#memórias futuras
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𝑃𝑟𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑢
etimologia
emprestado do francês presque (“quase”) + vu (“visto”).
A confusão sutil e recorrente entre ilusão e realidade que é característica da paramnésia (...)
- Joseph Heller
Paramnésia:
delírio ou confabulação baseada na memória, ou uma incapacidade de distinguir entre memórias reais e fantasiosas.
"(. . .) Um psicólogo poderia ter chamado isso de
p r e s q u e v u
– a sensação que as pessoas às vezes têm de que algo incrível está para acontecer – mas meu nome para isso era muito mais humilde: uma
h a r m o n i a "
- Stephen King
#amor#palavras#presque vu#memórias futuras#about love#aesthetic#romance#couples#fv#words#quotes#paramnesia#hopeless romantic#amour#you+me#soulmate#dreams#fvs#love
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» GAROTAS & ALL STARS SUJOS (23/11) — futura doação (!) » categoria: Hora de aventura » personagens: Marceline & Princesa Jujuba » recursos: psds por @.navh (deviantart) & fanarts por @ikimaru <3
meimei's note: eu sempre quis fazer uma capa delas, de verdade, elas são meus amores muah muah. uma memória que tenho de criança, é quando assistia hora de aventura pela SBT se não me engano, saia voado da escola pra casa só pra assistir os episódios :3 um verdadeiro exemplo pq mesmo com esse péssimo detalhe da minha vida, eu ainda era o melhor aluno da escola (~˘▾˘)~ haha, mas enfim, não gostei tanto dessa capa pq ela não ficou NADA com o que eu queria MAS fazer o que né? Que vida, vou seguir e frente e é isso :3
#social spirit#spirit fanfics#capa de fanfic#capa de spirit#capa para social spirit#capa simples#capa design#capa para spirit#capa spirit#capa de anime#capa anime#capa cartoon#capa para fanfic#capa para fic#capa para doação#capa azul#capa social spirit#capa soft#capa de fic#capa clean#capa com desenho#capa básica#capa#hora de aventura#adventure time#marceline#princess bubblegum#bubbline#this is a ship post#meinem
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uma chenji natalina 🥺 (não sei se encaxaria um sci-fi tbm mas só a chenji já tava ótima pq suas capas são lindas demais
oiii bebe, sugestão aceita ✅
Olha, eu tive q refazer 3 vezes essa capinha pq a primeira e a segunda q eu fiz eu n tinha gostado nem um pouco, e eu ja tava jurando q n ia dar certo a minha ideia, mas ate q saiu bem bonito.
espero que tenha gostado, vida!
☆ Memórias de natal
! para futura doação
idols: Chenle & Jisung
#capa para spirit#capa para fanfic#capa de fanfic#capista#kpop#capa para doação#doação de capas#spotify#capa para fic#nct#nct dream#park jisung#jisung nct#chenle#chenle nct
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Lume
A tragédia ofusca um Hamlet Invocar um tratado de todos os mortos Enquanto aproveita da fartura Lembrará do beijo de Mefistófeles
Incendiar cópulas e retinas Um horizonte retrátil No mais epidêmico pudor Congestionar eventos e subtextos
Envelhecido há dez anos Em cada um dos personagens Levado a furtar a imprudência De quem diz intervir Prometeu
E nunca o fez, nunca oportuno Um coletivo de vozes geracionais dissertando A carne-mariposa vivendo a sorte Para fora da mortalidade ou dos olhos
Uma cartografia moldada Por riscos inconsistentes Oriundos de talheres A etiqueta a mesa é desobediente
Pavões no seu tato, como soubesse do mundo A ignorância é a mãe da vaidade A identificação é uma relação com instinto e escavação Cifra o ser para futuras desvelações inconscientes
Um voyeur do habitual, tomando para si Tudo que se inclina ao inesperado As falas que propriamente são objetos Mas denotam memória afetiva
O exagero é coloquial e ignoto Habitando nesse espaço lúdico Pátria de toda questão mal gestada Que a ciência pesa: Lirismo...
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#pierrot ruivo#carteldapoesia#projetoflorejo#lardepoetas#pequenosautores#espalhepoesias#poetaslivres#pequenosescritores#semeadoresdealmas#poesia brasileira#literatura brasileira#projetoalmaflorida#mentesexpostas#projetoversografando#projetovelhopoema#projetomardeescritos#autoral#poecitas#clubepoetico
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( feminino cisgênero • ela/dela • bissexual ) — Não é nenhuma surpresa ver bathesda ruth miriand andando pelas ruas de Arcanum, afinal, a vampira do clã das sombras silentes precisa ganhar dinheiro como esposa troféu. Mesmo não tendo me convidado para sua festa de mil novecentos e quarenta e oito, ainda lhe acho meticulosa e sofisticada, mas entendo quem lhe vê apenas como coerciva e mesquinha. Vivendo na cidade há alguns anos, rue cansa de ouvir que se parece com evan rachel wood.
Para aqueles que procuram uma história, infelizmente, não estou permitido compartilhar. Esse conjunto de memórias, lembranças e feitos só podem ser adquiridos mediante coragem (e flerte com a morte). Junte um pouco, trabalhe bem essas palavras e prostre-se aos pés dessa vampira tão velha quanto o próprio tempo.
Entretanto, calma! Há informações que podem ser divulgadas e observadas. Uma vampira desse calibre, amante do divertimento da raça humana, não conseguiu passar despercebida. Nem ela queria! Seguem algumas... Passagens.
Não é estranho encontrá-la com as presas à mostra, caminhando pelas ruas desertas, parecendo insegura. Cambaleando, segurando o lenço ao redor da cabeça, usando paredes para se sustentar. Ninguém parece resistir ao clássico donzela indefesa e ficam perturbados demais com o sorriso agradecido para notar os dentes. Quando o medo pincela a reação, já é tarde demais. No início era assim, testando os limites e criando estratégias, até não serem mais necessárias.
Sutileza transformou-se em ataques sem razão. Movidos pela sede constante e crescente, mesmo acumulando anos nas costas. A vampira perdeu a compostura de atrair vítimas isoladas, preferindo ser o monstro da floresta e destruidor de vilarejos. Muitos desapareceram do mapa pelas ações dele, os corpos encontrados depois carbonizados ou inutilizando a vida pela decomposição. O estrago era tão grande, suas dentadas por todo o corpo, deixavam impossível a associação com a forasteira de cabelos em chamas.
A discrição volta com uma pitada de vingança, de revolta pelo continuar da raça e caça às bruxas. Os cabelos passaram a ser chamariz de atenção, sua inteligência considerada um encantamente, magia pura. Há relatos de ter sido 'queimada' na fogueira diversas vezes (nomes diferentes, claro) e o corpo desaparecendo nas cinzas. Pessoas desaparecidas ou mortas no mesmo dia associadas à última ação nefasta de seus demônios. Mais tarde, ela voltava para pegar seus líderes religiosos e imprimia caos nas casas mais influentes.
O desprezo total e completo pelos humanos os transformavam em bonecos de brincadeiras. Usado para bel-prazer. Encenações antigas e discussões futuras, pecinhas trocadas para ver combinações diferentes, diferentes gritos comparados para melhor toque de celular. O sangue humano era mais derramado do que bebido e ela parecia pensar em outras coisas. Considerar outras fontes de alimento além daquele clássico. Foi por aí que olhou para a própria comunidade e relembrou a experiência de anos passados.
Os humanos perderam o posto quando a vampira assumiu sua nova realidade diablerista. Vampiros iam ao seu encontro para discutir pontos e, às vezes, não saiam do covil. Houve rumores sobre uma nova época de caça aos vampiros e, ao mesmo tempo, a vampira crescia em poder. Era possível ver na aura, sentir na presença. Seus olhos brilhavam vermelho sangue, profundos e eternos, mas estavam diferentes. Puxando para um roxo azulado, como que para evidenciar o tabu de um vampiro bebendo ( e exterminando a existência) de outro.
