#sinais de alerta
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Câncer de ovário: especialista esclarece mitos e verdades sobre a doença
Embora não esteja na lista dos mais incidentes, o câncer de ovário é uma neoplasia de difícil diagnóstico e isso faz com que boa parte dos casos sejam diagnosticados já em fase avançada. A data de 8 de maio foi escolhida como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Câncer de Ovário, instituído com objetivo de alertar e disseminar informações importantes sobre esse tumor ginecológico…
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#câncer#Câncer de ovário#Conscientização#ginecologista#inchaço abdominal#mitos e verdades#neoplasia#orientação médica#saúde#sinais de alerta#tumor ginecológico
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Maneiras de Acalmar um Bebê Choroso
Descubra como decifrar os sinais por trás do choro do seu bebê, técnicas eficazes para acalmar um bebê choroso e quando procurar ajuda médica.
Existem momentos em que parece que nada que você faz consegue acalmar seu bebê choroso. Afinal, cada bebê é único e o que funciona para um pode não funcionar para outro. No entanto, existem algumas técnicas universais que tendem a ser eficazes na maioria das situações. 1. O Poder do Toque: O contato pele a pele é uma maneira eficaz de acalmar um bebê inquieto. Isto não só proporciona conforto ao…
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#acalmar bebê#ajuda médica#bebê choroso#chorar do bebê#cuidados com o recém-nascido#Decifrar choro do bebê#dicas para acalmar#recém-nascido#Saúde do Bebê#sinais de alerta
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Sintomas e Prevenção da Dengue: Tudo o que Você Precisa Saber
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, amplamente disseminada em regiões tropicais e subtropicais. Caracterizada por febre alta e outros sintomas debilitantes, a dengue é uma preocupação significativa de saúde pública. Este artigo explora os sintomas e prevenção da dengue, destacando as melhores práticas para evitar a proliferação do mosquito transmissor e proteger a…
#alerta de dengue#ciclo da dengue#combate à dengue#como evitar dengue#como identificar dengue#como prevenir dengue#controle da dengue#cuidados com dengue#dengue e chikungunya#dengue e zika#dengue em crianças#dengue em grávidas#dengue hemorrágica#dengue no Brasil#dengue sintomas#dengue tipo 1#diagnóstico da dengue#febre da dengue#mosquito da dengue#o que é dengue#prevenção contra dengue#prevenção da dengue#primeiros sintomas da dengue#remédios para dengue#sinais da dengue#sintomas da dengue#sintomas dengue clássica#transmissão da dengue#tratamento da dengue#vacina da dengue.
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Identificando o Momento Ideal Para Realizar a Manutenção do Carro
A manutenção do carro é uma tarefa importante para garantir a segurança do veículo e prolongar sua vida útil. Porém, muitas pessoas não sabem como identificar a hora certa para realizar a manutenção do carro e acabam deixando passar sinais de alerta que podem gerar problemas maiores no futuro. Neste artigo, vamos apresentar algumas dicas para ajudá-lo a identificar a hora certa para fazer a…
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#Alinhamento e balanceamento do carro#Como saber quando fazer a manutenção#Filtro de ar do carro#Filtro de combustível do carro#Fluidos do carro#Identificação do momento ideal#manutenção do carro#Manutenção dos pneus do carro#Manutenção preventiva do carro#Sinais de alerta para manutenção do veículo#Troca de óleo do carro#Verificação da bateria do carro
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Eu desejo que você encontre alguém que te olhe como se você fosse a sua pessoa preferida desse mundo inteiro. Alguém que te olhe nos olhos e seja capaz de enxergar sua alma. Alguém que te abrace e seja capaz de fazer você sentir que lar nem sempre é uma estrutura. Alguém que ao te ouvir rir, caia na gargalhada também. Alguém que espere ansiosamente por uma notificação sua e se fruste quando você sumir do nada. Alguém que seja capaz de andar a cidade inteira para ir até você se souber que você não está bem. Alguém que saiba seus gostos, seus desgostos. Alguém que abrace suas inseguranças e te ajude a vê-las com outros olhos. Alguém que veja o que você julga ser defeito, e te faça enxergar que apesar deles, você segue sendo tão linda quanto se não os tivesse. Alguém que seja capaz de lembrar das suas medicações, restrições, e sinais de alerta. Alguém que lembre de detalhes que são tão importantes para ti. Alguém que você possa encostar a cabeça no ombro e descansar sem pensar no que pode acontecer. Alguém que entenda como funciona sua cabeça. Alguém que leia seus livros preferidos para você ter uma companhia para reclamar por quê a adaptação do cinema é meio bosta. Alguém que evite as coisas que te machucam e saiba conversar para resolver as situações. Alguém que não se importe em parecer um palhaço para te fazer rir. Alguém que ame tanto grude quanto você. Alguém que tope suas loucuras. Alguém que segure seu mundo e te dê o chão quando você desabar. Alguém que não te deixe se isolar ou ir embora porque sua presença é o que ele mais quer. Alguém que te olhe com calma, amor e paixão. Eu desejo que você encontre alguém que seja capaz de mover céus e terras por você, da mesma forma que você seria capaz de fazer por ele. Mas acima de tudo, eu desejo que quando o encontrar, ele te encontre também.
Cordélia.
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DIE 4U | Park Jisung
resumo: Jisung é uma má influência, mas você não consegue evitar amá-lo.
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notinha da Sun: eu detesto minha vida KKKKK Então escrever tá sendo minha melhor fuga (desculpa a todas as minhas escritoras favs que escreveram pérolas e eu ainda não li. Não me odeiem 😭).
O Jisung combina muito com Chase Atlantic, então escrevi essa com “Die For Me” no fone. Espero que vocês curtam!! 🖤
boa leitura, docinhos!! 💾
Você estava descendo os degraus do auditório da faculdade quando Jisung te impediu de sair, segurando seu pulso antes que fosse tarde demais. Ele afastou o notebook para o lado, levantou-se da cadeira e te colocou sentada na superfície fria da mesa. Vocês se encararam por um momento. O professor e os alunos já haviam deixado a sala há um bom tempo, então eram apenas vocês dois ali, até que o pessoal da limpeza chegasse, o que demoraria cerca de meia hora.
Você e Jisung estudavam engenharia da computação na mesma turma. Eram os melhores alunos e também os representantes da classe. Mas havia uma diferença marcante entre vocês: você era organizada, com o cabelo sempre alinhado e as roupas impecavelmente passadas, incluindo uma coleção de saias curtas que deixava o Park louco. Já Jisung usava roupas sem cores, fazia os trabalhos de última hora, mas sempre tirava notas máximas. Ele faltava mais às aulas do que você conseguia contar, e todos esses comportamentos eram sinais de alerta para você. No entanto, não podiam negar a atração que surgia entre vocês toda vez que interagiam, e foi por isso que se beijaram pela primeira vez em um dos laboratórios, cercados de hardwares como testemunhas silenciosas.
Desde então, os mundos de vocês se misturaram. Jisung passou a frequentar o seu grupo de amigas, e você se aproximou dos amigos dele. Vocês conversavam entre si, mas Jisung sempre encontrava uma forma de te tocar, mesmo que de leve. E você se distraía toda vez que ele puxava suas pernas cobertas por meias finas sobre as coxas dele, enquanto conversava animadamente sobre a última partida de LOL com Haechan.
Você sempre foi muito feminina, apesar de sua aptidão para a tecnologia (um campo predominantemente masculino até certo tempo atrás). Assim, ao entrar de vez no mundo dos garotos após a maioridade, foi uma experiência nova para você. Eles eram bobos, mas, quando queriam, sabiam ser responsáveis e atraentes, pelo menos foi essa a impressão que você formou ao sair com Jisung.
— Fiquei sabendo que seu pai disse que eu sou uma má influência — ele comentou, e era verdade. Seu pai havia pedido para você se afastar de Jisung, e você até tentou. Mas o desejo de tê-lo era tão forte, tão magnético, que parecia impossível. Mesmo tentando evitá-lo ao sair mais cedo da faculdade, ignorar suas mensagens e inventar desculpas no dia seguinte, como “não vi o celular”, Jisung sabia que tudo isso era uma farsa, mas permitia que você fingisse.
— Mas você realmente é — você respondeu, e ele sorriu, desviando o olhar por um segundo antes de voltar a te encarar. Era um olhar só seu, carinhoso e gentil. Geralmente, ele era brincalhão ou quieto, mas com você, seus olhos transbordavam afeto. Você não resistiu e acariciou suavemente o rosto dele. Jisung então tocou sua cintura, afastou suas pernas e te envolveu num abraço, trazendo seu corpo para mais perto.
— Posso ser o bom moço que ele quiser. Vestir uma camisa polo, sei lá. Qualquer coisa. Só não me ignora, isso dói demais — ele disse, beijando a palma da sua mão com delicadeza, enquanto sua mão grande cobria sua coxa, mas sem pressioná-la. Ele te beijou com suavidade, explorando tudo o que você tinha para oferecer. Quando os lábios dele se afastaram, você se sentiu meio perdida, como se algo essencial estivesse faltando.
— Eu faria qualquer coisa pra te ver de camisa polo — você disse com um sorriso, e Jisung segurou seu rosto com as mãos, apertando suas bochechas até que você fizesse um biquinho. Ele riu e deixou um beijinho suave em seus lábios.
— Tudo é? — ele sussurrou com um sorriso travesso, inclinando-se mais perto, o suficiente para te fazer se inclinar junto, embora te olhasse de um jeito doce.
Os cantinhos dos seus lábios se curvaram num sorriso, dessa vez era você quem apertava as bochechas dele.
— Absolutamente tudo.
@sunshyni. Todos os direitos reservados.
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mais desenhos de ordem paranormal que o twitter levou
PARTE 2 - O SEGREDO NA ILHA
Irmãos Florence
Cartas de tarô versão Milo/Miguel e Olivier
Uma animatic que eu nunca terminei (alerta: gore e morte)
música: 'Suíte dos Pescadores', interpretação por Casuarina, composição de Dorival Caymmi
PT. 1 - Desconjuração
PT. 3 - Sinais do Outro Lado
#ordem paranormal#fanart#osni#o segredo na ilha#amelie florence#olivier florence#milo castello#miguel castello#my art
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5. ordem
tw: menção a doença e morte, acho que só.
olhem só quem apareceu nos 45 do segundo tempo. deveria ter vergonha né 👎🏾 me perdoem qualquer erro, ficou um pouco grandinho. boa leitura e beijo!
