#na natureza selvagem
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b-oovies · 2 years ago
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Na Natureza Selvagem, 2007.
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aqui apenas dublado.
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fretadoo · 1 year ago
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Livro que inspirou Chris Mcandless a começar a sua jornada, retratado no livro " Na natureza selvagem" . Um título raro em inglês.
Book that inspired Chris Mcandless in his Journey, written " In the woods" by Jon Krakauer Rare title
@fretadoo
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zia-80 · 4 months ago
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sucosdelimao · 1 month ago
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Rapido headcanon sobre como alguns nct's ficariam chapados
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pq eu estou chapada e queria curtir a brisa com um deles.
são apenas pensamentos bobinhos mas se não curte o assunto passa reto!
Markus Lee:
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Fica Extremamente Risonho quando a brisa tá batendo porque sente cosquinhas
"Oh babe... is tickling"
acho que a primeira vez ele ficaria um pouco assustado..
mas depois se não ficasse Muito bobo ia só relaxar e ficar de dengos com a namorada
Jaehyun:
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nosso querido Jamal... amigos das duas uma ou ele não fuma nada nem cigarro ou ele fuma maconha pra caralhooo
"Não fuma cigarro não pô, faz mó mal" em seguida ele tira um beck do bolso
bola pastel e tosse muito
muitas vezes não sabem se ele tá chapado ou sóbrio pq ele já é chapado de natureza mt bobo
e acho que por isso pensam que ele fuma pra caralho mas na vdd com meio beck ele já ta em outro mundo
Donghyuck:
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Não sei se sabem mas as vezes apertar a verdinha deixa com uma enorme vontade de fazer amor selvagem, sabem? pois esse aqui sentiria apenas isso Toda vez
e ele aqui já eh o diabo em terra as vezes parecendo que ta possuido pelo demônio do tesão, pois assim ficaria 3x pior
Muito manhoso
fala as frases gemendo cada palavra
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Johnny Suh
fuma casualmente, mas fuma pra caralho
não gosta de ser chamado de maconheiro/fumante
mas prefere fumante (de cigarro normal) a maconheiro
ao contrário de jaehyun as pessoas não percebem mas muitas das vezes ele tá chapado e ninguém percebe
Na Jaemin
sim galera.. acho que ele fumaria super
mas não com tanta frequência, acho que só com amigos/namorada pra curtir
prefere beber a fumar
adora cuidar da namorada quando ela tá na brisa por que ela fica com dengo
Jisung park
ele também.. acho que fumaria algumas poucas vezes, dá pra contar nos dedos
fica 3x mais calmo
fica risonho
renjun e chenle cuidariam dele assim tipo ficariam em cima dele enquanto a brisa não passasse e ele assim 😁😁😁 de boas 0 thoughts
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cartasparaviolet · 1 year ago
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Não coloco minha energia e nem perco o meu tempo com quem não sabe contemplar as estrelas. Sou uma sobrevivente do Inferno de Dante, sei bem suas passagens e seus caminhos, entre vales e montanhas, porém sem atalhos. Sei bem como sentar à mesa com meus demônios encarando-os com franqueza expondo as fraquezas que minha alma carregava há tanto tempo. Sei que nas noites de Lua Cheia, esse lobo interno uiva e mostra os caminhos. Sirva-me de amor, não o convencional, busco algo que transcenda explicações. O banquete principal é recheado de amor-próprio. Sou o incompreensível que buscam entender, o paradoxo que rejeitam, a nova vida-flor que nasce em meios às rochas que tentam asfixiar. O tempo já me tirou coisas o suficiente, inclusive levou-me com ele. Precisei ser paciente com as minhas imperfeições e aceitar que diante do Senhor do Tempo nada posso, mas tudo possuo. Tenho todo o tempo do mundo, pois encontrei tempo para mim mediante a falta de tempo do mundo. Priorizei-me quando ninguém mais o fez. Acolhi-me quando ninguém ofereceu-me sequer um abraço. Fui meu pai, mãe, amiga e irmã diante das diversas circunstâncias da vida e, quanto mais ela me exigia, mais eu lhe oferecia. Renasci, reaprendi, mudei, transmutei, borboleta à fênix, Eu sou. Portanto, não será de migalhas que viverei e de quem só as oferece, por favor, retirem-se. Não há mais espaço nesse castelo interno para conto de fadas com personagens e roteiros desinteressantes. Não busco o príncipe encantado ou herói, mas também não aceito o vilão. Eu fui todos os personagens em uma só diante do palco da vida. Aprendi a atuar e flutuar por entre suas poses, contextos e dissabores. Cansa ser todos e não ser eu mesma. Busquei em um olhar encontrar a plenitude de mim e encontrei naquele olhar ferino o selvagem que me alimentaria. Sinto muito, sinto mesmo, sou intensidade em todas as medidas. Busco a regeneração, após doses de auto destruição. Busco força, após anos de fraqueza. Busco solitude, após anos de solidão. Busco paz, após anos de tormenta. Busco a luz, após noites escuras da alma constantes e aparentemente infindáveis. Busco amor, após tamanha indiferença. Busco a mim, acima de tudo. Sou mulher, sou deusa, sou loba. Sou amor, sou ternura, sou compaixão. Sou tempestade, maremoto e furacão. Sou tudo e nada. Sou terra, fogo, água e ar. Sigo pelo vento, esse é o elementar. Sigo no fluxo do rio da existência rumo ao mar. Sou feita de magia e minhas verdades, pouco me importa se não segui às suas vontades. Uma mulher decidida possui a força da Natureza, dos anjos, dos demônios, das estrelas e do Todo. Um ser completo em sua incompletude que aprendeu a localizar a saída de seu próprio submundo, não há nada que me impeça de ser livre. Já fui prisioneira e hoje sou quem liberta. Já fui medrosa e hoje transmito força. Já quis desistir de tudo e hoje transmito esperança. Já tentaram falar por mim e hoje sou voz ativa para quem precisa. Já fui cega e hoje vejo além dos véus da ilusão. Já fui caos e hoje sou paz. Já morri em vida para renascer na morte e mostrar para quem a teme que ela é uma aliada, diariamente nos visitando para ceifar aquilo que já não agrega. Deixo ir, abro espaço para o novo, corto na lua minguante para que a Lua Cheia renove as minhas forças. O lobo acompanhará os meus passos, como estrela guia, rumo ao meu destino.
@cartasparaviolet
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ghstlymess · 5 months ago
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Ela
Ela é aquela tal de menina-mulher
de natureza mansa e gentil
e feroz e selvagem
tudo isso se oculta em seu ser
que tem um quê de bicho etérico
só a enxerga aqueles que querem ver
doce e meiga
brincalhona quando se sente segura — essa é a menina na mulher
infinitamente triste quando machucada
tudo nela é tudo ou nada
ou ama ou nem se quer existe em seu mundo
a fria indiferença é o que dá medo sobre ela
uma hora tu é bicho cativo em seu doce coração, de bom grado, é claro, e em outra tu tá abandonado e ela se encontra mais distante do que o Alasca e tão fria quanto
olha, ela é complexa em sua infantil simplicidade
tu não encontra algo assim em qualquer esquina
uma vez na vida, se tiver sorte,
não posso reclamar, quem a tem por perto sabe que é ter um universo de ser para se inspirar
um constante lembrete de que amor incondicional existe
porque é assim que ela ama
e apesar das tormentas, eu juro:
à noite a vejo brilhar como o mais lindo dos vagalumes.
