#exumare
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Exú Maré ele pertence à linha de Iemanjá e trabalha junto a Iansã e a Oxum com o intermédio de Xangô.
Bem eclético, ele é o Exu guardião da sabedoria do povo das águas, odeia a mentira e faz um trabalho sempre muito esclarecedor, procura por seus médiuns exatamente porque necessita de uma inteligência nativa dentro deles (inteligência emocional).
Gosta da cor amarela e por ser um amante do mar também gosta de um bom rum. Cuida muito de seus filhos dando-lhes sabedoria e compreensão. Vaidoso como Oxum, certeiro em suas palavras como Iansã e justiceiro como Xangô, cuida da evolução e cura espiritual dentro da linha kármica da justiça, fazendo seus filhos evoluírem em cada pensamento e atitude.
Carrega em suas mãos uma pedra branca (Pérola gigante) que lhe dá o poder de desaparecer e se transportar para o lugar desejado. Muitos o vêem em forma de esqueleto com a cabeça de tubarão, seus ossos são amarrados crânios e alguns deles são substituídos por facões ou espadas. Iansã lhe dá o poder de cuidar dos obsessores, levando-os para dentro do mar, ao qual dificilmente voltam. Logicamente que sempre dentro da linha da justiça de Xangô.
Foi um Pirata e como bom Pirata, traído. Ele foi o único que sobreviveu ao ataque articulado por seus inimigos, amarrado e mutilado quando jogado ao mar com uma adaga enferrujada para que enfrentasse os tubarões.
Ele gerou dentro de si uma terrível força de revolta e vingança, pois sua tripulação havia sido dizimada. Força essa que o fez sobreviver magicamente, foi salvo por pescadores da região que com as ervas o curaram.
Disfarçado, foi atrás de seu traidor e quando o encontrou, para sua surpresa, descobriu que era sua amada que o entregou por status e poder. Seguiu e matou a todos, dando-lhes uma morte digna, vingando a sua tripulação. Exceto a sua amada, que já arrependida de sua traição, suicidou-se ao saber que ele estava vivo e vingando a sua tripulação.
Apesar de um Pirata, ele era um comandante de fibra e lei, fazendo amigos por onde passava, ajudava a todos e dizem que era de família muito nobre, da corte e que suas atitudes e seu porte eram mais de Rei do que de Pirata.
Hoje trabalha nos terreiros de Umbanda por escolha divina , ajudando as pessoas a resgatarem seu karma, gosta de beber Rum e de fumar e principalmente de suas Pomba Giras onde tem em seu arem a sua principal que é a Maria Padilha das Almas.
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República Faustiana
Vamos exumar um Dutra qualquer A flor que você depõe é íntima do Mercúrio Um desfile mergulhado em pólvora O povo em transe com imagens no meio do abismo
Vamos sambar sob a cova de um Castelo Branco Por quem foi decapitado, por quem não pôde antes Por quem jamais esquecerá, contra o perdão das instituições O rei está deposto e morto, entretanto, sempre no cio
Você se contenta com os discursos de um novo Costa e Silva Você se contenta com ameaças veladas de um elefante branco Você come dos restos de um banquete enferrujado Você funda um ritual de mutualismo com fardas sujas de sangue seco
Beijaram o asfalto, os tragaram em porões O amor conhecendo a coerção O trágico Fausto cantando um carnaval Entre as sombras de um viaduto
Houveram poucos Hermes Batucando seu regresso Ensaiando seu monólogo Para despistar a ordem
Surge um corpo remendado Médici ressuscitava carcaças de Bacantes Para insinua-las a sua nova Lady Lazarus Para que pudesse moldar o encanto
Outro Geisel com obsessão sacra por coturnos Os muitos carnavais ainda com gosto de maçã crepuscular O papel de uma distensão, vagorosamente um trópico se estende Para reluzir sob as convenções ridículas de uma vingança protestante
Por fim aqueles que entoam um Ustra Inflamam um escarcéu, inventam seus rivais Frustram-se em um mar de arrogância Tão incompetentes em performar seus papéis
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#pierrot ruivo#carteldapoesia#projetoflorejo#mentesexpostas#autoral#espalhepoesias#lardepoetas#projetoalmaflorida#pequenosautores#pequenoescritores#semeadoresdealmas#poetaslivres#projetomardeescritos#poesiabrasileira#literaturabrasileira
