#o Coração Vira Até Pedra.
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Ela é Sentimental Sim , Mais Quando Precisa Ser Fria , o Coração Vira Até Pedra.
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Aceito o peso das flores,
suas raízes de desordem e céu.
Meu coração é um passarinho inquieto,
não dorme nem se entrega ao descanso.
O amor é coisa fora de margem:
escapa da página, brota no chão,
vira semente entre as pedras,
feito sol que se ajeita em fresta.
Um querer de sair daqui,
entrar num buraco negro e me perder no avesso do mundo,
achar um canto que não tenha hora, nem forma, nem nome,
onde o silêncio se estenda como galho,
e eu possa criar raízes de vazio,
no chão inventado de um mundo só meu,
feito de sombra, vento e eternidade.
A quem carrega o céu nas raízes, e encontra sossego nas margens do mundo, onde até o silêncio cria asas.
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O corpo sem fundo
Feche os olhos e sinta a vertigem… Quando foi a última vez que não tentei escapar de mim? Subir o íngreme e pedregoso despenhadeiro, cegar-se com o suor abundante ensopando os olhos, sentir o grito borbulhando malignamente na garganta e... silêncio. Minhas mãos estão cortadas, minhas pernas estão extenuadas, porém existe um caminho impossível e infinito à frente. Como eu poderia saber que um dia eu viria a ser a minha própria carcereira que jogou as chaves em algum lugar dentro da cela e com um sorriso terrível me espreita? Ainda ouço o tintilar do metal à medida que era tragado impiedosamente por minhas entranhas esfomeadas. Recobro o desespero de procurá-lo em desvario, de me cortar em pequenos pedacinhos, de revirar cada minúsculo canto negligenciado, de me enfeitiçar com súbito brilho opaco nas trevas. Todo aquele esforço, toda aquela pressa apenas para me cansar um pouco mais. A cada momento, questiono-me se persisto na escalada a fim de que a próxima queda seja fatal.
Então, de repente, estou caindo, estou flutuando, estou descansando. Minhas belas asas se abrem e me conduzem involuntariamente em movimentos suaves e puros. O sol timidamente desponta no céu anuviado, empurra com certa graça as nuvens escuras e ardentes. Flores violetas nascem das sombras, melodias cristalinas invadem pacientemente o meu ouvido machucado. Contudo, recebo esta graça iridescente de maneira muda e inerte. Trata-se de temporário alívio, de calculado repouso. Vejo a mão cruel da carcereira entre meus fios de cabelo, sussurrando canções de ninar. Com a outra mão ossuda e velha, ela segura um copo de água e gentilmente o vira sobre meus lábios. Sabemos que desta vez o incêndio durou por tempo demais, que pode ser perigoso persistir mais um segundo na caminhada tola e árdua.
Estamos esfriando, amolecendo… finalmente adormecendo. E meus sonhos… ah, como são belos. As pontas de meus dedos tocam o firmamento, nada é pequeno ou grande demais, as coisas pertencem, nenhum boca vomita a outra, nenhuma mão expulsa a outra, estou deslizando em tudo o que existe e tudo sorri para mim e diz: sim, as maravilhas são infinitas, venha até nós, ceda ao nosso chamado, navegue placidamente em nossas peles radiantes e alegres. Sôfrega, ainda ressentida, eu me mantenho a certa distância, perscrutando os arredores, certamente existe uma cilada. Meu coração ainda bate quente, ligeiramente raivoso, odioso.
Porém o véu delicado começa a descer sobre meus olhos fracamente atentos e eu me rendo incondicionalmente à miragem que mais uma vez nós criamos para mim. Eu danço entre as pedras recobertas por musgos e heras, meu vestido longo e azul balança ao morno vento, como se feito de cinzas azuladas e nostálgicas, essas cinzas foram colhidas de um dos impérios mais vigorosos e opulentos. A infância escondida no peito irrompe surdamente, ah, lindos cabelos pretos, ternos olhos morenos, meu pescoço se contorce e se acalma, minha memória se apaga e eu estou livre dentro de uma cela infinita.
Sinto que posso ficar aqui dentro. Sinto que não estou mais fria e solitária ao relento. O dia irradiará para sempre em meu corpo, não há mais necessidade de clamar por socorro. Sigo no encanto, na armação, me fortaleço, meus membros recebem uma cura, tornam-se sadios e preparados, meus olhos brincam e procuram os ângulos mais variados, podemos criar um balanço velho, um casa vermelha com potes de flores na janela e uma estranha e amável senhora que nos acena da porta, com um curioso e engraçado coelho entre as pernas. Que mundo magnífico é este? Que espaço mais inusitado e simples… Pois cá estou, perdida entre as áreas mais afáveis da imaginação, convalescente, tristemente dormente…
Volto-me para a senhora num súbito pressentimento angustiado e contemplo sua carranca, sua boca retorcida e má. Andei fazendo coisas horríveis, ela me diz. Fecho meus olhos devagarinho e peço para que ela se cale, que entre em sua aconchegante casa e vá cuidar de preparar bolinhos, café ou chá, qualquer coisa que uma decente e boa senhorinha faria para o pôr do sol. O pôr do sol existe?, ela me pergunta com uma risada ainda mais perversa enquanto estremeço ao recordar que eu desconhecia o significado daquela expressão, mas infalivelmente o sol se poria, seja lá o que estivesse implicado nisso. Sim, minha criança, estamos nos lembrando, as coisas estão se quebrando, olhe em volta, tudo isto não dura tão pouco? Eu me recuso a abrir os olhos, bato os pés no chão e sinto a poeira encher minhas narinas, sinto que o mundo está oscilando, mas de forma sutil, quase imperceptível. Não vou olhar, não vou olhar, entre, fique muda, fique quieta, seja mais gentil, não posso sofrer. Por que você gosta me pisotear, por que gosta de me desfazer? É tão difícil e horrível me recosturar, pelo amor de Deus, pelo amor de Deus, me alimente, me trate bem, não me deixe com esse seu rosto horrendo, não ouse evaporar meu pequeno orvalho. A senhorinha vem até mim, ouço seus passos quase cálidos. Ela segura meu rosto entre suas mãos calosas e me diz que o tempo está acabando, que estamos acordando. Abro lentamente os olhos e uma cena devastadora e silenciosa me recepciona. A tinta que recobria o mundo está escorrendo através de um chuvisco que se aproxima, as graminhas se despedaçam, a carne dos pequenos animais pastando caem sobre o chão, numa mistura de sangue e gordura, porém eles seguem comendo, vejo os pedaços de ossos rastejando, os olhos derretidos refletindo confusamente algum pensamento horroroso, meu vestido rasga e revela um corpo cheio de cicatrizes e manchas, a senhorinha segura meu ombro e começa a se fundir a mim, estou velha, sou velha, meu Deus… O que fiz de mim? Um riso perverso ameaça a estourar minha boca, que fiz de mim, eu que num sonho fui um delicado jasmim? Andei fazendo coisas horríveis, digo a mim mesma. O sol irá se pôr e nenhum companheiro comerá comigo, segurará minha mão ou cuidará de mim. Vejo as pernas da ilusão se levantando, sacudindo a poeira, me esquecendo em algum chão. Ah, adeus… Digo com lágrimas nos olhos. Adeus… Não venha de novo, me deixe, odeio cada boa sensação que você me traz, criatura imprudente, indecente, não sabe como tudo isto é custoso? A ilusão não tem ouvidos, se vai garbosamente, deixando um rastro de destruição.
Eu sobro. Eu e meu despenhadeiro. Eu e meu céu nublado. Eu e meu silêncio desesperado.
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É difícil começa falando de um “verdadeiro,falso” mas o que é isso?
-simples,tudo aquilo que parece ser mas não é,sua cabeça força pra ser,porém todas as falas,gestos dizem ao contrário,e vc tenta permanece,até que vc transborda com toda situação ruim,e o que resta é sua imagem borrada,e de boa você vira alvo,mas de fato esse “verdadeiro,falso”nunca iria assumir,as falhas e se olhar nua do jeito que o mundo a vê e a recebe,ou inevitavelmente eu esteja condenada a conhecer sempre o pior lado de um ser humano…em fim,essa pedra que coloco em cima desse sentimento de angústia,de autossuficiência e inferioridade por td que enfrentei de peito aberto,vou embora c a certeza de que me ralei,me doei e expressei e de nada valeu,nunca mais me abro a ninguém,talvez um dia eu encontre outra alma bonita,que olhe o mundo as aves e o mar com o coração transbordante,e cuide de um coração quebrado com zelo,e amor🔒
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Reciprocidade, para as coisa boas. Imunidade, para as coisas ruins. ✌
Alma leve e coração agradecido. Sigo em paz 🍃
A tua essência vale mais que teu status. ✨
Eu quero a paz e a tranquilidade de uma alma livre! 🍃🌺✨
Às vezes o silêncio é o maior grito de sabedoria que se pode dar.
A recomeço. Não se dê por derrotado e siga adiante. As pedras que hoje atrapalham sua caminhada amanhã enfeitarão a sua estrada.
Se tem uma coisa que eu aprendi na vida é que você tem que deixar a pessoa livre pra ela escolher o que quer. Laço quando aperta, vira nó.
A beleza até atrai mas a reciprocidade encanta bem mais
É necessário sempre acreditar que um sonho é possível
Em tempos dificeis, quem te faz sorrir vale o dobro!
Muitos ao meu redor, poucos ao meu lado! 🤝
```Que o vento leve o necessário e me traga o suficiente. 🍂🌙`
``Seja paciente consigo mesmo, viva cada processo, um passo de cada vez, hoje você pode estar perdido e se sentindo cansado de tudo, mas respire fundo e recomece. Amanhã é outro dia.🌺
Pode falar o que quiser, a intenção nunca foi agradar 😏
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resumo do capítulo: nova cicatriz.
Remus estava deitado de lado, respirando com esforço para não desmaiar de novo. Já faz uma hora que o sol nasceu, ele ainda não tem certeza se suas pernas aguentam o peso do próprio corpo.
Essa última lua cheia foi potencialmente difícil, seus ossos ardem como brasa dentro da pele e seu coração dispara como um foguete.
Ele se sentou, uma das mãos no pescoço, a outra segurando com força na beira da cama. Remus esfregou os olhos e o quarto entrou em foco, iluminado por uma luz fraca e enevoada vinda de um lampião na rua fora da janela.
Ele passou os dedos trêmulos pelo pescoço, um ponto antes liso agora preenchido por uma cicatriz. Ele sente com a ponta dos dedos, abaixo do lóbulo até o maxilar, fina e enrugada. Continua dolorida. Ele procurou suas roupas ao seu lado encontrando-as aos frangalhos, puxou o cobertor grosso e mofado no chão, cobriu-se. Atravessou o quarto e espiou para fora da janela.
Um homem magricela olhou assustado para a casa conhecida por ser assombrada, sem notar Remus olhando de volta. Lupin estava habituado a ver o homem toda vez que era trancado no quarto, deduzia ser o caminho que fazia para ir ao trabalho.
“Cuidado com a pedra”, sussurra Lupin inutilmente. A porta do quarto se abriu num estrondo, Remus se encolheu por hábito.
O homem pulou de susto com o barulho vindo da casa, sua boca se escancarou como um peixe conforme seus olhos ficavam maiores que o rosto, ele tropeçou na pedra e caiu de costas, se arrastando para longe e levantando com a poeira. Havia medo em seus olhos quando ele correu, sumindo atrás de um muro.
Remus olhou uma última vez para a rua, cotovelos na janela e mãos agarrado aos cabelos. Ele se virou lentamente e ali estava Dumbledore, cerca de um metro dele.
Ele sorriu através da barba longa. “Remus Lupin”, disse como se a surpresa fosse ver Remus ali. Esticou a mão aberta mas Remus continuou parado, devagar ele voltou a mão para segurar na frente do corpo. Continuava inabalável ao dizer, “É uma felicidade vê-lo, parece muito bem”.
