#lazuli montelli
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task II - memórias centrais
TW: Sangue | Morte | Violência
O corpo sujo. Fosse pelo sangue, suor ou poeira, Lazuli encontrava-se em trapos. E sua imagem poderia exatamente refletir como estava a colocação da sua família perante a Família Real e aos demais membros da nobreza. Quiçá, os comentários até mesmo já circulasse entre aqueles que não eram nobres. Mas a única coisa que o importava naquele exato momento era a segurança e sobrevivência de sua mãe, por isso que bolsa de pano já não pingava mais sangue pois o sol já havia feito com que este secasse, e ali dentro estava a cabeça de seu pai. O traidor da família, o responsável por ter colocado eles naquela situação.
E por mais que estivesse magoado em ter retirado sua vida, não se arrependia. Com as armas deixadas para trás, caminhou lentamente pelas ruas em direção à construção principal. Os guardas examinavam sua aparência e notava o escárnio em seus olhares. Sua expressão se manteve neutra, mas suas arcadas aumentaram a pressão uma contra outra em pura raiva. Queria poder atravessar a espada em seu pai novamente. Acompanhado por eles, em silêncio ouvia as piadas e provocações até chegar a sala de julgamento.
Uma vez dentro da sala onde seu futuro seria decidido, não se atrevia a levantar o olhar além dos calçados dos demais ali presentes. Em movimentos sutis, porém precisos, afrouxou o nó da bolsa e deixou que o item dentro dela caísse ressonando um baque baixo que logo foi sobreposto por suspiros de surpresa de alguns. O jovem deixou os joelhos se dobrarem e o peso do corpo ser carregado por estes que agora estavam no chão.
— Minha mãe e eu em nada compactuamos com o que este homem arquitetava. Não tínhamos conhecimento também, do contrário nós mesmos o teríamos denunciado previamente. Rogo por clemência e peço que levem em consideração o que a família Mon- — Ele foi interrompido por algumas risadas assim que começou a falar seu sobrenome. Esperou que estes cessassem para que pudesse continuar. Seu sangue fervia, mas não demonstrava. Em sua mente, replicava a cena do último suspiro daquele a desgraçar suas vidas em uma tentativa de aplacar a ira. — …telli serviu ao Império. Que possam pelo menos poupar minha mãe. — Terminou mantendo o tom de voz audível para todo o recinto. A calma em seu tom de voz era louvável, ele mesmo acreditava naquilo pois ainda não sabia de onde tirava a serenidade que demonstrava diante aquela situação. Por fim fechou seus olhos e arqueou o pescoço baixo. Se a sentença fosse que o fio da lâmina o atravessasse ali mesmo, assim aceitaria. E ele ouviu o som da espada ser removida da bainha, mas esta foi fincada ao chão, ao lado da cabeça do seu genitor.
Recebido o frágil perdão do Império, manteve-se da mesma forma que entrou. Quieto, subserviente e atento. Ele os agradeceu em silêncio, demonstrando a gratidão ao curvar-se para frente levando todo o seu corpo ao chão. Manteve-se naquela posição por minutos até que todos saíssem, inclusive àqueles que nem eram mais os nobres, e sim os lacaios de alta confiança da demais famílias. Somente na ausência de todos estes que deixou sua presença ser significante a si. As primeiras lágrimas escorreram, mas ele não sabia exatamente descrever o sentimento de suas origens, não sabia como expor-se à si mesmo naquele cenário. Sua única vontade era de estar dentro de um ovo, como uma ave, sendo aquecido pelo calor das penas de sua mãe. Lazuli as secou de deixou a sala. O dia do seu décimo oitavo aniversário estava apenas começando.
Apesar de ter passado o resto da tarde apenas na companhia de sua mãe, não significava que eles estavam a sós. Talvez até o dia de suas mortes continuariam a ser observados, e pena das futura gerações Montelli caso fossem concebidas. Nos braços de sua mãe, ele tentava digerir a diferença entre sua expectativa sobre como seria o dia de entrada em Hexwood versus a realidade. Não demorou muito para que a hora chegasse. Ele se despediu da mãe e partiu em rumo ao castelo onde passaria a se concentrar apenas nos estudos. E impediu que a mãe o seguisse. A mulher não era tola, e tinha pela consciência de que ele sabia como ele seria tratado a partir daquele dia, mas não significava que ela precisasse presenciar.
Junto aos outros estudantes, inclusive uns que já foram seus amigos, viu-se isolado, mas já estava preparado para isto. E no início isto o incomodou, não era de ferro e queria poder conversar com mais alguém além de sua genitora. Mas para além disso, precisava mais do que nunca manter-se em alerta. Alguns continuariam o vendo como o filho de um traidor e por consequência seria tratado como um. Não haveria mais espaços para pequenos momentos de lazer quando possíveis, não participaria mais de eventos da nobreza. Muito provavelmente eles agora só manteriam a imagem, mas suas capacidades e influência dentro da classe havia sido reduzida quase ao pó. Ele seria um alvo fácil de ser eliminado quando e caso quisessem.
Continuou no canto, deixando que todos passem em sua frente e o tratassem como quisessem. Ele foi o último a entrar, e notou que o corpo docente também não estava satisfeito com sua presença ali desde o momento que chegou. Seus passos firmes, mas contidos o guiaram até que ficasse em frente pira. Pegou a planta seca e a queimou. Sua fumaça, parecia em sua visão, particularmente mais espessa e pesada. E quando a inalou, seu pulmão pesou. Ardia, queimava. Ele sentiu uma dor gradativa começar a irradiar do centro do seu corpo para todo o resto, até fazer-se tudo escuro.
