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fredborges98 · 7 months ago
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200 anos da Sinfonia n°9 de Beethoven.
Por: Fred Borges
Uma homenagem a humanidade num momento que precisamos nos unir em solidariedade a favor do Rio Grande do Sul e contra um Sistema Político Incompetente com políticos incompetentes e corruptos.
Uma democracia disfarçada de ditadura é e sempre será uma ditadura de fato!
A Nona Sinfonia de Beethoven – de acordo com Frederick Stock, segundo diretor musical da Orquestra Sinfônica de Chicago, em Talks About Beethoven’s Symphonies – é “dedicada a toda a humanidade. Abrangendo todas as fases da emoção humana, monumental em escopo e contorno, colossal em sua compreensão intelectual e eloquência emocional, a Nona permanece hoje como a maior de todas as sinfonias.”
Stock continua: “A Nona é inquestionavelmente a maior de todas as sinfonias, não apenas porque é o resumo final de todas as realizações de Beethoven, por mais colossais que sejam, mesmo sem a Nona, mas também porque expressa a mensagem de alguém que se elevou além de si mesmo. , além do mundo e do tempo em que viveu. O Nono é Beethoven, o significado psíquico e espiritual de sua vida.
“No primeiro movimento encontramos a dura luta que travou contra as adversidades da vida, a sua saúde debilitada, a sua surdez, a sua solidão. O Scherzo retrata a busca pela alegria mundana; o terceiro movimento, reflexão melancólica, saudade – resignação. O último movimento, a ‘Ode à Alegria’, é dedicado a toda a Humanidade.”
“Há algo de surpreendente em um compositor surdo escolher abrir uma sinfonia com música que revela, como nenhuma outra música antes dela, a própria essência do som emergindo do silêncio”, escreve Phillip Huscher, acadêmico residente e anotador do programa do CSOA. “A famosa abertura em pianíssimo – dezesseis compassos sem nenhum sentido seguro de tom ou ritmo – não retrata tanto a jornada da escuridão à luz, ou do caos à ordem, mas o nascimento do próprio som ou a criação de uma ideia musical. É como se os desafios da existência diária de Beethoven – a luta para compor música, a sua dificuldade em comunicar, a frustração de lembrar como era ouvir – tivessem sido tornados reais numa única página de música.”
Vivemos um momento histórico pleno de adversidades, e o que podemos aprender com o compositor LVB?
Resiliência, humanidade e defesa a plena democracia que inclui a liberdade de expressão!
Mas muito mais, questionar se esse e esses políticos que estão aí nos representam e o que os sustenta é algo muito acima da realidade da maioria dos brasileiros como cidadãos podem arcar e inclusive arcar com privilégios de alguns em detrimento da maioria da população.
Qual é a letra de ‘Ode to Joy’?
A Sinfonia nº 9 de Beethoven é famosa pela ambientação do poema “Ode à Alegria” de Friedrich Schiller – um texto pelo qual o compositor era fascinado há mais de vinte anos. Aqui está apenas uma breve passagem abaixo.
Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligthum!
Deine Zauber binden wieder
O modo foi forte?
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
O que se traduz em inglês como:
Alegria, centelha brilhante da divindade,
Filha de Elísio,
Inspirados pelo fogo nós pisamos
Dentro do teu santuário.
Teu poder mágico reúne
Todo esse costume dividiu,
Todos os homens se tornam irmãos,
Sob o balanço de tuas asas gentis.
Palavras triunfantes que combinam perfeitamente com o poder e a escala da música imortal de Beethoven.
Destaco a palavra "Joy" que pode ser traduzida por alegria, júbilo, satisfação, prazer,ou felicidade! O brasileiro é feliz? Você é feliz? Se é, parabéns! Agora dívida sua felicidade com os irmãos do RGS, principalmente se você for político, juiz, ou tiver um cargo de confiança.
Se você é corrupto ou ladrão suspenda seus roubos ou assaltos aos lares, ao erário público e no mínimo que resta de sua humanidade, pois animais chegam a ser mais humanos que os próprios humanos, faça algo, abra mão dos desvios da vida que adotou, pois aqui se faz, aqui se paga e acredite se você não pagar quem mais você ama irá pagar!
O próprio Beethoven regeu a peça; isto é, ele ficou diante do atril e gesticulou furiosamente. Em certos momentos se erguia, noutros se encolhia no solo, e se movimentava como se quisesse tocar ele mesmo todos os instrumentos e cantar por todo o coro. Todos os músicos não prestaram atenção ao seu ritmo enquanto tocavam."
Qual o ritmo do maestro-presidente atual? Considerado um dos piores maestros, com certeza, no mundo da música nem músico e nem maestro seria!
Ele é considerado por uma parte da população, parte cada vez mais preponderante, um dos piores presidentes do Brasil!
A Nona Sinfonia foi executada pela primeira vez no dia 7 de maio de 1824, no Kärntnertortheater, juntamente com a abertura Die Weihe des Hauses ("A Consagração da Casa") e as primeiras três partes da Missa Solene. Esta era a primeira aparição do compositor sobre um palco em doze anos; a casa estava cheia. As partes para soprano e contralto da sinfonia foram executadas por duas jovens e famosas cantoras da época, Henriette Sontag e Caroline Unger.
Todos estavam chocados com tamanha inovação na métrica, nos acordes, no arranjo, esqueceram que estavam diante do maior gênio da música de todos os tempos, gênio inclusive em termos comportamentais relacionado a postura diante da vida, no final da nossa existência o que vale é o que deixamos como legado a humanidade!
O que o atual presidente deixará como legado, além de uma terra "brasilis" arrasada, explorada, roubada, e corrompida?
Quando a Nona estreou em Viena, em 7 de maio de 1824, Beethoven, então com 53 anos, já sofria de deficiência auditiva avançada e demorou muito a perceber os aplausos. Depois da morte do compositor em 1827, a partitura passou às mãos de seu biógrafo Anton Schindler, e em 1846 partes dela foram para a Biblioteca Imperial de Berlim. Depois que a editora vienense da família Antaria entregou a parte final à biblioteca, o original ficou novamente quase completo.
Na segunda guerra mundial foi dividida em três partes e muito depois foi reunida novamente na Alemanha Ocidental, afinal agora havia um muro.
O muro pode ter caído, mas mais e mais as divisões se acentuam num mundo cheio de fraturas internas e expostas, inclusive na inclusiva aparente Alemanha com o possível retorno do serviço militar obrigatório,fratura há muito exposta entre judeus e " resto do mundo", elevação ao status da Palestina como Estado junto com seus grupos terroristas, junto com o financiamento por parte do Irã do terrorismo global, da guerra entre Rússia e Ucrânia, da fragilidade do atual governo dos EUA com um decrépito presidente e sua tendência incompetente de relações internacionais.
Diante de tudo isso precisamos da nona! Da nona sinfonia executada todos os anos por 10.000 japoneses, até mesmo em plena Pandemia que surgiu na China e poderá ser o fim da estrada global, mas como LVB e a Nona será a resiliência em pró da humanidade!
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jotablog1 · 1 year ago
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SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS: Reduto de pelegos e traidores de classe
Saiu mais uma notinha para a minha coleção! Agora foi a vez do Sindicato dos Comerciários de Jacobina que, através da sua presidente, Zélia Cardoso de Mello, lançou mais uma mísera nota para se juntar ao coro dos descontentes e desesperados da política local. A ladainha é a mesma presente nos demais manifestos assinados pela ralé política até aqui. Não vou entrar mais no mérito da questão porque cada cabeça, uma sentença e cada um faça o julgamento que lhe aprouver.
Mas, a nota do Sindicato dos Comerciários não passará à margem da minha contestação porque parece ter sido encomendada por almas penadas em busca de orações. E a presidente Zélia rezou exatamente igual ao que diz o catecismo identitário da esquerda calça-curta e seu fascismo às avessas, que tenta enquadrar corações e mentes a um discurso uniformizado, autoritário e escroto!
Querem instituir a volta da Lei da Mordaça. Mas, comigo não, jacaré! Enfrentarei a todos, todas e "todes" com argumentos, respeitando a divergência, mas sem baixar a guarda para o banditismo politico nem tampouco para a pelegagem que, como traça, corrói a entidade representativa dos comerciários há mais de 30 anos.
Nunca li uma nota da D. Zélia denunciando problemas históricos da categoria no município, exemplo da exploração, o assédio moral, a humilhação e os baixos salários. O Sindicato é uma ilha distante do dia-a-dia dos comerciários, servindo apenas para abonar a política de arrocho e fome do patronato. Todo ano assinam o mesmo acordo leonino, sem avanços significativos para a categoria, num jogo combinado com o Sindicato Patronal.
Qual o segredo de a Dona Zélia permanecer por mais de 30 anos à frente do Sindicato, revezando entre a presidência e a tesouraria? Como ela mantém a representação sindical, se há anos não trabalha mais no comércio?
Nem Seu Antônio Alves, de saudosa memória, passou tanto tempo à frente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Mas, Dona Zélia parece ser oconcur, porque não desgruda da cadeira nem com reza brava.
Faltam democracia, transparência e oxigenação na vida sindical, isso é fato! Aliás, podemos chamar de DITADURA SINDICAL, pois trinta anos não são trinta dias. O Sindicato dos Comerciários precisa de renovação urgente para iniciar uma nova fase distante do peleguismo e da subserviência ao patronato.
Por fim, as únicas entidades sindicais que merecem o meu reconhecimento em Jacobina são o SINDICATO DOS MINEIROS e o SINDICATO DOS BANCÁRIOS, destes se houver alguma manifestação repudiando o meu texto, me cabe receber com o respeito que merecem, tanto o presidente Roberval Soares (mineiros) quanto Cristener Ignácio (bancários).
O resto é o resto. E a diretoria do Sindicato dos Comerciários para mim é o que resta da SÍNDROME DA PELEGAGEM ADQUIRIDA, uma doença letal para a luta dos trabalhadores no comércio.
Au revoir, Madame Zélia!
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john-merlyn · 6 years ago
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aquarela [ditadura au]
Ele sabia que não era para ser assim. Já fora muito diferente, mas não poderia dizer como, ao certo. Mas o mundo já fora, tinha que ter sido mais do que este borrão cinzento e frio, que tinha apenas dureza crua a ser oferecida.
Havia outras pessoas ali. Alguns se pareciam com ele, olhares vagos e quebrados, movimentos lentos e inexpressivos. Eles não conversavam entre si. Também havia aqueles que mandavam. Esses lhe dirigiam a palavra, tons rijos e grosseiros, mas há muito ele desistira de se concentrar em suas nuances e significados. Contanto que não se aproximassem, ele não se importava, também.
Havia outras pessoas ali, mas ele estava sozinho há muito tempo.
O mais próximo que tinha na forma de contato físico era quando lhe puxavam ou empurravam em qualquer que fosse a direção desejada. Não era muito, mas era algo. Já fora muito pior do que isso, quando um toque era sinônimo de dor, mas eles não se davam mais ao trabalho. Os que iam parar ali não ligavam mais.
Alguns dias as coisas ficavam mais nítidas. Os borrões se tornavam uma miríade de tons diversos, coloridos, e parecia que alguém pusera tudo no volume máximo e seus ouvidos latejavam com a sobrecarga súbita. Tudo girava gritava e doía e era demais e então ele lembrava – não só lembrava como se importava; ele não deveria estar ali não era justo e por quê? e seu coração começaria a bater rápido demais e ele tentaria correr, fugir, voltar–
Mas não demorava até que eles fizessem tudo ficar cinza novamente. E ele respirava fundo, esperando nunca ver cores de novo. Porque era mais fácil assim, praticamente esquecer que um dia conseguira vê-las. O sentimento de algo faltando era uma das poucas coisas que verdadeiramente lhe incomodava em sua sobrevivência insensível e irreal.
Ele tentara acabar com tudo, mais de uma vez. No início, quando ainda conseguia se importar. Mas até isto lhe foi tirado, e hoje ele não consegue mais se dar ao trabalho de tentar.
Mesmo o torpor que parecia permear o absoluto não era suficiente para afogar todas as suas tormentas, por mais que às vezes ele desejasse que fosse. À noite, em preto e branco saturado, ele revivia os gritos, a dor e o medo. Ele não dormia muito. O agora não lhe era gentil, mas nada era pior do que as horas em que era refém de seu próprio subconsciente.
Dentro dele, podia sentir algo ainda a gritar. A mesma voz dos dias em que as cores voltavam para ele. Mas toda manhã ela era abafada de novo e então outra vez, e ele se perguntava se não era melhor assim, afinal.
De quando em quando, se havia passado muito tempo desde que tivera um dia colorido, ele podia ir para Fora. Era bom. O vento acariciava seu rosto e bagunçava seus cabelos longos demais, e aqueles eram os toques mais gentis que ele podia lembrar. O cheiro de terra molhada lhe lembrava de algo (ou alguém?) que antes ele pudera chamar de lar. Hoje ele não poderia explicar o exato sentido da palavra, conceito abstrato demais para sua realidade, mas se lhe perguntassem (ninguém nunca o faria), aquela seria sua resposta.
“O cheiro dela”, a voz tentava lhe dizer, implorando dentro de si, mas ele não lhe dá mais ouvidos. A dor não era tão grande, dessa forma. De todo jeito, nunca demorava antes que o prendessem trouxessem de volta para dentro, e o pensamento se esvaneceria, como tudo mais.
A noção de tempo havia sido perdida há o que poderiam ter sido éons. Ele sabia que houvera um  [ANTES – o preto o branco o vermelho os gritos e a DOR que o visitam toda noite e que prometem continuar por muitas mais]; mas também um (antes, e poderia mesmo ser uma ilusão criada por sua mente falha e não confiável, mas como mais ele saberia o significado de bondade, gentileza, resistência e amor, quando nada disso existia ao seu redor?). Mas ambos passados lhe pareciam tão distantes que poderiam ser outra realidade completa, e ele hoje era apenas uma sombra, o que restara e fora desprezado da mistura atroz de dois universos intimamente opostos e em guerra.
