#erguer seus braços e ainda agradecer
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deus2 · 2 years ago
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DEUS TE AMA
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lleccmte · 4 months ago
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NAQUELE PONTO - já tinha ido na tirolesa algumas vezes, rapidamente se tornando sua atração favorita, mas resolveu por um momento sair da piscina, usando os músculos dos braços para apenas se erguer na borda. pegou sua toalha de onde tinha a deixado - o nome bordado perto da marca de circe assegurando que era sua - , e começou um caminho até o bar. infelizmente não havia álcool nas bebidas ofertadas, mas era o suficiente para se refrescar. sua mão ainda se curava, mais rápido graças aos curandeiros que tinha finalmente visitado no acampamento alguns dias atrás, e o filho de ares tentava não pensar nela. ainda havia o latejar mudo, mas era quase bem vindo.
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encontrou simone depois de agradecer pelo coquetel, a toalha sobre os ombros, a taça em seu firme aperto. logo estava abrindo um sorriso divertido, ao se aproximar dela. ❛ me diga, quais os defeitos desse lugar ? ❜ inquiriu, em tom lúdico, gostava de mexer com ela. ❛ se alguém pode encontrar alguns, é você. ❜
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@sleeplessness-moonie
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lasttremaine · 1 year ago
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cold, sender places their jacket over receiver's shoulders
Não combina com o vestido, Anastasia. As palavras da mãe soavam num ciclo infinito na cabeça da Tremaine mais nova. Os dentes cerrados com força, tensão concentrada no maxilar, enquanto o corpo parecia um fio de alta tensão. Imóvel, parado no tempo, e congelando. Ela estava ali para sorrir (e conseguia, de alguma forma), ser bonita e mostrar seus dotes. O decote profundo das costas combinando com o que exibia os seios na frente, uma invenção trazida pelos habitantes da Terra do Nunca? Contudo, a batalha parecia perdida. Sua perseverança e resiliência ruindo com o erguer dos pêlos do braço e um calafrio de corpo inteiro. Um gemido parecido um soluço saindo da boca expondo sua real situação. Tão bela, tão obediente, e pronta para morrer. Só que o destino pregava peças e a estátua de gelo chamada Anastasia (apelido virando realidade) torceu o pescoço para o gato.
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O calor tão... Tão... Que ela só faltou chorar ali e agora. "O que pensa que está fazendo, pobretão sem classe? Me assustar?" Usou da virada dramática para ajustar a peça sobre os ombros. "Ah não, isso é a sua vingancinha? Estragar toda a minha arrumação? Me deixar- Ugh, cheirando que nem você?" Derretia por baixo daquele tecido, absorvia o calor deixado por ele como se fosse a cura de todas as coisas ruins do mundo. Uma cura de si mesma. "Nem combina!" Exclamou, ultrajada, os dedos segurando por dentro e fechando melhor na frente; nem um pouco preocupada em parecer desesperada. Porque estava desesperada. Porque... Porque parecia que era abraçada, que alguém tinha cuidado por si... Parecia que alguém se importava. E ela nem podia agradecer, tampouco brincar que enfim o bichano de botas surradas tinha melhorado o gosto das roupas. Lady Tremaine tinha olhos em todos os lugares. Obrigada obrigada obrigada obrigada obrigada. Cantava em seus pensamentos, esperando que ele ouvisse, porque era... Era demais. Ainda pior quando desviou o rosto para limpar a lágrima antes que descesse - o gesto só aumentando a primeira esnobe que ele tinha de si.
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madneocity-universe · 2 years ago
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Sarang Lee: Diamond of the season
I'm the typa girl that make you forget that you got a type, type that make you love me when the only thing you done is like...
Sarang Lee nem sempre foi a garota focada e reservada que a comunidade asiática agora via, vez ou outra, andando por Nova York desde que tinha voltado de Los Angeles.
A Sarang Lee que a maioria das pessoas daquele bairro conheciam, ainda era um anjo, mas com um outro tipo de brilho.
"Mamãe, as ahjummas da rua estão cercando a Sarang de novo!"
Ela era a definição de garota favorita, não ao acaso e nem votado; Sarang Lee simplesmente tínha nascido pra ser a garota favorita de todo mundo. Os olhos que lembravam uma boneca, o rosto em formato de coração, a pele que nunca tinha visto uma espinha mesmo na adolescência. E aquele sorriso, o sorriso que podia iluminar uma cidade inteira e ela oferecia com frequência, fosse pra família, amigos e as insuportáveis e malditas ahjummas daquela cidade.
"Ah, então você tem sete anos e é só uma menina normal?"
A mais jovem pareceu contemplar aquilo, franzindo o nariz fofo, antes de abrir um sorriso super animado e erguer os braços, formando um coração em cima da cabeça e arqueando o corpo todo.
"Ah, eu também aprendi a fazer isso!"
Era digno de palmas, sacos e sacos com doces de feijão vermelho caramelizado, e até dinheiro. Por um bom tempo, todas as tias e avós da comunidade asiática fizeram de Sarang seu motivo pra viver, muito encantadas com a garotinha que sempre usava dois laços no cabelo e parecia ser um sonho.
Com o passar dos anos, todas as muitas pessoas na família Lee pensaram que o prestígio ia perder a força, e que a própria Sarang Lee ia passar a ser só outro rosto pálido e redondo naquela casa, mas foi só uma fase, porque depois do aniversário de dezoito anos e ela já estar legalmente na idade de se casar naquele país, ela atraiu outro tipo de atenção.
Era uma tradição típica dos países do leste asiático, as crianças formadas no ensino médio serem recebidas com flores e caixas de chocolate, e mesmo que os Lee já fossem muitos com buquês de rosas claras e pensy's - que eram as favoritas dela - aguardando a garota do lado de fora da Trinity no último dia de aula, não pareciam NADA comparados ao exército de pais e filhos estacionados na calçada atrapalhando o fluxo dos pedestres. Todos carregando as mesmas flores e a mesma caixa de chocolate, com trufas de cereja e docinhos de feijão vermelho. Porque são os favoritos dela.
Sarang Lee tinha se formado com honras em uma boa escola, tinha sido aceita numa faculdade importante, era bonita e agora elegível pra casamento. Se pudessem, tinham feito daquele dia um feriado. E tudo que ela podia fazer era agradecer, do fundo do coração, ser amada e aplaudida daquele jeito.
"Como uma pessoa pode nascer com tudo isso de peito e bunda e todas as irmãs serem retas e sem graça desse jeito?" Hui Lee tinha só dezesseis anos e já sabia que aquele caos era digno de ser repudiado como um culto. "Quem foi que deixou essa gente toda vir pra cá?!"
Por mais que casamentos e enlaces arranjados fossem comuns, a regra era certa: Sr. e Sra. Lee não estavam obrigando seus filhos a fazer o que eles não queriam, desde que suas raízes e tradições não fossem tiradas deles e que a família continuasse vindo sempre em primeiro lugar, então, quando Sarang Lee retornou a fria e sempre cinza Nova York, com o anel de noivado que costumava usar pendurado em seu pescoço, era como se um parente daquela gente tivesse morrido também.
Ela foi recebida com muitas embalagens dos seus doces favoritos, suas flores favoritas e as versões veganas de todas as comidas que ela gostava desde criança. Ela ainda era a garota favorita e especial daquela comunidade, e foi muito doloroso pra eles perceber que parte daquele brilho tinha ido, e não parecia que ia voltar.
Sarang também era a garota favorita em casa; a filha que sempre ajudava os pais com as pronúncias em inglês e tocava piano músicas tradicionais ou só os hits do Girls Generation quando eles queriam lembrar de casa, a irmã que ajudava as irmãs quando tinham emergências de menina e sempre tinha doces e sorvete e dinheiro guardado pra mimar elas quando se sentiam pra baixo, era ela quem fazia pontes pros irmãos e encorajava eles em suas decisões sempre, por serem os meninos e aquele sentimento de legado cair sobre eles pelo gênero, e quando Hui e Hyunjin tentavam se matar, era ela quem se metia entre ponta pés e cotoveladas pra proteger eles deles mesmos.
Ela era, de fato, a garota do amor, e merecia tudo que existia de bom no mundo.
"Sarang, por favor, perdoa a gente..."
Num dia normal, se acordasse naquele cubículo de dormitório com sete pares de olhos, desesperados e lacrimejando, focados nela, ia ter um ataque do coração e morrer naquele leito, mas ver Hui soluçando e os irmãos se mexendo em desconforto e Hyunjin até tremendo, fez com que ela levantasse em um pulo. Ainda bonita, angelical e perfeita, mesmo depois de dormir por quase dez horas seguidas.
"Gente... O que aconteceu com vocês? O que tão fazendo aqui?" Perguntava tentando manter a calma, a falta dos pais a deixando preocupada, e o os suspiros também.
A colega de quarto deixou eles entrarem, porque tantos asiáticos e já emocionados, só podiam ser irmãos da Sarang.
"A gente esqueceu de que dia era hoje, por isso viemos pra cá e trouxemos presentes e papai e mamãe estão organizando um super jantar onde todos vamos comer carne a base de plantas por sua causa!" Hui foi rápida em introduzir, torcendo as tranças enquanto Hyunjin começava a socar os presentes na irmã mais velha. "Nós sentimentos muito, foi imperdoável todos nós esquecermos, mas..."
Ela abriu um sorrisinho, percebendo a quantidade de produtos, comestíveis e de usar, que tinham logos de livre de crueldade animal e veganos, nas cores, sabores, texturas e perfumes que ela mais amava, mas então se deixou ficar confusa por um minuto, piscando os cílios muito longos no processo.
"Mas vocês esqueceram do que?"
"Sarang, hoje é seu aniversário."
Então a garota alta e com pijama de Game of Thrones olhou pro calendário anual em sua parede, e percebeu que tinha marcado todas as datas comemorativas do ano com milhares de lembretes e adesivos, os aniversários dos irmãos e pais e amigos sempre marcando uma semana de antecedência pra ela nunca esquecer.
De todos, menos o dela.
"Oh, faço vinte e um anos hoje."
Hyunjin ligou a música 21 de Greyson Chance no celular, a parte de você só tem um ano para ter vinte e um, se repetindo com a melodia.
Ela ficava com o coração quentinho vendo todas aquelas pessoas lotando aquela casa mediana no subúrbio por ela. Passou tanto tempo afastando sua família e amigos de presenciar seu período melancólico e miserável, que tinha esquecido o quanto amava abraços, ouvir que eles amavam ela, e como ela nunca odiou Nova York, desde que a casa dos pais, quente e acolhedora, sempre tivesse uma porta aberta.
Recebeu os presentes das ahjummas, dos filhos das ahjummas, e dos netos delas também, mas quando Hui bateu um talher em sua taça com suco de pêssego e começou um discurso, sabia que aquele tinha sido o melhor presente de todos.
"Sarang é o tipo de pessoas que atravessa a cidade e compra bubble tea se você disser que seu favorito é esse que fica numa loja muito longe, é o tipo de pessoa que ama romances e coisas sangrentas pra manter o equilíbrio, é essa garota que diz eu te amo quando a gente diz que ama ela, e não obrigado. É a garota que acorda todos os domingos as seis da manhã pra ensinar inglês pra senhorinhas imigrantes na igreja com música, sejam elas asiáticas, latinas ou Árabes. Sarang é o tipo de pessoa que poderia te matar de ódio, mas ela não o faz, porque ela tem muito amor dentro de si. Sarang é a melhor pessoa, e merece uma vida feliz."
Quando apagou as velas em cima do bolo de chocolate vegano com recheio de cerejas trufadas, pediu pro universo voltar a encher ela com amor, e que a dor fosse embora, e já podia sentir aquilo no momento em que deixou Maddox Smythe-Fèvre ir embora junto com o colar de anel de noivado que ela tinha.
"Feliz aniversário, garota do amor!"
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thestar-russo · 3 years ago
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Não havia qualquer traço passivo na personalidade de Stefano Russo, o que refletia em todos os aspectos de sua vida. Ainda sim, ele tendia a ser relativamente mais paciente quando cuidava dos negócios, porque deveria existir certa prudência naquele aspecto. No final, todo o seu poder estava diretamente conectado ao andar saudável de seus negócios, e ele não tinha mais o pai comandando as coisas para que experimentasse da mais livre irresponsabilidade. Pensou, após a morte do patriarca, que sentiria falta daquele tipo de liberdade juvenil — mas o ego era grande demais, a simples ideia de estar no topo era o suficiente para que não sentisse qualquer vontade de escapar daquele patamar. Além do mais, não haveria qualquer coisa no homem que um dia chamara de pai para sentir falta. Era claro que aprendera no decorrer dos anos, ainda quando via todo aquele mundo sem ter parte tão significativa deste, que havia uma hierarquia e respeito naquele meio. Era muito delicado, uma grande rede de chefes egocêntricos e poderosos. O mais importante não era acreditar ser o mais poderoso, mas reconhecer exatamente quais detinham mais poder a fim de tomá-lo. Oh, sim, aquele era o tipo de ensinamento pelo qual poderia agradecer seu pai. O homem diante de si, no entanto, não parecia ter aquela mesma noção. Se tivesse, não falaria daquela maneira com o Russo, que estava mesmo acima dele. Ser acusado com tamanha grosseria já seria incômodo se Stefano tivesse feito algo, o que não era o caso. Sugerir que o italiano permitia que seus homens o enganasse, como se ele fosse um idiota, aquilo era além. “Senhor Gregori” Ele colocou as mãos entrelaçadas em cima do próprio colo, mantendo o rosto passivo. “Eu sugiro que saia daqui antes de falar qualquer outra besteira.” A voz não combinava com o rosto calmo, pois era forte e claramente irritadiça. “E por sugiro, quero dizer que se não levantar agora mesmo e sair da minha frente, irá se arrepender” Foi um último aviso; não toleraria mais daquela palhaçada. O homem apenas alguns anos mais velho se retirou a contragosto, ainda murmurando idiotices que deixavam o italiano incomodado.
Não haviam se passado mais do que dois dias desde a tal reunião, que também não se passará pouco mais de uma semana após o embate com Veronica Parrish. Deveria estar aliviado de ter algo além dela para pensar, mas a verdade era que sentia-se angustiado de todos os jeitos. Quando pensava na dançarina, o estômago revirava em ansiedade e a virilha doía. Passou a evitar olhar demais para suas apresentações, pois ficava dividido entre agarra-lá ali no palco mesmo, ou socar o rosto dos homens que babavam assistindo. Por outro lado, quando pensava na atrevida acusação de Grigori, imaginava se algum dos seus seria tão audacioso e inconsequente em agir por suas costas. Se assim o fosse, ah… Pensar naquela possibilidade o incomodava, por isso talvez virou o copo de uísque com tanto afinco. Deveria estar no Road Side, ou mesmo em casa, mas beber naquele bar de qualidade duvidosa pareceu uma boa ideia no início da noite. Não lembrava bem o porquê. Não estava tão bêbado simplesmente pela resistência, já que consumira bem mais do que deveria; mas podia sentir o corpo ligeiramente enfraquecido. Quando a mente deixou aquele problema para focar em outro - cujas curvas zombavam dele em seus sonhos -, decidiu que deveria ir embora. A falta de segurança naquela noite era por puro ego, aquele tinha sido seu erro. Como se fosse bom demais para que alguém se atrevesse a atacá-lo; o que se comprovou o contrário assim que se encontrava nas ruas escuras próximas do bar afastado do centro. Nem mesmo pôde ver quando o atingiram pela primeira vez, totalmente pego de surpresa. O soco certeiro no rosto o fez cambalear e sentir o gosto metálico, e a joelhada em seu estômago que seguiu o fizera cuspir o sangue da boca. Quem eram aqueles? Não importava, iriam morrer. Ergueu-se mesmo ter retomado o fôlego por completo, a tempo de segurar um deles e torcer o braço do homem baixo, mas antes que pudesse atacá-lo de fato um chute forte em sua lateral o derrubou. Caiu junto do homem mais baixo, mas ele conseguiu se recuperar mais rápido, enquanto Stefano levou um pontapé nas costelas que o fizera grunhir com força. Quis se erguer, mas estava fraco e zonzo. Ainda no chão, os três chutes que se seguiram o fizeram ver estrelas, mesmo que infelizmente estava longe de desmaiar. Como ele havia levantado em seguida não sabia, mas logo conseguiu desferir ao menos um soco no rosto do mais alto. Pela visão periférica, notou a maneira que o menor se aproximava e tentou desviar — quem sabe aquele fora o motivo da faca ter encontrado um local inofensivo na lateral de seu abdômen. Enquanto a lâmina gelada estava em sua pele, o homem carrancudo sussurrou provocações que tão logo o fizeram compreender o que raios acontecia. Não eram ladroes, eram capangas. E sabia para quem trabalhavam. Foi o último golpe no rosto que o enviou de volta para o chão, e daquela vez não conseguiu levantar.
@parrishron
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oneway420 · 4 years ago
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Meus pensamentos bagunçados talvez no futuro faça sentido
Digamos que posso dizer que sou uma pessoa privilegiada, tenho pessoas em volta de mim que sei que posso contar de verdade, aqueles amigos que já são irmãos, sei que poucas pessoas são privilegiadas com isso por isso já gostaria de agradecer
Acredito grande parte das mudanças que fiz dentro de mim nesses últimos anos foi devido à mudança de pessoas com quem eu convivia, não que meus amigos de antes me faziam mal ou algo assim, só estávamos em temos diferentes
Eu não sou nenhuma estudiosa nem um grande gênio de grandes ideias mas meus “por quês?” Sempre me levaram a conhecer mais as coisas do mundo e a mim mesma
Sempre fui uma pessoa que eu quer mostrar o que tenho dentro de mim, talvez por uma criação muito reclusa, talvez pelos preconceitos sofridos, ou simplesmente o fato da sociedade reprimir muita coisa, coisas que sempre me fizeram ir contra sabe, ser alguém que não se vê em padrões, só mais uma na multidão, sempre quis deixar minha marca do meu jeito sei lá
Ultimamente tenho trabalhado muitas coisas dentro de mim e esse texto não é nada de auto eu prometo, mais um desabafo mesmo sabe
Passei muitos anos da minha vida tentando descobrir quem sou eu, quem realmente é a Beatriz, tentando chegar em algo que eu queria ser, mas eu também não queria ser como ninguém
Mas nós últimos temos tenho parado pra pensar que eu já cheguei no que eu queria ser, quando eu era nova e vivia na molha da minha falimilia minha meta sempre foi ser independente, livre, mostrar quem eu sou ( essa qual eu nem sabia quem era ainda ) enfim
Eu olho no espelho hoje e gosto do que vejo, eu não sei como me definir mas adoro isso, o indefinido combina comigo, quem me olha por fora tem a impressão de ser essa careca marrento brava mas quem me conhece sabe q eu sou uma moça, mesmo.
