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edsonjnovaes · 9 months ago
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O QUE É SER “PARDO”?
O QUE É SER “PARDO” ? Chavoso da USP A dívida histórica deveria ser paga com a elevação do nível do ensino básico nas escolas públicas para igualar jovens de todas as procedências étnicas e sociais na disputa de uma vaga nas universidades. A essa afirmação óbvia, os defensores das cotas respondem com a seguinte pergunta: e a urgência de sanar as injustiças que já estão aí? Mario Sabino –…
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petrosolgas · 2 years ago
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Tentativa de grupos de esquerda em “regularizar” preços dos combustíveis fará com que diesel e gasolina fiquem mais caros, entenda porquê isso acontece
A Fuel Retailers Association afirmou que as tentativas dos grupos de esquerda na África do Sul em pedirem para que o governo controle  os preços de combustíveis, como gasolina e diesel, fará com que fiquem ainda mais inflados.
 Em março,  muitos países, como a África do Sul, bateram os maiores níveis de inflação dos últimos cinco anos. Além disso, os preços tendem a aumentar depois da iniciativa de muitos governos em remover o subsídio em que pagavam uma parte do preço. 
Nesta segunda-feira, 4 de julho, o Departamento de Recursos Minerais e Energia anunciou que, a partir do dia 03 de agosto, dentro de um mês, fará a retirada de todos os subsídios de combustíveis de gasolina e diesel para a população da África do Sul. 
O preço, de acordo com o informado pelo departamento, sobre o litro do diesel, está por volta de 2,31 rands (moeda utilizada no país). Além dos aumentos nos combustíveis utilizados na agricultura, o que poderá prejudicar o desenvolvimento do PIB, Produto Interno Bruto, é estimado, além disso, que a conta de energia elétrica também aumente, principalmente para os grupos que vivem em regiões mais afastadas. 
Aumentos dos combustíveis somam mais de 36% em apenas um semestre 
Os custos voltados para o varejo da gasolina tiveram aumento na África do Sul de ao menos 36% em um semestre, ou seja, desde o começo de janeiro. Os grupos trabalhistas realizam protestos para regularizar os preços, mas as manifestações tendem a ser prejudiciais aos olhos dos investidores do exterior. Dependendo dos níveis dos protestos, os valores do petróleo aumentarão, impactando o desenvolvimento econômico nacional. 
O Brasil vem enfrentando uma situação bastante parecida a esta. Bolsonaro, presidente da República, afirma que não pode intervir nos preços cobrados pela Petrobras mesmo que o governo federal seja acionista majoritário. Por não controlar os preços da estatal, o presidente da república removeu os  tributos federais  sobre o diesel para conter os caminhoneiros. 
Apesar da retirada dos tributos, o alto valor do dólar, que está sendo cotado a R$ 5,32 com o final do pregão da sexta-feira, 01 de julho, faz com que o litro tenha altas constantes e supere a faixa de $ 7 em ao menos vinte estados. Em estados como em Santa Catarina (SC), os postos já tem previsão para alterar os preços do combustível para mais de R $10 nas bombas. Os caminhoneiros estão entre os mais prejudicados. 
Leia mais: Governo Federal está cogitando comprar diesel da Rússia para suprir demanda e evitar escassez
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vidadestra · 3 years ago
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Um feriado sem nada a ser comemorado
O golpe militar que proclamou a República, no dia 15 de novembro de 1889, não golpeou apenas a Monarquia, mas também feriu de morte a Política, aquela de verdade, feita com ética e senso de dever, exercida por pessoas integras e cientes que foram escolhidas para servir à sociedade com seriedade e respeito ao bem público.
Desde aquele fatídico dia, nosso país e nossa política nunca mais foram os mesmos. O governo recém implantado logo se tornou uma ditadura, que perseguiu ferozmente os defensores do antigo regime, e passou a cercear as liberdades antes usufruídas por todos. De lá para cá, vivemos uma sucessão de governos formados por pessoas cujos únicos objetivos eram garantir a satisfação dos seus próprios interesses.
As leis, antes criadas para reger as relações entre as pessoas e entre estas e o Estado, passou a ser manipulada a fim de garantir impunidade àqueles que estavam se apropriando do Estado. O governo foi loteado entre a elite, e vários grupos passaram a disputar o poder entre si. Porém, o grupo mais importante e cujos interesses deveriam prevalecer sempre ficou de fora: o povo.
A Proclamação da República ocorreu à revelia da vontade da população. E tal ato não tinha o apoio unânime nem mesmo dos militares. Mas o golpe foi dado, o povo viu a sua aprovação da Monarquia ser desprezada e a sua vontade nunca mais foi totalmente respeitada por aqueles que ocupam o poder. Até hoje, os interesses do grupo majoritário continuam a ser ignorados.
Este feriado deve servir como momento para reflexão, para pensarmos o país que queremos e traçarmos estratégias e ações para construir esta tão desejada nação. Devemos usar as experiências fracassadas do passado como lições, para que os mesmos erros parem de ser repetidos.
O povo brasileiro merece muito mais do que vem recebendo. E não se trata de defender qualquer tipo de assistencialismo estatal, mas de defender a construção de um país próspero e justo, onde as pessoas tenham a oportunidade de crescer e se tornar aquilo que desejarem.
Mas enquanto vivermos sob os efeitos daquele 15 de novembro, dificilmente conseguiremos retomar o caminho do qual fomos abruptamente tirados. O país precisa voltar ao caminho do qual nunca deveria ter saído, e voltar trabalhar com ética e seriedade em defesa dos interesses da maioria, com a Política produzindo grandes homens, verdadeiros estadistas, capazes de conduzir o Brasil ao seu glorioso destino.
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loveforgaia · 3 years ago
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desmistificando a maternidade sacra - uma faca de dois gumes
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"e aí, quando você vai engravidar?"
"ah, mas você sabe né, toda mulher nasceu para ser mãe"
em nossa sociedade, uma ideia que é muito cara e que ativa a defensividade de muitos quando tocada é a visão que temos da figura materna. premissa geral da qual partimos com absoluta certeza é a de que toda mãe é boa, e que a maternidade é algo sacro.
mas será que toda mulher de fato possui a vocação ou o desejo de ser mãe? damos às mulheres a devida liberdade para que elas optem por não ter filhos SEM inserir nelas etiquetas de uma pessoa que ainda não está completa ou que não sabe o que é ser realizada?
essa expectativa de que toda mulher será mãe cria alguns efeitos diversos. vamos tratar de cada um deles.
uma vez que esperamos que naturalmente toda mulher já tenha o plano de ser mãe, criamos uma espécie de pressão sobre algumas mulheres que não desejam seguir tal caminho por diversos motivos que cabe a cada uma dizer. aquelas que não possuem o plano de vir ao mundo para necessariamente procriar, são vistas por algumas pessoas como seres que estão "falhando" com a sua missão, o que é uma visão completamente limitada, determinista e machista da vida de alguém. mas não para por aí.
no Brasil, cerca de 37% das mulheres não querem ser mães. quase a metade das mulheres brasileiras. o que isso significa? significa que essas mulheres estão finalmente tendo a possibilidade de escolherem não ser mães, isso com um pouco mais de liberdade apesar dos atuais preconceitos e estigmas. podemos falar de um repentino surgimento desse desejo? não. estamos falando simplesmente de uma ascensão da liberdade dessas mulheres, a voz que sempre existiu só está tendo maior espaço nos dias atuais.
o que podemos pensar dessas mulheres? nada. precisamos pensar algo sobre elas? precisamos necessariamente criar algum juízo de valor sobre elas? não.
dentro desse cenário, foi criado o movimento NoMo, que se remete a mulheres que decidiram não ser mãe. alvo de críticas, em especial de pessoas muito religiosas, esse é um movimento que marca e muito a busca da mulher por sua liberdade e por dispor de seu próprio corpo e de sua vida futura.
agora, existe outro ponto que também decorre da visão sacra que atribuímos às mães.
"toda mãe é boa"
"mas ela é sua mãe"
"ela te ama, ela sabe o que faz, é a sua mãe"
por outro lado, temos os efeitos completamente ruins aos filhos e às filhas quando mulheres sem vocação escolhem a maternidade para satisfazer desejos próprios e vazios internos, sem nenhum amor. isso existe? sim, e passamos então para outra possibilidade: aquela que envolve um transtorno de personalidade.
ao enxergarmos qualquer coisa como algo absoluto, sacro, sem defeitos, abrimos espaço para tratar essa coisa como algo superior o suficiente para não ser criticado. isso ocorre com diversos pontos em nossa sociedade: idolatrias de um modo geral; a própria religião, quando as pessoas acreditam, por ex., que autoridades religiosas não podem ser questionadas; e isso também ocorre muito com os pais.
sendo a maternidad vista como algo sacro, criamos uma espécie de bolha de proteção e imunidade para aquelas que se tornam mães, e isso cria, em alguns casos (nos casos de transtorno de personalidade, que é um recorte que estou tratando aqui) um grande espaço para que haja todo tipo de prática abusiva e arbitrária sob a justificativa de que o ser sabe o que é melhor para aquele que trouxe ao mundo. mas e nos casos em que a pessoa faz mal ao próprio filho ou à própria filha? será que não devemos afastar um pouco essa premissa geral e fixa que temos sobre as mães?
e então você pode pensar ou até mesmo ler: "mas por que um pai ou mãe faria mal ao seu filho, à sua filha?" e essa sua indagação já comprova o quão enraizado você está ao estereótipo de que toda mãe é boa. para tentar te ajudar a entender mais isso, vamos refletir.
primeiro que aqui ocorre uma simplificação intensa de relações complexas entre dois seres humanos muito distintos, é natural que existam conflitos entre uma mãe e um filho/uma filha, isso é importante de ser dito desde então. isso já ajuda a entender que nem "toda relação entre mãe e filha(o) é bonita e precisa dar certo".
vamos supor que a pessoa X tem transtorno de personalidade narcisista, o qual se caracteriza, dentre muitas coisas, por uma impossibilidade de sentir empatia e construir laços com reciprocidade, dentre outros pontos. é um transtorno que existe e é tratado pela CID-10. só porque ela se tornou mãe, deixará de ser narcisista? se pergunte sobre isso.
e então, dentro desse cenário completamente delicado de transtorno de personalidade, só por que uma pessoa se tornou mãe, ela passa a ser boa? a maternidade muda a mente e a personalidade desse indivíduo que sempre foi incapaz de ter verdadeira empatia pelos outros, que sempre se coloca em um pedestal, como alguém grandioso ou sofredor (transtorno de personalidade narcisista invertido)?
o transtorno de personalidade sumiu, uma patologia que, para ser tratada (já que é um transtorno extremamente delicado, se tratando de personalidade), só com a vontade do indivíduo e com um especialista capaz de dar o devido tratamento? a maternidade é uma luz que paira e cura a mente até das pessoas ruins?
e então você pode se perguntar por que estou tratando sobre o narcisismo, algo que parece tão específico e tão inútil ao assunto. na realidade, não é. talvez seja algo novo para você. mas esse transtorno é o maior vilão em uma relação com pais, mas em especial com mães, que são sacralizadas pela nossa sociedade.
narcisistas (leia-se: pessoas com transtorno de personalidade narcisista) são felizes quando sugam a felicidade e conquista dos outros.