Fica alí, trancada no quarto, pelos próximos dias. Parou de contar depois da terceira noite, pensando no que fez para merecer aquele castigo. Para merecer aquela ardência mal curada que estava espalhada por todo seu corpo. Para merecer aquela família. Para merecer aquela voz sussurrando dentro de sua cabeça que só havia uma maneira de acabar com tudo aquilo, que precisava urgentemente um jeito na sua vida.
Eunha não se lembra de quantas vezes foi até a porta e bateu, não ouvindo resposta do outro lado. Tentava falar alguma coisa mas tudo que recebia era o silêncio. Acabava desistindo na maioria das vezes, dando meia volta e se enrolando em seus cobertores, encarando o teto do quarto enquanto o dia escurecia outra vez. Estava começando a sentir os sinais da abstinência, seja ela da possível dependência química ou de contato humano, as mãos tremiam sem motivo e a cabeça latejava. Sua sorte era o pequeno banheiro acoplado ao cômodo, seu único refúgio quando se sentia sufocada pelas paredes e sentia tudo girando, quando ouvia aquela mesma voz insuportável cochichando dentro de seus ouvidos e começava a ver as luzes piscando de maneira incansável.
Depois de passar outra noite definhando no chão gelado, quando o sol ameaçava nascer, a Kwon se rastejou até a porta mais uma vez. Estava sem as roupas depois de arrancá-las durante a madrugada, se sentindo presa e precisando urgentemente se livrar daquela agonia. Conseguiu ver pela pequena fresta quando um par de pantufas parou do outro lado e levou a mão até a madeira, passando as unhas arrancadas enquanto tentava encontrar a própria voz.
— Mamãe? — pensou ter dito em voz alta, não tinha certeza se ainda conseguiu falar. Tentou outra vez — Ainda estou aqui.
Silêncio.
— Eu não quero morrer — ofegou, a outra mão indo de encontro a um de seus machucados mal cicatrizados. Eunha aperta — Não deixa ele me matar.
A garota sentiu sua garganta se fechando quando os pés se afastaram da porta e precisou afundar o que restava de suas unhas no buraco que se formou em sua bochecha. Não conseguiu chorar. Uma pressão explodiu sua cabeça em dor enquanto ela olhava para o armário que guardava seus medicamentos.
•••
Está dirigindo há, pelo menos, duas horas e já sente seus dedos começando a formigar. Espia o banco do carona e vê Jeno cochilando com a cabeça apoiada na janela, o que acaba te fazendo revirar os olhos. Invejava o sono pesado do tenente, que não tinha dificuldade para dormir e muito menos era acordado com facilidade. Mesmo quando o carro sacudia mais forte ele continuava imóvel.
Por outro lado, mesmo que não soubesse o histórico de sono do Lee antes das pragas, entendia que ele dormisse sempre que tivesse a oportunidade. Acordavam cedo todas as manhãs, assim que o sol começava a nascer, e ficavam acordados o máximo que conseguiam antes da noite consumir completamente o céu – aproveitam o máximo que conseguiam as vantagens que podiam ter sobre os mortos vivos. Era mesmo cansativo e qualquer oportunidade que tivessem de descansar deveria ser devidamente aproveitada. Alí, enquanto ouvia a respiração pesada do rapaz adormecido ao seu lado, pensava em como deveria ser não temer estar tão vulnerável assim. Poderia capotar o carro naquele momento e ele morreria sem ao menos perceber.
— Esquisita — murmurou para si mesma. Não conseguia distinguir se aqueles impulsos eram assassinos ou suicidas. Ou uma junção das duas coisas.
Por sorte, a pequena estrada que pegam até Sunvylle é uma daquelas que foi interditada assim que o apocalipse começou, ao lado de uma floresta densa de pinheiros altos. É um caminho relativamente tranquilo durante o dia, mantém sua atenção em todas as direções que consegue, tentando estar o mais alerta possível. Mas não há nada relevante ao redor. Precisa se forçar a relaxar no banco e não apertar o volante entre os dedos com tanta força. Não sabe o motivo de estar tão apreensiva.
Inspira o ar para os pulmões e prende por alguns segundos. Já consegue ver os prédios de Daegu surgindo e a cidade tomando forma ao passo que se aproximam cada vez mais, o que é um bom sinal. Quando pontos brancos começam a surgir em seus olhos, finalmente volta a expirar, agora com a respiração menos trêmula e mais controlada.
Está apertando os olhos na direção do mapa aberto e abandonado no colo de Jeno quando o som do walkie-talkie chiando chama sua atenção. Alcança o aparelho no porta-luvas e o segura, esperando que alguém dissesse alguma coisa, o coronel, muito provavelmente. Mas nada acontece, não ouve nada além da interferência silenciosa.
— Estou na escuta, câmbio — aperta o pequeno botão para falar e o walkie-talkie de repente para de chiar por um instante, voltando logo em seguida — Mas que coisa.
Resolve deixar de lado, seja lá quem estava tentando falar com vocês tentaria outra vez quando estivesse com um sinal decente. Joga o pequeno aparelho de volta para seu lugar de origem e o barulho parece, finalmente, acordar Jeno.
— Você é muito barulhenta — ele resmunga com a voz abafada pelo boné que cobria seu rosto — Não se pode dormir em paz nos dias de hoje.
— Bom dia, princesa — você responde — Deveria me agradecer por te deixar dormir feito um folgado enquanto dirijo sem pausa.
— Aposto que sentiu falta de conversar comigo e minha personalidade encantadora.
Dá uma risada soprada enquando ele solta um bocejo longo e desnecessariamente alto. O Lee pega o boné e o arremessa nos bancos de trás, bagunçando o próprio cabelo, ainda com o corpo relaxado sobre o banco. Nunca viu alguém tão estupidamente a vontade como ele.
— Se isso te faz dormir a noite — desdenha, dando de ombros. Olha de soslaio para ele a tempo de vê-lo revirar os olhos para você — Não vou pedir desculpa por te acordar.
— Ótimo. Não quero viver em um mundo onde você sabe se arrepender e reconhecer seus erros e demonstrar sentimentos.
Agora é a sua vez de revirar os olhos.
— Eu sei fazer todas essas coisas — responde e Jeno arquea as sobrancelhas, não muito convencido — Só não acho que você mereça nenhuma delas.
— Assim você quebra meu coração — ele diz num falso lamento, suspirando de maneira dramática — E tem alguma razão específica pra você ter arremessado o coitado do walkie-talkie que nunca te fez nada? Ou são apenas os seus instintos violentos vindo a tona?
— Eu não tenho instintos violentos — faz uma careta, se virando para olhar diretamente para o tenente.
— Sinto muito em ser eu a te informar disso, Borboleta, mas você é uma criaturinha incrivelmente violenta e agressiva — Jeno usa seu tom mais condescendente para dizer e, propositadamente, te irritar enquanto mantém a postura desleixada — A pior de todas.
— Não sou, não — esbravejou e viu quando ele deu um sorrisinho arrogante de canto. Precisou respirar fundo para resistir a sua vontade estragar aquele rosto de todas as formas mais dolorosas que conhecia — O walkie-talkie tocou. Não exatamente. Tocou mais ou menos.
— Ah, é? — arqueou uma sobrancelha escura, esticando o braço para alcançar o objeto — Se importa de explicar?
— Ele ficou chiando. Não consegui ouvir nada, o sinal não estava lá dos melhores — responde.
— Melhor assim. Preciso de uma pausa do coronel por pelo menos dois dias inteiros, no mínimo — o tenente diz e endireita o corpo, finalmente se sentando ereto. Os cabelos escuros e lisos dele estão desengrenhados e as roupas amassadas — Pelo bem desse país.
— Nem me fale — concorda, bufando em seguida.
— Quando tudo isso acabar eu vou me aposentar de vez.
— De novo isso de se aposentar? — indaga, se lembrando do que o tenente tinha dito horas antes, depois que saíram do hospital — Você não tem nem trinta anos ainda. Relaxa um pouco, Lee.
— E agora você tá me ouvindo, pelo menos.
— Também estava ouvindo quando disse da primeira vez.
— Não estava, não.
Você revira os olhos.
— Precisa superar essa sua carência — aponta para ele com um sorriso irônico — Urgentemente.
— E você precisa considerar ser uma pessoa um pouco mais agradável de se conviver — rebate o Lee — Já pensou em aprender a conversar feito um ser humano normal?
— Estou conversando com você. Mesmo que você não se encaixe, exatamente, na categoria de ser humano normal — se encolhe no banco, começando a abrir a janela do camburão para deixar com que um pouco de ar fresco entre no veículo. Já consegue ouvir os zumbidos vindo do centro.
— Tá vendo? É disso que eu tô falando — Jeno diz, meio indignado. O tenente aperta os olhos e franze o cenho — Não dá pra ter uma conversa agradável com você. Nunca.
— Isso é você que tá dizendo — murmura e começa a diminuir a velocidade. Logo seu rosto se contorce em uma expressão confusa, olha do Lee para o lado de fora algumas vezes — Tá ouvindo isso?
Jeno assente, destravando o cinto enquanto vocês entram cada vez mais na cidade. Ao passo que vão se aproximando, um som muito parecido com água escorrendo chega aos seus ouvidos. O som vem acompanhado de um zunido que não consegue identificar, além do som de passos. Seu corpo volta a entrar em alerta e lança a Jeno um olhar rápido que ele logo entende, se inclinando para trás e pegando sua carabina de pressão e o taco com arame farpado.
— Vamos descer — ele diz já com a mão na trava da porta, pronta para abri-lá.
— Espera um pouco — continua dirigindo e adentra de vez no lugar, os sons ficando cada vez mais nítidos. Vê o homem ao seu lado resmungar alguma coisa que não se dá o trabalho de prestar atenção e usa sua mão livre para pegar seu cartucho da carabina, o guardando dentro do bolso do moletom — Parece que não estamos sozinhos.
— E a companhia não deve ser das melhores — ouve Jeno responder enquanto recarrega a própria arma, abrindo o próprio vidro e colocando a cabeça para fora — O que é estranho já que ainda são onze da manhã.
Você concorda e finalmente estão dentro do centro de Daegu, cercados de casas, prédios comerciais e muitas lojas. Em um cenário mais provável, encontrariam todas aquelas fachadas destruídas e as ruas estariam abandonadas, assim como todos os outros lugares que foram até o momento. Mas o que encontram, ao invés de tudo isso, não é o caos do silêncio e nem mesmo as pragas que imaginavam ver se contorcendo pelos cantos. Encontram pessoas.