Esse texto não é pra erguer nenhuma bandeira mas eu como pessoa sempre tenho o prazer apoiar qualquer causa obrimifa por uma classe opressora, mas não vem ao caso
Hoje, sabendo que me encontrei de verdade, pelo menos até o momento, acredito que é constante esse conhecimento interno, estou feliz comigo mesma, me amo por completo, e tenho alguém do meu lado que me ama mais do q eu me amo provavelmente, mas eu já falo muito dela, qualquer pessoa que me conhece sabe
Queria deixar uma frases q eu já conhecia muito tempo mas nos últimos dias eu comecei a encarar ela de outra forma
O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano - Izaac Newton
Eu esperava um ano turbulento, como todo ano bissexto, e já acreditava em muita coisa sobre 2019 ser o incerramento de muitos ciclos não só pessoais mas de nível sociedade, universo e fim, isso coisa pra outro momento
Eu tava vendo um vídeo esses dias mesmo na virada do ano da na Up gravando o lugar é falando no fundo “Nossa 2020 se já começou com tudo isso que eu to passando aqui, pensa no ano foda que a gente vai passar” eu até ri quando vi o vídeo porque né
Então estávamos nos eu minha noiva é uma amiga na beira da praia amanhecendo o dia primeiro amanhecer de 2020 e chega esse menino, ele nos pediu um cigarro a gente deu um pra ele e perguntamos se ele tinha um pirulito, pq tínhamos passado horas com vontade kkkk, obviamente naquele lugar isso já é motivo pra vc se conectar com a alma da pessoa, eu não vou saber dizer com as mesmas palavras mas vou dar uma resumida do que eu lembro da nossa conversa, ele contou de um sonho que teve que o orixá dele tinha dito a ele que 2020 seria um ano de justiça, que as pessoas que fizeram mal iriam pagar por coisas que fizeram ou fariam algo assim, queria muito lembrar com mais detalhes disso na verdade, não peguei o contato dele e nem lembro o nome a amiga amarrou uma pulseira no meu braço e ele pediu pra eu fazer 3 pedidos enquanto isso, eu queria que esse menino soubesse o quanto ele marcou minha vida só por aquele momento aliás obrigada
Tive uma experiência recentemente que abriu bastante minha mente em questão de energias e tal, nada muito profundo mas o suficiente pra me fazer encarar tudo isso de uma forma bem clara, em me sinto evoluindo em todos os sentidos muito rápido ultimamente, talvez por aprender que quando se faz o bem se colhe o bem ou por idade mesmo, já vou fazer 27, sinto que tudo isso que tá acontecendo é muito natural, o acontecido nos últimos tempos são sinais de uma nova adaptação pra o que vamos viver, vivemos em um tempo onde ficamos em quarentena e todos estão tendo que lidar com seus problemas internos mal ou bem, outra frase
O selênico assusta porque ele grita a verdade - Pink
Resolvi muitos questionamentos e traumas internos que passei quando nova, hoje vejo como o outro lado da moeda sabe, eram duas crianças aprendendo a conviver e a criar uma criança eu entendo, nós passamos muito tempo culpando os outros pelas coisas, sendo que a gente faz merda pra caralho com os outros também ( desculpa o linguajar ) somos todos hipocritas, apontar o dedo pros outros é fácil.
Já chegamos na metade desse ano, tenho um misto de medo e ansiedade por esses próximos 6 meses, sinto que vai acontecer muita tragédia ainda, mas que também muita evolução, o ano do julgamento como dizia o menino do pirulito
Só sei que estou preparada, é algo necessário, tudo é um ciclo e estamos começando um agora, espero que todas as pessoas que eu amo passem por isso comigo, porque Deus não falha ele é o mais justo de todos, não que eu acredite em Deus como pregam as placas de igreja, eu creio em uma força maior que vai além de palavras, são energias, só quem sente sabe
Então eu não posso mesmo reclamar dessa quarentena pois tem sido muito boa pra mim, muita evolução pessoal isso que nem comecei as meditações ainda, o coração chega a apertar com tanta notícia ruim, mas o que posso fazer daqui? Nós sempre fazemos umas doações quando da sabe, duro ver vidas passando por tudo isso
Eu acredito também em 2 coisas Karma e destino, não de um jeito que sua vida já está traçada mas algo como, vc tem q cruzar X pessoa na sua vida pra passar por algo que te faz evoluir algo que você precisava, que te levam ao seu real destino, e a forma que você trata as pessoas ao seu redor retorna pra você seja da mesma pessoa ou de outra, ou até em outra vida, mas isso é papo pra uma noite toda
Comecei esse texto sem nem saber sobre o que ele seria, só sei que tive um dia ótimo com pessoas que eu amo, sentei do lado da minha mulher dormindo na cama e fumei um baseado, comecei a debulhar em lágrimas e senti que precisava expressar isso de alguma forma por isso estou aqui
Como eu disse, não sou ninguém pra falar nada de ninguém, se falei alguma merda da um desconto, eu juro que sou uma pessoa de bem
Talvez tudo isso seja uma viagem de um baseado mesmo mas é bom deixar registrado
Ps: A fita que a amiga dele amarrrou no meu braço ainda está aqui no mesmo lugar sempre que olho pra ela lembra dessa história, só não conto os pedidos pq é segredo se não vocês iam adorar
Fui
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i-n-t-a-c-t-a · 5 years ago
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Ser puta é gostoso demais. Depois de tanto tempo namorando, tinha me esquecido de como é a sensação de dar por dar. De dar só pra meter, só pra gozar, sem precisar dar carinho, sem precisar ser atenciosa, sem precisar abraçar depois e nem de acordar acompanhada no dia seguinte. Ser puta dá uma sensação de liberdade absurda. Depois de ser traída tantas vezes, desisti de um amor por um tempo e só quero saber do meu tesão. E meu deus, haja energia pra essa bucetinha conseguir dar pra tanta gente. Gente que eu conheço, gente que eu não conheço, gente que eu sempre evitei por ser amigo daquele traste, mas agora não mais. Vim para uma festa que eu não vinha há muito tempo onde o objetivo principal é todo mundo sair com pelo menos uma pessoa pra transar. Delícia, tudo que eu precisava. Quando chego, dou de cara com os amigos do traste e sinto uma ponta de hesitação. Todos me olham com uma cara torta, menos você. Você abre um sorriso de quem diz “finalmente tô te encontrando solteira”. Todo dia que eu tava na casa dele, você estava lá. Toda vez que eu chegava, você saía do quarto. Sempre puxando assunto, sempre tentando me fazer ficar. Toda vez que eu e ele dávamos sinal que íamos pro quarto, você dava uma desculpa para não irmos. Toda vez que eu estava com ele transando, você estava na sala escutando tudo. Virou rotina eu gemer mais alto pra você escutar pra quando acabasse, eu sair do quarto e ir ao banheiro, só pra te pegar na sala de pau duro. E que vontade de te puxar pro banheiro comigo pra te chupar e dar um jeito nessa situação. Mas nunca aconteceu. Eu sou fiel e você respeita muito seu amigo. Mas agora a gente não tem mais esse impedimento. A gente se aproxima na festa e o apertão na minha cintura quando nos cumprimentamos já diz bastante coisa sem falar nada. Não ficamos na mesma roda, mas ficamos sempre perto. Toda pessoa que eu fico, você já olha com cara de quem chupou limão. Toda pessoa que você fica, você me olha logo em seguida pra ver se eu to prestando atenção. E lógico que eu estou. Queria eu estar te pegando e roçando minha buceta na sua perna e sentindo seu pau na minha. O clima muda quando um desagradável me aborda com grosseria. “Tá solteira, não tá? Então por que não me beija?” “Porque não quero parça, respeita meu espaço” “Tá pegando todo mundo, tá dando pra todo mundo. Quero entrar na fila também” Ignoro e só viro as costas. Nos primeiros passos, sinto alguém agarrar meu braço e me puxar para trás. “Me solta! Eu disse que não quero te beijar” Começou a puxar meu cabelo e me aproximar com força de si. “Ah mas vai! Não iria querer beijar por quê??” “Porque ela veio comigo” você entra no meio empurrando ele pra se afastar de mim. “Tá com você? Essa putinha que tá beijando todo mundo?” “A gente é aberto” diz, pegando na minha mão e me aproximando de si. “Então ela pode ficar comigo” “Você quer, amor?” você diz, olhando para mim. Arrepiei. “Não” “Então é não” olhando de volta pra ele e puxando minha cintura pra mais perto. “É aberto pra ficar com todo mundo menos comigo?” “É aberto pra ela ficar com quem ela quiser, e ela não quer ficar contigo porra. Dá no pé antes que eu te mostre que ela não quer de outra maneira caralho” Molhei. Te ver me defendendo assim grudando a mim tá me excitando. “Palhaçada…” ele diz dando as costas e vazando. “Obrigada, de verdade” digo olhando pra você. “Magina. Desculpa por me intrometer. Eu sei que você dava conta sozinha, mas eu fiquei furioso quando ele encostou em você” disse me puxando pra ficar de frente pra você. “Não tem problema. Homem só respeita homem mesmo. Do jeito que ele tá bêbado, capaz que metia a mão na minha cara se eu negasse mais uma vez” entrelacei minhas mãos no seu cabelo. Você fecha os olhos por um segundo, tentando se concentrar. “Mas você ia dar conta se eu não estivesse aqui, você é foda” me aperta pra mais perto até eu sentir sua respiração no meu rosto. Eu sorrio. Você sempre infla meu ego de um jeito que eu sei que você acredita nas suas palavras, não é só porque quer me comer. Também. Mas não somente por isso. “Você é um dengo” digo rindo e te puxando mais pra perto. Quero tanto te beijar que preciso morder meu lábio pra me concentrar. Você não pára de olhar minha boca, então percebo o quanto é recíproco. Queremos demais nos pegar, mas sem chance no meio dessa galera. Tenho consciência do quanto você e ele valorizam sua amizade. “Ou, vamos lá pra frente, galera tá dando shot de tequiloka!” um amigo seu te puxa pelo braço pra irem logo. “Bora?” você diz me olhando. Concordo mexendo a cabeça, sem condição de falar e agradecendo pela interrupção. Deus sabe que eu estava prestes a ajoelhar e te chupar inteiro se ficássemos mais um minuto grudados desse jeito. Passamos as próximas três horas enchendo a cara de um jeito absurdo. Rindo, brincando, dançando, só acumulando o tesão que já existe. Acabamos beijando algumas pessoas no meio dos jogos. Senti ferver o sangue toda hora que quase dava certo pra gente. Várias vezes você tentava burlar os resultados pra gente conseguir se beijar, mas o máximo que rolou foram alguns selinhos. Alguns selinhos que quase me mataram de tesão. O role tava bom. O clima tava bom. Até que senti um braço me puxando e me empurrando com força contra a parede. Não tenho tempo nem de raciocinar o que acontece, e uma boca com força na minha. Um cheiro de álcool fortíssimo. Estou bêbada e não consigo separar esse imbecil de mim e só gesticulo por ajuda. Ele sai forçado por alguém, e, por cima do ombro dele, enxergo você dando um soco na cara dele. “ELA DISSE QUE NÃO QUER” outro soco. Pessoas entraram no meio e tentaram afastar o que já era início de uma briga. O cara foi expulso e pediram pra você se retirar. Por ser sua casa, você voltou pro seu quarto. Tentei ir atrás de você, mas estava tão nervoso que não percebeu que eu estava atrás. Resolvi te dar meia hora pra respirar. “Você tá bem?” mandei mensagem. “Sei lá” “Quer companhia?” “Se não for a sua, não” eu sorri. “Abre a porta aqui então por favor” Você abre e me pede pra entrar rápido. Alguém tenta te abordar pra entrar também pra saber como você está, mas você só responde "quero não, to de boa, to acompanhado". Ainda bem que sabe. Você deita na cama do meu lado olhando pra cima, enquanto eu estou de lado olhando pra você. Estamos com um espaço entre nós até você virar o rosto pra mim. "Você tá bem?" "Tô sim. Foi só um susto, to mais calma agora" "Que bom... eu não sabia muito bem o que fazer, só sabia que você não queria e não soube me controlar" "Tá tudo bem" eu disse olhando nos seus olhos. Me aproximo deitando no seu peito e levando uma perna para em cima da sua. Você retribuiu passando o braço em volta do meu corpo e fazendo carinho na minha perna. "Eu agradeço muito. Não sei o que teria acontecido se você não estivesse lá" "Eu odeio esses caras podres que acham que podem usar as minas que quiserem desse jeito. Não consigo ser tolerante com essas cenas. Ainda mais se é com você" "Como assim se for comigo?" Você pausou por um segundo. Se reacomodou deitando de frente pra mim, entrelaçando nossas pernas e me olhando nos olhos. Fazemos um carinho suave um no outro. "Eu me importo muito com você. Você é gente boa demais. Nenhuma mina merece passar por isso, mas ver você passando me sobe uma fúria anormal" Inacreditável como o quanto você é legal comigo me dá tesão. Aproximamos nosso rosto cada vez mais e nossos carinhos ficam mais intensos. "Tem cara babaca assim em todo lugar. Acho que vou precisar de você por perto mais frequentemente" Você sorri e eu sinto seu hálito de Trident de menta. Sinto seu pau como uma rocha na minha perna e minha buceta lateja pensando no quanto eu quero que você meta em mim até eu gritar. "Sempre que precisar, estala os dedos que eu tô lá" Eu sorrio agora. Estamos a um centímetro do rosto um do outro. Paro de fazer seu carinho pra erguer uma mão e estalar o dedo. "Como posso servi-la, madame?" "Estou me sentindo incomodada com um cara" Seu semblante fica sério de repente e você me olha assustado. "O que eu... ops, o que ele fez?" "Ele está agarrado em mim me matando de tesão e até agora não me beijou" Você sorri numa risada e eu me derreto inteira. Avançamos um no outro dentro o beijo mais delicioso que eu não dou em muito tempo. Em um minuto já tem camisetas pra um lado, shorts pro outro, e minha calcinha tá tão encharcada que você sorri com o maior tesão do mundo. Fazia tempo que eu não era chupada com tanta vontade assim, me fazendo rolar os olhos e ver estrela. Fazia tempo que eu não engolia um pau com tanta tesão, a ponto de engasgar mas querer continuar. Gozamos mas a vontade não passava. Meteu de cima, de lado, de quatro. Gozamos de novo. Não conseguíamos olhar um pro outro sem conseguir querer de novo. E de novo. E de novo. A festa acabou, a casa esvaziou e o único som que dava pra ouvir era a gente gemendo, a cama movimentando, a janela batendo por estar segurando a grade toda vez que você metia com força. Acabou a energia, mas minha buceta ainda estralava e seu pau não deixava de ficar duro por nada. O sol nasceu com a gente se masturbando e gozando mais uma vez. Olhamos um pro outro e começamos a rir com tudo que passamos. Minha bunda roxa com tantos tapas, seu pescoço e peitoral cheios de chupões, meu seios e coxas também. "A caixinha de camisinha acabar é um sinal que eu preciso ir embora" Seu sorriso desapareceu. "Não vai não. A gente não precisa meter, eu te chupo, a gente usa as mãos" Eu ri disso. Deus, como eu queria ficar. "Eu to com fome. Vou pra casa mesmo. Vou descansar um pouco e comer alguma coisa" Você ficou chateado, mas percebia que eu estava decidida. Colocamos a roupa e você me levou até a porta de casa. Caminho todo de mãos dadas, cagando pra quem nos visse ou o que pensassem. "Isso foi bom demais" Eu sorri e concordei. Não conseguia olhar pra sua boca sem sentir a buceta esquentar. "Eu também achei. Obrigada de novo por me defender. De verdade" "Não tem que agradecer. E por favor não acha que eu fiz isso pra poder te levar pra cama nem nada, tá? Foi genuíno" "Eu sei. E não acha que eu fui pra cama com você como agradecimento. Foi genuíno" Sorrimos. Me deu um selinho rápido porque sabia que já estávamos com tesão de novo. Subi as escadas e deitei na minha cama, respirando fundo pra não surtar. Não aguentei e coloquei as mãos por baixo do shorts pra começar a me masturbar pensando nessa boca gostosa me chupando. Fui interrompida. Do nada a campainha. Que inferno. Desci correndo sentindo o mel praticamente escorrer nas pernas. Era você. Não foi embora. "O que tá fazendo aqui?" eu disse já te puxando pra mais perto. Ergueu as duas mãos, cada uma com uma sacola. "Aqui tem 4 croissants, 5 toddyinhos e 2 pacotes de bolacha. Aqui tem três caixas de camisinha. Deixa eu ficar? A gente toma café da manhã juntos." Comecei a rir sem acreditar. Puxo sua gola e te dou um beijo bem gostoso. "Só se a gente transar primeiro"
(Cindy Fowler)
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sushizinhu-u · 5 years ago
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Esta é minha fanfic que vai misturar os universos de Sally Face, Fran Bow e Misfortune. A tentativa é unir os três de um modo simples.
Nenhum dos personagens pertence á mim. Todos os créditos pertencem á Portable Moose, Steve Gabry e Killmonday Games.
Com vocês: Tríplice amaldiçoada
Primeiro capítulo: chama azul
- Mamãe? Papai?
De novo, de novo essa cena. Estou sentada no chão vendo os corpos dos meus pais completamente esquartejados e eu segurando uma faca. Estou sentada bem em cima do sangue deles. Ao redor, mais nada, só escuridão.
Largo a faca no chão e corro para o fundo da escuridão, achando que ela também me esconderia. Corro sem parar e nunca chego ao fim. Parada, resolvo olhar ao redor novamente e a imagem não muda: somente escuro. Caio de joelhos no chão, meu coração dói e pesa muito, por que fiz isso? O que eu poderia ter pensado? Meus pais eram as melhores pessoas do mundo, me deram amor, carinho e tudo que uma família maravilhosa poderia dar, então por que?! Começo a sentir frio. Ajoelhada no chão, agarro meus joelhos tentando dissipar o frio, mas é impossível, o frio que sinto é da minha própria raiva.
Escuto um miado ao longe, sei que é o meu gatinho me chamando. Levanto de súbito e tento olhar para cima
- Senhor Meia noite!! – grito desesperadamente achando que isso ajudaria, mas só continuo escutando seu miado. Resolvo correr novamente, achando que assim conseguiria alcança-lo. De repente, um brilho forte aparece diante dos meus olhos e me cega completamente.
Abro os olhos outra vez, estou em uma cama, em quarto rústico, tudo feito com pedaços de madeira, troncos e flores. Olho para frente e, em cima do cobertor feito de pétalas de dente-de-leão, está senhor Meia noite. Seu pelo fortemente escuro e seus olhos grandes amarelos se destacam facilmente, suas orbes amarelas estão miradas para mim, com uma sensação de terror.
- minha querida, consegue me ouvir? – tento abrir a boca para responder, mas percebo que meu corpo não se mexe. Meu gatinho nota a reação e pula da cama em direção á porta, deixando-a aberta.
Um minuto se passou apenas para que o felino voltasse acompanhado de um homem em forma de árvores carregando uma lança e com nosso amigo Itward. Senhor Meia noite pulou novamente em minha cama e com a patinha, mostrou o meu estado.
- veja, está acontecendo de novo, ela está paralisada. – então me tranquilizo um pouco, este é somente um dos meus episódios de paralisia do sono. – faça alguma coisa Itward!
- o que posso fazer por ela? – o esqueleto de terno cruzou os braços em minha frente – Palontras disse que ajudaria com as paralisias mas ela mesma se recusou, lembra? Como posso ajudar alguém que não quer ajuda?!
- você está esquecendo que é de Fran, nossa querida amiga, que estamos falando?
- e você está esquecendo a vontade dela? Grande amigo você é, meia noite. – os dois se encaram de maneira agressiva por um momento, até que consigo mover minha mão, esse sinal foi o suficiente para fazer os dois se acalmarem e chegarem mais perto de mim. Tento me levantar, uma das mãos grandes de Itward vai atrás das minhas costas para me dar apoio.
- minha querida, por favor, não faça esforço – diz senhor Meia noite, com tristeza na voz.
- deixa-a Meia noite, ela quer se levantar! – retruca Itward já nitidamente irritado.
- eu estou bem amigos, não se preocupem comigo.
- agora vamos falar sério Fran – Itward se senta em minha cama ao meu lado – esta foi uma das piores, seu olhar estava mais vazio que de costume, precisa falar com Palontras.
- já disse que não. A terapia de Palontras não vai me ajudar, não quero fazer isso.
- você não saberá se não tentar – ele insiste.