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Investigação do MP de São Paulo Revela Cobranças em Cemitérios para Exumação e Reenterro
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está agora envolvido em uma investigação sensível sobre alegações de taxas cobradas por cemitérios, tanto públicos quanto privados, para exumar e reenterrar corpos. Os valores desembolsados pelas famílias podem alcançar a cifra de até R$ 800. Tradicionalmente, a exumação de corpos ocorre três anos após o sepultamento, tanto em cemitérios públicos quanto…
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Cemitérios de São Paulo cobram taxas para exumar e reenterrar corpos
O Ministério Público de São Paulo está investigando denúncias de cobrança de taxas por cemitérios concedidos à iniciativa privada para exumar e enterrar novamente corpos. Os valores cobrados das famílias podem chegar a R$ 800. A exumação de corpos é feita em cemitérios públicos e particulares três anos após o falecimento, para desocupar o espaço para novos sepultamentos. Mas, de acordo com o…
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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ "o que? um túmulo aberto?" gomez estava ao lado de perséfone, observando a mesma enquanto estavam assistindo wednesday exumar um túmulo. "muitos, é a atividade favorita da minha família e o que mais gosto de fazer com a wednesday." gomez sorria de modo afetuoso, assistindo sua filha.
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É o encerramento da década. Todos esperam um desastre: em Solária, as décadas normalmente terminam em um Eclipse, um terrível evento mágico que pode destruir cidades.Na fortaleza de Rosseles, onde uma grande muralha marca a fronteira entre reinos civilizados e os ermos selvagens, Andras tem preocupações mais imediatas: ele é um médico e cientista vivendo em uma cidade controlada pela Vigília, a mesma organização religiosa que o excomungou por exumar cadáveres para seus estudos.
Como se não bastasse, ele ainda tem de guardar segredo sobre a canção da floresta, uma sinfonia que o chama para as sombras além das muralhas e ameaça roubar sua sanidade. Quando um cavaleiro ferido desaba à sua porta, Andras se vê na companhia de um homem estranho: Aeselir Hrád, um guerreiro de outro mundo, um fugitivo perigoso e de passado violento, mas que oferece ajuda ao médico no momento em que a Vigília ameaça sua vida. Feral e de temperamento explosivo, Aeselir parece fugir tanto de seus inimigos quanto de si mesmo.
Juntos, eles terão de sobreviver em ermos devastados por guerras e acidentes mágicos. Terão de lutar para escapar aos seus inimigos, mas também para compreender as diferenças entre si, seus papéis nos planos da Vigília e nas vidas um do outro.
#ebook#Kindle#Kindleunlimited#Literatura#Romance#escritoresnacionais#escritoresindependentes#livros#literaturanacional#kindlebrasil#amazonlivros#indicaçãodelivros
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Ressurreicionistas ou procuradores de corpos eram como eram chamados, as pessoas contratadas por autônomos para exumar corpos com o propósito de pesquisa medicinal. Esse tipo de serviço não eram aceitos pelo público, e geralmente havia muitos esforços para que serviço fosse extinto. Para evitar que coros recém enterrados fosse roubados criou-se uma Guarda Noturna para …
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18 de janeiro de 2023 foi o dia do velório e do enterro do Erick no cemitério do Curuçá (e o dia que conheci a lápide que provavelmente vou ser enterrada um dia).
As outras mortes que escrevi sobre durante a vida foram mortes de Maria - as tias Marias e a Maria da Fatiminha.
A passagem de 18 de janeiro não tem a ver com as Marias, mas com a tristeza de enterrar alguém com 19 anos de idade: filho da prima da minha mãe (e que chamamos como primo), ele era um jovem negro, pcd, corinthiano, muito inteligente e gêmeo.
Na sala do velório, entre as pessoas e as coroas de flores, estava ele com um semblante de quem dormia com a camisa do corinthians, algumas correntes e uma pulseira de pano azul escrito “Playstation”.