- @macsoul
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01298283 · 4 months ago
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Tarot l Terapia e Reflexão
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Hoje vou comentar sobre a carta da lua que faz parte do Tarô de Marselha,na reflexão anterior comentei sobre a carta da cobra do Baralho Cigano Lenormand. O texto está tanto neste blog principal quanto no blog de backup @reserveposts .
Reflexão
Em determinados momentos nem tudo parece claro em nossas vidas,este arcano nos chama a reflexão interior a mergulharmos em nosso interior e inconsciente,como dizemos na bruxaria,nossas sombras das quais inúmeras vezes fugimos delas e não temos a coragem de enfrentá-las,será doloroso em muitos aspectos,a transformação e a transição exigem que atravessemos vales sombrios,nossos demônios,nossos medos,nossas dúvidas ou erros.
Este arcano também fala sobra às incertezas e às ilusões,nossas emoções,muita das vezes a realidade dos fatos e a verdade estão bem explícitas em nossa frente e a sua intuição ou a sua espiritualidade está alertando você,para que você abra seus olhos e faça o que deve ser feito antes que seja tarde demais ou aconteça algo irremediável e irreparável,muita das vezes não pensamos nos resultados das nossas ações futuras,viver o aqui e agora,o presente é importante mas medir às consequências dos nossos atos e sua influência no futuro também é necessário.
A lua fala sobre coisas ocultas,sejam positivas ou negativas e sobre o despertar de nossas almas e a importância de zelar pela nossa espiritualidade,sem hipocrisias,pois caso contrário,de nada vale é apenas uma máscara e você não terá acesso a uma verdadeira evolução e maturidade espiritual,será algo morno e superficial sem valor algum,sem profundidade e sem acesso ao poder e a essência,pois é justamente a essência que leva ao poder e autoconhecimento ou proteção.
É um arcano com diversas e variáveis interpretações,todos os arcanos possuem o seu lado positivo e negativo e abrangem diversos significados e possibilidades. Uma das cartas mais enigmáticas que o tarot possui,vastas possibilidades. Ignorar a verdade jamais fará com que a verdade se torne uma mentira,o arcano leva o indivíduo a refletir que viver sobre uma ilusão mostra que o indivíduo passará a caminhar em círculos sem a possibilidade de se encontrar e acessar o autoconhecimento e seus reais potenciais,a lua esconde mas também tem sua luz que revela e suas fases que demonstram a necessidade do ser humano evoluir e evolução é aprender a ver além do que fomos ensinados e o desprendimento de dogmas,sistemas ou crenças limitantes e a nossa ignorância ou ganância.
Muitas pessoas vivem sobre ilusões e não percebem que o preço da ilusão e da ignorância é o caos,alguns indivíduos criam seus próprios caos e culpam terceiros por isso,por exemplo,a ganância desenfreada é uma ilusão dentro da natureza de muitos,a ganância abre a porta de aspectos caóticos,por exemplo,guerras e a morte de inocentes,fome,desigualdades e misérias,o sistema do qual estamos inseridos é alicerçado em pilares de riquezas ilusórias e superficiais que resultam no caos,observe que raramente há satisfação entre tais,apenas sede e ânsia de desejos desenfreados e mesquinhos e grande insatisfação apesar de possuir "tudo",tais possuem "tudo" menos sabedoria e o autoconhecimento,ter um título ou diploma não é sinônimo de sabedoria.
O arcano revela sobre essa ótica que,o ser humano raramente tem a coragem de mergulhar dentro de si mesmo,há dois cães selvagens na carta revelando que embora o homem (ser humano) pregue o quão civilizado é e age eles continuam a agir de forma primitiva,isso é,pregam que evoluímos mas a natureza primitiva e selvagem sempre está em ênfase. A ganância por exemplo é algo primitivo,às superficialidades,traições,falsidades,egoísmo e tantas outras coisas que resultam em catástrofes mundiais,sociais ou injustiças.
Com a água e o crustáceo temos às representações da psique e emoções,no âmbito positivo podemos dizer que ambas nos chamam a introspecção,a explorar às profundezas do nosso eu interior,espírito e alma para explorar novas compressões e conhecimentos,confrontar o desconhecido independentemente dos medos para assim obtermos libertação e um novo nível de consciência acima dos anteriores,algumas verdades estão escondidas e o arcano incita você a buscar a verdade seja no seu interior ou em seus meios exteriores,pois o falso conforto que a ilusão oferece tem um preço alto e não procure terceiros para culpar quando sabe o que deve fazer,lembre-se que toda ação tem uma reação.
Nunca tenha medo de fazer o que é certo independente das consequências,o arcano incita a deixarmos de sermos covardes a covardia revela fraqueza e miséria,o arcano nos diz que há muitos sinais dos quais devemos estar atentos,não ignore os sinais. No meio da neblina a lua mostra que o conhecimento e a fé é a nossa bússola ou a força que necessitamos. Não há nada que permanece oculto para sempre,algumas coisas muita das vezes já foram reveladas você precisa apenas acordar e ter coragem.
Nada está claro agora? Mas dentro do seu inconsciente algo está dizendo o que você nega-se a ver,prefere continuar distorcendo às percepções? Quanto mais você fugir pior poderá ser,o arcano fala da escuridão mas também da luz e a luz trará tudo a tona.
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luneefrancis · 10 days ago
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𝐒𝐮𝐬𝐬𝐮𝐫𝐫𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐯𝐞𝐧𝐭𝐨 | 𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐞𝐬 𝐒𝐦𝐢𝐭𝐡
Avisos: Esta é a primeira história que posto aqui no Tumblr, não contém hot, pois não apoio esse tipo de literatura. As imagens na capa são do Reddit e do Pinterest (créditos aos usuários).
Sinopse: Charles Smith não era o homem mais sociável da gangue, mas para você, era o melhor para estar ao lado. Fazia-lhe sentir segura e confortável quando passeava com ele. Certo dia, incapaz de esconder seus sentimentos por mais tempo, você decide confessar seus sentimentos por Charles, e a reação dele é surpreendente.
𝐄𝐬𝐩𝐞𝐫𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐞! 🤍
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A caminho da lagoa Moonstone,
O barulho dos cascos em meio a terra era o que a fazia sentir feliz e tudo ao redor parecia mais vívido, a poeira deixada atrás era o indício de um presente já tornando-se passado. O ocasional cantar dos pássaros, o relinchar dos cavalos... De repente, a uma distância foram ouvidos alguns urros, até então desconhecidos. 
—Você sabe o que é isso? —Ele pergunta e sem sombra de dúvida, já sabe a resposta. Em toda a gangue, Arthur e Charles são os que mais possuem conhecimento sobre a natureza que os cerca.
Esquecera-se de que Charles estava ali, estava tudo tão silencioso, que nem pensara que ele queria conversar.
—Parece uma vaca, mas selvagem? —Você meneia a cabeça com um sorriso meio torto,
—Eles são parecidos, —Ele acena a cabeça. — E com certeza, bem maiores.
Ele então, parece ter uma ideia e para a sua égua, Taima, puxando a rédea levemente e então, vira-se. —Quer dar uma olhada?
Charles a convidando para algo? Parece fantasia, mas por que negaria?
Você acena a cabeça com um sorriso e então, aos trotes descem um pequeno morro indo em direção a uma grande planície. A brisa sopra sutilmente e algumas pedras enfeitam a grama mista de verde e amarelo, já desgastada pelo clima.
