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Transtornos do Neurodesenvolvimento. TDAH
O conteúdo aborda os transtornos do desenvolvimento, citando especificamente o TDAH. Além disso, menciona a sobreposição do TDAH com outros transtornos na infância e a persistência do TDAH na vida adulta.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de uma pessoa de prestar atenção, se concentrar e controlar impulsos. Embora o TDAH seja mais comum em crianças, ele pode persistir na adolescência e na idade adulta. De acordo com a American Psychiatric Association, cerca de 5% das crianças em idade escolar e 2,5% dos adultos têm…
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Teste se seu filho tem TDAH
Teste on line inicial Há desconfiança de que seu filho ou alguma criança possui indícios do Déficit de Atenção e Hiperatividade? Através desse teste on line você pode coletar alguns dos principais sintomas do transtorno. FAÇA SEU TESTE
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#ABA Naturalística#criança#déficit de atenção#hiperatividade#marcos do desenvolvimento infantil#marcos do neurodesenvolvimento#mãe#psicóloga#psicológico#psicologia#psicoterapia#Psicoterapia Infantil#respiração#saúde mental#tdah#tdah adulto#tdah criança#terapia#terapia com psicólogo#terapia on line#teste para criança#transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
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Curso online com certificado! Transtornos globais do desenvolvimento comunicação alternativa
A CID-10 e o DSM-IV. Classificação Internacional de Doenças. Transtornos Globais do Desenvolvimento – Condutas Típicas. Possíveis Determinantes das Condutas Típicas. Autismo. Síndrome de Rett. Síndrome de Asperger. A Educação Especial e TGD – Focando o Autismo. Faça sua inscrição:
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ou também conhecido como manipulação da realidade! —ㅤㅤuma introdução.
Habilidade em que consiste controlar a magia da forma como desejar, dando-lhe controle sobre tudo e qualquer coisa quando o alto nível de experiência e habilidade for alcançado.
cor da magia: verde ou olivine (9FC098).
Natalia descobriu sua nova habilidade após usar sua força mágica para os encantos do fechamento da fenda. Após alguns pequenos eventos que a deixaram atordoada durante esse intervalo de tempo, a filha de Hécate se deu conta do que estava acontecendo e já começou a estudar para compreender melhor essa nova fase. No entanto, seu novo poder está intrinsecamente ligado às suas emoções, tornando-as um gatilho imprevisível. Isso pode fazer com que o poder se manifeste em intensidades desconhecidas, às vezes sem que ela perceba, especialmente durante o período inicial.
links uteis, ㅤㅤpovs, edits e interações.
Descreve-se a seguir o primeiro nível de desenvolvimento do poder.
NIVEL UM (INICIANTE), ㅤㅤNatalia irá passar por médios ou até mesmo grandes transtornos (mas que não irão machucar ninguém). A magia não acontecerá de repente, mas haverá certas situações que irão levá-la ao uso, às vezes, sem que perceba. Nesse início, será influenciada por fortes emoções ou por descuido. Por exemplo, se ficar triste demais, ela poderá provocar o estouro de encanamentos ou fazer chover/serenar dentro de lugares fechados. Se estiver distraída o suficiente para não perceber conscientemente, poderá causar a mudança na forma de objetos que irão ganhar modelos e tamanhos semelhantes ou completamente diferentes (podendo se aplicar a seres vivos, mas isso em casos muito extremos, como irritação ou desespero extremo). A percepção a itens mágicos ou a própria magia estará ainda mais elevada, além de que poderá desempenhar e realizar feitiços básicos. Todos os efeitos nesse primeiro nível serão temporários e não devem ultrapassar mais que vinte e quatro horas. O uso demasiado pode levá-la ao cansaço. As técnicas de controle usadas serão meditação através da respiração balanceada, em cânticos para auxiliar na canalização da magia descompensada e em gestos mágicos em curta distância através do balançar de dedos e da mão, buscando “descarregar-se��� de forma mais precisa.
NÍVEL 2 (INTERMEDIÁRIO),ㅤㅤEm breve.
NÍVEL 3 (AVANÇADO E FINAL),ㅤㅤEm breve.
#poderes despertos: intro.#inspirada na aph com uma intro pra manter tudo organizado!!!!#ㅤ꒰ㅤㅤ⋆ㅤ ͏͏͏ ͏͏͏𝑏𝑙𝑜𝑜𝑑𝑦𝗺𝗮𝗴𝗶𝗰ㅤ ͏͏͏ ͏͏͏。 ㅤ༄ㅤ ͏͏͏ ͏͏͏development.#só pra me situar mesmo.
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Você sabe o que é intersexo?
Para Todos Verem: Uma bandeira amarela com um anel roxo no centro. /Fim de Descrição
Bom dia povo do sindicato! Essa semana é a Semana de Conscientização Intersexo, então resolvi fazer uma postagem explicando um pouco sobre o que é intersexo e como você pode ser ume aliade pra nossa comunidade.
AVISOS DE CONTEÚDO: Interssexismo, abuso médico, mutilação genital.
1) O que é intersexo?
Intersexo é uma pessoa que nasce com características sexuais que não se encaixam no sexo feminino ou masculino. Essas características podem ser tanto primárias, como genitalia, quanto secundárias, como distribuição de pelos no corpo. Essas características podem aparecer após o parto ou durante a puberdade, mas só serem descobertas depois. De qualquer modo, estão sempre presentes desde o nascimento.
Um traço intersexo é uma característica que foge dos padrões do sexo feminino ou masculino, como por exemplo ovários e testículos juntos. Uma variação intersexo é uma condição específica que causa pelo menos um traço intersexo, mas pode ter outros sintomas também, como Síndrome de Turner.
Traços e variações são divididos nas seguintes categorias: genitalia, gonadas, cromossomos e hormônios. Uma pessoa pode ter mais de um tipo de traço ou variação.
2) Intersexo é o mesmo que hermafrodita?
Resposta curta: não.
Resposta longa: hermafrodita é um termo extremamente antiquado e preconceituoso, que descreve pessoas que "são os dois sexos ao mesmo tempo". Geralmente, isso quer dizer pessoas com um pênis e uma vagina.
Acontece que isso é uma visão muito limitada sobre o que é ser intersexo, pois existem diversos tipos de variações, mesmo dentro das variações de genitalia. Além disso, esse termo foi utilizado (e ainda é) pra desumanizar pessoas intersexo, como se fossem monstros ou aberrações.
Algumas pessoas intersexo utilizam esse termo como auto identificação, mas muitos não usam por conta da sua carga extremamente pesada.
3) Intersexo é o mesmo que transtornos de desenvolvimento sexual?
Por onde eu começo...
"Transtornos de desenvolvimento sexual" é um termo criado por médicos pra substituir o termo hermafrodita, essencialmente, e incluir outros tipos de variações além das de genitalia. O problema é que se termo ainda é preconceituoso, e não deve ser mais usado, assim como hermafrodita.
O problema maior desse termo é que ele implica que ser intersexo é uma doença, que é um "transtorno". Dessa forma, deve ser "tratado" ou "curado". Acontece que ser intersexo não é um problema médico, uma doença ou um transtorno, é um corpo diferente da norma e só. Algumas variações causam problemas médicos, sim, mas não é por ser uma variação intersexo.
Milhares de pessoas no mundo todo sofrem cirurgias e tratamentos hormonais contra sua vontade só por serem intersexo, com essa desculpa. A maioria sofre cirurgias de "correção de genitalia" quando são bebês. Outros, mais tarde, mas ainda na infância. Nem sempre os pais são avisados disso. Tudo isso porque acreditam que ter um corpo diferente é errado, e precisa ser corrigido, mesmo que não vá causar problemas, ou o procedimento possa esperar até a pessoa crescer e poder entender o que tá acontecendo.
Outro problema é que "transtornos de desenvolvimento sexual" não inclui múltiplas variações intersexo, porque é um termo muito restrito. Um exemplo é síndrome do ovário policístico. Um dos sintomas dessa síndrome é testosterona alta e crescimento de pelos no corpo, então a comunidade intersexo aceita como uma variação intersexo. Contudo, não está dentro do termo de "transtornos de desenvolvimento sexual". Isso é só um exemplo, há vários outros casos assim.
Então... é, é um termo muito ruim, e não devia ser usado pra descrever qualquer pessoa intersexo.
4) Pessoas intersexo são cis ou trans?
Essa é uma questão complicada. Intersexo não é, por si só, um gênero. Uma pessoa intersexo pode ter qualquer identidade de gênero- homem, mulher, gênero neutro, ambos, fluído, etc. Então, pode ser tanto cis quanto trans.
Ao mesmo tempo, muitas pessoas intersexo têm uma relação muito complicada com gênero e podem se sentir tanto cis e trans ao mesmo tempo, quanto nenhum dos dois. Além dos nossos corpos serem diferentes, somos tratados como gêneros diferentes por diferentes pessoas. Exemplo próprio, meus pais me criaram como uma mulher, mas na escola, me tratavam como homem, ou melhor, "meio homem", e médicos sempre me trataram como uma mulher.
Resposta curta? Depende da pessoa.
5) Como posso ajudar pessoas intersexo?
Se você é perissexo (não intersexo) e quer ajudar a comunidade de alguma forma, há vários jeitos!
Você pode aprender mais sobre pessoas intersexo e pesquisar sobre nossas vivências, como variações intersexo diferentes funcionam, nossa história, etc! Se for perguntar algo pra uma pessoa intersexo, só evite perguntas invasivas, tipo, "o que você tem no meio das suas pernas?" ou "você sofreu abuso médico?", é falta de educação.
Se você organiza ou participa de eventos ou espaços da comunidade LGBTQIA+, tente se certificar de que pessoas intersexo estão sendo incluídas! Chame ativistas intersexo para palestrar, coloque a bandeira intersexo em cartazes, dê espaço para que possamos falar sobre nossas vivências e reivindicar nossos direitos. Todo tipo de inclusão é importante, porque muitas vezes, somos completamente esquecidos.
Compartilhe recursos e informações sobre a comunidade intersexo, feitos por pessoas intersexo. Além de se educar, é importante educar outras pessoas também! Quanto mais pessoas souberem que nós existimos e não somos aberrações, mais fácil será para nós no futuro.
Tem muito mais coisa que eu queria falar, mas por hoje, é só. Se tiverem alguma pergunta, tô feliz em responder!
#sam.message#sam.queer#sam.txt#sam.br#intersexo#intersex#actually intersex#sindicato brasileiro#brblr#brasil#pindorama#meu brasil brasileiro
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GUIA PARA CRIAÇÃO DE PERSONAGENS AUTISTAS (parte 1).
depois de tantos imprevistos, enfim trago a primeira parte do guia sobre personagens autistas. venho salientar que sou uma pessoa autista, mais especificamente encaixando atualmente no nível 1 do espectro e diagnosticado tardiamente na vida adulta. mesmo vivendo com o transtorno durante minha vida inteira, não sou uma biblioteca de autismo ambulante, então tudo escrito aqui é com base nas minhas vivências, estudos sobre o assunto, explicações e orientações psiquiátricas / neuropsicológicas que recebi e sites dedicados a saúde. erros podem ocorrer e estou mais que aberto a correções vindo de pessoas da área da saúde e depoimentos de outros autistas. com isso em mente, vamos ao guia.
se for útil para você, peço que deixe um coração ou um reblog (🧡).
