#destroços
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Você me destruiu da forma mais covarde que alguém poderia ter feito.
Me envolveu com suas promessas, me fez acreditar tanto em você que cheguei duvidar de mim.
E no final desistiu de tudo de uma hora para outra, e pior, me fez acreditar que a culpa era toda minha, quando na verdade você foi o único culpado.
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#35mm#analog#analog photography#film#film photography#filmisnotdead#shootfilm#olympus#olympus superzoom#superzoom#superzoom 80g#olympus superzoom 80g#80g#c200#fuji#fuji c200#old#m'c#ruins#destroços#ruinas#istillshootfilm#fotografia#fotografia analógica#rolo#Fujifilm
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C,
toda vez que me permito ficar vulnerável e baixar o escudo que me proteje as lembranças dos nossos momentos me atingem feito uma avalanche
como defesa logo ergo o escudo novamente e me escondo dos destroços do que um dia fomos
nc.
#nessadisse#parac#espalhepoesias#conhecencia#liberdadeliteraria#arquivopoetico#pequenosescritores#recuperandoaessencia#novospoetas#quandoelasorriu#lardepoetas#baguncapoetica#projetovelhopoema#projetoalmaflorida#mentesexpostas#eglogas
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PASSIVO?
Jeno x Reader
Gênero: Friends to lovers, Br!Au
W.C: 1.4K
Avisos: Insinuação de sexo
ᏪNotas: Eu não lembro que dia foi, nem quem foi, mas só lembro de alguém brincando chamando o Jeno de "Passiva burra" ao reblogar uns gifs do Jaemin flertando com ele, e eu ri tanto desse comentário que ficou na minha mente (Se quem fez ele estiver lendo isso, pfv se manifeste) KSKSKKKKK e taram! Acabou virando uma onezinha em SP, então espero que gostem KKKKKKK Boa leitura, meus amores ❤️
— Nossa, mas cada vez que a gente sai você me leva para um lugar mais insalubre — Você brincou enquanto Jeno empurrava a porta enferrujada da entrada do hotel, e você dava a última tragada em seu cigarro, jogando a bituca no chão e pisando sobre a mesma.
— Para de reclamar, que esse aqui é incrível — O moreno retrucou com um sorriso digno de uma criança arteira, que logo se desfez enquanto ele abanava, de forma estabanada, a fumaça do tabaco que o vento trouxe para seu rosto, por mais que você tenha se virado para evitar isso — Insalubre é esse seu cigarro ai.
Você e Jeno costumavam procurar lugares abandonados por toda a capital de São Paulo para fazerem seus grafites, sempre andando para lá e para cá com suas bolsas repletas de sprays de tinta que tilintavam a cada passo. A verdade era que, apesar das pessoas sempre anunciarem construções assim como simplesmente "um novo ponto de drogas", elas não viam a realidade da situação, como aquele lugar poderia ser o único a abrigar uma família afastada da sociedade, ou como, mesmo em meio a destroços e à grama que crescia descontroladamente, poderia existir alguma beleza ali. Esse era o seu trabalho e o de sua dupla: trazer beleza para onde ninguém mais via, às escondidas. Era mais como uma resposta ao pedido de socorro de toda uma população: "Ei, não desista, você também pode brilhar novamente".
Vocês normalmente escolhiam lugares que não haviam sido descobertos ou usados como ponto fixo por mais ninguém, para que pudessem se divertir sem atrapalhar as pessoas e, claro, para que ninguém descobrisse suas verdadeiras identidades. Naquele dia, o Lee havia insistido para que você o seguisse, levando-a até um antigo hotel luxuoso de São Paulo, com arquitetura externa proveniente da Belle Époque brasileira, a vertente sul-americana do movimento francês, que antes, tão amada, agora muitas vezes era deixada de lado, já que as pessoas buscavam cada vez mais novidade e tecnologia.
Você não poderia negar que os primeiros andares do prédio estavam extremamente deteriorados, mas, à medida que Jeno insistia para que subissem um pouco mais, as coisas iam lentamente se modificando, como se o caos tivesse se cansado de subir aquelas inúmeras escadas.
— Meu Deus, não chega nunca — você reclamou, parando no meio de mais um lance de escadas, tão cansada quanto o caos.
— Só mais este — Jeno insistiu, indo para trás de você e lhe empurrando com as mãos em suas nas costas, incentivando-a a andar mais um pouco.
Quando, após muitos resmungos, vocês chegaram ao andar da suíte master do hotel e aquele par de portas foi aberto por seu amigo, seus olhos não puderam acreditar no que viram.
— Nossa — você murmurou, adentrando o quarto, ou na verdade, quase um mini apartamento.
Por incrível que pareça, a suíte estava incrivelmente conservada, destoando totalmente do resto da construção. Era como se, se você fechasse os olhos, pudesse imaginar os passos dados ali, alguma bela dama jogando seus vestidos para o alto enquanto o serviço de quarto vinha a seu encontro. Estava tudo bem empoeirado, isso era óbvio, mas, no geral, era...