Então, você percebe ao longe o que seriam os maiores animais que já vira: bisões. E meu Deus, como são enormes. O olhar de surpresa é tão evidente, que nem seria possível que notasse Charles a olhando perifericamente com um sorriso leve.
—Podemos chegar mais perto? —Pergunta olhando para ele, esperançosa. Talvez não sejam tão agressivos quanto imagina, podem ser gigantes gentis, como Charles.
Ele desvia o olhar e encara as planícies. —Sim, mas não tão perto. Vamos respeitar o espaço deles.
Logo, os dois galopam a um ponto mais próximo dos bisões. É uma imensa manada, o que a deixa ainda mais maravilhada são os filhotes, que correm livremente. São tão pequenos, mas daqui a pouco tempo, já se tornarão gigantes como seus pais.
Charles contou que estão em processo de migração e que estão em busca de água.
—Talvez estejam fugindo de caçadores, é muito comum. O que mais me irrita são os que matam esses animais por diversão, não por necessidade. —Ele franze as sobrancelhas, parecendo estar em pensamento profundo. —Uma vez, estava cavalgando com Arthur e vi vários deles mortos, todos os corpos estirados no chão... Foram deixados ali pra morrer. Nós achamos os culpados e... —Ele pausa, não querendo terminar a frase.
—E...?
—Eles aprenderam uma lição. —Sua frase é curta, claramente não querendo prolongar o assunto. Ele desce de Taima, faz carinho em seu focinho e então, se aproxima de você. —Vamos?
Você acena que sim e ele a ajuda a descer do cavalo.
—Sem barulhos. Vamos mais perto assim. —Ele se agacha minimamente, caminhando de forma furtiva até uma pedra mais próxima dos bisões.
Você o acompanha e então, param atrás da pedra e ajoelham-se para que possam ver a manada.
—Isso é perfeito, Charles.
Charles sorri junto. Uma imagem tão rara, mas tão bonita. Deveria dizer a ele quando fica lindo sorrindo ou está tudo estampado em sua face?
O silencio se estabelece por alguns minutos, deixando apenas o vento sussurrar. De repente, ele decide falar.
—Minha mãe era uma nativa... Sempre me contava histórias sobre os bisões. Como eles são sagrados para o nosso povo e devemos respeitá-los, eles provêm muitas coisas para nós... —Sua mão paira sob o chão, afundando-a lentamente na terra.
Você sempre se perguntou sobre as origens de Charles, além do que a etnia demonstrava fisicamente e também sobre a sua família.
—Sua mãe devia ser uma pessoa muito boa, Charles.
Ele sorri um pouco, dando um aceno de cabeça. Logo, só podem ser ouvidos os pássaros e a brisa suave.
—E o seu pai? Como ele era?
—Meu pai... —Ele engole seco, olhando as próprias mãos. —Ele era um homem bom, mas quando minha mãe foi sequestrada por soldados e não achamos o seu paradeiro... —Franze as sobrancelhas— Tudo mudou. Meu pai começou a beber e a não parar mais, estava sempre angustiado com tudo. Me virei sozinho com tudo isso, até os 13 anos, quando saí de casa. Nunca mais tive notícias dele.
O coração doeu só por ouvir tudo o que contou, porém, o mais dolorido seria ter vivido tudo aquilo e não ter tido a capacidade de mudar o que estava acontecendo. Seu passado não podia ser alterado, como Charles tornou-se alguém tão honroso tendo uma história tão conflituosa?
Você se coloca no lugar dele e então, tudo parece mais doloroso. Uma dor aguda invade seus olhos e você tem certeza de que eles brilham com as lágrimas iminentes.
—Tenho certeza de que teriam muito orgulho se vissem quem você se tornou. —Você suspira, olhando para ele. Embora tente sorrir, sua expressão demonstra toda a aflição que sente por ele. —Você é um homem bom, Charles.
—Tento ser. —Ele respira fundo, olhando em frente e um pequeno sorriso se forma em seus lábios.
Os dois se sentam e o silêncio a seguir é confortável, é nítido que confiam um no outro. Mas não consegue parar de pensar, seria esse o momento para tentar? Quando teria outra oportunidade?
Com muita hesitação, você coloca sua mão sob a dele. São essas pequenas atitudes que você tem, para tentar fazer com que ele entenda os seus sentimentos.
Ele olhou o enlace das duas mãos, o olhar um pouco arregalado. Ele sentiu como se aquilo representasse toda a ligação entre vocês: suas mãos, tão delicadas e opostas às dele, como se o toque tão leve suavizasse toda a dureza da vida.
Charles jamais saberia explicar aquilo em palavras, não era um poeta e estava longe de ser, porém, tentaria demonstrar. Com uma súbita coragem no peito, ele vira e entrelaça as mãos, apertando firmemente.
Um gesto tão simples, mas apenas vocês dois saberiam o quanto aquilo importava.
Sem conseguir ir mais adiante com aquele segredo, uma onda de determinação a invade e faz com que você decida confessar o que sente.
—Charles, eu... —As palavras parecem presas na garganta, é quase impossível contar tudo o que está sentindo. —Desculpa, eu não consigo... —Uma risada nervosa escapa pelos seus lábios.
Ele ri um pouco e então, se vira para encará-la com um sorriso suave. —Eu... Eu só quero que você saiba que eu também sinto isso.
Ele sabia o que você estava prestes a contar? Ou era apenas um blefe?
—Isso o que? Eu não acho que estamos falando da mesma coisa. —Você balança a cabeça. Droga, por que foi falar tão impulsivamente, mesmo sabendo que criou expectativas e que elas podem ser facilmente despedaçadas?
—Eu gosto de você... —Ele pausa. —Mas me arrisco a dizer que eu te amo.
Seu coração vacilou por um momento e após a parada abrupta, palpitou de forma desenfreada. Uma sensação quente correu-a pelo rosto.
Você mal podia acreditar nas palavras ditas por aquele homem, Charles gostava de você esse tempo todo? Isso era humanamente possível?
Parece que ele imediatamente se arrependera do que confessou, encarando de volta o chão. E se ela estivesse falando sobre outro assunto? Acabara de revelar o que sente e nem sabia se esse era o momento certo, era mesmo um tolo.
—Meu Deus, Charles, o que você tá falando... É sério mesmo? —Você aperta a barra do vestido. É algo que faz quando está nervosa.
Charles percebe seu nervosismo e mesmo se sentindo da mesma maneira, tenta tranquilizá-la com um sorriso reconfortante. O que funciona... Muito bem?
—Sabe que não brinco com coisas assim. —Ele responde rapidamente.
—Eu te amo. —As palavras despejam. —Eu só não quero que tudo isso seja um sonho.
Suas palavras fazem com que Charles não consiga esconder seu constrangimento, ele exibe um sorriso tão bobo, é claro que a ama.
—Não me faça dizer duas vezes, já foi difícil na primeira vez... —Ele ri um pouco. —Eu não sabia como fazer que você percebesse, não sou bom com palavras.
Espera um pouco, era por isso que ele estava a ajudando mais? Se oferecendo para passeios e missões só para estar com ela? Conversando mais do que o normal, o que não era tão frequente? Estava tudo tão óbvio.
—Acho que você deixou claro. —Você sorri suavemente, lembrando-se de todas coisas que ele já fez por ti. —O que fazemos agora?
Ele também pareceu ter a mesma dúvida, o que acontece após uma confissão de amor? Ele dá de ombros, sem ter uma resposta correta e então, passa o braço em volta dos seus ombros, a deixando o mais próxima possível.
