam a cabo uma operação de descontextualização que era a chave de seu proceder. Também a chave de êxito, o que os diferenciava de um afcionado, um pintor dominical, que se inseria falazmente (ingenuamente) no relato imitando os impressionistas, ou Jackson Pollock...
Com o pós-modernismo, quando deixou de haver relato, a diferença se apagou.
Ou não?
A obra outsider tem um “sentido” puramente individual, pessoal. Mas há uma imensa coerência de toda a obra. Nestes artistas não há “época rosa”, “época azul”... É o artista em bloco, não suas obras. (O que me faz pensar que Picasso é mais suas obras que o artista -- deve ter feito um esforço especial para ser o artista, como realmente foi: teve que fazer de sua história pessoal, de sua biografia, uma história da pintura...).
De Continuação de histórias diversas, de César Aira.
(p. 64-5)
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abdelhafid khatib
frente à especulação
imobiliária que em finais
de 1950, quer deslocar
para a periferia de paris
o mercado popular de
les halles
diz que "convém propor
que esse mercado se torne
um parque de diversões
para a educação lúdica
dos trabalhadores"
adília lopes diz
que quando se sai da
adolescência, por sua vez
não se pode mais fugir
a esse maldito luna parque
e que sendo "um sítio triste"
o luna parque, na roda que
gira "pode não se ser triste"
(ou ao menos não muito
triste) sai caro, ela diz
o bilhete as entradas
"mas poder pode-se"
“Coney Island July Fourth Fireworks”, Time of Change, 1962. Bruce Davidson
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porque... o que é que, para mim, não se relaciona com ela? O que não me faz recordá-la? Não posso olhar para este chão sem que veja as suas feições recortadas nas lajes! Em todas as nuvens, em todas as árvores... enchendo o ar, à noite, e refletida em todos os objetos, durante o dia, eu vejo a sua imagem! Os rostos mais comum de homens e mulheres, os meus próprios traços traem-me com uma semelhança. O mundo inteiro é um terrível álbum de recordações a provar que ela existiu e que eu a perdi! A figura de Hareton surgiu, diante dos meus olhos, como o fantasma do meu amor imortal, das minhas desesperadas tentativas de defender os meus direitos, da minha degradação, do meu orgulho, da minha felicidade e da minha angústia.
Emily Brontë, O morro dos ventos uivantes.
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O eu, de todos os signos da linguagem, é o mais difícil de manobrar, é o último adquirido pela criança e o primeiro que o afásico perde.
Renzi
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O carácter destrutivo não vive o sentimento de que a vida é digna de ser vivida, mas de que o suicídio não compensa.
W.B.
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A verdadeira profecia não é um lamento, mas um apelo à ação redentora.
Daniel Bensaïd, em relação a Auguste Blanqui, o "comunista herege".
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Being in love = addiction, obsession, exclusion of others, insatiable demand for presence, paralysis of other interests and activities
susan sontag (via punlovsin)
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A crítica é a forma moderna da autobiografia. A pessoa escreve sua vida quando crê escrever suas leituras. [...] O crítico é aquele que encontra sua vida no interior dos textos que lê.
Ricardo Piglia
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"transparência", poema-objeto de Neide Sá, 1968.
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son visage
Je suis dans la chambre, je suis dans le parc, je regarde par la fenêtre, je regarde la pluie, la neige, les branches des arbres, les rayons de soleil, je regarde les écureuils courir dans l’herbe, les pommes de pin qui tombent sur le sol depuis les branches des arbres, je vais sortir, je vois l’ombre de l’arbre qui passe par la fenêtre s’étirer sur le mur, quelquefois un écureuil passe sur l’herbe, les branches touchent presque la fenêtre, je regarde si je vois un écureuil descendre de l’arbre très vite et passer au pied des arbres dans l’herbe, le soleil est derrière le tronc noir, les branches de l’arbre entrent dans la chambre, je vais sortir de la chambre, aller me promener, je rencontrerai à la buvette la jeune fille que je rencontrerai plus tard au café de la ville, elle me dira qu’elle jouait du piano, qu’elle était trop terrifiée pour sortir de dessous le lit, qu’elle restait étendue sous le lit des jours, qu’elle ne pouvait plus bouger, qu’elle va mieux, que je rencontrerai plus tard au café de la ville sans savoir son nom, elle me dira son prénom, je lui dirai mon prénom, je lui dirai que j’écris, elle est fragile, elle parle doucement, elle me demandera si mes agitations durent longtemps, je lui dirai que je ne peux pas les arrêter, puis je ne me rappellerai plus son prénom, je l’aurai oublié, mais je n’aurai pas oublié son visage et lorsque je la verrai je lui dirai eh, bonjour, viens t’asseoir avec nous, je ne me rappellerai ni son nom, ni depuis quand je la connais, ni l’endroit où nous nous sommes rencontrés la première fois, je vais sortir, aller à la buvette, m’asseoir à une table, c’est à une table qu’elle viendra s’asseoir et me parler, elle est fragile, elle est vive.
“Anachronisme” Christophe Tarkos
youtube
Se hoje eu já não sei teu nome Teu rosto nunca me deu trégua
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