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Poder de Polícia
O conceito de “Poder de Polícia” no âmbito do direito administrativo é fundamental para a compreensão e aplicação de normas que regulam a atividade administrativa do Estado. Este artigo busca esclarecer o que é o poder de polícia, diferenciar a polícia administrativa da polícia judiciária, além de explorar suas características, meios de atuação e limites. 1. Definição de Poder de Polícia O poder…
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PM VERSUS NIKOS: PAGANDO BEM, QUE MAL TEM?
Após receber uma intimação nada agradável do departamento de polícia, Nikos precisava pensar em um programa que os moradores mencionados colaborassem, de maneira que deixasse claro como estavam cientes da situação e de que estavam dispostos a cooperar caso qualquer coisa do tipo ocorra novamente. Óbvio, não tinha como ter total certeza disso, mas, ao menos, o ponto ideal no momento era evitar tamanhos alvoroços desnecessários, o condomínio já estava passando por muitos problemas que afetam sua fama perante à mídia e, levando em consideração todos os planos do grego, isso não seria de muita ajuda. Precisava se esforçar, sendo assim, foi selecionado um grupo de profissionais da área da saúde e educação, para que iniciassem uma campanha de trabalho voluntário por todo o complexo, onde envolveria não apenas os condôminos mencionados, como também estaria livre para qualquer outro poder entrar nas atividades.
Considerando 10/09 como o dia mundial da prevenção do suicídio, foi incluso algumas atividades específicas para a conscientização e cuidado psicológico, trazendo um novo significado para o que seria apenas a solução de um problema, que agora tornava-se uma oportunidade de melhora do dia a dia comum. Esperava que, acima de tudo, aquelas atividades aumentassem o laço de união entre os moradores, além de trazer para eles aprendizados e novos modos de enxergar a vida e as outras pessoas, mesmo que ao menos um pouco.
Os grupos de profissionais e voluntários, trajados de uniformes de tons amarelos, serão vistos a partir de segunda-feira (11/09) passeando em todos os blocos, entregando folhetos e orientando a respeito da campanha que acontecerá dentro do condomínio até o fim do mês de setembro, buscando incentivá-los em suas participações e, também, cada um deles terão a missão de supervisionar as atividades para terem total certeza das conclusões e, assim, no encerrar da campanha, um belo relatório será montado, pela própria equipe contratada, informando cada detalhe para os oficiais de Gangnam-gu.
A única diferenciação de tratamento, seria uma carta, escrita à mão e com a assinatura do tão mencionado Nikos, convidando os mencionados pelo departamento de polícia para participarem de alguma das atividades como exemplo aos demais, descrevendo como admira a conduta deles em seu complexo e sobre a necessidade de demonstrar aos policiais como eles cooperam com as organizações e convivência.
Durante todo o mês de setembro, acontecerá as seguintes atividades, com inscrições no prédio da Assembleia ou com os voluntários que estarão caminhando pelos blocos:
✦ Aulas e Tutoriais: os moradores que possuírem habilidades específicas, poderão se voluntariar para ajudar e ensinar quem possuir interesse, utilizando das salas preparadas que estarão disponíveis no prédio da assembleia. Seja sobre idiomas, instrumentos musicais, informática;
✦ Reciclagem e Meio Ambiente: os condôminos poderão participar de programas de reciclagem, além de atividades dentro do ciclo da jardinagem, onde aprenderão a cuidar dos jardins espalhados pelo condomínio, ajudarão na plantação de mudas e também poderão aprender sobre a sustentabilidade;
✦ Treinamentos de Primeiros Socorros: terão profissionais especializados tanto no contexto mental, quanto no físico, que estarão à todo momento promovendo treinamento gratuito para quem se interessar, seja para saber o ideal a fazer quando alguém engasga, até como identificar sinais de risco no comportamento em relação à saúde mental, incluindo a capacitação de profissionais para lidar, como professores, conselheiros escolares, líderes comunitários e outros;
✦ Grupo de Apoio: geralmente acontecerão duas vezes ao dia, de manhã e tarde, onde abrirão as portas para poderem expor suas experiências, desabafar e receber apoio emocional;
✦ Arte Terapia: workshops que ensinarão como utilizar da arte, música e escrita como forma de expressão emocional e cura. Além, também, da disponibilização de muros e estruturas do condomínio para permitir que os moradores pinte através de graffiti ou tintas especificas;
✦ Leilões: os moradores poderão doar itens ou serviços para serem leiloados no prédio da assembleia todo domingo;
✦ Desfiles e Caminhadas: funcionários se reunirão com todos os moradores que possuírem interesse para realizarem uma passeata pelos pontos mais visitados de Gangnam-gu para conscientizar sobre a importância da saúde mental, distribuir panfletos com contatos específicos de ONG’s e serviços pouco conhecidos do governo para que possam buscar o cuidado pessoal sobre isso.
✦ Serviços de Segurança: os moradores podem contribuir com a vigilância de áreas comuns ou ajudar a melhorar as medidas de segurança, como a instalação de câmeras, acompanhadas de funcionários para supervisão e explicação;
Todo o dinheiro arrecadado, seja dos leilões ou das taxas de inscrições das demais atividades servirá para beneficiar organizações que possuem como foco a preservação da saúde mental, além de hospitais e postos de saúde.
Local: Assembleia e todos os blocos. Data: De 11/09 até 30/09. Horário: Atividades darão início às 08h e se encerrarão às 20h.
OBSERVAÇÕES OOC!
✦ Esse plotdrop faz referência a esse capítulo de Avenida Acropolis; ✦ Personagens que deverão participar obrigatoriamente de alguma (o player está livre pra escolher qual delas) dessas atividades: Wang Anna (@MO87WA), Lee Katherine Kari (@MO96LK), Shin Jaeho (@TT01SJ), Seol Joori (@AM97SJ), Kim Junseo (@TT98KJ), Yu Moonsik (@AM90YM); ✦ Todos poderão se inscrever e participar, aproveitem para planejar joguinhos no discord, fazer tweets, postar foto nas atividades, selfparas também são muito bem vindos; ✦ No geral, as atividades, que não tiveram período ou dia citados para acontecimento, estarão rolando a todo momento, dentro do horário programado (08h~20h), sendo assim, vocês podem incluir os personagens pra participar em qualquer hora ou dia; ✦ Algumas coisas serão noticiadas a respeito da campanha especialmente através da conta do Síndico, mas não fiquem esperando ele para criarem suas interações, usem a criatividade; ✦ Caso procurem entrar à fundo na questão da prevenção do suicídio e condições da saúde mental, não esqueçam de utilizar as hastags que envolvam o assunto, podem checar na lista de triggers, esse é um evento importante, mas vamos evitar criar desconfortos; ✦ Mande suas histórias e relatos para o nosso fofoqueiro favorito; ✦ Qualquer dúvida podem mandar através de DM ou ASK.
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Depois de dois anos dedicando-se inteiramente à família, devido à gravidez e ao nascimento da sua primeira filha, Bela, Camila Campos lança, pela Onimusic, o clássico cristão “Nos Braços do Pai”, da cantora e compositora Ana Paula Valadão Bessa. Camila diz que poder regravar esta canção e lançá-la é um privilégio muito grande e que ela se sente como “Eliseu e Elias, dando continuidade a um legado que a própria Ana Paula comentou ao dizer, certa vez, que ‘esta geração precisa dar continuidade ao legado dos profetas’. Então, regravar esta canção é, ao mesmo tempo, um privilégio e uma grande responsabilidade”. Camila conta que sempre desejou gravar as canções do Diante do Trono, porque são músicas que fazem parte da sua vida desde sempre. É uma oportunidade que ela pedia a Deus. Neste ano, “Deus foi proporcionando que as portas fossem se abrindo e algumas conexões foram realizadas. Agora, tenho esta honra! Estou realizando um desejo que está em meu coração desde 2010, quando gravei o meu primeiro CD”. As canções de Ana Paula Valadão fazem parte da vida de muitas pessoas e, para Camila Campos, ela é a maior referência na música gospel como cantora, pregadora e, principalmente, como compositora: “A Ana Paula mudou a história do louvor e da adoração do Brasil e ela fez isso com canções próprias, o que é um desafio ainda maior. A Ana tem composições baseadas em textos bíblicos que são muito difíceis, e ela consegue musicalizá-los e transformá-los em adoração. Ela é a maior inspiração que eu tenho na música gospel.” No dia 17 de novembro de 2020, no estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), Ana Paula participou, via link, da live “BH Profetiza”, quando, juntas, ela e Camila Campos cantaram um outro clássico, a música “Preciso de Ti”. Camila diz que a participação da cantora na live “BH Profetiza” foi fundamental, porque ela foi a primeira a realizar um evento gospel de grande porte ali: “A Ana estabeleceu um culto, um altar para o Senhor no Mineirão. Quando idealizamos a live, a primeira pessoa que veio ao meu coração foi a Ana Paula, exatamente pela unção de Elias sobre a sua vida. Agora, podemos abençoar como Eliseu e dar continuidade aos atos proféticos em Belo Horizonte. A participação dela teve um significado muito grande e muito importante no mundo espiritual.” A música “Nos Braços do Pai” faz parte da vida de Camila Campos e está bem impregnada em seu coração e em sua mente, a ponto de ela saber todos os espontâneos da canção. Tanto assim que, na hora de gravá-la, Camila os reproduzia automaticamente e “foi até difícil dar a ela uma nova identidade, pois esses espontâneos também ficaram em nosso coração. Até hoje, percebo que as pessoas vão cantar as músicas da Ana e vem ‘Paizinho eu te amo’, aqueles espontâneos dela. É que ouvimos tanto a música e ela entrou tanto no coração que cantamos não somente a música, mas até os arranjos”. “Nos Braços do Pai” é o quinto álbum ao vivo do Ministério de Louvor Diante do Trono, gravado e lançado em 2002. Esse disco foi gravado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), em julho de 2002, com uma das maiores estruturas de palco já construídos no Brasil. Na época, foi erguido com 78 metros de frente. O evento foi um recorde de público na capital nacional: 1 milhão e 200 mil pessoas, de acordo com a polícia local. “Eu oro para que você seja abençoado por esta canção e seja conduzido para os braços do Pai. Que sinta todo o amor que Ele tem por você e viva sempre na presença dEle. Eu gostaria também de contar com o seu apoio para este meu primeiro lançamento de 2023, depois de dois anos sem lançar uma música, devido à minha gravidez e às mudanças geográficas que eu precisei fazer. Voltar a lançar uma canção sempre gera expectativa e ansiedade. Então, peço a todos que caminham conosco para nos apoiar, pois este lançamento é muito significativo, importante mesmo para mim. Ele marca um tempo novo no meu ministério, em minha jornada ministerial por meio da música. Eu conto com você, com todos vocês. Muito obrigada e que Deus abençoe a todos.” (Camila Campos)
Assista ao videoclipe da canção “Nos Braços do Pai”: https://www.youtube.com/watch?v=L50liBGEDBg Ouça a canção “Nos Braços do Pai” via streaming. Aproveite e adicione à sua playlist: https://open.spotify.com/album/2ctVMJaHaogBKkpahz6YZS Acompanhe Camila Campos nas Redes Sociais! Podcast Bíbliaterapia: https://open.spotify.com/show/0X9T43sy3s2NjWWxpvVtHN Spotify: https://open.spotify.com/artist/3iL0W1842WwK01dxEdtOy5 Deezer: https://www.deezer.com/br/artist/8729602 Facebook: www.facebook.com/CamilaCamposOficial Twitter: www.twitter.com/camilacamposp Instagram: www.instagram.com/camilacamposp YouTube: www.youtube.com/camilacamposministerio
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Totalitarismo e a banalidade do mau
O totalitarismo obedece a quatro critérios para usar as análises de Hannah Arendt. É antes de tudo a lógica de uma Ideia, da raça superior, do Partido ou de uma sociedade sem classes. Então vem uma estrutura de poder cebola. Da polícia política, dos serviços secretos, do exército, do partido ou da comitiva do tirano, ninguém sabe quem manda. Acrescenta-se a isso a noção de "massa". Quando o povo é uma totalidade diferenciada, o totalitarismo é preparado pela destruição dos sistemas de comunicação, pela vontade de destruir os intervalos entre os homens, por qualquer mediação de distância. Finalmente, o totalitarismo desenvolve uma cultura do campo, uma espécie de laboratório avançado, massacre administrativo onde o corpo é suprimido. As palavras têm memória, a do "totalitarismo" é oprimida por Auschwitz, a Revolução Cultural Chinesa, o regime do Khmer Vermelho e outros que trataram ou tratam a espécie humana como uma entidade sem memória, organizando uma espécie de amnésia bárbara. Quando políticos ávidos por fórmulas de choque, pseudo-filósofos substituindo o pensamento pelo fato de aparecer na mídia, ou militantes tagarelas, usam de propósito determinadas palavras, transformam, pela facilidade da linguagem, a realidade em uma vasta feira onde tudo está em tudo. Eles contribuem para "a banalidade do mal". Confusão Num mundo onde as ideologias totalizantes deram lugar a um individualismo libertador e escravizado pelos excessos do ego, ainda temos a linguagem para carregar o que foi. No entanto, isso é devastado por aqueles que o usam como um gadget que pode ser oferecido sem ter percebido seu alcance. Quer nos preocupemos com certos excessos ambientais, quer critiquemos a forma como os governos conduzem, que muitas vezes também se pagam com palavras, nada é mais normal. Por outro lado, ao não trabalharmos a História, estamos a promover aquilo que dizemos estar combatendo, uma sociedade apática. São as mesmas pessoas que, no passado próximo, não diziam uma palavra sobre o totalitarismo chinês ou iraniano, os excessos autocráticos de Putin e seu deslizamento gradual para a mesma tentação dos czares, ou seja, erguer a Rússia como farol espiritual do mundo. Os tempos são confusos, uma razão adicional para não pagar uma palavra. Imperialismo, autocracia, despotismo, totalitarismo cobrem diferentes realidades. Anteriormente, Julien Benda evocou a "traição dos escrivães". Hoje, preferimos dizer os mestres da logorreia. Existe uma saída para esses distúrbios de linguagem. É um trabalho intelectual, a necessidade de calar quando não se conhece um assunto, o retorno à discussão entre os cidadãos e a escuta atenta do que vem de fora. As palavras possuem inerentemente uma modéstia, elas sempre ficam aquém do que a vida tem reservado e abominam ser usadas para propósitos não mencionáveis. Nesse sentido, o uso de "totalitarismo" pretendendo saber seu significado exato, é um crime que não sabemos aonde pode levar. Read the full article
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É verdade, eu juro! Ouvi pelos corredores que AISLING RIONA LAOISE DOYLE, da NOVA IRLANDA, vai acompanhar o Favorado como uma dos dignitários a convite do próprio Czar. Ele tem 19 ANOS e é conhecida por ser corajosa e determinada, além de audaciosa e dramática, mas quem se importa? Ela até parece uma celebridade do passado! Como era mesmo o nome? Ah, sim, ZENDAYA COLEMAN.
