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Beautiful life: Barbara Babe Song-Covey
Nota de conteúdo sensível: negligência parental, narcisismo parental, casamentos arranjados, e o total descaso com filhos e família no geral. Umas passagens de misoginia aqui e ali e se eu estiver me esquecendo de algo, por favor, me avisem. Os acontecimentos passam por vários meses, difícil colocar em datas.
Favor não tumultuar.
Acho que minha irmã mais velha é a noiva mais triste e ansiosa que já vi na vida, mas tenho muito medo de pontuar isso e ela começar a chorar mais e mais, então me encolho na poltrona onde já estou sentada, cor-de-rosa e que devia ser bem macia, mas fica mais desconfortável cada vez que olho pelo quarto dela em volta e percebo que ela também está analisando tudo, mas principalmente janelas e porta, como se quisesse fugir.
— Sabe… Você não precisa fazer isso. — Mas eu não consigo ficar calada, porque fico preocupada quando ela começa a tremer. — Eles vão entender.
— E pra onde eu vou voltar, Babe? Pra quem eu vou recorrer? Onde eu vou ficar? O que vou fazer? Quem eu vou ser?
São tantas perguntas que me deixam zonza, principalmente quando percebo que pra ela, não tem uma resposta… Pelo menos não a que tem na minha cabeça. Pois oras, como assim ela não tem pra onde voltar? Como assim ela não tem com quem contar ou não sabe o que fazer? Aquela é nossa casa, nossa família e sempre vai ser.
Né?
— Eu sempre soube com quem seria, quando seria e como seria mas ainda assim… Parece um erro, como se minha vida toda tivesse sido uma mentira que me convenceram, e agora, quando me dou conta da verdade, eu não tenho mais saída. — Minha irmã mais velha volta a falar, alisando o vestido branco e caro, enquanto faço o mesmo com o meu de dama de honra, ficando aflita com aquela explosão repentina. — Aí, meu Deus!
Antes que ela vomite no próprio vestido, sou muito rápida em pegar um vaso de plantas e estender na frente de seu rosto vermelho e encharcado de lágrimas, e eu fico lá, segurando aquela coisa que logo começa a ficar nojenta com toda a coragem que existe em mim, porque não tô nem doida de soltar em cima dos meus sapatos e virar memória ruim, também.
— Bom, casamento não é o fim do mundo, tipo… A maioria das pessoas se casa assim, certo? Não é como se todo mundo tivesse tempo de conhecer todo mundo. — Pelo menos era nisso que eu acreditava, depois de uma vida toda ouvindo que estavam sempre planejando e arquitetando o melhor pra mim, e que eu não precisava me preocupar. — Um dia você vai descobrir que o ama.
— Ou descobrir que o odeio. — Ofélia diz, começando a chorar de novo, depois de limpar os lábios com as costas da mão. — Barbara, e se o amor da minha vida estiver por aí? E se eu nunca conhecer o homem que deveria me amar, porque colocaram outra pessoa no lugar dele? E se meus filhos, minha casa e minha vida toda for mesmo um cenário projetado por pessoas que não fazem ideia de quem eu sou de verdade, por que nem eu mesma me conheço?
Uma parte do meu cérebro realmente, realmente, não consegue calcular a urgência e medo daquilo tudo, porque tudo parece tão fácil e simples quando ela diz, e tão confortável também. Chego a me perguntar se a cabeça de Ofélia está quebrada, porque tudo que consigo fazer é consolar ela com um abraço que ela e nem eu sabíamos que precisávamos.
— Nós só nos vimos uma vez.
— Talvez seja suficiente.
Porque quando a vejo cruzar aquele corredor abarrotado de arranjos de tulipas e rosas, com bancos de madeira completamente entupidos de convidados da alta sociedade bruxa da Grã-Bretanha, todas as lágrimas e olhar perdido de minha irmã foram embora, como se ela tivesse sido substituída entre a minha entrada jogando pétalas pelo caminho e a hora que anunciaram sua chegada com a marcha nupcial clássica.
No fundo do meu coração, aquilo parece certo, de verdade, quando passo os olhos pelos meus pais e me lembro que com eles também foi assim. Então com os pais deles, e os pais dos pais deles, sem deixar nem uma geração de lado.
Eu meio que sabia que não ia ser poupada, mas não era como se eu conhecesse outra vida, também.
Quando eu era criança, descobri que fantasmas podem ser várias coisas: uma briga que você quer esquecer, um desejo o qual não pode realizar, um segredo que não pode contar e principalmente, uma filha que você quer se esquecer que tem, até ela se tornar algo que você precisa se lembrar que fez.
Eu poderia facilmente listar todas as conversas que já tinha tido com meus pais a vida inteira, contando todos os meus aniversários, festas de Natal e inícios e finais de anos letivos do colégio.
Eu me lembro de chorar muito quando acordava de um pesadelo e eles nunca me atendiam no meio da noite, como me lembro de ser constantemente ignorada e empurrada dentro da nossa própria casa, porque eles nunca realmente tinham tempo pra prestar atenção em mim. Eu era um patinho feio, uma coisinha irritante, uma voz e par de passos que ecoava por aquela mansão e que eles não viam a hora de se livrar.
Até ter a oportunidade de o fazer.
— Vocês não acham que é muito cedo? Nenhuma das minhas amigas está noiva aos dezesseis… — Comentava durante o café da manhã, um dos poucos que já tivemos do lado de fora e sob o sol quase frio, me sentindo genuinamente desconfortável com toda aquela atenção sobre mim. Meus pais ficavam tão assustadores sorrindo quando não queriam. — Eu ainda nem sei como vai ser esse ano, imagina então o último, e a faculdade…
— Mas querida, você quer mesmo pensar? Preocupar essa cabecinha linda com algo tão banal quanto escolhas, quando nós podemos fazer por você? — Meu pai desata a falar, alcançando minha mão em cima da mesa como um jeito de me confortar, mas é esquisito porque ele nunca segurou minha mão daquele jeito antes. Nunca. — Barbara, você pode ter tudo agora mesmo, sem nem precisar voltar pra escola.
— Mas eu adoro a escola!
— E vai ter tempo quando estiver sendo esposa de alguém?
O jeito como minha mãe não interfere e nem preenche aquela conversa é o que me deixa pior, com a barriga doendo e uma vontade assustadora de sair correndo daquele lugar, como se todo meu corpo conseguisse sentir um perigo irracional.
Mas é só olhar pra ela e saber: ela não diz nada porque não tem mesmo o que dizer, às vezes acho que ela nem pensa mais, pelo menos não por conta própria, porque também saiu da escola pra se casar com alguém e ter filhos em uma idade apropriada enquanto todas as amigas estavam conhecendo pessoas e lugares por aí.
Ela não diz nada porque é só uma casca, às vezes um chaveiro pra ser exibido, mas principalmente uma casca vazia e dependente do marido.
Preferia quando eles se esqueciam de mim em todos os lugares.
E o jeito que não tenho ninguém pra contar sobre essas coisas, é talvez a pior parte, e também a que mais me assusta. Porque depois desse dia, nossa casa se torna uma loja, e eu passo a ser ofertada como um produto.
Todas as famílias da Grã-Bretanha que tem filhos mais ou menos da minha idade, nos visitam todos os dias: eles olham minhas fotos espalhadas pela casa, meus resultados expressivos na escola, escutam meus pais me elogiarem e contarem coisas que eles não sabem sobre mim, mas que perguntaram nossos empregados e parentes mais próximos pra não errar e fazer feio. A Barbara adora ser chamada de Babe, ela ama se aventurar e caminhar ao ar livre. Ela lê muito, principalmente livros escritos por mulheres e que falam sobre sentimentos e revoluções. Ela gosta de conversar, ela gosta de rosa, ela gosta de joias em prata e os doces favoritos dela são todos que tenham chocolate na composição. Ela só tem uma covinha no sorriso, o que deixa ela diferente de todas as outras meninas.
E eu? Eu vejo essas pessoas indo e vindo, escuto elas pelas paredes em volta da nossa sala de jantar e o escritório dos meus pais, esperando o momento o qual vou ser convidada pra fazer parte da conversa, quando vão me perguntar o que eu penso sobre tudo aquilo e se posso saber dos meus pretendentes também, só pra descobrir, no fim, que eles ainda não se importam comigo.
Nem quando estou sentada na escadaria com Vidia, minha gata, no colo, implorando pra ser vista e notada e que alguém me diga que merda toda é aquela, e ninguém quer saber de verdade.
Então é por isso que Ofélia se casou a pulso e sem olhar para trás. Não ia ter mesmo ninguém esperando ela voltar pra casa, se ela tivesse dito não naquela cerimônia grandiosa. E não vai ter ninguém me esperando se eu pensar em fazer diferente, também.
Aí. Quer saber? Deixa pra lá.
— E foi assim que eu vim parar aqui… Ou quase isso… Quer dizer, nosso diretor disse que tínhamos sido convidados pra essa festa de Natal e eu me perguntei nossa, por que não? Não é como se meus pais estivessem me esperando em casa pra ter alguma tradição, mesmo. E minha irmã já me deu meus presentes. — Dou de ombros enquanto tagarelo um pouco mais nos ouvidos de Mrs. Ozu, a quem peguei de conversa na fila das sobremesas lá em Beauxbatons, depois de dizer que achava seu vestido fluido lindo, e que se fosse mesmo obrigada a me casar, seria com um desses. — Quando o ano letivo terminar, vou voltar pra casa e vou ser atualizada dessa cerimônia que vão me deixar de fora sobre tudo, mas prometo te mandar uma coruja e te contar tudo… A senhora é uma pessoa legal, adorei conversar com você.
Me lembro de ter sorrido pra ela, meu sorriso de mono-covinha de assinatura, antes de olhar pra ela como um filhote, que também era algo que eu fazia muito, e ela automaticamente tocar no meu ombro e dizer que eu era especial também como se sentisse muito por mim.
Mal sabia eu que naquele dia, eu tinha assinado uma espécie de liberdade por coitadismo, e mal sabia eu que minha vida toda ia mudar no verão, e não tinha nada sobre abandonar a escola pra me casar cedo.
Bastou Ofélia ler uma carta de Somi Ozu, então trocar mais algumas cartas com essa professora de poções de Maejig Senteo, e um milagre acontecer.
— Vou convencer eles a te deixarem fazer esse intercâmbio doido, Mrs. Ozu parece uma mulher decente e muito gentil. — Minha irmã mais velha diz com carinho, tocando meu rosto como se um fosse um bebê indefeso quase explodindo de felicidade do lado dela, antes de continuar. — Você vai ver pessoas novas, se divertir e aprender muita coisa, antes de terminar como eu.
E infelizmente, aquilo era tudo que ela podia fazer pra me ajudar. Consigo sentir que o olhar que ela lança pra si mesma no espelho do meu quarto, contemplado sua barriga de grávida de cinco meses, é de pura tristeza e incerteza, mas que logo muda pra esperança quando ela se lembra que também estou ali, e que não pode me deixar saber o que acontece dentro da cabeça dela.
— Você é tão preciosa, Barbara. — Ofélia deita sua cabeça em meu ombro quando se senta do meu lado na cama, alisando sua barriga enorme, e depois segurando minha mão. — Eu quero acreditar que não tem nada nessa casa pra você, e que seu destino é mesmo voar pra bem longe daqui.
— Eu queria que fosse verdade. — Murmuro com um beicinho. — Eu queria ser outra pessoa.
Mas naquele verão na Coreia, antes do ano letivo começar e eu me tornar parte do corpo discente de Maejig Senteo, eu definitivamente me tornei outra pessoa.
— O bairro de vocês é tão movimentado, todo mundo parece tão feliz de morar aqui. — Falava despretensiosamente para Hana, com meu rosto grudado na janela que dava mesmo pra rua, impressionada com todas aquelas cores do verão do leste asiático e como todo mundo se conhecia. — Na Inglaterra as pessoas querem morrer o tempo todo.
— Você sabe que pode ir lá fora e… Fazer amigos, né?
Ah, ir lá, me apresentar e dizer que é um prazer conhecê-los? Pedir pra fazer carinho em todos aqueles cachorrinhos fofinhos? Comprar picolé de melão e viver disso pelos próximos três meses? Fazer dança tradicional coreana com as idosas e… Nossa. Nossa!
A vida prestava, a vida prestava pra caramba e não tinha nada no mundo que já tenha me deixado tão feliz quanto andar de bicicleta, comprar um monte de bugingangas que eu não preciso e colecionar pessoas e conversas durante todo o dia, até eu ficar tão cansada que voltava pra casa de Mrs. e Mr. Ozu e não tinha energia pra explicar porque tinha adesivo colado no meu rosto e como eu tinha arranjado um joelho ralado.
Eu passei o verão todo descobrindo uma pessoa totalmente diferente da que vivia enfurnada dentro da casa dos meus pais, e eu amava tanto cada parte disso que não queria que terminasse.
Nem no final do verão, nem quando eu fosse pra Maejig Senteo e ficasse por lá até me formar.
Eu amava ser Babe e eu tinha certeza que um dia, ia encontrar alguém que amasse ela tanto quanto eu.
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Warning: Rough sex. Horny adult couple. Domestic life. P in V. Breeding kink. Spanking. Married life or something. Pussy drunk. Dirty talk.
Altas doses de NINGUÉM TE PERGUNTOU NADA, É TUDO CULPA DO ROSCOE E PRISCILA PELO AMOR DE DEUS ME PERDOA.
O cenário pode e vai mudar no futuro, eu só tô muito perturbada pra ter essa conversa agora.
Só Deus sabia o sofrimento de tentar migrar de carreira na MACUSA e todo esforço sendo investido ao tentar desenvolver habilidades totalmente diferentes, depois de passar aquele tempo todo no quartel dos aurores e de repente, decidir que o que ele queria fazer mesmo era ficar quieto em uma mesa lá no gabinete do ministro e aprender mais sem correr o risco de morrer na rua.
Eram tantas noites até tarde aprendendo o serviço de outro setor e mesmo assim tendo que continuar fazendo as demandas do atual, tantas coisas pra resolver, tantas pessoas pra ouvir e tanto trabalho pra desempenhar por uma promoção que podia até não significar nada pra maioria dos ministeriais, mas pra ele significava muito. Tudo somando um estresse e cansaço sem igual, mas só até passar pela porta de entrada de sua casa no final do dia, exausto e afrouxando aquela gravata insuportável, e ser recebido pela única pessoa que parecia fazer tudo valer a pena.
Ele sente que vai sentir falta de trabalhar no mesmo lugar que a noiva e estar em casa na mesma hora que ela, mas até isso é varrido de sua mente quando a mulher entra em seu campo de visão e ele joga a pasta no chão, agarrando sua cintura com um aperto firme antes de atacá-la com beijos nem um pouco gentis, que dirá inocentes.
