#ração para gatos
Explore tagged Tumblr posts
learncafe · 4 days ago
Text
Curso online com certificado! Ração Gatos
Avaliação de qual melhor ração para gatos. Faça sua inscrição:
3 notes · View notes
biscoitoparacachorr · 1 year ago
Video
youtube
Ração Golden para Gatos Castrados 10kg: Nutrição Especializada para Feli...
3 notes · View notes
nerdybouquetpeanutworld · 2 years ago
Video
youtube
Ração Gran Plus gatos Adultos Frango e Carne 10KG é boa? Contribui para ...
2 notes · View notes
gustavopotente · 2 years ago
Video
youtube
Ração Golden Gatos Castrados 10kg: Nutrição Ideal e Saúde para Seus Felinos
1 note · View note
hansolsticio · 8 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
✦ — "spell". ᯓ l. chan.
— ser mistíco ! dino × leitora. — 𝗰𝗮𝘁𝗲𝗴𝗼𝗿𝗶𝗮: smut, angst (+++++ contexto). — 𝘄𝗼𝗿𝗱 𝗰𝗼𝘂𝗻𝘁: 6515 (perdi a mão de verdade). — 𝗮𝘃𝗶𝘀𝗼𝘀: feitiçaria, o chan não é um ser humano (tecnicamente), sexo desprotegido, a leitora tem um gato e é meio antissocial, creampie, oral (f). — 𝗻𝗼𝘁𝗮𝘀: um "yeogi ocean view" do dino realinhou meus chakras.
Tumblr media
Você amava seu gatinho de todo o coração, ele era seu filhinho, seu amor, o único companheiro que você tinha naquela casa vazia. Mas, nesse momento, você estava cogitando jogá-lo pela janela — só por essa noite. Andou em passos apressados até a cozinha, a pobre criatura não parava de miar sem parar pelos últimos dez minutos. Você tentou ignorar e voltar a dormir, mas estava impossível. Encontrou-o em cima do balcão, miava virando-se para todos os lados, como se não soubesse para onde olhar.
"Hoshi!", o bichano parecia tão atordoado que nem se assustou com o seu aviso, compenetrado em expulsar seja lá qual for a ameaça que ele encontrou no cômodo. "Desce daí, filho! O que 'cê tem, hein?", finalmente pegou-o no colo, mas nem isso foi capaz de acalmá-lo. "É fome? Vem cá. Deixa a mamãe colocar algo 'pra você.", levou-o até o cantinho onde costumavam ficar os potinhos de ração e água. Colocou uma porção e reabasteceu a água. Pareceu funcionar, pois agora o felino concentrava-se em devorar a ração como se não tivesse comido há dias.
"Na verdade eu acho que 'cê deveria dar menos comida, ele 'tá engordando.", a voz veio de algum lugar atrás de você, meio distante. Um calafrio desceu por todo o seu corpo, você congelou por alguns segundos. Precisava pensar rápido, porém nunca havia passado por algo assim — e nunca pensou que iria ter essa experiência horrível. Pegou a primeira coisa afiada que viu pela frente — um espeto metálico de churrasco. Estava convencida que todo o seu conhecimento, que era baseado unicamente em podcasts sobre crimes reais, seria suficiente para te tirar dessa situação. Virou-se abruptamente, dando de cara com um homem moreno no meio da sua cozinha. Ele vestia trajes estranhos, como se tivesse saído de algum filme sobre criaturas fantásticas. "E olha que eu tentei ser simpático..."
"O que você quer?", gaguejar foi inevitável, suas mãos tremiam sem controle algum.
"É difícil explicar. Por que você não tenta se acalmar um pouquinho? Aí a gente conversa.", ela não parecia minimamente intimidado.
"Eu vou ligar 'pra polícia!", correção: você queria ligar para polícia, pois, na verdade, mal conseguia se mexer.
"Então vai ser meio vergonhoso 'pra você. Eles não vão conseguir me ver.", você sequer tentou produzir algum sentido através da explicação dele, só assumiu que ele fosse alguém muito desequilibrado. "Escuta: você que me trouxe aqui. Lembra?"
"Eu não trouxe ninguém aqui! Cê tá completamente maluco. Vai embora!", enrolava as palavras, balançando o espeto no ar da maneira mais ameçadora que conseguiu — o tremor da suas mãos não estava ajudando, a situação era quase cômica.
"Você vai me deixar explicar?"
"Não!"
"Ótimo. Você e mais três amigas suas, às 02:47 da manhã, três dias atrás, bem no meio da sua sala... soa familiar?", levantou a sobrancelha. Seu rosto passou por, pelo menos, cinco tipos de expressões diferentes até que seu cérebro finalmente processasse o que ele havia dito. Isso só podia ser brincadeira...
"Eu não sei qual delas que te pediu 'pra fazer isso. Mas já deu, okay? Não tem graça!"
"Suas amigas não tem a chave da sua casa. Você nunca deu 'pra nenhuma delas.", o homem suspirou impacientemente.
"E como 'cê sabe disso?"
"Longa história. Eu sei que é complicado de acreditar que essas coisas funcionam, mas é a verdade.", deu de ombros. Você não sabia mais o que pensar, agora começava a considerar que, na verdade, a maluca era você.
"Cê tá querendo me dizer que a porcaria de um feitiço idiota da internet funcionou?", olhou-o com incredulidade. Era absurdo, completamente ilógico.
"Isso! Tá vendo que é muito mais simples do que parece?", te ofereceu um sorriso genuíno, parecia satisfeito. Você não costumava bater palma para maluco dançar, mas aparentemente precisaria fazer isso.
"Escuta...", estreitou o os olhos na direção dele, como se quisesse lembrar de algo. "Eu esqueci seu nome."
"Eu não te falei.", sorriu ladino. "É Chan. Lee Chan."
"Tá. Então, me escuta, Chan: eu não sei de onde você veio, mas eu não queria te invocar, conjurar... sei lá o que eu fiz! Foi só brincadeira, tudo bem? Você pode ir embora.", tentou parecer sincera, ainda que achasse estar tendo um sonho maluco.
"Não posso fazer isso. Você me trouxe até aqui porque quer encontrar o seu amor, não foi? Eu só posso ir depois de te ajudar.", você soltou um riso sem humor algum, sentia sua cabeça começar a doer.
"Eu vou te dar a última chance de me dizer que isso é uma grande piada de mau gosto.", sequer tremia mais, o caráter ilusório da situação te fez perder o medo.
"O que eu preciso fazer 'pra você acreditar?", ele suspirou, como se lidar com essa situação fosse algo inconveniente.
"Não sei. Que tal se você fizer um elefante aparecer no meio da minha sala?", resolveu entrar na pilha dele, convencida de que estava presa num sonho muito lúcido.
"Eu também não posso fazer isso.", o homem cruzou os braços.
"Ora, você tem que fazer alguma coisa! Porque eu tenho quase certeza de que, na verdade, você é um personagem do meu primeiríssimo episódio esquizofrênico.", olhou para baixo, vendo Hoshi se esfregar nas suas pernas.
"Sua saúde mental não tá tão ruim assim, _____.", estranho, você também não havia dito seu nome para ele. "Se bem que toda vez que você chora vendo vídeo de gato eu me questiono seriamente... mas quem sou eu pra dizer alguma coisa?", murmurou a última parte, coçando a própria nuca.
"E quem te disse isso?"
"É o que eu tô tentando explicar! Olha, eu não sou um cara aleatório que invadiu sua casa, você me trouxe até aqui! Eu te conheço.", pressionou o canto dos olhos num movimento de pinça, como se estivesse frustrado. "É isso!", algo pareceu acontecer nos pensamentos dele. É quase como se você fosse capaz de ver a lâmpada acendendo em cima da cabeça do homem, como num episódio de desenho animado. "Me pergunta algo que só você sabe a resposta. Daí eu consigo te provar quem eu sou.", e você iria sim entrar no jogo dele. Levou algum tempo até finalmente pensar em alguma coisa.
"Qual... é a senha de backup do meu notebook?", desafiou-o com o olhar.
"Nós dois sabemos que você é muito mais criativa que isso. 170422, é a data que você adotou o Hoshi.", disse afiado. Uma risada cortou o silêncio do cômodo, era você rindo em descrença — ou de desespero mesmo. Esfregou os olhos, sentia-se perdida. "Melhor ainda. Que tal se você me perguntar qual era o nome do Hoshi? Sabe? Quando você ficou uma semana inteira achando que ele era fêmea...", certo, ele estava começando a te assustar. Definitivamente mais ninguém tinha essa informação e, até onde você sabia, não haviam câmeras na sua casa.
