#o amor nos tempos do cólera
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O padrinho de Florentino Ariza, antigo homeopata que tinha sido confidente de Trânsito Ariza desde seus tempos de amante oculta, se alarmou também à primeira vista com o estado do enfermo, porque tinha o pulso tênue, a respiração rascante e os suores pálidos dos moribundos. Mas o exame revelou que não tinha febre, nem dor em nenhuma parte, e a única coisa que sentia de concreto era uma necessidade urgente de morrer. Bastou ao médico um interrogatório insidioso, primeiro a ele e depois à mãe, para comprovar uma vez mais que os sintomas do amor são os mesmos do cólera.
Gabriel García Márquez, in: O amor nos tempos do cólera
#gabriel garcía márquez#trecho de livro#o amor nos tempos do cólera#literatura colombiana#nobel prize
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“Contudo, quando já o imaginava apagado por completo da memória, reapareceu por onde menos esperava, convertido em fantasmas de suas saudades.”
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"Anos antes, na crise de uma doença perigosa, ele tinha falado possibilidade de morrer, e ela lhe dera a mesma réplica brutal. O doutor Urbino a atribuiu à inclemência própria das mulheres, graças à qual é possível que a terra continue girando ao redor do sol, porque ignorava então que ela interpunha sempre uma barreira de raiva para que não lhe notassem o medo. E, nesse caso, o mais terrível de todos, que era o medo de ficar sem ele."
- O Amor nos Tempos do Cólera.
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"O amor nos tempos do cólera"
de Gabriel Garcia Márquez.
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O Amor nos tempos do cólera.
Eu não consigo descrever bem a maneira como eu me sinto lendo os livros do Gabriel García Marquez. Eu fico encantado de uma forma singular. Nesse livro, me encantou a forma como a história era tecida sem seguir uma linha bem reta. Parecia de fato que o leitor navegava um rio e por vezes precisava voltar à cidade anterior para entender melhor porque uma coisa estava acontecendo. Fermina Daza é uma personagem muito curiosa, assim como o doutor Juvenal e o Florentino. Os últimos capítulos do livro são de uma genialidade incrível. Do nada você encontra uma frase e pensa: "meu deus, é exatamente isso" ou "como isso é lindo" ou mesmo choque por algo tão interessante e que igualmente põe o leitor à distância por um estranhamento forte. Mas não era de se esperar outra coisa do Gabo mesmo. Um livro sensacional e que sempre me lembra da @ Cecília, não só por ela sempre me recomendar várias coisas do Gabo, como também por ter me presenteado com essa edição belíssima. Muito obrigado por sempre me levar à literatura e me lembrar da paixão que ela nos desperta.
"Pois tinha vivido juntos o suficiente para perceber que o amor era o amor em qualquer tempo e em qualquer parte, mas tanto mais denso ficava quanto mais perto da morte."
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Diante d'Ele
Há, em algum lugar, nossas esperanças.
Tive os piores dias de solidão ao seu lado.
Esperei, como um tolo a tua volta, somente para descobrir que já pertencia a outro alguém.
Enquanto eu, pertenço somente a ti.
Há coisas, meu bem, que precisam ser esquecidas. Deixe que o tempo o leve embora e, conforme os anos forem passando, até as memórias se dispersarão. Não se apegue à nenhuma forma de violência. Liberte-se disso tudo.
Te perdoo, querido.
Volte para mim, vamos dançar juntos novamente.
Me consuma! Me devore!
Me mate!
Olhe ao redor, meu bem, há outras pessoas e outras coisas. Apresse-se, antes que o pior aconteça. Abandone a violência, escolha o carinho invés dela. Deixe-se amar e ser cuidada, se permita ser desejada. Eu te quero, corra para mim.
Há Deus.
Meu Homem é meu deus.
Me abençoa com sua divindade.
Me condena com sua cólera.
Estou em cólera por você, meu bem. Estou enfurecido pelo seu papel de vítima. Estou inflamado de amor por você. Se achegue a mim, me deixe ser teu. O nosso amor será o nosso deus, viveremos em prol de mantê-lo vivo e cultivá-lo. Me queira, me ame.
Trepei aqui e acolá.
Morri um pouquinho aqui e acolá.
Vivo por você, querido,
seja aqui ou acolá.
