#o ódio nunca evolui
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cyprianscafe · 22 days ago
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A "Persistência Judaica" e o Desafio às Teorias Evolucionistas Racistas
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O “tipo racial” do judeu retratado em The Standard Natural History (1885), editado por John Sterling Kingsley
Havia um problema intelectual no discurso sobre a evolução, colocado pela presença de judeus supostamente "supersticiosos" no avanço da ciência racional, na verdade a própria persistência do antigo judaísmo na civilização industrial moderna. O progresso e a mobilidade dos judeus, na verdade a referência recorrente a um "gênio" científico judeu atribuído; desafiava a consistência da doutrina racial evolucionária (Efron 1995; Gilman 1996). De acordo com Sander Gilman, "A ansiedade sobre o significado da inteligência superior judaica assombra o cenário americano no início do século" (Gilman 1996, 80). Joseph Jacobs (1854-1916), um estudioso judeu conhecido por seus estudos folclóricos difusionistas, apresentou resultados de um estudo social elaborado desafiando as previsões evolucionárias de atraso cultural. Em obras como "The Comparative Distribution of Jewish Ability" (1891) que construíram um caso para a alegação de que os judeus eram "civilizados; expressado finalmente em Jewish Contributions to Civilization (1919), ele descobriu que os judeus demonstraram uma taxa maior de capacidade intelectual do que a doutrina evolucionista previa. Em sua frase orgulhosa, '''É uma gente pequena, mas fez grandes coisas" (Gilman 1996, 71).
Jacobs entendeu o registro judaico de conquistas historicamente em sua experiência urbana, confiança no multilinguismo, ênfase na educação das crianças e tradição de resistência ao preconceito. Ele enfureceu os evolucionistas com seu floreio retórico de encerramento na forma de uma explicação zombeteira. Ele virou a suposição evolucionária da progressão natural da civilização judaica para a cristã de cabeça para baixo. Ele explicou a persistência judaica por uma seleção natural onde os membros mais fracos da raça incapazes de suportar a perseguição abraçaram o cristianismo. Ele escreveu ousadamente: "A razão judaica nunca esteve em grilhões, e finalmente os membros mais fracos de cada geração foram eliminados pela perseguição que os tentou ou forçou a abraçar o cristianismo, e assim os judeus contemporâneos são a sobrevivência de um longo processo de seleção não natural que aparentemente os preparou de forma excelente para a luta pela existência intelectual" (Jacobs 1891, Iv). Quer Jacobs estivesse falando sério ou não, Franz Boas enfaticamente recuou tanto do caso do gênio judeu quanto do da superioridade cristã por causa de suas bases biológicas problemáticas. Em The Mind of Primitive Man (1911), ele descartou uma relação entre realização cultural e capacidade mental em geral como uma falácia produzida pela tipologia racial (Gilman 1996, 79-80). Essa relação tinha sido usada de forma prejudicial em tratados evolucionários para julgar a aptidão para liderança social de estados-nação. Era especialmente um problema na América, ele observou, porque fornecia um impedimento ideológico à democracia, o tipo de democracia representativa que permitia a participação cultural e política de grupos plurais na sociedade (Boas 1945).
Apresentando um caso para a tipologia racial na evolução cultural, John Sterling Kingsley em The Standard Natural History insistiu nos judeus como uma raça em um "baixo estágio de cultura" caracterizado pela ignorância, fanatismo e superstição (Kingsley 1885, 472). No entanto, se uma classificação racial evolucionária baseada na superioridade cristã inglesa categorizou os judeus em um degrau cultural primitivo, Kingsley teve que explicar a fama de cientistas, intelectuais e líderes judeus altamente considerados, como o primeiro-ministro inglês Benjamin Disraeli, que era de herança judaica. ''Um judeu, é verdade", Kingsley admitiu, "pode ​​ascender para ser o primeiro-ministro do império britânico, mas esta é a exceção observada; aqui houve contato com outras pessoas. Para ver o judeu em toda a sua pureza e a degradação que o acompanha, devemos visitar aqueles lugares, como o sul da Rússia, onde eles formam comunidades inteiras" (Kingsley 1885, 472).
Como uma "raça" degradada e uma religião antiga funcionando com sucesso na sociedade urbano-industrial, os judeus forneceram um quebra-cabeça de civilização para os evolucionistas resolverem. Em "Present-Day Survivals of Ancient Jewish Customs", publicado no Journal of American Folklore, um escritor resumiu a desconcertante "dupla face" dos judeus desta forma: "Por quase três mil anos eles foram arremessados ​​de uma ponta da terra para a outra; e ainda assim, apesar da degradação e indignidade… eles viveram adaptando-se ao seu ambiente, embora também tenham sempre persistido em reter sua individualidade apesar da mudança" (Yoffie 1916, 413). A autora ressaltou que os judeus eram "de fato um 'povo peculiar'" Minimizando o desafio dos judeus à teoria evolucionista, ela os isolou como uma exceção inexplicável ao chamá-los de "um milagre da história" (Yoffie 1916, 413).
Seja exemplo ou exceção, a experiência judaica testou as obras doutrinárias de Spencer, Frazer, Gomme e Lang por causa de sua confiança de que o cristianismo esclarecido substituiu o judaísmo supersticioso tão seguramente quanto a civilização sucedeu à barbárie. No pensamento evolucionista, a religião era supostamente mais racional do que a superstição em sua abordagem para explicar fenômenos naturais. Nessa visão, um sistema melhor "naturalmente" sucedeu um primitivo. Pode-se então conceber que a crença judaica permaneceu como sobrevivência, e os judeus, supostamente contra o "progresso:" aceitariam a "nova aliança" e se converteriam. Mas esse cenário não se materializou da teoria para a prática. Respondendo à preocupação de Edward Clodd com a "exceção" dos judeus de três mil anos ou "raça hebraica" às suposições evolucionárias, Edwin Sidney Hartland admitiu que "a ciência ainda não resolveu todas as questões relacionadas à história dos mitos e costumes hebreus" mas previu que "as pesquisas na civilização hebraica não serão em um dia distante alinhadas com aquelas em outros departamentos da Ciência do Homem" (Hartland [1899]1968, 249).
Andrew Lang compensou uma aparente falta de consistência na evolução da religião sugerindo que as origens do cristianismo não estavam no judaísmo, mas sim derivadas da Babilônia e dos costumes persas. Ele argumentou que essas práticas constituíam sobrevivências selvagens no cristianismo (Lang 1901, 76-81; veja também Clodd 1885, 131-36). Embora cético em relação aos fatos históricos de Lang, Joseph Jacobs escolheu intencionalmente a palavra "conversão" para descrever as declarações de Lang sobre difusão (Dorson 1968, 502; veja também Maidment 1975). Refletindo a experiência judaica de diasporização, a visão de Jacobs sobre o folclore era que ele se espalhava a partir de movimentos sociais e poderia ser criado em situações contemporâneas (Fine 1987a). Resistindo aos estereótipos raciais, Jacobs caracterizou o "folk" não como primitivos, mas como segmentos sociais de sociedades, "de muitas cabeças… e frequentemente de muitas mentes" (Jacobs 1893, 234). Em vez de uma hierarquia de folk e moderno, Jacobs declarou o conceito relativista, "nós somos o Folk assim como o rústico, embora sua tradição possa ser diferente da nossa, assim como a nossa será diferente daquela daqueles que nos seguem" (Jacobs 1893, 237).
Mas perguntando: "Os judeus são uma raça?" Karl Kautsky reiterou a centralidade da raça para o evolucionismo cultural ao tentar mostrar que os judeus em sociedades europeias avançadas naturalmente buscam o progresso, explicando assim seu envolvimento na ciência, mas os laços do judaísmo com o antigo passado supersticioso acabaram trabalhando contra a evolução e impediram os judeus de avançarem culturalmente. Franz Boas, ao defender a relatividade cultural, referiu-se muito menos do que se esperaria à situação judaica, embora ele frequentemente desse o exemplo dos negros anlericanos, cujo status de grupo perseguido ele relacionou ao dos judeus do Leste Europeu (Herskovits 1953, 110-14; Glick 1982). Sua forte voz se opondo às ideias de Kautsky e Bandalier pode ser ouvida em discursos como "Raça e Progresso", publicados em 1931. Boas manteve sua barragem na ênfase do evolucionismo no determinismo biológico, ao insistir em uma virada em direção às explicações culturais. "Evidências etnológicas", ele disse, "são todas a favor da suposição de que a hereditariedade os traços raciais não são importantes em comparação com as condições culturais" (Boas 1940, 13).
Following tradition: folklore in the discourse of American culture��- Simon J Bronner
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james-on-thoughts · 1 year ago
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Fantasmas do Passado ...
Todos esses anos, eu me pergunto porque te odeio tanto, e desejei tudo de ruim para ti, desejei teu fracasso e tua ruína, o porquê? Talvez pelo jeito que tu partiste e pareceste não sentir falta e quando eu tentei contato, fui ignorado, o transtorno de pensar que todos aqueles momentos não significaram nada aparentemente para ti, tudo se transformou num enorme sentimento de ódio, ódio esse que mascara outros sentimentos como inveja, inveja essa a ver que tinhas conseguido tudo e eu nada, tinhas evoluído, conquistado e tornado algo bom, e eu continuei o mesmo, tudo em mim mudou de escuro para sombrio, não éramos mais amigos, não éramos mais inseparáveis, eu não cabia mais na tua vida prefeita, eu não cabia como parte da tua evolução, porque eu era a própria encarnação do passado. Eu não digo que não errei, pois errei sim, mas o pior foi ter sido para ti nada além de um reflexo de uma vida vivida às vezes, eu fiz algo que te afastou? eu não evolui o suficiente? percebeste que havia algo de errado comigo? nós fomos longe demais?. Enfim, uma sucessão de erros levou a um fim a qual eu me perguntava onde eu tinha errado, você conhecia tudo de mim, sobretudo contra a minha vontade então acho que essa intimidade era o que fez falta, além disso eu sei que você percebeu algo, eu sei porque eu vi, além disso eu sei que você não me viu mudar, você não me viu entender que eu precisava mudar senão não sobreviveria. Remoer sobre o quão descartável fui é vão, assim como remoer se para você nós realmente fomos alguma coisa e o porquê de você não ter ficado ou ter ido sem o menor esforço, por um lado eu fico feliz que acabou pois cultivamos um tipo de intimidade que é, no mínimo, perturbadora, nós nos permitimos demais um com outro, nos divertimos de mais um com outro, eu fui para ti o que nunca tive coragem de ser para ninguém, mas você me julgou também, passivamente mas o fez, nós nos vimos por muito tempo, eu te vi ganhar confiança e tu me viste perder, eu te vi conquistando e ousando como tu havias duvidado que farias mas tu me viste me enfiar cada vez mais num abismo, e neste abismo, estou até hoje. Talvez o ódio se origine dessa frustração, eu achei que apesar de tudo tu irias ficar, tu irias continuar comigo, tu me farias companhia e serias ainda luz dos meu dias no verão, ansiando por tua vinda, eu tratei como se fosse algo que eu nunca pudesse perder, mas acabou, abruptamente e verdadeiramente sem esforço. O mas interessante foi vê-la recentemente, vê-la voltando, confesso não ter entendido uma vez que eu já tinha me habituado a ideia de nunca mais te ver novamente, mas tu voltaste, não sei com quais intenções, tu me abraçaste mas eu senti ali, tu nunca sentiste minha falta e eu que eu o senti o vi transformar em raiva, eu não estava feliz em te ver ou empolgado, achei interessante e ainda me perturba como nossas almas se conectaram por tanto tempo, me pergunto de aquilo foi forçado por aqueles ao nosso redor ou se aquilo foi real. Agora tenho de ti as lembranças, o rancor está prestes a sumir, eu ainda te olho com receio e uma imensidão de pensamentos me consome ao indicar o volume de teu nome. De mim, tens o sofá que te dei, tu o tens até hoje? O que pensas quando sentas nele?. Por aqui, o rancor deve passar, afinal não tens nada com isso, a inveja também deve, o melhor a se fazer é evitar tudo isso, a ti desejo que continue fazendo sua coisa, fazendo-a bem, a mim desejo melhoras pois é tudo que tenho precisado desde o dia antes do exílio que você se foi para sempre.