- já disse não! Me deixe, preciso me vestir. – com essa frase, o esqueleto se levanta, faz um sinal para o guarda que o acompanhava e vai em direção a porta. Antes de sair, Itward olha para trás.
- Fran, eu amo você. Não quero que perca para si mesma de novo. E o rei irá querer vê-la
- estarei lá em um minuto. – ignoro seu sentimento e ele vai embora. Não quero que as pessoas sintam pena de mim, não depois do que fiz.
Me levanto da cama e vou até meu armário para pegar alguma roupa. Vejo um vestido de seda azul turquesa com um laço amarelo pequeno, presente dado pelo rei de Ithersta. Pego o vestido, meias listradas e minhas tão queridas botas de couro, que por um milagre, ainda servem mesmo depois de oito anos passados.
Ajeito meu cabelo com muito cuidado, apenas para tirar a imagem de recém acordado, mas o deixo solto, já que estou com dor de cabeça. Meu gatinho observa meu ritual diurno enquanto lambe sua patinha, mas se assusta ao perceber a rapidez na qual sou para me arrumar.
Vamos os dois para a porta e ir rumo ao salão onde o rei me aguarda. Vivo em Ithersta desde os meus dez anos de idade, depois dos incidentes de oito anos atrás, decidi viver aqui, onde ainda restavam meus amigos e muito amor que ainda poderia ser dado para mim. Aqui eu não sentiria culpa, todos gostam de mim e eu não precisaria me preocupar com quem sou.
Todas as pessoas do reino são plantas ou insetos, então sou a única humana e por isso sou muito popular entre todos. Muitos gostam de mim e outros me acham uma iguaria rara do mundo, o que realmente é verdade para eles.
Eu vivo no palácio, sou como uma conselheira para o rei, ele sempre pede meus conselhos ou minha ajuda em alguma tarefa do reino.
Chegando ao salão principal, vejo muitos dos soldados do rei reunidos em uma conversa barulhenta demais, mas quando abro as portas, um silêncio profundo e até ensurdecedor toma conta do lugar. Eu dou um passo para trás, mas meu gatinho empurra meus joelhos com a cabeça, me fazendo entrar. Vou em direção ao rei, faço uma reverência e sorrio para o rei.
- bom dia, minha querida. Como está nessa adorável manhã?
- surpreendentemente bem majestade, acordei de bom humor – minto, já que estava com dor de cabeça.
- é mesmo? Então devemos chamar Palontras para examiná-la?
- como assim alteza?
- ora, porque além de continuar tendo suas paralisias, você também está se tornando um péssima mentirosa. – fico surpresa e olho para Itward que está ao lado do trono, desviando o olhar de mim
- como disse antes alteza, não há necessidade de tratamento, eu não preciso disso.
- você acha que seriamos capazes de te deixar sofrer sem ajuda? Não somos assim, minha cara – o rei cruza os braços.
- eu sei que não – não posso ir contra esse argumento – mas eu não mereço ajuda.
- já chega! Faça agora Itward. – nessa ordem, Itward se aproxima de mim, soltando um gás em meu rosto, minhas pernas ficam fracas e meus olhos fecham rapidamente.
Novamente estou aqui, nessa cena que sempre se repete na minha cabeça, eu sempre verei isso quando fechar meus olhos. Desta vez não vou correr, não há quem possa me chamar, não há nada aqui, só eu. Eu.
Ao longe, uma pequena luz tenta se erguer, é uma luz diferente com brilho azulado, brilhando fraca, mas como se me chamasse. Caminho até ela em passos lentos porque sei que não haverá nada além de escuridão. Ao chegar, vejo uma pequena chama azul, era tão pequena mas me aquecia como um incêndio, me sento ao seu lado e posso sentir que cada fibra do meu corpo está sendo protegida por ela, então suspiro cansada e aliviada, parece que alguém está me abraçando, alguém que não posso ver e nem ao menos tocar.
- só consigo te agradecer, pequena chama.
- ora, de nada! – levo um susto. Ouvi uma voz forte e grave no fundo do meu coração, como se estivesse ao meu lado.
- você não está sozinha aqui, nunca esteve.
- agora sim estou ficando louca de verdade.
- hahaha não, somos todos um pouco loucos, mas isso nos torna especiais, Fran.
- como sabe meu nome?
- este lugar é uma parte da sua mente, então seu nome ecoa por aqui.
- você está dentro da minha mente?
- sim e não, como disse, esse lugar é só uma parte da sua mente.
- mas quem é você?
- ainda não posso responder isso, este lugar não é seguro para você, por isso ficará apenas com minha voz como identidade. Me desculpe.
- tudo bem. É a primeira vez que converso normalmente com alguém.
- deveria ouvir seus amigos, eles só querem o melhor pra você. Se bem que um deles já tomou uma decisão, senão você não estaria aqui.
- Ah, sim. Eles me colocaram para dormir.
- não os culpe, eles só querem seu bem. Agora vá, não permitirei que tenha paralisia de novo.
- muito obrigada! Quando poderei conversar com você de novo?
- sempre que estiver em sono profundo, procure pela chama azul, ela indicará que estou aqui.
- claro! E obrigada de novo.
- eu agradeço... – ia perguntar o porquê de ele me agradecer mas não consegui, já que fui retirada de meu sono como um gato assustado. Abro os olhos e vejo Palontras em cima de mim, seus olhos imensos miram com curiosidade para mim.
- olá Fran, seja bem vinda de volta.
- Palontras, o que houve? – minha cabeça voltou a doer ainda mais que antes.
- consegui entender o que acontece com sua mente.
- como? O que há de errado?! – como se eu não soubesse o que há de errado
- sua mente está se culpando pela morte de seus pais e você nega qualquer tipo de ajuda, já que a punição é mais viável.
- ora, isso é novidade – ironizo minha própria situação, mas fico boquiaberta ao ouvir a próxima frase.
- mas há um protetor em sua mente e a mente dele está conectada a sua por vontade dele próprio. – protetor?! Então é isso que ele é? Me sinto confortável ao saber disso, mas ao mesmo tempo, sinto que não posso dizer nada sobre “ele”. É isso, não direi.
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morimasami · 2 years ago
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nxkyvm
this is a flashback.
por sua vez, nakyum não tirado nenhuma das peças que usara para a festa. a exceção haviam sido os sapatos, que levara em uma das mãos enquanto a outra segurava uma garrafa de vinho que foi tomando no caminho para casa. as meias foram direto para o lixo, junto com a garrafa vazia e ele foi para o sofá da sala. se tivesse televisão, estaria apenas rodando os canais a esmo, só para se manter acordado, como costumava fazer quando era mais novo. agora, tinha o celular conectado na caixinha de música. ao contrário do que era comum para ele, naquela manhã o volume estava baixo. não por respeito ao horário, mas porque realmente estava curtindo a vibe de “música ambiente” que after dark carregava naquele momento, ao que tinha os olhos fechados e a cabeça deitada no braço do sofá. não estava mais esperando masami, honestamente falando. sua intenção era só terminar o cigarro de cravo e dormir, já que nem estava mais bêbado. e foi justamente por isso que a batida na porta o pegara de surpresa. ainda assim, tomou seu tempo para apagar o cigarro no cinzeiro no chão ao lado do sofá e esfregar o olhos, borrando um pouco mais a maquiagem, antes de finalmente atender a porta.
não demorou para que um sorriso vitorioso tomasse os lábios do rapaz. estava claramente satisfeito em vê-la ali, o coração chegou a subir algumas batidas. mas ignorou a sensação e a vontade de soltar qualquer provocação só para fazer gracinha só porque tinha algo mais urgente no que se concentrar: ━━ por que demorou tanto? ━━ foi tudo o que disse, mas não esperava uma resposta. tanto que já tinha os dedos se fechado no pulso da mulher para trazê-la para dentro do apartamento. com a mão livre, fechou a porta e então empurrou-a contra a madeira só para colar seu corpo ao dela quase no mesmo instante. a mão que estivera no pulso dela subiu para o rosto dela, para erguê-lo e fazê-la olhar para ele, se atentar a pouca distância entre seus rostos. ao ponto de nakyum roçar a ponta do nariz no dela. ━━ não sou muito paciente, sabe? ━━ falou baixinho, por não haver necessidade de erguer o tom de voz. nakyum demorou um segundo ou dois para continuar a falar porque se distraiu com a beleza de masami. e em como podia simplesmente beijá-la naquele momento. todavia, forçou-se a voltar para o “plano”. ━━ deveria te mandar de volta para seu apartamento só por me deixar esperando. ━━ brincou com ela, rindo fraco por entre as palavras, ao que soltava-a e se afastava.
nakyum não foi muito longe, só recusou alguns passos. assim podia descer o olhar pela figura alheia sem qualquer discrição, sentindo o desejo já começando a fervilhar sob sua pele e encher a mente de ideias do que queria fazer com ela ali. ━━ mas ainda preciso de ajuda com os botões, como pode ver. ━━ adicionou então, referindo-se as roupas que ainda vestia, em um tom muito mais manhoso e obviamente carregado de drama. 
━ acho que eu demorei demais. ━ era uma observação obvia que fez a si mesma, esfregando as mãos nos braços pra se aquecer, tinha o feito esperar longos minutos então não custava fazer o mesmo, seu arrependimento maior era de não ter colocado algo mais quente. por sorte não demorou pra escutar o som da porta sendo destrancada e só isso vez com que errasse a respiração mas ter a visão de nakyum teve um estrago consideravelmente maior, a fazendo engolir em seco e quase desviar o olhar mas acabou não conseguindo porque ficou um pouco hipnotizada com a vista, ele ainda usava as roupas da festa e de fato era quase um desperdício tira-las, ainda que fosse exatamente aquilo que queria fazer ali. em um reflexo um sorriso tomou os lábios mas diferente do outro, o dela beirava a um pedido silencioso de desculpas e certo constrangimento. 
por que demorou tanto? masami chegou a abrir os lábios mas que conseguisse dizer algo foi puxada pra dentro. primeiro quis agradecer porque ali dentro estava quente, mas sentir o corpo de nakyum contra o seu implicava em quente demais. deixou que ele comandasse, que a encurralasse ali porque gostava da sensação, porque ele estava tão perto que ela não conseguia pensar direito em mais nada além de beija-lo. os olhos fixos, respiração desregulada, os batimentos acelerados e aquele silencio carregado de uma tensão que podia ser quase palpável. deveria te mandar de volta para seu apartamento só por me deixar esperando. acabou dando um meio sorriso, dessa vez sendo um pouco convencido ao que finalmente se colocava disposta a dizer algo porque estava sendo divertido aquele jogo de palavras e ela sabia muito bem como jogar. ━ entretanto eu estou aqui e você não me mandou embora, então eu suponho que você está me dando uma chance de compensa-lo pela espera. ━ seria uma troca justa certo? e masami tinha algumas ideias de como faze-lo esquecer o atraso. ━ ou... ━ havia aquela expressão em seu rosto como se pensasse nas possibilidades mas a verdade era que só queria provoca-lo com o que diria em seguida. ━ talvez esteja pretendendo me punir. 
ainda se mantinha recostada na porta, deixando que nakyum a fitasse de cima a baixo sem pudor porque ela fazia o mesmo com ele. sua mente era muito boa mas imagina-lo e tê-lo ali bem a sua frente era diferente. queria saber o que se passava em sua cabeça, descobrir se eram as mesmas que passavam pela sua, mas talvez preferisse que ele mostrasse. ━ oh... é verdade, acho que posso ajudar nisso não é? ━ havia aquele falso tom inocente ao que levava as mãos até os primeiros botões, do blazer que ficava por cima, ela parou antes de começar a desfaze-los pra erguer o rosto e ter os lábios propositalmente próximos demais dos de nakyum. ━ são muitos botões, podemos soltá-los devagar enquanto eu te beijo? ━ murmurou a fala dita mais cedo na festa por ele, entre um pedido.
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deividsousa12 · 5 years ago
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Sabemos que é dificil esperar em Deus, assim como confiar no invisivel é um desafio. Por isso Senhor, eu te peço de todo coração – ENSINA-NOS a confiar e esperar em Ti, dá-nos a paciência e sabedoria para compreendermos o seu tempo de agir... E para você que parou para ler essa mensagem eu digo: CONFIE, ENTREGUE e CREIA. Não desista de amar, nao desista do amor, entregue-se a dor e viva, um dia você vai olhar para trás, erguer seus braços e ainda agradecer, porque independente das lutas e das tempestades, das dificuldades e das mágoas, você venceu! Porque todo aquele que é nascido de DEUS vence o mundo. #confiança #determinação #fé #creia #Deus #entregoconfioaceitoeagradeço #agradecer #palavradevida #feemdeus #igrejadejesuscristodossantosdosultimosdias #esperar https://www.instagram.com/p/B4gTm9dgh_a/?igshid=x47n4k6ydekq
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letsy-go · 3 years ago
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Desafio: 7
Emma e Alex :3
A maneira que você disse "eu te amo"
7. Como um "obrigado(a)".
Pairing: Alex/Emma. Palavras: 1013.
Alex estava um pouco nervoso enquanto lavava a louça.
Ele não era e nunca foi o melhor em atividades domésticas, preferindo muito mais ser aquele que contribuiria com dinheiro e com despesas, no entanto se sentia culpado em fazer isso considerando que Emma passava muito mais tempo na rua e chegava exausta, além de que ela já fazia alguns estágio remunerados obrigatórios e tinha uma renda melhor do que a dele.
Não que ela se importasse com isso, no fim os dois dividiriam as contas e as compras que fossem necessárias, o local era simples e o aluguel - o qual incluía a conta de luz e água - era surpreendentemente barato. Barato a ponto de sobrar um dinheiro para uma coisa especial como pedir comida fora a cada duas semanas.
O mais importante era que Emma ganhava uma certa quantidade de dinheiro de Emília todo mês que era destinado ao mercado, logo, alguém tinha que cozinhar. Durante os quatro meses em que começaram a morar juntos Emma assumiu essa tarefa, apesar de ela preparar sempre pratos mais simples e completos - como um arroz com feijão ou um tipo de macarrão, uma salada, as vezes alguns vegetais e uma proteína - e os pratos serem bem temperados Alex sabia que era errado jogar essa responsabilidade em sua namorada que já se esforçava quase que o dobro do que ele.
Por isso que naquele dia ele decidiu que faltaria na faculdade para fazer uma limpeza geral no kitnet e cozinhar algo gostoso como maneira de agradecer por tudo. Lety pareceu animada com a ideia dele e deu as dicas em relação a qualquer coisa que ele precisaria: como limpar janelas sem deixar marcas, locais que normalmente são esquecidos no dia a dia, como trocar uma lâmpada que estava meio fosca e ele sabia que incomodava Emma no dia a dia e os protos favoritos da garota de cabelos escuros.
Foi um pouco mais trabalhoso do que ele achou que seria inicialmente, afinal, ele não sabia que o pequeno sofá usado que eles compraram poderia ser tão pesado, tampouco que os panos que eles possuíam deixava tantos fiapos quando era passado, o rodo deixou passar água algumas vezes e isso custou o dobro do tempo para conseguir puxar a água que ele usou para limpar o chão.
Valeu a pena no final: a casa toda tinha um cheiro gostoso de produto de limpeza de limão e velas de baunilha, além de quase estar brilhando. Alex também tomou nota de uma parede que precisava de uma mão de argamassa e tinta e alguns fios que precisavam ser encapados. Veria com o proprietário se ele poderia realizar essas pequenas reformar em troca do valor do aluguel do próximo mês, parecia ser uma boa solução.
Quando ele finalmente acabou de lavar a louça e ter seu surto existencial ele começou a cozinhar. Carne na pressão com batatas e cenoura e arroz branco parecia relativamente simples, mas Emma sempre foi uma garota fácil de se agradar. Ele conseguia imaginar ela almoçando algo assim em um domingo ao lado de Emília, Marcus, Lety e Timothy. Todos rindo e conversando na mesa, relembrando histórias antigas e atualizando as histórias novas.
Alex realmente desejava ter conhecido ela antes. Se eles se conhecessem quando crianças, quantas coisas não mudariam?
Ele ainda estava perdido em pensamentos quando sentiu dois braços o abraçarem por trás. Alex sentiu que Emma precisou se erguer na ponta dos pés para consegui ver pelo seu ombro, interessada no conteúdo da panela de pressão que já estava basicamente pronta e ele acertava nos temperos. Ela pareceu perder a atenção rápido, passando a soltar pequenos beijos e mordidas na região do pescoço e ombros do rapaz, ignorando totalmente o fato de que ele usava uma camiseta e, por consequência, mal sentia os lábios e dentes dela.
— Por que você sempre me cumprimenta como um gato? — apesar de ser uma pergunta, Alex segurava o riso para falar. Pigarreou para manter sua voz mais firme e parecer que ele estava dando uma bronca nela.
Não deu muito certo. — Porque é uma das minhas formas de demonstrar meu amor — como se tentasse provar seu ponto, Emma esfregou suavemente sua cabeça no pescoço do Alex, ele se esforçou para ignorar os arrepios que o ato causou, tentando se focar na comida que ameaçava começar a queimar.
— E você não deveria fazer isso enquanto eu estou no fogão. Se eu caio aqui com você em cima já era para nós dois.
— Morrer abraçada com você não parece tão ruim... Apesar que eu acho que é melhor ficar viva e aproveitar esses momentos.
Alex reparou como a voz dela ficou mais fraca no final da frase e não se surpreenderia se ela dormisse apoiada nele. Por sorte ela apenas se afastou e se espreguiçou, coçando os olhos para dispersar o sono e cansaço. Só nesse momento ela parou para olhar a casa, abrindo um leve sorriso.
— Você arrumou tudo antes de eu chegar? Que meigo.
— Você parecia mais cansada do que o normal. Eu só queria uma forma de mostrar que eu me importo com você, e como eu não consigo te ajudar nos estudo ou no estágio para você ficar mais relaxada lá, arrumar a casa era tudo o que eu pude fazer.
Ela sorriu ainda mais, voltando a ficar na ponta dos pés para, dessa vez, virar a cara do Alex para a sua direção e dar um rápido beijo em seus lábios. Alex precisou fisicamente se restringir, segurando e apertando a bancada atrás de si, para não resmungar ou segurar a garota para prolongar o contato. Ela ainda sorria quando segurou o rosto do garoto, as mãos em suas bochechas, impedindo que ele desviasse o olhar.
— Eu te amo, sabia?
Alex também sorriu, soltando-se das mãos delas para segurar a cintura dela e encher seu rosto com beijos.
Os dois sentiram o cheiro de queimado tarde demais. Emma ainda sorria enquanto ajudava ele a limpar as panelas com crostas pretas no fundo e sugeria que os dois comesse pizza naquele dia em particular.
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stylestoriespt · 7 years ago
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Behind the scenes of Dunkirk: 6ª parte
N/A: Antes de mais quero deixar as minhas mais sinceras desculpas às minhas leitoras. Espero que achem que a espera valeu a pena depois de lerem esta parte (a minha preferida até agora tenho que confessar). Por favor venham dizer-me o que acharam depois sim?
2.905 palavras
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1ª Parte ; 2ª Parte ; 3ª Parte ; 4ª Parte ; 5ª Parte
Fogo
A minha cabeça seguiu a voz grave que me tinha salvado de um desastroso e - mais que certo - embaraçoso acidente.
As minhas sobrancelhas subiram para a minha testa, a minha boca abriu-se ligeiramente. Os meus olhos pestanejaram, no mínimo, quatro vezes.
Jack. Jack Lowden.
Com a respiração presa na minha garganta, mergulhei no mar daqueles olhos brilhantes.  
E só emergi com o movimento do seu braço para pentear os seus cabelos loiros para a sua direita.