As únicas vezes que poderia dizer que vivia, ao invés de apenas existir, era quando escutava. Acordes, a maioria conhecidos, vozes difusas e diversas chiando de um rádio antigo por trás de uma porta. O músculo do lado esquerdo de seu peito bombeava acompanhando ritmos familiares, dedos se mexendo no ar ao tocar um instrumento incorpóreo. Seus olhos se fechavam e lábios pálidos e rachados se moveriam minimamente em um fantasma, quase invisível, daquilo que poderia se chamar sorriso. Um fantasma que só podia existir entre as quatro paredes de sua cela seu quarto, mas que era boa companhia.
Ocasionalmente, percebe que nem mesmo poderia responder o próprio nome. Eles nunca conseguiram o Dela, mas lhe tomaram o seu. Fora enterrado muito fundo, bem longe daqueles que ele se recusara a entregar.
E ele choraria, se ainda soubesse como.
Ele não percebe a mulher estranha, de início. Nunca nota os rostos ao seu redor, sejam os dos outros prisioneiros pacientes ou daqueles que mandam.
Ela não é nenhum dos dois.
São os passos que a denunciam. Passar tanto tempo olhando para baixo lhe deu conhecimento suficiente sobre as diferentes pessoas que aparecem ali. Os de jaleco que por vezes aparecem são calmos e conscientes, movimentos frios e calculados; os mais abaixo são entediados e quando necessário, brutos, agressivos. Ela usa uma bata, mas carregava uma determinação completamente estrangeira em seu andar, não era apenas uma obrigação que tinha a cumprir ali. Não, aqueles eram os passos de alguém com um objetivo específico, e de alguém que pretendia alcançá-lo.
Quando ela se aproxima, ele não se move. Tenta, na realidade, ficar o mais parado e encolhido possível, como se dessa forma pudesse ficar invisível. É uma reação muito mais instintiva do que consciente, como a maior parte das coisas que faz. Seus olhos encaram firmemente o chão, com uma intensidade que poderia rachar o assoalho.
Não registra as palavras, de início. É apenas quando ela diz-
“João?”
O nome fora proferido em um tom urgente que lhe dizia que ela já havia se repetido, mais de uma vez.
Era seu. Era seu nome que ela acabava de devolver, e ele não sabe se fora de propósito ou ela havia apenas confundido, mas não importava. Era simples e fora dito milhares de vezes antes ao seu redor, mas nunca... nunca para ele. João. Quatro letras. Quatro letras que eram suas. Ele não tinha nada, mas agora tinha seu nome.
Com algo novo dentro de si, ele obriga sua visão desfocada a finalmente encontrar o rosto da mulher, tentando fazer sentido das imagens novas.
O rosto era bronzeado e magro, os cabelos pretos e lisos presos em um coque profissional atrás da cabeça. Os olhos castanhos estavam emoldurados por óculos de armação grossa que ele imediatamente, sem saber como, reconheceu como falsos. Ela lhe encarava com um misto de esperança, angústia e felicidade, e ele não sabia como reagir.
Ela esperava uma resposta. Uma resposta dele.
“Eu- não...” as palavras pareceram ficar presas por uma eternidade em sua garganta, e sua mente anuviada tentava encontrar algo adequado para se dizer. A sua própria voz lhe era estranha a ouvidos tanto tempo privados de escutá-la. Rouca e fraca, com algumas falhas comparáveis as de alguém muito mais jovem ou mais velho. Conversas não eram algo que acontecia, ali.
“Desculpe. Me desculpe.” É tudo que consegue dizer para a face desesperada da mulher; porque ele sabe que há uma ligação, que há algo mais entre essa estranha de passos determinados e a sombra do homem que ele fora, mas sua mente é confusa e desfocada e ele não consegue tirar uma resposta dali.
Ela não é uma desconhecida, afinal. Isso deveria tornar as coisas mais fáceis, mas só serve para deixá-lo com mais dúvidas. Era mais algum truque que pregava em si mesmo? Não. O toque em seu ombro era definitivamente real, a mulher estava mesmo ali.
De súbito, ela agarra seu outro braço, e ele se prepara para o puxão, o empurrão, mas-
Ela está lhe abraçando.
A ação deixa João impossivelmente imóvel – ninguém tocava nele daquela forma há... a verdade é que não conseguia se lembrar da última vez que um toque lhe fora tão delicado. Algo lhe dizia que aquele não era o usual para a mulher, mas isso só tornava a ação mais importante.  O afeto transmitido, o calor... ele não conseguia encontrar palavras para descrever.
“Não, João. Me desculpe. Por ter demorado tanto. Por não ter matado todos que fizeram isso com você.” A estranha conhecida se afasta e respira fundo, os olhos brilhando de uma forma que ele sabia não vir apenas da luz. Seu rosto assume uma seriedade e fúria implacáveis antes de continuar. “Eu vim te tirar daqui.”
Seu tom, unido com a expressão de seu rosto, são o suficiente para clarear seus pensamentos e trazer de volta algo que ele parecia não alcançar pouco antes.
“Cristina.”
A mulher sorri, lábios pintados com um batom escuro, e afirma com a cabeça.
“Ao vivo e em cores, meu amigo.” Responde, finalmente agindo de forma estranha e completamente familiar. “Vamos.”
Ela põe uma das mãos na base das costas dele e o conduz no labirinto de corredores que João nunca fora capaz de desvendar por completo. Quando parados por alguém, ela apenas mostrava um crachá que possuía pendurado em sua roupa, para então voltar a seguir. Ele passa o caminho todo encarando o chão, costume ainda bem intrincado dentro de si. Horas parecem se passar antes que cheguem às portas dos fundos, mas não podia ter sido mais do que alguns minutos.
João espera as sirenes, os gritos, as mãos duras e violentas o arrancando de volta para dentro e apagar a pequena e frágil chama de esperança e sentido que voltou a se acender no interior seu corpo. Mas não há ninguém.
Ele respira, e o ar nunca pareceu tão puro.
Os dois seguem para um carro que ele não reconhece e ela assume o volante, deixando para trás o prédio icógnito e ordinário que serviu de prisão, limbo e purgatório por o que foi uma eternidade por si só.
“Catarina?” é a primeira coisa que consegue formular quando alcançam a estrada, o único nome que nunca perdeu, a única coisa que nunca perdeu em todo esse tempo.
“Ruiva está bem, na medida do possível.” Uma angústia que o acompanhou durante um período infindável simplesmente desaparece com essas palavras. Cristina completa logo depois: “Nunca deixou de procurar por você. Nenhum de nós deixou.”
Ele não sabe o que responder, sua mente ainda ocupada e obscurecida de formas abstratas demais para se prender a algo mais específico.
“Clarice?” sua voz está falhando novamente e sua mente está divagando mais uma vez, e ele sabe que é a última coisa que vai perguntar antes de deixar de fazer o esforço hercúleo que precisa para se concentrar.
“A mesma coisa. Acho que chega amanhã, na verdade. Você vai ver todo mundo, João.” Em sua visão periférica, ele pode vê-la balançando a cabeça. “Você não sabe a saudade que a gente estava de você.” E a frase simples invoca um pico de ansiedade em João. Ele não é a mesma pessoa que qualquer um deles conhecera. Não sabia o quanto restava de si mesmo, na realidade. Só esperava que quando percebessem, não- não. Ele nunca voltaria. Nunca.
E teria ficado preso em seu próprio redemoinho de desespero por muito mais tempo, mas ele logo se dissipou junto ao mar de seus outros pensamentos, simplesmente porque:
As janelas estão abertas, e a brisa acaricia seu rosto. Ele vê o borrão de árvores passando por cima deles, a aquarela de cores se misturando com a velocidade. E ele escuta. Ele escuta buzinas e pássaros e vozes e o rádio está cantando acordes desconhecidos e estrangeiros que acalmam seu coração acelerado. O perfume da estranha conhecida amiga ainda lhe é familiar. Seu rosto está molhado (ainda lhe restam lágrimas, ao que parece) e seus lábios racham porque ele está, não completamente e não totalmente, mas ele está.
Está sorrindo.
E a liberdade para fazer isto tinha uma beleza mais simples e mais preciosa do que ele jamais pensara que fosse sentir.
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clarissamerlyn-blog · 6 years ago
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💕 MY MUSE TELLING YOUR MUSE THAT THEY WILL ALWAYS BE FRIENDS
DITADURA AU
RIO DE JANEIRO, 1973
As ruas estavampraticamente vazias. O toque de recolher só começaria dali a duas horas, mas otransporte público era arriscado demais; a maior parte da população temia serlevada pela polícia patrulheira em um eventual atraso. E quem não estavatrabalhando (ou mesmo quem trabalhava) provavelmente parara para assistir o Festivalde Música Brasileira. Se possível, era melhor continuar onde estava, depreferível, em casa.
Ela não tinha essaopção; estava fugindo do mesmo festival, para falar a verdade. Seu voo partiriaem trinta minutos, o último antes do Galeão encerrar os serviços pela noite – ecertamente Clarice não teria mais um dia.
O Gordini 65 gemiacom o esforço que Jasmim exigia de seu motor, apertando impiedosamente o pedaldo acelerador até o fundo. Não se preocupava com a sinalização delimitando avelocidade máxima permitida; qualquer ronda noturna não hesitaria antes deparar duas mulheres dentro de um carro, estando elas rápido demais ou não. Principalmentese uma dessas mulheres fosse o rosto prestes a estampar a capa de todos os jornaisda manhã seguinte.
Fora ousado, foraimpulsivo. Uma loucura; ela sabia.
Ana tinha vetado aideia. Cris tinha adorado, o que deveria ter sido um aviso por si próprio. Fernandoficara receoso, e com razão, mas a apoiou de qualquer forma.
(ainda podia sentir nos lábios o gosto amargoda despedida demasiado apressada)
Ela não contarapara João antes de subir no palco, temendo o que ele poderia dizer. Além disso,ele já se preocupava demais.
Um sentimentogelado percorreu sua espinha e pesou em seu estômago ao perceber que nãoconseguiria dar adeus ao seu irmão mais velho antes de partir para o outro ladodo mundo.
“Amanhã vai ser outro dia, Clara.” Ela escuta Jasmim citando Chico ao seu lado, e é sóentão que percebe a lágrima escorrendo por sua bochecha esquerda. Tratou delimpá-la rapidamente com a manga do casaco volumoso que está usando.
Jasmim. Sua pilotode fuga e sua melhor amiga. Fora ela quem lhe ajudou escrevendo o discurso, eClara tem absoluta certeza de que teriam declamado juntas caso se tivessepedido. Mas o anonimato da amiga era precioso, principalmente em dias sombrioscomo aqueles. E de toda forma, tinha sido um sucesso. Nos três minutos que tevena abertura do festival, difamou profusamente os milicos podres no poder, efetivamentedestruiu a figura pública do seu pai e também sua imagem de queridinha doBrasil.
A memória de TomásMarinho, vestido de sua forma séria e elegante como de praxe, sentado naprimeira fileira da plateia, completamente chocado com o que estava sendo ditopor sua filha mais nova no palco à sua frente era suficiente para trazer osorriso de volta para o rosto de Clarice.
Isso é por Edson Luís. Isso é porMarighella. Por meu irmão. Por minha mãe.
Um sucesso.
Mas agora elaprecisava partir, o mais rápido possível, e era o que estava fazendo nesteexato momento mesmo que a contra-gosto. A passagem já estava comprada há tempos, desde que decidiu fazer aquilo; planejamento feito nos mínimos detalhes. Não gostavada ideia de fugir, mas não tinha nenhum desejo de ser mártir. Ela conhecia seupai, e pior, quem ele conhecia e oque eram capazes de fazer. Mais um desaparecimento não faria diferença nopapel.
Ela podia ver oprédio imponente se aproximando cada vez mais rápido. Saber que era inevitável nãoajudava a impedir as lágrimas que teimavam em não parar, por mais que elatentasse enxugá-las.
“Putz grila, como eu odeio isso tudo”. Ela exclama,frustrada, pela primeira vez desde que decidiram o plano. Nunca gostou dechorar, e Jasmim sabe disso. Clara sente a mão da amiga sobre a sua, e continuaa desabafar “Eu sei que tenho que fazerisso, saca. É só que-”
“Você não devia ter. Eu sei. Você não deveria ter que fugir dopaís só por ter falado a verdade em público. Seu irmão também não deveria tersido expulso de casa por ter ido pra uma passeata. Ana não deveria ter queviver escondida.”
“Tunão deveria ter que arriscar a vida pra me trazer no aeroporto” ela não consegueevitar completar, encarando o velocímetro que atingia praticamente seu máximo.
“É meu prazer fazer os milicos comerempoeira”. As duas riem.Jasmim nunca tivera uma única aula de direção, o que ficava bastante claroquando você se arriscava a pegar uma carona com ela. “Mas é o que a gente tem que fazer agora”, completa, uma expressãodeterminada tomando conta de seu rosto.
O carro canta pneuquando freia na frente do portão de embarque internacional do aeroporto. Não hámais ninguém para presenciar a cena além de dois ou três taxistas cansados, quemal levantam os olhos de seus jornais para encará-las.
“Olha, eu vou querer cartas. Fotos também,se der. Manda para a Lanchonete.” Jasmim evita dizero nome, um costume já bem formado, mas ambas sabem de onde ela está falando. “E é bom você não ficar na fossa lá nagringa, sacou? Uma boazuda como Clarice Marinho tem é que partir uns coraçõescom seu papo firme. Mas não o de Fernando, ok? Eu sei que vocês não acabaram olance de vocês. Mas vai ser fichinha pra você. Ah, e se encontrar o GeorgeHarrison não se esquece de me pedir um autógrafo porque ele é meu Beatle favoritoe eu não vou perdoar-”
“Jazz.” Clarice interrompe o discurso nervoso da amiga lhe abraçando firme, edessa vez não faz esforço nenhum para impedir as lágrimas. “Eu vou sentir tanta saudade tua.”