narcisistas não ficam bem com os outros se sentindo bem.
narcisistas não se amam de verdade, mas necessitam parecer que sim.
narcisistas vivem de máscaras, essa é a base das relações dessas pessoas. pelas costas, eles falam muito mal de todos, e criticam tudo.
narcisistas se sentem alimentados pelo caos e por alguém brigando por eles.
por incrível que pareça, por mais vazios que eles sejam, os narcisistas tem menos tendência a sofrer de depressão. porque eles estão sempre sugando a energia dos outros, a vontade, a felicidade, e sempre conseguem de alguma forma: manipulam as pessoas, conseguem o que querem.
agora, uma pessoa com TPN se torna pai ou mãe. e aí? o que ocorre? quem sofre? a pessoa, que pela figura de mãe é sacra, ou os filhos, que crescem sob uma educação distorcida (em especial educação sobre o próprio ego deles), com valores distorcidos sobre a realidade, que nem sempre recebem o amor que desejam, e por vezes podem se acostumar com isso, especialmente caso se mantenham muito ligados à ideia de que "mãe está certa sempre". se a mãe sempre está certa, quem está errado, errada? "eu". "eu sou o erro".
dentro desse cenário, levando em consideração que
a) o transtorno de personalidade narcisista é mais comum do que se imagina;
b) existimos numa sociedade que insere a mãe numa bolha de superproteção, autoridade e sacralidade
o que teremos ao somar a + b? teremos diversos filhos criados por pessoas narcisistas. mas temos escutado essas pessoas? onde elas estão? porque pessoas narcisistas, a gente já sabe que existe: cerca de 8,2% da população brasileira. e a gente sabe que a "função" dada à mulher é a de procriar, por isso, você duvida que existam mães (e até mesmo pais!) narcisistas?
alguma dúvida de que elas existem? então vamos à alguns fatos:
o número de visualizações e comentários tristes de pessoas que vivenciam isso mas que só se encontram em grupos isolados em redes sociais (como no facebook: exemplo 1, exemplo 2, exemplo 3, exemplo 4), ou em comentários de vídeos de psicólogos e psiquiatras tratando do assunto. por que elas estão "falando somente agora"? porque a internet deu voz a isso, e deve seguir dando. porque se dependesse das pessoas que estão em nosso círculo social, isso não aconteceria. mas não é uma tarefa fácil, porque a internet representa um pequeno espaço da vida de pessoas que são muito mais do que isso: pessoas que tem a própria família para lidar, o círculo social, parentes, amigos, o cotidiano, a sociedade em si, que possui um pensamento majoritário: mães sacras. mães perfeitas. mães sabem o que fazem. mães naturalmente boas. quem consegue falar dos abusos que sofre numa relação tóxica e desequilibrada sabendo, tendo imensa consciência de que as pessoas são imensamente limitadas e preconceituosas com quem tem críticas a fazer sobre sua mãe?
não podemos nem partir da ideia de que naturalmente toda mãe é boa porque muitas pessoas mundo afora não possuem vocação para a maternidade, e também não podemos apontar o dedo em quem não quer mãe e dizer que ela é uma pessoa ruim, como se tivesse errando ou falhando em sua vida.
pois isso cria uma imensa impossibilidade de conversarmos abertamente sobre: (i) o tabu da maternidade sacra; (ii) os problemas que passam do normal com algumas mães mundo afora.
movimentos como o NoMo (No Mothers) e como o de filhas de mães narcisistas surgem na mesma via, com objetivos distintos, mas com o mesmo fundamento: desmistificar a figura da mulher que nasceu para ser mãe, desmistificar a figura da mulher que tem uma vocação para a maternidade.
e isso ocorre exatamente por existirmos numa sociedade muito limitada e completamente primária, ligada ao arquétipo da figura da mãe boa, tratando como exceção da exceção a "não vocação para ser mãe". acreditando, de forma ingênua, que os casos de maus-tratos são raros. em um dos grupos do facebook citados como exemplo acima, atualmente tem 13 mil membros. você tem certeza que é raro? ou será que estamos simplesmente vivendo em uma bolha?
seja a bolha de quem tem pais bons, e que aplicam a todas as outras pessoas a mesma premissa (em especial, a de maternidade sacra);
seja a bolha de quem também passa por isso ou por situação semelhante, mas que ainda está ligada a toda a ideia equivocada de maternidade absoluta.
enquanto seguirmos tratando a maternidade como algo sacro e natural a toda mulher, estaremos criando dificuldades para escutar e criar diálogo com aquelas que sabem e corajosamente admitem não querer seguir tal caminho, bem como não estaremos dando espaço para escutar aqueles que sofrem diariamente com pessoas abusivas que se revestem da figura "sacra" materna para justificarem e, mais do que isso, mascararem suas atitudes tóxicas.
o transtorno de personalidade narcisista, quando se mistura com a maternidade, representa os abusos e traumas - especialmente psicológicos (e às vezes físicos também) - em que a pessoa, por ser mãe, vai legitimar os seus comportamentos e receberá a mesma legitimidade das pessoas do lado de fora: "POR SER MÃE ELA ESTÁ CERTA, ELA ERROU, MAS É SUA MÃE", ou pior: "ela não errou, ela é mãe".
todo extremo nos faz abrir espaço para tratamentos interessantes para pessoas que não merecem. por isso ressalto que devemos enxergar as atitudes de cada indivíduo, e não afirmar, com todas as letras, de forma automática, que toda mãe faz bem o tempo todo.
precisamos ir desconstruindo aos poucos uma mesma ideia que cria diferentes efeitos negativos para as pessoas. ao desconstruirmos, não trataremos mães como monstros, mas sim como mulheres livres e que podem e merecem ser chamadas como boas quando assim agirem.
mulheres não precisam da maternidade para serem completas. isso deveria ser uma escolha. além disso, mães não são sacras, imunes e naturalmente certas.
cada pessoa é um indivíduo único, singular, e o fato de se tornar mãe não significa que surge naturalmente e automaticamente, em todos, a capacidade inata de cuidar, amar e saber desejar o bem. sabe como a gente observa se uma mãe está sendo boa? não pelo título que ela tem e se reveste, mas pelas ATITUDES dela. pela construção que ocorreu dentro dela com relação aos seus filhos. tudo depende das atitudes e singularidade de cada uma, não da "vocação inata a toda mulher para ser mãe". isso não existe.
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recantodaeducacao · 4 years ago
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Há alinhamento com Câmara pra aprovar reformas, diz presidente do Senado
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), reforçou neste sábado, 20, que há uma vontade política do Senado acertada com a Câmara dos Deputados para a votação das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) do ajuste fiscal e das reformas tributária e administrativa. Ele destacou que é preciso um modelo “menos injusto” de sistema tributário no país. “Não podemos impor especialmente às camadas mais pobres da sociedade que paguem a conta dos problemas que Brasil tem”, disse ele, em referência à reforma tributária durante live do Grupo Prerrogativas.
Sobre a reforma administrativa, Pacheco afirmou que é preciso haver o combate a privilégios e desperdício do dinheiro público. “O Estado pode ser menor. Não precisa ser um Estado mínimo concebido pelos ultraliberais, que é aquele que cuida só de saúde, segurança e educação, mas um Estado que seja capaz de respostas mais imediatas para a população”, disse. “Para isso, nós precisávamos das reformas trabalhista, da previdência e precisamos da reforma administrativa e da tributária, em um modelo que seja menos injusto possível, especialmente para os mais pobres”, declarou. Para Pacheco, a mudança nas leis trabalhistas foi algo positivo e que eventualmente pode “sofrer correções”. Ele também opinou que a reforma da Previdência corrigiu distorções. “A justiça trabalhista precisava ter instrumentos legais mais equilibrados”, opinou.
Em relação à recorrente discussão sobre uma reforma política, o presidente do Senado avaliou que não é o sistema eleitoral que define a “qualidade da classe política”. Para ele, a mudança no perfil da classe política está condicionada a investimentos em educação, cidadania, inclusão e esforços para conscientização sobre a importância do voto. “Eu sou da filosofia e da crença que não é modelo – proporcional, distrital, distrital misto, majoritário, o chamado ‘distritão’ – que vai resolver o problema da qualidade da classe política ou da deficiência de representatividade da sociedade através da classe política”, ressaltou.
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Pacheco, contudo, se disse aberto para refletir e debater possíveis mudanças no sistema eleitoral brasileiro. “É um típico assunto que deve ser resolvido pela maioria do Congresso Nacional, por todos os partidos políticos. Só não podemos deixar que a conveniência de um ou de outro partido para a sua própria sobrevivência ou não seja maior que o interesse público de ter um sistema que funcione no Brasil”, ponderou.
Ao comentar a representatividade da população no Parlamento, Pacheco destacou que a questão dos direitos das mulheres é uma das prioridades do Senado. “O ato que estamos propondo é no Senado a criação de uma liderança das mulheres, uma liderança feminina, assim como temos liderança de bloco, de governo, de maioria e minoria”, disse. A ideia é estabelecer um cronograma para a pauta em defesa dos direitos das mulheres. Pacheco citou como exemplo a questão da representatividade feminina na política e o aumento da violência doméstica. Segundo ele, os assuntos estão na “ordem do dia” do Senado.
*Com Agência Estado
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fefefernandes80 · 4 years ago
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Mesmo com centrista Biden, polarização deve seguir como nota dominante nos EUA
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A era dos extremos nos Estados Unidos está longe de terminar, dizem observadores da vida americana Matt York/AP Photo A era dos extremos nos Estados Unidos está longe de terminar, dizem observadores da vida americana.
Correntes profundas na sociedade, difíceis de explicar por categorias sociais, econômicas e políticas mais tradicionais, tendem a fazer com que o confronto polarizado permaneça uma nota dominante no país e emperre o governo de Joe Biden.
Trata-se de um extremismo motivado por um ressentimento contra o “sistema”, de uma nostalgia racista e xenófoba de uma América “pura”. Também de uma revolta contra “elites” e minorias; contra a ameaça do mundo exterior (globalização, “comunistas”, cosmopolitas).
Floresce devido ao desaparecimento de um terreno comum de diálogo e da empatia -o outro é inimigo. É uma revolta irracional, no sentido de que muitas vezes não é orientada pelo cálculo do interesse, pessoal ou de classe, de perdas e ganhos, e também pela recusa do diálogo baseado em evidências.
Enfim, o caráter cada vez mais indiferenciado das políticas dos partidos que se sucedem no poder provoca revolta com a política.
“Não importa se a vitória é de Biden ou de [Donald] Trump. A mesma dinâmica vai continuar em operação, a do jogo de soma zero”, afirma o sociólogo americano Richard Sennett, estudioso do declínio da vida pública e das transformações do trabalho, ora professor na London School of Economics.
Esse “jogo de soma zero” seria a noção de que o próprio progresso pessoal depende do rebaixamento de um outro grupo, ideia comum em quase um terço da sociedade, a base mais fiel do eleitorado de Trump.
Essa atitude não estaria associada a uma revolta de classe, negligenciada ou decadente em termos socioeconômicos, ou não apenas. Seria a nostalgia de uma América pura, branca, traída por membros da elite e pelo “sistema”, até do serviço público preocupado com a ideia de bem comum, observa Sennett.