O meu olhar caiu para o chão; Todo o meu rosto estava pegando fogo. “Ahmm o-obrigada,”
“Não tens nada que agradecer,” A sua figura rodou para a sua mão recuperar uma garrafa de água; Intencionalmente, examinei o fato azul-camarada que acertava perfeitamente no seu corpo robusto.
“Claro que tenho,” Espiei o meu copo de café no ponto de transbordar. “Salvaste-me de um quase trágico acidente,” Um riso mais tímido que nervoso escapou entre os meus lábios.
“Sou o Jack,” Os seus lábios finos sorriam alegremente; A sua mão livre estendida entre os nossos dois corpos.
Respondi à sua saudação já um pouco anciã. “(S/N),”
“A (S/N)?!” Jack pronunciou o meu nome com o seu sotaque escocês e todo o meu corpo animou-se. “Sabes… Eu só oiço elogios sobre ti… E o teu trabalho também, claro,”
A confissão foi recebida como lenha para a fogueira ainda abundante nas minhas bochechas.
“É feio mentir,” Procurei disfarçar a grande agitação que estava a decorrer na minha mente.
O seu riso era melodia para os meus ouvidos. “É verdade, não est-”
“Jack!” As suas costas encararam-me à procura do responsável pela interrupção intencional. “10 minutos!” Um dos membros da produção alertou-o do tempo restante até o início da discussão da primeira cena e, posteriormente, da gravação da mesma.
Jack abotoou o último botão da camisa azul clarinho e de seguida levantou o colarinho para passar a gravata da mesma cor do fato que tão bem vestia.
Segurei o copo de cartão com toda a cautela do mundo e finalmente provei o café que tanto desejada e que os meus músculos precisavam; O líquido quente queimou ligeiramente a minha língua.
No meu campo de vista, os dedos de Jack enrolavam-se com as duas pontas do tecido à volta do seu pescoço. Com as sobrancelhas frisadas em total concentração, o mesmo conseguiu fazer um nó – nadinha parecido ao chamado nó de gravada.
Pousei o copo na beira da mesa; Mordi ambos os lábios, prendendo o riso.
“E… voilà!” Exclamou satisfeito do seu trabalho.
Soltei a gargalhada presa na minha garganta e movi a cabeça de um lado para o outro em negação.
“O quê? Porquê que estás a rir?” O coitado estava completamente desorientado; Os seus olhos estudaram o espaço pouco movimentado à procura do motivo da minha euforia.
“Chamas a isso um nó de gravata?!” O meu dedo indicador apontou para a confusão à volta do seu pescoço.
A sua cabeça caiu para observar a sua obra. “Bem… Não está perfeito… Não como a minha mãe faz mas-” Uma mecha loira restou sobre a sua testa quando o mesmo voltou a erguer sua cabeça. “Não está nada bom, pois não?”
Desilusão tomou conta dos seus olhos azuis.
As minhas duas mãos agarraram de imediato o tecido; Desfazendo e refazendo o digno nó.
No último passo, a minha mente tomou consciência da situação presente; A distância entre os dois corpos era mínima, assim como a entre as duas cabeças – apesar de a sua estar centímetros mais alta que a minha.
“Ahmm… prontinho,” Fugi com os batimentos cardíacos acelerados e uma falta de ar repentina.  
“Obrigado,” Agradeceu gentilmente; Os seus dedos arranjavam o colarinho da camisa.  
O meu sorriso envergonhado escondeu-se por de trás do copo de café.
“Bommmmmmmm diiiiiiiiiia,” A voz melodiosa e alegre de Aneurin chegou de surpresa varrendo a tensão que se tinha instalado.
Os meus olhos observaram o cumprimento amical entre os dois homens já conhecidos.
Aneurin posicionou-se entre a – agora – grande distância entre as nossas duas figuras; Uma das suas mãos recuperou um copo e a outra procurou a cafeteira de café. “Quando é que chegaste?”
“Ontem à noite,” Jack respondeu à pergunta e ao mesmo tempo espiou os membros de produção que acabavam de montar a réplica partida a meio de um spitfire.
O rapaz de cabelo escuro provou o café e depois comentou, “Vejo que já conheceste a melhor assistente de produção de Londres e arredores…”
“Ni!” As costas da minha mão esquerda largaram uma leve chapada no braço do responsável pelos rumores.
Aneurin gargalhou alto e, pelo canto do olho, captei Jack a sorrir abertamente.
Mais uma espiadela e já estavam prontos para receber Jack para o ensaio. “Tenho que ir,” A sua mão recuperou a sua garrafa de água e-
“Logo à noite vamos jantar todos ao Bistrot de la Plage,” Aneurin prendeu o rapaz por mais alguns segundos. “Estás mais que convidado,”
O último jantar na bela região de Dunquerque. No dia seguinte a equipa levanta a vela para uma pequena cidade da Holanda chamada Urk, para futuras cenas do filme de Christopher Nolan.
“Ok. Vemo-nos mais tarde então,” Assim despediu-se de nós.
As suas costas encararam-nos enquanto os seus pés o levavam para longe; Os nossos olhos colados na figura elegante.
“Belo rapaz, não é? Mas… Muito velho para ti,” E só faltava os comentários insolentes de Aneurin Barnard.
O meu olhar irritado e a nova chapada do outro braço não teve qualquer efeito a não ser a erupção de mais risos da sua boca.
Troquei o meu copo agora vazio contra o meu iPad antes abandonado; Procurei distração enquanto Aneurin continuava a fazer observações ao homem que nos tinha abandonado previamente. “Ele está solteiro, sabias? Eu acho que vocês faziam-”
“O quê que estás aqui a fazer? As tuas cenas já estão todas gravadas,” Vi oportunidade de interrogá-lo com a pergunta que logo me surgiu quando os meus olhos pousaram na sua figura.  
De mãos nos bolsos respondeu-me descontraído: “O Fionn está com a Alina e como não nasci vela… O que dizes de uma mãozinha? Ou preferes uma do-Atch!”
-
As últimas cenas gravadas na região estavam reservadas aos pilotos do filme, por isso o espaço estava em paz.
O azul pastel do céu misturou-se com o rosa proveniente do sol a pôr-se, indicando o final de tarde. 
Todo o mundo presente suspendeu a sua respiração admirando a réplica de spitfire pegar lume mesmo à frente dos próprios olhos.
O ator Tom Hardy observava as chamas tomar conta do engenho a sua personagem ser levada por soldados alemãs e o “Corta!” do diretor pôr finalmente fim à intensa cena.
A equipa de produção reuniu-se enquanto o espaço desertava.
O fogo foi extinto e os equipamentos materiais e técnicos desmontados e cuidadosamente guardados.
Perdida na conversa casual que nasceu naturalmente depois de resolver os últimos pormenores com Christopher, o pequeno relógio no meu pulso esquerdo afixava 8 horas em ponto.
Despedi-me dos presentes com a promessa de os ver no dia seguinte e caminhei no labirinto de traileres enquanto desbloqueava o monte de mensagens de Alina mais cedo recebidas.
Onde estás?
(S/N)?
Vou deixar a mala no trailor do Bernard
O Ni disse que encontraste o tal Jack Lowden…
Não me deixes de fora! Desembucha
Oiiiiiiii? Ainda estás viva?
Por favor diz-me que não morreste quando o Tom Hardy entrou no set
Ok, agora estás a deixar-me preocupada
Combinamos encontrarmo-nos no hall do hotel daqui a 10 minutos e então depois vamos todos juntos para o restaurante
(S/NNNNN)??
A reservação está marcada para as 19h30. Assim que acabares, vai lá ter
Apressei-me a aliviar a preocupação da minha amiga enquanto a porta do trailor era fechada com um ligeiro empurrão do meu pé.
Desculpa, só agora é que estou a ver as tuas mensagens
As filmagens demoraram um bocadinho mais por causa da luz e etc. e também distraí-me na conversa
E obrigadaaaaaaaaaaaa! Já sabia que não iria ter tempo de ir ao hotel trocar-me
Eu vou matar esse Aneurin Barnard
E não, não morri quando o Tom Hardy chegou
Talvez um bocadinho haha
Vá, encontramo-nos no restaurante
Em tempo recorde: troquei as roupas desportivas por umas mais casuais. Soltei o cabelo e penteei-o com os dedos. Como por milagre, encontrei um batom no fundo na pequena mala para os meus lábios hoje desidratados. Quanto ao rosado vivo nas maçãs do meu rosto graças ao maravilhoso sol do dia passado, não havia nada que pudesse fazer.
Uma última olhadela no meu reflexo espelhado e achei estar presentável para o jantar.
Descansei a alça da mala no meu ombro direito e recuperei o meu telemóvel perdido no pequeno sofá de couro; Com as chaves suplementares, tranquei a porta do trailor.
Distraída pela leitura da nova mensagem recebida-
“Cuidado!” O grito interrompeu os meus passos e roubou a atenção no aparelho entre os meus dedos.
À minha frente, um baú enorme reservado aos materiais eletrónicos.
À minha esquerda, Jack.
“Tens que ver por onde andas,” As palavras saíam da sua boca sorridente e os seus pés o aproximavam da minha figura imóvel; O fato formal tinha deixado lugar a umas vestimentas mais descontraídas. “Podias ter-te magoado a valer,”
“Obrigada… Mais uma vez,” Uma risada cheia de vergonha acompanhou o meu agradecimento.
“Segunda vez hoje... Estás a habituar-te,” Brincou.
O vermelho nas minhas bochechas intensificou-se; O meu olhar caiu sobre a minha saia midi preta com pequenas bolinhas brancas e aí lembrei-me do meu compromisso.
“Não vás ao jantar?” A desilusão de ouvir um não da sua parte transparecia pelo tom aflito da minha voz.
Jack era uma ótima companhia, para não falar das histórias hilariantes que tive o privilégio de ouvir, com a companhia de Aneurin, durante toda a hora de almoço e até entre takes.
A sua mão esquerda saiu do bolso das suas calças jeans para coçar um ponto na sua cabeça entre os seus cabelos loiros.
“Ia agora a caminho,” A mesma mão apontou para a sua esquerda – os meus olhos seguiram o movimento mas encontraram o espaço vazio. “Imagino que tu também,” Os seus olhos varreram-me da cabeça aos pés.
Assenti com um ligeiro movimento de cabeça, intimidada com a sua análise. “Hmmm é mesmo ali… Ao virar da esquina,”
“Vamos lá,” A sua cabeça sugeriu e eu obedeci. “Não quero ser a razão a mais do teu atraso,”
Em menos de 3 minutos estávamos frente ao Bistrot de la Plage.
O espaço exterior era ocupado por aqueles que festejavam a chegada de mais um fim-de-semana sem trabalho.
Jack continuava a relatar a aventura na Rússia - que não tinha tido oportunidade de acabar mais cedo no dia porque Emma precisava da minha ajuda – enquanto adentrávamos o restaurante cheio; Antes de a puder finalizar, a minha gargalhada rompeu e juntou-se às diversas vozes que enchiam o local.
“Não te rias! Cair de cara na neve não tem graça nenhuma!” Na tentativa de adotar um tom sério, o seu riso juntou-se às palavras ditas.
Varri o ambiente com os olhos e avistei finalmente o nosso grupo na parte do fundo do restaurante.
“Eles estão ali,” Avisei Jack; Os seus olhos confirmaram e a sua cabeça assentiu.
Contornamos as mesas ocupadas até-
“Finalmente!” Aneurin falou alto suspendendo a conversação; Todos os pares de olhos fitaram as duas únicas figuras de pé.
Pela primeira vez naquele dia, a minha vista encontrou Harry.
Completamente desligada da desculpa do nosso atraso que Jack oferecia a Aneurin, mergulhei no esmeralda dos seus olhos brilhantes sobre a luz terna que o espaço adotava, no seu cabe- na boca de Patricia perigosamente próxima da sua orelha.
Frente àquela cena, a alegria deu lugar à ira.
Um toque suave sobre o meu braço vestido pelo tecido fino da minha blusa preta, interrompeu a praga mental que passava aos dois indivíduos.
Jack oferecia-me um assento; Agradeci-o com o melhor sorriso possível e finalmente, ganhei lugar na grande mesa composta.
O santo de Aneurin não perdeu tempo em encher o copo dos recém-chegados.
“Não me disseste que vinhas acompanhada,” Bernard, sentado à minha esquerda, sussurrou-me ao ouvido enquanto arrumava a mala nas costas da cadeira. “Ainda por isso com o teu-”
Interrompi o seu murmurinho e enviei-o um olhar sério; O efeito não foi o desejado visto que uma gargalhada emergiu da sua boca grande.
A conversa repartiu. E sem mais demoras, provei o conteúdo no meu copo.
Por cima do vidro apanhei, por brevíssimos instantes, o olhar de Harry mas, em fim o empregado chegou para colher os nossos pedidos.
O jantar correu às mil maravilhas.
Melhor companhia impossível, conversa sempre animada e comida de comer e chorar por mais para não falar do divino vinho francês.
Muitas foram as ocasiões onde me cruzei com o olhar penetrante de Harry, embora o seu desvio acontecesse no mesmo milésimo de segundo.
De repente o ar à minha volta sufocava-me e pedi licença para me ausentar até à casa de banho.
As minhas duas mãos apoiaram o meu corpo debruçado sobre o lavatório. As gotas de água fria escorriam das maçãs do meu rosto para o meu pescoço; O vermelho mais cedo pintado nos meus lábios desapareceu.
Larguei um grande suspiro prisioneiro no fundo da minha garganta antes de pensar regressar.
A minha mente parecia um recreio cheio de alunos barulhentos de 1º ciclo e-
Perdida na confusão de pensamentos resultou em esbarrar contra um corpo rijo.
“Oh!” Com o impacto inesperado, o meu corpo desequilibrou-se mas foi salvo graças às firmes e rápidas mãos sobre cada um dos meus braços. “D-Desculpe, eu não-”
Harry.
Não tenho certezas se sussurrei ou disse mentalmente.
Sem traços das duas linhas entre as suas sobrancelhas, o seu rosto mostrava-se muito mais sereno.
“Estás bem?” Os meus ouvidos captaram o tom rouco da sua voz pela primeira vez – ao que pareceu ser uma semana. “(S/N)?” O meu prenome era tão bem pronunciado.
Os meus pés deram um passo para longe daquela tentação que era os seus lábios finos e naturalmente rosados; E as suas mãos caíram dos meus braços. “Ahmmm… S-Sim, desculpa estava distraída não te vi chegar,”
“Tens a certeza que estás bem?” Os meus olhos captaram a imagem de um Harry preocupado e inquieto. “Reparei que abusaste um bocadinho no vinho-”
“Eu estou bem Harry,” O tom irritado da minha voz surpreendeu-o. “Aliás, estou cansada. Vou voltar para o hotel,”
“Eu posso acompanhar-te,” Sugeriu num piscar de olhos.
“Eu-Não é preciso, eu-”
“Eu insisto (S/N),”
Os sinais contraditórios de Harry adicionados aos cinco copos de vinho consumidos resultaram no meu cérebro a nadar em água.
Sem forças para discutir mais, aceitei a sua proposição.
Harry dirigiu-se ao bar.
Tive tempo de me despedir de todo o mundo e fazê-los prometer regressar ao hotel em segurança até ao retorno de Harry.
“Só te vejo em LA agora,” Aneurin abraçou-me ao ponto de me sufocar. “Vou ter tantas saudades tuas,” Sinceridade e vinho a falar, despertou o meu riso.
“Eu também, Ni,” Confessei, cariciando os seus braços com movimentos repetitivos de sobe e desce.
Estremeci brevemente quando uma mão foi pousada na minha cintura. “Vamos?”
Assenti.
Recuperei a minha mala e acenamos adeus antes de abandonar o Bistrot de la Plage.
Perdi o toque firme na minha cintura quando entramos as ruas desertas de Dunquerque.
“Bebe isto,” Harry praticamente jogou-me a garrafa de água com gás para as mãos.
Completamente confusa com a sua atitude, observei-o caminhar a grandes passos à minha frente. Os seus músculos contrariam sob a sua camisa preta; As suas mãos escondiam-se nos bolsos das suas calças pretas.
“Harry!” Chamei-o sem conclusão. “Podes, por favor, andar mais devagar… Estes saltos estão a matar-me e,” Nada. “Eu não-HARRY!”
A minha exclamação travou os seus passos, que por consequência, pararam os meus.
As ondas a quebrar na areia interrompiam o silêncio da noite.
Exausta, fisicamente mas sobretudo psicologicamente, descansei as mãos na minha cintura procurando apoio.
“Harry, eu-” Suspirei bem fundo, derrotada. “Eu não te obriguei a acompanhar-me,” Harry teimava em encarar-me de frente. A minha cólera chegava ao seu limite. “Podias ter ficado com a tua querida Patri-”
A minha mente não conseguiu acompanhar os próximos movimentos.
Agora as mãos quentes e macias de Harry estavam pousadas nas minhas bochechas queimadas pelo sol, a ponta do seu nariz quase a esbarrar no meu, os seus lábios lisos a meros centímetros dos meus desidratados.
O seu olhar baixou para a minha boca. “Nem imaginas a vontade que tenho de te beijar,” O bafo do seu sussurro secou a pele dos meus lábios sensíveis.
O toque tão delicado e as palavras de sonho acenderam fogo em cada centímetro do meu organismo.
Corri dos seus lábios tentadores às suas pupilas dilatadas. “Beijava-me então,”
“Posso?”
As minhas mãos seguraram firmemente os seus pulsos. “Por favor,”
Por 15 segundos, os seus lábios pressionaram os meus.
A sua testa descansou contra a minha; As nossas respirações aceleradas misturaram-se no minúsculo espaço entre as nossas bocas.
O cadeeiro de rua iluminava graciosamente o lado esquerdo da sua face.
“Outra vez, por favor,” Supliquei.
Harry obedeceu com todo o prazer do mundo.
Senti-me a derreter.
Os meus dedos entraram no seu couro cabeludo. O movimento das nossas cabeças nada sincronizado.
E se não precisasse de oxigénio para continuar viva, beijava-o a noite inteira – a vida inteira.
As suas pálpebras continuavam fechadas, as suas mãos não largavam os lados do meu rosto; Os seus lábios mostravam um sorriso satisfeito.
Sorri, sorri grande. 
N/A: Estou perdoada? Quero muito muito ouvir as vossas opiniões sobre estes acontecimentos, especialmente a cena tãooooooooooooooo aguardada. Obrigada por não me abandonarem, obrigada pelo apoio. Por favor, dêem like, rebloguem, partilhem, deixem o vosso comentário aqui, é muito importante para mim e para a minha motivação pessoal. Ideias ou sugestões são sempre bem vindas também! 