"Chan, eu-"
"Amora. O nome dele era Amora."
"Okay! Okay! Eu já entendi.", finalmente largou o espeto, colocando-o em cima da mesa. Suspirou derrotada, não sabia como digerir tanta maluquice. "Por que tinha que ser logo comigo, hein? Eu nem acredito nessas coisas..."
"Você acredita sim. Só que é muito medrosa, daí tenta se fingir de cética.", e, mais uma vez, ele te descreveu perfeitamente — já estava perdendo a habilidade de te surpreender.
"Cê não podia ter escolhido um momento melhor 'pra aparecer não?", disse meio desgostosa.
"Eu queria ter feito isso pela manhã. Mas a criatura aí sentiu minha presença e não soube ficar calado.", apontou para Hoshi com uma expressão de tédio. O bichano não pareceu se ofender, lambia a própria pata totalmente despreocupado. "Por quê você não vai dormir? Amanhã respondo todas as perguntas que você tiver.", sugeriu, preocupado com o seu rosto sonolento.
"É difícil dormir sabendo que tem outra pessoa além de mim nessa casa."
"Tenta. Se te consola, eu tô aqui desde o dia do feitiço, só estava esperando a hora certa 'pra aparecer.", deu de ombros. A esta altura você já havia decidido não se estressar mais com essa situação, pegou Hoshi no colo e caminhou despreocupadamente para o seu quarto — sequer olhou na direção de Chan.
𐙚 ————————— . ♡
Você registra essa madrugada como sendo uma das mais malucas que você já chegou a experienciar em toda a sua vida. Quando acordou no outro dia, fez mil e uma juras ao universo para que ele te confirmasse que tudo não havia passado de um pesadelo muito esquisito. Mas não dava para fugir da realidade. Assim que pisou os pés na sua sala, lá estava ele, deitadinho no seu sofá — confortável, como se estivesse em casa.
Demorou algum tempo até que você se acostumasse com ideia. Ficava tanto tempo sozinha com Hoshi naquela casa que já acreditava ser capaz de se comunicar com o felino, sendo assim, suas primeiras interações com Chan não foram as melhores. O homem até se esforçou para te deixar confortável, te dava espaço e tentava não te forçar a conversar com ele a todo momento. Entretanto, você eventualmente se familiarizou com ele. Na verdade, achava até esquisito quando ele não estava por perto para criticar suas escolhas de filmes ou te ajudar a solucionar algum problema no trabalho.
As primeiras vezes que Chan te acompanhou em outros lugares que não a sua casa fizeram o sentimento de estranheza voltar a aparecer. Não era todo dia que se tinha uma espécie de amigo imaginário grudado no seu ombro para todos os lugares que você ia, você não sabia como agir. Chan chamava os passeios de vocês de "pesquisa de campo", alegando que só estava te ajudando a finalmente achar o bendito amor.
✦ .  ⁺   . ✦ .  ⁺   . ✦ .  ⁺   . ✦ .  ⁺   .
Você apressadamente entrou em um dos banheiros e agradeceu por: 1. estar completamente vazio; 2. ser espaçoso — nunca havia interagido com tanta gente em toda sua vida, precisava muito respirar um pouco e queria um lugar que não te causasse claustrofobia. Dependendo de você, sequer estaria ali. Gostaria de estar aproveitando seu sofá macio, agarradinha com Hoshi. Amaldiçoava sua amiga, por ser a grande idealizadora da festa e Chan por praticamente ter te obrigado a comparecer. E falando no diabo...
"Se divertindo?", apareceu atrás de você. Vestia um short de praia — tão colorido ao ponto de fazer seus olhos doerem — e tinha um óculos de sol apoiado na cabeça. O físico não passou despercebido, mas você preferiu não encarar muito.
"Não sabia que você podia trocar de roupa.", estava tão acostumada a vê-lo vestindo a mesma coisa que temia não reconhecê-lo se o visse de longe.
"Gosto de me adaptar ao ambiente. Eu também não sabia que você podia vestir outra coisa além de short e moletom.", brincou, referindo-se à sua roupa de banho.
"Garanto: não foi por livre e espontânea vontade.", revirou os olhos.
"Para de ser dramática. E aí? Já viu alguém que te interessou?", levantou as sobrancelhas, sugestivo.
"Não é você que tem que me dizer em quem eu deveria me interessar?"
"Não posso fazer as escolhas por você. Só guiá-las.", colocou as mãos nos bolsos, os braços fortes flexionando com o movimento. Você correu os olhos pelo ambiente vazio, levando um tempo para pensar.
"O que você acha do loirinho que falou comigo?"
"Short laranja?"
"Isso."
"Questionável. Ficou encarando sua bunda quando você estava de costas.", ele franziu o nariz, reprovando a ação. Seu rosto ardeu com a informação, quase se arrependeu de ter perguntado. "Se quer um empurrãozinho, eu recomendo chamar o que tá de regata azul 'pra conversar. Ele parece interessado em você, mas é medroso também."
"E o que é que eu falo?"
"Se vira. Dá teus pulos.", deu de ombros. Você olhou-o com desapontamento. Chan era realmente um guia, estava te guiando à loucura. "Tchauzinho!", balançou a mão exageradamente, sumindo tão rápido quanto apareceu.
[...]
Admitia que Chan não era de todo ruim. Ele estava certo sobre a recomendação. Não demorou para que você ficasse confortável e até mesmo trocasse telefones com o homem no final da noite. Estava impressionada com o quão fácil fora puxar assunto, nunca havia chegado em ninguém — pelo menos não de um jeito tão direto. No fundo, começava até a acreditar em toda essa história na qual você se meteu. Até mesmo desejou ter feito o feitiço muito mais cedo.
✦ .  ⁺   . ✦ .  ⁺   . ✦ .  ⁺   . ✦ .  ⁺   .
Posicionou a xícara no apoio da cafeteira, apertando alguns botões assim que se certificou que a cápsula estava no lugar certo. Encarou o eletrônico por alguns segundos, esperando o líquido escuro começar a cair. Ouviu Hoshi miar, se afastando das suas pernas para ir em direção à porta — sinal que você não estava mais sozinha.
"Sabe o que eu percebi?", você se virou, encontrando-o encostado na parede que dava acesso para a cozinha.
"O que?", ele estava de braços cruzados, parecia refrear as próprias expressões — como se segurasse o riso.
"Eu nunca te toquei."
"Você nunca tentou.", deu de ombros, como se fosse algo óbvio de se assimilar.
"E se eu tentar... eu consigo?"
"Como assim?", parecia confuso.
"Você não existe."
"Depende do que você acha que é 'existir'.", ele se aproximou se sentando em uma das cadeiras que ficavam do outro lado da ilha.
"Não importa o que eu acho. É só 'sim' ou 'não'. Me responde, eu consigo?", olhou-o por baixo dos cílios, ainda que os olhos de vocês estivessem na mesma altura, e isso te fez parecer acidentalmente hostil — não que Chan parecesse se importar com esse fato.
"A pergunta certa é: você quer?", sorriu ladino. Foi sua vez de parecer confusa. "Não faz diferença se você puder me tocar ou não, faz?", apoiou os antebraços na mesa, inclinando o corpo para mais perto. Você precisou de alguns segundos para pensar. Realmente não fazia diferença, não era para isso que ele estava ali, mas, por algum motivo, parecia ser algo relevante. Você estava dividida.
"Eu não sei."
"Então você não quer. É simples.", relaxou o corpo, recostando-se na cadeira.
"E se algum dia eu quiser?", a cafeteira soou ao final da frase, seu café estava pronto.
"Há importância em tentar solucionar um problema que sequer existe?", te desafiou com o olhar, era costumeiro que fizesse isso.
"Já parou 'pra pensar que você age igualzinho a esfinge do mito de Édipo? Deveria parar de falar em enigmas.", você se virou impaciente para pegar seu café. Ouviu ele rir baixinho.
"E você já parou 'pra pensar que só é um enigma se você não souber decifrar?", touché.
"Já. E eu realmente não sei decifrar. E então? O que acontece? Essa é a parte que você me devora?", virou-se novamente. O homem sorriu e você sentiu um arrepio cortar sua espinha. Ele não parecia ter pretensão alguma de responder. Você terminou seu café em completo silêncio.
𐙚 ————————— . ♡
Você usava uma segunda toalha para secar o cabelo quando finalmente saiu do banheiro. Encontrou Chan sentando na borda da sua cama, mesmo que reconhecesse o "intruso" não foi capaz de refrear o gritinho que soltou. Foi um susto perfeito, seu coração parecia querer sair pela boca.