Os choros, as conversas e as falas foram recorrentes no sentido de dizer que “agora ele descansou”, “acabou o sofrimento dele”, “foi assim que Deus quis”. Me surpreendi com os vários meninos e meninas jovens ali presentes, acompanhando a irmã gêmea, se despedindo dele e trazendo outra cara para esse ritual triste - a energia e a dor de estudantes de cursinho; pessoas recém ingressadas na faculdade; membras de grupo de jovens da igreja católica e usuárias de Tiktok se deparando com a concretude da perda.
Nas outras salas, mais 4 pessoas estavam sendo veladas neste mesmo dia. Em uma delas, algumas mulheres choraram tão alto que minha mãe se assustou e me puxou para fora dali. Enquanto ela ficou o menor tempo possível dentro da sala do velório de meu primo, minha tia entrou nas demais salas de velório e voltava fazendo comentários.
O cemitério do Curuçá é um dos cemitérios públicos da cidade de Santo André, um lado dele é organizado por lápides compradas e padronizadas com azulejos brancos e o outro com as lápides cedidas pela prefeitura. No lado das lápides compradas, apesar dos azulejos brancos padronizarem a vista panorâmica do cemitério, olhando de perto, a gente vê que elas variam entre si. Há lápides com fotografias, vasos de flores e placas personalizadas com os nomes e as datas de nascimento e morte, enquanto outras, mais simples, registram em uma placa de fundo preto e cores brancas o nome da pessoa morta e as datas de vida e morte. É assim a lápide da minha avó Francisca, porque pela primeira vez perguntei se meu pai sabia onde era a lápide que a mãe dele estava enterrada.
Enquanto estávamos no velório, vi ele saindo sozinho e caminhando em direção às lápides. Fui atrás e ele me levou até a lápide que minha avó Francisca e minha tia Eulalia estão enterradas. Enquanto a gente andava senti um receio e simultaneamente uma ansiedade esperando que tivesse uma foto de minha avó lá, assim como outras lápides que fomos vendo no caminho, mas não tinha.
A placa registrava o nome das duas e as datas. Minha avó nasceu em 06 de fevereiro de 1939 e morreu em 27 de abril de 2009. Minha tia morreu em 29 de maio de 2016. Vira e mexe minha cabeça se obriga a relembrar essas datas, nem sempre eu lembro e tenho dúvidas. Ver a lápide hoje me trouxe um alívio de relembrar e escrever para marcar a memória sobre elas.
Fui caminhando com meu pai na volta e fazendo perguntas diversas sobre o cemitério: como se organizava, quem comprava as lápides, se eles já tiveram que exumar alguém. Ele respondeu algumas das perguntas e me levou para ver o tamanho do terreno do cemitério e do lado com as lápides não padronizadas de azulejos brancos. Chamou atenção dele uma placa no chão com a foto de um bebê que viveu poucos meses de vida e que o nome era “Lilith”. Parei para ver também.
A última cena é das mulheres descendo atrás do caixão que Erick estava cantando um coro bem baixinho de uma música católica. Elas pararam quando o primo do Erick leu uma carta falando da vida dele e que foi muito bonita.
Com o enterro, minha mãe me chamou para ir embora o mais rápido possível. Levamos a Ilzinha e evitamos as caronas desagradáveis. Cheguei na casa dela e minha mãe me mandou tomar um banho.
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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤgomez abriu um sorriso com a pergunta da jovem, avidamente concordando. "oras, é a melhor atividade em família possível! minha wednesday adora exumar covas, faz um tempo que não fazemos isso..." pensativo, o addams suspirou nostálgico. os olhos paternais de gomez se mantinham atentos à tinkerbell, mas as palavras seguintes quase o ofenderam. "você nunca foi à um cemitério?" sim, ele estava indignado com aquilo, era um excelente modelador de caráter fazer uma visita ao cemitério em sua opinião. "faço questão de lhe acompanhar em um, niña." ofereceu, com um sorriso gentil, que foi trocado por uma face surpresa ao ter seu braço puxado, sendo arrastado pela loira. "ah, isso é excelente, espero ondas violentas, me lembra de umas férias com mortícia na praia mais mortal do mundo." contou, com satisfação, tinham sido excelentes férias em sua opinião.