A vampira parece procurar alguma coisa, mas não é possível saber direito. Muito foi perdido ao longo do ano, principalmente quando parecia escapar de algo ou alguém. Existiram muitos atrás dela, odiadores e fãs, mas um pareceu se destacar. Não deveria falar dele, meus antepassados escreveram um aviso na capa. Mas é estranho.
Bathesda está entrando de Arcanum sabendo que não poderá sair e leva consigo alguém velho demais para durar alguns meses. Tudo parecia certo com minhas observações, mas algo falta. Algo que não deveria. Precisarei ver nos arquivos secretos, desvendar a chave para descobrir o que está escrito. Ela vai atrás dele, só pode ser. Ele.
Trecho extraído da décima sete página do livro AS CATACUMBAS ... eles andam juntos sob as sombras da noite. A mão dele repousa na base das costas e eles andam depressa, sem olhar para os lados. As plumas disfarçam a curva do vestido apertado e ele parece saber disso, cobrindo sua figura dos humanos nas sombras. Bandidos. Quase cometi o erro de gritar em aviso sobre o ataque antes de perceber que era isso que queriam. Não pisquei, nem desviei o olhar. Foi tão rápido. Num instante, ela olhava assustada para o maior de todos; no outro, o homem carregava os corpos como se não pesassem nada. Ela o olha com desejo. Rosto banhado em sangue. E algo ali parece... Possessivo. Não sei se consigo fazer isso por mais tempo. Não é seguro para ninguém que chegue perto dele. Maximiliano de Bourbon. É um erro registrar isso, mas é necessário. Fiquem longe. Não cheguem perto. NÃO CHEGUEM PERTO. Ou ela virá. Deus nos proteja, nossas almas e nossos corpos, ela virá.
Curiosidades
Dizer que tem 1948 anos é a versão vampiresca de "tenho 25" (mas na carteira de identidade é 36).
Esses anos em Arcanum não passou de um suspiro, sem causar grandes alardes. Estava conhecendo o território.
Costuma 'salvar' humanos inválidos, transformando em vampiros com sangue de terceiros e mantendo em cativeiro (o frigobar da gata).
Mãe Criadora orgulhosa dedicada não sufocante de @saintamberley Cordelia, @el-khalid Kemet e @netgala Maximiliano
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O tempo conta vantagem à todo instante quando ele segue enquanto interrompemos futuras memórias.
Maxwell Santos
#MS#meuprojetoautoral#projetovelhopoema#projetoalmaflorida#lardepoetas#novospoetas#arquivopoetico#mentesexpostas#poecitas#espalhepoesias
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⠀ ݁ 𝖈𝖔𝖗𝖊 𝖒𝖊𝖒𝖔𝖗𝖎𝖊𝖘 ݁ 𝐭𝐚𝐬𝐤 𝐈𝐈 - @aldanrae
A noite havia caído sobre Wülfhere, envolvendo a fortaleza em uma penumbra densa como a tensão que se espalhava pelos jovens reunidos no pátio central, iluminado por tochas e sob o brilho suave de uma lua crescente. Com a atmosfera perfeitamente arquitetada, aquele seria o palco do ritual mais aguardado pelos futuros montadores, que ansiosamente esperavam pela oportunidade de selar o vínculo com as criaturas que ainda estavam por nascer. Entre eles, encontrava-se Gweyr, que logo viveria a experiência de sorver do líquido servido no Cálice dos Sonhos, sua passagem direta para o Sonhār. Embora sua expressão se mantivesse impassível, como uma máscara cuidadosamente colocada sobre suas verdadeiras emoções, o coração dela pulsava como tambores de guerra contra o tempo. Seu desejo primordial sempre seria se provar forte e capaz, mas naquele momento, a principal preocupação que a acometia era a possibilidade dolorosa de não honrar o vínculo que já sentia com o ovo de escamas pretas e reflexos brilhantes sob seus cuidados. Embora se tornar um soldado exemplar não fosse seu objetivo, nutrir uma aliança indestrutível com seu futuro dragão era um propósito do qual se recusaria a abrir mão.
A tensão que a acometia era palpável enquanto observava o instrutor se aproximar em sua direção, trazendo em suas mãos o tão esperado cálice com o líquido que brilhava como estrelas liquefeitas. A pressão que se acumulava em seu peito a fazia arquejar contra o próprio empenho de manter-se calma, mas o olhar era erguido com firmeza em direção ao homem, cujo semblante lhe expressava todo o desafio que aquela futura aventura reservava. Ligeiramente trêmulos, os dedos alcançaram a taça quando esta foi estendida diante de seus olhos, mas se firmaram no instante em que tocaram sua superfície gélida. Inspirando profundamente, não sabia identificar o aroma exalado pelo líquido, nem mesmo se havia algum aroma a ser notado. Tendo em mente que aquele seria o momento mais decisivo de toda sua existência, Gweyr então sorveu um gole da bebida de uma só vez, não permitindo que a hesitação dominasse o que de mais valioso guardava em si. O líquido desceu quente por sua garganta, espalhando um calor estranhamente reconfortante por todo seu corpo, como se a banhasse em uma névoa de vapor. A vertigem a atingiu quase que instantaneamente, e seus olhos se fecharam enquanto o mundo ao seu redor era engolido pela escuridão.
Vagarosamente, seus olhos se abriram enquanto despertava em uma dimensão que parecia existir fora do tempo, distante até mesmo de seus mais loucos devaneios. Não discernia exatamente em que posição se encontrava, mas teve a sensação de que impulsionava seu corpo de pé com um salto, ao mesmo tempo que o olhar curioso perambulava pelo ambiente ao seu redor, absorvendo cada detalhe que encontrava ali. No Reino do Sonho Profundo, o chão sob seus pés era ao mesmo tempo líquido e sólido, um reflexo de um céu estrelado que se estendia infinitamente acima e abaixo. O ar era preenchido por sussurros indistintos, ecos de memórias e desejos. Era estonteante e intrigante, mas não o suficiente para distraí-la de seu objetivo principal. Isso, é claro, até se deparar com o que logo se tornaria um obstáculo. Ao longe no horizonte, os olhos verdejantes avistaram vultos em movimento. Criaturas nebulosas, feitas de sombras e caos, que ameaçavam cercá-la lentamente. Preparando-se para o que pudesse acontecer em seguida, ela apertou os punhos determinada a não recuar.
Observando a tempestade de caos que se formava, erguendo-se como um imponente monumento diante de si, percebeu que algo brilhava do outro lado da névoa escura e espessa. Por algum motivo ainda desconhecido, sua intuição atraía seu interesse até aquele objeto ou criatura ofuscante que se escondia, naturalmente a conduzindo a enfrentar aquela muralha de breu. Assim que seus pés criaram a coragem para se moverem e o primeiro passo foi dado rumo a ela, uma massa disforme produzida de sombras também avançou em sua direção, murmurando algumas das palavras que temia ouvir desde pequena. ── Você é um erro. Indigna. Insuficiente. Sozinha. ── A voz fantasmagórica, embora suave, perfurava seus tímpanos como pequenas agulhas. Seus olhos se fecharam durante alguns instantes, em que sentia o calor do desespero subir à superfície. Aquela névoa parecia conhecer segredos aos quais ninguém tinha acesso, e isso a amedrontava mais do que a própria morte. Mas, por que iria dar ouvidos a uma criatura que sequer conseguia identificar? Recuar nunca havia sido uma opção para Gweyr, e não seria agora que se tornaria.