"Você precisa começar a avisar quando for aparecer!", repreendeu o homem. Uma das suas mãos ainda cobria o seu colo, como se isso fosse impedir seu coração de sair correndo.
"Só porque eu não avisei não significa que eu não estava aqui.", respondeu simplista, não demonstrando nenhum tipo de reação. Dava para ver no seu rosto que você não havia entendido nada, tanto que ele viu a necessidade de se explicar: "Eu 'tô sempre aqui.", deu de ombros. Você suspirou como se estivesse exausta, indo em direção ao guarda-roupas para procurar algo decente para vestir. Mas algo acendeu no seu cérebro...
"Isso quer dizer que você me vê quando eu...?", não havia coragem suficiente para finalizar a pergunta.
"Quer mesmo saber a resposta?", ele sorriu, provocante. Custou alguns segundos até que você finalmente decidisse.
"Não. Não quero.", resolveu não acabar com a sua própria paz, voltando a procurar alguma coisa no meio das peças.
"Você tem um encontro. Não tá animada?", mudou o assunto, pegando uma das pelúcias na sua cama. Balançava o ursinho no ar, vendo Hoshi tentar agarrá-lo.
"Não sei dizer. 'Tô meio nervosa, não costumo fazer essas coisas.", mordiscou o lábio inferior, já podia sentir seu estômago revirando.
"Vai ver que é por isso que 'cê tá encalhada.", cantarolou o insulto — como se isso fosse torná-lo menos ofensivo. Você o olhou furiosa, prestes a jogar a toalha na direção dele. "Você sabe que não adianta...", inclinou a cabeça com indiferença. Chan adorava brincar com a sua paciência, pois sabia que você era incapaz de revidar.
"Você é um cupido muito fajuto! Não 'tá me ajudando em nada.", bufou, voltando a separar suas opções de peças para usar essa noite.
"Já te expliquei que não sou um cupido. Sou um guia."
"Um guia muito desregulado pelo visto. A essa altura do campeonato eu já deveria saber quem diabos é 'o amor da minha vida', não acha?", fez aspas com os dedos, ridicularizando o termo. Toda essa situação te deixava impaciente.
"E você está no processo de descoberta, ué.", o homem não parecia minimamente afetado com a sua irritação. "Quando a pessoa certa aparecer, vai ser perceptível. "
"Ah é? Mas se eu soubesse que era assim, eu mesma teria procurado sozinha. Daria no mesmo.", você agora alternava entre duas tarefas: discutir com Chan e escolher entre duas camisetas.
"Se você soubesse que era assim, você não se daria ao trabalho de procurar. Eu te conheço, garota. Tá achando que eu sou quem?", jogou o ursinho no canto, desistindo de brincar com Hoshi. "E outra, o feitiço falava sobre achar o seu amor verdadeiro, a parte de se apaixonar por ele não estava inclusa.", você se virou, encontrando-o meio deitado na sua cama — completamente relaxado.
"Então você basicamente 'tá me dizendo que eu preciso me apaixonar pelo cara que vai me levar 'pra sair hoje?", esperava muito estar certa.
"Não. Eu 'tô te dizendo que só tem um jeito de descobrir se ele é a pessoa certa.", ele sorriu com jeito que a sua expressão se fechou e você se virou relutante para as roupas, achava uma graça. "Confia em mim, vai... nós estamos fazendo progresso, prometo 'pra você.", Chan não esperou que você respondesse, já estava acostumado com a sua teimosia. "Escolhe a azul, você fica mais confortável com ela."
"Chato!", só insultou porque sabia que ele ele tinha razão. Você juntou tudo o que precisava, voltando para o banheiro, bateu a porta com certa força — queria deixar claro que estava chateada.
"Cê sabe que não faz diferença a porta estar aberta ou fechada, né?", zombou, alto o suficiente para que você pudesse escutar.
"Eu gosto de fingir que faz.", você gritou de volta, ouvindo ele soltar uma gargalhada fofa.
[...]
Dizer que seu encontro estava sendo maçante era um eufemismo. Você nunca se sentiu tão exposta e isso era desconfortável. O pior de tudo é que você nem culpava o homem sentado à sua frente. Dava para ver que ele estava se esforçando para te impressionar e isso tornava tudo mais complicado. Era um restaurante muito aconchegante. A mesa que vocês escolheram te permitia observar o parque iluminado pelas luzes noturnas, dava para ver casais passeando, senhorinhas sentadas conversando animadamente e algumas crianças brincando sob o olhar vigilante dos pais. Você pensou que Chan provavelmente gostaria de visitar o parque nesse horário, já que vocês vieram uma vez durante o dia e ele não parava de reclamar sobre o sol estar fazendo os olhos dele arderem.
"Você gosta de passear por aqui?", a voz do homem te tirou dos seus pensamentos. Você franziu o rosto, demonstrando que não havia entendido. "O parque. Você parece gostar dele.", esclareceu.
"Ah! É muito bonito. Mas eu só vim uma vez com...", interrompeu a si própria, não gostaria de ter que se explicar. "Com uma prima minha.", forçou um sorriso.
"A gente pode ir lá quando acabar de comer. Quer dizer, se você quiser...", sugeriu, esperando sua aprovação.
"Claro. Seria ótimo.", nunca havia se esforçado tanto para soar genuinamente interessada — nem quando precisava se reunir com os investidores da empresa na qual trabalhava.
Amaldiçoava Chan mentalmente, ele deveria ter previsto que toda essa coisa de encontro não ia acabar bem. Mas que tipo de guia era ele?! Você se desculpou, pedindo licença para ir até o banheiro — precisava respirar. Soltou um longo suspiro quando entrou no cômodo. Olhava em volta, esperando Chan aparecer magicamente. Pensou que tudo seria tão mais fácil se ele estivesse com você, mas nada aconteceu nos cinco minutos que você esperou. Definitivamente estava sozinha e agora frustrada consigo mesma. Sempre foi muito independente, então por que agora parecia precisar tanto dele?
O jantar seguiu tão aborrecedor quanto no começo — bom, pelo menos para você. O tempo parecia não passar, você até agradeceu quando ele finalmente te levou para o parque, pois aquilo era sinal de que a noite estava prestes a acabar. Sabia que poderia ter ido embora a qualquer momento, mas se sentiria mal depois. Ele era boa pessoa e estava te tratando tão bem, você sentiu que dava para esperar — sentiu que deveria esperar. A maior parte do caminho que vocês traçaram foi permeada pelo mais absoluto silêncio, monótono o suficiente para te dar a capacidade de organizar sua cabeça. Você não era capaz de identificar os pensamentos dele e esperava que ele não conseguisse ler os seus. Tinha medo de que ele também descobrisse o que você havia acabado de descobrir.
[...]
Bateu a porta assim que entrou, descontando parte dos seus sentimentos nela. A frustração fazia sua respiração pesar, seu corpo formigava, como se você estivesse desconfortável dentro da sua própria pele. Finalmente foi capaz de se acalmar e percebeu que Hoshi não apareceu no cômodo, como sempre fazia quando você chegava em casa — estranhou a ausência do bichinho. Ouviu um burburinho vindo do seu quarto, em outras circunstâncias você se assustaria, mas já tinha certa noção do que se tratava. Abriu a porta do cômodo e encontrou Chan brincando animadamente com Hoshi, o sorriso do homem desapareceu assim que ele te olhou nos olhos.
"Você tá bem?", soou genuinamente preocupado. Largou o brinquedo no chão, deixando que Hoshi brincasse sozinho. Estranhou sua falta de resposta e te observou passar direto, como se ele não existisse — e, parando para pensar, esse era o caso. "Foi tão ruim assim?", torceu os lábios, ainda intrigado com o seu comportamento. "Aconteceu alguma coisa, _____?", levantou a voz, agitado.
"Você sabe exatamente o que aconteceu.", retirava os acessórios com irritação, colocando-os em cima da penteadeira.
"Eu não sei. Eu não 'tava lá.", pontuou, parecia contrariado.
"Vai fingir mesmo que não?", você se virou. Chan agora estava de pé, os olhos retribuíam a mesma intensidade que era oferecida pelos seus. Ele suspirou, enfim abaixando a própria guarda. "Se você sabia, por que me deixou ir?"
"Eu não sabia.", deu de ombros. Encarava o chão, havia perdido a coragem de te olhar.
"Vai mentir 'pra mim agora? Você me conhece. Ou, pelo menos, gosta muito de fingir que sabe tudo sobre mim. Como que deixou passar algo tão óbvio?", tudo soava acusatório, foi a vez dele de não oferecer nenhum tipo de retorno. "Não vai me responder?"