— Eu senti tanto, tanto a sua falta… — Ele sussurra com os lábios grudados no pescoço dela, depois o topo de seus seios no pouco de pele que escapa pela camisola, então a pele mesmo por cima do tecido como um homem faminto e muito impaciente. — Eu preciso tanto de você que dói.
E só pra caso ela não entenda aquela necessidade toda, ele faz questão de prensar Talia contra a parede do corredor que leva para os quartos, esfregando o quadril contra o dela, até ela sentir o quão duro ele está mesmo que não faça nem cinco minutos desde que ele chegou em casa. Como se tivesse esperado o dia todo por isso.
E talvez ele tivesse mesmo esperado, agora que eles mal se viam e mesmo ter um almoço decente com ela parecia um sacrifício, como se estar temporariamente longe dela também fosse um preço a se pagar, e um detalhe que ele precisava dar atenção sempre que podia. Principalmente quando chegava em casa e ela se tornava sua prioridade.
— Mas e você, sentiu? — O tom em sua voz é de pura provocação, porque dá pra sentir no jeito que ela choraminga, e dá pra sentir com quão fácil ela abre as pernas pra ele, como se já esperasse as mãos dele subindo o tecido de sua camisola até chegar a sua buceta nua. — Claro que sentiu, claro que se planejou também. Você é tão obediente, meu amor. Você é tudo o que eu quero.
Ele deixa claro enquanto a come por trás em cima da cama dos dois, socando tão fundo e tão forte que faz a cabeceira esmurrar a parede fazendo um som seco e alto ecoar pelo quarto, quase tão alto quanto o barulho que a mão dele faz cada vez que acerta um tapa pesado em cima da pele dolorida da bunda dela. É nessas horas que ele agradece ter feito um monte de horas extras pra eles conseguirem morar em uma cobertura, porque só assim pra foder a mulher amada sem ter nem um vizinho enchendo o saco e achando ruim ele fazer daquilo um grande evento.
Problema dos ninguém's, era o que Seeun sempre dizia. Porque se estivessem se preocupando com as próprias vidas, não iam ter tempo para fiscalizar a foda alheia.
— Tão gostosa, tão boa de foder. — Ele geme com os lábios beijando a pele perto da orelha dela, ao cobrir seu corpo menor com o dele e usar o aperto em sua cintura pra colar as costas dela contra seu peito largo, sentindo a buceta dela o mastigar até a base como se não fosse mais soltar. — Vou descer naquele maldito quartel todos os dias e te comer em cima da sua mesa todos os dias, como sempre, porque assim… Porra! Assim não dá!
E aí que ele era um homem daquele tamanho choramingando por falta de buceta e quase chorando o dia todo pra meter nela? Era válido, até ela soltar um grito e o apertar ainda mais, melando sua rola toda.
— Ah, então você gosta, vagabunda? Você gosta quando eu te deixo vazia e te faço pegar minha rola por horas depois? — A cada pergunta, era uma rebolada de seus quadris com o pau enterrado bem dentro dela, enquanto uma das mãos contornava sua barriga até alcançar o clitóris inchado. — Você gosta de me ver duro o dia todo sem poder tocar em você? Você quer ser minha esposa putinha que espera o marido sem calcinha?
Ele gostava do jeito que ela não conseguia responder, só gemer e sufocar por ar a cada estimulação, fosse dentro da buceta por causa de sua rola, fosse no clitóris pelos dedos dele trabalhando rápido e com habilidade pra fazer ela ver estrelinhas. Mas fica melhor quando ele a coloca pra sentar em seu colo e tem o rosto sufocado entre os peitos dela também, sendo usado como um brinquedo dela, como se ele só servisse pra isso mesmo.
Não tinha nada mais gostoso que ser montado por ela, sentindo todo o corpo quente se chocar contra o dele em quicadas tão frenéticas que ele precisa segurar a cintura dela pra dar alguma estabilidade para Kwon, que geme cada vez mais alto a cada choque de sua bunda contra as coxas dele.
— Se continuar sentando gostoso assim, vou ter que colocar um bebê em você — Não é uma ameaça, mas ele olha pra ela como se fosse, descendo a boca pra cobrir os seios dela de beijos e mordidas e chupões, até deixar tudo tão molhado quanto a buceta dela que não para de vazar só com a menção de estar grávida. — Vou te comer com força até conseguir.
E ela sabe que ele cumpre todas as promessas que faz. Pelo menos pra ela.
A noite ia ser bem longa mesmo.
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Warning: horny teen/young adult couple. Public sex. Hot tub sex. Family vacation. Fingering. Anal fingering mentioned. Body worship. Breast worship (?). P in V.
Uma das partes boas de ter pais presentes e muito atenciosos, era que independente do feriado e quão prolongado ia ser esse recesso, era mais que certo que um momento em família ia acontecer, de um jeito que agradasse todos os membros, e os agregados também.
Porque só foi ver os pais começando a fazer a divisão dos carros e malas, perto do quatro de julho, que abriu um berreiro DESSE TAMANHO perguntando onde Verity entrava nessa e se podia ser no mesmo carro com ele e as coisas dele.
Ele não ligava se eles não pudessem dormir no mesmo quarto, se a ruiva ia ser alvo de perguntas e brincadeiras duvidosas entre seus irmãos caçulas e nem se seus próprios pais iam deixar explícito o quanto respeitavam mais ela, mera nora, do que ele, filho deles.
Ele só queria passar o dia todo ouvindo ela falar, de mãos dadas e aproveitando a casa de praia recém reformada da família, enquanto o tempo passava.
— Você não acha muito doido tudo isso? — Murmurava para a ruiva com as pernas esticadas em seu colo, enquanto todos aproveitavam o final da tarde e começo de noite com seu pai JURANDO que ia sair um churrasco coreano daquela churrasqueira externa tão sofisticada, que tinha vindo com manual dessa vez. — Meu pai era um advogado chatíssimo e que nunca arreganhava pra ninguém, e minha mãe era major de dança e a criatura mais carismática e barraqueira ao mesmo tempo… Aí, de repente, eles se encontram e se tornam meus pais. — No final, ele faz uma careta, sabendo que a garota mais velha entenderia, já que praticamente tinha crescido perto dele, o que arranca risada dos dois. — Será que eles já sabiam que iam ter filho lgb-
E talvez aquela parceria e conexão de anos, fosse uma das coisas que ele mais amava quando se tratava de Verity e seu relacionamento perfeito, saudável e certo. Porque não importa o quanto seus irmãos pentelhos enchessem o saco dela, nem o quão mimada ela fosse por aquela família no geral, ele sabia que podia estar em qualquer lugar com ela, vendo todo caos e confusão que os Lee podiam se meter, e achar tudo bem.
Porque era pra ser. Sempre foi.
Outro jeito que ele gostava de expor isso, era quando não tinha mais ninguém por perto e ele podia agarrar a bunda dela com força por cima daquele biquíni minúsculo e fino, enquanto ela se esfregava em cima dele na hidromassagem tarde da noite e sem nem uma janela da casa acesa, apontando que eles não iam ser pegos.
Certeza.
— Será que algum dia, a gente vai normalizar foder mais dentro do quarto que fora dele? — Perguntava em tom de piada, aproveitando pra descer a boca pelos seios dela escorregando pra fora do tecido também, fazendo questão de deixar marcas de mordida e chupão onde ele conseguia alcançar. — Você gosta do perigo não é, puta?
E só porque ela responde gemendo e se esfregando mais em cima dele, movimentando ainda mais a água quente cobrindo parcialmente os dois, ele move as mãos pra desfazer os laços da calcinha e depois a parte de cima, aproveitando todo aquele acesso livre pra brincar com cada um dos buracos dela. Não tem nada mais gostoso do que ver uma garota bonita se derreter só por causa de dois dedos penetrando sua buceta e mais outro contornando seu cu, em um ritmo lento, até ela pedir por mais e ele obedecer.
— Você fica tão bonita assim, sabia? Sem saber o que sentir primeiro… — Ele a provoca em um tom perigoso, deixando os lábios escorregarem pelos seios de novo, lambendo os bicos eretos com cuidado. — Vai ficar ainda mais bonita levando minha rola.
Porque é, ele gosta quando ela quica e esfrega aqueles peitos na cara dele. E ele também gosta de ser feito de brinquedinho enquanto ela se diverte por cima, mas leva só um segundo pra ele a dominar e apoiar metade corpo dela pela borda, antes de envolver aquelas pernas compridas em seus quadris e abaixar o short de banho suficiente pra deixar o pau duro escapar e bater contra o abdômen dele. Ele descobre que gosta mais de tomá-la daquele jeito quando afunda o caralho naquela buceta encharcada e quente de uma vez, e ela precisa cobrir a boca pra não gemer.
Socava com força, fazendo questão de afundar até a base e sentir a bunda dela pressionando suas bolas cheias. Era assim que ela parecia gostar pelo jeito que apertava e o mastigava por dentro, então foi exatamente o que deu pra ela enquanto segurava os próprios gemidos, circulando os quadris contra os dela e a fazendo sentir cada centímetro até o fundo, como tinha prometido que ia fazer desde o momento que tinha buscado ela em casa e avisado que aquilo ia ser sobre eles. Muito mesmo.
— A noite toda. — Beija a boca dela, com o pau completamente enterrado no fundo e só o céu noturno olhando os dois. — O quanto você quiser.
E ele não tinha mentido, sabe? Porque se lembrava bem que faltava pouco pro céu começar a tomar um tom de roxo quando eles voltaram pra dentro e pro quarto dele, enrolados por toalhas e levando as provas do crime — as roupas de banho arruinadas — sem cruzar com ninguém no meio do caminho. Acreditou com todas as forças que ia acordar no dia seguinte renovado, cheio de marcas de unha também, mas tranquilo depois daquela vigarice.
Até abrir a porta do quarto e encontrar um balde com um monte de produtos de limpeza dentro, sua mãe passando pelo corredor lhe lançando um olhar acusatório, que ele conhecia muito bem nos últimos dezoito anos.
— Ah mas que porr-
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M A S T E R L I S T
🍒 JC Kim
🍒 Connor Lee
🍒 Alex Chang
🍒 Kane Song Ozu
🍒 Seeun Kim
🍒
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Porque estamos todos muito sedentos e indecentes nessa metade do ano. (Pelo menos ficou bonito 🫂)
S O O N 🍒
#madcity#madcityrpg#prompt#problematic fave#earthtwo#earthhp#earthfour#earthfive#earthfivemirror#f1universe#Spotify#npcland
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Beautiful Creature: Mila Nadhezda
Warning: crimes de guerra, assassinato de terceiros, estresse pós traumático, muitas e muitas reflexões sobre sonhos e juventude roubada por conflitos políticos e um sentimento de vazio e solidão que não vai embora. Como era de se esperar.
Atenção: FAVOR NÃO TUMULTUAR, EU JÁ AVISEI QUE VAI MELHORAR E TUDO VAI TERMINAR AO SOM DE COSMIC DO RED VELVET.
O encerramento daquele ciclo era algo que Mila aguardava muito, mas não mais que sua família.
Todos aqueles anos na escola, manter as notas sempre perfeitinhas e se tornar a aluna mais interessada e inteligente da turma, só pra conseguir ir pra faculdade com honras e sair dela com honras também, como a melhor aluna do curso de Teoria da Magia em anos. Assim como seus pais, sua irmã e irmão mais velhos, então todos os parentes que vieram nas gerações passadas antes deles.
E tudo isso porque ela queria, porque ela amava ser parte daquela tradição acadêmica e almejava mesmo se tornar professora e levar conhecimento um dia (o dela) pra qualquer pessoa que tivesse interesse em aprender mesmo naquele momento difícil que o país vivia.
Ela sente que fez tudo aquilo por si mesma, pelos próprios sonhos e por todo trabalho duro e sacrifício dos pais pra ela chegar até a universidade, mas principalmente por ela e tudo que sabia que ia conseguir alcançar depois do agora.
Em casa, sua festa de formatura foi simples, mas significativa também: tinha bolo, uma caixa de seus chocolates favoritos, ela ganhou flores em um buquê feito com as plantas do jardim da mãe, um vestido novo para usar e celebrar e os irmãos vindo de outras cidades só pra beber cidra e prestigiar ela.
Era pra ser tudo sobre ela, sobre todos eles.
— Eles vão te dar um anel. — Seu irmão confessa em um sussurro, assim que os mais velhos deixam a cozinha, fingindo que tem assuntos a resolver no andar de cima.
— Vai ser o de família, aquele que todo mundo tem, mas o seu tem uma pedra rosa. — Sua irmã então completa a revelação, apertando os ombros de Mila com carinho, antes de apertar sua bochecha. — Agora você não é mais bebê.
Mas ela não deixa de ser o bebê deles, é o que eles continuam repetindo quando voltam mesmo com aquela caixa de veludo e a anunciam como a mais nova membro da família que conseguiu terminar a faculdade, emocionados e com os corações cheios de amor, enquanto a esmagam com abraços e cobrem seu rosto de beijos do mesmo jeito que faziam quando ela era criança.
Tem uma música antiga tocando na vitrola na sala, enquanto seus pais e seus irmãos dão um jeito de abraçá-la todos juntos e balançar ela no ritmo de uma canção de ninar que sua mãe murmura, totalmente fora do tom e do ritmo também. Mila percebe que se antes tinha medo de se tornar uma adulta independente e ter que começar a pensar na própria vida agora, não se lembra mais, a partir do momento que também se dá conta que é a criatura mais amada do mundo, e que nada vai tirar aquela conquista e aquelas pessoas dela. Porque todos nós amamos você, daqui até a lua. Vamos atravessar o universo, por você.
Era pra ser mesmo tudo sobre eles, sobre ela, mas acaba se tornando sobre os atos daquela família e todas as consequências que iam vir através deles também.
— Tem alguma coisa lá fora… �� Ela é a primeira a perceber, movendo a cortina da janela da cozinha, enquanto lava a louça pro irmão guardar. — Mas não parecem pessoas.
E não são mesmo, não era pra ser, porque quem queria se vingar de seus pais por terem ajudado refugiados dos dois lados, não queria se sujar com evidências e nem provas de que estiveram lá, e só por isso mandou aquelas criaturas sem rosto cercar aquela casa de campo humilde como se fosse algum tipo de presa no seu todo. É como se todos ali, menos ela, soubesse que isso ia acontecer e como ia terminar, porque antes mesmo de Mila alcançar sua varinha a fim de enfrentar aqueles corpos sem vida se escondendo na escuridão lá fora, sua irmã segura seu ombro e a afasta de todas as janelas.
— Leva ela pro armário lá em cima. — Seu pai dá a ordem, calmo e sem pensar, não demorando nem um olhar na direção das duas. — Vamos logo atrás de vocês.