Ele estava em outro lugar, sua consciência não era consciente de fato. Ele estava ali, mas não se sentia exatamente desperto. Ele entendeu em alguns minutos que estava em transe, mas nunca havia escutado sobre tal sensação de dor. A atmosfera era fria, e aos poucos, em apenas um raio de dois metros e meio diante de si, o espaço ficava visível. Ele caminhou lentamente, notando que à sua frente, o espaço era bonito e florido. Assemelhava-se à um belíssimo bosque, mas atrás de si tudo ficava cinzento, frio e coberto de gelo e neve. A plantação morria e os animais definhavam. Assustado, girou em todo do seu próprio e tentou recuar, e o ambiente que antes estava morto voltou a ter vida. Mas o oposto ocorreu, onde antes havia vida, passou a ser morte. Lazuli respirou fundo e apenas voltou a traçar o caminho original. Conforme avançava, mais vida a sua frente era exibida, mas ao mesmo tempo ele trazia também o perecer de toda aquela beleza. Atrás de si o grasnar de corvos puderam ser ouvidos, bem como à sua frente um longo e pesado uivo. A imagem do lobo se fez presente. Ele era belo e conversava com o cenário florido, mas o corvo que pousou em seu ombro era pesado, um calafrio passou por seu corpo. Ele sentia a equivalência entre a vida e a morte.
Ele não mais tentou raciocinar sobre tudo aquilo. Apenas aceitou, seria parte do seu destino.
— Estabeleça o equilíbrio. Ecoe minha vontade, seja meu porta-voz. A morte nem sempre vai significar o fim. O inverno e a primavera, Lazuli. Não são forças opostas, mas sim complementares. —
A voz era agridoce. Feminina. Carregava perigo, mas soava tão aconchegante, acolhedora.
Quando voltou, sua cabeça estava pesada. Zonza. Ele não havia entendido a mensagem da divindade, mas sua mãe já havia o explicado como que aquele processo funcionava. E a partir daquele momento ele era hospedeiro de Morana. A deusa do inverno, morte, mas também chegada da primavera.
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O sangue nobre corre nas veias destes agraciados e os deuses abençoam cada passo. A Academia de Artes Mágicas Hexwood se alegra em considerá-los como seus! Por onde passam, é possível sentir a aura de poder e confiança. Khajols, sejam bem vindos! Não se esqueçam de conferir nossa checklist.
A altivez dos passos diz que é nobre o sangue que corre em LAZULI MONTELLI. Sendo PACIENTE e DESCONFIADO, ele foi escolhido como hospedeiro e protegido de MORANA. Aos VINTE E QUATRO cursa o NÍVEL OBSIDIANA. Sua reputação é conhecida além das fronteiras, e dizem que se parece com RIWOO.
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Lazuli Montelli
A altivez dos passos diz que é nobre o sangue que corre em LAZULI MONTELLI. Sendo PACIENTE e DESCONFIADO, ele foi escolhido como hospedeiro e protegido de MORANA. Aos VINTE E QUATRO cursa o NÍVEL OBSIDIANA. Sua reputação é conhecida além das fronteiras, e dizem que se parece com Shigeta Harua.
ALTURA: 1,62m SEXUALIDADE: Bissexual SEON: Algea DEUS HOSPEDEIRO: Morana TRAÇOS POSITIVOS: Paciente - Leal - Protetor - Diligente TRAÇOS NEGATIVOS: Desconfiado - Vingativo - Impudico ATIVIDADES EXTRACURRICULARES: Meditação e Harmonização Divina
1. A família Montelli era sinônimo de tradição, e influência no Império. Com raízes profundamente entrelaçadas às origens da nobreza, sua reputação foi construída ao longo de gerações de serviço leal à família real, seja por meio da força mágica ou das habilidades divinatórias que são seu legado. No entanto, nem mesmo a solidez de suas tradições foi capaz de proteger a linhagem de um golpe devastador. O escândalo envolvendo traição no coração da família marcou seu nome, manchando a história até então impecável que sustentava sua altivez.
2. A desonra foi relativamente amenizada ao Lazuli trazer a cabeça do próprio pai ao Império em uma súplica para que levassem em consideração seu sacrifício e o histórico da família, embora soubesse que o sobrenome Montelli àquela altura estaria entrando para debaixo da lama. Com vários resguardos, ele conseguiu daquela forma proteger sua mãe e ingressar em Hexwood. Mas sua estadia mais parecia um inferno. Uma vez àqueles que foram amigos, ignoravam sua presença e seus olhares o atravessavam com sentenças de morte explícitas. 3. Desde criança estuda botânica, desenho e tarologia. Ele particularmente constrói também seus próprios baralhos e também tenta expressar sua magia por meio deles, embora não tenha tido sucesso até então. Devido à sua fama, não interage com os outros além do e quando necessário, não quer aumentar ainda mais o alvo nas costas da sua mãe. Então é comum que o tirem para alguém soberbo, apático, boçal. Sua expressão comumente fechada também não ajuda.
4. Seus maiores interesses são em artes divinatórias, proteção, suporte e cura. Mas mantém um interesse oculto por combate físico envolvendo adagas e arco e flecha. Recentemente tem construído interesse também sobre venenos e azarações.
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