Viva! Não morra mais. Exista para si e, se quiser, fique comigo. Saia daí, venha para cá, para os meus braços. Prometo amor e nada mais. Se houver dor, que seja do amor. Isso aí, meu bem, isso aí que você vive, não é amor.
Faço tudo por você.
Sofro o castigo que for.
Morro por qualquer causa.
De joelhos, te obedeço e, olhando para cima, te contemplo. Esplêndido.
Não reze mais, meu bem. Não tem ninguém ouvindo, não há vida nos ouros reluzentes, nem na madeira em forma. Bem aí, onde você está, só há obediência. Não prometo liberdade, essa não há, mas prometo racionalidade e companhia.
Teu gozo.
Tua ordem.
Teu chamado.
Minha morte.
Não morra, meu bem. Viva!
Te adoro.
Te desejo.
Te peço, me aceite.
Te amo.
Não há amor, meu bem. Saia daí!
Perpétuo.
Puro.
Divino.
Meu amor e meu senhor.
Esqueça, meu bem. Saia daí!
Meu homem.
Meu deus.
Minha obediência.
Minha morte.
Não morra, meu bem. Viva!
Toda sua.
Faça o que quiser comigo, querido.
Me bata! Me cuspa!
Me use para si, não ligo. Sou sua.
Não seja, meu bem. Seja sua e só sua. Não se dê a ninguém. Saia daí!
Meu homem.
Seu Deus.
Meu deus.
Seu Homem.
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O Sonho do Príncipe
Abri os olhos. Os acordes da banda estavam afinados e aguçados na noite de coroação do príncipe. Um tempo em tom de cavalgada para as percussões animava a festa dos beberrões, gritalhões e dançantes naquela noite de lua plena.
Olhei para a frente e vi o reflexo do espelho. Um rapaz esbelto me encarou de volta. Estava elegantemente arrumado, seu cabelo curto quase militar aplicava um caráter de seriedade em conjunto com suas vestes elaboradas, uma calça preta de linho, com uma sútil estampa de detalhes bordados em dourado que seguia ao longo do comprimento pelas laterais, e uma casaca vermelha de botão, coberta por uma longa capa preta que se misturava em preto e vermelho. Instintivamente olhei para o topo de sua cabeça e constatei a ausência de uma coroa.
Encarei meu reflexo nos olhos. O jovem príncipe tinha uma expressão séria, dura, carregada de deveres e preocupações, mas vacilou por um segundo e abriu um largo sorriso carregado de amor intenso, transformando-o em outra persona. Olhou para os lados checando se havia alguém se aproximando, constatou que não, então pousou o indicador sobre os lábios para que eu me mantivesse em silêncio. Enfiou a mão no coração atravessando seu peito e retirou um grosso cilindro preto de cera. Sorriu novamente, revelando dessa vez um grau de malícia na sua personalidade, ergueu-o à frente, com a palma das mãos. Fechou os olhos e assoprou lentamente na ponta, então reabriu e lambeu os beiços. A chama da vela acendeu vagarosamente, isso o deixou muito sorridente, com as pupilas dilatadas.
- Mantenha o fogo aceso por sete dias. Para abrir os caminhos! - o reflexo guardou a vela de volta no plexo e deu três tapinhas no peito sobre o coração. Olhou mais uma vez para trás, assustado, então sorriu uma última vez e voltou a ser o sério monarca.
Olhei para trás na tentativa de entender o que tanto aflige meu reflexo, e me assustei com um vulto me observando de perto na noite escura do meu quarto lugubremente iluminado por poucas velas posicionadas na janela, na mesa de centro com a imagem da coruja de pedra ao lado da cama e na prateleira próxima ao espelho posicionado na parede. Esbocei uma fala e tentei me levantar, mas fui parado pela mão pesada do rei regente sobre meu ombro. Ele acendeu sua própria vela branca na vela acima do espelho, e a grudou ereta no pires que segurava com sua mão direita. Quando a luz se acomodou, pude notar o inconfundível brilho vermelho que se manifestava nos olhos do rei regente nos poucos momentos em que, em fúria, trocava olhares por muito tempo.