Mas eles não se mexem quando ela e sua irmã mais velha começam a subir as escadas, nem quando Mila passa no quarto pra pegar sua bolsinha enfeitiçada e só consegue jogar a própria varinha e um casaco lá dentro, correndo tanto que com certeza dava pra ouvir o barulho dos saltinhos de sua sandália por toda parte, e talvez tenha sido isso atraindo aquelas coisas lá fora.
Porque a caminhada até o armário sumidouro parece levar mesmo só um par de segundos, mas Mila consegue ouvir a casa sendo destruída lá em baixo, os gritos de agonia dos pais e do irmão, e ver o momento exato que uma daquelas coisas alcança sua irmã mais velha e está prestes a arrancar a cabeça dela antes da mesma conjurar um feitiço de explosão assim que a porta se fecha, destruindo a passagem, o armário e a si mesma assim que Mila passa pelo portal e cai em uma sala empoeirada em um país que ela não conhece.
Leva um bom tempo pra ela perceber que ninguém vai sair por aquele armário destruído, nem sua família, nem as criaturas, enquanto ela chora em choque e sem conseguir fechar os olhos apavorada com o que acabou de acontecer.
No entanto, quando ela acorda na manhã de um outro dia, meses e meses depois que tudo isso aconteceu, e percebe que não consegue enxergar nada porque tem algo pressionando seus olhos, ela nem se preocupa, que dirá se esforça pra descobrir o que é.
Consegue sentir o corpo minúsculo mas estranhamente pesado de Minji atravessado em cima do dela, então deduz que a criança com o pé plantado em seu rosto é Minyeon, porque não importa o quanto a russa tenta mover aquela criança, não consegue porque elas são como gatinhos a usando de cama e tudo que ela pode fazer, é aceitar.
— Ontem, quando te coloquei pra dormir, você disse que ia ficar quietinha no canto o tempo todo. — Murmurava para a Kim mais velha, ajudando a escovar os dentes depois de levar uma vida pra acordá-la, antes de apertar suas bochechas juntas. — Como eu acordei sentindo o chulé do seu pé, mocinha?
— Quando eu durmo, vou rolando por onde tem espaço e não consigo controlar, oras. — A garotinha responde ao encolher os ombros, antes de abrir um sorrisinho. — Você tá no lucro, Minji disse que a Coquita queria jogar a fralda suja do bebê na sua cara.
Antes que ela se pergunte como um fantasma imaginário conseguiria fazer isso, vê a outra garotinha fazendo que sim com a cabeça, lhe deixando completamente arrepiada e assustada com aquela merda toda. O dia hoje ia ser longo, muito, muito longo mesmo.
— O que… O que ele disse?
Mila tem os olhos atentos no senhor idoso atrás do balcão, mas a mão está agarrada a de Minyeon, que aperta de volta toda vez que sente a mulher adulta (daquele tamanho!) suar a palma na sua, de puro nervosismo, enquanto elas tentam negociar as bugigangas da garota russa naquela lojinha de penhor.
— Ele disse que é isso ou nada.
Era a última coisa que Mila queria fazer, a última decisão desesperada que ela pensou que ia tomar, quando percebeu que precisaria de roupas pra trabalhar em breve e o estilo gostosa gótica de Masha não tinha nada a ver com ela.
O anel da família, o que ela ganhou de formatura, era a única joia de verdade que ela sabia que tinha e podia ter algum valor, mas o plano mesmo era só deixar ele lá, pegar o dinheiro, comprar uma dúzia de vestidos floridos formais e depois juntar o dinheiro necessário pra pegar o anel de volta. E ela sabia que se estivesse na Rússia, ia conseguir negociar mais notas que aquelas dispostas no balcão, mas a barreira de linguagem também tinha obrigado ela a levar uma criança pra fazer isso no lugar dela.
Parecia que tudo estava indo bem, na medida do possível.
— Ele disse que seu anel é bonito e é mesmo ouro de verdade, mas que não consegue muito dinheiro nele, porque é… Culturalmente diferente do que as pessoas gostam aqui na Coreia. — A garota mais jovem traduz tudo em um russo perfeito, exatamente do jeito que ouviu, mesmo sem saber o que aquilo tudo significa. — Ele disse que o seu colar de receptáculo…
— O colar não vai sair do meu pescoço.
Minyeon suspira, olha pro colar de coração, traduz para coreano, escuta, e então traduz para russo.
— Então, pelo anel, isso é tudo que ele pode oferecer.
Ela vai sobreviver. Já passou por coisa pior.
— Eu aceito.
Porque não tinha mesmo outra opção, e porque ela não ia fazer Minyeon discutir com aquele velho caloteiro por causa dos wons que ela achava que aquele anel valia, por isso elas se enfiaram no primeiro brechó que encontraram e graças a Deus, tudo parecia um sonho saído direto dos anos 60.
O que deixou Mila feliz.
E Minyeon furiosa.
— Eca! Tudo aqui tem cheiro de velho! — Espirro, espirro. — Mila, alguém morreu aqui! Eu tô sentindo!
— Mas essa é a graça de um brechó, roupas que contam histórias, não produzir mais lixo no mundo e poder ter o estilo que você quiser… — A loira tenta se defender, depois de encher os braços com todos os vestidos floridos vintage que ela queria ter comprado desde que descobriu a existência daquele lugar, quase chorando de emoção, enquanto sua companheira de oito anos só sabia reclamar em um banquinho. — E sabe o que mais? Eu sempre usei as coisas da minha irmã, meus pais não tinham dinheiro pra comprar coisas novas o tempo todo, então eu tinha que ser criativa.
— Dividir é legal, papai diz que tudo bem dividir… Mas você não podia pegar emprestado de pessoas mais jovens? — E ela tenta mesmo entender, mas acha tudo naqueles cabides horroroso, e nem um pouco parecido com as roupas que as moças andam usando nas ruas de Seul. — Vão zoar a sua cara.
— Eu sou uma mulher adulta. Eu não me importo.
— Adultos são cruéis, vão te fazer chorar porque você se veste igual uma pintura antiga.
A última parte faz Mila rir e voltar para a garota olhando pra ela com olhos enormes, cheios de uma preocupação genuína, ao completar:
— Você não se importa se não tiver amigos?
— Eu tenho amigos. Você é minha amiga. — A loira diz com doçura, antes de apertar o nariz da outra com os dedos.
— Então vou te proteger de todo bullying que você vai sofrer. — Minyeon acha importante dizer, antes de estender o dedo mindinho pra mulher loira ligar com o dela. — Porque acredite, você vai.
Mas no fundo, ela não se importa.
Não só por ser uma mulher adulta que não se importa com o que os outros falam, e talvez não só porque uma criança de oito anos jurou ser sua defensora, mas também porque quando Masha aceita se sentar em uma cadeira e ver ela provar todas suas novas aquisições, os olhos dela brilham e ela elogia cada um de seus vestidos como se fosse verdade e quisesse mesmo dizer aquilo.
É aquilo que importa.
— Depois ela me fez comprar um sorvete, e um biscoito pra dar pros pombos sujos que ficam lá no parquinho, mas foi legal e ela não saiu de perto de mim. — Contava para Kim, exausta de tanto rodopiar e encenar tchau de Miss naquele desfile vergonhosamente infantil no quarto das crianças, antes de tirar um pacotinho de sua bolsa enfeitiçada e entregar pra morena. — Comprei uma gargantilha pra você e não tem o direito de recusar, porque eu comprei porque eu quis e é presente.
A menção do colar, porém, a faz se lembrar do episódio na loja de penhor mais cedo, e como ela quase se desfez do próprio por dinheiro, e também a faz se lembrar do porquê não conseguiu fazer isso.
— Não te deixa assustada… Como a gente não tem mais um lugar pra voltar? Como todas as pessoas que a gente conheceu, todos os lugares que nós já fomos, não existem mais? — Mila começa o que parece que vai ser um monólogo longo, já sentindo os olhos brilharem com lágrimas. — Eu sei que não falo muito sobre o que a gente perdeu por causa da guerra, mas acho que é porque eu ainda não consigo assimilar que as únicas coisas que tenho pra provar que um dia eu tive uma casa e uma família, são um anel, um colar e um documento de identificação. Os meus amigos só existem na minha cabeça, o prédio da universidade foi destruído, minha casa deve ter sido queimada com minha família lá dentro sem ninguém pra prestar um enterro digno, e a única coisa que eu tenho deles, é um colar velho com uma foto. — Uma foto velha também, porque quando ela abre o coração, se depara com uma versão dela mesma sem todos os dentes na boca, seus irmãos se implicando e seus pais muito mais jovens, em um momento que apesar dos pesares, todos eram muito felizes. — Masha… Eu queria ter estudado mais naquele lugar… Saído mais com meus amigos, visitado mais os meus pais e implorar mais mimos e favores pros meus irmãos, se soubesse que nunca mais ia ter nenhuma dessas coisas, e nem nenhuma dessas pessoas, na minha vida.
E ela não sabe como termina chorando tanto nos braços da mulher mais velha, que a acolhe e abraça como se ela fosse muito jovem pra suportar tudo aquilo, mas continua despejando todas aquelas dores mesmo assim.
Porque é mesmo muita coisa pra ela suportar, e não tem um jeito fácil de perceber que tiraram coisas de você, mesmo que a culpa não fosse sua.
Na hora de dormir, porém, ela tenta se recompor pra não deixar suas pequenas colegas de quarto preocupadas, incluindo o bebê.
Eu amo você.
É claro que estou bem.
Eu posso pentear o cabelo de todas as suas bonecas antes de dormir.
Você vai ter mesmo muitos sonhos legais quando fechar os olhos.
Mas nada a prepara pro diálogo sonolento que Minyeon começa, depois de se aconchegar dentro dos braços dela.
— Mila… Você já teve família?
— Eu tinha uma, e eu gostava dela, mas agora eu tô sozinha só vagando por aí. — A loira responde, afagando as costas de Kim, como um jeito de fazer ela dormir mais rápido. — Não tem ninguém atravessando o universo pra me procurar, pelo menos não mais.
E ela acha mesmo que a garota pegou no sono no meio do raciocínio, mas é surpreendida com outro comentário sonolento.
— Isso é bom, assim, você vai ser nossa pra sempre e vamos ser sua família. Ninguém vai precisar atravessar o espaço, porque já estamos aqui.
E talvez fosse só o que ela precisasse, mesmo.
— Eu amo ser sua amiga, Kim Minyeon.
— Obrigada.
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Problematic Fave: Jun Jung
Nem tão favorito assim. Agradeço a todos que acharam que eu conseguia segurar o rojão.
Warning: porn sem contexto.
Mudar de profissão só era desafiador e assustador se você não tivesse a pessoa certa do seu lado te apoiando e guiando em todos os passos, sem nem uma intenção de te deixar sozinho tomando tantas decisões.
Porque foi assim que ele se sentiu no dia que acordou com uma crise de ansiedade só com a ideia de voltar pro quartel e Goldie estava lá não só pra dizer que estava lá do lado dele, como para lhe assegurar que não tinha problema algum em recalcular a rota mesmo na fase adulta.
Ele, Jun Jung, que tinha passado metade da vida sonhando em ajudar as pessoas na rua e sendo corajoso, e mais uns bons anos fazendo isso quase todos os dias e colocando sua vida em risco, não aguentava mais a agonia de não saber se ia voltar pra casa todos os dias e aquela pressão de ter que ser bom o tempo todo se não quisesse ser um peso pra própria equipe.
Ele mesmo, que não pensou duas vezes antes de pedir pra ser exonerado, esvaziar a própria mesa no mesmo dia e sumir daquele prédio sem olhar para trás, antes de autorizar que o terceiro andar da casa dos Jung virasse um escritório e centro de jornalismo sério (e fofoca) pra ele e a esposa.
— Você não ama poder trabalhar em um lugar confortável e onde as crianças podem nos alcançar? — Falava para Goldie, apertando seus ombros enquanto tentava lhe distrair do sem número de pessoas trabalhando pra colocar móveis caros e confortáveis em todo o cômodo adaptado, porque ele não aceitava menos se eles iam mesmo dividir um escritório e passar a maior parte do tempo nele. — Vai ser divertido ser seu colega, sabia? A gente vai fazer tanta coisa útil aqui…
Útil, sim, quando eles realmente tinham papeis pra ler, casos pra pesquisar e perfis de pessoas pra montar, porque quando as crianças estavam fora com Yuri na Bélgica ali do lado e longe de serem vistas, ele tinha achado uma utilidade muito melhor pra mesa principal da sala, e não tinha muito tempo.
Porque Deus sabia o quanto ele venerava aquele par de pernas bonitas e que seria um homem morto se não jogasse sua esposa sobre aquela superfície e afundasse a boca na buceta dela, preso no paraíso mais doce com aquelas coxas macias pressionando sua cabeça antes de esticar até ficarem por cima de seu ombro, só o incentivando a mergulhar com mais fome e força nela. Não tinha nada no mundo que o deixasse mais feliz que ouvi-la gemer e encharcar o rosto dele, não tinha nada melhor que finalmente viver sua fantasia de comer a mulher amada onde eles trabalhavam também, sem nem precisar ficar estressado ou silencioso sobre isso.
Isso, sim, era vida. E ela presta pra caralho.
— Pode gemer mais alto, amor, aqui ninguém vai te ouvir. — O homem sussurra ao se afastar do meio molhado e pulsante, antes de passar a língua pelo botão sensível de seu clitóris. — Esse lugar é nosso. Eu fiz ser nosso.
Não que ele não fosse um exibido que gostava que as pessoas soubessem que era ele quem comia, e muito bem, aquilo tudo, mas teve todo cuidado do mundo de planejar que os segredos e obscenidades compartilhadas ali só ficassem ali também, entre os dois, como ele nem sabia que precisava antes.
E é por isso que ele não tem apego algum antes de chupar e devorar ela com mais vontade ainda, movido pelos gemidos mais doces e os apertos mais firmes em seu cabelo, tão duro nas calças que sentia que o tecido podia rasgar a qualquer momento. Situação que não fica mais leve quando ele sente que ela vai se desfazer logo e com força contra ele, de um jeito que só o incentivando a trabalhar com a boca mais rápido e mais intensamente até sentir ela tremer e cobrir todo o rosto dele.
E é assim que ele gosta dela: com lágrimas nos olhos, sensível, nua e trêmula em cima daquela mesa de madeira maciça que tinha todos os propósitos do mundo, mas principalmente pra servir de apoio pra ela deixar as pernas bem abertas pra ele.
— Você é tão bonita… Sua buceta quer tanto rola, amor. Mas você aguenta mais? — Apesar do tom doce, não tem nada de gentil na forma como ele usa os dedos pra provocar as dobras inchadas e ensopadas antes de circular a entrada com o indicador, sentindo o calor sugar o dígito pra dentro. — Foi o que pensei.