de todas as coisas que podia esperar ouvir, a resposta do homem não estava na lista. por isso, arqueou as sobrancelhas, surpresa. ━━ isso é um programa de pai e filhos? ━━ perguntou, mas não havia qualquer julgamente, apenas curiosidade. tinkerbell estava convivendo mais com humanos desde a chegada a tão tão distante, estava aprendendo mais sobre seus hábitos. então, não havia espaço para julgar seus estilo de vida quando tudo era curioso para a fadinha. ━━ eu nunca fui a um cemitério. ━━ comentou então, pensando a respeito. ━━ mas gosto da ideia da praia, sr. addams! sem rosas, só um pouco de areia e água salgada! ━━ disse animadamente, abraçando o braço do homem para puxá-lo consigo quando começou a andar.
#𝖒𝖗. 𝖆𝖉𝖉𝖆𝖒𝖘 ‚ inters : dónde están tus modales que no aprendiste ni a saludar .#gomez levando tink no cemitério eu voto sim
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Levanta o bicho de quatro pés, que vem chegando o EXU MARÉ.#trp #corrente91
#corrente91#exu#esu#axé#ase#exupombagira#exuepombagira#exumare#mojubá#magianegra#blackmagick#tataleonardo#trp#canaltrp#facebook#instagram
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O prefeito de Manaus David Almeida vai corrigir uma barbaridade imperdoável que só socialistas e comunistas tem índole e caráter para cometer. Durante a pandemia o ex prefeito Artur Virgílio Neto, com sangue nos olhos, enterrou pessoas em valas comuns nos cemitérios de Manaus. O atual prefeito vai exumar todos os corpos e num ato de solidariedade humana vai realizar enterros dignos com a presença dos familiares e amigos dos falecidos. Parabéns Prefeito. O Brasil precisa saber disso. (Jose Czovny- Manaus-Am) https://www.instagram.com/p/CV0xIL3PnP4/?utm_medium=tumblr
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💀 Dance Comigo Até o Fim 💀
A rua que acompanha o extenso muro do cemitério era o único caminho para chegar em casa depois de um longo dia de trabalho. E foi nessa rua onde tudo começou, enquanto eu caminhava e olhava para o interior do cemitério e via as figuras disformes que se escondiam atrás dos túmulos, outras se escondiam atrás das árvores secas que enfrentavam o inverno. Por três noites foi assim, espectros atormentados e zombeteiros flertavam comigo durante minha caminhada noturna. Certo dia, decidi parar para observá-los - grande erro, talvez! Me sentei em um velho banco de madeira que ficava do outro lado da rua, de frente ao muro do cemitério; naquele horário, perto das onze da noite, ninguém transitava por aquela rua de terra úmida, e eu sozinho, naquela noite fria, tinha como companhia - além daqueles espíritos - apenas o som do vento e dos jarros de flores se quebrando ao cair dos túmulos. Eu contemplava as sinistras sombras que vagavam pelo cemitério, algumas se atreviam a se movimentar até o muro, outras mais ousadas vinham de encontro a mim, parando no meio da rua, evitando se aproximar do banco onde eu estava sentado; era como se aquelas figuras tentassem, de alguma forma, se conectar comigo. Nos dois primeiros dias que as vi, acelerei o passo e evitava olhar para elas, mas naquela noite eu não senti medo algum.
