#racionalidad instrumental
Explore tagged Tumblr posts
Text

«El anarquismo no es un partido en el sentido tradicional del término, no es sólo un movimiento organizado que, en este segundo sentido de la palabra política puede ser definido como político, sino que es también una visión general de la vida, la búsqueda de un modo de vida. Y, como tal, siempre ha tenido un fundamento ético, que lo distinguió de las demás tendencias dentro del campo socialista (me refiero al anarquismo socialista, heredero del internacionalismo obrero antiautoritario del siglo pasado, y no del anarquismo individualista, de los secuaces de Stirner que, a mi modo de ver, son algo muy distinto). Dentro del socialismo, los integrantes de la veta llamada científica, que adoptaron las teorías de Marx, se han mofado durante mucho tiempo del “moralismo” de los anarquistas. La paradoja es que ellos mismos, en la medida en que militaban por el socialismo no llevados por deseos de dominio o intereses personales, sino por una exigencia de justicia, obedecían a un impulso ético. Pero no lo reconocían, al buscar para la lucha y la conquista de un mundo mejor los caminos del poder, ya se situaban en el terreno dominado por la máxima “el fin justifica los medios”, encuadrando su acción en el marco de las leyes, pretendidamente “científicas”, de la historia.»
Luce Fabbri: El carácter ético del anarquismo. La Neurosis o Las Barricadas Ed., pág. 4. Madrid, 2013.
TGO
@bocadosdefilosofia
@dias-de-la-ira-1
#fabbri#luce fabbri#el carácter ético del anarquismo#anarquismo#anarquismo socialista#socialismo#internacionalismo#internacionalismo obrero#fundamento#fundamento ético#anarquismo individualista#stirner#socialismo científico#marx#impulso ético#poder#leyes históricas#racionalidad instrumental#justicia#moral#moralismo#marxismo#teo gómez otero
2 notes
·
View notes
Text
Entre o Natural e o Criminal: Uma Análise Teórica do Caso Elíseo à Luz da Criminologia Forense e dos Homicídios Políticos Dissimulados
Resumo
O caso hipotético de Elíseo, oficialmente registrado como óbito por câncer gástrico, mas suspeito de homicídio qualificado por envenenamento, expõe lacunas estruturais na interseção entre medicina, direito e política. Este texto teórico explora a plausibilidade da hipótese criminal a partir de critérios interdisciplinares, analisando como agentes tóxicos, falhas periciais e dinâmicas de poder podem ocultar assassinatos políticos sob a fachada de doenças naturais. Utilizando modelos de toxicologia forense, criminalística comportamental e estudos de casos históricos, propõe-se um arcabouço metodológico para reavaliar mortes de interesse público sob suspeição de manipulação.
1. Introdução: A Morte como Arena Política
A morte de figuras públicas em contextos de disputa de poder frequentemente transcende a esfera privada, tornando-se um fenômeno sociopolítico. Quando associada a sintomas ambíguos e benefícios estratégicos póstumos, a linha entre doença e crime dilui-se, exigindo uma abordagem forense que questione narrativas oficiais. O caso Elíseo exemplifica esse paradoxo: um prefeito jovem, saudável e reformista, cuja morte acelerada por um câncer atípico coincide com a ascensão de grupos antagônicos. A hipótese de envenenamento crônico surge não como teoria conspiratória, mas como exercício crítico frente a padrões reconhecidos pela medicina legal internacional.
2. Fundamentação Teórica: Pilares para a Suspeição Criminal
2.1. Incompatibilidade Clínico-Epidemiológica
A epidemiologia do câncer estabelece correlações entre idade, fatores de risco e progressão da doença. Pacientes jovens sem histórico genético ou exposição a carcinógenos conhecidos (tabaco, álcool, obesidade) raramente desenvolvem metástases aceleradas, como no caso Elíseo. A medicina forense classifica tais anomalias como "bandeiras vermelhas" para causas externas, especialmente quando:
A progressão da doença desafia modelos estatísticos (ex.: sobrevida de 6 meses para câncer gástrico em estágio IV, sem resposta a quimioterapia);
Sintomas se sobrepõem a efeitos de toxinas (ex.: úlceras gástricas por arsênico, icterícia por falência hepática induzida por dioxinas).
A subnotificação de intoxicações crônicas como etiologia de câncer é um problema global. A OMS estima que 3,7% dos cânceres têm origem ocupacional/ambiental, muitas vezes ignorada em laudos preliminares.
2.2. Toxicologia dos Crimes Silenciosos
Agentes tóxicos ideais para homicídios políticos compartilham três características:
Latência: Efeitos graduais que simulam doenças degenerativas (ex.: talio causa alopecia e neuropatia periférica, confundível com quimioterapia);
Invisibilidade: Indetectáveis sem técnicas especializadas (ex.: polônio-210, que emite radiação alfa, só identificável via espectrometria de massa);
Acesso restrito: Disponibilidade limitada a grupos com conexões técnicas ou políticas (ex.: clorofenóis, usados na indústria química).
O método de administração via gelo contaminado é particularmente eficaz:
Permite dosagem controlada;
Dilui toxinas em líquidos, mascarando sabor;
Explora a confiança em ambientes privados (ex.: residências, escritórios).
2.3. Criminalística Comportamental e Benefício Póstumo
A criminologia moderna entende o crime político como um ato racional, onde risco e recompensa são calculados. No caso Elíseo, a psicodinâmica do poder sugere:
Benefício direto: A ascensão do vice a posições estratégicas, com mudanças abruptas em políticas públicas;
Neutralização de ameaças: Interrupção de investigações sobre corrupção preexistente;
Cultura de silêncio: Colaboradores-chave evitam questionar a narrativa oficial, seja por medo, conivência ou falta de recursos.
A teoria da "Racionalidade Instrumental" (Becker, 1968) explica tais crimes como investimentos em "engenharia de resultados", onde o assassinato é um meio para consolidar poder.
3. Análise do Caso Elíseo: Pontos de Tensão Forense
3.1. Lacunas Periciais
A ausência de autópsia toxicológica configura uma falha técnica grave. Órgãos como fígado, rins e cabelo (que armazenam metais pesados por meses) não foram analisados. Técnicas não utilizadas incluem:
Espectrometria de massa com plasma indutivo (ICP-MS): Detecta metais em partes por bilhão;
Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (GC-MS): Identifica compostos orgânicos voláteis, como pesticidas.
3.2. Paralelos Históricos
Casos como o de Alexander Litvinenko (envenenado com polônio-210 em 2006) e Kim Jong-Nam (assassinado com VX em 2017) ilustram como toxinas são preferidas em crimes políticos. No Brasil, o Caso Celso Daniel (prefeito de Santo André, 2002), cuja morte envolveu suspeitas não esclarecidas, reforça a vulnerabilidade de autoridades locais.
3.3. Dinâmicas de Poder Pós-Morte
A criminalística política analisa quatro indicadores de manipulação:
Velocidade na sucessão: Posse imediata sem debates públicos;
Alteração de prioridades: Rompimento com projetos emblemáticos do falecido;
Controle narrativo: Desmonte de comissões de investigação;
Intimidação de testemunhas: Afastamento de aliados do morto de cargos-chave.
4. Discussão: A Fabricação da Incerteza
A declaração de morte natural em casos suspeitos opera como estratégia de desmobilização social. Ao atribuir o óbito a uma doença, autoridades:
Medicalizam a morte: Transferem a culpa para fatores biológicos, não humanos;
Reduzem a comoção pública: Doenças são percebidas como "fatalidades inevitáveis";
Protegem instituições: Evitam crises de legitimidade.
A teoria da neutralização (Sykes e Matza, 1957) explica esse fenômeno: agentes do Estado usam "técnicas de neutralização" (ex.: "Foi um erro de diagnóstico") para justificar inação investigativa.
5. Conclusão: Por Uma Perícia Crítica
O caso Elíseo não é isolado, mas sintomático de uma cultura pericial acrítica em mortes politicamente sensíveis. Para romper esse ciclo, propõe-se:
Protocolos obrigatórios: Exames toxicológicos em todas as mortes de autoridades públicas;
Arquivos periciais abertos: Preservação de amostras biológicas para reanálise futura;
Cooperação internacional: Integração a bancos de dados como o Programa de Prevenção de Assassinatos Políticos (ONU).
A reabertura teórica do caso não busca condenações prematuras, mas desnaturalizar a morte como evento apolítico. Como ensina Umberto Eco: "O verdadeiro inimigo não é a conspiração, mas a renúncia a questionar."
Referências Teóricas (Sugeridas)
Becker, G. (1968). Crime and Punishment: An Economic Approach.
WHO. (2021). Environmental and Occupational Carcinogens.
Sykes, G.; Matza, D. (1957). Techniques of Neutralization: A Theory of Delinquency.
Interpol. (2019). Guidelines for Investigating Political Homicides.
0 notes
Text
las fuerzas productivas se revelan como fuerzas destructivas y amenazan toda la base natural de la vida humana Imagen generada por Servindi con IA Por Frei Betto* En 1974, Hans Magnus Enzensberger publicó un artículo titulado “Para una crítica de la ecología política” en el que cuestionaba el paradigma marxista de que el desarrollo de las fuerzas productivas erradicaría la miseria. Aliado a Marcuse, el intelectual alemán enfatizó que “las fuerzas productivas se revelan como fuerzas destructivas y amenazan toda la base natural de la vida humana”. La creciente industrialización, la expansión del consumismo, la “sociedad de la superabundancia” destruyen el equilibrio ambiental, sacrifican a los más pobres y comprometen el futuro de las próximas generaciones. Es una paradoja: la riqueza genera pobreza, como advierte el Papa Francisco en la encíclica Laudato si (“Alabado seas”: sobre el cuidado de la casa común). En Ecología, una ética de la liberación el filósofo André Gorz señala que la ecología solo alcanza su carácter político y ético cuando se comprende que la devastación de la Tierra es resultado de un modo de producción centrado en la maximización de las ganancias y el uso de tecnologías y recursos que violentan el equilibrio biológico, como los combustibles fósiles. En Tesis sobre la filosofía de la Historia Walter Benjamin cuestionó el concepto tecnocrático y positivista de la Historia derivado del desarrollo de las fuerzas productivas. Soñó con un tipo de trabajo que “lejos de explotar la naturaleza, sea capaz de sacar a la luz a sus criaturas adormecidas en su vientre como promesas”. En 1964, hace 60 años, Murray Bookchin escribió: “Desde la revolución industrial, la masa atmosférica total de dióxido de carbono aumentó 13% con respecto a los niveles anteriores, que eran más estables. A partir de bases teóricas sólidas se puede afirmar que ese creciente manto de dióxido de carbono, al interceptar el calor irradiado por la Tierra hacia el espacio sideral, conducirá al aumento de las temperaturas atmosféricas, a una circulación de aire más violenta, a patrones más destructivos de tempestades y, finalmente, al derretimiento de los casquetes polares (…), al aumento del nivel del mar y a la inundación de vastos territorios”. Más claro, el agua. En 1972 Marcuse descubrió a la naturaleza como aliada de los que luchan contra las sociedades depredadoras, como la capitalista. En Contrarrevolución y revuelta afirmó: “el descubrimiento de fuerzas liberadoras de la naturaleza y de su papel vital en la construcción de una sociedad libre se convierte en una nueva fuerza de cambio social”. Ese debate sobre la ecología política dio origen al ecosocialismo, en el que se destaca la obra de Michael Löwy. Cuanto más avanzan las fuerzas productivas sin parámetros ecológicos, más se degrada la naturaleza, su única fuente de recursos. Se destruyen las bases de sostenibilidad de la especie humana. La ambición tecnoeconómica predomina sobre las condiciones de la vida en la Tierra. La racionalidad moderna comete otro grave error al excluir del pensamiento ecológico prácticas tradicionales indígenas y campesinas. A fin de dominar territorios de los países emergentes y subdesarrollados impone el pensamiento tecnocrático y promueve la colonización del conocimiento. Por eso las luchas de los pueblos originarios son políticas y epistemológicas, dado que tienen como objetivo la descolonización del conocimiento para alcanzar la emancipación cultural y política y el surgimiento de territorios sostenibles de vida. Es necesario descolonizar el saber, lo que significa promover el reconocimiento y la revalorización de los saberes tradicionales y otros, denominados “sabiduría popular” o “saber local”. Como señaló Milton Santos, la visión eurocéntrica de la cultura, impuesta como valor universal, tildó de retrógrada la cultura de los pueblos originarios, silenció culturas o saberes con su razón instrumental. ...