“A gente sempre vai ser amiga, Clara. Lembradisso.” A morena respiroufundo antes de se afastar. “Agora vaiantes que você perca esse maldito avião.”
Clarice pega amala no apertado banco traseiro e corre para dentro do aeroporto sem olhar paratrás.
Ela pode escutar os pneus doGordini cantando quando dão a partida novamente.
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claudinei-de-jesus · 3 years ago
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The president of Haiti was shot dead in the early hours of this Wednesday (7), inside his home. The first lady's status is critical.
The assassins arrived in several cars and used a loudspeaker to announce the cover: "This is a DEA operation." The DEA is the US Department of Drug Control. A resident registered the action.
Jovenel Moise ran a turbulent government. He won the first round of the 2015 elections, which were overturned after accusations of fraud. An interim government took over until a new election was held the following year. Moise won and took over in 2017.
The opposition claimed that his term should have ended in February of this year, when he completed five years, including the period in which the country was under interim government.
Moise argued that he should only leave in 2022, when he would complete 5 years of his tenure. More than a year ago, he had dissolved Congress and was ruling by decree, trying to rewrite the Constitution.
Haiti is the poorest country in the Americas and faces a serious humanitarian crisis. He is one of the few in the world that has not yet started the vaccination campaign against Covid, and criminal gangs are taking to the streets in the capital, Port-au-Prince.
The president's assassination further heightens uncertainty and fears of widespread violence. After 30 years of dictatorship, the country had its first election in 1990.
In 2004, after a coup against then-President Jean-Bertrand Aristide, the UN sent a peacekeeping mission to Haiti.
For 13 years, Brazil led the mission.
In 2010, an earthquake left an estimated 200,000 dead and plunged the country deeper into economic and social crisis.
In 2017, the UN mission ended without the country having reached greater stability.
The UN Security Council should meet this Thursday (8) to address the situation in Haiti. Last week, the council had already said it was deeply concerned about the "political, security and humanitarian conditions in Haiti".
UN Secretary General António Guterres said that "the perpetrators of this crime must be brought to justice".
US President Joe Biden called the murder heinous.
The country is now in charge of the interim prime minister, Claude Joseph, who announced a state of siege and urged the population to calm down.
Haiti's ambassador to the United States stated, on Wednesday night (7), that some of the killers were arrested. IT NEEDS TO BE INVESTIGATED THIS MAGNICIDIO AND THIS CONSPIRACY AGAINST PRESIDENT JOVENEL MOISES AND THE FIRST LADY WHO SUFFERED A CRUEL AND BARBAUS ATTACK AND THIS IS PURE COWARDICE OF GROUPS OF RICH PEOPLE WHO WANT TO MASSACRE MORE THE COUNTRY AND WITH CERTAIN GROUPS THERE ARE CERTAINTY GROUPS ORGANIZED INTO THIS IN THE FULL 21ST CENTURY THIS IS HORRIBLE TO GIVE 12 SHOOTS TO A PRESIDENT AND 3 SHOOTS TO HIS WIFE IN THEIR HOME WHO IS OF INTEREST? BECAUSE? BRAZIL MUST RETURN WITH ADMINISTRATIVE AND EVEN SECURITY STRENGTH TOGETHER WITH THE UNITED STATES AND SEVERAL COUNTRIES OF THE WORLD AS NORTH AMERICA AND CENTRAL AND SOUTH AMERICA AND ALSO THE EUROPEAN UNION WITH MANY COUNTRIES AND EVEN COUNTRIES IN ASIA AND COUNTRIES FROM THE MIDDLE EAST TO JAPAN, TOKYO THE WORLD CONDEMNS THIS IN HAITI AND MAY GOD BLESS THE PRESIDENT'S FAMILY AS THE PEOPLE OF WELL PLUS THE SOCIETY OF HAITI THE EXECUTIVE AND LEGISLATIVE AND JUDICIAL POWER HAS TO CHANGE TO THE DEVELOPMENT GROWTH PER HDI IS BIGGER. El presidente de Haití fue asesinado a tiros en la madrugada de este miércoles (7), dentro de su casa. El estado de la primera dama es fundamental.
Los asesinos llegaron en varios autos y usaron un altavoz para anunciar la tapa: "Esto es un operativo de la DEA". La DEA es el Departamento de Control de Drogas de EE. UU. Un residente registró la acción.
Jovenel Moise dirigió un gobierno turbulento. Ganó la primera vuelta de las elecciones de 2015, que finalmente fueron anuladas tras acusaciones de fraude. Un gobierno interino asumió el control hasta que se celebraron nuevas elecciones al año siguiente. Moise ganó y asumió el mando en 2017.
La oposición afirmó que su mandato debería haber terminado en febrero de este año, cuando cumplió cinco años, incluido el período en el que el país estuvo bajo gobierno interino.
Moise argumentó que solo debería irse en 2022, cuando completaría 5 años de propiedad. Hace más de un año, había disuelto el Congreso y estaba gobernando por decreto, tratando de reescribir la Constitución.
Haití es el país más pobre de América y enfrenta una grave crisis humanitaria. Es uno de los pocos en el mundo que aún no ha iniciado la campaña de vacunación contra Covid, y las bandas criminales están tomando las calles en la capital, Puerto Príncipe.
El asesinato del presidente aumenta aún más la incertidumbre y los temores de una violencia generalizada. Después de 30 años de dictadura, el país tuvo sus primeras elecciones en 1990.
En 2004, después de un golpe de estado contra el entonces presidente Jean-Bertrand Aristide, la ONU envió una misión de paz a Haití.
Durante 13 años, Brasil lideró la misión.
En 2010, un terremoto dejó aproximadamente 200.000 muertos y hundió al país en una crisis económica y social más profunda.
En 2017 finalizó la misión de la ONU sin que el país alcanzara una mayor estabilidad.
El Consejo de Seguridad de la ONU debe reunirse este jueves (8) para abordar la situación en Haití. La semana pasada, el consejo ya había dicho que estaba profundamente preocupado por las "condiciones políticas, humanitarias y de seguridad en Haití".
El secretario general de la ONU, António Guterres, dijo que "los autores de este crimen deben ser llevados ante la justicia".
El presidente de los Estados Unidos, Joe Biden, calificó el asesinato como atroz.
El país ahora está a cargo del primer ministro interino, Claude Joseph, quien anunció el estado de sitio e instó a la población a calmarse.
El embajador de Haití en Estados Unidos declaró, el miércoles por la noche (7), que algunos de los asesinos fueron arrestados. ES NECESARIO INVESTIGAR ESTE MAGNICIDIO Y ESTA CONSPIRACIÓN CONTRA EL PRESIDENTE JOVENEL MOISES Y LA PRIMERA DAMA QUE SUFRIÓ UN ATAQUE CRUEL Y BÁRBARIO Y ESTA ES PURA COBARDE DE GRUPOS DE GENTE RICA QUE QUIEREN MASACRAR MÁS ORGANOS DEL PAÍS Y CON CIERTOS GRUPOS ESTO EN TODO EL SIGLO XXI ES HORRIBLE DAR 12 DISPAROS A UN PRESIDENTE Y 3 A SU ESPOSA EN SU CASA ¿QUIÉN ES DE INTERÉS? ¿PORQUE? BRASIL DEBE REGRESAR CON FUERZA ADMINISTRATIVA E INCLUSO EN SEGURIDAD JUNTO CON LOS ESTADOS UNIDOS Y VARIOS PAÍSES DEL MUNDO COMO AMÉRICA DEL NORTE Y CENTROAMÉRICA Y SUDAMÉRICA Y TAMBIÉN LA UNIÓN EUROPEA CON MUCHOS PAÍSES E INCLUSO PAÍSES DE ASIA Y PAÍSES DEL MEDIO HASTA JAPÓN TOKIO EL MUNDO CONDENA ESTO EN HAITÍ Y QUE DIOS BENDIGA A LA FAMILIA DEL PRESIDENTE COMO EL PUEBLO DE BIEN MÁS LA SOCIEDAD DE HAITÍ EL PODER EJECUTIVO Y LEGISLATIVO Y JUDICIAL DEBE CAMBIAR PARA QUE EL CRECIMIENTO DEL DESARROLLO POR IDH ES MAYOR. O presidente do Haiti foi assassinado a tiros na madrugada desta quarta-feira (7), dentro de casa. O estado da primeira-dama é crítico.
Os assassinos chegaram em vários carros e usaram um alto-falante para anunciar o disfarce: “Essa é uma operação do DEA.” O DEA é o departamento de combate às drogas dos Estados Unidos. Um morador registrou a ação.
Jovenel Moise comandava um governo turbulento. Venceu o primeiro turno das eleições de 2015, que acabaram anuladas após acusações de fraude. Um governo interino assumiu até que um novo pleito fosse realizado no ano seguinte. Moise venceu e assumiu em 2017.
A oposição alegava que o mandato dele deveria ter acabado em fevereiro deste ano, quando completava cinco anos, incluindo o período em que o país esteve sob governo interino.
Moise defendia que só deveria sair em 2022, quando completaria 5 anos de sua posse. Há mais de um ano, ele havia dissolvido o Congresso e governava por decreto, tentando reescrever a Constituição.
O Haiti é o país mais pobre das Américas e enfrenta uma grave crise humanitária. É um dos poucos do mundo que ainda não começou a campanha de vacinação contra a Covid e gangues de criminosos apavoram as ruas na capital, Porto Príncipe.
O assassinato do presidente aumenta ainda mais a incerteza e o temor de violência generalizada. Depois de 30 anos de ditadura, o país teve a primeira eleição em 1990.
Em 2004, depois de um golpe contra o então presidente Jean-Bertrand Aristide, a ONU enviou uma missão de paz ao Haiti.
Durante 13 anos, o Brasil comandou a missão.
Em 2010, um terremoto deixou um número estimado de 200 mil mortos e afundou o país ainda mais na crise econômica e social.
Em 2017, a missão da ONU terminou sem que o país tivesse chegado a uma maior estabilidade.
O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir nesta quinta-feira (8) para tratar da situação no Haiti. Na semana passada, o conselho já havia dito que estava profundamente preocupado com as "condições políticas, de segurança e humanitárias no Haiti".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que "os autores deste crime devem ser levados à justiça".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou o assassinato de hediondo.
Quem comanda o país agora é o primeiro-ministro interino, Claude Joseph, que anunciou estado de sítio e pediu calma à população.
O embaixador do Haiti nos Estados Unidos afirmou, na noite desta quarta (7), que alguns dos assassinos foram presos. ISSO PRESCISA SER INVESTIGADO ESSE MAGNICIDIO E ESSA CONSPIRAÇÃO CONTRA O PRESIDENTE JOVENEL MOISES E A PRIMEIRA - DAMA QUE SOFRERAM UM ATAQUE CRUEL E BÁRBARO E ISSO É PURA COVARDIA DE GRUPOS DE PESSOAS RICAS QUE QUEREM MASSACRAR MAIS O PAIS E COM CERTEZA EXISTE GRUPOS E ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS ORGANIZADAS NISSO EM PLENO SÉCULO XXI ISSO É HORRIVEL DAR 12 TIROS EM UM PRESIDENTE E 3 TIROS EM SUA ESPOSA NA SUA CASA A QUEM É DE INTERESSE? PORQUÊ? DEVE O BRASIL VOLTAR COM FORÇA ADMINISTRATIVA E ATÉ DE SEGURANÇA JUNTAMENTE COM OS ESTADOS UNIDOS E VÁRIOS PAÍSES DO MUNDO COMO PAISES DA AMERICA DO NORTE E AMERICA CENTRAL E AMERICA DO SUL E TAMBÉM A UNIÃO EUROPEIA COM MUITOS PAISES E ATÉ PAISES DA ÁSIA COMO A CHINA E PAISES DO ORIENTE MÉDIO ATÉ O JAPÃO, TÓQUIO O MUNDO CONDENA ISSO NO HAITI E QUE DEUS ABENÇÕE A FAMILIA DO PRESIDENTE COMO O POVO DE BEM MAIS A SOCIEDADE DO HAITI O PODER EXECUTIVO E LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO TEM QUE MUDAR PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAIS E O CRESCIMENTO POR IDH SER MAIOR.
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kcrev · 5 years ago
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oi gente! eu joguei com essa char em um rp de beauxbatons que teve em 2017 (o magie) e desde que o rp fechou eu tenho esse post nos meus drafts (na época não jogava 1x1 então ele foi ficando), mas a catie é uma char que eu gostei muito de jogar e adoraria revivê-la. se alguém tiver interesse, deixei mais informações sobre ela embaixo do continuar lendo (:
obs: no magie, beauxbatons tinha mais do que sete anos escolares, então pensei que esse plot se passaria em beauxbatons (ou em hogwarts, posso fazer ela ter se transferido) 
★*.✧ Caterina Salazar  ━  the ambitious
Informações básicas:
Nome: Caterina Madalena Salazar Idade: 18 anos Sexualidade: heterossexual Fc: Lucy Hale Au friendly!
Status: FECHADO
About
As constantes ameaças de Grindelwald ao mundo bruxo no inicio do século XX acabou desviando a atenção da comunidade bruxa para outros acontecimentos, tão cruéis quanto os cometidos pelo bruxo, que ocorriam principalmente ao redor da Europa. Naquela época, o mundo trouxa estava preso em uma intensa crise que criou espaço para duas doutrinas totalitárias e bastante opressoras. Inicialmente, a sociedade bruxa acreditava que pouco tinha a ver com a guerra travada entre os trouxas, porém quando perceberam que seus principais líderes tinham o sangue mágico em suas veias, já era tarde demais.  Em Portugal, a instabilidade econômica, social e política era tão profunda quanto nos demais países e, nesse cenário, Salazar iniciou sua ditadura que durou 41 anos.  Como um puro-sangue extremista, Salazar não apenas acreditava que os trouxas eram inferiores aos bruxos, como também que deveriam ser, aos poucos, eliminados. Nos mais de quarenta anos do regime, vários inocentes faleceram e, até os dias atuais, aqueles que carregam o sobrenome Salazar precisam lidar com a culpa. Os Salazar sempre foram grandes na política bruxa e vários de seus descendentes foram Ministros da Magia de Portugal, o que eleva o status de todos os membros da família. E tão poderosos eram na política que poucos se atreviam a contrariar o regime salazarista, no período em que ocorreu. Mesmo que muitos tenham, depois, condenado o regime, até hoje os Salazar possuem enormes influências no Ministério da Magia e, por esse motivo, cada um de seus descendentes tem a vaga garantida em Beauxbatons.