O zumbido que estavam ouvindo eram conversas. E o barulho de água escorrendo era realmente o que ouviu, mas eram galões sendo despejados pelo asfalto. De onde estavam conseguiam ver quatro ou cinco pessoas esfregando alguma coisa no chão com vassouras, todas vestidas com roupas comuns. Em frente as lojas e das casas, outras pessoas penduram lençóis brancos sobre suas portas e janelas. Precisa soltar o ar que estava prendendo quando as ouve conversando e não rosnando ou batendo os dentes, mas sim sorrindo umas para as outras.
— Isso é novidade — Jeno volta a falar depois de um tempo, atraindo sua atenção para ele. Vê o Lee com as sobrancelhas arqueadas e os olhos pequenos um pouco arregalados — É bastante gente.
Desde que começaram a operação pela cidade, todos o bairros em que passavam tinham ruas desertas e silenciosas, o máximo que encontravam eram uma ou outra pessoa — e nenhuma delas em estados muito sadios de saúde mental ou física. Por isso ficam surpresos por ver não apenas uma ou duas, mas um grupo de pessoas interagindo de forma não agressiva ou fora de suas faculdades mentais.
— É — você sussurra e começa a estacionar o carro, ainda afastada do lugar em que os moradores estão. Assim que estão parados, destrava o próprio cinto pega a carabina dos braços de Jeno. Olha para a arma por alguns segundos e solta um suspiro derrotado — Acho melhor trocar por uma menor.
Sua voz é apenas um murmuro mas o Lee ouve com muita clareza e não consegue conter o grande sorriso que toma conta de seu rosto, daqueles que fazem com que o olhos dele quase se fechem por completo e ruguinhas enfeitem suas extremidades. Jeno esfrega o próprio peito como se estivesse sentindo emoções muito avassaladoras e solta uma gargalhada muito satisfeita. Você revira os olhos com tanta força que teme que eles não voltem mais para o lugar.
— Esperei tanto por esse momento que não sei nem o que dizer primeiro — ele se escora no banco com a cabeça pendendo para o lado. O tenente te olha ainda com os olhos sorridentes e nariz franzido.
— Que tal ficar calado? Não precisa fazer tanto caso com isso — responde, arisca. Tem vontade de arrancar aquele sorriso do rosto dele com um murro tão forte que o deixaria sem dentes para que não sorrisse nunca mais — E pare de rir feito um idiota.
Aquilo só faz com que ele ria ainda mais, se inclinando para mais perto de você. Continua parada no mesmo lugar, arqueando uma sobrancelha na direção dele.
— Não imagino o quanto deve ter doído pra você, Borboleta — sussurra com o rosto a centímetros do seu, negando com a cabeça. Você cruza os braços, impaciente — Admitir que precisa deixar suas armas de policial exibida que são do tamanho do seu ego para usar uma que não compense sua autoestima inabalável.
— Pode ter certeza que quando eu atirar bem no meio da sua testa vai ser com uma bem grande e barulhenta, para ninguém ter dúvidas sobre quem acabou com essa sua petulância toda — usa mesmo tom de voz, apertando os olhos — Agora sai de cima.
— Faço questão de abrir a porta pra você — Jeno estica o braço até a maçaneta, o que deixa vocês ainda mais próximos por um instante. Ele, com o sorriso desnecessariamente animado e você, com uma carranca irritada no rosto. Ouve o clique da porta ainda o fuzilando em pensamento, continuando na mesma distância mesmo quando o Lee volta a sussurrar — Espero que isso não machuque muito o seu coraçãozinho.
Sente seu rosto esquentando com o falso tom magoado que Jeno usa.
— Vou machucar acabar machucando você.
Ele aperta os lábios e levanta as sobrancelhas, abaixando os olhos.
— Ah, é?
Você bufa alto e finalmente se afasta dele antes que cumpra com o que disse, saindo do carro. Bate a porta com força e dá a volta, abrindo o porta-malas espaçoso para guardar a carabina. Ainda ouve o som da risada alta de Jeno e precisa respirar fundo enquanto pega um calibre 38 que consegue prender na cintura. Troca o cartucho e depois ajeita o moletom e a calça para que fique firme alí e mantém em sua mente que é melhor usar a arma menor e não assustar aquelas pessoas. Sabe bem disso e reconhece que seu erro foi verbalizar o pensamento, por isso não iria admitir aquilo em voz alta na frente do tenente.
Quando está voltando, vê Jeno escorado no capô do carro, com o boné na cabeça outra vez e as mãos dentro dos bolsos da calça preta. Sabe que ele também está com o próprio o próprio revólver e deixou o taco lá dentro, mas, diferente dele, você não faz um escândalo por causa disso.
Olha rapidamente para ele e começa a andar na frente, sabendo que logo Jeno te alcançaria. E é o que acontece.
— Qual seu plano, senhora achomelhortrocarporumamenor? — ele pergunta e pode ouvir o sorriso na voz dele, dessa vez mais contido e menos irritante que antes — Dá pra fazer uma pequena varredura. Temos tempo.
— É. Pensei em só conversar e ver como está a situação por agora, perguntar se sabem de alguma coisa importante — murmura. O som das botas de vocês começa a atrair as pessoas na rua, que olham na direção de vocês imediatamente — E então vamos para Sunvylle.
— Quem sabe a gente não acha algum comércio funcionando e encontra comida de verdade — diz o tenente — E por comida de verdade eu quero dizer qualquer coisa que não sejam fibras de carne seca e comida enlatada.
Você assente. Também faria qualquer coisa por um prato de yakisoba com bastante pimenta e queijo.
Diminuem a velocidade dos passos quando já estão a poucos metros de distância do grupo de pessoas que viram alí. Agora, percebe que a maioria é jovem, não sendo muito mais novos ou mais velhos que você e Jeno. Também que os mesmos lençóis que estão pendurando estão por toda parte, nas janelas e portas da maioria de casas e lojas da rua. Coloca seu melhor sorriso simpático no rosto quando uma das moças que estava enfregando o asfalto se aproxima de vocês. Repara que o que está sujando o chão é uma poça enorme de sangue e pode jurar que tem alguns restos mortais espalhados. O grupo de quatro pessoas que está alí assume uma postura defensiva enquanto a mulher tira um termômetro digital de testa do bolso do casaco.
— Boa tarde. Mostrem os pescoços e os pulsos, por favor — ela diz e se aproxima de vocês. Decidem colaborar para mostrarem que não são ameaça a nenhum deles e quando ela vai na sua direção primeiro, estica a gola do moletom para deixar o pescoço a vista e estende os pulsos. Sabe que quando uma pessoa é recém infectada, um dos principais sintomas do vírus são as veias salientes e bem mais escuras.
— Olá, nós somos do Centro Acadêmico de Segurança de Daegu. Estamos fazendo uma patrulha aqui pelo centro — mostra o distintivo. Sente o termômetro encostando na sua testa e olha de esguelha na direção de Jeno — Ficamos bem surpresos de encontrar pessoas por aqui.
— Mas foi uma surpresa boa, já que parecem saudáveis — o tenente continua e sorri fechado — Eu sou o tenente Lee Jeno, é um prazer conhecer vocês.
Jeno acena para aqueles que estavam mais atrás, duas mulheres, um rapaz que tinha um neném dormindo em seu colo e não devia ter mais que dois anos de idade. Eles acenam de volta, meio acanhados.
Assim que vê sua temperatura controlada a mulher segue para fazer os mesmos protocolos no Lee.
— Vocês são os primeiros que aparecem aqui em um tempo — ela diz enquanto mede a temperatura de Jeno depois de checar o pescoço dele — E não se parecem com os últimos policiais que vieram da última vez.
— Por quê? Aconteceu alguma coisa? — você pergunta e a ouve suspirar, desligando o termômetro.
— Fizeram uma varredura aqui há alguns meses atrás, quando essas ruas ainda eram um caos e muita gente ainda morria sem saber como o vírus funciona — ela volta a pegar a vassoura e acena para o homem que segura o neném, entregando a ele e pegando a criança em seus braços — Diferente de vocês, eles vieram com dois camburões e saíram pelo menos um dúzia, armados com fuzis enormes e cobertos dos pés a cabeça, com capacete e cassetetes por todos lados. Entraram em todas as casas e só causaram pânico. Não foi de grande ajuda — explica.
— Ouvimos outros relatos parecidos com esse. Sentimos muito por isso — Jeno diz e franze o cenho — Realmente não queremos assustar ninguém. Estamos só de passagem.
Ela assente e começa a ninar a criança, dando de ombros.
— Ninguém aparece aqui desde esse dia. Não deu pra entender qual era objetivo deles na época, mas depois disso fomos aprendendo a conviver com as pragas — a mulher dá um sorriso fechado — Meu nome é Sohyun, Park Sohyun. Essas são minhas irmãs Dahee e Jiwoo, meu marido Seungwoo e meu filho, Hwan.
Você sorri de volta e cumprimenta as outras pessoas rapidamente. Ouve Jeno engatar em uma conversa com Sohyun sobre o funcionamento do que restou das pessoas que moravam naquela região e logo são convidados para conhecer a casa deles. Assim que a mulher faz o convite, você e o Lee conversam em silêncio sobre a sugestão.
"Não custa nada dar uma olhada rápida" acha que ele tenta te dizer.
"Tem razão" é o que Jeno espera que você tenha respondido.
•••
Assim que concordam em dar uma passada, Seungwoo começa a guiar vocês para dentro de um beco estreito entre duas casas e Sohyun continua na rua com o bebê e Dahee. Sua mão vai instintivamente para a arma em sua cintura enquanto anda entre o homem e seu tenente parceiro. O caminho é escuro e não muito longo, mas seus sentidos ficam em alerta até que parem de andar e ouça o som de chaves, o clique de uma maçaneta girando e então uma porta se abrindo. Ficam na escuridão por mais um momento até que uma luz finalmente se acenda, deixando todo o lugar visível para vocês.