Leva os dedos a boca só pra sentir mais o gosto dela, antes de se desfazer do cinto e as calças e a cueca de uma vez só, como se fosse mesmo uma barreira inútil pro pau completamente duro e pesado pronto pra afundar fundo dentro dela. — Olha como sua bucetinha gulosa me chupa, querida. — Leva meio segundo pra ele guiar o resto dentro dela, atingindo o fundo sem nem uma dificuldade e enchendo a sala do som úmido de cada centímetro desaparecendo dentro dela, do jeito que tinha que ser. — Dá pra acreditar que eu demorei tanto pra mudar? Se eu soubesse que a maior recompensa, seria poder te comer o tempo todo e em qualquer lugar desse escritório, pra satisfazer as duas vagabundas que nós somos.
Era conversa fiada suficiente pro gosto dele, então tratou de apoiar as pernas dela em seus quadris e depois plantar as próprias mãos na beirada da mesa antes de começar a socar com força e sem preparo algum dentro de sua esposa, como se ela fosse um brinquedo pra ele perfurar e usar como bem entendia, do jeito que ele sabia que ela gostava de ser tratada. E ele não se arrepende, porque não tem nada mais gostoso que ouvir aquela mulher gritar de tesão e assistir o corpo dela todo tremer enquanto ele estica aquela buceta em volta do pau grosso, hipnotizado com o movimento dos seios dela pulando e com a mesa batendo contra a parede a cada investida.
É quando ele descobre que morreria pra ter aquilo todos os dias, o tempo todo, enquanto eles quisessem.
— Sua buceta tá pingando, porra, não para de apertar. — O que só o deixa mais faminto e desesperado por ela, movendo uma das mãos pra envolver seu pescoço, enquanto a outra planta um tapa estalado em seu rosto bonito. — Você é minha.
Não que isso não fosse verdade antes, mas aquilo tudo tinha mudado alguma coisa em seu cérebro e ele não sabia explicar o que.
Só que a vida prestava. E prestava pra caralho.
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Beautiful Trouble: Orfeu Lykaios
Eu peço perdão a todos os envolvidos aqui citados, pois ninguém mereceu. Ninguém.
Warning: tortura e assassinato de terceiros, sequestro de menor incapaz e moleque se metendo em problemas que NÃO SÃO DELE.
Sua irmã, Psique, está com uma das mãos completamente presa e agarrada em seu cabelo quando a mãe dos dois chega na sala e se depara com a cena nada amigável e fraterna entre os filhos, enquanto a cabeça dele fica a só dois centímetros de ser amassada contra a parede com força.
Orfeu até pensa em se defender, começar a chorar e dizer que a garota mais velha quer mesmo acabar com a vida dele, mas então se lembra da parte que o levou a explodir sua irmã com tanto ódio, que ele fica a tão pouco de se tornar camiseta da saudade.
Tudo começou quando Nero se recusou a sair pelas ilhas pouco habitadas em um barquinho para explorar, mesmo depois de ter lhe prometido, na escola, que eles iam passar o verão fazendo isso.
— Ele jurou, Psique. Ele jurou de dedinho! — Chorava estimado na cama da irmã, um bico deste tamanho. — E agora ele está me abandonando à própria sorte do tédio nessa Grécia…
— Já passou pela sua cabeça que ele só disse isso pra você parar de pedir e calar sua boca? — A mais velha o atiça ao mesmo tempo que tenta ser útil naquela discussão que ela quer que acabe logo, ao jogar uma almofada na cara dele. — Eu entendo seu amigo.
E aquilo o deixa ofendido, ofendido a ponto de atacá-la.
— Você não entende nada de amigos. Você é chata pra caralho e ninguém quer ser seu amigo!
E a cada “cala a boca”, era uma ofensa diferente que ele soltava. Seu cabelo é feio, suas blusas são bregas, você é só uma nerd chata. VAI, CHATA! FALA SUAAAAA CHATAAAAAAA.
Como ia explicar pra própria mãe que se ele está naquela posição de ter todos os dentes da boca quebrados, é por culpa dele mesmo? Como ia sair daquela situação sem um castigo enorme e ser impedido de dar as caras na copa mundial de quadribol também? Não ia, por isso ele começa a chorar e fazer drama, até a mulher mandar eles se soltarem e cada um ir pro seu lado.
Psique no andar de cima reorganizando seu espírito, enquanto ele ia na vizinha com uma cesta de doces os quais ele não tinha autorização pra comer.
— Ela se mudou no começo da semana e no meio da noite, ainda não tive oportunidade de conversar com ela diretamente, então quero que você vá lá e mostre um pouco de gentileza enquanto penso em um evento pra apresentar ela pro bairro. — Sua mãe aperta sua bochecha no final daquele monólogo cheio de instruções e informações, antes de dar um tapinha em sua testa. — Se ela não estiver em casa, volte. Não passe a cesta pela janela, nem abra a porta sem avisar ou ser convidado. Isso é feio e incomoda todos os nossos vizinhos quando você faz.
E ele quer mesmo abrir um berreiro, mais uma vez, pra se defender daquela acusação sem fundamento, mas ainda quer escrever uma carta para Nero antes do sol se pôr, então sai de casa sem mais nenhuma palavra a fim de riscar aquele compromisso logo de sua lista.
E é assim que ele vai resmungando o caminho todo até a casa antiga no final da rua, aparentemente vazia, mas que mesmo assim ele se aproxima só pra ter certeza. Até encontrar a porta entreaberta e jurar que pode ouvir vozes baixas conversando entre si lá dentro.
Talvez seja ela e o marido, talvez seja ela e uma vizinha mais ligeira que sua mãe, mas tudo que ele sabe é que já está empurrando a bendita porta e largando a cesta em qualquer lugar como se ela não fosse tão importante assim, andando pelo hall de entrada como se fosse dele e quase virando a esquina pra entrar na sala até ver algo que ele definitivamente não deveria.
Tem uma mulher coberta por um vestido e véu escuro sentada em uma cadeira, enquanto uma outra, com roupas tão normais quanto os gregos daquela ilha, está ajoelhada diante dela e aos prantos, cercada por outras mulheres com vestidos e véus pretos também. Tem uma caixa de mármore branca no meio de todas elas apoiada em uma mesa velha, e antes que Orfeu consiga respirar digerindo todas aquelas informações, a mulher na cadeira começa a falar de novo.
— Como teve coragem de nos deixar e levar ela com você? Irmandade não significa mais nada? — A mulher alcança acena a varinha no ar e automaticamente, o braço da moça no chão se levanta, como se estivesse sob efeito da maldição Império e não porque ela realmente quer. — Se você tinha mesmo algum problema com o que te mandamos fazer, deveria ter nos avisado… Mesmo que isso não fosse salvar você dessa sua malcriação, e nem perdoá-la por ter deixado de acreditar no nosso propósito.
A mão da moça no chão, com muito custo, entra na lateral da caixa de mármore e o que vem depois, é diferente de tudo que Orfeu já tinha visto na vida. Os olhos dela ficam tão grandes que parecem saltar de seu crânio, enquanto ela grita e se debate de uma maneira quase demoníaca na frente daquele grupo que não faz nada para salvá-la ou diminuir sua agonia, e quando termina, com ela completamente inconsciente no chão, é como se o tempo tivesse parado só pra ele analisar o resto.
O jeito que o braço dela cai no chão e sua mão foi embora, dando lugar a um amontoado de carne podre e escurecida. Então como uma das mulheres se inclina sobre seu corpo pra colher as lágrimas de seu rosto e guardar em um vidro de mármore, o guardando depois como se fosse muito precioso pra perder. O cérebro de Orfeu só entra em pânico e alerta quando ele percebe que aquelas mulheres vão começar a desmembrar aquela moça enquanto ela ainda está viva, porque ele chega tão rápido do lado de fora que acha difícil elas não terem ouvido nada.
Mas ele não pode gritar quando chega nos fundos da casa, porque tem outra mulher descendo pela janela como se ela sozinha fosse capaz de flutuar sem uma vassoura ou feitiço propriamente dito. Tem um bebê em seus braços, que ela carrega como se fosse dela, mas Orfeu sente que ela e a criança não são nada uma pra outra.
— Eu sei, eu sei que você não queria que as coisas fossem assim… Bom, e nem eu. Mas é assim que é, é assim que sempre vai ser. — A mulher diz consolando a criança no sling de tecido, dando tapinhas em suas costas que logo a fazem parar de chorar pelo susto. — Eu vou te levar de volta pra casa, onde você pertence de verdade.
As roupas que ela veste são tão esquisitas quanto as das mulheres lá dentro, mas ela usa um tom acinzentado, como se fosse um fantasma, e nem um véu pra cobrir seu rosto também, até ela desaparecer tão rápido quanto apareceu e não deixar nem um rastro para trás.
Mas ele sabe que nunca mais vai esquecer.
E nem deixar que seus amigos não saibam o que ele viveu no verão.
— Eu. Não. Estava. Chapado. Porra, por que vocês estão dizendo que eu tava chapado? Eu ia saber se estivesse! — Bate a mão na mesa bem na cerimônia de abertura do ano letivo, olhando com os olhos arregalados de Cressida para Nero, antes de continuar. — Eu vi a porra de um culto, eu vi uma mulher sendo esquartejada e uma outra levando um bebê embora e ninguém acredita em mim. Caralho, como é difícil ser testemunha de absurdos!
E antes que ele possa continuar insinuando que seus amigos são uns preconceituosos por acharem que ele vive de maconha — o que às vezes é sim verdade —, um dos professores mais antigos e seculares do colégio se levanta e acha de bom tom pedir a atenção dos alunos e professores pra apresentar Ms. Selene Onassis, herdeira de Creta, e a mais nova professora de adivinhação para o terceiro e último ano.
A parte de uma herdeira precisar trabalhar é o que pega primeiro, porque o que vem depois o deixa ansioso e horrorizado pra caralho, já que a mulher se levantando é a mesma da tarde em que tudo aquilo aconteceu.
O mesmo cabelo, os mesmos olhos, a mesma aparência de alguém que tinha sido fabricada pra ser extremamente bonita e agradável aos olhos no geral, porque não tinha uma só pessoa naquele jantar que não tivesse toda a atenção em cima dela, como se fosse a própria aparição de Afrodite na frente de todos eles.
Uma pena que ela sequestrava bebês.
— Gente. É ela. A MULHER DO SACO É NOSSA PROFESSORA DE ADIVINHAÇÃO!
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Beautiful Chaos: Gabriela Perez
Qualquer semelhança com o plot de Encanto e We don't talk about Bruno é mera coincidência.
Warning: negligência parental, família um tanto quanto disfuncional, menções a violência doméstica (mas envolvendo terceiros) e traição, que não é exatamente uma traição. E, é. Cenas explícitas de sexo.
Quando você nasce com um dom que não dá pra perceber e nem detectar antes, fica meio explícito que pelo menos na maior parte da sua vida, as coisas vão ficar muito difíceis e confusas antes de você saber como lidar e controlar.
Porque no auge dos meus cinco anos, eu não sabia como contar pra minha mãe que tinha visto, em um sonho, meu pai “amar” com muita intensidade outra mulher além dela atrás do nosso galinheiro.
Então, dá pra imaginar: a pequena eu revelando aquele segredo com essas palavras, depois pegando na mão da mais velha e a levando para a casinha das nossas galinhas e pintinhos, só pra dar de cara com o então senhor meu pai a um passo de cair de boca nos peitos da nossa vizinha. Eu fiquei horrorizada, traumatizada, e ainda mais depois de ver eles discutindo e meu pai acertar um tapa no rosto da minha mãe, como se eu não fosse uma criança e nem merecesse não presenciar uma monstruosidade daquelas.
Depois que ela mandou ele sair de casa e ficamos eu e meus irmãos praticamente órfãos de pai, fiquei conhecida na nossa vila como a menina que via o futuro.
Mas só a parte ruim.
Porque não tinha nada de divertido realmente só ver as coisas ruins daquela vila, e ainda ser língua solta demais pra não guardar as informações pra mim mesma.
— Eu vi seu filho mais velho, apostando na loteria todas as economias da sua vendinha… — Contava para a mulher dona da loja de biscoitos lá perto de casa, depois dela me oferecer um pratinho com biscoitos de nata, na maior inocência, quando minhas pupilas ficam dilatadas e me sinto entrar em um transe superficial. — Ele vai trazer ruína e desgraça pra todos vocês, porque ele vai perder.
Nem preciso dizer que eu não terminei de comer aqueles biscoitos de nata, e nem que ela mandou minha mãe vir me buscar aos gritos, o que me deixou assustada e profundamente chateada depois de perceber que eu não me lembrava de nada e que aquela reação tinha sido sem cabimento.
Uma semana depois e a loja de biscoitos foi vendida pra outra família do nosso bairro, porque a anterior realmente tinha ficado sem grana e mal tinham o que comer, mas não pense que a culpa recaiu sobre quem deveria porque mais uma vez, eu tinha saído como errada.
Eu não era só a menina que via o futuro ruim das pessoas, agora eu também era amaldiçoada.
E todo mundo sabe que quando isso acontece, é muito difícil sua vida não virar um inferno e você uma espécie de animal exótico.
“Gabriela, amanhã vai chover e ter enchente?”
Sim, vai sim.
“Eu vou ficar careca?”
E como vai…
“Meu peixe vai morrer?”
Você está vendo ele boiar nesse aquário tanto quanto eu agora, né? Só pra saber.
Todos os dias na escola foram iguais, todos os dias na faculdade também foram iguais, e eu sabia que a vida ia continuar sendo a mesma se não tratasse de escolher outro lugar pra ser professora, quando fiz a besteira de mandar vários curr��culos e perguntar minha bola de cristal como as coisas iam ser, e ser recebida com uma visão ainda na minha casa com minha família.
Mas não era qualquer visão, porque eu estava amarrada a cabeceira da minha própria cama, fugindo das sapatadas da minha irmã mais velha, enquanto minha mãe gritava que eu era mesmo uma desgraça pra todos nós.
Seja lá o que for, parecia mesmo um sinal de que eu tinha que ir pra longe, então acabei adicionando uma escola na Ásia no meio da lista, mesmo sabendo que talvez eu não fosse o tipo de perfil que eles queriam.
E depois disso, eu fui viver.
E viver, pelo menos pra mim, consistia em dar pra um grande gostoso que finalmente tinha visto em mim uma grande gostosa em potencial.