Caterina Madalena Salazar nasceu em uma quente noite de Lisboa, capital de seu país, e é a filha primogênita do casal Manuel e Francesca Salazar. Seus pais já faziam parte de uma geração de bruxos que acreditava na igualdade e na coexistência de bruxos e trouxas e, portanto, condenavam as ações cometidas anos antes. A pequena menina de olhos âmbar sempre foi muito inteligente e sagaz, tendo um excelente relacionamento com sua família, principalmente com a mãe. Francesca nunca foi bem aceita pelos avós de Catie, que tinham um certo receio por ela não ser pura de sangue, mesmo que viesse de uma das mais ricas famílias da Itália. Na época em que seus pais estudavam, Francesca era uma Medici, porém sua mãe era trouxa e nada poderia modificar isso. Apesar de, atualmente, sua família já ter o prestígio do nome de volta e ter enorme poder em Portugal, o passado ainda os assombra. Desde criança, os pais de Caterina fazem enormes esforços para que a menina tenha um bom contato com os trouxas, ainda mais porque ela tem um lado na família não mágico (coisa que seria imperdoável para seu bisavô).  Ao longo dos anos, sua família fundou diversos hospitais, bruxos e trouxas, e sempre está envolvida em projetos sociais para melhorar a vida de quem precisa. Caterina sabe que é um modo de continuarem com o status porém também é uma forma de se redimirem, e orgulha-se todos os dias pela nova postura da família, ainda que os avós não sejam tão pró-trouxas.
Personality
Caterina vive em um mundo cheio de possibilidades, com desafios complexos a todo instante para serem conquistados por ela.  A ambição de uma de suas características mais marcantes, Catie tem o desejo de conquistar o mundo e pode fazer o impossível para que isso se torne realidade. Entretanto,  ela costuma ser uma pessoa que encara as mais distintas situações com a sua grande responsabilidade e estratégia, sabendo sempre os próximos passos que precisa fazer para o sucesso dos seus objetivos. Ela é também impaciente, quer tudo para agora, mesmo quando não é possível. Além disso, Catie tem grandes tendências à liderança, ela é uma garota que tem capacidade de tirar conclusões rápidas e decisivas com facilidade, ela é excelente sob pressão. Todavia, acredita que todo o trabalho é melhor se feito em equipe e Caterina sempre está em busca de interagir com os demais. É extrovertida e sua autoconfiança é bastante acentuada dentro de grandes grupos. A Salazar é uma pessoa dinâmica e de presença, gosta de estar no meio de conversas, principalmente se forem animadas ou até mesmo desafiadoras. Isso revela seu lado que gosta de uma discussão, ela sempre acredita que está certa e aprecia argumentar com os demais sobre suas opiniões, que são fortes e intensas.
É uma garota inteligente, e sábia Caterina possui uma enorme capacidade de persuasão que costuma utilizar com certa frequência. A morena possui um bom jogo de palavras e, usualmente, Catie consegue encurralar as pessoas com as próprias palavras. Além disso, Caterina é independente e possui opiniões convictas para tudo. Ela jamais iria contra seus valores para agradar alguma pessoa ou algum grupo, porém ela é quem acaba modificando a opinião dos outros. Caterina é extremamente teimosa, orgulhosa e decidida, é raro que ela aceite quando é contrariada e essas características já foram a causa de diversas discussões que teve ao longo dos anos. Ela também pode ser um pouco arrogante e bastante autoritária, Catie não liga para o que vão pensar e como vão se sentir após suas duras palavras de líder.  Apesar de não entender muito sobre os sentimentos alheios, ela tem emoções intensas e profundas. Caterina é alguém que ama intensamente mas que também é capaz de odiar, além de ter a capacidade de mudar de humor com grande facilidade.  
Ela é uma pessoa companheira e muito leal, quem conquistar sua amizade e, ainda mais, sua confiança a terá para o resto da vida. Caterina protege aqueles que ama com toda a sua força e é capaz de entrar em brigas por essas pessoas. É fiel, carismática e atenciosa. Protege aqueles que ama com unhas e dentes, sendo capaz de ir contra seus próprios princípios para a proteção de seus amados. Gosta muito de atenção e cuidado, é uma pessoa muito intensa e que aprecia contato físico.
Looking for...
Alguém que a desafie a todo momento. Para a Catie, penso em uma relação meio amor e ódio, em que discussões são muito constantes, porém o amor prevalece.
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official-portugal · 6 years ago
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croissant-au-chocolat replied to your post “Já ouviste falar dos cretinos que andaram a colar cartazes contra a...”
Já para não falar que há pessoal a colocar-se a postos em Portugal. Têm estudado o que se tem feito lá fora, e estão só à espera da sua oportunidade. E apesar de termos tido sorte até agora (o facto da ditadura não ter sido há tanto tempo assim é uma razão), desenganem-se os que acham que estas coisas não nos acontecem a nós. Acontecem pois. Isto é um povo que depois de anos de austeridade foi votar no Passos Coelho outra vez. Somos tão burros como os outros todos.
E toca de meter o Mário Machado na juve leo, ou a ter estágios de advogado, esquecendo os crimes de homícidio e descriminação racial que ele tem em cima (ou o facto de ser casado com uma gaja que paga cotas ao partido socialista lol)
Não, nunca vai tocar a nós. Só acontece lá fora.
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maladiplomatica · 6 years ago
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A vitória de Bolsonaro e sua repercussão internacional.
 Jair Messias Bolsonaro, do PSL (Partido Social Liberal), foi eleito como novo Presidente da República do Brasil com 55,13%, o que equivale a 57.797,847 de votos, contra os 44,87% recebidos por Fernando Haddad, do PT (Partido dos Trabalhadores), conforme informações trazidas pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 Conhecido, principalmente, por suas declarações polêmicas de cunho preconceituoso, Jair Bolsonaro decidiu se candidatar à presidência em março de 2016 e, desde então, vinha dividindo opiniões entre seus apoiadores e seus adversários, o que fez com que as eleições de 2018 fossem marcadas por um profundo segregacionismo entre indivíduos com divergências políticas.
 Jair Bolsonaro, que também exercia cargo militar, trouxe como seu vice-presidente o general aposentado Hamilton Mourão, e seu plano de governo, que pode ser encontrado em PDF no link abaixo, inclui, em apertada síntese, ideias liberais como a privatização de diversas empresas brasileiras, o arrefecimento do estatuto do desarmamento, e traz ainda valores como a liberdade de imprensa, obediência à Constituição e combate às práticas delituosas na política (link: https://www.jairbolsonaro17.com.br/NossoPlano).
 Neste clima de constantes embates ideológicos entre a esquerda e a direita, a imprensa internacional, por óbvio, assim como também fez a imprensa brasileira, manifestou-se sobre a eleição do novo presidente das terras tupiniquins. O resultado, em breve síntese retirada do site “G1”, vocês conferem abaixo:
 ·        
New York Times (Estados Unidos da América): Menciona que os brasileiros escolheram um político de extrema direita, o que não se via desde a redemocratização do país, após o fim da ditadura militar, em 1985. Cita ainda que o presidente eleito, inclusive, exalta os anos em que os militares estiveram no poder no Brasil.
Link: https://www.nytimes.com/2018/10/28/world/americas/jair-bolsonaro-brazil-election.html
 ·        
El Mundo (Espanha): O jornal segue a mesma linha do New York Times, ao dizer que o Brasil elegeu um presidente de extrema-direita após os 30 anos de redemocratização do país e ainda cita o discurso de Bolsonaro que, em síntese, diz que vai governar ao lado da Constituição.
Link: https://www.elmundo.es/internacional/2018/10/28/5bd5dec8ca474126698b457c.html
  * ·        
Le Monde (França): A reportagem traz em sua capa a imagem de um brasileiro com a bandeira de campanha comemorando a vitória de Bolsonaro, o que demonstra um maior apoio ao eleito. O jornal diz que vários líderes latino-americanos felicitaram o novo presidente do Brasil. Segundo a reportagem, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, o uruguaio Luis Almagro, chegou a "aplaudir o discurso da verdade e da paz de Bolsonaro".
Link: https://www.lemonde.fr/ameriques/article/2018/10/30/election-de-jair-bolsonaro-au-bresil-felicitations-sans-reserve-des-dirigeants-latino-americains_5376499_3222.html
  ·        
Corriere Della Sera (Itália): o jornal cita que o adversário de Bolsonaro, Haddad, é sucessor de Lula. Também cita o discurso do novo presidente, que diz que irá defender a Constituição, a democracia e a liberdade. Outro ponto importante é a menção à extradição de do terrorista Cesare Battisti à Itália.
Link: https://www.corriere.it/esteri/18_ottobre_28/elezioni-brasile-exit-poll-bolsonaro-56percento-haddad-44percento-c4aedb86-dafb-11e8-aca4-abf222acb144.shtml
 Há ainda, um podcast chamado Petit Journal, que trouxe uma análise sobre a possível política internacional de Bolsonaro, indicando que haverá um maior distanciamento de países como a Venezuela, e provavelmente haverá uma aproximação dos Estados Unidos e de Israel, além de possíveis reformas quanto às questões do Mercosul (link: https://soundcloud.com/user-85387203/como-seria-a-politica-externa-de-bolsonaro)
Vale lembrar também que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, já felicitou o novo presidente do Brasil (link: https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1056885392522260480).
A Folha de São Paulo trouxe uma matéria dizendo que os ativos brasileiros na Europa e na Ásia saltam após a eleição de Bolsonaro, o que demonstra um grande otimismo dos investidores. Segundo a reportagem, no Japão, o comportamento da bolsa também demonstrou apoio ao recém-eleito. (Link: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/10/etfs-do-brasil-listados-na-europa-saltam-apos-eleicao-de-jair-bolsonaro.shtml).
Segundo informações da VEJA, na Ásia, a preferência dos eleitores brasileiros que lá residem foram pela eleição de Bolsonaro. (Link: https://veja.abril.com.br/politica/em-secao-de-nagoia-bolsonaro-vence-com-93-dos-votos/).
Pois bem, esses são apenas alguns panoramas que a eleição de Jair Bolsonaro provocou ao redor do mundo. Não se pode olvidar que as expressões dos jornais não necessariamente exprimem as ideias dominantes nos outros países sobre os rumos que o Brasil devem tomar.
 Por enquanto, o que nos resta, é aguardar.
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floripahq · 7 years ago
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- ̗̀  e ai, bebês, de boa? eu tenho duas ideias de nxn que estou querendo colocar em prática há algum tempo e, como eu não tenho mais tempo para entrar em rps, achei que essa seria a hora perfeita. vou deixá-las abaixo e, por favor, comentem em qual vocês jogariam ou mandem uma askzinha pra mim, pode ser? ou vocês podem só vir dizer que ambas são péssimas, who knows?
a primeira é sobre personagens baseados em músicas brasileiras. tanto eles individualmente quanto as conexões teriam suas bases no nosso funk, na mpb, no pop e no rock brasileiro. ainda poderíamos ter uns eventos e umas tasks com música também. imagina que incrível um au deles na ditadura, por exemplo, ao som de cálice, de chico buarque. o número de vagas seria mais flexível nesse caso.
a segunda ideia seria um 6x6 ou, no máximo, um 12x12 onde os personagens e suas conexões seriam baseados em signos. eu faria uns mapa astrais bem aleatórios, como na vida, né, mores? e ai cada um basearia seu bebê naquilo. teríamos conexões condizentes e umas tasks de desenvolvimento de personagem mais normalzinhas.
por favor, não deixem de dizer se vocês estariam interessados e se realmente entrariam. a maior vantagem, independente da ideia, é que a flexibilidade com atividade seria total, sério. ambas são para desenvolvimento de personagem e não há porquê correr com isso, certo? além de poder haver flexibilidade para turnar no telegram ou no whatsapp, por exemplo. aguardo a resposta de vocês, meus docinhos de abóbora!!
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ao3feed-choquedecultura · 5 years ago
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by Belgrado
As vidas contrastantes de Júlio e Maurílio acabam por se cruzar de vez em um fatídico dia em outubro de 1967. Em meio a ditadura, os dois jovens decidem participar da história, lutar pela volta dos direitos, de seus ideais e contra o preconceito enraizado na sociedade. "Os amores na mente, as flores no chão, a certeza na frente, a história na mão. Caminhando e cantando, e seguindo a canção..." TW: Capítulo 1: Relação pai-filho abusiva. Suicídio é citado.