PAIS DE ORIGEM
A Nova Irlanda somente prosperou economicamente após as Calamidades e conflitos políticos devido a conduta de Helena Orla Doyle a qual assumiu o poder e implementou sua dinastia através de um plano cuidadosamente traçado para enfraquecer o golpe contra a antiga coroa. O governo de mudanças radicais e progressistas da mulher levou o país a progredir e ganhar notoriedade mundo afora, mesmo que esta nem sempre se mostre de maneira inteiramente positiva. A dinastia Doyle segue em sua terceira geração, apesar de existirem nobres planejando a destituição da coroa atual tanto pelas divergências políticas de pensamento quanto pelo preconceito racial levando em consideração que a população do lugar é majoritariamente branca. A agricultura é a principal atividade do lugar assim como o desenvolvimento tecnológico o que fortalece bastante o país economicamente através da exportação. Ainda que não exatamente próximos, Nova Irlanda algumas vezes oferece suporte a Moscóvia em suas batalhas o que acaba por uní-los de certa forma.
O QUE DIZEM AS REVISTAS DE FOFOCA
Apesar de ser a segunda filha de Aoife Doyle e Callum Murphy, assim como o significado de seu nome, Riona nasceu para reinar. Mas, diferente de sua irmã mais velha, não um país inteiro e sim ditar as tendências de moda e comportamento ao seu redor. Nascida sob o signo de leão, a garota naturalmente está sob os holofotes, seja por bons motivos ou… nem tanto assim. Habituada a ter sua vida monitorada vinte e quatro horas por dia, sua personalidade espontânea conquistou os irlandeses desde o princípio. Toda vez que Aisling inventa uma nova moda, as garotas de seu país de mesma idade ou mais novas parecem seguir seus costumes como lei. É claro que isso não agrada os nobres que vão contra os ideais dos Doyle, mas ela nunca se importou. Tampouco possui pretensões de governar o país um dia, deixando toda esta responsabilidade para Aoibhinn, sua irmã. Na visão de Laoise, a mais velha nasceu com uma coroa na cabeça e não há qualquer outra pessoa que seja mais apta a governar o lugar do que Ciara. Discorda inclusive da regra que possuem onde somente possibilita a ascensão da mulher ao trono após o casamento.
Durante sua vida, Riona recebeu dois atentados: em um deles chegou a ser mantida em cativeiro por quatro dias, sendo resgatada pela polícia nacional o que gerou grande comoção. No segundo, tentaram interceptar seu trajeto para a escola para realizar um novo sequestro, mas a segurança estava precavida e neutralizou a ação logo no começo. Estes dois eventos foram simplesmente apagados de sua mente e, quando questionada a respeito, não sabe sobre o que estão falando, pois em sua visão nada disso realmente aconteceu. Desde então ela realiza terapias com certa frequência além de ser monitorada com mais afinco para evitar qualquer novidade. Até hoje não se sabe as razões para que tenha sido ela o principal alvo dos dois sequestros, porém a proximidade com a irmã mais velha e a influência que possui nas jovens do país são um dos grandes fatores. Surgiram rumores de que as atividades foram planejadas por nobres contrários às políticas progressivas dos Doyle, mas nada foi confirmado até então. O convite que a irmã recebeu para o Favorado foi visto com grande empolgação pela mais nova, pois esta é a sua grande oportunidade de aparecer ainda mais na mídia e, desta vez ser conhecida em outro país que não somente a Nova Irlanda.
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“Ó Brasília... Ouvindo as falas que vêm da tua casa, rimos. Mas quem te vê corre a pegar a faca.”
A frase que carrega o título desse ensaio é do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, que coloca a Alemanha no lugar de Brasília e em evidência um país mergulhado num enérgico lodaçal, que nos serve como objeto de observação. A cólera que a alemã pode nos colocar em perspectiva. Se a história da cidade é a história da civilização. O que dizer de Brasília e que foi projetada com esse propósito? Até que ponto Brasília é capaz de carregar uma política personalista? A origem do termo cidade tem origem em civita que vem do latim e tem um duplo significado, pode ser aquele que exerce a sua cidadania e os limites urbanos de uma cidade, em latim, urbe também é cidade. Por isso, Brasília seria uma Roma Moderna? Até que ponto somos herdeiros do legado da civilização latina? Quem são os inimigos de Roma? O diabo é sim tão feio quanto se pinta?
A beligerância entre os poderes parece ser a tônica da vez, quando o Brasil não cria mais uma expectativa no futuro e por conseguinte bate-se um rompante marca de 24.549 mortes e 392.360 casos por COVID-19. Ao que tudo indica, todos os cenários são de pessimismo nos damos conta que não estamos no fundo do poço, abaixo dele tem um alçapão e ele é revogado diariamente por decreto presidencial. E parece que no fim cairemos no ninho da serpente, mas temos que pisar em sua cabeça. Na mise-en-scène desse descalabro, o gerenciamento presidencial parece se enobrecer com suas bravatas truculentas. O desconforto político vai de encontro frontal com a necessidade do estabelecimento de um plano estratégico no que tange o combate a pandemia. Desde março último, vemos que o presidente Bolsonaro faz desdém dos acontecimentos sanitários da nação, ele dá as costas aos mortos e os familiares. E como se não bastasse, deslegitima seus ministros e os técnicos. A ciência é obliterada, e o Brasil caminha para Idade Média.
A crença na hidroxicloroquina é mais uma dessas fantasias, ela ludibria a sociedade tentando engessar o debate com soluções simplistas que não atende de fato as necessidades no que diz respeito ao enfrentamento do vírus e o encontro de uma terapia eficiente. Todas as tentativas do governo em forçar essa situação, foi convertida num esforço perdido de tempo, dinheiro e vigor. O mais deplorável disso tudo, é que tempo, é tudo o que não temos. A capilaridade do nosso sistema de saúde é frágil, e as novas projeções indicam que o caos perpetrado nas capitais do país e nos principais centros urbanos passará também para as cidades do interior. Isso mostra que na chancela da pandemia, não se perder tempo, a doença não vê fronteiras, ela vai avançando de forma avassaladora. E cada dia que passar, os problemas vão se agravando a medida em que a instituição Presidência da República mostra um profundo desprezo pelas matérias que envolvem a saúde, o direito a vida e não obstante, a democracia. A frase de Dostoievsky é um ótimo indicador para o que se esperar de uma sociedade minimamente civilizada. “Não é necessário muito para destruir uma pessoa. Basta convencê-la de que todo o seu trabalho não possuiu nenhum significado.”. Nesse frisson, as narrativas presidenciais precisam perder força para serem eliminadas da agenda política nacional. Não é bom para o país e só atende as necessidades privativas, o Brasil acima de tudo, é um estelionato eleitoral.
É por isso, que aqui o Quem Tem Boca Vaia Roma pede vênia, para abrir o debate sobre os meandros políticos em meio a pandemia. Não dá para negar os fatos, Jair Bolsonaro é uma pessoa perigosa para democracia e para saúde pública. O presidente é um verdadeiro individuo personalista, e ele é assim, na pior acepção da palavra. Ele é imoral, depravado, descortês, não apresenta nenhum recato político ou mesmo um respeito pela instituição na qual ele presenta, ele se investe da loucura, no mau-caratismo, ele pede licença a democracia para mentir em público, insuflar o ódio contra a imprensa, assume que quer interferir nas instituições de Estado. Ele se envaidece em suas investigas de sucesso em corromper o Estado Democrático de Direito, se aproxima da Procuradoria Geral da República, assume que quer realizar ingerências na Polícia Judiciária do Estado. Usa sua influência política para perseguir opositores. E como se não bastasse, assume o discurso de armamento irrestrito da população no meio de uma pandemia, para que a população insurja contra a “ditadura” de prefeitos e governadores, ou seja, ele quer uma guerra civil. Bolsonaro quer fazer com que outras esferas do poder executivo e judiciário sejam considerados inimigos de Roma. Mas o que ele não entende é que a mesma porta que se abre ela se fecha. Quando o Senado Romano declarava uns de seus opositores políticos ou mesmo alguém que cometesse um crime de lesa-pátria, o indivíduo da sedição em questão era considerado um inimigo do Estado e portanto, era dever de todo cidadão romano reportar e prender esse indivíduo e o leva-lo a justiça de Estado, a qual não era morosa, mas implacável. Nesse ínterim, cria-se vícios políticos, já que a civilização romana tinha como uma de suas primazias o culto ao Estado, mesmo quando o Estado era personalista. Mas existem diferenças substanciais entre nós e eles. Quando um mal governo se instalava também era dever do cidadão derrubar o tirano, e pra isso surgiram dois caminhos o primeiro era o “sic semper tyrannis” que na acepção direta é “Abaixo os Tiranos, ou assim sempre os tiranos” é como se existisse um modus operandi que ofendesse Roma e desta feita, era mais que uma obrigação sair em defesa da civilização. O segundo caminho, era quando o governante já deposto era levado a Justiça, comumente era decretado a sua “Damnatio memoriae” ou “condenação da memória”, foi assim com Nero e Calígula por exemplo.
Substancialmente podemos esperar isso da política brasileira? O cenário é uma tormenta, os indicadores dos quais podemos tomar nota nos dizem que não é a via imediata, seria uma coisa inesperada, já que o Congresso Nacional não quer encarar os descompassos do presidente como um clima político para um eventual impeachment. Muito embora, isso seria algo extraordinariamente necessário para manutenção da ordem e uma nova movimentação política que nos afastasse do autoritarismo. Não dá para enxergar uma luz no fim do túnel, sequer há de fato túnel. O presidente da República vem num processo intenso de se blindar contra os movimentos do judiciário, no frigir dos ovos, é a intervenção na Polícia Federal supramencionada. E como se bastasse, se associa covardemente com os políticos e partidos do Centrão. Todo mundo já viu esse filme, o centrão salva ou derruba governos, um grupo muito forte que cria um establisment a sabor da maré. No mesmo tempo em que o barco está afundando, e Bolsonaro insiste em remar e assim faz entrar mais água, o Centrão percebe que sabe nadar, logo, o presidente está com eles, mas até quando eles vão estar com o presidente. Cabe dizer que a política do Centrão se recusa a fazer o abraço dos afogados. Mas ninguém está assistindo isso atônito, as peças estão se mexendo, o jogo está se armando. O crepúsculo do ídolo já foi anunciado.
Aquele ditado que “o peixe morre pela boca” nunca foi tão urgente como hoje. Em meio a todo descalabro político a dep. Frau Carla Zambelli vazou na última Segunda-feira (25) que alguns governadores estavam sendo investigados pela PF e que logo seria deflagrado a operação “Covidão”. Em menos de 24 horas, a PF do Distrito Federal fez uma operação no Rio de Janeiro contra o governador do Estado, a primeira dama, seus correligionários e empresários envolvidos num esquema de compra de respiradores e a abertura de hospitais de campanha. O governador do Rio de Janeiro é um grande opositor do presidente Bolsonaro. Entrando nesse mérito, é importante dizer que a Polícia Federal não é uma instituição particular do presidente e assim, não deve ser usada ao seu bel-prazer. Desta feita, cabe dizer também que existe sim a necessidade de se investigar os esquemas fraudulentos que acontecem no Estado do Rio, logo, o consenso é que existem dois descompassos, o vazamento de informações da PF para deputada, o que seria ilegal e inimaginável num país civilizado e que respeita a imparcialidade das instituições e o segundo disparate é mesmo o desvio de dinheiro público em matéria de saúde no meio da pandemia causada pelo coronavírus. A pandemia não pode ser utilizada pelos gestores de má índole como catapultas para suas fanfarrices corruptivas, é um problema quase normativo e insolúvel.
Nosso modelo institucional apresenta fragilidade latentes em seus mecanismos de instauração do sistema de freios e contrapesos, as quais se apresentam como um dos principais responsáveis pelo déficit democrático no país. Se a curva da pandemia vem num processo ascendente quase ad eternum, a nossa democracia faz a contracurva, exista uma falsa impressão de politização no país, as pessoas podem ter mais acesso a informação, mas é preciso entender a qualidade essa informação, quais são as intensões, sobretudo, quando é preciso lutar contra os moinhos de ventos que são as Fake News. Logo, qual a qualidade desse corpo crítico político. Tal afirmação se comprova com a intromissão do clã Bolsonaro, que agem nas lacunas da institucionalidade, assume as chantagens políticas, que criam cenários que falseiam a realidade, levam injúria e perseguição aos seus opositores. É a institucionalização do Gabinete do Ódio, suas bravatas são públicas e notórias. Ao falar sobre a política saque uma arma? Na reunião ministerial último 22 de abril, foi bradado pelo próprio presidente que ele tem um “Sistema de Informação Particular” e ele funciona, é o único que funciona. Não fica claro que tipo de Sistema é esse, se é oficial ou paralelo, se é de conhecimento público ou se é secreto, é profundamente um sinal de que as coisas estão erradas. Caso seja uma polícia secreta, então ela é de Estado, e isso se nos aproxima cada vez mais do totalitarismo, é uma cópia da Geheime Staatspolizei, isto é, a Gestapo do Reich e seus serviços sujos contra a civilização?