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pkdiyeol · 5 years ago
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Agradecimentos!
Sim, eu também vou marcar o user de capistas que me inspiram e que merecem muito amor e respeito, mas antes gostaria de dizer algumas coisas.
Durante todos esses meus momentos de insegurança e tristeza, eu nunca estive sozinha e me orgulho muito de olhar para trás e ver o quanto eu evolui, tanto como capista quanto pessoa. Eu tenho orgulho de mim mesma porque eu me amo e amo os meus designs. Por isso gostaria de agradecer a algumas pessoas que me ajudaram mesmo sem sequer saber quem eu sou, pois estes me inspiraram e me fizeram levantar e amar tanto as suas edições quanto as minhas porque todos somos talentosos do nosso próprio jeitinho.
Muito obrigada por tudo, cada um de vocês me inspiram e muito a continuar lutando pelo o que eu faço. ❤
@taestilosa, @suxxy-portifolio, @lovebusangcf, @busancoffees, @starsggukie, @hoperock, @littleyoonportfolio, @hobiix, @aysuxx, @xjeongguk97, @anakiria, @wanbyeog, @jeonrings, @hachikoportfolio, @minhyane, @yixwingss, @taewidow, @koocolors, @chimpoh, @chiimgenk, @plasweet, @st_mommy, @pjmvenus, @mochiggkie, @yoonminishot, @biazoidesmin, @txeggukss... Eu só não marco mais porque se não eu ficaria o dia inteiro aqui.
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As pessoas deviam deixar de ser tão ignorantes e passar a ter mais empatia pelo os outros, amor próprio não é sinônimo de egocentrismo. Eu amo a mim e o que eu faço, assim como eu amo o meu próximo e o que ele faz também. Gostaria de dizer também que você, que fica dando hate anonimamente nos outros capistas, saiba que tu não tem o meu ódio, pois eu só consigo sentir pena do ser humano tão sem amor que você é, espero que tu possa evoluir!
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ninaemsaopaulo · 5 years ago
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ANNA KARENINA (VERSÃO DE 2012).
Em 2012, lembro de ter ficado ansiosa por esse filme. Pela primeira vez, nem tanto pelo elenco, mas muito pelo diretor. Joe Wright foi bem sucedido quando adaptou dois livros para o cinema, sendo um deles o clássico Orgulho & Preconceito, de Jane Austen; e o outro, Reparação, de Ian McEwan, que ficou imortalizado numa versão muito, muito sedutora. Mais uma vez firmando parceria com Keira Knightley como a protagonista de suas obras, as notícias pareciam sempre as melhores: Anna Karenina se passaria num teatro antigo, seria filmado dentro de um teatro, com pouquíssimas tomadas externas. Genial, inovador, não é mesmo?
Mas quando você cria expectativa, é sempre uma merda. Reli o livro, comprei ingresso, fui ao cinema, ansiosíssima. E... não me tocou. Era tudo muito lindo e impressionante, mas não me atingiu. Foi frustrante, senti que faltava algo, e também me pareceu, na época, uma frase que a Julia Petit diria anos depois sobre as produções de Baz Luhrmann: “não parece um filme, parece uma propaganda da Chanel”. Joe Wright já foi meu diretor favorito, mas ele tem uma irritante mania de perfeição, e aqui serei a jovem mística a culpar o signo dele: Joe é virginiano.
A cada filme, ele está mais preocupado com a estética e talvez menos com o roteiro, sem conseguir conciliar ambos, como faz gloriosamente Wes Anderson. A cada filme, ele se torna, bem, o meu diretor menos favorito. Orgulho & Preconceito, na versão de 2005, é o filme da minha vida por muitos aspectos: por ser uma aula de cinema quando você assiste com os comentários do diretor (e desde aí é notável a busca pela perfeição, piorada no filme seguinte, Desejo & Reparação), e também por questões afetivas, a história enriquece ainda mais quando Joe conta a seu modo.
Voltando a Anna Karenina, dei chance pra esse filme mais duas vezes, sem êxito. Essa é minha quarta tentativa e, provavelmente porque amadureci e refinei meus gostos e conhecimentos, agora estou achando que, ainda que não seja meu filme favorito de Joe Wright, com certeza é o melhor que ele já fez.
Anna Karenina é adaptado do livro homônimo de Tolstoy. Aquele livro que tem um dos melhores inícios da literatura: “Todas as famílias felizes são iguais, as infelizes são infelizes cada uma a sua maneira”. Sem que essa frase precise ser anunciada no filme, a entrada que temos é a traição descoberta do irmão de Karenina, Oblonsky, homem casado e cheio de filhos, mas que não pode ver um rabo de saia que corre atrás. Anna recebe uma carta do próprio irmão pedindo socorro para convencer sua esposa, Dolly, a aceitá-lo de volta. Anna, casada com um ministro e mãe de um pré-adolescente, parte para Moscow, nessa missão. 
No trem, ela encontra uma condessa que lhe considera encantadora, perguntando o motivo de nunca terem se visto antes. A partir desse momento, todos os acontecimentos nessa cena são premonitórios. Anna conhece a condessa que é mãe de seu futuro amante, com quem ela esbarra saindo do trem para encontrar o irmão. Em seguida, esbarra de novo em outra pessoa: um homem, um funcionário que trabalha nos trilhos e, segundos depois, morre acidentalmente nesses mesmos trilhos.
É a Rússia imperial. Conde Vronsky, por quem Anna se apaixona, corteja Kitty, uma dessas jovens de seu tempo, louca para casar. Kitty, por sua vez, é amada por Levin que, quando toma coragem para lhe pedir em casamento, é recusado e percebe que foi com muita sede ao pote, só que tarde demais. É num baile que tudo acontece, e Joe Wright é um diretor especialista em bailes. Se a dança presente em Orgulho & Preconceito emociona porque mostra a relação de amor, ódio, dúvida e esclarecimentos prematuros entre Elizabeth e Darcy, pelo menos eles ficam sozinhos no salão da imaginação dançando sem que ninguém perceba; mas, em Anna Karenina, calha de Anna e Vronsky dançarem chamando a atenção de todos, despertando olhares, fofocas e a ira de Kitty. É uma cena magnífica, pela qual o filme é mais lembrado.
A vida para o homem jovem da Rússia imperial lidando com seus afetos é tão fácil quanto um homem hétero em 2020: Vronsky (interpretado por um ator quase inexpressivo) descarta Kitty. Anna volta para São Petersburgo, seu lar, mas é perseguida por Vronsky e... se entrega. Se entrega, sabendo que o divórcio, ainda que possível, é uma tragédia. O corno do Karenin (Jude Law sendo milagrosamente um bom ator) tolera desde que a sociedade não saiba e desde que Anna se comporte até certo ponto, mas ela não quer. Anna é avisada, de todas as formas, que nunca mais verá o próprio filho se renunciar ao casamento, no que responde: “eu morreria pelo meu filho, mas não posso viver dessa forma por causa dele”. Mais ou menos por aí, engravida de Vronsky, a desgraça está feita. Acha que vai morrer no dia em que nascer a criança e chega realmente bem perto disso, provocando as pazes entre Vronsky e Karenin em seu suposto leito de morte, mas se recupera dias depois, abandona a casa e vai viver com Vronsky. Daí o filme sofre uma pausa para o desfecho do outro casal.
Levin é informado de que Kitty continua na pista. Inicialmente, sente dificuldade com a ideia de uma nova rejeição, mas vai lá e tenta outra vez. A menina Kitty não para de chorar, acha que nunca vai casar, aquela coisa né, difícil uma mulher ser pedida em casamento duas vezes pelo mesmo homem nessa época, aparentemente Joe Wright é viciado em romances de época com desfechos de segunda chance. A cena em que o casal se revela também é memorável, igualzinha ao livro. Kitty, enquanto personagem, depois evolui, mostra que não é aquela menina frívola do início da história, sendo generosa com o irmão de Levin e sua esposa ilegal. Tudo certo pra essa galera aí.
Enquanto isso, Anna despiroca, né. Aguarda o divórcio vivendo como criminosa, dá umas escapadas para tentar ressocializar, mas as mulheres ricas e seus maridos vêem-na como uma promíscua, falam dela de forma escancarada, aquele inferno. Eu adoro as cenas de fofoca que o Joe criou nesse filme: os sussurros, os leques movimentadíssimos tentando abafar os sussurros. E talvez a melhor cena que intensifica isso é quando Dolly, esposa de Oblonsky,  encontra Anna num café e joga na sua cara que a considera muito corajosa, apesar de ter sido convencida pela mesma a não abandonar o marido traidor, seu irmão, que em nada muda.
O filme termina com Anna “confirmando” a traição de Vronsky com uma princesa novinha (Cara Delevingne tentando ser atriz, coitada) e se vestindo bem bonita para se jogar na frente do trem (não foi à toa que ganhou o Oscar de Melhor Figurino). Na última cena, temos um Karenin corno e conformado cuidando do filho e da neném fruto da traição de sua esposa. Um santo, esse homem.
Lá no início, quando Vronsky confessa seu desejo por Anna, deixa claro e cristalino que, escolhendo ele ou não, não haverá paz. Pois é. 
Esse destino, o suicídio de Anna, me lembra duas outras personagens. Uma, real. Outra, fictícia. Sylvia Plath, se tivesse esperado mais um pouco, se libertaria das amarras do casamento que não foi um sucesso. E Betty Draper, de Mad Men, que “tinha que morrer” para que a década virasse como um século - e ela não era uma mulher do século XX, que começou ali nos anos 60, de fato. Ela não acompanhou as mudanças, jamais poderia e, por isso, o criador da série lhe deu o desfecho em forma de diagnóstico: câncer no pulmão. Sei lá, Anna Karenina tá nesse patamar de mulheres trágicas.