O QUE É O TEA?
Primeiro, precisamos entender do que se trata o transtorno conhecido popularmente como autismo.
"O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades." (fonte: ministério da saúde)
Apesar da definição estar muito resumida, em palavras mais simples é um transtorno que mexe com o desenvolvimento neurológico (área do sistema nervoso, casa dos famosos neurônios) do indivíduo, afetando suas habilidades:
psicomotoras: capacidade de sincronizar os movimentos usando cérebro, músculos e articulações.
cognitivas: processo de construção de conhecimento, sendo necessárias capacidades mentais como memória, atenção, linguagem, criatividade e planejamento.
psicossociais: socialização, cultivar relações e o convívio com a sociedade.
Com todos esses fatores, alguns podem achar erroneamente que o autismo é uma doença, no entanto, não é o caso. O autismo é um transtorno e não tem cura. Doenças e transtornos apesar de estarem ligadas a saúde não tem o mesmo significado.
doenças são caracterizadas pela falta de saúde e adoecimento do corpo, geralmente é um problema de saúde catalogado, com sintomas claros e origens conhecidas. EXEMPLOS: diabetes, pressão alta, asma e rinite.
transtorno é um termo geralmente usado na área da psicologia e psiquiatria, usado para se referir a distúrbios, alterações e incômodos ligados a saúde mental ou região cerebral. EXEMPLOS: transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno bipolar e transtorno de personalidade borderline (TPB).
O tratamento do TEA muitas vezes pode exigir uma equipe de profissionais como:
psicólogo: geralmente responsável por orientar e ajudar em desenvoltura social, manutenção de hábitos, autonomia e bem estar psicológico do autista.
fonoaudiólogo: resolver problemas de fala, confiança na comunicação e ajudar o autista a se expressar melhor e transmitir seus sentimentos e opiniões com mais eficiência.
neurologista: responsável pela questão clínica e técnica, um dos mais indicados para tratamento do autismo).
neuropsicólogo: podendo exercer a mesma função que um psicólogo, mas geralmente entra em cena para diagnosticar o paciente com base em uma série de testes cognitivos e psicológicos).
SINTOMAS.
desenvolvimento atípico: problemas na fala, atraso para começar a andar, atraso na fala, falta de comunicação verbal (somente aponta para objetos), isolamento (não interage com outras crianças e prefere ficar sozinho), dificuldade na escola (muitas vezes tratada como preguiça ou desinteresse); tendência a fazer atividades sozinho e se distanciar dos colegas; ser chamado pelo nome, mas não atender; mutismo; linguagem não-verbal, aponta para as coisas para se comunicar, mas não fala; não conseguir manter contato visual / fingir fazer contato visual (olhar um ponto na testa, por exemplo); dificuldades na escola; facilidade na escola; seletividade alimentar; dificuldade para ler expressões faciais; sensibilidade na audição; sensibilidade no olfato; sensibilidade no paladar; sensibilidade a texturas e toques;
no social, pode incluir: dificuldade em socializar, entender normas sociais (etiqueta social) e de se encaixar em grupos (geralmente causando isolamento); incapacidade de perceber as intenções de outras pessoas; dificuldade de entender expressões faciais e tons de voz; dificuldade em entender figuras de linguagem; dificuldade em interpretar situações e agir de acordo; dificuldade de se expressar e comunicar suas ideias claramente (gerando estresse, desentendimentos e o hábito de guardar tudo para si); sinceridade ou falta de tato na hora de se comunicar.
comportamentos repetitivos: pela dificuldade de se comunicar, autistas tendem a imitar e se espelhar em pessoas ao seu redor ou mídias que consomem, geralmente imitando tons de voz e gestos. assim, caracterizando uma gesticulação, comunicação e tonalidade não natural, estereotipada e repetitiva. normalmente quem convive com o autista não percebe, mas para um profissional preparado os sinais são fáceis de identificar. outro ponto, são os stimmings, ações repetitivas que o autista faz para regular o próprio corpo e equilibrar a mente (como: bater o pé o chão, tremer a perna, balançar o corpo, bater a mão na coxa, roer as unhas, puxar a própria orelha).
interesses restritos: autistas encontram conforto na rotina e na monotonia de acontecimentos e atividades. como vestir as mesmas peças de roupa, mesmo tendo diversas opções, e ter hiperfocos / interesses especiais (será abordado mais à frente). mudanças, principalmente se bruscas, causam muito estresse ao nosso cérebro. diferente de pessoas neurotípicas que possuem mais facilidade na hora de se adaptar e reagir a situações inesperadas, nosso cérebro sendo neurodivergente reage mais devagar e leva mais tempo para processar acontecimentos, exigindo muito de nós uma habilidade que vários não tem: lidar com o imprevisível (não sendo incomum acabar causando meltdowns e breakdowns no autista, mas isso será abordado mais para frente); resistência a mudanças;
NÍVEIS DE SUPORTE.
Os níveis de suporte definem o nível de ajuda e auxílio que o autista precisa, comumente sendo classificado do nível 1 até o nível 3.
Tenha em mente, que eles não podem ser usados para definir a "gravidade" ou a "leveza" do autismo. Muitas pessoas ao lerem autismo leve (nível 1), termo que inclusive não gosto, banalizam as dificuldades da pessoa em questão por não ter a mesma "gravidade" que uma pessoa do nível 3. A diferença entre os três é o nível de ajuda necessário e a severidade dos sintomas.
nível 1 — quando o indivíduo precisa de pouco suporte, anteriormente nomeado como síndrome de asperger e popularmente conhecido como "autismo leve".
nível 2 — o nível "autismo moderado", cujo grau de suporte necessário é razoável.
nível 3 — conhecido como "autismo severo", quando o indivíduo necessita de muito suporte.
No entanto, isso não é algo imutável, um autista pode mudar de nível mais de uma vez durante a sua vida, principalmente com a falta de um tratamento, progresso no tratamento, ambientes estressantes e desgastantes ou vida consideravelmente equilibrada. Tudo depende de como autismo está o afetando naquele momento e de novo, o nível de suporte que ele precisa. Um dos motivos para o autismo agora ser referenciado como transtorno do espectro autista é justamente por que ele não tem níveis, o autismo não funciona dessa maneira:
(descrição: imagem mostrando uma barra longa e retangular em tom degradê, pintada de amarelo claro na ponta esquerda, escrito “não autista” acima dela e pintada de rosa na ponta direita, escrito “muito autista” acima dela.)
Mas, algo similar a esse gráfico:
(descrição: círculo com cores similares a um arco íris, amarelo, laranja, vermelho, rosa, lilás, roxo, azul escuro, azul água, verde e verde amarelado. vibrante na beirada mas perdendo cor em direção ao centro. em cinco pontas diferentes estão escritas as palavras: comunicação, habilidade motora, percepção, funções cognitivas e sensorial.)
Dependendo da severidade nessas áreas, você é classificado entre os três níveis de suporte. Ainda sim tenha em mente que as dificuldades variam de autista para autista, aqui vou dar como exemplo:
No gráfico, a maior dificuldade é com funções cognitivas e a menor, agora, são crises sensoriais. Com outro autista pode ser completamente diferente.
NÍVEL 1 & SINDROME DE ASPERGER.
aviso de gatilhos: capacitismo, nazismo, abuso médico.
A síndrome de asperger foi nomeada após as descobertas do psiquiatra nazista, Hans Asperger, se tornarem populares. Ele foi responsável por analisar e executar diversos estudos durante a segunda guerra mundial, além de causar a morte de diversas crianças que não se aliavam aos ideais nazistas ou foram consideradas anormais, incluindo autistas. Por muitos anos, foi retratada como herói da causa e uma das figuras mais importantes nos estudos sobre o autismo pela falta de informação sobre seus ideais, até o momento que diversas anotações e escritos vieram à tona e revelaram sua (quase) aliança com o partido nazista e relatórios cruéis sobre alguns pacientes, especialmente autistas. O que ele notou seria classificado hoje como nível 1.
Com a redefinição de diversos termos, a síndrome de asperger e outros entraram na nova definição do autismo, agora conhecida como Transtorno do Espectro Autista. No entanto, não é incomum ver pessoas usando o termo ainda (geralmente se referindo ao passado), principalmente pessoas diagnosticadas. Os motivos variam e o diagnóstico é um ponto muito importante para a vida do autista, por isso peço que respeite caso a pessoa ainda escolha usar o termo.
por enquanto, é isso! algumas coisas já foram abordadas antes no meu mini guia, mas ainda sim, é bom trazer o conteúdo por completo. espero não demorar para finalizar a próxima parte, mas o tema é complexo e sempre acabo precisando revisar e revisitar algumas pesquisas.
em caso de dúvidas, minha inbox está aberta para perguntas e você pode me chamar no chat do meu blog main (@maphiaclue).
fontes / conteúdos interessantes:
understanding the spectrum.
diferença entre doenças, síndromes e transtornos.
hans asperger, médico que deu nome à sindrome, cooperou com nazistas.
por que algumas pessoas defendem que o termo 'asperger' seja abandonado?
o que é neurônio?
entenda as áreas psicomotoras e como estimular cada uma delas na aprendizagem.
psicomotricidade.
habilidades cognitivas.
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O autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta a forma como uma pessoa percebe o mundo, interage com os outros e processa informações. Caracteriza-se por uma ampla variedade de sintomas, sendo mais comum em meninos do que em meninas. Cada indivíduo autista é único, com diferentes níveis de habilidades e desafios.
As pessoas com autismo frequentemente têm dificuldades na comunicação verbal e não verbal, interação social e comportamentos repetitivos. Algumas podem ter interesses intensos e habilidades excepcionais em áreas específicas, como matemática, música ou arte. A sensibilidade sensorial é comum, tornando sons, luzes e texturas intensas e perturbadoras para alguns.
É importante compreender que o autismo não é uma doença, mas sim uma condição neurológica que pode impactar significativamente a vida da pessoa e de suas famílias. A aceitação e o apoio adequado são fundamentais para o desenvolvimento e bem-estar das pessoas autistas. Intervenções precoces, como terapias comportamentais e educacionais, podem ajudar a melhorar habilidades sociais, comunicação e qualidade de vida.
livros sobre autismo:
1. **"O Cérebro Autista"** por Temple Grandin e Richard Panek - Um livro escrito por Temple Grandin, uma autista diagnosticada com síndrome de Asperger, oferece uma perspectiva única sobre como funciona o cérebro autista.
2. **"NeuroTribes: The Legacy of Autism and the Future of Neurodiversity"** por Steve Silberman - Este livro explora a história do autismo e como nossa compreensão dele mudou ao longo do tempo, destacando a importância da neurodiversidade.
3. **"Autismo: Uma Leitura Espiritual"** por Marcelo Cunha - Um livro que aborda o autismo sob uma perspectiva espiritual, explorando o potencial das pessoas autistas e como a espiritualidade pode influenciar na compreensão e no tratamento do autismo.
