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Congelando memórias
Há cada dia percebo com mais convicção que a vida é sopro. É como se fôssemos um dente de leão que um dia a brisa intensa bate e desfaz-nos em vários pedacinhos e tudo acaba. Como um estalar de dedos do Thanos e puff já era. Somos tão pequenos diante da imensidão que é esse mundão de Deus. Como já falei em outros escritos, só o que ficam são as marcas que deixamos nas vidas que permanecerão aqui depois que virarmos pó.
A reflexão dessa vez veio na madrugada, por diversas vezes damos relevância para coisas sem importância. Por exemplo, imagina você estar compartilhando um momento com pessoas que você ama, vocês resolvem congelar o momento através da fotografia e assim é feito. Porém, algumas fotos espontâneas você resolve deletar, porque não gostou como saíram nas fotos. Já fiz isso algumas vezes, mas hoje depois de um certo amadurecimento, percebo que isso não é tão importante quanto o momento em si que se congelou no click, no sentimento compartilhado, principalmente quando não se está só nas fotos, está de fato nas memórias. É irrelevante a careta ou algo assim, porque depois de alguns anos àquela foto que você deletou poderia ser a única memória “física/sólida” daquele dia especial.
Os anos vão se passando e vamos notando que na juventude temos/tínhamos medos bobos, dávamos valor para coisas que não tem relevância real, não seria tão ruim assim se fosse diferente. São sempre os detalhes que eternizam os momentos inesquecíveis.
Quando não tenho fotos de alguns momentos, tento lembrar se tinha música e então, é até possível se fechar os olhos tele transportar-se para reviver àquela memória que parece ser bem sólida na música ou às vezes até na nota de uma bebida qualquer. Tem memórias que teem até cheiro, por vezes quando sentimos a fragrância de algum perfume podemos relembrar momentos! Esse resgate também vem quando (re)vemos um filme ou quando um personagem nos lembra alguém ou alguma situação! Por exemplo, sempre que estou vendo algum filme/série que tem alguém fumando palheiro ou que apareça algum ferreiro, lembro do meu avô! Esse tipo de lembrança tem afago, tem sabor!
Quando se é ligado aos detalhes, até uma folha quando cai da árvore pode ter um significado mais profundo.
As fotografias também são significantes quando alcançamos um objetivo que se torna um marco em nossas vidas, elas marcam nossas transformações e os momentos que transmutam o nosso ser ao longo da vida! Essas mudanças que a vida traz, muitas vezes sorrateiramente, enriquece a nossa bagagem e na maioria das vezes dão sentido para o momento atual.
A fotografia é tudo isso, ela congela conquistas, momentos, sentimentos, sabores e sensações que nos marcam, nos fazem transbordar, podem causar catarse!
Alice Raquel
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Panoptica Universalis
o olho que tudo vê
a boca que tudo come
sensação de prisão
de esgotamento da alma
sou pura engrenagem
consumida pelo óleo que me lubrifica
sou o peso dos anos em branco,
o espaço entre as palavras
que disse, que não disse
que fiz que não agi
que sonhei e perdi
sou o nada antes do nada
o vazio entre vazios
não me podem ver
porque não existo fora de mim
o olho,
sempre esse olho,
em chamas de virtuosismo,
sempre esse sorriso inexistente
adivinhado apenas pelas rugas
ao canto do olho,
o olho que grita silenciosamente
para que obedeça, respeite, aceite
aceite o meu lugar
aceite o meu destino
aceite o meu sofrimento
"inevitável, incontornável, inexcapavel.
Resigna-te ao teu buraco no chão
o teu universo são as grades da prisão"
escolher cada minúscula partícula
do ferro que forma as portas
desta jaula inviolável que sou o ser
que eu sou
pintar cada centímetro das paredes
com slogans pró isto e aquilo
anti estes e os outros
sou livre de ser prisioneiro
sou um ser individual e único
igual a todos os outros
encolho-me,
o olho perfura-me agonizante a mente
olha para dentro de mim
e berra em tons mudos
na massa cinzenta que me faz eu
és único e lindo e individual
não sejas ovelha, pensa como nós
escondo-me,
a parede da minha pele parece fina
transparente
sem fisicalidade aparente
uma casca de ovo já quebrada
ofereço-me,
toma o meu corpo
já que a alma já a tens
resigno-me,
vivo dentro de Mamon
consumido que fui à nascença
e daqui nunca sairei
o olho.
o olho que tudo vê.
o olho que tudo sabe.
o olho que em todo o lado está
sempre junto a mim.
confesso-me cansado de ser só eu
quero ser mais.
quero ter mais.
quero.. querer mais!
porque não hei eu de apontar minha mira
aos céus infinitos?
porque hei de ser eu toda a vida
apenas infinitesimal partícula de pó
se posso ser o vento que a carrega?
porque hei de viver fechado na mediocridade
quando posso voar nas alturas da grandeza?
está decidido!
serei rei, senhor, mestre!
a mim virão dignatários prestar tributo
a mim a grandeza do mundo futuro
irá agradecer e cantar canções de louvor
eu serei a pedra mestre da humanidade vindora
construam sobre mim as catedrais
do pensamento
ergam mas minhas costas pirâmides
de progresso
desenhem na minha pele os sigilos do ódio
pelo antigo e ultrapassado
escrevam com o meu sangue
os manifestos de adoração aos novos deuses
cantem com a minha voz
hinos à glória do senhor : EU.
encolho-me,
megalomamia esquecida pelo bruto acordar
do real
sou nada,
um ponto final numa nota bibliografica
que ninguém lê,
sou apenas mais uma ovelha
com a mania que é.
o olho sorri,
sonhei
e voltei ao casulo do desejo
catarse instantânea
efémera
vazia
...