- Marcus Málico... - disse meu avô e atual regente do Império Málico com ódio no olhar. Ele ergueu a mão esquerda e revelou a pesada coroa dourada com diamantes vermelhos encrustados que trazia consigo. Nas suas costas, uma legião de fantasmas mortos por lâminas nos encaravam, melancólicos. - O poder e responsabilidade agora são seus para conquistar! - comecei a me sentir ansioso e me desesperar. Olhei para o chão engolindo doses enormes de mágoa na tentativa de não chorar, sentindo minha garganta se fechar a cada segundo, como se mãos invisíveis a estrangulassem. Em um movimento esperançoso olhei para trás, para o espelho, e não vi nada além de mim. A água começou a descer, libertando minha a voz, senti o salgado das minhas lágrimas. Me encarei fundo e lembrei da minha missão. "Tenho uma chama dentro do meu plexo... e preciso mantê-la acesa por sete dias!". Ainda tremendo devido ao fluxo profuso de humores em minhas veias, me ergui intencionando a raiva no olhar. Me aproximei ao ponto de sentir o hálito do rei regente, olhei para sua íris clara e soltei o grito entalado em minhas cordas vocais.
- EU NÃO TENHO A SUA AMBIÇÃO! - rugi ofegante. Meu avô arregalou os olhos incrédulo por alguns segundos, surpreso com minha escolha de palavras. Então reagiu da única forma que poderia arrematar minha cólera. Abriu um sorriso sínico e começou a gargalhar, palhaço, em um misto de desdém e exagero até que retomou sua expressão feroz e vociferou:
- Ridículo! - a palavra ecoou como um feitiço. Gargalhou alto novamente, os fantasmas o acompanharam no riso. Eu sentia minha cabeça perder o foco enquanto minha pressão baixava. Não consegui mais olhar nos olhos de meu avô, mas também falhei em engolir meus sentimentos. Reuni todas as minhas forças e gritei o mais alto que consegui.
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Quando senti as gotículas de chuva na minha nuca decidi levantar e procurar um abrigo. Apoiei minhas mãos na frieza da calçada de pedra em que estava sentado e me levantei. Fui rapidamente para a parte interna do passeio, sentindo a chuva engrossar nas minhas costas. Quando finalmente alcancei a esquina sem ter achado um teto para me proteger, estaquei na dúvida de escolher meu caminho.
Não sei quantas vezes olhei para a frente, para trás, para a esquerda e para a direita tentando decidir meu destino. Eu estava ali, paralisado no centro da Rua, todas as possibilidades pareciam ser bastante promissoras e eu nem sentia mais o encharcamento que a chuva me causava.
Minha camisa se fundira com meu peito quando uma senhora pequena cruzou meu caminho. Não sei dizer de qual direção ela veio, mas me encantou com sua personalidade. Vestindo os trapos rasgados pretos da sua vida de rua, mantinha a poderosa elegância de uma mestra antiga exalando um cheiro peculiar de perfumes baratos misturados com um hálito de aguardente, que bebia na garrafa em sua mão direita. Ela cambaleou para a frente e me olhou nos olhos com uma seriedade aterradora, segurando com a mão esquerda uma lâmina que dança no ar. Rasgou um pedaço de suas vestes no movimento vertiginoso que fez, pousando a ponta de sua lâmina furtacor na minha garganta inerte.
- Você não tem voz? - uma voz doce, grave e saudosa me mergulhou nas sombras do infinito, eu me preparei para o corte. Fechei os olhos.
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açúcar ou adoçante?
hoje eu senti pela primeira vez.
senti de verdade. tua falta.
às vezes eu esqueço que o álcool é depressor. subestimo a sede em me afogar corriqueiramente.
seis da manhã. cedo demais pra minha própria mente me golpear de súbito. que baixo.
percebi que a minha covardia é comigo mesma também.
tenho tanta coisa pra escrever. mas não tinha condição de chorar, apesar de tanto querer por mais de 2 meses seguidos.
esbofeteei-me e enxuguei o rosto. permuta da angústia pela cólera. tinha esquecido que os dois podem ser sinônimos.
peguei a mochila, calcei os sapatos, abri, tranquei a porta e apertei o botão do elevador.
tentei esquecer a intempestividade que eu já sabia que iria chegar. mas nada muda. o estrondo é o mesmo. não tem como me preparar.
esqueci do espelho.
que merda.
que droga.
tive de olhar nos meus próprios olhos, fazia muito tempo.
tive que enxergar que você estava lá, sempre esteve. não tem nada que vai te tirar de mim, eu mesma não quero.