A Roda da Fortuna faz um movimento, está prestes a girar, aquele que estão encima, logo estarão embaixo. A delação premiada está sobre a mesa. Nas últimas semanas assistimos as idas e vindas do empresário e ex-apoiador de Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Paulo Marinho, já prestou três depoimentos, dois na Polícia Federal e um no Ministério Público, e em todos ele reafirma a sua versão, o Herr Flávio Bolsonaro recebeu informações privilegiadas sobre a Operação Furna da Onça, que investigava as rachadinhas de Flávio e Fabrício Queiroz. O vazamento de informações parece ser a tônica desse governo, que mesmo antes de começar já tinha se envolvido em dissensos políticos, sem o mínimo de decoro. E isso se torna evidente, ao passo que o nosso modelo democrático se torna refém de uma existência sistêmica dessas lacunas, logo, parece que as instituições não conseguem salvaguardar a isonomia dos poderes constituintes. Bolsonaro segue como o inimigo número 1 de Roma, é por isso que ele precisa parado, o cidadão das civitas brasileiras precisam estar atento com o seu dever cívico, e quão perigoso esse sujeito investido de uma instituição de poder pode ser. Pois o poder não corrompe, ele revela. O Brasil parece virar uma pária política, nos últimos trinta anos tentamos fortalecer o espírito democrático, mas parece que o nosso caminho é andar pelas palavras do ex-presidente da França Charles De Gaulle, ele afirmava categoricamente: “O Brasil não é um país sério”. Devemos aceitar esse destino fatídico, atroz e funesto? O Brasil precisa sair desse lodaçal político.
Gabriel Costa Pereira é Professor e Historiador da Arte na rede particular de ensino, é pesquisador dos temas estética, arquitetura e estética política nazista, esse ensaio foi escrito no dia 27 de maio de 2020.
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O Amor do príncipe
Dedico à Rita; já que recusou todos os meus presentes e que nunca lerá nem uma única linha disso.
Receio e ansiedade.
As palmas de minhas mãos suavam e meu estômago parecia encolher. Comecei a sentir pavor! Arrependimento! Sim. Com certeza sim.
Onde eu estava com a cabeça, quando me meti a vir para a Escócia?
Escócia… A terra para além da grande muralha. Muralha que no passado, tecido de memórias ainda muito pulsantes, demarcava a fronteira entre o mundo civilizado e o não civilizado. Para mim, existia nisso um teor romântico. O.K. Mas também, eu sentia o vivo temor de algo indefinido…
Por que fui cabeçuda, como sempre, e não aceitei aquela dose de whisky durante o voo?
“Nunca havia imaginado em meus sonhos mais loucos que algum dia pudesse conhecê-lo pessoalmente, Bob…”.
…Mas, dizer-lhe isso seria bobo demais! Para ele deveria ser de uma obviedade cansativa. Já deveria ter escutado falas desse tipo tantas vezes, através da boca de seus fãs...
Não, não e não!
Deveria garimpar na cabeça algo mais apropriado. Seria melhor um cumprimento polido que pegasse bem, ou eu poderia me complicar de saída! O “bacana” era um legítimo filho das Highlands escocesas. Um dos notáveis, embora historicamente relutantes; súditos da Rainha! E eu, não custava lembrar, estava a trabalho. Nada de forçar aproximações, portanto. Esses ingleses não são tranquilos com protocolos, pelo o que ouvi. E com os scottish é melhor não arriscar. Be professional, Claudia. Just be professional. “Faz bem a saúde e conserva os dentes”. Como dizia minha avó!
Ali estava eu: Trêmula e desajeitada, desembarcando naquela cidade antiga que fora talhada ao leste e abraçada pelas águas. Com o seu ar entre o romântico e o gótico e um espírito entre o conservador e o moderno. De um céu tão amplo e de nuvens tão altas que eram de tirar o fôlego.
Acho até que me sentia um pouco sem fôlego devido o nervoso e a altitude. A altura, aliás, só enriquecia a beleza daquele cenário.
O ator Robert Wolk mcKennan decerto, desde muito jovem, teve sua sensibilidade dramática despertada ao crescer em uma cidade repleta de fachadas tão monumentais que exalavam histórias de invasões, batalhas mortais e o espírito de heróis.
Tudo engastado nas alturas rochosas de um país açoitado por um mar gelado e temível!
E aquele céu… Aquele céu de um azul luminoso, rendado por nuvens violeta e ouro… Pensei, com a mais absoluta certeza, que quem não se tornasse ator ou fotógrafo, se tornaria poeta. Talvez todas as outras opções possíveis. Era bem possível!
Não confiava na eficiência do meu celular capenga, mas quando finalmente cheguei, fui logo procurando saber se havia algum recado e conferindo meus e-mails. Estava tudo certo, programado e confirmado: A sessão de fotos seria na tarde seguinte, depois de um almoço importante, do qual eu não participaria! Mas antes, haveria uma entrevista em que o astro falaria do sucesso estarrecedor de seu personagem no seriado de TV americano.
Isto seria em um talk show matinal local.
Nossa equipe deveria estar militarmente a postos, pois as fotos de Robert Wolk seriam externas e feitas em sua propriedade de alguns hectares. Eu não imaginava quantos…
Assim desejava o ator e seu agente concordara, admitindo que desse modo tudo teria um ar “mais escocês”. Faça-se sua vontade, prá variar então, senhor riquinho...
Alegaram naquela última reunião da agência que era uma oportunidade de apresentar Robert em sua própria casa, em seu próprio território; a Escócia. Algo bem distinto das matérias feitas no contexto da América, por outros jornalistas que não tiveram essa chance. Eu, por minha vez, só rezava aos druidas e aos espíritos dos guerreiros celtas para me fazer parar de tremer e que não chovesse de jeito nenhum! Todo mundo disse que naquelas regiões altas as precipitações eram mais certas do que cobrador de boca de fumo...
Se eu não parasse de tremer ia gastar a última gota de glicose na minha corrente sanguínea. Não tinha comido nada por doze horas. A comida no voo parecia boa, mas, estranhamente, não me descia nada. Apenas água. Mas o voo não ajudou muito com turbulência, choro de criança e um sujeito do meu lado assistindo pornô nível hard. No mínimo constrangedor. Ninguém mudou de lugar comigo...
Finalmente a chegada ao simpático hotel.
-Esses “Mohamed”! Estão se proliferando por toda a parte!
Quem disse isso foi uma mulher com sotaque francês que me olhou de cima abaixo e com ar de desprezo. Estava ao meu lado, apoiada na bancada de granito da recepção. Ela havia falado “Mohamed”, eu entendera perfeitamente bem. Julgava que eu fosse procedente de algum país islâmico, pois, provavelmente, ao me escutar falando ao telefone em português, a idiota achou que eu falava em árabe. Ao lado dela, um sujeito deu uma risadinha maldosa nojenta e disse:
-São piores que os negros... Mas pelo menos, esses aí não são ladrões!
-Podem ter as mãos cortadas, cherry! -Arrematou a mulher, pegando o cartão da mão do gerente.
A mulher e o sujeito concordaram, foram saindo e seguiram falando entre si, apenas em francês, idioma que eu compreendia muito pouco.
-Lamentamos por isso, senhorita... Vamos chamar a polícia, agora mesmo. -Avisou-me o gerente, enquanto que os dois se afastavam.
Concluí que não seria uma boa ideia desencadear um barraco. Não quando poderia comprometer o meu trabalho.
-Não. Por favor; apenas me aloje numa ala em que eu não enxergue mais essas pessoas!
Da próxima vez não esquecer de trazer spray de pimenta e umas bolinhas de gude certeiras. Dessas que se usa pra derrubar cavalariano em protesto de rua. Seria a glória dos céus assistir àquela biscate cair de bunda no piso polido.
Dia seguinte. Fui até a residência de Robert junto com a equipe preparar o set. Ninguém com cara de muitos amigos naquela parte da casa. Os empregados pareciam saídos de uma produção do passado. Nada de sorrisos e nem simpatia. Todos brancos. Significando brancos, muito brancos! Cabelos alaranjados ou de tom avermelhado. Rostos invariavelmente com sardas até que bem bonitinhas. Uma lufada gelada chegava de vez em quando e dava uma sensação pouco hospitaleira. Como a de uma presença meio inquietante.
Tudo em pedra, tudo amplo. Algumas tapeçarias onde uma, em especial, chamava a atenção. Ela formava um tríptico com a imagem de três damas às voltas com um unicórnio. Uma das damas, em pé, lhe dava o que parecia ser uma maçã, outra penteava a própria cabeleira olhando a cena de um balcão e parecendo pouco interessada; mas isso todas as representações de mulheres da nobreza parecem. Quanto à terceira; estava sentada sobre um manto cercada por flores multicor, coelhos, e rolinhas, enquanto dedilhava um pequeno instrumento de cordas.
-O que achou dessa obra, senhorita a... Qual é mesmo seu nome?
Quem me abordava, em meio a meu devaneio pictórico, era uma bela mulher de presença suave e cabelos vermelhos. A própria primeira dama em carne e osso. Um pouco mais de osso do que carne, mas de presença bastante intensa. Um ar safado no fundo dos olhos. Uma boca meiga e voluptuosa. Robert tinha um gosto e tanto! Quem aí gosta de mulher? Eeeeeuuu!
-Ah. Oi. Me chamo Claudia. Você deve ser Caroline Greensberg, pois não?
-Sim. Acertou em cheio. Bem vinda a nossa casa, Claudia. – estendeu-me a mão fininha e meio fria. -Embora essa seja a parte antiga, temos expostas aqui peças de arte muito raras. Você é artista pelo que sei, não é?
Aquela malandra andou olhando meu portfólio. Muy bien, muy bien rapariga guappa!
-Todos somos artistas, não tenha dúvida Caroline. Mas sou a assistente de produção oficial desta edição. -Nem era grande coisa. Mas eu não queria dar muita explicação. Ficar num loop teorizando quem era artista, quem não era artista, o quê é arte, mercado de arte. Mas não tinha muita saída. –Essa obra é fascinante. Parece trazer um significado ocultado nela. Sou apaixonada por gravuras do medievo também. Essa tapeçaria me levou para algum território do sonho.
Sorri. Ela se aproximou mais e pude sentir seu perfume me invadindo. Ela apenas falou: - Temos uma pequena coleção de gravuras medievais também. Talvez em algum momento eu possa mostrá-la a você?
-... Cê que sabe.
Um belo final de manhã; embora bastante frio! Sessão turbulenta de autógrafos. Movimentação.
A entrevista de Robert Wolk, no talk show matinal, havia tido a audiência e o sucesso esperado! Os telefones da emissora local não paravam, a ponto de as linhas ficarem congestionadas. Em meio ao burburinho de pessoas, encantadas por Robert Wolk; braçadas de flores, microfones e flashes intermináveis; mal alguém conseguia avistar o topo da cabeça loura do ator, agitada como um sinalizador.
Depois de mais flashes, gritinhos de fãs, uma música barulhenta dos infernos competindo com os auto falantes da guarda civil e mais alguns quepes de policiais esbaforidos pisoteados; formou-se um comboio até o restaurante onde se encontrariam Robert, alguns da imprensa, incluindo Graham e um conhecido produtor. O espaço havia sido reservado e não poderia ser diferente.
Na entrada o mesmo suplício e a verdadeira febre que tomara conta da cidade esperavam por ele já na rua do restaurante.
Eu recebi a orientação de aguardar no vestíbulo, assim que meu trabalho de preparar o set na residência de Robert estivesse concluído. Mas, ao chegar, preferi ficar do lado de fora do restaurante. Não me senti vestida muito apropriadamente. Óbvio que não me agradava nada estar ali, como uma subalterna, enquanto meu chefe compartilhava da mesa de Robert Wolk, apreciando o blend perfumado do melhor whisky e um vitelo, marinado com ervas típicas da região! Ai, ai.
Eu, mais uma vez, me contentava com um sanduíche que surrupiara no café da manhã do hotel. Mas, era sempre assim que se estabelecia o joguinho perverso das hierarquias. Justamente por aqueles que não possuíam tanto talento, mas se dedicavam a tecer fortemente bem as redes de poder. No caso em questão: meu simpático chefe Graham era quem estabelecia essa rede.
Eu possuía, já há um ano, o título honorífico de “apenas uma auxiliar”! Embora Graham espertamente soubesse ser eu capacitada demais para ser simples “auxiliar”, pois ele apreciava disfarçadamente minhas ideias e soluções na edição de imagens da revista, comprazia-se silenciosamente com minhas sugestões para capas que acabavam sendo destaque e com minha sutil contribuição na compilação de textos criativos que chamavam leitores. Teria ele um certo medo secreto de que outra pessoa dominasse melhor os assuntos, fazendo-o parecer despreparado? Ainda mais sendo uma mulher? Não era de duvidar. Talvez não tenha achado “conveniente” manter-me muito próxima a Robert também.
Eu já sabia que as coisas seriam assim. Poderia ter ficado fora desse projeto envolvendo o ator Robert Wolk, mas tenho que confessar: Eu era mais uma de suas fãs. E Graham sabendo disso, pois fuxicou as minhas redes, citou a matéria “displicentemente” em uma das reuniões da revista, há um mês atrás. Ele sabia que meu toque artístico estaria cem por cento ligado nas sugestões para a escolha das melhores fotos de Robert. O que faria certa diferença no acabamento e edição das imagens.
Aturar a boçalidade de Graham seria a prova mais cruel de todas as que já passaram na minha vida, mas considerei que poderia ser válida para ter a oportunidade de conhecer pessoalmente Robert Wolk e vislumbrar de perto aqueles olhos de um azul do gélido mar do norte... Com a expressão que sempre me intrigou desde a primeira vez que conheci o trabalho daquele ator... Tinha algum mistério neles. Ou era coisa da minha própria cabeça.
Duas horas da tarde. Resolvi entrar; havia esquecido as luvas no set da propriedade e minhas mãos congelavam. As conversas dos machos deveriam girar em torno do rúgbi, de piadas sobre ingleses, -lembrei que alguns dos jornalistas eram ingleses- e indiscrições picantes de coxia; como sempre. Peguei essa, peguei aquele! Tudo regado com um vinho de excelente safra e com o prestimoso atendimento de um maitre experiente e de atenciosos garçons. Gorjetas gordas. Por que não? Mas com a conta, provavelmente, sendo cortesia da casa… Pelo menos no Jet set as coisas costumavam ser assim!
Estavam, até que enfim, de saída! Aquele almoço certamente resultou em boa coisa. Todos riam. Dizem que o whisky escocês é o melhor do universo. Não duvido...