Esses livros oferecem diferentes perspectivas e insights sobre o autismo, tanto científicos quanto pessoais.
filmes que abordam temas de bullying e autismo:
1. **"Uma Lição de Amor" (I Am Sam)** - Um filme que narra a jornada de um pai com deficiência intelectual (interpretado por Sean Penn) em luta pela guarda de sua filha. Embora não seja especificamente sobre bullying, aborda as dificuldades e desafios enfrentados por pessoas com deficiências intelectuais na sociedade.
2. **"Temple Grandin"** - Um filme biográfico que conta a história de Temple Grandin, uma mulher autista que se tornou uma renomada cientista no campo da pecuária. O filme mostra sua jornada pessoal enfrentando o preconceito e os desafios que ela supera para alcançar o sucesso.
3. **"Por Treze Razões" (13 Reasons Why)** - Embora seja uma série, não um filme, "Por Treze Razões" explora temas complexos como bullying, depressão e suicídio entre adolescentes. Embora não seja centrado no autismo, aborda questões importantes relacionadas à saúde mental e ao tratamento de outros.
Esses filmes oferecem perspectivas variadas sobre como o bullying pode afetar pessoas com diferentes experiências de vida, incluindo aqueles no espectro do autismo.
Claro! Aqui estão três séries que abordam o bullying e o autismo:
SERIES SOBRE BULLYNG E AUTISMO:
1. **"Atypical"**: Esta série da Netflix segue a vida de Sam Gardner, um adolescente com autismo, e como ele lida com as complexidades da vida, incluindo o bullying na escola.
2. **"The Good Doctor"**: Embora o foco principal seja na carreira médica do Dr. Shaun Murphy, um cirurgião jovem com autismo e síndrome de Savant, a série também aborda os desafios sociais e o bullying que ele enfrenta no ambiente hospitalar.
3. **"Everything's Gonna Be Okay"**: Esta série segue Nicholas, que se torna o guardião de suas duas irmãs adolescentes após a morte
**"A Culpa é das Estrelas"** é um romance escrito por John Green, publicado em 2012. A história gira em torno de Hazel Grace Lancaster, uma jovem de 16 anos que tem câncer, e sua relação com Augustus Waters, um rapaz que ela conhece em um grupo de apoio para pacientes com câncer. O livro é conhecido por tratar de temas como a mortalidade, o amor e a busca por significado em meio à adversidade.
A obra foi amplamente aclamada pela crítica e pelo público, e em 2014 foi adaptada para o cinema em um filme de mesmo nome, estrelado por Shailene Woodley e Ansel Elgort. O romance e o filme receberam elogios por sua sensibilidade ao lidar com questões complexas e emocionais.
ENTREVISTA
O que você acha sobre o bullyng?
O bullyng é um preconceito muito prejudicial para sociedade no geral tanto pros jovens pros mais velhos e para qualquer tipo de grupo
Fazer bullyng com corpo entre outros mas esse tipo de bullyng na escola é muito ruim
O bullyng é um fenômeno muito ruim.funcionario roberto.
O que você acha sobre o bullyng?
Eu acho muito ruim, bem errado quem faz bullyng eu acho q as pessoas que praticam deveriam ser presas
Lucas Oliveira da 901
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Fun fact antes de eu ter o transtorno eu pesava 51 e era muito difícil sair daquele peso,mas depois do desenvolvimento comecei a engordar muito,basicamente a sabotagem do Ed KKKKKKKKKKKK
#bulim14#garotas bonitas não comem#sh twt#t.a brasil#mia brasil#t.a br#transtornoalimentar#ana brasil#tw mia#pretty girls dont eat#starv1ng#anorexies#ana toughts#disordered eating thoughts#meninas bonitas não comem#borboletana#fat piggy
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“acho que sou autista.” o que fazer agora?
primeiramente, vou explicar o que eu fiz para buscar o meu diagnóstico. será um relato da minha experiência pessoal.
convido a outras pessoas autistas, que se sentirem confortáveis, para contar como foi o processo delas também.
eu tive uma crise de ansiedade, em 2023, no meu ambiente de trabalho e a partir disso resolvi buscar ajuda.
pelo site psymeet, encontrei uma psicóloga, com a qual me consulto hoje em dia. busquei uma profissional que trabalhasse com questões de ansiedade, mas também autismo.
isso, foi porque eu já estava com uma grande suspeita dessa possibilidade há alguns anos, desde 2020, para ser mais exata. já tinha conversado até mesmo com minha mãe e com alguns poucos amigos sobre a minha identificação com alguns traços do autismo.
com algumas sessões de terapia, ela me indicou uma neuropsicóloga que fazia avaliação neuropsicológica, mas, na época, eu não conseguia me comprometer com o valor. em média, uma avaliação custa entre 1800 a 4000 reais (lembrando que são muitas sessões).
então, o tempo se passou, eu consegui ser contratada no meu emprego (era estagiária), e novamente falamos sobre tentar o diagnóstico. dessa vez, ela me indicou um neurologista, pelo valor ser mais “acessível” (relativo, ok?). 350 reais a sessão.
bem, o neurologista podia fazer a anamnese comigo (vou explicar depois sobre), mas ele mesmo informou que era muito mais básico do que uma avaliação neuropsicológica, e me deixou escolher o que eu preferiria fazer.
optei pela avaliação neuropsicológica, por ser completa.
conversei com diversos profissionais, verificando os valores que caberiam no meu bolso, até que achei uma neuropsicóloga da minha cidade, que fazia a avaliação por 1800, mas, se dividido, ficava com os juros da maquininha. quase 2200, em 10x.
fiz várias sessões, nas quais vários testes foram aplicados. mas a parte principal da avaliação é a anamnese, que consiste em várias “entrevistas” para ser percebido os traços do autismo na vida da pessoa desde a primeira infância. e é por isso que as entrevistas também são feitas com familiares que estiveram presentes no desenvolvimento, dependendo do profissional, relatos de amigos e professores também são ouvidos.
no meu caso, minha mãe foi a pessoa entrevistada e foram algumas sessões de quase 1 hora cada com ela, em que várias perguntas foram feitas, sobre principalmente as minhas interações sociais, déficits e sobre como eu era na minha infância. o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, então os traços precisam existir desde a infância (mesmo que fossem “sutis”).
devo relatar que é muito cansativo todo esse momento da avaliação, extremamente desgastante, mas é muito importante. porém, sim, os profissionais tomam conta para não ultrapassar os limites do paciente, porque são muitos estímulos, muitos testes, muitas conversas.
o laudo da avaliação neuropsicológica saiu com o resultado de que eu sou autista.
a partir disso, retornei ao neurologista, conversamos e peguei o laudo + cid. com ele, além da medicação (lembrando que autismo não tem cura e a medicação é para ajudar com algumas dificuldades).
então, o meu caminho foi:
terapia > neurologista > neuropsicóloga que faz avaliação neuropsicológica > retorno ao neurologista.
mas pode ser simplificado em:
neuropsicólogo que faz avaliação neuropsicológica > neurologista (que vai recomendar terapia etc.
enfim, essa foi minha caminhada na busca do diagnóstico. depois posso fazer uma postagem sobre o porquê de eu ter escolhido o particular ao público, já que todos esses profissionais existem no público.
ah, como sou adulta e com duas faculdades, não seria possível chamar algum professor da minha educação básica, pois nem sei mais quem são eles. e sobre amigos, apesar de eu ter um bom número, pela minha dificuldade de interagir e tudo mais, também não foram opções.
é isso, pessoal. busquem o diagnóstico caso tenham se identificado com traços de transtornos. é, de certa forma, um alívio saber que suas questões tem um nome e tem um porquê.
#diagnóstico#avaliação neuropsicológica#autismo#tea#transtorno do espectro autista#autista#espectro autista#diagnóstico tardio#mulher autista#autista adulto
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AVISO DE GATILHO: Gordofobia, transtornos alimentares, dismorfia corporal e todos os assuntos relacionados a esse tópico.
Olá a todes! Eu gostaria de introduzir esse texto falando que houve demanda para que eu o escrevesse, mas infelizmente o que eu tenho a dizer é que eu simplesmente estava pensando sobre esse tópico e achei que seria interessante dar os meus dois centavos sobre isso
Considerações iniciais:
"Ah, mas obesidade é doença!" Sabemos, Jorginho. Não é meu intuito aqui negar as consequências seríssimas da obesidade para seres humanos, tendo influência no desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, entre outros. Qualquer pessoa tem essas informações em mãos, e o único contexto razoável para palpitar sobre a saúde de uma pessoa que não seja você mesmo é caso a outra pessoa seja uma criança/adolescente e você seja o responsável por essa criança/adolescente.
Nisso, é importante salientar que livros de ficção não são cartilhas do ministério da saúde e pessoas gordas fazem parte de um grupo cada vez mais numeroso, crescente, e negligenciado por todas as esferas sociais. Além disso, pessoas gordas estão extremamente suscetíveis a desenvolver doenças como depressão e ansiedade em virtude da maneira como são tratadas socialmente, e, devo salientar, saúde mental também diz respeito a saúde, e é tão importante quanto a saúde física.
Se, ainda assim, você não estiver convencido de que sua opinião sobre o quanto a obesidade não deve ser "romantizada" na ficção não é interessante, gostaria de saber se você implica com personagens fumantes, ou com cenas de sexo sem camisinha, ou com personagens usuários de drogas... Suponho que não. Nesse caso, guarde sua insignificância para si mesmo, e nos poupe de ouvir seus comentários que, mascarados de uma falsa preocupação com a saúde de pessoas gordas, são apenas preconceituosos.
Ademais, devo aqui também fornecer algum contexto: No atual período da minha vida, estou com 24 anos, e passei a maior parte da minha existência sendo gorda. Já fui todos os tipos de gorda, desde a gorda que se odeia, a gorda que tenta desesperadamente emagrecer e não consegue, a gorda que tem maus hábitos alimentares e é sedentária e hoje sou a gorda que não se importa com a maneira como meu peso muda minha aparência, mas tenta emagrecer por motivos de saúde. Certamente não sou a representante eleita para falar por esse grupo tão heterogêneo e numeroso, mas posso falar um pouco sobre as minhas experiências pessoais enquanto pessoa gorda e que tipo de representação eu gostaria de ver mais frequentemente em livros de ficção.
Estamos acostumados a ver pessoas gordas em posições de chacota e alívio cômico (como, por exemplo, o Duda Dursley, de Harry Potter), onde o tempo todo é reiterado o quanto essa pessoa come, o quanto ela ocupa espaço, o quanto ela é desajeitada. Em alguns casos, vemos também pessoas gordas em posições de vilania, no intuito de torná-las "monstruosas" (como, por exemplo, Úrsula, de "A Pequena Sereia"... Ou o Duda Dursley de Harry Potter). Estas posições são desumanizantes, porque servem para estigmatizar a pessoa gorda e demonizar o seu corpo.
Mas... É errado ter um gordo vilão ou alívio cômico?
Não. É claro que não. Sou partidária da ideia de que estereótipos não são sumariamente proibidos, porque existem pessoas que se encaixam neles. Existem pessoas gordas engraçadas ou pessoas gordas que são simplesmente ruins, assim como qualquer outra pessoa pode ser ruim também.