minhas intempéries reconfiguraram a minha memória. a dor também trouxe respostas químicas, espasmos, reflexos, meios de lidar com ela mesma. um ato de misericórdia peculiar da criação. o esquecimento e o torpor.
andava imune a nostalgia letárgica e a saudade inelutável. mas hoje bateram à minha porta.
nessa playlist que disse ter feito para mim, intercalou músicas tristes e felizes na tentativa de mimetizar a instabilidade que permeou nossa narrativa? a oscilação que sabias que eu não tinha controle sobre? escolheu estar comigo na época, mas fazia questão de imbuir tua expressão e a tua voz no desprezo. algo com o que você mesmo gostava de brincar. continua colocando faixas no topo para ter a certeza de que verei exatamente o que quer dizer, não? seria a comunicação subliminar infantil ou uma licença poética pra me macular? você é sórdido. sabe precisamente como me atingir.
sabes que nunca serão o que fomos um pro outro, na vida. toda ela. um postulado.
usavas as minhas consternações contra mim mesma, cordas da marionete cujos remendos constantes visavam a minha obediência à tua solidão.
aquilo que mais me enlouquece em toda essa situação é o teu amor pérfido. pútrido. eu entreguei tudo que podia, tu, apenas o que considerava "conveniente". adoravas usar essa palavra. é horrível te amar gabriel. é horrível. espero que seja equivalente para você também.
a gente se merece. mas eu me recuso.
o vazio que ficou do que me infligias, substituo com destilados e nicotina.
não preciso de você pra me machucar. apesar de querer.
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EVANGELHO
Segunda Feira 25 de Novembro de 2024
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3Diante disto, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.
- Palavra da Salvação.
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- Comentário do Dia
💎 A riqueza da pobre viúva
“Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. Pois ela, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.
1. Ele vê os corações. — No Evangelho de hoje, vemos uma viúva oferecer seu óbolo no Templo. Jesus estava de viagem para Jerusalém e, finalmente, chegou à Cidade Santa, chorou sobre ela, foi ao Templo, purificou-o, mostrando como o amor Deus se manifesta também por meio de sua cólera, como meio de acordar seus filhos dando-lhes um “chacoalhão”. Agora, Jesus mostra que ao seu olhar nada escapa. No meio de um vaivém de gente, daquele tumulto em Jerusalém (porque, lembremos, estamos perto das festas pascais, e Jesus está para celebrar sua Páscoa definitiva), Cristo vê o que ninguém percebe: Ele, que vê os corações, nota o gesto quase imperceptível de uma viúva. Viu o coração invisível daquela mulher. Ali, perto do gazofilácio, ou seja, do tesouro do Templo, Ele vê uma pobre viúva depositar duas pequenas moedas, e nesta diminuta obra Ele vê um enorme amor: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos” (v. 3).
2. Amor, a medida da santidade. — Esta é a medida de Deus: a medida da santidade. O que faz uma pessoa ser santa? O que faz uma pessoa ser santa é uma grande fé, e uma fé transformante, isto é, vivificada pela caridade, pelo amor. Assim era a fé da viúva que deu o pão da sua boca para o entregar no Templo, por confiar que Deus a amava mais do que ela se amava e não iria desamparar os que generosamente a Ele se entregassem. Que fé! Que visão extraordinária! Que grande esperança no auxílio divino! E a caridade que moveu esta viúva foi vista por Nosso Senhor, Ele que vê os corações. Certamente, ao ver alguns depositando grandes quantias no gazofilácio, Jesus via também a pequena quantidade, por assim dizer, da caridade deles, menos intensa, menos arraigada, menos profunda. Mas a daquela viúva… Um grande amor!
3. O segredo. — Esse é o grande segredo da santidade, redescoberto no século XIX por uma grande Doutora da Igreja, S. Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Ao ver a misericórdia de Deus, Teresinha se apresenta diante dele com suas pequenas obras, mas com fervente e ardorosa caridade. Que também nós, na nossa vida ordinária, no dia a dia, ofereçamos com grande amor nossas pequenas coisas. Sempre que a vontade de Deus manifestar-se por meio de contrariedades, nós devemos doar-nos, devemos unir-nos à vontade de Deus e oferecer-lhe o nosso óbolo, pedindo a Ele que tenha compaixão de nós e nos dê um coração como o da viúva, um coração rico — rico de amor como o da Virgem Maria e dos santos que amaram a Deus oferecendo-lhe o seu tudo: “A viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver” (v. 4).