Minhas pernas fraquejaram.
Robert Wolk…
Fascinante!
Vestia jeans escuros e um pullover negro de lã acetinada que destacava magnificamente sua tez com seus cabelos de um dourado suave; extremamente claro.
Era um homem majestosamente alto. Atlético. Deveria ter mais de um metro e oitenta. Minha impressão, sem exagero algum, era a de que eu estava na presença de alguém verdadeiramente incomum.
Aquele homem criava uma atmosfera que encantava. Era como se uma corrente de força compelisse todas as pessoas. Assim como sua bela e antiga cidade, Robert Wolk possuía marcas e mistério impregnados na própria alma. De alguma maneira, percebia-se isto; através de sua atitude única e segura. De sua risada sonora. Dos gestos. Do olhar direto que intimidava e provocava. Como o olhar de quem lança sortilégio.
-Quem é essa moça?- Perguntou com sua voz inconfundível olhando em minha direção.
-Ninguém importante em Hollywood , Bob. Show must go on, meu amigo! Apenas Cláudia Drury. Assistente de produção. –Se apressou Graham. Estava rindo, mas contrariado em ter de dar explicações a respeito de minha desalinhada figura.
Robert pareceu impaciente e virando as costas para o seu grupo de cavalheiros bem vestidos e bem alimentados, aproximou-se de mim! Atingiu-me com um perfume que recordava fumos exóticos ou o amadeirado de antigos carvalhos; não sei dizer ao certo, mas que me estimulou um tipo de memória muito sutil e imprecisa.
Sua silhueta masculina, grande, segundo minha própria perspectiva, encobriu minha visão de tudo o mais que estava à volta. Com delicadeza, aprisionou minha mão entre as suas; olhando-me nos olhos, e a beijou. Senti o roçar de sua barba rala, imperceptível de tão clara; e o calor úmido de seus lábios sobre a pele fina de minha mão. Seus olhos cravados nos meus. Eu nem acreditava. Pensei que ele estivesse brincando comigo. Ele agia como em uma cena captada em um filme. O contato demorado de seus lábios, o olhar direto que me desnudava; tudo parecia uma cena.
-Estou profundamente chateado por ter sido privado de sua companhia durante nosso almoço, Cláudia.
Aquele timbre de sua voz era o que se podia chamar de… Cativante? Eu nem sabia a palavra para descrever.
Tinha um sotaque mais carregado do que o de seus filmes, porém, muito, muito charmoso.
Uau!
Para onde eu estava sendo transportada através do feitiço daquela voz e daquele olhar, era um mistério que pouco me importava. Só o que sentia era um empuxo magnético em meu estômago, que me fazia corar sem conseguir despregar meus olhos daquele olhar feito de um indescritível azul… Seu olhar para mim era direto, intimidador até, mas pleno em cortesia. Para Graham, porém, virou-se e lançou um inquisidor e que beirava à ferocidade.
Demonstrou sua franca insatisfação por minha ausência naquele almoço, alteando a voz, que soava como trovão e questionando-o desafiadoramente.
O clima pesou. Era como a súbita formação de uma tempestade:
-… E O TIPO DE CANALHA QUE TRATA UMA MULHER ASSIM MERECE É UMA BOA SOVA!
Eu tive a visão clara de que Graham seria esmurrado a qualquer momento. Seria bom...
Graham, por sua vez tentava sorrir, meio sem jeito com um ar culpado que dava aflição, fazendo uma torrente de alegações. O que, a meu ver, só piorava tudo. Homens sendo homens, como sempre. Ainda mais com o whisky enfatizando a que veio...
Não sei por que me encarreguei de tentar acalmar a disposição hostil de Robert. Tentei puxá-lo e dizer que não precisava se preocupar, pois que eu estivera às voltas com a organização do set, e que do contrário, não teríamos tempo para aproveitar a luz natural no momento das fotos, etc. E que afinal de contas eu já era habituada com esse ritmo de trabalho blá, blá, blá.
Eu queria era arrancar meus cabelos!
Robert voltou-se para mim. E eu congelei.
Manteve mais uma vez minha mão presa, agora firmemente, entre as suas e não me deixou impedi-lo de beijá-la novamente. Encheu o peito e sentenciou: - Pois então decido que “você” fará minhas fotos, Cláudia!
Era só oque faltava! Que homem melodramático! Ele não via toda aquela gente em volta e o vermelhão tomando conta da minha cara? Como ele podia dar um show daqueles ali? Acho que muitos pensaram ser golpe publicitário para alguma nova produção cinematográfica.
Deus! E ele foi enfático! Este “Decido que você” era como um decreto real. Ninguém, ninguém mesmo ousou questionar; embora as caras dos jornalistas tivessem caído, e também, principalmente, a cara de Graham.
Prato farto para os fotógrafos!
Eu sentia as bochechas em fogo cada vez mais, mas antes que eu ou Graham pudéssemos dizer ou fazer qualquer coisa, Robert puxou-me para perto de si. Enlaçou seu braço com o meu, à maneira dos antigos cavalheiros, e foi me conduzindo solenemente junto dele para longe do restaurante!
Começou a dar passadas largas que para mim não eram muito fáceis de acompanhar. Aquilo foi de apavorar! Eu não conhecia aquele homem, não sabia o que estava acontecendo. Tive vontade de protestar, mas minha voz trancou.
Seguranças guarneceram nossa passagem. Entramos em um dos carros, onde o motorista, que já estava a postos, logo arrancou sem fazer pergunta alguma!Senti-me estranha, naquele momento. Como se tivesse sido raptada? Artistas do show bis sempre pareciam birutas. Robert não era uma exceção!-Caraca! -Foi tudo o que consegui dizer.Robert estava sentado diante de mim, acomodado confortavelmente como um felino, cheio de preguiça. Tive medo de que ele pudesse fazer algo contra mim. Não confiava tanto assim. Podia ser artista e famoso, mas se tratava de um homem. Ele sorriu me olhando e sem pestanejar, falou:-Gosto de você!Falou desferindo as palavras, me encarando diretamente.-Robert, isso está esquisito. Acho melhor me deixar voltar. -Respondi eu: - Esqueci meu “tarja preta”! -E comecei a rir sem parar e sem saber por quê.Ele manteve-se me encarando firmemente com ar questionador. Uma das sobrancelhas arqueadas, exatamente com a mesma expressão daquele centurião que ele interpretara, tão magistralmente no seriado e cujo vídeo eu assistira milhões de vezes!Eu estava nervosa. Para variar minhas mãos suavam frias! E fiquei imaginando se conseguiria tomar o controle da situação. Obviamente que não!Robert Wolk era o astro. O temperamental. Aquele que me arrebatava da realidade contida e pré-estabelecida, diretamente para os labirintos do asilo Arkahan!O carro começou a deslocar rápido. Tive um sobressalto.Ele tocou minha mão levemente:-Hei… Tudo está bem…Tudo estava bem? Não. Não estava bem. Pra mim não!
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Apocalíptica Política
É sob a penumbra de uma tempestade política que se tenta viver, hoje, no Brasil, uma vida normal. Um país que parou por causa de política e despencou, impotentente, junto ao mundo, frente a uma inimigo microscópico e poderoso. Logo, esta vida normal, é, hoje, para um brasileiro apenas mais uma quimera. O que acontecerá depois permanece um enigma. Haverá um retorno ao status quo ante ou, no cerne da catástrofe, despontará um novo pensamento?
Não nutro esperanças para este século. Em grande parte porque conheço muito poucos capazes de pensar retamente e fora de seus arcabouços ideológicos. E, com inimaginável certeza para um cético, aponto que nenhum deles está lotado numa posição de poder. Tampouco estão em destaque. E, pior, como provavelmente já disse, outrora, isto não é tão culpa deste povo “que não sabe o que é bom” quanto nossa, enquanto intelectuais, porquanto incapazes de encontrar uma linguagem compatível com as do que assumem as posições de poder.
Não acredito que o intelectual deva ser capaz de se comunicar com a patuleia. Movimentar as massas é tão fácil quanto perigoso. E ninguém que tentou fazê-lo com “responsabilidade” saiu ileso. Se comunicar com as massas envolve imenso grau de simplificação enquanto se corre o risco de não ser sequer entendido. Já o dirigente, enquanto provavelmente um ignorante de semelhante safra, é um indivíduo. E trabalhar com indivíduos é sempre um pouco menos complicado. É mais fácil estabelecer uma linguagem comum com indivíduo do que com um coletivo. Deixemos ao dirigente o trabalho sujo de dirigir a massa.
Que não se diga, entretanto, que este cálculo é livre de perigo. Lembremo-nos de como Golbery recrutara a Lula para semelhante tarefa, procurando fraturar as linhas do já ultrapassado brizolismo. A empreitada teve sucesso, mas, sem querer, criou uma espécie de neobrizolismo sob a figura de Lula, uma engenharia impecável engendrada por membros do novo Partido dos Trabalhadores. É mesmo uma faca de dois gumes, como praticamente tudo na política.
Não acredito muito em intelectual orgânico, trabalho de base ou operário modelo. Estas aberrações estiveram conosco durante mais de cem anos e, até agora, não parecem ter conseguido estabelecer um solo comum entre todos os trabalhadores. Conseguiram, sim, posições no poder e até governos inteiros, mas, em muitos casos, implodiram a liberdade econômica sem avanços mais do que medíocres no desenvolvimento social. Em suma: funcionaram como bom instrumento de campanha política, mas não como uma via de diálogo, como os mais idealistas provavelmente tencionavam.
Este presente momento nada mais é do que uma demonstração do esgotamento do diálogo. Uma rápida visita ao Twitter basta para verificar que os grupos só falam consigo mesmos. Esta esfera pública habermasiana simplesmente não existe porque, na prática, não há comunicação alguma, apenas conflitos entre discursos discrepantes mas, no limite, bastante complementares. As brigas e comentários inflamados são infindáveis, mas ninguém sai deles pensando em aperfeiçoar os argumentos ou sequer se há alguma razão no que o outro diz. Perde a briga quem ficar sem munição discursiva primeiro. Quem perde, entretanto, torna a repetir esquizofrenicamente os mesmos argumentos em discussões futuras como quem nunca dá o braço a torcer.
Os grandes conflitos entre as facções políticas chegaram a um impasse discursivo, portanto. E, até o momento, ninguém fora capaz de produzir síntese alguma deste confronto entre teses e antíteses. Como, aparentemente, nem sequer é estudada uma saída a este impasse, quase tudo o que tem sido falado em redes sociais, jornais e estúdios parece usar de palanque as tragédias sociais por nós vividas nestes últimos tempos.
Recentemente, um rapaz negro fora assassinado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, o que iniciou um intenso movimento nas redes sociais. É justificada qualquer revolta, mas às vezes a morte de um cidadão pobre e negro pelas mãos das forças de segurança surge como um conveniente pretexto aos que querem justificar suas narrativas.
Por trás de todos os desastres brasileiros, há alguma longa e pouco contada história. Assim como o cataclisma observado na saúde pública tem -- além das irresponsabilidades observadas todos os dias nos periódicos -- profundas raízes em anos de negligência para como saneamento básico e educação, o jovem morto nas favelas repousa sobre a história conivência do estado para com o tráfico de drogas -- frequentemente até por participar dele -- e habitações precárias. Muitos morrem na guerra as drogas, policiais e civis, brancos ou não. Em grande parte, infelizmente, negros, por razões históricas universalmente conhecidas. Mas pessoas, como todas as outras que morreram no mesmo conflito, e, enquanto humanos não temos os direito de nos reputar alheios a isto.
Além disso, é bem conhecido o fato de que as facções criminosas matam em razões vertiginosas. Costumam ganhar as páginas dos jornais quando promovem chacinas e rebeliões violentas nos presídios, mas frequentemente assassinam também a policiais, membros de facções rivais e, eventualmente, até civis, se estes se recusarem a servir aos interesses do tráfico.
Que respostas se tem a isso?
Ao proceder a esta indagação, já estamos no quilômetro zero da ideologia, ou seja: quais os critérios para que uma sociedade seja considerada mais igual, mais justa? Grande parte das pessoas é capaz de perceber que a solução dos grandes problemas sociais reside na caminhada gradual para esta outra quimera, “sociedade mais igual e mais justa”. Existe, entretanto, uma grande pedra neste caminho rumo ao futuro radiante: cada grupo -- ou até mesmo cada indivíduo -- tem uma ideia completamente diferente em relação aos outros, no que tange este abstrato conceito de sociedade justa e igualitária.
Há, também, após a pedra, uma miríade de possíveis caminhos para estes fins. Moralmente falando, o caminho é tão importante quanto o fim. Mas um bom pragmático, como, por exemplo, Maquiavel, sabe bem que todos os caminhos têm vantagens e desvantagens e que, na política, há sempre de se fazer compromissos. Interessantemente, isso dá à frase de Maquiavel um inteiro novo significado: não é uma questão de adotar qualquer caminho, e sim de se adotar os caminhos que, dada uma situação, pareçam se aproximar da saída ideal.
Porém, na mente do cidadão comum, há, normalmente, uma só ideia de sociedade ideal e só um caminho até ela. Uma estrada reta, ensolarada e sem buracos. Quem quer que não a veja desta forma, é, na opinião deste cidadão, um cego. Talvez até um fascista. Ou mesmo um esquerdopata. Ou dentista, ou frentista. Vá saber...
Preocupa-me, entretanto, a potencial iteração de nosso passado recente. Como fomos incapazes de encontrar a terceira via, vejo nos olhos do brasileiro médio a vontade de entregar o trono àqueles que já provaram não ter feito bom uso dele.
Como a democracia jamais fora um institinto genuinamente brasileiro, o uso deste termo é, frequentemente, também, com bastante facilidade, dobrado ao sabor dos mais diferentes discursos. Afinal, o que é a democracia? É uma representação popular forte por meio de conselhos? É a pura e simples existência de eleições? Ou é a capacidade de eleger continuamente uma bancada evangélica? São pequenas farsas que aparentam conter partículas de realidade. Mas o que é, de fato, a democracia?