View On WordPress
0 notes
Text
Trump con aranceles
Y, después de todo, quien mató al T-MEC no fue AMLO sino Trump… López Obrador, absolutamente hipócrita e ignorante de todo tema económico, aceptó lo que había y nunca intentó que muriera el tratado. Con lo que eso implica… Es Trump el asesino. El tratado de “libre” comercio (depende de qué se entienda por “libre”) entre México, Estados Unidos y Canadá, en su versión actual, no existe más. No en la realidad. Seguiría vigente en el papel, pero ese papel ya no es vinculante en los hechos: Trump se ha desvinculado de él. Eso son los recientes aranceles de 25%. La causa es económica? O los aranceles son una medida puramente económica?
Los nuevos aranceles trumpistas no tienen lógica económica. En un sentido, son económicamente irracionales: aunque se presentan como impuesto a los exportadores de otros países, los pagan los importadores gringos y luego sus consumidores; los aranceles provocarán el aumento generalizado de precios en Estados Unidos. Son una medida más política que económica: su lógica fundamental es política, y populista: Trump cumple una promesa de campaña -para una base socioelectoral perdida en sus prejuicios-, distrae de otros problemas o de las implicaciones corruptas y oligárquicas de la formación de su gobierno, fortalece su imagen de “hombre fuerte” (también se satisface a sí mismo), lo que le ayuda en la consolidación de su poder autoritario interno, y no sólo castiga sino presiona de la misma manera a los gobiernos vecinos, especialmente el de México.
Si la lógica fundamental de sus aranceles fuera económica no aplicarían a Canadá y se dirigirían en primer lugar a China. No es así. Por eso concluyo que se trata de una jugada política. Y siendo política -y entendiendo a Trump- esos aranceles no pueden separarse de la negociación con “México”, o no están fuera de un proceso de negociación más grande, no son la última puerta ya cerrada: son parte de lo que Trump quiere e intenta, esto es, obligar a “México” a negociar desde una posición de la mayor debilidad posible. Con los aranceles estaría buscando meter a “México” en esa posición -y “México” no es otra cosa que la presidenta Sheinbaum.
En breve: Trump apunta a que Sheinbaum no sólo se “doble” como se dobló AMLO sino que se doble desde más abajo y hacia más abajo. El Trump de 2025 es más poderoso y aún más autoritario.
Por lo mismo, si se mantiene en esa línea estratégica, no mantendría por mucho tiempo los aranceles. Por dos razones. Una, que el gobierno mexicano, es decir, AMLO y Sheinbaum, es de grito patriotero pero nunca desde 2018 ha ido realmente contra los intereses profundos del gobierno gringo, y menos iría contra los de un Trump con el que prefieren cooperar. Yo digo que el gobierno obradorista va a cooperar aún más… La otra razón es que a Trump no le importa ayudar materialmente a sus votantes pero tampoco le conviene perjudicarlos demasiado, no le importa y no hará nada para mejorar su vida socioeconómica pero le importa que sigan creyendo en él para apoyarlo y no le conviene dejar que sufran por mucho tiempo los costos reales de los aranceles. Entrar de lleno y estacionarse en la “guerra comercial” que tendría como primer paso esos aranceles sería muy costoso políticamente para Trump. No creo que él sea un individuo plenamente racional ni suficientemente racional en el mejor sentido de la palabra, pero sí que es suficientemente racional en el sentido instrumental para detenerse (más o menos) a tiempo por autointerés político (después de meterse por autoritario en una ruta entre racionalidades e irracionalidades).
Eso, todo lo que hemos dicho, tiene otras caras. Es un problema con muchos lados y complicaciones. Una de las caras es que el Trump en el que desea creer un número grande de mexicanos es tan irreal como el que tienen en la cabeza sus votantes: Trump no es un “buen cristiano” dando su “batalla cultural”, no es un genio, no quiere lo mejor ni para México ni para Estados Unidos como el agregado social que ese país es; Trump es otro megalómano corrupto, autoritario y populista que está más hambriento de poder y dinero (para él, su familia y para quienes pueden retribuirlo con sus ganancias) que está dispuesto a negociar con quien sea, eventualmente, y a su modo, en sus términos. Ya empezó a negociar con Nicolás Maduro. Negoció con AMLO. Puede negociar con Sheinbaum. Sólo cambió un tanto en sus medios para lograrlo.
Insisto, los aranceles no significan que nunca negoció ni que jamás volverá a negociar, significan que está preparando una negociación más grande y ventajosa para él y su gobierno y coalición. Como lo veo yo, los aranceles indican que el sueño de los mexicanos trumpistas -que Trump entre en México para “destruir” físicamente a los cárteles del narco- es sobre todo lo que hoy es, un sueño. Trump no empezó entrando militarmente en Venezuela sino reconociendo de facto a Maduro, cuyo autoritarismo bananero le tiene sin cuidado si puede ser reconvertido en autoritarismo útil a lo que interese a Trump. Así puede seguir… Y así, Trump, me parece a mí, sobre México está dispuesto no sólo a continuar aquella retórica antinarco (estrategia populista) sino también a evitar convertirla en realidad mediante la negociación-presión que “doble” al gobierno obradorista al punto de redoblar las políticas trumpistas aquí (contra fentanilo y migrantes). Vive en el error quien cree que Trump es contrario a los narcos por cuestiones morales y que está absolutamente comprometido con hacerles la “guerra” hasta el tope dentro de México. No es el caso.
La disyuntiva política obradorista es, al final, sólo una: sacrificar a cuadros como Rubén Rocha Moya y calderonizarse más como gobierno, yendo contra unos cárteles contra los que no han ido, o alargar una disputa estratégica con Trump en la que siempre perderán. Aunque también pierdan muchos gringos comunes y corrientes. Mientras tanto -y por ello como siempre-, los obradoristas seguirán cantando como farsantes e idiotas el himno nacional.
1 note
·
View note
Text
La fuerza que oblitera la memoria.

La maquinaria global del capital y la vida cotidiana.
El sonido de las grúas y los barcos, cargados de mercancías, resuena en el aire. Aquí, en este rincón del borde costero, la racionalidad instrumental se despliega ante mis ojos, como una maquinaria implacable que organiza el espacio, el tiempo, y a las personas según las demandas del capital global.
Al comenzar este ensayo, dudé en tomar este concepto: racionalidad instrumental. Me preguntaba si realmente lograría conectar esta noción abstracta con lo que veía en Valparaíso. Pero pronto comprendí que esta idea estaba más presente de lo que imaginaba. La racionalidad instrumental, como dirían Horkheimer y Adorno en su texto la "Dialéctica de la Ilustración" (1944), no es solo una forma de actuar en el mundo, sino un principio que gobierna nuestra existencia moderna, reduciendo todo —incluyendo a nosotros mismos— a medios para un fin. Critican la racionalidad instrumental, mencionando que la modernidad, al imponernos una lógica instrumental, nos reduce los espacios y experiencias humanas a sus valores de cambio. Además de que este tipo de racionalidad prioriza la utilidad sobre el valor intrínseco de las cosas y de las personas, lo que lleva a una cosificación del mundo y de los sujetos, reduciéndolos a meros instrumentos.
Nos movemos en este puerto como partes de una maquinaria mayor, donde lo único que importa es la eficiencia, la optimización, el rendimiento.
Jacques Lacan y Sigmund Freud señalan que el ser humano no es completamente racional, sino que está profundamente influenciado por el inconsciente, el deseo y la pulsión.
Al entender que no todo es racional, podemos analizar cómo no todo se pliega a la maquinaria del capital. El deseo, la pulsión, lo irracional se cuelan en las caminatas de quienes bordean el puerto, en las miradas hacia el horizonte. Y en ese espacio, en ese breve momento, se revela algo más: la posibilidad de resistir. Resistir a la lógica instrumental, al imperio de la eficiencia, y recordar que la vida es más que una herramienta al servicio del capital.
El puerto, es un espacio cargado de significación. Un lugar donde se hace presente la lógica del capital y la eficiencia opera a gran escala. Esto debido al transporte de mercancía, la exportación de recursos, y la constante actividad productiva que se despliega en su entorno. Un espacio donde todo está subordinado a la lógica del mercado global.
Veo el borde costero de Valparaíso, como un símbolo del poder de la economía global, donde ciertas dinámicas de producción y consumo determinan la organización del espacio representando cómo la racionalidad instrumental se materializa en un entorno urbano. Sin embargo, el borde costero, además de ser un lugar de trabajo, es también un lugar donde las personas caminan, observan el mar, descansan o interactúan de maneras que no se ajustan a la lógica de la eficiencia productiva.
Existe una tensión bastante visible, debido a los sonidos de las grúas y los barcos resonando en las interacciones de las personas que paseaban a mi alrededor, haciéndome entender como este espacio esta compartido por fuerzas opuestas.
0 notes
Text
Critica de la racionalidad instrumental.

En esta imagen, se puede explorar cómo la crítica de la racionalidad instrumental se hace visible frente al puerto.
Al comenzar este ensayo, pensé mucho si tomar este concepto o no debido a mi deficiencia sobre este tema, me preguntaba a mí misma ¿Cómo lo relaciono con Valparaíso? ¿Cómo hago una relación entre este concepto y una fotografía? Pero luego me di cuenta de que estaba más presente de lo que personalmente creía. Al buscar una definición de la racionalidad instrumental podemos entender que es una forma en la que el individuo se comporta en el mundo de tal manera que consigue lo que más desea, dados los recursos tanto físicos como mentales disponibles. Dándole un sentido más técnico, podemos ver la racionalidad instrumental como la optimización del cumplimiento de las metas del individuo.
Aquí es donde comienzo a recordar y tomar en cuenta a ciertos autores como Max Horkheimer y Theodor Adorno, quienes critican la racionalidad instrumental, mencionando que la modernidad, al imponernos una lógica instrumental, nos reduce los espacios y experiencias humanas a sus valores de cambio.
En el texto dialéctica de la ilustración (1944), nos mencionas que la racionalidad instrumenta es un tipo de razonamiento que se centra en la eficiencia, el control y el uso de medios para alcanzar un fin, muchas veces sin cuestionar los fines en sí mismos. Además de que este tipo de racionalidad prioriza la utilidad sobre el valor intrínseco de las cosas y de las personas, lo que lleva a una cosificación del mundo y de los sujetos, reduciéndolos a meros instrumentos.
Incluso con este concepto recordé a Jacques Lacan y Sigmund Freud quienes plantea que el ser humano no es completamente racional, sino que está profundamente influenciado por el inconsciente, el deseo y la pulsión.
Por lo tanto, tome la decisión de fotografiar el puerto, ya que, es un espacio cargado de significación.
Un lugar donde se hace presente la lógica del capital y la eficiencia opera a gran escala. Esto debido al transporte de mercancía, la exportación de recursos, y la constante actividad productiva que se despliega en su entorno. Como mencione anteriormente, la racionalidad instrumental es la forma en que la modernidad ha estructurado la vida en función de la productividad, la eficiencia y el control. Por ende, podemos visualizar como en el puerto esto se hace presente en cada movimiento de grúas, barcos y contenedores que están diseñado para maximizar el rendimiento, minimizar costos, además de producir de manera rápida y eficaz.
El puerto es un espacio donde todo está subordinado a la lógica del mercado global. Los trabajadores portuarios, los sistemas de logística y la infraestructura misma están orientados a un fin económico.
Veo el borde costero de Valparaíso, como un símbolo del poder de la economía global, donde ciertas dinámicas de producción y consumo determinan la organización del espacio representando cómo la racionalidad instrumental se materializa en un entorno urbano. Sin embargo, el borde costero, además de ser un lugar de trabajo, es también un lugar donde las personas caminan, observan el mar, descansan o interactúan de maneras que no se ajustan a la lógica de la eficiencia productiva. Al tomar esta fotografía me di cuenta de una tensión bastante visible, debido a los sonidos de las grúas y los barcos resonando en las interacciones de las personas que paseaban a mi alrededor, haciéndome entender como este espacio esta compartido por fuerzas opuestas.
La maquinaria global del capital y la vida cotidiana.