No entanto, caso você queira retratar esse tipo de personagem gordo, eu recomendo que você tome alguns cuidados.
O Gordo Vilão:
Esse daí acima é Francisco Ferreira, um dos personagens do meu livro em andamento "No Seu Ritmo 1", e provavelmente a pessoa mais desprezível de toda a história. Ele é uma pessoa ruim: Maltrata a enteada, bate no filho, humilhava a esposa que já está morta, tem relações sexuais com menores de idade sendo um cinquentão...
E ele é gordo.
Eu não sei exatamente quais foram os motivos que me fizeram enxergá-lo como um homem gordo na criação de seu personagem, mas isso não é importante, realmente, porque a sua personalidade cruel não orbita o fato dele ser gordo. No entanto, são frequentes as menções à sua falta de higiene e o quanto ele se alimenta mal, que são características do personagem, e isso poderia ser uma caricatura gordofóbica. É claro que poderia ser.
Esse daí é João Lucas Ferreira, um dos personagens de "No Seu Ritmo 1", que se torna mais importante em "No Seu Ritmo 2". No segundo livro, ele também é um homem gordo.
Ele é amoroso, tímido, tem problemas de autoconfiança, estuda engenharia mecânica, gosta de cães, assiste animes, se dá bem com família e amigos...
Ele é uma pessoa completamente diferente do Francisco, que é alguém horrível.
É importante que exista esse contraste entre João e Francisco porque a crueldade de Francisco não está atrelada ao seu peso. Meu objetivo com um personagem com Francisco Ferreira não é demonizar o corpo gordo para fazê-lo monstruoso; meu objetivo é apenas inserir características ruins em pessoas que são humanas.
Quando o único personagem gordo do seu livro é um vilão, isso pode ser um problema. No entanto, não há problema em fazer um gordo ser vilão, já que existem pessoas ruins com todos os tipos de corpos.
O que você quer dizer quando faz do seu personagem uma pessoa gorda? É importante se perguntar sobre isso também. Às vezes você tem interesse em criar um vilão gordo apenas para criar a pessoa mais "feia" e consequentemente menos gostável possível, e aí é um problema.
Ou você pode simplesmente criar vilões gordos porque... Pessoas são diferentes, oras bolas!
(João não é o único personagem gordo "legal" da duologia No Seu Ritmo, mas ele provavelmente é o mais importante)
Dito isso, vamos ao segundo tópico.
2. O Gordo "alívio cômico"
Confesso que esse estereótipo me incomoda bem mais que o acima, porque eu o considero bem mais desumanizante. Basicamente você usa o corpo do personagem como forma de aliviar a tensão da narrativa, gerando algumas cenas cômicas aqui e ali, como, por exemplo, quando um bruxo coloca um RABO DE PORCO no seu personagem gordo. Bom dia, J. K. Rowling!
Eu também não considero esse estereótipo algo proibido, mas precisa haver algum cuidado quando estiver escrevendo um personagem assim. É verdade que existem pessoas gordas que são palhacinhas (assim como pessoas de todos os corpos), mas caso os corpos delas sejam utilizados como forma de descontração... Não. Só não.
Um bom exemplo também é o personagem Leitão, do livro Jantar Secreto, escrito por Raphael Montes. Esse personagem é uma caricatura muito gordofóbica (a começar pelo nome, né? Com certeza o autor deve ter achado o trocadilho hilário) e frequentemente o narrador tenta extrair uma descontração na tensão da narrativa, que trata de um assunto bem denso, falando sobre o quanto ele come, sobre o quanto a barriga dele é protuberante ou sobre o quanto as roupas dele são grandes.
(Eu gosto desse livro, a propósito. Dá pra gostar das coisas de forma crítica)
Mas e se meu personagem gordo for do tipo que faz piada com o próprio peso? Bom... Essas pessoas existem. Eu nunca fui esse tipo de pessoa, mas eu conheci algumas na minha vida.
Todas essas pessoas, sem exceção, eram assim para escapar do bullying, piadas e zoação. Explico: Antes mesmo que alguém fale o quanto sua bunda não cabe na cadeira, ou o quanto você está parecendo um balão com essa roupa, ou te compare com um elefante... Você mesmo faz.
Isso é muito violento, mas é uma forma de ser aceito. É uma forma de usar de algo que você sabe que será usado contra você como forma de gerar descontração, conquistar as pessoas pelo humor. Não é menos desumanizante porque é você quem faz, mas quando vem de você, você tem o controle da narrativa.
Eu gostaria muito de ver esse tipo de situação sendo trabalhada na psique de uma pessoa gorda, porque não é algo tão simples. Não é simplesmente "hahaha, ele é piadista!". Não. É uma forma de desrespeito, a gente sabe disso.
Por que o seu personagem gordo é tão cruel consigo mesmo? Por que ele naturaliza microagressões a ponto de praticá-las e naturalizá-las? Você está pronto para explorar esse lado do psicológico do seu personagem?
É óbvio que você pode simplesmente criar um personagem que faz piada do quanto ele parece uma baleia e do quanto ele ocupa espaço porque ele é engraçadão, divertido, daora. Um cara que não liga se você fala que ele come demais, que as roupas dele são do tamanho de uma lona de circo, que quando ele pula, gera um terremoto. Não sou eu quem vai te proibir. Mas essa, na minha opinião, não é uma boa representação, e não é algo que eu gostaria de ler.
Além desses dois tipos de personagem gordo, podemos falar de um terceiro, que pode ou não vir em conjunto com os outros dois acima
3. O personagem gordo que come muito/come mal
Novamente repetindo: Não sou contra você criar personagens que representam pessoas que existem.
Existem MUITAS pessoas que são gordas porque comem muito e comem mal (presente!). Existem pessoas que são gordas porque almoçam cup noodles, jantam x-frango e são sedentárias (bom dia, essa era eu em 2022). Mas existe uma nuance nesse ponto que eu vejo poucas pessoas explorando:
Pouquíssimas pessoas se alimentam mal e são sedentárias porque escolheram isso.
Normalmente, a alimentação da pessoa gorda entra na história somente como alívio cômico (voltamos ao ponto do gordo engraçadão) e pra fazer uma caricatura dele. Ele não se importa com o que come, é bonachão, espalhafatoso, manda pra dentro um monte de fritura, sorvete e refrigerante...
Na vida real, as pessoas não estão felizes em jantar McDonald's todo dia, não só porque isso te torna, bem... Gordo, mas também porque as implicações desse tipo de alimentação para a sua saúde não são boas.
E aí você pode argumentar que é uma questão de motivação, de perseverança e disciplina (assim como aqueles coaches de academia falam, mas enfim)
E, claro, algumas pessoas estão mais determinadas a se alimentar corretamente e praticar exercícios do que outras. No entanto, alguns pontos seríssimos estão sendo desconsiderados quando as pessoas afirmam que é questão de "querer": Dinheiro, tempo e, sobretudo, saúde mental.
Sim, eu cheguei aos 110kg comendo cup noodles porque minha saúde mental estava uma merda. Eu tinha crises de ansiedade, minha depressão não me permitia me dedicar a um esporte...
Muitas vezes, a má alimentação é causada por transtornos alimentares relacionados a transtornos que envolvem dismorfia corporal.
E aí, você está disposto a trabalhar com isso? A desenvolver o gordo que se alimenta mal, que é sedentário, e trabalhar com as implicações psicológicas que levam ele a ser assim?
Mas e se eu quiser fazer um gordo que se alimenta mal porque gosta, que não está nem aí para a própria saúde física, que não tem problemas de saúde mental, dinheiro e tempo que o levam a se alimentar mal e ser sedentário? Você pode fazer absolutamente tudo, eu não sou seu pai e nem presidente da Associação dos Leitores Gordos Brasileiros (ALGB), não tenho poder nenhum pra te impedir de fazer algo. Mas, se quer a minha opinião (e se você ainda está lendo esse texto, é porque você quer), essa é uma representação rasa de pessoa com maus hábitos de saúde. Ninguém adquire maus hábitos de saúde porque quer, porque é "preguiçoso". As coisas são mais complexas do que isso.
A decisão, no entanto, é e sempre será sua.
4. O gordo que possui ótimos hábitos de saúde
Essa é uma opinião extremamente pessoal minha e eu não sei se outras pessoas gordas vão concordar comigo, porque eu nunca conversei sobre. No entanto, algo que acontece com relativa frequência quando uma pessoa magra decide escrever sobre pessoas gorda é subverter o estereótipo do gordo preguiçoso totalmente, fazendo assim um gordo que se alimenta extremamente bem, se exercita com regularidade e ainda assim é gordo.
Isso é, sem dúvidas, uma opção melhor do que criar um Duda Dursley da vida, mas eu ainda acho um pouco... Desumanizante.
Vamos para a questão prática do negócio: É possível que uma pessoa com excelentes hábitos de saúde seja gorda? Sim (Lembrete que uma pessoa gorda é diferente de uma pessoa que não é magra, uma pessoa que não é sarada, uma pessoa que não possui um corpo de modelo. Muitas pessoas se consideram gordas simplesmente porque não cabem num jeans 38, mas a realidade tá longe de ser essa). No entanto, sejamos francos: É um pouco improvável. É claro que seu metabolismo tem um papel importante no emagrecer/engordar, mas a menos que você possua uma síndrome metabólica séria, é um pouco difícil uma pessoa que só come alface, frango grelhado, vai à academia 6x por semana e faz isso com certa regularidade ser efetivamente gorda.
Mas não é verossimilhança o que me incomoda aqui, de fato. Esses dias eu li um livro em que um cara montava num dragão. Dragões existem? Bom, naquele livro existe. Por que não pode existir, num livro de ficção, uma pessoa gorda com hábitos de saúde impecáveis?
O que incomoda a MINHA pessoa, EU, Lírio, nesse tipo de representação, é que parece que você está querendo fazer a pessoa compensar por ser gorda.
Ela é gorda, tadinha... Mas não é por culpa dela, porque olha só, ela se alimenta sempre certinho e faz exercício! Ela é gorda porque o corpo dela a castigou. Olha só, gente, ela tem o direito de ser gorda, porque está se esforçando para não ser!
É complicado. Por mais que pessoas como Alexandrismos digam o contrário, a maioria de nós não tem hábitos de saúde impecáveis. Isso não é nossa culpa, porque, como eu comentei, existem outras questões envolvidas, mas é fato que hábitos alimentares e sedentarismo estão envolvidos no emagrecer/engordar.
Aliás, sejamos francos: A grande maioria das pessoas (gorda ou magra) não é 100% responsável com sua dieta e condicionamento físico.
Nós somos humanos. Às vezes comemos alface com frango, às vezes comemos uma coxinha. Tem dias que a gente vai pra academia, dias que a gente não tá afim. Tomar refrigerante é muito bom, sim, mas pode ser que hoje eu queira uma água gelada. Existe um enorme espaço entre os extremos.
Mas, então, o que eu devo fazer?
Olha, o que eu acredito que seja a melhor opção (e essa é somente a minha opinião, você não é obrigade a concordar e tudo mais, muito menos a seguir o que eu estou falando) é... Não comentar sobre hábitos alimentares de personagens gordos.