O vizinho da casa da frente, cinco anos mais velho que a eu recém formada da faculdade, com o pau marcando na hora que lhe dei boa tarde lá na rua e agora estava socando aquela rola grossa tão fundo na minha buceta, que eu conseguia ver estrelinhas em cima da minha cabeça. Era quente, rápido e forte e só não tinha me jogado pra fora da cama ainda, porque o cinto dele estava prendendo meus pulsos na cabeceira, enquanto ele marcava minha bunda e rosto com um tapa mais pesado que o outro.
Naquela altura, eu não me lembrava mais da possibilidade da minha mãe ter voltado da feira e estar ouvindo que eu não via a hora de levar leitada no fundo e que ele desse macetada na minha bunda também, mas ainda tinha como piorar. E piorou mesmo.
— Você é tão gostosa — Mete, mete, mete. Ah, olha o dedo no cu! — Você é ainda mais apertada que a sua irmã.
É o que, meu amigo?
Ah, então era assim que aquela visão começava. Era assim que minha buceta secava igualzinho o deserto do Saara e eu tirava força do meu íntimo pra me afastar da rola duríssima daquele homem até ficar sentada na cama, bem na hora que minha mãe e irmã esmurram a porta do meu quarto até derrubar ela no chão.
E era assim que eu terminava segurando a cabeceira da minha cama na frente do meu corpo, sem conseguir me soltar das amarras do cinto, pra me defender das sapatadas da minha irmã que acabou de descobrir que o namorado estava comendo sua irmãzinha caçula depois deles terem assumido relacionamento três meses antes de eu voltar pra casa.
Incrível como o bairro todo teve tempo de se pendurar na minha janela pra ver a cena, mas não teve UMA ALMA VIVA pra me avisar que eles tinham se prometido um pro outro.
Aí, que vergonha.
Mas eu não espero que Ms. Oh entenda minha urgência em conseguir a moradia de professor em Maejig Senteo, e nem que aquele emprego vai ser tudo pra mim e pras minhas economias esse resto de ano, quando ela sorri e me entrega o que parece ser um kit de boas-vindas ao corpo docente de seu colégio.
Não quero que ela saiba também que fui expulsa de casa e não tenho mais com quem contar fora daquele lugar, mas faço o meu melhor pra mostrar que eu consigo.
— Eu fico feliz pela resposta positiva da senhora, e fico feliz pelo processo ter sido tão rápido. Eu realmente preciso do emprego e dessa experiência. — Falava com a mão apoiada no meu coração enquanto abraçava a cesta de frutas e comida chique com o outro braço, quase chorando na frente daquela moça peituda e vestida igualzinho a Morticia Adams. — Eu sei que meus planos de aula ainda não estão claros, mas eu juro…
— Eu não escolhi a senhorita só pelo seu currículo brilhante, mas também porque acredito que vai ser uma boa adição pro nosso quadro de profissionais, já que não pensou duas vezes em se candidatar pra nossa vaga mesmo sabendo dos problemas políticos que andamos enfrentando. — Daisy é mais rápida em me tranquilizar, segurando minha mão por cima da mesa com gentileza, antes de se afastar e voltar pra postura de pessoa gato preto. — Não existe futuro ruim. Eu acredito que a senhorita vai fazer um bom trabalho, nós todos acreditamos.
E de repente, era só o que eu precisava ouvir: algo pra acalentar meu coração e minha alma culpada, ao me levantar já me sentindo renovada e esperançosa com o futuro mesmo, pronta pra sair e entrar na nova temporada da minha vida, até observar uma pilha de cartas no canto de sua mesa e sentir uma energia de mágoa e incerteza emanando daquele papel.
E eu não sei como eu sabia o que dizer e como dizer aquilo, mas o fiz quase sem sentir.
— A senhora também vai ter um futuro bom, Ms. Oh. Não duvide disso.
E parecia que pela primeira vez na minha vida, eu tinha mesmo sentido algo bom.
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Beautiful legacy: Kim Jae Chal, or our lovely "JC".
Warning: só paternidade saudável e pessoas responsáveis, graças a Deus.
Ele gostava de ser sempre o primeiro a chegar no escritório de MeiMei no final da semana, perfeitamente alinhado e posturado, com a pasta contendo seus planos de aula debaixo do braço, morrendo de medo de encontrar Hao no meio do caminho e ficar preso naquele corredor até tarde da noite.
Por que isso? Por que aquilo? JC, ME DA ATENÇÃO!
— Melies disse que pode aplicar as atividades e corrigir os deveres pra mim na semana que vem, e é a pessoa que eu mais confio, depois do Akira, de cuidar dos meus documentos enquanto eu tô fora. — Se justificava para a amiga mesmo sabendo que não precisava, devolvendo o sorriso gentil de Choi ao pendurar as mãos nos bolsos da calça social. — Minha rarmoni e a companheira dela vão tirar uns dias pra ir pra praia, então preciso voltar pra casa pra Masha conseguir trabalhar em paz e respirar também. Sabe, as meninas são muito grudentas.
— Eu vou acreditar que isso é só sobre as meninas, e não que o grudento é você. — Mei comenta com um suspiro, antes de acenar a mão como se o liberasse. — Posso te manter em contato caso a gente veja sinais do Seok por aí?
— Sempre.
Mas enquanto ele estivesse livre de preocupações e sem emergências ou urgências, ia cuidar só dos próprios assuntos.
Os únicos que lhe interessam de verdade.
— Você só pode ser um bom filho ou bom marido, não dá pra ser os dois. — Sua avó lhe contava pela milésima vez, enquanto os dois se penduravam na janela de casa pra ver a briga na casa da vizinha, ele muito pequeno pra alcançar o vidro ou entender aquela baixaria toda, mas se sentindo muito entretido com a confusão. — E é uma pena que nesse país, as pessoas prefiram honrar a casa da qual elas vieram e não a que elas vão construir, de fato.
Mais tarde, alguém lhe conta que naquele dia, sua vizinha, Mrs. Bae, estava brigando com o marido depois dele não ter lhe defendido das ofensas da própria mãe pra cima dela, que além de serem descabidas e violentas, tinham partido o coração dela que se dedicava muito pra ser uma boa esposa sem receber nada em troca.
Ele lembrava bem do tom amargo de sua mãe relatando aquilo como Mrs. Bae fosse a vilã e não a vítima, quando a própria sogra, mãe de seu pai, sempre lhe apoiava a botar o marido nos trilhos e cobrar a ele o papel de indivíduo acima de qualquer coisa.
“Aí, essas mulheres de hoje em dia. Acham que casamento é só pra ser bom e que não tem partes ruins, querem que os maridos sejam sempre bons, sempre tudo… Daqui uns dias, vamos ter homens cozinhando até no chuseok.”
Sua rarmoni sempre cobria suas orelhas pra não ouvir aquelas abobrinhas, mas era claro que ele conseguia ver o desdém e julgamento no rosto de sua mãe, na forma como ela difamava a própria vizinha, e como achava que a Coreia do Sul estava perdida mesmo.
Ele não sabia se era mesmo tão grato assim por ser filho único e homem.
Porque se não fosse por sua personalidade tranquila e total controle de suas emoções e sentimentos, tinha certeza que não ia ter aguentado o ensino médio todo, e que antes mesmo de chegar na metade da faculdade já ia ter virado estatística e notícia depois de pular de um prédio por aí, como tantos jovens iguais a ele.
Mas muito além de pensar em suicídio por causa da pressão do sucesso e misoginia dentro de casa, ele passava a maior parte do tempo mesmo era tentando entender o que acontecia na cabeça da única garota estrangeira que ele conhecia, e que jurava que ia ser sua esposa um dia.
— Aí, Masha. Você não devia ter mandado outra garrafa de soju pra dentro… — E dizia aquilo preocupado enquanto deixava ela se apoiar nele, segurando seu rosto para cima pra não correr o risco dela passar mal, depois deles terem saído do bar universitário e ela mandar esse comentário. Do mais absoluto nada. — Olha só pra onde seus pensamentos estão indo, querida…
E ele dizia aquilo com carinho, com todo carinho que um rapaz poderia ter por uma garota… Uma garota que não podia ser dele, por mais que ele quisesse muito, e que ficava tão bonita fazendo beicinho e dizendo que não tinha bebido tanto assim, antes de o abraçar tão forte que parecia que eles iam se fundir.
Ele gostava do cheiro do cabelo dela, do sorriso que ela mantinha sempre no rosto, de como ela era inteligente e dedicada e gostava tanto de história quanto ele. Gostava da forma como ela parecia sempre estar brilhando e como era confortável sentir ela tão perto dele, como se eles fossem mesmo pra ser.
Ele gostava dela, às vezes achava que já a amava, e isso era tão ruim.
— Você não tem desculpa, você não tem obstáculos no caminho. — Sua rarmoni o acusa certo almoço de domingo, lhe apontando uma colher de madeira, ao passo que a outra senhora na cozinha, a quem ele também carinhosamente chama de rarmoni, escolhe sair do recinto quando a briga começa. — Pegue essa garota e faça dela sua, Kim Jae Chal!
— E submeter ela a uma vida infeliz por que nunca vai ser aceita pela minha parte da família? Rarmoni, isso vai adoecer ela! — Ele se defendia com as mãos jogadas na altura dos ombros, apavorado com aquela explosão.
— Então não seja um bom filho, seja um bom marido!
E era só olhar para aquela casa e todas as memórias de sua avó, pra saber que ela sabia o que estava dizendo.
Como ela mantinha uma estante para as fotos de família antiga que tinha com seu avô, pai e tios, sempre felizes e alegres e expostas com orgulho, bem ao lado das fotos que ela mantinha com sua companheira, no auge dos quase setenta anos, em registros mais atuais como polaroides e impressões de gráfica trouxa, tão felizes e importantes quanto, representando as duas fases de uma única pessoa que foi feliz nas duas, mas mais naquela em que ela podia ser livre de verdade.
— Eu só sobrevivi e passei por tudo, porque seu rarabodji escolheu ser um bom marido e me tomar como dele, quando ninguém mais quis quando os boatos começaram a se espalhar. — A senhora diz com mais calma, se aproximando de JC com cautela, antes de apoiar uma das mãos na cintura. — Ele era meu melhor amigo, acima de tudo, e entendia como meu coração se sentia com tudo aquilo… Antes de existirem as paradas do orgulho e antes de vermos duas mulheres na televisão e nos livros, como amantes e não só melhores amigas. — Quando JC se aproxima pra abraçá-la, ela aceita, assim como o abraça de volta. — Não estou dizendo que meu desafio foi maior do que o seu, mas quero que saiba que se é de apoio que você precisa… Sua rarmoni não vai te deixar. Eu escolho ser uma boa rarmoni, sua única família e porto seguro, se for só isso que lhe resta.
E ela foi mesmo a única na sua cerimônia de formatura, a única lhe ajudando a escolher um anel de noivado para Masha, e o único membro de sua família ao seu lado na cerimônia de casamento quando eles se unem como um só clã. É pra ela que ele escreve cartas quando começa a viajar pra se especializar ao lado da esposa, e é ela a primeira pessoa folha da sua bolha de amor que fica sabendo que ele vai se tornar pai.
— É uma menina.
— Como tem que ser.
— Minyeon roeu a coleirinha de pulso de novo, vamos precisar providenciar outra. — A tranquilidade com que sua avó lhe informa aquilo, contrasta muito com o sorriso atentado de sua filha mais velha, que olha toda a situação segurando a barra da saia daquela senhora, como se seus dentes nem fossem tão potentes assim. — Talvez uma corrente seja mais eficiente da próxima vez.
Ele escolhe não saber todo estrago e atrocidades que aquela menina deixou pelo caminho até perceberem que ela já estava longe, muito longe de ser vista, então parte para a única ação que precisa de sua atenção: ser um bom marido, que convenhamos, é a parte favorita dele.
— Quando eu digo na escola que o senhor sempre lava a louça e cozinha todas as refeições, minhas amigas ficam horrorizadas. — Minyeon diz com uma doçura que ele não entende de primeira, até ela completar com um comentário. — Então eu vou lá e digo que os pais delas são frouxos, e os irmãos delas também.
Não parece prudente castigar sua filha por amaldiçoar tantas linhagens de uma vez, então ele só toca em seu ombro, antes de expressar um pouco de ternura.
— Achei foi pouco.
Porque ele adora ser útil, ele adora ter o que fazer e sair por aquela casa tentando tornar o ambiente limpo e organizado e confortável pra todas as pessoas que moram nele, mas principalmente sua esposa e filhas, todas que ele prometeu ser fiel e bom pelo resto da vida. E é sobre como ele consegue fazer as meninas tomarem banho, arrumar o cabelo e ir pra cama depois de comer todo o jantar e juntar os brinquedos, e com certeza é sobre como ele ama fazer o mesmo com a esposa e sua barriga estourando de grávida, porque ela nunca, jamais, vai deixar de ser responsabilidade sua.
— Eu posso saber pra onde seus pensamentos estão indo agora? — Sussurra pro bebê chutando a barriga de sua esposa, antes de encostar a orelha sobre sua pele, enquanto mantém uma das mãos unidas com a dela. — Porque eu não vejo a hora de ouvir tudo o que você tem pra dizer, querida.
Ele esperava que sua caçula amasse aquela família tanto quanto ele amava cada parte dela.
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Beautiful curse: Selene Onassis
Eu já sei que posso perder esse plot a qualquer momento, favor não tumultuar. 🤧✌️
Nota de conteúdo: referências das Bene Gesserit de Duna e o mito das Moiras estão aqui pra construção da personagem sim, mas se fundindo e adaptados pra fazer algum sentido no que eu queria pra ela. Porque é, eu gosto desse surto de mulheres malucas por poder tentando se enfiar em todos os cantos, dos mais simples aos mais relevantes, só pra controlar o mundo e decidir quem vive e quem morre ao pé que se sacrificam e aos próprios filhos só pra seguir o mesmo pensamento.
Warning: assassinato, sequestro de menor incapaz, tortura (psicológica e física), discussões sobre objetificar mulheres em um geral e seita religiosa.
Eu conseguia listar pelo menos cinco lugares os quais gostaria de estar que não do lado de fora de uma casa abandonada, às duas da manhã, não usando nada além de uma capa e um véu escuro mesmo que tudo estivesse escuro e gelado ali do lado de fora.
Em casa, dormindo, claro, como a maioria das pessoas naquela ilha com certeza era a primeira e melhor opção, de um jeito que eu conseguia sentir até o calor do meu cobertor e o cheiro de rosas do meu lençol quando fechava os olhos e me imaginava em casa, mas cai por terra no segundo que escuto a voz da minha mãe ecoando dentro da minha cabeça, e me lembro que hoje não sou só a filha dela, e nem ela só minha mãe.
Hoje sou seu soldado, e ela minha Líder, que está furiosa.
Eu quero que você suba as escadas e recolha a criança.