.
o olho que tudo vê
voa não sobre
mas dentro de mim
eu sou o olho que me vê
eu sou a prisão que me prende
eu sou a ideia que me nega a ideia
o pensamento que me faz burro
as correntes com que me prendo a mim
eu sou o fim do meu inicio
ainda antes de começar
e o início do meu fim
a cada passo que dou ao respirar
vejo-me pequeno
e não consigo imaginar-me mais do que isso mesmo
sou irrelevante porque irrelevante me fiz
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Fallout + Wiseguys: Criminosos de New Vegas
Que Wiseguys combina com qualquer temática nós já sabemos. Não já demonstramos com as nossas mesa de Dimora e The Expanse. Que são mesas em cenários de fantasia e ficção científica com temática de criminosos, respectivamente. E demonstraremos novamente em mais um presente para quem apoiou Wiseguys no Catarse: Desta vez, daremos um toque pós-nuclear aos nossos contos mafiosos. Sim, estamos falando…
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SPRINTS - Letter to Self (2024)
O ano musical de 2024 arrancou logo ao quinto dia, com o lançamento de Letter to Self, estreia dos SPRINTS. Pela amostra, será um ano de boa colheita.
O ano musical de 2024 arrancou logo ao quinto dia, com o lançamento de Letter to Self, estreia dos SPRINTS. Pela amostra, será um ano de boa colheita. O primeiro sentimento que tive, ao carregar no play, foi “olha, os Priests lançaram um disco novo”. As semelhanças eram/são por demais evidentes, sendo a mais óbvia “a catarse de encontrar ali (aqui) uma frescura punk, pós-punk, indie, um movimento…
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De volta ao caos
Me faz bem estar em casa, mas não a casa que cobre minha cabeça nos dias ensolarados, nas noites perniciosas ou nas chuvas torrenciais, faz bem estar em casa dentro de mim mesmo.
Me pergunto se você sente o mesmo, se você sabe o que é estar bem consigo. Não que eu esteja por completo, mas definitivamente existe algo em metamorfose dentro de mim que em breve será visível aos outros. Ouro tolo, para quem um dia fora cristal, despedaçastes com maestria meu eu quando decidisse ir contra todos os preciosos itens que te oferecera. Faz bem estar em casa e não encontrar muito de você lá.
É como se a última tempestade pudesse ter lavado os resquícios que sua sujidade deixara em mim, a insegurança que implantastes em mim e me sinto bem que agora posso fazer a lama agora seca transformando em pó tudo o que fizeras. Não há perdão neste lugar, não há esquecimento nesta ilha, mas um amontoado de coisas no canto da sala que indicam que um furacão passara por ali quando me prostei de joelhos e gritei que os quatro ventos pudessem te levar ao monte mais distante dos picos de Pandora.
Oh, Pandora, doce ávida menina, que abristes a caixa que era minha casa, recolhe mais uma vez o caos dentro de mim antes que tudo o que eu toque se destrua, mas não antes de vingar a mim todos os ferimentos que me empunharam. Deixa a luxúria me tomar com outros pecados enquanto a mentira se torna minha babá. Sim, amarga mãe, que possas me permitir um último crime, pois anjos nao podem descer ao inferno, mas podem cair e desgraçar-lhes como humanos.
Me preocupa todo o teatro montado e quando será a catarse desta peça armada para queimar às cinzas, que este circo pegue o fogo eterno e nunca mais deixe de arder. “Amor nos deixa fracos, tolos e estúpidos, ciumentos e cegos”, como o sábio diria. “Como ousastes quebrar aquilo que guardava meu amor?” me pergunto, “Como fostes capaz de beijar meus lábios quando tua boca ainda possuía veneno doado por outros?” me questiono e não encontrarei uma resposta enquanto estiver aqui.
Que nos momentos que virão, tua carne apodreça e que os vermes a comam famintos enquanto teu coração ainda bate, pois o próximo passo desta ópera será como uma adaga entrando no teu peito.
Perverso. Sádico. Doloroso.
É isto que aqueles que possuem a marca do caos te prometem, todos eles que são chamados de Filhos de Pandora.
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o problema quando você começa a tentar deixar de ser perfeccionista e entender que nem todo trabalho entregue será com excelência variante ao que você priorizá aquela semana é que você realmente começa a entregar mediocridade
esse trabalho que entreguei na pós foi muito medíocre e eu me sinto péssima
a professora não achou ruim nem nada a ponto de pedir alteração, o que fiquei aliviada
mas o motivo de escolhido ok esse será assim era que o tempo era muito curto e eu realmente estava doente
mas isso não é sobre a professora, senti que eu perdi tempo fazendo algo mediano quando eu poderia ter me dedicado e tirado algo legal dali pra usar na lubu
mas no mesmo lugar que eu tive que aprender a dar limite pros outros sem sentir culpa
eu preciso aprender a dar limite a eu mesma
essa é uma outra catarse que cheguei nos últimos meses
foram muitas importantes
mas essa mediocridade me permitiu respirar, dormir, ler, me sentir genuinamente feliz, administrar outras áreas da minha vida
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NITROCAST 79 - NESSUS RPG: O Oeste de Aço: Um mundo pós-apocalíptico de Robôs e Bangue Bangue Futurista! - Entrevista com Felipe Goodman |
Nesse NITROCAST vou entrevistar FELIPE GOODMAN, um dos criadores de NESSUS RPG – O Oeste de Aço, que está em FINANCIMENTO COLETIVO no Catarse! Participe: https://www.catarse.me/NessusRPG Nessus RPG é um jogo de RPG de mesa de Faroeste Futurista Pós-Apocalíptico da Editora Craftando com mecânicas simples e muito divertidas. O cenário remete a uma versão do nosso mundo milênios no futuro, onde a…
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Poesia em Cordel
(Catarse)
Sou um instante e passo
A partida em breve é fato
Nada dura ou é para sempre
Mas podemos deixar sementes
De afetos, abraços e afagos
A entrega é necessária
Dessa vida não se leva nada
Então deixemos saudades
Dos momentos de felicidades
Que toda pessoa se sinta amada
Pois amei como ama o amor
Por vezes senti muita dor
Suportei ofensas desprezo
Mas com humildade e zelo
Superei os males com louvor
Tentei oferecer meu melhor
De pessoas recebi o pior
Mas a humanidade é assim
Muitos escolhem sentimentos ruins
Falam com hipocrisia do amor maior
Para este mundo só viemos
Logo sozinhos ao pó voltaremos
Mas como viveremos até lá
Certamente consumará
A honra que do céu receberemos.