Anna Karenina é um filme belíssimo, merece ser revisitado. Por não ter criado expectativas antes de assistir novamente, enfim me encantei, fui convencida pelo roteiro adaptado por Tom Stoppard e defendido por Joe Wright. Conta também com as assinaturas de mínimos detalhes do autor: mulheres cantarolando de passagem, coreografias na mesa de jantar e no ambiente de trabalho, personagens centralizados de 3 em 3 (ele sempre prefere os números ímpares); além da novidade que é filmar tudo em um teatro e ver detalhes de cenário entrando e saindo conforme qualquer um dos personagens avança no palco. Talvez nunca seja reconhecido dessa forma, mas é, de fato, o filme da sua carreira.
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loveforgaia · 4 years ago
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uma reflexão: da necessidade de manter a mente aberta para criticar e ao mesmo tempo compreender as visões dos outros
estive observando esses tempos o quanto evolui e mudei em coisas que tempos atrás eu nem notava que precisavam ser mudadas - aquelas que hoje critico fortemente, e a partir disso acabei refletindo muito sobre o porquê eu passei por tantas mudanças dentro do que acredito hoje em dia.
e cheguei a conclusão de que nada disso teria ocorrido caso eu não tivesse me mantido aberta a ouvir outros lados - seja outras pessoas ou simplesmente me manter aberta a escutar e aprender sobre diversas coisas que antes eu não conhecia. até porque não nascemos sabendo de tudo.
é extremamente importante não somente ser uma pessoa que se mantém aberta para aprender sobre outras coisas, escutar outros lados, mas também buscar não se manter numa caixa fechada onde a sua visão de mundo é completamente limitada, onde você fica preso (a) por tanto tempo que não consegue mais enxergar como NORMAL qualquer coisa que vier do lado de fora e que for diferente do que você prega, do que acredita, do que vive.
quando alguém escolhe se manter fixo e fechado em algo por muito tempo, alerta vermelho. pois ninguém pode se impedir de evoluir. e sentir que já é evoluído o suficiente, se tornando alguém que "não precisa aprender mais sobre nada" é como interromper um ciclo de evolução tão necessário na nossa vida.
você para de ser estimulada (o) a pensar.
eu não vejo nada de errado em discutir com pessoas que pensam diferente, e creio que não conseguimos fazer isso exatamente porque de um jeito ou de outro somos muito, muito apegados com pertencer a algo. mais do que nunca, as pessoas buscam um grupo ao qual elas não somente pertencerão, como também vão finalmente ter os princípios aos quais vão se apegar e agregar à sua personalidade.
e não somente isso. somos também uma sociedade tão apegada a uma visão 8 ou 80. se eu pertenço a determinado grupo que já "determinou" qual a minha forma de agir e de enxergar as pessoas, eu não posso enxergar e nem mesmo tentar compreender as outras possibilidades de visões. isso é impossível pois eu já achei o meu lugar, e escutar o outro é o mesmo que trair aquele ao qual eu pertenço. isso tem nome: intolerância, e também uma certa rigidez mental - não num bom sentido.
se as pessoas notassem e valorizassem a importância de escutar visões diferentes sem que isso quebre relações, laços ou sem que crie uma rejeição e um ódio, como se este sentimento devesse nascer sob a justificativa da pessoa pensar diferente de você;
se as pessoas notassem a delícia que é ter chego a um nível de respeitar a diversidade, ou seja, as pessoas que pensam diferente sem necessariamente partir para a agressão verbal ou até mesmo física só por ela chegar com uma visão oposta [ou não necessariamente oposta, porém mista] da sua.  
já pensou se não existe uma só verdade e a 'verdade' está dividida em doses dentre várias opiniões por aí?
não somos donos da verdade. estamos sempre em constante evolução. escutar o outro deveria ser um exercício que provocasse gosto nos outros, pois não sabemos de tudo, e o outro também não. o diálogo poderia ser algo muito mais saudável se não fôssemos tão apegados aos nossos ideais já tão bem estabelecidos e grudados em nossa personalidade.
por mais mentes abertas e menos apegos à ideias fixas, absolutas e fechadas. seja menos ego, conheça mais da alteridade e da escuta.
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remoderno · 5 years ago
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Descobri que Deus mora onde há Paz. Aprendi a fechar a porta da Alma e esquivar os olhos para os sentimentos mesquinhos e assuntos ruins que circulam por aí. Meu Coração não merece essa carga. E como é grande a carga de quem carrega negatividade (nossa ou dos outros). Aprendi a fingir que não vejo,não escuto, não sei. Aprendi a não mais voltar na mesma tecla, seguir adiante e não olhar só para meus próprios pés. Aprendi a olhar o outro, enxergar o mundo e passei a ver e sentir melhor a mim mesmo. Aprendi que é melhor caminhar descalço da soberba e desarmado do rancor pelos caminhos de Paz, de Amor, de bondade, gentilezas e verdades. E isso a gente só aprende machucando e sendo machucado, por muitas vezes. Só assim consegui descobrir que a mais certa frase a ser usada, quase sempre é o silêncio. Abstrai. Finge que não entendeu. Finja que nem é contigo. Continue seu caminho. Deus faz morada onde há Paz. Melhor assim, bom pra você, perfeito pra mim. Pontos finais e boca calada interrompem tantos futuros desgostos, tantas inimizades, tanta falta de perdão. Uma palavra dura nunca vai nos fazer ter razão. Tua ira nunca vai te fazer certo. Exaltação somente aumenta qualquer discórdia. Silencie o Coração. Abrande o olhar. A boca fala do que está cheio a Alma. Esvazie-se do negativo, do pessimismo, do ódio. Pra quase tudo existe perdão e para o que talvez se torne imperdoável, existem os desvios da Vida. Ignore, afaste-se, esqueça. Faça o que for preciso,mas jamais leve sua raiva adiante. Procure ter motivos para fazer o bem, nunca pense em querer revidar o mal e aprenda que não importa o quanto você se importe ou não se importe, só é magoado quem quer ser, só é angustiado quem quer ser, só está triste e carregado de inimizades quem deseja estar. Eu estou em Paz e a desejo pra você também. A gente só evolui conforme aprende a dominar a capacidade de poder controlar nossos ouvidos,nossas palavras e nossos atos. Queira ser a calma que refrigera a Alma. Queira ser o silencio que diz mais que todas as palavras. Queira ser a Paz onde Deus faz morada. #Deus #pazeequilibrio #calma #segue #silence #silencio #vida #paravivermelhor https://www.instagram.com/p/B8lqmTFBCze/?igshid=6u9187j9jon7
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memorialgreysloam-blog · 6 years ago
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Alerta de TCC kkkk
Volta e meia, traçamos planos dentro do que consideramos evolução pessoal e não incluímos o exercício do perdão.
Sem perdoar e perdoar-se ninguém evolui. Não é instantâneo, eu sei muito bem. Por isso chamo aqui de exercício. Musculação de coração é perdoar. Esse é o verdadeiro seguir em frente.
Em alguns casos a mágoa parece mesmo intransponível, mas um novo tempo tem que chegar.
Se o tempo do perdão não chegar pra você, você não chega.
Hoje escrevo porque é oque me resta.
Hoje percebo que estou no fundo do poço me afogando em lamentações e palavras não ditas. Arrependimento.
Hoje escrevo pra aliviar minha crise., Sabe como é garganta seca, mãos suadas, corpo tremendo, mente fervendo., E o peito aperta que fica pequeno pra tanta dor.
A gente sempre tenta. Tenta até não ter mais forças e vai tentando, olhando ao redor e pensando em como seria mais fácil fugir ou sumir.
Mesmo cansado, machucado, exausto, a gente ainda insiste. Passa por cima do orgulho, e em um ato de bravura, diz que vai tentar até as chances se esgotarem e mesmo quando elas se esgotam, a gente continua lá, e as pessoas perguntam o porquê disso tudo mas só quem sente ao extremo vai entender.
Amar talvez seja isso, não só amor entre casal, todo tipo amor, não desistir mesmo desistindo porque sabemos que enquanto existir um coração batendo, nossas chances de tentar ainda serão válidas.
Escolhas são escolhas até que você faça algo em relação a elas. Aí sim elas passaram ser escolhas, e pois bem, haja como um homem e não no sentido machista da palavra mas sim como um homem, humano. Termo "humano" no contexto uma evolução do que você deve ser. E nunca em hipótese alguma mesmo sendo humano tente não descumprir sua palavra porque mesmo sendo humanos vulneráveis a falha, ela vai acabar com você e um homem sem palavra não é nada. É assim que eu me sinto. Antes os erros não eram meus então era mais "fácil" seguir se algo desse errado. Mas como fazer pra se olhar no espelho e seguir de novo quando o erro é você?
Única coisa boa em estar morto é que não a dor física, então ja não preciso torturar minha carne pelos erros, e mesmo que nesse mundo escuro pudéssemos sentir dor já não haveria mais carne humana em mim. Dilacerei-me em mim mil pedaços antes de morrer.
Cresci ouvindo que acreditar em contos de fadas ou no amor era coisa de menininha, que homem não chora, e em um monte de baboseira inventada por uma sociedade hipócrita.
Hoje eu sei, aprendi, que contos existem sim, e que não são só para menininhas, contos são para os fortes, para os que não tem medo de amar, para os que se entregam de olhos fechados mesmo sabendo que estão pulando no vazio. Contos são para os corajosos de dia, e para os fortes a noite, não para pessoas insuficientes como eu.
Deixo aqui então antes das explicações uma das minhas últimas poesias.
“Eu só desejo coisas boas à você. Que você se ame sempre e com isso acabe se encontrando. Que após isso você encontre alguém que te faça se sentir única todos os dias. Alguém que seja melhor que eu. Que encontre alguém que te mostre o amor que você nunca foi capaz de se permitir sentir. Que você perceba que a vida tem que ser vivida e não só observada. Desejo que no fim você perceba que nem tudo precisa ser ódio e rancor. Queria também que ela visse o que eu vejo. O quanto ela é maravilhosa quando se permite ser feliz, ou como seu sorriso é lindo e traz paz a quem vê. Gostaria que quando ela fosse frágil, que procurasse um ombro pra chorar quando nada fizesse sentido. Queria que ela percebesse que não é obrigada a ser forte o tempo inteiro, que tudo bem não conseguir resolver todos os problemas. Que ela entendesse que os seus sonhos não são impossíveis de se realizar, e nem que esperar demais é ruim. Gostaria que ela percebesse o quanto sua vida é importante, como o amor que ela transmite faz diferença na vida de muita gente. Só queria que ela visse o que eu vejo, como é única, e de que a sorte é de quem tem a chance de tê-la em sua vida.”
Então agora vamos as explicações:
Queria dizer pra você, e pra vocês, que quando eu digo que vou embora de fato eu nunca vou (por pelo menos até agora) e que minha verdadeira vontade é dizer que isso vai passar e que voltaremos a ficar bem, eu, você, e todos nós. Mas nada que foi pode voltar a ser o mesmo.
