#tasks. ☽✭⁺ ⸻ 𝗟𝗨𝗔𝐶𝑅𝐸𝑆𝐶𝐸𝑁𝑇𝐸.
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mindskillers · 17 days ago
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⠀⠀❝  my  mother's  child  dances  in  darkness ⠀⠀    she  sings  heathen  songs ⠀⠀    by  the  𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡  𝑜𝑓  𝑡𝘩𝑒  𝑚𝑜𝑜𝑛 ⠀⠀    and  𝒘𝒂𝒕𝒄𝒉𝒆𝒔  𝒕𝒉𝒆  𝒔𝒕𝒂𝒓𝒔  and  renames  the  planets ⠀⠀    and  dreams  she  can  reach  them ⠀⠀    with  a  𝑠𝑜𝑛𝑔  and  a  𝒃𝒓𝒐𝒐𝒎!  ❞
⠀⠀⠀⠀     ☽✭⁺    ⸻ task  2:  core memories, o  ritual.
DEVANA.  ⸻  (  𝑑𝑧𝑖𝑒𝑤𝑎𝑛𝑛𝑎,  𝑑𝑧𝑒𝑤𝑎𝑛𝑎  )  é  a  deusa  da  vida  selvagem,  da  natureza,  das  florestas,  da  caçada  e  da  lua.  é  filha  de  perun,  o  deus  do  trovão,  e  mokosz,  a  grande  mãe  e  protetora  das  mulheres.  desde  o  nascimento,  ela  era  um  espírito  independente,  montando  cavalos,  tornando-se  uma  caçadora  habilidosa  e  domando  lobos  e  raposas,  que  nunca  saíram  do  seu  lado.  o  amor  de  devana  por  sua  liberdade  se  transformou  em  uma  obsessão.  sua  feminilidade  desenfreada,  no  entanto,  era  inaceitável  para  os  poderosos  deuses  masculinos,  perun  acreditava  que  sua  filha  era  infantil  e  arrogante.  suas  constantes  caçadas  e  o  uso  do  cabelo  solto  como  uma  recusa  em  se  casar  com  qualquer  homem  o  irritaram,  logo  ela  se  rebelou.
ㅤㅤé algo engraçado, pensou zie consigo mesma, como uma pressão que nunca havia sentido estava presente agora. os ombros estavam um pouco curvados, como se existisse alguém acocorado em suas costas, fazendo com que ela se abaixasse. será que os deuses estavam pedindo reverência antes de qualquer coisa? não, ela pensou. aquilo era a ideia de que a família tinha voltado a atenção para ela por mais que não estivessem ali, finalmente tinham lembrado de sua existência como um ser pensante e que agia no mundo. porém, não era exatamente isso. eram as superstições dos dvoràk falando mais alto, se um deus que não contavam escolhesse zienka, o que aconteceria? e se nenhum deus a escolhesse? com certeza significaria maus presságios, azar, mal agouro.
ㅤㅤrespirou profundamente naquela meditação antiga que havia aprendido quando era ainda mais nova, esquecendo-se da cacofonia que eram as vozes da família. o silêncio se instalou no momento exato que o ritual começava, o que lhe deu mais segurança, ainda que não soubesse exatamente como as coisas funcionariam. anastászie estava disposta a confiar na força do caos da existência. assim que inalou a fumaça do sacro cardo, sentiu os pulmões se dilatarem como se dessem espaço para a erva fazer efeito, os olhos pesaram e fecharam sem que ela tivesse controle algum sobre o que acontecia ali. por alguns minutos, enquanto ainda mantinha o seu ser em um limbo entre as duas dimensões, sentia como se uma árvore se enraizasse no seu coração e começasse a crescer quase como uma erva daninha pela sua garganta, até que não conseguia mais respirar. ela não parava e chegou até o topo da cabeça. será que vou sufocar porque virei uma árvore, enraizada no chão? o pensamento quase infantil tomou conta de si, mas antes que pudesse se desesperar tudo parou. ela só não sentia mais nada.
ㅤㅤquando era mais nova e começou a aprender sobre a meditação antiga, alguém lhe falou que existia algo chamado suspensão da realidade que era o objetivo derradeiro da meditação. o ponto de equilíbrio da alma, espírito e corpo que fazia com que tempo, espaço e tudo mais que existisse parassem por algum tempo. só a consciência persistiria. se ela pudesse descrever como estava se sentindo — ou a falta de sentir algo, para melhor parafrasear —, iria dizer que atingiu o ponto de suspensão da realidade. quando aquela constatação deixou de ser uma novidade e ela armazenou aquela informação, notou que não estava na academia. uma floresta estava na sua frente, porém não era uma floresta como qualquer uma, havia algo indescritível do qual ela tentou observar o máximo que podia.