"E se você só estiver confusa?", falou depois de um tempo. "Nada garante que sou eu. E se você só se acostumou em me ter por perto?", as palavras ecoaram na sua cabeça. 'Nada garante que sou eu'... existia sim algo capaz de te dar essa resposta, bastava saber se você teria coragem suficiente para testar sua teoria. A essa altura já estava completamente presa nessa história, e se no processo de ter sua resposta você realmente precisasse arriscar tudo, era o que escolheria fazer.
"Chan?"
"O que foi?", te olhou nos olhos, era intenso e te enchia de expectativa. Ele já suspeitava, mas estava claro que queria te ouvir pedindo.
"Eu quero te tocar.", você engoliu seco, incapaz de quebrar o contato visual.
"Por que?", a pergunta te fez franzir a testa. Você não tinha uma justificativa, não sabia que precisava de uma.
"Eu não sei."
"Sabe sim.", disse baixinho, o timbre grave te fazendo arrepiar mais ainda. Se sentia fraca, como se cada uma das suas paredes tivessem sido quebradas.
"Eu preciso de você."
"Tem certeza disso?", franziu as sobrancelhas, parecia receoso.
"Channie, por favor...", seu coração queria sair pela boca. Os dedos formigavam, como se tocá-lo fosse uma necessidade fisiológica.
"Se você me tocar tudo acaba. Você sabe disso, não sabe?", disse de um jeito penoso. Seu peito apertou e dava para perceber que ele também se sentia angustiado. "Você lembra dessa parte?", o homem parecia tão dividido quanto você. "Eu também preciso de você.", sabia que você já havia tomado sua decisão.
"Era você o tempo todo, não era?", a pergunta era retórica, já estava bem claro para vocês dois.
"Eu percebi tarde demais.", riu sem humor, havia remorso no jeito dele se expressar. Não nega que aquilo te surpreendeu, tinha certeza que desde o começo Chan sabia que a "pessoa certa" era ele mesmo.
"Fica comigo.", suplicou, mesmo sabendo que era em vão. Ele se aproximou mais, seu corpo esquentou.
"Só hoje.", esclareceu, te olhando para ter certeza da sua decisão. Você concordou com a cabeça. Chan acariciou seu rosto com as pontas dos dedos delicadamente, parecia ter medo de te quebrar. Sua visão ficou turva com o contato, como se uma pressão estranha enchesse o ambiente — te sobrecarregando. Ele envolveu suas bochechas com as mãos, colando a testa na sua. Você se segurava nos braços dele involuntariamente, suas pernas estavam fracas, sentia que poderia cair a qualquer momento. Não sabia explicar se toda a intensidade da situação deveria ser atribuída ao fato de Chan não ser exatamente um ser humano.
"Channie...", sussurrou, a voz trêmula.
"Eu 'tô aqui. Eu sou só seu.", não sabia explicar, porém aquilo era exatamente o que você precisava ouvir. Ele respirou o mesmo ar que você por alguns segundos, o olhar cravado no seu não te deixava espaço para pensar em mais nada. Seus olhos se fecharam quando o homem finalmente te beijou. Era exatamente o que você queria, do jeitinho que você gostava — sem que você nunca tivesse que explicar. O que começou como um carinho sutil e cuidadoso, evoluiu para um contato mais desesperado. Chan explorava sua boca com desejo, tentando memorizar cada partezinha e como todas as maneiras que ele te tocava faziam seu corpo reagir. Você queria fazer o mesmo, porém não conseguia assumir o controle de si própria. Ele te dominava sem precisar fazer nada para tal, como se você estivesse enfeitiçada. Apertou os olhos, enquanto Chan sorvia a pele do seu pescoço com avidez, você arfava com as sensações. As mãos na sua cintura sendo as únicas coisas te deixando de pé.
"Amor.", a palavra se derramou dos seu lábios, parecia certo, parecia natural. E ele te entendeu. Te suspendeu pela cintura, te levando no colo até a cama. A boca parecia incapaz de deixar sua pele. Você arqueava o corpo contra ele, como se fosse possível ficar ainda mais perto. Tentou te fazer deitar com toda a delicadeza que o próprio desespero permitia, afastando-se por alguns segundos para tirar a camisa e você aproveitou a distância para se despir da sua camiseta. O homem rapidamente se aproximou, era doloroso ficar longe. Você franziu a testa ao sentir a pele quente tocar a sua diretamente. Era gostoso sentir o corpo dele no seu, queria ficar assim para sempre. Ele parecia tão afetado quanto você, as mãos inquietas não sabiam onde tocar — queria tudo e nada ao mesmo tempo.
"Porra, eu preciso tanto de você. Tanto...", Chan murmurou com sofreguidão, falando consigo mesmo. Tomou seus lábios mais uma vez, faminto. Suas mãos se emaranharam nos fios castanhos, as pernas circulando a cinturinha esguia, querendo mantê-lo o mais próximo possível. Tentava roçar o quadril contra o dele, impulsionando o corpo para cima. Ele fazia o mesmo, pressionando o próprio íntimo contra o seu, simulando estocadas lentas. Não dava para sentir muita coisa, ainda haviam muitas peças de roupa no caminho. Mas o tesão de ter ele ali tão pertinho te fazia gemer contra os lábios do homem.
Chan rompeu o tecido do seu sutiã na parte da frente, era uma peça frágil, mas você não tinha forças para se importar. Afastou-se dos seus lábios com pesar, você até tentou seguí-lo, não queria ficar longe. Desistiu assim que sentiu a boca quentinha sugando seus seios, alternava entre os biquinhos com alvoroço. Esfregava a ponta da língua e abocanhava logo em seguida, mamando de olhos fechados. Sua mente estava uma bagunça, não sabia lidar com os estímulos e ainda assim queria mais. Chan deixou uma trilha de selinhos molhados do seu colo até o seu maxilar, te envolvendo em mais um beijo gostoso.
"Quero chupar sua bucetinha, amor. Eu posso?", pediu contra os seus lábios como se não fosse nada. Você não se deu espaço para sentir vergonha, precisava daquilo tanto quanto ele. Deu sinal verde, concordando com a cabeça. Assistiu o homem descer pelo seu corpo, desabotoando sua calça com afobação. Te livrou da peça num piscar de olhos, o rostinho vidrado no meio da suas pernas. Acariciou seu pontinho com o indicador, fascinado com o quão transparente o tecido da sua calcinha havia ficado. Afastou tudo o que conseguiu de ladinho, vendo alguns fios do líquido viscoso acompanhando. A língua quentinha entrou em contato com o seu centro, você precisou de muito autocontrole para não se contorcer inteira. Ele lambia as dobrinhas com dedicação, empenhado em engolir todo o líquido que saía de você. Tentava enfiar o músculo molhado dentro da sua entradinha para provar ainda mais do seu melzinho, você sentia as vibrações dele gemendo contra o seu buraquinho — como se estivesse embriagado com o seu gosto.
Você se agarrava aos lençóis, revirava-se como se estivesse tentando escapar das mãos firmes que mantinham suas pernas abertas. Chan não parecia se importar com o movimento, abriu ainda mais sua buceta. Sugava seu pontinho com afinco, praticamente mamando ali. Seus olhos já reviravam, jurava que ia derreter com o calor que estava sentindo. Os dentes dele roçaram de levinho no seu clitóris, você não conseguiu mais aguentar. Dava para sentir sua entradinha se molhando inteira, Channie não perdeu tempo, sugou tudo o que conseguiu, adorando sentir você pulsando na língua dele. O homem não parecia ter a intenção de parar, forçava a língua dentro da sua entradinha estimulando seu pontinho com o polegar só para fazer você se molhar mais.
"Chan! Por favor...", soluçou. Ele gemeu em resposta, finalmente abriu os olhos, te encarava como se quisesse te devorar. "Tá sensível.", reclamou num fio de voz, esperando qualquer sinal de clemência por parte dele. O homem pareceu ter pena, afastando-se com selinho casto no seu pontinho. Se posicionou em cima de você novamente, iniciando um ósculo calmo. Segurava seu maxilar no lugar, controlando os movimentos da sua cabeça. A dominância parecia ser fruto do mais puro desejo, o discernimento era cegado pelo tesão e você definitivamente não estava reclamando.