0 notes
Text
Theia - Giant Impact
Theia - Giant Impact
Nota: 95
Desde seu debut, o girlgroup RAVEN já sustenta a fama de ter um dos impactos mais coerentes e marcantes na nova geração do K-Pop, conseguindo equilibrar de forma maestral na maioria das vezes tudo que é levado em consideração quando se faz uma música de sucesso, com todo o conceito cuidadosamente desenvolvido que o grupo trás, tanto nas narrativas líricas como principalmente, no cenário da lore do grupo. Bebendo de vertentes eletrônicas e de rock, o “Giant Impact” é um perfeito exemplo de tudo que o grupo faz de melhor, num passo ousado e muito interessante, já que o lançamento não é pela formação completa do grupo, e sim, por THEIA, uma sub-unidade do grupo formada pelas integrantes Jisook e Moon Yoon.
Começando pelas bases, antes de chegar nas músicas, se formos falar apenas dos títulos de tudo relacionado ao álbum, já é notável que temos algo muito bom em nossas mãos: Teoricamente, “Theia” é o nome do planeta que atingiu a terra há bilhões de anos atrás, sendo responsável pela criação da lua (outro elemento com grande simbolismo dentro dos conceitos do RAVEN), e tal teoria se chama “Hipótese do grande impacto”, que foi justamente o que nomeou o álbum Giant Impact. É a conexão tão artesanalmente bem feita de cada um dos significados e elementos que deixam tudo ainda mais fascinante nos projetos do RAVEN, consolidando de mais o selo de qualidade que o grupo carrega.
Um das mínimas falhas desta era infelizmente se dá no visual do álbum: o logo desenvolvido pela sub-unidade é definitivamente muito bonito (mesmo que um pouco “moderno” para a fonte escolhida). O photoshoot principal, apesar de simples, consegue amarrar bem o conceito: Jisook e Moon Yoon em um cenário que lembra muito o brutalismo, movimento moderno arquitetônico que evoca a simplificação extrema da estética, associado a ideias de racionalidade e funcionalidade, onde o concreto “bruto” é usado como o principal elemento de composição. Essa estética em si já é um grande paralelo com o conceito visual inicial do RAVEN: o apocalipse, a destruição; então apesar de não vermos nada realmente destruído e arruinado, ainda sim o movimento brutalista consegue encapsular muito bem o sentimento vazio e quase tétrico onde o “Giant Impact” é desenvolvido. Apesar disso, as fontes tiram muito foco do que era para ser um ênfase no minimalismo, já que as tipografias são desproporcionalmente grandes em relação aos outros elementos da capa, e ocupam tanto espaço que faz tudo parecer bem “apertado”, imediatamente prejudicando todo o resto do conceito visual.
Ainda mais contrastante a isso é a “segunda estética” que vemos nas páginas do encarte, mais cósmica, com um céu noturno vermelho, e o próprio planeta Theia sendo o maior destaque. Esta estética funciona excepcionalmente muito bem, conseguindo evocar o medo e o pesar enervante que um corpo celeste de proporções absurdas causa em comparação à visão de um ser humano no planeta Terra. Infelizmente, a contra capa sofre do mesmo problema da capa, sendo sobrecarregada com fontes bem grossas que não adicionam de maneira alguma ao conceito visual, e apenas quebram ainda mais a estética que poderia ser uma das melhores que o grupo já teve.
O Giant Impact é aberto pela introdução instrumental “Crimson Eclipse”. FENOMENAL. É complicado dar tanto crédito a uma música que é somente instrumental, mas essa sem dúvidas está entre as melhores introduções de toda a história da música; representando muito bem os aspectos visuais do álbum, “Crimson Eclipse” começa com um som oscilante pulsando no instrumental, enquanto um sintetizador distorcido aparece em intervalos, como se fosse algo macabro se aproximando cada vez mais (de forma lúdica, traçando um paralelo com o planeta se aproximando da Terra para colidir), aos poucos, mais sintetizadores começam a ecoar no fundo até chegarem ao primeiro plano, compondo as principais melodias da intro. Tudo isso culmina até estourar em um drop dançante do mesmo sintetizador distorcido de antes, agora em notas organizadas, já abrindo o projeto com os dois pés na porta, e definitivamente, um grande impacto.
Logo depois, é a vez da title track principal, a faixa “Giant Impact”. Estranhamente, é a faixa com a produção mais simples de todo projeto, de uma forma até positiva. Iniciando com os vocais em coro sob um riff agudo, os vocais parecem o que seria se um canto gregoriano fosse encarnado numa música eletrônica de 2010. Já começando com o refrão, esse também é composto por um drop eletrônico distorcido com bastante espaço vazio no fundo, deixando praticamente apenas o sintetizador gritante guiar a música. O resto dos versos tem uma cadência de rap (sendo mais uma das propostas da unit, mostrar a versatilidade de Jisook e Moon Yoon no rap), com algumas notas de xilofone dispostas em cima da percussão, quase parecendo um beat de trap. Em “Giant Impact” a letra não é um dos maiores destaques, já que se detém muito a uma simplicidade ameaçadora e sutil, em alguns momentos falando do evento catastrófico do impacto gigante, e em outros momentos parecendo uma diss track.
Esta última ressalva definitivamente prejudica um pouco a title-track, mas um detalhe importante a se mencionar é como tudo sempre acaba fechando na estética brutalista que mencionamos, sendo do calmo ao agressivo, ou do ameaçador ao vazio.
“Nemesis” oficialmente é a sugestão principal da Ghosted International Media Group para a categoria de Melhor B-Side no Mnet Asian Music Awards deste ano. A faixa se abre com uma guitarra afogada em sintetizadores, e vocais numa melodia extremamente emocional, que imediatamente começam a descender aos versos de rap agressivos e ameaçadores. A maneira que Theia constrói a dinâmica entre suave, misterioso, dançante com agressivo, potente e avassalador definitivamente é um gosto requintado que, até o momento, RAVEN é o único grupo da indústria capaz de entregar. A letra da faixa pinta um cenário onde esta dinâmica é ainda mais enfatizada, onde elas lamentam estarem num cenário de inimizade, mas ainda sim, afirmando que se precisarem ir a guerra, não irão se segurar de forma alguma. Na primeira volta do refrão, é quando finalmente é revelado o drop intenso da música, bem eletrônico e impactante, se iniciando com um vocal distorcido até explodir nos sintetizadores gritantes. Infelizmente, esta é a última faixa do Theia onde as integrantes cantam juntas, e as duas próximas faixas são os solos de cada uma.
O primeiro solo do álbum, e também o primeiro single lançado da unit, é “Moonlight”, solo da integrante Moon Yoon, dançarina principal do grupo. Essa música pega tudo que eu mencionei sobre construção de uma música “ameaçadora” e potencializa em mil vezes. “Moonlight” mistura sons eletrônicos com o elemento de rock que tanto vemos o RAVEN trazer em suas músicas. Se reconhecendo como um perigo eminente, Moon Yoon fala na letra sobre traçar sua ambição para conquistar os objetivos; o que fica um tanto ambíguo na música, disfarçado dentre as nuances de algumas frases motivacionais levemente clichês.
A última faixa com letra do disco é “One Last Time”, o segundo single lançado da unit, solo de Jisook, a vocalista principal do RAVEN. Diretamente contrastante com a agressividade do solo anterior, “One Last Time” captura a emoção vibrante dos vocais de Jisook em um EDM um tanto datado, mas extremamente bem executado. A questão da faixa ter elementos dos eletrônicos “datados” aparece em mais de uma faixa do projeto, sendo um detalhe consistente, e deixando de ser um demérito acidental para se tornar parte da identidade sonora que o Theia criou.
Definitivamente, trazendo a melhor letra do projeto, “One Last Time” fala sobre o pesar de perder as forças para insistir numa batalha perdida, e juntar seus pedaços para seguir em diante, o que combina muito com o EDM melódico que acompanha a voz da vocalista principal em toda a faixa, até culminar no drop do refrão.
Como pontuado, grande parte do mini-álbum “Giant Impact” trabalha em cima da dinâmica de uma força e uma delicadeza, sendo representadas de inúmeras formas diferentes no álbum, e os solos são mais um exemplo disso, onde “Moonlight” traz a agressividade e a destruição com elementos de rock, e “One Last Time” traz a emoção e a resiliência com elementos eletrônicos. É definitivamente um trabalho incrível de engenharia musical que merecia muito mais atenção do que lhe foi dado.
O álbum termina com três instrumentais, um de cada um dos três singles que o álbum teve. Apesar de ser uma técnica recorrente do RAVEN, disfarçando os álbuns para os deixarem maiores, e fazendo “render mais”, o “Giant Impact” tem 5 faixas escritas, que já é de muito bom gosto para o projeto de primeira unit do grupo.
Na noite do dia 12 de Agosto de 2028, a equipe da Ghosted International Media Group foi até o Stull Cemetery no Kansas, abandonado há mais de 60 anos, para realizar a crítica do Giant Impact do Theia. A equipe já mantém a tradição de sempre ouvir os álbuns do RAVEN em cemitérios, e este não foi diferente. Dado a geografia do local, foi um desafio encontrar um lugar apropriado para realizarmos a crítica do álbum, até chegarmos na capela central do cemitério, que já estava bem corroída pelas intempéries. O caminho dos portões do cemitério até a capela foi a pior parte, onde diversas vezes ouvíamos vozes distorcidas gritando pelas florestas que rodeiam o cemitério, e também diversas vezes o equipamento da equipe apresentou falhas eletrônicas.
Porém, uma vez que conseguimos instalar todo o equipamento, as atividades diminuíram significativamente. O ambiente foi iluminado pela projeção da capa na parede da capela, vazando pelos tijolos que faltavam na parede, enquanto o play foi dado na primeira faixa. Durante toda a execução do álbum, todos nossos equipamentos começaram a apitar na direção das paredes da capela: sensores EMF, Spirit Box, Microfones Direcionais, como se uma legião de entidades estivesse se acumulando do lado de fora do local. Foi definitivamente preocupante, mas nada ruim aconteceu com a nossa equipe; pelo contrário, lentamente, o ambiente começou a ficar mais quente, registrando uma média de 30 graus, mesmo sendo uma capela de pedra, numa noite de outono.
A temperatura foi gradualmente baixando enquanto a equipe discutia sobre o álbum durante os três instrumentais do final, até se normalizar novamente. O caminho de volta até a van da equipe foi surpreendentemente calmo; apesar de várias pessoas da equipe terem a impressão de verem vultos perto das árvores, o clima estava bem mais sereno em comparação ao terror que foi sentido inicialmente.
“Giant Impact” de Theia é um exemplo muito grande de como projetos incríveis de K-Pop podem experimentar com diversos gêneros musicais e construir uma estética sólida e única, e mesmo que não tenha tido nenhum grande impacto em qualquer parada musical, definitivamente recebe o selo de aclamação fantasmagórica da Ghosted International Media Group.