Alcançando a empunhadura da adaga presa à coxa direita, voltou a encarar o desconhecido, deixando que o olhar se fixasse no brilho ainda visível na outra extremidade do campo estrelado. Agora armada, não apenas da lâmina afiada, mas de toda sua confiança, ela avançou. Recorrendo à sua experiência no combate, sabia que não podia contar apenas com força bruta, principalmente ao enfrentar adversários tão fugazes. Astuta, desviava das criaturas, enquanto as atacava com golpes precisos, fazendo uso de estratégia cuidadosamente calculada ao combatê-las. Sua adaga cortava o ar, fazendo-as recuar apenas por alguns instantes, mas logo a sufocando com uma nova aproximação, agora por todos os lados que podia observar. Quanto mais avançava, mais se via imersa em um mar escuro de névoa. À medida que lutava, agora sem sequer enxergar um palmo diante dos olhos, percebeu algo crucial: as criaturas se alimentavam de sua resistência. Quanto mais lutava contra elas, mais firme se tornava a trama que a mantinha presa ali. A realização despertou alarde, eliminando de uma só vez o ar que restava em seus pulmões. Assustada, ofegou, sem saber como continuar aquele embate. Parecia não haver saída.
Então, Gweyr tomou uma decisão inesperada demais seu julgamento — parou exatamente onde estava. O braço que golpeava, caiu rente ao corpo, e os ombros se relaxaram de repente. Seus pulmões ainda pareciam carregados de fumaça enquanto focava em normalizar a respiração, os olhos agora encontrando o brilho que a atraía como um imã. Admirando a luminescência incomum, teve a certeza de que deveria continuar, mas agora sem demonstrar qualquer resistência. Assim que se viu com o controle novamente nas mãos, devolveu a adaga ao suporte preso ao corpo, em seguida empertigando-se com o rosto erguido e orientado para o destino que a chamava incessantemente. Vestindo sua confiança como uma armadura, retomou sua caminhada, enfrentando as sombras com a serenidade de quem tinha a vitória como garantida. ── Muito cuidado com o que dizem a meu respeito. ── O tom usado se esgueirava por entre os inimigos, feito uma cobra peçonhenta pronta para dar o bote. As írises que cintilavam com determinação, não se desviavam nem por uma fração de segundo de seu destino, firme como os passos que deixavam marcas por onde passavam. ── Eu não sou definida pelos erros de terceiros. ── Um sorriso ferino atravessou os lábios ao mencionar a família e as consequências presenteadas como herança a ela.
Deslocando-se com a suavidade de uma brisa, logo notou que agora eram as sombras que hesitaram, e foi nesse momento que o foco de luz pareceu se mover. Como se estivesse se aproximando, tornava-se cada vez maior, até se dividir em duas luzes distintas. Sem entender exatamente o que acontecia, ainda incapaz de distinguir do que se tratavam, ela franziu o cenho em sinal de estranheza, mas sem permitir que os passos cessassem. Quando menos esperava, a fisionomia de um dragão se desenhou diante de seus olhos, assumindo as duas esferas brilhantes como imensos olhos que a observavam com atenção. Gweyr engoliu em seco, sentindo os batimentos de seu coração se acelerar de maneira exponencial e uma onda de arrepios percorrer seu corpo. Era ele. Não restava dúvidas de que era ele. O som de um rosnado alto quebrou o silêncio repentinamente, seu sopro limpando parte da névoa que a envolvia, desobstruindo a visão para que pudesse ter acesso melhor à figura imponente que se aproximava. Era fascinante, tão formoso quanto havia imaginado, tão suntuoso que a deixava espantada. Em uma nova surpresa preparada para aquele espetáculo, duas asas descomunais se ergueram em direção ao céu estrelado, agilmente se fechando para criarem uma forte lufada de ar que dissipou todo o nevoeiro denso de uma só vez.
Livre de qualquer ameaça ou temor, Gwyer teve a oportunidade de observar o dragão com mais detalhes, sorrindo quando percebeu que suas escamas eram da tonalidade exata ao do ovo que a esperava em Wülfhere, com seus detalhes idênticos aos que passara horas admirando à espera de sua eclosão. Não podia acreditar na beleza e importância do momento que estava vivendo. Findando a distância que ainda os separava, a criatura se aproximou com seus passos pesados, para encontrar Gwyer curvada em uma reverência. Dedicaria a ele não apenas seu respeito, mas toda a dedicação, consideração e carinho que tinha a oferecer. Mais do que nunca, teve a certeza de que estava destinada a coisas grandiosas na companhia de seu novo aliado, em quem havia encontrado a determinação para prosseguir. Quando se reergueu, a changeling foi recebida com um empurrão delicado do focinho contra seu corpo, o que foi interpretado como um convite para que o montasse. Este foi logo aceito, com o entusiasmo marcando os movimentos dela ao subir nas costas do animal, a todo tempo recebendo o auxílio necessário para fazê-lo. Os olhos ainda carregados de fascínio, vagaram pelos detalhes de suas escamas, enquanto as mãos as tateavam com cuidado. ── Agora somos um. ── Sibilou para o dragão, com um enorme sorriso abrilhantando seu semblante e a voz expressando brandura. Estavam prontos para alçar voo em direção ao destino que os esperava.
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capela das irmãs com @zcyarheim
siobhan tinha sonhado com barcos. o dia era estranhamente ensolarado, os raios solares refletiam na água cristalina do oceano de maneira que o horizonte se tornava um enigma; nada existia além do balançar hipnótico do barco e do cheiro salgado da maresia. a realidade na manhã seguinte era puramente antagônica: a massa gélida ainda cobria o horizonte e sua tão estimada primavera não estava mais lá. tudo era frio e opaco assim como o interior de siobhan ao se deparar com aquela realidade. era emblemático a forma como aquele fragmento passou a assombrá-la, um indicativo silencioso, embora insistente, de que talvez siobhan tivesse que deixar de ignorar certos acontecimentos. foi então que pensou nos barcos novamente. e depois em saturnalia. os pensamentos em labirinto chegavam em um destino comum: uma memória que deveria estar enterrada. seu íntimo parecia um lugar mais seguro para admitir que estava exausta em se ver cada vez mais forçada a esbarrões; uma linha fina que parecia puxá-la para o outro lado onde na outra ponta sempre encontrava ela. então, era simbólico usar uma linha para amarrar o pequeno embrulho vermelho dias depois do desencontro no aviário, a letra cursiva no cartãozinho carimbando a possível futura dona daquele presente. a humilhação, porém, parecia inevitável: se quisesse mesmo ser bondosa, teria que procura-la. encarava grupos de changelings em busca da mulher, a ideia soava tão absurda que quase a fazia rir de si mesma, pois sabia muito bem que o sentimento de desgosto era mútuo, nítido por cada encontro entre elas resultava em um cabo de guerra que ambas preferiam arrastar até que as mãos sangrassem ao invés de cederem. e não é isso que está fazendo abaixando a sua guarda com um presente estúpido? a voz em sua cabeça era cruel, plantando dúvidas como farpas ao mesmo tempo que a decisão de enterrar o que zoya vyrkhandor um dia representou para aeragon era o necessário para os caminhos não se cruzassem nunca mais. o ímpeto de desistir era real, quase irresistível, mas foi ao visitar a capela das irmãs que seus olhos pousaram na figura familiar, um terrível déjà-vu decorrendo-lhe a espinha ao estar diante daquele ponto final. — zoya — declamou, esperando que a mulher virasse em sua direção.
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Não são apenas histórias felizes que são inspiradoras, a dor, a angústia, a saudade, a preocupação também são sentimentos inspiradores, apesar de não ser tão confortável senti-los.