"Que bucetinha gostosa, amor.", sussurrou contra os seu lábios. Voltou a roçar o próprio volume no meio das suas pernas, parecia até involuntário. "Deixa eu te foder?", os olhinhos fixados acima dos seus faziam todo o trabalho de suplicar. Mas você realmente achava que iria acabar desmaiando se deixasse o homem te tomar agora, era como se ele estivesse sugando a sua energia — se sentia tonta, realmente precisava de alguns minutos.
"Chan-", queria negar, mesmo pulsando de tanta vontade.
"Eu sei, amor. Eu sei.", alinhou os fios do seu cabelo num gesto carinhoso. "Mas é que ela tá apertando tão gostoso agora...", uma das mãos serpenteou até seu íntimo, acariciando o interior das suas coxas. "Eu faço devagarinho, por favor... deixa eu te sentir.", choramingou o pedido, era de dar dó — você se melou ainda mais. Finalmente se rendeu, concordando com a cabeça. Já se sentia fora de si, temia o estado do seu corpo quando ele finalmente acabasse com você. Chan entrou com calma, te alargando aos pouquinhos, seus olhos apertaram, tentando assimilar a pressão no seu ventre. "Shhhhh. Quase lá.", o homem tentou te tranquilizar, selando sua testa.
Você chamou por ele algumas vezes, arfando assim que ficou cheinha. A respiração ofegante no seu pescoço deixava explícito que Chan também se sentia sobrecarregado. As estocadas começaram vagarosamente, ele mal se mexia, temendo te machucar de alguma maneira. Te estimulava de um jeito gostosinho, mamando nos seus seios para te distrair. Sua expressão estava aérea, molinha com a maneira que ele se esfregava dentro de você. Chan esvaziava seus pensamentos e completava sua alma na mesma medida. Era como estar no lugar certo, na hora certa e com todas as circunstâncias ao seu favor — como se nada nesse mundo fosse capaz de te fazer mal. Você trocaria qualquer coisa para experimentar essa sensação pelo resto da sua vida. Um selo demorado te roubou o ar, o homem arfava contra os seus lábios, deixando alguns ruídos baixinhos escaparem.
"Eu te amo.", a confissão foi sussurrada junto ao seu ouvido acompanhada de um gemido sofrêgo. Ele aumentou a velocidade, sem nem te dar a chance de responder. Os sons molhados que enchiam o cômodo eram completamente obscenos, o jeito que Chan te fazia gemer não estava ajudando na situação. Você não se importava mais, o corpo chacoalhando enquanto você gozava de forma totalmente inesperada.
Não queria deixá-lo ir, fincou as unhas nas costas fortes, sentindo ele estocar num ritmo quase animalesco. Repetia um mesmo mantra que consistia em uma série de "Por favor(es)", implorando para que isso fosse o suficiente para mantê-lo dentro de você. Impulsionou a própria cintura mais algumas vezes, buscando mais um orgasmo. Ouviu o homem choramingando no seu ouvido de um jeito dengoso e isso foi suficiente para te quebrar. Convulsionou no mais puro êxtase enquanto Chan pulsava, liberando o líquido quente dentro de você.
[...]
"Amor?", o apelido fez seu coração apertar, nunca havia sentido algo assim e temia nunca mais sentir. "Me procura, tá bom?, ele pediu em um fio de voz. Você concordou com a cabeça, não sabia o que isso significava, mas parecia ser importante para ele. "Promete 'pra mim?", a voz era distante.
"Prometo.", fechou os olhos e ele selou suas pálpebras. "Eu amo você, Channie.", sussurrou. Sentiu o calor deixar o seu corpo, encolheu-se para tentar despistar a brisa gélida que corria pelo cômodo. O corpo afundou no colchão, como se o estofado estivesse prestes a te engolir e tudo virou um borrão.
𐙚 ————————— . ♡
As coisas ficaram frias por muito tempo, como se a aura gélida daquela noite estivesse te acompanhando em todos os momentos. Você não nega que havia se tornando um tantinho mais reclusa, mas não havia ninguém digno de levar a culpa senão você mesma. Era doloroso sentir falta de algo o qual você sequer tinha certeza de que realmente aconteceu. Nada atestava a existência de Chan, exceto pelas manchas avermelhadas que decoraram seu corpo por algumas semanas após a partida dele. E era frustrante o fato de você sequer conseguir ser capaz de falar sobre isso com alguém. O número de pessoas nas quais você confiava o suficiente para desabafar era minúsculo, e ele se tornava nulo quando o tema do desabafo era o seu suposto namorado místico que você nem tinha como provar que existiu — você ainda se achava lúcida demais para acabar em um manicômio.
[...]
"Tá vendo?! Te falei que aqui era um lugar legal.", sua amiga tagarelava animadamente desde o momento em que vocês pisaram os pés no espaço. Era uma espécie de barzinho a céu aberto, a estrutura principal imitava um bangalô de praia e era muito bem decorada com todo tipo de referência à lugares litorâneos. A piada estava no fato do lugar ser um tanto quanto distante do mar, mas repleto de todo o tipo de piscinas possíveis.
"É, achei interessante.", você forçou um sorriso afável, realmente não estava no clima. Evitava olhar muito em volta, começava a entender todas as reclamações que Chan fazia sobre o sol.
"Poxa, pelo menos finge que gostou...", ela fez beicinho, simulando desapontamento. Você se sentiu meio culpada.
"Eu gostei, desculpa. É que eu não tô muito bem ultimamente."
"Eu percebi. Quase não acreditei quando você aceitou sair comigo, achei que ia precisar sequestrar o Hoshi e usar ele de refém.", gargalhou, te fazendo sorrir no processo. "Sério, não sei o que aconteceu, mas eu tô aqui, tá bom? Chama sempre que precisar."
"Eu sei, obrigada!", puxou a mulher para um abraço carinhoso. Ainda se sentia mal, sabia que estava sendo negligente com suas amizades nos últimos tempos, só não sabia que era tanto assim.
Conversaram por tempo demais, você até se sentia mais leve. Sua amiga parecia ter todo o tipo de atualização possível sobre a própria vida, já você... nem tanto, mas sempre fora excelente ouvinte e adorava estar a par do que acontecia com as pessoas que você amava — havia sentido falta disso. Estava indo tudo muito bem, exceto quando tudo deixou de estar bem. Faziam alguns minutos desde que a sua audição jurava ter captado um som, um som muito familiar — uma risada, para ser mais exata — e você não foi capaz de prestar atenção em mais nada. Convenceu-se de que estava finalmente enlouquecendo, era o efeito de estar presa em casa por tanto tempo. Resolveu ignorar e obteve muito sucesso na sua escolha. Bom, pelo menos até agora.
"... ele 'tava jurando que não tinha visto a dm que ela mandou na tela de bloqueio dele. E pior, eu-", a mulher interrompeu o próprio monólogo ao ver você se levantar. "Onde 'cê tá indo?"
"Eu vi...", olhava para os lados, atordoada. "Eu já volto.", saiu aos tropeços, acidentalmente (ou não) ignorando todas as perguntas que sua amiga fazia, a voz ficando cada vez mais distante. Ouviu a risada novamente, dessa vez mais perto. O dono dela parecia ser um homem de preto a poucos passos de distância. Suas pernas quase vacilaram, enquanto você se aproximava com lentidão — como se quisesse adiar a descoberta o máximo de tempo possível.
"Chan?", a voz saiu trêmula. Seu corpo reagia contra a sua vontade, não queria assustá-lo — no fundo, ainda temia ter cometido um engano.
"Hm?", o homem se virou confuso, te olhando com os olhinhos meio arregalados. Você sentiu o coração vacilar dentro do peito.
"É você mesmo?", custou muito para não gaguejar, não sabia o que dizer.
"Sim, eu...", escaneou seu rosto, franzindo as sobrancelhas como se tentasse te reconhecer. "Meu nome é Chan, só não sei se é o Chan que você quer.", riu nervosamente. Você ainda estava meio boquiaberta. Era ele ali, dava para perceber em todos os traços, gestos e no jeito de te olhar — não tinha como ser outra pessoa. "Não tô conseguindo lembrar de você, desculpa. A gente se conhece?", tombou a cabeça, tentando não soar indelicado.
"Não...", você puxou o ar para dentro, como se finalmente tivesse entendido. "Ainda não."