- Crítica por Bane Lee

0 notes
Text
Entre la Expresión y la Función Análisis del proceso de extrañamiento de la realidad y el valor educativo de la práctica teatral. Estudio de caso (De Cisneros, JC; 2013) En el ámbito del teatro, la actuación no solo sirve como un medio para dar vida a un guion, sino que también actúa como un vehículo para una profunda expresión simbólica. Esta dualidad presenta un desafío único y fascinante: ¿debería la actuación teatral priorizar la fidelidad a la obra literaria que representa o debería enfocarse en la actuación en sí misma como una forma de arte autónoma? Esta pregunta recuerda el dilema planteado por la teoría crítica de la Escuela de Frankfurt, particularmente en la obra “Dialéctica de la Ilustración” de Horkheimer y Adorno, donde se debate la razón en relación con los fines frente a la razón en relación con los medios1 17. La Influencia de la Teoría Crítica en la Actuación Teatral La teoría crítica de la Escuela de Frankfurt ofrece una lente a través de la cual podemos examinar la actuación teatral. Según Horkheimer y Adorno, la sociedad moderna ha sido moldeada por una forma de racionalidad que prioriza los medios sobre los fines; es decir, el cómo se hacen las cosas se ha vuelto más importante que por qué se hacen117. En el contexto teatral, esto se traduce en una tensión entre el propósito de la obra (el “para qué”) y la ejecución de la actuación (el “cómo”). Weber y la Racionalidad Instrumental Max Weber, en su análisis del espíritu del capitalismo, identifica cómo la ética protestante vincula la predestinación con la lógica del éxito económico, sugiriendo que los fines pueden justificarse por los medios utilizados para alcanzarlos13. Esta idea de racionalidad instrumental se puede aplicar al teatro, donde la ejecución de una obra puede llegar a ser más significativa que el mensaje o la intención original del escritor. En otras palabras, la forma en que se presenta una obra puede tener más impacto o ser más valorada que el contenido que intenta comunicar. La Disociación en el Teatro: Obra vs. Actuación La disociación entre el “para qué” y el “cómo” en el teatro puede verse como una fractura dialéctica donde el significado de la obra (el órgano) es subsumido por la función de la actuación (la función). Esto plantea preguntas críticas sobre la autenticidad y la integridad artística. ¿Es la actuación teatral simplemente un medio para un fin, o es un fin en sí mismo? ¿Debería la actuación servir fielmente al texto, o debería explorar nuevas interpretaciones y posibilidades expresivas que trasciendan el guion original? Implicaciones de la Racionalidad Instrumental en la Actuación La aplicación de la racionalidad instrumental en la actuación teatral sugiere que el proceso y la técnica de la actuación pueden llegar a dominar la intención artística detrás de la obra. Esto puede llevar a actuaciones que son técnicamente impresionantes pero que tal vez no capturen la profundidad emocional o el mensaje subyacente de la obra. La industria del teatro, al igual que muchas otras formas de producción cultural, no está exenta de las presiones del mercado, donde la demanda de eficiencia y efecto puede sobrepasar la necesidad de expresión auténtica. Conclusión: ¿Qué Debería Prevalecer? La dicotomía entre la obra y la actuación en el teatro refleja un dilema más amplio en la cultura contemporánea,
View On WordPress
0 notes
Text
La promiscuidad egoísta le rompió el corazón al perro maldito
PARTE 1
Su situación debía cambiar.
La desesperación de no haber sentido su carne dentro de alguien desde hace bastantes meses –sino es que años– lo llevó a tomar decisiones igual de inteligentes que las que había tomado constantemente desde hacía casi una década. Esta historia, por tanto, no debe apreciarse como novedad. De saberse inteligente al menos una milésima de lo que él se cree que es, le habría evitado colocarse en esta posición desesperadamente descerebrada, descerebradamente desesperada.
Salvado únicamente por la semántica, prefirió contar que se trataban de meses quizá porque, para el oído de los demás, habría sido extremadamente vergonzoso para alguien como él contarlo en años. Ahora, imagínense haberlo obligado a contarnos cualquier fragmento de esta historia que –según él– nadie conoce –o que nadie debería (debiera) conocer–.
La intuición me conecta con los hechos, no con suposiciones.
Sus entrañas hirvieron de más el jueves, 22 de diciembre. E hirvieron en tal magnitud que su desesperación –esa que tanto había cuidado incluso con el lamentable argumento de «cuidar su semilla»– dejó rastros –como en todo lo que hace– entre desconocidos y anónimos a quienes, con un coraje improvisado por la desesperación –coraje descuidado más tonto que intempestivo–, preguntó, con absurdo e ingenuo anonimato, dos veces por el costo de admisión a ese universo hasta entonces velado, dejando entrever si la cuota de USD$25 a USD$30 cubría únicamente su entrada o, con suerte, la de alguien más. A saber si los desconocidos, tan desesperados como él, le proveerían respuesta. Desde la última vez que me permití revisar, ahí quedó la interrogante sin contestar.
En cualquier otra ocasión, en cualquier oportunidad, siendo cualquier otro el contexto y siendo cualquier otra la persona, cabría sensata la pregunta: «¿Desde cuándo le importaba pagar una cuota así?». Sólo repasar esa pregunta me hunde en la profundidad abismal de la ironía.
Desde fuera, se le cuestionaría toda falta de racionalidad instrumental. Así que, para él, el paso siguiente era el más lógico: (…)

0 notes
Text
IDENTIDAD Y FUTURO DE LA CIVILIZACIÓN OCCIDENTAL

Dr. Hamid Parsania
El secularismo, con su abandono y negación de lo sagrado, es la noción más importante para referirse a la identidad de la nueva cultura y civilización de Occidente. Si bien en tiempos pasados el fenómeno de la secularización estuvo siempre presente, fue el enfoque espiritual y sagrado de la realidad el dominante y ascendente, tanto en la cultura general de la sociedad como en los centros de educación y enseñanza superior.
Es por ello que en aquellos tiempos las tendencias y corrientes seculares trataban de permanecer ocultas tras la cobertura de lo que parecían ser interpretaciones sagradas y espirituales de la realidad. Sin embargo, con el paso del tiempo, la secularización prosiguió su marcha y, en última instancia, la mera acumulación de tendencias secularistas permitió que el Occidente moderno adoptara un comportamiento teórico y filosófico en forma de ideología dominante, el secularismo, que tenía el mandato de desmitificar el mundo e introdujo nuevas formas de pensamiento en el tejido de la existencia humana.
En el mundo moderno, el intelecto, que antes, como locus del Espíritu Santo y de la efusión divina, iluminaba el sentido mismo del mundo y del hombre, quedó reducido inicialmente al ámbito del conocimiento discursivo y conceptual, después a construcciones mentales subjetivas y, por último, a fenómenos culturales e históricos intersubjetivos. El empirismo y el materialismo, que es una especie de "realismo" mundano, se convirtieron en las corrientes intelectuales dominantes de este valiente nuevo mundo.
Fueron filósofos como Descartes, Bacon, Hume, Kant, Nietzsche, Foucault y teóricos como Hegel, Feuerbach y Marx los que modelaron y dieron forma a este mundo. El resultado de estos desarrollos fue el predominio de la racionalidad instrumental. Aunque este tipo de racionalidad pasó a llamarse ciencia, literalmente "conocimiento", su directriz primordial tanto en las ciencias naturales como en las humanidades no es otra que la explotación de la naturaleza y la dominación de los seres humanos.
Es cierto que algunos, como Max Weber, han hecho mención de otro tipo de "racionalidad", centrada en valores, ideales y verdades sagradas y trascendentales. Weber, en particular, creía que este tipo de racionalidad existía en otras culturas y civilizaciones, pero admitió sin reparos que no hay rastro de ella en la sociedad occidental contemporánea.
La civilización occidental, en consonancia con su enfoque secular y mundano de la realidad y con los fundamentos epistémicos de su identidad, ha creado instituciones académicas, científicas, económicas y políticas que se han introducido en distintas regiones del mundo de forma que, o bien marginan a las culturas y civilizaciones allí existentes, o bien las subsumen bajo su visión global del mundo.
En la actualidad, Occidente no es una cultura específica de una región geográfica, sino una cultura dominante y global; cualquier dicotomía o pluralidad política y socioeconómica global existente -como las divisiones en los bloques políticos de Oriente y Occidente que tuvieron lugar durante el siglo XX, o la agrupación socioeconómica de las naciones en el Norte Global y el Sur Global- son todas divisiones que se producen dentro del propio contexto de esta cultura y civilización global única que todo lo impregna, según sus necesidades y contradicciones internas. Por esta razón, los problemas de esta civilización y sus daños son problemas y daños globales; y buscar soluciones a estos problemas, o resolverlos, equivale a abordar e intentar resolver el predicamento humano contemporáneo.
Podría decirse que el rasgo más significativo de la civilización occidental contemporánea se deriva de la constatación de que, mientras sus dimensiones civilizacionales, junto con sus correspondientes necesidades y requisitos, se han expandido globalmente hasta niveles históricamente inauditos, se ha vuelto más vulnerable en sus dimensiones epistémica y espiritual. Así, mientras la civilización occidental siente más que nunca la necesidad de sentido, carece del discurso y los métodos que podrían hacer posible su adquisición; porque mientras se beneficia de una racionalidad instrumental como nunca antes, es incapaz de discernir valores y cualidades que puedan explicar el sentido y el propósito de la vida. En un ethos así, según Max Weber, no hay más alternativa que "seguir a tu demonio".
La civilización occidental ha fijado su identidad en torno al eje de una existencia terrenal y de este mundo. Cuando se trata de la presencia de lo sagrado en la topografía mayor de la existencia y de su relación con ella, si no niega rotundamente su existencia, en el mejor de los casos finge una actitud de ignorancia hacia ello.
Lo sagrado no es algo que pueda situarse dentro de la amplitud y anchura del reino terrenal y de una vida mundana de este mundo. Lo sagrado, por principio, pertenece a la existencia no limitada, ya que, en primer lugar, la unicidad es esencial para su realidad, es decir, no puede ser más que uno; en segundo lugar, se sabe que las existencias múltiples y limitadas no son más que sus signos, manifestaciones y efusiones. En otras palabras, la presencia o ausencia de lo sagrado influye en cualquier interpretación y designación de la identidad y realidad de los múltiples niveles del ser y sus correspondientes mundos. Por esta razón, la ignorancia de lo sagrado y trascendental conduce a la ignorancia del significado y la realidad de las muchas y múltiples realidades que están presentes en la vida de este mundo.
El descuido de lo sagrado por parte de la cultura occidental y la ausencia de lo sagrado de la materia de cognición y conocimiento en esta civilización no equivale a otra cosa que al descuido de la realidad y a una alienación de la verdad, algo que es la marca de esta civilización y de las instituciones que la componen. Que la intensidad de esta alienación y negligencia se debe a la falta de verdadera intelectualidad es algo que hoy más pensadores que nunca están dispuestos a admitir.
La salida de este atolladero consiste en superar las dificultades que los pensadores y filósofos de esta cultura moderna han ido creando gradualmente a lo largo de los últimos siglos. La interacción creativa y activa con el patrimonio espiritual y sagrado de la humanidad puede ayudar al hombre contemporáneo y a la civilización y cultura humanas actuales a superar estas dificultades.
El Imam Jomeini, en su carta a Mijaíl Gorbachov, señaló una parte del patrimonio intelectual de la cultura islámica mediante la cual puede tener lugar esta interacción. Hablaba de las potencialidades de la filosofía avicena y de su capacidad para superar las limitaciones del positivismo, y de las innovaciones de la filosofía iluminacionista de Suhrawardī, que podían hacer frente al enfoque moderno que reduce la intelección humana al ámbito del conocimiento conceptual y sienta las bases para subjetivizarla o eliminar sus dimensiones trascendentales y sagradas.
En esa carta histórica, el Imam pedía que la élite intelectual de la sociedad rusa viajara al extranjero con el propósito de interactuar creativa y activamente con el patrimonio místico del mundo islámico, para que fueran capaces de ver la multiplicidad terrestre del mundo moderno a la luz de la unicidad divina del reino sagrado, como no es otra cosa que el mensaje perenne de todas las religiones monoteístas.
Traducción por el Dr. Refoyo.
0 notes
Text
Entrevista a Guillaume Travers sobre Werner Sombart: ¿sigue siendo un pensador actual?
Traducción de Juan Gabriel Caro Rivera
Werner Sombart vuelve a ser actual en Francia gracias a las publicaciones y traducciones que usted ha hecho. ¿A qué se debe este renovado interés por su obra, hasta ahora tan olvidada?
Hace exactamente un siglo Sombart era considerado como uno de los pensadores más destacados de Europa. Fue él quien popularizó el término “capitalismo” en el mundo académico a partir de 1902 y escribió varias obras explicando los orígenes y el auge de este sistema. En las primeras décadas del siglo XX también se le consideraba como uno de los padres fundadores de la sociología, junto con Max Weber. Desgraciadamente, su obra ha caído en el olvido, entre otras cosas por las acusaciones infundadas de que colaboró con el Tercer Reich. Sin embargo, es una obra que proporciona claves muy importantes para entender el mundo contemporáneo; personalmente, me ha dado mucho de que pensar sobre el capitalismo, la burguesía, el socialismo y los valores heroicos. Como se trata de una obra bastante complicada, a veces puede resultar difícil de abordar. En mí ensayo sobre “¿Quién soy yo?” he querido dar las claves fundamentales para la lectura de su obra.
¿Cuál era la relación de Sombart con Marx?