Para cada governo brasileiro da história recente, há pessoas dizendo que o tal governo fora democrático. Todavia, o que é ser democrático dado cada contexto? É difícil dizer. Mas o que é fácil apontar é que quem considera democracia meramente comida na boca do povo ludibria quem acredita que democracia é liberdade de escolha. E definitivamente engana a quem enxerga na democracia a potencialidade de uma liberdade individual. Faz-se urgente desmascarar certos discursos.
Há, entre militares que mandaram a imprensa calar a boca e promotores da controle social da mídia, menos distância do que supõe nossa inflada filosofia política. Sem que se saiba do que o Brasil é de fato feito, arrotar “democracia” e “sociedade justa” nas colunas dos jornais é apenas mais um exercício de loucos falando consigo mesmos. Da mesma forma que as pessoas twittando “Fique em casa” não coloaboraram com sequer um por cento nas abismais estatísticas de adesão ao tão necessário isolamento.
No limite, quase todos só dão ouvidos ao que estão interessados em ouvir. E para isto só há duas possíveis saídas: uma solução e uma gambiarra. A solução é simplesmente o rumo a uma nova linguagem comum. A gambiarra é ser pragmático. Há de se dizer o que as pessoas pensam querer ouvir. Ora, não é basicamente o trabalho do publicitário? Transformar informação jurídica, técnica em insípida em um radiante e atraente produto? Só mesmo a publicidade pode fazer milagre onde a filosofia não faz escola. Infelizmente, é também a publicidade tarefa para pessoas que pensam.
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FINTRIB18. Significado de taxa
Significado de taxa
1. Definição de taxa Taxa é um tributo cobrado pelo Estado como resultado do exercício do poder de polícia ou da utilização, efetiva ou potencial, de um serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. É uma espécie tributária vinculada a uma contraprestação direta do Estado ao contribuinte, diferentemente dos impostos que não possuem essa…
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#conceito de taxa#definição de taxa#direito tributário#o que é taxa#preço público#tarifa#taxa#taxa x tarifa#tipos de tributos
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“Era uma vez, não era uma vez...” os IC3PEAK
Não podemos acabar o ano sem direcionar os holofotes para a banda de música eletrónica russa IC3PEAK. Tem sido alvo de muita polémica na Rússia e neste momento estão a ser perseguidos pelo governo, depois de terem sido censurados pela primeira vez em 2016, quando viram um dos seus videoclips banido do youtube. Em termos sónicos podemos inseri-los na cena avant-pop, entre a iraniana Sevdaliza e a islandesa Björk. O seu último álbum saiu no passado dia 28 de setembro. Abram a porta ao “СКАЗКА/Conto de Fadas”.
Nastya Kreslina e Nick Kostylev são a dupla por detrás deste nome, que assume produzir terror audiovisual e ópera futurista. Começaram por performar nas W17chøu7, promotora de festas witch house, tendo à sua volta uma mágica aura de dark ambient drone com indícios de hip hop, apesar de nunca terem pertencido a esta label nem se identificarem com nenhum género musical: “Para nós, a beleza está na luta para criar novos símbolos e significados. Gritos e barulho são ambas linguagens internacionais. Não temos um manager – nós conseguimos gerirmo-nos. Não temos uma label – para que é que precisamos de alguém a dizer-nos o que fazer? Não trabalhamos com produtores – escrevemos, produzimos e realizamos os nossos vídeos por conta própria. Não lançamos vinis – publicamos música online.” As suas performances eram acompanhadas por uma experiência de vj-ing, tipicamente DIY.
O seu primeiro EP, SUBSTANCES, data de fevereiro de 2014, é etéreo, dá-nos sonoridades de eletrónica experimental e nuances de vapor wave; em junho do mesmo ano avançam com VACUUM, outro EP, que descrevem na sua página do bandcamp como sendo “sobre a luta com os teus próprios medos e desejos. Sobre manter a tua identidade ou encontrar uma nova e a rotação entre os espaços materiais e virtuais. E se não existisse nenhum eu real e o teu testemunho virtual é o único eu que realmente existe?” - sente-se a energia techno retro dos anos 90 nos instrumentais. Em fevereiro de 2015 surge o homónimo IC3PEAK, já a entrar numa onda industrial; em dezembro do mesmo ano lançam より多くの愛, colectânea de edições ao vivo na festa SKOTOBOYNYA (matadouro em português).
O seu primeiro álbum de longa duração, FALLAL, é lançado em maio de 2016 e encontramos nele a música “Go With The Flow”, cujo videoclip é retirado do youtube pelas autoridades russas por fazer “propaganda gay”. Na Rússia a homofobia é legislada desde junho de 2013, com o propósito de proteger as crianças da negação dos valores de família tradicional. A promulgada lei proíbe a exposição e a propaganda de relações sexuais não tradicionais a menores. No vídeo, filmado entre Moscovo e São Paulo, assiste-se ao beijo de dois jovens, um caucasiano e outro afro-descendente, aparecendo ainda uma drag queen no grupo que o protagoniza, o que bastou para que o Kremlin o eliminasse automaticamente da internet. No seguimento da censura, a banda faz a seguinte declaração por email ao THUMP (publicação expirada, pertencente à Vice Media e que se destinava à cultura de música eletrónica): “Estamos numa situação difícil na Rússia. Nós filmámos esse clipe com lindos e talentosos [membros] da comunidade LGBT do Brasil e da Rússia, como a nossa forma de dizer pessoalmente “vão se foder” ao nosso governo, e para as partes da sociedade que ainda consideram a cultura LGBT “perigosa”. Queremos que todos tenham a oportunidade de ser quem são sem medo. Somos flores raras a tentar sobreviver numa selva de pedra. Fomos criados pela natureza e somos lindos e fortes. Estamos a sair da escuridão para alcançar a luz. Estamos aqui, existimos e brilhamos. Todos os limites são relativos. Defini-los e superá-los é o nosso dever.”
Continuada a caminhada, liberam em novembro de 2017 Сладкая Жизнь/Sweet Life. Este álbum, maioritariamente em russo, tem já uma forte influência do trap, há uma atmosfera escura que o acompanha. A sua segunda música, “Грустная Сука/Sad Bitch”, um hino de empoderamento feminino entoado por Nastya sobre uma escura batida de trap, conta com um videoclip produzido por Maria Vladimirova e possui uma presença muito forte da cultura gótica, assim como alguns traços que poderemos associar à mitologia eslava, por exemplo, o Conde Drácula (representado por Nick, figura alta e pálida) e o sangue engarrafado. Aqui, nasce o mundo encantado de IC3PEAK como o podemos conhecer hoje.
Apresentaram СКАЗКА/Conto de Fadas este ano, um álbum de oito faixas carregado de trap e rap tenebrosos, guarnecido por melodias dramáticas. Abrimos a caixa de música com “Считалочка/Counting Rhyme”, onde a voz da cantora nos embala com a sua poesia e não há por onde fugir, ouvem-se sussurros e chilreios de pássaros acabando com uma paisagem sonora de uma floresta. A segunda faixa, que dá o nome ao álbum, tem videoclip e, não fosse eu amante da liberdade, diria que é obrigatório ver o vídeo a primeira vez que a ou/vimos (vejam-no antes de lerem ou perdoem-me por arruinar a surpresa): um verdadeiro conto de terror eslavo animado! Uma casa abandonada, fotografias antigas, bonecos espalhados, uma das fotografias vive: do lado esquerdo Nastya com tranças aos estilo Wednesday Addams, do lado direito Nick, no meio Baba Yaga (figura arquetípica, remete-nos para o conto russo “Valissa, a sabida”, que aconselho vivamente a leitura) que faz a menina limpar a casa como na antiga estória. O vídeo continua dentro do grotesco e do bizarro, prosseguindo a narrativa análoga ao conto folclórico: ao atravessarmos a escuridão encontramos a trilha para a iniciação, conhecemos o bem e o mal, aprendemos a ouvir e a seguir a nossa intuição.
Este universo mitológico é contemporâneo, a floresta transformou-se numa selva urbana, as árvores são prédios – todos eles idênticos, arquitetura típica comunista –, parques infantis ermos numa cidade distópica arruinada por uma guerra (alusão a Chernobyl), há muros com arames farpados (houve no passado, continua atual, é também profético). Segue-se “Привет/Hello”, o canto místico da narradora omnisciente, ferida e no contra-ataque, não pára de nos levar para este mundo fantástico, obscuro, com referências mágicas e de feitiçaria. A “Красота и сила/Beauty & Power”, começa e acaba com o mesmo verso: “tudo o que parece importante para nós também acabará um dia”; há um padrão nas ideias, que se vão enfatizando, são elas o tempo, a impiedade, a beleza, a força, a frieza e a escuridão. A “Полчаса/Half an Hour” é uma lamentação por não poder estar mais com a pessoa amada “ao pé de ti eu quero morrer / mas sem ti eu não quero viver”, curta canção eufónica com uma batida característica do heavy metal, termina com um rasto de sangue.
A próxima música não pode ser separada do seu vídeo, “Смерти больше нет/Death No More”, é aquilo a que podemos chamar de terrorismo audiovisual. Como se nos fosse transmitido por altifalantes de guerra, aqueles usados para a divulgação de propaganda, o refrão ecoa um aviso de imolação com querosene em frente de toda a Rússia (no clipe os meios de comunicação reportam os acontecimentos). Este hino de revolta é-nos anunciado dum modo cicioso por alguém que já passou o seu tempo na internet e vai agora partir para rua – nas imagens temos o par, primeiramente a comer carne crua à frente do Mausoléu de Lenine e adiante, em cima de polícias de choque, defronte do antigo quartel general da KGB. A ponte entre os versos e o refrão é cantado por uma doce voz infantil – a beleza desta voz é acompanhada por imagens da imponente capital da Federação Russa –, ela está envolvida em ouro mas submersa num pântano, o seu sangue é puro como a “mais pura das drogas” e nas suas costas está o Kremlin (complexo fortificado no centro da capital, onde reside o presidente, este nome é igualmente usado para se referir ao governo) “tu vais ser levado pela polícia com os outros da praça”.
De novo as marcas vampirescas de Drácula, um caixão e uma cabeça que, cortada, ainda canta. À frente da majestosa fonte Druzhba Narodov fumam um charro e fazem acrobacias e, depois de beberem sangue, mergulham/afogam-se no rio Moscova. No plano seguinte estão num carrossel que condiz com o mundo fantástico da Catedral de São Basílio. Agora, nas escadas do Palácio Estatal do Kremlin, já não temos a jovem que ameaça incendiar-se, vêm-se apenas as marcas de um incêndio no chão enegrecido e o fumo a dissipar-se. O vídeo que dá imagem a esta sátira política é também fruto do génio de Maria Vladimirova. Não é fácil desligarmo-nos deste sonho. Numa vaga mais eurodance, em “Таблетки/Pills” a heroína assina o seu testamento. Saturado de tensão, “entre a noite e o dia”, fecham com a chave de ouro em “Слезы/Tears”. Sintetizadores tecem uma manta que faz acalmar os ânimos, para trazerem a despedida, o fim.
Uma dupla de peso, que conta com quatro anos de metamorfoses, cresceu - as 150 cópias do LP do seu novo álbum venderam-se num ápice. Atualmente estão a ser perseguidos pelo governo e não são os únicos, também o rapper Husky foi detido, os concertos estão a ser cancelados e invadidos pelas forças policiais. IC3PEAK conta à BBC que os donos das salas de espetáculo preferem que os músicos não toquem a ter problemas com a polícia. Continuam sem perceber o motivo da censura, pois nunca tiveram nenhuma informação de agentes do Estado que justificasse a anulação dos concertos. Os clubes não responderam às perguntas do jornal sobre o caso e o Kremlin afirma não ter nada que ver com o assunto. Esta perseguição começou depois do lançamento do vídeo de “Смерти больше нет/Death No More” e a banda julga que se está a atravessar uma época de guerra cultural que oprime os artistas, no entanto desconhecem a origem desta luta. Questionam-se se o governo estará com medo de que a sua música possa revoltar as pessoas contra o sistema e respondem às suas dúvidas: “então apressam-se para assumir o controle da situação, agindo com seu método obsoleto e soviético”. No entanto, IC3PEAK acredita que poderá surgir algo positivo com estas formas de censura pois a média nacional e internacional, entre outros artistas, têm-lhes dado apoio.
Não se trata apenas duma manifestação de arte por parte desta dupla que surge no underground russo e que explode na internet com milhões de visualizações e de streamings. Só no último mês mais de dez concertos foram cancelados. No sábado passado a banda publicou na história do instagram uma atualização dos acontecimentos recentes, agradecendo aos fãs que aparecem (sabendo ou não dos cancelamentos) e que lhes dão sustento, incluindo nestes todas as pessoas que têm dado voz à sua luta: “eles querem-nos silenciar, mas em vez disso nós vamos falar o mais alto possível”. O que os IC3PEAK estão a fazer é resistir a um sistema opressor que tem acabado com a liberdade de expressão de muitos artistas. Aqui faz-se história e não são só as de encantar.
(Texto originalmente publica na Comunidade Cultura e Arte)
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𝕋𝔸𝕊𝕂 𝟜 १ ৲ ∘ ∙ 🇶🇺🇪🇸🇹🇮🇴🇳🇦́🇷🇮🇴 🇩🇪 🇩🇪🇸🇪🇳🇻🇴🇱🇻🇮🇲🇪🇳🇹🇴 ⋯ 𝓯𝓻𝓮𝔂𝓪 𝓮𝓵𝓲𝔃𝓪𝓫𝓮𝓽𝓱 𝓰𝓻𝓮𝓮𝓷𝓮
❝ I act like I don't fucking care 'cause I'm so fucking scared. ❞
quais são as características físicas do seu personagem? (alto, baixo, tem marcas de nascença, cicatrizes, etc.)
Freya tem 1,67 m de altura. Cabelos ruivos naturais muito longos, lisos na infância, mais cacheados na adolescência (atualmente ela os usa modelados em ondas ou com o look reto de prancha). Frey tem a cicatriz de um corte na lateral direita da barriga que se confunde com uma marca de cirurgia de apendicite, adquirido em um acidente que sofreu em Stanford há três anos, quando dirigia chapada. Vive com hematomas e cortes dos quais não se lembra de ter ganho, geralmente quando está bêbada ou sob efeito de ilícitos. Não tem tatuagens, nem piercings. Apenas as orelhas são furadas para brincos.
qual a origem do seu nome? (quem o escolheu, significado, se gosta dele, etc.)