Como tal atitude social e política não redunda em melhorias reais ou no aumento da auto-estima, o ressentimento se agrava. Uma derrota de Trump tenderia a levar essa massa de adeptos ainda mais para a extrema direita racista e animada por teorias da conspiração, do gênero QAnon, e incentivaria milícias.
De resto, há uma identificação forte com a pessoa de Trump, opinião também do embaixador Rubens Ricupero. “Para pelo menos metade do país, não importa se Trump é um fracasso na pandemia, na redução do déficit comercial, no emprego industrial. A identificação é com o líder, não há juízo de realizações. Nisso, temos uma situação parecida com a do Brasil de Jair Bolsonaro. A identificação da massa com o líder lhe dá certa imunidade”, diz Ricupero.
Para Matias Spektor, professor de relações internacionais na FGV, a explicação de fenômenos como a polarização e Trump pode estar em três correntes de fundo, diz: 1) a “elasticidade da realidade”: desde o início deste século, governos mentem ou distorcem sistematicamente fatos essenciais; 2) as polarizações fazem com que as pessoas se tornem mais e mais impermeáveis a evidências empíricas, ainda mais se apresentadas pelo “outro lado” do espectro político; 3) a reemergência do racismo aberto, baseada na ideia de que grupos majoritários estão sob ataque de minorias (negros, imigrantes).
Spektor observa que desigualdade de renda, a oposição entre a vida em áreas rurais e cidades pequenas e metrópoles bem-sucedidas, zonas industriais decadentes versus grandes cidades integradas na economia global, brancos versus não brancos contariam apenas parte da história, se tanto.
As divisões estão dentro também desses grupos: o rico britânico favorecido pela integração econômica mundial que vota pelo brexit e o latino adepto de Trump. Para Sennett, o extremismo atravessa classes e se deve a uma perda do sentido de propósito da vida, que nota entre trabalhadores brancos há décadas.
“Tanto na eleição de 2016 como na de 2020, o que fica evidente é o sentimento de alienação dos brancos remediados ou mais pobres, para quem o governo não faz diferença na vida. Têm certa razão, pois a diferença prática de políticas tem sido pequena, quando existe ou funcionam” diz Ricupero.
O diplomata diz que Trump sabe explorar o sentimento de insegurança ou revolta dos evangélicos em relação a mudanças de comportamento moral e deu voz e coragem ao racismo velado. “Explorou ainda mais esses medos durante os protestos do Black Lives Matter, com as derrubadas de estátuas e ideias de acabar com a polícia”, afirma Ricupero.
A indisposição para o debate realista de problemas em um terreno comum de diálogo é um drama, diz Spektor. Como sair disso? Difícil, pois teria havido perda de legitimidade da classe política (tida como corrupta), uma incapacidade de empatia (o adversário se torna inimigo) e um aumento da demanda de soluções mais radicais, fora do consenso partidário.
“Houve um colapso da autoridade legítima, uma ausência de lideranças críveis e capazes de dizer algo que faça sentido, que se sobreponha a divisões sociais, que esteja acima delas”, diz Spektor.
Uma coalizão reformista pode atenuar diferenças, com melhorias socioeconômicas? Em parte. É preciso também restaurar a “política da realidade” dos fatos.
Mas mesmo com políticas menos iníquas, as pessoas podem continuar a se sentir não representadas e por vezes votar contra seus próprios interesses (como americanos pobres contra sistema de saúde público ou programas sociais que beneficiam o “gueto” e minorias).
O sucesso de Trump, sua votação expressiva, tende a reforçar a radicalização e minar a política centrista, diz Sennett. Como o extremismo mostrou ter grande valor no mercado eleitoral, os republicanos devem fazer uma oposição “terra arrasada”, diz Spektor, que não acredita em renovação de lideranças no partido.
Para Spektor, uma mudança importante conduzida pelos democratas exigiria uma liderança do tamanho e do carisma de Franklin Roosevelt, presidente de 1933 a 1945, e de um programa de reforma social e econômica amplo, que dependeu de um momento muito particular, o dos EUA entre a Grande Depressão e a Segunda Guerra.
A opção restante seria um movimento de massa, como sugere a ala esquerda dos democratas, o que, no entanto, teria apoio minoritário da população e a oposição do establishment do partido, ligado à finança.
“Biden cometeu um erro estratégico. Acreditou que Trump era um ponto fora da curva. 2020 mostrou que não é, o que ficou reforçado pelo grande comparecimento às urnas dos dois lados”, diz Ricupero.
Como um presidente sem maioria decisiva, Biden teria muita dificuldade de promover reforma social que atenuasse esse sentimento de exclusão. “Ele sempre foi cauteloso e não tem a estatura dos presidentes reformistas americanos, nem a de um Lyndon Johnson [1963-1969], que levou adiante os direitos civis e reformas da seguridade social. Ele mesmo diz que será um presidente de transição.”
A vitória de Biden reforçaria a tendência centrista do comando dos democratas, de iniciativas limitadas tendo em vista a manutenção do poder no curto prazo, na eleição de 2022, um tanto fisiológicas, sem remediar fissuras profundas.
Combinaria o uso da máquina da Casa Branca para reforçar presença no Congresso a alguns programas que vendeu na campanha, como combate à crise climática e obras de infraestrutura “verde”, alguma reforma da polícia e alguma ênfase em políticas de ação afirmativa.
Uma provável maioria republicana dificultaria ainda mais as reformas.
Leia o artigo original em: Valor.com.br
Via: Blog da Fefe
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alvaromatias1000 · 4 years ago
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É possível “comprar votos” com auxílio emergencial de R$ 600?
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Segundo Bruno Boghossian (FSP, 30/06/20)  o capitão populista de extrema-direita chegou ao poder como um negacionista da pobreza. Crítico contumaz de programas de transferência de renda, ele disse no ano passado a fome no Brasil ser “uma grande mentira” e o papel do governo era facilitar a vida “de quem quer produzir”.
Sob risco, o presidente se converteu. O governo anunciou o pagamento do auxílio emergencial do coronavírus por mais dois meses. A prorrogação poderia ser um ato burocrático, mas ele organizou uma cerimônia no Planalto e chamou o programa de “o maior projeto social do mundo”.
Sob desgaste político, o presidente desqualificado para o cargo passou a negociar cargos no governo com líderes e dirigentes partidários do chamado “centrão”, em busca de apoio no Congresso e para tentar blindar eventual abertura de processo de impeachment.
O presidente adiou o fim do benefício por uma questão de sobrevivência política. As novas parcelas e o plano de reformulação do Bolsa Família se tornaram decisivos para sua permanência no cargo e para sua aposta na reeleição em 2022.
A pandemia marcou uma mudança na composição da base do populista de extrema-direita. Em 2019, os mais pobres correspondiam a 32% do grupo que considerava o governo ótimo ou bom, de acordo com o Datafolha. Desde então, o presidente manteve a popularidade estável, mas o segmento de baixa renda passou a representar 52% de seus apoiadores.
A atuação desastrosa do eleito casualmente, na pandemia, afastou segmentos mais ricos, mas levou para seu campo eleitores na base da pirâmide social. O fim do pagamento do auxílio representaria um risco de erosão em um nicho agora majoritário entre os apoiadoress.
O cálculo político é claro. No início da pandemia, o governo propôs apenas três parcelas de R$ 200 aos mais pobres para amenizar a crise. Só triplicou o valor após pressão do Congresso. Quando o programa chegava ao fim, o ministro da Economia afirmou: a prorrogação era arriscada porque “aí ninguém trabalha”.
O capitão malformado e reformado tenta consolidar apoio em novos grupos, mas ainda poderá buscar a retomada de territórios perdidos. “Ele tem chance de recuperar apoio nos segmentos mais abastados se mantiver a postura atual, menos explosiva”, avalia Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
A aprovação ao governo de Jair Bolsonaro segue estável em níveis baixos (32%), mas o que chama mesmo a atenção, como mostrou o Datafolha, é o apoio inédito dos eleitores à democracia (75%) e a outros marcos civilizacionais, como a rejeição à tortura.
É normal que, durante períodos de crise, quando a incerteza aumenta muito, as pessoas reduzam seu apetite pelo aventureirismo e recorram ao que já funcionou no passado, sejam partidos políticos, seja o saber técnico. É alvissareiro, nesse sentido, o forte aumento do prestígio de especialistas constatado pelo Datafolha. Em 2014, apenas 13% dos brasileiros achavam que técnicos deveriam ser ouvidos pelo governo antes de decisões importantes. Agora são 42%. Cansaram da ignorância da equipe governamental.
Mauro Paulino e Alessandro Janoni, respectivamente, Diretor-geral do Datafolha e Diretor de Pesquisas do Datafolha, analisaram a última pesquisa de opinião sobre o (des)governo.
Pela primeira vez desde o início do mandato, o presidente é reprovado pela maioria dos mais ricos, grupo que, junto aos mais escolarizados, compõem universo estratégico na formação da opinião pública, especialmente no modelo de comunicação priorizado por sua gestão, via redes sociais.
Nos primeiros levantamentos realizados pelo Datafolha após o início da pandemia, o instituto já detectava desgaste da imagem do presidente nesses segmentos que majoritariamente o elegeram em 2018.
No começo, a perda de apoio era mais nítida entre os que têm nível superior de escolaridade com relativa resiliência entre os mais ricos, onde a polarização de opiniões era explícita.
Agora, eles deixam de ser o segmento que mais aprova o eleito pela facada e apresentam taxas de avaliação positiva equivalentes aos dos demais estratos —no último mês a popularidade de desqualificado caiu nove pontos percentuais entre os que têm renda superior a dez salários mínimos, enquanto entre os mais pobres oscilou apenas um ponto para baixo.
Como é um segmento de baixo peso quantitativo na composição do eleitorado (4%), o comportamento dos mais ricos não se reflete de maneira significativa no total da população.
Para aumentar a precisão estatística, o Datafolha agrupou os entrevistados com renda familiar superior a cinco salários mínimos. Quando o foco se dá nesse segmento, o índice dos que consideram o presidente ótimo ou bom recua cinco pontos percentuais no último mês, enquanto entre os que recebem até esse valor oscilou negativamente apenas um ponto. A maioria absoluta dos que têm maior renda passa a reprovar o atual ocupante do cargo de presidente.
Se dependesse apenas de seu eleitorado, o presidente teria hoje cerca de 23% de avaliação positiva, ou seja, nove pontos percentuais provêm dos que não votaram nele no segundo turno. Entre estes, a taxa de solicitação do auxílio emergencial é oito pontos superior à verificada entre os que votaram no presidente.
O efeito desse fenômeno sobre as mulheres mais pobres — as que mais solicitaram e receberam o auxílio emergencial — é revelador.
Apesar de serem mais críticas ao governo do que seus pares masculinos, a reprovação do lamentável presidente entre elas é inferior em 12 pontos percentuais se comparada às das mulheres mais ricas. São elas justamente as que mais o rejeitavam durante as eleições. Se dependesse apenas dos votos das mulheres de mais baixa renda ele teria perdido a eleição, o que torna essa inversão foco de atenção.
Já o desgaste do presidente entre os mais escolarizados e de maior renda, por consequência mais informados, é resultado de um forte abalo de imagem que já vinha ocorrendo por conta de seu comportamento diante da pandemia e que se intensificou no último mês após a demissão do ex-ministro Sergio Moro, das mudanças na Polícia Federal, dos processos que envolvem a propagação de fake news em redes sociais, da prisão de Fabrício Queiroz e sua participação em atos antidemocráticos que pediam intervenção militar no Congresso e no STF.