Marku's Versos
Paopazpoesia
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27 / DMTudoaomesmotempo
limpeza dentro espaço/tempo, fora
eu fiquei alerta, o tempo inteiro. queria saber descrever depois. queria lembrar de tudo.
prestei atenção no meu corpo. na reação química, estômago/coração/braços/cabeça o movimento é único. se bate num lugar, bate em todos
mas antes de bater, achei que não fosse funcionar. tava tudo cinza e tons próximos, sem novidade e cheia de pensamentos. estado zero meditativo.
acho que não vai funcionar. que saudade do tunico. eita agora tá tudo laranja <3 ok. fica quieta. a primeira leva foi física. essa é a memória.
tem de tudo um pouco, organizado e misturado, e físico. tem choro. lágrima além de mim. de um lugar que eu não sei qual é. é meu, mas é de quem veio antes também.
/imperador. é macho. é sólido, sou eu, quem manda, sou eu, é quem decide, é capricórnio?, tem a ver com saturno, parece que sim, é sobre tempo, é de terra, eu sou terra, de onde vem essa água, ah sim, dos meus olhos\
[segunda leva. não vou conseguir]
parou de chorar. parou de mexer. voltou ao normal pinga colírio / “é pra melhorar as mirações” arde muito e pesa muito é sonhar acordado. consciente, saber sem entender nem enxergar, não abre os olhos, não pode abrir
/imperador é o símbolo do pai, eu não preciso mais dele, eu sou meu pai, não quero isso, mas faz parte, é bom, aceita, nenhuma história é perfeita, e se eu falasse com ela. o aparente grande amor dele? é isso? eu quero isso? q drama\
chega calma descansa, pode abrir os olhos agora
eu deveria beber água?
experiência visual. bonita. nunca vi nada assim, por mim mesma, mas não é nada novo. clichê né, ver a aura das coisas. as cores mudando. tudo isso vem de dentro de mim. que lindo.
eu acho que eu tô pensando em absolutamente todas as pessoas que eu amo. sim, é isso, me sinto plena como era mesmo? ciúme? já tá tudo bem. de verdade
olha essas cores. o vento movimenta a cortina e ela muda de cor numa paleta arco-íris. que cor é o tecido de verdade? não lembro. não importa.
preciso visitar minha avó, tenho saudade dela, espero que ela saiba. mas cansa. ter mentores que exigem mais atenção do que eu, a criança. é difícil abrir mão deles pra ser minha própria mentora, pra poder ter um pouco mais de humildade na minha caminhada e entender que ninguém sabe de nada. pelo menos eu tô tentando. é isso o imperador?
tá, entendi acho que agora passou (eu deveria ter tomado a segunda leva) mas tudo bem, não acabou realmente o tempo tá passando tão rápido, que horas são? parece que umas cinco da tarde. o que será que o tunico tá fazendo? olha o tamanho da raiz dessa árvore! que sorte ter uma árvore tão grande assim num quintal
vou voltar lá pra dentro
[terceira leva] nossa, tão pouco. acho que não vai funcionar. o gosto nem é tão ruim. quero deitar.
tá bom, funcionou que loucura, tanta energia, que lindo todo mundo celebrando. eu também tô feliz. mas quero ficar deitada. descansar a cabeça no escuro dos meus braços é bom. vou cobrir minha cabeça com minha manta. minha avó fez essa manta. a outra avó. eu pedi pra ela fazer pra mim uma manta arco-íris pra assistir TV e ela fez. que bom que eu trouxe comigo.
minha manta tá piscando e só eu consigo ver. oscila de acordo com meus batimentos cardíacos. como no útero. minha manta é o útero da minha mãe. eu vejo a sala de parto. um espaço infinito e escuro, com uma maca no meio.
quando eu nasci, minha mãe ficou dopada de anestesia e meu pai não quis acompanhar. nasci sozinha? minha mãe tava lá. mas tava com medo. nasci sozinha. (tá tudo bem, eu ainda sou especial, apesar disso, eu ainda sou especial — essa voz é minha, mas não sou eu falando. QUEM TÁ FALANDO? tá tudo bem. eu sou especial? não sei. mas obrigada por me dizer isso)
acho que eu fiz todas as posições passivas de yoga que eu conheço.
posição da criança. hoje eu tô realmente criança. mas não de um jeito infantil patológico. num sentido de resgate de memória lúdica. que bom, saudade de mim assim. quero resgatar minha doçura. foi bom aprender a brigar, mas cansei de fazer só isso.
a festa continua. acho que é o final, tá todo mundo dançando. vou continuar aqui. chorando? chorando. de novo. muito. soluçando alto. a música tá alta, ainda bem. que choro é esse? parece que é meu. lembro de ler um texto que dizia que o bebê chora tudo que a mãe cala. esse choro é da minha mãe?
esse choro é de fêmea. da minha mãe e da irmã dela. todo choro calado das mulheres da minha família. é delas. eu choro por elas. obrigada por me ensinarem, espero conseguir aliviar a dor que vocês viveram. não fujam da verdade.