Sombart fue un ávido lector de Marx desde que el capitalismo era uno de sus principales problemas de estudio. En numerosas ocasiones él mismo se declaró como un discípulo y admirador de Marx, el cual murió en 1883 cuando Sombart tenía 20 años. No obstante, también criticó muchas de sus ideas, especialmente su materialismo: Marx creía que el capitalismo era ante todo un fenómeno cuya naturaleza era material y se expresaba en relaciones entre las clases sociales, los propietarios del capital y los trabajadores, el desarrollo técnico, etc., mientras que Sombart consideraba que el capitalismo era ante todo un fenómeno espiritual (Geist), ya que nos convertimos en capitalistas desde el momento en que nuestros valores cambian y comenzamos a ver el mundo exterior desde una perspectiva utilitarista y pensamos únicamente en como obtener beneficios de él. Este cambio de perspectiva tiene implicaciones muy importantes pues para Sombart no basta con “hacer la revolución” en el plano material, sino que es preciso cambiar nuestra mentalidad y ¡empezar a ver el mundo a través de otros valores! Además, diría que Sombart es un crítico del internacionalismo defendido por Marx, ya que cada pueblo tiene su “espíritu” propio que debe ser respetado por el socialismo. Es por eso que fue un defensor de un “socialismo alemán” y no de un socialismo internacionalista.
A Sombart le fascinaban los momentos de transformación y el cambio de las sociedades. ¿Qué ruptura con el pasado dio nacimiento al capitalismo?
Esta pregunta es a la vez una de las más ricas de la obra de Sombart y quizás la más decepcionante de estudiar para cualquier neófito. ¿Por qué? Porque Sombart nunca sucumbe a la tentación de realizar un análisis unidimensional de este fenómeno. Jamás se encontrará en sus libros “la” causa del capitalismo ni su “fecha de nacimiento”. En lugar de eso nos ofrece una serie de hipótesis fascinantes. Sombart nos dice que se dio un cambio importante en la década de 1750 con el hecho de que se empezará a usar carbón en la industria, pero sus análisis se remontan mucho más atrás en el tiempo. Como hemos dicho, el capitalismo es ante todo un “espíritu” que predispone a ver el mundo únicamente a través del prisma del materialismo, el beneficio, el cálculo y la racionalidad instrumental. Todo lo que impulsa a las personas hacia este espíritu del capitalismo es, por lo tanto, una de sus “causas”. Entre los ejemplos que cita Sombart figuran el desarraigo provocado por las migraciones, el judaísmo, el triunfo del pensamiento abstracto (en particular, la contabilidad por partida doble), el auge de los Estados centralizados y la guerra, el lujo, los grandes descubrimientos, etc.
Las reflexiones de Sombart sobre el lujo y la transformación de las relaciones amorosas son fascinantes. ¿Cómo se convirtieron estas nuevas pasiones en una palanca que nos hizo pasar de sociedades orgánicas tradicionales hacia sociedades capitalistas?
Sombart constata que a partir del siglo XII se produce una transformación progresiva de las relaciones amorosas y, más ampliamente, de las relaciones entre hombres y mujeres. El proceso duró varios siglos – podríamos decir que se prolongó hasta nuestros días –, pero hubo ciertas constantes: las mujeres adquirieron cada vez más importancia y las relaciones entre hombres y mujeres se volvieron más sensuales, lo que significó que las mujeres eran cada vez más valoradas por los placeres que proporcionaban. Y así, después de varios siglos, empezó a surgir lo que podríamos llamar una “economía del placer femenino” donde una proporción cada vez mayor de los recursos obtenidos se desviaba hacia la satisfacción de estos placeres. Este cambio se produjo en primer lugar en las cortes principescas y papales, donde el mantenimiento de varias amantes era algo habitual, y donde el gasto en cada una de ellas alcanzó proporciones considerables. Este proceso condujo al desarrollo de un nuevo tipo de lujo, ya que el lujo tradicional era de carácter público y colectivo (por ejemplo, la organización de torneos o banquetes), mientras que el lujo moderno era más bien privado y se centraba en el placer. Con el tiempo, este lujo erosionó profundamente las jerarquías sociales tradicionales. Por ejemplo, si un burgués recién enriquecido disponía de más medios para mantener una “corte” que un viejo aristócrata, ¿cuál de los dos tomaría tarde o temprano el relevo del otro? En una palabra, podemos decir que, a través de las mujeres, el lujo ha terminado por demoler las viejas jerarquías sociales y, con el triunfo del lujo, el utilitarismo y el materialismo vulgar lo corroyeron todo.
¿Cómo definiría el “socialismo alemán” que Sombart defendió en la década de 1930?
Para Sombart toda alternativa al capitalismo sólo puede ser viable si respeta el espíritu del pueblo. El “socialismo alemán” era, por lo tanto, un socialismo conforme al espíritu alemán. En primer lugar, es una auténtica “tercera vía” entre el capitalismo y el socialismo marxista. A los ojos de Sombart el socialismo de Marx era profundamente materialista. El socialismo alemán del que hablaba Sombart era, en cambio, de carácter “espiritual”: él afirmaba que existían valores “heroicos” mucho más importantes que los valores materiales. Sombart fue mucho más preciso en ese sentido, pues su socialismo era específicamente alemán y tuvo que preguntarse qué era exactamente el espíritu alemán. Él intentó esbozar muchos de estos rasgos alemanes de la siguiente manera: un país profundamente marcado por su relación con la tierra, por las estructuras comunitarias, por una ética del honor, etc. El socialismo debía ajustarse a estos rasgos mediante la exaltación de valores “prusianos”.
Sombart sostiene que el capitalismo estaba llegando a su fin en la década de 1920. ¿Cuáles son los puntos débiles de este sistema que pueden impedirle renovarse ad infinitum?
Cuando estalló la crisis de 1929, muchos creyeron asistir a la crisis final del capitalismo. Sombart era un poco más circunspecto, aunque esperaba que esto se convirtiera en una oportunidad para cambiar el sistema. Una de las predicciones que hizo en su momento me parece muy clarividente: dijo que el capitalismo de su tiempo ya no tenía nada del espíritu original del capitalismo. El espíritu capitalista original era emprendedor, aventurero, movido por el gusto por el riesgo. En cambio, las grandes empresas de su época eran monstruos muy cautelosos, una especie de burocracias privadas. Esto me parece bastante clarividente, pues todavía vivimos en esa realidad: la mayoría de las personas que se incorporan a las grandes empresas no lo hacen para ser emprendedores, sino para “gestionar” lo que ya existe y disfrutar de las pocas rentas que esto conlleva. Por desgracia, esta evolución no basta para acabar con el capitalismo. Sombart también contemplaba la posibilidad de que las crisis ecológicas, en este caso el agotamiento de los recursos de carbón, acabaran con el capitalismo. En aquella época no tenía mucha fe en ello y le despertaba mucho entusiasmo los experimentos que en ese entonces se hacían con las energías renovables, entre ellas la solar. Eso fue hace un siglo y la cuota de la energía solar en nuestro consumo energético apenas ha aumentado desde entonces. En este punto, es posible que Sombart se equivocara y que precisamente este problema cause el fin del capitalismo.
#socialismo prusiano#socialismo alemán#socialismo#werner sombart#pensamiento#revolución conservadora#capitalismo
0 notes
Text

Lanzamiento libro ¿Pasó de moda la locura?: Apuntes sobre el actual trance necrófilo, publicado en Editorial Adynata.
Viernes 3 de Noviembre en librería Alma Negra en Providencia.
Valor del libro (preventa): $10.000 CLP (Las compras internacionales serán desde Buscalibre a fin de mes).
Tengo un poco abandonado Tumblr, pero acá fue donde subí las primeras versiones (mucho más breves y menos reflexionadas) de lo que iba a ser mi libro (escrito junto a Amapola Fuentes). Así que aprovecho de promocionar el lanzamiento.
Prologo. Catalepsia.
Somos espectadores pasivos del espectáculo más grande de nuestra época: el de nuestra propia desintegración pasiva. Los eslóganes de salvar al planeta, de avances biotecnológicos, de automatización a gran escala y masificación de la crisis climática son parte vital de las narrativas que nos bombardean día a día, y que nos impiden dormir sin pastillas por las noches. Ansiedad, depresión, burnouts, fatigas psíquicas por compasión, el deseo de luchar contra una historia de la humanidad prometeica, y a la vez la necesidad transhistórica de llevar la racionalidad instrumental hasta sus últimas consecuencias. En una era de irremediables y, a veces, insoportables contradicciones, la principal preocupación de las instituciones que sostienen al Capital mundial (en el sistema político tradicional Estado-nación, en el trabajo y el mercado) es poder mantener una fachada vulgar de estabilidad, un intento absurdo de limpiar una casa que se está cayendo a pedazos debajo del polvo.
Ese movimiento necrótico que convierte a la muerte en lo sagrado y oculto bajo el manto fantasmagórico del Capital es lo que define la identidad de una época llena de desencanto, descontento, depresión e ideaciones suicidas. Dentro de este contexto que nos desola —o que acecha constantemente con llevarnos más allá de los límites de lo que conocemos y podemos soportar—, se nos hace interesante y urgente el quehacer de pensar en esta misma desolación, en vez de solamente asumirla como parte de una realidad ineludible. No la tomamos como un reformista y cómodo “es lo que hay”. Hundirse en ella para decodificar qué aspectos bio/técnico/necropolíticos están operando a nivel psíquico, qué cargas mnémicas e históricas son las que estamos arrastrando y, por qué no, pensar en dinámicas de biorresistencia, ya sea inmunitarias, como comunitarias —siendo esta última opción la que, como comunistas radicales, consideramos la única salida a esta crisis, no sólo como especie, sino como agentes geofísicos.
Frente a esto ¿Cuál sería nuestra labor? Lejos de continuar la búsqueda de burdas respuestas temporales —para ello ya está toda la blanda “crítica social” que simula una conciencia torpemente reflexiva—, nuestra acción puede resumirse a un gesto desafiante contra el orden existente, un desafío a la altura de los tiempos que propone desfetichizar un cadáver que se iconográfica y se confunde por divino —el capitalismo tiene mucho más que ver con lo religioso de lo que a menudo le guste admitir—. Hemos de criticar la dominación, porque la servidumbre, aunque menos visible que en otras épocas, domina. En esa visibilidad más tenue, pareciera que somos más libres. Pero, el hecho de haya esclavos «felices» no justifica la esclavitud.
Contrario a los proyectos que nacen y sirven al seno de la sociedad mercantil, preferimos abrir nuevas preguntas y superar las viejas. Este texto hace una apertura a la técnica de la cordura capitalista y una rasgadura a las tecno-arquitecturas que pretenden configurarnos y prepararnos para un “futuro postcapitalista” que, contrario a ser un por-venir, ya está aquí. Y, desde el contexto situado en el que nos encontramos aquí, en el territorio dominado por el Estado de Chile, nos urge pensar en el triunfo del progresismo y en la complicidad que hay entre esto y la expansión de las redes de explotación, como parte de un proceso planetario de actualización del capital. Esta urgencia porque, pese a la desmovilización conformista y ciudadanista, queremos seguir moviéndonos, aunque sea mediante páginas de libros, porque nunca nada está totalmente estancado.