Você faz isso com os seus personagens magros? Por que caralhos está preocupado em deixar explícito no seu livro se o seu personagem gordo se alimenta bem ou mal, se ele faz exercícios ou não? Isso é relevante para o plot dele?
Dá pra desenvolver outras coisas que não envolvam responder se o seu personagem é gordo por má alimentação e sedentarismo ou simplesmente genética. Quem se importa pelo motivo pelo qual ele é gordo, afinal?
5. O fato do meu personagem ser gordo deve afetar o seu plot?
Eu tenho sempre essa dúvida quando eu vou escrever personagens de minorias as quais eu não pertenço. Escrever um personagem negro que não sofre racismo na trama é apagamento ou é evitar o que a gente chama de "pornô de sofrimento"? De que forma o personagem ser de minoria impacta o seu desenvolvimento na trama (ou não impacta)?
A resposta, como sempre, é depende.
Esta é Aya. Ela é uma das protagonistas de Caos e Sangue, e faz uma aparição importante em Inflamável. Ela é enfermeira, gosta de plantas, é carinhosa, vaidosa, vive com seu pai... E é gorda.
Na verdade, o fato dela ser gorda afeta pouquíssimo o plot dela. Isso porque Caos e Sangue se passa no ano de 1884, em um país chamado Carmerrum, que não existe. Há pressão para que as mulheres de determinados grupos sociais se encaixem em padrões de beleza, mas não é o caso de Aya, uma enfermeira que vive com o suficiente necessário para manter um ser humano, longe de ser parte das elites ou de uma das famílias tradicionais do país.
Ela possui problemas maiores (e aqui não estou falando que autoestima não é um problema grande, estou falando que dentro do contexto da história, Aya se preocupa com outras coisas). O fato da sua mãe ter sido morta pelos poderosos, por exemplo, ou simplesmente não ter certeza se terá o suficiente para viver com dignidade no mês seguinte. É muito bem resolvida com o próprio corpo e gosta de si mesma, fato que é reforçado pelas pessoas com quem ela se relaciona.
É correto dizer que o fato de Aya ser gorda não é relevante do seu plot, sendo apenas uma característica que o leitor sabe porque é mencionada a fins descritivos.
Essa, por outro lado, é Isabella. Ela é uma das protagonistas de Borboletas & Furacões. É formada em medicina pela UNESP de Botucatu, especializada em psiquiatria, gosta de comédias românticas, livros melosos e cores pastéis. Ela também é gorda.
Ela e Aya se dariam muito bem, eu penso. Infelizmente isso não é possível, porque Aya vive em Carmerrum no ano de 1884 e Isabella vive em São Paulo, no ano de 2017.
Há uma diferença gritante entre Aya e Isabella, porque Isabella é extremamente afetada com o próprio peso e imagem, algo que não afeta Aya.
Mas por que isso acontece?
Claro que o fato de serem duas personagens diferentes implica duas personalidades diferentes, e as pessoas reagem às adversidades da vida de forma diferente das outras. Mas acredito que a maneira que determina a diferença entre autopercepção de ambas essas mulheres está em: Contexto social/histórico e backstory.
(Perdão, eu sou paulista, não consegui não enfiar uma palavra em inglês no meio do texto)
Bom, em primeiro lugar, não preciso dizer que os conceitos sociais de beleza em uma sociedade que não existe (Carmerrum) serão diferentes daqueles em uma sociedade que existe (São Paulo), uma vez que, ao ambientar meu livro em Carmerrum, eu faço as regras. Ao ambientar em São Paulo, não faço tanto as regras assim. Mas o período temporal é importante também, sobretudo se estamos falando das regras de uma sociedade ocidental (e, sim, alguém aqui vai me falar que o Brasil não faz tecnicamente parte do ocidente, e sim do sul global. Quando eu quero dizer "sociedade ocidental" eu quero dizer que nosso conceito de beleza é diferente do conceito dos indianos, por exemplo, ou do conceito dos povos da Mauritânia. Querendo ou não, o Brasil segue mais ou menos o mesmo padrão de beleza que os estadunidenses e europeus). A imposição de um corpo magro ocorreu à partir do século XX, com a indústria do consumo, em que os alimentos de alto valor calórico se tornaram mais acessíveis e a propaganda midiática se tornou mais difundida também. Dessa forma, o corpo gordo parou de ser sinônimo de beleza e começou a ser reprovado, sendo assim perseguido cada vez mais um ideal de magreza extrema.
Ao entrarmos no século XXI, isso se intensificou ainda mais (e eu posso dizer isso com propriedade, porque eu estava viva no início do século XXI e fui afetada pelos ideais de magreza inalcançável que eram bombardeados para nós através das supermodelos que figuravam as telas da TV), e ainda hoje o nosso padrão de beleza é predominantemente magro.
Estou dizendo isso tudo para explicar que, em qualquer sociedade do mundo, o padrão de beleza em 1884 e em 2017 será diferente, e consequentemente afetará pessoas que viveram nesses respectivos anos de formas distintas.
Além desse ponto, também é importante salientar que a nossa autopercepção é moldada de acordo com as experiências individuais de cada um.
Aya não foi afetada por ideais de beleza inatingíveis. Ela tinha um sonho simples: Ser bem sucedida como enfermeira (a profissão de sua mãe) e fazer com que aqueles que a mataram pagassem por isso. Só. As motivações dela são outras, e nada em seu passado indica problemas de autoimagem a respeito do próprio peso.
Isabella, por outro lado, possui uma motivação completamente diferente na narrativa.
A história já começa nos transportando para 2007, o último ano do ensino médio de Isabella, onde nos é revelado que ela sofre bullying por causa de seu corpo. Isso foi algo que Aya não teve que passar. Isso é algo que deixa marcas permanentes no nosso psicológico.
Além disso, devo dizer que o bullying não foi o único (embora seja o mais relevante) dos problemas que Isabella viveu devido ao seu peso.
(E, sim, ela também é lésbica, o que gera OUTRO problema de autoaceitação. Mas vamos focar no tópico aqui).
Isso é importante porque nossa imagem sobre nós mesmas é criada a partir de nossas experiências passadas. É bem provável que alguém cuja existência enquanto pessoa gorda foi moldada por bullying na adolescência tenha uma visão sobre o próprio corpo diferente de alguém que não tem essa violência como marcador.
E aí, caímos, como sempre, na famosa construção de personagem. Cada personagem é único. Quais os fatores que você quer que se sobressaiam em sua existência?
(Acho que cabe aqui um parêntesis: Pouquíssimas pessoas gordas que vivem no século XXI seriam 0% afetadas psicologicamente pela gordofobia. É importante explorar como ser gordo afeta a vivência do seu personagem, mesmo que não seja algo muito importante em sua personalidade. Vivemos em uma sociedade gordofóbica, afinal.)
6. Autoestima x Pessoas gordas
Falei um pouco sobre isso no tópico anterior, mas acho importante separar um pedaço do texto pra falar especificamente sobre isso.
Eu não vou aqui explorar as infinitas possibilidades de construção de um personagem gordo, como a possibilidade de você estar escrevendo ele numa história ambientada no período renascentista, onde ser gordo era incontestavelmente o padrão de beleza, ou a possibilidade de você estar construindo o seu personagem numa sociedade que não existe, ou numa sociedade cujos padrões de beleza são muito diferentes daqueles que a gente reproduz na sociedade atual.
Vou aqui falar de histórias que se passam em sociedades parecidas com a nossa, num período histórico recente.
É possível que o seu personagem não se afete com imposições midiáticas de beleza? É possível. É provável? Bom...
Não estou aqui te impedindo de escrever um personagem gordo que nunca teve problemas de autoestima, eu não estou aqui para te impedir de escrever nada. Algumas pessoas talvez prefiram essa representação. Eu, pessoalmente, acho bem pouco crível, e se você conversar com as pessoas gordas ao seu redor (mesmo aquelas que não tem grandes conflitos com seus corpos, como eu), verá que essa está longe de ser a realidade.
Meu personagem gordo precisa se odiar, então?
Não. Na verdade, eu não recomendo que você crie um personagem gordo que sente um ódio feroz e paralisante de si mesmo a menos que estude bastante sobre isso (nem mesmo se você tiver passado por essa fase), porque é algo muito complexo e delicado, além de poder reforçar umas ideias não tão legais se não for feito com responsabilidade. Nem mesmo a minha personagem citada anteriormente, a Isabella, sente esse tipo de ódio intenso e cruel de si mesma: Ela tem uma vida para além disso.
O que eu estou dizendo é que faz parte da construção do personagem trabalhar o quanto a gordofobia o afeta. Porque a gordofobia existe, certo? E como o seu personagem reage a isso?
Eu gosto muito desse trecho, porque ele mostra como dois personagens diferentes reagem ao fato de ser gordo. João e Helena são irmãos de mãe, ambos aparecem em No Seu Ritmo 1 (sendo Helena uma das protagonistas, e João um coadjuvante), mas em No Seu Ritmo 2 ambos os personagens tem papéis importantes e ambos são descritos como pessoas gordas.
Perceba que nenhuma das duas existências é proibida: Nem a de João, que sente vergonha do próprio corpo, nem a de Helena, que se sente bem consigo mesma. Só que isso implica alguns questionamentos: O que faz João se odiar? O que faz Helena gostar de si mesma? Qual será o tratamento dado a João para si mesmo ao longo da narrativa? Ele pretende mudar essa visão sobre si? É interessante que ele mude, mas não obrigatório. Livros não precisam ter lição de moral, mas eu ficaria mais satisfeita em ler uma história onde uma pessoa gorda que não gosta de si mesma aprende a se sentir bem no próprio corpo ao longo dos acontecimentos.
Também há um ponto que deve ser levado em consideração aqui: Ainda que Helena seja bem resolvida consigo mesma, ela não está imune dos julgamentos de uma sociedade gordofóbica. Ao longo da história ela fala mais de uma vez como ela dribla esse tipo de problema e como ele o afetou logo que ela começou a ganhar peso, e vemos que não foi algo instantâneo. Não existe pessoa separada de sua sociedade.
(Existem também alguns pontos que normalmente afetam mais o seu personagem do que outros, como esse personagem ser uma mulher ou um homem GBT. No caso, Helena é mulher, e João é um homem gay. Para um homem cis hétero, essa percepção acerca do próprio corpo seria diferente. Mas aí são outros 500)
Eu pessoalmente acho um pouco... Artificial o personagem gordo que se ama o tempo todo. Ninguém é assim, nem pessoas magras são assim. Eu aposto que até a Virgínia (que eu não acho bonita sob nenhum ângulo, a propósito) tem seus problemas de autoestima. Ajudaria o seu personagem a ser mais real caso você inserisse esses pequenos momentos de autoestima flutuante ao longo de sua vida.
(E a Thais Carla? Bom, a Thais Carla é, assim como TODOS os influencers, um personagem. Ela mostra para seu público o que ela quer. Eu duvido que não haja um mísero dia em que ela acorde se sentindo mal)
Por outro lado, a pessoa que se odeia o tempo todo também não é um tipo de personagem que eu goste. Sei lá, me faz ter a impressão de não há nada de bom em ser gordo, que tudo na sua vida gira em torno do seu corpo. Existem pessoas que pensam assim, e isso é uma distorção cognitiva (você pode abordar isso caso queira pesquisar bastante), mas eu não acho que a maioria das pessoas saiba trabalhar com essa situação.