[ catarse. pós catarse. imagens. vaporwave. as ~refa tudo. cabeças. 3D. fundo escuro infinito. serpente. olhares. folhas. movimento. roxo verde rosa neon. daora ]
#catarse#pós catarse#imagens#vaporwave#as refa tudo#cabeças#3D#fundo escuro infinito#serpente#olhares#folhas#movimento#roxo verde rosa neon#daora#raissa negromonte#raissiraissi#raissa raissa#raixxa#27#dmt
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Catarse
Eu quase esqueci. Quase me esqueci. Da menina de bem com a vida, que contava piadas para a família, que focava sempre no positivo, que brincava com tudo. De quem eu era antes de ti. Você chegou como uma sombra em minha vida, uma queda que me deixou sequelas: aquele tropeço repentino quando a gente tá brincando, mas que deixa uma cicatriz no rosto para sempre. O problema foi que eu, mesmo percebendo que estava caindo, nunca me agarrei em nada. Na verdade, eu me joguei. Me atirei a ti, achando que tu ia me abraçar. Tu só se esquivava, só me repelia. E hoje compreendo que eu só fiquei porque eu quis. Fiquei porque eu quis. Porque eu tinha tanto a oferecer, tanto meu a doar, tanto carinho, amor, ternura e cuidado. Eu te amava de graça, mas você insistiu em cobrar muito caro. No entanto, não me arrependo de ter me doado. Eu apenas ofereci o que eu tinha, de todo o meu coração, de todas as minhas energias, de toda a minha alma. Não posso dizer que foi tudo verdadeiro, pois, no fundo, eu sabia que você nunca seria a pessoa para mim. Eu sabia e sei que não é você. Afinal, você sempre deixou isso muito claro. Nunca escondeu. Eu, entretanto, não tinha forças para me libertar dessa inércia. Não tinha determinação suficiente para dar um basta a situação, por um ponto final na história, decretar fim ao livro. Foi como um filme que parecia nunca ter fim. Mesmo após uma expressiva e inegável tela escura, eu não me levantava da poltrona para ir embora: eu esperava as cenas finais, buscava explicações, desejava pós-créditos. Hoje, já deixei a sala e o cinema. Não preciso de mais nada, pois já tenho tudo e, na verdade, eu sempre tive. Eu tenho a mim mesma. Eu sou a minha maior conquista e quero ser sempre mais. Ainda assim, não há como negar que você me deixou marcas as quais sempre levarei comigo. Disso eu sei. Mas também sei que, um dia, não me machucarão mais. Um dia, a ferida se tornará apenas uma cicatriz. Por vezes, aleatoriamente, a gente relembra. A gente se recorda da agonia, do susto, da dor, da recuperação. E, quando se dá conta, está vivenciando a cura. O presente. Pois bem, havia dito que quase [me] esqueci, mas ela sobrevive. Essa menina está aqui e, hoje, ela é uma mulher. Ela sou eu. Eu não sou mais uma parte de você, e você também não é mais uma parte de mim. Hoje, sou uma só e sou inteira. Inteiramente minha, só minha, comigo. Eu quero me desbravar de forma selvagem. Eu quero me conhecer em todos os pormenores. Quero admirar cada cerne detalhe, contemplar cada partícula minha. Eu quero me amar tanto a ponto de me transformar em uma luz tão forte que irá iluminar todo o meu caminho. Eu quero me jogar, não mais em você, mas em mim mesma. E, olha, eu estou me abraçando, me debruçando sobre mim, me estudando, me compreendendo, me amando. Eu quero ser meu tudo, minha paz, meu lar, minha rainha, minha mulher. Aprendi com Kaur que fui muito boba em achar que você reconheceu minhas qualidades quando, na verdade, eu já era tudo isso antes de você. Eu sou uma mulher incrível. Eu sou uma mulher. Eu sou incrível. Eu sou minha própria amor. Eu sou eu. E como eu sou grata por quem sou. Como eu amo meu jeito tão agridoce, tão quieta, mas que ri tão alto quando se diverte. Tão maravilhosa por ter alma de artista, por se deleitar com a lascívia, por endeusar a peça de arte que é o feminino. Por ser tão eu mesma. Gratidão, Adeus, Beatriz Tavares.
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catarse — purificação
Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um trauma.
1. purificação; 2. evacuação; 3. purgação. Pinceladas no quadro, a tinta se arrastava naquele plano — ela movia o pulso para. Porém, sem mais a mesma firmeza que já teve um dia no passado. Detalhes em linhas finas de cor preta desenhavam os contornos. Breves suspiros, respiração lenta. Sem precipitação, um mísero erro e passo em falso trariam o caos. Era uma obra de arte afinal, nada devia desmotivá-lo.
Minuto a minuto, seguindo aquele ritmo, dava vida a uma silhueta. Um retrato de uma imagem presa em sua mente, da qual desconhecia a origem. Traços esculpidos, linhas tortas, cores fora de nexo. A realidade era aquela figura irreal e malfeita, alguém sem talento com tentativas falhas em reproduzir uma obsessão.
“Quem é ele?”
— Eu não sei.
Mente vazia, oficina do Diabo. Apenas acompanhado da própria sombra, o cérebro conversava com a própria boca. Indagações repetitivas, respostas repetidas. Todo santo dia ao longo de um mês — no mínimo —, o mesmo ciclo. A mesma rotina. A mesma decepção e a mesma dor.
Ela era digna de pena.
Erguida a destra até a altura do rosto, os dedos trêmulos e suspensos no ar. Cerrou o punho com força e a pele se empalideceu. Tanta pressão e o fluxo da circulação foi cortada por um breve momento. Relaxou o pulso após pequenas chacoalhadas. O guardou no bolso do avental verde escuro, junto de outros pincéis usados.