Por muito tempo, essa "agenda azul" que acabou se tornando muito mais pra mim, foi minha melhor amiga, confidente e nunca fui julgada, independente do conteúdo que despejei aí dentro, muito pelo contrário, sempre me senti abraçada e compreendida. Escrevi tanto, sem notar, que hoje em dia, não há sequer mais um espaço em branco nesse mesmo lugar para que eu possa escrever, mas vez ou outra, torno a ler o que eu escrevi e é justamente por isso que decidi encontrar um jeito de não ser a única a ler o conteúdo escrito neste caderno, tudo o que tem nele, para mim, é equivalente a ouro, porém não há preço que o pague.
Esse já é o segundo caderno que completo com as palavras despejadas por mim apesar de escrever desde muito cedo e quero finalizar este primeiro post agradecendo a você por toda a inspiração que me deu e que foi o suficiente para eu criar uma página para que eu pudesse compartilhar os meus textos com quem está disponível para lê-los e por me dar a chance de ter memórias incriveis de você, por mais que atualmente parecemos desconhecermos uma a outra, a todos que me incentivaram a compartilhar todos eles pois alegaram que poderiam servir para ajudar e/ou abrir os olhos de outras pessoas, em especial, o Caio Vitor, que sempre esteve ao meu lado, me ouvindo repetir diversas vezes a mesma coisa e que escutou muitos textos repetidas vezes, a minha amiga Natali, que me encaminhou um vídeo sobre apoiar seus amigos artistas e me pediu para que compartilhasse meus textos pois desde muito antes, ela já gostava de ler o que eu escrevia, a Eduarda, veterinária dos meus cachorros que também me pediu para publicar porque enxergou algum potencial nos textos que eu escrevo e a Bárbara, uma pessoa incrível que parece que conheço faz uma vida que sempre se mostrou receptiva para ouvir o que tenho a dizer e mostrar e que sempre deu uma atenção absurda aos textos escritos por mim, fiquei muito emocionada em saber que você se emocionou com o sentimento que em mim habita e agradeço a vocês, futuras pessoas que vão ler todas (ou algumas) (d)as coisas que vou postar aqui.
Sejam luz por onde passarem, vivam tudo o que sentirem. 💚 • 🦫 • 🐘
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conexões + starter call. caso tenha interesse, comente um dos números abaixo! (é limitado porque foi o que consegui pensar por enquanto)
001: muse encontra reyna mal. na história futura, a princesa fera irá morrer, e reyna já começou a vomitar rosas com espinhos e se sentir adoecida. muse pode ser um perdido amigo/a de reyna que vai saber que há algo errado com ela OU um canon que nos últimos teve o grande prazer de ouvir reyna tagarelar por horas, então igualmente saberia que tem algo errado.
002: é a primeira vez que muse vê reyna em sua forma de fera. a princesa fera não é a pessoa mais animada e simpática do mundo e reyna está sofrendo os efeitos de ter as suas memórias misturadas com as dela, o que significa que muse encontrará uma reyna versão fera mal humorada e rabugenta.
003 (canons): reyna está buscando inspiração para escrever roteiros e histórias para christine na casa da ópera. ela encontra muse na galleria dei cuori spezzati e muse abre o coração para que reyna transforme alguma história sua, não conhecida ainda, em uma peça de teatro.
004: muse é alguém que está tentando mudar o destino de sua futura história, e por isso, reyna se aproxima. ela não tem tanta esperança de que possa mudar o destino da princesa fera, mas se muse tem alguma ideia do que fazer consigo, então talvez possa ajudá-la também.
005 (perdidos): reyna fica presa para fora do seu quarto no ccc e sua colega de quarto não está presente para ajudá-la a entrar. ela decide escalar a janela e acaba no quarto de muse sem querer.
#depois que eu terminar na merida preciso vir aqui e precisooo de interações!!#estamos entrando na era angstttttt#tirando o último KKK
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TRIBUTO AO CAVALO CARAMELO
Este é um tributo ao cavalo Caramelo, símbolo de resistência, denúncia e determinação em meio à exaustão e às adversidades. No cenário desafiador de uma enchente catastrófica, oriunda de duas vertentes: climática e política, onde as águas barrentas levavam consigo tudo o que encontrassem pelo caminho, emergiu uma história de coragem e persistência. O Cavalo Caramelo, um fiel companheiro do povo gaúcho, encontrou-se repentinamente isolado no topo de um telhado, rodeado pela imensidão das águas em tumulto.
Por quatro longos dias, ele permaneceu ali, firme, imóvel e inabalável, um testemunho vivo da força, da resistência e da resiliência do povo que o cercava fisicamente, e dos milhões que o acompanhavam em tempo real pelas plataformas de comunicação. Sua presença sobre o telhado não era apenas uma imagem marcante, mas simboliza a determinação de um povo que enfrenta as adversidades com bravura e solidariedade. Caramelo é também um símbolo de resistência aos milhares de animais atingidos pela fúria das águas...
Enquanto as águas subiam e os desafios aumentavam, o pingo Caramelo se tornou um ícone de esperança, um lembrete de que, mesmo diante das piores tempestades, há sempre uma luz no fim do túnel. Sua resistência inspirou não apenas aqueles que o observavam de perto, mas também pessoas em todo o país, que acompanhavam sua saga com admiração e apoio.
E então, finalmente, chegou o momento do resgate. Com habilidade e dedicação, equipes de socorro se uniram para trazer o Cavalo Caramelo de volta ao solo firme. E quando ele finalmente tocou o chão, foi como se todo o peso do desafio que enfrentara se dissipasse, deixando para trás apenas uma história de superação, triunfo e um eloquente questionamento: cuidem da mãe natureza!
Que o corcel Caramelo permaneça não apenas na memória daqueles que testemunharam sua jornada, mas como um símbolo eterno da força e da coragem do povo gaúcho, igualmente resiliente, batalhador e persistente. Que sua história inspire gerações presentes e futuras a enfrentar os desafios da vida com a mesma determinação e resiliência que o Caramelo demonstrou. E a preservar a natureza para que viva livre, inclusiva e sustentável.
Elio Meneguzzo.
#coração valente#compaixão#espírito santo#top#conhece- te a ti mesmo.#coração#verdade#mulheres guerreiras#empatia#não a violência contra as mulheres#amor eterno#valente#caramelo#gauchos#Ajudem o Rio Grande do Sul
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Me deixa te conhecer... Mas te conhecer por completo, por inteiro. Eu quero saber dos teus medos, dos teus sonhos, dos teus amores. Me conta tudo. Como anda tua vida? Como foi teu dia? Eu quero te conhecer. Me fala teus segredos, teus momentos vergonhosos, aqueles que tu nunca contasse pra ninguém. Deixa eu ser a primeira a saber, prometo guardar bem. Me conta do teu passado, tuas vivências, tuas memórias mais bonitas. Deixa eu fazer parte do teu agora, das tuas memórias futuras. Deixa eu ser a única também. Já te peço desculpas de antemão, talvez eu seja meio egoísta. Mas deixa, por favor.
Elly.
#novosescritores#textos#pequenosescritores#amor#novostextos#lardepoesias#mentesexpostas#autorais#textos autorais#hebie#hebiecaos
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"Um Ano Inesquecível"
Sɪɴᴏᴘsᴇ Oғɪᴄɪᴀʟ: A cada estação do ano corresponde uma história típica do quotidiano de qualquer adolescente: as vivências, as emoções, os problemas, as dúvidas, os amores, as desilusões… momentos inesquecíveis e surpreendentes que deixam suaves memórias para mais tarde recordar. Este é um livro sobre esses instantes: uma fascinante viagem de inverno e uma paixão inesperada (Paula Pimenta), um outono decisivo (Babi Dewet), uma paixão que floresce com a primavera (Bruna Vieira) e um amor ardente de verão (Thalita Rebouças). Quatro histórias escritas a quatro mãos sobre jovens que experimentam vivências e sentimentos tão intensos que dificilmente irão esquecer.