 —Assim tá bom?
Você descansa a cabeça em seu peito, sorrindo. —Mais do que bom.
Mais tarde, cavalgaram à lagoa Moonstone, admiraram a paisagem tão etérea, pescaram alguns peixes para levar ao Pearson e até mesmo, entraram na água afim de se refrescarem do dia tão ensolarado.
Foi incrível, embora tenha sido difícil cavalgar em roupas encharcadas.
Quando enfim chegaram ao acampamento, tanto ensopados, quanto alegres, havia a certeza de que aquele era apenas o início de um duradouro e próspero relacionamento.
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littlepaganwitch · 2 months ago
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Quais ciclos existem?
Os ciclos da natureza são padrões recorrentes que regulam o funcionamento do meio ambiente e a vida no planeta. Esses ciclos são fundamentais no paganismo, pois representam a interconexão entre todas as coisas. Aqui estão os principais ciclos naturais:
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Ciclos Cósmicos
Ciclo Solar (Dia e Noite): Alternância entre o dia e a noite, regulando energia e descanso.
No paganismo: Dia é associado à ação, vitalidade (energia solar); noite à introspecção e mistério (energia lunar).
Ciclo Lunar (Fases da Lua)
Nova: Renascimento, começos.
Crescente: Crescimento, progresso.
Cheia: Poder, realização.
Minguante: Liberação, encerramento.
Ciclo Estelar
Posições das estrelas e constelações influenciam diferentes energias, especialmente na astrologia e magia.
Ciclos Sazonais (Roda do Ano)
Os ciclos das estações são celebrados em muitas tradições pagãs:
Primavera: Renascimento, novos começos.
Verão: Crescimento, vitalidade, colheita inicial.
Outono: Colheita final, reflexão.
Inverno: Repouso, regeneração.
No paganismo, esses ciclos são honrados através de festivais sazonais como Yule (solstício de inverno) ou Beltane (primavera).
Ciclo da Água
Evaporação, Condensação, Precipitação, Escoamento: Regula a água no planeta. Representa purificação e renovação no paganismo, sendo usado em rituais de limpeza e purificação espiritual.
Ciclo dos Elementos
Fogo, Terra, Água, Ar: Cada elemento tem seu papel e está em constante movimento no equilíbrio natural.
No paganismo: Esses elementos são integrados em práticas rituais e meditações.
Ciclo de Vida e Morte
Nascimento, Crescimento, Maturidade, Declínio e Morte: Todos os seres vivos passam por esse ciclo. No paganismo, a morte é vista como uma transformação ou transição, muitas vezes levando ao renascimento.
Ciclo da Fertilidade
Plantas e Animais: O ciclo de reprodução e crescimento é essencial para a continuidade da vida. É celebrado em festivais como Beltane (fertilidade e união).
Ciclo das Marés
Regulado pela gravidade da Lua e do Sol. Simboliza fluxo e refluxo emocional e espiritual, usado em magias relacionadas à água e à intuição.
Ciclo do Solo (Nutrientes)
Decomposição e Renovação: Plantas e organismos mortos fertilizam a terra, promovendo nova vida. No paganismo, isso é visto como símbolo de transformação e renascimento.
Ciclo das Estações de Plantio e Colheita
Preparação, Plantio, Crescimento, Colheita, Repouso: Representa o fluxo da agricultura e da sobrevivência. No paganismo, simboliza prosperidade, trabalho e recompensa.
Ciclo Circadiano
Ritmo Biológico Diário: Ciclos internos que regulam o sono, alimentação e energia ao longo do dia. Pagãos podem adaptar práticas espirituais ao momento do dia, como meditações ao amanhecer ou reflexões noturnas.
Ciclos Climáticos (Chuvas, Ventos, Seca)
Movimentos que regulam a atmosfera. Pagãos honram fenômenos climáticos em rituais para pedir proteção ou harmonia com a natureza.
Ciclo da Energia Planetária
Os movimentos planetários (retrógrados, conjunções) influenciam energia espiritual e práticas mágicas.
Ciclos Humanos
Vida Individual: Infância, adolescência, maturidade, velhice.
Ciclos Emocionais: Altos e baixos emocionais refletidos nos ciclos naturais.
Muitos pagãos conectam seu próprio ritmo de vida ao da natureza, buscando equilíbrio.
Ciclo de Extinção e Renovação (Natureza Selvagem)
Processos de destruição natural (incêndios, tempestades) que promovem renovação e fertilidade.
Ciclo Energético
A energia da natureza (árvores, cristais, fontes) se renova constantemente. Pagãos utilizam esse ciclo para alinhar-se espiritualmente com o meio ambiente.
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Os ciclos da natureza ensinam sobre equilíbrio, mudança e continuidade. Os pagãos celebram esses ciclos como uma forma de alinhar suas vidas às forças universais, reforçando a interconexão entre humanos e o cosmos.
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bababyaga · 3 months ago
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( feminino • ela / dela • pansexual ) — Não é nenhuma surpresa ver BABA YAGA andando pelas ruas de Arcanum, afinal, a BRUXA DO COVEN WHISPERING WOODS precisa ganhar dinheiro como ARTESÃ E TARÓLOGA. Mesmo não tendo me convidado para sua festa de TREZENTOS E NOVE ANOS, ainda lhe acho sábia e independente, mas entendo quem lhe vê apenas como fria e imprevisível. Vivendo na cidade HÁ TRINTA ANOS, JOHN WICK cansa de ouvir que se parece com INBAR LAVI.
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Resumo: tbc.
HISTÓRIA:
Quem nunca ouviu falar sobre o Bicho-Papão? Ou melhor, de Baba Yaga?
A origem de Baba Yaga é e sempre será um mistério. Alguns dizem ser uma personificação da natureza e das suas intenções mais vingativas. Outros dizem ser alguém que caiu num rancor tão absurdo, que a maldade transformou em magia. Alguns garantem que sempre foi uma bruxa em comunhão com a terra, tão forte o vínculo que se juntou à matéria e a encorpora. Tantas histórias. De velha deformada, monstro do tipo ogro horrendo, três mulheres e diferentes estágios da vida. Mas um único ponto coincide em todas: tenham medo do bicho-papão.
Mas como eu sei que vocês querem saber, apresento-lhes essa Baba Yaga.
Nome, local de nascimento, afiliações, tudo foi perdido num momento inexplicável; mas ela era conhecida. Cabelos negros, olhos profundos, sorriso cativante. A bruxa era encantadora por natureza, de uma doçura que não ganhava inimigos. Sério, ela não machucaria uma mosca! Seus estudos eram dedicados à natureza, sua preservação, transformar a ação do homem em algo benéfico. Essa bruxa trocava dias pela noite, abdicava do sono para ficar entre as árvores. Sempre descalça, cabelos ondulados cheios de folhas e gravetos, e uma expressão soturna que crescia a cada dia.
Num dia, a bruxa estava estranha e confusa, olhando para as mãos sujas de terra e respondendo às perguntas em outra língua. No outro, parecia estar de volta. Melhor, mais centrada, tão viva e perfeita que ninguém desconfiou ser aquele o último dia que a veriam. A bruxa avisou que ia resolver umas coisinhas na clareira e nunca mais foi vista. Ninguém do coven soube dizer quanto tempo se passou ou o porquê de nunca recuperar o nome dela da memória. A bruxa existiu e desapareceu, como uma brisa de verão.