Alexander, seu pai, tem um fascínio pela mitologia nórdica. Freyja é uma das deusas mais antigas na religião germânica, associada ao amor, fertilidade, beleza, riqueza, magia, guerra e morte. A mãe de Alexander contou que interpretou uma versão da deusa em um teatro na escola e ele nunca mais se esqueceu disso. Francine não se opôs no momento imediato em que o marido sugeriu o nome há vinte e cinco anos, quando a garotinha adotada chegou em seus braços. Ela adora seu nome e também o segundo, Elizabeth. Quando criança era chamada de Frey-Liz, uma brincadeirinha da babá que acabou pegando e se estendendo até o início do colegial.
qual é a melhor e a pior lembrança do seu personagem?
A melhor não é uma, mas várias: suas performances como chefe das líderes de torcida da Salt Sea High School. Ser uma mermaid era uma religião para a ruiva. A pior lembrança certamente é do momento em que acordou no hospital após a overdose que teve em Stanford; lá mesmo Francine anunciou que enviaria a filha para uma clínica de reabilitação no Arizona chamada Grandview.
ele tem algum vício? (podendo variar desde roer as unhas até precisar de uma rehab.)
Freya começou com álcool na escola, mais ou menos aos 15/16 anos. Algumas pessoas diziam que ela precisava maneirar, mas não dava ouvidos. Depois passou a fumar cigarros comuns e baseados, ainda na escola, mais perto do último ano. Quando foi fazer faculdade em Stanford passou a usar ácido e cocaína nas festas, chegando a ter uma overdose por conta dessa última droga. Esteve internada por uma semana no hospital e depois foi para a rehab no estado do Arizona.
qual é o maior medo de seu personagem?
Aranhas e escorpiões. Em questões psicológicas, Frey revive constante e inconscientemente o abandono dos pais biológicos, sempre com medo de ser descartada pelas pessoas que gosta.
ele tem arrependimentos? se sim, como lidaria hoje com a situação, se tivesse a oportunidade?
Por ter adquirido grande parte do repertório comportamental de sua mãe, Freya foi rude e má com muitas pessoas ao longo de sua vida. Na escola, foi uma típica mean girl e quem não era seu amigo era seu inimigo. Depois de ter descoberto que é adotada, e mais ainda depois da rehab, se tornou mais consciente da toxicidade desses comportamentos. Hoje tenta ser mais agradável, menos petulante e menos causadora de problemas. Mas nem sempre consegue. Hábitos ruins demoram a morrer.
dentre as coisas que ele é obrigado a fazer, entre carreira e obrigações caseiras, qual ele mais odeia?
Como hostess do Limbo (cargo que Frey pretende abandonar em breve), odeia ter de responder a horários fixos e não poder ir embora quando bem entende. Em breve vai receber uma proposta de seus pais para atuar como CMO (chief marketing officer) na empresa dos Greene. Não sabemos como será essa experiência ainda.
ele tem algum segredo que não conta pra ninguém? (ou para poucas pessoas.)
Não costuma contar que é adotada, muito menos que seus pais são os Santiago. Em parte porque tem vergonha de ter sustentado uma imagem e usado seu sobrenome como vantagem por muitas vezes sobre pessoas que não são da elite (mesmo sendo uma Santiago de sangue, foi rejeitada pelos próprios pais). Parte porque teme perder posição no empreendimento bilionário dos Greene, a Primrose’s Jelwery. Se essa notícia vazar, os pais podem resolver retaliar. Também existe o importante segredo que divide com seu primo Vincent: eles se casaram em Las Vegas há pouco tempo.
como seu personagem lida com descontrole? (o que o deixa estressado, se ele desconta a raiva em outras pessoas, o que demonstra sua irritação, etc.)
Essa é boa. Freya não sabe lidar com situações de descontrole emocional. Ela vai da raiva ao choro em segundos, pode arremessar objetos e prometer vingança até em ameaças de morte. É muito fácil perceber quando ela está irritada, primeiro porque fica estampado em seu rosto; segundo porque bebe e fuma o triplo.
conforme crescia, ele teve algum role-model? (uma pessoa que admirava e/ou que gostaria de ser como elx.)
Francine Hansen-Greene é uma mulher inegavelmente empoderada. É bem-sucedida em tudo que faz, gere a Primrose’s, desenha peças de joias que são muito prestigiadas pela alta sociedade e celebridades. É muito inteligente, culta e não demonstra fraqueza. A mãe sempre foi o modelo a ser seguido por Freya, até mesmo nos aspectos negativos: control freak, muito fria/insensível para o que carece de atenção e que gosta de ver o circo pegar fogo só por diversão.
qual é a memória mais antiga dele?
A memória mais antiga de Freya data de seus cinco anos de idade, quando escorregou e caiu no jardim da mansão, sobre algumas rosas espinhentas; os Greene não estavam em casa, a babá (uma senhora idosa) cuidou de seus ferimentos e a colocou para dormir ao som de Moon River cantarolado na voz ligeiramente falha pela idade da mulher.
quando criança, o que seu personagem queria ser quando crescesse? ele é isso hoje? (se não, qual o motivo — se mudou de ideia ou se simplesmente não conseguiu alcançar o sonho.)
Quando criança, costumava dizer que seria bailarina (e fez aulas de balé e jazz durante um bom tempo); posteriormente o sonho se deslocou para uma carreira em relações exteriores, especialmente pela sua facilidade em aprender idiomas. Quando foi para Stanford, o plano era se formar nessa área, mas a overdose entrou no caminho e o resto vocês já sabem.
qual foi a pior coisa que ele já fez?
O histórico da Freya não é bom, chega a ser difícil escrever. Ela era péssima durante os anos escolares, fez um bocado de merda durante a faculdade. Não sei eleger um como pior.
quais são os hobbies do seu personagem? como ele gosta de passar seu tempo livre?
Freya hoje gosta de ler livros em outros idiomas fora sua língua materna, correr na praia, conhecer novos restaurantes (até viaja para isso), papear durante a madrugada no telefone, esvaziar garrafas de vinho da adega do pai com algum amigo. Está iniciando agora aulas de Muay Thai.
ele acredita em almas gêmeas/amor verdadeiro?
Acredita, mas pensa que não necessariamente você fica com essa pessoa e também pensa que nem sempre esse relacionamento será romântico. A alma gêmea de alguém pode ser um amigo/amiga.
já passou por um coração partido? como lidou com isso?
Benjamin é o nome. Ben terminou o namoro com Freya por causa de traição por parte dela e, em retaliação depois de uma briga (também por estar destruída pelo término), ela alegou que o ex-namorado a tinha agredido. Retirou as queixas na polícia poucos dias depois, mas o estrago já estava feito. Ah! Acho que essa foi a pior coisa que ela já fez.
ele é uma pessoa organizada ou bagunceira?
Organizada.
tem alguma opinião forte sobre sexo, política e/ou religião?
Os pais de Freya são tradicionais e muito conservadores quando se trata de qualquer assunto. A ruiva seguiu essa linha durante muito tempo, ao menos no discurso. Por detrás da máscara, é livre quanto a relacionamento sexual, disposta a tentar praticamente qualquer coisa, mas tem a convicção de que transar com sentimento é muito mais gostoso. Política: os pais são republicanos. Freya finge que também é, mas votou somente em candidatos democratas nas últimas eleições. Foi criada na igreja católica e tem fé. Não é uma fé baseada na moral, mas sim em uma espiritualidade na qual vez ou outra se conecta.
é bom em dar conselhos? e em recebê-los?
Não é muito boa em dar conselhos, porque é muito autocentrada. Tenta de vez em quando mesmo assim. Só recebe conselhos de pessoas muito próximas (só que infelizmente é muito sensível à opinião alheia de um modo geral).
se você, como player, pudesse dar um conselho ao seu personagem, qual seria?
Não deixe o medo do abandono te dominar, porque quando isso acontece você machuca as pessoas antes que elas te machuquem. Não é saudável e não é o que você quer. Sei que seus pais biológicos te mandaram embora e os adotivos sempre te trataram como um projeto, mas não se esqueça de que há mais pessoas por perto que gostam de você. Você não é um objeto a ser descartado... sei que é difícil mudar, porque é o lugar que te colocaram a vida toda. Mas você consegue <3
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Falta de Atenção no Trânsito é algo Sério
Ola, recebi uma multa por excesso de velocidade ao passar na frente de um posto rodoviario, tinha sinalizacao de 60km por hora, mas como passo com frequencia no local (br 116), e limite é 90km por hora, acabei me distraindo e passando a 100km por hora na frente do posto. Caridade e fizeram uma choça em que repouzaram esta noite e depois foram a sua aldeia onde foram recebidos de toda gente com tão grandes mostras de amor, como se fora muito tempo que os conversaram; e ahi esteve Padre alguns dias ensinando-lhes as cousas de sua salvação.|Parecer. Também é faculdade do defensor público, exame, em qualquer repartição pública, de autos de flagrantes, inquéritos e processos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar apontamentos; a manifestação em autos administrativos ou judiciais por meio de cota.} {SILVA (2005) comenta que cabe aos pais viabilizar processo de inclusão de seus filhos, a priori no ambiente familiar onde autista está inserido, para que posteriormente esta inserção ocorra no convívio dos amigos, na comunidade, na escola, e por fim na sociedade.|Este processo de trabalho esta ligado ao gerenciamento do cuidado no qual consiste em um instrumento de trabalho para poder aperfeiçoar a assistência prestada, desde que sua aplicabilidade seja norteada nas necessidades de cuidado dos pacientes e orientada perspectiva do cuidado igualitário.} {Determina que crianças e adolescentes são indivíduos em desenvolvimento que necessitam de atenção especial e garantias de defesa, como direito à convivência familiar e comunitária, direito à saúde e alimentação, direito à liberdade, respeito e dignidade, direito à educação, esporte, lazer, ao trabalho e à profissionalização.|227, §4º, da Carta Magna e através do Direito Penal e leis extravagantes, tratou de achar um meio de punir comportamentos transgressores, mesmo que estes não estejam arrolados e descritos como tipos penais incriminadores, como no caso da Pedofilia, conduta designada como transtorno sexual parafílico, relativo tão somente à medicina, mas punível por meio de outros tipos penais.} {§ 1° - No interesse da Segurança Interna e da manutenção da ordem pública, as Polícias Militares zelarão e providenciarão no sentido de que guardas ou vigilantes municipais, guardas ou serviços de segurança particular e outras organizações similares, exceto aqueles definidos na Lei Rn 7.102.|§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.} {Os procedimentos cautelares poderão ocorrer anteriormente a qualquer procedimento policial ou judicial, quando a autoridade policial tiver conhecimento da infração penal, durante inquérito policial, na fase da instrução
Como Perder o Medo de Dirigir
criminal, e durante a execução, como, por exemplo, na busca necessária a verificar procedimento do liberado condicional no caso de revogação, consoante previsão do artigo 145 da Lei de Execução Penal.|Portanto, Kotler e Keller (2006) finalizam afirmando que para as empresas, as marcas representam uma propriedade incrivelmente valiosa
que pode influenciar comportamento do consumidor, ser comprada e vendida e ainda, oferecer a segurança de receitas futuras e estáveis.} {Acrescenta que apesar de muitos dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento terem sido descritos na literatura há muitas décadas como, por exemplo, Autismo e a Síndrome de Asperger que foram relatados pela primeira vez há mais de 60 anos, continuam desconhecidos de grande parte da população brasileira.|Contudo, uma vez proprietário não possuir declaradamente condições para manutenções nos casarões, podem estes buscar ajuda junto ao governo, que não significa intervenção imediata do mesmo, pois devido à quantidade de casarões tombados e ao valor elevado das restaurações, tornam processo de conservação do patrimônio menos eficaz, que tem levado os particulares a tomas atitudes pouco louváveis, pois a saída encontrada pelos mesmos tem levado à transformação da paisagem arquitetônica original, que poderia ser evitado com a implantação de políticas públicas mais eficazes.} {Fomos rebocados até uma oficina onde tinha de tudo: uma bodega com pastel, refrigente e cerveja, um rio com água límpida e temperatura agradável, umas árvores com sombra onde Tauri armou nossas redes, um almoço oferecido ao Coronel e seu fotógrafo: costela de boi curraleiro cozida - uma delicia que fotografo dispensou, mas Coronel, que a essa altura já havia confessado não ser detentor de tal patente, comeu que se fartou.|Os impasses surgidos a partir da argumentação da teoria do patriarcado e as dúvidas postas sobre as "representações do sexo biológico" levaram os pesquisadores a incursões por outros campos de saber à procura de iluminações para os significados das relações sociais, significado do masculino e do feminino, entendendo-se que as relações sociais entre homens e mulheres são pensadores, enquanto relações entre que é definido como masculino e feminino: os gêneros, porque uso do gênero como categoria analítica constrói uma relação ao mesmo tempo ?social e simbólica?, sem estabelecer uma mecânica de determinação como fala LOBO (1920: 260).} {Originada do latim passionalis, que vem de passio (paixão), é homicídio cometido por forte paixão ou emoção, sendo caso de homicídios praticados por ódio, inveja, ciúme ou intenso amor e que é assunto principal deste trabalho,
Dirigir
pode ser considerado homicídio privilegiado quando agente agir sob domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, no entanto esta questão ainda será discutida no decorrer do presente trabalho.|Em regra a lei ordinária é a competente para regular a competência em razão da matéria, contudo, em se tratando de crimes dolosos contra a vida, aquela
não poderá fazer qualquer restrição, já que seu julgamento cabe exclusivamente ao Tribunal do Júri, conforme dispõe texto legal acima descrito e art. {Neste caso, a gestante há possibilidade de indenização por parte da mãe da criança, mas, somente se esta agiu com dolo ou culpa em sentido estrito ao promover a ação, que demonstra que a regra geral da responsabilidade civil está acima do princípio da irrepetibilidade.|Embora constituam-se como um avanço em nosso sistema penal, capaz de trazer resultados significativos, é sabido que esta nova modalidade punitiva ainda é restrita, abrangendo apenas condenações até quatro anos, excluídos crimes violentos, além de outros requisitos, que acabam reduzindo a sua aplicabilidade.}
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Z.2097372-00.2174.1. Genesys Magnu Champoudry. Kimarys Marv Deshayes. Daemon. Androide. 26/37. Solteira. Criada por Gwynfor Faraday Champoudry. Classe Baixa. Garçonete. Assassina de Aluguel. Posicionamento contra o Governo. Rebelde. Treinadora-Chefe na Ala de Armamentos Rebeldes. Pansexual. Uma passagem pela polícia: suspeita de homicídio. Programação ativa: força, luta e durabilidade. Problema mecânico na perna esquerda. (Nastya Zhidkova)
Desde muito pequeno, os conceitos de Gwynfor sobre a vida eram estranhos aos demais. O mundo havia avançado muito e o rapaz sabia que avançaria mais, mas também sabia que sacrifícios eram necessários para que isso acontecesse. Ele, apaixonado pela ciência e pelas proporções em que a vida humana e a tecnologia poderiam se fundir, via-se sendo ofendido constantemente por qualquer pessoa que soubesse de seus ideais. Ninguém entendia, porém, que o mesmo daria a vida pelo avanço. Ao terminar a escola, foi direto para a melhor faculdade e, depois, os melhores cursos e melhores especializações. Vivia numa época em que o desenvolvimento tecnológico era tanto que era impossível não se apaixonar por aquele mundo. Envolvido em dezenas de projetos estadunidenses, o cientista não tinha tempo para nada além do trabalho. E foi neste meio que conheceu Radia, cientista renomada no campo da computação. Apaixonaram-se, de suas maneiras, em poucos meses e logo estavam morando juntos. O coração de Gwynfor parecia ter acabado de acordar de um sono que poderia ser eterno, enquanto o de Radia estava, no máximo, mais aquecido do que o comum.