Cabisbaixa, alguns dos fios ocultavam a visão da pintora. No entanto, logo ajeitava a postura. Refletia-se a face dela num espelho pregado na parede próxima. Bolsas cinzentas sob as pálpebras — o puro cansaço de noites mal dormidas. Os olhos queimavam em chamas como se o choro fosse constante. E seus cabelos grisalhos já estavam sujos de suor com a falta de banho. O transe não a permitia mover um único pé para fora do ateliê, independente do motivo.
Sentiu a boca salivar. A sensibilidade aguçada do paladar. Roncos vindos do interior dos intestinos, provocados da gula. De relance e rapidamente, encarou o frasco de tinta azul clara.
Parecia água.
Poderia bebê-la.
Porém, não.
Se conteve.
E eu repito: ela era digna de pena.
A medida que colocava-se ereta e sustentado pelo par de pés, a coluna se curvava para frente — uma má postura evidentemente. Optou pelo caminho mais curto, esquivando os passos dos outros quadros fixos aos suportes ao longo do grande cubo. E cada quadro lembrava a imagem do anteriormente pintado, todos com algum defeito e borrões de tinta preta sobre o plano. Surtos de raiva.
Rumava o curso ao único acesso para entrada e saída da sala de trabalho, localizada ao final e no canto esquerdo, depois de contornar a única janela ali — quadriculada e com fumê escuro, reduzindo o brilho do Sol, sem comprometer os líquidos frescos. Era hora de abandonar aquele lugar, nem que fosse apenas por uns instantes para saciar a sede.
Como de costume, enxergou-se ante o corredor com dezenas de rotas — o ateliê era o último dos cômodos, aos fundos da casa grande dela. O seguiu reto até dobrar no segundo corredor à esquerda, visto que o primeiro levava ao banheiro mais próximo. Sem luzes acesas por nenhum canto, o breu do anoitecer prevalecia. Assim que atravessou a moldura na intersecção do corredor com a sala de estar, teve de esticar o braço até a parede — no lado direito, já dentro no cômodo da sala — e alcançar o interruptor. O tocou e arrastou o botão para baixo, iluminando o lustre hasteado ao teto. Resmungos com a mudança súbita, as retinas se indagavam se era necessário.
Contrações de fungadas no nariz, era a alergia ao pó acumulado nos móveis do local. O espirro não veio e ela ficou com uma expressão feia. Continuando a movimentação das pernas depois de localizar a mesa de centro, avançou em direção dela. Páginas de jornais e revistas distribuídas, matérias e fotografias amareladas marcadas por canetas azuladas. Além de conteúdo próximo em cada folha de papel, havia algo principalmente assinalado.
Três palavras.
Um nome.
Marjorie Elisabeth d’Évreux.
“Desde a primeira aparição diante da atenção dos críticos, Marjorie sempre arrancou suspiros com as obras que imitavam o realismo. Todavia, após dois longos anos, ela retornou às telas das grandes exposições e surpreendeu a todos com pinturas abstratas. Embora toda forma de arte seja apreciável, os profissionais avaliadores ficaram desgostosos com o que viram e a vaiaram com comentários até maldosos em seus textos.
A d’Évreux se afastou depois do acidente, no qual infelizmente levou a morte da Philippe de 46 anos e Marcel com 15 — respectivamente, seu marido e único filho.
Suspeitas se ergueram nesse meio tempo, do que a fez se afastar além da dor das perdas. Inclusive, alguns comentavam sobre o possível desenvolvimento do Mal de Parkinson, justificando a repentina transformação dos desenhos, ou a perda de qualidade neles, ou o fato de esconder as mãos nos bolsos das vestimentas no último evento participado.” — New York Times.
Retornando a fechar o punho, quando a realidade a confrontou, pingos de sangue gotejava no carpete branco. Não mensurou o ato, sequer as consequências em fazê-lo, somente o fez. Usou da mão para marretar por cima do vidro, o destroçando em centenas e milhares de cacos — alguns pontiagudos cravaram-se na extensão da derme das mãos. Maxilar trincado, não pestanejou, engoliu o choro.
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Sofrer em silêncio: esse costume tão nosso
Nós sofremos em silêncio, nos escondemos nas circunvoluções das nossas conchas privadas para sofrer na solidão, quietos, sem que ninguém perceba. Aparentamos resignação e fingimos que nada acontece enquanto nossas batalhas internas são travadas sem descanso… Até que acontece, até que um dia, sem nenhum aviso, nos quebramos.
Somos seres sociais, e no entanto, escolhemos sofrer na solidão. Nós preferimos compartilhar os risos, os bons momentos e nos agarramos às rotinas da vida cotidiana com aqueles que nos rodeiam, porque assim conseguimos ter uma sensação de controle. Como se nada estivesse acontecendo, como se nada estivesse devorando as nossas entranhas emocionais.
“É preciso mais coragem para enfrentar o sofrimento do que para morrer”. – Marlene Dietrich –
Os psicólogos e os psiquiatras sabem muito bem que o trauma e o silêncio quase sempre andam de mãos dadas. Não é fácil dizer o que nos fere, e isto é assim por duas razões muito específicas: o medo de ser julgado e, acima de tudo, de mostrar a nossa vulnerabilidade. Porque neste mundo implacável triunfam as personalidades fortes, pessoas que não se queixam e demonstram eficácia, otimismo e segurança pessoal.
Tudo isso nos leva a acreditar que, atualmente, o sofrimento ainda continua sendo um estigma. Algo que nos mostra mais uma vez porque há tantas pessoas com depressão que permanecem sem tratamento e porque os suicídios entre os jovens estão atingindo proporções alarmantes.
Vamos refletir sobre isso.
Razões pelas quais não devemos sofrer em silêncio
Recentemente, um jornal conhecido publicou a carta pessoal de uma mulher que declarava não aguentar mais a sua vida. Ela tinha sido mãe pela terceira vez e se sentia incapaz de sair da cama. Curiosamente, quase 80% dos comentários eram depreciativos, beirando os limites da crueldade.