ㅤㅤera o lugar mais bonito que ela viu na vida. a grama era de um tom de verde vivo e bonito, harmonizando com as árvores, flores, frutos e todos os demais detalhes que pareciam totalmente perfeitos e em sintonia. mais para frente notou que as árvores se abriam um pouco mais, provavelmente era uma clareira que havia ali e de lá vinha uma luz dourada do sol que deixava uma sombra diferente no pedaço que zie estava. único. porém, nada ali se mexia. não havia brisa e nem movimento natural, parecia que o fluxo da natureza estava parado. suspenso na realidade. moveu o pé, que notou estar descalço apenas naquele instante, na grama e nada se moveu senão seu próprio corpo. era estranho e interessante de ver, o movimento existiu e, ainda assim, não causou nenhum efeito na grama. não havia causa e efeito ali. era como se zie fosse um espírito na floresta e isso foi interessante.
ㅤㅤ❝agora digam se há a donzela que eu amo entre as donzelas que vejo.❞ uma voz cantarolou em algum lugar, de uma forma dual. era melódica ao mesmo ponto que era rouca, como se estivesse arranhando algo. zie reconheceu aqueles versos, era de uma cantiga antiga das várias que a família lhe ensinou durante sua educação até aquele ponto. se a memória não falhava chamava quando eu caminhava pela floresta negra. propício. algo no seu ser disse que deveria responder o verso.
ㅤㅤ❝ah! não! infelizmente! não, ela foi colocada no leito da tumba há muito tempo.❞ cantarolou de volta num tom baixo e suave, sem sequer notar que seus pés a levavam em direção a clareira. só notou isso quando estava ali, vendo o sol bater diretamente em um toco de árvore no meio do lugar que era bem mais aberto. não havia movimentos, porém teve a ideia de que não estava sozinha, de outra forma como poderia ter escutado a voz? era como se algo pairasse ao seu redor, sem que ela pudesse compreender.
ㅤㅤ❝então me mostre o caminho onde meus passos devem trilhar, para alcançar aquela câmara escura onde dormem os mortos.❞ a voz respondeu, cantarolando, no entanto não houve tempo para que zie respondesse o resto da cantiga porque o som continuou, saindo do campo das tradições antigas para algo ainda mais ancestral e misterioso. ❝poucos são os que não se assustam com essa música, menos ainda aqueles que a conhecem.❞ algo como uma brisa rodopiou pelo ar ao seu redor, por mais que ainda houvesse aquela realidade estranha de não sentir nada. era ver, compreender, mas falhar em justamente sentir. ❝responda, criança, você sabe o que é o ventre sagrado?❞
ㅤㅤa pergunta lhe tomou com surpresa, algo que nunca havia escutado na vida até aquele instante, entretanto parecia um conhecimento que estava em si esse tempo todo. como se fosse uma força primal que estava adormecida, finalmente despertando. tentou formular algo para dizer, uma resposta que encapsulasse tudo aquilo que havia despertado, só que não era capaz. algo na sua mente dizia que a resposta não estava em palavras, nunca seria capaz de descrever. notou que sequer havia cantado, sua boca não havia sido aberta desde que havia chegado naquele lugar. só então olhou ao redor, a clareira viva ao seu redor e com toda a sua intenção observou a grama, as flores, folhas, troncos, frutos e, pouco a pouco, a brisa que rodopiou ao seu redor tomou contou do lugar. lentamente as flores dançavam pelo toque do ar bruxuleante e alguns animais começaram a se aproximar de forma igualmente lenta, formando um círculo ao redor do tronco. um lobo veio até ela e encostou seu focinho no seu ventre; surpreendentemente ela não temeu.
ㅤㅤ❝você entende o sagrado da vida e, assim, a vida escolhe o ventre. que os mistérios se abram diante dos seus olhos e por eles eu possa enxergar. probuď se, mé dítě, tvoje cesta právě začala po zrádné cestě divokých lesů.*❞ a voz ressoou agora dentro da sua mente, fazendo com que o corpo todo vibrasse, principalmente no ventre que o animal havia tocado. era algo único. era como se o seu corpo se tivesse tornado outra coisa, por mais que continuasse fisicamente igual. haviam tantos mistérios na existência que zie ponderava se algum dia seria capaz de ver tudo.
ㅤㅤquando recobrou a consciência, de alguma maneira que não era capaz de descrever, anastászie tinha certeza que devana, a senhora da vida selvagem, havia lhe escolhido. voltar a sentir teve um peso que não esperava porque agora conseguia sentir a vibração da vida ao seu redor, o percorrer da energia vital e da natureza tocando a sua pele e enchendo os pulmões a cada respirar. percebeu, por fim, que nunca tinha vivido.
ㅤㅤacabará de nascer.
*acorde, minha criança, sua jornada acabou de começar pelo caminho traiçoeiro das florestas selvagens.
ㅤㅤㅤㅤ@aldanrae
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mindskillers · 20 days ago
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𝐹𝐸𝐴𝑅  IS  THE 𝐌𝐈𝐍𝐃𝑲𝑰𝑳𝑳𝑬𝑹. ☽✭⁺   ⸻  tagdrop.
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