Aᴜᴛᴏʀᴀs: Paula Pimenta, Babi Dewet, Bruna Vieira e Thalita Rebouças.
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ALERTA SPOILERS!
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O Mᴇᴜ Rᴇsᴜᴍᴏ: Em "Enquanto a neve cair", uma Mabel apaixonada descobre que o alvo dos seus afetos acabou de ficar solteiro e, esperançosa no que pode vir a acontecer entre os dois, engendra um plano para partilharem uma tenda na dormida que vão fazer em casa dos amigos. Ora, quando os pais decidem surpreendê-la com uma viagem à neve de última hora, todas as suas intenções para a última semana de férias caem por terra. Para a Mabel, o cenário idílico das montanhas brancas do Vale Nevado mais parece um pesadelo, algo que ela não deixa de dizer aos pais, ganhando assim o "prémio" de não puder tocar no telemóvel a viagem inteira. Quando o seu avião finalmente aterra no Chile, uma Mabel muito contrariada apercebe-se de que, afinal, não sabe nada sobre esqui...e que o Igor não é quem ela pensava que era. Felizmente para ela, ambas a sua falta de equilíbrio e o seu coração partido têm uma solução, e é entre as pistas, num lindo instrutor de esqui, que ela a vai encontrar.
Os pais da Ana Júlia têm sonhos grandes para ela, expectativas claras para o seu futuro, e sendo que ela própria não se consegue lembrar de outro rumo a seguir, resigna-se a ser advogada. Com a ideia de dar à filha a vantagem da experiência, o pai da Ana consegue que um amigo advogado a aceite como estagiária, e é desta forma que a rapariga acaba por passar todas as tardes do seu último ano de secundário numa firma. A vida da Ana Júlia torna-se assim banal e repetitiva, pelo menos até, no seu caminho rotineiro para a firma, se passar a cruzar constantemente com um músico de rua carismático que lhe quer atrair a atenção. Ela não liga nada à música, o facto de o seu nome vir de uma canção de Los Hermanos só piora esse sentimento, mas quando João Paulo, chamado assim em honra dos Beatles, se infiltra no seu quotidiano e lhe dá um gosto da beleza das melodias, a Ana abre mão do cinismo e dos podcasts a favor da alegria e do ritmo. Viciada nas novas sensações que o rapaz a fez sentir, a Ana Júlia faz-lhe um pedido, consciente de que o seu tempo juntos está a chegar ao fim: para a ajudar a formar memórias que valham a pena recordar quando ela se entregar ao Direito. Em "O som dos sentimentos", uma rapariga presa à seriedade e à lógica encontra uma futura estrela musical cheia de vida e de amor para dar, e experiencia a magia do outono como nunca antes.
"A matemática das flores" acompanha Jasmine, uma miúda fora da caixa com sonhos reprimidos por pais protetores, que se arrisca a não seguir para a universidade por falhar a matemática. Ela odeia a disciplina com tudo em si, e o professor ser quem é só piora as coisas, mas a ideia de ficar para trás enquanto todos os seus amigos avançam na vida é muito mais assustadora do que um par de números. Mais por iniciativa da mãe do que por sua, a Jasmine aceita ter aulas de apoio com o horrível professor Carvalho todas as tardes depois da escola, para recuperar no que está para trás, mas quando o rapaz enigmático que viu no metro inesperadamente se torna no seu tutor, as equações deixam de lhe provocar tantas dores de cabeça. Para não reprovar, a rapariga tem que ter uma nota quase perfeita no exame, como compensação, mas os perfumes da primavera não lhe vão facilitar a vida, e o brotar de uma paixão pelo David pode custar-lhe o futuro.
O primeiro amor da Cacá trocou-a por um cavalo, a Inha foi humilhada e traída pelo namorado e a Tati...bem, a Tati nasceu com o nome mais estranho do mundo, isso já é castigo suficiente. Para ultrapassar as suas dores, o trio inseparável decide aproveitar bem o verão, bronzear até não dar mais e, por uma vez, afastar-se do drama (na verdade, só a Inha é que quer isso, a Cacá tem todos os príncipes europeus solteiros na mira e a Tati arrancaria o próprio pé por um minuto de fama). Os dias pacatos ao sol das amigas são interrompidos quando sai a notícia de que o Wylsinho, irmão da Tati e futebolista medíocre, está a namorar com a funkeira mais badalada do momento, Keillinha Kero-Kero. Daí em diante as raparigas tornam-se famosas por associação, subcelebridades, e na altura do Carnaval, juntam-se à Kero-Kero no camarote privado com a vista mais fantástica dos desfiles. É entre canções, bailados e festa que a Cacá encontra um verdadeiro príncipe, herdeiro do grande império da paçoca, que a Tati finalmente sente o sabor da fama e que a Inha dá de caras com um galã de olhos cor de quivi, que a faz esquecer o nome do terrível ex. Em "Amor de Carnaval", as melhores amigas vão passar por tantas alegrias como tristezas, mas fá-lo-ão juntas.
Cʀɪᴛᴇ́ʀɪᴏs ᴅᴇ Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ:
Qᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴅᴀ Pʀᴏsᴀ: Bastante básica, honestamente. Não há grande coisa a dizer da escrita das partes do inverno e do outono, a do verão é bastante engraçada mas repete-se demasiado e a da primavera...tirou-me um pouco do sério. Ei de me expandir mais à frente mas, resumidamente, na primavera é-nos dito tudo, timtim por timtim, ao ponto de a autora nunca se preocupar em desenvolver os seus personagens porque pode simplesmente dizer que o fez, em vez de o mostrar. Para além disso, o diálogo não é nada natural.
Hɪsᴛᴏ́ʀɪᴀ: A nível de enredo, tenho de destacar algumas coisas, como o facto de a conclusão de "O som dos sentimentos" estar mais preocupada em satisfazer os desejos dos leitores do que em fazer sentido. O conto foi ótimo, encantador e o meu favorito no livro, mas teria sido muito mais interessante se se alicerçado mais na ideia de as pessoas entrarem na nossa vida por "uma razão, uma estação ou uma vida inteira", e tivesse aplicado a segunda instância ao João Paulo, em vez de nos atirar com um final feliz convencional que tira poder à narrativa. Como já mencionei, "A matemática das flores" é um trabalho preguiçoso, estando cheio de drama pouco credível, uma incapacidade de puxar a história para a frente de maneira tangível e não permitindo retirar praticamente nada da sua leitura, nem um momento agradável. Os maiores problemas da Jasmine são inteiramente provocados por ela, aliás, o conflito principal era completamente previsível e evitável se ela e o David tivessem parado para pensar, mas preferem não o fazer e depois agir como se o mundo fosse acabar amanhã (quase dá vontade de concordar com a bully). É tudo genuinamente mal pensado, e isso está evidente. Já a nível do "Amor de Carnaval", o enredo é um desperdício de potencial. Ele começa extremamente divertido, de partir a rir, por parecer uma sátira do formato geral das comédias românticas, e para aí até meio do capítulo, isso é muito bem conseguido. Infelizmente, no momento em que o Guima decide dar uma de Ross Geller, o efeito satírico vai pelo cano abaixo e a história torna-se numa comédia romântica a sério, algo visto pela forma como a narradora se irrita com a Inha por esta não se querer atirar para os braços de um rapaz questionável. Não digo nada sobre "Enquanto a neve cair" porque a Paula Pimenta, apesar dos seus defeitos, soube dar ao seu capítulo pernas para andar.
Pᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs: Tanto a Mabel como a Ana Júlia são protagonistas bastantes sólidas. Os seus defeitos estão à flor da pele e é claro desde o início o que é que está a impedir o crescimento de cada uma delas. Tendo em consideração o facto de as suas respetivas estações não serem muito longas (em páginas), as autoras fizeram um ótimo trabalho no desenvolvimento das suas heroínas. Paula Pimenta usa uma experiência de quase morte como catalisadora da evolução da Mabel, dando à rapariga a hipótese de provar que a sua atitude arrogante é apenas um escudo e que, na verdade, ela é apenas como qualquer outra miúda de 14 anos: faz-se de crescida para esconder o facto de ser influenciável e insegura. É impossível não ter compaixão e ela floresce em termos de confiança e bondade. A Ana Júlia, por outro lado, é pessimista e vive com uma nuvem negra em cima da sua cabeça, não entendendo a leveza das pessoas da sua idade e usando, por isso, o julgamento para se defender. Ela sabe que tem uma inteligência superior mas sente-se perdida, então faz tudo o que os pais mandam para não ter de lidar com a incerteza que a atormenta. É a influência de um certo músico, que aparece na sua vida tão subitamente como um meteoro, que lhe abre o olhar para o valor das pequenas coisas e a faz querer viver a sério, o que também a leva a apreciar mais as pessoas à sua volta. No final da sua parte, ela é uma pessoa diferente, mais decidida e com rumo, e é um prazer estar lá para ver. Agora...a Jasmine dá-me cabo do juízo. Já falei um pouco sobre ela mas é o epítome do clichê de uma miúda de 17 anos: é imatura, rude, coloca todos os que conhece em caixinhas (imaginem não se puder atirar um adjetivo genérico para a cara de alguém que só se viu uma vez, eu não sei se consigo), cria filmes com tudo, inventa que os pais não lhe dão liberdade que chegue quando nem sequer é responsável...podia continuar mas acho que me dei a entender. Dá a sensação de que a escritora queria criar alguém com que o leitor se pudesse identificar, mas as tentativas são tão forçadas que fazem o oposto. Uma das coisas que mais me irrita é a questão de ela não ter ideia do que vai seguir na universidade, um dos seus problemas principais, ser resolvida com um estalar de dedos, do nada, quando a autora se lembra de nos dizer que, afinal, a Jasmine sempre soube o que queria e até já andou a fazer por isso, mas que, aparentemente, decidiu mentir ao leitor logo nas primeiras páginas sobre isso. Não tem nexo nenhum. Ela não amadurece realmente, todas as suas supostas consequências acabam por se revelar prémios e os outros personagens só existem para a fazer parecer melhor pessoa, alvo de pena ou para realizar os seus desejos. É desconcertante a habilidade da autora de criar uma peste com tão pouco tempo de antena. Finalmente, o trio maravilha do verão é um máximo e dá vontade de abraçar, isto é, até duas das amigas se juntarem à narradora e pressionarem a Inha ao limite para ela perdoar um idiota devido a uma tecnicalidade, porque ela nunca encontrará alguém como ele outra vez (onde é que já ouvi esta? ah sim, em todas as comédias românticas onde há uma relação tóxica). A Flávia é a única que mostra algum amor próprio e pensamento coerente, e dá uma pena terrível quando ela volta ao 0 devido à pressão exterior. Não a culpo, culpo todos à sua volta, são terríveis.
Rᴏᴍᴀɴᴄᴇ: A este ponto já não estou a dizer nada de novo, os casais das estações frias são adoráveis (especialmente a Ana e o João, ele tem a personalidade de um cachorrinho fofinho e não aceito críticas), se ignorarmos o aparente vício das autoras brasileiras em criar pares com idades em que dois ou três anos de diferença tornam a leitura desconfortável. Quanto aos meses mais quentes...o David é um idiota quase tão grande como a Jasmine (ainda bem que duas pessoas com complexos de vítima se encontraram, podem fugir do resultado das decisões que tomaram conscientemente juntos) e é bom que me tirem o Guima da frente, e rápido, já não posso com o senhor "Oh mas como é que ele não tem nenhum defeito? Espera...ele quase destruiu a vida da protagonista e traiu a antiga namorada, ups!". Exigo justiça para a Inha!
Iᴍᴇʀsᴀ̃ᴏ: Procrastinei imenso acabar esta obra, não é o tipo de livro que prenda o leitor.
Iᴍᴘᴀᴄᴛᴏ: Tudo o que este livro tinha de fazer era oferecer quatro histórias de amor reconfortantes e suaves que deixassem o leitor a suspirar e melhorassem o seu dia, não é pedir muito. Memórias disto não quero, o livro é para vender.
Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: ⭐⭐+ ½
Iᴅᴀᴅᴇ Aᴄᴏɴsᴇʟʜᴀᴅᴀ: Na verdade, como direi a seguir, não aconselho a leitura, mas se tiverem de ler (não têm, amigos, não têm), suponho que não haverá problema a partir dos 13 anos, apesar de romance não ser uma prioridade nessa idade e de este livro ter alguns maus exemplos do que é uma relação.
Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ/Oᴘɪɴɪᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: Eu realmente apreciei uma boa parte da obra, o problema foi o facto de os capítulos bons estarem todos no início, ou seja, os fatores que me tinham deixado entusiasmada foram-se esvaindo da minha memória à medida que o clima ia (literalmente) aquecendo. Temo que o que é bom aqui não seja fabuloso ao ponto de justificar aguentar-se o resto, há por aí contos românticos que valem muito mais a compra. NÃO RECOMENDO.
Pᴀʀᴀ ᴏʙᴛᴇʀ: Um Ano Inesquecível, Thalita Rebouças - Livro - Bertrand
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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task II - memórias centrais
TW: Sangue | Morte | Violência
O corpo sujo. Fosse pelo sangue, suor ou poeira, Lazuli encontrava-se em trapos. E sua imagem poderia exatamente refletir como estava a colocação da sua família perante a Família Real e aos demais membros da nobreza. Quiçá, os comentários até mesmo já circulasse entre aqueles que não eram nobres. Mas a única coisa que o importava naquele exato momento era a segurança e sobrevivência de sua mãe, por isso que bolsa de pano já não pingava mais sangue pois o sol já havia feito com que este secasse, e ali dentro estava a cabeça de seu pai. O traidor da família, o responsável por ter colocado eles naquela situação.
E por mais que estivesse magoado em ter retirado sua vida, não se arrependia. Com as armas deixadas para trás, caminhou lentamente pelas ruas em direção à construção principal. Os guardas examinavam sua aparência e notava o escárnio em seus olhares. Sua expressão se manteve neutra, mas suas arcadas aumentaram a pressão uma contra outra em pura raiva. Queria poder atravessar a espada em seu pai novamente. Acompanhado por eles, em silêncio ouvia as piadas e provocações até chegar a sala de julgamento.
Uma vez dentro da sala onde seu futuro seria decidido, não se atrevia a levantar o olhar além dos calçados dos demais ali presentes. Em movimentos sutis, porém precisos, afrouxou o nó da bolsa e deixou que o item dentro dela caísse ressonando um baque baixo que logo foi sobreposto por suspiros de surpresa de alguns. O jovem deixou os joelhos se dobrarem e o peso do corpo ser carregado por estes que agora estavam no chão.
— Minha mãe e eu em nada compactuamos com o que este homem arquitetava. Não tínhamos conhecimento também, do contrário nós mesmos o teríamos denunciado previamente. Rogo por clemência e peço que levem em consideração o que a família Mon- — Ele foi interrompido por algumas risadas assim que começou a falar seu sobrenome. Esperou que estes cessassem para que pudesse continuar. Seu sangue fervia, mas não demonstrava. Em sua mente, replicava a cena do último suspiro daquele a desgraçar suas vidas em uma tentativa de aplacar a ira. — …telli serviu ao Império. Que possam pelo menos poupar minha mãe. — Terminou mantendo o tom de voz audível para todo o recinto. A calma em seu tom de voz era louvável, ele mesmo acreditava naquilo pois ainda não sabia de onde tirava a serenidade que demonstrava diante aquela situação. Por fim fechou seus olhos e arqueou o pescoço baixo. Se a sentença fosse que o fio da lâmina o atravessasse ali mesmo, assim aceitaria. E ele ouviu o som da espada ser removida da bainha, mas esta foi fincada ao chão, ao lado da cabeça do seu genitor.