A depressão pós-parto ou essa fase muito difícil que é o período pós-parto permanece até hoje como um tabu. Se uma mulher experimenta este transtorno de humor é punida imediatamente, porque o que se espera dela é que esteja sempre 100% feliz e disposta. Por isso, muitas mães vivem este episódio das portas para dentro, de forma privada e temendo as críticas da sociedade.
O mesmo acontece com os adolescentes, meninos e meninas que sofrem bullying, mas permanecem em silêncio, sem pedir ajuda, presos na sua gaiola de solidão e privacidade dos seus quartos, o único lugar onde se sentem seguros. É necessário e quase imperativo reagir antes que seja tarde demais, antes que a vontade enfraqueça e que a nossa realidade seja um pouco mais do que um rabisco sem sentido.
6 razões pelas quais devemos parar de sofrer em silêncio
– A primeira razão para deixar de sofrer em silêncio é tão simples quanto evidente: o sofrimento se prolonga. Não dar o primeiro passo para pedir ajuda vai intensificar a dor ainda mais. Será como uma sombra longa e sufocante que engole tudo à sua volta.
– Os sintomas se tornarão mais resistentes, deixaremos de ser pessoas para nos transformarmos em reflexos da dor, com sintomas mais complexos e muito mais profundos.
– Os pensamentos negativos vão se intensificar. Ficaremos presos na nossa própria prisão.
– Chegará um momento em que rejeitaremos até os contatos sociais. Os abraços, as carícias emocionais e as palavras amáveis perderão o seu significado original para nós: as veremos com desconfiança e as interpretaremos como ameaças.
– Quando postergamos a necessidade de pedir ajuda, o tratamento posterior será muito mais complexo.
– Nós mesmos perpetuamos o estigma. O fato de não dar o primeiro passo, de se recusar a procurar ajuda profissional ou contar o que acontece com você para alguém de confiança, alimenta ainda mais a ideia de que os traumas e o sofrimento caminham ao lado do silêncio.
– Por último, mas não menos importante, devemos ter em mente que o sofrimento nos muda, nos modela conforme a sua vontade e nos transforma em outra pessoa. Deixamos de ser fiéis a nós mesmos, e isso é algo que ninguém merece.
Conectar para curar
O sofrimento isola, mas a conexão com os nossos semelhante e com nós mesmos é terapêutica e nos cura. Quando compartilhamos as nossas vulnerabilidades e dor com a pessoa certa ou com um profissional qualificado, temos dois avanços. O primeiro: paramos com a autossabotagem. Ninguém escolhe sofrer uma depressão pós-parto. Ninguém merece ser vítima de bullying, escravo de um passado traumático ou de uma infância perdida. Ninguém deve negligenciar a si mesmo a ponto de deixar de se amar.
“Quando você estiver sofrendo, lembre-se de um momento feliz. Um único pirilampo acaba com a escuridão”. – Alejandro Jodorowsky –
O segundo é que alcançaremos uma catarse emocional adequada. Muitas pessoas chegam à psicoterapia vestidas com a armadura da raiva, escondendo o ser frágil que mora dentro delas. A reconciliação e a conexão adequada com o seu ambiente deixarão cair aos poucos as cadeias do sofrimento.
Sem dúvida, é um processo lento e trabalhoso, mas é algo que todos nós merecemos: parar de sofrer em silêncio e ter alguém que nos entenda e nos ajude. Reflita sobre isso, saia da sua concha de solidão e permita-se ser você mesmo sem medo.
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O Falcão e o Soldado do Inverno (Falcão e o Soldado Invernal) 1x04 Temporada 1 Episódio 4 assistir online grátis completo dublado legendado
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Os filmes da Marvel nem sempre são um caso de show-don't-tell. Na verdade, o oposto é mais verdadeiro. Inúmeros filmes pós-Fase I na saga verbalizam a mensagem do filme em vez de apresentar temas das ramificações naturais de escolha e ação. Isso é bom de vez em quando para grandes sucessos de bilheteria que devem equilibrar a construção intensiva do mundo e a configuração narrativa. Mas quando se torna a configuração padrão de uma franquia, como já foi apontado, pode minar a potente mensagem que a história espera fornecer. No terceiro episódio de O Falcão e o Soldado Invernal da Disney +, "Power Broker", a Marvel mais uma vez é vítima dessa muleta. Apesar de viver sob estritas exigências de perdão por crimes hediondos por um período de 90 anos, Bucky Barnes (Sebastian Stan) tira Zemo (Daniel Brühl) da prisão para ajudar a investigar o super soldado Flag Smashers. Zemo foi o principal antagonista do Capitão América: Guerra Civil que bombardeou as Nações Unidas, assassinou o Rei T��Chaka e colocou os Vingadores uns contra os outros. Ele é um manipulador brilhante que está legitimamente na prisão, pois representa uma ameaça para o público.
Mas Bucky só pode seguir as ordens como o Soldado Invernal ou agir por impulso como ele mesmo, então ele põe em prática um plano terrível para libertar ilegalmente esse gênio do crime da prisão, apesar de sua segunda chance de redenção pessoal. Em seguida, vem a terrível conspiração de Scooby-Doo de Zemo para se infiltrar em Madripoor com roupas vistosas e uma pequena história de fundo para obter mais informações. Tudo dá errado quase imediatamente e dezenas de pessoas morrem. Bucky, um conhecido assassino, e Sam, um agente do governo dos EUA, já executaram uma missão não autorizada em solo estrangeiro com a ajuda de um criminoso fugitivo. Nas palavras de Pete Campbell, do Mad Men, isso é “Não é ótimo, Bob!” Muitas vezes, os contos da Marvel mostram um herói desafiar conselhos e instruções em nome de fazer o que eles acham que é certo. Como resultado, isso geralmente acaba piorando a situação. Em resposta, nossos heróis agem como se tivessem tropeçado em alguma aparência de autorrealização. Mas é claro, eles ainda continuam fazendo o que já estavam fazendo e sorte em um final feliz que não os exija realmente mudar ou considerar seu comportamento.