Meu corpo me leva para frente e para fora da floresta mais rápido que meu cérebro consegue registrar, mas me conecto com o resto do espaço assim que chego na soleira da porta podre e caindo aos pedaços e percebo que já está aberta, e que tem outra mulher da força tarefa da minha mãe vasculhando as salas vazias naquele andar de baixo, como se pra me cobrir.
Então, quando subo as escadas e encontro o único quarto que me importa, todo o resto se torna automático também: achar a garotinha de quase dois anos descansando em um berço muito confortável e cheio de brinquedos, colocar no suporte de tecido que está preso ao meu corpo e abraçá-la como se fosse minha, como eu já tinha feito algumas vezes e em outras situações parecidas, antes de levá-la embora também.
Eu não tenho permissão pra ficar durante a punição da mulher que elas encontram no andar debaixo, assim como sei que nunca mais vou vê-la… Pelo menos não no lado dos vivos, como todas as outras que fugiram antes dela.
E nem por isso, ela não merece uma homenagem a todas as suas memórias e legado na missa do dia seguinte, com alguém de patente mais alta derramando o que dizem ser as últimas lágrimas que ela produziu, antes de encontrar suas ancestrais, em um grande reservatório de água que fica no meio do nosso templo. Todas são obrigadas a agradecer em voz alta tudo o que aquela mulher já fez por nós, assim como todas são obrigadas a prometer, mais uma vez, que nunca vão abandonar aquela irmandade e correr o risco de terminar como ela.
A maioria não faz porque quer, mas sim por medo e eu não sou diferente.
A pior parte é deixar sua prole sozinha.
A pior parte é ser torturada até morrer.
A pior parte deve ser acreditar que realmente consegue sair desse lugar.
Mas pra mim, a pior parte com certeza é ter nascido aqui e não ter como escolher.
Eu sempre fui filha da minha mãe, aquela que conseguiu seduzir e se casar com o homem mais rico, influente e poderoso de Creta. Aquela que conseguiu se tornar a líder religiosa da nossa sede, palpitar em todas as decisões do nosso clero e decidir como cada uma das servas da nossa igreja iam viver e com quem iam prosperar, visando sempre uma linhagem pura e cheia de ramificações úteis pro nosso propósito maior.
— Nós queremos um mundo sem guerras, sem arrogância e nem demonstrações de poder de qualquer que seja o lado, se forem capazes de machucar pessoas e dizimar grupos inteiros. — Ela dizia todas as vezes que lhe questionava o que estávamos fazendo naquele amontoado de mármore em uma ilha que ninguém se dava o trabalho de lembrar, reunidas e trancadas a maior parte do tempo pra rezar pra deuses que sequer nos davam sinal de existência, mas mesmo assim cobravam muito e de todas. — Estamos aqui pra fazer a diferença, mas sem o luxo de estar à frente desse algo maior. Você está aqui pra fazer essa diferença também, mas só até onde te compete fazer e estar. Onde eu quero que você exista.
E ela sabia disso desde o dia que soube que estava grávida de mim, desde o dia que costurou minha linha da vida e decidiu quem eu ia ser e todos aqueles que iam cruzar o meu caminho, porque a parte que eu podia ver o tempo muito antes dela e prever o futuro de verdade, nunca foi uma questão pra ela.
Eu jamais diria não pra pessoa que me deu a vida, e se um dia me questionasse por isso também, ela contava com meu temor acima de tudo.
Porque eu acreditava mesmo que não tinha outro propósito além de me oferecer pra ser professora de adivinhação naquela escola, me tornar membro influente do corpo docente e seduzir o professor de História da magia que, coincidentemente, também era filho de uma pessoa influente e de uma ilha que meus pais queriam agregar ao nosso pequeno império ainda nessa década. Em breve, eu me tornaria uma esposa, então mãe de uma menina, mesmo que já tivesse visto um menino perambulando por uma casa que eu não conhecia, esperando que eu escolhesse ser mãe dele e só dele.
Eu só precisava daquele vestido de decote enorme, estar tão bonita e brilhante quanto Afrodite, bater naquela porta e…
— Como assim ele aplicou pra outra escola?!
Pensar em um jeito de sumir daquele lugar antes que fosse tarde demais.
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Problematic Fave: Mia Baudelaire
Warning: porn quase sem contexto e um surto lá pro final 🗣
As pessoas falavam muito sobre nunca esquecer a primeira vez fazendo sexo com alguém, mas só porque ninguém falava como era fazer sexo bom de verdade pela primeira vez também e como era quase alucinante a sensação de gozar na primeira metida bem dada de um cara que você tinha acabado de conhecer.
Porque tudo o que Mia sabe — além da parte que deu um perdido em Leandro antes e quase desistiu do encontro dos dois depois — é que ele é engraçado e fofo e educado e fez ela rir e se sentir bonita várias vezes naquela noite, assim como sabia que ele tinha pegada e beijava muito bem depois de se deixar dar uns amassos com ele na rua e sob todas aquelas estrelas bonitas no céu. Então ela meio que fica feliz por ter decidido convidar ele para aparatar na casa dela, e que eles não esperaram ela terminar de abrir a porta pra se beijar de novo.
Porque só desse jeito agora ela também sabe que ele chupa uma buceta como ninguém e gostou de encher a mão na bunda dela enquanto ela se esfregava na cara dele, só uns minutos atrás, antes dela gozar tanto e tão rápido que perdeu o fôlego e quase o sufocou entre suas pernas. Ouvir ele gemer de prazer por causa do gosto dela e depois o sentir na boca dele em um beijo foi gostoso pra caralho, inclusive, de um jeito que ela acha que nunca vai conseguir esquecer.
“Leandro, eu…” “Você é tão…” “Eu preciso…” e talvez ele também nunca esqueça como cada gemido manhoso dela terminou com um suspiro suave e necessitado, toda vez que ele a preenchia tão fundo que ela conseguia sentir sua buceta sendo alargada de um jeito que ninguém nunca tinha feito antes. É delicioso sentir ele segurando sua cintura enquanto come ela de quatro feito uma vagabunda, mas fica melhor ainda quando ele acerta um tapa em cada bochecha de sua bunda e a prensa no colchão antes de começar a socar com força suficiente pra fazer sua cama ranger e bater contra a parede do quarto.
Ela não sabe como ainda tem forças nas pernas pra montar nele, só que precisa dele perfurando sua buceta de novo e que quer ver o rosto dele enquanto fica empalada até sentir aquelas bolas cheias contra sua bunda, extremamente satisfeita quando descobre que ele é do tipo que encara e logo se ocupa em chupar seus peitos pra não perder a oportunidade.
— Por favor, não para… — Murmurava ao jogar a cabeça levemente para trás, completamente bêbada com a sensação da boca dele marcando e sugando os bicos sensíveis enquanto ela rebolava com aquele caralho enterrado no fundo. Ele podia marcar todo o corpo dela se quisesse, ela que não o impediria, não enquanto estivesse gozando em cima dele de novo.
Depois que ela quica nele mais duas vezes e o deixa dedar seu rabo com toda a porra que escorreu da buceta dela, com a promessa de que ia deixar ele meter lá um outro dia, ela acha muito doido que passou horas madrugada a dentro sendo macetada daquele jeito e que agora esta sentada e tranquila em cima da cama, com a buceta inchada e melada e o corpo todo superaquecido, esperando aquele garoto voltar de seu banheiro com uma toalha por que ele precisava cuidar dela.
Mia quer tomar banho com ele, então comer algo na cozinha com ele, e talvez até mamar ele na sala até drenar o resto que tenha ficado para trás, quando vê um Leandro Ohashi andando na direção dela. Chorando…?
Aí, meu Deus do céu.
— Pelo amor de Deus, não me diz que você namora e tá sentindo culpa por ter traído a dita cuja!
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There's no place like home: Isabelle Melies
Nada demais, só um texto de healing que fiquei devendo pra diva e ficou fofo. Emocionada, né, fazer o que.
Warning: lembranças de uma infância e adolescência emocionalmente difícil e que refletiu danos até a vida adulta, negligência parental e momentos na vida de uma pessoa que conviveu/convive com a bulimia e finalmente tem o suporte e tratamento adequado pra isso.
Fontes? Eu mesma. Então não foi preciso.
Ela gosta como os corretores em Seul parecem muito mais interessados em vender casas e despachar inquilinos do que as pessoas lá em Paris, porque Mr. Nam lá embaixo, só faltou convidar a ela e Sejun — que ele ainda nem conhece diretamente, mas considera muito! — pra tomar soju com a avó dele no fim de semana.
Quando Isabelle questiona se aquela senhora sabe que é uma senhora, Mr. Nam diz que ela sabe, sim, e que além de Soju ela adorou saber que ia ter uma menina bonita morando no apartamento deles.
— Ela gosta de estrangeiros, sempre dá preferência pra vocês quando colocamos pra alugar porque esse bairro tem muitas escolas de coreano e atendimento em outros idiomas. — O homem mais velho diz de uma maneira que a deixa confortável com aquela informação e não exatamente sendo coagida pra assinar o contrato, o que é algo bom. — Ela acha a senhorita bonita e que vai atrair mais pessoas pra alugar os outros apartamentos.
— A avó do senhor sabe que eu tenho um noivo?
— Sim, e ela acha ele muito bonito, também.
Antes que a loira possa concordar e começar a discorrer sobre seu noivo bonito e atencioso, que só não está ali ainda porque precisava lidar com irmão e melhor amigo o procurando até nos bueiros pra beber naquele verão, Isabelle começa a explorar o apartamento por conta própria enquanto Mr. Nam a deixa à vontade e só de vez em quando faz a divulgação dele.
O bairro é muito limpo e organizado e tudo funciona muito bem, e já tinha dado pra ver na avenida lá embaixo, com a rua toda limpa e árvores podadas, sem nem um rato enorme como era comum lá em Paris. A vizinhança é calma também, de um jeito que só dá pra ouvir as crianças brincando no parquinho e senhorinhas encontrando suas amigas senhorinhas pra aula de ginástica ao ar livre, o que a deixa feliz porque uma nerd feito ela que lê quase o dia todo, precisa de silêncio mesmo.
E claro, o espaço é ótimo, mesmo que seja pequeno.
— É ideal pra um casal e perfeito pra uma pessoa solteira, os dois quartos são bons e a senhorita pode decorar e modificar como quiser. — Uma cozinha que funciona, uma sala que dá pra receber pessoas, ela até acha que consegue colocar uma mesa de jantar bonita ali antes do corredor pros quartos e ficou completamente apaixonada quando descobriu que no quarto principal, o sol se faz presente o dia todo através da janela. — Sua sacada também tem uma vista bonita e o nascer do sol aqui é incrível, sem falar nos restaurantes de ramen lá embaixo. Todos funcionando 24 horas por dia.
Aquilo a deixa radiante, interessada de verdade, porque assim já tem certeza que nunca vai queimar aquela casa tentando cozinhar alguma coisa e então ela e Sejun vão poder comer fora todo dia, sem falar da parte que ela vai poder passear o tempo todo e nunca ficar entediada com o movimento daquela região, o que com certeza vai deixar Amalia animada quando for visitá-la.
É tudo perfeito, parece até que foi feito pra ela.
— Quando o senhor quer assinar o contrato?
Porque pra ela, aquele lugar já parecia um lar em potencial.
Quando ela tinha dezessete anos e retornou de seu último ano em Beauxbatons, a casa de sua família era tudo, menos um lar, principalmente quando ela percebeu que nunca mais ia ter férias escolares como desculpa pra se enfiar na casa de Jules ou Basile.
Ela se lembrava de todas as vezes, desde os dez anos de idade, do bico enorme que sustentava no rosto pros meninos, implorando pra eles pedirem aos próprios pais e responsáveis para convidar ela pra passear naqueles três meses. Sua família é mais legal, lá em casa vivem brigando comigo, eu vou poder comer de tudo, ninguém vai ser malvado comigo e gritar na minha cabeça. Eu adoro a sua casa. Eu queria ter outra família.
Ela vomitou o jantar todo, pela ansiedade natural de ter comido na frente de todas aquelas pessoas e o pensamento quase automático de como seu corpo ia ficar depois, mas principalmente de nervoso com a ideia de que aquela ia ser a vida dela agora, com sua mãe dizendo que ela não tinha falado nada demais quando perguntou se suas roupas ainda estavam servindo, “porque dá pra ver como você tá enorme”, e seu pai quase colocando a porta no chão depois dela se trancar no banheiro.
Não dava nem pra respirar, ela mal conseguia pensar. Se aquilo era mesmo uma casa, porque então ela se sentia presa e sem esperança nenhuma naquele lugar?
Ela fica tão feliz quando descobre que no primeiro restaurante que ela e Sejun colocam os pés, eles tem o mesmo ramen que ela ama comer em Maejig Senteo e que eles não julgam seu coreano formal e meio travado quando ela faz os pedidos sozinha.
Ela não se importa com a quantidade absurda de comida que é comum naquele país, nem com as calorias que ela costumava ficar contando até o começo do ano anterior, porque a única coisa que ela consegue pensar é no quanto tudo aquilo é bom e maravilhoso, poder ter uma refeição com alguém que ela ama e está tão feliz quanto ela com aquela experiência.
É bom quando ela consegue comer tudo e não se sentir culpada por isso, é bom quando ela não recusa a sobremesa quando Sejun diz que vai comprar uma pra ela, e é bom chegar em casa e ir direto pra cozinha tomar sorvete com todas as jujubas que ela merece. É bom ter refeições sem estresse e sem terror, e é melhor ainda quando ela percebe que finalmente consegue fazer algo tão simples quanto aquilo e que está se curando aos poucos.
Sua terapeuta fica orgulhosa.
Ela também.
— Amalia, acorda! Acorda! A gente vai perder o nascer do sol!
Porque quando ela chamou a garota italiana pra uma festa de pijama só de meninas e elas desmaiaram na sala de estar, no meio de todas aquelas cobertas e almofadas cor-de-rosa, essa nem era mesmo sua intenção, até acordar primeiro que a ruiva e perceber que elas iam poder viver aquilo juntos.
— Não fica emburrada, Mr. Nam disse que vale a pena. Vamos, vamooooos — Implorava com todas as suas forças enquanto apertava as bochechas da outra, antes de apoiar um dos pés em seu estômago sem querer na hora de levantar e quase cair em cima da mesa de centro. — Por favor, por favor. Você precisa fazer isso comigo.
Ela não tinha irmãos, nem primos distantes e a vida crescendo sozinha tinha sido muito complicada com todos aqueles adultos que nunca lhe respeitaram e a obrigaram a amadurecer mais cedo. Então, mesmo que ela tivesse amigos e tantas pessoas próximas a assistindo e ficando felizes por ela, era diferente de um jeito que já não dava pra consertar, mas que nada realmente lhe impedia de tentar.