Recebido o frágil perdão do Império, manteve-se da mesma forma que entrou. Quieto, subserviente e atento. Ele os agradeceu em silêncio, demonstrando a gratidão ao curvar-se para frente levando todo o seu corpo ao chão. Manteve-se naquela posição por minutos até que todos saíssem, inclusive àqueles que nem eram mais os nobres, e sim os lacaios de alta confiança da demais famílias. Somente na ausência de todos estes que deixou sua presença ser significante a si. As primeiras lágrimas escorreram, mas ele não sabia exatamente descrever o sentimento de suas origens, não sabia como expor-se à si mesmo naquele cenário. Sua única vontade era de estar dentro de um ovo, como uma ave, sendo aquecido pelo calor das penas de sua mãe. Lazuli as secou de deixou a sala. O dia do seu décimo oitavo aniversário estava apenas começando.
Apesar de ter passado o resto da tarde apenas na companhia de sua mãe, não significava que eles estavam a sós. Talvez até o dia de suas mortes continuariam a ser observados, e pena das futura gerações Montelli caso fossem concebidas. Nos braços de sua mãe, ele tentava digerir a diferença entre sua expectativa sobre como seria o dia de entrada em Hexwood versus a realidade. Não demorou muito para que a hora chegasse. Ele se despediu da mãe e partiu em rumo ao castelo onde passaria a se concentrar apenas nos estudos. E impediu que a mãe o seguisse. A mulher não era tola, e tinha pela consciência de que ele sabia como ele seria tratado a partir daquele dia, mas não significava que ela precisasse presenciar.
Junto aos outros estudantes, inclusive uns que já foram seus amigos, viu-se isolado, mas já estava preparado para isto. E no início isto o incomodou, não era de ferro e queria poder conversar com mais alguém além de sua genitora. Mas para além disso, precisava mais do que nunca manter-se em alerta. Alguns continuariam o vendo como o filho de um traidor e por consequência seria tratado como um. Não haveria mais espaços para pequenos momentos de lazer quando possíveis, não participaria mais de eventos da nobreza. Muito provavelmente eles agora só manteriam a imagem, mas suas capacidades e influência dentro da classe havia sido reduzida quase ao pó. Ele seria um alvo fácil de ser eliminado quando e caso quisessem.
Continuou no canto, deixando que todos passem em sua frente e o tratassem como quisessem. Ele foi o último a entrar, e notou que o corpo docente também não estava satisfeito com sua presença ali desde o momento que chegou. Seus passos firmes, mas contidos o guiaram até que ficasse em frente pira. Pegou a planta seca e a queimou. Sua fumaça, parecia em sua visão, particularmente mais espessa e pesada. E quando a inalou, seu pulmão pesou. Ardia, queimava. Ele sentiu uma dor gradativa começar a irradiar do centro do seu corpo para todo o resto, até fazer-se tudo escuro.
Ele estava em outro lugar, sua consciência não era consciente de fato. Ele estava ali, mas não se sentia exatamente desperto. Ele entendeu em alguns minutos que estava em transe, mas nunca havia escutado sobre tal sensação de dor. A atmosfera era fria, e aos poucos, em apenas um raio de dois metros e meio diante de si, o espaço ficava visível. Ele caminhou lentamente, notando que à sua frente, o espaço era bonito e florido. Assemelhava-se à um belíssimo bosque, mas atrás de si tudo ficava cinzento, frio e coberto de gelo e neve. A plantação morria e os animais definhavam. Assustado, girou em todo do seu próprio e tentou recuar, e o ambiente que antes estava morto voltou a ter vida. Mas o oposto ocorreu, onde antes havia vida, passou a ser morte. Lazuli respirou fundo e apenas voltou a traçar o caminho original. Conforme avançava, mais vida a sua frente era exibida, mas ao mesmo tempo ele trazia também o perecer de toda aquela beleza. Atrás de si o grasnar de corvos puderam ser ouvidos, bem como à sua frente um longo e pesado uivo. A imagem do lobo se fez presente. Ele era belo e conversava com o cenário florido, mas o corvo que pousou em seu ombro era pesado, um calafrio passou por seu corpo. Ele sentia a equivalência entre a vida e a morte.
Ele não mais tentou raciocinar sobre tudo aquilo. Apenas aceitou, seria parte do seu destino.
— Estabeleça o equilíbrio. Ecoe minha vontade, seja meu porta-voz. A morte nem sempre vai significar o fim. O inverno e a primavera, Lazuli. Não são forças opostas, mas sim complementares. —
A voz era agridoce. Feminina. Carregava perigo, mas soava tão aconchegante, acolhedora.
Quando voltou, sua cabeça estava pesada. Zonza. Ele não havia entendido a mensagem da divindade, mas sua mãe já havia o explicado como que aquele processo funcionava. E a partir daquele momento ele era hospedeiro de Morana. A deusa do inverno, morte, mas também chegada da primavera.
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Girl with a Pearl Earring (2003) Official Trailer - Scarlett Johansson M...
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“Deixe alguém amar você do jeito que você é – por mais imperfeito que você seja, por mais pouco atraente que às vezes você se sinta e por mais incompleto que você pense que é. Acreditar que você deve esconder todas as partes quebradas de você, por medo de que outra pessoa seja incapaz de amar o que é menos que perfeito, é acreditar que a luz do sol é incapaz de entrar em uma janela quebrada e iluminar um quarto escuro."Mark Hack
O Quarto Escuro ou The Dark Room
Por: Fred Borges
Imperfeito, pouco atraente, incompleto,partes quebradas,medo, insegurança e acreditar.Todas essas palavras representam os desafios de amar e deixar-se amar!
A fé em Deus ou a "fé dos ateus" e a fé em si mesmo, mas principalmente a fé no outro é que possibilita a troca, e a troca é que mantém o amor,logo reciprocidade é palavra-chave daqueles que amam e deixam-se ser amados.
Em psicologia social, reciprocidade refere-se a responder uma ação positiva com outra ação positiva, e responder uma ação negativa com outra negativa. Ações recíprocas positivas diferenciam-se de ações altruístas visto que ocorrem somente como decorrência de outras ações positivas e diferenciam-se de uma dádiva social, visto que esta não é concedida na esperança ou expectativa de respostas positivas futuras.
Na matemática, a teoria dos jogos descreve a reciprocidade como uma estratégia de olho por olho altamente eficiente para o dilema do prisioneiro iterado.
O Dilema do prisioneiro é um problema da teoria dos jogos, nesse problema cada jogador, de modo independente quer aumentar sua vantagem, sem se importar com o próximo jogador. Isso personifica bem o que foi referido anteriormente. Estudos de economia experimental mostram que os seres humanos agem mais vezes de forma cooperativa apesar das suas motivações pessoais tendencialmente egoístas. De fato, repetindo-se a situação do dilema do prisioneiro, a não cooperação acaba por ser punida e a cooperação premiada. Sugere-se que situações semelhantes motivem a evolução sócio-emocional dos animais mais desenvolvidos.
Existem quatro condições que tendem a ser necessárias para que se desenvolva o comportamento cooperativo entre dois indivíduos:
Motivações ou desejos coincidentes;
A possibilidade de futuros encontros com esse indivíduo;
A memória de encontros passados com esse indivíduo;
Um valor associado a consequências futuras do comportamento analisado.