Tumblr media
# — © 2024 hansolsticio ᯓ★ masterlist.
Tumblr media
212 notes · View notes
nagis-world · 1 year ago
Text
[07:45]
minors do not interact 🔞
Você estava na casa de Jaemin, enquanto o outro estava dormindo, a morena se levantou com cuidado pra não acordar o de fios rosados, foi até a cozinha com uma blusa enorme e soltinha do Na e calcinha de renda azul , não se preocupava em vestir roupas mais apresentáveis pois o namorado morava sozinho então não tinha preocupação de chegar alguém de repente
Antes de chegar na cozinha colocou ração para os filhotinhos de gato que o Na tinha , brincou um pouco com Luke que estava na sala , quando sentiu a barriga roncar
Pegou uma tigela , sucrilhos e leite colocando dentro do pote , ficou encostado na bancada mexendo no celular e nem percebeu a presença do namorado na cozinha até ele colocar
-você me deixou sozinho na cama bê- fala com manha abraçando a menina por trás
-você tava dormindo tão bonitinho nana , eu não quis te acordar
-Se tivesse ficado na cama iria facilitar o que eu vou fazer agora- agarrou a cinturinha a fazendo sentir a ereção
-Nana mas e o café? - ainda estava um tanto dolorida da noite anterior, Jaemin tinha a pego de jeito
-ajoelha - sai de trás da garota a vendo obedecer prontamente como uma cadelinha treinada
-faz como o nana te ensinou, mama do jeitinho que só você sabe , do jeitinho que o nana gosta - fala de um jeito doce diferente do tom usado minutos antes
segura o pau rosadinho e babão passando a língua sentindo o gostinho do Na em seu paladar , não contente só com isso passa a língua por toda a extensão , ouvindo jaemin suspirar e dizendo coisas como "você não sabe o quanto eu amo sua boca me mamando bebê"
Volta com a boca até a cabecinha e dá uma atenção especial pra ela, não vendo nenhuma reclamação de Jaemin, continua mamando devagarzinho, saboreando o gostinho e o tamanho em sua boca
Já cansado da lentidão, segura a cabeça da menina e começa a foder a boquinha da garota ouvindo os barulhinhos de engasgo e das bolas pesadas batendo no queixo da moreninha
-tô vendo que vou ter que te ensinar como chupar direito , e eu tenho o dia todinho pra te fazer um puta treinada de novo
Foi um mini surto que eu tive enquanto pensava no nana de cabelo rosa 🫠
44 notes · View notes
oasisgraal · 2 months ago
Text
apareceu um gato aqui.
(é para ler como: além de todo o resto, agora apareceu um gato aqui)
chegou no comecinho da noite com uma cara meio derrotada, se enfiou no galpão. deixei água e ração na porta, que tenho mesmo umas 38 variedades de royal canin abertas pois minha própria gata se recusa a comer qualquer coisa que não seja babycat.
manhã seguinte o gato ainda estava aqui. resolvi batizar de poutine.
Tumblr media
poutine simplesmente pegando um sol curtindo a vida lambendo os bigodes no thoughts just vibes. postei mugshots de poutine nos grupos locais, este gato é seu? apois venha pegar. várias karens dando tantas mas tantas dicas que jamais em tempo algum solicitei. enchi o pote de ração de novo. sentei na frente do computador. olhei pela janela e na porta do galpão estava a maior raposa que já existiu, só sei que era uma raposa e não um coiote pela cor. a menos que o coiote tenha tomado um banho de koleston 6.43.
corri lá fora, não achei a raposa e tampouco a royal canin e poutine menos ainda.
portanto rezei.
7 notes · View notes
skzoombie · 2 years ago
Note
oii meu bem, vc pode escrever uma fic curtinha do lino com ciúmes pq os gatinhos gostam mais de ficar com a namorada do que com ele, por favor?🥺🫶🏽
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
-S/n pode largar os meus gatos, por favor? - ele resmunga esticado ao seu lado no sofá.
-Como assim? Eles que vieram deitar no meu colo, não fiz nada - rebateu com um inocente e sem entender fala do namorado.
-Duvido muito, eles não gostam do colo de outras pessoas que não seja eu - respondeu te encarando e largando o celular de lado.
-Pode duvidar, estou falando a verdade - deu de ombros e voltou a encarar o programa que passava na televisão.
-Engraçadinha - respondeu irônico e levou a mão para pegar o Dori para o seu próprio colo até soltar um grito quando sentiu a mordida do gato na mão. - Dori! por que fez isso?
-Eles não ficam colo de outras pessoas que não seja eu - você respondeu debochada e rindo, encarando o namorado.
-Ha Ha Ha - riu irônico - Eu que pago a ração de vocês, deveriam vir para o meu colo. - ele falou apontando o dedo para os três gatos que simplesmente viraram o rosto para o outro lado.
-Ignorem ele, ciúmes de ter perdido cargo de humano favorito - falou encarando fofamente os bichinhos, um deles lambeu sua mão como se tivesse dando um beijo.
-Assim que vai funcionar? Quando ela não tiver aqui e precisarem de alguém pra ficar brincando, não venham atrás de mim - disse com tom indignado e saiu da sala - Na verdade, querem saber de uma coisa? Podem ficar com ela, vou adotar outros gatos para mim.
-Lee Know, como você é dramático, parece o hyunjin - falou rindo da atitude do namorado, ele devolveu com mostrando língua como a atitude de uma criança.
-Preciso de um momento a sós para digerir toda essa situação e procurar outros gatos na internet- caminhou até o quarto, você riu, balançou a cabeça em negação com atitude e voltou para assistir o programa na televisão com os gatos.
68 notes · View notes
rafahellenboaventura · 4 months ago
Text
Tumblr media
Quando li esse capítulo, lembrei uma coisa interessante para contar ⤵️
No livro, o autor ressalta a capacidade dos gatos se adaptarem a novos lugares e a própria realidade, e compartilha um fato sobre o Ziggy, o seu gato: ele perdeu uma pata depois de ser atropelado.
O que me fez lembrar do meu gato Pituco.
Bom, ele era um gato de rua, que cresceu entrando e saindo da minha casa quando bem entendia. Inclusive, cheguei a cogitar que ele tinha uma casa, já que parecia bem alimentado, então ele basicamente vinha aqui dormir, se aconchegar na gente e partia quando bem entendia.
Talvez por sempre termos outros gatos, ele não queria ficar, já que sempre brigava com eles.
Há alguns meses atrás Pituco começou a aparecer mais magro e com feridas, e um dia com o olho completamente ferido. Estava assustado e arredio, mas conseguimos levá-lo ao veterinário.
Alguém havia batido nele e furado seu olho direito. A veterinária, depois de lhe dar uma injeção para aliviar a dor, disse que o ideal era fazer a cirurgia e remover o olho, já que ele não enxergaria mais com ele, e poderia causar uma infecção.
Começamos com a medicação anti-inflamatória enquanto fazíamos uma rifa afim de arrecadar o dinheiro para a cirurgia.
Enquanto eu divulgava sobre a situação dele e a rifa, uma vizinha, de fundo para a minha casa me chamou e me contou que Pituco sempre ia na casa dela, pelo quintal (que ele tinha acesso subindo as escadas na minha garagem e passar por cima do telhado), e comia da ração dos outros gatos dela, e que tentou adotá-lo e castrar, mas ele sempre fugia dela, diferente da situação aqui em casa.
Contou também que o viu machucado mas que ele não a deixou pegá-lo. Foi então que ele correu para a minha casa. Entendi que, mesmo indo e vindo quando queria, tendo uma ração Premium em outra casa, era a nós (minha família) que ele considerava um lar.
Bem, isso tudo para contar que agora Pituco tem um olho só, e fiquei surpresa quando no dia seguinte, após o efeito da anestesia passar, ele seguiu com sua vida sem se abalar com esse fato. Ele corre, pula e come que é uma beleza como se ter um olho a menos não fizesse diferença nenhuma.
Pituco agora é definitivamente nosso gato, com coleira e tudo, e está castrado, para diminuir essa necessidade dele de sair o tempo todo. Está forte, grande e saudável, e ganhou dois irmãozinhos mais novos, traquinos, que ele aceitou bem (surpreendentemente), além dos 2 cachorros, Simba e Beethoven, que ele nunca se importou muito 😹😹
Tumblr media
Beijocas 💋
2 notes · View notes
learncafe · 3 days ago
Text
Curso online com certificado! Ração para os Pets
Curso que ensina como e qual tipo de ração dar para seu animal de estimação. Faça sua inscrição:
0 notes
biscoitoparacachorr · 2 years ago
Video
youtube
Ração Gran Plus gatos Adultos Frango e Carne 10KG é boa? #shorts
1 note · View note
nerdybouquetpeanutworld · 11 months ago
Video
youtube
Descubra por que a Ração Purina Friskies Megamix é a Melhor Escolha para...