Queria escrever oque eu sinto mas um cara muito foda, mesmo no final, já disse oque eu queria, e oque muitos queriam também mas não dispuseram de tanta beleza nas palavras.
"Motivo? Porque eu achei necessário. Não só para falar de mim, mas para falar algumas coisas que as pessoas não estão se dando conta sobre suicídio."
"A certeza de que eu morreria pelas minhas próprias mãos nasceu comigo, as coisas que ocorreram entre meu nascimento e o dia de hoje só determinaram quando isso aconteceria."
-Acho que eu penso nisso desde os 6/7 anos de idade quando os primeiros acontecimentos infortúnios na minha família começaram pra valer.
"anos depois e nada mudou, sinto que o que fiz até agora foi apenas adiar o inevitável. Sempre deixei a ideia ali guardada, pra quando eu não aguentasse mais viver ter uma forma de escapismo eterna. E eu sabia que um dia eu não aguentaria mais, porque viver, pra pessoas como eu, é pesado e dilacerante. Não que pra alguém seja fácil, mas pra uns é mais suportável, não é meu caso. Eu sou uma dicotomia ambulante, dentro de mim há uma constante briga entre 2 opostos."
-Ao contrário da carta desse garoto eu não tenho um lado dentro de mim que se ama talvez porque foram raríssimas as vezes que ouvi alguma palavra motivadora quando era criança., É talvez as pessoas tenham razão eu não me amo o suficiente, e não posso ser alguém que seja suficiente, só uma pessoa negativa nada além disso.
"Mas tem um eu dentro de mim que me odeia. Me auto sabota todos os dias, me faz acreditar que eu não mereço ser feliz, me faz crer que sou problemático demais pra ser verdadeiramente amado. Às vezes me pergunto qual a sensação de viver sem ser assim? O quão leve deve ser deitar e conseguir parar de pensar. Eu penso demais, sobre tudo e o todo o tempo, meu cérebro não desliga pra nada, penso meticulosamente em coisas que eu nem queria pensar. E isso é horrível, porque aumenta a racionalidade exacerbada que eu tenho quando não estou em crise. Por outro lado, eu tenho uma sensibilidade gigante que quando estou em crise é elevada à enésima potência, e isso dói muito. É como se racionalmente eu tivesse a capacidade de compreender o mundo e cada uma das pessoas de uma maneira muito mais nítida e óbvia do que as pessoas normais, mas emocionalmente eu não tenho a base necessária pra aguentar a carga que essa compreensão toda me traz. E aí eu surto, e não é pouco. Cada surto é como uma morte lenta e dolorosa."
- Acho que eu adicionaria nesse pedaço da carta(falando da minha vida) que além do surto ser uma espécie de morte, que a esperança também mata. Porque a morte tá ali isso é fato uma hora mais cedo ou mais tarde todos vamos. Então criar esperança,pra mim, mata muito mais que as crises.
"Outro fato é que não consigo gostar de uma vida comum, preciso sempre de novas emoções, novas experiências, em 50% do meu tempo eu estou provocando sentimentos em mim mesmo e nos outros, e nos outros 50% do meu tempo eu estou tentando lidar com as consequências disso (que geralmente são péssimas)."
"Acredito que as únicas sensações eternas e latentes em mim sejam a de vazio e a de dor que esse vazio me causa. De resto, vou do céu ao inferno em 1 hora. Sou capaz de experimentar todo o espectro de sensações humanas em 1 só dia. E isso cansa. Pensar de mais cansa, sentir demais esgota. Ser demais uma hora da vontade de simplesmente não ser mais."
"Tudo o que fiz pra sobreviver até aqui foi utilizar mecanismos de defesas, válvulas de escape, formas de fuga da realidade. Então pra quem chegou a me conhecer, qualquer versão de mim que não seja a de um guri fodidamente depressivo e com transtorno de personalidade, com desenvolvimento emocional digno de uma criança de 10 anos e com pavor de ser abandonado/rejeitado, era escapismo puro. Provavelmente era alguma das 1001 versões irreais de mim que eu criei pra não ter que encarar a realidade. E acredite, mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Eu tinha vergonha de assumir minhas fraquezas, e não nego, se eu optasse por continuar vivo não as assumiria. As pessoas são desinformadas, cruéis ou as vezes as 2 coisas juntas. Aos 45' do 2º tempo eu assumi pra alguns "amigos" meus, e acredite: poucos sabem lidar. Uns correm, outros se retraem, outros usam o fato de você ser "transtornado" pra justificar os vacilos deles mesmos contigo. Se 1 escolher ficar é muito. Eu imaginei que seria assim, por isso tive receio de exteriorizar antes. Logo eu, que sempre fui um ótimo psicólogo pros meus amigos, logo eu que sempre escuto "nossa.. queria ter o Q.I que você tem, que inteligência!". Logo eu que sou autodidata em psiquiatria. Hoje afirmo que todo esse conhecimento de nada adianta se você não pedir ajuda quando não consegue mais seguir sozinho. Sabe o que esse conhecimento me traz hoje? Raiva, por saber de tudo que eu sei e ser incapaz de me controlar durante uma crise, ser incapaz de viver, ser incapaz de pedir ajuda. Pra quem é como eu e está lendo isso: não é vergonhoso gritar por socorro, não é vergonhoso ter depressão, ter TPB ou qualquer outro transtorno não faz de você menos inteligente ou um profissional ruim, muito pelo contrário, na reta final conheci pessoas como eu que são excepcionais e que merecem o mundo. Vergonhoso é se enfiar no rio de merda que eu me enfiei e não ter mais por onde sair."
"O que também acaba comigo, é que embora eu tenha reais motivos para estar triste, eu não precisaria deles. Minha essência é assim, é a tristeza pela tristeza, a dor pela dor; como diria Schopenhauer "a essência da existência é a dor".
"Aliás, carrego comigo milhares de sonhos e uma lição: definitivamente sonhos não são o suficiente pra manter viva uma pessoa como eu."
" Acredite, quando uma pessoa tenta se matar (independentemente das razões pelas quais não conseguiu) é frustrante demais. A ressaca moral que vem depois, a sensação de impotência, inutilidade e fracasso que vem depois é enorme. Então poupe quem passa por isso de julgamentos. A vida com essa pessoa já é dura o suficiente a ponto de ela não querer mais viver. Julgamentos não ajudam, uma palavra de conforto sim."
"Desde que decidi que o momento era esse, eu, que sempre fui um apreciador nato do comportamento humano, fiz do meu plano suicida uma espécie de experimento. A conclusão foi o óbvio: suicídio é um tabu, as pessoas não estão dispostas a aprender sobre ele, e o nível de ignorância é absurdo. Há 12 dias, eu ouvi a seguinte pérola de uma amiga que também tem depressão: "quem quer se matar se mata, não fala que vai fazer, isso não existe". Bom, fico feliz que agora ela sabe que existe kkk (ironia), porque isso é uma das maiores falácias sobre suicídio, e se uma pessoa depressiva, que tem amigos potencialmente suicidas pensa assim, imagina o que os outros não pensam??"
" É mais do que necessário passar a tratar o suicídio com zelo e atenção, além de elaborar políticas públicas pra que a prevenção se torne mais eficaz. Vai falar de prevenção pra alguém que chegou no nível de determinismo que eu cheguei, a pessoa vai rir. Eu só estou falando aqui sobre prevenção porque há pessoas que, diferente de mim, não querem se matar, querem ser notadas e ajudadas. Já passou da hora de entender que a prevenção ao suicídio começa muito antes da pessoa tentar contra a própria vida."
- O suicídio começa bem antes da corda no pescoço ou dos pulsos cortados. O suicídio começa quando o vazio se instala no seu peito. Quando você olha ao redor e sente que você é o que tem de errado no mundo. O suicídio começa bem antes da morte.
"O que vem depois disso é desespero. E desespero com alguém que já está desesperado nem sempre funciona. Prevenção ao suicídio começa na infância, quando você se preocupa em ouvir seu filho, quando você observa o comportamento dele e faz o necessário pra ajudar no primeiro sinal de que algo não está certo. Prevenção ao suicídio começa quando você ensina pra ele que todos somos diferentes e que há beleza dentro de nossas peculiaridades, quando você ensina a não praticar Bullying e a respeitar os colegas e professores."
"Prevenção ao suicídio começa quando ele chora porque levou um fora e você explica que tudo bem, que faz parte da vida, ao invés de ajudar a reforçar a ideia de que ele é um frouxo por não ter conseguido o que queria (e que não dependia só dele)."
"Começa quando sua filha chega falando que foi assediada e você corre atrás pra saber o que aconteceu e tomar as medidas cabíveis ao invés de culpa-la. Começa quando você acolhe seu filho com as diferenças dele, ao invés de colocá-lo pra fora de casa por ele ser diferente daquilo que você almejou um dia (lembre-se que muitas vezes você não é o pai/mãe que ele sonha ou que merecia)."
"Se eu não sou mais capaz de ver no meu interior motivos pra continuar vivo, melhor não estar. A prevenção começa quando entendemos que não falar sobre o problema não vai fazer ele desaparecer, é necessário falar, é necessário estudar, é necessário prevenir de uma maneira muito mais eficaz do que está sendo feito até hoje. Prevenção ao suicídio começa quando nos é ensinado a desenvolver resiliência, resiliência é a chave pra se evitar suicídios cometidos por impulso, porque sim, muitos suicídios não são planejados e poderiam mais ainda ser evitados. Não existe uma fórmula suicida, a única coisa comum em todos é a morte, todo o resto é variante, e geralmente um suicídio é multifatorial. Nem todo depressivo é suicida, e nem todo suicídio é cometido por um depressivo. As duas coisas são separadas, mas com certa frequência coexistem, por isso é necessário um tratamento diferencial aos depressivos que são potencialmente suicidas."
"Cabe ressaltar que o ato de suicídio é separado do pensamento de suicídio. Pensar em suicídio é algo que todo mundo faz, muito mais do que se admite. Namorar a ideia do suicídio é comum principalmente (mas não exclusivamente) entre os depressivos e com algum transtorno de personalidade. O ato que não é (ou não deveria ser) comum. Entre essas duas coisas - pensar e fazer - há toda uma base, uma teia que liga todos os motivos que fazem com que a pessoa escolha permanecer viva."
" O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano que é a autopreservação, então pra chegar ao extremo de romper todos os limites que compõe nosso instinto básico de sobrevivência, e tirar a própria vida, é porque a pessoa perdeu todos os vínculos vitais que a faziam querer continuar."
"A amizade de algumas pessoas que fiz, levarei comigo. Vocês foram essenciais pra eu aguentar até aqui, foram essenciais nas minhas últimas crises."
- Onde não pude contar com as pessoas que eu mais queria ter podido, não citarei nomes mas quem é sabe. E desculpe dnv eu queria ter mudado e procurado ajuda antes.
E principalmente a minha namorada que foi a melhor coisa em vida. Perdão.