Depois que Seungwoo entra primeiro, Jeno dá um leve toque em seu ombro, sinalizando que você entre logo após e ele fica na batente enquanto você continua com a mão sobre o cano do calibre através do moletom, olhando atentamente para todos os cantos. O primeiro cômodo que visitam é a sala de uma casa que não parece muito grande, com muitos móveis de madeira escura e um enorme tapete verde e felpudo no chão de porcelanato. O único ponto de iluminação do lugar são as pequenas lamparinas acesas sobre a mesinha de centro, o que dá um ar aconchegante à casa. Nota algumas barricadas espalhadas além de pedaços de pau com pregos empilhados no canto.
— Podem checar os outros cômodos, se quiserem — Jiwoo diz, ainda meio acanhada. Olhando a garota de perto ela parece ainda ser adolescente, com seus cabelos cacheados volumosos presos em um rabo de cavalo mau preso e a blusa de xadrez vermelha amarrada na cintura — Não que tenham muitos.
— Obrigada — você agradece a ela e sorri, indicando com a mão — Se puder ir na frente.
Ela assente e começa a andar. Olha rapidamente para o Lee e o vê balançar a cabeça em concordância, ainda inspecionando a sala com olhas meio curiosos e despreocupados. Então, segue Jiwoo pelo pequeno corredor que ela atravessou, esse que dá acesso a dois quartos também pequenos e um banheiro. O primeiro deles tem uma beliche encostada na parede lateral, em frente ao guarda-roupa que tem uma das portas bamba e um espelho quebrado; uma janela entre os dois móveis está fechada e coberta por sacos de lixo preto. O próximo quarto é logo a frente e parece ser um pouco maior, com uma cama de casal cheia de lençóis bem esticados e alguns travesseiros; esse tem apenas uma pequena cômoda branca e não têm janelas. No cantinho, ao lado da cama, um pequeno berço tem um véu pendurado sobre ele.
O banheiro é simples, com uma privada, pia e um chuveiro atrás de uma cortina. Quando chega ao fim do corredor – e da casa – se depara com mais porta e se vira para Jiwoo, que ainda está em seu encalço.
— E o que tem alí? — pergunta, curiosa.
— Alí é o restaurante da Hyun. Ou era — ela se refere a irmã e dá de ombros em seguida — Mas tá trancado e só ela tem a chave. Podemos mostrar a vocês quando ela voltar com a Hee e o Hwan.
— Claro, eu adoraria — concorda e então começam a voltar para onde os rapazes estão — Aliás, o que elas estão limpando lá fora?
Jiwoo coça a nuca quando vocês passam em frente ao banheiro.
— Não sei muito bem, parece que algumas pragas comeram um cachorro durante a noite — faz uma careta e você sente seu estômago embrulhar — Sohyun acordou antes de todo mundo e quando demos falta dela, ela já estava esfregando aquele tanto de sangue sozinha.
— Isso é horrível e muito nojento — declara e ela concorda, murmurando — Espero que as pragas não estejam dando muito trabalho a vocês.
Quando voltam para a sala veem Jeno e Seungwoo sentados no sofá enquanto o último mostra um punhado de papéis ao tenente. O Lee levanta o olhar para você assim que chega com a menina.
— A gente aprendeu a lidar — Jiwoo não se prolonga muito, mas sente que não foi tão simples assim. Nunca é. Porém decide não insistir muito no assunto por hora, estando mais curiosa a respeito do que Seungwoo estava mostrando a Jeno. Se aproxima dos dois.
— O que são esses papéis? — Se agacha em frente ao sofá e se inclina para tentar ler. Vê muitas coisas grifadas e percebe que são todas escritas a mão.
— São nossos registros — Seungwoo explica — É tudo que nós documentamos desde o começo do apocalipse. Achei que poderiam se interessar, tem bastante coisa.
Você assente e pega alguns dos papéis. Todos eles estão com a mesma caligrafia e são datados; com o dia, mês e ano; além do horário em que o documento foi escrito. O primeiro que lê é uma anotação de sete meses antes, com rotas de lugares seguros para irem atrás de outras pessoas pelas redondezas. Viu também um pequeno calendário e um mapa desgastado.
— Parece que vocês tem bastante controle aqui — comenta, parando brevemente de folhear os registros. Volta sua atenção ao homem, crispando os lábios — É muito bom ver que estão firmes. Na medida do possível, claro.
— A gente faz o que dá — ele suspira — Fazemos de tudo pra manter nossa família segura.
Quando Sohyun volta da rua com o pequeno Hwan, agora acordado, e Dahee, logo ela trata de abrir o restaurante para que você e o tenente conheçam o espaço. O lugar, diferentemente do restante da casa, é aberto e bem mais espaçoso. O primeiro lugar que veem é o salão, com as cadeiras e mesas empilhadas nas extremidades e um grande vazio no centro mal iluminado. O chão é de ladrilhos pretos e brancos, um balcão de mármore separa o salão do caixa, e uma porta sem batente dá na cozinha.
— Nos últimos anos o bairro vivia faltando água, as vezes nós ficávamos dias esperando a água voltar — Sohyun comenta quando entram na cozinha, com o pequeno Hwan em seu encalço. Alí, duas pequenas janelas basculantes deixam com que um pouco de luz entre no cômodo, também forradas com pedaços de lençóis brancos — Por isso, começamos a estocar galões de água para emergência. Acabou que isso veio a calhar quando a infecção começou. Fizemos um sistema de racionamento até aprendermos a purificar a água.
— Imagino que tenham feito a mesma coisa com a comida — Jeno supõe olhando ao redor e andando pela cozinha.
Hwan se afasta da mãe e começa a engatinhar em sua direção. Ele está usando um macacão azul e tem na boca uma chupeta amarela. A criança dá uma risadinha quando chega até você e puxa a barra da sua calça.
— Sohyun era bem sistemática com a comida no começo — é Dahee quem diz, parada na porta da cozinha. A irmã do meio tem mais semelhanças com a mais velha que Jiwoo, vestida com uma regata cinza e calça jeans clara. Ela afasta o cabelo preto do rosto — Já ficamos três dias dividindo cinco fatias de pão porque ela nunca sabia o que podia acontecer.
— Eu estava tentando cuidar de vocês — a mais velha se defende, arqueando as sobrancelhas — E nós tinhamos muitos legumes, verduras e frutas guardados, o que é bem mais fácil de conservar sem energia do que carnes. Outra coisa crucial foram os botijões de gás reservas, assim não precisamos de eletricidade para cozinhar.
— Sempre foram só vocês? — você pergunta e vê Jeno franzindo o nariz. Dá de ombros, não pensando que fosse uma pergunta indelicada. Hwan estica os bracinhos para cima querendo ser carregado, balbuciando alguma coisa que não consegue identificar. A criança usa os dedinhos para agarrar sua canela coberta pela bota de couro e você engole em seco, abrindo e fechando as mãos ao lado do corpo, arregalando os olhos.
Jeno, que está do outro lado da cozinha, observa a cena e comprime os lábios para não rir da sua reação. Parece quase desesperada e ele acha meio cômico que você não hesite em enfrentar uma gangue de dez pessoas armadas, mas que um bebê entre seu primeiro e segundo ano de vida te deixe estática no lugar.
— Nós costumávamos visitar algumas famílias da vizinhança mas o pessoal não é mais como antes — a Park mais velha diz enquanto abre um armário e tira alguns panos lá de dentro — Filho, deixe a moça quieta. Vai lá com a sua tia.
O neném cospe a chupeta e um bico o substitui, juntamente dos olhos que imediatamente se enchem de lágrimas.
— Tá tudo bem — você tenta tranquilizar, ainda parada na mesma posição quando Dahee se aproxima para pegar o sobrinho no colo, guardando a chupeta no bolso da calça. Hwan abre e fecha as mãozinhas para você outra vez.
Dahee passa as mãos pelas costas dele e faz com que ele deita em seu ombro, revirando os olhos.
— Que criança mais carente, isso é culpa da Jiwoo que vive mimando ele — resmunga e começa a niná-lo. Você olha de Sohyun para Jeno, notando a expressão de divertimento dele. Aperta os olhos — Vou colocar ele no berço.
— Obrigada, Hee — logo a garota deixa a cozinha e estão apenas Sohyun, Jeno e você. A mulher pega uma tesoura em uma das gavetas e começa a cortar os panos ao meio — Minhas irmãs já são bem crescidas, mas não gosto de falar sobre certas coisas na frente delas.
— Qual a idade das meninas? — Jeno pergunta, se escorando na parede e cruzando os braços.
— Jiwoo tem dezesseis e Dahee acabou de fazer dezenove. Tenho só oito anos de diferença com a Hee, mas ainda sinto como se fosse uma vida inteira — ela suspira — Nossa mãe faleceu há um ano atrás, morava na casa da frente.
— Ela foi infectada? — você sussurra e Sohyun faz que não.
— Pneumonia — responde — As meninas moravam com ela na época e continuaram morando lá, sozinhas, por alguns meses. Até que elas se viravam bem, mas quando as primeiras pragas apareceram eu não consiguia ter uma noite tranquila de sono pensando nelas naquela casa. Eu e Seungwoo íamos lá todos os dias, claro, e mesmo assim não era a mesma coisa. Hwan era bem menor e tínhamos toda a responsabilidade de cuidar de um bebê pequeno, mas elas são minhas irmãzinhas. Só não posso dizer isso na frente de Dahee, ela fica bem brava.
— Sinto muito — Jeno lamenta — Não posso nem imaginar como deve ter sido difícil lidar com tudo isso sozinha. Claro, você tem seu marido, mas não deixa de ser... complicado.
— Agora as coisas têm sido menos complicadas, na medida do possível. Ter a minha família comigo me deixa bem mais tranquila. Cuidar delas de perto é incrível. E Hwan ama as tias.
Jeno sorri, concordando. Também sente muita falta de sua família e entende o que ela quer dizer.
O Lee olha para você e te vê em uma posição parecida com a dele, escorada em um dos armários, com os braços cruzados. Mas seus olhos estão distantes e, mesmo com o boné, ele consegue ver suas sobrancelhas arqueadas.
— O que você tá fazendo? — ele pergunta a Sohyun, se aproximando.
— Vou costurar algumas luvas com esses panos, hoje é dia de purificar nossa horta e limpar a fachada do restaurante. Amanhã nós colocamos a placa na porta para tentar receber alguns moradores e distribuir uma pequena salada de frutas.
— Parece que estão com o dia cheio — você sai do seu pequeno transe e bate com as mãos na lateral do corpo, se desencostando do armário — Eu e o tenente Lee já estamos de...