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yangnaseon · 2 years ago
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zihcn
this is a flashback.
da mudança na expressão até o resmungo, tudo naquela cena foi absolutamente divertido de assistir, fazendo-o agradecer ainda mais pela proximidade, ao que aquilo acabou por lhe arrancar uma boa risada. até mesmo quando viu-o rindo de si mesmo, quando não podia deixar de achá-lo adorável em níveis mais altos do que ele mesmo esperava. e só fez piorar ao notar os lábios se abrindo em surpresa. por sua vez, o maior sentia as bochechas corando por conta do próprio atrevimento, da reação que isso tinha causado. era inevitável, gostava da provocação, mas sustentá-la era sempre um pouco mais complicado. pelo menos até perceber que tinha sido efetiva. nesses casos, sua confiança subia um pouquinho. e foi justamente o que aconteceu quando sentiu a intenção de punição nos gestos alheios. ━━ não, é claro que não. ━━ respondeu, mas era uma resposta cínica, porque não tinha parado de sorrir, mesmo com o pedido do outro. ━━ mas você não deveria ficar dizendo essas coisas. eu não sabia que tinha poder sobre você, mas agora que sei, quero usá-lo contra você. ━━ deu de ombros, como se não tivesse sentido um arrepio sem muita relação à temperatura subindo pelas costas.
a questão de quem tinha poder sobre quem pareceu merecer um debate na mente de jihan, porque não era possível que uma frase, mesmo que fosse claramente ambígua, fosse capaz de desestabilizá-lo a ponto de misturar lembranças com desejos e encher sua mente com cenários definitivamente pouco propícios para o local onde estavam. então, ali estava ele empurrando a língua contra o interior da bochecha enquanto tentava ignorar a maneira como o coração tinha falhado uma batida ou duas. ━━ está tentando me pagar na mesma moeda, é? ━━ questionou por fim, mas sem achar ruim de verdade. ━━ porque está funcinando. ━━ sussurrou um tantinho depois, ao escutar a voz tão baixa e tão próxima de sua orelha, fazendo-o morder o lábio inferior para conter um suspiro. ━━ vou te beijar inteiro. ━━ devolveu, falhando em não deixar que o desejo simplesmente escorresse por entre as palavras. não que tivesse tentado esconder, na verdade. o que o fez pensar em como deveria apenas beijá-lo de uma vez, pensando em como a posição que estavam naquele momento era recebida pelas outras pessoas na fila. jihan estava constantemente preocupado com o que as pessoas pensavam a seu respeito, por conta da profissão e do filho, mas tudo isso pareceu se perder por um momento, em meio ao calor gostoso de naseon.
a breve hesitação não passou despercebida, fazendo o maior erguer o rosto imediatamente, buscando pelo olhar do outro, pela resposta a respeito do que poderia estar errado. mas viu-o baixar a cabeça e sua confusão perdurou, mesmo com o que ouviu em seguida. inevitavelmente, tinha o cenho levemente franzido em preocupação ao que se questionava se havia alguma coisa que deveria saber. no entanto, ele não perguntaria. se havia algo que deveria saber, naseon o contaria, confiava nisso e confiava nele. ainda assim subiu uma das mãos para afagar seu braço, tentando passar algum conforto. ━━ vai à noite, o que não é tão legal quanto ir de dia, mas… tem seu charme. ━━ lembrou-o, rindo por entre as palavras. mas mesmo assim acreditava que seria bem divertido. todavia, não iriam a lugar algum sem jantar antes e, por fim, tinha chegado a vez deles entrarem. separar-se do outro foi a contragosto, mas manteve sua mão na parte baixa das costas alheias, guiando-o de maneira instintiva pelo salão.
se não fosse o fato dele mesmo ter tirado o casaco ao entrar no restaurante, porque estava muito agradável lá dentro, teria deixado-o com naseon. mas pendurou-o nas costas da cadeira, da mesa que tomou a liberdade de escolher mais ao canto, próxima da janela. ━━ pode pedir o que quiser. ━━ disse só por formalidade, quando a atendente veio tirar o pedido, porque sabia que o outro já sabia disso. por sua vez, jihan pediu por bulgogi, kimbap e kimchi jjigae - só porque estava cansado da própria comida - e uma coca-cola, porque ainda ia dirigir. ━━ sabe… ━━ começou, deslizando a mão por cima do tampo da mesa para alcançar a do outro. ━━ eu queria jantar com você para saber da sua vida. ━━ confessou, por entre uma risadinha. ━━ desde que você voltou para o seu apartamento parece que as coisas mudaram. ━━ e ele sabia que tinham mesmo mudado, do tempo que moraram juntos até aquele momento ali, de frente um para o outro. mas agora que não estavam mais morando juntos, não era como se as coisas tivessem voltado ao que eram antes, mas como se um vazio maior tivesse ficado. era difícil explicar. ━━ quero saber como você está, como estão as coisas em casa. quero os detalhes.
uma das mãos de naseon deixou de envolver a cintura de jihan só pra subir até lhe tocar o rosto, aproveitando do ato pra brincar com os dedos pelo caminho que era feito, deslizando sobre o torso em algum tipo de despretensão mas que jihan saberia, ou talvez naseon esperasse que ele soubesse, que não continha exatamente inocência, porque naseon tinha propositalmente se afastado minimamente para poder fazer aquilo. toca-lo. ainda que inicialmente não houvesse intenção de provocar o outro de fato e isso era relevado com o toque seguinte, que era o mais bobo possível, pressionando as pontinhas dos dedos sobre as bochechas agora coradas do maior, só porque se sentiu tentado em saber se a pele era tão quente quanto parecia. ━ você é tão bonito, ninguém deveria ser tão bonito assim. ━ confessou baixinho, quase como se o pensamento tivesse o escapado os lábios, mas naseon quis dizer aquilo, havia uma lista incontável de quantas vezes quis dizer algo do tipo mas não parecia apropriado antes. agora porém conseguia ser quase insuportável não dizer, porque jihan se tornava a razão de sua perdição quando ficava sem jeito com algo que tinha feito, mesmo que naseon tivesse claramente adorado a provocação, gostava tanto de quando ele se tornava confiante ao ponto de dizer coisas baixas e que certamente perturbaria naseon. na verdade se fosse sincero, estava gostando de todos os novos lados que ia descobrindo sobre jihan após quebrar aquela linha invisível que os tornavam apenas vizinhos, amigos e alguém com quem dividia a rotina, cada coisinha nova parecia conseguir revira-lo por dentro. mas era bom. ━ você mente muito mau. ━ o acusou entre um revirar de olhos, outro sorriso roubado com o que foi dito em seguida, os dedos apertando a pontinha do nariz de jihan igual fazia com hangyu quando o mesmo fazia alguma travessura antes de volta-la até a cintura, o abraçando de novo, o mantendo ali contra si mesmo que só por mais míseros segundos. não deveria ficar dizendo essas coisas. naseon sabia. eu não sabia que tinha poder sobre você. era algo que descobriu também a pouco tempo, mas parecia tarde demais pra desfazer. mas agora que sei, quero usá-lo contra você. o dar de ombros foi repetido, porque era exatamente aquilo que queria e talvez, só talvez, pudesse cogitar ter o mesmo poder sobre jihan.
━ sim. ━ admitiu rindo da reação que arrançou de jihan. daria tudo pra saber o que se passava na cabeça dele naquele momento. talvez tivesse gostado de saber que o atingiu e interessado em ser pior só pra ver jihan empurrar a língua contra o interior da bochecha de novo. naseon estava realmente orgulhoso pelo feito mas assim como conseguiu desestabilizar jihan, jihan desestabilizou naseon. sem saber de onde tirou forçar pra conter um gemido de escapar. os dedos apertando com mais força a cintura do maior talvez como outra punição ou só pra tentar lidar com os efeitos que aquelas palavras murmuradas tiveram em si. vou te beijar inteiro. o desejo era palpável, conseguia senti-lo quase o devorando. se fosse sincero tinha esperado que provar um pouco de jihan tivesse acalmado sua vontade, a curiosidade de saber como era tê-lo em seus braços, como seria beija-lo, como seria escuta-lo gemer... mas tudo isso só pareceu piorar tudo, quanto mais tinha mais queria e sabia que estava alimentando um monstro dentro de si, que nunca parecia realmente satisfeito ao mesmo tempo que parecia em êxtase com qualquer coisa, como apenas estar abraçado com ele entre promessas que o perturbariam a mente a noite toda, a semana inteira e talvez, só talvez, uma vida inteira. 
o cenho franzido não não passou despercebida por si também e naseon sabia que precisaria conta-lo em algum momento, talvez não conseguisse passar daquela noite mas estava tentando não estragar tudo com sua historia triste, por enquanto queria só fingir que estava tudo bem porque ao menos quando estava com jihan se sentia assim, como se a vida um pouco menor pesada e esse sentimento existia muito antes do beijo que trocaram, ele se encontrava nas conversas até tarde, nos bons dias, nas sessões de cinema no sofá da sala, nos passeios... o sentimento ainda era o mesmo, ainda que nada fosse o mesmo, isso fazia sentido? ━ talvez não seja tão legal ir comigo. ━ franziu o nariz incerto porque naseon sabia que não seria tão divertido quanto poderia ser com qualquer outra pessoa, mas de fato sorria animado, talvez isso passasse uma confusão então se apressou em completar. ━ não tenho memorias boas no mar... ━ e queria mesmo contar os motivos, quis muitas vezes mas nunca parecia uma boa hora porque naseon sentia que estragaria o momento e os momentos com jihan eram bons e o que ele precisava contar era ruim. ━ mas eu quero ir... ━ se apressou em adicionar, porque era um desejo interno mesmo mas que não tinha coragem pra realizar sozinho e seus pais não pareciam as melhores pessoas porque eles igualmente acabaram tendo traumas por conta de quase terem perdido o filho com o acidente. ━ quero ir com você. ━ naseon não tinha certeza se havia alguém com quem pudesse dividir algo tão intimo como aquilo sem ser jihan, porque mesmo nos dias difíceis era fácil sorrir quando ele estava por perto talvez porque só conseguisse focar nele e então todo o resto do mundo parecia pequeno demais pra dar importância. ━ me faça ter memorias boas. ━ pediu. ━ acha que pode fazer isso? ━ aprisionou o lábio inferior entre os dentes incerto se estava pedindo demais e por isso estava nervoso. para sua sorte foi salvo pelo gongo, ao serem chamados para entrar. os olhos um pouco curiosos sobre o espaço aproveitando que jihan o guiava.
━ você tá tentando me mimar? ━ perguntou divertido, os olhos vagando pelo cardápio. naseon pediu samgyeopsal e uma porção de arroz, sopa e perilla, uma taça de vinho já que caso jihan quisesse na volta ele poderia dirigir pra que o outro descansasse. ━ sim? ━ disse deixando de olhar pela janela e fitar jihan, um sorriso brincando nos labios ao notar o movimento da mão, que foi muito bem recebido por naseon ao entrelaçar os dedos de volta. o ato o fazia sentir cocegas na barriga, mesmo que não fizesse ideia de como ou porque direito ainda. se lembrava das vezes que fazia aquilo sem querer e sempre soltavam logo em seguida, como se fosse estranho demais ficarem daquele jeito, como se fosse errado de certa forma, mas agora era de proposito, queriam aquilo, não pareciam ser pretensão alguma de afastar o toque e não parecia nem um pouco errado. poderia soar algo muito simples mas o gesto fez o coração de naseon quase explodir no peito e por isso também que teve coragem de puxar a mão até os labios de deixar um beijinho ali, era quase engraçado a diferença quando se lembrava do cenário que fez aquilo da ultima vez, mas como sempre era alguma forma de demonstrar carinho, de extravasar um pouco como se sentia por dentro. ━ minha vida não é tão interessante. ━ não estava fugindo da conversa, na verdade estava mais zombando de si mesmo e rindo pra não pensar muito no quão era trágico. ━ é... eu também sinto isso. ━ não era como se fosse uma surpresa, iriam ficar um pouco mais distantes e isso era normal, mas havia partes que naseon não havia compartilhado então ele respirou fundo pra tentar reunir alguma confiança antes de dizer, ainda que fosse sempre muito fácil fazer isso com jihan e deveria assusta-lo, mas não assustava, nem um pouco, talvez fossem o tempo que já se conheciam, a relação que criaram ou apenas por ser ele, mas naseon sempre se sentia extremamente confortável. 
━ eu... gostei muito de morar com você. ━ no final acabou abaixando a cabeça pela vergonha entre as bochechas coradas porque dizer aquilo implicava em confessar outras coisas. ━ era divertido sabe? ainda fazíamos as mesmas coisas de antes, eu ficava com hangyu, te esperava voltar do trabalho, comíamos juntos... mas também foi diferente porque era todos os dias e eu não precisava ir embora... ━ não sabia se estava fazendo sentido sua explicação mas era assim que se sentia. ━ acabei me acostumando mal... deve ser por isso que meu apartamento parece mais vazio e solitário que antes. ━ era a verdade mas naseon dizia de um jeito leve. ━ mas... ━ os labios se pressionaram em um biquinho incerto. ━ eu não queria te sufocar... eu não tinha mais motivos pra ficar né? ━ voltou a procurar os olhos de jihan como se buscasse uma confirmação, porque não faria sentido ficar não é? tudo aquilo só tinha acontecido por conta do incidente em sua torre ao qual já tinha sido solucionado. ━ se eu ficar perto demais... não sei... pode ser inconveniente? todo mundo precisa de privacidade não é? e... talvez... você pode se enjoar de mim se me ver demais... ━ ninguém nunca conheceu naseon por completo, não além dos seus pais, mas talvez jihan estivesse tão próximo disso que não sabia dizer como seria o futuro, porque seus pais gostarem de si era uma coisa, o homem que gostava era outra e por isso agora tinha um novo medo desbloqueado, o de perder. ━ nós estamos mais próximos agora... quero dizer próximos de um jeito diferente... e eu gosto... gosto mesmo... mas... eu não sei o que fazer... isso é novo pra mim. ━ jihan já tinha sido casado mas naseon sequer já tinha namorado alguma vez, então ele se sentia em algum tipo de campo minado desconhecido, recesso que se tomasse um ato errado fosse estragar tudo.
quero saber como você está. o sorriso bobo acabou aparecendo de novo porque naseon não conseguia se acostumar com aquilo, o fato de jihan se preocupar consigo, porque realmente não se lembrava de conseguir algo reciproco alguma vez na vida. ━ eu tô sobrevivendo. ━ disse em um tom dramático quase como se sofresse com a partida, talvez fosse um pouco verdade. ━ então... eu tô tentando fazer o que fazia antes... me ocupar com qualquer outra coisa... ━ encolheu os ombros porque aquilo era algo que já havia falado, odiava ser aposentado. ━ e... ━ mordeu o lábio incerto se deveria contar sobre aquilo mas acbaou falando de qualquer forma. ━ tô fazendo um novo suéter do homem aranha pro hangyu, ele cresce muito rápido e o ultimo que fiz logo não vai caber mais nele, mas não conta pra ele ainda. ━ sussurrou a ultima parte como se enfatizasse que era realmente segredo mesmo que não houvesse ninguém além deles dois pra escutar. ━ e visitei meus pais, eles perguntaram sobre você e o hangyu, como sempre. ━ como jihan foi a primeira pessoa que fez amizade no haneul acabou que em algum momento apresentou ao mesmo, porque sinceramente naseon não tinha uma lista de amigos grande durante toda sua vida então os mais velhos ficaram curiosos e bom como seus pais já tinham certa idade e naseon não tinha filhos acabaram adotando hangyu como neto de consideração. ━ as vezes eu fico com um pouco de ciúmes sabe? ━ era brincadeira claro. ━ pilotar minha moto, ir a academia e ir em eventos chatos de gente velha? enfim nada de novo. ━ suspirou quase frustrado com aquele fato. ━ ah! ━ deu um gritinho se lembrando de algo e sentiu as bochechas queimarem pela vergonha ao chamar atenção. ━ é... minha gata quase me matou do coração por sumir e eu fiquei morrendo de medo dela tá dando por aí e voltar pra casa cheia de filhotes. ━ acabou rindo se lembrando do quão trágico foi no dia. ━ mas ela só trava procurando briga mesmo. ━ deu de ombros como se fosse normal aquilo acontecer. ━ e com você? ━ também estava igualmente curioso, esperava que estivesse tudo bem. 
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minyunaich · 4 years ago
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A Marca de Caim
TW: Violência, assassinato, sangue & menções a abuso s3xual e psicológico. Não leia se você tem sensibilidade a esses tópicos.
Transilvânia, Romenia, 13 de julho de 1963.
Observava a chuva cair da janela de seu quarto. Era quase noite, mas o tempo estava fechado e escuro o dia todo. Como sempre. Ela não se recordava de ter visto um dia ensolarado sequer desde que havia chegado naquele castelo. E já faziam meses que estava lá. Apenas ao longe a coreana conseguia ver alguns feixes de luz; raios de sol que insistiam em penetrar aquela floresta densa em torno do castelo. 
Ela tocou o pescoço, a ponta dos dedos deslizando de forma sutil onde há alguns dias havia ganhado uma marca. Marca dos caninos de seu marido, o príncipe romeno e herdeiro do trono. Lucian Valentin Dragomir Ardelean. 
Lucian era um homem alto, de cabelos loiros levemente ondulados que caiam pelos seus ombros e os olhos tão claros que chegavam a dar arrepios. Ele lhe pareceu inicialmente educado e gentil, contudo a história mudou após concretizar seu matrimônio e mudar-se para seu castelo.
Lucian era apadrinhado por Caim, fazendo com que ele não tivesse somente sua marca, mas como todas as habilidades assustadoras de um vampiro. E Yuna descobriu o que era um vampiro da pior maneira: se tornando a vítima de um. 
Todos no castelo sabiam, não era novidade, mas Elena, uma de suas criadas, fora a única a lhe explicar sobre tudo o que sabia sobre vampirismo e a família Ardelean. Elas se tornaram grandes amigas com o tempo. Elena era a única pessoa em sua vida que Yuna sentia que podia confiar.
Tanto ela quanto Yuna eram obrigadas a servir o príncipe com seu sangue e corpo uma vez por semana. Nos outros dias, Lucian fazia questão de agredir ou tratar Yuna mal ou simplesmente ignorar sua existência. Quando ele escolhia esse último, era o único momento em que a jovem tinha alguma paz naquele castelo monocromático e sombrio.
Por meses, ela havia aguentado aquele tratamento, e por meses ela desejara voar para além daquela janela. Mas naquela noite em questão seria diferente.
Aquela era a noite em que finalmente ganharia sua liberdade. Elena e Yuna passaram semanas tramando o plano perfeito e nada podia dar errado.
Como de costume, a princesa deveria se encontrar com seu marido no quarto da torre mais alta do castelo. Estava com um vestido longo e alvo subindo as escadas enquanto ouvia a chuva forte e alguns raios caírem. Naquela noite, mataria Lucian. Ou morreria tentando. De todos os jeitos, ela ganharia sua liberdade, então pouco importava. Estava determinada.
"Finalmente você chegou, minha amada," ele sorriu, os caninos pontiagudos já expostos quando sua princesa abrira a porta. O semblante de Yuna sempre cabisbaixo, e naquela noite, apesar da determinação, não mudara. Tinha nojo daquele homem.
"Sim, meu príncipe," a voz feminina soara baixa, e ela aproximara-se dele, os olhos fitando o chão, e atentos aos passos alheios que logo se aproximaram de si.
Lucian a rodeou como uma presa, como sempre fazia, as mãos tocando sua cintura e então subindo por seus braços, ombros e pescoço, afastando o cabelo longo dali. A ponta do nariz dele tocou sua pele num deslizar enquanto ele lhe cheirava. A expressão da grã-duquesa de desgosto, e os olhos sem vida.
"Você é minha favorita, sabe disso, não sabe?" Ele falou, e ela engoliu em seco. "Deveria ficar muito feliz por isso e me agradecer, mas vejo que depois de tanto tempo… você ainda continua mal agradecida," as mãos maiores seguraram os cabelos compridos da mulher com força, aproveitando para empurrá-la por ali. Ele deixou um riso escapar, enquanto Yuna impediu-se de cair no chão.
Segurando a saia de seu vestido, suas mãos tremiam de nervoso, medo e determinação. Os cabelos estavam na frente de seu rosto, e ela respirava de forma mais acelerada. "M-me desculpe, alteza," pediu baixo, as mãos começando a erguer a saia ao que ajeitava sua postura.
"Muito bem," ele se aproximou de novo, pegando em seus cabelos, fazendo com que ela lhe encarasse. "Eu aceito dessa vez, minha amada," e sorriu, a boca aberta com os caninos começando a se aproximar de seu pescoço. Yuna não podia deixar que ele lhe mordesse de jeito algum, caso contrário, ficaria em estado de êxtase e nada poderia ser feito. Rapidamente, ela ativou a habilidade d'A tormenta e fez chover em cima de ambos. Sem entender, ele parara para fitar o teto, e quando o fez, uma das mãos delicadas segurou em seu pescoço, congelando seus músculos até a mandíbula, enquanto a outra retirou a estaca que afivelara na sua coxa esquerda. No meio de um grito de desespero e raiva, ela afundou a madeira pontuda contra seu peito.