As redes de cooperação proporcionam vários benefícios aos atores envolvidos, designadamente:
Tendem a reduzir os custos de transação uma vez que beneficiam de canais de comunicação comuns;
Permitem reduzir os custos, riscos e tempo de desenvolvimento;
Tendem a desencorajar comportamentos oportunistas;
Facilitam o acesso a informação e conhecimento estratégico, designadamente no que respeita a mercados, tecnologias, novos produtos, materiais e processos;
Podem levar à racionalização da produção, ou seja, as redes agregam competências complementares, fomentam a criação de sinergias e potenciam o acesso a economias de escala;
Potenciam o acesso a recursos externos à própria empresa.
Amor é razão, muito além da paixão que é motivo ou motivação , amor é a disciplina da cooperação ou da reciprocidade.
A Psicologia do incômodo” é um tratado publicado, originalmente, em 1906. Única referência de Freud no que diz respeito ao tratamento do incômodo na psicologia, esse texto focaliza o conceito a partir de sua relação com um tipo de falta de orientação que surgiria quando nos deparamos com algo novo, que desafia nossa compreensão do mundo e nos faz vacilar momentaneamente. É assim que o incômodo acaba aparecendo, para o autor, como algo especialmente presente para as crianças: como sua experiência e sua compreensão dos fenômenos que as rodeiam são pequenas, situações apenas um pouco mais complexas podem figurar como estranhas e inexplicáveis.
Freud, em seu texto de 1919, toma uma rota bastante diferente, ainda que sem deixar de dialogar com Jentsch*. Pensar ter visto um fantasma; dar-se com um estranho e perceber, bruscamente, que, na verdade, se está encarando um espelho; perder-se e retornar, contra sua vontade, diversas vezes ao mesmo lugar são algumas das experiências evocadas pelo autor. A partir delas, ele aponta para o quanto o sentimento incômodo não parece vir somente do novo, como pensava Jentsch, mas também e principalmente de elementos bastante familiares àqueles que o experimentam. Isso se explicaria pelo fato de que aquilo com que nos deparamos teria sido escondido em algum momento, individual ou coletivamente, se tornando desagradável ao retornar. E a principal origem desses elementos seria o animismo: ideia de que entidades não humanas seriam dotadas de alma, bastante comum na cosmovisão de diversos povos indígenas, mas fortemente recalcada em nossa sociedade de modo geral.
São diversas as formas do incômodo, mas todas parecem indicar que existe uma porosidade em nosso mundo que, por mais que se tente extinguir, não pode desaparecer. O deslocamento, a falta de norte, o impossível que se nos apresenta no quarto escuro: arte e psicanálise se encontram nesse lugar. Que possamos nos perder nele com Freud — e mesmo tomando caminhos que ele não pôde tomar, se o caso for, mas conhecendo os seus.
Paris, Texas conta a história de Travis, um homem que, depois de estar desaparecido por mais de quatro anos, é reencontrado pelo irmão Walt num hospital na região desértica do Texas, próximo à fronteira com o México. Maltrapilho e com amnésia, é levado por Walt para a sua casa em Los Angeles, onde reencontra Hunter, seu filho de sete anos que foi abandonado pela mãe, Jane. Inicialmente estranhos, Travis e Hunter iniciam uma reaproximação que culmina numa grande amizade e também no desejo secreto de reencontrar Jane e reconstruir sua verdadeira família representa tudo isso, nossos equívocos,erros, conflitos, dialética do amor não correspondido logo sem reciprocidade, cooperação ou nada conveniente.
O tema central do filme está na alienação social na América. O cenário do Texas, ambos na vastidão das paisagens de estrada e na arquitetura em desenvolvimento de Houston, refletem este tema. Um outro tema é os pais que usam suas crianças como um pretexto de manter uma relação. Além de uma crise social, pode-se ver uma crise emocional na separação de um casal. Nos anos 1980, os EUA viviam uma era de particular prosperidade econômica e social, durante o Governo Reagan, com a acentuada decadência dos países do bloco socialista e o fortalecimento das economias de mercado. As nações da Europa Ocidental e os EUA entraram em uma era que permitiu acelerar o desmantelamento daquele bloco através do aprimoramento da tecnologia de produção, resultando na posterior hegemonia neoliberal. O cenário de desolação, angústia e frustração da nova América e suas vivências através da personagem andarilha de Travis, contrastam em muito com o referido progresso e desenvolvimento industrial da sociedade americana na época,calcado no consumismo e na impossibilidade das particularidades humanas se sobressaírem em um universo massificado, congestionado de propaganda e ruído.
"Girl with a Pearl Earring" acontece em pleno século XVII vive Griet (Scarlett Johansson), uma jovem camponesa holandesa. Devido a dificuldades financeiras, Griet é obrigada a trabalhar na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth), um renomado pintor de sua época. Aos poucos Johannes começa a prestar atenção na jovem de apenas 17 anos, fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais famosos trabalhos: a tela "Girl with a Pearl Earring".
Imperfeito, pouco atraente, incompleto,partes quebradas,medo, insegurança e acreditar.Todas essas palavras representam os desafios de amar e deixar-se ser amado.
O homem e sua eterna procura, seu quarto escuro, sua esperança, sua procura pela perfeição em si e no outro, sua cobrança de si e do outro, um incomodo incessante,infinito, o amor estabelecendo parâmetros, padrões, de irracionalidade, de emoção ,de instinto, instinto de sobrevivência, anuência do outro, alteridade, aliteração , alienação, dominação e dominância, amor num quarto escuro onde sensibilidade domina a sensatez, a emoção a razão, a generosidade a mesquinhez, a competencia a mediocridade, o altruísmo o egoísmo, conhecendo o quarto escuro somos obrigados a nos conhecermos e nos conhecermos é dominar o Imperfeito, pouco atraente, incompleto,as partes quebradas,o medo,a insegurança e acreditar no amor.Todas essas palavras num quarto escuro ou The Dark Room,nos desafios de amar e deixar-se náufrago em pleno aberto mar ser amado!
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Um estudo feito por cientistas americanos aponta que o comportamento humano pode ser afetado por vivências de antepassados por meio de uma espécie de memória genética.
Pesquisas mostraram que um evento traumático afeta o DNA no esperma e altera o comportamento das gerações futuras.
O estudo indica que camundongos treinados para se esquivar do odor de flor de cerejeira passaram essa aversão a seus ‘netos’.
Especialistas dizem que os resultados são importantes para pesquisas sobre fobia e ansiedade.
A equipe, de cientistas da Emory University School of Medicine, nos Estados Unidos, averiguou o que estava acontecendo dentro do espermatozoide dos camundongos. Eles constataram que o trecho do DNA responsável pela sensibilidade a este odor estava mais ativo na célula reprodutiva masculina.
Tanto a prole dos camundongos quanto seus descendentes demonstraram hipersensibilidade à flor de laranjeira e se esquivaram dela, mesmo que não tenham passado pela mesma experiência.
Os pesquisadores também identificaram mudanças nos cérebros desses animais. ‘As experiências vivenciadas pelos pais, mesmo antes da reprodução, influenciaram fortemente tanto a estrutura quanto a função no sistema nervoso das gerações subsequentes’, concluiu o relatório.
As descobertas oferecem evidência de uma ‘herança epigenética transgeracional’, ou seja, de que o ambiente pode afetar os genes de indivíduos e podem ser transmitidos a seus herdeiros.
Um dos pesquisadores, Brian Dias, disse: ‘Não há dúvida de que o que acontece com o espermatozóide e o óvulo pode afetar as gerações futuras’.
O professor Marcus Pembrey, da Universidade College London, afirmou:
“A saúde publica precisa urgentemente levar em conta as respostas transgeracionais humanas. Acredito que não entenderemos o aumento nas desordens neuropsiquiátricas e as perturbações metabólicas sem esse tipo de abordagem multigeracional’. (Fonte BBC BRASIL).
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