— Podemos ajudar, se quiser — te interrompe. Arregala os olhos, ele continua com um sorriso simpático no rosto e te olha por uma fração de segundo — Há muita coisa para fazer.
Você fuzila Jeno, pensando qual era o problema daquele idiota e o por quê dele achar que vocês tem tempo para ajudar com todas aquelas coisas. Precisa respirar fundo para não gritar com ele e assustar aquela família com seus instintos violentos. Por isso, morde os lábios com força para conter a si mesma.
— Bom, uma ajuda é sempre bem vinda — Sohyun sorri de volta e você força uma coisa com a boca que não deve se parecer muito com um sorriso — Vamos começar pelas luvas, então.
Com a desculpa que precisava checar o carro rapidinho, você vai até o camburão, entra e fecha a porta. Uma vez que está lá dentro, você fecha as janelas e grita por dez segundos ininterruptos e xinga seu tenente parceiro de todos os palavrões que conhece.
•••
As próximas horas do dia se seguem, primeiro, com você e o tenente ajudando Sohyun e Jiwoo a costurarem aquelas luvas. Jeno se revela um ótimo costureiro, sendo elogiado diversas vezes por elas, fazendo com que ele e a adolescente engatem em uma conversa muito empolgada sobre crochê e quais seus pontos e agulhas preferidas — assunto esse que te deixa entediada e surpresa na mesma medida. Você, em contrapartida, nunca tinha encostado em uma agulha de costura antes e acaba dando mais trabalho do realmente ajudando, já que Sohyun precisa desmanchar suas luvas algumas vezes antes de aceitar que era melhor simplesmente deixá-las tortas e com dedos irregulares.
Em seguida, vestem as luvas e vão para a parte de trás do restaurante, onde uma pequena horta de cenouras, batatas e tomates está escondida entre mais um beco estreito como o que passaram ao chegar na casa. Primeiro, colhem os legumes, o que acaba se mostrando uma tarefa menos complicada que a confecção das luvas. Você corta as raízes ao lado de Seungwoo, jogando suas cenoura e batatas dentro de um grande balde verde, mas não encosta nos tomates porque viu um deles sendo abrigo de uma larva enorme e nojenta. Sohyun está dentro do restaurante, esperando que terminem para começar o processo de purificação. A sua frente, Jiwoo e Jeno continuam entretidos, agora com uma conversa que envolve quais são os melhores frutos para se fazer uma salada de maionese. Você não consegue evitar e faz uma careta.
Quando terminam e seguem para a cozinha, descobre que o procedimento de purificação é através de cinzas de madeira misturada com água filtrada. Como precisam ficar algumas horas descansando, vão até a fachada do restaurante com vassouras e mais panos, começando a esfregar os vidros e todo o restante.
— O que são todos esses lençóis? — você pergunta a Dahee em determinado momento, já que Sohyun está focada em limpar e Jeno segue falando sobre algum assunto relacionado a pintura rupestre com Jiwoo. Seungwoo e Hwan estão dentro de casa, sentados no chão da sala enquanto o pequenino brinca com um ursinho de pelúcia.
— É para mostrar quais casas ainda tem sobreviventes — a garota responde.
A última coisa que fazem é cortar algumas bananas, maçãs e laranjas para as saladas de frutas do dia seguinte. Colocam os pedaços em pequenas sacolas e guardam em caixas térmicas. Considera essa a tarefa relativamente mais fácil, não envolvendo sujeira nem nada do tipo. Desta vez, a conversa que o tenente e Jiwoo começaram a respeito da origem dos nomes das frutas acaba englobando todos os presentes, que adicionam comentários e risadas ao assunto. Você até tenta falar uma coisa ou outra, mas prefere focar em descascar aquelas bananas.
Ao finalmente terminarem de fazer tudo que era necessário, a noite já tinha substituído o dia. Deixou a faca de lado passou as costas da mão pela testa, limpando seu suor. Jeno se aproxima de você, sorrindo, mas o olhar fulminante que lança na direção dele faz com que o sorriso morra no mesmo instante.
Não sabe exatamente o que o Lee tinha a dizer e não estava exatamente no clima para ouvir seja lá qual for a provocação que ele preparou, mas Sohyun acaba falando antes que ele tenha a oportunidade.
— Vou fazer uma sopa com os legumes que colheram mais cedo — a mulher agora tem o cabelo preto preso atrás da nuca e veste um vestido florido e solto, com um pano de prato sobre um ombro e um bebê brincando no outro — Gostaríamos que ficassem e jantassem com a gente.
Você fica calada. Sente que seria falta de educação recusar o convite após passar o dia inteiro com eles, mas por outro lado, sabe que precisam continuar com suas responsabilidades. Prefere, então, não dizer nada.
— Além de tudo, não é seguro que saiam na rua agora a noite — acrescenta ela e Hwan puxa a alça do vestido da mãe — Até mesmo para dois policiais. Podem passar a noite aqui. Tomar um banho. Temos espaço e queremos agradecer a companhia e a ajuda hoje.
A proposta é tentadora. Só de pensar em dormir em qualquer lugar que não fossem os bancos apertados do camburão sente todos os músculos do seu corpo relaxarem. Além do banho. E da comida quente.
— Ficamos felizes em aceitar — é o Lee quem responde. Mesmo que já estivesse inclinada a aceitar, não pode evitar a pontada de irritação que sente ao ouví-lo falar por você. Ele se vira na sua direção — Podemos ir até Sunvylle amanhã cedo. Vamos tirar aquele dia de folga que a gente disse hoje mais cedo.
Tem certeza que sentiu seu olho piscando involuntariamente.
— Claro — diz entre dentes e força um sorriso para Sohyun e o pequeno Hwan, que olha para você com os olhos atentos — Muito obrigada pelo convite. Mesmo.
Jiwoo guia vocês até o quarto que ela divide com a irmã e procura no guarda roupa alguma roupa que você pudesse usar para dormir, alegando que a sua está imunda. Você faz uma careta e ouve Jeno dar uma risadinha. Pega então, um casaco de algodão e botões, que fica bem grande, e uma calça de moletom cinza bem mais solta que a sua. A garota passa por você e, com um sorriso tímido no rosto, diz ao Lee que vai pedir ao cunhado uma roupa para ele também.
Você arquea uma sobrancelha na direção dele, que apenas da de ombros.
Enquanto a sopa está sendo preparada, Jeno vai até o banheiro primeiro. Você fica na sala, sentada no sofá e segurando sua nova muda de roupas, observando Seungwoo e Jiwoo brincarem com Hwan sobre o tapete. O garotinho engatinha de um para outro atrás de sua bolinha e dá umas risadinhas empolgadas, e você acaba rindo sem se dar conta. O som chama a atenção da criança, que levanta e corre até você, te entregando a bola de isopor.
Você segura o objeto e olha para a tia e pai de Hwan, sem saber o que fazer.
— Ele quer que você jogue — Seungwoo diz. Engolindo em seco sob o olhar de expectativa de Hwan, você joga a bola para Jiwoo e ele vai atrás, entusiasmado. Volta a segurar as roupas, sorrindo fechado.
Assim que Jeno sai do banheiro, com uma camiseta branca, uma calça xadrez verde e chinelos, de cabelo molhado e cheirando a sabonete; é sua vez de entrar. Encontra uma bacia de água quente lá dentro juntamente de um sabonete em barra, ambos sob o chuveiro. Uma toalha está dobrada sobre a pia com um pente e um frasco de creme ao lado. Não consegue segurar o suspiro carregado que dá ao ver todas aquelas coisas. Precisa se lembrar de agradecer mais uma vez a Sohyun.
Abandona as botas pesadas e as meias pretas, motando uma pilha no cantinho. A próxima coisa a deixar seu corpo são as peças debaixo, e então o boné, o moletom e sutiã. Um vento frio arrepia todos os seus pelos quando se senta no banquinho a frente da bacia e coloca uma das mãos dentro da água, fechando os olhos quando sente a temperatura quentinha. Precisa conter o nó que se forma na sua garganta.
Se lava devagar, com cuidado, não sabe qual vai ser a próxima vez que terá tantos recursos assim de novo. Enquanto passa o sabonete pelos braços e pernas cheios de hematomas, sente seu peito pesar e não consegue entender muito bem o motivo. Pega mais um pouco de água com as mãos e molha o cabelo, deixando que escorra pelo seu rosto, que esfrega com um pouco mais de volúpia.
Continua passando as mãos pelas bochechas, tentando tirar não apenas a sujeira como aquela sensação ruim que está te tirando o fôlego e dificultando sua respiração. Esfrega com mais força até sentir sua pele ardendo, esfrega para finalmente se sentir limpa, esfrega e espera que a água leve com ela todo aquele cansaço. Só consegue parar quando o atrito começa a doer e seus braços estão fracos, e então abandona suas bochechas sensíveis.
Quando sai do banheiro, penteando seus cabelos com calma e se sentindo mais leve e angustiada ao mesmo tempo, se depara com Jeno na porta, te esperando. Quando se assusta com a presença dele acaba se esbarrando no corpo alto e largo do tenente, que continua imóvel e te olhando. Aperta a toalha entre os dedos e prende a respiração quando ele começa a dizer alguma coisa.
— Eu, é...
— Venham jantar — Jiwoo aparece no corredor, o interrompendo.
Você assente e solta ar, passando por Jeno e o deixando para trás, indo até a porta que levava ao restaurante.
Lá, a família está reunida ao redor de uma das mesas que foi posta no centro do salão, com seis cadeiras. Se aproxima devagar, sorrindo contida e agradecendo por terem esperado. O Lee chega logo em seguida e se senta na cadeira a sua esquerda, entre você e Sohyun, de frente para a irmã mais nova que tem Hwan em seu colo. Eles dão as mãos e fazem uma rápida oração, que você acaba não prestando muita atenção, mas fecha os olhos e tenta controlar sua respiração enquanto ouve as palavras murmuradas de Seungwoo.
Só percebe que acabou quando sente sua mão sendo apertada brevemente. Abre os olhos devagar e sente seu estômago roncar quando sente o cheiro da sopa assim que a tampa da panela é levantada.
Tenta comer de maneira educada. Mas assim que termina sua primeira tigela, Sohyun começa a colocar mais comida para você. Até tenta dizer que está satisfeita mas ela continua a encher, então acaba por aceitar. Come aproveitando cada pedaço dos legumes deliciosamentes temperados e enche sua tigela uma terceira vez. Durante a refeição, a família conversa avidamente, e você se pergunta o que é aquilo fazendo suas mãos formigarem e seus olhos arderem.