Deus abençoe você!
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Versos brancos mais famosos da literatura brasileira: uma jornada pela poesia sem rimas
O verso branco, caracterizado pela ausência de rimas, conquistou um espaço significativo na poesia brasileira, oferecendo aos poetas uma liberdade criativa para explorar a sonoridade das palavras de forma mais natural e fluida. Essa liberdade, aliada à força expressiva da linguagem, resultou em poemas memoráveis que marcaram a história da literatura nacional.
Neste artigo, vamos explorar três dos versos brancos mais famosos da literatura brasileira, analisando suas características e o impacto que causaram no público.
1. "No Meio do Caminho", de Carlos Drummond de Andrade
No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra
Um dos poemas mais conhecidos da poesia brasileira, "No Meio do Caminho" é um exemplo clássico de como a simplicidade e a repetição podem criar um efeito poético poderoso. A ausência de rimas, aliada à métrica regular, confere ao poema um ritmo hipnótico que nos leva a refletir sobre os obstáculos da vida.
2. "Mãos dadas", de Carlos Drummond de Andrade
Não serei o poeta de um mundo caduco Também não cantarei o mundo futuro Estou preso à vida e olho meus companheiros Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças Entre eles, considero a enorme realidade O presente é tão grande, não nos afastemos Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas Não serei o cantor de uma mulher, de uma história Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes A vida presente.
Outro grande clássico de Drummond, "Mãos dadas" é um poema que evoca a esperança e a união em tempos de dificuldade. O verso branco permite que o poeta explore uma ampla gama de emoções, desde a angústia até a solidariedade, criando um efeito catártico no leitor.
3. "Alvorada do Amor", de Olavo Bilac
Um horror grande e mudo, um silêncio profundo No dia do Pecado amortalhava o mundo. E Adão, vendo fechar-se a porta do Éden, vendo Que Eva olhava o deserto e hesitava tremendo, Disse: "Chega-te a mim! entra no meu amor, E à minha carne entrega a tua carne em flor! Preme contra o meu peito o teu seio agitado, E aprende a amar o Amor, renovando o pecado! Abençôo o teu crime, acolho o teu desgosto, Bebo-te, de uma em uma, as lágrimas do rosto!Vê! tudo nos repele! a toda a criação Sacode o mesmo horror e a mesma indignação... A cólera de Deus torce as árvores, cresta Como um tufão de fogo o seio da floresta, Abre a terra em vulcões, encrespa a água dos rios; As estrelas estão cheias de calefrios; Ruge soturno o mar; turva-se hediondo o céu... Vamos! que importa Deus? Desata, como um véu, Sobre a tua nudez a cabeleira! Vamos!Arda em chamas o chão; rasguem-te a pele os ramos; Morda-te o corpo o sol; injuriem-te os ninhos; Surjam feras a uivar de todos os caminhos; E, vendo-te a sangrar das urzes através, Se emaranhem no chão as serpes aos teus pés... Que importa? o Amor, botão apenas entreaberto, Ilumina o degredo e perfuma o deserto! Amo-te! sou feliz! porque, do Éden perdido, Levo tudo, levando o teu corpo querido! Pode, em redor de ti, tudo se aniquilar:Tudo renascerá cantando ao teu olhar, Tudo, mares e céus, árvores e montanhas, Porque a Vida perpétua arde em tuas entranhas!Rosas te brotarão da boca, se cantares! Rios te correrão dos olhos, se chorares! E se, em torno ao teu corpo encantador e nu, Tudo morrer, que importa? A Natureza és tu, Agora que és mulher, agora que pecaste! Ah! bendito o momento em que me revelaste O amor com o teu pecado, e a vida com o teu crime! Porque, livre de Deus, redimido e sublime, Homem fico, na terra, à luz dos olhos teus,Terra, melhor que o céu! homem, maior que Deus!"
Embora Bilac seja mais conhecido por seus sonetos, ele também escreveu belos poemas em verso branco. "Alvorada do Amor" é um exemplo de como o poeta soube utilizar a ausência de rimas para criar um clima de intimidade e sensualidade, explorando a linguagem de forma poética e refinada.