Words: 16, Chapters: 1/3, Language: Português brasileiro
Fandoms: Choque de Cultura (Web Series), Overdose (Brazil Web Series)
Rating: Mature
Warnings: Graphic Depictions Of Violence, Major Character Death
Categories: M/M
Characters: Julinho da Van, Maurílio dos Anjos, Renan da Towner Azul Bebê, Rogerinho do Ingá, Rony Thunder, Danny Starr, Johnny Guitar (Overdose)
Relationships: Julinho da Van/Maurílio dos Anjos, Danny Starr/Johnny Guitar
Additional Tags: AU ditadura militar, sprinterkombi, Starryguitar, Podfic Length: 30-45 Minutes, Audio Format: MP3
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bloglivre-blog · 5 years ago
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Cinema: TOP 10 estreias de 2018
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Cinema: TOP 10 estreias de 2018
Em 2018, o universo quadrinhos vai dominar as telonas com dez lançamentos de super-heróis nos cinemas e parece que Hollywood vai precisar se esforçar na luta contra a ditadura do blockbuster nos próximos anos. No dia 04 de março acontece a 90ª edição do Oscar que vai premiar as produções cinematográficas que debutaram no circuito comercial de Los Angeles ou nos festivais de cinema de 2017. A lista TOP 10 filmes que estreiam em 2018 contempla produções que já estrearam no exterior, mas que a partir da próxima semana (08) serão lançados no circuito nacional de cinemas. Sendo assim, filmes que estrearam no mês de janeiro como The Square: A Arte da Discórdia (do cineasta sueco Ruben Östlund, que levou a Palma de Ouro 2017), 120 Batimentos por Minuto (vencedor do Grande Prêmio do Júri de Cannes em 2017) ou Me Chame pelo seu Nome (Luca Guadagnino) não foram incluídos. As estreias dessa semana – A Forma da Água, de Guillermo del Toro, e Loveless, de Andrey Zvyagintsev – franquias cinematográficas, remakes e animações também não foram considerados na lista abaixo:
1 – O SACRIFÍCIO DO CERVO SAGRADO: 8 de fevereiro
Steven (Colin Farrell) é um renomado cardiologista que é casado com a médica Anna (Nicole Kidman), com quem tem dois filhos: Kim (Raffey Cassidy) e Bob (Sunny Suljic). Há algum tempo ele mantém contato frequente com Martin (Barry Keoghan), um adolescente cujo pai morreu na mesa de operação, justamente quando era operado por Steven e que começa a desenvolver uma obsessão por ele. Apesar de presentear Martin com um relógio caro e apresentá-lo à sua família, quando o jovem não recebe mais a atenção de antes, decide elaborar um plano de vingança.
Esse é o sexto longa-metragem de Yorgos Lanthimos, cineasta, produtor e roteirista grego indicado duas vezes ao Oscar: em 2010, por Kynodontas (2010), na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e, em 2015, por O Lagosta (2015), indicado ao prêmio de Melhor Roteiro Original. O roteiro de O Sacrifício do Cervo Sagrado, é um suspense psicológico escrito por Lanthimos em parceria com Efthymis Filippou, a quarta da dupla. Parece que o ator Colin Farrell vem se interessando pela visão do cineasta grego e criando as bases para uma futuras parcerias também uma vez que esse é o seu segundo trabalho com o diretor.
2 – EM PEDAÇOS: 08 de fevereiro
Em Pedaços (Aus dem Nichts) é um drama franco-alemão dirigido e escrito por Fatih Akin. Após cumprir pena por tráfico de drogas, o turco Nuri Sekerci (Numan Acar) leva uma vida tranquila com a esposa Katja Sekerci (Diane Kruger) e o filho Rocco na Alemanha. Certo dia ele e o menino estão no escritório e morrem vítimas de uma explosão criminosa, tragédia que deixa Katja muito abalada. Ela batalha na justiça pela punição dos culpados, um casal neonazista, mas insatisfeita com o desenrolar do caso decide fazer justiça com as próprias mãos.
O filme estreou no Festival de Cannes 2017, no qual competiu para a Palma de Ouro. Diane Kruger levou o prêmio de Melhor Atriz de Cannes por seu papel na produção. Em Pedaços foi vencedor do Globo de Ouro em 2018 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
3 – LADY BIRD – É HORA DE VOAR: 15 de fevereiro
Lady Bird – É Hora de Voar é uma comédia dramática estadunidense escrita e dirigida por Greta Gerwig. Estrelado por Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges, Timothée Chalamet, Beanie Feldstein, Stephen McKinley Henderson e Lois Smith, o longa estreou no Festival de Cinema de Telluride em 1 de setembro de 2017 e teve uma repercussão positiva em todos os festivais por onde passou.
Ambientado em 2002, Christine McPherson (Saoirse Ronan) é uma garota de dezessete anos de idade, inclinada artisticamente, que está no último ano do ensino médio e que deseja mais do que qualquer coisa fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia. A ideia é firmemente rejeitada por sua mãe (Laurie Metcalf), mas Lady Bird (como a garota se autodenomina) é dona de forte personalidade, não se dá por vencida e leva o seu plano adiante.
Greta Gerwig foi co-roteirista e estrela de Frances Ha (2013) e Mistress America (2015), além de ter trabalhado como atriz em outras produções, mas essa é sua estreia como diretora que já lhe rendeu uma indicação ao Oscar de 2018 na categoria Melhor Diretor. Lady Bird – É Hora de Voar recebeu outras quatro indicações: Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan), Melhor Atriz Coadjuvante (Laurie Metcalf) e Melhor Roteiro Original.
4 – I, TONYA: 15 de fevereiro
Dirigido pelo australiano Craig Gillespie, a comédia dramática acompanha a vida da ex-patinadora no gelo Tonya Harding (Margot Robbie). Durante a década de 1990, ela conseguiu superar sua infância pobre, disputou por duas vezes os Jogos Olímpicos, foi campeã do campeonato nacional americano e conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial de 1991. Harding foi a segunda mulher, e a primeira mulher americana, a realizar o salto triplo axel em competições.
O roteiro, escrito por Steven Rogers, aborda os aspectos da relação abusiva da mãe (LaVona Golden) de Tonya durante a criação da garota e as cicatrizes que esse tipo de relação pode deixar. A patinadora entrou no centro das atenções internacionais depois que seu ex-marido, Jeff Gillooly (Sebastian Stan), conspirou com Shawn Eckhardt (Paul Walter Hauser) e Shane Stant no ataque contra a também patinadora Nancy Kerrigan (Caitlin Carver) nas sessões de treinamentos durante o Campeonato dos Estados Unidos de 1994 em Detroit.
O filme foi indicado a três prêmios no Globo de Ouro 2018: Melhor Filme Cômico ou Musical; Melhor Atriz em Comédia ou Musical e Melhor Atriz Coadjuvante em Filme (LaVona Golden), tendo ganhado na última categoria. I, Tonya concorre a três estatuetas no Oscar 2018: Melhor Atriz (Margot Robbie), Melhor Atriz Coadjuvante (LaVona Golden) e Melhor Montagem.
5 – TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME: 15 de fevereiro
Mildred Hayes (Frances McDormand) é uma mulher inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha. Ela decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em forma de protesto em uma estrada raramente usada. A atitude inesperada repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby (Woody Harrelson), responsável pela investigação.
Três Anúncios para um Crime é um filme policial de humor negro britânico-americano, escrito, produzido e dirigido por Martin McDonagh. Estrelado por Frances McDormand, Woody Harrelson, Sam Rockwell, John Hawkes e Peter Dinklage, venceu em quatro categorias da 75ª edição do Globo de Ouro, incluindo Melhor Filme de Drama, em um total de seis indicações. Recebeu sete indicações na 90ª cerimônia do Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante, sendo disputado por dois atores do longa-metragem: Woody Harrelson e Sam Rockwell.
6 – MUDBOUND – LÁGRIMAS SOBRE O MISSISSIPI: 15 de fevereiro
Escrito e dirigido por Dee Rees (Bessie, de 2015), Mudbound: Lágrimas sobre o Mississipi conta a história de dois soldados, um negro (Jason Mitchell) e um branco (Garrett Hedlund), que voltam da Segunda Guerra (1939-1945) para uma pequena cidade rural no Mississippi. Precisam então aprender a lidar com a nova vida após o combate e com o racismo existente na população local. O filme é baseado no romance homônimo de Hillary Jordan, publicado no Brasil pela Editora Arqueiro em janeiro de 2018. 
A paisagem do delta do Rio Mississippi serve de cenário para o drama escrito por Dee Rees em parceria com Virgil Williams. A diretora de fotografia do longa, Rachel Morrison, marcou a história nesse ano como a primeira mulher a ser indicada ao Oscar na categoria. Estrelado por Carey Mulligan, Garrett Hedlund, Jason Clarke, Jason Mitchell e Mary J. Blige, o filme recebeu outras três indicações: Melhor Atriz Coadjuvante, com Mary J. Blige; Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção.
7 – TRAMA FANTASMA: 22 de fevereiro
Talvez esse seja um dos filmes mais aguardados do ano para os cinéfilos. Trama Fantasma é um drama escrito, dirigido e filmado por Paul Thomas Anderson. Estrelado por Daniel Day-Lewis, Lesley Manville e Vicky Krieps, a história é ambientada no mundo da alta costura de Londres na década de 1950. Reynolds Woodcock (Day Lewis) é um designer de moda contratado para projetar roupas para membros da alta sociedade, da família real e estrelas do cinema. Mulheres vem e vão na vida de Woodcock, mas aparentemente tudo muda quando ele conhece Alma (Vicky Krieps), uma bela mulher que se torna sua companheira e musa. Porém, como o trailer deixa evidente, a personalidade de Woodcock é misteriosa e esconde segredos.
Em junho de 2017, a porta-voz de Day-Lewis, anunciou que o ator vencedor de três Oscar está se aposentando após esse trabalho. Essa é a primeira produção de Anderson a ser filmada fora dos Estados Unidos e a sua segunda colaboração com Day-Lewis após There Will Be Blood (2007), que lhe rendeu o segundo Oscar de Melhor Ator. Trama Fantasma concorre ao Oscar 2018 em seis categorias: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora Original.
8 – OPERAÇÃO RED SPARROW: 01 de março
Operação Red Sparrow é o novo longa-metragem de Francis Lawrence, cineasta austríaco naturalizado americano, que estreou no cinema em 2005 com Constantine (2005), adaptação do personagem John Constantine, da DC Comics, protagonista da revista Hellblazer. Francis também dirigiu a trilogia Jogos Vorazes. O filme de espionagem é baseado no livro Red Sparrow (publicado no Brasil com o título de Roleta Russa, em 2014, pela Editora Arqueiro), escrito por Jason Matthews um ex-agente da CIA. Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) é uma talentosa bailarina que se vê convencida a se tornar uma Sparrow, ou seja, uma sedutora treinada na melhor escola de espionagem russa.
Após passar pelo árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa espiã do país e precisa lidar com o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam desenvolvendo uma paixão proibida que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas. Estrelado por Jennifer Lawrence, Joel Edgerton, Jeremy Irons, Matthias Schoenaerts, Ciarán Hinds, Joely Richardson, Mary-Louise Parker e Charlotte Rampling, o longa estreia no Brasil dia 01 de Março pela 20th Century Fox.
9 – PROJETO FLÓRIDA: 01 de março
Dirigido por Sean Baker, e escrito por ele em parceria com Chris Bergoch, Projeto Flórida (The Florida Project) é um drama estadunidense estrelado por Brooklynn Prince, Christopher Rivera, Valeria Cotto, Aiden Malik, Bria Vinaite e Willem Dafoe. O filme estreou no Festival de Cannes em maio de 2017 e aborda a precariedade em que vivem milhares de famílias ao longo da estrada 192 que circunda a Disneylândia.
As contradições e o contraste entre a “felicidade” dos parques temáticos e a realidade difícil dessas famílias chamou a atenção de Sean Baker, dando origem a um dos filmes independentes mais aclamados do ano. O longa catapultou o ator Willem Dafoe na corrida do Oscar 2018 na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.
10 – JOGADOR N.º 1: 29 de março
Baseado no primeiro livro de Ernest Cline, o romance foi lançado originalmente em 16 de agosto de 2011 pela Random House e publicado no Brasil em 2015 pela editora LeYa. A história se passa no ano de 2044 e o mundo está diante de uma grande crise energética, destruição e pobreza são os cenários mais comuns. A única escapatória é o OASIS, uma realidade virtual onde a maioria das pessoas passa grande parte do seu tempo: estudam, trabalham, jogam e interagem umas com as outras, assim elas economizam combustível (recurso escasso), evitam ficar muito tempo em contato com a poluição e tem mais acesso a cultura e informações.
Wade Watts (Tye Sheridan), como o resto da humanidade, prefere a realidade virtual do jogo OASIS ao mundo real. No jogo, seus usuários devem descobrir a chave de um quebra-cabeça diabólico, baseado na cultura do final do século XX, para conquistar um prêmio de valor inestimável. Wade resolve participar da competição e logo se encontra em uma fantástica e perigosa aventura.
Dirigido por Steven Spielberg, o cineasta explicou (via IGN) que em Jogador Nº 1 “há uma sociedade distópica e toda a economia está desmoronando. É um ótimo momento para fugir. Então a realidade virtual será como uma super-droga”. Apesar de se tratar de uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade ser mera coincidência, a projeção de um futuro onde as pessoas usam a realidade virtual para escapar do abismo no qual a Terra se transformou é chocante.
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nafiladopao · 6 years ago
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espremedores que transformam homens em suco
No ínicio da décade de 1970, houve no Brasil um número altíssimo de deslocamente humano, o que trouxe muitos migrandes do Nordeste para São Paulo. O filme O Homem que virou suco, de 1981, relata as dificuldades de Deraldo, um migrante nordestino em São Paulo.
O protagonista veio da Paraíba para São Paulo, para assim como muitos, tentar uma vida melhor na grande metrópole,  centro da industrialização. A diferença de Deraldo é que é um poeta e de sua poesia quer viver. Consciente do funcionamento do sistema, do qual tenta fugir ao máximo vendendo seus poemas na praça e não tendo um trabalho "regular", acaba sendo confundido com José Severino da Silva, um homem com a mesma cara que a sua, mas com nome e história diferentes, embora possuam a mesma origem, amos nordestinos. Severino veio do Ceará pra São Paulo, e ao receber uma medalha de funcionário do ano, assassina seu chefe com uma peixeira. A partir dessa história O Homem que virou Suco, escrito e dirigido por João Batista de Andrade aborda diversos assuntos, além da discriminação passada pelos nordestinos em terras paulistas, é uma denúncia de um sistema opressor contra as minorias, e sua sobrevivência.
Quando falamos do significado do trabalho dentro do capitalismo, entendemos que há uma prestação de serviço da parte do prestador de serviços para o empregador, esse numa escala social mais alta. Em sua grande maioria, o retorno dessa prestação de serviço não é proporcional ao trabalho que foi prestado. A premissa do trabalho dentro do capitalismo é o trabalho assalariado.