" Em ambos os casos. Não vou ser hipócrita, deixo consignado aqui que fui a exceção à regra e que recebi apoio de MUITAS pessoas, e outras, claro, não deram a devida importância ao assunto. Mas eu sempre estive certo do que faria, então essas atitudes menos zelosas, não influenciaram na minha morte."
" A questão é: e se eu não estivesse certo? (como a maioria das pessoas que gritam por ajuda não estão)"
- E se eu precisasse realmente das pessoas que eu amava e me faltaram? E se as coisas que eu li/ ouvi nas últimas semanas fossem lidas/ouvidas por alguém que estava só esperando um incentivo: ou pra morrer ou pra continuar vivo. De fato, ia dar ruim.
"Pessoas estão pedindo por ajuda o tempo todo e estão sendo negligenciadas com a mesma frequência."
-Errar todos erramos o tempo todo, eu nasci errado e vou morrer errando. E muito provavelmente nem mesmo em morte eu vá me perdoar pelo que eu perdi, eu tinha tudo, e eu mesmo perdi. Não tem como eu me olhar no espelho mais, porque me foram ditas tantas vezes do meu erro que eu já nem sei se sou uma pessoa boa mais. A gente nunca sabe qual o limite do outro. A gente nunca sabe quanto peso temos na vida do outro, a gente nunca sabe como uma palavra dita de maneira ríspida ou de maneira gentil pode influenciar nas decisões e na vida de uma pessoa.
"Sou grato a ambos os tipos, pois uns me fizeram ver o quanto a humanidade está egoísta e outros me fizeram ver que uma minoria ainda é capaz de ter empatia. Essa minoria, na minha concepção, não é capaz de salvar o mundo do caos que ele se tornou, não vou ser utópico, tudo só tende a piorar. Mas o que eu escrevi até aqui não se trata de salvar o mundo, e sim de cuidar daquela pessoa que está do seu lado no seu dia-a-dia, nada impossível, nada heróico, apenas humano."
- E essa é uma das minhas partes favoritas dessa carta e que deve ser ressaltada em letras maiúsculas "NÃO SE TRATA DE SALVAR O MUNDO, E SIM DE SALVAR A PESSOA QUE ESTA AO SEU LADO NO SEU DIA A DIA" salvar aquele ou aquela que tava ali desde o início.
"Como diria meu 2º escritor favorito (o 1º é Pessoa), Charles Bukowski: "a gente começa a salvar a humanidade salvando uma pessoa de cada vez; todo o resto é delírio romântico ou político".
"A quem se deu o trabalho de ler esse TCC até aqui (ufa kkkk), eu te desejo que sua humanidade seja renovada a cada dia. Eu espero que você não tenha que perder seu filho para entender que a sua religiosidade exacerbada e sua imposição disso á ele não funciona, projetar nele seu ideal de vida também não, espero que entenda que amá-lo somente enquanto ele está disposto a ser o que você quer, não é amor... porque amor com cláusulas de condição pode ser tudo, menos amor."
- Falar "eu estarei sempre aqui pra você" é fácil, difícil mesmo é estar. E eu cansei de ser, cansei de estar. Eu espero, de coração, que você não tenha que perder o amor da sua vida enquanto busca desenfreadamente se curar onde tuas cicatrizes tiveram origem, ou seu irmão/irmã, amigx, conhecido.. mas é que independente de culpas, quando o arrependimento bate ele corrói, e geralmente ele chega tarde demais, e vai por mim: nada é pior do que tarde demais.
Hoje eu morro engasgado (literalmente kkk) com todo amor que tentei dar aos outros e que não souberam (ou não quiseram) receber, porque eu fui daquele tipo de pessoa que tenta até o ultimo, eu tentava por mim e pelo outro, tentava até sangrar minha alma, então todas as pessoas que me perderam em vida, foi única e exclusivamente porque quiseram e não por falta de eu querer ficar.(neh mãe)
Meu pedido de perdão, em especial a todos aqueles que tentaram me fazer desistir. E isento todos da culpa, família, amigos, e principalmente minha namorada que é oque mais me dói magoar e deixar. Não foram vocês, fui eu, tudo e exclusivamente culpa minha, das coisas que eu fiz e que me aconteceram.
"A mim mesmo, desejo que eu encontre a paz como nunca tive. Meu maior desejo nos últimos meses (ou anos) é parar de sentir... e não é somente os sentimentos ruins, é uma total ausência do sentir. Quero crer que isso está prestes a acontecer, e embora haja opiniões controvérsias, ninguém nunca voltou pra contar. O meu adeus aos que ficam."
Meu último desejo é ter meu nome respeitado porque infelizmente não pude gozar da felicidade de ter retificado meu nome e gênero por N motivos.
Por fim, e por sim, por medo do que vira depois que eu apagar, me peguei lembrando do passado e imagino como seria se tivesse tomado atitudes diferentes e quase enlouqueço. Aí começo a voltar em mim e caio na real, oque foi feito e dito está feito e ja foi enterrado no passado. Todos sem exceção pagam pelas suas escolhas sejam elas boas ou ruins o mundo gira e o bumerangue que você jogou pode voltar e te acertar então cuidado na direção em que joga. Eu mesmo que tanto me perdi nao me esqueci de quem eu sou eo quanto devo a você. Obrigado por me refazer do caos e ter me ensinado a ser forte. E agora sem perceber o tempo passou e estou curado pronto pra recomeçar.
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naotavazioeutoaqui · 2 years ago
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Meu deus.
Quanta coisa aconteceu para chegarmos aqui... Eu nem sei qual foi a última vez que escrevi aqui, e pelo que li - não consegui nem chegar até o final porque não engoli, eu deveria ter uns 23 anos.
Bom, Georgia. Tenho muito há te dizer. Primeiro, você tem 25 anos. Sobrevivemos a uma pandemia. Estamos em 2022. O Corona vírus está até voltando.
Moramos sozinha agora, em um apartamento em Santana.
A Luiza? Foi embora. E foi HORRÍVEL.
Aliás, tudo estava horrível internamente em nós? Por anos, talvez na adolescência inteira talvez nem por nós mesmas e a escolha dos nossos pais, mas sim porque estávamos deprimidas, por anos.
Começo este texto, agora, com um pouco de raiva. Muita coisa aconteceu até agora e é bizarro manter um diário online por anos, é bizarro ver nossa mente se transformar. É bizarro ver quantas pessoas chegam, e vão embora, retornam, vão embora e depois desaparecem.
A gente viveu muita coisa nesses últimos dois anos. Sinto que agora vou falar no singular e parar de falar com a minha versão do passado, estou precisando, diga-se de passagem.
Bom, digito tudo isso agora na minha nova casa. Um apartamento muito fofo, em Santana. Tem uma árvore na janela do meu quarto. O chão é de taco, como eu sempre quis. Entra luz, é ventilado, é de esquina e é sem elevador. Antigo, fofo.
Moro com uma amiga que nunca pensei que moraria, a Lara. Da Unifesp. Sinceramente, dentro do possível, tô feliz. Só de ler o último texto me dá um alívio de saber que a vida evolui, por mais que às vezes para evoluir, ela desmorona por completo.
Eu odeio meu trabalho do momento, mas estou fazendo o possível pra seguir em frente e conseguir chegar onde eu quero chegar. Eu acho que seria trabalhar como educadora em uma instituição cultural, to tentando chegar lá.
Mas preciso falar do meu relacionamento antigo antes. Cara, como foi uma jornada intensa e maluca. Começou quando eu tinha 21 anos, e estava despedaçada. Tinha saído de uma desilusão amorosa de amigos, na qual minha melhor amiga me traiu com um outro amigo meu, que no caso eu estava me relacionando.
Demorei um tempo pra conseguir seguir em frente. Eu era virgem até, mas doeu demais passar por aquilo. Acho que a traição de amigos é uma traição muito dura, e eu já passei por algumas delas. Na mesma época, parei de ser amiga da Miriã, da Pati, mas que serve de consolo, a Galis está por aqui ainda, e de quebra, chegou a Fe, e eu espero que ela continue aqui por muitos mais textos que estão por vir quando me dá coragem de escrever aqui.
A Luiza.... Bom. foi muito difícil, mas vou tentar escrever e falar de uma maneira positiva. A Luiza foi um grande grande amor na minha vida. Tão grande, tão transformador que às vezes eu até me pergunto se vou conseguir amar alguém da forma que eu amei ela. E digo isso com a paz da minha consciência de que foi muito ruim amar ela nos últimos momentos do meu relacionamento. E ainda, espero nunca mais amar alguém como eu amei ela porque me sugou em níveis inimagináveis e acho que o amor não é cuidar do outro a todo custo, porque o outro não vai fazer isso - e ele nem deve. Mas, ele deve sim, no mínimo ser transparente e não te transformar num apêndice da dor dele.
Eu namorei com a Luiza por mais ou menos 3 anos e meio, e por pelo menos 1 ano e meio depois de um ano e meio, eu comecei a entrar em uma depressão fodida. Eu acho que ela sempre existiu, sinceramente. Minha infância não foi fácil, pela minha mãe, mas eu sempre tentei me manter íntegra ao que achava que era íntegro: tratar os outros bem, com carinho e manter uma base. Eu sempre quis ser vista com amor, pelos olhos dos amores dos outros. Mas eu acho que sempre me tratei com muito muito ódio. Eu sempre me machuquei de alguma maneira.
Esse namoro por muitos anos foi minha salvação, eu achava. Foi muito bonito amar tanto alguém. Mas a vida cobrou de nós coisas que a gente nem tinha idade para ser cobrada: mãe ausente, pai ausente, avó morrendo, minha mãe sendo amante, o namorado doido da minha mãe, trabalho, falta de dinheiro, pandemia, depressão, violência, ciúmes, tristeza, competição, egoísmo. Foi um amor que morreu porque a vida não tava nem um pouco a fim de fazê-lo viver... Mas não era só a vida, por muito tempo, era a Luiza também.
Eu segurei esse amor com toda força que eu tive, isso eu tenho certeza. Eu amei muito, muito mesmo. Com dor no peito, com peito quente, com tesão, com lágrima, com tudo que existia dentro de mim. Eu achava que seríamos mães juntas, e eu não acho isso idiota, mesmo que eu tivesse dos 21 aos 24 anos. Eu sei o que eu senti, o que eu vivi, o que eu gastei, o que eu doei e os planos que eu fiz.
Mas isso nunca mais vai acontecer, com essa pessoa, e nem dessa maneira. Eu me vejo aqui, sentada, digitando, na minha casa, adulta, com tanto medo do mundo e do amor e tanta coisa aconteceu pra eu chegar até aqui, e eu só sei que eu sinto muita dor.
Eu ainda tento muito me manter íntegra, eu ainda quero ser uma pessoa amável para os outros. Eu quero ser uma pessoa que emana amor, mas mais do que isso eu quero conseguir me amar e cuidar de mim, ter fé em mim, igual eu tive no amor que eu senti. Porque eu me esforcei tanto pra aquilo dar certo de uma maneira que eu nunca tentei nada direito, e eu digo isso pensando que eu batalho muito pelas minhas coisas.