Mesmo que tivesse passado a noite toda enrolando o cabelo de Amalia e fazendo trancinhas, mesmo que tivesse lhe feito assistir todos os filmes de menininha e cantar todas as músicas de todos os musicais do mundo, e mesmo que tivesse a obrigado a se espremer em sua sacada minúscula pra ficar sentada no chão olhando a madrugada dar lugar pra manhã, aquelas experiências ficavam mais importantes quando tinha alguém que ela considerava família por perto.
— Você é uma das minhas pessoas favoritas no mundo todo e fico muito feliz por não ter desistido de mim. — A loira diz pra ruiva, jogando o próprio cobertor em cima dela enquanto o céu sai do lilás pro rosa, então azul. — Você sempre vai ser família, sempre.
Porque do mesmo jeito que casa era sobre onde se constrói uma e não sobre de onde se vem, família também era aquela que você encontrava e não aquela a qual você foi inserida ao nascer.
Ela era feliz morando naquele apartamento pequeno e perto de várias senhorinhas gentis que tinham lhe doado todos os vasos de planta mais bonitos pra decorar cada canto e forçá-la a cuidar de algo. Ela amava o silêncio da manhã e poder estudar, mas também não ligava quando as crianças iam pro parquinho e ficavam ansiosas pra acenar pra ela de vez em quando, assim como sua senhoria de 75 anos ficava animada pra beber soju quase todo fim de semana e lhe ensinar gírias e palavrões em coreano enquanto Sejun ficava completamente manhoso e vermelho do lado dela, que claramente conseguia beber mais do que ele independente de ser a garota daquela relação.
Ela podia e ia se acostumar com aquela sensação confortável de acordar nos braços da pessoa que ela amava, com o sol entrando pela janela e deixando tudo ainda mais bonito e possível, porque ela tinha feito essa descoberta de que a vida podia ser boa e saudável e feliz.
E agora ela era tão, tão feliz e não se arrependia de nada e nem sentia mais medo de nada também.
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What you waiting for: Daisy Oh
Não tem DATA, não tem CONTEXTO e a próxima atualização desse tumblr vai ser a morte de Jun Jung.
Como uma mulher adulta e consciente da própria vida e atos, a última coisa que Daisy esperava que fosse lhe acontecer em plena sexta-feira a noite, quando ela deveria estar se preparando pra dormir e pensar no descanso do final de semana, era ainda estar de pé e preocupada no meio da sala de casa. Um milhão de pensamentos passando por sua cabeça em um segundo, e nem um deles despreocupado suficiente pra fazer seu olho direito parar de tremer sozinho e a dor de cabeça ir embora.
— A senhora está bem? — Ela se lembrava bem do momento que Babe tinha à abordado no final do dia, com uma voz pequena e cheia de olhares fofos e preocupados, antes de completar. — Vocês estão bem?
Mas foi o ênfase no vocês que fez Daisy dar toda sua atenção pra adolescente e olhar pra ela meio confusa, até se lembrar que não tinha nada em sua vida, atualmente, que não passasse pelo radar daquela garota por muitos motivos.
— Se o seu vocês, a senhorita quer dizer eu e Mr. Yoon, então acho que sim. — Foi mais rápida pra responder, tocando o ombro da garota mais jovem com carinho como se dissesse que aquilo não deveria ser algo com que ela devesse se preocupar, e tudo podia ter acabado ali, bem e feliz, até aquela menina abrir a boca de novo.
— Engraçado, porque o Leo me disse…
E de repente não existiu mais paz.
Era algo que ela tinha falado? Algo que ela tinha feito? Um plano que eles tinham e ela se esqueceu? Uma carta que ela não respondeu? Um presente que ele não gostou? Um adeus que ela se esqueceu de dar ou um olá que ela nunca chegou a dizer? Quantas vezes eles tinham se beijado e se abraçado essa semana? Será que ela tinha sido afetuosa e atenciosa o suficiente? Será que ele precisava de alguma coisa?
Ela sabia do que ele precisava?
Com todas essas perguntas simples e ao mesmo tempo difíceis, ela percebe que não entende e nem tem certeza de nada. Nem sobre ela mesma, nem sobre ele e que dirá sobre os dois como um casal.
Se é que eles fossem mesmo um, afinal, quando foi que ela disse que estava pronta pra ter um relacionamento de verdade com ele, com rótulo e tudo, e não só viver todas as experiências a dois sem oficializar nada? Ah, Daisy. Você é tão burra. Tão, tão burra.
Ela podia dormir na cama que era lugar quente, se permitir chorar um pouco também e ficar deprimida até a manhã seguinte pra tentar resolver esse problema, mas sabia que não ia ter paz e se levantar no dia seguinte ainda pior do que se deitou naquela noite, então foi fazer a coisa mais desesperada de todas, que consistia em deixar sua casa em Maejig Senteo de pijama e nem uma maquiagem, apressada e sem nem olhar para trás enquanto andava por aquela rua de pedrinhas idiota até o porto atrás do primeiro barco enfeitiçado que ia ter as caras de levá-la até onde ela precisava.
E nem uma das conversas imaginárias e retóricas que ela teve naquela pequena viagem, a preparou pro momento que aquele homem abriu a porta e olhou no fundo de sua alma depois dela quase quebrar o pulso de tanto bater na madeira. Ele era tão bonito, mas parecia tão chateado também. Tinha um beicinho fofo nos lábios dele e ela precisou se segurar muito pra não beijá-lo ali e agora, porque sabia que ter uma conversa era o mais racional a se fazer, e que toque físico e amassos não iam nunca substituir tudo que ela precisava tirar do peito. Então era agora que ela abria a boca e falava… Mas como quando ela mal conseguia se concentrar com os olhos dele na altura dos seus? Olhando pra ela daquele jeito?
— Eu vim sozinha, mas não precisa se preocupar com isso, porque eu sou grandinha e sei me virar, antes que você surte e comece a ficar preocupado e me pergunte se era mesmo seguro eu andar de barco por aí a noite sem luz nem uma. — Começa seu monólogo já deixando aquela parte clara, ao abanar a mão no ar despreocupadamente, procurando na própria mente um jeito de não entregar o irmão caçula no meio das coisas que ela precisava dizer. — Eu senti que precisava te dizer umas coisas hoje, não amanhã, e nem segunda-feira, mas hoje, porque já adiei tudo isso faz bastante tempo e não acho que consigo adiar mais tempo. Não é justo com você, e nem comigo, e o que mais me preocupa é te machucar de um jeito que eu nunca vou conseguir consertar. — E ela diz aquilo com um peso nos ombros como se o erro já estivesse feito e ela não pudesse mesmo consertar, antes de continuar. — Eu sinto muito por não conseguir ser sincera e aberta com você do jeito que eu deveria, mas é difícil me relacionar com alguém tão presente depois do meu último relacionamento, onde nem um dos meus sentimentos era validado e eu me sentia constantemente oprimida por me preocupar ou querer o melhor pra alguém que claramente não tinha o mesmo cuidado comigo. Isso não é culpa sua e eu também devia deixar você saber dessas coisas, mas fiquei com medo de você assumir uma responsabilidade que não era sua… De você se sentir responsável por um casamento que não deu certo, e que terminou antes de eu conhecer você. — Será que ela estava falando demais? Não era pra essa porra ser uma confissão? Então por que ela se sente triste e prestes a começar a chorar? Porra, Daisy, você é mesmo muito ruim nessa merda toda. Mas felizmente ela percebe tudo isso rápido, e no instante seguinte se lembra do que foi fazer ali. — O ponto é que… Eu tô pronta pra fazer isso agora, sabe, e é por isso que eu vim aqui, no meio da noite, te dizer isso.
E não, não foi porque seu irmãozinho disse pra minha aluna que você estava chorando.
Alexander, eu amo você. Eu amo o fato de que não nos demos bem no começo mas ainda assim, você foi respeitoso e me aturou em todos aqueles momentos ruins até se tornar um bom amigo. Eu amo como você comprou minhas lutas antes mesmo de me beijar pela primeira vez e que sempre está disposto a estar do meu lado, me protegendo e ouvindo e dizendo que pode e vai me apoiar no que eu precisar. Eu amo quando você me avisa que está indo embora pela manhã e me assegura que vai estar a uma coruja de distância, que eu não preciso ficar preocupada com você sumindo sem me dizer pra onde vai, e que faz isso porque quer e não porque eu pedi pra você fazer. Eu amo quando seu rosto é a última coisa que eu vejo antes de dormir e a primeira coisa que eu vejo quando eu acordo, e amo como isso é suficiente pra definir se eu vou ter um dia bom… Porque desde que você entrou na minha vida, todos os dias têm sido mais do que bons. Maravilhosos, perfeitos. Completos.
Gosto do jeito que você me trata, gosto do tom que você usa pra falar comigo, gosto do jeito que você trabalha e como nunca tem tempo ruim pra ser um bom profissional e um professor dedicado e competente todos os dias. Você toma decisões como uma pessoa madura e responsável e isso faz de você um homem bom de verdade, e alguém que eu admiro muito. Você se preocupa com a sua família e isso enche meu coração de amor, porque família pra mim também sempre vem em primeiro lugar. Você é um bom filho, e um bom irmão, e um bom par e tudo o que eu preciso e quero na minha vida.
Ela se sente zonza, zonza de tanto falar e acha que vai desmaiar se não segurar as mãos dele a partir dali, então é exatamente o que ela faz, ao se aproximar da figura dele e lhe oferecer um sorriso doce, ignorando as lágrimas que rolam por seu rosto.
— Eu gosto das suas piadas de nerd, gosto quando você cozinha pra mim e gosto quando você recebe meus presentes e fica preocupado com o valor deles como se eu me importasse de te mimar com o melhor que eu posso comprar. As vezes eu acho que você é tão bom que não existe, mas aí você me prova que sou digna de receber amor de verdade, doce e gentil, e que essa vida me pertence tanto quanto eu pertenço a você. — Daisy sela os lábios dele devagar e de maneira inocente, quase derretendo no quão quente e macio aquilo é, porque tem gosto de amor e cuidado. — E eu queria que você fosse meu, mas dessa vez, de verdade e com alianças de compromisso e peças de roupas iguais e tudo mais que deixar seu coração quente e de um jeito que você se sinta amado por mim. Tudo o que você quiser, do jeito que quiser, quando você quiser.
Ela escolhe não citar a parte que é, ela também ama quando ele mama nos peitos dela, a enforca enquanto afunda o caralho fundo nela e sempre choraminga querendo comer sua buceta como um sub, porque não parece romântico e nem adequado e vai ter que ficar pra depois, mas sente que já venceu só de conseguir fazer tudo aquilo.
Torcendo muito pra não ter uma alma viva na janela vigiando sua declaração e pronta pra mandar cartas pra quem não deve.
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Chilling Adventures: Airi Chwe & Briar Nakamoto
Outro fofocas de sapatilha mesmo eu falando que não ia ter. Aiai.
Warning: por incrível que pareça, so jovem sendo jovem, fofoca e uns beijinhos.
Vale lembrar que por envolver terceiros fora da empresa, tudo pode e vai ser alterado no futuro. Um beijooooo
Tem algo naquela cena que embrulha o estômago das duas e por motivos mais do que óbvios, não é pelo fato de se tratar de um casal se amando na frente delas e de todo mundo daquela academia de dança que resolveu passar no saguão principal aquela hora do dia. Mas é sobre como aquilo é meloso.
E barulhento.
— Olha lá, ela vai falar que ama ele de novo.
— Grande coisa, porque ele vai ficar repetindo até ela começar a faiscar.
Briar acha fofo, Airi meio que também, mas aquela necessidade de afirmação pública entre Bastien Smythe e sua namorada de sabe-se lá Deus quantas datas, deixa elas “carinhosamente” bêbadas e enjoadas. Como se todo aquele amor adolescente desenfreado fosse tóxico até pra elas, que oras, viviam algo parecido com outras pessoas.
Quando Briar sente que elas duas estão prestes a se comportar como prima donas, envolve um dos braços no de Airi e sai lhe puxando pelo corredor pra próxima aula, as duas vestindo tule e cetim do mais caro e bonito dos pés a cabeça, e com os coques perfeitos também, como o padrão do andar de ballet clássico exigia. A namorada de Bastien também tinha algumas aulas lá, e provavelmente ia chegar atrasada e descabelada, mas aí ia ser outro assunto pra elas no dormitório mais tarde.
— Antes desse ataque de corações e brilhinhos, estávamos falando de feriado, não é? — Airi retoma o assunto de mais cedo, olhando pra amiga com carinho antes de continuar. — Vamos ter o chuseok em casa, queria que você fosse.
— Você disse que sua família é toda multicultural, não sabia que seus pais separavam um dia pra fazer kimchi e vestir hanbok. Só você e sua mãe cozinham também? — Briar acha graça, mas faz todos aqueles comentários de forma respeitosa e sorrindo o tempo todo. — Seu pai parece bem feministo pra mim.
— E ele é, não lembro de uma vez na vida nem que eu tive que fazer um suco de pó sozinha, nem a minha mãe, e é por isso que o chuseok lá em casa é legal e eu posso convidar você. — A garota mais alta então diz, tomando um dos lugares nos banquinhos dentro da sala extensa e cheia de espelhos, apoiando um dos pés na beirada pra começar a trocar os sapatos. — No geral, a gente só relembra coisas boas dos parentes que já faleceram e come bastante. É o único dia do ano que não fico contando calorias e esqueço que sou bailarina profissional.
Aquilo deixa Briar animada, ainda mais com sua família toda morando no Japão e ela com um monte de dificuldades linguísticas com qualquer grupinho de pessoas fora seus amigos e namorado, parece uma boa oportunidade de ter algo mais confortável e especial com pessoas que ela conhece e confia e entendem que pra ela é tudo muito novo. A confirmação do convite já está na ponta da língua, quando ela se lembra da possível lista de convidados daquela festa.
— Min Chai… Também vai?
E sua dúvida logo é sanada quando Chwe começa a engasgar com o próprio ar, tossindo como se tivesse acabado de engolir um mosquito, fazendo Briar dar tapinhas em suas costas enquanto sustenta um sorriso brincalhão no rosto.
— Quem?!
— O filho de Mrs. Chai, sabe, o que parece um cachorrinho, e que fica assim toda vez que te vê. — Briar faz o seu melhor pra imitar o suicide eyes daquele garoto, antes de começar a rir. — Achei que ele já fosse seu namorado.
A última pergunta não deixa Airi ofendida, nem na defensa, só muito, muito reflexiva mesmo.
— Ele… Ele…
Ele era fofo, um amor mesmo, mas tinha alguma coisa nele que a deixava meio apreensiva toda vez que o via.