Busque sempre um ponto de equilíbrio entre extremos, para não pender nem para a pessoa que se odeia imensamente e nem a pessoa que nunca se sente mal.
7. A pessoa gorda que emagrece ao longo da trama
Como eu falei, isso aqui não é um index librorum prohibitorum da representatividade gorda. Você pode escrever o que quiser, sem sombra de dúvidas, e eu não estou aqui para te cancelar ou te proibir de fazer algo.
Mas eu, pessoalmente, ODEIO esse tipo de plot. Não entendo muito qual o sentido de escrever um personagem gordo se ele está lá pra emagrecer e passar a mensagem de que tem algo de errado com o corpo inicial dele.
Existem exceções? Claro que existem. Você pode escrever esse plot como uma crítica. Você pode explicar o quanto os padrões de beleza afetam a saúde mental da pessoa gorda. Você pode também inserir isso como condicional a outra situação que não seja "Emagreceu porque quis perseguir um corpo melhor e isso é bom". Por exemplo, em Inflamável (Spoiler!), continuação de Caos e Sangue, a personagem Aya passa meses em um calabouço, se alimentando mal e tendo pouco acesso a questões básicas de sobrevivência para um ser humano. Isso faz parte do plot dela, é necessário para o desenvolvimento da história, e eu achei que seria simplesmente incongruente colocar uma personagem para lidar com essas questões desumanas e manter ela gorda.
Por isso, e somente por isso, ao final de Inflamável, Aya está magra. Mas isso não busca trazer lição de moral sobre o corpo de pessoas gordas, é simplesmente ser fiel à realidade de que ser exposta a uma privação extrema de nutrientes vai te emagrecer (de forma não saudável, aliás).
No geral eu diria pra você evitar esse tipo de desfecho. Não é algo que pessoas gordas curtem ler, e definitivamente não é algo que eu gostaria de ler (A menos que esteja num dos dois casos anteriores citados). Se for pra colocar um personagem cujo objetivo dele é ficar magro ao longo da narrativa, simplesmente insira um personagem magro de uma vez.
8. Personagens gordos x parceiros afetivos
É, bem, eu provavelmente sou a pior pessoa pra falar desse tópico, porque apesar de ser possivelmente arromântica, eu gosto de dar parceiros afetivos para os meus personagens. Romance é mais divertido quando é entre pessoas que não existem, e eu tenho o controle de todas as variáveis.
Mas eu não acho que exista algum problema no seu personagem gordo terminar a narrativa sem uma pessoa amada, desde que a motivação para esse fato não seja ele ser gordo.
É claro que a gente sabe que há um preterimento afetivo muito grande de pessoas gordas na nossa sociedade, e que uma pessoa gorda possivelmente terá mais dificuldades para encontrar parceiros do que uma pessoa padrão. Mas é um pouco... Cruel você condenar alguém gordo à solidão afetiva pelo fato da pessoa ser gorda, e também não é verdade que é impossível ou altamente improvável que pessoas gordas encontrem parceires que as amem e as respeitem.
No entanto, o seu personagem gordo pode ficar sozinho por outros motivos. Ele pode ser aroace, como o Isaac de heartstopper (eu odeio essa obra, a propósito, mas eu não acho que essa crítica ao personagem gordo não ter par afetivo seja coerente). Ele pode ser uma pessoa ruim. Ou ele pode simplesmente não querer relacionamentos no momento.
Inclusive, você pode explorar como a nossa sociedade sempre espera que todo mundo tenha interesse em relacionamentos afetivos, mas isso não corresponde à totalidade das pessoas. Seria interessante.
Eu penso que seria, assim, de bom tom, se o seu personagem gordo solteirão não fosse o único personagem gordo ou o único personagem solteirão da obra. Seria interessante também inserir um personagem gordo que se relaciona afetivamente com alguém ou um personagem magro que acaba sem relacionamentos ao final da trama. Mas isso é apenas algo que eu penso que seria de bom tom, não é uma regra, e nem faz da sua obra automaticamente desrespeitosa.
Meu personagem gordo pode/deve ficar necessariamente com outra pessoa gorda?
Esse questionamento me veio à mente enquanto eu estava digitando esse texto, e eu acabei percebendo que nenhum dos meus personagens gordos se envolve afetivamente com outra pessoa gorda.
Mas, olha... Seria interessante. Muito se reclama que há muitas obras (entenda "muitas" como algo nichado, porque a gente sabe que a maioria esmagadora das obras trata apenas de personagens padrão) com mulheres gordas que se relacionam com homens sarados, o que por um lado é uma boa representatividade para as mulheres gordas, mas os homens gordos continuam sendo jogados para escanteio. Eu mesma tenho um único personagem homem gordo "bacana", digamos assim, que é o João Lucas (e ele é gay). Nunca vi um casal gordocentrado e, para ser sincera, eu gostaria de ver.
Mas, claro, não é obrigação. Como eu falei, nem eu mesma faço isso. Não é errado unir uma pessoa gorda com uma pessoa magra em um casal, de forma alguma.
(Cabe aqui a ressalva: Esses parágrafos foram redigidos sob uma lógica monogâmica de relacionamentos. Em uma lógica não monogâmica, as regras são outras, e aí depende do que você quer para o seu personagem. Mas eu acho um pouco difícil alguém que se relaciona não monogamicamente ter apenas afetos gordos, justamente pela não delimitação que esse tipo de relacionamento traz. No entanto, é possível, claro)
9. Pornô de sofrimento
Eu achei importante colocar um tópico sobre isso aqui. A gente chama de pornô de sofrimento qualquer história que dramatize excessivamente as mazelas que acometeram determinados grupos sociais, no intuito de gerar comoção às pessoas que não fazem parte desses grupos, mas acaba sendo algo extremamente desconfortável para as pessoas que fazem.
Esse termo é geralmente utilizado para grupos que sofreram genocídio, como pessoas pretas ou judeus. Não sei se é o mais adequado usar ele para pessoas gordas, uma vez que nunca existiu um "genocídio gordo", então, em todo caso, eu peço perdão caso uma pessoa preta ou um judeu se ofenda pelo emprego do termo. Basta um pedido em qualquer uma das minhas redes sociais que eu irei retirá-lo e trocar por outra coisa.
No entanto, acho pertinente falar de uma situação parecida que acontece com demais grupos sociais marginalizados, e penso que esse termo ilustra bem o que quero dizer. É quando em, algum produto de mídia, uma pessoa insere uma pessoa de uma minoria social apenas para fazê-la sofrer, no intuito de gerar comoção.
Mas você acabou de dizer que não podemos ignorar as marcas da gordofobia na sociedade, Lírio! É, eu disse. No entanto, há um salto gigantesco entre isso e expor excessivamente uma pessoa que não existe a uma violência que acomete pessoas reais e causa mal estar nessas pessoas.
Você não precisa colocar um personagem sofrendo um bullying pesado para mostrar que a gordofobia existe. Você não precisa colocar um personagem sofrendo sucessivas rejeições das pessoas por quem ele é apaixonado, com mensagens cruéis e humilhantes, para mostrar que gordofobia existe. Você também não precisa colocar cenas e mais cenas da pessoa não cabendo nas roupas e quebrando as cadeiras quando senta.
Nós temos uma vida para além de sermos gordos. Nos podemos viver outras coisas. Eu sou farmacêutica, escritora, gosto de ler e amo gatos. Eu tenho amigos, saio com eles às vezes (introvertida sofre) e gosto de conversar sobre assuntos diversos. Eu não sou apenas a gordofobia que eu sofro.
Seu personagem pode sofrer gordofobia, mas evite transformar isso no ponto central do plot dele.
Mas é proibido? Mais uma vez, você não está proibido de fazer nada. Eu não sou sua mãe, não sou o presidente da ABL, não fui eleita pelos gordos falantes de português™️ para representá-los. Apenas seria algo que não me faria confortável de ler e também não faria a maioria das pessoas gordas que eu conheço confortável.
Você quer representar um grupo que não vai se sentir confortável ao ler sua história?
10. Como descrever um personagem gordo?
Ah, sim, eu sei que você estava esperando por esse tópico. Eu deixei ele por último, porque normalmente as pessoas só se importam com ele, como se todo o resto fosse desimportante. Eu na verdade acho ele o menos importante possível, porque a resposta é um grande depende
Vale aqui lembrar que o narrador não é o autor. O seu narrador (principalmente se for em primeira pessoa) pode ser gordofóbico. O personagem Dante, narrador de Jantar Secreto, frequentemente descreve o personagem Leitão de maneira gordofóbica, porque ele é gordofóbico. Não é obrigatório, nada é obrigatório, mas seria interessante se você, autor, desse ao longo da narrativa sinais de que a forma como esse narrador está se comportando não é legal (Infelizmente o Raphael Montes falha bastante nesse aspecto, e eu não encontrei esses sinais ao longo do romance. Mas enfim).
Mas caso você não queira criar um narrador intencionamente gordofóbico, aqui estão algumas dicas que eu pessoalmente acho que você poderia fazer.
Não há nada de ofensivo em usar a palavra gordo. Ela é descritiva, não ofensiva. Fulano de tal era gordo, ponto. Eu evitaria eufemismos como "cheinha, fofinha, acima do peso" porque parece que você está tentando amenizar o fato da pessoa ser gorda. Existem exceções: Leonardo, de No Seu Ritmo 2, frequentemente descreve a Helena como "cheinha" ou "gordinha", porque ele é marido dela. É uma forma carinhosa de se referir à mulher que ele ama, algo que não faria sentido algum se o narrador (terceira pessoa onisciente) ou uma pessoa completamente estranha chamasse a personagem dessa forma.
Agora, descrevendo com mais precisão: Existem inúmeras formas de corpos gordos, principalmente em corpos predominantemente estrogenados (pessoas AFAB que não tomam testosterona ou pessoas AMAB em TH). Existem pessoas com barrigas maiores, seios maiores, braços maiores, glúteos maiores... É um pouco complicado descrever sem cair na caricaturização ou na hipersexualização, então eu costumo não gastar muitas linhas falando dos corpos de pessoas gordas numa apresentação inicial e trago essa informação em outros momentos mais oportunos. Helena, de No Seu Ritmo 2, é uma gorda com o formato de corpo mais "violão". João, por outro lado, possui uma barriga proeminente. Quando o momento pede, tais descrições são fornecidas. Num momento inicial, eu digo que a pessoa é gorda, e só isso basta. Por vezes, pode ser necessário dizer que um pessoa é gorda maior ou gorda menor, principalmente em caso comparativo; João, por exemplo, é maior que Helena. Mas quem deve determinar isso é você.
Esse é um trecho onde João fala com Benjamin, seu par afetivo, sobre as suas inseguranças, e nele podemos enxergar qual o formato de seu corpo.