Já mais tarde, se oferece para ajudar com a louça, mas Jeno chegou antes de você e está ao lado de Seungwoo passando um pano sobre a pia da cozinha. Então, dá meia volta e segue para a sala.
— Podem dormir no quarto das meninas — Sohyun sussurra assim que você chega. Ela está, mais uma vez, com o filho no colo. Hwan tem o polegar dentro da boca e parece sonolento — Deixamos cobertores extras para vocês.
— Não quero incomodar, Sohyun — nega com a cabeça, olhando para as duas irmãs que começam a se aconchegar no sofá e em uma pilha de cobertas e travesseiros no chão — Não precisam dormir na sala por nossa causa.
— Pode ficar tranquila, é uma noite só — Dahee tranquiliza, se deitando no sofá.
— Não se preocupe — acrescenta Jiwoo.
Sohyun sorri e se aproxima, ainda balançando o neném entre seus braços.
— Vamos estar algumas portas a distância. Sei que não precisam, mas qualquer coisa é só chamar — você assente e começa a se despedir, mas Hwan levanta a cabeça subitamente e tira o dedo da boca. Ele puxa seu pescoço com a mãozinha pequena e deixa um beijo molhado na sua bochecha, logo deitando no ombro da mãe novamente.
— Bo note.
•••
Está sentada na cama debaixo da beliche, encarando seu calibre sobre o travesseiro. Uma vela de cera no chão é a única coisa que ilumina o quarto, o deixando com uma luz amarelada. Continua parada e sem silêncio até que ouve vozes do lado de fora do quarto.
"Boa noite, tenente Lee. Se precisar de qualquer coisa é só me chamar."
"Muito obrigado, Jiwoo. Tenha uma boa noite."
Ouve um estalo que suspeita ter sido um beijo na bochecha e depois passos se aproximando, então Jeno entra no quarto, fechando a porta atrás de si. Ele anda até onde você está e tira a própria arma da cintura, colocando no chão ao lado da vela.
Sente o cheiro do sabonete que ele usou para tomar banho e escuta o barulho dos chinelos se arrastando. O farfalhar da roupa emprestada e o ruído dos dedos no cabelo molhado. Quando olha para Jeno, vê que o tenente está parado diante de você outra vez, e parece prestes a falar alguma coisa. Porém, agora é você quem o interrompe.
— Espero que saiba que você é um completo idiota irresponsável.
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mo vc escreve angst? se sim, faz algo do enzo bem triste? ((nós garotas que amamos sofrer
olá, anozita! Eu tentei escrever um angst lol
gosto mt também de sofrer👇😛 mas sempre sai como uma autossabotagem pra mim, porque fico tristinha pensando como ninguém me amaria ou escolheria com tantas mulheres mais bonitas e legais. But anyways☝️ em pequenas doses eu aguento.
Aqui um pouco do que eu tentei fazer, meus amores:
Seu relacionamento com Enzo parecia perfeito na sua cabeça. Ele era gentil, lindo, educado e muitos outros adjetivos que seu coração amava, tanto defeitos quanto qualidades. O mais velho te fazia se sentir livre com o jeitinho único dele, porém alertas soavam na sua mente com algumas ações dele.
O primeiro sinal foi quando o uruguaio não te chamou para a premiere do seu novo filme, mas se explicou dizendo que não seria bom te expor aos fãs dele e imprensa com o relacionamento tão recente, claro que você concordou, afinal só estavam saindo há 1 mês e não sabia se estava preparada para isso, mas no fundo da sua mente ficava se perguntando por que ele não te consultou se queria ir pelo menos. Nessa mesma noite, quando ele chegou em casa e viu sua carinha decepcionada te fodeu até você esquecer seu próprio nome e a situação, fazendo mil promessas de amor e falando o primeiro eu te amo da relação.
O segundo sinal era a forma estranha que ele agia ao redor dos amigos dele quando estava contigo, tudo bem que você não era tão ligada ao mundo do teatro, mas sempre sentia que ele não te incluía nas conversas ou que as vezes ele queria que você fosse uma atriz ou algo assim. Você até começou a evitar sair com os amigos dele porque sempre chegava em casa se sentindo melancólica.
Havia muitos outros sinais, mas a gota d'água foi quando ele te apresentou à família dele e mesmo assim se recusava a te chamar de namorada, você pensava que o moreno se sentia muito velho para o título "namorado", então não questionava, entretanto no meio da noite sempre deitava no peito dele pensando se ele iria se aproveitar da ausência de rótulos para fazer algo.
Você esquecia esses problemas quando as coisas estavam bem, ele parecia tão apaixonado por você, sempre te elogiando e abraçando apertado como se fosse a pessoa de maior valor na vida dele. Enzo era romântico e atencioso, mas as vezes sentia que ele desmerecia seus gostos. Ok, que tinha uma diferença de idade e vocês as vezes faziam piadinhas, só que quando você sugeria um filme para assistir ou música ele te olhava com um sorriso debochado.
Agora mesmo você se encontrava arrumando suas coisas para ir embora do apartamento e provavelmente da vida dele, após 10 meses não aguentava mais o tratamento passivo-agressivo e a maneira que ele se esquivava de te assumir como namorada.
"Você está sendo dramática demais" Enzo bufa te observando da porta do quarto. "Para com isso e vamos conver-"
"Conversar 'pra que, Enzo! Sempre acaba com você me prometendo mil coisas e no dia seguinte nem conseguindo segurar a minha mão na frente dos seus amigos idiotas." Diz elevando a voz, finalmente expressando tudo o que reprimiu em todos esses meses.
Enzo revira os olhos e cruza os braços, começando a ficar irritado com o seu comportamente e razões para terminar.
"Você já está exagerando, sabe muito bem que a situação não é essa." Fala chegando mais perto de você e tentando te forçar a encarar ele.
Larga as peças de roupa com tudo na mala, sentindo um nó se formar na sua garganta com as emoções te consumindo. A tristeza, raiva e desgosto te faziam nem conseguir olhar para a o rosto dele, além disso, sabia que não conseguiria resistir se olhasse para aqueles olhos encantadores.
"Pra você eu sempre tô exagerando! Sempre sou o problema! Ou eu sou muito imatura ou eu sou a garota frágil que não aguenta a sua fama, mas sabe o que?! Eu ainda tenho que lidar com essas coisas independente de você me beijar em público ou não, porque ficam me chamando de trouxa e dizendo que você tem vergonha de mim." Grita as palavras apontando o dedo para o uruguaio que te olhava assustado, nunca tinha te ouvido gritar ou sequer ficar com tanta raiva assim. O fato de ser direcionada a ele, fazia o estômago dele se revirar ao sentir desprezo por si mesmo. Você para o que fazia para secar as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.
Enzo se aproxima mais e coloca as mãos nos seus ombros tentando te puxar para um abraço, mas na hora que ele te toca você se afasta brucamente empurrando as mãos do moreno.
"Não! Sai de perto de mim." Fala ao voltar a colocar seus pertences de qualquer jeito na mala."Eu cansei de ser uma idiota por você."
"Amor, por favor, se acalma pra nós conversarmos melhor." Lágrimas surgem nos olhos dele, Enzo estava tentando achar um modo para contornar a situação, sentindo que dessa vez você realmente iria embora.
"E se você nunca decidir o que quer comigo, Enzo?" Sua voz sai mais firme, finalmente encarando aqueles olhões castanhos e rosto atraente. "Vou passar o resto da minha vida sendo sua amiga e com medo de te pedir o mínimo?" Sua voz sai baixinha e falha ao perguntar, as lágrimas já escorriam livremente pelo seu rosto e nem se importava de limpar.
"Mas não é isso! Se nós dois sabemos o que somos, porque mudar e rotular algo que está bom." Fala ao gesticular desesperadamente com as mãos, já que você não deixaria ele te tocar, tentaria de tudo para te transmitir a agonia dele em te ver ir embora.
"Nós dois sabemos que não está bom." Diz rindo sarcástica com a visão dele.
"Mas eu te amo." Fala com um tom baixinho e sofrido, a expressão triste tomando conta da face dele.
"As vezes parece que não, Enzo. Sinto que você só me mantém ao seu lado, porque é conveniente." Responde fechando a mala e sentindo seu coração doer. Sua mente já estava decidida, era melhor ir embora agora, então vira seu corpo para não cair na tentação de ir consolar ele ou dizer que o amava também.
Esperou que ele te seguisse, que dissesse para você parar e que a partir de agora iria te tratar como merecia. Mas nada disso aconteceu, ele só ficou parado olhando sua figura desaparecer no horizonte. Ambos se sentindo impotentes e tristes com o rumo do relacionamento.
Três meses depois, seu celular apitava com várias notificações da sua amiga mais próxima, como você tinha bloqueado tudo relacionado ao Enzo, ela que te mandava as "atualizações". Seu coração parou quando viu o print do seu ex-alguma coisa assumindo o namoro com uma atriz e modelo.
alexa play top 10 tristes da olivia rodrigo
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Que mania feia temos de culpar só outro, como se nós não tivéssemos errado também. Destruiu sua vida, mas quem foi que abriu a porta? Depositou confiança? Quem acreditou? Quem não ouviu os sinais de alerta? Quem ignorou os conselhos?
Nós somos errados sim, de amar cegamente, de perdoar o imperdoável, de dar segundas chances a quem comete o mesmo erro.
Não seja vítima, mas aprendiz quando seus relacionamentos que deram errado. Parem de chorar mágoas que vocês represaram, eu tenho feito uma análise, e ninguém errou comigo, sem que eu tivesse permitido.
Amadurecer é contar os dois lados da história, eu errei querendo o que não podia ter no momento, um relacionamento a distancia no qual eu vivia internada? Um relacionamento com um judeu, conhecendo seus princípios, um relacionamento com um homem que ainda morava no quintal dos pais... eu queria bancar a assistente social, a que levanta o homem, a que os faz conhecer um mundo novo, aquela que o chama para um mundo ao qual ele teria acesso, se não fosse por mim. Eu também errei, com eles, comigo. Peço perdão a eles e a mim, errando com boas intenções também é erro.
Hoje eu vejo que fui eu quem abriu portas, braços, coração e também fui eu quem fechou portas, braços e juntou cada pedacinho do meu core partido. Eu reclamo, mas resolvo.