"Ou seja, duas classes devem obrigatoriamente (mas não unicamente) constituir as relações econômicas: a classe burguesa, que é proprietária dos meios de produção e a classe proletária, que nada possui além da própria força de trabalho para vender. A burguesia, por ser dona dos meios que facilitam/permitem a produção das mercadorias e também por possuir capital suficiente para ‘fazer andar o processo produtivo’, enxerga-se no total direito de comprar a força de trabalho do proletário, que aparece enquanto ‘sujeito livre’, uma vez que tem a liberdade para escolher para quem trabalhará, ou, em outras palavras, para quem, para sobreviver, deverá vender a sua força de trabalho"
"Quanto a grande quantidade de trabalhadores que para obter seus meios de sobrevivência adentram no cada vez menos crescente rol dos trabalhadores industriais, sofre aquilo que Marx chamou de alienação, ou seja, tais trabalhadores não se sentem responsáveis pela produção de determinado elemento, de determinado produto. Esse estranhamento por parte dos trabalhadores pelas mercadorias que eles mesmos produzem, numa dinâmica industrial, pode gerar um sentimento de frustração pela inacessibilidade e pelo não-desenvolvimento de suas potencialidades em sua atividade, já que seu trabalho não fornece subsídios para que o indivíduo que fez determinada mercadoria tenha acesso a ela. Por exemplo, se um trabalhador que executa suas atividades numa montadora de carros, montando peças de automóvel num modelo de produção difundido a partir do toyotismo, seu emprego não lhe pagará o suficiente para que esta pessoa possua um carro cujas partes foram feitas por este mesmo trabalhador. Além de, obviamente, este não conseguir identificar quais carros são compostos pelas peças que ele monta. Com isso, constata-se que não trabalha para si, mas para o grande industrial. Todavia, a manutenção da falsa ilusão de que o trabalhador é livre para escolher para quem trabalhar, acaba por criar a propagação de uma liberdade irreal, falsa: o trabalhador não é livre, mesmo tendo certa “mobilidade” quanto aos ambientes em que pode executar suas atividades, ele estará inserido num processo de alienação constante. Tal fato é bastante evidente na atual sociedade. A centralidade do trabalho na sociedade atual está situada num plano de constante competitividade e mecanização da produção. Esse fato não exclui a mão-de obra humana, mas isso gera um uso cada vez menor desta, que passa a ser mais criteriosamente selecionada. Aí está o cerne desta competitividade desigual, pois como ter qualificação se isso se torna cada vez mais inacessível, impossibilitado para o trabalhador? Esse e outros fatores problematiza crescentemente a complexidade e disparidade da relação entre a (nova) organização do trabalho e o capital." 1
Deraldo tem consciência dessa opressão, de como ela o esmaga, fazendo-o esquecer de suas raízes, até transforma-lo em suco. Um homem suco e massa, fruto da cultura de massa e da alienação.
“O Deraldo é um símbolo de resistência. Sempre fomos dominados pela cultura de fora do país. O objetivo da ditadura militar era criar identificação com a cultura dos Estados Unidos, para sermos apenas consumidores. Mas, no filme, o Deraldo resiste”. 2
Deraldo inevitavelmente é esmagado, mesmo sendo um sobrevivente dessa "adestração". Entende que é necessário "fazer parte" desse mercado de trabalho para sobreviver, principalmente depois de passar a ser confundido por Severino. Ele deixa de tentar vender suas poesias.  Acaba trabalhando primeiro em um a loja de verduras, mas desiste pois não aguenta o trabalho braçal; segue trabalhando em uma obra, mas não aguenta por muito tempo a exploração. E por fim, trabalha em uma casa de família, mas mais vez não aguenta por muito tempo a hierarquia em que está inserido. Deraldo definitivamente não se adequa ao modo de trabalho.
Severino da Silva, homem com quem Deraldo é confundido, é outra vítima, mesmo sendo um assassino ou fura-greve:
"É interessante que esse sósia não seja um admirável operário. Ele é um fura-greve, um delator, um traidor odiado pelos operários lutadores, um solitário na sua traição. De todos, é o mais oprimido e leva sua opressão até a loucura. Ele interioriza a ideologia do patrão, tal qual o trabalhador a que João Batista deu grande destaque em um de seus primeiros filmes - Liberdade de imprensa. Talvez, na obra de João Batista, esse seja o símbolo máximo da opressão. E é justamente esse traidor --- o oposto dos operários que vemos nos quatro breves planos --que Deraldo tem que carregar como uma cruz. Entre os dois, encontramos afinidades e oposições. Deraldo é uma artista da palavra, enquanto seu sócia não fala nunca (se estou bem lembrado). Os gestos do sósia louco ameaçando com sua peixeira inimigos imaginários lembram os gestos de Deraldo vestido de cangaceiro, no sonho, investindo a peixeira contra a roda de curiosos na rua." (BERNARDET, 2003, p. 271)
Deraldo tem que recorrer a trabalhos que não se adequa, assim como Severino, seus colegas de obra, e todos que fazem parte do proletáriado. Mas a diferença de Deraldo, é que é letrado, alfabetizado, intelectual e civilizado,  entende de seus direitos.
"Como poeta e intelectual, Deraldo está integrado no meio social de que é para que fala. É um intelectual do povo, o que diferencia dos intelectuais que se encontravam nos filmes do Cinema Novo na década de 60. A harmonia é perfeita na sequência do dormitório: ele é o letrado que lê e escreve cartas familiares para os operários analfabetos e essa é uma das poucas sequências em que não é agredido e não agride.
Por outro lado, Deraldo não está inserido na produção, como os outros operários do filme. Não pára em lugar algum. Além da de poeta, não tem capacitação específica. É solitário e solto." (BERNARDET, 2003, p. 271)
"Podemos dizer que Adorno foi um filósofo que conseguiu interpretar o mundo em que viveu, sem cair num pessimismo. Ele pôde vivenciar e apreender as amarras da ideologia vigente, encontrando dentro dela o próprio antídoto: a arte e a limitação da própria Indústria Cultural. Portanto, os remédios contra as imperfeições humanas estão inseridos na própria história da humanidade. É preciso que esses remédios cheguem a consciência de todos (a filosofia tem essa finalidade), pois, só assim, é que conseguiremos um mundo humano e sadio." 3
As palavras referidas a Adorno se assemelham a Deralvo e sua resistência.
"Humilhado e subjugado pela sociedade paulistana, Deraldo não se adapta a exploração do serviço braçal e decide então resgatar a história de Severino através da poesia de cordel, restabelecendo a sua própria identidade nordestina." 4
O segundo assunto que será aqui abordado, e também é tratado no filme, é a migração dos nordestinos para São Paulo. Diarimente, migrantes vindos principalmente do Nordeste também viram suco devido a esmagadora exploração. Além preconceito contra os nordestinos, é baseado na premissa de que se aqui não tem emprego nem para os que nasceram no estado, e dessa forma não tem sentido os nordestinos saírem de sua cidade para vir ocupar outra. Assim, são diariamente chamados de ignorantes, e neles é colocada a culpa de diversos problemas como o de superpopulação.
"Num audiovisual apresentado no canteiro de obras do metrô para os novos operários,Virgulino, o Lampião, um dos maiores símbolos de força e resistência do sertão, é chamado de palhaço, pirracento, ignorante e é humilhado pelos próprios companheiros, quando este vai trabalhar nas obras do metrô. Ele é expulso com cuspes na cara e volta para o norte como um derrotado. Antes de apresentar o audiovisual, o monitor de recrutamento enfatiza a pronúncia e explica o que é um au-dio-vi-su-al, e deixa claro que é para evitar problemas e que o mesmo será mostrado e discutido durante três dias. Deraldo que assiste seu mito ser execrado e humilhado, se vê como o próprio Lampião. Matar lampião para ele é matar a si próprio enquanto indivíduo. A todo momento a sociedade tenta destruir seus símbolos."
“A obra não é uma vaquejada” diz o mestre de obras. A entrada para o refeitório reproduz a entrada de um curral. Ao migrante é sempre lembrado a sua origem e a sua diferença, para que ele não tente reproduzir sua cultura e que simplesmente a esqueça. Deraldo um poeta popular, revoltase contra esta situação e se torna uma consciência crítica deste tratamento aos seus conterrâneos. O que fica claro quando Morin define que a “consciência que pretende realizar a sua plenitude cultural, e portanto derrubar a tirania dos senhores, mas também a consciência que, mais ou menos reconhecida no seio de uma civilização evoluída deseja a libertação das consciências ainda oprimidas e não tolera que haja homens que não sejam reconhecidos como homem” (1970, p.252) e ele completa “a diferenciação social e a luta de classes, exercem pressão sobre a consciência e o horror da morte” (1970, p.48). A sociedade quando se sobrepõe ao indivíduo elimina a consciência e o horror da morte, colocando-se acima das suas individualidades. Como o coronel do sertão que no filme é representado por um fazendeiro nordestino, só a ele é permitido o direito do horror da morte e a certeza da imortalidade. Em certo momento do filme, quando Deraldo lhe tira as botas, ele ironiza a situação do retirante: “Na Paraíba só não é rico quem não quer, o que falta no povo é cultura”. 4
Em umas das cenas iniciais, quando vende seus poemas na praça, um fiscal da prefeitura o aborda, pedindo documentação enquanto fala: "Ta pensando que isso aqui é Nordeste?"
"O engodo batizado de “milagre econômico”, no início da década de 1970, provocou um deslocamento humano impressionante no Brasil. Em seu trabalho acadêmico “Nas terras do Deus-dará - Nordestinos e suas redes sociais em São Paulo”, de 1998, Dulce Tourinho Baptista informa que os nordestinos representavam 27,8% do total de migrantes recebidos pelas terras paulistas em 1950. O índice saltou para impressionantes 49% em 1974.
Essa gigantesca mão-de-obra migrante incomodou os habitantes de São Paulo. “Os preconceitos habitualmente ficam exacerbados em situações de crises econômicas e sociais, quando a luta pela sobrevivência no mercado de trabalho se agudiza e se procura eliminar rivais e concorrentes”, comenta o psicanalista e escritor Sérgio Telles. Porém, nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem diminuído no Nordeste. Segundo o estudo “Nova geoeconomia do emprego no Brasil”, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os estados do Ceará, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões." 5
O preconceito contra os nordestinos mostrado no filme, que foi feito nos anos 80, ainda é atual. Existe uma implicância contra esses migrantes mesmo quando estão em uma classe social mais alta. Houve uma diminuição dessa migração para São Paulo, mas um aumento de preconceito. O que acontece é uma ignorância sem fundamento, e essa implicância dificulta a vida de Deraldos e Serevinos todos os dias. Deraldos e Severinos que são vítimas de um sistema, tanto quanto nós, nascidos em São Paulo, Rio de Janeiro ou mesmo em outro país.
Referências:
1 - O HOMEM QUE VIROU SUCO: A SÍNTESE REESTRUTURADA DO TRABALHO.
MELO, Luciana Marinho de e SANTOS, Marcus Vinicius de Almeida Lins –
Universidade Federal de Alagoas.
Dísponível em:
<http:www.estudosdotrabalho.org/...trabalho.../Luciana_Melo_e_Marcus_Santos_o_homem_que_virou_suco_a_sintese_reestruturada_do_trabalho.pdf.>
Acesso em: 27.Nov. 2010.
2 - DUMOND, José em "A arte contra o espremedor" por PALHARES, Marcos.
Disponível em: <http://www.revistaforum.com.br/noticias/2009/04/09/a_arte_contra_o_espremedor/>
Acesso em: 29 Nov. 2010.
3 - SILVA, Daniel Ribeiro. Adorno e a Indústria Cultural.
Ano I - Nº 04 - Maio de 2002 - Quadrimestral - Maringá - PR - Brasil - ISSN 1519.6178
Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br//04fil_silva.htm>
Acesso em: 30 nov. 2010.
4 - MOURA, Hudson. O Exílio e a Morte Simbólica no cinema e na literatura popular dos Homens que Viraram Suco.
Disponível em: <www.bocc.uff.br/pag/moura-hudson-exilio-morte-simbolica.pdf>
Acesso: 30 Nov. 2010.
5 - MOURA, Hudson. O Exílio e a Morte Simbólica no cinema e na literatura popular dos Homens que Viraram Suco.
Disponível em: <www.bocc.uff.br/pag/moura-hudson-exilio-morte-simbolica.pdf>
Acesso: 30 Nov. 2010.
6 - Migração nordestina e preconceito em "A arte contra o espremedor" por PALHARES, Marcos.
Disponível em: <http://www.revistaforum.com.br/noticias/2009/04/09/a_arte_contra_o_espremedor/>
Acesso em: 29 Nov. 2010.
BERNARDET, Jean-Cleaude. Cineastas e Imagens do Povo. São Paulo: Cia das Letras: 2003.
de 2011, aula de crítica cinematográfica/UAM, Cinema e Roteiro.
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john-merlyn · 6 years ago
Note
♡ : Accidentally falling asleep together (Katherine e John)
DITADURA AU
O quarto era amplo, assim como o resto da casa. Luzentrava pelas frestas das várias janelas de madeira em todos os cômodos, eneste não era exceção. Era estranho para alguém que vivera os últimos anosapenas em claustrofobia sombria, tanto espaço e tanta claridade. Não era ruim.Em alguns momentos, ele se perguntava se não teria morrido e aquilo era oparaíso.
Ainda assim, era estranho. A cama era macia demais, eele passara a maior parte do tempo desde que chegara sentado no chão, a cabeçaencostada no dossel antigo, apenas respirando fundo e admirando a paisagem.Cristina estava em um escritório do outro lado do corredor, fazendo ligações, esua voz se tornara um ruído branco – múltiplas variações de “Eu encontrei ele... De verdade, dessa vez,ele está aqui em casa!... Não sei direito o que fizeram, nada bom... Certo,venha logo”. Aos poucos, tudo ao seu redor ficava mais nítido e eleconseguia formar pensamentos com muito mais facilidade.