0 notes
Text
Está en nuestras manos hacer nuestro el proceso de sentipensar y recuperar el florecimiento. Por Rodrigo Arce Rojas Sentipensar es una expresión que le da tanta importancia al corazón como la razón, contrario a la primacía racional encefalocéntrica que se desconecta de todo el cuerpo. Las variantes de la expresión son: a) Pensar con el corazón, b) Corazonar, c) Pensar con todo el cuerpo. Para quienes han sido educados en la primacía de la razón instrumental moderna el sentipensar sería un retroceso porque sería regresar al mundo de las emociones, de la subjetividad y la pérdida de objetividad que ha sido la marca de fábrica del pensamiento cartesiano ratificada por el positivismo comtiano (de Augusto Comte). Es así que nos consideramos como la civilización de la razón que ha transitado por el pensamiento griego, el renacimiento y la ilustración hasta llegar a la época actual en la aún hay una primacía de la razón hay mayor apertura para considerar otras fuentes tanto de pensamiento como conocimiento. Aunque como civilización de la razón se han obtenido grandes logros para la humanidad, la crisis civilizatoria que estamos padeciendo, que se manifiesta en sufrimiento social y ambiental, nos hace dudar si efectivamente somos sabios como nos hemos autodenominado. Guerras infames, pobreza extrema, delincuencia exacerbada, precarización de la política y la democracia, devaluación de la palabra, corrupción institucionalizada, acumulación por despojo, feminicidios, asesinatos de defensores ambientales, destrucción y exterminio de la biodiversidad, contaminación del suelo, del agua y del aire, entre otros flagelos, dan cuenta que estamos en una grave crisis civilizatoria. el pensar no es solo una actividad encefálica sino que pensamos literalmente con todo el cuerpo Siendo importante la racionalidad, tal vez nos hemos olvidado que somos seres integrales en comunidad que habitamos la Tierra. Esto puede ser descrito como seres (Tecno-)Bio-psico-socioculturales que estamos articulados en un lugar y con todo el entorno. Bajo esta perspectiva el pensar no es solo una actividad encefálica sino que pensamos literalmente con todo el cuerpo, en el lugar y a través de la acción (Humberto Maturana y Francisco Varela). Eso quiere decir que la intersubjetividad es clave tanto entre humanos como con los otros-que-humanos (Ricardo Rozzi) y con los Seres Tierra (Marisol de la Cadena). Consecuentemente, desde la perspectiva de cognición corporizada (o conocimiento encuerpado) se ponen en acción nuestros corazones (efectivamente en plural), la intuición, el inconsciente, la fisiología, la palabra, la interacción recursiva con los objetos y los sujetos (humanos y otros-que-humanos). el sentipensar no es una expresión únicamente poética sino que forma parte de nuestra humanidad Los conocimientos actuales en neurociencias y otras áreas de las ciencias nos ratifican el hecho que el sentipensar no es una expresión únicamente poética sino que forma parte de nuestra humanidad, humanidad además que se comparte con las bacterias y con los virus en nuestros cuerpos, pues como sabemos somos holobiontes. Si pues, somos ecosistemas caminantes, somos biodiversidad, somos interespecies. No son categorías antropológicas, ni literarias ni ecopoéticas, es lo que somos, aunque haya muchos que recién se están enterando. Consecuentemente, a la razón que se supone que hemos privilegiado, hay que añadirle la fantasía, la imaginación, la intuición, las emociones y los sentimientos. Si bien es cierto que como sociedad hemos generado las humanidades y las artes precisamente para movilizar todo aquello que había sido subestimado por la hegemonía de la racionalidad, un mal sentido de modernización capitalista, de progreso y de pragmatismo han golpeado duramente a las humanidades y las artes. Con el triunfo del sistema capitalista neoliberal que todo lo diluye, lo evapora, lo reduce a cosas, a mercancía se ha ido devaluando la belleza, la verdad, la palabra, que son aportes fundamentales de las huma...
View On WordPress
0 notes
Text
* ST. MARY MAGDALENE HA ABIERTO UN NUEVO EXPEDIENTE.
los directivos analizan datos de yasper di santis para recibirle en su tercer año de curso. se encuentra estudiando composición musical en st. clare of assisi y ha sido asignade a la mansión diez. todos los datos parecen ser correctos en lo que estampan sello para declararlo como procesado. sin embargo, días después expediente desaparece y en su lugar dentro del archivo, una hoja con la firma de una sociedad secreta queda como demostración de lo que fue robado. ¿ganar o perder? todavía nadie lo sabe.
VAL, bienvenide al universo de condenados. ¡nos encanta tenerte entre nosotres! esperamos que tu estadía en el grupal sea larga y que disfrutes de cada cosa que esta maravillosa historia tiene para ofrecer. esperamos la cuenta de tu personaje en las próximas 24 horas.
FUERA DE PERSONAJE.
nombre: val
pronombres: femeninos
edad: 24
país / zona horaria: gmt-3
triggers: noncon, incesto
¿aceptas que tu personaje reciba cualquier tipo de intervenciones?: sip
¿algo que agregar?: here we go again. pd hice un cambio en una extracurricular, está especificado en su sección del form.
DENTRO DEL PERSONAJE.
nombre completo: yasper di santis
faceclaim: timonthee chalamet
pronombres: masculinos
edad: 24 años
fecha de cumpleaños: 14 de febrero
lugar de proveniencia: milano, italia
descripción psicológica:
yasper se destaca porque, desde lejos, se nota que es una persona BIEN INTENCIONADA Y OPTIMISTA. siempre sabe ver lo mejor de cada situación, priorizando el bienestar y la diversión. esto último es, para él, lo más importante. siempre busca estar entretenido y DIVERTIDO, pues no soporta la sensación de aburrimiento. es muy CARIÑOSO con sus allegados y nunca se avergüenza de demostrarlo. sin embargo, naturaleza es TORPE e INDISCRETA, siempre haciendo desastres y terminando en el peor lugar o situación posible.
descripción física:
delgado, de un metro setenta y ocho. ojos celestes y cabello oscuro, negro, siempre enrrulado. no suele usarlo ni muy corto ni muy largo, la mayoría de las veces dejándole la forma de estos. por lugar de origen, ha crecido rodeado del buen vestir, por lo que siempre busca vestirse bien. siempre se lo suele ver con algún instrumento al hombro.
historia:
yasper es el hijo único de un segundo matrimonio, donde padre ya tenía un hijo bastante mayor por su parte, y si bien madre era varios años más jóven que él, tampoco lo era tanto. padres adoraban al pequeño, pero estaban grandes y cansados, por lo que yasper creció bajo la filosofía de “dejarlo ser”. curiosidad en el pequeño era lo que lo motivaba a moverse, subir, bajar, trepar de árboles, robar cuchillos de la cocina, prender fuego el sillón. siempre fue difícil para sus padres llevarle el ritmo, pues parecía ir a doscientos kilómetros por hora.
desde que tenía días de vida lo único que parecía calmarlo era la música instrumental, gracias a que padres estaban dispuestos a probar todo para calmarlo, menos la medicina tradicional. padre aficionado a la música, descubre que su hijo con tan solo cuatro años, tiene una facilidad enorme para identificar notas y melodías. podía reproducir en el piano notas con solo escucharlas antes que pronunciar palabras esdrújulas. así fue que empezó con clases de piano y no mucho más tarde ingresó a la sinfónica infantil en la cual aprendió teoría y a tocar el violonchelo.
para yasper, el lenguaje musical es lo único en lo que parece encontrar lógica y sentido. incluso a su edad, el mundo real le resulta caótico, que se mueve aún más rápido que su cabeza. en la música encuentra racionalidad y calma.
nunca destacó en nada que no sea la música y dejar un desastre a su paso. de hecho, todo lo contrario. si no fuera por talento innato en la música, futuro dependería de que alguien encuentre un trabajo para darle que no pudiera terminar prendido fuego. julliard era la promesa de su futuro, con un lugar asegurado según sus maestros.
negativa llega como un baldazo de agua fría. nunca supieron bien el por qué, ni siquiera sus maestros, que aseguraban que talento de yasper era excepcional. creencia religiosa de su madre intentó convencerlo de que si no había sucedido era por voluntad de Dios, y yasper quiso convencerse de eso. si bien familia tenía buen estatus, tampoco era tanto. sin embargo padre consiguió mover algunas influencias para conseguirle a su hijo la posibilidad de aplicar a una beca en st. mary magdalene, con el argumento de que tenía aún más prestigio que julliard.
dato adicional opcional:
removido por la administración.
¿estudiante matriculado o becado?: becado
facultad: st. clare of assisi
carrera: composición musical
año de curso: tercero
extracurriculares: saxofón en la orquesta universitaria, sonido e iluminación en el club de teatro musical, miembro del coro universitario, miembro del club de español, pivot en el equipo de baloncesto masculino.
¿cuál es la sociedad secreta de su interés?: removido por la administración.
1 note
·
View note
Text
“...es propio de las democracias capitalistas (Moore, 1979; Lenin, 2003) mantener niveles elevados para la propiedad, Io que se traduce en que el Estado no adopta un rol garantista del derecho a la vivienda sino más bien, se constata un Estado ausente, pues, con la política de "dejar que el mercado regule", abandona a los/as ciudadanos/as a un espacio abierto de racionalidad instrumental económica, donde el derecho a la vivienda desaparece tras la plusvalía de la ganancia capitalista, abriendo incluso la posibilidad de caer en procesos de burbuja inmobiliaria. Frente a este adverso escenario sociopolítico, el movimiento Okupa resiste al capitalismo en uno de sus espacios más importantes como es la propiedad privada, defendida a ultranza por la clase política y el Estado, que tal como hemos señalado, son defensores de un orden social inequitativo de capitalismo financiero.
— Movimiento okupa: resistencia contra el capitalismo, Mg. Cristian Alejandro Venegas Ahumada
#movimiento okupa#okupacion#okupas#resistencia contra el capitalismo#capitalismo#neoliberalismo#propiedad privada#derecho a la vivienda#vivienda#citas
5 notes
·
View notes
Text
৴ ˙ ˖ . ℬ𝑒𝑐𝛼𝑢𝑠𝑒 𝑖𝑡 𝑖𝑠 𝘣𝑖𝑡𝑡𝑒𝑟 𝑏𝑦 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐥𝐢𝐞 𝐇𝐮𝐧𝐭𝐞𝐫
𝐓𝐀𝐒𝐊 𝟎𝟓
❝ But I like it Because it is bitter, And because it is my heart. ❞ — Stephen Crane
Inspos: Aro Volturi (The Twilight Saga: Breaking Dawn); Seelie Queen (The Mortal Instruments); Jigoku Shoujo (Hell Girl); Law of Surprise (The Witcher); Nogitsune (Teen Wolf - Season 3); Wendigo Transformation (Hannibal); Menções: @gcrotaverde; @amordemaeve; @littlegotbrooke; @yourhghness; @x-distrustful;
(...)
Alguns dizem que sonhos são produtos de desejos subconscientes, desejos tão profundos que quando totalmente despertos não poderíamos ser capazes de compreender ou reconhecer. Esse tipo de desejo é o mais puro de todos, mesmo quando se é obscuro, ainda sim o mais puro, livre de qualquer intencionalidade ou interferência, o que Sigmund Freud diria ser o homem animal. Hunter não costumava pensar sobre esse tipo de coisa, era raro ver a caçadora falar sobre sonhos que não fossem imediatos, sua mãe tinha lhe ensinado a guardar suas intenções e desejos a sete chaves, assim, ninguém poderia intervir contra. Ela também havia a ensinado algo muito importante: Não deixe com que saibam seus temores. Medo era algo mais perigoso que desejos; desejos eram controláveis, algo que você pode escolher entre querer realizar ou não, mas medo? Medo é irracional. Medo é algo que você não controla. Ele controla você.
Um claro exemplo de um medo que pode te controlar é a Nictofobia. Existem tantos nomes para essa fobia que os listar seria uma perda de tempo, afinal todos os nomes dizem a mesma coisa: Medo do escuro. É comum entre crianças e muitas vezes se resolve sozinha, mas adultos também podem tê-la e talvez essa versão adulta seja pior, afinal, na maioria das vezes, o medo de uma criança é totalmente ligado à sua imaginação fértil e lúdica, mas em adultos? Não é sobre imaginação, é sobre memórias. Lembranças que usualmente doem tanto quanto a realidade e que tornam o fato de se estar no escuro algo aterrorizante, algo capaz de te fazer perder o sono, ter dores, náuseas e outros sintomas físicos. O temor de Rosalie era causado por memórias. Um temor que sua própria mãe dizia ser insano, quando elas ainda conviviam, e sinal de fraqueza; mas ela discordava, não achava que temer era sinal de fraqueza.
Temer não é algo que deveria ser desencorajado, temer é bom, o medo é bom; se na medida certa é claro. Medo é o que te motiva a se proteger, a sobreviver, é o que te impede de se jogar do precipício mesmo quando o desejo de saber o que há depois do fundo parece maior que qualquer ponta de racionalidade. Medo é a voz no fundo de sua mente que lhe implora para dar a meia volta, é a voz baixinha e assustada que te pede para checar duas vezes se trancou a porta. Medo, às vezes, é a única coisa que separa uma presa dos dentes de um predador faminto. A coragem, por outro lado, é exatamente o que leva um coelho curioso a procurar pela toca da raposa. O único sentimento que sobra no coelho enquanto é devorado é o arrependimento de não ter ouvido aquela pequena voz. Aquela voz baixinha e assustada que dizia ‘dê meia volta e saia’. Catherine, naquele momento, não passava de um coelho, e de arrependimentos ela entendia tão bem.