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5 sinais nas unhas pouco conhecidos que podem indicar câncer
As unhas, muitas vezes negligenciada como meros acessórios estéticos, podem fornecer pistas e sinais importantes sobre a saúde geral de uma pessoa. Enquanto a maioria das alterações nas unhas é inofensiva e pode ser atribuída a causas benignas, em alguns casos, mudanças podem ser um sinal de alerta para condições médicas mais sérias, incluindo câncer. Descoloração Alterações na cor das unhas…
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Um papo sobre suicídio
Primeiro vamos quebrar um tabu: falar de suicídio NÃO É incentivo ao mesmo. Infelizmente os casos têm crescido constantemente em nossa sociedade. Um dos principais motivos que leva a pessoa a tal ato, é um misto de sentimentos no momento da dor emocional que a pessoa não consegue lidar.
Leia novamente: ELA NÃO CONSEGUE LIDAR
A combinação de desespero e desesperança leva à necessidade de um "alívio rápido" para interromper a dor emocional/afetiva. A dor é profunda, intolerável, insuportável e no momento em que a pessoa sente essa dor, ela só vê a morte como a única saída.
EM UMA CRISE, o estado de construção cognitivo da pessoa não permite opções de ação para enfrentar os problemas e com isso vem a tentativa. Ela não consegue processar informações que poderiam ajudar a lidar com essa dor de outra forma. O desespero é para se livrar da dor e não de fato se livrar da vida.
O diálogo, a compreensão e a rede de apoio são um dos fatores imprescindíveis para ajudar quem tem passado por isso, além do acompanhamento profissional. Diante de um problema, a pessoa passa por diversos estágios antes de chegar ao ato em si. O ato pode ser impulsivo, advindo de um transtorno e por diversos outros motivos.
Pensamentos e falas recorrentes de morte como "nada faz sentido pra mim", "tanto faz eu estar vivo ou não", "a vida não tem mais sentido" etc, são alguns sinais de alerta que precisamos ficar atentos. Então, tenha em mente que qualquer pessoa pode estar suscetível a tais pensamentos pois não controlamos o que vem na nossa mente. Podemos aprender formas de lidar com esses pensamentos para que eles não venham a ganhar força e trazer mais sofrimento.
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Eu desejo que você encontre alguém que te olhe como se você fosse a sua pessoa preferida desse mundo inteiro. Alguém que te olhe nos olhos e seja capaz de enxergar sua alma. Alguém que te abrace e seja capaz de fazer você sentir que lar nem sempre é uma estrutura. Alguém que ao te ouvir rir, caia na gargalhada também. Alguém que espere ansiosamente por uma notificação sua e se fruste quando você sumir do nada. Alguém que seja capaz de andar a cidade inteira para ir até você se souber que você não está bem. Alguém que saiba seus gostos, seus desgostos. Alguém que abrace suas inseguranças e te ajude a vê-las com outros olhos. Alguém que veja o que você julga ser defeito, e te faça enxergar que apesar deles, você segue sendo tão linda quanto se não os tivesse. Alguém que seja capaz de lembrar das suas medicações, restrições, e sinais de alerta. Alguém que lembre de detalhes que são tão importantes para ti. Alguém que você possa encostar a cabeça no ombro e descansar sem pensar no que pode acontecer. Alguém que entenda como funciona sua cabeça. Alguém que leia seus livros preferidos para você ter uma companhia para reclamar por quê a adaptação do cinema é meio bosta. Alguém que evite as coisas que te machucam e saiba conversar para resolver as situações. Alguém que não se importe em parecer um palhaço para te fazer rir. Alguém que ame tanto grude quanto você. Alguém que tope suas loucuras. Alguém que segure seu mundo e te dê o chão quando você desabar. Alguém que não te deixe se isolar ou ir embora porque sua presença é o que ele mais quer. Alguém que te olhe com calma, amor e paixão. Eu desejo que você encontre alguém que seja capaz de mover céus e terras por você, da mesma forma que você seria capaz de fazer por ele. Mas acima de tudo, eu desejo que quando o encontrar, ele te encontre também.
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Sinais de Aborto Espontâneo: Como Reconhecer e o Que Fazer
O aborto espontâneo é uma das complicações mais comuns durante a gravidez, afetando muitas mulheres em diferentes estágios gestacionais. Reconhecer os sinais de aborto espontâneo é essencial para agir rapidamente e buscar suporte médico, além de garantir que a saúde da mulher seja preservada. Neste artigo, abordaremos detalhadamente como identificar os sinais, suas possíveis causas e o que deve…
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𝐇𝐀𝐑𝐌𝐀𝐓𝐈𝐀 & 𝐓𝐀𝐒𝐊 Ⅲ . ›
foram os gritos que a acordaram. o coração pulando no peito, podia sentir a adrenalina correndo em suas veias em estado de alerta muito antes de compreender a situação. descalça e descabelada, pulou da cama, todos já estavam correndo de um lado para o outro. não tinha tempo para tentar entender o que estava acontecendo, puxou o colar, o fecho mágico se abrindo com facilidade fazendo o pingente escorregava para o pulso crescendo gradualmente até espada curta atingir seu real tamanho. forjada em ferro estígio, o metal negro e lustroso brlhou com um leve tom azulado sob a luz da lua, como se desperta-se juntamente com a filha de poseidon. ambas estavam em alerta agora.
podia não ter nenhum poder ofensivo, e também não seria páreo para os filhos da magia ou para qualquer ataque que exigisse habilidades mágicas, mas poderia se defender e defender os que estavam próximos a si até estiverem em segurança, perto de um lugar seguro. tentou correr até onde Quíron gritava suas ordens. a adrenalina a colocou a postos, estava pronta para agir quando os patrulheiros e equipes de patrulha foram acionadas, ela percebeu que seria mais útil na enfermaria. era dificil ser a pessoa que espera. não estar na linha de frente era algo que a incomodava, queria poder ser útil, queria sentir o gostinho da glória, no entanto, sabia que para si o papel como equipe de apoio era tudo o que lhe restava.
andava de um lado para o outro na enfermaria. ansiosa para ter o que fazer, nem que fosse um curativo que fosse, para manter a mente ocupada, mas isso queria dizer que alguém havia se machucado e isso a fazia se sentir um tanto envergonhada. não queria que ninguém se machucasse, é claro. temia que o rosto que primeiro aparecesse no corredor fosse um de seus irmãos, ou um dos seus amigos… ou bem… qualquer um no acampamento. após trezes anos no acampamento meio sangue, todos os rostos eram importantes. até daqueles que não era particularmente próxima.
as mãos suavam, e ela enxugou a mão na roupa quando os gritos começaram a ecoar no corredor. as rodinhas da maca no chão faziam um som metálico enquanto os gritos de dor e vozes gritavam comandos e alguns choravam. ela se colocou a postos, como os seus irmãos faziam na linha de frente. ela pegou um frasco de água, pronta para começar a trabalhar quando os olhos cor de avelã finalmente avistaram seu primeiro paciente.
jason.
não fazia sentido. é claro que ela teria pensado nisso. mas o irmão estava ali. na maca, seus outros irmãos soluçava e sua mãe a atingiu antes que ela pudesse pensar direito. ‘mi hija tienes que curarlo’ a mãe a puxava tão forte, forçando as mãos da semi-deusa a tocar o irmão mais novo. a pele dele era fria, embora o corpinho magricelo e careca do irmão ainda mostrasse sinais de vida, ele estava gelado. ela podia sentir os sinais vitais do irmão zumbindo em seu ouvido. a falta de oxigênio, o coração que bombeava devagar, o sangue do irmão que carregava o câncer por todo o seu corpo, como um veneno que estava o matando há muito tempo.
ela queria salvá-lo, mas ela não conseguia mover os pés. estava congelada. como sua mãe havia descoberto sobre seus poderes? como ela sabe do acampamento? como conseguiram entrar? como jason estava ali. jason… ela podia salvá-lo. se ela apenas se movesse. e então, outros começaram a chegar.
sefa, yasmine, sebatian, joseph, sasha… os rostos entravam na seu campo de visão, e eles pareciam mais reais, pareciam mais urgente, era como se um fragmento de racionalidade lhe dissesse que eles eram o presente, ela podia fazer algo para salvá-los. e um impulso a levou para mais perto de seus amigos e seus meios irmãos apenas para ver o completo horror e desespero de sua mãe. os olhos castanhos a encarando como se ela fosse um monstro, recusando a salvar o irmão para ajudar estranhos. mesmo que não fossem estranhos, eles eram tão família dela quanto jason, quanto a mãe e seus outros irmãos… mas a traição no rosto dela a atingiu mais forte como um soco no estomago, fazendo o gosto da bile encher a sua boca. ela era um monstro. ela deu as costas para mãe, ela deixou o irmão morrer e estava fazendo isso de novo.
me desculpa… — ela disse antes de se lançar para a outra maca, mesmo que tudo em si implorasse para ajudar o corpinho doentio do irmão. ele era só uma criança.
sefa, você está bem? — ela perguntou, se atirando na maca da amiga apenas para ver o rosto pálido e sem vida da amiga. ela se afastou, como um reflexo, apenas para olhar ao redor e encontrar nada além de cadáveres. a luz branca da enfermaria falhou, e o sangue pingava ao redor, enquanto todos com que ela se importava permaneciam estáticos, gélidos e mortos.
stich… — chamou jason. ela se virou, ouvindo o apelido carinho que o irmão caçula usava com ela. — por você foi embora? — perguntou ele, o rosto estava entre um branco e um esverdeado.