Na mesma ��poca, o número de desaparecimentos em florestas russas aumentou. Estendendo para além dos limites territoriais do país. Quem conseguia escapar estava entre dois estados: histeria e desconfiança. Os histéricos falavam de ossos plantados em solo fértil, adubado; de um monstro descalço sobre um caldeirão borbulhante. Sem rosto, silencioso e implacável, dando-lhe tarefas impossíveis. Os desconfiados não falavam muito, esquivos em descrições e respostas certas. Falavam de uma conselheira inquietante, com preços inomináveis e uma aura de terror. Esses seguiam suas vidas e alcançavam seus objetivos, dando às costas aos que não tiveram a mesma chance.
O vento muda quando chegam perto de Baba Yaga. Conseguem sentir os feitiços misturados à brisa que os direcionam a ela...
A comunhão com a natureza conferia à bruxa a sabedoria milenar, armazenada nas raízes mais profundas. Seu poder ficando primitivo, vasto como as copas entrelaçada das árvores. As estrelas iluminam suas poções, a terra oferece o vaso de suas criações. AH... Baba Yaga. Sua presença ambígua, vilã e salvadora, depende exclusivamente de quem à procura. Ela lê corações tão bem quanto suas próprias mãos e os preços... Alma, coragem, tristeza, sentimentos. Ouro e riquezas não a interessam, não quando suas poções rejeitam tão mesquinhos itens.
Baba Yaga é a guardiã de segredos que o mundo esqueceu, mas que ainda habitam nos corações daqueles que ousam buscá-la.
PERSONALIDADE:
Como a floresta que a abriga, Baba Yaga é imprevisível e selvagem. Seus humores oscilam como as fases da lua, e raramente alguém consegue prever sua próxima jogada. Nos dias bons, ela é uma bruxa enigmática, humor exótico e sorrisos que dizem mais do que qualquer palavra. Inquisidora, expansiva. Nesses momentos, ela ajuda os perdidos, ensina lições, e até mesmo protege os vulneráveis. Mas em seus dias sombrios... Ah, então é melhor se afastar. O fogo em seus olhos brilha mais intensamente, e a risada ecoa como trovão em sua cabana. Impiedosa, ela testa a coragem dos tolos que ousam enfrentá-la. A compaixão dá lugar ao sadismo, e seus desafios se mostram cruéis, repletos de armadilhas invisíveis. Ainda assim, há uma profunda sabedoria nela. Não há maldade gratuita. Ela respeita aqueles que sabem quando lutar e quando recuar. Valoriza os corajosos e pune os tolos que não sabem seu lugar.
HEADCANONS:
A CASA DOS PÉS DE GALINHA: Um casarão decrépito sobre duas musculosas pernas de galinha. Certo? Por fora parece um pouco acabada. A tintura escura descamando, janelas tortas e vidros quebrados. O abandono é necessário para se confundir entre as árvores, já que os pés se juntam e solidificam em mimetismo às raízes antigas e secas. Atualmente, sua casa fica nos limites da floresta, à vista de quem der alguns passinhos além da linha invisível. E, claro, com um cercadinho adorável de madeira branca para guardar seus queridos.
HOMÚNCULUS: Criações perfeitas para combinar com sua casa. Galinhas e galos em abundância, de todas as cores e formatos. Sem cabeça, com três patas e dois pares de asas, aquela com muitos olhos e a de bico com pequenas presas. À primeira vista, parecem comuns; disfarçadas pelo leve glamour. Mas é só chegar perto para ver que não são tão inofensivas assim. Há placas de perigo avisando, claro, mas não é incomum ver casos de ataque chegando no hospital.
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miniminiujb · 1 year ago
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Ômega Thomas Shelby
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Thomas Shelby estava sentado em seu escritório refletindo sobre as recentes reviravoltas em sua vida. Thomas era um omega, e apesar de sua posição de poder, sentia uma necessidade profunda de encontrar um parceiro, um alpha que o completasse.
Thomas sentia-se solitário, com um vazio em seu peito. Ele suspirou e decidiu que não poderia ficar parado, esperando que alguém aparecesse.
Determinado a encontrar um alpha que pudesse cuidar dele, Thomas recorreu a uma festa luxuosa no centro de Birmingham. Enquanto percorria o salão, seus olhos encontraram um alpha que parecia emanar poder e autoridade. Você, um homem charmoso e misterioso, encarou Thomas intensamente, percebendo imediatamente a natureza de seu potencial parceiro.
Movendo-se com um sorriso confiante, você se aproximou de Thomas, impressionado pelo seu ar de liderança e determinação. Vocês começaram a conversar, rapidamente estabelecendo uma conexão profunda e uma atração imediata.
Thomas se sentiu atraído pelo o seu carisma e pela presença dominante. Sentia uma mistura de admiração e respeito por você, o que o levou a revelar sua verdadeira natureza como Ômega. Para a surpresa de Thomas, você não se intimidou nem se incomodou com a revelação.
Ao contrário, você confessou que também tinha suas próprias inseguranças e revelou que estava procurando um parceiro como Thomas. Você valorizava a inteligência, a dedicação e o espírito lutador do Ômega. Era a conexão perfeita.
Thomas e você decidiram passar a noite juntos na mansão de Birmingham. Thomas sentiu seu coração acelerar enquanto vocês se entregavam ao amor apaixonado e selvagem que ambos compartilhavam. Naquela noite, Thomas descobriu um novo mundo de prazer e cuidado que nunca imaginara ser possível.
Nos dias que se seguiram, Thomas e você construíram uma relação profunda e duradoura. Enquanto Thomas comandava os Peaky Blinders, você assumiu um papel protetor como seu marido e amante. Juntos, vocês formaram uma força poderosa, capaz de dominar tanto o submundo quanto o amor que compartilhavam.
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livrosencaracolados · 10 months ago
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Dotada de uma notável capacidade descritiva e de uma sensibilidade peculiar que se reflete nas páginas, Katherine Rundell criou nesta obra um fenómeno delicioso que, exatamente por não ser o género de muita gente, deveria ser lido por todos. O modo quase lírico como a prosa flui, aliado ao talento incrível da escritora para criar visões vívidas na mente do leitor, tornam um enredo que se assemelha ao do Titanic (se a história seguisse as consequências do naufrágio em vez do evento em si) em algo único, belíssimo e profundamente comovente, podendo apenas ser equiparado a algo saído do Studio Ghibli em termos dos sentimentos que provoca.
Usando como palco as cidades de Londres e Paris do século XIX, este livro conjuga a viagem altamente arriscada de uma rapariga que procura o último elo que pode explicar a estranheza da sua aparência e natureza, num mundo onde a sua forma de ser é o contrário de tudo o que se deseja, a duras críticas e reflexões sobre os "valores" e instituições, que preenchidas por humanos são desprovidas de humanidade, pelas quais a sociedade se rege. Isto é possível através do investimento da autora no desenvolvimento de personagens que se destacam pelo seu realismo e com os quais é impossível não criar uma conexão, o que faz com que o sofrimento inevitável a que os mesmos são sujeitos, chame a atenção do leitor para a derradeira injustiça e falta de nexo presentes no seu tratamento. Sophie e Charles são os primeiros exemplos desta situação: o amor que os une é mais sincero, incondicional e puro do que os laços de sangue que sustentam muitas famílias, mas por ambos se rebelarem contra as milhentas exigências que são colocadas sobre o seu género e se alimentarem do que os preenche em vez do que fica bem, é lhes negada a legitimidade como pai e filha. É visível em muitas instâncias o quanto o que os rodeia lhes grita para sucumbirem ao tradicional, para abandonarem a curiosidade, a franqueza e a confiança inata que têm no que o coração lhes diz e, SIMPLESMENTE, seguirem o protocolo, mas Sophie nunca abdica das calças com remendos, do estudo do violoncelo e da perseguição louca pela mulher que confirma a sua crença de que remar contra a maré é a única forma real de viver, algo que o Charles nunca deixa de encorajar, e que é veementemente punido pelas figuras rígidas da obra.