O grito de Lucian sobrepôs o seu, e Yuna dera passos para trás, caindo ao ver aquela cena aterrorizante. O homem gritava como se sua alma estivesse sendo descolada de seu corpo à força. E talvez fosse isso, pois ele começara a se desfazer em meio à vultos pretos, sua pele se rachando como vidro e caindo pedaços sólidos ao chão que pouco a pouco fragmentavam-se e viravam areia. Aqueles olhos vermelhos lhe fitaram com ódio por uma última vez antes que ele simplesmente se desfizesse por inteiro e o grito cessasse.
Ofegante, a grã-duquesa sentira seu rosto se molhar pelas próprias lágrimas agora; a tormenta indo embora. Aquele choro era de felicidade. Trêmula, ela mal podia acreditar que estava finalmente livre.
"Livre," disse para si mesma, um sorriso adornando sua boca. Quando dera seus passos na direção da porta, acabou pisando em cima daquela areia e no mesmo minuto ouvira sons estranhos vindos de fora da janela.
A mulher olhou para fora, e seus olhos se arregalaram ao ver milhares de morcegos quebrando a vidraça e indo em sua direção. Ela tentou correr, pedir por socorro, mas perdera-se naquele tornado negro de morcegos que formara-se a sua volta. Eles batiam em seu corpo inicialmente e depois apenas deixaram tudo preto a sua volta; como se tivessem se mesclado ao ambiente. Não havia mais janela, porta ou chão, apenas um vazio sombrio.
"Onde estou? O que aconteceu?! Elena! Elena!" Ela se levantou, gritando pela amiga; a única pessoa que podia contar. "Por favor, me tire daqui..! Por favor..." As lágrimas de desespero voltaram ao seu rosto e ela jogou-se ao chão.
"Elena? Quem é essa, minha cara? Seu passe para a liberdade?" Uma voz grave ecoou naquele ambiente, rindo friamente. Yuna nunca havia escutado aquela voz antes, mas ela lhe trazia arrepios. Ela esperou, alerta.
"L-lucian?"
"Não seja tola, você acabou de matá-lo," assim que a voz terminou a frase, ela conseguira ver algo formando-se na sua frente. Os mesmos vultos negros que fizeram Lucian desaparecer fizeram a imagem de um homem surgir a sua frente.
Ele não era nada parecido com Lucian, mas era terrivelmente atraente. Yuna sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
"Está com medo?" Em um piscar de olhos, ele estava agachado em sua frente, os dedos lhe tocando o queixo com sutileza. "Eu também estaria se fosse você, afinal, acabou de matar uma de minhas crianças."
Caim.
As expressões da mulher se contorceram de medo e ela gritou, fugindo de seu toque e levantando-se para correr, mas ele logo surgiu na sua frente como num passe de mágica novamente. Aquela figura lhe envolveu pela cintura com um único braço, e a outra mão pousou na lateral de seu rosto, juntando o corpo ao dela enquanto ela tentava se soltar, sem qualquer sucesso.
"Por favor, me deixe em paz, por favor, por favor..." repetia, as lágrimas escorrendo por seu rosto. Ali, A tormenta não aparecera.
"Como eu poderia te deixar em paz se você, Princesa, é quem perturbou a minha primeiro?" O sorriso que ele lhe dera fora um dos sorrisos mais doces que Yuna poderia ver em toda a sua vida, e mesmo assim completamente tenebroso. Ela se acalmou aos poucos, cessando sua luta enquanto o fitava. "Eu tinha vários planos para Lucian, e eles incluíam você, mas agora está tudo acabado por sua culpa."
"M-me desculpe, por favor, eu faço qualquer coisa, mas me deixe ir—"
"Shh," ele colocou o indicador sobre seus lábios, lhe calando. Assim que ela ficara quieta, ele aproximara o pulso da boca e fizera um corte profundo com um de seus caninos. O sangue dele começara a escorrer, e então ele ergueu a mão acima de sua cabeça, os dígitos para baixo, na direção do rosto da jovem. "Beba. Beba e eu te perdoarei," sussurrou, a voz lhe hipnotizando.
Yuna cedeu, fechando os olhos e abrindo a boca, deixando que aquele sangue pingasse em sua língua. Assim que sentira o gosto do mesmo, algo dentro de si mudara. Seu coração pareceu parar por um instante e então ela sentiu todos os vasos de seu corpo queimarem. Imediatamente buscara o pulso dele, com urgência, para sugar aquele sangue, os olhos fechados enquanto bebia o líquido. Um sabor indescritível. Único.
"Boa menina... Você será o que tanto odiou até agora, Yuna: minha criança."
A voz se desfizera, bem como o corpo do homem que lhe abraçava. Quando Yuna abriu os olhos de novo, estava no chão do quarto de Lucian, mas agora não sentia mais nada além de... sede.
Seu corpo se levantou e ela rumou na direção da porta. Depois disso, houve um apagão em sua mente.
Naquela noite, Yuna não somente bebeu o sangue de todos que encontrara pelo castelo, mas fizera questão de matar todas as suas vítimas, largando-as como um pedaço de lixo no chão, sem vida.
Quando ela finalmente voltara a si, estava no chão de seu próprio quarto, Elena em seu colo com o pescoço ensanguentado, os olhos revirados.
"Princesa Yuna," a voz soara fraca, e a princesa em questão começara a tremer. O que havia acontecido? O que havia feito com a mulher?
"Elena!"
Não havia como explicar, mas Elena sorriu para ela, fraca, a mão lhe entregando um pergaminho fino.
"Vá para esse lugar… fuja… não podem… te… machucar... "
Os olhos vermelhos agora transbordavam em lágrimas, a chuva em sua cabeça molhando o rosto da mulher em seus braços e limpando o sangue de ambas.
"Seja… Livre…" ela disse em seu último suspiro, deixando a princesa só.
"Não! Não me deixe, Elena! Não me deixe, por favor," ela gritava, abraçando aquele corpo sem vida contra si. Por que isso tinha que acontecer com ela? No que Yuna havia se tornado? Agarrava o vestido da amiga tão forte naquele momento, descontando toda sua raiva, dor e desespero enquanto chorava copiosamente, movendo o corpo para frente e para trás, repetindo aquela súplica.
Depois de algum tempo, ela pegou aquele pergaminho, colocando-o entre os seios e levantando-se com a mulher morta em seus braços. Normalmente, não teria forças para carregá-la, mas já não era o caso. Lembrou-se então do que Caim lhe dissera.
"Você será o que tanto odiou até agora, Yuna: minha criança."
Não havia mais qualquer energia para ela chorar. Yuna somente seguiu sua caminhada para fora do castelo, os raios de sol finalmente invadindo aquele local. Ela saiu com Elena em seus braços, sentindo o sol lhe queimar a pele, deixando-a em carne-viva. Doía, mas ela não gritou daquela vez, não chorou. Apenas seguiu seu caminho.
Quando na frente de um rio, Yuna depositou o corpo de Elena nas águas, deixando-o ir embora em seu tempo. Ela depois tocou a própria boca, sentindo os caninos pontudos que nunca tivera. Era verdade. Tornara-se uma vampira como Lucian. 
Rumando até uma clareira, ela deitou-se ali, sentindo-se ser queimada pela luz do sol até que anoitecesse. A dor era infinita, mas ela aguentou sem dizer nada.
Finalmente havia ganhado a sua tão desejada liberdade em sua eterna prisão:
A marca de Caim. 
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berseker · 7 years ago
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[Fanfic] Sci-fi
Fic para a BrArg Week
Pairing: BrArg
Aviso: Fic em português.
Sumário: Todo mundo viu isso, certo? Então. 
Possibilidade um: Luciano da Silva acordaria exatamente como estava antes da explosão, com o resto da frase interrompida na ponta da língua.
Não era impossível. Ele mesmo contava de uma cirurgia que tinha feito anos atrás. O médico tinha lhe dito para falar alguma coisa só para ver quando a anestesia batia, e ele tinha começado uma história qualquer. Tinha adormecido sem perceber, e retomado do mesmo ponto ao despertar doze horas depois.
Era, portanto, perfeitamente viável que ele abrisse os olhos escuros e completasse com um e é por isso que eu sempre ganho, com aquele sorriso presunçoso e irritante, esperando a resposta usual como uma criança espera um presente. E Martín ia sentir a costumeira confusão de raiva e diversão ao mesmo tempo, de achar que estava incomodando e, ao mesmo tempo, que Luciano não queria que ele fosse embora. Aquela vontade de dar um soco bem na cara dele, e ao mesmo tempo ver se ele não queria jantar depois.
Se isso acontecesse, Luciano ia sentar na cama, ia franzir a testa, talvez sentisse medo, talvez levasse um susto. Martín explicaria o que tinha acontecido. Eu não sabia como agradecer, por isso te dei superpoderes.
E – já que estava sonhando – ele talvez risse alto, encantado com a possibilidade infinita daquele corpo novo.
Podia acontecer.
Possibilidade dois: Luciano acordava em pânico, imerso em dor fantasma. Levaria tempo para se acalmar e Martín explicaria da mesma forma, com cuidado, com toda a delicadeza de que era capaz, que não tinha nenhum outro jeito. Que todo mundo tinha desistido. Que, para todos os efeitos, Luciano tinha morrido no laboratório
Ele ia ouvir em silêncio. Ia erguer o braço prateado, olhar cada conexão e ligamento de metal. Ia desviar o rosto de repente, como se não pudesse ver aquilo por nem mais um segundo. E você, ele ia dizer, se achou no direito de me transformar nessa coisa? De fazer isso comigo?
Ele até já tinha sonhado com isso. Tantas vezes que agora preferia não dormir. Mas ele não ia falar nada disso, não ia dizer que se vira sem escolha, que seus pesadelos quase não tinham fogo, tinham só um par de olhos negros marejando de repente. Eu achei que você ia preferir viver, Martín responderia secamente, um desafio na voz, eu também posso desligar, se você-
Não, não, ele não ia fazer isso, ele ia ser compassivo. Ele ia entender. Ia ser delicado custasse o que custasse. Ia morder a língua até sangrar, mas não ia dizer nada. Ia ouvir a acusação, aceitar em silêncio.
E depois, se Luciano quisesse ouvir, quando finalmente silenciasse, Martín ia agradecer. Eu fiz o que eu achei que era certo, ele ia dizer, sinto muito. De qualquer modo, obrigado. Por tudo. Vou te deixar descansar.
E ele sairia do quarto, avisaria que Luciano podia perfeitamente responder por si a partir de hoje, e sairia de sua vida.
Também podia acontecer.
E, claro, a possibilidade três: Luciano não acordava.
A pressa não fora suficiente, ele estava ferido demais, tinha sido tarde demais. Desperdício de tempo, de dinheiro e de tecnologia. Seu corpo não aguentava os implantes, recusava as mudanças, ele seria um brinquedo caro num tubo de ensaio pelo tempo que deixassem aquilo ligado.
E Martín teria que decidir – eventualmente – quando desligar. Era seu nome em todos os papeis, como ele mesmo tinha solicitado. Sua culpa.
O que mais ele podia ter feito? Na hora precisavam de um nome, Luciano pelo jeito era sozinho no mundo, e tinha sido tão fácil se dizer a relação mais próxima, reclamar um título que só existia em sonhos. Eu sei o que estou fazendo, ele é meu-
E enquanto Martín tentava decidir se ia dizer amigo ou outra coisa, já tinham lhe estendido a folha para assinar.
Era perfeitamente plausível. Todo mundo sabia que os dois brigavam o tempo todo, que tecnicamente eles se odiavam, mas se numa explosão do laboratório Luciano se jogava sobre ele, se seu primeiro instinto era por o corpo entre Martín e fogo ácido, de repente ficava muito mais fácil acreditar que eles se pertenciam.
Pois bem.
Ele ia ter que decidir a hora de parar. Desligar as máquinas. Deixar que o corpo de Luciano resolvesse sozinho se pretendia respirar por conta própria, ou se tudo acabava ali.
Era a opção mais provável.
Mas tudo isso estava longe, de qualquer modo. Luciano estava ainda se recuperando, o corpo em absoluto repouso. Sonhando talvez com aquela mesma conversa maluca. Dizendo o seu problema é que você não sabe quando parar, que você só vai subindo as apostas. É por isso que eu sempre ganho.
Mas em que diabo de planeta você sempre ganha?, Martín ia perguntar, sempre no mesmo script, fosse sobre esportes, sobre trabalhos, sobre cargos, sobre bolsas de estudos, sobre tudo.
E, se fosse para ele continuar ali, Martín preferia que fosse em um sonho bom. Que fosse nas provocações alegres, nas brigas idiotas. Que Luciano brincasse com ele como um gato faz com um novelo de lã, jogando alegremente cada emoção sua de um lado para o outro.
Aqui fora, ele não podia se dar a esse luxo. Aqui fora, tudo que Martín podia fazer era esperar.
Mas se Luciano acordasse, a conversa ia ser diferente. Se abrisse os olhos brilhantes com aquela frase na ponta da língua, Martín não ia nem se dar ao trabalho de ouvir até o fim. Ia dizer você salvou minha vida e automaticamente perdeu o direito de me julgar por tudo que eu fizer de idiota até o fim dos meus dias. Eu não te pedi para fazer isso. Eu te odeio por fazer isso. Como você teve coragem de fazer isso e me deixar para trás assim?
E então ia segurar seu rosto – a única parte macia, quente, humana – e ignorar sua surpresa emburrada, ia beijar sua boca mil vezes, porque ele não sabia mesmo a hora de parar.
E Luciano era seu.
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otropstories · 4 years ago
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Amor X Arena (2013) - Capítulo 09
This post is an version of “Amor X Arena”, my fanfiction released in 2013. For the english version, coming soon.
                                          Capítulo 9
O Belo matou a Fera.
Antes que meu coração tivesse a oportunidade de bombear o sangue do meu corpo, um raio negro me agarra e me puxa para baixo, na tentativa de me afundar com toda sua força insaciável, uma fome de que eu não sei de onde vem. Mas meu costume diário me revela, e sei o que isso significa. Pesadelos.
Ouço o pote de vidro se estilhaçar no chão. O ato faz os detentos voluntários que se agitam na panificadora correm desesperados para esta cozinha. Peeta precisa me puxar pela cintura e agarrar minhas costas para que eu não bata a cabeça no fogão atrás de mim e caia em cima dos cacos de vidro. Ele tenta me sacudir e grita o nome que acabara de decorar, diversas e diversas vezes, até que eu possa retornar á realidade, mas não respiro. Não dou sinais de vida. Apenas tento respirar com muito esforço.
O pânico geral causa um tumulto, e sou retirada às pressas da escola para a Enfermaria, carregada no colo do rapaz.
Isso não deveria ter acontecido.
Fiz de tudo para evitar ele. Tentei fugir para que eu não escutasse esse nome, nunca na minha vida. Era só um pesadelo. Ele não existe. Peeta não passa de um sonho turvo que tive noite passada, onde ele foi morto por minha culpa. Ele... não pode existir.
Irreal.
                                                   [...]
Sinto conjuntos de mãos apalparem todo meu corpo. Mesmo desacordada e pálida, suando até a morte, sinto uma picada incômoda no meu braço. O perfuramento é angustiante, e a dor me faz gemer e grunhir, tentando me debater e me libertar das vozes e mãos que me apertam e me sufocam. Sei o que os enfermeiros estão tentando me domar. Mas é impossível, ainda mais comigo sob o rarefeito dos pesadelos vorazes.
Soco alguma coisa. Um rosto. Ouço a pessoa tentar agarrar o primeiro móvel que vê pela frente para não cair no chão, e então a dor da picada se torna mais torturante, como se estivessem enfiando um prego na minha veia e a vendo escorrer sangue. Minhas pernas voam pelos rostos dos enfermeiros, e tentam prender-me na maca com os cintos, mas minhas unhas ainda estão livres.
Uma besta. Cravo as unhas das mãos no rosto de uma das enfermeiras que tenta me conter, de cabelos prateados, justamente na que envia soro pelo tubo da veia esquerda, e ela desaba no meu colo, apertando com máxima força meu braço – já esmagado pela sua força – e deixando pingar algumas gotas - do seu próprio rosto rasgado por mim - na maca.
Estou verdadeiramente chorando agora. Eu só consigo berrar de raiva. De dor. E de ter que dormir novamente, e ser atormentada psicologicamente pelos pesadelos. Por que isso? Porque agora? Grito e choro porque não consigo fugir daquele lugar. Minhas mãos e pernas, braços e cintura estão sendo esmagados pela força dos dezenas de enfermeiros que tentam conter minha brutalidade. Arranhões e sangue escorrem do seus rostos, e me vejo em uma sala quase completamente destruída. Quero sair daquele lugar.
Hospital não. Eu odeio Hospital. Tudo que tenha a ver com Cirurgias, sangue jorrando de pessoas ludibriadas, papéis de óbito em cada sala, desespero de enfermos. Agulhas, pus, dor... Quero morrer. Quero escapar deste lugar.
Quero ir para a Floresta.
A mulher de cabelos prateados rosna e se movimenta em busca de algo. Meus olhos ainda estão lacrados pela escuridão, e não consigo nem ao menos, ver o que ela vai fazer comigo, antes de mais nada, outra picada me acerta pelo braço, me fazendo capotar na maca feito uma pedra. A oportunidade perfeita para os enfermeiros me amarrarem nos ganchos dela.
– Não vão me fazer dormir! Não suportarei outro pesadelo!
Tento usar a força, e minha raiva só faz toda a violência se repetir novamente, acrescentando somente eu chutar o maxilar de um dos enfermeiros que segurava minha perna direita, e o enfermeiro acaba caindo no chão desmaiado, com a boca sangrando. Um gemido é liberado do corredor. Reconheço sua voz.
Ele tenta gritar com os enfermeiros que lhe distanciam da minha sala para fora, mas sua persuasão é mais forte e entra correndo em minha direção driblando os enfermeiros, se jogando na minha maca e me segurando pelos ombros. Sinto suas mãos grandes e quentes me agarrarem, tentando conter o fogo violento que me consome, que na verdade é minha única forma de não cair e desmaiar, sonhando com minha morte da forma mais brutal possível. E daqueles que eu amo. Prim. Não vou suportar ter essa visão dela morrendo novamente.
Sua mão quente se entrelaça na minha gélida e tremida. Tento socá-lo, chutá-lo, unhá-lo, mas por mais eu faça força para feri-lo, ele não se desprende de mim, tentando me acalmar. Mesmo sem poder ver, minhas lágrimas rolam novamente pela face e choro sem controle, sabendo que mesmo por este simples ato de segurar minha mão me transmitindo paz, vai me fazer descansar e dormir.
E isso é a última coisa que eu quero. Tento lutar para não me reder aos seus braços. Ele tenta se aproximar do meu rosto, e como último movimento, tento com o fio de força que me resta empurrá-lo para trás, mas o máximo que consigo é agarrar o seu colarinho da sua camisa suja de farinha.
– Katniss! Katniss! Me escuta! Olha para mim! – Faço negativamente com a cabeça sem parar de chorar, como uma deficiente metal – Por favor, precisa confiar em mim. Eles só vão te botar para dormir, tudo bem? Vai acabar tudo certo, eu te juro!
Ele me abraça com muita força que quase não respiro como estava, que nem os enfermeiros conseguem me libertar dele. Você não sabe. Não posso dormir.