Meus pensamentos suicidas evoluíram naquele momento, para mim, aquela era a hora certa de eu acabar com a minha vida e terminar de vez com meu sofrimento; eu queria me juntar àquelas figuras, me despedir do mundo e se tornar uma delas. De repente, graças ao forte brilho da lua, enxerguei algo ao lado de um jazigo me observando e, assim que me levantei para ter certeza do que eu estava vendo, a coisa retirou-se, flutuando levemente para de encontro com a escuridão das sepulturas mais ao fundo. Por um instante, eu tive a impressão de que aquilo se parecia com minha falecida amada, morta há alguns meses depois de lutar contra uma terrível doença. Nos amávamos muito, éramos os melhores dançarinos da região, e foi através das aulas de dança que nos conhecemos; devemos todo o nosso amor à dança. Eu não era mais o mesmo depois que ela se foi; eu sentia muito a sua falta naqueles meus dias sombrios; eu faria de tudo para tê-la de volta, tudo mesmo! Lembrei da nossa promessa, de ficarmos juntos e dançar “até que a morte nos separe”; infelizmente, a morte veio e a dança acabou. Eu não tinha nada a perder naquela noite, minha vida já não fazia muito sentido mesmo, e então, um louco pensamento se apoderou de minha mente, fazendo-me ter mais coragem, uma coragem tão grande a ponto de querer visitar meu finado amor que descansava naquele cemitério. Talvez, a aparição daqueles espectros tivesse um propósito, me convidar para entrar no cemitério e reencontrar minha amada. Decidi invadir aquele local macabro.
Eu não tinha certeza se o coveiro Tavares - aquele velho beberrão - estaria vigiando a entrada do cemitério, por isso, decidi pular o muro o mais longe possível da entrada para evitar de ser pego, já que àquela hora da noite era proibida a permanência no local. Pulei o muro e em questão de segundos eu já caminhava entre os falecidos. Enquanto eu andava pelos tristes corredores, procurando a cova de meu amor, as sinistras figuras me acompanhavam; algumas delas, fugazmente atravessavam meu caminho, outras, pareciam estar presas em grandes jazigos com grades, tentando se libertarem em desespero. Eu sentia a terra das covas sendo jogadas em meus pés; alguns jarros continuavam a cair no chão, mas eu já estava tão acostumado com os barulhos que nem me assustava mais; eu só queria encontrar uma pá, e não seria difícil, pois o coveiro daquele lugar sempre deixa algumas espalhadas pelo cemitério, evitando de voltar ao depósito caso esqueça de pegá-las. Não demorou muito e eu já estava empunhando uma pá, me aproximando da cova que armazenava o lindo cadáver que eu iria exumar.
Lá estava ela, em um caixão barato coberto por terra; uma cova tão humilde e pequena; somente terra e uma cruz de lata indicando o seu número, não o seu lindo nome - Elizabete - somente um número. Olhei ao redor para ter certeza de que o coveiro ou algum outro invasor não estavam por perto e comecei a cavar. Nem precisei cavar muito fundo e logo senti o caixão com a pá. As malditas sombras rodeavam o buraco que cavei em euforia, subiam nos túmulos vizinhos, nas árvores, e pareciam emitir um tipo de som naquele momento, um som indescritível. Com um pouco de esforço consegui abrir a tampa do caixão; me veio aquela sensação de ansiedade e paixão, como quando eu contava os minutos para ver Elizabete no início do nosso namoro. Com a tampa já aberta pude ver seu rosto; o que fizeram com ela? Como que em tão pouco tempo ela pôde se transformar naquilo? Me senti tão mal por tê-la abandonado naquele local para ser maltratada daquele jeito. Me deitei um pouco ao lado de seu corpo putrefato e com meu braço esquerdo a abracei, e com meus dedos fiz carinho em seu rosto endurecido e gelado enquanto as lágrimas escorriam em meu rosto. De alguma forma, eu ainda enxergava beleza em Elizabete, como não poderia? Era minha esposa, e para mim, continuava bela mesmo naquele estado; eu pude sentir naquele momento como era estar apaixonado de novo. Queria tanto que ela acordasse e olhasse para mim, mesmo sabendo que não me enxergaria, pois seus olhos já foram comidos, mas gostaria que ela inclinasse seu rosto na direção do meu e me dissesse algo bonito.