Remus riu nasalado, certamente ele parecia melhor do que há duas horas atrás. “Digo o mesmo, professor Dumbledore. Perdoe-me, mas o que faz aqui?”
O velho sorriu. “Tenho uma notícia para dar e peço que me acompanhe, por favor”, ele se vira saindo mas Remus não o faz.
Dumbledore estava quase passando pela porta quando percebeu os olhos caídos de Remus, então olhou através dos óculos com formato de meia lua para o corpo do garoto coberto pela manta.
Com duas palmas silenciosas uma muda de roupas apareceu no colchão duro, Dumbledore saiu com a túnica chacoalhando e Remus se viu sozinho novamente. Ele se arrumou o mais rápido que seus ossos doloridos permitiam e percebeu que vestia as mesmas roupas que usava antes da lua cheia.
Ele entrou no corredor sombrio e encontrou Dumbledore esperando com as costas na parede, olhos cansados em Remus.
“Obrigado”, disse Remus com sinceridade. Dumbledore acenou e andou porta afora, Lupin acompanhava manco.
Dumbledore encolheu-se para sair pelo buraco do salgueiro , Lupin quase riu desacreditado. Jamais pensaria ver Dumbledore se curvar com tanto cuidado para não rasgar as vestes azuis, mas ali estava ele, dando a mão para ajudar Remus. O quadril de Lupin doía, seus olhos e sua perna direita não prestavam mais. Ele recusou a ajuda de qualquer forma, passando pelo buraco da maneira menos dolorosa possível.
O sol da manhã estava ofuscado pelas nuvens, ventos gelados arrepiavam os pelos da nuca de Remus. Ele se encolheu no suéter bege, mãos dentro das mangas.
“Você precisa saber, Remus Lupin. Sobre o ataque de lobisomem de ontem a noite, na floresta de Bellwiestor”, disse o velho. A barba cobria seus lábios enquanto falava, se Remus não estivesse perto não ouviria. “Aurores receberam ordens para aprisionar qualquer suspeito e todos os lobisomens registrados no ministério estão sendo entrevistados...”, ele fez uma pausa dramática e olhou o pulso nu. “Creio que agora mesmo”
Remo não disse nada por um minuto, talvez dois. Olhar para Dumbledore não fazia seu coração se acalmar mas era tudo que ele podia fazer no momento.
Ele achou que iria cair, então Dumbledore segurou seu ombro e sorriu. “Eu tenho motivos muito exatos para pensar que foi Greyback e seu bando que fez tudo”, ele olhou ao redor então de volta para o jovem lobisomem, “Um unic��rnio foi encontrado morto entre tocas de fadas, mas não sabem se foram lobisomens.”
Remus aperta os lábios. É claro que foram lobisomens.
Dumbledore continua. “O bando de Feyrir atacou uma vila de bruxos em Gales e o ministério teve que divulgar”, o bruxo alisa a barba ao dizer: “Na minha humilde opinião, acho que estão servindo de distração para algo que precisa de toda atenção.”
Remus assente, a garganta muito seca agora. “Não teve nenhum humano ferido”, Dumbledore diz, a mão nas costas de Remus. “Não precisa se preocupar, vamos.”
Remus observa a grama verde de Hogwarts, incapaz de dizer qualquer coisa. Ele sabe que se abrir a boca vai dizer algo muito rude. Lobisomens entre bruxos mas sem ferir? Unicórnio morto?
Como diabos Dumbledore espera não preocupá-lo, Remus não sabe.
Sempre que algo sobre lobisomens acontece, Dumbledore conta para Remus como se ele tivesse que saber, como se quisesse saber. Em geral ele não quer, não porque odeia os olhares de pena(ele odeia) mas porque é tudo muito cruel.
Eles passaram pelo térreo vazio e pelo lago intocado, Dumbledore parou perto dos portões e sacudiu as vestes.
“Eu desejava ir ao caldeirão furado para podermos conversar mas creio que está cansado, Remus Lupin”, disse o velho com sua voz melodiosa.
A resposta de Remo foi piscar devagar.
Dumbledore tocou suas costas e num segundo Remus se sentiu muito mal. O puxão no umbigo e a sensação de uma enorme colher de pau estar mexendo em seu estômago faz Remus trincar os dentes agoniado, ele odeia aparatar.
Desde que recebeu autorização para isso, só fez duas vezes com Euphemia Potter.
O velho alisou suas costas no segundo que ele se curvou para o muro dos Potter. “Está tudo bem, Remus Lupin?” indagou preocupado.
Ele segura a barriga e cobre a boca, sentindo lágrimas molharem seus cílios.
Remus empurra ele assustado, por um segundo ele pensa que vai desmaiar mas Dumbledore se afasta. Agora ele pode respirar direito, mesmo que cada puxada de ar faça seus pulmões doerem.
Após longos segundos ele se ergue com dificuldade, respirando fundo duas vezes e encarando Dumbledore.
Ele encontra sua voz, dizendo com firmeza. “Estou”
O velho ficou apenas olhando por um momento. “Muito bem”, respondeu. Ele virou esperando Remus dar o primeiro passo e assim ficou até Remus passar pelo portão da residência dos Potter.
Em geral, as pessoas sentem Dumbledore chegar, ao menos Remus sim. O cheiro de sua magia é antiga e muito doce. Lupin consegue sentir até na forma humana, foi o segundo cheiro do mundo mágico que ele sentiu.
O primeiro foi Greyback.
Ele nota Dumbledore olhar de soslaio duas vezes antes de bater suavemente, então James Potter abre a porta com agitação e sorri para o velho bruxo. Quando Remo sai detrás de Dumbledore, o sorriso de James aumenta. Ele parece maior, mais musculoso e dócil -seus óculos são imperiosos.
“Moony!”, ele berra. James resiste pular em cima do amigo, segurando na porta com força, seu corpo todo treme de emoção. Remo vai até ele de braços abertos antes que James quebre a maçaneta.
É preciso de muito autocontrole, mais do que James é capaz, para não apertar Lupin com força. Foram dois dias de lua cheia, a maior até agora e James quer apenas se fundir em Remo.
Os olhos de Potter aumentam através dos óculos de aro redondo. “Entre, Moony, entre!”, ele pega a mão do amigo levando-o para dentro enquanto checa Remus como uma mãe nervosa.
Dumbledore entra após se dar conta de que James esqueceu dele, as mãos juntas na frente do corpo.
“Oh, Moony”, James está quase em cima dele. “Você está com uma nova cicatriz, coitadinho... Vai ficar tudo bem, sim? Estou aqui.”
Euphemia Potter aparece na soleira da sala de estar, “Oh, Jay. Deixe o pobre respirar! Você certamente está deixando-o tonto.”
James vira o pescoço para a mãe então para Remus. “Estou Moony?”
Ele sorri envergonhado. “Está tudo bem”, diz baixinho.
James vira para Euphemia. “Está vendo, mamãe?”, diz com glória se agarrando ao pescoço de Remus. “Ele está bem, vou cuidar dele, ele vai ficar bem.”
Em resposta, ela dá um tapa na cabeça de James. Ele chia e acaricia o local, um beicinho nos lábios que ele não percebe.
“Não seja teimoso, James.”, diz séria. Seus olhos brilham ao pousar em Remus. “Tudo bem, meu amor? Fiz suas comidas favoritas para o jantar, pode ir comer com Jay enquanto falo com Dumbledore”, sua voz é suave e doce. Suas palavras nunca soam como ordens, sempre como escolhas. Como, você pode comer ou fazer outra coisa, o que quiser!
Ela afaga o braço de Lupin e o beija na testa, ela faz isso desde o ano passado sempre que Remus tem uma lua cheia difícil.
Ou seja, sempre.
James olha para Dumbledore no outro lado da sala, notando ele agora. Ele não parece impressionado com o que vê, como se fosse acostumado ao ter o bruxo mais poderoso da década em sua sala de estar. James pega a mão de Remus e o arrasta para a cozinha tagarelando sobre os últimos acontecimentos.
Remus dá uma última olhada e vê Euphemia indicar o sofá para Dumbledore se acomodar. Uma bandeja com duas xícaras, um bule e dois pires aparece na mesa, ornamentado com gansos dourados na cerâmica. Dumbledore senta-se, pegando uma das xícaras.
Então Remus dá de cara com a maior mesa de comida que já viu fora de Hogwarts
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Calcinha.
Bem, eu tinha acabado de acordar de um cochilo que tirei depois do almoço. Havia me esquecido que na noite anterior eu menti para ela dizendo que iria dobrar fazendo plantão no serviço e por isso não conseguiria ir cedo para sua casa. Eu trabalho dentro de uma central de segurança monitorando um hospital da Rede Dor e quando fico sem rendição, eu sou obrigado a continuar até a próxima rendição chegar. Geralmente às 07:00 da manhã do outro dia. 24 horas de serviço. Merdas que acontecem em empregos merdas de quem vive vidas merdas. Uma mulher tinha acabado de ser atropelada enquanto eu dormia. Minha mãe disse que foi uma tragédia, como sempre. Mandei uma mensagem no whatsapp confessando que tinha acabado de acordar e que tomaria um banho antes de sair de casa. Deus riu de mim. Tudo bem, já tô acostumado a escorregar nos meus próprios erros e a ouvir o vazio de merdas que sai da boca de uma mulher maluca. Ela achou, talvez, que de alguma forma eu iria me arrepender e pedir desculpas. Um pensamento honesto, justo. Um pensamento que atravessa a gente quando estamos certos de estar certos. De qualquer maneira, fui obrigado a pedir desculpas. Afinal, ela era uma motoqueira gostosa tatuada, sensual e alcoólatra. Do jeito que eu gosto. Na minha vida eu não tenho tido melhor que isso. Se tirar a parte do motoqueira gostosa, tatuada e sensual, sobra as alcoólatras, assim como eu. Tentávamos nos amar nas infinitas noites dos bares. Digo sobre as alcoólatras que não são motoqueiras gostosas tatuadas e sensuais, assim como eu também, que de fato não sou gostoso, sensual e não sei pilotar um velotrol. Mas o defeito dela era justamente esse: ser uma gostosa tatuada e sensual. Eu não tava nem aí se ela era alcoólatra. Numa certa altura da discussão, as desculpas foram aceitas. Subi no ônibus e fui para Piabetá. O letreiro dizia: Raiz da Serra. Nesses momentos o coração da gente vira uma menininha perdida no shopping com medo de nunca mais encontrar os pais. Raiz e serra no mesmo letreiro significa: o lugar que você tá indo é bem mais longe do que você imaginou, ou um é simples você se fodeu. Tinha certeza que o caminho daria em alguma estrada sem asfalto com biroscas iluminadas no meio da escuridão cujo suas jukebox tocariam espumas ao vento ou qualquer coisa do Fagner. Óbvio que são pensamentos de um homem hétero que mora perto do centro, e quando penso sobre isso, parece que justifica muita coisa nesse texto. Se eu tivesse um revólver daria um tiro para o alto só para assustar meus pensamentos.
Pelo milagre do sono e da mentira, cheguei em Piabetá vivo, sóbrio e de pau duro. Infelizmente ela não teve a mesma sorte. Pudesse encostar meu ouvido na parede do seu banheiro, a ouviria mijar toda a cerveja morna que passou o dia inteiro bebendo no quintal de biquíni em baixo de um sol desumano (que alguns filhos da puta ainda tem coragem de chamar de estrela). Ou talvez era infelizmente para mim e a sorte era dela. Tanto faz, já estava lá. Quase 40 km de distância da minha casa, sem carro, sem moto, sem bicicleta, sem dignidade e sem entender de fato porque eu estava fazendo aquilo só para comer uma gostosa. Capítulo 4 Versículo 3. Era essa a música que tocava quando entramos abraçados em sua casa depois que ela me borrou todo de batom e me lembrou de uma canção do Belchior. Seu beijo tinha sabor de derby azul, cracudinha de antártica e desespero. Me lembrou da época que algumas amigas do teatro me mostravam os nudes que os velhos mandavam para elas pelo instagram, com barriga cabeluda, pau mole e o fundo de um banheiro sujo. Não sei porque seu beijo me lembrou disso. Eu sei que um banheiro limpo impressiona muito mais. Ao menos a música era boa. A desgraçada tinha bom gosto, mais um defeito. Comecei a beber com ela para ver se conseguia me aproximar daquela onda. Talvez só bebendo uma barrigudinha de caninha. Talvez só fumando uma pedra de crack.