Com a entrada dos vagabundos dos telhados em cena, a Sophie encontra, pela primeira vez, uma verdadeira sensação de controlo e compreensão no local mais inesperado concebível, e abre-se-lhe um novo mundo. A grande maioria dos caminhantes-dos-céus são crianças que não põem os pés em terra firme há anos, porque, em França, ser-se sem-abrigo é incómodo, e, por tanto, ilegal, e isso significa que seriam mandados para a prisão impessoal e fria que são os orfanatos. Para serem livres, habitam onde ninguém os pode encontrar e, embora as descrições da graciosidade com que se deslocam pelas telhas pintadas pelas estrelas sejam de sonho, o seu modo selvagem de sobreviver não é, e a escritora faz questão de não embelezar a miséria e hábitos nojentos que acabam por se infiltrar na sua identidade. Além deste grupo ser o único que está aberto a entender a importância da causa da protagonista, revelando que a maior bondade vem de quem tem pouco a oferecer e está despido de pomposidade e ego, acaba também por ilustrar a perigosa relação que se estabeleceu entre a empatia, a moralidade e a forma como cada um se apresenta no meio social. É óbvio que, a partir do momento em que alguém sem uma rede de apoio fica numa situação vulnerável, é obrigado a adaptar-se e a adotar uma forma de funcionar que assenta no desenrasque, deixando de ter tempo para os costumes politicamente corretos e polidos que, infelizmente, estão na base das relações humanas do quotidiano. Assim sendo, a negligência das frivolidades pelos que passam por tempos difíceis, quando prolongada, leva a um isolamento que queima a última ponte com a sociedade normal, fazendo com que os que estão de parte sofram uma desumanização aos olhos do público geral, passando a ser vistos como perigosos e menos merecedores de consideração. É precisamente isto o que acontece com os vagabundos dos telhados, que são tratados como animais e literalmente caçados incansavelmente, até que possam ser inseridos no sistema e alterados ao ponto de perderem todos os traços que fazem deles incómodos.
Relativamente ao desfecho do enredo, após toda uma série de considerações poderosas e umas quantas leis infringidas, a narrativa honra o seu tema musical ao acabar da mesma forma que começa, com Sophie envolta nas melodias que a ligam à mãe. No entanto, desta vez, não é uma sinfonia a ter o protagonismo, mas um Requiem, que é tocado quando a vida de alguém chega ao fim, e que, neste caso, simboliza a conclusão de um ciclo marcado por uma perpétua confusão e busca de identidade, que dá lugar à paz e a uma pequena comunidade de gente que está pronta para lutar com unhas e dentes por Sophie, e que torna o seu propósito um pouco mais claro. Contudo, apesar de o livro dar à sua heroína a oportunidade de atingir o seu objetivo e de o conflito central ficar bem resolvido e atado com um laçarote, tenho de admitir que, depois da relevância que foi dada à intriga secundária dos habitantes das alturas, há uma certa hipocrisia da autora no facto de não se preocupar em conceder-lhes um fim digno, e abandoná-los depois de eles servirem o seu propósito da maneira que os parisienses, que são alvo de julgamento, fazem. Parece-me brusco parar de escrever logo que a Sophie vê a mãe, eram necessárias mais umas 50 páginas, um segundo volume ou, no mínimo dos mínimos, um simples epílogo (e não digo isto só por o querer muito) para que fosse oferecida uma solução que devolvesse a voz às crianças em causa e recompensasse os seus sacrifícios, e essa é realmente a única falha que posso apontar a esta obra.
Fora esse detalhe, "Rooftoppers - Os Vagabundos dos Telhados" é uma leitura indescritivelmente potente e refinada que promete encantar qualquer sonhador, capturando a maravilha dos melhores clássicos infantis e a inteligência dos grandes romances num só exemplar. RECOMENDO vivamente que adquiram este livro (aqui) e que lhe dêem uma oportunidade de vos impressionar, mas aviso já que não é para os impacientes.
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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falangesdovento · 4 months ago
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“Quando uma MULHER toma a decisão de abandonar o sofrimento, a mentira e a submissão. Quando uma mulher diz do fundo de seu coração: ‘Basta, cheguei até aqui ’. Nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas da ilusão poderão detê-la na busca de sua própria verdade.
Aí se abrem as portas de sua própria alma e começa o processo de cura. O processo que a devolverá pouco a pouco a si mesma, a sua verdadeira vida. E ninguém disse que esse caminho seria fácil, mas é ‘o Caminho’. Essa decisão em si abre uma linha direta com sua natureza selvagem, e é aí onde começa o verdadeiro milagre”.
Mulheres que Correm com os Lobos.
Clarissa Pinkola-Estés.
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psarakizs · 6 months ago
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀seth  crawford  é  filho  de  poseidon  do  chalé  três  e  tem  26  anos  .  a  tv  hefesto  informa  no  guia  de  programação  que  ele  está  no  nível  iii  por  estar  no  acampamento  há  vinte  e  três  anos ( oito  meses  ) ,  sabia  ?  e  se  lá  estiver  certo  ,  seth  é  bastante  extrovertido  mas  também  dizem  que  ele  é  egocêntrico  .  mas  você  sabe  como  hefesto  é  ,  sempre  inventando  fake  news  pra  atrair  audiência  .
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basics.
NOME  COMPLETO:  seth  crawford ,  apesar  do  nunca a ter visto , carrega  o  sobrenome  da  mãe  biológica. 
DATA  E  LOCAL  DE  NASCIMENTO:  nasceu  dia  14  de  dezembro  de  1997  ,  em  dublin  ,  irlanda
GÊNERO  E  ORIENTAÇÃO  SEXUAL:  se  identifica  como  cis  gênero  masculino  e  é  bissexual e birromântico
ATIVIDADES:  líder  da equipe  vermelha  de  canoagem
PODER E HABILIDADES: mockingjay  —  permite  copiar  a  voz  de  alguém  ,  mesmo  a  tendo  ouvido  uma  única  vez  e  possibilitando-o  emitir  uma  melodia  hipnotizante  e  poderosa  ,  semelhante  ao  canto  do  mockingbird  ,  que  pode  afetar  emocionalmente  todas  as  criaturas  próximas  ,  sejam  elas  humanas  ou  animais  .  o  poder  também  tem  uma  conexão  com  a  natureza  e  a  vida  selvagem  .  quando  entoada  ,  os  mockingbirds  reais  e  outras  aves  são  atraídos  para  seth  ,  criando  um  espetáculo  incrível  de  asas  brancas  e  marrom  claro  voando  em  torno  dele  .  no  entanto  ,  o  poder  também  exige  cautela  -  se  usado  de  forma  excessiva  ou  sem  discernimento  ,  pode  esgotar  o  portador  e  enfraquecer  seu  emocional  .  além  disso  ,  o  impacto  emocional  pode  ser  tanto  positivo  quanto  negativo  ,  sendo  importante  que  seth  esteja  emocionalmente  equilibrado  e  focado  em  seus  objetivos  ;  força  e  reflexos  sobre  humanos. 