E no final, eu fui traída pela Luiza. Em tantos níveis, e até no nível de traição mesmo, de outra pessoa.
E depois eu voltei com ela, acreditando na palavra dela, pra ela trair de novo.
Foi um processo de cair e levantar, cair e levantar e eu só estou aqui, e não digo isso falando de morte, como se "ah, só estou aqui porque não morri", por mais que eu tenha querido morrer muitas vezes nesse processo desde a última vez que escrevi aqui. Eu estou aqui porque eu tive sim amor de terceiros, que de certa forma, me levantou e me fez ver que eu posso tentar mais da vida, sem ter que ficar buscando tanto a salvação no outro. Mas por amigas, amigos e até pelos meus pais. Além de terapeutas, e psiquiatras.... e remédios, e amizades que vem e vão, e tantos beijos vazios, e músicas da taylor swift, eu cheguei até aqui.
É difícil entender se eu gosto de ter chego até aqui. É muito estranho, é até nostálgico, mesmo que seja a primeira vez nessa dimensão. Mas sei lá, talvez seja o sentimento de melancolia vencida que eu tanto já senti, e agora, sinto de novo, só que mais velha e depois de ter se fodido pra caralho.
Eu vi uma tirinha hoje que era assim: falo tanto sobre querer morrer, e eu nem sei se quero morrer mesmo, mas não se sei faço tanta questão de estar aqui... E às vezes pra mim, é isso.
A vida é tão estranha, é tanto sofrimento, pra mim ela é tão vazia e esquisita, a gente se mata, se mata entre si, se mata de amor, se mata de trabalhar, de estudar, se mata o tempo inteiro. Se mata pro vazio não nos matar primeiro, sei lá, sabe?
Enfim,
muita, muita coisa aconteceu.
Estamos vivas. Eu estou viva.
Estou sozinha e estou viva.
A gente se transformou, depois de ser transformada e completamente arruinada por dentro.
Vai dar tudo certo, porque eu estou aqui comigo mesma.
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amorporpalavrasblog · 3 years ago
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Olá leitoras e leitores! Tudo bem com vocês? Hoje venho com uma resenha que estava devendo para vocês no post retrasado.
Livro: Um ano inesquecível
Autoras: Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita Rebouças.
Editora: Gutenberg
Gênero: Romance
Ano: 2015
Nota: 4,5⭐
Então pessoas, esse livro é composto de quatro contos e vou fazer a resenha conforme o conto. Espero que gostem do post e vamos nessa.
1- Enquanto a neve cair- Um inverno inesquecível- Paula Pimenta.
Sinopse: Mabel tinha tudo planejado para a festa em uma chácara da sua amiga e com a intenção de ficar mais próxima do Igor, seu crush, mas tudo vai para o ralo quando seus pais a forçam a ir junto com eles para o Chile. Nisso a garota conhece o Ben e apronta diversas enrascadas nessa viagem.
Sendo sincera como eu tive raiva da Mabel por ser tão chata, sim entendo que ela tinha motivos para isso, mas era só um cara e não a família dela.
Vendo pelo lado de cenário consegui me ver no Valle Nevado esquiando e passeando pela neve.
O desenvolvimento dos personagens é bem trabalhado em poucas páginas de modo que fiquei surpresa pela evolução tão rápida da Mabel. Já o envolvimento dela com o Ben é uma relação de ódio da parte da mesma e que depois evolui para uma aceitação de que ele não é como a garota imaginou. Amei o modo como ele tentou anima-la, mas achei que faltou mais momento dos dois e desenvolver um pouco a relação dos pais dela. Entendo que isso é um conto e li alguns livros da Paula, então sei muito bem que ela é uma ótima escritora e consegue detalhar muito bem a vida dos personagens.
Enfim, o conto é muito bom e consegui sair da minha ressaca com ele.
2- O som dos sentimentos- Um outono inesquecível- Babi Dewet.
Sinopse: Anna Júlia está no final do ensino médio e seus pais são bem pressionadores quanto ao futuro da garota que para eles tem que ser advocacia. Se não bastasse ter que se dedicar aos vestibulares tem também que se esforçar no estágio em um escritório que fica perto do Masp. Já o João Paulo é um jovem que está cursando música em um conservatório e toca no Masp sempre que possível. E acabam se encontrando, mas sempre a Anna está em uma correria para chegar ao estádio.
Quem me acompanha sabe o quanto sou apaixonada pelos livros da Babi e uma marca características da sua escrita é que a história é narrada em terceira pessoa. Sinceramente, não sei como ela consegue colocar emoção em algo que não é na visão dos personagens, mas é isso que torna o seu modo de escrever interessante e único. Além disso, os livros que li a escritora nunca termina com um final fechado e sim sempre como se a história continuasse, é algo que pode estressar muitas pessoas, mas se você for analisar isso trás mais originalidade e algo mais realista ao enredo até porque está contando apenas uma parte da vida dos personagens e tem o resto da vida deles. Deu para entender ou ficou confuso?
Voltando a análise do conto. O cenário é bem trabalhado de modo que consigo me imaginar lá. E o que é interessante e chama muito a minha atenção é o fato das escritoras utilizarem a música de uma maneira que ela não está só jogadas no meio das palavras e sim representam o que os personagens estão sentindo. E nesse conto é tão nítido o trabalho que a escritora teve para dar um significado a música, já que a Anna Júlia não é fã de música e o João sim. Então o personagem vai mostrando para ela o quanto a música é especial e importante.
Os personagens são cativantes, realistas e divertidos. A relação entre eles é evolutiva e como teve partes que morri de amores pelos dois principais, mas como não quero dar spoiler nem nada vou deixar que leiam e se quiserem conte para mim o que acharam. Mas em relação aos pais da Anna, principalmente o pai dela eu tive um certo ranço dele pelo fato de colocar na cabeça da filha que tem o objetivo de exercer advocacia. Já a Fernanda, amiga dela, eu simplesmente amei o seu jeito apaixonado de ser e as brincadeiras com o garoto do Masp.
O enredo é bem legal e com certeza me prendeu do início ao fim. Acho que para mim é impossível ler um livro da Babi sem que ele me prenda.
3- A matemática das flores- Uma primavera inesquecível- Bruna Vieira
Sinopse: Jasmine é uma estudante do último ano do ensino médio e logo no último bimestre de aula está com chances de ser reprovada por conta de matemática, uma matéria pelo qual ela odeia (nossa, parece eu, alguém mais é assim?) então a jovem tem que tirar 9 na prova. Para isso o professor de matemática, do qual ela também não gosta combina com sua mãe e Jasmine de fazer aulas de reforços no período da noite. O que era para ser apenas aulas acabam mudando quando a pessoa que vai substituir é um jovem quase engenheiro, Davi, muda seu modo de ver a matemática. Mas quem disse que a vida é tão fácil assim.
Sim, já devem estar imaginando que é um daqueles clichês de amor entre a aluna e o professor, só que o diferencial é que ele não é o professor.
Esse foi um dos meus contos favoritos, tanto por envolver a minha estação favorita quanto por ser crítico e ter uma excelente narrativa.
Tenho que admitir que no começo achei a Jasmine muito chata por querer seus pais fora de suas decisões, eu sei que por ter 17 anos já quer sua liberdade, mas é muito cansativo isso de adolescente sempre implicarem com seus pais por estarem tentando ajudar em suas vidas e é algo muito generalizado. Mas depois acabei gostando dela, principalmente por ser diferente das outras garotas que tentam mudar o cabelo tudo porque não é o padrão de beleza (esse é uma forma crítica que já tinha falado ali em cima), eu imagino o cabelo dela sendo uns cachos bem lindos. Já o Davi é todo fofinho, tem um estilo maravilhoso, ajuda a levantar o humor da protagonista, tem uma história de vida um pouco trabalhada mesmo não sendo sua visão narrativa e o melhor de tudo foi ver que ele se importou com sua vida além do romance. (Pode parecer egoísta, mas eu te digo uma coisa, muitos livros colocam a vida do interesse romântico acima da dos outros é um pouco tóxico isso, afinal sua vida também é importante.) A Nina, amiga da Jasmine, é um amorzinho de pessoa e se existisse de verdade gostaria que fosse minha amiga também, algo incrível nesse livro foi a autora ter trabalhado com a vida dela também e como queria que tivesse um livro sobre seu intercâmbio. Os pais da protagonista são aqueles que querem o melhor para a filha, só que diferente do que acontece com a Anna Júlia eles acabam aceitando o que ela escolheu como profissão e não pressionando para outra área.
Um ponto negativo do livro, mas que deu todo aquele clímax que precisava foi a Alice e a Giovana, as famosas garotas estragas vidas e que tem rivalidade feminina, por conta da Jasmine ter namorado um cara do qual a outra gostava e também por a Alice sempre querer ser o centro das atenções. Claro que não vou contar o que aconteceu porque seria um spoiler danado.
4-Amor de carnaval-Um verão inesquecível- Thalita Rebouças
Sinopse: Inha, Tati e Kaká são amigas inseparáveis que estão aproveitando o verão no Rio e o carnaval. Quando o irmão da Tati viraliza nas redes sociais por ter saído com a Kellynha Kero Kero, uma cantora famosa e a garota passa a ter uma fama, algo que sempre almejou em sua vida mudando a vida dela e de suas amigas. Já a Inha está tentando superar um fim de namoro com Alex e nem um pouco empolgada para o carnaval é obrigada a sair com suas amigas para ver e aproveitar a praia.
Sinceramente não gosto muito da escrita da Thalita Rebouças, porque alguns livros que li e filmes acabei pegando ranço por as personagens sempre dar de tudo apenas por um romance, como é o caso de "Tudo por um pop star", é muita loucura você fazer tudo aquilo por pessoas que nem conhece direito, mas até que gostei bastante do filme "Confissões de uma garota excluída"... Enfim isso nem tem relação com o livro e estou desviando do assunto, desculpem por isso.
O conto tem personagens sonhadoras de mais e querendo fama, algo que pode ser até normal na sociedade em que vivemos, mas ao ponto de estragar a vida de alguém? E a Kaká que quer namorar com alguém da realeza, isso não é apenas interesse e nada relacionado com estar afim? Esses são os pontos que não gostei na trama. Mas tirando isso foi um conto que discutiu sobre os impactos causados por um boato.
Agora analisando as personagens, eu tive muita dificuldade de gostar da Tati por ela ser uma pessoa que quer toda a atenção para si sem nem mesmo importar os outros a sua volta, inclusive ela conseguiu piorar um pouco da vida da Inha apenas pela fama. Já a Kaká, seu sonho era casar com um príncipe, mas pelo menos ela dava para suportar. A Inha era a mais normal do grupo e tinha metas bastante realizáveis, gostei bastante dela. O Guima, que garoto amorzinho e totalmente fofo, gostei bastante de ter se enrolado todo em sua fala. Senti um pouco a falta dos pais, mas não é algo que estragou o enredo.
Já a trama, eu não consegui desgrudar os olhos quando o Guima apareceu e rolou todo um bafafá (quem leu vai entender isso).