O saldo é, ao contrário do que se verificava em abril do ano passado, que a maioria dos brasileiros hoje considera o sujeito despreparado (58%), incompetente (52%), indeciso (53%), pouco inteligente (54%) e, acima de tudo, autoritário (64%), com mudanças de percepção mais expressivas entre os mais prósperos. Há pouco mais de um ano, esse era o estrato que menos classificava o presidente como autoritário, por exemplo. Hoje, é o que mais o faz.
O futuro político do bolsonarismo está, por um lado, diretamente relacionado ao manejo do auxílio emergencial e também ao destino que se dará ao Bolsa Família. Essas ações determinarão em grande parte o comportamento eleitoral dos mais pobres, em especial das mulheres.
Mas o descuido no combate ao coronavírus e atitudes que atentem contra os princípios democráticos e morais também atuarão de forma efetiva sobre segmentos com voz forte nos humores da opinião pública.
É possível “comprar votos” com auxílio emergencial de R$ 600? publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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ashaconferencias · 5 years ago
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Voto Distrital
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VOTO DISTRITAL MISTO X DISTRITAL PURO
Lula, Dilma, Temer, o Ministério Publico, a PGR, todos dizem que é armação. E é!
Lula, Dilma, Temer, o Ministério Publico, a PGR, todos dizem que é armação. E é!
Quanto, em cada episódio, dá pra discutir até o fim dos tempos. Dê a alguém a prerrogativa de falar em seu nome e esse poder será abusado. Transforme uma instituição num gatilho e, mais cedo ou mais tarde, para o bem e para o mal, ele será acionado.
A legitimação do poder é a questão essencial da democracia. O melhor a fazer nesse quesito é não delegar nada: só o eleitor põe, só o eleitor despõe. A questão é como montar um sistema que viabilize isso com a necessária agilidade e economia de traumas. Há duas variações. Os sistemas de voto distrital puro com “recall” ou “retomada” de mandatos e o voto distrital misto com governo parlamentarista.
Aos exemplos. A Carolina do Norte elege 13 deputados federais e 170 estaduais. Toma-se o numero total de eleitores e divide-se pelo numero de vagas dos legislativos municipal, estadual ou federal. Isso dá o tamanho de cada distrito eleitoral. Cada distrito – nas eleições municipais um bairro ou conjunto de bairros – elege apenas um representante. Como os candidatos só têm de pedir voto naquele distrito acaba o problema do custo das campanhas e doenças correlatas. Nas eleições estaduais cada distrito (o numero de eleitores dividido por 170 neste exemplo) será a soma de “N” distritos municipais. Ou, nas federais, quando o estado será dividido em 13 distritos, eles serão a soma de “N” distritos estaduais.
Só senadores são eleitos pelo estado inteiro. A conta, aí, é nacional: o numero total de eleitores dividido pelo numero total de vagas. Como representam pessoas e não paisagens, onde houver mais população haverá mais senadores. Os demais representantes em Washington também não são deputados do estado “tal”, são deputados “do distrito nº tal do estado tal”. Cada deputado de cada instância pode, se quiser, saber o nome e o endereço de todos os seus representados. Se alguém morrer ou cair, só haverá eleição para reposição (special election) no distrito dele. Nada de suplente.
As fronteiras de cada distrito são redefinidas a cada 10 anos com base no censo. A Federal Election Comission é a unica que pode legislar sobre financiamento de campanhas. Todo candidato é obrigado a prestar contas até 15 dias depois de receber cada contribuição ou fazer despesas iguais ou superiores a US$ 5 mil. Dai para baixo cada um pode ter sua regra.
36 estados adotam o “recall” ou “retomada” de mandato para representantes eleitos. 19 estendem o “recall” para todo funcionário eleito (e todos que têm por objeto fiscalizar governos ou prestar serviços diretos à população, começando pelos promotores do equivalente do Ministério Público, são diretamente eleitos).
Na maioria dos municípios nem se vota mais em prefeito. Elege-se uma “diretoria” colegiada (“Council”) de cinco ou seis membros coordenada por um CEO com metas para cumprir. Não cumpriu, rua! Só as mega cidades têm prefeitos e câmaras municipais e, mesmo assim, nem todas. Cada uma faz como quiser. As eleições municipais são apartidárias. Concorre quem quiser sem pedir ordem a ninguém. As grandes cidades têm até constituições próprias regulando instrumentos como referendo, recall, leis de iniciativa popular, penas para crimes, gestão de escolas públicas, regras para endividamento e etc. Não estando em confronto com os 7 artigos e 28 emendas da constituição (aqui a soma é de 330!), valeu.
Todo assunto sensível vindo dos legislativos ou de iniciativas populares, vai a referendo. Entra na cédula da próxima eleição pedindo sim ou não do eleitorado inteiro. Nada de “consultas a movimentos sociais” valendo decisão e outras tapeações do genero. Voto, sempre, e de todos os afetados, sempre.
Todo e qualquer eleitor – até o morador de rua – pode derrubar seu representante. Basta iniciar uma petição. Não precisa haver razão específica ou crime. Um simples “não me representa” é suficiente. Se conseguir as assinaturas de 5% dos eleitores do seu distrito, convoca-se uma votação de todo o distrito para destitui-lo ou não e eleger seu substituto. O resto do país pode continuar trabalhando em paz.
O voto distrital puro põe o eleitor mandando diretamente em cada pedacinho do país, o que lhe dá poder mas não para tudo. Juntando grupos majoritários de pedacinhos do país, ele manda no país inteiro sem, no entanto, ganhar caminhos fáceis para golpes. Tudo tem sempre de ser aprovado passo a passo, na ida ou na volta, por todos os eleitores de cada pedacinho do país.
Agora vamos ao distrital misto. Ele também delimita a área em que cada candidato pode pedir votos. No resto, tudo fica meio como é no Brasil. Você vota diretamente num candidato mas dá mais um voto ao partido que vai pro candidato que ele puser numa lista lá dele. Você nunca sabe ao certo representante de quem cada deputado é: de um pedaço “X” do eleitorado ou de um grupo dentro de um partido com poder para montar a tal da lista.
Para remover quem se comportar mal tem de parar o país, convocar eleições gerais e votar numa nova mistura de partidos que, somados, dêem maioria e elejam um primeiro ministro. Ou seja, você até pode expulsar o ladrão, mas tem de deixar para a quadrilha a escolha do novo chefe.
A pretexto de baratear o custo da eleição e fazer representar todas as “tendências” da população nas suas mínimas expressões temáticas, o voto distrital misto mantem um monte de partidos e caciques decidindo quem pode ou não se candidatar a quê e legislando sobre tudo dentro e fora da sua casa e até da sua cabeça.
Resumindo: com voto distrital puro com “retomada” e referendo os políticos deixam de mandar e passam a obedecer. A partir daí você decide quais reformas fazer e quando. Com distrital misto com parlamentarismo os políticos – índios e caciques – entregam alguns anéis mas não os dedos com que continuarão te agarrando por todos os lados, especialmente na região do bolso.
Não é por outra razão que 9,99 entre 10 políticos preferem o voto distrital misto. É muito chato ter patrão!
                                                                      Fernão Lara Mesquita
                                                                      www.vespeiro.com
 Artigo para O Estado de S. Paulo de 15/6/2017
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piranot · 5 years ago
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Mortes por Covid-19 crescem mais entre pessoas com menos de 60 anos
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — Se por um lado idosos e pessoas com doenças crônicas são as maiores vítimas do novo coronavírus, as mortes de adultos mais jovens ou entre pessoas sem registro de fatores de risco avançam no Brasil.
Foto: Divulgação
Embora representem uma parcela menor, a quantidade de óbitos pela doença entre homens e mulheres com menos de 60 anos cresceu cerca de 64 vezes em um intervalo de menos de um mês. No mesmo período, as mortes entre aqueles com mais de 60 anos aumentaram aproximadamente em 18 vezes. A análise foi feita pela reportagem em dados do Ministério da Saúde.
No fim de março, quando a pasta começou a divulgar um detalhamento das mortes, 89% delas eram de idosos. Em menos de um mês, o percentual caiu para 72%.
O balanço de março mostrava ainda que 85% das pessoas que tiveram as mortes por Covid-19 analisadas tinham registro de ao menos uma doença prévia ou outra condição de risco conhecida. Na última segunda (20), esse número chegava a 70%.
Desde então, com a troca no comando da pasta, o ministério suspendeu a divulgação de balanços completos com esses dados.
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam diferentes fatores para essa mudança no perfil das mortes.
Um deles é o fato de que a população brasileira é majoritariamente mais jovem em comparação a países europeus, por exemplo.
“O Brasil tem um núcleo majoritário de pessoas que estão entre a segunda e a quarta década de vida. Era natural e esperado que a doença, ao alcançar um patamar de transmissão acelerada, alcançasse esse grupo da população”, afirma a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz e uma das principais especialistas na linha de frente do combate à Covid-19.
Para ela, a epidemia rejuvenesceu no Brasil na medida em que começou a migrar de áreas mais ricas, onde foram registrados os primeiros casos, também para áreas mais pobres, onde há mais jovens e problemas de assistência são mais visíveis.
“A doença tem um vetor de crescimento para comunidades menos favorecidas. Nessas áreas de concentração urbana, de muita densidade demográfica, tem muitos jovens”, diz. “A doença é democrática, no sentido de que atinge qualquer um. Ninguém precisa ter diferença de idade para isso”, afirma. Ela lembra, porém, que o risco de gravidade e complicações ainda é mais alto em idosos e pessoas com doenças crônicas prévias. Entre idosos, as principais são cardiopatia e diabetes. Já entre os mais jovens, aparecem asma e obesidade.
Mas o que explica o fato de haver mortes por coronavírus em pessoas sem registro desses fatores? “Podemos ter, por exemplo, a ocorrência de uma suscetibilidade individual que nunca foi observada”, diz a médica Fátima Marinho, do Instituto de Estudos Avançados da USP.
É o caso de doenças autoimunes, ou outras em que há frequentemente atraso no diagnóstico ou ficam de forma latente, com manifestação tardia. “E não se sabe como receberiam um vírus como esse”, afirma Marinho, que lembra que o novo coronavírus chama a atenção por causar pneumonias graves e ser mais agressivo em comparação a outros vírus respiratórios mais comuns.
Para Luciano Goldani, professor de infectologia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o aumento de mortes entre mais jovens impressiona.
“Uma hipótese são comorbidades escondidas, porque temos uma radiografia maior dos problemas em população mais idosa. Jovens fazem menos exames, então é difícil analisar se são isentos de comorbidades. Há também questões genéticas que precisam ser estudadas”, afirma.
O médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Leonardo Weissmann coloca como hipóteses uma suscetibilidade genética ou mesmo uma maior exposição ao vírus.
Weissmann também menciona o fenômeno conhecido como tempestade de citocina, ainda pouco explicado, que pode se dar quando o corpo combate agentes infecciosos.
Uma possível reação a esse quadro leva a uma ativação excessiva do sistema imunológico, com fortes consequências para o paciente. “Pode atacar vários órgãos e levar à morte”, afirma.