Caso não exista oportunidade para descrever se o seu personagem tem mais peito, bunda, barriga ou braço, provavelmente é porque não é relevante para a narrativa. Se for, em algum momento essa oportunidade irá surgir, e será feita de forma natural.
O que eu recomendo que você evite: Comparar pessoas gordas com animais, como baleias e elefantes (eu sei que isso é óbvio, mas às vezes o óbvio precisa ser dito) e ficar reforçando o tempo todo o quanto ela é grande, e as roupas dela são grandes, e o quanto ela ocupa espaço. Não é o tipo de descrição que eu curtiria. (E, mais uma vez, você não está proibido de fazer NADA, estou apenas dizendo que eu não iria achar legal).
11. Gatilhos
Eu achei que tinha acabado, mas achei importante inserir esse parêntesis aqui.
Frequentemente tramas que tratam de minorias sociais trazem algum gatilho. Com pessoas gordas, é bem possível que a sua trama engatilhe alguém, principalmente devido à forma como você irá abordar o tema.
É um pouco difícil dizer o que irá engatilhar alguém ou não, e eu também não penso que seja proibido ou desaconselhável fazer uma obra que desperte gatilhos em alguém (desde que você avise antes). Minhas obras provavelmente despertariam gatilhos em alguém. Borboletas & Furacões já começa com uma pessoa gorda sofrendo bullying!
Mas, se for do seu interesse criar uma obra mais leve, eu recomendo que você não faça seu personagem passar por situações estressantes, não crie um personagem que se odeia e aborde a gordofobia de forma leve e sutil (talvez até ambientando essa história numa sociedade que não existe, por exemplo, e onde a gordofobia não é tão forte). Isso irá minimizar ao máximo o fator estressante contido no seu livro.
12. Peso e altura
Voltei aqui rapidinho pra fazer um adendo rápido.
Muita gente acha que falar peso e altura de personagem gordo é uma forma respeitosa de mostrar que ele é gordo mesmo, canonizar esse fato. Mas se eu pudesse dar meus dois centavos sobre isso, eu diria para você não fazer isso, primeiro porque não quer dizer muita coisa efetivamente (já que IMC desconsidera vários fatores, como a quantidade de massa magra) e segundo porque isso atrai T.A como açúcar atrai formiga. A menos que seja extremamente necessário e faça um sentido absurdo, evite citar peso e altura de personagem. (Na minha humilde opinião etc você pode fazer o que quiser, só não é algo que eu aconselharia você a fazer)
Abraços, espero que esse texto tenha ajudado e qualquer discordância/dúvida/sugestão/adendo, sintam-se livres para me procurar em qualquer rede social!
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Dia da Conscientização do Transtorno do Espectro Autista
Desde 2007, foi definido pela ONU o dia 02 de abril como “O Dia Mundial da Conscientização Sobre o Autismo”. TEA (Transtorno do Espectro Autista) é “um termo amplo que descreve um grupo de condições do neurodesenvolvimento”, segundo publicação da Isto é e “(…) em 2016, um estudo feito nos Estados Unidos com crianças de 8 anos descobriu uma proporção de 4,3 meninos com TEA para uma menina com TEA. Na mesma pesquisa, uma em cada 54 crianças era autista.” No dia de hoje, falaremos um pouco sobre como a representatividade na mídia pode ajudar tanto crianças autistas a se sentirem confortados, quanto crianças neurotípicas (que não possuem quaisquer transtornos de desenvolvimento neurológico) a conviver melhor com os colegas neurodivergentes (possuem transtornos de desenvolvimento neurológico).
Num artigo chamado “Como Steven Universe me ensinou a abraçar minha identidade neurodivergente”, Joseph Stanichar relata sua própria experiência de crescer com a série, que estreou alguns meses antes do seu aniversário de quatorze e terminou quando ele já chegava aos 20. Josh diz: “Eu estava vivendo um dos anos mais difíceis da minha vida, pois me sentia cada vez mais isolado de meus colegas e mantinha expectativas irreais de sucesso acadêmico (…) como alguém em processo de aceitar tanto o diagnóstico de autismo como o de TDAH, eu me sentia inferior às pessoas neurotípicas quase todos os dias. Eu pensei que Steven Universe , um programa sobre um garoto que luta contra monstros ao lado de suas três mães alienígenas do rock chamadas Crystal Gems, poderia ser uma fuga para mim. Em vez disso, esse desenho bobo sobre rochas espaciais acabou oferecendo algo mais. Direta ou indiretamente, Steven Universe me ensinou várias vezes sobre a importância da empatia, paciência e compreensão para com os outros, mas especialmente para nós mesmos.”
Jayar Brenner, um pesquisador autista da Universidade do Estado de Michigan, também escreveu sobre a importância de Steven Universe para pessoas do espectro. Ele afirma que mesmo que Pearl não tenha sido escrita para ser uma pessoa com autismo, a personagem ainda é um retrato positivo do que significa ser alguém autista. “Quando você faz parte de uma comunidade que não é muito representada, é comum procurar personagens com os quais você possa se relacionar fora de uma lente diretamente rotulada. No meu caso, esses personagens nunca são rotulados como autistas, mas seus maneirismos e experiências de vida ainda são marcantes.”, ele explica que resolve usar o termo autistic-coded, do mesmo jeito que a comunidade LGBTQIA+ usa queercoded, para explicar personagens que não são explicitamente autistas, mas cujos maneirismos remetem a essa experiência. Ele liga Pearl a várias experiências que também passa como autista: seletividade alimentar, interpretação literal, intensidade emocional, masking (uma resposta ao ridículação social que significa alterar completamente quem você é e como se comporta, para segurança e conforto social) e necessidade de planejamento e rotina.
Entrapta de She-ra por sua vez, não é uma personagem autistic coded, ela é realmente autista, confirmada pelos criadores ao serem questionados sobre a possibilidade da personagem estar no espectro. “Sim, nós a escrevemos assim. Um de nossos membros da tripulação estava no espectro e se relacionava especificamente com ela, e teve um papel importante na formação de sua história e personagem!”, afirmou Noelle Steverson, um dos criadores do show, dando os créditos ao artista de storyboard, Sam Szymanski, que também é do espectro, pela criação dos maneirismos e grande parte do arco dessa personagem.
No Artigo Por que o Entrapta de She-Ra significa tanto para a representação autista, Caitlin Chappel, explica porque acredita ser tão importante uma “representação positiva de uma mulher autista que tem orgulho de ser ela mesma”: “Entrapta está ciente de que ela não entende os sinais sociais tão bem quanto seus amigos, e ela tenta o seu melhor para compensar isso através de sua inteligência, paixão e outros pontos fortes. Quando suas amigas princesas veem que Entrapta se importa e mostra isso à sua maneira e única, elas percebem que poderiam trabalhar melhor para entender de onde ela vem. Após esse momento, Entrapta se torna um dos rebeldes mais cruciais e bem-sucedidos. Durante todo o show, Entrapta permaneceu fiel a quem ela é, salva o dia e lembra a todos que só porque um não funciona como esperado, isso não significa que eles estão quebrados; eles são excepcionalmente belos. Ver um personagem autista como Entrapta ser um herói é valido para muitos fãs do espectro e fornece aos espectadores de todas as idades um modelo que garante que suas diferenças os tornam maravilhosos.”
Por fim, personagens no espectro também ajudam a integração entre crianças neurotípicas e neurodivergentes, numa pesquisa conduzida por Carla Simone Engel e Elizabeth Sheppard da Escola de Psicologia da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, em 2019, as pesquisadoras concluíram que ver crianças austistas em animações e aprender mais sobre o espectro, ajuda crianças neurotípicas a entender e interagir melhor com elas.
Você pode saber mais sobre o espectro nos artigos abaixo:
https://www.cbr.com/she-ra-entrapta-autistic-representation-matters/ https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/s10803-019-04318-0.pdf
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Transcendência: Do Esoterismo à Expansão da Consciência
A busca pela transcendência tem sido um tema central na história da humanidade, atravessando culturas, crenças e tradições milenares. Desde os primórdios, indivíduos têm ansiado por ir além dos limites da existência material, buscando compreender o desconhecido e explorar dimensões além do tangível. Esse anseio por transcender os limites ordinários da consciência vai além da mera curiosidade intelectual e se manifesta de várias maneiras, desde práticas esotéricas até a exploração científica da mente humana além do controle social.
O desejo humano de transcender é uma busca pela compreensão mais profunda do universo e de si mesmo. Nas tradições espirituais antigas, encontramos uma riqueza de ensinamentos sobre a transcendência. Culturas como a hindu, budista, taoísta e várias tradições indígenas têm explorado métodos para expandir a consciência, alcançar estados elevados de percepção e experimentar a unidade cósmica.
O esoterismo, com suas práticas místicas e simbolismo enigmático, desempenha um papel significativo na jornada humana em direção à transcendência. Desde a alquimia até a astrologia, passando pela magia ritualística e pela interpretação dos sonhos, o esoterismo oferece um caminho para a compreensão dos mistérios da vida.
Paralelamente, as tradições esotéricas também enfatizam a transformação pessoal, buscando a iluminação, a conexão com o divino ou a realização de um eu superior. Essas práticas frequentemente envolvem meditação, rituais, o estudo de símbolos e arquétipos, além da busca por estados alterados de consciência.
À medida que avançamos na era moderna, a busca pela transcendência não se limita mais apenas aos domínios esotéricos e espirituais. A ciência, a psicologia e outras disciplinas começaram a explorar e compreender os estados alterados de consciência, bem como os efeitos da meditação, do uso de substâncias psicodélicas e da neurociência na expansão da percepção humana. Estudos científicos sobre meditação, por exemplo, demonstraram seus benefícios na redução do estresse, no aumento da empatia e na melhoria da saúde mental. Além disso, pesquisas sobre substâncias psicodélicas têm revelado resultados promissores no tratamento de transtornos mentais e na promoção de experiências místicas ou espirituais.
A convergência entre a espiritualidade e a ciência na exploração da transcendência está redefinindo o entendimento coletivo da consciência humana. Enquanto a espiritualidade oferece ideias ancestrais e métodos tradicionais para a expansão da consciência, a ciência fornece um arcabouço investigativo e metodológico para estudar e compreender essas experiências. É crucial encontrar um equilíbrio entre essas abordagens para promover uma compreensão mais completa, visto que à medida que a sociedade avança torna-se imprescindível abraçar uma visão inclusiva que reconheça a riqueza tanto do conhecimento do senso comum quanto das descobertas científicas.
Ademais, a transmutação e a transcendência são processos imprescindíveis no caminho espiritual e podem ocorrer simultaneamente ou em diferentes estágios do desenvolvimento espiritual de uma pessoa. Convém destacar que, embora os termos possam ser confundidos devido às suas interseções e ao uso comum de práticas espirituais, diferem em: Transmutação: Foca na transformação interna específica, com a transformação de estados negativos em positivos. Transcendência: Foca em alcançar consciência elevada além do ego, com a superação dos limites do ego e mente.
Em síntese, a jornada humana em direção à transcendência é uma busca contínua por significado, conexão e compreensão mais profunda. Seja através das tradições espirituais antigas, do esoterismo ou das explorações científicas modernas, a busca por transcender os limites da consciência continua a ser um aspecto fundamental da condição humana. A convergência e o diálogo entre essas diversas abordagens podem lançar luz sobre os mistérios da existência e nos guiar para uma compreensão mais ampla da sociedade e permitir um maior autoconhecimento.