Em Vingadores: Idade de Ultron, Tony Stark (Robert Downey Jr.) cria Ultron apesar dos protestos de sua equipe. Depois que Ultron imediatamente declara suas intenções genocidas, Tony cria Visão, apesar de outra rodada de protestos de seus companheiros Vingadores. O fato de que ele acabou ganhando no final não nega a realidade de que ele repetiu um erro flagrante contra a vontade de todos ao seu redor. Em Doctor Strange, nosso herói é um personagem arrogante que se entrega a um comportamento imprudente que acaba custando tudo a ele. No momento em que ele é apresentado às artes místicas, ele ignora todos os avisos de feiticeiros mais experientes e mergulha em sua mentalidade provinciana de "eu posso lidar com isso". Em Homem-Formiga, a Marvel se opõe à autoconsciência com uma piada. Scott diz que parou de invadir lugares e roubar merda e pergunta a Hank Pym o que ele pode fazer para ajudar. Resposta de Pym? Em Spider-Man: Homecoming, a busca de Peter (Tom Holland) para a maturidade e ser levado a sério como um super-herói entra em contraste direto com a direção de Tony. Tony, finalmente demonstrando alguma humildade e compreensão, até diz a ele que está tentando forçar Peter a ser melhor do que ele. Em vez disso, Peter novamente ignora a instrução que recebeu, mas é celebrado por isso porque ele impediu o Vulture. A Marvel quer vender ao público a mudança e o crescimento, sem nunca realmente abraçar a natureza feia disso.
Repetir o mesmo comportamento continuamente até que você felizmente pegue o bandido não justifica o risco de tal comportamento - não com base no dano colateral que vimos na tela. Deixar de se adaptar ou desenvolver novas abordagens é a antítese do desenvolvimento do caráter. Mudança e crescimento têm consequências. Mas, como vimos com variações de Loki, Wanda e agora Bucky, consequências não é algo em que o MCU está interessado em um nível individual sustentado. Com três episódios restantes em The Falcon e The Winter Soldier, ainda há muitas oportunidades para a Marvel mudar seu modus operandi. Mas baseada em “Power Broker”, a série parece estar criando uma catarse temática e a ilusão de desenvolvimento do personagem simplesmente permitindo que Bucky cometa os mesmos erros repetidamente, mas saia com um resultado vitorioso.
Nada disso quer dizer que O Falcão e o Soldado Invernal não tenham seus méritos. Adulamos a capacidade do piloto de infundir ação de grande sucesso com uma textura de personagem profundamente pessoal. É ótimo ver a Marvel abordar a dinâmica racial na América e a natureza cíclica do preconceito e da discriminação. Mas em um nível individual, mudança e crescimento não são conquistados apenas porque a história nos diz isso no final. É conquistado ao aprender com seus erros do passado.
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[RESENHA] Vingadores: Ultimato (*SEM SPOILERS)
É a culminação de 22 filmes em 11 anos. É o que podemos dizer sem spoilers - ou surpresa alguma - sobre Vingadores: Ultimato, sobretudo, depois da montanha russa criada pelos irmãos Russo (os diretores) em Vingadores: Guerra Infinita. Essa história, de mais de uma década e de mais de duas dezenas de longas, mostra não só a evolução da Marvel nos cinemas, mas também demonstra o crescimento do próprio gênero na Hollywood atual, o começo mais humilde e ainda cheio de incertezas de Homem de Ferro (de 2008) contrasta em múltiplos níveis com esse “episódio de final de temporada” ambicioso e certeza de sucesso (em 2019). Não é por acaso. Muito chão foi percorrido antes do MCU poder olhar para trás e perceber o quanto avançou e pra onde pode ir após tantas milhas percorridas, desde os tempos idos, onde a empresa era sinônimo de fracasso na sétima arte (cinéfilos e marvetes antigos lembrarão que a editora já foi motivo de piada um dia), passando pela reconstrução do estúdio como produtora e universo compartilhado - adquirido pela Disney - e chegando a modernidade como a marca de maior valor dentro da cultura POP mundial.
Ultimato é beneficiado por essa bagagem e aproveita tal “peso” para entregar uma narrativa que se ancora nesse passado recente que permitiu ao público em geral descobrir e se apaixonar por esses personagens tão icônicos dos quadrinhos. Por isso mesmo que a fita tem a coragem de andar no seu compasso, sem medo de deixar as coisas se desenvolverem, sem pressa ou reducionismo para encaixar tudo ou manter as coisas em movimento constante para não perder o interesse do expectador (no decorrer de três horas de projeção). Na verdade, é justamente por esse interesse previamente conquistado do frequentador assíduo das salas escuras que os realizadores se permitiram "desacelerar" para não focar somente na ação e/ou na risada e puderam dessa forma pisar fundo no emocional, garantindo uma carga dramática que parece querer exaurir os heróis tanto quanto os fãs apaixonados por eles. Não que os visuais e os momentos de pancadaria não sejam espetaculares, eles são, como esperado, devido a expertise do grupo reunido dentro e fora da película, um timaço de talentos que evoluíram juntos e mostram agora todo o esplendor de suas capacidades artísticas, encantando a todos nós com algumas de suas melhores atuações até então.