Um outro fator apontado é a obesidade. Atualmente, 56% dos brasileiros estão com excesso de peso e 18% são obesos, grupo que tem se mostrado mais vulnerável à Covid-19, de acordo com Mário Carra, da Abeso (associação brasileira para estudo da obesidade).
Para os especialistas ouvidos pela reportagem, é preciso considerar ainda a subnotificação nos registros gerada pela baixa oferta de testes, o que afeta a análise da mortalidade, e diferenças no modelo de registros.
Um deles é a possibilidade de falhas no preenchimento dos dados completos sobre comorbidades em alguns municípios.
Ao mesmo tempo, de acordo com Marinho, da USP, pode haver casos em que o registro da morte ocorreu como infarto, mas análises posteriores confirmaram também uma infecção pelo vírus Sars-CoV-2 –sem que isso estivesse incluído na notificação.
Questionado sobre os fatores que levam ao aumento no índice de mortes em alguns grupos, o Ministério da Saúde não respondeu.
Recentemente, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, apontou a possibilidade de que a ocorrência de mortes em pessoas sem fator de risco conhecido esteja ligada a uma possível coinfecção por outros vírus respiratórios. A hipótese, porém, ainda precisaria ser confirmada.
No Recife, um caso que chamou a atenção foi a morte de um bebê de sete meses, faixa etária que inicialmente estaria fora de complicações.
A criança, no entanto, tinha uma cardiopatia grave, o que pode ter agravado o quadro.
“O vírus parece poupar em maioria as crianças sem comorbidades, e é muito raro ter mortes nessa faixa etária. No adulto jovem o risco individual é menor, mas ele existe. A verdade é que, quanto maior o número de casos, mais vamos vendo escapes à regra”, afirma o secretário municipal de Saúde do Recife, Jailson Correia.
Dados divulgados pelos estados também indicam especificidades locais. Em São Paulo, 75,8% das mortes ocorreram entre idosos, segundo dados do governo estadual. Já no Rio Grande do Sul, esse índice é de 83% –acima da média do país.
A pirâmide etária do estado fornece algumas explicações. “A população idosa do Rio Grande do Sul é proporcionalmente a maior do país, um perfil parecido com o da Itália”, diz Goldani, da UFRGS.
Por causa dessa semelhança, afirma, houve um receio de que a situação do país se repetisse, o que fez o estado ser um dos primeiros a implementar uma política de distanciamento mais rígida.
O mesmo foi feito em outras regiões –que, no entanto, avaliam agora uma flexibilização, em meio a pressão do governo federal.
Para Margareth Dalcolmo, o aumento de mortes entre pessoas mais jovens mostra riscos em alterar a política de isolamento social. “Se flexibilizarmos agora, em um momento em que a epidemia está em franca ascensão, vamos pagar um preço humanitário de mortes evitáveis.”
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ultraisabarrosmartins1978 · 5 years ago
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Brasileiros ignoram Bolsonaro e 76% defendem isolamento social
Em meio à crise interna entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o brasileiro sinaliza seu posicionamento diante da ascensão da pandemia no país.
E de acordo com pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira, 6, a maioria dos entrevistados, 76%, defendem a permanência das medidas de isolamento social para impedir a propagação do vírus. Independente dos impactos causados para a economia e aumento do desemprego.
Realizada entre 1 e 3 de abril, a pesquisa ouviu 1.511 pessoas em consulta telefônica. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Do outro lado, 18% dos entrevistados defendem a retomada da economia por meio do fim do isolamento.
Raio-x da opinião
Entre os brasileiros consultados, o maior apoio pela permanência do isolamento vem da região Nordeste, coincidentemente região de maior resistência ao bolsonarismo no país. Lá, 81% dos entrevistados defendem que as pessoas fiquem em casa.
Enquanto no Sul, onde o presidente ostenta apoio majoritário, 70% defendem que as pessoas fiquem em casa. Dois terços querem manter o comércio não essencial fechado e 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas.
Entre pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos, 67% apoiam o fechamento do comércio; entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos o percentual diminui para 62%.
Volta às aulas ?
O tema ‘volta às aulas’ é o que mostra maior consenso entre os entrevistados. Apenas 11% apoiam o retorno frente aos 87% que discordam da medida.
A reabertura das escolas é outro ponto que o presidente tem defendido. Seu argumento é que crianças e jovens não fazem parte do grupo de risco, e portanto não têm porque ficar em isolamento.
Assunto caro a Bolsonaro, que tem defendido a reabertura das escolas, sob o argumento de que as crianças e jovens não devem ficar em isolamento por estar fora do grupo de risco.
Especialistas x Bolsonaro
Desde o avanço da crise da pandemia no país, Jair Bolsonaro protagonizou diferentes embates políticos nos bastidores do poder.
Bolsonaro defende o chamado “isolamento vertical”, apenas para idosos e doentes. A posição vai contra o que vem sendo defendido por infectologistas, pela Organização Mundial da Saúde e pelo próprio Ministério da Saúde. O argumento é que os mais jovens podem trazer o vírus para dentro de casa e infectar outras pessoas.
Contraria recomendações de especialistas da saúde ao estimular a retomada do comércio, que, segundo ele, protege a saúde financeira da população mais vulnerável. Apesar disso, estudos provam que as medidas restritivas não alteram significativamente a rotina desse grupo.
Há algumas semanas Bolsonaro saiu em defesa do modelo de “isolamento vertical”, formato que defende o retiro apenas para idosos e doentes. Proposta contrária às orientações de infectologistas, da Organização Mundial da Saúde e do próprio Ministério da Saúde, que defendem a tese de que os mais jovens podem hospedar o vírus ao saírem de casa e infectar outras pessoas.
Ao que tudo indica, a população segue de acordo com as recomendações de quem entende do assunto.
Brasileiros ignoram Bolsonaro e 76% defendem isolamento socialpublicado primeiro em como se vestir bem
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lucacecchini · 6 years ago
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A DEMOCRACIA E AS MINORIAS
A democracia, por vezes, é referenciada como “a ditadura da maioria”, mas em um país com população tão plural quanto o Brasil como esse modelo se relaciona com as diversas minorias? Ao terminar a leitura você entenderá a diferença entre uma democracia e um sistema de decisão baseado no consenso da maioria, quais os obstáculos para o aumento da representatividade de maiorias e alguns dos instrumentos para ampliar a voz de grupos e minorias.
A MAIORIA SEMPRE VENCE NA DEMOCRACIA?
Não! Ou pelo menos, não deveria. Caso contrário, como as minorias conseguiriam consolidar seus direitos e reivindicações?
As sociedades democráticas atribuem a todas as diversidades que compõem sua população, o mesmo peso e a completa liberdade para participarem do debate político. No primeiro parágrafo do primeiro artigo da Constituição brasileira afirma-se que “ todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”; ou seja, na democracia representativa do Brasil todas as pluralidades do país devem participar do centro de decisões políticas, pois é justamente dela que surge o poder repassado aos representantes eleitos. Então para que um Estado seja considerado juridicamente democrático, todos os grupos minoritários devem ser contemplados.
Mas afinal se todos têm liberdade e opinião de mesmo peso, porque o voto da maioria não deve sempre prevalecer?
A decisão pautada nos votos majoritários é, sem dúvida, a escolha mais eficaz, pois ela garante que a maioria das demandas sejam atendidas. No entanto, a decisão pela eficiência não significa que seja a mais justa. Dar voz aos representantes de minorias garante que diversos direitos fundamentais não sejam confiscados e legitimados pela decisão da maioria. Modelos democráticos que não dão margem a manifestações politicas de grupos minoritários tendem a percorrer caminhos de violência e intolerância. Esse é o caso do governo turco sunita, representante de quase 95% da população, que persegue sucessivamente minorias contrárias às sua decisões. Ao passo que, todas as opiniões sejam ouvidas a decisão final chega mais próxima ao conceito de justiça.
Em um processo democrático saudável, é aberto à todos os grupos do conjunto uma oportunidade de se manifestar através de debates políticos, respaldados pela liberdade de expressão, convencer a maioria de que suas reivindicações são importantes de devem ser consideradas no processo de decisão.
Nas palavras do advogado especialista em direito público Sidney Guerra a pluralidade no processo de decisão é indispensável: “O pluralismo é um dos aspectos que caracterizam o modelo de sociedade democrática brasileira. A diversidade faz parte do meio social em que vivemos e é um elemento essencial para o desenvolvimento da comunidade. Partindo desse raciocínio, pode-se observar a importância da proteção das minorias e grupos vulneráveis”
POR QUE A CONSOLIDAÇÃO DOS DIREITOS DAS MINORIAS NÃO É PAUTA DOS POLÍTICOS?
Apesar da isonomia de direitos ser benéfica a todos, ela não é vista no dia a dia do Congresso Nacional. Essa incongruência se dá, basicamente por 3 motivos:
Políticas públicas destinadas a maioria atribuem maior reconhecimento ao político, e por consequência, mais votos. Dessa forma, os esforços governamentais ficam focos nessa parcela. Tal fenômeno é comum a todas as democracias da América Latina .
Pluralidade da população brasileira. As variações de etnias no País está invariavelmente ligada a condição econômica. Sendo assim, minorias com menor poder financeiro tem menor influência política, e consequentemente, menor representatividade. Sistema de financiamento eleitoral. O sistema implementado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não favorece a representatividade das minorias. As regras que estabelecem o coeficiente eleitoral, isto é o montante de dinheiro disponibilizado para realização das campanhas eleitorais, favorece apenas o partidos mais poderosos e consagrados. Essa configuração relega os representantes de minorias à margem e condiciona sua participação nas casas do Congresso. Em 2018 serão realizadas as primeiras eleições sem financiamento privado, mas dificilmente a situação irá alterar-se. A fatia do fundo partidário referente a cada partido será proporcional ao número de cadeiras ocupadas.
INSTRUMENTOS PARA AMPLIAR A PARTICIPAÇÃO DE GRUPOS VULNERÁVEIS NO BRASIL
Além dos mecanismos internacionais corroboração dos direitos de minorias, como Direitos Humanos e liberdade de expressão, a Constituição Federal apresenta duas leis que auxiliam na ampliação da representatividade. Elas são:
Lei 9504/97
Essa lei impõe um limite mínimo e máximo de candidatos do mesmo sexo em cada coligação
Art. 10.  Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher, salvo:
§ 3o  Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.
Lei 12304/09
Essa lei tem por objetivo determinar o fim de determinada parcela do fundo partidário e do tempo de propaganda para o incentivo e formação de representantes femininas.
Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
V - na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total.
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento).