As estranhas figuras se aquietaram e ficaram nos observando, pareciam apreciar aquele nosso momento amoroso, pareciam invejar aquilo que estava acontecendo. Então, uma canção tocava não muito longe dali, uma canção tão interessante que me fez levantar. A música era tão linda, o som do piano expressava notas muito calmas e minimalistas. Em alguma casa não tão distante do cemitério, havia alguém apaixonado, com seu aparelho de som em alto volume ouvindo aquela linda canção. Eu não podia escutar muito bem a letra da música, mas consegui entender algumas frases que aquele cantor, ou cantora, pronunciava: “Dearest, la la la lá, Don’t You Cry, It's All Right…”. Essas palavras se repetiam bastante naquela linda canção, elas não me saem mais da cabeça até os dias de hoje. Minha Elizabete iria adorar aquela música, iria adorar dançar comigo, lentamente, bem juntinho de mim, e foi exatamente isso que eu fiz, a convidei para uma última dança. Estendi a minha mão até a dela e tentei levantá-la daquele caixão mofado mas não tive sucesso, parecia que seu corpo e o caixão eram um só, carne e madeira unificados; usei as duas mãos para puxá-la e, enquanto eu forçava, podia ouvir alguns estalos sem saber se eram os ossos de Elizabete ou a madeira do caixão se quebrando enquanto desgrudava do corpo de minha querida. Assim que consegui levantá-la, ainda dentro do buraco que cavei, a agarrei com firmeza e conduzi a sua carcaça acompanhando o ritmo da música que tocava, segurando aquele corpo quase que em fase de esqueletização. A cova era estreita e comprometia a nossa dança, precisávamos de mais espaço.
Saí do buraco carregando Elizabete, agora tínhamos um cemitério inteiro para atravessar dançando, cantarolando baixinho a linda canção "Dearest… Mmmmm It's All Right". Tínhamos uma plateia incrível, nunca dançamos para tanta gente assim, apesar da plateia estar morta, mas eu não me importava, e nem Elizabete, afinal, ela também estava morta, hahahahaha… me desculpe… bem… atravessamos grande parte do cemitério dançando entre as sepulturas, e as estranhas figuras nos acompanhavam, também em dança; era uma linda cena, tente imaginar, Doutor, um vasto cemitério servindo de palco para dois amantes, sombras se movimentando, vento e neblina, música tocando, era tudo tão perfeito. Encostei Elizabete em uma parede, minha mão foi subindo de sua cintura até chegar em sua costela - não se preocupe, Doutor, não vou relatar nada explícito - então, eu senti uma casca grossa querendo se soltar da região da costela; eu senti tanta dó, minha amada estava se desfazendo. Olhei para seu rosto e pude ver que seus lábios faziam um leve movimento, comecei a acreditar que ela diria algo, um "te amo", talvez, mas percebi que a bochecha também fazia movimentos, e a testa, e o pescoço, que desgraça, o interior de seu corpo estava infestado de bichos, se movimentando por todas as partes, bichos esses que nem sei como nomeá-los; minha roupa também ficou infestada, e eu assustado, larguei o corpo de Elizabete que caiu no chão como uma marionete, inclinada para o lado esquerdo, deixando à mostra um arrombo no local de sua costela onde os bichos escorriam até o chão. Nesse momento, caí de joelhos e só pude chorar.
Eu chorei feito uma criança, tão alto que devo ter acordado o coveiro Tavares, e então, fui trazido para cá há alguns meses. Eu não me arrependo do que fiz porque agora eu posso vê-la a todo instante, para sempre; agora mesmo ela está parada ao seu lado, impaciente, esperando que o senhor vá embora logo para continuarmos a nossa dança. Agradeço por ouvir a minha história; sei que precisa visitar os outros quartos agora. Foi um prazer te conhecer, Doutor, espero que a sua estadia aqui seja agradável e que possa adquirir muito conhecimento. O senhor é tão jovem, e eu já devo ter dito isso, né? Não se esqueça de empurrar bem a porta quando sair, está emperrada, e boa sorte com os outros pacientes; alguns deles irão zombar de você, principalmente por ser os seus primeiros dias aqui, mas logo eles vão gostar de você; o da sala trinta e um é o mais agressivo, cuidado e até outro dia. Agora, se me der licença, irei dançar com minha amada Elizabete, "Dearest, Close Your Eyes Now, Don't You Cry, It's All Right, la la la, Don't You Cry, I'm Here".