1 note · View note
maisumalvares · 4 months ago
Text
Felino e ferino
O gato vinha sempre até o muro.Jamais entrava na varanda.Arisco, selvagem, vivia sua liberdade solitária, entre as plantas próximas ao muro, ele só ia até a metade e retornava para rua.Deixávamos comida e água perto de onde ele aparecia, ele já estava no quintal antes de nós morarmos.Sempre aparecia e sumia.Só comia quando saíamos do local. Era deixar o alimento no mesmo recipiente e no mesmo lugar, tempos depois, o prato estaria vazio.Ele esteve ali.Ainda que não se possa ver, sabíamos que ele esteve ali.O gato do quintal. Invisível. Mas estava lá...Nenhum terreno está livre desses seres escaladores de muralhas, sete vidas, ágeis, elegantes, traiçoeiros, sobreviventes na selva urbana.Geralmente quem vive sozinho tem um grande apego.Eis a comparação, gatos são apenas animais e companhia, mas a melancolia é como esse perspicaz felino.Se o caro leitor amante dos bichos ficar emburrado com a metáfora, culpe-me, cuspa, venda-me por trinta moedas e atire pedras, será apenas mais uma ofensa e culpa da qual não serei perdoado assim como não perdoei e não fui perdoado por diversas...Cuide do seu terreno e eu cuidarei do meu.O mal do século desde os poetas românticos, o vazio, a solidão, a sensação de perda de tempo, espaço demais para preencher, terreno baldio do coração não é o quintal que podemos limpar, altear os muros ou quem sabe simpmesmente mudar de casa.Por onde você for seu coração irá junto.Esse felino melancólico uma vez que fez visita vai estar lá, no meio da penumbra, na noite, miando baixo, nunca entra de vez e nunca vai embora. Sempre no limítrofe, por cima dos muros, e não importa o qual alto for, deixe de o alimentar, a melancolia sempre pode achar uma brecha para subir e fazer morada.Os gatos são espertos e têm sete vidas!Finalmente você parou de dar ração, privou da água, do conforto, cacos de vidro no topo da entrada, mas, de repente, o miado volta! Que tristeza! O felino vive de novo. Quem sabe pode ser o filhote dele?Eu até tinha empatia para com esses seres, e os donos destes quintais, mas, na verdade, a empatia é se colocar no lugar do outro mesmo sem saber ser o outro. Na verdade eu acho meio impossível essa empatia total.Pois eu irei dizer: "se fosse eu faria assim"... mas... Não sou eu. Nunca saberei de fato ser o outro. Vai tudo no campo da hipótese.Eu não posso recolher todos os gatos de todos os quintais...Meu amigo de infância se foi há algum tempo, ele tirou a própria vida, problemas pessoais como TOC e Depressão.A melancolia estava presente mesmo que não a víssemos, se ele alimentava ou ela se alimentava dele nunca saberemos dizer.Chega um momento que há uma simbiose, animal, lugar e atmosfera, se espalham e proliferam por todo o terreno, entram e fazem morada. A casa é do gato, o bairro é dele, ele mora, chegará uma hora que ele irá até expulsar o ex-dono.Tudo começa com pequeno miado e uma brecha.Meu amigo se foi O gato nunca mais apareceu no quintal.Esse quintal não era meu.Mas todo quintal pode ter um gato mesmo que você não perceba!Vez ou outra ainda ouço miados ao longe nos telhados à noite...
2 notes · View notes
divinafome · 1 year ago
Text
nos dias em que viver é rápido demais penso que tudo é uma tolice.
só escrevo porque numa bendita aula, com quinze anos, a professora resolveu me elogiar. alguns vícios são difíceis de largar.
tenho medo de virar fumante, sou fraco pra vício. nessa vida a gente se vicia de tudo um pouco, o segredo é ter uns dois ou três vícios bons.
meu vô me conta que fala com os bichos. aprendeu com o pai dele: quanto mais falar com eles, melhor eles te conhecem.
falo com os gatos, tem dois mal encarados que evito, o resto até que é gente boa. tento ser gentil com os mal encarados também. bom dia, como vai? ouvi dizer que o tal do Jhonatas na casa amarela deixa o pote de ração pra fora.
minha mãe diz que sou criança. é um vício dela, reclamar de mim. acho que mães são assim. meu pai reclama de menos, é um vício dele, tomar tudo pra si. prefiro os pais assim.
a gente toma uns vícios dos outros. reclamo demais das fofocas e quando é sério emudeço.
falo pouco com os vizinhos, falo pouco com meu gato. mas quando chamo ele vem. se escapa pras redondezas e busco ele aos sussurros.
é uma tolice, penso, me preocupar tanto com o gato. ou com meus pais, ou com os gatos da vizinhança. é uma tolice.
todo dia escrevo e apago. todo dia reclamo e esqueço. todo dia encaro minhas mãos e pergunto se tremo por vício. é uma tolice.
pisco os olhos e é manhã. pisco os olhos e é jantar. acordo e desacordo. a consciência é um vício. o passar das horas é uma tolice.
penso em cada palavra e cada instante do meu toque até que me seja tirado o tempo para tolices.
desacordado, não falo, viciado no automático faço e refaço um serviço sem sentido, sem ponto, sem gatos ou sem pais ou tolices. um trabalho sério de pessoas sérias que não são crianças.
quando pisco, escuto um gato chamar. meu vô conversa com o gato e sinto minha voz, muda, tremendo nas cordas vocais buscando algo para aplacar seu vício de existir.
13 notes · View notes
tomikandrews · 7 months ago
Text
I knew you in another life you had the same look in your eyes (I love you, don't act so surprised)
Dizem que, aos quinze anos, a vida das meninas muda drasticamente. É algo meio exagerado e, na verdade, até bastante machista parando pra pensar de onde essa ideia surgiu. Mas a vida de Tomika com certeza mudou naquela idade. E não porque ela se assumiu lésbica, ou porque se apaixonou pela primeira vez, ou qualquer uma dessas coisas - que com certeza também deixaram sua marca na vida da morena. Não, aos quinze anos a vida de Tomika mudou drasticamente porque foi quando conheceu Sirius, quem viria a ser seu irmão. Ele era mais velho (não por muito) e mais alto (por muito), mas era também meio magrelo, tinha o cabelo tão preto como o céu de madrugada, como o fundo do oceano que Tomika achava tão fascinante. Seu olhar, no entanto, carregava uma tristeza que ela nunca tinha visto em mais ninguém; seus ombros curvados de carregar um peso que ninguém, naquela idade, deveria carregar. Ele era muito bonito, falando de um ponto de vista totalmente neutro. E por mais que ele não o fizesse naquele momento, Tomika tinha certeza de que quando ele sorria seu rosto ficava ainda mais deslumbrante. A primeira impressão que teve de Sirius foi essa: um rapaz bonito, porém triste e que carregava um coração machucado.
Sua mãe, que parecia ter chegado as exatas mesmo conclusões de Tomika (elas não dividiam aquela vida atoa), não teve qualquer hesitação em fazer o que fazia de melhor: distribuir seu amor infinito. Tomika nem precisou questionar quando Akiko bateu em seu ombro, mandando que ela separasse o pedaço de bolo mais bonito, o pão mais quente e o café mais cheiroso que tinham para entregar na mesa do meninos dos olhos escuros. E quando foi fazer aquilo que lhe foi mandado, encontrou sua mãe sentada de frente para o rapaz, uma expressão engraçada em seu rosto - ela só conseguia imaginar como ele deveria estar se sentindo vendo uma mulher daquele tamanho com uma aura de carinho tão grande. Foi justamente ao colocar o tanto de comida na mesa que seu olhar encontrou, pela primeira vez, o de seu irmão; e ela simplesmente soube. Não questionou, não estranhou, somente ajudou sua mãe a colocar um colchão no quarto vago, cobrindo com os melhores lençóis e ajeitando a cortina para que a luz matinal não atrapalhasse o sono do rapaz - Sirius, a voz de sua mãe lhe lembrava no fundo de sua mente. O nome dele era Sirius. Um nome bonito e adequado para um rapaz como ele. O nome de uma constelação para aquele que também já tinha sido estrela, mas que agora estava em queda livre do céu; seu brilho, no entanto, que não era tão forte como previamente fora, nunca se extinguindo completamente. Sirius, seu irmão.