Conclusão
Os versos brancos apresentados neste artigo demonstram a versatilidade e a riqueza expressiva desse recurso poético. Ao se libertarem das restrições da rima, os poetas brasileiros criaram obras atemporais que continuam a emocionar e a inspirar leitores de todas as gerações.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a poesia brasileira:
Leia os poemas originais: A leitura dos poemas completos é fundamental para apreciar a beleza e a complexidade da linguagem utilizada pelos autores.
Pesquise sobre os autores: Conhecer a vida e a obra dos poetas é essencial para compreender o contexto histórico e cultural em que seus poemas foram escritos.
Participe de grupos de discussão: Compartilhar suas impressões sobre os poemas com outras pessoas pode enriquecer sua experiência de leitura.
#artists on tumblr#aesthetic#writers on tumblr#writers and poets#writing#escrita#escrita criativa#artigo#artigos
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Rogou a Deus que lhe concedesse ao menos um instante para que ele não partisse sem saber quanto o amara por cima das dúvidas de ambos e sentiu a premência irresistível de começar a vida com ele outra vez desde o começo para que se dissessem tudo o que tinha ficado sem dizer, e fizessem bem qualquer coisa que tivesse feito mal no passado. Mas teve que render-se à intransigência da morte.
Gabriel Garcia Márquez, in: O Amor nos Tempos do Cólera
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The day just started and I'm already non stop thinking about Fermina Daza...🥺😍
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"Vou fazer cem anos, e já vi mudar tudo, até a posição dos astros no universo, mas ainda não vi mudar nada neste país — dizia. — Aqui se fazem novas constituições, novas leis, novas guerras cada três meses, mas continuamos na Colônia."
O Amor nos Tempos do Cólera.
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como começar um clube de literatura prt.2
na postagem anterior eu havia ensinado os primeiros passos de como criar um clube de leitura com suas amigas. vou dar continuidade ajudando no roteiro e de como levar a conversa durante a sessão e trago mais sugestões de livros no final.
esqueci de falar mas é preciso que haja uma espécie de líder. pode ser por sessão ou do clube em si, mas essa pessoa que vai conduzir os diálogos e fazer as perguntas. nem todo mundo é necessário falar, seria bom dar opinião quando confortáveis.
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ expectativas: qual era sua impressão inicial sobre o livro? você gostou da sinopse? a partir de qual ideia você acha que surgiu o livro?
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ ideias gerais: foi difícil acabar com o livro? do que mais gostou e do que menos gostou? ficou com vontade de ler mais obras do autor? uma pessoa que você recomendaria o livro?
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ enredo: qual a ideia geral da trama? quais os momentos cruciais? como o autor tentou atrair a atenção do leitor?
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ personagens: quais personagens são interessantes? você se identificou com algum? como você descreveria tal personagem? que pensamentos ou ações de algum personagem te chamou atenção?
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ temática: do que fala o livro? resumo do livro numa frase ou palavra. qual a intenção do autor ao escrever esse livro? qual a principal mensagem que o livro quer passar? que relevância o livro tem pra sua vida? você concorda com as ideias do livro?
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ finalizando: cada um ler uma passagem do livro que gostou ou que chamou a atenção.
bom, é isso. apenas um norte de como seguir a sessão, mas sinta-se livre para fazer as perguntas que quiser e falar o que quiser.
✧*̥˚ mais sugestões *̥˚✧
O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wild
Persuasão, Jane Austen
Capitães da Areia, Jorge Amado
O Americano, Henry James
A Época da Inocência, Edith Wharton
Morte no Nilo, Agatha Christie
Crime e Castigo, Dostoiévski
O Castelo, Franz Kafka
Moby Dick, Herman Melville
A Volta ao Mundo em 80 Dias, Júlio Verne
Os miseráveis, Victor Hugo
Dom Casmurro, de Machado de Assis
O morro dos ventos uivantes, Emily Bronte
Jane Eyre, Charlotte Bronte
David Copperfield, Charles Dickens
Retrato do Artista Quando Jovem, James Joyce
O conde de Monte Cristo, Alexandre Dumas
Madame Bovary, Gustave Flaubert
Frankenstein, Mary Shelley
O amor nos tempos do cólera, Gabriel García Márquez
E o vento levou, Margaret Mitchell
Os sofrimentos do jovem Werther, Johann Wolfgang von Goethe
Senhora, José de Alencar
Dôra Doralina, Raquel de Queiroz
é isso, beijinhos
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Que saudadinha eu tava daqui <3
Comecei em uma onda de leitura que me deixa muito tranquila, uma maré tão boa e refrescante, tanto que esqueci do quanto gosto de escrever, hehe.