As mãos tremiam, não de frio, ainda que de fato a noite estivesse gelada e a camisola com a qual fora dormir não ajudasse em nada em se proteger do frio de Mítica. Elas tremiam de antecipação, medo, adrenalina, lembranças, ansiedade, arrependimento, haviam tantas coisas passando na mente de Rosalie naquele exato momento. Seu corpo tremia. Não possuía qualquer poder sobrenatural que envolvesse a clarividência, mas bastou que a lua cheia não aparecesse naquela noite, para que sentisse um comichão em sua nuca, fazendo com que os pelos ali presentes se arrepiasse de acordo com que se deitava na cama ao lado da de Melena — poderia não ser da Imre, mas já estava acostumada a tomar a forma da amiga para que adentrasse tarde da noite na Casa, e repousasse no quarto que a bruxa dividia com Maeve, só se sentia bem dormindo ali, ou afastada o suficiente de todos, para que não precisasse explicar seus pesadelos.
Naquela noite, contudo, tudo fora diferente. Estava tendo um sono calmo e pacífico, mas conforme o gotejar de água aumentava de intensidade, Hunter parecia afastar-se da inconsciência, chegando a resmungar algumas vezes antes de se encontrar no caminho da consciência. ❝—— Maeve, você esqueceu a banheira ligada de novo? ❞ A voz era grogue, e ainda estava parcialmente adormecida a medida em que repreendia a amiga, uma sutil instrução para que a sereia se levantasse e cuidasse daquele problema, considerando que a causadora de tudo aquilo era ela. Jurou ter ouvido uma resposta feminina, e apenas por isso ela virou-se para o outro lado. Porém, o plin da água gotejando outra vez, não a deixou voltar a dormir. Bufou, tentando colocar o travesseiro sobre a cabeça, contudo, o som pareceu transferir-se para dentro de seu crânio, repetidamente, algo que fizera Hunter levantar-se em um salto. E quando o fez, percebeu não estar em seu quarto.
Encarou as árvores secas com os olhos estreitos e lábios pressionados. Definitivamente não estava em um dos quartos da Imre. Riu sarcasticamente e observou as roupas escuras que sempre vestia… o que comprovava ainda mais sua teoria. Um sonho? É, definitivamente estava em um sonho. "Inconfiável. Fria. Macabra. Má. Falsa." As palavras surgiram, carregadas pelo vento, em um sussurro ácido. Reconhecia aqueles adjetivos e eles se lançaram sobre ela como uma flecha, lhe acertando tão fortemente que ela se manteve paralisada, olhando para o céu sem lua ou estrelas, daquela estranha noite. O ar estava pesado, e possuía um cheiro de podridão. Não, aquele não podia ser seu interior. Ela era fria e não costuma confiar nas pessoas, além de se esconder atrás de algo. Mas ela não era podre daquela forma. Era a visão dos outros sobre ela? Não, era seu sonho. Nada além de um sonho, não se deixe abater, era o que ela dizia para si mesma.
Mas ela reconhecia aqueles adjetivos, eram os direcionados para si quando mais nova. Assim que chegou a Aether, quando era considerada uma garotinha estranha da qual ninguém sabia o passado. Ou melhor, nada além do nome de sua mãe. "Sádica. Sem coração. Anti-social. Demônio." Ela não conseguiu evitar se encolher um pouco. Seus pés começaram a se mover sozinhos, pequenos passos tropeçantes que cada vez mais se aproximavam da entrada da Floresta Encantada. Um vento frio passou por ela, lhe arrepiando e a fazendo se sentir mal. Como se aquele vento trouxesse algo além daquela friagem... Algo mais. Algo além. "Pobre sombra envolta em escuridão." Agora era a voz de um garotinho, mas era uma voz sem emoção, talvez uma voz acostumada a ver tantas mortes que a descendente de asiáticos não conseguiria contar nos dedos. "Tuas ações trazem dor e sofrimento à humanidade." Ela estava reconhecendo a voz e as citações. Ergueu a cabeça e olhou novamente em volta, não se deixando abater. Não passavam de memórias. Confusas, embrenhadas e colocadas em um local estranho, quase esquecido pela caçadora, mas ainda assim, apenas memórias. "Tua alma vazia afoga-se nos teus pecados." Um sonho muito real, os sussurros parecendo vir de todo canto e, ao mesmo tempo, de canto nenhum. Assobios cortando o silêncio entre as árvores até chegarem nela. Quando ergueu a cabeça, sentindo-se observada, viu um olho gigante surgir no céu, e as memórias finalmente tomaram forma. "De que forma desejas ver a morte?"
Talvez ela mesma tivesse esquecido que havia sofrido. Ou talvez tivesse apenas escolhido esquecer e substituir toda aquela dor por algo mais feliz — se não feliz, ao menos mais suportável. Era isso que fazia todos os dias, não? Mentia, e era forte. Viu com uma vagarosidade torturante um passado distante voltar à sua mente, quando ainda era uma menina de seis anos. Ela corria e brincava com seu irmão por aquele descampado lamacento que tanto chamavam de quintal, as roupas simples completando o ar camponês que transmitiam ao desafiar um ao outro a adentrar a floresta — a mesma que a mãe alertara para manter distância. A bola, dura e feita de pele, havia sido atirada mata adentro apenas como desculpa para adentrarem o local, e teriam conseguido completar a pequena ousadia caso o jantar não ficasse pronto, a voz de Gretel anunciando que deveriam entrar e se banhar, antes da família reunir-se para a refeição. Aquela fora sua última noite naquela casa, já que na calada os gêmeos deixaram suas camas para recuperar a bola, e nunca mais voltaram. Agora, repetia os passos que dera quando criança, adentrenado uma floresta um pouco diferente.
Bastou um passo a mais, contudo, para que tudo mudasse. Mãos saíram do chão, almas atormentadas se retorcendo nas sombras a agarraram e começaram a puxar para baixo, pelos lados e até seus cabelos! Lhe causava uma dor muito grande, e além de ferimentos feito por arranhões, suas roupas começaram a ficar em farrapos. Mas então, caiu, no que sua lógica dizia ser uma floresta subterrânea, dentro da floresta. Mas suas memórias reconheciam aquele ambiente como a floresta atrás do quintal de onde vivera por seis anos com Gretel. Os gritos que reconhecia como seus podiam ser ouvidos, e ela os seguiu, parando do lado de fora de um casebre que lhe causava arrepios. Não era mais a mesma garotinha assustada de outrora, e como o coelho curioso que estava sendo por toda aquela noite, ela adentrou. Descobrindo, então, que não podia ser vista, era uma mera telespectadora, que via a si mesma amarrada à cadeira, chorando, e não podia fazer nada. ❝—— Levanta e corre! ❞ Gritou para sua versão infantil, e até tentou chacoalhar o corpinho, no entanto, seus dedos encontraram o vazio, como se fosse uma grande ilusão. "Você não pode mudar o passado, criança." A mesma voz monótona de antes soou, contudo, desta vez, ganhava forma ao seu lado: um feérico. Que parecia divertir-se com seu desespero para tirar a si mesma da cena. O ser da floresta, no entanto, continuou andando pelo casebre que cheirava a queimado, parando ao lado da pequena jaula, e só então, ela pôde o ver: Graham encolhido no canto, dizendo para a irmã que tudo ficaria bem, se ficassem juntos.
O cenário começou a escorrer, como tinta fresca. Aliás, o cheiro de tinta estava lhe atordoando os sentidos. Olhou para o lado e como se estivesse dentro de um quadro ela viu seu pintor sorrir macabramente com seus dentes podres. Foi naquele momento em que ela finalmente sentiu falta de algo. Estendeu a mão e a região a sua frente tremulou. Uma passagem. Se jogou na passagem, sendo automaticamente mandada para outra cena. Reconhecia aquela cena, reconhecia ela bem. As amarras ainda estavam presas em seus pulsos e ela corria desesperada, lágrimas molhando seu rosto, já vermelho pela falta de ar causada pelo esforço. Ouvia ao longe as risadas diabólicas da bruxa, e seu coração acelerava mais que as asas de um colibri. Ela não podia voltar para lá, e também não devia deixar Graham. Mas não havia conseguido abrir a jaula a tempo, e, talvez, se encontrasse sua mãe… Se questionada, não saberia dizer por quanto tempo correu, mas o fez como se sua vida dependesse disso — e dependia. E quando chegou ao vilarejo, pode ver o desgosto impresso no rosto de Gretel, que chorou por uma semana antes de mandá-la para longe. Não suportava ter perdido o filho preferido.
"É de cortar o coração, não é mesmo?" A voz do feérico soou irônica conforme conduzia Rosalie por entre as árvores, um enorme tabuleiro de xadrez se mostrando a frente deles enquanto a bruxa o seguia sem dizer nada. Estava chocada demais para fazer qualquer um de seus ácidos comentários. "Foi quando descobriu que não valia nada." Ele estalou a língua, ao mesmo tempo em que repetiu o estalar com os dedos, fazendo uma cadeira surgiu às costas de Rosalie, obrigando-a a se sentar antes de ser amarrada ali, e posicionada a beira da mesa. O estalar da língua, no entanto, teve uma reação mais tenra do que o completo desespero desencadeado em Hunter ao encontrar-se presa outra vez, a mercê de um ser mágico. "O restante da história você conhece. Drogas, overdose, não consegue manter um relacionamento amoroso. Um clichê de garota revoltada." Ironia escorria como veneno dos lábios dos ser centenário, que apesar da idade, parecia ter vinte e ao mesmo tempo duzentos anos."Um desperdício de potencial, de fato." O fae comentou antes de posicionar-se na ponta oposta onde a bruxa estava sentada, estalando o dedo novamente para que pixies minúsculas surgissem ali, servindo vinho em seu cálice.
Ela conhecia a sensação, seu corpo tremia na cadeira a medida em que os olhos inspecionavam cada centímetro de suas amarras. Havia conseguido se soltar uma vez, e agora contava com habilidades especiais. Como se lesse seus pensamentos, o que deveria ser óbvio já que imaginava estar sonhando, o fae desatou a rir, de forma histérica e assustadora, fixando os olhos na caçadora, que agora sentia-se mais parecida com a garotinha de seis anos que fora sequestrada. "Sua mágica não funciona aqui, Rose querida." Confidenciou em tom jocoso, rindo sozinho ao ver Catherine testar seus poderes, miseravelmente. Ele poderia ter avisado aquilo sem todas aquelas bobagens, mas o que ele desejava era ver Hunter presa, lutando como uma borboleta para escapar. Ela julgava que o tédio vinha com a imortalidade, e as respostas afiadas, incontroláveis, não ensaiadas e lamentáveis dos seres humanos eram para os feéricos como sangue fresco para vampiros. Algo que eles não tinham, e os divertiam, alimentava, um sopro de vida. Dava para ver na postura do ser, em como o indicador, esguio, contornava a borda fina do cálice. Estava completamente entretido com tudo aquilo, e a constatação só a enervava.
"Se você ganhar o jogo, eu te concedo a resposta que mais deseja. Mas se eu ganhar… opto pela lei da surpresa. Possuímos um acordo, Rosalie Catherine Hunter?" Ele propôs, mas não estava negociando, estava apenas esclarecendo os termos para a bruxa fadada ao fracasso. Nunca havia sido boa em xadrez, na verdade, não se lembrava de ter jogado alguma vez em sua vida — era o jogo dos engomadinhos. Sem que esperasse por uma resposta, o feérico murmurou para onde desejava mover seu primeiro peão, e ele se moveu. Peças encantadas, muito interessante. Hunter, no entanto, não se divertia tanto assim, e foi capaz de sentir escorrer uma gotícula de suor, da sua nuca ao findar de suas costas. Estava definitivamente na merda. ❝—— Terceiro Peão para a casa B3. ❞ Conjurou, uma quase réplica do movimento feito pelo feérico, e tratou de ignorar o risinho alheio, que indicava justamente que havia percebido o que ela fez. Outro peão fora movido por seu oponente, e, outra vez, ela replicou o movimentou na sua metade do tabuleiro, dando a chance, então para que o fae movesse seu cavalo. Dali por diante, fora ladeira a baixo.