— não, eu não… — ela não conseguiu terminar a frase, porque mais macas começaram a chegar, não havia espaço físico o suficiente, e nem pessoas de verdade trazendo as macas e a realidade é que, ela poderia culpar o choque, poderia dizer que aquilo não era real, mas a sensação gritante de que ela falhara, falhara com todos eles. ela não era poderosa o suficiente. seu poder era inútil. ela era uma inútil. se ao menos ela tivesse algum poder de verdade ela poderia ter salvado seus amigos. se ela ao menos fosse uma heroína, que agisse que soubesse de tudo, se ao menos seus poderes tivessem aflorado justamente no hospital, para salvar jason. se esse tivesse sido o momento que seu pai tivesse escolhido para reclamá-la. ela era um monstro.
o desespero era tamanho que seus joelhos falharam. ela não suportava. não suportava encarar a realidade daquela forma. ela não conseguiria viver sabendo que que falhara. o olhar da mão, de puro horror, de pura traição atordoava sua mente como um espiral, a puxando para o completo desespero e pânico. ela precisava sair dali, precisava…
e então os olhos voltaram a enxergar. ela nunca havia chego a enfermaria. estava ali no centro do acampamento. ajoelhada, de boca aberta e olhos embaçados vivendo o horror com o resto dos campistas. a figura encapuzada passou como um borrão, esthis ainda estava atordoada, ainda emocionalmente devastada que se a figura quisesse matá-la ela sequer protestaria. demorou bons segundos e hécate já tinha partido quando ela finalmente entendeu. não tinha sido real. mas tinha sido real o suficiente. ela sequer teve forças para se levantar. queria apenas… dar vazão a aquele sentimento. chorar a morte (ainda que irreal) de seus amigos, repetir para si mesma que nada daquilo tinha acontecido. mas ela sabia que não importava se tinha sido real ou não. aquela verdade que o horror havia libertado, a feito encarar não iria sumir tão rápido quanto as visos. de que ela era fraca, inútil e quando a hora chegasse, ela não conseguiria salvar ninguém.
@sefaygun @misshcrror @oceanhcir @d4rkwater @littlfrcak @silencehq
#swf:task#❪ 🌊 ❫ ─── ⠀ ⠀⠀ 𝐴𝑅𝑀𝑆 𝑂𝐹 𝑇𝐻𝐸 𝑂𝐶𝐸𝐴𝑁 ⠀ 〳 ⠀ task. :・#❪ 🌊 ❫ ─── ⠀ ⠀⠀ 𝐴𝑅𝑀𝑆 𝑂𝐹 𝑇𝐻𝐸 𝑂𝐶𝐸𝐴𝑁 ⠀ 〳 ⠀ POV. :・
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TASK 001 - APÓS A NOITE DO INCÊNDIO
ㅤㅤㅤㅤOs fios desalinhados, a camisa amassada indicando que havia sido trocada às pressas, e os coturnos amarrados de forma desajeitada refletiam perfeitamente seu estado de espírito: caos. Embora situações como aquela não fossem uma novidade para ele, naquela noite tudo o que dissesse poderia influenciar algo muito além de seu próprio destino, afinal, não estava sozinho quando o incêndio começou. Quando notou os primeiros sinais de incêndio, estava clandestinamente na sala de treinos, ensinando aos últimos enviados de Brennan técnicas de sobrevivência, essenciais para lidar com a brutalidade do instituto. Mediante o perigo, e uma preocupação que ele logo soube partir de Nidhogg, ele não havia conseguido salvar muitas coisas, visto que havia gastado boa parte do tempo retirando as crianças de lá em segurança. Fora roupas e itens similares, havia pegado apenas seu diário e alguns poucos presentes que havia ganhado de pessoas que considerava especial. Com o sobrenome que carregava, Kyrell era sempre um alvo fácil em momentos como aquele — bastava que algo ameaçasse o império para que automaticamente assumissem que o filho de Neal Vortigern estava envolvido em algum tipo de transgressão, então era apenas uma questão de tempo para que as primeiras especulações surgissem. Mas daquela vez ele precisaria estar preparado para lidar com elas da melhor forma.
ㅤㅤㅤㅤOs dedos longos tamborilavam na mesa, uma manifestação clara de sua impaciência. O interrogador estava atrasado, é claro, e Kyrell sabia que esse atraso provavelmente era proposital, uma tentativa de explorar seu já conhecido temperamento. Com um suspiro profundo, ele se recostou na cadeira, largando o corpo no assento em uma postura relaxada, mas ainda alerta. O que iriam perguntar? Será que tentariam pegá-lo em alguma controvérsia? Não que ele fosse dar essa chance, é claro, mas sabia que isso não impediria as tentativas. Outro suspiro, mais irritado, escapou de seus lábios enquanto, no fundo da mente, sentia sua conexão com Nidhogg se fortalecer, como se o dragão agisse para acalmá-lo, mantendo-o centrado.
ㅤㅤㅤㅤ“Onde você estava na hora do incêndio?” “No meu quarto.” “Alguém pode comprovar isso?” “Não.” A expressão desdenhosa fez seus dedos se fecharem em punho antes que ele os esticasse novamente. Lá estava, a acusação silenciosa que ele sabia que viria. “Se vocês vão ignorar minhas respostas e assumir que o que pensam é uma verdade absoluta, não vejo motivos para seguir com essa entrevista.” Praticamente sibilou, encarando os interrogadores. “Você notou algo incomum ou fora do lugar?” Questionaram, ignorando o que ele havia dito anteriormente. “Não, mas não é como se eu estivesse procurando por algo também.” Novamente a resposta atravessada arrancou uma careta de desaprovação dos inquisidores, Mas, desta vez, algo dentro dele se agitou de maneira estranha. Sentiu uma preocupação que não parecia ser sua. Se preocupava em proteger as crianças, mas agora havia outra camada — uma inquietação inesperada, um senso de autopreservação que nunca o havia atingido dessa forma antes.
ㅤㅤㅤㅤ“Você notou algum dos dragões agindo de forma estranha no dia do incêndio?” Embora a pergunta tivesse sido feita no plural, a entonação não deixava dúvidas sobre qual dragão estavam se referindo. Kyrell respirou fundo, encarando os interrogadores diretamente antes de responder. “Todos os dragões agiram como sempre, cuidando de suas próprias vidas, assim como seus montadores costumam fazer.” Os cantos de seus lábios se curvaram minimamente antes de ele concluir: “Se um flamion tivesse incendiado pedras” — a ênfase na palavra deixava claro o quanto ele achava absurda a ideia de dragões queimando pedras, um dos poucos materiais realmente resistentes a suas chamas — “o Instituto não seria nada além de lava, e todos nós sabemos disso. Além disso, os dragões não agem contra seus montadores.” Em um dia comum, Kyrell teria terminado sua fala mencionando que o diretor não estaria vivo se um dragão fosse o responsável, mas achou melhor manter esse pensamento para si.
ㅤㅤㅤㅤ“Você teve algum sonho ou pressentimento estranho antes de saber do incêndio?” “Estranho seria se eu tivesse. Isso é coisa de khajol.” O tom simplista escondia o quanto ele estava estressado com a situação. Aquilo não parecia uma investigação em busca de quem realmente havia causado o incêndio, mas sim uma caçada ao changeling mais fácil de culpar.
ㅤㅤㅤㅤEmbora não tivesse sonhado ou pressentido nada, não podia negar que os últimos dias tinham sido esquisitos. Constantemente sentia emoções que não pareciam ser suas, embora soubesse que algo assim era impossível — a menos que tivesse sido envenenado ou algo do tipo. Mas ele ainda não conseguia desvendar a fonte daqueles sentimentos tão contraditórios, e isso começava a preocupá-lo de verdade, especialmente após o incêndio. Deveria mencionar isso? Se falasse, receberia ajuda ou apenas forneceria mais um motivo para desconfiarem dele? Infelizmente, ele sabia bem a resposta, e por isso optou por permanecer em silêncio.
ㅤㅤㅤㅤ “Você acha que o incêndio foi realmente um acidente, ou acredita que pode ter sido provocado? Quem se beneficiaria disso?” A voz do homem o arrancou de seus devaneios, trazendo consigo uma vontade enorme de rir. O Instituto era construído de pedras, um dos poucos materiais resistentes às chamas de um dragão. Mesmo que um dragão de fogo tivesse provocado o incêndio, a destruição seria de outra magnitude, e com toda a certeza não haveria sobreviventes. Um incêndio como aquele definitivamente não havia sido acidental. Qualquer changeling sabia disso. “Francamente, acho que essa pergunta não precisa de resposta. Mas, só para garantir, gostaria de lembrar que pedra não produz fogo a menos que alguém provoque uma faísca antes.” Ele deu de ombros com uma fria indiferença. “E vocês provavelmente sabem melhor do que eu quem seriam os beneficiados.” Concluiu, cruzando os dedos à sua frente, enquanto uma estranha vontade de fugir daquelas pessoas o invadia. Mas que merda é essa?, pensou, lutando para permanecer no lugar.
ㅤㅤㅤㅤ“Na sua opinião, quem estaria mais interessado no desaparecimento do Cálice dos Sonhos e na interrupção do acesso ao Sonhār?” Pela segunda vez, os lábios se curvaram em um sorriso, desta vez bem mais amplo que o anterior. “Por onde começar?” Durante alguns instantes, ele fingiu pensar, encostando as costas na cadeira e assumindo uma postura descontraída. “Pessoas que não gostam da minha espécie. Pessoas que acreditam ser capazes de assumir algum tipo de poder sobre o Sonhār.” Para ele, não seria surpresa algum khajol ser suficientemente arrogante a ponto de achar que poderia conquistar o sonhar com aquilo que eles chamavam de fé. “Pessoas que não gostam da minha espécie. Outras pessoas interessadas na diminuição da proteção de nossas fronteiras. Já mencionei as pessoas que não gostam da minha espécie?” Ele questionou com certo humor, ajeitando-se novamente no assento. “Assim como na outra pergunta, acredito que vocês devem saber a resposta muito melhor do que eu.”
ㅤㅤㅤㅤAgora foi a vez do interrogador se mexer na cadeira, como se estivesse realmente refletindo sobre o que Kyrell acabara de dizer. Normalmente, ele não se abalaria com o silêncio, mas naquele momento específico, a ausência de palavras apenas aumentava sua angústia. “Enfim,” ele disse, rompendo o silêncio. “Se não houverem mais perguntas, eu gostaria de sair. Preciso arrumar as poucas coisas que não pegaram fogo.” Kyrell recebeu uma careta de desprezo ao ser dispensado, recebendo um aceno de cabeça como sinal de que poderia ir embora. Sem pensar duas vezes, ele se levantou e deixou a sala, caminhando a passos rápidos para bem longe dali, antes que a angústia que o consumia por dentro o devorasse por completo. Cada passo que dava parecia afastá-lo não apenas daquele ambiente opressivo, mas também das perguntas que pairavam em sua mente, como sombras persistentes. Ele precisava de um momento para respirar, para recuperar a clareza, longe do peso daquela sala e dos olhares acusadores. O corredor se estendia à sua frente, um caminho em direção à liberdade, e com cada passo, ele se sentia um pouco mais leve, como se estivesse se libertando do peso das expectativas que o cercavam.
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