“Gostou da maquiagem? Fiz pra você borrar esfregando esse pau grosso na minha cara!”, ela disse. Fiquei com medo de dizer que ela estava parecendo o Coringa do Joaquim Phoenix e se ofender. No fundo, não era meu intuito. Confesso que sou um merda, como eu disse lá em cima: sou um homem hétero que mora perto do centro. Surfo nos meus privilégios e foda-se, mas não tô aqui para ofender mulheres que - sei lá porquê, Deus - queiram compartilhar seus lençóis comigo. Até que tinha ficado legal, pois não era todo dia que você ficava a sós com uma gostosa de calcinha, camisa de hip hop e com ar de Arlekina. A gente nunca sabe o que se passa na cabeça de uma mulher. Ela se deitou na cama subindo a camisa a fim de me mostrar sua calcinha. Era simplesmente uma calcinha do Vasco da Gama. Com a caravela estourada bem na cara da buceta. “Club de Regatas Vasco da Gama e nada mais!”, me disse sorrindo. Aqui eu abro um parêntese para dizer que eu sou um bêbado que assiste os jogos do Vasco num barzinho que me vendo fiado ali na esquina e nos raros momentos de vitória, dizem que eu viro um papagaio que só fala club de Regatas Vasco da Gama e nada mais. Club de Regatas Vasco da Gama e nada mais. Club de Regatas Vasco da Gama e nada mais. Nada mais. Nada. Eu quase questionei o fato dela torcer para o rival do aterro, mas era nítido que futebol na vida dela era apenas um amontoado de homens correndo atrás de uma bola. Talvez as pernas dos jogadores fossem mais importantes do que um gol de falta no último lance do jogo. Ok. Vou escrever um poema sobre isso, pensei. Capítulo 4, versículo 3, no final da música e olhando sua calcinha, eu quis rir. E eu ri, e colocaria escrito aqui em risos risos risos e KKKKKK, mas os acadêmicos chamariam de má literatura. Então eu digo que apenas ri. Depois, lembrei da mulher atropelada na esquina da rua Panamá e em como minha mãe tinha razão, que tragédia. Se ouvisse mais minha mãe, não teria ido para Piabetá mais algumas vezes e nem sido carona na sua moto e nem transado sem camisinha naqueles dias e também seria médico, não escritor e viveria comendo legumes e praticando exercícios e jogaria fora meus discos e os livros que acumulam poeira pelo quarto e voltaria para minha ex e aprenderia línguas para viver a vida que meus chefes vivem e jamais teria gozado nos peitos dessa gostosa tatuada que às vezes parecia uma pomba-gira.
Brenno Costa
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EVANGELHO
Sábado 22 de Julho de 2023
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.
- Palavra da Salvação.
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- Comentário do Dia
💎 A transformação de Maria Madalena
É um coração desapegado deste mundo e sensível à luz da fé, como o de Maria Madalena, o que Jesus deseja de todos os seus discípulos.
Jesus, como nos narra o evangelista S. João, aparece hoje a Maria Madalena. De todas as aparições do Ressuscitado, este encontro entre o Senhor e aquela santa mulher tem algo de extraordinário, capaz de tocar mais a fundo o nosso coração. A razão disso, em boa medida, é a transformação radical que vemos ser operada na alma de Maria. Ela, que de acordo com o Evangelho segundo S. Lucas é a mulher da qual Jesus expulsou sete demônios, vivera como um pecadora, buscando no mundo um amor que o mundo não lhe podia dar. Mas, ao descobrir a Cristo, ela transforma-se em modelo de desapego de todas as realidades terrenas: para ela, com efeito, o seu tudo só pode ser Jesus. A aparição que hoje meditamos indica-o com toda clareza. Antes de ver a Cristo ressuscitado, ela vira anjos, testemunhas da maravilha que acabara de acontecer no sepulcro, e nada disso, porém, pôde consolá-la da tristeza de estar longe do seu Senhor: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. É um coração como esse, desapegado e apaixonado por Jesus, que temos de pedir continuamente a Deus em nossas orações. Nada mais nos deveria importar, a não ser Cristo; nada nos deveria consolar, se estivermos sem Ele; nada mais nos deveria ocupar os pensamentos, senão o amor que o Mestre nos tem. Que Ele, vivo e glorioso, nos dê a graça de vivermos em sua presença amorosa, escondida na obscuridade da fé, mas nem por isso menos real, profunda e eficaz. Sim, Ele permanece conosco, por sua graça, em sua Igreja e em todos os sacrários da terra. Que possamos perseverar na fé, até o dia em que, rasgado o véu, contemplaremos face a face o rosto daquele que aprendemos a amar sem tê-lo visto.
Deus abençoe você!
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Lar
Eu gosto de finais que surpreendem, dos abraços cheios de saudade e das reviravoltas bonitas que acontecem e tiram o juízo. Do coração em festa. Da plenitude do riso e do afeto. . Faço do meu compromisso essa urgência que bate no peito. Alegria que (ainda) crê e que em mim fez morada. Pode ser que amanhã até mude, tudo ou nada. Enquanto for chama, chamo pro meu lado. . Eu gosto da gratidão em forma de brilho nos olhos. Da tristeza que encontra colo. De desculpas sinceras com a voz embargada. Dos dias em que tudo está confuso lá fora, mas que, aqui dentro, descubro uma pontinha de paz. De ter com quem contar quando a vida exige resiliência. Desse difícil equilíbrio entre a força e a delicadeza; entre a pressa e o esperar. . Faço dos meus dias a minha jornada, parto rumo ao desconhecido, sem muitas garantias e várias vezes sem tanta coragem…mas vou. Vou sim. . Nesses caminhos incertos, vejo que há mais pedras, mas em compensação as flores estão ainda mais bonitas. Paro e admiro de perto. A frase vira verso. . Eu sou meu lar. Sou feliz assim.
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Meu google fotos de mandou essa lembrança hoje. De 1 ano atrás, eu aqui em casa, no sofá. Chorando como sempre, porque queria ser mãe e ter meu bebê comigo.. Um ano após a foto aqui estou eu com meu pacotinho calorentto, não desista amiga (o), tire uma foto hoje, ano que vem pode ser você, Deus é bom o tempo todo e o tempo todo Ele é bom e fiel. Eu não estava preparada pra aceitar um não, Eu dizia que sim, que estaria tudo bem se Deus dissesse não para mim, mas no fundo eu não aceitava um não. Fiz muitas cagadas por conta disso, cheguei até culpar Deus propositalmente pra tentar atingir a Ele, eu pensava já que ele está me dando essa dor e não está ligando vou atingir a Ele também, e se pecar faz com que ele fique triste é isso que eu vou fazer. Olha o nível que eu cheguei. O filho que eu tanto queria já não era um desejo para mim, ele tinha se tornado ídolo, algo que eu coloquei acima de Deus. Eu tive que levar um tombo muito grande pra entender e tirar o filho dessa posição e colocar Deus de volta ao lugar onde deveria vir primeiro no meu coração. Então depois de fazer o que eu achava que daria certo para atingir a Deus, não deu obviamente (risos) o pastor veio em casa e conversou comigo, ele me disse algo que eu nunca vou esquecer. Ele me mandou pegar um ovo na geladeira... Ele disse: "você é esse ovo Pâmela. Deus é uma pedra, toda vez que o ovo bate na pedra o que acontece ? ele quebra certo, e toda vez que a pedra bate, logo o que acontece? quebra! certo, toda vez que você bate a frente com Deus quem quebra é você, toda vez que ele quer lhe moldar para algo e bate em você é você quem quebra também. Mas daí eu entendi o pastor me ajudou a entender que eu estava colocando o filho que eu queria a a cima de qualquer coisa. Comecei a ficar doente por conta disso, deixei o meu relacionamento de lado, a casa.. muitas coisas, por intermédio disso tive até uma doença pensava que ia morrer.. Resumindo um pouco a história eu por fim entendi, comecei a cuidar de mim, amar a Deus sobre todas as coisas, até falei se for da vontade de Deus vira, depois de ser moldada por Deus começou a melhorar muita coisa em minha vida. continua nos comentários https://www.instagram.com/p/CmHeOAmuZtz/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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ƤLOƬ ƊROƤ
A noite estava assustadora e divertida, tudo na normalidade padrão dos monstros pelo menos, não houveram muitos urgentes, acostumados com magia e coisas que podem ser consideradas estranhas, é seguro afirmar que a maioria dos arthurianos estavam se divertido, ainda que alguns considerasse tudo aquilo muito perigoso.
O badalar do relógio se fazia ouvir por toda a cidade, anunciando que tinha chegado o momento de anunciar o rei e a rainha do baile, não importa onde você esteja, o som agudo e irritante vai chegar até você, seu corpo inteiro irá se arrepiar de pavor e você irá se encaminhar para o palco no salão de baile da mansão do Drácula ou se aproximará de um dos muitos telões com autofalantes espalhados pela cidade. Apesar do arrepio gélido e do coração disparado, você se sentirá empolgado pelo que está por vir.
No palco Merlin, Drácula e Arthur aparecem, a tríade política daquele evento, se você prestar atenção verá David Charming e Fada Madrinha em das extremidades do salão próximo ao palco torcendo a boca e o nariz em despeito. O anfitrião da noite mostra os caninos afiados em um sorriso diabólico e supreendentemente caloroso antes de começar a falar. “É um grande prazer receber todos vocês em meu castelo essa noite, espero que tenha sido horripilante para todos até agora, mais está por vir...” As palavras são acompanhadas de uma risada estrondosa e assombrosa. “O Rei e a Rainha do baile já foram escolhidos e eles já se encontram na praça central da cidade, como podem ver no telão atrás de vocês. Façam suas apostas e que vença o melhor” Você vira para trás e olha para o telão, os eleitos talvez sejam um pouco previsíveis, @hella-hofferson e @charmingfred estão no centro da praça e logo o monstro épico será solto. Um monstro de pedra parecendo um sentinela caçador de mutantes aparece na tela, ele é enorme e rápido, será que nossos legados irão sobreviver? A caça começa e você se sente apreensivo pela vida de seus colegas, mesmo que talvez não goste muito de algum deles. O monstro ruge e ataca, tudo é uma grande confusão e então a transmissão acaba. O que aconteceu? Eles sobreviveram ou não? Ninguém sabe a resposta, é possível ver a preocupação nos olhos de Merlin e outros membros do Conselho.
“O Blue sempre destrói as câmeras, eles devem estar bem” O Drácula comenta com um sorrisinho frouxo, como se dissesse o contrário e até mesmo torcesse pelo seu monstro e não pelos legados, o que não seria uma grande surpresa, convenhamos. “Agora é a melhor hora da noite, estejam a postos com seus pares que a valsa vai começar, ao fim dela escolherei a minha noiva desse ano” Novamente os caninos ficaram visíveis, os olhos completamente rubros e um sorriso maléfico, ele parecia faminto e ansioso pelo momento. Você jura que ele olhou diretamente para você ao pronunciar as palavras e você reza para a Excalibur te proteger de virar comida de vampiro.
A valsa fantasmagórica começa, a melodia entra por seus tímpanos e lhe causa arrepios, parece que as notas são repletas de magia e você sente o medo se apoderar de seu coração. Você tem vontade de sair correndo, mas não consegue parar de dançar. Não é uma música que você conheça e mesmo assim seus pés ganham vida, é como se intuitivamente seus pés soubessem exatamente o que fazer.