O elenco em particular, que é numeroso (uma autêntica constelação de astros) e que faz jus à fama entregando o prometido e bem mais do que uma pose bacana para aparecer bonito nos takes heroicos. Eles (os atores e atrizes) conseguem fazer nos importarmos com suas figuras fictícias tanto quanto o enredo demanda que façamos (para, em si, poder funcionar), extraindo deles e de nós mesmos algumas emoções honestas de alegria, surpresa e tristeza, elementos que dão gás aos instantes dramáticos e só inflamam (como todo bom combustível) na hora da catarse das sequências de lutas hyper bem coreografadas. E cheia de ótimos efeitos especiais. Kevin Feige & Cia merecem os parabéns pelo trabalho hercúleo de costurar tantas franquias e fiapos narrativos, criando uma peça única, coesa e dessa magnitude inédita, somente por acharem espaço na agenda e no orçamento para tantas feras cinematográficas, já bastaria para se exaltar a empreitada, o fato deles (ainda) fazerem bem proveito dessas peças é um elogio extra que precisa ser dito, até por reconhecimento. Em termos de negócio, o “case” de estarem sendo copiados é outro.
Inclusive, souberam beber das referências certas para enriquecer ainda mais o resultado final, seja sabendo pescar o importante do material original (easter eggs farão a festa de quem gosta de “fan service”), seja sabendo olhar para o mundo geek (onde se inserem) e descobrirem melhores formas de aproveitá-lo e referenciá-lo, nominalmente ou tematicamente, construindo passagens que farão, por exemplo, os trekkers, vibrarem um pouco mais do que o esperado (ao reconhecerem os trechos “inspirados” por “Jornada nas Estrelas” nesse “Endgame”). E é mesmo a turma geek que aproveitará esse Vingadores, poucas foram as vezes que os quadros dos gibis foram tão bem transportados para o carne-e-osso (e eventual CGI, evidentemente), assim como na aventura que o precede, há diversas partes desse 4º Avengers cuja sensação é de estarmos virando as páginas de uma revista, prontos para a surpresa seguinte. Essa apoteose se intensifica com o passar dos atos, chegando a um clímax que fará o leitor, sobretudo o das antigas, gritar na poltrona. É muita nerdice despejada na hora derradeira, afinal de contas (e do tipo que justifica o logo na frente como "Selo de Qualidade").
E nessa toada de sonhos nerds realizados fica mais divertido ainda verificarmos quais das teorias que se confirmaram e quais não, como todo projeto dessa natureza, não faltaram sugestões e especulações sobre o que poderia acontecer e não deixa de ser curioso comparar posteriormente a tabela das coisas e desejos que se concretizaram e dos eventos cantados “por nós” e que não ocorreram. Com uma campanha promocional que corajosamente revelou pouco e sabiamente deixou o restante (do esforço para vender o produto) para a lábia do forte boca-a-boca pós-Guerra Infinita, o espaço era realmente farto para tanto exercício criativo que vimos entre os aficionados. Evidentemente, é possível até deixar a sessão de Vingadores: Ultimato já formulando novas teorias para substituir as antigas e começar a imaginar para onde a grande saga da Marvel nos cinemas nos levará pelos próximos anos e (sem dúvida) dúzias de futuros filmes. “Endgame” é o final de um ciclo, como anunciado pelo título, porém, está longe de ser o término dos super-heróis Marvel nas adaptações para a Sétima Arte. Pelo contrário, se essa estreia deixa algo bastante claro é o quanto o MCU expandiu e tudo indica que deve seguir assim, ao menos, enquanto não acabar o fôlego do material e a gana de quem adora consumi-los. Como diria o saudoso Stan Lee: “Nuff said. Excelsior!”
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Texto completo no Face porque aqui tem limite de caracteres! PS: acho que eu devia ter colocado inveja no segundo quadrinho, não ciúmes, confundi os sentimentos ~Yuu Muito carinho e pessoas fofas... tinha horas que eu precisava parar pra assimilar o que tava acontecendo, porque nem parecia de verdade. Vocês são todos uns fofos! Até agora ainda não digeri direito toda a atenção que a gente recebeu nesses três dias igualmente maravilhosos e cansativos, mas eu fico muito feliz, do fundo do coração, por vocês terem ido falar com a gente, tanto os amigos quanto as pessoas que eu nem conhecia e igualmente encheram a gente de amor. ❤ E tinha vários clientes que eu lembrava de outros eventos, também! É sempre muito bom saber que o público volta, quer dizer que a gente está fazendo alguma coisa certo, haha~ Vocês foram todos incríveis, eu nem sei direito o que dizer... Muita coisa esgotou, coisas que a gente nem esperava que fossem ligar tanto. Tudo que tinha do Paulinho, T U D O dele esgotou, tanto que não resistimos fazer esse desenho, haha~ É maravilhoso como vocês se apegaram a ele e é muito gratificante, eu cheguei a ficar emocionada em alguns momentos, teve até uma cartinha! Vocês são incríveis, de verdade. Agradecemos muito, muito, do fundo do coração, e esperamos que continuemos a ter essa interação maravilhosa com vocês. E pra vocês, como foi o evento? ~Kurama O nosso objetivo pós @animefriends será focar em uma edição física das Quatro Estações, assim como aspectos históricos dos personagens do Brasil <3 Também darei continuidade à saga de auto aceitação do Rio Grande do Sul, que ficou parada devido à preparação de material pro evento! E terminarei os desenhos exclusivos para os apoiadores do Catarse de 100 e 150! Os próximos eventos com presença garantida que estaremos serão: @mimipartybr , @animeguarulhosfestival , @horrorexpobrasil e @ccxpoficial #estadosbrasileiros #animefriends #animefriends2019 #evento #sãopaulo #saopaulo #riodejaneiro #rio #tirinhas #humor #agradecimento #artistsalley #artista #gijinka #desenho #arte #kyuumangaka #kyuu https://www.instagram.com/p/Bz_5AU6FY8h/?igshid=xoqfdcs1bag
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Gatilho meu pós namoro última vez q fiquei assim. Catarse emocional vixi vixi
“Chorei três horas, depois dormi. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total.”
— Caio Fernando Abreu.
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