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fefefernandes80 · 4 years ago
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Maioria quer que vacina para covid seja obrigatória, mostra Datafolha
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Aqueles com renda familiar acima de 10 salários mínimos mostram menos predisposição para a vacina do que os que têm renda de até 2 salários em Belo Horizonte, Recife e São Paulo Mais de 70% da população de quatro grandes capitais do país se declara favorável à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 uma vez que um imunizante seguro e eficaz esteja disponível, mostra pesquisa do Datafolha em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Nessas cidades, ao menos 75% dos entrevistados afirmaram que pretendem se vacinar tão logo seja possível. O apoio à vacinação e à obrigatoriedade é majoritário em todos os estratos identificados pela pesquisa, que ouviu 1.092 eleitores a partir de 16 anos na capital paulista, 900 na fluminense, 800 na mineira e 800 na pernambucana nos dias 5 e 6 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais em todos os casos. O índice mais alto daqueles que declaram pretender se vacinar foi registrado em Belo Horizonte, onde 81% dos entrevistados manifestaram a intenção, patamar similar o do Rio (80%) e de São Paulo (79%) e superior ao do Recife (75%). Os que afirmam que não vão se vacinar oscilam de 15% a 20% conforme a cidade. Já a obrigatoriedade encontrou maior apoio dos cariocas (77%) e dos belo-horizontinos (76%), e aderência pouco menor entre recifenses (73%) e paulistanos (72%) –com estes últimos, a rejeição à obrigatoriedade bate em 27%. Esta é a primeira vez que o Datafolha aborda a questão, levantada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 31 de agosto quando uma simpatizante o interpelou com críticas ao imunizante e ele respondeu que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, mensagem reforçada depois por seu governo. Lei sancionada em fevereiro, contudo, prevê a possibilidade de vacinação compulsória. Em pesquisa nacional Datafolha feita por telefone nos dias 11 e 12 de agosto com 2.065 brasileiros em todas as regiões e margem de erro de dois pontos percentuais, 89% afirmaram que pretendiam se vacinar contra a covid-19 quando houvesse imunizante disponível, e apenas 9% recusavam uma eventual vacina. Embora sirvam de referência, os dados não podem ser comparados diretamente por terem amostragens distintas. Ainda sem haver remédio que possa curar a covid-19, a vacina é vista como única solução para estancar uma pandemia que já matou 1,07 milhão de pessoas no mundo, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins (EUA), e mais de 150 mil no Brasil, além de ter infectado ao menos 36,8 milhões de pessoas no planeta desde que foi identificada, em dezembro –o número é considerado subestimado, dada a insuficiência de testes. No entanto, nenhum imunizante contra a covid está disponível para a população. Até o início deste mês, dez candidatas a vacina no mundo estavam na terceira e última fase de testes clínicos, com dezenas de outras nas fases 1 e 2. As previsões mais otimistas são de que as campanhas possam começar, com grupos de risco, em dezembro. Mas a vacinação de populações inteiras pode levar mais alguns meses. No Brasil, as vacinas mais próximas do uso em massa são a CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e testada em consórcio com o Instituto Butantan, em São Paulo, e a vacina de Oxford, criada pela farmacêutica AstraZeneca com a universidade britânica a qual lhe empresta o nome e que no Brasil tem como parceira a Fiocruz. Apesar do apoio maciço manifestados pelos eleitores das quatro capitais brasileiras à vacinação, há nuances. No Rio e em São Paulo, por exemplo, a intenção de se vacinar é mais alta entre os homens (82% e 81%, respectivamente, ante 77% e 71% entre as mulheres), enquanto em Belo Horizonte são elas que mostram mais interesse (83%, ante 80%). Todos esses resultados, porém, ficam dentro da margem de erro, alargada quando se observa um estrato específico. Aqueles com renda familiar acima de 10 salários mínimos mostram menos predisposição para a vacina do que os que têm renda de até 2 salários em Belo Horizonte, Recife e São Paulo, onde as diferenças entre os dois grupos são, respectivamente, de 8, 11 e 11 pontos (todas na margem de erro). No Rio, entretanto, os mais ricos são os que mais aguardam a vacina: 90%, ante 77% dos mais pobres. Já a escolaridade parece ter peso apenas em São Paulo e Rio, em sentidos inversos: a adesão à vacina é maior entre os que têm curso superior por margem de 8 pontos sobre os que têm só o ensino fundamental no Rio, e menor por margem de 6 pontos em São Paulo (desta vez, fora da margem de erro no primeiro caso e no limite no segundo). Ironicamente, os mais novos, que têm de 16 a 24 anos, se mostram mais dispostos a se vacinar do que aqueles com mais de 60 anos –justamente a faixa mais afetada pela covid-19– por diferenças que vão de 6 pontos (no Rio e em BH, dentro da margem de erro) a 15 (em Recife; em São Paulo o salto é de 10 pontos, ambos fora da margem). No domingo (11), com mais 270 mortes em 24h, o Brasil registrou 150.506 óbitos por covid-19, segundo consórcio de imprensa.
Leia o artigo original em: Valor.com.br
Via: Blog da Fefe
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lovacedon · 4 years ago
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Maioria quer que vacina para covid seja obrigatória, mostra Datafolha
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Aqueles com renda familiar acima de 10 salários mínimos mostram menos predisposição para a vacina do que os que têm renda de até 2 salários em Belo Horizonte, Recife e São Paulo Mais de 70% da população de quatro grandes capitais do país se declara favorável à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 uma vez que um imunizante seguro e eficaz esteja disponível, mostra pesquisa do Datafolha em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Nessas cidades, ao menos 75% dos entrevistados afirmaram que pretendem se vacinar tão logo seja possível. O apoio à vacinação e à obrigatoriedade é majoritário em todos os estratos identificados pela pesquisa, que ouviu 1.092 eleitores a partir de 16 anos na capital paulista, 900 na fluminense, 800 na mineira e 800 na pernambucana nos dias 5 e 6 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais em todos os casos. O índice mais alto daqueles que declaram pretender se vacinar foi registrado em Belo Horizonte, onde 81% dos entrevistados manifestaram a intenção, patamar similar o do Rio (80%) e de São Paulo (79%) e superior ao do Recife (75%). Os que afirmam que não vão se vacinar oscilam de 15% a 20% conforme a cidade. Já a obrigatoriedade encontrou maior apoio dos cariocas (77%) e dos belo-horizontinos (76%), e aderência pouco menor entre recifenses (73%) e paulistanos (72%) –com estes últimos, a rejeição à obrigatoriedade bate em 27%. Esta é a primeira vez que o Datafolha aborda a questão, levantada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 31 de agosto quando uma simpatizante o interpelou com críticas ao imunizante e ele respondeu que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina", mensagem reforçada depois por seu governo. Lei sancionada em fevereiro, contudo, prevê a possibilidade de vacinação compulsória. Em pesquisa nacional Datafolha feita por telefone nos dias 11 e 12 de agosto com 2.065 brasileiros em todas as regiões e margem de erro de dois pontos percentuais, 89% afirmaram que pretendiam se vacinar contra a covid-19 quando houvesse imunizante disponível, e apenas 9% recusavam uma eventual vacina. Embora sirvam de referência, os dados não podem ser comparados diretamente por terem amostragens distintas. Ainda sem haver remédio que possa curar a covid-19, a vacina é vista como única solução para estancar uma pandemia que já matou 1,07 milhão de pessoas no mundo, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins (EUA), e mais de 150 mil no Brasil, além de ter infectado ao menos 36,8 milhões de pessoas no planeta desde que foi identificada, em dezembro –o número é considerado subestimado, dada a insuficiência de testes. No entanto, nenhum imunizante contra a covid está disponível para a população. Até o início deste mês, dez candidatas a vacina no mundo estavam na terceira e última fase de testes clínicos, com dezenas de outras nas fases 1 e 2. As previsões mais otimistas são de que as campanhas possam começar, com grupos de risco, em dezembro. Mas a vacinação de populações inteiras pode levar mais alguns meses. No Brasil, as vacinas mais próximas do uso em massa são a CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e testada em consórcio com o Instituto Butantan, em São Paulo, e a vacina de Oxford, criada pela farmacêutica AstraZeneca com a universidade britânica a qual lhe empresta o nome e que no Brasil tem como parceira a Fiocruz. Apesar do apoio maciço manifestados pelos eleitores das quatro capitais brasileiras à vacinação, há nuances. No Rio e em São Paulo, por exemplo, a intenção de se vacinar é mais alta entre os homens (82% e 81%, respectivamente, ante 77% e 71% entre as mulheres), enquanto em Belo Horizonte são elas que mostram mais interesse (83%, ante 80%). Todos esses resultados, porém, ficam dentro da margem de erro, alargada quando se observa um estrato específico. Aqueles com renda familiar acima de 10 salários mínimos mostram menos predisposição para a vacina do que os que têm renda de até 2 salários em Belo Horizonte, Recife e São Paulo, onde as diferenças entre os dois grupos são, respectivamente, de 8, 11 e 11 pontos (todas na margem de erro). No Rio, entretanto, os mais ricos são os que mais aguardam a vacina: 90%, ante 77% dos mais pobres. Já a escolaridade parece ter peso apenas em São Paulo e Rio, em sentidos inversos: a adesão à vacina é maior entre os que têm curso superior por margem de 8 pontos sobre os que têm só o ensino fundamental no Rio, e menor por margem de 6 pontos em São Paulo (desta vez, fora da margem de erro no primeiro caso e no limite no segundo). Ironicamente, os mais novos, que têm de 16 a 24 anos, se mostram mais dispostos a se vacinar do que aqueles com mais de 60 anos –justamente a faixa mais afetada pela covid-19– por diferenças que vão de 6 pontos (no Rio e em BH, dentro da margem de erro) a 15 (em Recife; em São Paulo o salto é de 10 pontos, ambos fora da margem). No domingo (11), com mais 270 mortes em 24h, o Brasil registrou 150.506 óbitos por covid-19, segundo consórcio de imprensa. Maioria quer que vacina para covid seja obrigatória, mostra Datafolha
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alvaromatias1000 · 5 years ago
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Bancos Digitais e Fintechs ameaçam os Big Five Bancos Brasileiros?
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Brett King, autor do livro Bank 4.0: Banking Everywhere, Never at a Bank (UK; John Wiley & Sons; 2019), apresenta uma linha do tempo na história bancária mundial.
O Banco 1.0 começou na Itália com a família Médici no Século XII. De 1472 a 1980, os bancos tradicionais configuraram um sistema bancário ramificado em rede de agências como pontos de acesso. Com o dinheiro emprestado sendo depositado nessa rede, o sistema possibilitava o multiplicador monetário. Era maior em função de menor saque de papel-moeda. Esta retirada determinava a necessidade apenas de reservas bancárias fracionárias, quando a Autoridade Monetária não exigia recolhimento compulsório.
O Banco 2.0 representou o surgimento do banco de autoatendimento, definido pelas primeiras tentativas de fornecer acesso bancário fora do horário comercial do banco. Iniciado com caixas eletrônicos, se acelerou em 1995 com comercialização da Internet.
O Banco 3.0 representa o sistema bancário quando e onde o cliente precisar, devido ao surgimento do smartphone em 2007. Acelerou a mudança para pagamentos móveis, P2P e bancos inovadores construídos sobre a base de “celulares bancários” [mobile banking]. Esse canal virtual é visto como agnóstico por quem o considera um fenômeno sobrenatural inacessível à compreensão humana. Significa “desconhecido” ou “não cognoscível”. A experiência bancária deixa de ser presencial.
O Banco 4.0 está onipresente desde 2017. Entrega produtos bancários em tempo real através de camadas de tecnologia. Oferece experiências contextuais, engajamento do cliente sem atrito e um aconselhamento inteligente, baseado em IA (inteligência artificial). Omni-channel digital permite a integração das diversas opções de atendimento ao cliente sem requisito de existir uma rede de distribuição física.