Airi já sabia que a maioria dos meninos na idade dos dois, só queriam viver suas aventuras de adolescente e ir embora o mais rápido possível quando acabava, isso quando o processo era tão rápido e aleatório que ficava difícil até pra ela raciocinar quando realmente estavam interessados nela ou só queriam dar uns beijinhos por aí. Era com o que estava acostumada, e de certa forma, era o que ela aceitava por ser sempre assim.
Tudo bem sair com pessoas superficiais e suas conexões mais superficiais ainda, o que era novo pra ela era um garoto tão dedicado a lhe dar bom dia e falar sobre sua vida toda vez que a via por ali.
— O senhor precisava ver, era como se ele tivesse acabado de ganhar na loteria e eu fosse aqueles bilhetes gigantes que anunciavam na TV. — Explicava para seu pai dentro do carro, em um sábado tranquilo que ela podia ir pra casa e só descansar, mas ainda assim indignada com o episódio que tinha acabado de viver na saída da escola. — Os olhos dele estavam brilhando, ele estava brilhando, e tudo que ele sabia fazer era olhar pra minha cara e disparar 50 mil palavras por segundo sobre como eu era super legal e tinha dançado bem semana passada.
O que ela apreciava, e tinha agradecido várias vezes antes de se despedir, mas era incomum. Porque claro que ela recebia elogios dos pais, dos professores, dos tios e dos amigos e sabia que era tudo genuíno, mas era diferente quando alguém de fora a elogiava assim, alguém de fora e que não tinha obrigação nem uma de ser gentil e olhar por ela. Min Chai era diferente e deixava ela confusa, mas principalmente curiosa.
O que queria dizer que toda vez que se via falando com ele no corredor, fazia questão de parar e ouvir tudo o que ele tinha a dizer, achando fofo como ele conseguia reunir tantos assuntos pra render uma conversa sem repetir um tópico sequer e deixar ela entretida, a ponto dela ficar preocupada com o quanto aquilo era natural e onde ela devia intervir.
— Ei… Você tá bem agora ou só ansioso falando sem parar? — Airi perguntou com cuidado uma vez, em uma dessas conversas super mega animadas com aquele garoto, apoiando uma das mãos em seu rosto e a outra no peito dele, tentando procurar qualquer indício de coração acelerado. — A gente pode ficar em silêncio até você se sentir melhor e sua cabeça desacelerar, sabia? Eu gosto de olhar pra você, seus olhos são bonitos.
E ela dizia aquilo consciente de que era verdade e que ele tinha lhe ouvido muito bem, enquanto se aproximava dele mais um pouco, suficiente pra ele saber que ela ainda estava ali e que queria ficar por perto até ele se acalmar. Claro, ela ia chamar uma ambulância se não funcionasse, mas olhar pra ele era bom também.
Ela também gostava muito, muito mesmo de beijar ele, e tentava fazer isso todo intervalo que podia se trancar no dormitório e levar ele com ela, pensando que não ia ser nada demais ter um garoto naquela área restrita, já que ele era filho da mulher que dirigia aquele prédio todo. Era nessas horas que ela podia esquecer de suas obrigações também, sentada em cima do colo dele e o atacando com a boca por vários minutos, enquanto o sentia com os braços abraçando sua cintura, provavelmente longe de se lembrar que ele mesmo tinha algo pra fazer também.
Era assim que ela gostava dele, enchendo seus pensamentos e com a cabeça bem cheia dela também, só dando uns amassos e se escondendo porque era suficiente pra ela enquanto fosse pra ele.
Airi pensa na conversa super madura e consciente que teve com ele sobre fazer outras coisas nesses encontrinhos e como ela não tinha pressa pra sexo ou amassos mais quentes que aqueles, mas aceitava sair por aí qualquer dia desses, e talvez até no chuseok na casa dela.
— Os pais dele também são meio coreanos, então acho que ele deve ficar em casa, mas o convite foi feito e talvez ele vá sim. — Respondeu para a amiga agora mais calma, abrindo um meio sorriso que acentuava suas covinhas. — Tenho medo de chamar ele de namorado e ele desmaiar, então vou esperar. Eu gosto dele, e não vou morrer se ficar sem dar todo dia.
A resposta parece bem convincente e boa para Briar, que acha tudo aquilo bem fofo e bom e a deixa feliz pela amiga também, acenando positivamente com a cabeça enquanto termina os laços da própria sapatilha e está pronta pra tirar o casaco e começar a se alongar na barra, até Chwe a interromper com uma risadinha.
Alta e irônica. Aí, lá vem.
— Mas sabe, eu já aceitei que não vou namorar ele sozinha. — Airi tece o comentário. — Do mesmo jeito que você não namora o seu namorado sozinha.
É. Tinha isso.
Briar se lembrava da primeira vez que tinha entrado naquela escola, com seu inglês básico, portfólio Japonês e o sonho de se tornar uma bailarina profissional mundialmente conhecida por ter estudado em uma das melhores escolas de dança no mundo. Tinha chorado horrores no aeroporto e no avião, e depois no hotel, e agora ali, na sala de prática tarde da noite por pensar não estar conseguindo acompanhar os outros, nem nas aulas de dança e nem na escola de verdade.
Era tudo opressor e difícil, mas principalmente solitário, até Mrs. Chai dizer que não aguentava mais ela chorando pelos cantos e por achar que ela ia acabar se desvivendo, acabar lhe arranjando um amigo postiço.
Ou um cão de guarda.
Ou um monumento pra ela admirar 24 horas por dia.
— Eu fiz de novo, né? — Sabe-se lá Deus por quantos minutos ou horas, ela só percebe mesmo quando ele começa a sorrir e escuta a professora chegando na sala no fundo, deixando ela cor-de-rosa igualzinho a Peppa Pig. — Não vou fazer de novo.
Mas era difícil quando Luk a tratava tão bem, sempre parecia disponível e solicito e não se importava de explicar pra ela várias e várias vezes uma expressão ou uma piada, que dirá ajudá-la com algumas pronúncias ou escrita de algumas palavras. Era como se ele fosse um presente no meio de toda aquela confusão que ela tinha se enfiado por um sonho, um sinal de que ia valer a pena e que ela não precisava se preocupar. Porque eles eram amigos, bons amigos.
— Não quero ser sua amiga. — Pelo menos por umas duas semanas, foi assim mesmo, até ela o intimar no corredor e perceber que odiava quando as outras meninas falavam com ele e que ela mesma era possessiva demais pra não colocar um cercadinho em volta dele. — Namorar ou namorar. Qual você escolhe?
O fato do inglês dela ter saído perfeito e ela nem ter tremido pra dizer tudo aquilo, dizia mais sobre ela do que qualquer outra coisa, porque nem um dia depois e estava por aí com sua nova personalidade de namorada, andando de mãos dadas, trocando beijinhos, tendo encontrinhos e amando tudo e todo mundo como se tivesse nascido de novo.
Até ter um Min Chai e Nate Park em sua porta em pleno sábado, dia dos namorados, perguntando cadê o melhor amigo deles.
Levando presentinhos e tudo.
E não era que ela se importava de seu namorado ter amigos, porque o incentivava a ter vários incluindo meninas dentro e fora da academia e ter uma vida afastado dela, mas toda a situação sempre foi muito cômica e ela mais se divertia do que achava difícil de conciliar, mesmo nas vezes que tinha que ser porta-voz de recado triste.
— E ele não pode vir tomar milk-shake por que? — Nate pergunta do outro lado da linha, parecendo profundamente magoado, enquanto ela tenta não rir com seu namorado tranquilamente deitado em seu peito enquanto assistem a um filme. — Semana passada ele também não podia.
— Porque semana passada era dia de manicure juntos, e agora é dia de filme juntos, e eu não posso dividir ele o tempo todo. — Mentiu, mentiu pra caramba, porque sabia que qualquer resposta contrária ia causar dor física em seu namorado e ela não queria ele a um passo de se matar. — Eu devolver ele semana que vem.
Ou quando ele quisesse ser devolvido pros outros dois namorados, né.
Nakamoto pensa por um bom tempo sobre aquele relacionamento que ela não vivia sozinha, ao mesmo tempo que Chwe reflete como a vida dela vai ser daqui pra frente, e as duas constatam que é melhor um feriado sem meninos.
— Eles que se aturem.
— Eles vão sobreviver.
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Sour grapes: Daisy Choi Oh
Vocês não sabem quem voltou. Hihihi.
Minha cara de que ia deixar esse povo me tombar enquanto meus hormônios estão frágeis e me atacando. Eu não quero saber. ✌️
Warning: sujeirada pura, mas só até certo ponto.
A coisa que ela mais odiava no mundo, era sentir que já tinha trabalhado demais e ao olhar pro relógio em cima da porta de sua sala, perceber que ainda faltavam muitas, muitas horas pro dia terminar.
Tudo bem, ela também odiava calor extremo, assim como frio extremo, assim como odiava quando Heo se pendurava em sua sala por horas a fio tentando lhe entreter com fofoca dos alunos que ela nunca pediu, independente da quantidade de doces confeitados que ele trouxesse pra acompanhar a tarde dos dois, quando deviam estar resolvendo problemas de adulto como os dois diretores da escola.
Mas nada era tão ruim quanto querer encerrar o dia e ir pra casa e não conseguir. Não dava pra resolver agora, então o jeito era se conformar, não importa o quão mentalmente exausta e já não valendo nada ela estivesse, ia ter sorte se conseguisse terminar aquele dia sem um homem de trinta e tantos anos falando em sua cabeça igualzinho uma criança pequena.
Eu consigo, repetia pra si mesma olhando pra quantidade infinita, mas organizada, de papéis em cima da mesa, antes da sala ser tirada do silêncio com uma batida fraca na porta, acompanhada de um suspiro de desespero vindo da própria Daisy.
Não dava pra pular a janela e fingir que não era com ela, nem fingir desmaio, porque era capaz de Chan passar por cima de seu corpo e continuar falando, então aceitar seu destino parecia mais rápido e fácil enquanto já andava na direção da porta com a vontade de viver lá em baixo, repensando todas as suas decisões de vida até colocar os olhos no rosto de alguém que ela esperava ver só no final do dia.
O único rosto que ela realmente queria ver o dia todo, com um sorriso fofo e uma lembrancinha nas mãos, parecendo tão confortável e amável que ficou difícil não se jogar nos braços dele nem dois segundos depois e o abraçar como se ele fosse um bote salva-vidas, se sentindo automaticamente acolhida e amada e quente com os braços dele apertados ao redor de sua cintura. Ela nem sabia que precisava tanto assim dele até aquele momento, e nem que conseguia se sentir tão bem e aliviada na presença de outra pessoa até o conhecer e o aceitar em sua vida.
— Eu precisava tanto de você, senti tanto a sua falta. — E aquilo é tão genuíno que ela poderia até chorar, se não estivesse ocupada cobrindo o rosto dele de beijos antes de encarar seus olhos bonitos e segurar seu rosto mais perto. — Você vai ficar, não vai? Por favor, diz que vai ficar.
Ela sabe que não precisa implorar, assim como sabe que ele faria qualquer coisa por ela, mas gosta do jeito que ele diz que sim e não se move nem um centímetro longe, mas sim perto pra conseguir beijá-la tanto quanto ela quer e necessita. É nesse momento que ela também aceita que tudo bem não conseguir encerrar o dia mais cedo, se isso significar passar o resto da sua tarde na companhia daquele homem bonito e que a beijava tão bem dentro daquela sala, agora com a porta fechada e muito bem trancada.
Não demora muito até ela estar sentada em cima da própria mesa e com ele entre suas pernas abertas, em um beijo tão quente que ela se esquece que aquilo não é lugar de expressar aquele tipo de afeto mais íntimo, em um pensamento tão raso que logo é varrido de sua mente como os últimos centímetros separando os corpos dos dois. Nessa proximidade, ela sente tanto o perfume dele quanto o seu, o calor das mãos dele subindo por suas coxas por baixo da saia e o quão duro ele está só de beijá-la, o que não é tão diferente pra ela que já está pingando de tesão quando ele toca o fundo ensopado de sua calcinha e lhe provoca um gemido.
Não tão baixo quanto deveria ser, e que ele reprova assim que para de esfregar sua buceta grudada no tecido e a deixa sem nada. Desesperada.
— Eu prometo não fazer mais barulho. — Implora mais uma vez, com a boca grudada na dele. — Eu vou ser obediente.
É suficiente pra sua calcinha parar no chão e depois ter sua buceta preenchida com dois dedos dele, bombeando dentro e fora devagar enquanto ela sente suas paredes apertando os dígitos com força como se não fosse mais soltar. Não demora muito pra Daisy começar a se esfregar na mão dele, com a cabeça jogada levemente para trás pra conseguir se concentrar no quão bom aquilo é, e como ela não perde nada fazendo o que ele pede. É bom sentir como ele soca cada centímetro dentro e toca todos os pontos sensíveis que ela tem, é bom sentir a palma dele esfregando seu clitóris e como ele não tem problema algum em dedar ela gostoso enquanto a beija de novo pra engolir cada gemido seu. Mas é ainda melhor quando fica tudo tão rápido e intenso que ela consegue ouvir o barulho úmido das estocadas fundas na buceta e ela goza forte ao redor dos dedos dele, com as pernas tremendo e outro gemido alto sendo abafado por sua boca.
A próxima coisa que ela sabe é que está completamente nua e quase completamente deitada sobre a mesa, sem nem um problema dividindo espaço com todos aqueles papeis e pastas. Primeiro porque ela se recusava a dar pra ele vestindo qualquer peça de roupa, e segundo porque não tinha a menor possibilidade de deixá-lo ir embora sem afundar o caralho nela.
— Pegou aquele barco só pra isso, não foi? — Ela o provoca em um tom suave, se apoiando nos cotovelos pra assistir o jeito que ele também se desfaz das próprias calças, exibindo todo o corpo nu só pra ela, que sempre adora a visão privilegiada. — Tirar o tédio da sua mulher, enchendo ela de rola…
Ela que não ia reclamar, não quando ele esfrega a cabeça em seu buraco antes de meter grosso e pesado dentro dela. A única parte difícil era ficar calada, porque pra Daisy era tão fácil ter a buceta arrombada por cada centímetro e sentir ele alcançar até o fundo, preenchendo cada espaço, como se estivesse mesmo cobrindo todo o resto do dia dela com a sensação mais deliciosa de ser amada e cuidada por alguém.
Quando acorda, ela não sabe o que é pior. A parte que ela está atordoada, a que ela não faz ideia de quem era aquela pessoa, a que ela se sente cansada e suada como se tivesse mesmo vivido tudo aquilo ou a que aquele rosto é completamente apagado de sua mente.
— Eu vou me matar, não vai ter jeito.
E Heo que lidasse com aquele ano letivo que estava chegando já naquele dia, porque puta merda. Que perturbação.
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