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Nunca quis escrever para mim. Sempre tive uma das personalidades mais dicotômicas que já vi. E é essa dicotomia que está me levando ao fundo.
Meu ego já foi acariciado por mim e por quem me admirava como artista. Esse mesmo ego exigiu tanto de mim que acabei tendo uma espécie de surto negacionista; eu decidi "desaprender" para criar com mais espontaneidade. Os resultados foram interessantes, consegui me livrar de vícios do ofício e criar com mais liberdade. Isso me custou o pouco que conquistei em minha juventude. Todos se esqueceram de mim e eu de todos. Não queria mais ver as pessoas. Passei a beber e usar cocaína como um remédio. Fui internado algumas vezes, só para descobrir tardiamente que sofria de um quadro severo de transtorno bipolar tipo 1. Os anos de bebida esconderam o meu eu e passei anos mais do que importantes para meu desenvolvimento pessoal alcoolizado fazendo coisas de rockstar porque era meu desejo, o porém é que eu não era ninguém, nada. Apenas uma figura que consideravam "louco" , imprevisível.
Depois de anos desperdiçados veio o diagnóstico e decidi parar de beber. A única coisa boa que surgiu disso é que descobri que não sou alcoólatra ; nunca senti falta de bebida. Porém todos, absolutamente todos meus amigos bebem, e eu acabei completamente isolado. Há um porém na minha abstinência: se eu vejo outros se divertindo regados a álcool eu sinto uma vontade brutal de estar naquele estado. E , das últimas vezes que bebi, em todas eu precisei usar cocaína porque acabava quase dormindo por conta do álcool e remédios que eu tomava. Portanto eu nunca me diverti exatamente com a droga, ela servia simplesmente como um antídoto para o cansaço e o sono e eu podia ficar três dias a fio. Claro que não preciso descrever as ressacas morais. Quem já teve sabe o fundo de poço que é, quem não sabe tem sorte.
Por enquanto me enchi de escrever.
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No entanto, ao longo do desenvolvimento das ciências psicológicas e psiquiátricas, esse conceito informal foi refinado e incorporado ao diagnóstico clínico de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), uma condição reconhecida oficialmente pela psiquiatria a partir do DSM-III (1980). Este texto explora a relação entre a fama da "loucura de guerra" e os critérios científicos que definem o TEPT, destacando como a ciência trouxe clareza a fenômenos outrora vistos como "irracionalidade" ou "fraqueza moral".
Origem Histórica: Da Loucura à Ciência
Historicamente, a "loucura de guerra" descrevia comportamentos anormais observados em veteranos, como pesadelos, explosões emocionais, paranoia e isolamento social. Esses sintomas eram especialmente evidentes durante e após guerras devastadoras, como a Primeira Guerra Mundial, quando o termo "choque de guerra" (shell shock) ganhou destaque. Inicialmente, essa condição era vista como um problema puramente físico, associado a danos cerebrais devido às explosões. Apenas mais tarde, com avanços na psicologia, a origem emocional e psicológica desses sintomas começou a ser compreendida.
O conceito de "loucura de guerra" muitas vezes perpetuava estigmas. Soldados com sintomas de TEPT eram frequentemente rotulados como fracos ou até mesmo como covardes. Essa visão foi desafiada pelo estudo científico do trauma, que revelou que esses comportamentos são respostas naturais a eventos de extrema ameaça à vida, desmistificando a ideia de loucura como algo irracional e isolado.
Aspectos Científicos do TEPT
O TEPT é caracterizado por quatro grupos principais de sintomas: (1) revivências intrusivas, como flashbacks e pesadelos; (2) evitação de lembranças ou situações que remetam ao trauma; (3) alterações negativas no humor e na cognição, como culpa persistente, apatia e dificuldade de concentração; e (4) hiperexcitação, incluindo insônia, irritabilidade e hipervigilância. Esses sintomas são resultado de alterações no funcionamento do sistema nervoso, envolvendo estruturas como a amígdala, que processa o medo, e o hipocampo, responsável pela memória.
No contexto de guerra, essas alterações podem ser exacerbadas pela exposição repetida à violência, pela sensação constante de perigo iminente e pelo peso moral das ações tomadas em combate. Além disso, fatores culturais e históricos influenciam a forma como os indivíduos lidam com o trauma: enquanto algumas sociedades valorizam o heroísmo e a resiliência, outras estigmatizam os que mostram sinais de sofrimento psicológico, reforçando a conexão com a "loucura".
Relevância Atual
Embora a ciência tenha avançado, a fama da "loucura de guerra" ainda ressoa em narrativas populares, filmes e literatura, perpetuando estereótipos de soldados perturbados e violentos. Contudo, essa imagem simplificada não reflete a complexidade do TEPT, que pode manifestar-se de formas diversas e requer suporte psicológico adequado.
Intervenções terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental e o uso de medicamentos como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), têm mostrado eficácia no tratamento do TEPT. Essas abordagens reforçam a ideia de que o trauma não é uma sentença permanente, mas uma condição que pode ser gerida e, em muitos casos, superada.
Conclusão
A transição da "loucura de guerra" para o reconhecimento do TEPT como um transtorno legítimo marca uma conquista significativa da ciência na compreensão da experiência humana. Esse progresso ajuda a desmistificar os traumas psicológicos associados à guerra, promovendo uma visão mais empática e baseada em evidências. Por meio dessa evolução, a sociedade é chamada a abandonar os estigmas históricos e a oferecer suporte adequado àqueles que enfrentam as cicatrizes invisíveis da guerra.
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Jô Soares se emociona ao falar do seu Filho, Rafael Soares
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A palavra "espectro" tem origem no latim spectrum, -i, que significa "aparição, forma, imagem".
A palavra "espectro" tem vários significados, entre eles:
Em física, é a representação das amplitudes ou intensidades dos componentes ondulatórios de um sistema. Por exemplo, quando a luz do sol é decomposta por um prisma, forma-se uma imagem que se vê na sombra, chamada espectro solar.
Imagem fantástica de um ser imaterial que se acredita ou se imagina ver, como uma aparição, assombração ou fantasma.
Em farmácia, é um grupo de enfermidades e males físicos aos quais se aplica um determinado medicamento. Por exemplo, um antibiótico de largo espectro.
Coisa falsa, vã; fantasia, quimera.
Conjunto ou série de elementos que formam um todo. Por exemplo, o centro do espectro político.
" A nossa abertura hoje vai ser um pouco diferente, porque na última sexta-feira (31 de 2014), eu sofri o pesadelo de todo pai, a inversão da ordem natural das coisas, a perda de um filho. Meu filho Rafael esteve no mundo durante 50 anos e foi uma criança especial. Como era autista, permaneceu menino até o fim. Passou a vida inteira na realidade do próprio mundo. Corpo de adulto e alma de criança. Adora música, tocava piano e seu amor era o rádio. O Derico, num gesto incrível, até chegou a gravar as vinhetas. E ele não tirava a rádio do ar nunca, até mesmo no aniversário dele, nem na hora de apagar a velinha. Vivia com entusiasmo e até mesmo com paixão. Tenho muito orgulho do meu filho e a Theresa, sua mãe, que foi minha grande companheira. Agradeço ao carinho de pessoas queridas, amigos e desconhecidos".
O Espectro.
Por: Fred Borges
O espectro é multicolorido como um arco íris que deve transpassar preconceitos e ser superado pelo humanismo.
O espectro não escolhe cor, raça, classe, casta, status.O espectro espande-se e contrai-se, é química social, na história foi sentença de morte prematura, mas o que a morte biológica, física, das células, diante da morte social, política, da cidadania, dos direitos e deveres do Estado, do Estado corrompido, que desvia o erário público, que desvitua a VIRTUDE?
A palavra virtude tem origem no latim virtus, que por sua vez deriva de vir, que significa homem. Os romanos usavam virtus para se referir a qualidades como força física, retidão moral e conduta valorosa.
A palavra virtude também pode ter origem na palavra grega areté, que significa excelência.
No cristianismo, as virtudes são as três graças: fé, esperança e caridade. Essas graças são consideradas fundamentadas em Deus e levam o ser humano a amar a Deus e ao próximo.
Aristóteles afirmava que havia duas espécies de virtudes: a intelectual e a moral.
O termo virtuoso tem origem na Itália dos séculos XVI e XVII, e era usado para se referir a pessoas distinguidas em alguma área intelectual ou artística.
Mas a virtude depende da virtude dos homens, e aí se torna terreno.pantanoso, movediço, sujeito a oportunismos, cinismos, egoísmos e aí tudo se torna uma relatividade para o bem e para o mal.
O transtorno do espectro autista (TEA), conforme denominado pelo DSM-5, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,também conhecidos pela sua denominação antiga (DSM IV): autismo, é um transtorno neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal e comportamento restrito e repetitivo.Os sinais geralmente desenvolvem-se gradualmente, mas algumas crianças autistas alcançam o marco de desenvolvimento em um ritmo normal e depois regridem.
A expectativa de vida de uma pessoa com síndrome de Down é de cerca de 60 anos, mas algumas podem viver até os 80 anos.
A expectativa de vida das pessoas com síndrome de Down aumentou muito nos últimos anos:
Na década de 1920, a expectativa de vida era de cerca de 9 anos;
Em 1990, a expectativa de vida era de menos de 25 anos.
O avanço da medicina e a inclusão social são fatores que contribuíram para o aumento da expectativa de vida.
Pessoas com síndrome de Down podem apresentar problemas de saúde como: Malformações cardíacas e do trato gastrointestinal, Problemas de visão e audição, Diabetes, Alterações da tireoide.
A estimulação precoce e o cuidado são importantes para que a pessoa com síndrome de Down tenha uma vida com qualidade.
Uma pessoa que tem síndrome de Down pode testemunhar sobre a sua experiência de vida, como é a sua relação com a condição e como ela se sente em relação a si mesma:
"Aceitei numa boa, nunca me revoltei ou vi como algo ruim".
"Não há nenhum impedimento físico ou mental para o trabalho".
"É viável desde que isso seja mostrado como natural da condição humana".
A síndrome de Down é uma deficiência mental que pode afetar a parte motora e cognitiva, mas as pessoas com a condição podem ter um grande potencial. Com programas de estimulação e clínicas especializadas, é possível obter bons resultados no aspecto motor e as pessoas com síndrome de Down podem conseguir ir à escola, aprender a ler e trabalhar.
O espectro deve transpassar ou ultrapassar fronteiras, preconceitos, deve transformar estigmas e estereótipos em ações , abraços e inclusão , deve acelerar de forma permanente e progressiva as conquistas de um inclusivo, onde deve imperar o espectro da palavra e a prática da virtude cuja origem no latim virtus, que por sua vez deriva de vir, que significa homem. Os romanos usavam virtus para se referir a qualidades como força física, retidão moral e conduta valorosa, quanto aos humanos a esses cabe absorver e internalizar os espectros e espírito de servir ao próximo, aos seus semlhantes!
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