Quando Radia, em exames de rotina, descobriu uma gravidez não planejada, não teve certeza se deveria avisar o namorado, já que este certamente ficaria muito feliz e ela não planejava continuar com a gravidez. Entretanto, a mulher não esperava que um dos homens que trabalhava no hospital era amigo íntimo de Gwynfor e o parabenizaria pela menina que estava esperando. O homem esperava uma surpresa, mas não a teve. Uma semana depois, confrontou a namorada e, ao saber dos planos, pediu para que esta prosseguisse com a gravidez e deixasse a filha com ele.
Nada no mundo poderia ser comparado a beleza de Genesys, a menina que nasceu da frágil união. Assim que o pai segurou a criança nos braços, sua mãe partiu para outra cidade. O cientista via o mundo acabando do lado de fora, países afundando e populações entrando em extinção mas, ao mesmo tempo, a única coisa que queria fazer era ser pai, pegar aquela criança tão bela e protegê-la de qualquer coisa ruim que pudesse atingi-la. A menina cresceu até os sete anos de idade, com personalidade forte e inteligência que fazia o pai se orgulhar dos genes da garotinha. Os olhos brilhantes e o corpo pequeno pareciam ter a vitalidade que ninguém no mundo jamais teria. Esta, porém, se apagou poucas semanas após ser descoberta uma doença raríssima no fígado da menina.
Se sua vida antes era Genesys, assim que esta morreu, o significado voltou a ser a ciência. Foi em 2161 que o cientista começou a coletar peças e aprimorar suas pesquisas para um projeto novo. Se tinha abandonado todos os outros, aquele era verdadeiramente importante e teria que ser feito rápido para que a peça principal funcionasse. Os vizinhos, que antes viam o homem saindo de casa o tempo todo com a filha, começaram a se preocupar quando este ficou meses sem ver a luz do sol. Foram inúmeras as vezes em que houveram tentativas de intervenção naquela situação, mas em todas elas o cientista parecia saudável para os médicos, o que só preocupava ainda mais os vizinhos.
Dois anos depois, uma luz especial sairia do porão de Gwynfor, não fosse pelas janelas perfeitamente vedadas. Depois de tanto trabalho, o homem ligou pela primeira vez a nova Genesys. A andróide tinha as feições perfeitas da criança que fora enterrada dois anos antes, desde o sorriso sempre sincero até os olhos cheios de vida. Ninguém nunca duvidaria que aquela era, realmente, Genesys, a única companheira e o verdadeiro amor daquele homem cujo coração sempre fora da filha e a cabeça sempre da ciência, tornando-o completamente servo daquela que estava na sua frente.
Logo que tomou consciência, Genesys parecia apenas ter acordado de um sono longo. Lembrava-se dos anos antes daquilo, do que a verdadeira Genesys vivera e tinha consciência que não era a mesma mas, ao mesmo tempo, sentia que era. Passou os próximos meses sendo ensinada por seu criador, que a tratava com ainda mais amor do que uma vez tratara a filha humana. Para Gwynfor, aquela andróide era como uma segunda chance de cuidar e proteger sua filha. De alguma forma, a programação de Genesys era tão similar ao cérebro humano, tão complexa e tão variável que era impossível prever o que a andróide faria. Em poucos meses, com alguns aperfeiçoamentos, ela era inclusive capaz de sentir algo muito parecido com os sentimentos humanos.
Demorou algum tempo para que Genesys fosse tão perfeitamente humana que nem mesmo um especialista muito bem treinado conseguisse notar a diferença. Junto dos aperfeiçoamentos, Gwynfor atualizava a andróide anualmente para que sua aparência mudasse sutilmente, assim como aconteceria se Genesys fosse humana. Utilizou de diversos estudos para que conseguisse fazê-la ter um rosto cada vez mais maduro e um corpo cada vez mais desenvolvido. Nesse meio tempo, acabou tendo que se mudar, já que os vizinhos já sabiam do falecimento de sua filha humana. Atravessou a cidade e foi para um bairro completamente diferente, onde seria dificílimo encontrar alguém que conhecesse.
A nova Genesys já tinha cinco anos de vida quando saiu para fora do porão pela primeira vez. Escondida, foi até o carro do criador e só pode sentir o ar fresco no rosto e a grama em seus pés quando chegaram na nova casa. Com as alterações devidas nos registros de Genesys, esta era oficialmente a filha de Gwynfor, que nunca morreu, sempre esteve ali. No mesmo ano, o cientista recebeu inúmeras propostas de trabalho, mas apenas uma chamou sua atenção. Tratava-se de um novo partido sendo criado, cujos ideais ainda não eram certos, nem as propostas ou as formas de divulgação de tudo aquilo. Acreditavam que precisavam de alguém que entendesse de tecnologia para poderem concluir seus objetivos, já que aquela geração era totalmente baseada na inteligência artificial.
Demoraram dois anos para que tudo ficasse pronto, claramente no tempo exato, já que ao mesmo tempo que o mundo entrava em crise, surgia um partido com promessas utópicas e maneiras realistas de atingir objetivos. Quando ascenderam ao poder, Gwynfor torceu e chorou com a possibilidade de um futuro melhor para sua filha crescer. Genesys, por sua vez, sentia como se fios se soltassem dentro de si toda vez que via algum Chanceler conversando com seu pai. Conforme os anos passavam, insistia mais e mais para que Gwynfor deixasse aquele trabalho e voltasse a focar nas pesquisas que gostava tanto, mas o homem estava muito envolvido naquele governo e estava com medo de desistir.
Desta forma, passaram-se anos e parecia que os Champoudry estavam cada vez mais envolvidos nos absurdos que os Chanceleres realizavam. Não era apenas Gwynfor, mas também Genesys que tinha que demonstrar respeito pelos governantes e amor por sua pátria, fazendo de tudo para salvar a vida de seu pai, cujas ameaças ficavam cada dia menos sutis. Já adulta, viu Gwynfor colocar todos os conhecimentos num drive e codifica-los, transferindo-os para ela, que, imediatamente, sabia tudo sobre tecnologia e informática, mas ainda não sabia sobre os trabalhos do pai naquele governo. Quando indagado sobre isso, porém, o homem apenas dizia que seria mais seguro se Genesys não soubesse de nada, se não imaginasse quais seriam as próximas coisas absurdas a serem feitas. Viram-se, por fim, reféns dos Chanceleres.
Foi apenas quando as lutas de robôs e andróides se tornaram tão populares que Gwynfor se revoltou. Gritou e esperneou dizendo o quanto aquilo era absurdo. Recusou-se a continuar compactuando com aquele modo de governar e deu as costas aos Chanceleres. Voltou para casa e fez modificações em Genesys. O material do seu corpo foi trocado, tornando-se mais resistente; seus fios e suas engrenagens foram trocados por coisas mais resistentes e muito maleáveis, para que não pudessem estragar; sua parte exterior também foi trocada, fazendo com que o material que imitava os músculos fosse mais forte mas mais fino, tornando-a consequentemente mais forte também mas sem chamar atenção; e sua pele foi renovada, tornando-se igual à de um humano, inclusive pelas impressões digitais e resquícios de DNA. Dessa forma, Genesys não era apenas perfeitamente humana em aparência, mas ainda era capaz de destroçar qualquer um caso fosse descoberta e posta numa briga.
Cinco dias depois, Genesys estava em seu quarto quando escutou o pai gritar. Foi tudo muito rápido, correu e sabia que estava pronta para acabar com qualquer um que ousasse machucar sua família. Isso, porém, não foi útil quando chegou ao primeiro andar. Viu a porta da sala aberta e um vulto preto já ao longe, pensou em correr para o suspeito. Porém, ao ver o pai caído no chão, o sangue ao redor do corpo do mais velho, desistiu de correr, só conseguia pensar em tentar salvá-lo. Infelizmente, não havia salvação. Com a garganta cortada profundamente, só podia se esperar a morte chegar e Genesys sabia disso. Fez de tudo para que o pai ficasse confortável e antes que fechasse os olhos para sempre, Gwynfor pediu para a andróide se aproximasse, quando sussurrou seu último pedido: “salve-se, filha”.
Depois disso, não viu outra alternativa além de se mudar. Pegou todas as economias da família e todas as peças que seriam necessárias em casos de emergência, além de alguns pertences mais pessoais, e foi embora, deixando para trás apenas rastros de uma casa totalmente humana e comum. No novo bairro, buscou por algo totalmente fora do radar, onde não teria problemas em viver. O luto ainda era forte e sequer sabia que era capaz de sentir algum tipo de aperto no peito daquela forma, pela primeira viu-se amaldiçoando Gwynfor por fazê-la tão humana.
Sem muitas alternativas e sem oportunidades de emprego, Genesys passou a roubar. Suas habilidades para tal eram absurdas e ninguém nunca suspeitava das feições angelicais e do corpo tão pequeno. Logo passou a chamar atenção das pessoas erradas. Primeiro, os traficantes da área começaram a usar de seus serviços de roubo. Pediam por armas e ingredientes para as drogas e Genesys sempre conseguia tudo em pouquíssimo tempo. Não demorou para precisar matar em legítima defesa e, quando o fez, não sentiu nada além de nojo do sangue escorrendo sob seus pés. Começou a ganhar dinheiro com isso, então, cobrando dos traficantes para matar os devedores. Logo, outros tipos de pessoas começaram a usar de seus serviços e a única coisa que Genesys conseguia pensar era em quão corrompida a humanidade era.
Passou alguns anos sem chamar atenção das autoridades e os poucos poderosos que sabiam de sua existência, usavam do seu serviço. Viu-se matando de devedores de traficantes a pessoas importantes para os Chanceleres. Quando encomendavam a morte de alguma pessoa contrária ao governo, porém, Genesys sempre se negava a praticar qualquer agressão. Além disso, ainda passava o tempo livre usando do conhecimento que teria adquirido da cabeça do próprio criador. Suas atividades começaram a ficar mais agressivas conforme a revolta de Genesys aumentava. Logo, era membro dos rebeldes.
Chamou atenção desde o começo com seu conhecimento e suas habilidade. Ninguém sabia que a mulher era androide e, por isso, era comum vê-los impressionados com o que Genesys fazia. Usava de todo o conhecimento herdado de seu criador e, ainda, do que adquirira com seu trabalho nas ruas. As armas que criavam eram de alto nível, perigosas demais para ficarem nas mãos de qualquer um. Por isso, não demorou para que se tornasse treinadora dos rebeldes para manuseio do que criava.
Por mais de dois anos, Genesys se viu entre os trabalhos dos túneis rebeldes e o trabalho como assassina de aluguel, que foi aconselhada a não largar totalmente para não levantar suspeitas na vizinhança, onde já era conhecida. Andava sempre abaixo do radar, tentando chamar o mínimo de atenção possível, uma vez que qualquer passo em falso era um risco desnecessário a ser corrido. Quando dia dois de agosto de 2017 chegou, a andróide não esperava que sua vida fosse mudar drasticamente como mudou.
Uma breve mensagem com uma assinatura de uma letra só foi o suficiente para atiçar a curiosidade da mulher, que não previa seu futuro envolvimento com algo tão grande. Num baile realizado pelos Chanceleres, foi ela quem ofereceu veneno a Magnus Veillon I, que foi constatado morto pouco tempo depois. Genesys fugiu por não mais do que três semanas. Seu rosto apareceu em todos os jornais, anunciando a assassina do Chanceler. Pouco depois, foi dita desaparecida. A andróide já estava, na verdade, nos porões do departamento policial de Gallica I sendo torturada e interrogada.
A tortura durou alguns meses, até todos serem convencidos de que realmente não sabia o que estava oferecendo ao Chanceler. Esta, porém, era sinônimo de sequelas irrecuperáveis. Não conseguia sentir boa parte do corpo, muito menos movimentá-lo, quando foi jogada nos ringues de luta. Começaram a apostar na andróide, porém, o que gerou novos corpos, que, junto das habilidades que já tinha, significavam vitórias nos ringues e mais patrocínio.
Faltando pouco para completar um ano desde a morte do Chanceler, ninguém sabia quem era a mulher que apareceu na porta dos rebeldes. Com um corpo e rosto diferente, apresentou-se como Daemon e ofereceu, em troca de um cargo importante entre os rebeldes, todas as informações que coletara em seus meses sendo interrogada. Antes a revolucionária Genesys, aquela que se apresentava era sanguinária, estava cheia de raiva e não demonstrava uma centelha de medo. Depois de ter sobrevivido ao inferno, tudo o que queria era terminar o que havia começado.