No geral foi um conto que gostei.
Quotes:
"Em como minha vida havia sido limitada, no quanto eu tinha dado importância para coisas que não valiam a pena...para alguém que não valia a pena."
"Os acordes, os sons, as notas e a maneira como a melodia exercia um poder imenso sobre as pessoas não importando se músico ou ouvinte, fascinavam o rapaz.".
"Ainda de olhos fechados, deu tudo de si para mostras às pessoas que a música poderia ser assim: um retrato do que diz o coração."
"Só o que precisava fazer era absorver uma música triste, tornando-a parte da sua memória. Parecia difícil admitir que não se sentia feliz, mas surpreendentemente a música podia, sim, ajudá-la a não remoer sozinha o quanto se sentia perdida."
"Não nego que fugir da realidade às vezes é sensacional e que a música pode fazer isso, sem precisar de artefato mágico nenhum. Mas tudo tem ritmos e melodias, sendo realidade ou não, o que te faz pensar que até o silêncio, que é a ausência de som, é algum tipo de música."
"Na verdade, toda nota pode ter variações, e não acho que há limites pra criar sons e música. Se dependesse de coisas concretas, ou você seria uma péssima artista ou não seria artista de jeito nenhum."
"Se você não pode ser quem as pessoas querem que você seja, torne-se a pessoa que elas não conseguem ser."
"Crescer não é só ter liberdade para escolher ou tomar decisões. É lidar com as consequências de seus atos também."
E aí já leram esse livro? Ou algum livro dessas autoras? Conte-me nos comentários o que acharam sobre.
Espero que tenham gostado do post e vejo vocês na próxima semana.
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janeiro-2020 · 5 years ago
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Quarta, 6 de maio de 2020, 2h25min
Eu raramente escrevia sobre você.
Você era a certeza que eu tinha "pra sempre".
Perdi a conta das inúmeras brigas que comprei por sua causa. Sempre que me colocavam contra a parede "ou ele ou eu", uma nova pessoa acabava se afastando ou indo embora da minha vida.
E não é que eu não me importava com os outros, é que você importava mais.
Na minha cabeça ingênua, que te via como o cara por quem me apaixonei, você era tipo um "amor da vida".
Eu sabia que o amor tinha mudado, que por questões além do meu controle - e da minha vontade - a gente não daria certo.
Mas pra mim, ele nunca deixaria de existir.
Estaria sempre ali: em cada conselho, em cada desabafo, em cada hora que passávamos juntos, na intimidade que eu acreditava que tínhamos levado quase uma década para criar.
Você nunca me exigiu muito esforço. Primeiro, porque sempre fomos honestos um com o outro. Depois, porque tudo caminhou de uma forma super natural. E, por fim, porque, como eu disse, você era uma das pessoas mais importantes da minha vida, e isso sempre foi claro pra todos que me cercam e todos que "entraram" depois de você.
Então você imagina minha tristeza quando percebi que você estava se afastando.
Quando percebi que você não sabia mais de tudo que acontecia na minha vida e eu tampouco sabia da sua. Ao contrário, me via como uma estranha, como alguém pra quem você não tinha tempo. (E foi exatamente isso que você me disse mais tarde).
Se a situação fosse inversa, eu faria questão de você. Acho que, talvez pelo meu jeito romântica, de quem aparentemente idealiza pessoas, sentimentos e emoções, eu imaginei que você faria o mesmo.
Então, de novo, imagina minha surpresa ao me deparar com essa versão de você que eu nem sabia que existia.
Em quase dez anos, eu nunca pensei que você pudesse ser tão... distante, tão frio, tão... feio.
Eu tentei fazer o que sempre faço com meus relaciomentos, de forma geral, quando chegam num ponto em que eu desconheço a pessoa ou não entendo alguma atitude que ela tomou: tentei rastrear conversas, grupos, etc.
No meio de textos que você escrevia, de fotos que tiramos, vídeos e conversas, eu não consegui perceber como eu deixei passar esse você que eu tô vendo agora.
Eu sequer sei explicar a razão dessa indiferença: se é por alguém que apareceu em sua vida; ou por algum tipo de surto; ou depressão (com esse cenário que vivemos, não sei); ou só porque não gosta mais de mim mesmo.
Só sei que isso tudo machuca.
Eu não sei mais se eu fantasiei tudo que eu tive contigo ou se foi real - e aqui não falo só dos anos que namoramos, que foram a menor parte da nossa "relação".
Não sei nem se foi amor dos dois lados, ou eu só quis que fosse porque você foi o cara que tirou minha virgindade e naquela época eu idealizava estar com "uma pessoa pra sempre".
Não sei se teve amizade depois, ou se teve você fazendo um puta esforço pra passar algumas horas comigo por, sei lá porquê, ao invés de sumir de uma vez, como fez agora.
Eu não sei de mais porra nenhuma.
Só sei que você foi o cara que viveu minha transformação de menina pra mulher. Que passou por todas as etapas importantes da minha vida. A única pessoa que eu fiz questão de manter presente em todos os relacionamentos que tive depois de você.
Só sei que, de verdade, eu raramente escrevia sobre você. (E quando fazia eram, ironicamente, textos de "certeza", "porto seguro", "amor eterno", "admiração" e outras ilusões ridículas nesse nível).
Hoje em dia você é texto frequente.
Uma parada tão linda, que na minha cabeça vinha de outras vidas, virou um poço de dúvidas, mágoas e ressentimentos.
Você me fez acreditar um tantinho menos no amor.
E certamente em mim mesma, e na minha capacidade de escolher e julgar as pessoas e o que elas dizem sentir.
Talvez isso seja bom, porque me faz ficar mais forte pra lidar com pessoas (escrotas) como você, que tem aos montes espalhadas pelo mundo.
Mas uma outra parte de mim lamenta mais do que algum dia vou ser capaz de traduzir em palavras.
Eu te achava um ser humano incrível. Quem me conhece sabe o quanto eu te admirava. Cansei de ouvir do meu próprio namorado, por exemplo, que eu sempre te ouvia dentre todas as pessoas.
Mas sabe, provavelmente você não era tudo isso.
Você se esconde num discurso de pregar o melhor pras pessoas, de pregar o amor em detrimento do ódio, mas você não sabe nem o que é isso. Você é só mais um, igual os milhares que estão aí no governo, que fala o que os outros querem ouvir e, quando cansa, decide mostrar sua cara de verdade, sem se importar com quem vai magoar no processo.
Só mais um que finge: finge discursos, finge se importar, finge sentimento.
Coloca uma máscara pra reproduzir um discurso de "responsabilidade emocional" quando aposto que nunca leu uma linha sobre isso. Você fala porque é bonitinho, tá na moda, provavelmente pra se sentir um pouco menos escroto.
Mas você é.
Você pode ser um profissional foda (embora eu não saiba se ainda acredito nisso); pode ser um bom filho ou um bom amigo pra quem realmente você considera amigo.
Pra mim, você escolheu ser um trauma.
Você conseguiu destruir tudo de mais lindo que eu sentia por você, e que fundamentava minhas crenças de que é possível terminar e seguir amando, ser amigo, ser "pra sempre", mesmo separado.
E eu nunca, nunca, nunca mesmo, vou te perdoar por isso. (Não que eu seja idiota de achar que você se importa).
E eu tô falando isso tudo agora porque vendo essa desgraça de coronavírus fodendo com todo mundo, você segue sendo uma preocupação. Mesmo que não queira e muito menos mereça.
Então se acontecer alguma coisa contigo, isso era algo que precisava ser dito.
Quem sabe na próxima vida você evolui :)
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absolutegravityman · 5 years ago
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Reposted from @eu_determino Você está diante de uma tempestade na sua vida? Então eu quero te dizer que as tempestades são a forma que Deus encontra de nos mostrar que precisamos modificar algo, que precisamos dar atenção a algo. Elas geralmente vem pra fazer uma mudança drástica da nossa trajetória na vida e/ou no nosso eu mais íntimo. Nada, absolutamente nada, acontece sem um propósito maior. As tempestades são uma forma de nos tirar da zona de conforto, que adoramos viver���. Isso não quer dizer que viemos a esse mundo pra sofrer. Tampouco viemos pra passar pela vida e desfrutar somente das coisas materiais e das que são exigidas pelo nosso ego, pela sociedade. Viemos a esse mundo para evoluir espiritualmente e nos tornarmos seres melhores. E isso é uma lei universal chamada lei da evolução, que diz que tudo evolui, não involui. Não se revolte diante de uma tempestade. Procure qual a lição que ela quer te ensinar, porque todas elas são mestres do nosso caminho e nós nunca saímos igual ao que éramos quando entramos... Se você resistir ao fluxo da água nessa tempestade, sofrerá muito mais. Deixe que ela siga, viva dia após dia refletindo e buscando quais atitudes, palavras e pensamentos que você emitiu lá atrás criaram aquela situação. Porque não é Deus quem está te punindo... foi você quem criou aquilo pra si! Deus fez leis universais que mantém a ordem e a justiça no universo. Colhemos exatamente o que plantamos. Se você planta mágoas, ódio, tem grandes chances de colher um câncer ou uma doença desafiadora. Esteja atendo. VOCÊ é o autor da sua própria realidade. Seus pensamentos e palavras criam exatamente aquilo que você externa na sua vida... Aprenda como funciona as leis terrenas e aplique no bem e viverás uma vida alegre e abundante 🌹♥ Você acredita no que está escrito aqui? Comenta SIM pra eu te ver aqui em baixo🤩 ⤵ Com luz e amor, Martina Jaques @despertarconsciente _____ Participe do canal do Eu Determino no Telegram. Link na bio @eu_determino - #regrann (at Urb Los Ficus - Santa Anita) https://www.instagram.com/p/B_GR3zVB1EG/?igshid=9c3k8tfrfxid
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larasbusy · 5 years ago
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Minhas férias
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Caramba. Foi estranho. Depois de tantos meses sob estresse, pude respirar - e como respirei! Fiz uma viagem de carro e vi as árvores se distanciando em alta velocidade. Pareciam vultos verdes, desnivelados, ondulados. Inspirei o ar quente de verão e não me senti tão desconfortável quanto eu achava que me sentiria.
Posso dizer que estas férias foram as férias que finalmente relaxei. Pensei. Evolui. Parei de olhar para mim mesma com ódio. Passei a olhar para o espelho e falar “esta sou eu”. Era difícil me reconhecer quando via meu reflexo. Mas, acredito que aceitar que esta é minha aparência e ponto final é tão gratificante quanto dizer “eu me amo”, só que sem extrapolar a boa vontade da minha autoestima. “Dane-se minhas estrias. Dane-se minhas espinhas. Dane-se meus pelos. Esta sou eu! Acabou!”.
Passei a ler poemas e percebi como existem pessoas com as mesmas ideias que eu. Fernando Pessoa me passou um sentimento gostoso de representatividade que mal posso esperar para repassar aos demais. Logo, comecei a escrever poesia de uma forma bela, a qual nunca tinha feito anteriormente. Pintei também, de acordo com o que meus sentimentos desejavam.