É no final dos últimos acordes que a atmosfera muda, um sopro gelado vindo do lado de fora rouba toda a luz do ambiente, ainda que o lugar nem fosse tão iluminado assim. Você sente seus pés ficando pegajosos e quando olha para o chão há algo gosmento ali que você não consegue identificar de imediato. Os rosnados são os primeiros sinais de alerta e ao virar o rosto você vê um vampiro tentando morder alguém, você olha em volta e percebe que todos os vampiros estão agindo da mesma forma, é nesse momento que seu nariz identifica o cheiro de sangue. Pra onde você olha o chão está repleto de sangue, de repente Merlin, Fada Madrinha e Feiticeiro estão a postos, a luz retorna para o ambiente e você tem certeza que é mesmo sangue no chão. De onde ele vem? Não importa, Melin, Fada Madrinha e o Feiticeiro isolam os legados com um escudo, na verdade eles colocam os vampiros dentro de uma redoma transparente poderosa. O primeiro a se pronunciar é Merlin. “Voltem para a academia agora, todos para seus dormitórios!” Você nem pensa em questionar, só pega na mão de seu par e sai correndo junto com ele para fora do castelo. A Fada Madrinha acompanha todos os legados, os protegendo em uma redoma para que não aconteça mais nada, afinal todos estão sujos de sangue de alguma forma e podem acabar atraindo vampiros que está pela cidade.
Depois que a maioria está segura na Academia é o momento de procurar pelos Legados perdidos pela cidade que podem ou não estar machucados. Você teve sorte de ir para a academia junto com os outros, não ficou para ver com o que Merlin e o Feiticeiro tiveram que lidar... Mirana Marmoreal quase vira sobremesa do Drácula, aparentemente ela foi a escolhida para ser noiva dele e apesar de ter sido salva a tempo... ela não se encontra num estado muito bom ou estável.
OOC
o rei e a rainha do baile estão bem e podem se encontrar na enfermaria da academia, quando digo bem me refiro a estarem vivos, não exatamente inteiros ou não machucados;
alguns personagens estavam vampirescos e podem ter sido contidos junto com os outros vampiros, por causa disso, alguns legados podem ter se machucado ou se ferido, porém nada muito grave;
também é possível que seu char possa se machucar em meio a confusão para voltar pra academia, como uma torção de tornozelo, então novamente, nada muito grave;
ninguém sabe o que aconteceu com a Mirana ainda;
no dia seguinte quando acordaram a academia estava de volta à storydom, afinal tiveram que roubar a noiva escolhida pelo drácula;
para os curiosos, o sangue veio do estoque do drácula que alguém fez vazar tudo, algumas coisas serão explicadas na semana que vem quando o feiticeiro fizer um pronunciamento e anunciar o início dos duelos;
o evento está encerrado, toda e qualquer interação sobre o evento deve ser feita em flashback;
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send me 🍹 for a short fanfic/headcanon of our muses @tdetriste
Quase um Anoitecer, a short fiction by Hugh Nolan.
[ ... ] Como sempre, no intervalo entre aulas, a atenção de Thaddeus focava em uma pessoa específica naquele ambiente, o misterioso Parker. Seus amigos já tinham contado a ele que o aluno não costumava se misturar com os demais alunos, e ele e seus irmãos eram mais reclusos. Thaddeus descobrira que eles moravam em uma casa próxima ao mar. Estudando mais a fundo, descobrira que eram muito apaixonados pelo mar. Apesar de não terem trocado uma palavra sequer, parecia que somente os olhares que se cruzavam durante a escola era o suficiente para que se entendessem.
Naquela manhã, tomando coragem, ao vê-lo sair do refeitório, esperou somente dois minutos antes de se levantar, e discretamente segui-lo. Por estarem numa cidade litorânea, não demorou em perceber que ele caminhava em direção a uma área mais afastada da praia, com poucas pessoas. Sabia que Parker já tinha notado sua presença, mas isso se fez mais evidente quando ele parou abruptamente, virando-se em sua direção.
— Eu imaginei que essa hora chegaria, eventualmente. — as palavras soaram dos lábios dele em tom baixo. — Espero que não ache estranho quando eu digo que senti uma conexão entre nós, desde a primeira vez que te vi na escola.
— Não é estranho, eu também senti. O que é estranho é eu não saber o que ela significa, o que você significa. — a expressão pensativa de Thaddeus mostrava que ele tinha muitas coisas para dizer, mas precisava colocá-las em ordem antes. Ele se aproximou um, dois, até três passos de Parker, sua mão delicadamente encontrando o ombro dele. — Você não é como os outros.
— O que quer dizer com isso? — Parker perguntou, enquanto virava-se em direção ao mar, fitando as ondas que traziam uma melodia diferente para aquele momento.
— Você é incrivelmente alto, forte. Sua pele branca, gelada... seus olhos são claros como pedras preciosas, e eu vejo que você ama o mar, que o mar te chama. Eu sei o que você é. — a voz de Thaddeus não tremia, ele estava certeiro sobre suas suposições.
— Diga, em voz alta. — o coração de Parker parecia bater mais forte contra seu peito, pois finalmente alguém o vira de verdade.
— Um tritão. — a resposta soou de forma natural. Num ato inesperado, envolveu Parker em um abraço por trás, seu rosto encostando no dele. — Mas não estou com medo. Na verdade, acho que deve ser lindo.
O rosto de Parker expressava quase um choque, por não acreditar que alguém acharia que sua maldição era algo lindo. Não demorou em voltar seu corpo para o dele, encarando os olhos azuis de Thaddeus, em seguida estendendo a mão.
— Aceitaria dar um mergulho comigo, então?
E fora ali que começara a história de amor dos dois. A história que deixaria A Pequena Sereia no chinelo. Fim.
#ALGUÉM ME PARA KKKKKKKKKKKKKK#❪ 🌱 ❫ ─── ⠀ ⠀⠀ 𝒇𝒊𝒍𝒆𝒅 𝒖𝒏𝒅𝒆𝒓 ⠀ 〳 ⠀ ask game ‵#& patrick triton.#o nome na fanfic homenageando o falecido rsrsrs#lhqshalloweenasks#009;
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( 🎟️ ) *。・゚ 𝐆𝐄𝐓 𝐓𝐎 𝐊𝐍𝐎𝐖: 𝐒𝐀𝐆𝐄 !
Preencha o juramento antes de continuar: em nome da Excalibur, SAGE em seus VINTE E SEIS anos, jura seguir o legado do CIRCO durante a sua estadia na Academia dos Legados. Com a sabedoria concedida a ela, deve se manter caminho da luz enquanto conclui o MÓDULO II. Com a bondade tocada em seu coração, recebe DETERMINAÇÃO e não se permite ser corrompida por MEDO. Por último, é deixado um corte na mão de JESSIE MEI LI como prova de seu comprometimento com a luz.
HABILIDADE MÁGICA:
Manipulação de emoções — Sage pode sentir e manipular as emoções, incluindo sentimentos, estados de espírito e seus efeitos em outras pessoas, animais e outras criaturas, podendo aumentar, diminuir, implantar ou canalizar emoções, além de manifestar a energia emocional no universo físico. Mas, como nem tudo são flores, Sage não consegue manipular suas próprias emoções, e a utilização de seu poder vez ou outra acaba tendo efeitos bastante negativos, a depender da manipulação da emoção que ela usa.
OCUPAÇÃO:
Acrobata de tecidos no Le Cirque des Rêves.
DORMITÓRIO: tba.
BACKGROUND:
Filha de dois renomados armeiros no Castigo, Sage tinha uma vida tranquila e feliz, claro que, tão tranquila e feliz na medida que um lugar como o Castigo conseguia proporcionar. A pequena passou parte de sua infância aprendendo a lixar chaves de roda, regular gatilhos e até mesmo fundir bateladas de projéteis de pistola personalizada.
Vivendo no Castigo e sendo filha de armeiros, era de se esperar que Sage já tivesse visto todo o dia de pessoa indo até seus pais, requisitando as armas mais poderosas que seus pais pudessem fabricar. Mas foi quando um mercenário conhecido por todo o Castigo foi até a loja que Sage soube que as coisas estavam prestes a mudar.
Arrogante e prepotente, o mercenário exigiu um par de pistolas que ninguém mais pudesse ter. E com bastante relutância, um acordo foi feito: os pais de Sage fariam as pistolas, mas o mercenário teria que voltar apenas seis meses depois. E exatamente seis depois, o mercenário voltou, sem nenhum pretensão de pagar pelo trabalho feito. Ele tinha voltado para pegar as armas à força. Os pais de Sage realmente criaram duas obras-primas, boas demais para ele, como a própria mãe de Sage chegou a afirmar. Furioso, o mercenário pegou as pistolas e as usou para abater os criadores daquelas armas antes de voltá-las na direção da jovem Sage. Então, movido pelo mais puro rancor, ateou fogo na oficina e esmagou as duas pistolas nas pedras do chão para acabar de vez com o legado da família de Sage no Castigo e em Storydom.
Sage acordou em agonia. Os ferimentos eram graves, mas ela conseguiu se arrastar para fora das ruínas em chamas, segurando contra o peito o que sobrara das duas pistolas. Com o tempo, seu corpo se recuperou mas, fosse dormindo ou acordada, vários foram os pesadelos que a atormentaram por anos a fio.
O resultado acabou não sendo outro, Sage virou órfã aos 13 anos, e como toda a criança que vira órfã, acabou indo para o orfanato do Castigo. Várias foram as vezes que Sage tentou fugir e sair daquela vida do orfanato, daquela vida miserável, mas sempre que achava que tinha conseguido, acabava sendo pega novamente.
Já tinha pensado que quando atingisse a maioridade, preferia se entregar ao Bordel Soul ou às ruas do Castigo do que continuar vivendo aquela vida, mas foi então que os boatos sobre o Circo começaram a surgir e para ela, viver para o Circo parecia infinitamente melhor do que continuar vivendo daquela forma. Então, quando fez 15 anos, Sage o chamou, chamou pelo Circo, achando que instantaneamente estaria em um lugar diferente, mas não foi o que aconteceu, então naquela noite, a jovem foi dormir em lágrimas mais uma vez, se sentindo estúpida por ter acreditado que poderia ter uma vida diferente.
Mas de fato no dia seguinte, Sage havia acordado numa cama que estava bem longe de ser seu colchão sujo que tinha no orfanato. Confusa, ao ver sua marionete, Sage não demorou para entender o que estava acontecendo, entendeu que agora se dava início uma espécie de pesadelo bem diferente do que aquele que vivia: estava presa ao Circo. Acolhida pela Fada Azul inicialmente, seu coração até se acalmou e os primeiros anos até passaram de forma bastante tranquila, encontrando em Geppetto a figura de um pai que não tinha há muitos anos. Porém, assim que os anos foram passando, a ideia de não poder decidir seu próprio futuro era cada vez mais esmagadora.
Hoje em dia, com vinte e seis anos, Sage está no penúltimo ano do Módulo II. Sim, no penúltimo, foi deliberadamente escolheu repetir desde já o Módulo, pois não quer ter que voltar a viver apenas para o Circo, pois o gostinho de liberdade que tem ajuda Sage a não botar tudo a perder.
EXTRAS:
Sage guarda consigo o que sobrou das pistolas esmagadas pelo matador de seus pais, onde seu plano inicial era remontá-las e se vingar, mas acabar vivendo para o Circo acabou com seus planos. Mas até hoje, ela tenta de fato remontar as pistolas.
Se Sage não vivesse para o Circo, ela tentaria um emprego na MagiTech para incrementar as armas com magia e tecnologia, as tornando mais poderosas ainda. E Sage sabe que é inteligente e tem potencial, mas infelizmente para ela, o destino não parece querer lhe ajudar.
Jim Hawkins é uma espécie de ídolo para Sage, e sempre quis saber como seria trabalhar com ele.
Sage antes trabalhava como cartomante no Circo, mas após a manifestação de seus poderes, a Fada Azul achou melhor Sage ter um número grande e próprio. E, apesar dos pesares, os momentos que passa presa no tecido são um dos poucos que ela se sente um pouco mais livre.
Sobre a divisão clara que existe em Arthurian, Sage quer mais que “todo mundo se exploda”, nas palavras dela. Afinal, nunca fizeram nada por ela, então por quê ela deveria se importar?