A questão-chave para muitos é a do título: bancos digitais e fintechs ameaçam os big five bancos brasileiros? Uma resposta cabal requer o exame de dados e informações.
A crise de 2008 gerou uma onda de desconfiança em relação aos bancos, justamente quebrando um requisito básico para o funcionamento do sistema bancário: a confiança. Os clientes necessitam confiar na garantia de existência de sua “moeda invisível”, isto é, a escritural ou digital, contabilizada a partir de depósitos à vista.
Quando leigos descobrem os bancos só deterem uma fração em papel-moeda do total de seus depósitos, em circunstâncias de crise de confiança, podem provocar uma corrida bancária. Aí o Banco Central tem de conceder empréstimos de liquidez aos bancos, enviando carros-fortes com o papel-moeda para demonstrar a “prova-viva” da solidez ou saúde bancária, chamada por economistas pernósticos de higidez sistêmica.
A descoberta do poder do sistema bancário multiplicar moeda, como um fruto do efeito de rede, inspirou nerds em tecnologia. Os cyberpunk (ou ciberanarquistas) mesclaram ciência avançada, como as tecnologias de informação e a cibernética, com uma tentativa de mudança radical na ordem social. Criaram a criptomoeda ou o bitcoin.
O desejo de afastamento físico em relação a banco também impulsiona a nova geração a usar fintech pela facilidade de acesso a novas tecnologias. Além de jovens estudantes ou profissionais terem smartphones com acesso à internet, os serviços de armazenamento de dados em nuvem baratearam a montagem de uma empresa digital.
Fintechs são distintas de “bancos digitais”. Elas são altamente especializadas: algumas têm dois ou três produtos, mas a grande maioria oferece apenas um. Tentam automatizar algum serviço bancário para serem mais ágeis e terem custos menores. No Brasil, surgiram mais fintechs a partir de 2014. Em junho de 2019, segundo o Radar FintechLab, existiam apenas 12 bancos digitais, mas 529 fintechs. O maior número (151) era de pagamentos, depois, 95 de empréstimos, 90 de gestão financeira, 75 para eficiência financeira, 38 investimentos, 37 seguros, 36 criptocurrency, 25 funding, 19 negociação de dívidas, 12 câmbio e remessas e 12 multiserviços.
Exemplos distinguem uma da outra: a Neon e o Banco Inter. A primeira se apresenta apenas como uma conta 100% digital. Fornece um cartão de crédito sem anuidade pelo qual só paga o que gastar. O cliente pode pedir o seu cartão virtual direto no app Neon.
Apresenta o CDB Neon como uma evolução da poupança por render a partir de 95% do CDI, enquanto a poupança rende só 70% do CDI. É possível investir a partir de R$ 10. Caso decida manter o valor investido pelo período de 3 anos, o rendimento vai crescendo até chegar a 101% do CDI. Mas pode ser resgatado a qualquer momento. São CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de seu parceiro, o Banco Votorantim, garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito em até R$ 250.000,00.
O cliente pode depositar na sua conta Neon, seja por transferência via TED ou DOC de outros bancos, seja por boleto bancário, emitido no app na aba depósitos e pago em qualquer banco ou casa lotérica. Não tem tarifa para transferências ou pagamento do boleto. O cliente pode sacar em qualquer caixa eletrônico da rede Bancos24Horas no Brasil e no exterior da Rede Plus. O primeiro saque mensal é grátis e os demais custam R$ 6,90 se não tiver a Neon+ com 3 saques grátis a mais por 30 dias corridos. Em menos de dois anos, a Neon saltou de 40 mil para 2 milhões de clientes ativos.
Apesar de conceder também empréstimo pessoal, a Neon se apresenta só como uma fintech. Afinal, o que é um banco?
Assim como dinheiro se define por uma moeda capaz de cumprir suas três funções clássicas – meio de pagamento, unidade de conta e reserva de valor – um banco adquire uma concessão da Autoridade Monetária para cumprir também três funções clássicas:
prover um sistema de pagamentos com papel-moeda ou moeda eletrônica;
captar depósitos de terceiros, oferecendo aplicações financeiras seguras, líquidas e rentáveis para seus rendimentos financeiros substituírem renda do trabalho na fase inativa dos trabalhadores;
oferecer financiamentos para alavancagem financeira da escala do negócio e, em consequência, da rentabilidade dos capitalistas, além de conceder crédito ao consumidor para aquisição de bens com compras a prazo.
Banco digital provoca uma destruição criadora à la Schumpeter? Mistura inovação disruptivas, empreendedorismo, capital e crédito. Usa dinheiro de outros em benefício da própria expansão ao conseguir associados confiantes em seu projeto. O ganho do fundador é a manutenção de sua gestão e a participação acionária no grupo majoritário com divisão de lucros e/ou eventuais prejuízos. Com o sucesso do empreendimento, faz uma abertura de capital: IPO de parte minoritária com cotação atribuída por mercado de ações. Depois, toma dinheiro emprestado para fusões e aquisições de concorrentes, para elevação do valor de mercado e enriquecimento dos sócios.
Para conseguir escalar o negócio, a Neon recebeu uma nova rodada de captação (série B), de R$ 400 milhões. O capital, levantado para dar escala ao negócio da startup, foi liderada pelo fundo americano General Atlantic e pelo Banco Votorantim, além dos fundos já investidores na primeira rodada: Monashees, Omidyar Network, do fundador do eBay Pierre Omidyar, Propel, Quona e Mabi. Nessa série A, em maio de 2018, captou R$ 72 milhões.
O SoftBank é um conglomerado multinacional de origem japonesa com foco em tecnologia, com valor investido acima de US$ 400 bilhões. Quase metade dos US$ 97 bilhões do Vision Fund, criado pelo SoftBank para investir no setor de tecnologia, veio do Fundo Soberano da realeza saudita. Entre os maiores investimentos globais do SoftBank estão empresas como Uber, Alibaba, ARM e mais de 90 outras empresas de internet e tecnologias disruptivas. Possui 15% do capital de R$ 2 bilhões do Banco Inter.
Este é o primeiro banco brasileiro 100% digital com uma completa plataforma de serviços financeiros. Ao longo de 23 anos, com o nome Intermedium mudou de financeira para banco, de regional para nacional, de crédito para serviços múltiplos. A partir de 2017, adotou a nova marca: Banco Inter.
Atingiu a marca de 3,3 milhões de contas digitais no 3T19, número 3,1 vezes maior em relação ao mesmo período do ano anterior. Abre em média mais de 12 mil contas por dia útil. O número de clientes ativos atingiu 1,9 milhão, com crescimento de 192% frente ao 3T18. O Cross-Selling Index (CSI) atingiu 2,55 produtos por cliente. Alcançou 338 mil investidores ativos na Plataforma Aberta Inter (PAI), já representando 10% da base de clientes, crescimento anual de 3 vezes. O volume transacionado de R$ 2,2 bilhões em cartões foi 2,5 vezes maior no último ano.
Ele se distingue de bancos tradicionais por quase ¾ dos clientes da conta digital estarem abaixo de 36 anos de idade. A renda mensal média dos clientes é R$ 3.000: 43% até R$ 2 mil e 31% entre esse valor e R$ 4 mil. Por ser digital, tem clientes em 5.511 cidades brasileiras. Se apostar em mobilidade social, poderá crescer junto com seus clientes.
Obviamente, em números absolutos, os bancos digitais e as fintechs, em fase inicial de uma transição histórica no sistema bancário, não ameaçam os big five bancos brasileiros. Eles exemplificam o potencial da inovação disruptiva: a substituição de agências (e bancários) por aplicativos em celulares inteligentes. Os big five passam a copiá-los, associar-se ou a fazer parcerias com eles.
Para encerrar, apresento alguns números importantes e desconhecidos por não especialistas. Existem 330 milhões de cartões de débito emitidos, mas bem menos (115 milhões) estão ativos. Somando a parcela (70%) da população em Idade Ativa (15-64 anos) e a da idosa (acima de 65 anos), 10%, obtém-se 80% de 211 milhões ou 130 milhões pessoas. Descontando 15 milhões ocupados em zona rural, resulta em a população urbana, público-alvo dos bancos, estar praticamente toda “bancarizada” ao contrário do dito por muitos analistas levianos, inclusive estrangeiros.
No fim do ano passado, existiam 70 milhões de contas mobile banking e 53 milhões com uso de internet banking em amostra de 20 bancos do painel da pesquisa contratada pela FEBRABAN. Entre 2009 e 2018, o percentual de transações em agências, PAB, ATM, central de atendimento e correspondentes caiu de 70% para 31%. A parcela de Internet, Home e Office Banking permaneceu praticamente a mesma: 30%. Portanto, celular bancário (Mobile Banking) ocupou-se daquela parcela de transações antes realizadas por atendimento presencial: era zero em 2009 e cresceu para 39% em 2018.
Considerando também POS (ponto-de-venda de cartões) estável no período em 16%, 60% das transações se davam em canais digitais (Internet e Mobile Banking) – eram 40% em 2012. Outros canais “físicos” caiu de 44% para 24% no período.
Desconsiderado os POS, os clientes passaram a priorizar os canais digitais para fazer operações sem movimentação financeira: de 62% em 2012 para 84% em 2018. Com movimentação financeira, no período, POS cresceu de 32% para 41%, canais digitais de 18% para 23%, enquanto outros canais (agências, ATMs, etc.) caíram de 50% para 36%.
Vale lembrar, há muitos anos, desde os anos 90s, os investimentos e as despesas em tecnologia bancária giram em torno de R$ 20 bilhões por ano. Desse modo, os gastos anuais com tecnologia realizados pelos bancos são similares aos do governo no Brasil, cada qual equivalendo a 14% do total. No mundo, o setor público faz 16% e o setor bancário, também em segundo lugar, faz 13%. A diferença é o montante: US$ 41,3 bilhões no Brasil e US$ 2,8 trilhões no mundo.
Por fim, ressalto: com o acesso à cidadania financeira, alcançado durante o governo popular-democrático (2003-2016), todos nós participamos do sistema bancário. É um direito do cidadão – e devemos ser proativos em sua defesa!
Publicado originalmente em:
Bancos Digitais e Fintechs ameaçam os Big Five Bancos Brasileiros?, por Fernando Nogueira da Costa
Bancos Digitais e Fintechs ameaçam os Big Five Bancos Brasileiros? publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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soudesergipe · 6 years ago
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January 25, 2019 at 11:26AM Entrevista pode ter dado pista de quem será candidato a vice em 2020
A entrevista de Sergio Oliveira para o ancora Willame Lima da Xodó FM, não só repercutiu negativamente no grupo da deputada Janier Mota, mas como também colocou uma pulga na orelha dos postulantes ao posto de candidato a vice nas eleições de 2020.
Em tom irônico o ex-prefeito diz que espera que o grupo “LIDERADO” por Chico do Correio, indique-o para o cargo majoritário.
Durante a entrevista Willame Lima perguntou quem seria seu vice nas eleições de 2020 e foi aí que o ex-prefeito deixou alguns com uma pulga atrás da orelha. Três nomes estão rolando nos bastidores: Vaneide Farias, Junior Gazeta e Ancledson Alves.
VANEIDE
A ex-presidente da câmara de vereadores é uma das mais cotadas para ser candidata a vice-prefeita.