Seu calor é tão gostoso. Quero gritar para ameaçá-lo que não o quero perto de mim para não machucá-lo mais – o que me faz sofrer – quando ele segura meu rosto tremido e encharcado com as duas mãos, deixando o calor de ambas irradiarem por toda minha face.
Era um dia qualquer... aí você apareceu. Como que queria ter a autorização de erguer os olhos e ver seu rosto, e com minha última barra de energia, tento clamar em um fio de voz:
– Por favor... – Abro meus olhos devagar, já não me contorcendo ou movimentando mais – Não me deixe sozinha...
– Katniss... – Há uma ponta de dúvida em sua voz. Eu mal o conheço, e já estou agarrada em seus braços, berrando para que ele me puxe de volta para a superfície. Alguém para suportar a mesma dor que eu.
Mas Gale não está aqui.
Seu abraço se afrouxa, e ele, disperso nos pensamentos, se afasta lentamente de mim, mas não larga minha mão. Ouço que a mulher ferida agradece á ele por ter me distraído, tempo o bastante para terminar de enviar a anestesia sonífera dentro da minha veia. Nenhuma dor. Apenas lágrimas. Enfim, aceito meu destino.
– Fica comigo. – Sussurro soluçando, prestes a ter tudo escurecido em volta.
– Sempre. – Vejo pelo canto dos olhos ele erguer um sorriso lindo e pacífico, como se me transmitisse paz em um momento de desespero e violência cruel.
Estou rendida.
Este é um dia ensolarado e limpo, sem uma nuvem no céu. Decido então, trazer pela primeira vez meus filhos para o Santuário de Prim. Para conhecerem a linda tia que tinham. Sei que vão amar conhece-la.
Happier estava subindo as árvores e viu um tordo. Eu estava recostada á árvore ao lado, cuidando do irmãozinho dela. A garotinha começou a cantar varias musicas e eu ouvia orgulhosa, com júbilo. Essa foi uma das formas que criei para poder me livrar dos pesadelos: Ouvir meus filhos cantar. Os obriguei aprenderem a tocar instrumentos, Aaron com um violino. Happier, com seu piano. Sempre que tenho meus fleches de pesadelos, os ponho para tocar e cantar músicas do vale para mim, e adormeço no colo de minha filha. Isso ajudou Peeta também.
As vozes de nossos filhos são milagrosas. Anjos.
Assim que terminou de cantar a música do meu pai, Happier cantou a as quatro notas que eu nunca tinha cantado ou ouvido depois da guerra. A quatro notas que representava o final do trabalho no distrito 11, as notas que diziam que estava tudo bem. Eu mandei a filha descer. Assustada, a garota desceu enquanto descia ela perguntou:
– "O que houve mãe? Por que mandou eu descer?"
Eu acabo perguntando:
– "Onde você aprendeu aquela quatro notas?"
– "É que uma vez, eu sonhei com uma garota cantando essas notas. Ela pediu para eu cantar elas perto de você para mostrar que ela estava..." – Minha filha diz com toda a inocência, sorrindo coma lembrança da nova amiguinha...
Mas não deixo ela terminar.
– "Para dizer que ela estava bem."  – Ela se assusta.
– "Como você sabia?"
Mas eu nem a ouviu, uma lagrima caiu do seu rosto e falei:
– "Rue".
Aaron agarra minha camiseta, se enroscando no meu pescoço, e limpando a lágrima dali. Ele me fita com seus grandes e lindos olhinhos, passando as mãozinhas trêmulas com carinho no meu rosto, enquanto encosta a nuca no meu ombro, me abraçando com toda sua pequena força. Por reflexo, acabo o abraçando também, como se minha vida dependesse daquilo. Tenho muito medo perdê-los, mas não posso os esconder deste segredo para sempre. Preciso contar á verdade aos meus filhos.
– “Mãe...” – Aaron se levanta bruscamente e assim percebo que estou ainda vazando e o encharcando – “O que foi?”
– “Você está bem? Quer que cantemos para você?” – Happier se ajoelha na minha frente, com um tom tímido na voz, como se eu fosse perder minha insanidade á qualquer momento. Mas minha filha é esperta, ela sabe a minha única cura de momentos dos pesadelos. Suas vozes. Amor.
– “Vou buscar o seu violino, Aaron! Posso apenas cantar, não é, mamãe?” – Continua a falar Happier, com o assunto interrupto.
Assinto com a cabeça, já limpando o rosto e respirando com toda calma que consigo, contando até dez, para tentar me controlar até minha filha voltar com o instrumento. Quero rugir com toda minha força, e espantar meu filho dali para flechar algo. Happier chega esbaforida e arquejando, estendendo o violino arranhado para Aaron, que se solta de mim, e se posiciona na minha frente, um passo ao lado da irmã, que tenta relaxar para cantar no timbre perfeito, e me satisfazer. Mas sinto que hoje, isso não adiantará muito.
– “Que música quer que a gente cante para você, mamãe? Geralmente, é o papai que escolhe já que a senhora não tem paciência para escolher rapidamente...” – A frase da menina fica ao ar, me deixando uma indireta que só percebo minutos depois. Dou uma bufada prolongada, assinto, e me levando de cima das folhas de outono, dou umas batidinhas no meu vestido para retirar as folhas ali coladas, e respondo:
– “Vou contar para vocês toda a verdade.” – Digo um tanto fria do que não queria soar – “Tudo o que passamos para que você nascesse em um lugar bom. Sem Jogos ou revoltas... Apenas...“ – Começo a soluçar, me engasgando com as próprias letras ditas – Paz.
– “Jogos?” – Aaron, mas inocente, responde antes mesmo que eu perceba. Mantenho-me na calma. Preciso respirar mais uma vez. Eles já ouviram falar dos Jogos alguma vez, claro. É inevitável. Mas só queria deixar esse assunto para outra ocasião. Mas só verdadeiramente agora percebo que se não contar agora sobre meu passado, isso irá me assombrar, e é pouco provável, que não tranque meus filhos no quarto para viverem longe desta sociedade terrível. E da Capital.
– “ Pensei que só nos contaria sobre determinados assuntos, apenas junto do papai, e apenas quando fossemos mais velhos e maduros para entender certas coisas.” – Happier parece ser muito mais velha do que aparenta ao dizer a frase de uma maneira gélida. Seus olhos estão nublados, e sei o que significa. Ela já sabe á dois anos, mas nunca lhe provaram de nada. Apenas evitamos contar qualquer coisa.
– “ Acho que vocês dois já estão velhos e maduros o suficiente para entender agora.” – Digo sorrindo, e isso descongela Happier do lugar.
Os olhos de Aaron começam a brilhar. Com a mão no violino, o guarda nas costas por um cinto, e agarra a minha mão esquerda com muita força, tanta que chega a doer. Parece que este é outro adjetivo que meu filho herdou do pai, força física. Afrouxo seu aperto com um grunhido, mas ainda mantendo o sorriso para não assustá-lo, e me abaixo para a linha de seus olhos. Esfrego a cabeleira loira e um pouco rebelde de Aaron com rapidez, e isso lhe arranca uma gargalhada. Tento localizar minha filha com a visão, e a enxergo-a com uma ruga na testa, tentando compreender o que vai acontecer a partir de agora. Eles saberão agora que na verdade, a mãe deles é uma assassina.
– “Venham... – digo um pouco rouca, depois do último pensamento transbordar na minha mente – “ Preciso levar vocês para um lugar, para que entendam melhor...”
Digo já segurando a mãozinha de Aaron, com um sorriso de orelha á orelha, e por fim ele retribui rindo. Happier alarga um sorriso também, e caminhamos de mãos dadas, cada um de um lado da mamãe, para fora da floresta, para o cercado, e para a Costura.
                                                        [...]
Depois de alguns analgésicos para dor de cabeça, minha dor insana na nuca, onde ficam responsáveis pelos sonhos, começa a doer e a latejar muito, como se tivessem sido socado contra uma parede diversas vezes. Ah, é, aconteceu isso mesmo. Tento buscar força até para grunhir de dor, mas tudo que consigo é desabar novamente na cama, tentando tatear alguma luz que me dê forças para pelo menos correr daquela sala.
Meus olhos, depois de horas, se abrem. Uma camada de raios iluminados atingem meus olhos, e tento me esquivar como se eu fosse uma vampira, mas não consigo nem respirar direito, quanto menos sair dali correndo dos meus monstros. Alguns momentos de silêncio passam. Só então percebo que estou sozinha dentro de uma sala enorme branca em um Hospital.
– Não... n... não... Hospital não... – Gemo para mim mesma com dor em cada letra, me contorcendo e lacrimejando para implorar por um teletransporte, até pegar no sono novamente.
Isso me faz retornar ao sonho anterior, vendo por mim mesma o que ele irá me revelar desta vez. Sendo Real ou não. Não há nenhuma morte ate agora. Já faz doze anos desde a última.
Durmo novamente, e o pesadelo - que parece estar programado para voltar à tocar onde parei - é novamente transmitido em minha frágil mente descontrolada e recém-acordada...
                                                     [...]
Em passos longos e barulhentos propositalmente, vamos caminhando pelo trajeto em terra abatida e empoeirada das ruas até o centro da cidade, em frente ao Prédio da Justiça do Distrito 12. Alguns antigos moradores do centro, sendo apenas na maioria adolescentes que sobreviveram na segunda Rebelião, agora adultos como eu, me reconhecem e acenam com surpresa, sorrindo e tentando não deixar que as lembranças de ver seus antigos pais mortos por minha causa transparecem em suas faces ao me ver.
De uma forma ou de outra, eu os salvei, mesmo que o sacrifício tenha sido grande, mas ver Katniss Everdeen sair de casa para a cidade é muito raro. Eu mesma jurei para Peeta que nunca mais iria querer vir para o centro novamente depois de ajudar na minha parte da reconstrução, não só para ter as lembranças terríveis involuntárias daquele massacre e de tudo que me arrancaram, mas de ter que passar por ali, e ver aquela estátua horrível. Imortalizaram-me em uma estátua. Presa, bem em frente ao Prédio da Justiça. Venho poucas vezes á padaria para ajudar meu marido, que – infelizmente – fica próximo do centro, mas um pouco mais afastado, perto da Aldeia dos Vitoriosos, para não dificultar a locomoção para casa. Finalmente Peeta reconstruiu a padaria dos seus pais, e pôde seguir com a vida novamente tranquila e nostalgicamente monótona, apesar de ainda termos o gordo dinheiro que recebemos da Primeira Arena. Ele nunca acaba de chegar. Eu já estou ficando cansada disso.
Por sorte, Johanna aceita bem nosso dinheiro com todo deleite. O que ela faz o ele, pouco me importa, mas parece estar se dando muito bem, agora no 7. A enviamos grande parcela depois que explicamos que podemos viver do dinheiro que Peeta recebe da Padaria, e eu das minhas caças, assim posso me sentir normal de novo, já que tenho como bônus um grupo de crianças dispostos a aprender a caçar comigo para ajudar os pais na Costura.
Não que a caça tenha se tornado legal oficialmente, mas ninguém me impede. Não depois de tudo o que passei. Eu mereço pelo menos essa liberdade. Já meus filhos, são totalmente o contrário de mim. Aaron, pelo menos é. Loiro, de olhos escuros e acinzentados, parece uma miniatura meiga e linda de Peeta; como se o próprio não fosse. Os outros residentes – já lotando novamente o Distrito 12 com novas famílias estrangeiras de outros Distritos corajosos para tentar algo novo por esta banda desconhecida – conhecem bem meus filhos, e sabem o quanto são doces e alegres.
Sempre os oferece algum tipo de lanche, ou cuidam deles quando estou caçando e não preciso da ajuda deles, e acabaram se enturmando e ficando famosos pela Panem pela vossa graça e inocência. Ele se tornaram os centro das atenções e cuidados da Capital desde que nasceram.
Droga. Não consegui os proteger disso.
Muitos chamam minha filha de o “Tordo Branco”, por ser a minha miniatura, e por ser totalmente pura e alegre. Não me ofendo com isso, embora seja uma indireta para mim. Apenas tento proteger minha família de quaisquer outros planos da Capital tenha em usá-los para algum mal, e me deixar finalmente livre deste título de guerra sangrento que é o Tordo.
Mas meu contrato ainda não foi vencido. O Tordo verdadeiro está ficando velho.
Eles irão querer um novo, se algo der errado novamente.
E isso, eu nunca irei permitir. Não meus filhos, pelo menos.
– “ Estamos indo ver o papai no trabalho novamente?” – Sussurra Happier para mim, ao reparar que nos aproximamos da padaria onde fomos bem mais cedo para acompanhar Peeta e evitar qualquer mal olhado, mas minha mente martela, me lembrando que este não é o nosso destino no momento.
– “Não querida... é perto da padaria do papai. Estamos chegando, e logo ali...” – Falo um tanto fina apontando já tremendo pela brisa para o Edifício da Justiça, não muitos metros daqui.
– “Tudo bem.” – Ela menciona, enquanto agarra com mais força o mão do irmãozinho.
– “Podemos ir vê-lo? Não iremos demorar, já estou com muita fome e saudades...” – Aaron fala ao meu lado puxando minha saia em direção para a padaria, mas me sinto na obrigação de puxá-lo para o colo e impedi-lo disso.
Assinto propositalmente ele, do outro lado na grande janela, de desnude quase toda a padaria a revelando quase todo seu interior. As vitrines de bolos novamente, depois de dez anos, estão novamente cheias de doces e pães-de-ló, o que faz os olhos dos meus filhos brilharem de ternura e desejo, se sentindo orgulhosos por poderem comer isso quase sempre que quiserem. Isso me faz rir ao me lembrar do passado, vendo Prim desejando estes mesmos bolos idênticos, mas nunca tínhamos condições para dá-la, o que me faz fechar o rosto novamente em silêncio.
Peeta aparece nas janelas, de avental e cabelos dourados pouco desgrenhados, mais ainda sim, lindo, carregando uns cestos de pães recém-saídos do forno, dando algumas ordens para uns empregados da padaria enquanto limpa a mesa na sua frente sugada pela farinha que carregara para a despensa á alguns minutos. Ele demonstra cansaço, mas mesmo assim alegria, abrindo um sorriso de vez em quanto ao ver um cliente novo passar pela porta da frente, soando o pequeno sino, e se dirigindo apressadamente com os músculos doloridos para atendê-lo com satisfação.
Apesar de todo este esforço, isso distrai Peeta dos Fleches. Com a cabeça e corpo ao mesmo tempo ocupados, já faz dois meses que Peeta não tenta me enforcar pensando que sou uma Bestante em chamas, feita para queimá-lo como fiz com sua família.
Me lembro da última vez. Eu estava estirada na mesada cozinha, tossindo e sem ar, com diversas marcas no pescoço que nenhum creme que os estilistas da Capital me tratem, vão retirá-las do meu corpo. Mas gosto delas. As cicatrizes me lembram quem eu sou de verdade. Peeta estava em cima de mim, com as pernas entreabertas na minha cintura, apertando devagar meu pescoço, enquanto rugia e trincava os dentes grunhindo frases que não conseguia descrever, enfiando os seus dedões no meu pescoço para me perfurar. Não tinha como evitar. Eu gritei de dor. Tentava afastá-lo dali, o empurrando, mas ele era mais forte e eu perdera a forma de semanas atrás. Debatia com a cabeça na mesa, até sentir o sangue trasbordar na boca, com seu gosto metálico e azedo, seguido de culpa.
Foi então que Happier nos viu. Ela e Aaron foram acordados pelos murmúrios e gemidos de dor seguidos de ataques. Toda a casa estava apagada e mergulhada em uma escuridão profunda, apenas a luz acesa vinha da cozinha, onde eu lutava para sobreviver e libertar Peeta. Seu gesto foi automático, como de qualquer outro ser humano. Ela gritou, e afastou Aaron para o corredor, berrando para que ele fugisse para um dos quartos e se trancasse, enquanto corria para a pia da cozinha, e puxava uma faca, apontando para o próprio pai.
– “Larga ela.” – Happier gritava com toda a tranquilidade e coragem que consegue.
– “Você não vê, minha filha? Ela é uma monstro. Uma assassina, uma besta! Deixá-la viva, só vai nos trazer mais sofrimento para nossa família!” – Gritava um Peeta que não reconhecia, de olhos totalmente negros, e profunda raiva para mim.
Eu já estava chorando. Eu deveria ter me acostumado, mas as palavras de Peeta ainda sim me machucam. De ferem como se derramassem aguardente branca sobre a ferida exposta apenas para aumentar meu sofrimento e ardência. Mas isso, não deixa de ser verdade. Tento tomar o controle e aproveitar a distração de Peeta para derrubá-lo, mas Happier suspirou longamente, e apenas diz:
– “Eu sei. Mas precisa soltá-la agora, tudo bem? Depois nos vingamos dela. Agora não é o momento...”
Ela dizia e aparenta ter mil anos, para minha surpresa, enquanto aproxima mais a faca do rosto de Peeta, que convencido por suas palavras e medo, desmaia no chão ainda arquejando violentamente, até seus olhos voltarem ao azul límpido normal.
Uma vaga memória.
Percebo que Peeta já saiu da Cozinha da Padaria, e está no balcão, quando me agacho para Happier, e digo ainda trêmula pelo deja-vu:
– “Você tem raiva da mamãe?”
– “Muitos amigos meus da escola tem raiva de você. Eu não sei por que, mas eu não tenho.”
O que eu esperava da resposta da minha filha? ‘Claro que não, mamãe!’, mas não foi isso. E isso uma das coisas que amo nela. Sua sinceridade e ir direto a ponto da conversa que desejo.
– “O que você disse para o papai, quando estava fora de si naquela noite assustadora... é verdade?” – Tento parecer tranquila, mas não dá certo.
Depois de fazer uma expressão de pensativa, tentando se lembrar vagamente do que estou me referindo, Happier sussurra:
– “Não. Eu nunca faria algo ruim com você mamãe...” – Happier enrosca os braços no meu pescoço, e o aperta com todo carinho que consegue. Por um minuto, sou irradiada por uma emoção grande e perfeita, me fazendo esquecer de tudo á minha volta, apenas sentir o prazer de carinho da minha filha tão inocente, e trêmula – “... só espero que você também nunca faça nada de ruim comigo também.”
Minha cabeça bate um sino com toda sua força. Eu nunca faria isso. Prefiro morrer de ter que machucar meus filhos. Nunca deixaria a insanidade chegar á este ponto, jamais os deixaria sentir qualquer tipo de dor que estivesse ao meu alcance.
– “Eu nunca!” – Digo já gritando, e abraço meus filhos em conjunto, os transmitindo todas as palavras desesperadoras que quero dizer pra protegê-los. A Capital percorre á minha mente. Irei queimá-la de novo, se eles tentarem algo com eles.
Olho vagamente para a padaria novamente. Dou um suspiro, e seguro as mãos dos meus filhos, seguindo sorridente para a verdade que estou prestes á lhes revelar, com muita dor, mas isso terá que ser dito. Peeta se enfurecerá quando souber que lhes contei sobre dos Jogos Vorazes sem a permissão dele, mas não estou dando a mínima para isso no momento. Não dou a mínima para minha própria segurança a anos.
Depois de mais alguns poucos minutos de caminhada pelas ruas sem asfalto do Distrito 12, enfim, chegamos na praça. Uma rápida olhada ao redor, e vejo que nem os anos de trabalho dos voluntários conseguiram esconder a destruição causada delas bombas neste exato local. O Edifício da Justiça foi reerguido, desta fez blindado e mais reforçado pelo material do D13, pois nenhum de nós ainda confia totalmente na Capital depois de tudo ter acontecido. Eu mesma não confio no governo de Paylor mais. Não depois de ter exigido que todos os Vitoriosos sobreviventes para terem filhos.