Às vezes penso em desativar as outras redes sociais (menos fb, i love), porque a pressão de treino e estudo ficou pior com o instagram, antes eu treinava mais de boa, hoje virou uma competição, tá na moda inclusive fazer uso de EA, coisa que antes só quem curtia muito e/ou ia competir usava.
Vejo pessoas próximas a mim tomando oxan como se fosse água, antidepressivo como se fosse analgésico (de certa forma é, mas na hora certa e na quantidade adequada), mas não toma refri porque faz mal. Qual o intuito? O importante é pagar de "saudável" só nos stories? Ooolha o stress, dona Jess, cadê a tranquilidade falada?
É uma auto crítica que tenho feito, importar-me menos com outras coisas que não convém a mim mudar, mas é interessante ver da minha perspectiva o making off e o que é postado.
Tô curtindo mais ser mais low profile, ter menos interação, postar menos, jogar mais, ler mais. O meu mundo me parece mais aconchegante ao que vejo lá fora (ou o que pode parecer 'lá fora').
É isso, tô lendo agora O Amor nos tempos de cólera e, olha, não curti como os outros kkkkk. Acontece, né. O grupo de leitura me deu esse olhar mais crítico, ousando ler outras categorias de livros, foi bom abrir mais a mente.
Hoje irei voltar a treinar depois de 2 semanas que resolvemos descansar (e trabalhar), reiniciando a rotina, sem neura, só curtindo o processo.
Por hoje é só, até breve, my tumblr
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"...Dele asseveraram os profetas de 1srael, muito tempo antes da manjedoura e do calvário: - "Levantar-se-á como um arbusto verde, vivendo na ingratidão de um solo árido, onde não haverá graça nem beleza. Carregado de opróbrios e desprezado dos homens, todos lhe voltarão o rosto. Coberto de ignomínias, não merecerá consideração. É que Ele carregará o fardo pesado de nossas culpas e de nossos sofrimentos, tomando sobre si todas as nossas dores. Presumireis na sua figura um homem vergando ao peso da cólera de Deus, mas serão os nossos pecados que o cobrirão de chagas sanguinolentas e as suas feridas hão de ser a nossa redenção. Somos um imenso rebanho desgarrado, mas, para nos reunir no caminho de Deus, Ele sofrerá o peso das nossas iniquidades. Humilhado e ferido, não soltará o mais leve queixume, deixando-se conduzir como um cordeiro ao sacrifício. O seu túmulo passará como o de um malvado e a sua morte como a de um ímpio.
Mas, desde o momento em que oferecer a sua vida, verá nascer uma posteridade e os interesses de Deus hão de prosperar nas suas mãos."
Sim, o mundo era um imenso rebanho desgarrado. Cada povo fazia da religião uma nova fonte de vaidades, salientando-se que muitos cultos religiosos do Oriente caminhavam para o terreno franco da dissolução e da imoralidade;
Mas o Cristo vinha trazer ao mundo os fundamentos eternos da verdade e do amor. Sua palavra, mansa e generosa, reunia todos os infortunados e todos os pecadores.
Escolheu os ambientes mais pobres e mais desataviados para viver a intensidade de suas lições sublimes, mostrando aos homens que a verdade dispensava o cenário suntuoso dos areópagos, dos fóruns e dos templos, para fazer-se ouvir na sua misteriosa beleza. Suas pregações, na praça pública, verificam-se a propósito dos seres mais desprotegidos e desclassificados. como a demonstrar que a sua palavra vinha reunir todas as criaturas na mesma vibração de fraternidade e na mesma estrada luminosa do amor. Combateu pacificamente todas as violências oficiais do juda1smo, renovando a Lei Antiga com a doutrina do esclarecimento, da tolerância e do perdão. Espalhou as mais claras visões da vida imortal, ensinando às criaturas terrestres que existe algo superior às pátrias, às bandeiras, ao sangue e às leis humanas. Sua palavra profunda, enérgica e misericordiosa, refundiu todas as filosofias, aclarou o caminho das ciências e já teria irmanado todas as religiões da Terra, se a impiedade dos homens não fizesse valer o peso da iniquidade na balança da redenção."
-Emmanuel, A caminho da luz.
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