A vida e seus acontecimentos fizeram com que Sage se tornasse uma pessoa mais reclusa, quieta e até fechada. Não consegue abaixar sua guarda facilmente, mas uma vez que o faz, ela se esforça para manter aquela pessoa em sua vida, não medindo esforços para vê-la bem. Mas para quem a conhece bem, Sage sorri, é educada, amigável, faz piadas e tenta viver bem, na medida do possível.
#𓂅 ˙ ˖ ❪ 🎟️ ❫ filed under ヽ 𝐈𝐍𝐓𝐑𝐎𝐃𝐔𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍.#oiiii gente! minha nova menina do circo na área 🥺#quem quiser plots só deixar o like que eu vou atrás
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Pedido: Ju queria tanto um imagine com Harry do dia do casamento deles, ele super nervoso no altar esperando ela, Harry chorando ao vê-la entrar, eles dançando sua primeira valsa olhando tão apaixonados😍😍😍 por favor isto seria tão perfeito
Meu amor, acho que esse pedido está na lista dos mais fofos e gostosos que já fiz. Amo escrever detalhes e com certeza esse imagine está cheio deles. Espero muito que você goste e se puder, me conta o que achou, OK? Estou louca para saber a opinião de vocês! Obrigada pelo pedido, adorei cada linha dele!
Boa leitura 💗
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A catedral londrina via o entardecer do dia acompanhada de diversos convidados, os quais entravam de um em um na enorme construção religiosa. Todos estavam devidamente vestidos, de forma elegante, para a celebração de um amor que nasceu entre dois jovens, os quais se conheceram por acaso, na festa de aniversário de um amigo em comum, responsável pela união dos noivos. E nada mais justo do que o próprio cupido dessa relação ter a honra de ser padrinho do casal neste dia memorável, e a desvantagem em acalmar o noivo mais nervoso do mundo.
- Acho que eu vou ter um treco, Mitch. - Harry afrouxou um pouco o nó da gravata na intenção de suavizar o nervosismo, enquanto batia o pé direito, incansavelmente, pronto para perder o equilíbrio a qualquer instante.
Suas pernas poderiam facilmente ser confundidas com uma gelatina, de tão mole que estavam por conta do medo deste dia dar errado. O suor frio descia a espinha do moreno cada vez que os familiares entravam na igreja e o cumprimentavam, fazendo questão de dar ênfase à expressão tensa, a qual compunha a face do rapaz. Era real. Harry Styles estava surtando.
- Ei, fica tranquilo, cara. Tá tudo sob controle.
- Nada está sob controle! - Styles encarrou Mitch um tanto quanto sobrecarregado, que até assustou o pobre coitado. - E se ela não vier? Desistir na porta igreja? Ou pior, dizer não quando o padre perguntar se ela aceita casar comigo! - comentou apavorado. - Isso será o meu fim!
- Que isso, Harry! Você está paranóico homem, se controle! - o amigo sacudiu o noivo pelos ombros, dando a ele a sensação de volta à realidade com aquela movimentação repentina. - Vai dar tudo certo, confia em mim.
- Como você tem tanta certeza?
- Porque aquela mulher é apaixonada por você desde que te viu. - respondeu com convicção, fazendo com que Harry suspirasse fundo, menos nervoso com tal resposta, a qual ele mesmo sabia mas esqueceu totalmente por conta do grande evento que aconteceria em sua vida. - Os olhos dela brilham quando falam o seu nome. O sorriso dela surge quando você aparece. E o mais importante, o coração dela bate pelo seu, cabeção. - Styles sorriu fraco. - Não pense besteira agora e apenas apreciei a sua noiva andando até você. - assim que Mitch finalizou a última palavra, Harry escutou os acordes da orquestra, tocando a música clássica da maioria dos casamentos, e olhou para frente, tendo a visão perfeita e privilegiada daquela que em poucos minutos seria sua legítima esposa.
Os convidados se puseram de pé quando S/N pisou na catedral - ao lado do pai - lotada de pessoas. Contudo, para a moça, todos os familiares e amigos que vieram prestigia-los nesta noite foram ofuscados pela figura angelical em cima do altar, encarando-a com as mãos unidas e inquietas, vestindo um terno nada convencional mas que caiu perfeitamente em seu corpo, o deixando cinquenta vezes mais lindo e atraente do que ele já era. S/N via claramente, a uma distância não muito grande, o homem dos seus sonhos, esperando-a para se unirem diante de todos, pelo resto da vida.
O nervosismo que incomodava o rapaz durante a última hora foi cessando a medida que a noiva caminhava até ele. Os olhos de Harry estavam fixados nela como se fosse o imã mais poderoso já visto, sendo quase impossível piscar diante da mulher da sua vida, em um cenário digno dos desejos que um dia ele planejou conquistar.
Não era novidade de que ela estaria deslumbrante naquele vestido branco, repleto de pedras cintilantes, colado ao corpo até chegar no meio das coxas e assim abrir em uma saia parcialmente rodada. No entando, Styles não sabia que precisava vê-la vestida como uma princesa para então afirmar, com todas as letras, de que S/N era uma mulher magnífica em qualquer visual.
Harry encarava a moça desacreditado com tamanha beleza que ela irradiava. Mesmo de longe, ele conseguia visualizar a maquiagem bem feita que enfatizava o rosto da amada, destacando os detalhes que o moreno era apaixonado, sendo o sorriso o mais evidente e bonito de todos que o rapaz já viu.
Aquele corredor, que separava a porta do altar, foi o palco de uma das imagens mais belas que Styles já presenciou. Ver a quase esposa vindo em sua direção, completamente linda e contente, trouxe-lhe uma emoção inigualável, que foi a responsável por traçar um filme em sua cabeça, desde quando se conheceram até o dia de hoje. As lágrimas não se contentaram em ficar apenas nos cantinhos dos olhos verdes do moreno, alucinado ao se dar conta de que o amor caminhava ao seu encontro depois de anos sonhando com esse momento mágico.
- Oi. - disse ela, sorridente e com os mãos trêmulas, logo depois do pai abraça-la afetivamente.
- Oi. - o rapaz limpou as gotas que insistiam cair sobre sua bochecha rapidamente, mas não deixou que o sorriso fosse retirado dos lábios. Afinal, hoje era o dia mais feliz de sua vida.
A partir daquele instante, e até o fim da cerimônia, o casal fez questão de manter as mãos juntas durante os quarenta e cinco minutos, separando-as apenas quando o padre autorizou o beijo final, sendo esse um dos mais apaixonante que eles já deram.
Dali, todos foram em direção ao salão reservado para o jantar e consequentemente a festa glamorosa, que iniciou com a primeira valsa dos recém casados.
- Me concede esta dança, Milady? - Harry estendeu a mão para a esposa, deixando um riso bobo escapar quando ela aceitou o pedido, gargalhando baixo.
Eles caminharam juntos até o meio da pista de dança quando o cerimonialista anunciou o que aconteceria nos próximos minutos. As lâmpadas do estabelecimento apagaram-se, restando apenas os canhões de luzes focados no casal da noite no centro do salão.
A música escolhida para a primeira dança não precisou nem ser discutida quando eles ainda ajustavam os primeiros pontos do casório. A decisão foi unânime, e recebida com um coro de fofura vindo dos convidados quando ‘Sweet Creature’ iniciou nas cordas do violino. Aquela canção era especial para ambos desde quando Harry pôs-se a escreve-la. Ou seja, nada melhor do que torna-la memorável em uma noite inesquecível.
Os olhares dos noivos se encontraram assim que deram os primeiros movimentos pelo salão. S/N se perdeu na imensidão verde dos olhos brilhantes do esposo ao apreciar cada minúcia da doce criatura a sua frente. Harry havia ultrapassado todos os limites de beleza desde que a moça o viu, nervoso e emocionado sob o altar. Ele tinha o sorriso mais verdadeiro nos lábios e o olhar mais apaixonante que ela já vira em todos os anos que ficaram juntos. Styles era a personificação perfeita do principe encantado de qualquer história infantil. E hoje, era com ele que S/N havia se casado.
- Você está mais do que lindo, sabia disso?
- Estou? - questionou rindo e ela afirmou com a cabeça. - São seus olhos, meu amor.
- E eles não mentem.
- Os meus também não.
- E o que eles dizem?
- Não dá para ver?
- Prefiro que você me diga. - o moreno virou o rosto levemente ao escutar a resposta de S/N, esboçando um sorriso sincero, que foi capturado pelo fotógrafo no momento exato em que ela também sorriu.
- Eles estão completamente loucos, vidrados e apaixonados por cada pedacinho seu. Assim como eu. - Harry rodopiou a esposa, do jeitinho como ensaiaram há meses e depois que ela voltou aos seus braços, levou uma das mãos até o rosto reluzente da esposa, acariciando com cuidado. - Você é, de longe, a mulher mais linda do universo todinho.
- Você acha?
- Tenho certeza. - S/N sorriu envergonhada e simplesmente esqueceu de todos que estavam nos arredores quando agarrou o corpo do marido e deitou em seu peito ao escutar a última parte do refrão de sua música favorita.
Harry aproveitou para abraça-la com mais força e apoiou o queixo na cabeça de S/N, fechados os olhos logo em seguida, assim como ela, fato que não os impediu de continuar a dança mais fofa de todos os tempos, uma vez que eles não estavam apenas executando movimentos, e sim vivendo aquele momento com todo o coração.
- When I run out of road. - a mulher cantarolou um dos versos finais da canção ao distanciar o mínimo de Harry, que deu um riso leve ao vê-la com os olhinhos marejados cantar a música que ele tanto gostava, feita especialmente para ela.
- You bring me home. - ele completou a letra sorrindo com os olhos cheio d’água, finalizando o momento e a dança com um beijo que os levava direto para a casa que abrigava dois corações.
______________________________________
xoxo
Ju
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Conto IV
hey! aqui com mais um conto incrivelmente escrito pela @holtzm-ann para acabar com as nossas estruturas e nos fazer amar sierys ainda mais <3
A noite estava terrivelmente fria, mesmo para aquela época do ano. Um vento frio e úmido rodopiava pelas vielas, levantando a poeira do dia.
Um vento nortenho, e cheio de gelo. Borys Baratheon puxou o capuz para cima, a fim de esconder o rosto. Não gostava de ser reconhecido. Desde o momento em que havia pisado em Dorne, o rapaz sentia-se pouco à vontade sempre que saía do seu recinto em Lançassolar para percorrer as vielas da cidade sombria. Sentia olhos colocados em si onde quer que fosse, pequenos e negros olhos dorneses que o fitavam com uma hostilidade mal dissimulada. Aquele era um povo naturalmente desconfiado e arisco, pouco afável com estrangeiros. E, embora não atentassem contra sua vida em si, visto que estava ali como protegido de Sua Princesa, isto não impedia que o destratassem sempre que surgisse uma oportunidade.
Os lojistas faziam o possível para enganá-lo em cada negócio, e por vezes ele se perguntava se os taberneiros cuspiam nas suas bebidas. Uma vez, um grupo de crianças esfarrapadas começara a atirar pedras nele, até que ele puxara o tridente e correra atrás delas. Borys não temia por sua vida – de qualquer modo, qualquer um encontraria um adversário duro em mim. Na verdade, teria quase agradecido um ataque. A mão subia-lhe para roçar no cabo do tridente que pendia, meio escondido, entre as pregas das suas vestes sobrepostas de linho, a exterior com as suas riscas azul-escuras e de sóis dourados, e a mais leve e amarela por baixo.
O traje dornês era confortável, mas seu pai teria ficado horrorizado se estivesse ali para vê-lo. Mesmo assim, usar abertamente o brasão de sua casa na cidade sombria parecia ser brincar um pouco demais com a sorte. Antes nu do que morto, disse a si próprio. O exasperava que, após tanto tempo, aquelas pessoas ainda não tivessem se adaptado à sua presença. Fazia já meio ano, pelos Deuses. Será que, até o fim de sua estadia, continuariam perseguindo-o daquela maneira? Ele acreditava saber a resposta. Mas não gostava nem um pouco dela.