Uns poucos pares de caixas estavam empilhados em umdos cantos do quarto. “São suas coisas”,Cristina lhe dissera. “Foi o queconseguimos salvar do apartamento depois dos milicos revirarem tudo.” Joãoainda não tocara em nenhuma delas, com uma apreensão bem amarrada ao fundo deseu estômago, temendo as lembranças que imagens de um passado mal lembradopoderiam acordar.
E então, não saíra de seu lugar.
Não demorou muito para que o céu do lado de foraescurecesse. Ele e Cristina jantaram,nada elaborado (“Caralho, esqueci defazer a feira”). Pão, carne e chá – ele não fazia ideia até aquele momento doquanto tinha sentido falta da bebida que ele e sua amiga amavam –, mas para eleaquilo parecia mais um manjar divino. Além disso. Não tinha como descrever oquão precioso era comer novamente com Cris.
“Tem gente vindo pra cá. Não sei se vão chegar hoje; a maior parte dopessoal saiu daqui do Rio, acabei sem te dizer. Mas eles estão vindo.” Ela lhe ofereceuum sorriso, e ele tentou retribuí-lo da melhor forma possível. Provavelmentefalhara miseravelmente, mas se foi o caso, Cristina não deu indícios. “Desculpa por não ter parado ainda e ficarcom você, eu realmente tenho que resolver umas coisas ainda-”
João balançou a cabeça, ficando tonto no processo.Tinha quase certeza de que as coisas que ela tinha para resolver envolviam aconfusão que ela provavelmente se envolvera para tirá-lo de seu purgatóriosua prisão seu cativeiro do hospital, mas preferiu não mencionar suasuspeita, por mais que ela gelasse sua espinha e arrepiasse os pelos de seusbraços.
“Tudo bem. Depois.” Se expressar em palavras ainda era muito anormal paraseu consciente. A dose diária dos remédios que lhe entorpeciam a todo o momentoestava se dissipando cada vez mais rápido em sua corrente sanguínea, mas issonão apagava os anos de repressão constante. Felizmente, Cristina pareceuentender: eles ainda teriam muito tempo para isso.
Os dois voltaram para os quartos, e ele não tem certezade quanto tempo passou para seus olhos serem atraídos pela forma preta por trásdo papelão. Ele se aproximou devagar, como se visse um animal assustado. Paraele, era quase que uma miragem. Mas não, estava mesmo ali: sob uma camada depoeira, o estojo de vinil preto com seu antigo violão dentro.
Em instantes, estava de volta ao chão, segurando oinstrumento como se fosse alguma joia preciosa. Algo dentro de si pareceucompleto novamente, e antes que pudesse perceber, estava dedilhando as cordasde metal e nylon, ajustando a afinação de cada uma. Uma onda de insegurança lhetomou – será que ainda conseguiria...
Mas suas mãos se moviam com memória muscular – quasecomo andar de bicicleta, ele estava tocando de novo, e sua ansiedade se aplacoupelo momento. Não reconheceu nenhuma melodia específica de imediato, apenasdançando pelos acordes de forma simples e familiar.
Não demorou para que começasse a procurar em suasmemórias por algo mais concreto. Era difícil, e a maior parte das canções semisturava. Com algum esforço e vários erros, passou a dedilhar uma sequência deacordes, mas-
Ele não conhecia aquela música. Não de antes, pelomenos. Era uma melodia melancólica, uma valsa simples, mas bela. A letra nãolhe vinha, mas ele não estava inventando nada ali.
Em um momento de compreensão que poderia muito mesmoser um soco em seu estômago, João percebe que escutou a música em um dos rarosmomentos que o rádio estava ao seu alcance, no purgatório prisão câmarade tortura hospital.
Respirou fundo, tentando acalmar seus batimentosacelerados. Concentrou-se em tentar encontrar os versos perdidos em seusubconsciente, como se fossem a chave para apaziguar seu pânico. Depois demuitas repetições, ele conseguira cantar (a voz rouca, praticamentesussurrante) quase toda a letra, que lhe trazia uma nostalgia profunda remetidaa um conto de fadas, com exceção das últimas estrofes.
 “Vem, me dê a mãoa gente agora __ ___ _____ medono tempo __ _______ ____ ___ a gente nem tinha nascido.
____ ___ fatalque o faz-de-conta terminasse _______ __ _____ ______ ___ ___ noite que não tem mais fim-”
 Soltou um murmúrio de frustração, repetindo o ritmomais devagar como se assim pudesse descobrir como a música era, como o fim eracantado. Tinha praticamente desistido quando uma voz surge vinda da soleira daporta, completando os espaços que faltavam.
“A gente agora já não tinha medo./ No tempo da maldade acho que a gentenem tinha nascido./ Agora era fatal,/ que o faz de conta terminasse assim/ pralá deste quintal/ era uma noite que não tem mais fim.” A mulhersuspirou antes de cantar a última estrofe, a que ele não conseguira lembrarabsolutamente nada “Pois você sumiu no mundo sem me avisar, e agora eu era a louca aperguntar; o que é que a vida vai fazer de mim?”
Catarina o encarava de pé na entrada de seu quarto.
No tempo em que ainda conseguia sonhar, ele imaginara estemomento. Ele correria até ela, levantando-a do chão em seus braços. Beijariaseu rosto e seus lábios com uma paixão indescritível, inspiraria o perfume doscabelos cor de fogo como se fosse seu próprio oxigênio, e a abraçaria tão forteque temeria quebrar algum osso.
A realidade era muito diferente. Alguns momentos sepassaram antes que ele conseguisse encontrar forças para se levantar.
“Não sabia que você conhecia essa música”, é aprimeira coisa que ela diz quando se aproxima do corpo trêmulo dele. Está maismagra, e o cabelo, mais curto. A pele está um tanto pálida com a luz que vem danoite lá fora. Os círculos escuros abaixo dos olhos não surgiram de ontem parahoje, ele sabia, foram cultivados por meses, até anos, de noites mal dormidas.
Ela continuava sendo a coisa mais bela que já haviavisto.
“Eu também não.”
Se beijaram com suavidade quase desconhecida, seabraçaram com uma delicadeza inimaginável. Inspirou o perfume dela – nuncamudara, em todo esse tempo – e poderia não ser indispensável para suasobrevivência, mas continuava sendo o que lhe dava vontade de viver.
Eles tinham muito o que conversar. Se pudesse, João lhediria tudo o que estava sentindo, tudo o que sentiu, tudo que nem mesmo sabeexplicar, o quanto ele sentira saudade dela e como ele perdera parte de si, oquanto isso lhe trazia medo. Todo o tempo roubado e perdido entre os dois, aviolência irreparável que fora cometida à eles e à sua volta. Mas naquelemomento, naquela situação preciosa que se encontravam, palavras não lhe vinhame nem bastariam.
“Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo.” Ele apenas consegue repetircom sua voz falha e fraca junto ao ouvido dela, e ela não demora paraacompanhar o coro, entonação límpida e clara.
-
João não poderia dizer em que momento seguiram para acama ou a que horas adormeceram, ainda entrelaçados, tendo certeza que o outroestava ali, que aquilo era mesmo real. Quando ele dá por si, raios de sol dançamgentis sobre seus corpos, e ele abre os olhos para ver os braços finos dela porcima de sua cintura.
Ele vira o rosto para observá-la, e encontra olhosazuis e sonolentos fazendo o mesmo consigo.
Pela primeira vez em quem sabe quanto tempo, eledormira bem.
“Oi”, Catarina diz, os dedos traçando o rosto magro demaisde João – ele não tivera coragem de se encarar no espelho ainda, e só podiaimaginar o quão destruído estava. Não tinha importância, não ali.
Eles tinham muito o que conversar. Anos roubados,memórias nebulosas, momentos sombrios. Mas agora, tudo o que precisa-
“Oi”, ele responde.
Os dois sorriem.
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magaligianni · 6 years ago
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#LEANDROKARNAL Sois rei, sois real Exatamente hoje, primeiro de julho, há 24 anos, nascia o novo nome do meio circulante que usamos: o real. Criada no governo Itamar Franco com seu ministro da Economia, Fernando Henrique Cardoso, a moeda representou um longo período com inflação menor se comparada a etapas anteriores. A novidade nasceu poderosa: o real valia mais do que o dólar na estreia. Depois, claro, nosso dinheiro ficou mais humilde e os valores voltaram ao leito de sempre. Com algumas exceções, a partir de 1994 cresceu no Brasil um sentimento de otimismo oposto ao dominante na década anterior. Os anos 1980 foram de “estagflação”, estagnação econômica e desvalorização da moeda. O Brasil havia emergido da ditadura civil-militar com mais de 220% de inflação ao ano e de joelhos diante do FMI. A Nova República veio e surgiu o Plano Cruzado, que seria o primeiro de muitos coelhos retirados de uma cartola mágica desastrosa. Sarney entregou o poder com inflação superior a 84% ao mês, quase 2000% ao ano, em 1990. A década de 1980 terminava com crise econômica, pessimismo e decepção com a precocemente envelhecida Nova República. Os dois presidentes vitoriosos em um Colégio Eleitoral, Figueiredo e Sarney, acumularam, segundo levantamento do Estadão, a cifra inflacionária inacreditável de 36.850.000%. “É a economia, estúpido!” A frase da campanha de James Carville a serviço do candidato Bill Clinton continua válida. O real apresentou uma estabilidade superior aos planos anteriores e, com solavancos, solidificou o crescimento da confiança do consumidor e dos investidores. A moeda levou Fernando Henrique Cardoso à Presidência e sobreviveu a uma forte crise especulativa. A economia estável no início do século 21 trouxe novos grupos de consumo, mudanças genericamente chamadas de “revolução do frango” e “revolução do iogurte”. Galinhas e potinhos de laticínios eram o outdoor orgulhoso do plano. O primeiro Bourbon francês, Henrique IV, talvez tivesse prometido ao ministro Sully como meta monárquica um frango na panela de cada camponês aos domingos. O que o “poule au pot” representou para o marketing real em Paris o franguinho assado de domingo repetiu no Brasil. #Estadão
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claudinei-de-jesus · 4 years ago
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LE POUVOIR DES JEUNES
«C'est classique au Brésil: lorsque les classes moyennes sont mobilisées, les étudiants passent en premier.»
Alfredo Sirkis, articulateur politique, 1992.
Ils s'habillent.
Ils mettent leurs T-shirts verts et jaunes.
Ils peignent leurs visages.
Ils rencontrent leurs amis.
Ils ne vont pas dans les centres commerciaux.
Ils ne vont pas dans une discothèque.
Ils n'iront pas au club.
Ils descendent dans la rue!
Les jeunes protestent de nos jours!
Dans les années 80, les étudiants sont descendus dans la rue pour revendiquer la démocratie contre la dictature.
À partir des années 90, la jeunesse ouvre la voie à une démocratie sans corruption.
Bonne humeur, irrévérence et organisation sont présentes dans les protestations de la grande tribu brésilienne.
Le ton officiel de la vieille politique contraste avec la spontanéité. Il n'y a plus de place pour la pompe et les circonstances!
Les cheveux longs et les boucles d'oreilles remplacent le gel capillaire; les T-shirts verts et jaunes ou noirs remplacent le costume et la cravate.
De nouveaux temps… de nouvelles façons!
1) D'après le texte, qu'est-ce qui est classique au Brésil?
a) N'allez pas dans les centres commerciaux, les clubs et les clubs.
b) Les étudiants descendent dans la rue pour revendiquer la démocratie contre la dictature.
c) Lorsque les classes moyennes sont mobilisées, les étudiants prennent les devants.
d) Les jeunes du pays mènent une manifestation démocratique contre la corruption.
e) Les gens changent leurs habitudes chaque jour qui passe.
2) Qu'est-ce que les étudiants des années 80 sont allés faire dans la rue?
a) Ils ont réclamé le fait qu'ils ne s'amusent plus comme avant.
b) Ils sont allés montrer au pays qu'ils sont capables de changer leurs propres habitudes.
c) Ils recherchaient la paix qui manquait depuis longtemps au pays.
d) Ils sont allés montrer qu'il n'y a plus d'espace pour les expositions et les cérémonies.
e) Est allé se battre pour la démocratie et protester contre la dictature. O PODER DA JUVENTUDE
“É clássico no Brasil: quando as classes médias estão mobilizadas, os alunos vêm em primeiro lugar.”
Alfredo Sirkis, articulador político, 1992.
Eles estão se vestindo.
Eles estão vestindo suas camisetas verdes e amarelas.
Eles estão pintando seus rostos.
Eles estão encontrando seus amigos.
Eles não estão indo para os shoppings.
Eles não vão a uma discoteca.
Eles não vão ao clube.
Eles estão indo para as ruas!
Os jovens de hoje estão protestando!
Na década de 80, estudantes foram às ruas reivindicar a democracia contra a ditadura.
A partir dos anos 90, a juventude está liderando o caminho para a democracia sem corrupção.
Bom humor, irreverência e organização estão presentes nos protestos da grande tribo brasileira.
O tom oficial da velha política contrasta com a espontaneidade. Não há mais lugar para pompa e circunstância!
Cabelo comprido e brincos estão substituindo o gel de cabelo; as camisetas verdes e amarelas ou pretas estão substituindo o terno e a gravata.
Novos tempos ... novos caminhos!
1) De acordo com o texto, o que é clássico no Brasil?
a) Não ir a centros comerciais, discotecas e clubes.
b) Estudantes irem às ruas reivindicar pela democracia contrariando a ditadura.
c) Quando as classes médias se mobilizam, os estudantes saem na frente.
d) Uma população jovem do país liderar um protocolo de democracia contra a corrupção.
e) As pessoas trocarem de hábitos a cada dia que passa.