Largou tudo o que tinha para trás, seu passado, seus amigos, sua aparência e seu nome, mantendo apenas o trabalho como assassina de aluguel, uma vez que a sede pela morte se mostrava cada vez mais impossível de controlar. Por fim, quando sua informações se mostraram úteis, foi nomeada treinadora-chefe na Ala de Armamentos, cargo que ocupa com orgulho e determinação.
Está indisponível (OC) .
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A mudança tem que partir do povo. De outra forma vai dar errado, muito errado.
Por Marcel Fürstenau
Assalto à sede do serviço de inteligência da Alemanha Oriental em 1990
“Escudo e espada do partido” era a autoimagem com que trabalhava o Ministério de Segurança do Estado (MfS) da República Democrática Alemã (RDA), a antiga Alemanha Oriental, criado em 1950. Na prática, isso significava espionar, reprimir, decompor. O grupo-alvo principal era a sua própria população.
Apelidado pela população “Stasi” – abreviatura de Staatssicherheit (segurança estatal) – ele foi o sistema de alerta precoce e aparato de repressão mais importante do Partido Socialista Unitário (SED), a sigla política única da extinta Alemanha comunista.
A Stasi, no entanto, não conseguiu impedir a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989 e, com isso, seu próprio fim. Nove dias após a inesperada abertura de fronteira, a polícia secreta da RDA foi rebatizada Departamento de Segurança Nacional (AfNS). Novo nome, velho sistema: assim a esmagadora maioria dos 17 milhões de alemães orientais via a situação.
Em 15 de janeiro de 1990, a Stasi foi o tema dominante na reunião da chamada Mesa-Redonda Central em Berlim, onde representantes do antigo regime, sob o chefe de governo Hans Modrow, e ativistas de direitos civis discutiram em conjunto o futuro da abalada Alemanha Oriental.
Nesse dia, o movimento político alemão-oriental Novo Fórum convocava a uma manifestação em frente à sede da Stasi. “Traga cal e tijolos com você!”, dizia um panfleto: tratava-se de murar simbolicamente o serviço secreto, invadir a enorme área “com imaginação e sem violência”.
Um muro simbólico deveria cerrar a sede da Stasi depois da queda do Muro de Berlim
Entre os milhares que aceitaram a convocação, estava Arno Polzin, de Berlim Oriental. O jovem de 27 anos diz que nunca esquecerá um detalhe: “O fato de se ter entrado ileso na área.” Sem resistência, sem controles: pelo contrário. Quando o construtor de ferramentas entrou no complexo que estivera hermeticamente fechado há décadas, ele viu policiais uniformizados no último andar de um prédio.
Obviamente, eles não estavam lá para intimidar nem afastar os intrusos, disse Polzin em conversa com a DW. Em vez disso, teriam observado com “interesse e curiosidade” o que acontecia abaixo. Uma imagem simbólica, na visão de Polzin: “OK, aqui parece que não tem mais um perigo direto.”
Com o assalto à sede da Stasi, o último e mais importante bastião do serviço secreto da antiga Alemanha Oriental chegou ao fim. Tudo começou, no entanto, cerca de 300 quilômetros a sudoeste de Berlim.
Erfurt: a iniciativa feminina
Na cidade de Erfurt, a artista Gabriele Stötzer já organizara com um grupo de mulheres a ocupação do edifício local da Stasi em 4 de dezembro de 1989. As fronteiras entre Leste e Oeste estavam abertas, mas as ativistas não confiavam naquela paz. “O Estado ainda não havia renunciado”, conta Gabriele Stötzer à DW; polícia, Exército e Stasi ainda estavam armados: “Ainda havia uma treva sobre a RDA.”
Apesar dessa difusa situação conflituosa e emocional, as mulheres juntaram toda sua coragem e quiseram entrar na Stasi – e a porta realmente se abriu. Elas explicaram suas intenções aos atordoados funcionários: “Você criaram dossiês para nós, eles são nossa propriedade. Queremos salvá-la agora. Queremos ver se vocês vão destruí-la.”
Em Erfurt, ativistas ocupam pacificamente sede local da Stasi
Na ocasião, ninguém sentiu medo, afirma Stötzer. O objetivo delas era tão claro, sempre havia algo a fazer, elas procederam de forma planejada. Por mais louco que pareça, informaram o prefeito com antecedência de suas próximas ações. E a Promotoria foi solicitada a selar as salas da Stasi para preservar os arquivos. “Sabíamos que também se tratava de um grande tesouro, nosso tesouro.”
A vida delas estava descrita nos dossiês com que a Stasi tentava controlá-las, “praticamente tirando de nós as nossas vidas, nos criminalizando”. Aos olhos da Stasi, a jovem era inimiga do Estado desde a tenra idade. Seu delito: em 1976, protestara ao lado de outros ativistas dos direitos civis contra a expatriação do compositor Wolf Biermann. Por tal foi condenada a um ano de detenção na prisão feminina de Hoheneck.
Apesar desse castigo humilhante, ela se recusou a partir para o Ocidente e se manteve como artista autônoma na RDA. A Stasi continuou a monitorá-la. Gabriele Stötzer considera “genial” e “grandiosa” a forma como, mais tarde, ela e seus companheiros eliminaram pacificamente o serviço secreto, em 1989.
O incrível mensagem de Erfurt se espalhava por toda a RDA: “Elas entram, exigem os arquivos da Stasi, e ninguém atira”. Fosse em Halle, Leipzig ou Gotha, a Stasi capitulava por toda parte.
Só em Berlim levou um pouco mais de tempo. Markus Meckel, ministro do Exterior da RDA por um breve período após as primeiras eleições livres, em 1990, diz ter uma explicação plausível para tal: a RDA sempre fora um Estado centralizador, e “lá ficava o centro do poder, também o aparato repressivo”. E a Stasi só pôde ser removida “por o próprio governo ter se tornado instável e não ver nenhuma outra saída”. Esse momento chegou em 15 de janeiro de 1990.
Ódio ao aparato estatal de repressão ficou demonstrado na invasão da sede da Stasi em Berlim
Depois do assalto
Três dias após o assalto à sede da Stasi, o último líder comunista da antiga Alemanha Oriental, Hans Modrow, desistia de sua resistência, ordenando que a agência de inteligência fosse dissolvida. A posterior abertura dos arquivos da Stasi foi “um grande mérito” da Câmara do Povo da RDA, avalia Markus Meckel. Uma façanha “que teve que ser imposta contra a vontade dos representantes do governo da República Federal da Alemanha”.
Na época, o chanceler federal da Alemanha Ocidental Helmut Kohl preferia manter o material explosivo em sigilo. Para evitar isso, Arno Polzin e seus correligionários ocuparam pela segunda vez a fortaleza da Stasi em setembro de 1990, com sucesso.
O objetivo mais importante dos ativistas dos direitos civis da RDA foi alcançado: “Meu dossiê me pertence”. Para isso, o legado da Stasi teve que ser arrancado dos “gabinetes de venenos”. Polzin menciona ainda outro medo: que os serviços secretos da Alemanha Ocidental tivessem acesso aos arquivos “antes de os cidadãos da RDA terem a chance de saber o que eles continham”.
Sem o engajamento dos ativistas dos direitos civis em diversos lugares e momentos, a dissolução da Stasi e a abertura dos arquivos sequer seriam imagináveis. E não está dado um ponto final na história, mesmo que, como decidido em 2019, os documentos da Stasi acabem no Arquivo Nacional da Alemanha, em médio prazo.
Markus Meckel considera boa essa solução, e enfatiza sua função exemplar para outros países do antigo bloco soviético que seguiram o modelo alemão. O último ministro do Exterior da RDA, atribui ao assalto à sede da Stasi, em 15 de janeiro de 1990, um significado histórico especial: “Foi um grande ato, que é importante e deve ficar registrado.”
https://www.dw.com/pt-br/1990-fim-da-stasi-quando-o-povo-toma-a-pr%C3%B3pria-hist%C3%B3ria-nas-m%C3%A3os/a-52014178
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Pornograma 1 (Non Ducor, Duco), 1980: O corpo vertical. A letra “I”, “eu” em inglês, feita a partir da nudez do artista no 9º andar de um edifício diante de dois pilares sociais. Diante o 19º Batalhão de Polícia Militar. Ao fundo, a Igreja de Copacabana. “Non Ducor, Duco” significa “Não sou liderado, lidero”.
ARTE PORNÔ NO BRASIL
A palavra "pornografia" provém dos vocábulos gregos "pornos" (prostituta) e "graphô" (escrever, gravar). O primeiro destes vocábulos é da mesma família de outros, como "porneuô" (ser prostituta, viver da prostituição) e "pernêmi" (vender, exportar). Este último deve-se ao fato de, inicialmente, as prostitutas serem escravas.
A partir desta etimologia, facilmente se percebe o significado do termo "pornografia" (como nos é apresentado tanto no Dicionário da Língua Portuguesa, de Moraes, como no de José Pedro Machado): tratado acerca da prostituição, coleção de gravuras ou pinturas obscenas, carácter obsceno de uma publicação.
Segundo o dicionário José Pedro Machado, o termo “obsceno” significa:
Adjetivo. Que se opõe ao pudor; que vai contra o pudor; grosseiro ou vulgar. Sem moral ou decência; que provoca indignação pela falta de moral; pornográfico. Diz-se da pessoa que se comporta de modo devasso; quem compõe ou escreve obscenidades. Que demonstra obscenidade; que contém obscenidades: comportamento obsceno; sorriso obsceno.
A palavra “obsceno” deriva do latim abscenus (repulsivo, rejeitado e tem por sinônimos: imoral, impudico; e por antônimos: pudico, cândido.
Muito natural para o brasileiro estar nu? Onde começa o sentido de natural dentro da sociedade? Permeando um universo desprovido de internet e hiper-conexões, a arte-pornô tenta fazer, na década de 1980, poesia com o pênis e o corpo, desviando o olhar focado de peitos e bundas femininas para o corpo masculino e um corpo grupal, numa realidade onde o falo pode ser presentado, mas nunca mostrado.
Houve momentos na história da humanidade, onde o falo era adorado e representado nas artes, tanto quanto o seio feminino. Longe de ser uma noção de igualdade, mas sim uma ideia de poder, fertilidade masculina necessária à vida. Órgão relacionado ao prazer e a abundância, a fecundação.
Com o pensamento ocidental cristão vigente ainda nos dias atuais, sua evolução político-religiosa, a sociedade perde o pênis normativo do passado, ficando com um falo figurado e imaginário, de origem diabólica e fruto do pecado. Passa também a ter conotação da fraqueza masculina e também de sua natureza, um religar religioso onde o pênis não é mais apenas um órgão sexual, mas também um objeto de honra e prestígio social.
É nesse contexto de desmaterialização do corpo, do pênis, e separação do biológico e do social, que “a cultura da beleza e aparência física, a partir de determinadas práticas, transforma o corpo “natural” em um corpo distintivo” (BOURDIEU, 1988).
Na modernidade, dentro de uma concepção onde o natural não existe e tudo é construção social, todos os corpos seriam simbólicos, pois o símbolo é a primeira coisa artificial com base no natural. Como tudo, a matéria prima provém da natureza, inclusive os corpos. Dentro de uma normatização social, este mesmo corpo passa a ser personificado, customizado, a ponto de ir para uma prateleira como um produto industrializado que passa a ser.
A normatização do pênis no novo âmbito de espaço público/privado na contemporaneidade, que agora se estende também nas realidades virtuais, passa a ser imperativo, ainda sob forma de perversão e desvio de conduta, esperando alcançar um estrelato online, sendo cada indivíduo o produtor de seu próprio conteúdo a ser divulgado e pulverizado.
Nesse processo de uma primavera pornô-virtual, o privado passa a ser objeto público, onde o mercantilismo da forma, condiciona os indivíduos com operações sem nenhuma recompensa, ou talvez uma recompensa intangível, inalcançável, levando aos aspirantes da boa forma a uma corrida incansável por audiência e feedback.
O movimento arte pornô no brasil oriundo da década de 1980 analisado nos termos atuais poderia ser considerado um nude. Pois o corpo é uma ferramenta artística em sua totalidade. A imagem do corpo nu evocando beleza, questionamento moral e erotismo. O autor JEUDY (2002) compreende que é “esse olhar leva a constatar que a figura humana talvez tenha sido “desde sempre, o objeto de arte por excelência”.
Tendo o objeto de arte como um produto de simbologia e semiótica humanas desde as primeiras eras da humanidade, o corpo se conceitua aí, com uma sutileza de algo que pode ser elaborado, trabalhado. Libertando literalmente o homem da sua condição animal na natureza, a condição natural da existência, e executando um novo existir como forma símbolo, onde as representações variam de acordo com a cultura e localidade.
Rabinovich (2009) compreende significação fálica como "como substituto progressivo da significação do seio”, onde “o Édipo só desempenha seu papel na medida em que o pênis paterno se apresenta como um substituto da medida-padrão dos objetos que é o seio materno." (RABINOVIICH, 2009, p.61)
A autora SIBILIA, traça a genealogia da nudez em paralelo com a revolução industrial, onde o corpo é como máquina. Para ela, “os organismos humanos tiveram que sofrer uma série de operações para se adaptar aos novos compassos, dando à luz outras formas de ser, de estar e de movimentar-se nas coordenadas espaço temporais”.
Neste contexto onde a transição do tempo é a chave para resolver o mistério do natural e do supranatural, as máquinas e os conceitos se adaptam as necessidades plurais do coletivo humano/máquina, onde as informações intermediadas por filtros cada vez menos humanos, colocam o pênis numa posição que varia desde expressão artística a produto final, onde os consumidores buscam consumir a audiência e aceitação na embalagem virtual das vitrines virtuais.
REFERÊNCIAS BLIOGRÁFICAS
SIBILIA, Paula. Mutações: a crise do industrialismo. (In: SIBILIA, Paula. O Homem Pós-orgânico).
RABINOVICH, Diana. O conceito de objeto na teoria psicanalítica - suas incidências na direção da cura. Rio de Janeiro: Cia. de Freud, 2009.
BOURDIEU, P. O Poder Simbólico. Lisboa: Difel, 1989.
JEUDY, Henry-Pierre. O corpo como objeto de arte. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.
MACHADO, José Pedro. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Editora Confluência, 1967.
Juan Carlos Sampaio
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