Era frequente que a cidade sombria de Lançassolar parecesse deserta debaixo do calor do dia, quando apenas moscas se deslocavam e zumbiam pelas ruas poeirentas, mas uma vez caída a noite, as mesmas ruas voltavam à vida. Borys podia ouvir uma canção tênue sendo cantada por uma voz doce que viajava através de janelas tapadas por persianas enquanto passava por baixo destas, e tambores que batiam o ritmo rápido de uma dança de lanças, dando à noite um espécime de pulso. Algo não sincronizado, mas de alguma forma harmônico. Como o bater de um único coração, o coração de Dorne. No local onde duas vielas se encontravam junto à segunda das Muralhas Sinuosas, uma mulher chamou-o de uma varanda. Estava vestindo uma corrente de ouro e azeite. Somente.
Olhou-a, curvou os ombros e avançou, direto para os dentes da ventania. Uma mulher baixa e gorda estava em uma esquina, grelhando postas de cobra num braseiro, virando-as com pinças de madeira à medida que cozinhavam. O odor pungente dos seus molhos trouxe lágrimas aos olhos do rapaz. Sieglinde havia dito a ele que o melhor molho de cobra tinha uma gota de veneno, assim como sementes de mostarda e pimentas dragão. Aquela comida deixava sua boca dormente e fazia-o arquejar por vinho, e ainda queimava mais ao sair que ao entrar. Normalmente, quando insistia em comê-la, ainda precisava aturar a perturbação de Benjicot pelas horas de indigestão seguintes.
Ele havia saído na companhia do Dayne. Alguns meses antes, tombara com ele numa taberna aleatória, encontrando-o com duas canecas de cerveja preta nas mãos e duas mulheres, uma em cada perna sua. Havia guiado-o de volta até Lançassolar, entre seus tropeços e comentários delirantes, mas não antes que ele vomitasse todo o seu jantar – e o almoço também, Borys suspeitava – nas roupas novas que o Baratheon havia ganhado de Sieglinde. Desde então, havia tornado-se um hábito sair em sua companhia em determinadas noites. Em uma ou outra, Gaemon Targaryen os acompanhava.
Mas Borys havia se perdido deles. Na última vez que os vira, Benjicot estava debruçado sobre uma mesa de jogo em frente de uma prostituta, empurrando peças elaboradas por quadrados de jade, cornalina e lápis-lazúli. O jogo chamava-se cyvasse. Tinha chegado de Vila Tabueira numa galé mercante vinda de Volantis, e os órfãos do sangueverde tinham-no espalhado para cima e para baixo, ao longo do rio. A corte dornesa era louca por ele.
E, se pudesse se confiar nas baboseiras que Benjicot dizia, alguns anos antes uma versão aprimorada do jogo havia surgido, graças ao falecido Príncipe Consorte. Adaryos Martell tinha transformado o jogo já complexo numa competição de prendas; a cada peça perdida para o adversário, uma peça de roupa também precisava ser retirada. Essa versão do jogo era chamada Cyvasse do Príncipe – e era particularmente mais popular que a original nas terras dornesas.
Independente da versão, Borys achava o jogo enlouquecedor. Havia dez peças diferentes, cada um com os seus próprios atributos e poderes, e o tabuleiro mudava de jogo para jogo, dependendo do modo como os jogadores distribuíam os seus quadrados iniciais. E Gaemon Targaryen parecia dividir sua opinião, porque enquanto Benjicot tirava a primeira camada de linho de suas roupas, Borys pensou tê-lo visto sair furtivamente da taberna onde estavam. Após um tempo, o próprio Baratheon decidiu que deixaria o Dayne à sua própria sorte – ele não parecia ter bebido o suficiente para esquecer o caminho de casa. Não ainda. De modo que o estrangeiro se livrou da responsabilidade e partiu de volta à Lançassolar.
Se não lhe falhava a memória, aquele era um dia diferente dos demais. Haveria algum espécime de comemoração – algo que era feito anualmente pelo Príncipe Consorte quando este era vivo. Uma tradição que a Princesa Regente não parecia inclinada a quebrar. Borys perguntou-se se não era doloroso para ela recriar a festividade que, em todos os detalhes, tinha as marcas das mãos de seu marido. Ele ouvira de línguas indiscretas que haviam tido uma boa relação, apesar da má fama de cafajeste do Príncipe. Não conseguia imaginar como isso seria possível, mas quem era ele para questionar acerca das intimidades daquela raça tão excêntrica?
Ninguém, definitivamente. Não conseguia se quer compreender as intimidades que lhe envolviam. Sieglinde parecia estar evitando-o nos últimos tempos. Ou ele estava simplesmente esperando demais de uma dama inconstante cuja metade das atitudes eram incompreensíveis para ele, e a outra metade difícil de interpretar. Dama não, dornesa. Ele já aprendera que havia uma diferença alarmante entre os dois termos. Pouco após receber seu tridente, ela costumava assistir a todos os seus treinos. Juntos, eles caçoavam de Benjicot e de seus esforços em combater Borys, à medida que o cenário inicialmente exasperador para o Baratheon tornava-se gradativamente cada vez mais glorioso. Então, quando ele se dirigia ao canto do pátio, para guardar a arma, tinha um beijo dado furtivamente aqui e acolá.
Acontecia sempre nas sombras. O que, de algum modo, tornava toda a coisa mais emocionante. Agiam como criminosos, ávidos por esconder suas atrocidades – um beijo roubado na esquina de um corredor, uma carícia inesperada no meio das escadarias, um flerte inteligente que o fazia rir. Até certa noite poeirenta, quando um bilhete havia aparecido magicamente sobre sua cama. Depois da loja do vendedor de sedas, escrevera ela, um portão e dois degraus exteriores. Aquela fora a primeira vez em que ele voluntariamente se afastara de Gaemon e Benjicot enquanto andavam pela cidade sombria. Ele havia estado tão ansioso... Mas ela o havia guiado seguramente, fazendo-o questionar-se se de fato era a primeira vez em que ela fazia aquilo.
Dornesa, não dama, lembrou-se, sentindo o rosto repentinamente quente contra o frio da noite.
Então, após aquela vez, nada. Por intervalos variáveis de tempo. A impressão que tinha era como se fosse um brinquedo do qual a herdeira cansava-se de tempos em tempos, por isso afastava-se, para descansar um pouco de sua presença até que ele voltasse a parecer interessante. Mas provavelmente estava sendo apenas injusto – ela não era obrigada a dar-lhe atenção em tempo integral. O que quer que tivessem era apenas temporário – logo ele partiria de Dorne. Um dia, casaria-se com uma dama westerosi e ela, tornaria algum nobre seu futuro Príncipe Consorte, e todas suas experiências passadas seriam apenas memórias da juventude sobre as quais se ria diante da mesa de jantar e contava a seus filhos sobre. Mas, mesmo sabendo disso, incomodava-o pensar que talvez houvessem outros brinquedos dispostos em sua prateleira, apenas aguardando serem utilizados sempre que o Baratheon perdia a graça.
Nós, homens, somos tão fracos. Nossos corpos transformam até os mais inteligentes de nós em idiotas. Foi no que refletia, quando a viela pela qual caminhava abriu-se de súbito para uma alta barreira de pedra. Havia atravessado a segunda das Muralhas Sinuosas. Quando passou pela terceira e última, entrando no pátio do Palácio Antigo iluminado pelo luar, havia decidido que não mais daria atenção às inconstâncias de Sieglinde. A última coisa da qual precisava ali era mais uma razão para aborrecer-se. Mulheres eram complicadas, aquela ali especialmente, e não compreendê-la o tirava do sério. Ela o tirava do sério.
Sua atenção foi vagamente afastada de seus pensamentos quando ele ouviu o som de asas. Próximas como estavam, pareciam um estalo de um trovão. A ventania pegou-o em cheio, lançando seu cabelo em várias direções diferentes. Protegendo os olhos da poeira que ela trazia, ele pôde enxergar a silhueta imensa do animal pousando. A rainha vermelha. Apesar de seu tamanho, o animal era estranhamente silencioso – não emitia muitos ruídos voluntários. Nenhum tipo de rosnado, ou rugido, ou o que fosse. Poucas haviam sido as vezes em que ele a ouvira fazer tais manifestações. Mas não precisava disso para ser intimidante – havia algo em sua presença. Uma imponência enervante, que fazia qualquer um sentir-se como nada, como ninguém. O porte de uma rainha.
Seu cavaleiro desmontou graciosamente de seu dorso. Então fora para lá que ele havia fugido. Borys percebeu tarde demais que ainda estava parado, quando Gaemon aproximou-se com passos tranquilos. Ele era sempre tranquilo. Assim como o dragão, Borys nunca havia o visto fazer grandes demonstrações passionais, de nenhum tipo. O que também era enervante, de um modo diferente. Borys se perguntava com constância se havia algo de errado com aquele sujeito.
— Baratheon. — ele o cumprimentou, quando estava próximo o suficiente para ser ouvido acima do ruído ensurdecedor das asas. Tessarion voltara a alçar voo, para longe dali.
Borys respondeu com um aceno brusco de cabeça. Sua relação não era antipática – na verdade, de início, ele havia achado até que davam-se bem, da própria maneira. Não eram grandes camaradas, mas sabiam conviver um com o outro de maneira amigável. Mas, de uns tempos para cá, parecia que sua relação havia mudado – Gaemon parecia mais indiferente, pouco interessado em ter Borys por perto. Especialmente quando a família Martell envolvia-se no meio – sempre que Sieglinde se aproximava, ele saía de cena quase que imediatamente.
O sujeito era mesmo estranho. Tão inconstante quanto a própria Princesa. Eles se merecem, pensou, ironicamente, embora a ideia por si só fosse ridícula. Aqueles dois, juntos? Antes Borys casaria-se com a menina Taryne.
— A festa está começando. Viu Ben em algum lugar? — ele perguntou.
— Da última vez que o vi, a única coisa que vestia era um bracelete dourado. — respondeu o Baratheon.
— No pulso, eu espero.
Ele parecia estar de bom humor naquela noite.
— Talvez ele tenha tirado-o para cobrir outro lugar. Não saberia dizer, saí antes disso.
Gaemon fez uma careta.
— O bracelete era meu.
— Era? Não é mais?
O valiriano riu, e Borys sorriu, balançando a cabeça. Então, pegando-o desprevenido, Gaemon deu-lhe um aperto amigável no ombro:
— Avise que chegarei atrasado. Preciso me trocar. — e partiu, seguindo para a outra extremidade a qual o Baratheon seguiria.
Ele subiu os degraus até a cúpula da Torre do Sol decidido. Até podia imaginar como agiria caso Sieglinde se aproximasse. Não seria rude – não havia razão para ser. Ela não era má pessoa, e havia sido agradável – não, mais que agradável com ele. Mas era exasperador tê-la por perto. Exasperador e perigoso. Borys se sentia andando numa corda bamba – sabia que a Princesa Regente não apreciava muito os rumores que andavam inevitavelmente correndo os aposentos de Lançassolar. Temia ofendê-la de alguma maneira irreversível, e estragar os planos tão bem elaborados de seu pai de enviá-lo até lá.
Definitivamente, ter Sieglinde longe era mais seguro.
Quando ele chegou, o lugar já estava lotado. Aquela era uma das seletas ocasiões em que todo o pessoal do Palácio Antigo estava junto – dos protegidos da Princesa, aos membros do conselho dela, dos guardas à criadagem. Era o tipo de comemoração familiar – para todos, menos para Borys. O ar estava espesso de fumaça, pelas carnes exóticas que eram assadas em brasas num canto, trazendo lágrimas aos olhos dele, que não estava habituado. Em algum canto do salão, uma trupe de bardos tocava uma música animada, e alguns poucos casais corajosos arriscavam-se em seguir os passos da dança típica. As mesas estavam servidas com todo tipo de especiaria estranha – cobras com molhos picantes, escorpiões em espetos. Mas também haviam pratos mais comuns – um porco inteiro untado em mel, faisão guisado, e jarras de tinto dornês desfilando de um lado para outro nos ombros de servas jovens.