ARMA: ganhou  de  presente  de  seu  pai  uma  balestra  ,  onde  a  arma  em  si  é  feita  de  madeira  de  carvalho  fundida  com  ferro  estígio  ,  bem  como  as  flechas  forjadas  do  mesmo  metal. 
traits.
CARACTERÍSTICAS POSITIVAS: extrovertido  ,  responsável  ,  organizado  ,  paciente  ,  protetor  ,  engraçado  ,  atencioso  ,  confiante
CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS: egocêntrico  ,  teimoso  ,  ciumento  ,  rancoroso  ,  indeciso  ,  dramático  ,  impaciente  ,  cético 
INSPIRAÇÕES:  aaron  samuels  (  mean  girls  )  ,  akeno  menzies  (  gossip  girl  )  ,  nate  archibald  (  gossip  girl  )  ,  gilbert  blythe  (  anne  with  an  e  )  ,  jj  maybank  (  outer  banks  )  ,  emmett  cullen  (  twilight  )  ,  ryan  howard  (  the  office  )
biography.
mesmo por de trás de toda tragédia, ainda existe o bem. ao menos, foi assim com seth. filho de poseidon, com uma jovem recém formada no ensino médio, a história do filho do deus dos mares começa antes mesmo dele ser concebido. conheceram-se durante um cruzeiro, o relacionamento que tiveram pode ser descrito como intenso, breve e marcante, para ambos. quando tiveram que se separar, poseidon tomado pelo carinho que havia nutrido, seguiu durante os meses seguintes a cuidando, de longe, apenas para que tivesse certeza que estava bem. percebeu, com o tempo, a mudança dela e descobriu que estava grávida. mas ele não podia retornar para a vida ela.
tw: suícidio
quando chegou a hora de dar a luz, a mulher sabia da responsabilidade que tinha. ela não podia manter a criança, pelo seu bem, pelo bem da criança e da sua reputação. sua família havia a enviado para a faculdade crente que estava indo estudar, e assim ela faria. estava decidida que daria o bebê para a adoção. porém, foi impossível. quando viu os olhos azuis parecidos com do homem das suas férias, ela foi tomada por um amor nunca antes conhecido. desesperada, sem saber o que fazer, jogou-se ao mar com o bebê.
fim do tw.
poseidon não poderia salvar os dois, precisava escolher um. e foi o filho. o deixou na beira da praia, em um cesto, para que alguma alma caridosa cuida-se da criança. porém, toda história de heróis existe aquele que cuida do pequeno. diferente do esperado, não foi um humano, e sim uma deusa. anfitrite, tomada pelo sofrimento da mãe que se jogou ao mar, decidiu que criaria o semideus escondido de poseidon, no mesmo lugar que havia se escondido dele.
poucos anos após, o deus acabou por descobrir o que sua esposa fizera, brigando com ela e explicando que não poderia, ele deveria ter tido a chance de crescer como qualquer outro semideus. indignada com a falta de zelo do marido, a deusa explicou que ele era muito pequeno e que teria sido morto por monstros antes mesmo da primeira noite. seth estava com três anos quando foi largado as margens do lago do acampamento meio sangue.
se alguém perguntasse a ele quando criança, diria que cresceu como qualquer outro semideus. claro que teve cuidados especiais até certa idade, mas nunca houve diferença na sua criação. muito pelo contrário, até ficar adolescente, nunca tivera nenhum contato com a tecnologia humana, tampouco tinha vontade de sair do acampamento. a influência de poseidon em seu dia-a-dia sempre fora forte, o fazendo ter ligação com os pegasus.
após a guerra contra gaia, se viu em uma encruzilhada. ele poderia permanecer no acampamento, mas tinha uma vida toda para descobrir depois das proteções que ali tinham. se arriscando por conta própria, saiu para poder viver outra realidade. naquele ano, experimentou tanta coisa e conheceu tantas pessoas, que já era um mochileiro pelo planeta. havia incorporado a seus princípios ideias de sustentabilidade e preservação ambiental, que havia começado um projeto na antártida, quando foi chamado para retornar o acampamento. chamado esse que sequer hesitou em responder.
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cartasparaviolet · 1 year ago
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A doce e valente Pocahontas ancorava os dois pés em terra firme e o coração capaz de alcançar as estrelas. Dançava, rolava, pulava em meio às flores, matas e bambuzais. Ouvia atentamente os conselhos das árvores, das águas e dos animais. Buscava encontrar em pedregulhos pelo caminho o seu coração-diamante. Buscava encontrar nos mistérios da natureza aquele que preencheria seu ser de certeza, que o ser selvagem que residia em seu interior ansiava por liberdade. Não havia mais como prendê-lo, dominá-lo ou escondê-lo. Em noites de Lua Cheia, refletia os olhos vermelhos carmesim intensos e rebeldes. Um clamor de minha alma impossível de recusar. Correr, sorrir, amar; sentir reverberando em meus ossos a vida percorrendo por minha nova estrutura. O sangue quente, os sonhos inesquecíveis, o destino inevitável. O sabor da fruta fresca, das refeições em frente à lareira, das noites de descanso sob as estrelas. Eu pertenço à água doce e salgada. A relva seca e molhada. As tempestades e o arco-íris. Nos tempos de colheita e estiagem. A primavera e o inverno. Ao céu e ao inferno. Aos ciclos de nascimento e morte. Aceito que possuo mais fases que a Lua, as quais admiro em meu reflexo em um espelho d’água nua. Uma mulher meio loba, meio boba que encontrou na dualidade do mundo uma forma mais consciente para contemplar sua própria existência.
@cartasparaviolet
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mindskillers · 17 days ago
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⠀⠀❝  my  mother's  child  dances  in  darkness ⠀⠀    she  sings  heathen  songs ⠀⠀    by  the  𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡  𝑜𝑓  𝑡𝘩𝑒  𝑚𝑜𝑜𝑛 ⠀⠀    and  𝒘𝒂𝒕𝒄𝒉𝒆𝒔  𝒕𝒉𝒆  𝒔𝒕𝒂𝒓𝒔  and  renames  the  planets ⠀⠀    and  dreams  she  can  reach  them ⠀⠀    with  a  𝑠𝑜𝑛𝑔  and  a  𝒃𝒓𝒐𝒐𝒎!  ❞
⠀⠀⠀⠀     ☽✭⁺    ⸻ task  2:  core memories, o  ritual.
DEVANA.  ⸻  (  𝑑𝑧𝑖𝑒𝑤𝑎𝑛𝑛𝑎,  𝑑𝑧𝑒𝑤𝑎𝑛𝑎  )  é  a  deusa  da  vida  selvagem,  da  natureza,  das  florestas,  da  caçada  e  da  lua.  é  filha  de  perun,  o  deus  do  trovão,  e  mokosz,  a  grande  mãe  e  protetora  das  mulheres.  desde  o  nascimento,  ela  era  um  espírito  independente,  montando  cavalos,  tornando-se  uma  caçadora  habilidosa  e  domando  lobos  e  raposas,  que  nunca  saíram  do  seu  lado.  o  amor  de  devana  por  sua  liberdade  se  transformou  em  uma  obsessão.  sua  feminilidade  desenfreada,  no  entanto,  era  inaceitável  para  os  poderosos  deuses  masculinos,  perun  acreditava  que  sua  filha  era  infantil  e  arrogante.  suas  constantes  caçadas  e  o  uso  do  cabelo  solto  como  uma  recusa  em  se  casar  com  qualquer  homem  o  irritaram,  logo  ela  se  rebelou.