Ele moveu o bispo, outro peão, a rainha devorou um cavalo de Hunter, e, quando percebeu, o feérico estava lhe dando um cheque-mate. Estava tão desarmada quanto seu rei, ao final da partida, e ainda selava uma dívida da qual sempre ouvira que deveria se manter afastada. Não aperte suas mãos, não confie neles, mas sobretudo, não beba do vinho. Os lembretes de Gretel sobre criaturas como aquela, que estava sentada à sua frente e sorria orgulhosamente, lhe atingiram a mente enquanto o observava, claramente afetada. O ser milenar estalou os dedos outra vez, e a pequena mesa que sustentava o tabuleiro se tornou em uma mesa de banquete, e quando Rosalie se dera conta disso, o som metálico chamou sua atenção. Coelho, ela reconheceu a carne que sangrava no prato alheio, e os olhos ergueram-se ao rosto passional do feérico. Os olhos dele eram como o mar antes de uma tempestade mortífera, um azul escuro que podia ser apreciado mesmo de longe.
Antes que pudesse falar qualquer coisa, no entanto, teve sua atenção aprisionada pelo filete de sangue que escorria do canto do lábio da criatura até a altura de seu pescoço, que fora inclinado para cima no instante em que uma pixie surgiu para o limpar. Deveria ser alguma espécie de rei, ela supôs. “Eu sou uma criatura bondosa, Rosalie. Por isso, irei te conceder a resposta. Mas jamais se esqueça que está me devendo mais de um favor.” Ele anunciou em tom suave, as pixies afastando-se para deixá-los à sós. Aquilo a assustava, e seu coração estava atordoado em seu peito. Como havia sonhado com algo tão real? “A resposta para aquilo que se pergunta todos os dias, é sim. Sim, Rosalie.” Franziu o cenho para demonstrar que não entendia. Sim? Aquilo respondia que droga de pergunta? Se teria um conto, se salvaria Njord, se algum dia seria feliz? Era vago demais, e ela sabia que sua confusão divertia o feérico. “Sim, Rosalie.” Repetiu, deixando que o riso esganiçado preenchesse o espaço entre eles, e ela se sentiu enjoada.
Seu estomago parecia querer expulsar todo o conteúdo de sua última refeição para fora, a bile salgada se formava em sua boca e ela odiava a sensação de enjoo que o medo a causava. Seu peito doía. Sua cabeça girava. Todos seus músculos pareciam rígidos. Respirar começava ser uma tarefa impossível. O que diabos significava aquele sim? E então fora bombardeada com a imagem do irmão. Vinha trabalhando há um bom tempo junto de Brooke para tentar um feitiço que não fizesse com que Candy Witch descobrisse sua pequena intromissão em sua vida, mas ainda não haviam tido sucesso. Ainda não sabia se o garoto estava vivo. Graham não poderia estar vivo, a bruxa dos doces jamais permitiria isso. O ser milenar dera um gole no vinho, ignorando a presença ou as teorias de Hunter como se, de fato, não fossem preocupantes para si. E não eram. Talvez não fossem nem para ela, por isso guardou a informação em sua mente antes de sustentar o olhar dele.
Não gostava de ser ignorada, por isso, ainda que estivesse presa na cadeira, Rosalie endireitou sua postura, sustentando o olhar sobre a criatura. ❝—— Eu sou uma traidora, se esqueceu? Pode perguntar a Njord, se não me vendo facilmente por algum punhado de moedas de ouro. O que te leva a pensar que eu não o trairia, após fechar um acordo apenas para me safar? ❞ Ela sabia o quanto acordos eram importantes para criaturas como aquela, e poderia levar sua ideia como ofensa. Mas não expressava nada além de entretenimento. ❝—— Você sabe que eu já deixei até mesmo meu irmão para morrer uma vez, e não teria problemas em deixar de novo. ❞ O feérico na outra ponta da mesa sorriu. Era um sorriso lindo, e ao mesmo tempo, macabro. E por aquele gesto, Rosalie supôs que poderia ter cem ou vinte anos. Mas a beleza não a encantava, pelo contrário, causava um sentimento frio em seu peito, como se houvesse ingerido um copo repleto de água gelada em uma única golada — o sentimento de frio, e vazio, alcançando seu estômago.
"Eu sei que não me trairia, criança." Enquanto demonstrava o semblante de espanto, o ser místico ria, e a sensação gelada no peito da caçadora se intensificou. O fae só estava brincando com sua cabeça, como aqueles seres estavam acostumados a fazer. Ela remexeu-se na cadeira, as amarras parecendo mais firmes em seus pulsos e tornozelos. O feérico cortou outro pedaço da carne, ainda ensanguentada, com a faca de prata, e levou o pedaço à boca. “Fique tranquila, eu sei onde a encontrar.” Batera as palmas levemente, e simples assim, foram transportados para um cenário completamente diferente. Um que definitivamente não era propenso a finais felizes. Quando olhou para o lado, o feérico não estava mais lhe fazendo companhia.
Estava sentada no chão, quando ergueu os olhos e viu a criatura. A silhueta esguia, os chifres de antílopes e o completo breu espalhado por todo seu corpo, sendo difícil distinguir o que era o monstro e o que era a floresta atrás dele, pouco iluminada. Era assustadoramente lindo. Mais assustador do que lindo, ela reparou quando o viu movimentar, não demorando para que ficasse em pé, sacando o chicote de seu cinto. O estalou no chão uma vez, como se atraísse a criatura para si. Contudo, diferente do que fizera quando o fauno surgiu, Hunter não esperou, tomando a iniciativa ao sacar, da outra lateral de seu corpo, a pequena adaga que aprendeu com a mãe a carregar sempre, atirando-a contra a criatura mesmo com a mão esquerda. Esperava que acertasse, mas devido o treinamento, sabia que, caso errasse, seria por pouco.
O líquido viscoso que começou a escorrer do braço da criatura possuía a mesma tonalidade escura do restante dela. Era denso, como se petróleo escorresse do ferimento causado por Hunter, que estava tão concentrada naquilo, que só percebera a lâmina voltando em sua direção quando esta cortou o ar próximo de si. Poderia ter se esquivado se houvesse notado antes, tê-la parado com magia, contudo, o máximo que conseguiu fazer foi mover-se para o lado, evitando que a lâmina perfurasse sua pele, mas não evitando o corte de raspão em seu braço. Não fundo o suficiente para necessitar de poções, mas nem tão superficial. Rasgara a roupa e lhe tirava sangue. Urrou de dor, vendo a lâmina ceder ao chão alguns metros atrás de si, o líquido rubro vazando do corte. E então, o olhar voltou-se para a besta, a tempo de capturar sua aproximação com orbes amendoadas.
O zunido do ferro cortando o ar próximo a sua cabeça a deixou espantada por um milésimo de segundo, mas sabendo que ficaria com o corpo estirado ali caso não atacasse, Hunter empunhou o chicote, estalando-o na direção do braço da criatura, com o intuito de o prender. Era uma forma básica de imobilização, e tentou deixar de lado a vontade de envolver o pescoço da criatura com o couro negro. Não era sua arma preferida, e talvez devesse ter pego mais facas, mas era o que tinha no momento, e precisava improvisar. ❝—— Incarcerous. ❞ Recitou o feitiço recém aprendido, torcendo para que funcionasse, e as raízes segurassem aquele ser no lugar. Ganharia tempo, fosse para fugir, ou atacar.
O sorriso orgulhoso despontou no canto direito do lábio de Hunter, ao notar que havia capturado o braço da criatura, contudo, arqueou uma das sobrancelhas em estranhamento por um instante, ao notar algo caindo ao seu lado. E então, o sorriso alargou-se, tornando quase macabro ao notar que a conjuração havia sido bem sucedida, os olhos brilhando ante a movimentação das raízes que aprisionavam a criatura. Tudo parecia ter melhorado desde que buscara a magia negra, abrindo mão do poder puro herdado de Gretel — aquilo não a salvaria naquele momento, salvaria? Puxou o chicote, para que o mesmo aplicasse pressão maior no braço do ser, a medida em que se aproximava, enrolando a outra ponta do couro no próprio braço. Os gritos da criatura a atordoavam, ao mesmo tempo em que causavam uma estranha satisfação. O prazer experimentado era fruto do uso impróprio da magia, mas não era como se Rosalie pudesse saber disso, enquanto continuava a diminuir a distância entre eles.
O questionamento que chegara a seus ouvidos, indagando o que era, possuía o mesmo timbre infantil e masculino de quando entrara na Floresta Encantada, no início daquela noite, e por um instante, ela parou no lugar, afrouxando a pressão aplicada no chicote — se a criatura fosse esperta, conseguiria se soltar. Surpresa era evidente em seu semblante, mas não levou muito para se recuperar. ❝—— Hoje só precisa saber que sou aquela que sobrevive. ❞ A voz era ácida quando direcionada a criatura, ignorando o tremor que a voz lhe causava, em decorrência de memórias despertadas. Era a mesma voz de Graham, quando criança. E por um instante, Rosalie cedeu, sem conseguir atacar. Parada, à frente daquele estranho ser, ela não observava os chifres longos que brilhavam, ou a estatura assustadora, seus olhos se fixavam na pedra amarela que parecia cintilar em seu peito. E não conseguiu fazer nada, se deixando a mercê.
Seu corpo não parecia mais responder aos estímulos primordiais de medo, não se defendia, e também, não reagiu com surpresa ao ter o pescoço agarrado. Tudo parecia correr em câmera lenta, seus olhos fixos na pedra dourada que parecia atrair tão fortemente suas íris, enquanto a pressão em seu pescoço a fazia fechar os olhos vagarosamente, só sendo capaz de observar a pedra, e nada mais, enquanto a visão escurecia. Mas não demorou para que seu corpo recobrasse o ar com uma lufada forte, a cabeça pendendo para o lado a tempo de ver o pequeno incêndio que se formava na mata. Independente do que aquela criatura era, parecia estar querendo os matar. Ela podia sentir os dedos longos passeando por sua pele e o nojo crescendo dentro de si, a sensação ganhando maior intensidade ao reconhecer traços humanos na criatura feita de breu.
A criatura transformava-se em Desmond diante de seus olhos, mas Rosalie estava tão esgotada, se questionando o porque de estar sonhando com ele, com ele possuindo aquela pedra, que ela simplesmente não conseguiu se mover, sendo capaz de sentir a umidade da relva abaixo de seu corpo inerte no solo. Nunca havia se dado bem com ele, sequer possuíam intimidade. O que aquele idiota estava fazendo em seus sonhos? Ela estava mesmo sonhando? Era capaz de compreender um total de zero coisas naquele momento. Observou ele livrar-se das raízes a medida em que se sentava, a vontade de recuperar o chicote e deixar que o mesmo resvalasse contra a pele alheia quase a consumindo por completo. Por isso, afundou os dedos na terra. Ela teria o respondido, se não desejasse perguntar a mesma coisa. Ou se não houvesse simplesmente se afastado.
Piscou os olhos calmamente, enquanto observava suas costas serem engolidas pelas sombras, e ele finalmente desapareceu de seu campo de visão. O que havia acontecido ali? Poderia não estar fisicamente ferida, ou muito ferida, mas seu cansaço psicológico era enorme. Ainda assim, as chamar requeriam de sua atenção, e Hunter estendeu uma das mãos na direção do fogo crepitante, recitando um encantamento enquanto via o elemento desaparecer. Aquilo requisitou certa energia que estava guardando, tendo recorrido à magia negra. Mas tudo estava bem, agora. E ela sorriu como se pudesse tudo, antes de cair em um buraco. Era o vazio. Não, não era o deserto, não era areia que tinha abaixo de seu corpo, eram cinzas. Cinzas de memórias queimadas, sentimentos queimados, ela queimada.
Lágrimas escorreram e ela se deixou cair, derrotada, sendo coberta por aquilo. Tudo só se cessou quando ela despertou na manhã seguinte, encolhida na beira da floresta, com as roupas aos frangalhos, uma forte dor de cabeça, e a sensação de que estava perdida.
#eu nem sei se ficou bom#e se não ficou a gente finge que nunca existiu#auhsua#pov.#narrador amado eu não tenho tag de pov#???#como assim#vou fazer uahshas#aethertask#.︰˙. why can't we just play for keeps? ╱ task!
18 notes
·
View notes