Borys tomou seu lugar na esquerda da mesa principal, onde ficavam os protegidos de Selaena. Como de hábito, ele comeu pouco, e falou muito menos. Algum tempo depois, Gaemon se sentou a seu lado. As crias Martell chegaram após ele, e Borys evitou encarar Sieglinde, embora tivesse notado que ela mantinha os olhos ansiosamente sobre ele, como se aguardando uma brecha para conversarem. Hoje não.
Ela pareceu perceber que era deliberadamente ignorada. Porque em determinado momento, ele notou, aliviado e decepcionado na mesma medida, que ela pareceu cansar de tentar capturar sua atenção. Levantou-se com sua irmã, Jaelyn, e se afastou decididamente em direção ao centro do salão. De canto de olho, ele pôde observá-las encontrando pares em duas Lanças que protegiam o palácio e indo rodopiar energicamente pelo salão.
Ele franziu os lábios e desviou os olhos. Permaneceu alguns minutos tentando atentar-se ao prato à sua frente; uma fatia gordurosa de porco untado no mel, com alguns filés de cobra picante e grãos cozidos até desmancharem. Mas havia perdido a fome. De modo que se virou para seus companheiros.
— E então — ia dizendo Benjicot, que havia chegado na festa já parcialmente bêbado, embora – graças aos Deuses – inteiramente vestido. — chegou a serviçal da taverna e ela tinha umas...
— As damas estão do outro lado da mesa, Ben. — Daemon interrompeu-o, na mesma hora em que Jaelyn exclamou:
— Benjicot!
O ruivo olhou para onde as gêmeas estavam sentadas, e Jaelyn também, agora que retornara de sua dança. Com a culpa escrita no rosto, colocou as mãos em concha diante do peito, para demonstrar o tamanho do que estava dizendo, e acrescentou:
— Perdão.
— Está comprometido. — Gaemon brincou, indicando com a cabeça a Martell do meio, que corou efusivamente diante da sugestão.
— Nós não estamos... — ela começou.
— Comprometido, sim, mas não cego. — Benjicot interrompeu-a, abrindo um sorriso jocoso. Deu uma piscadela para a jovem, que ficou ainda mais vermelha – Borys duvidava que isso fosse possível, até ver acontecer diante de seus olhos.
— E você...! — incapaz de atingir o seu verdadeiro alvo, ela voltou sua raiva, de repente, para Borys. Ele ergueu as mãos, pronto para se defender:
— Eu não estou...
— Está sim, mas não cego. — repetiu o Dayne. — Jaelyn, — ele continuou, com um tom de superioridade. — há coisas impossíveis de não se ver. Especialmente quando se é homem.
— É verdade. — admitiu Borys. — Vi com meus próprios olhos.
Jaelyn os olhou horrorizada, tentando encontrar no rosto de algum deles um pouco de prudência. Seus olhos se detiveram em Gaemon que, a julgar por seu aspecto, não estava bêbado – nem perto de ficar. E que permanecia calado, somente assistindo ao desenrolar do diálogo.
— Sor Gaemon? — perguntou, esperando que ele dissesse algo aceitável.
Entretanto, o valiriano apenas pigarreou.
— Sei de quem estão falando. — disse. — Estive nessa taverna algumas vezes. A moça é famosa em toda aquela área da cidade sombria.
— Eu cheguei a ouvir dela até fora daqui. — concordou Benjicot.
Borys se inclinou em direção a ele, com os olhos azuis faiscando:
— E você, alguma vez...?
— Sor Borys! — Jaelyn gritou. Aquilo parecia ser demais para ela. Não tinha qualquer pingo de pudor normalmente, o Baratheon sabia. Aquele tipo de diálogo nunca a incomodava. Mas parecia que a última coisa que queria saber era se Benjicot havia se deitado com uma serviçal de taverna com uns seios do tamanho de uma sopeira. Ela levantou-se novamente, irada, e marchou para longe, para o outro lado do salão de onde tinha vindo.
Borys continuou olhando Benjicot, em expectativa. Mas ele apenas meneou a cabeça.
— Ela é casada. — falou.
— Não ficou nem um pouco tentado?
— Claro que não. Jaelyn me cortaria o pescoço.
— Não estou falando do que Jaelyn faria se descobrisse, embora duvide que ela fosse começar por seu pescoço.
Benjicot fez uma careta. Sabia que o Baratheon tinha razão.
— Só quero saber se sentiu-se tentado.
— Não. — admitiu ele, balançando a cabeça novamente. — Mas não diga a ninguém. Eu tenho uma reputação pela qual zelar. Não quero que acreditem que fui domesticado... Tão cedo.
Borys riu com vontade. Contudo, o gesto durou só um momento. Pois no segundo seguinte, Sieglinde surgiu a seu lado, quase como uma aparição. Mas ela provavelmente havia se aproximado com tranquilidade – ele era quem estivera distraído demais para notar. Ele olhou-a – não tinha como evitar fazer assim, tão de perto.
— Sor Borys. Gostaria que caminhasse comigo pelo salão. — ela pediu, com doçura. Chegou a bater os cílios daquela maneira adorável que as mulheres faziam. Mas, por trás de seus olhos, ele enxergou uma certa urgência. Estava brava. No mínimo, estava incomodada por ser ignorada. E parecia querer uma explicação.
Borys suspirou discretamente. Então se levantou e deu-lhe o braço. Ela o segurou com apenas um ligeiro toque da ponta dos dedos na parte interior de sua manga de linho. Era mesmo bem alta. Talvez fosse por isso que ela tivesse chamado sua atenção quando se conheceram. Cheirava a sabão.
Nenhum perfume. Nenhum óleo forte ou caro. Apenas sabão. Ocorreu-lhe, quase como uma surpresa, que queria ir para a cama dela novamente. Era melhor que banisse aquele pensamento logo. Já havia decidido que não a queria mais por perto. Tais pensamentos demonstravam muita sensatez da parte dele embora de modo algum explicassem por que, quando se aproximaram da saída do salão, ele não insistiu para que voltassem. Somente deixou-se ser levado, vendo-a pegar uma das velas que se encontrava numa mesa próxima, acendê-la na chama de outra que queimada em um suporte na parede e fazer um sinal com a cabeça para um lacaio, enquanto descia as escadas. Ele a seguiu sem emitir um único murmúrio de protesto.
A ala leste do Palácio Antigo tinha as mesmas proporções da ala oeste, com os mesmos salões, que um dia haviam se enchido de luzes e esplendor para a comemoração do dia do nome da Princesa Regente no mês anterior. Naquele momento, porém, encontravam-se às escuras e ecoavam o som de seus passos. Também estavam um tanto frios.
O que, pelos sete infernos, ele estava fazendo naquele lugar?
— Há uma tendência de ficarmos sentados tempo demais nessas comemorações. — Sieglinde disse, de repente.
— E já está frio demais lá fora para caminhar ao ar livre depois delas. — ele viu-se dizendo. Ah, então concordavam que estavam apenas em busca de um pouco de exercício depois de passar tanto tempo parados? Quanto tempo haviam ficado verdadeiramente sentados? Uma hora? Ele diria que menos que isso, contando que ela havia se levantado para dançar.
— Não devemos nos demorar muito nesse passeio. — acrescentou, após um momento. Pensou, de repente, que talvez aquele fosse o cenário perfeito para uma conversa franca acerca de suas pretensões futuras. Borys não achava que precisava de muitas palavras – só o suficiente para ela entender que não queria mais nada com ela. Que era melhor assim, para ambos. Embora, na verdade, só seja para mim.
Ela abriu um sorriso indulgente.
— Está com medo, Borys? Acha que eu o trouxe aqui para seduzi-lo?
Ele sentiu o rosto esquentar ligeiramente.
— Fez isso? — questionou, com firmeza suficiente.
— Fiz isso, Sor Baratheon. — ela admitiu. — Eu o trouxe para um salão vazio, com nenhum olhar sobre nós, para dançarmos. E para beijá-lo novamente. Só assim poderia fazer isso, imagino, já que não queria se quer olhar para mim em público.
Borys gargalhou, mas não se desvencilhou do braço dela nem virou-se para voltar para o salão o quanto antes. Chegou a pensar: Não, só vim te dizer que não podemos mais ficar próximos. Mas quando viu o rosto dela, iluminado pela luz da vela, pareceu perder o poder da fala. No fim, somente disse:
— Eu não sei dançar bem. E acredito que só poderemos enxergar do salão o que a luz da uma única vela nos permite. Além disso, não há música.
— Ah, então, teremos que nos conformar com o beijo. — ela disse, daquela sua maneira deliberadamente travessa. O sorriso iluminou seu rosto. Ela era bonita. Mas aquela não parecia ser a palavra certa para defini-la. Era muito prosaica. Beleza não era a responsável pela inteligência impetuosa que dava profundidade aos seus olhos, nem pela perspicácia por trás do seu sorriso. Ela não era só bonita – por isso ele não podia simplesmente deixa-la, antes que fosse a hora para isso. — Embora... Eu acho que consigo cantar de forma tolerável, ainda que ninguém com o juízo perfeito pensasse em me convidar para fazer um solo diante de uma plateia.
Ele deu um breve sorriso, mas ela mantinha os olhos fixos adiante.
O salão era amplo, estava vazio e, de fato, a luz de uma única vela não dissipava muito da escuridão. O ar estava gelado. Era o cenário menos romântico que ela poderia ter escolhido para seduzi-lo, se essa de fato tivesse sido sua intenção ao conduzi-lo até ali. Sieglinde pousou a vela sobre uma mesa de apoio ao lado das portas duplas.
— Sor. — disse ela, fazendo uma elegante reverência. — Poderia me dar este prazer?
Borys retribuiu com uma ampla saudação e envolveu sua cintura, mantendo uma distância muito correta entre seus corpos e olhando-a com um ar inquisitivo. A Princesa pensou por um momento, franziu o cenho ao se concentrar e começou a cantarolar com timidez, depois com mais confiança, a melodia de uma canção popular que ele já havia ouvido antes, embora não tivesse decorado a letra. Ela o guiou, rodopiando pelo salão vazio, entrando e saindo das sombras lançadas pela vela. Ele notou como a luz fraca fazia cintilar o bordado dourado no acabamento das mangas das sedas dela.
— A mulher do dornês era bela como o sol e seus beijos, quentes como a primavera. Mas a espada do dornês era feita de aço negro e o seu beijo, a mordida de uma fera.
Quando ficou claro que ele era desajeitado demais para acompanha-la tão de perto, ela afastou-se e adentrou numa dança mais enérgica. Saltitava e batia palmas, enquanto giravam ao redor um do outro, então retornava para os braços dele efusivamente. Sieglinde ficou ofegante depois de alguns minutos. Sua voz vacilou e então a música parou, sendo substituída somente pelas risadas dos dois. Mas ele continuou dançando com ela por mais um minuto inteiro, a energia e a diversão conduzindo o corpo do dois. Borys ouvia as respirações, os sons dos sapatos no piso, no mesmo ritmo, e o farfalhar da seda nas pernas dela.
Tudo era vida e alegria.
Se ele fechasse os olhos, talvez pudesse imaginá-los num salão cheio. Com centenas de olhares postos sobre ambos. Mas eles se movimentariam pelo salão como se fossem um, e pareceria, pensou ele, como estar dentro da música e cria-la com todo o corpo em vez de apenas com os dedos sobre um par de cordas. Pareceria criação em todos os sentidos em vez de apenas som. Haveriam candelabros e as luzes das velas suspensas refletindo na decoração. Haveria os perfumes de várias pessoas misturadas ao suor e ao aroma da comida. Haveria sons de música e pés movendo-se ritmicamente no chão e vozes e risos. Ele quase sentiu o sabor de vinho na boca. E a sensação das costas dela sob a sua mão, de seus dedos entrelaçados, e de nenhum resquício de receio por estarem sendo observados.