Cantei alto, para afastar qualquer mal da minha mente.
Confesso, também houveram aqueles momentos ruins, pois, além de ter tempo para me amar, percebi que também amava outros. Mas já era tarde. No mesmo dia que entendi meus sentimentos - e iria revelá-lo -, quem me cativou me contou que estava apaixonado. Ah, doeu. Não tanto quanto poderia doer, mas machucou um pouco. Daí, deitei no meu tufon e passei a escutar Niagara Falls - JayMay. Olhei para o teto, no escuro. Pisquei, inspirei e expirei devagar. 
Só.
E as emoções, pouco a pouco, se diluíram e se tornaram flores suaves. Não, não fere mais.
Ah, como é bom ter tempo!
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corujinhaof · 5 years ago
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Já não estou mais na idade de guardar raiva ou levar esse ou outro sentimento negativo adiante. Pesa demais. Descobri que Deus mora onde há paz. Aprendi a fechar a porta da alma e esquivar o coração para os sentimentos e assuntos ruins que circulam por aí. Como é pesada a carga de quem carrega negatividade (nossa ou dos outros). Aprendi a fingir que não vejo, não escuto, não sei. Aprendi a não mais voltar na mesma tecla, seguir adiante e olhar só para meus próprios pés. Aprendi que é melhor caminhar descalço da soberba e desarmado de rancor pelos caminhos de calma, de amor, de bondade e tranquilidade. E isso a gente só aprende machucando e sendo machucado, por muitas vezes. Só assim descobri que a mais frase certa a ser usada, quase sempre é o silêncio. Abstrai. Finge que não entendeu. Finja que nem é contigo. Continue seu caminho. Deus faz morada onde há paz. Silencie o coração. Abrande o olhar. A boca fala do que está cheio a alma. Esvazie-se do negativo, do pessimismo, do revanchismo e ódio. Pra quase tudo existe perdão e para o que talvez se torne imperdoável, existem os desvios da vida. Ignore, afaste-se e esqueça. Nunca pense em revidar o mal recebido e aprenda que não importa o quanto você se importe ou não se importe, só é magoado quem quer ser, só é angustiado quem quer, só fica triste e carregado de inimizades quem deseja. Eu estou em paz e a desejo pra você também. A gente evolui conforme aprende a dominar a capacidade de poder controlar nossos ouvidos, nossas palavras e nossos atos. Queira ser a calma que refrigera a alma. Queira ser o silencio que diz mais que todas as palavras. Preencha o seu coração de coisas boas. Queira ser a paz onde Deus faz morada. Queira ser a morada da paz. Paz e Bem meus amigos! . . . . . @hashtagsemportugues #blogueira #blogueiras #blogueirasbrasil #blogueirabrasil #blogueirabrasileira #blogueirabr #blogueirasbr #blogueirasever #blogueirasunidas #blogueirando #blogueirasiniciantes #blogueirainiciante #blogueirassa #blogueirasdobrasil #vidadeblogueira #blogando #brazilianblogger #brazilianbloggers #bloggerbrasil #blogueiras4ever #hashtagsemportugues #blogger #instablogger #bloggerstyle #photooftheday #corujinhaof #Grac (em Salvador, Bahia, Brazil) https://www.instagram.com/p/B42DqZhhfkO/?igshid=6d8g520gh5gy
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diaryofanobsessivefangirl · 7 years ago
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English version of this post here
Sabe umas das 127563 razões pelas quais amo Escrava Isaura? A estória é sobre a heroína e o vilão.
Não estou sendo ousada ao afirmar isso: É quase lei que telenovelas tenham um casal principal (heroína/mocinho) enfrentando obstáculos em ficarem juntos como centro da narrativa. Ainda que esta seja sobre vingança, a obstinada sede do herói eventualmente será apenas uma interferência em estar com aquela que ele ama e deixar o rancor e ódio para trás.
Em Escrava Isaura, a dinâmica que impulsiona o enredo para frente não é entre o herói e a heroína, mas entre ela e o vilão. Se não fosse por Leôncio, a luta de Isaura por liberdade não seria tão difícil e, portanto, significativa. Se não fosse por ela, Leôncio jamais evoluiria para mais do que um canastrão. Esses personagens precisam um do outro para dizerem ao que vieram, ao contrário dos romances açucarados da Isaura, que nunca se aprofundaram para além disso ou providenciaram conflito o suficiente para sustentar um enredo.
Antes de mais nada, Leôncio está presente na vida de Isaura desde os primeiros episódios até o fim. Os interesses românticos dela são tão irrelevantes que ela troca de um para o outro, e cada relação é desenvolvida por cerca de 40 capítulos apenas.
Além disso, o desenvolvimento em si não impressiona, e serve para falar sobre a Isaura como personagem mais do que sobre o casal como indivíduos ou conjunto. Tobias, o primeiro cara, foi um herói interessante, porque, apesar de ser gentil, ele não era mole. Tobias era sagaz, sabia se impor e contra-atacar verbalmente os insultos de Leôncio. Mas isso não significa que ele muda conforme os episódios, ou é apresentado com mais dimensões ou profundidade. Portanto, não há um desenvolvimento do personagem verdadeiramente. Álvaro, por outro lado, é o raso estereótipo do príncipe encantado. Em compensação, já que Isaura receia trair a memória de Tobias, o romance dos dois passa por mais problemas internos interferindo no felizes para sempre, diferente de Tobias/Isaura (Que praticamente foram um caso de amor à primeira vista), mas isso não diz nada sobre o Príncipe Encantado. Isso é sobre Isaura. Então o que fica entre eles e a felicidade é, inicialmente, a resistência emocional da Isaura e, posteriormente, o impedimento externo que era sua condição de escrava (Assim como foi entre ela e Tobias). É sempre a Isaura quem muda sua perspectiva das coisas, seja para aceitar a si mesma como cativa e perceber que Tobias não se envergonharia dela por isso, ou entender que ela pode amar novamente depois que ele morre. É sempre a Isaura quem evolui através dessas relações, sempre ela quem tem uma lição a aprender.
E sabe que outro personagem evolui? Leôncio (Mas do que a Isaura, por sinal). Nossa, os escritores dedicaram-se a construção desses personagens quase como se eles fossem o centro da estória (Nível de sarcasmos alto demais).
Para finalizar, a divulgação da novela foca no vilão e na mocinha quase como se pergunta-se “Mocinho? Temos um mocinho?”, “Na verdade, dois, mas quem se importa?”
Você não encontrará uma única sinopse oficial mencionando os pares românticos da Isaura. Elas descrevem a estória como a luta de uma escrava pela liberdade do seu senhor obcecadamente apaixonado por ela.
A capa do DVD? Ambos na capa da frente, ou ela na frente e ele atrás
Viagem para divulgação internacional da telenovela? Lucélia e Rubens fizeram juntos, apenas os dois
Até a audiência não se importava com os casos de Isaura com Tobias e Álvaro. Minha família me conta que só senhoras torciam por eles. O resto da população, principalmente as jovens, não esperavam o próximo capítulo por um outro beijo terno entre os pombinhos. Elas esperavam por Leôncio entrando inesperadamente no quarto da coitada.
Isaura e Leôncio significam tudo um para o outro; eles impedem seus rivais de terem o que mais desejam. Leôncio nega a Isaura sua liberdade; Isaura nega a Leôncio seu amor. Sem um personagem, o outro não tem razão de existir.
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stiiatch · 8 years ago
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Quando sento pra escrever, abro a página e coloco uma música minha personalidade muda completamente, meu espírito muda completamente e consequentemente meus sentimentos também. Isso faz com que muitas coisas que já disse entrem em contradição com redações mais recentes, porém, mesmo entrando em contradição continuam sendo verdades, pontos de vista para ser mais exato.
Por esse motivo muita coisa pode ser vista com mais de 1 ponto de vista, muitos textos que anteriormente poderiam ser vistos como textos românticos viram cartas de um suicida, textos que poderiam ser vistos com tom de ódio viram cartas de amor e por assim vai. Mas longe de mim querer dizer de que forma deve-se ler as coisas que escrevo, bom, se é que alguém de fato as lê, mas esse não é intuito, esse local não passa de um longo desabafo de todas as minhas personalidades e todos os meus sentimentos, que acreditem, são vários.
Bom, é reconfortante saber que muito daquilo que penso está localizado em um lugar, e mais reconfortante ainda ficar lendo tudo aquilo que já escrevi com o coração, todos os sentimentos que já botei para fora de diversas formas. São incontáveis as vezes que escrevi chorando, que escrevi rindo e que escrevi com medo, até por que, sou de fato uma pessoa emocional demais, sentimental demais e muito, mas muito medrosa. 
Enfim, não sei ao certo por que de escrever tudo isso, nunca entendi de fato qual foi o meu real intuito de abrir uma conta e começar a escrever como um louco, mas me ajudou a superar muita coisa, a liberar espaços dentro de mim que estavam abarrotados. Hoje estou feliz, feliz por conseguir ver o quanto eu evolui em tão pouco tempo, feliz por ver que fui muito longe, sem sequer sair do lugar. 
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thainaragomesblr · 8 years ago
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Sabe aquele momento inusitado em que vc vê que tudo não tem mais sentido que tudo perdeu a graça que vc não é nada não é bonita(o) nem inteligente nem nada que esperaram se você ?! Sabe quando tudo que te dizem e tudo que vc sente te destrói a cada segundo? Pois é eu sei, e como sei. E vim aqui só p te contar um segredo: isso passa, isso muda vai demorar sim e tudo pode vir a toma de novo do nada e eu sei o quanto é e está sendo difícil p vc mas por favor não pense nem por um segundo em acabar com sua vida. Ela é valiosa sim e merece teu esforço para melhorá-la. Sabe aquele momento de paz que vem do nada e pode durar só alguns segundos, quando vc olha p céu e vê que o dia está bonito, ou o clima está agradável, ou se olha no espelho e nota que é sim linda (o) então meu amor essa é a vida. Dói tem momentos que doem e parece que nunca vai acabar mas eu juro. Acaba! Acaba e vc evolui absurdamente a ponto de ver o mundo de uma forma totalmente diferente. Não digo que vai ser feliz eternamente, vc vai chorar sim a vida vai te derrubar dezenas de vezes até vc amadurecer e perceber que tudo isso é necessário todas as dores e as felicidades que estão por vir sao necessárias e a gente só aprende com os erros, então queira aprender queira conseguir aproveitar momentos bobos que antes vc nem notava. Saiba sorrir de você mesmo e não se importar com opiniões alheias porque essa vida é sua e exclusivamente sua e sempre será e a única pessoa que pode mudar ela é vc ninguém pode te ajudar ou fazer isso por ti. Então queira e lute, lute muito porque vale muito a pena !!!! Chore grite sorria sinta ódio ame se debruce no chão de tanta dor no peito mas levante e tente outra vez viva um dia de cada vez mas viva porque isso é a vida é vale sim muito a pena viver !!!!
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