JUNIOR GAZETA
Junior Gazeta que também é ex-presidente da câmara de vereadores, é o preferido de uma empresária que tem forte influência na política, para assumir o lugar na candidatura a vice.
ANCLEDSON ALVES
O secretário de obras, que começou como chefe de gabinete no início da gestão do atual prefeito, tem feito um bom trabalho à frente da pasta, pois tem concluído obras que a população achava que jamais iria acabar.
Vários fatores chamaram a atenção durante a resposta do ex-prefeito em relação a quem seria seu vice em 2020.
Indicação de Chico
O ex-prefeito deixou claro que quem indicará o vice na chapa será, Chico do Correio, e é aí que o secretário de obras pode pintar e surpreender aqueles que almejam a candidatura.
Um dos maiores derrotados nas eleições de 2018, o PT luta para se levantar e o fará isso começando através dos municípios.
Como Ancledson é do PT e a vontade do PT de se reerguer através das bases, não se surpreendam se daqui uns o secretário começar a aparecer com mais frequência na mídia.
Empresária influente
Em todo momento durante a entrevista, Sérgio Oliveira citou o nome de uma empresária e que ela foi a responsável por sua decisão de ir para Alese, auxiliando a deputada eleita Janier.
Dizem nos bastidores que essa empresária tem uma espécie de “xodó” com Junior e que seria da vontade dela que o vereador fosse o escolhido. Será?
Janier
A vitória de Janier, fez com que Vaneide despontasse como a favorita, haja visto que a vereadora trabalhou focada para que esse momento (Ser vice) chegasse.
Vaneide que durante a campanha de 2018 pediu votos para a deputada e posteriormente, esse trabalho teria que ter um retorno. Que retorno seria esse?
O apoio da deputada para que ela seja a vice.
A entrevista do ex-prefeito causou desconforto não só no grupo de Janier, como também mexeu com os bastidores do seu próprio grupo e que as decisões que forem tomadas, poderão quebrar um elo que parecia inquebrável.
E com a quebra desse elo, poderá sair uma NOVA CANDIDATA A PREFEITA.
Maycon Fernandes/Jornalista DRT 0002304/SE
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Impessoalidade no trato da coisa pública
 ·         Todo eleito como presidente quer, pelo contrário, deixar "sua marca na história do Brasil". Em princípio, deseja sua personalidade ser reconhecida pelas próximas gerações. E não ser jogado na "lata-de-lixo da história", onde encontrará muitos antecessores
 Só fui aprender esse termo jurídico – “impessoalidade”: qualidade, caráter ou condição de impersonalidade – quando estive em Brasília na alta administração de um banco público, a vice-presidência de Finanças e Mercado de Capitais da Caixa Econômica Federal, entre janeiro de 2003 e junho de 2007. Eu antes o entendia como a ausência de originalidade ou banalidade.
Aí está uma contradição no próprio termo: todo eleito como presidente quer, pelo contrário, deixar “sua marca na história do Brasil”. Em princípio, deseja sua personalidade ser reconhecida pelas próximas gerações. E não ser jogado na “lata-de-lixo da história”, onde encontrará muitos antecessores.
Nem sempre o eleito (e muito menos o nomeado) é um estadista. Este é uma pessoa versada nos princípios ou na arte de governar. É pessoa ativamente envolvida em conduzir os negócios de um governo ou moldar a sua política como um verdadeiro homem de Estado. Exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias.
Outra contradição é esta: os militantes partidários de sua campanha, em geral, almejam uma “boquinha” poderosa, senão se locupletar, ou seja, se tornar rico ou mais abastado, pelo menos enriquecer a família, o clã e/ou sua dinastia. O nepotismo é o favoritismo pelo poder público para com parentes. O familismo brasileiro acha justo, quando alcança aquilo visto como o maior Poder da República, deixar de ser republicano!
Visa, muitas vezes, apenas tornar-se cheio de riquezas. Cumular, encher-se, abarrotar-se de dinheiro público – ou de dinheiro privado em nome de “troca de favores”.
A República, diferentemente da tradição das Monarquias dinásticas, é uma forma de governo onde o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos. Nela, o povo deve ser soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos de autocontrole: Poder Legislativo, Poder Executivo, Poder Judiciário. Aqui, o político profissional acaba se submetendo à soberania popular apenas durante os anos eleitorais. Esquece-se do dever de o país ser governado como uma comunidade com interesses comuns e cooperativos.
O Princípio da Impessoalidade é um dos princípios pelos quais se rege o Direito Administrativo. Pois é, eu me formei em Economia e nunca tive aulas sobre esse ramo do Direito Público. Ele tem como finalidade garantir a satisfação do interesse coletivo. Era obrigatório ter apenas uma Introdução ao Direito Comercial, como todos os economistas fossem formados para trabalhar para O Mercado.
Em sua essência, aquele Princípio diz respeito à necessidade de o Estado agir de modo imparcial perante terceiros, não podendo beneficiar nem causar danos a pessoas específicas, mas visa sim atender à comunidade ou a um grupo amplo de cidadãos, em especial os mais carentes de apoio – e não os mais ricos “desnecessitados”.
Os atos dos servidores públicos são imputados ao órgão ao qual pertencem. Ele tem de se assumir como um representante, porque o ato de um agente é, na verdade, o ato de um órgão público ou uma empresa estatal. Por exemplo, estava sob minha responsabilidade a administração da Tesouraria (recursos próprios) da Caixa. Pela estratégia elaborada, em período quando a taxa de juro Selic atingia 26,5% aa, éramos tomadores de recursos para fazer operações compromissadas e acumular lucros capazes de compensar o financiamento de habitações de interesse social no ponto de equilíbrio praticamente sem lucro. Eram 2/3 dos ativos do banco: bilhões de reais.
Todas as operações eram gravadas, filmadas, e completadas pelo back-office, depois do aval do compliance (conformidade jurídica), instalado na sala da Tesouraria. Lá só entravam os operadores sob minha autorização (eu respondia perante o Banco Central) e, na minha ausência, do Tesoureiro. Recomendaram-me logo: eu seria convidado para almoços de negócios, mas nunca deveria comparecer sozinho. Sempre deveria estar acompanhado de uma “testemunha” com relacionamento profissional e não pessoal.
A impessoalidade na Administração Publica não permite os agentes públicos concederem privilégios a poucos em desfavor do interesse majoritário da coletividade e impede os agentes públicos se valerem da coisa pública, isto é, dinheiro público e dos bens públicos. Ora, isto é o oposto do anunciado pelo centralizador responsável pelo superministério da Economia ao nomear seus pares de bancos de negócios para administrar bancos públicos. Ops, ato falho, fazer o melhor para seus parceiros: vender bons bocados de patrimônio público! São “raposas no galinheiro”!  
Sem debate público-eleitoral, não se pode afirmar esse programa de total privatização ter sido aprovado, conscientemente, pela maioria (55%) do eleitorado. Pesquisas apontam a maioria dos brasileiros ser a favor da intervenção estatal. Eles votaram no eleito mais por apoio a costumes conservadores e mal informados (também malformados) por rede social. O país sofre por sua má educação. A burrice ganhou.
De acordo com o imaginário social dos comuns é concedido aos agentes, órgãos e pessoas integrantes da Administração Pública certas prerrogativas pessoais capazes de reger a vida social. Todavia, os cidadãos administrados também são dotados de direitos capazes de impedir ações arbitrárias cometidas pela autoridade em favor de sua família e/ou de seus pares, sejam corporativos, sejam empresariais.
Desconhecida por muitos, a Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu art. 37, traz alguns princípios norteadores da Administração Pública direta e indireta. São eles: o da legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrativa, da publicidade e o da eficiência. Esta visa conseguir o melhor rendimento com o mínimo de erros e/ou de dispêndio de energia, tempo, dinheiro ou meios. A transparência é fundamental.
A eficiência exige uma pessoa ser apropriada ou ideal para determinada função, operação, objetivo, etc. Tudo isso exige a manutenção da tolerância mútua entre os adeptos das diversas doutrinas existentes na sociedade. No entanto, o ex-militar eleito nomeou com excessivo apego à sua doutrina evangélica fundamentalista e à aplicação rígida de seus princípios morais conservadores ou ante modernizantes.
A República brasileira, desde sua instalação em 1889 por militares positivistas, não pertence ao clero nem a uma ordem religiosa. Justifica-se assim ser hostil à influência, ao controle de qualquer religião sobre a vida intelectual e moral, sobre as instituições e os serviços públicos. Em uma Nação multiétnica com diversas religiões e deuses, o Estado laico tem de ser independente em face do clero ou pastores, ou seja, de toda confissão religiosa, em tudo aquilo relativo à vida civil. Ele é secular porque é próprio do “século”, no sentido de “mundo”, não se adequa à nenhuma Igreja. É profano, temporal, mundano, laical. É pertencente ao século presente, portanto, não pode ser regressivo.
Nomenclatura se refere ao ato de nomear. Na antiga Roma, era o ato de ensinar a um pretendente de favores os nomes dos cidadãos importantes, para ele poder lhes saudar, chamando-os pelo nome – e solicitando favores pessoais ou familiares. Na ex-União Soviética, Nomenclatura era o conjunto dos indivíduos, especialmente do Partido Comunista, dentre os quais eram indicados os ocupantes para os altos cargos no governo e nas empresas.
A mídia classificou a nomeação pelo governo, cuja hegemonia político-eleitoral era do PT, de “aparelhamento”. Era a ocupação e o controle, por exemplo, de empresas estatais de economia mista ou setores da administração pública por representantes de interesses corporativos e partidários. E agora, no caso da direita, é o que?!
Inversamente, na meritocracia há o predomínio em uma sociedade ou organização daqueles detentores de mais méritos no sentido dos mais trabalhadores, mais dedicados e/ou mais bem-dotados intelectualmente. Na Universidade, há um sistema de recompensa e/ou promoção hierárquico fundamentado no mérito pessoal. É atestado por títulos obtidos em defesas de teses originais perante bancas julgadoras.
Na Administração Pública brasileira é necessária também a predominância da meritocracia, seja em governo de esquerda ou de direita. O mérito é a questão central em uma pendência, exige um conjunto de fatos e provas capazes de orientar a formação de um juízo administrativo por merecimento – e não pelo popular QI: Quem Indica.
Um líder autêntico tem de ser espécie de mentor intelectual capacitado para mesclar em sua equipe diversos tipos de inteligência dos seres humanos, tanto lógico-matemática ou científica, típica de QI (Quociente de Inteligência), quanto a QE (Quociente Emocional) com capacidade de autoconhecimento intrapessoal e espírito de equipe interpessoal. É o contrário do critério não técnico, adotado pelo eleito, de só nomear neoliberais, antipetistas, fundamentalistas evangélicos, adeptos da Escola Sem Partido, os contra a globalização cultural, todos ambiciosos de universalização de seus credos particulares através de sua imposição ao Estado brasileiro e, daí, a todos os cidadãos.
As decisões tomadas pela Administração Pública têm sempre visar o interesse publico da população, garantindo diversas liberdades, como o direito de expressão. Desta forma, garante a igualdade e impede qualquer tipo de favorecimento a si próprio, ou à sua família, à sua religião e à sua corporação. Impessoalidade acima de tudo!
  Fonte: Por Fernando Nogueira da Costa - professor titular do IE-UNICAMP, em Le Monde
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