2) O que os estudantes dos anos 80 foram fazer nas ruas?
a) Foram reivindicar pelo fato de que eles não estão mais se divertindo como antes.
b) Foram mostrar para o país de que são capazes de mudar seus próprios hábitos.
c) Foram buscar a paz que há muito tempo faltava para o país.
d) Foram mostrar que não á mais espaço para exibições e cerimônias.
e) Foram lutar pela democracia e protestar contra a ditadura
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john-merlyn · 6 years ago
Note
♑ our muses go out for coffee together (katherine e john)
DITADURA AU
RIO DE JANEIRO, 1973
 “Você só pode estar querendo me ver morta para sugerir uma coisa dessas.”
Ele revira os olhos com a afirmação – irrevogavelmentefalsa, vale ressaltar –, já um tanto impaciente com a série de complicaçõeslistadas por ela.
“E depois você vem me chamarde dramático.”
“João, ontem você passou duas horas inteiras reclamando da tradução deGuerra e Paz que você comprou e como ela completamente destruía as intenções enuances de Tolstói para os personagens-”
“O que era relevante para a situação, e nada além da verdade” Ela abrea boca, fazendo menção de interrompê-lo, mas ele continua antes que ela possafazê-lo “Eu não chamaria você se nãotivesse planejado tudo, Cat.”
Dando-lhe as costas, ele se curva para procurar em suabolsa de carteiro suas mais novas aquisições para então entregá-las nas mãos dela.Ele está sorrindo, enquanto a única reação da mulher para as novidades élevantar uma única e perfeita sobrancelha ruiva para o homem. Após algunsinstantes, ela resolve quebrar o silêncio com seu tom de voz incrédulo.
“Uma peruca, João?”
“E um vestido, também.” Com a falta de reação dela, ele resolve elaborar seuargumento. “Cat. A última foto boa queeles têm sua você tá parecendo uma Ieda Maria Vargas ruiva. Pra os tabloides,eu morri em 1968, depois que virei universitário. Ninguém vai olhar duas vezespra gente, eu tenho certeza. Muito menos com essas roupas cafonas.”
Ela dá uma risada baixa, ainda olhando para o chão.João se aproxima devagar, segurando a mão livre da mulher.
“Olha. Você tá presa nessa casa há semanas,precisa dar uma volta de vez em quando.” E era João Marinho que estava dizendo isso, o mesmo que passou quem sabequanto tempo trancado em sua quitinete minúscula depois do desaparecimento deArtur, em uma fossa tremenda até reencontrar a irmã. Ela sabia bem que se elehavia parado para convencer que alguém estava há tempo demais em casa, estavafalando sério.  “E antes que você diga, ir comprar pão ali na esquina não é dar uma volta. Eu quero dizer respirar. Se divertir.”
O esconderijo onde Catarina se encontrava não eraruim, por assim dizer. A casa era espaçosa, em uma vizinhança quieta, boa osuficiente para deixar a poeira baixar por algum tempo antes da próxima missão.Eles sabiam que Ana escolhia os lugares a dedo para os membros do movimento,sempre pensando no que seria melhor e mais conveniente para eles.
No entanto, muitas vezes isso acabava resultando em umconfinamento solitário. João nem mesmo tinha permissão para saber onde elaestava, quanto mais visitá-la.
João também não tinha permissão para saber seu nomeverdadeiro. Ou quem ela era, antes.
Mas ele nunca foi de seguir regras.
Isso dificultava a relação entre ele e Ana, claro, quesempre acabava lhe dando longos sermões sobre segurança e riscos idiotas quenão precisavam ser tomados, mas o carisma inegável e o coração enorme do homemsempre acabavam por salvá-lo de maiores problemas.
Ele entendia a preocupação, é claro – a luta urbanaficava cada vez mais difícil de ser executada, principalmente do jeito que Ana(e todos do movimento, na realidade) queria: separando ao máximo os civis demilitares; nunca esquecendo seu objetivo: a volta da democracia, dolivre-arbítrio, da imprensa sem censura. A volta da liberdade.
Os recursos estavam ficando escassos, e seus aliados,cada vez em menor número. Em janeiro, quatro outros grupos armados sedissolveram publicamente. O Araguaia estava sofrendo duros golpes do governo.João não apoiava a maior parte de seus métodos, mas não significava quemereciam aquilo.
Nenhum deles merecia.
“Eu sei que a barra tá suja. Mas é só uma ida ao café. Fingir por umatarde que nós nunca pegamos numa arma e que realmente acreditamos que osjornais passaram a se interessar por receitas de bolo.”
Os segundos de silêncio pareceram quase uma eternidadepara João. Essa era sua última tentativa; não iria pressioná-la mais casorecusasse. Mas ele realmente gostaria que eles fossem. A verdade é que, eletambém precisava daquilo. Não se deixar levar pelas notícias sombrias querecebia de seus colegas estava cada vez mais difícil, ainda mais agora, com oexílio de Clarice.
Nem mesmo pudera se despedir da irmã.
E então, tinha preparado tudo; até mesmo escolhido umcafé próximo a outro apartamento do Movimento, caso precisassem se esconder. Sóprecisava-
“Vamos. Mas nada de ficar até tarde.”
Ele ri.
“Podedeixar, Cinderela.”
Dessa vez, ela não consegue esconder o sorriso.
A cafeteria não era muito grande, mas não deixava deser agradável. Na mesa à frente deles, duas xícaras largas completamentevazias – a dele tivera chá; a dela, café preto e sem açúcar –, algumas bitucasde cigarro apagadas num cinzeiro e também os restos de sobremesas folhadas quese permitiram devorar com prazer. Estavam ali já há algumas horas, conversandosobre as maiores trivialidades possíveis, usando nomes falsos inventados nocaminho e suas roupas deveras cafonas, mas que os tornavam praticamenteinvisíveis ao olho comum.
O rádio sobre o balcão de madeira próximo ao lugardeles transmitia um programa de notícias vespertinas. O som era praticamenteruído branco entre a conversa do casal, até que um nome lhes chamou a atenção.
“A atriz e modelo Clarice Marinho, mais conhecida pelo apelido de‘Luzinha’, continua sumida do nosso radar. Clarice teve sua última e polêmicaaparição pública no fim de setembro, na abertura do Festival de MúsicaBrasileira, quando fez críticas...”
João respirou fundo, pressionando os dedos nastêmporas. Não conseguia evitar a preocupação que lhe abatia toda vez que a irmãmais nova era mencionada. Sozinha, do outro lado do mundo, em um país estranhoe frio.
Ele sente uma mão sobre a sua, um polegar fazendocírculos em sua pele tentando lhe acalmar, e ele oferece a Catarina um sorrisofraco, mas sincero.
Ao lado de toda a angústia, também havia orgulho. Suairmã tinha crescido, e sabia se virar. Não era mais sua Clarinha, que elecuidara e protegera com todo o coração quando eram crianças. O discurso delatinha trazido lágrimas aos olhos de João, e queimado o seu peito de tanto amor.
Ele abre os olhos novamente, observando Catarina. Osóculos falsos, a peruca e a maquiagem deixam o rosto familiar um tantodiferente, mas ele nunca deixaria de reconhecê-la. Nos últimos meses, os doisse aproximaram de um jeito quase que vertiginoso, a tensão que viviam e dividamdiariamente servindo de estopim.
Porém, não era só isso. Foi a razão para o início,sim, mas a relação dos dois se estendia por horizontes muito mais extensos.João nunca havia se sentido dessa forma com ninguém.
Ele a amava. Era tão simples e tão complicado assim.  
“E agora, outra campeã de audiência, a revelação do ano, Julinho daAdelaide!”
O locutor de rádio nem mesmo acaba de anunciar amúsica e João já está de pé, uma mão estendida para Catarina em um convite.
“Dança comigo.”
Ela franze a testa, e João sabe que ela está tentandodecifrar se o convite é apenas uma brincadeira ou se ele está falando sério.Pela experiência, ela já deveria saber que, na maior parte das vezes, o que eledizia era genuíno, ela apenas era incrédula demais.
“O quê, aqui?”
“Onde mais? Essa música é ótima, vamos. Juro que tu vai gostar.”
“Eu não vou dançar num café, Jonas!”
Ele então exibe em seu rosto uma decepção muito maisteatral do que ele realmente faria.
“Putz, você não vai me dar tábua, vai, Cátia?”
Catarina olha em volta. Não há praticamente ninguém noestabelecimento, não era um horário comum de atendimento, com a maior parte dapopulação no trabalho no meio da tarde de um dia de semana. Ela revira osolhos, mas se levanta.
A música começa lenta, e ela balança de um lado para ooutro vagarosamente, a mão direita apertando a esquerda dele, que murmura aletra junto da canção.
“Presta atenção. Quando encontrar com teus pais canto isso para eles.”
Antes que ela possa responder a afirmação estranha –Catarina não conversa com os pais há anos, desde que saíra de casa para entrarna luta armada, e não é como se eles fossem as melhores das pessoas – ele apuxa gentilmente com um giro ao mesmo tempo em que a batida acelera e chega aorefrão.
“Você não gosta de mim, mas sua filha gosta! Você não gosta de mim, massua filha gosta!”
Os dois riem enquanto tentam acompanhar a música emuma versão desajeitada de twist. Nãose saem muito bem, mas é inegável que estão se divertindo. João a puxa maispara junto, como se a música fosse mais lenta do que realmente é, e se curvapara cantar junto ao ouvido dela-
“Ela gosta do tango, do dengo, do Mengo, domingo e de cócega”
                                    balançando a cintura dela a cada palavra, e a beliscando na última, oque lhe rende um tapa na mão e mais risadas.
“Ela pega e me pisca, belisca, petisca, me arrisca e me enroscaVocê não gosta de mim, mas sua filha gosta! Você não gosta de mim, mas suafilha gosta!”
E eles estão abraçados firmemente ao fim, ofegantes erindo. Alguns instantes se passam antes que ela coloque ambas as mãos no rostodele, e eles se afastam o suficiente para olharem-se nos olhos. Vagamente, elepercebe o quão rápido o seu coração está batendo.
O beijo é suave e tranquilo, nada como a música queacabaram de dançar. João sente algo como pequenos fogos de artifício explodindodentro de si, como acontece toda vez que está com ela, e não evita o sorrisoque se espalha facilmente por seus lábios.
Os dois permanecem em uma eternidade singular defelicidade, até que ele encara o relógio na parede dos fundos e suspira.
“É melhor nós irmos. Já vai escurecer.”
Eles se separam, voltando para seus lugares e pegandoseus pertences. Deixam um punhado de cruzeiros presos por debaixo do cinzeiro –mais do que o suficiente, mas não é como se eles não tivessem dinheiro sobrandode todas as expropriações feitas no passado. Cumprimentando o atendente com acabeça antes de sair, João poderia jurar que viu um sorriso por debaixo dobigode grosso do homem.
A caminhada até o ponto de ônibus é curta. Os doisesperam de mãos dadas.
“Tem certeza que não quer que eu volte com você?”, elepergunta, mesmo já sabendo a resposta que vai receber.
“Absoluta. Não vou fazer você atravessar a cidade duas vezes semnecessidade.”
Eles se conheciam o suficiente para entender que elajá tinha vencido essa discussão. Ele entende o ponto dela. Quanto mais escuroestivesse, mais difícil seria se proteger caso necessário. De súbito, ele estáconsciente demais do volume desconfortável que o revólver ocupa debaixo de seucasaco, o mesmo que ela está sentindo na bolsa de mão.
O ônibus chega pouco depois. A luz do sol se pondodeixa tudo ao redor deles em um tom alaranjado e brilhante, em uma aura quaseetérea, e ela lhe dá um beijo rápido na bochecha antes de subir no veículo.
“A gente se vê”, ela diz.
“A gente se vê”, ele se despede.
As portas se fecham atrás dela e então o ônibus dá apartida.
Não demora nem mesmo um segundo para que um surto deimpulsividade lhe tome por completo e ele corra atrás do veículo, o alcançandoem instantes e então batendo na lataria o suficiente para que o motoristamal-encarado pare novamente, abrindo as portas. Catarina nem mesmo havia pagadoa passagem, e lhe encarava, confusa, de onde estava.
“É só que...” Ele respira fundo, não querendo parecer ofegante. “Eu te amo. É. É isso.”
Cat sorri, e é uma visão bela o suficiente paraofuscar a revirada de olhos do motorista.
“Eu também te amo, João.” Ela desce até o último degrau das escadas e se curvapara beijá-lo nos lábios.
João desce a rua a caminho de seu apartamento com umsorriso que só poderia ser descrito como bobo ou apaixonado – não há muitadiferença, na realidade.
Ele escuta o tiro, mas não o sente. Apenas- um segundoatrás ele estava de pé, e agora seu rosto se arranha no asfalto, o impacto dacabeça na calçada lhe deixando atordoado demais para reagir de qualquer maneira.
“É ele mesmo.”
“Acha que eu teria atirado se não fosse ele, porra?”
Ele sente o chute no abdômen que expulsa o ar que lheresta nos pulmões. Mãos duras lhe apalpam logo em seguida, arrancando orevólver do coldre apoiado em seu ombro. Ele então é erguido pelos braços earrastado brutalmente na direção de um camburão cinzento estacionado na esquina,na direção oposta a que estava indo. Seu coração bate rápido demais, e a únicacoisa que passa em sua cabeça é “Catarina,eles viram Catarina-”
E então, quase como que lendo seus pensamentos-
“E aquela outra que foi embora?”
“Foda-se, ele é o filho do Marinho, porra, irmão daquela loirinhainfeliz. Outro dia a gente pega a outra comuna.”
Ele é jogado para dentro da viatura com violência e asportas se fecham com um estrondo, deixando a luz para trás e mergulhando-o naescuridão. E ele sabe que deveriaestar desesperado – e algum parte dentro dele está desesperada, gritando porsocorro, gritando isso não é justo não éjusto ALGUÉM ME AJUDE POR FAVOR ELES NÃO PODEM  – mas sua mente está confusa e acelerada, eele sabe que sua consciência está se esvaindo por mais que ele tente se manteracordado (quanto sangue ele pode perder antes de morrer?), e então agora eleescolhe se ocupar com o alívio, porque apesar de tudo, do sofrimento que ele sabe que está por vir-
Ela está bem. Ela está a salvo.
E é o suficiente.
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