Tomika cresceu e Sirius também. Ela ensinou a ele tantas coisas: o lugar certo para guardar as louças, a forma correta de colocar a ração dos milhares de gatos que sua mãe cuidava. Ensinou ele a fazer café, a seguir receitas de bolo, a fazer pão desde o início. Ensinou ele a falar japonês, ou bem, ela tentou, a voz madura do menino se enrolando com o kanji sendo o suficiente para fazê-la rir por horas, o sorriso agudo e morno de sua mãe presente no ambiente entre eles. Mas toda relação era uma via de mão dupla e aquela não seria diferente. Tomika aprendeu um bocado com Sirius. Aprendeu por exemplo, que o amor - que tinha tantas formas e cores, sabia também ser fraternal, uma sensação irritante coçando na ponta de seus dedos. Que palavras implicantes, gestos infantis e guerras de farinhas também eram um jeito bonito de mostrar, mas nunca de falar, aquilo que ambos compartilhavam. Que as coisas boas da vida vem em um pacote de três - como Tomika, Kath e Gia; como Sirius, James e Remus, mas especialmente, como Akiko, Sirius e Tomika. Aprendeu a andar de moto, apesar de maneira bem desembestada como seu querido irmão tanto fez questão de dizer. Aprendeu a sorrir diferente, a esticar suas pernas na direção de um colo que não fosse de sua mãe, a fazer carinhos em fios macios e curtos - e também aprendeu que os mesmos fios ficavam muito bonitos pintados de azul. Aprendeu a ter um irmão, a ser uma irmã e a dividir um amor bonito e leve que eles compartilhavam não só entre si, mas também com sua mãe; não, com a mãe deles, pois Sirius era delas e para sempre seria assim. O passado não importava, um outro sobrenome que não fosse o deles não era relevante. Se Sirius carregava um coração machucado e um buraco bem no meio de seu peito, então Tomika e Akiko fariam o melhor para remendar os cortes, preencher o vazio com todo o amor que tinham pelo menino de nome de estrela.
3 notes · View notes
madneocity-universe · 5 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Then we gon' ride right into the sun: Marquise Lan
Marquise sempre fica muito ansiosa quando chega no Quartel e a maioria dos aurores está na frente do quadro de notificações de casos, recolhendo os crimes ao redor da cidade que eles vão escolher ficar ocupados pela semana, e percebe que, mais uma vez, os pequenos furtos no subúrbio ficaram de lado de novo.
O que ela acha ótimo, na verdade, maravilhoso se for parar pra pensar. E não é porque eles são pequenos e nem considerados mais simples de resolver: é só porque ela gosta do subúrbio, e gosta das pessoas de lá também.
— Você tem certeza que quer descobrir… Quem foi que roubou o caixa de uma loja na Little Syria e ouvir um moleque lamentar por que perdeu a bicicleta em Chinatown? — Kuan jura que não está usando seu tom de gay venenoso quando inclina a cabeça por cima do ombro de Lan, mas não consegue evitar ao observar a pilha de papéis na mesa da ruiva, antes de olhar pra ela em seu maior estado consternado de julgamento. — Isso meio que não é trabalho de verdade. Parece preguiçoso.
— E eu meio que não pedi sua opinião, mas ainda assim, você acha que precisa me entregar ela. — Marquise pontua, antes de analisar a mesa do próprio Kuan, ao jogar a cabeça levemente para o lado e moldar um sorrisinho nos lábios. — E você acha mérito pegar um caso grande igual a todo mundo e achar que pode resolver sozinho? O preguiçoso meio que é você.
Enquanto aquele bando de homens barulhentos iam pro centro descobrir quem fez sei lá o que com algum parente irrelevante do Ministro, ela preferia passar o dia tentando entender o inglês de uma senhora de setenta anos, árabe e imigrante, explicando como um ladrão tinha invadido seu estabelecimento no meio da noite.
Enquanto ela mesma, Marquise Lan, aos vinte e dois anos, chinesa e imigrante e que definitivamente também não tinha inglês como primeira língua, tentava explicar como todos os detalhes eram importantes.
— A senhora se lembra da roupa dele?
— Quantos anos ele parecia ter?
— Ele entrou pela porta arrombada e fugiu por ela também?
— Alguém tem estado estranho no bairro?
Naquela hora, ela chega a erguer uma sobrancelha pra ouvir a senhora relatando que vivia batendo boca com um adolescente por aí sem motivo algum, e que ela mesma, escolhia a batalha de fazer birra ao jogar um balde de água suja na direção dele toda vez que o via passar pela calçada.
— Por que a senhora não mencionou isso no seu chamado? — Lan quer saber, enquanto dá a volta no balcão em direção ao caixa, os olhos treinados pro chão úmido e fedido, num fluxo de água que dava direto pra caixa registradora.
Mas a senhora não precisa responder, não quando todas as notas que ela disse que foram roubadas, estavam nadando no meio de cocô, ração pra gato e xixi nas gavetas de metal.
Marquise tem quase certeza que o garoto rindo do outro lado da rua é o autor do crime, mas é só um palpite.
— Às vezes eu acho que você desperdiça seu potencial indo pro underground, mas as pérolas que você trás de volta sempre compensam. — Leto solta uma risada, fazendo Marquise revirar os olhos com tanta força que acha que vai ficar cega.
— Bom, ela precisava se redimir com ele pela humilhação que fez ele passar nas últimas semanas, e ele precisava de um emprego.
— Como você sabia?
— As roupas pareciam menores que ele, os tênis não estavam lá dos melhores e o cabelo muito grande, sem contar nas três crianças que estavam com ele e pareciam ser família. — A garota começa a pontuar as observações feitas naquela manhã durante a reconciliação de criminoso e vítima, encolhendo os ombros ao sentir o olhar curioso de Wang em cima dela. — E aquela senhora era muito velha pra ficar carregando caixas e subindo em escadas, então sugeri que um passasse a colaborar com o outro. Ela tirou a acusação, ele só precisou responder umas perguntas e fiz ele prometer que não ia fazer de novo, e eu sei que vai ficar tudo bem.
Menos um caso, menos uma pasta e nem um arquivo pra ser guardado graças ao seu poder de persuasão e gerência de crise e observações atentas sobre as outras pessoas, que ela jurava, não era um superpoder. Só natural.
— Okay… Talvez eu ache que você usa seu potencial pro que importa de verdade, agora. — Era difícil não saber quando os aurores voltavam pro Quartel quando o laboratório de Wang ficava no andar de baixo. Dava pra ouvir os passos pesados, as conversas altas e a maioria expondo algum lucro ou vantagem que ia conseguir se resolvesse o próprio caso. Um contraste sempre muito interessante com Marquise Lan, a única mulher entre eles agora, e também a única auror que tinha seus papéis em dia e mais casos resolvidos que qualquer sênior de mais de trinta anos. Chegava a ser cômico ver ela tão tranquila e segura com o próprio trabalho, e era por isso que Leto gostava dela. — Você é uma pessoa boa, Marqui.
— Se eu virar as costas pras pessoas que vêm do mesmo lugar que eu, quem é que sobra pra proteger na comunidade bruxa? — E ela dizia aquilo por si mesma, e as pouquíssimas pessoas que conhecia e realmente estavam interessadas em acabar com a criminalidade e violência das ruas, que afetava pessoas de verdade e não os poderosos com dinheiro pra contratar segurança.
E, sinceramente? No fundo, ninguém gostava de um puxa-saco mediano, e Marquise sabia que o único jeito de chegar no topo, pra pessoas sem sobrenome feito ela, era ser competente sem contar com nem uma influência de fora. Era mais difícil e levava mais tempo, mas ela tinha certeza que ia dar conta.
Sua mãe deu conta de sustentar as duas quando seu pai faleceu um tempo depois deles conseguirem realizar o sonho americano, e também deu conta de criar ela longe da parte ruim de Chinatown até ficar madura suficiente pra Marquise fazer as próprias escolhas, então ela acreditava mesmo que não tinha como dar errado.
Ela só precisava de energia e uma motivação, e pras coisas que importavam de verdade, ela sempre tinha esses dois fatores de sobra.
Ela gostava de cuidar de pessoas. Todas elas.
— A bicicleta desaparecida é sua?
Tudo bem que não tem outra criança na calçada, chorando com um bico enorme e com um cartaz de procura-se feito a mão, com o desenho de uma bicicleta azul manchada agora por lágrimas, mas ela não quer assustar o filho dos outros com o céu ficando escuro. E é só quando o garotinho pequeno se levanta coçando o próprio rosto e confirma com a cabeça, é que ela liga seu modo profissional de novo, com a certeza que sua mãe ia entender seu atraso pro jantar de novo, assim que ela estende a mão pra segurar a dele e começa a enchê-lo de perguntas.
— Onde você viu ela pela última vez?
— Seus pais sabem que você está na rua até tarde sozinho?
— A gente vai encontrar, você vai ver.
2 notes · View notes