https://instagram.com/mayconguedes13?utm_medium=copy_link
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Célebre/Crédito
Esse corpo é um mapa de desafogos Nele habitam metrópoles de todo o mundo A cobiça de pares sem pares Uma nuvem palpável de especulação imobiliária
Ratos correm pelas veias Cirandando fonemas Com quais antecipam Todo e qualquer labirinto
A química depõe canonizações Uma crença que convence generais A habitarem um tempo inabitável Acordando uma lástima sacra
Um abraço cálido, o sangue de Medusa Uma viúva selvagem ruminando Um rito de escombros, tais catedrais Devolvidas ao obstáculo do sonho
América você poderá exumar seus porões? Sem culpa? Sem equilibristas? Sem restos mortais? América por que deixam você esquecer de seus filhos? Vitimas sem nome de uma obsessão cruel
Afunda-se nesse rio inconsciente de gafanhotos despejados Uma cabeça que tem a característica de um moinho Capaz de cooptar capatazes e ascendê-los A reencarnação de uma carnificina da sexta-feira santa
As paisagens do hotel gritando de dentro para fora: Querida, me decomponha para fora dessa boca Me dispa dessa alegoria vertiginosa Leia-me a nudez e conclua pura sua reputação enganosa
Você ameaça uma pompeia com os dedos Prometendo derrama-los em meu corpo Cismo a sina em que estes olhos de faróis Se encarregarão de frear a comoção
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Cuerpo y Alma. A ninguna he encontrado.
De notas y detrimento se afianza mi alma, de decepciones y pudores se alimenta el terror de mi tentación.
Más en los poemas y escritos puedo exumar al niño.
Condenado a la reiteración me encuentro, Buscando un atisbo de mi propio pensamiento. Sin encontrar cura alguna al dolor de dentro optó por quemar el opio. Dejar de sentir no es vivir, pero sentir es lo que más me acerca más a morir.
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Avancemos
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja alcançado a perfeição, mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que se encontram diante de mim.” Paulo (Filipenses, 3:13 e 14) Na estrada cristã, somos defrontados sempre por grande número de irmãos que se aquietaram à sombra da improdutividade, declarando-se acidentados por desastres espirituais. É alguém que chora a perda de um parente querido, chamado à transformação do túmulo. É o trabalhador que se viu dilacerado pela incompreensão de um amigo. É o missionário que se imobilizou à face da calúnia. É alguém que lastima a deserção de um consócio da boa luta. É o operário do bem que clama indefinidamente contra a fuga da companheira que lhe não percebeu a dedicação afetiva. É o idealista que espera uma fortuna material para dar início às realizações que lhe competem. É o cooperador que permanece na expectativa do emprego ricamente remunerado para consagrar-se às boas obras. É a mulher que se enrola no cipoal da queixa contra os familiares incompreensivos. É o colaborador que se escandaliza com os defeitos do próximo, congelando as possibilidades de servir. É alguém que deplora um erro cometido, menosprezando as bênçãos do tempo em remorso destrutivo. O passado, porém, se guarda as virtudes da experiência, nem sempre é o melhor condutor da vida para o futuro. É imprescindível exumar o coração de todos os envoltórios entorpecentes que, por vezes, nos amortalham a alma. A contrição, a saudade, a esperança e o escrúpulo são sagrados, mas não devem representar impedimento ao acesso de nosso espírito à Esfera Superior. Paulo de Tarso, que conhecera terríveis aspectos do combate humano, na intimidade do próprio coração, e que subiu às culminâncias do apostolado com o Cristo, nos oferece roteiro seguro ao aprimoramento. “Esqueçamos todas as expressões inferiores do dia de ontem e avancemos para os dias iluminados que nos esperam” — eis a essência de seu aviso fraternal à comunidade de Filipos. Centralizemos nossas energias em Jesus e caminhemos para diante. Ninguém progride sem renovar-se.
Livro : Fonte Viva Francisco Cândido Xavier Pelo Espírito Emmanuel
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i'm not laughing at you. + @feradam
ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ"oras, espero que realmente não esteja, eu estava falando sério quando te convidei para irmos exumar algumas covas." gomez arqueou a sobrancelha. "consideraria rude se estivesse rindo do convite para meu hobby favorito, se fosse o oposto, acharia rude, não?"
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