ㅤㅤé algo engraçado, pensou zie consigo mesma, como uma pressão que nunca havia sentido estava presente agora. os ombros estavam um pouco curvados, como se existisse alguém acocorado em suas costas, fazendo com que ela se abaixasse. será que os deuses estavam pedindo reverência antes de qualquer coisa? não, ela pensou. aquilo era a ideia de que a família tinha voltado a atenção para ela por mais que não estivessem ali, finalmente tinham lembrado de sua existência como um ser pensante e que agia no mundo. porém, não era exatamente isso. eram as superstições dos dvoràk falando mais alto, se um deus que não contavam escolhesse zienka, o que aconteceria? e se nenhum deus a escolhesse? com certeza significaria maus presságios, azar, mal agouro.
ㅤㅤrespirou profundamente naquela meditação antiga que havia aprendido quando era ainda mais nova, esquecendo-se da cacofonia que eram as vozes da família. o silêncio se instalou no momento exato que o ritual começava, o que lhe deu mais segurança, ainda que não soubesse exatamente como as coisas funcionariam. anastászie estava disposta a confiar na força do caos da existência. assim que inalou a fumaça do sacro cardo, sentiu os pulmões se dilatarem como se dessem espaço para a erva fazer efeito, os olhos pesaram e fecharam sem que ela tivesse controle algum sobre o que acontecia ali. por alguns minutos, enquanto ainda mantinha o seu ser em um limbo entre as duas dimensões, sentia como se uma árvore se enraizasse no seu coração e começasse a crescer quase como uma erva daninha pela sua garganta, até que não conseguia mais respirar. ela não parava e chegou até o topo da cabeça. será que vou sufocar porque virei uma árvore, enraizada no chão? o pensamento quase infantil tomou conta de si, mas antes que pudesse se desesperar tudo parou. ela só não sentia mais nada.
ㅤㅤquando era mais nova e começou a aprender sobre a meditação antiga, alguém lhe falou que existia algo chamado suspensão da realidade que era o objetivo derradeiro da meditação. o ponto de equilíbrio da alma, espírito e corpo que fazia com que tempo, espaço e tudo mais que existisse parassem por algum tempo. só a consciência persistiria. se ela pudesse descrever como estava se sentindo — ou a falta de sentir algo, para melhor parafrasear —, iria dizer que atingiu o ponto de suspensão da realidade. quando aquela constatação deixou de ser uma novidade e ela armazenou aquela informação, notou que não estava na academia. uma floresta estava na sua frente, porém não era uma floresta como qualquer uma, havia algo indescritível do qual ela tentou observar o máximo que podia.
ㅤㅤera o lugar mais bonito que ela viu na vida. a grama era de um tom de verde vivo e bonito, harmonizando com as árvores, flores, frutos e todos os demais detalhes que pareciam totalmente perfeitos e em sintonia. mais para frente notou que as árvores se abriam um pouco mais, provavelmente era uma clareira que havia ali e de lá vinha uma luz dourada do sol que deixava uma sombra diferente no pedaço que zie estava. único. porém, nada ali se mexia. não havia brisa e nem movimento natural, parecia que o fluxo da natureza estava parado. suspenso na realidade. moveu o pé, que notou estar descalço apenas naquele instante, na grama e nada se moveu senão seu próprio corpo. era estranho e interessante de ver, o movimento existiu e, ainda assim, não causou nenhum efeito na grama. não havia causa e efeito ali. era como se zie fosse um espírito na floresta e isso foi interessante.
ㅤㅤ❝agora digam se há a donzela que eu amo entre as donzelas que vejo.❞ uma voz cantarolou em algum lugar, de uma forma dual. era melódica ao mesmo ponto que era rouca, como se estivesse arranhando algo. zie reconheceu aqueles versos, era de uma cantiga antiga das várias que a família lhe ensinou durante sua educação até aquele ponto. se a memória não falhava chamava quando eu caminhava pela floresta negra. propício. algo no seu ser disse que deveria responder o verso.
ㅤㅤ❝ah! não! infelizmente! não, ela foi colocada no leito da tumba há muito tempo.❞ cantarolou de volta num tom baixo e suave, sem sequer notar que seus pés a levavam em direção a clareira. só notou isso quando estava ali, vendo o sol bater diretamente em um toco de árvore no meio do lugar que era bem mais aberto. não havia movimentos, porém teve a ideia de que não estava sozinha, de outra forma como poderia ter escutado a voz? era como se algo pairasse ao seu redor, sem que ela pudesse compreender.
ㅤㅤ❝então me mostre o caminho onde meus passos devem trilhar, para alcançar aquela câmara escura onde dormem os mortos.❞ a voz respondeu, cantarolando, no entanto não houve tempo para que zie respondesse o resto da cantiga porque o som continuou, saindo do campo das tradições antigas para algo ainda mais ancestral e misterioso. ❝poucos são os que não se assustam com essa música, menos ainda aqueles que a conhecem.❞ algo como uma brisa rodopiou pelo ar ao seu redor, por mais que ainda houvesse aquela realidade estranha de não sentir nada. era ver, compreender, mas falhar em justamente sentir. ❝responda, criança, você sabe o que é o ventre sagrado?❞
ㅤㅤa pergunta lhe tomou com surpresa, algo que nunca havia escutado na vida até aquele instante, entretanto parecia um conhecimento que estava em si esse tempo todo. como se fosse uma força primal que estava adormecida, finalmente despertando. tentou formular algo para dizer, uma resposta que encapsulasse tudo aquilo que havia despertado, só que não era capaz. algo na sua mente dizia que a resposta não estava em palavras, nunca seria capaz de descrever. notou que sequer havia cantado, sua boca não havia sido aberta desde que havia chegado naquele lugar. só então olhou ao redor, a clareira viva ao seu redor e com toda a sua intenção observou a grama, as flores, folhas, troncos, frutos e, pouco a pouco, a brisa que rodopiou ao seu redor tomou contou do lugar. lentamente as flores dançavam pelo toque do ar bruxuleante e alguns animais começaram a se aproximar de forma igualmente lenta, formando um círculo ao redor do tronco. um lobo veio até ela e encostou seu focinho no seu ventre; surpreendentemente ela não temeu.
ㅤㅤ❝você entende o sagrado da vida e, assim, a vida escolhe o ventre. que os mistérios se abram diante dos seus olhos e por eles eu possa enxergar. probuď se, mé dítě, tvoje cesta právě začala po zrádné cestě divokých lesů.*❞ a voz ressoou agora dentro da sua mente, fazendo com que o corpo todo vibrasse, principalmente no ventre que o animal havia tocado. era algo único. era como se o seu corpo se tivesse tornado outra coisa, por mais que continuasse fisicamente igual. haviam tantos mistérios na existência que zie ponderava se algum dia seria capaz de ver tudo.
ㅤㅤquando recobrou a consciência, de alguma maneira que não era capaz de descrever, anastászie tinha certeza que devana, a senhora da vida selvagem, havia lhe escolhido. voltar a sentir teve um peso que não esperava porque agora conseguia sentir a vibração da vida ao seu redor, o percorrer da energia vital e da natureza tocando a sua pele e enchendo os pulmões a cada respirar. percebeu, por fim, que nunca tinha vivido.
ㅤㅤacabará de nascer.
*acorde, minha criança, sua jornada acabou de começar pelo caminho traiçoeiro das florestas selvagens.
ㅤㅤㅤㅤ@aldanrae
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