Era estranho como tal elevação de euforia poderia seguir tão de perto o terror ameaçador de vida. Os dois extremos da vida. Ou talvez não tão estranho. Não quando se tratava de Sieglinde.
Quando pararam de dançar, ele não conseguia pensar em nada para dizer, e não lhe ocorreu a ideia de soltá-la. Ficou com uma das mãos em sua cintura e a outra segurando-a pela mão. Olhou-a até que Sieglinde baixou a cabeça e afastou uma poeirinha invisível do decote do vestido com a mão que estivera pousada no ombro dele. Devolveu a mão ao mesmo lugar e encarou-o.
Ele a beijou, mantendo-se, a princípio, na posição da dança, embora a mão na cintura gradualmente a apertasse contra ele. A mão dela apertava a dele de um modo quase doloroso. O interessante era que ela o beijava com evidente prazer, até mesmo com desejo, mas nenhuma paixão. Não havia qualquer coisa semelhante a essa ali, pelo menos não da parte dela. Os termos de sua relação eram claros e evidentes. Quando notou, havia soltado a mão dela para envolve-la em seus braços. Ela passara um dos braços em torno de seus ombros e apertava sua nuca com a mão. Mas havia autocontrole em sua entrega – o que talvez fosse um tanto contraditório.
E se ela perdesse aquele controle? E se ele fosse a razão pela qual ela o perdesse? Ele seria capaz...?
Levantou a cabeça e pôs as mãos de volta na cintura de Sieglinde.
— Eu não compreendo a mulher do dornês. — viu-se murmurando, dando-a um olhar muito direto e franco então.
— Precisa compreender? — ela perguntou-lhe, suavemente. Ele sabia o que ela estava perguntando. Sua relação, afinal, necessitava ser tão segura? Tão certa? Havia futuro naquilo?
Ele parou, por um momento. Olhou-a com muita atenção. Dos olhos cinzentos e perspicazes, aos lábios largos e generosos, aos cachos castanhos que emolduravam seu queixo. Então, por fim, balançou a cabeça.
— Não. Não preciso.
Ela sorriu.
— Ah, como sou descuidada. Estou quase certa de que ouvi alguém falar sobre bolos de morango para a sobremesa.
— Isso é verdade. Daemon comentou comigo mais cedo.
— Foi ele quem pediu aos servos, creio. Devemos refazer nossos passos e ver se sobrou algo nas mesas?
Ele ofereceu-lhe o braço.
— Seria uma ótima ideia, Alteza.
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Selma entra no hospital junto de Priscila e um casal, mãe e filho.
- Muito obrigado dona Laura.
- Nada, querida a gente é para isso um ajuda ao outro.
Leonardo é o primeiro virar o corredor e quando elas chegam a porta do quarto.
- Tudo certo, consegui mais terão pouco tempo.
- Muito obrigado sr Leonardo.
A porta é aberta, Selma entra e Leonardo junto que fala ao policial ali de guarda, Priscila entra depois.
- Selma, é você?
- Olá Humberto.
- Como, como soube que estaria aqui?
- O Cícero, ele esteve em minha casa.
- Então ele te achou.
- Como assim?
- Depois lhe conto, e essa garota, é sua filha?
- Sim se chama..........
- Priscila, meu nome é Priscila.
A menina olha para ele com certa alegria no semblante, logo seus olhos enchem de água.
- Não me diga que........
Selma olha para ele.
- Sim, é minha e sua filha.
- Eu sou pai?
- Sim, há 13 anos.
- Nossa.
Priscila se aproxima dele aos choros e Humberto tenta abraça-la, mais ele sofrera algumas cirurgias e remoção de balas.
- Pai.
- Filha.
- Então este é o meu pai.
- Sou eu, seu pai e você é a minha filha.
- Eu quero conhece-la melhor, saber de seus sonhos, gostos, você trata bem sua mãe?
- Eu amo a minha mãe.
- Meu Deus, eu tenho uma filha, filha, eu tenho uma filha.
- Pai.
- Que vergonha sinto da forma com que esta me conhecendo.
Humberto sente forte dor com estocadas por dentro como que seu corpo fosse dilacerado.
Selma se apavora, logo enfermeiros e médico ali para examinar Humberto.
- Selma.
- O que foi, fique em silêncio deixe eles te examinarem.
- Por favor me ouça, fique aqui comigo, não deixe nossa filha junto dele.
- Dele quem?
- Cícero, me ouça Selma, ele não presta, ele não é nada do que aparenta.
- Humberto, o que diz?
- Não fique perto dele, não deixe ele frequentar sua casa.
- O quê?
- Ele matou a mulher dele, aquela, a Elisabeth, foi morta por ele.
- Não pode ser.
- Acredite no que te digo, ele não é bom, se tornou igual ou pior que eu.
As dores ficam intensas e a visita é finalizada ali por odens médicas, Selma sai com a filha pensativa naquilo que ouvira de Humberto.
Dois dias depois, Humberto falece e ela e Priscila vão ao cemitério no enterro do mesmo, Giovana se aproxima delas.
- Obrigado por virem.
- Tudo bem.
- Selma, sei que guarda mágoas de mim, mais.........
- Giovana, hoje eu sei, nunca fomos amigas, comadres por conveniência, mais não guardo nada de ruim de você.
- Obrigado. Um abraço sela ali as duas.
Giovana se intera dos fatos e assim fica a saber que é avó de Priscila, não escondendo sua felicidade diante ao dito, dias depois, ela vai em visita a casa de Selma, entregando para esta uma carta e um caderno, espécie de diário que Gio encontrou nas coisas do filho morto.
- Olhe, eu trouxe por que nestes há algumas coisas escritas que podem lhe interessar.
- Tipo, o quê?
- Leia com atenção, calma, por favor.
- Esta certo, sim eu vou le-lo, obrigada.
As duas ficam ali papeando até que Gio se despede.
- Bem, acho melhor eu ir, tenho algumas coisas para fazer e também não quero ficar te atrapalhando.
- Quando quiser, pode vir, gosto muito de receber visitas ainda mais a da vó de minha filha.
- Obrigado de todo coração que pode nos contar, me deixar participar junto de vocês desse momento divino, uma neta, não imagina o quanto estou adorando isso tudo.
- Eu sei, e me deculpe senão o fiz antes é que tinha minhas razões na época, venha quando quiser.
- Te entendo e mais uma vez obrigada, ficarei por um tempo sem poder vir por que irei me mudar.
- Para longe, por que?
- Vou para uma fazenda, sabe, conheci um capataz ai, decidimos morar juntos.
- Que bom Giovana, você merece a felicidade.
- Nós merecemos, não se esqueça disso viu.
- Vou me lembrar sempre.
- É sério, não foi por que no passado aconteceu o que aconteceu contigo e o Cícero, aquele canalha, não vai ficar ai, vá a luta conheça um homem que te fará bem e tratará sua filha, minha neta com o amor que Humberto não teve para com as duas.
- Obrigada Giovana.
- Tchau.
- Tchau.
Selma abre o caderno após terminar um vestido, Priscila fora para a escola, ali sozinha, ela inicia a leitura deste e logo se assusta com o quê lê.
Horas ali a ler até fechar o caderno e inicia a leitura da carta quando.
- Mãe.
- Filha que horas são?
- Já quase 12 horas.
- Céus, me perdi aqui lendo as coisas de seu pai.
- Me deixe ler.
- Depois filha, infelizmente há coisas aqui que você não deveria saber.
- Por que mãe, a senhora mesma disse que não vemmos ter segredos?
- Esta certa querida, só me deixe terminar isto.
- Tudo bem, mãe.
- Agora vá se trocar e eu vou preparar nosso almoço.
Logo ali na mesa arroz, feijão, abobrinha batida, torresmo e salada de alface.
- Nossa mãe que delicia.
- É, eu tinha quase tudo já feito e guardado na geladeira.
- Por isso te amo mãe.
- Nossa, só pela comida, é isso? Risos.
Depois do almoço, Priscila vai descansar em seu quarto, Selma guarda o restante da comida e lava a louça deixando esta no escorredor.
Terminado ali ela continua na leitura da carta até terminar, ela vai ao banheiro lava o rosto e se olha no espelho, arruma os cabelos e passa batom nos lábios, sai para o quarto onde Priscila adormecera e deixa um recado no criado saindo.
Dentro do táxi, Selma lembra-se de cada trecho do caderno e da carta e quando o motorista para o veiculo ela desce deste num vestido simples porém muito bem feito por ela, caminha por uma rua íngrime e entra numa viela até parar frente a um grande portão de madeira.
Ela bate palmas até que sai ali um garoto de bermuda.
- Olá, você pode me dizer se aqui mora um senhor por nome de Cícero?
- Cícero, ah sim, um velho safado, mora no último quarto.
- Obrigado.
140621....
Selma anda lentamente olhando todo aquele ambiente, crianças, velhos, mulheres, falando alto, outros a observando, um cachorro tenta uma investida mais é parado pela sarna e pulgas se coçando todo ainda rosna para ela.
Bem no meio do terreno parte calçado e parte em pedras, descarte de demolição, entulhos bem moídos.
Um tanque com nove bocas e seis mulheres ali a lavar roupas, mais adiante 3 pias com algumas meninas a lavar louças, 3 meninos chorando ainda a exigir colos e cuidados especiais, rostos ranhentos, sujos, copos com sobras de leite jogados ao lado destes, enfim ela avista o último quarto, sem reboco, porta de madeira também fruto de alguma demolição.
Ela leva a mão para bater nesta quando a porta é aberta por dentro, repentinamente, ali de short esportivo sem camiseta, Cícero mostra um aspecto de desleixo e de quem acabara por acordar.
- Oi.
- Selma, você aqui, você veio até aqui?
- Você me deu o endereço e eu resolvi vir te ver.
O homem a coloca para dentro o quarto, Selma se vê dentro, uma cama de solteiro, 2 cadeiras, um fogão de duas bocas, 3 caixas de isopor, 2 caixas de papelão com roupas, ao canto 2 caixas plásticas, destas de entrega de supermercados com pouquissimos mantimentos.
- Você quer beber algo?
- Água, pode ser, água.
Ele sai dali e logo retorna com uma moringa pequena de barro, serve água para ela num caneco de time em alumínio um tanto sem brilho.
- Obrigada.
- Quer mais?
- Não, obrigada.
- Então é aqui que esta?
- Sim, me mudei para cá assim que consegui minha aposentadoria.
- É um lugar bem cheio, digo o quintal, sabe...........
- Sim, um cortiço, sabe, o valor do aluguel as alturas aqui para mim esta bom, não é tão caro.
- Sei, você cozinha aqui mesmo?
- Sim, acabou o gáz mais amanhã eu comprarei um outro.
- E, para hoje?
- Tenho pão, ovo, eu uso o fogão de um colega ali ou vou num bar 3 ruas acima, bebo algo e a dona frita o ovo para mim na faixa, entende?
- Por que Cícero?
- O quê?
- Por que e como chegou nisso, afinal você sempre foi um homem com reservas, não gastava nada á toa, como ficou assim?
- Acho que foi falta de juizo.
- É, acho que foi isso mesmo.
Ali na cadeira ela olha o homem coçar a perna e percebe 2 cicatrizes na canela deste.
- O que foi isso?
- Isso, nada.
- Cícero eu te conheço.
- Eu me machuquei, cai de um trator, sabe, isso acontece.
- Sei.
Ela olha para o relógio no pulso e se levanta.
- Acho melhor eu ir, logo a Priscila acordará, já deve ter acordado e não quero que ela fique preocupada.
- Você vai vir de novo, prometo que vai encontrar o lugar bem melhor do que hoje?
- Talvez, sim, eu volto, um outro dia, tchau Cícero.
- Tchau. Selma sai dali ainda sem acreditar que o homem com quem convivera chegou a uma situação a qual nem ela sozinha e com uma filha chegara.
Ao chegar em sua casa, ela conta para a filha tudo o que vira e ambas decidem que vão a casa de Cícero e lhe fazer uma proposta.
160621.....
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