Bem em frente ao edifício, onde deveria ter um jardim completamente queimado e ceifado, uma gloriosa estátua, da mesma altura de uma pessoa, está exposta para o Distrito. Vários corpos representados em forma petrificada, com desenhos de roupas esculpidos, rostos e placas aos seus pés, com seus nomes e datas de nascimento e morte em homenagem, carregando as armas que lhe representavam e símbolos dos seus distritos, todos, erguendo os três dedos médios para cima, cada um em uma direção. A minha estátua e á maior e bem na frente. Meu braço está erguido para frente, mas sem uma direção exata, diferente dos outros imortalizados, e estendem para a direção de seus Distritos a partir deste local. Estou vestindo meu traje de Tordo, com a trança que cai na minha frente, e com a franja um pouco nos olhos, séria, com a flecha segurada apenas por dois dedos pela mão direita, e o outro braço levantado, olhando para cima, em pose de líder.
Peeta e Gale também estão esculpidos aqui. Peeta á minha direta, vestido pelo traje da Primeira Arena, com suas duas pernas sadias também esculpidas, de um punho fechado, e dos os três dedos médios levantados em direção á sua padaria; centímetros da minha direção que é em frente. Gale está com o uniforme de Soldado do 13, carregando uma arma e algumas flechas, sério e apontando em direção á floresta atrás do Edifício; centímetros do meu lado também, sendo a única diferença dos dois, e Peeta do lado direito, e Gale do Esquerdo. Perto de mim.
Outros estão aqui também. Finnick, de costas para mim, com seu tridente e apontando em direção ao Distrito 4. Boggs, Beetee, Johanna, Plutarch, Leegs 1 e 2, Paylor e até Haymitch estão aqui, em um conjunto de treze estátuas, com os Treze mais importantes na revolução da Nova Panem.
Mas o que não me faz querer destruir esta porcaria de Estátua que nos dá glória sangrenta e falsa, é a décima terceira estátua. Bem no meio do grupo em um círculo, pequena, usando um vestidinho entalhado de rendinhas e segurando um pequeno buquê de margarinas e usando uma coroa de flores no topo da nuca, a única estátua sorrindo, e a única realmente, estendendo o bracinho com a homenagem de Rue nos dedos para o céu.
É impossível chegar até a estátua, por eu ser muito grande para entrar nas frestas do círculo de estátuas, apenas observar seu lindo rostinho entalhando com máximo cuidado, e as bochechas saliente no rosto. Prim. Ela foi imortalizada pelo seu sacrifício pelas crianças naquele dia.
Aaron deixa seus olhos brilharem ao ver a visão do monumento. Ele tateia as estátuas como se fossem reais, entrando escondido pelas frestas apertadas com cuidado, e correndo pelo círculo delas para admirar seu interior. Happier apenas ergue as sobrancelhas em dúvida do porque os trouxe aqui. Minha filha já deve ter visto estas estátuas alguma vez, já que passeia muito pelo Distrito para explorá-lo, é quase impossível não enxergar o monumento se estiver no centro.
Eu apenas me aproximo na minha própria estátua, com o rosto aproximando no da estátua, observando a seriedade gélida da maneira que fui imortalizada. Talvez eu sempre deva ter passado essa expressão. Em seguida, passo o olhar para a cópia idêntica e bem detalhada do meu broche do Tordo no peito da minha estátua, com pequenas labaredas entalhadas saindo de seu aro, passo o dedo indicador para sentir seus pequenos buracos e espaços para até a ponta do bico, suspiro, e me aproximo novamente de minha filha.
– “Você já nos viu aqui?” – Digo um pouco óbvia e gelada pela falta de reação diferente de Aaron, dela.
– “Já dei umas passadas de olho".
Ela se contorce para enxergar melhor o meu rosto esculpido atrás de mim mesma, espremendo os olhos como se não estivesse entendendo algo.
–  “Na escola, aprendemos que ouve os famosos Dias Escuros, que iniciaram pela cadeia de rebelião fracassada e quase destruiu totalmente o nosso Distrito vizinho, o 13, e que... como punição ouve lutas entre meninos e meninas até a morte... e que com muita coragem própria, a senhora foi participar das lutas com o Papai e ganharam mais de duas vezes... e então se tornou uma líder que levou outras pessoas á morte, mas que também salvou muitas, derrubando um governo terrível e que hoje está tudo bem... e as pessoas mais importantes deste avanço foram imortalizadas aqui para as próximas gerações não esquecerem do sacrifício que foi feito... eu acho.” – Diz Happier, já sentada no chão com a mão na cabeça confusa.
Sou irradiada por um forte choque. Isso não é verdade. Pelo menos, não a maioria. O que estão ensinando para as novas crianças nas escolas? Estão escondendo o que passou a gerações atrás? Isso é impossível. Mas a Capital talvez queria evitar que os pais contem de verdade o que aconteceu – as mortes, violência e guerras – apenas mostrando que agora está tudo tranquilo e os Distritos em sempre a suposta paz eu foi. Qualquer um pode ir e vir, viver e morrer onde quiser sem estarmos presos á ditadura rígida e sangrenta de Snow. Ou pelo menos, isso é o que achávamos.
Happier não mencionou os Jogos Vorazes. Ela não sabe. Não de verdade, pelo menos.
Chamo por Aaron e um único grito para que ele pare de brincar entre as estátuas e venha ouvir. Sem que ele me responda, me viro para procurá-lo e o vejo acariciando o rosto da estátua de Prim, imitando seu mesmo sorriso como se fossem amigos, observando seu rosto delicado por bastante tempo como se focasse apenas naquilo. Tento segurar as lágrimas para não chorar e gritar com ele, apenas o chamo pela segunda vez - já suplicando - quando ele beija a testa de Prim, e volta saltitando com cuidado para não cair, segurando meu braço para um colo. Sorrio para ele.
– “Ela é muito bonita.” – Diz encantado meu filho, e apenas posso arquejar, e aceno com a cabeça concordando, mas acabo suspirando um tanto surpresa.
– “Aquela é...?” – Happier deixa a frase no ar para que eu possa termina-la e lhe dar a resposta. Sei que ela já deve ter visto alguma foto ou pintura de Prim pela casa, há várias. Tento fugir, puxando Aaron a segurar mais forte meu corpo.
Ela ainda está com o rostinho pálido pela falta de informação, e logo escurecerá. Preciso ser breve e direta. Mas como farei isso? Um assunto tão delicado, que precisa mover com máximo de cuidado para não trincar os corações dos meus filhos de medo. A verdade sobre mim. Que não conheci o pai deles por acaso, e que na verdade, deveria estar junto com outro, que neste momento está seguindo com a vida no D2. Agacho para me sentar no chão com eles, e não nos importamos se as pessoas que ali passam nos verem. Encaro por mais alguns instantes meus filhos, e finalmente, suspiro e começo algo que poderia mudar o destino deles para sempre:
– “Preciso contar um segredo para vocês.” – Falo meio tonta com a situação – “Um segredo muito grande, por isso não podem contar pra ninguém.”
– “Prometo não contar pra ninguém, mamãe! Happier também não vai contar, não é, Happier?! – Aaron vira-se em direção da irmã, que se contorce e confirma com a cabeça suas palavras.
– “Só... tenho medo que sejam novos demais para compreender...” – Menciono com o volume bem baixo e fino, tentando piscar na mente a idade de meus filhos para escolher as palavras certas para explicar meu passado.
– “Se achar que é a hora de nos contar, sei que iremos entender. Nos prometemos.” – Minha filha segura com força meu punho cerrado, tentando me transmitir a segurança que perdi durante a Arena, brilhando seus grandes olhos Azuis, e logo me lembro de Peeta. Sei que ele está aqui, me dando segurança de prosseguir em frente.
Uma dor da cabeça. Vou ser puxada.
– “Eu... não fui para aquelas lutas por acaso. Me voluntariei no lugar da minha irmã que tinha sido sorteada para um Jogo muito ruim... fui no lugar dela para que ela não sofresse...” – Sussurro já com os olhos marejados, me obrigando a não deixar as lembranças virem a tona e rever as cenas terríveis da Arena.
– “O quê? Porquê?!” – Happier se aproxima do meu corpo, segurando com força seu irmão não conseguindo compreender nada das informações que acabei dando, e nem eu mesma compreendo muito bem. Apenas tento imaginar o porquê se sacrifiquei... o que tivesse me acontecido se não tivesse ido no lugar de Prim naquele dia.
– “Por que eu a amava. – Suspiro, sentindo mais agravante uma picada eu se espalha pela minha cabeça  – Eu não queria que... os Jogos...”
– “Mãe...?”
Ouço uma voz pura me chamar. Mas não escuto. Uma grande imensidão negra me apaga por completo, e deixo a minha visão se escurecer junto com o rosto dos meus filhos com muro terror e susto que desaparecem durante minha corrente póstuma e negra.
Um fio de luz me atinge, me puxando agora para minha verdadeira realidade, onde Guerras existem ainda, onde filhos sequestram e matam seus pais, onde crianças se prostituem só por um prato de comida, e onde eu realmente me vejo pertencer. Não pelas coisas ruins. Mas por eu saber que isso é real. Real.
Eu amo tantos meus filhos. Queria... que... fossem... reais... Peeta. Você só me trouxe felicidade e amor para um futuro de paz e carinho para mim.
E Eu te odeio por isso.
Meus olhos se abrem por puro reflexo.
É aquela mesma sensação de quando você sonha que está caindo ou escorregando, e cai sobressaltado na cama, e do mesmo efeito, me levanto bruscamente e respirando sem controle, agarrando com força a camisa curta de seda enquanto tento me acalmar e acordar do meu pesadelo. Ainda estou viva. Este é o mundo Real. Eles não existem. Só depois de mais alguns segundos arquejando e rondando os olhos em busca de algo familiar, percebo que estou no meu quarto, e na minha casa. Levanto meus olhos bruscamente até a janela, e vejo que está de noite e ventando, e por ter nada para fazer melhor, arremesso o cobertor quente do meu corpo, já grudando nele e percebo o quanto estou suando e com calor. Devo ter dormindo demais desta vez. Rolo os olhos em direção á escrivaninha do lado da minha cama, e faço um esforço horrível apenas para erguer os braços e ligar a pequena iluminaria dali. Tento procurar algum calendário de papel, e quando enfim o alcanço, puxo para mim e o ergo para cima, tentando contar quantos dias eu deva ter apagado desta vez novamente.
Dois dias e meio se passaram.
Ao pisar no piso do meu quarto pela primeira vez depois de muito tempo, um calafrio percorre meu corpo e sinto-o o quanto está gelado lá fora, caminho com dificuldades até a janela e permito que a brisa congelante que sobe de suas fresta me refresque por completo, me dando tempo para parar e pensar.
– Meu nome é Katniss Everdeen, e tenho dezessete anos. Onde estive esse tempo todo? Como vim parar no meu quarto, com as roupas trocadas e limpas, toda lavada e alimentada... – Apalpo minha barriga lisa e reta, sentindo-me como se tivesse acabado de comer – Eu não entendo. A última coisa que me lembro... – Minha cabeça se ergue da janela, e tento me lembrar das minhas últimas 48 horas antes de apagar.
Meu rosto sobre uma tigela de café-da-manhã. Não me lembrar de nada dos meus últimos dezesseis anos. Prim, morta ainda bebê. Eu pobre, e minha família sem dinheiro algum. Meu pai sendo arrancado de mim, e eu ser obrigada a aceitar John como novo pai. Gale... escola... esfrego a cabeça, me forçando a lembrar, enquanto ando para lá e cá no chão do quarto, grunhindo pelo esforço para as lembranças virem á tona e obter respostas
– Madge...
A vontade de comer algo bom e caro que nunca pude experimentar. Me lembro das supertrufas. Giro com a cabeça, tentando tatear o quarto em busca das minhas calças na escuridão profunda do meu quarto apenas iluminado pela lua da janela. Esbarro em uma escrivaninha de cabeceira e uma cadeira e preciso morder minha língua para não soltar os mais absurdos palavrões contra mim mesma. Meu Deus. Eu agredi vários enfermeiros também naquele Hospital. Depois de apalpar os bolsos laterais da calça, alcanço o doce no boço de trás, ainda enrolado em seu embrulho azul-metalizado, amassado e derretido, mas não consigo come-lo, apenas olhá-lo. O que isso me lembra. A pessoa que me salvou quando apaguei. Isso me faz ter uma divida com ele, que não posso esquecer.
É então que minha razão transborda à tona novamente. Ele que foi o culpado de eu ter dormido. Se eu não tivesse ouvido aquele nome dos meus pesadelos novamente, da visão dele sendo morto carbonizado e flechado pelos aerodeslizadores dos meus pesadelos... se ele não tivesse me acalmado naquele leito de hospital, me alisando e me abraçado... me irradiado aquela ternura e paz que nunca havia sentido antes... aqueles toques sobre meu corpo, mesmo terem sido breves... aquele calor bom...
Levo os dedos indicadores aos meus lábios devagar. O que é isso que estou sentindo? Nunca me senti embrulhada assim, nem mesmo com Gale. É uma sensação diferente... um gosto doce sobre mim. Como se todos os meus problemas desaparecessem pela paz irradiada, como se eu pudesse confiar nela. Ela jamais me machucaria. Não paro de pensar naquele rosto. No que senti com seus toques em breves momentos.
Um sorriso começa a crescer no meu rosto. Não consigo negar o desejo que sobre dentro de mim. Quero sentir isso mais uma vez.
– Katniss! – Uma voz um pouco estridente clama por mim do nada, e sou sobressaltada no mesmo instante, arquejando um pouco e procurando um lugar para fingir que ainda estou profundamente dormindo, mas desisto da ideia quando ela abre a porta devagar, e mal tenho tempo de esconder o embrulho novamente, apenas esconder nas costas no máximo possível. Tento afastar tais pensamentos da minha cabeça e me mantenho rígida na cama, tentando demonstrar que acordei, e estou melhor do que nunca.
Effie. Ela estala ainda mais os saltos-agulhas para minha direção, enquanto se abana com as próprias mãos e me abraça desesperadamente quando enfim me alcança. A ouço murmurar e choramingar, me apertando ainda mais contra seu corpo, e percorrendo a região do meu estado, tentando achar sequelas ou algum ferimento. Gargalho levemente pelo seu desespero ao me ver acordada, como se fosse novidade eu apagar do nada e só voltar á mim dias mais tarde. Effie nunca muda, não importa o que aconteça, Effie será sempre Effie.
– Estou bem. Minha mente me “obrigou” a dormir mais um pouquinho... nada sério desta vez, ao menos... – Digo sorrindo debochada em direção há Effie, sorrindo maliciosamente internamente apenas para levar ela á uma provocação e deixar ela zangada em sua expressão entorpecida em seu rosto coberto de pó de arroz horrível.
Me lembro das outras diversas vezes que apaguei e acordei brigando e esmurrando a cara de alguém. Sempre foi muito divertido provocar Effie, ela sempre soube que fui uma pestinha com ela. Mas minha curta gargalhada é cortada, quando Effie me sacode, e me levanta bruscamente em direção ao espelho do meu quarto.
– Oh, meu Deus! Como assim raios você está bem?! Já se viu no espelho por acaso? Já viu como ficou estado do seu lindo corpinho juvenil depois de seu último apagão?
Effie me deixa parada em frente ao espelho, tateando o interruptor de luz do quarto e quando o encontra, a luz embranquecida atinge por inteiro cômodo, iluminando meu rosto sobre o espelho na minha frente e percebo realmente meu estado depois desta brincadeira toda.
Parcela do meu corpo está totalmente arranhado e marcado com vermelhidões e ferimentos seguidos de cortes com marcas de unhas e rasgões, que a curta camisola de seda que protege partes específicas do meu corpo não escondem. Um corte enorme, que vai do meu umbigo até o início do meu pescoço, e outro parecido na coxa. Um braço direito com camadas de marcas de cortes ainda cicatrizando em uma nova pele finíssima e branca que nasce ali. Mais corte na superfície da minha barriga, e um arranhão enorme no meu rosto, que segue de trás da orelha esquerda até a bochecha. Não sei realmente o que aconteceu. Eu já tinha alguns destes cortes antes do apagão, causados pela briga com os enfermeiros, mas não me lembro destas marcas de unhadas.
Será que eu mesma me puni de alguma forma enquanto dormia? Meu corpo marcado já não era o bastante? Porque eu teria me machucado? Pânico?
– Eu...
– Eu sei querida. Está horrível. Mas nada que eu não possa ajeitar em você com muita maquiagem e muita sorte... – Effie menciona sem um pingo de preocupação além a minha aparência física, e puxa sua bolsa na procura de sua palheta de tons de pele.
– O que? Agora?
– Sim! Subi para apenas ver como você estava, mas já que acordou totalmente arrasa por sinal, vou ajeitar você para descer. Estão todos lá em baixo para o jantar, sua mãe convidou várias pessoas para comemorar o aumento do seu padrasto, e o novo chofer da família. – Effie cantarola de uma maneira irritante, e preciso me segurar em seu vestido rosa choque e extremamente curto com um tomara-que-caia com babados – E adivinha? – Ela agarra meus ombros sorrindo pelo reflexo do espelho.
– O que aconteceu?
– Um dos políticos novos vem para a festa lá em baixo! Estou tão animada! – Ela sai em disparada para meu closet, procurando algo que me sirva bem, enquanto me ordena a me despir e a me indicar onde fica minha maquiagem com pequenos sussurros.
– O que?! – Grito com todo susto que tenho – Quem é?
– Não sei. Mas virá de surpresa, acho que é o Ex-Presidente tentando cumprimentar os seus empregados do Partido da Capital.
– Como conseguiu convidá-lo?
– Tenho minhas influências. Sou um máximo, não sou?
Tenho que gritar. Não sei o que fazer. Por um lado, se eu descer, minha mãe me verá com as cicatrizes e explodirá de preocupação comigo, e preciso implorar para que Effie tente esconder no máximo possível minhas marcas e me escolha para vestir algo que cubra bem eu corpo, de preferência. Nunca gostei mesmo de me expor por sinal. O fato de ter acordado de mais um apagão, e precisar aparecer em público novamente me dá raiva, mas tanto Effie, quanto eu, sabemos que não tenho como questionar.
Preciso passar uma imagem boa, mesmo que minha família seja rica só por causa de John, não posso vacilar.
Não interessa que eu esteja em coma. Se estou de pé, posso muito bem fazer meu trabalho: Atuar. As curtas lembranças das duas crianças diante á minha estátua me dá giros pelo estômago, e despenco na cama, permitindo que Effie limpe e me vista e me maquie por contra própria, e nem tenho paciência nem para ver o que estou vestindo.
O garoto também está aqui, e preciso afastá-lo da memória enquanto Effie anuncia que estou pronta e sem vontade nenhuma de me olhar no espelho e admirar seu trabalho de poucas uma hora e meia, e me dirijo por conta própria contra a porta do quarto. Effie me segue, estalando nos seus saltos-agulha contra o piso delicado, e seu arranhado contra ela me irrita completamente, mas sei que preciso aturar. Apenas fecho os olhos, e deixo tudo transbordar novamente, já digitando uma desculpa para Gale por ter faltado a aulas pelo meu apagão, e ter recusado sua companhia.
É então que me lembro que ele me levou para beber noite atrás em uma boate, e por ter escorregado em uma pia de banheiro, bati a cabeça e perdi várias lembranças.
Só então me lembro que já conhecia Peeta antes do caso das supertrufas. Ele salvou minha vida uma vez. Os pães na chuva.
Realmente, não estou acostumada com esse tipo de coisa. Só preciso ser firme, e gritar para mim mesma que os sonhos não são reais como todos os dias faço quando estou consciente.
Esqueça Peeta. Isso já faz muito tempo.
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