— Incrível, né? — Jeno questionou vitorioso, parando à sua frente com as mãos na cintura, como um super-herói.
Você vagou pelo quarto, indo até a cama de casal após a sala principal, e olhou para o moreno, sorrindo travessa.
— Que que é isso, hein, Jeninho? Se queria ter algo comigo, pelo menos poderia ter escolhido um hotel em funcionamento — Você provocou, como de costume, e viu as bochechas de Jeno tornarem-se uma cópia perfeita das do Pikachu quando ele virou-se rapidamente para você.
Desde o dia em que sua amizade com Jeno se tornou extremamente forte, você se lembrava de provocá-lo, jogando flertes e cantadas ruins a cada oportunidade, apenas para vê-lo sem saber como reagir. Na primeira vez, você achou que ele tentaria alguma coisa, mas ao notar que tudo que tomava o seu corpo era o mais perfeito desespero, não pôde evitar de prosseguir com aquela brincadeira.
Por mais que... não fosse tão brincadeira assim.
A verdade era que você nunca possuíra alguém com quem pudesse realmente contar. Apesar de ter um número considerável de "amigos", sempre sentia a necessidade de se esconder, nunca podia contar como estava realmente se sentindo, nunca podia ser fraca. Afinal, quem gostaria de estar ao lado de alguém que passava vinte e quatro horas do dia em um completo vazio e tristeza que jamais se preenchia?
A única forma que encontrou de ser escutada era através de sua arte nas paredes, tão esquecidas quanto você. Até o dia em que conheceu Jeno, exatamente da forma que mais se sentia livre: grafitando. Jeno, diferente das demais pessoas ou colegas, havia entendido a sua arte, havia lhe abraçado, permitido que você chorasse em seu colo ao invés de forçar um sorriso. Ele lhe permitia ser você mesma, e essa amizade e conforto, pouco a pouco, foram se tornando um amor maior em seu peito.
Por mais que jamais pudesse lhe contar, não podia correr o risco de perder o seu melhor amigo.
— O quê? — Jeno exclamou de forma exacerbada, se aproximando — Para de graça — Pediu, colocando sua mochila sobre a cama para poder retirar as diversas tintas que havia trazido.
— Hm — Você murmurou, analisando o rapaz, tentando não perder a diversão daquele momento — Você é meio passivo, né?
— O quê? — O Lee novamente indagou, dessa vez mais alto, se endireitando rapidamente após aquele questionamento tão repentino.
— É, sabe, a pessoa que...
— Eu sei o que é ser passivo — o moreno lhe cortou, envergonhado.
Você não pôde evitar de gargalhar com aquela reação meiga.
— Viu? Então você é — Zombou, mostrando a língua para ele — Eu te dou tanta brecha e você nunca tentou nada, tem medo de mulher bonita.
— Eu só não quero ser desrespeitoso — ele confessou, trazendo, por algum motivo, uma seriedade maior para suas rotineiras provocações.
Seu coração não conseguiu separar a brincadeira da realidade e bateu mais forte por um momento.
— Você não seria desrespeitoso — você informou, tentando manter o tom descontraído.
Todavia, essa aura engraçada no ambiente pouco a pouco foi se afastando, a cada passo que Jeno dava em sua direção. Você, por instinto, deu alguns passos para trás, encostando na parede da cabeceira da cama quando o corpo de Jeno se aproximou mais do que deveria.
O rapaz agilmente colocou seus braços ao redor de sua cabeça, prendendo você entre ele e o papel de parede desgastado.
— O que foi? Ficou envergonhada agora? — Jeno sussurrou vendo seu rosto atingirem um nível novo de vermelhidão, e você se preocupou que o moreno pudesse até mesmo escutar seus batimentos cardíacos naquele momento.
O rosto do moreno se aproximou ainda mais do seu, sendo capaz até mesmo sentir o seu hálito amentolado exalando por seus lábios, o que lhe fez fechar os olhos, apreensiva. Mas então um sorriso se formou nos lábios do rapaz, um sorriso vitorioso, e logo seus braços lhe libertaram daquela gaiola, e o calor de seu corpo se afastou, para sua tristeza.
— Viu? Também sei brincar — Jeno zombou, mostrando a língua enquanto se distanciava — Agora você que é a...
Seu amigo não foi capaz de terminar aquela frase, não quando seu corpo voltou a grudar no dele, e seu desejo intenso começou a controlar seus movimentos, fazendo você entrelaçar seus dedos pelo pescoço do mais alto, erguer os calcanhares do chão e unir seus lábios, em um selinho demorado. Você não sabia o que estava fazendo, apenas sabia que não podia mais aguentar aquilo.
Você necessitava de Jeno, mais do que como amigo.
— Jeno, eu... — Você murmurou, um pouco arrependida após observar os olhos surpresos do moreno, e começou a lentamente retirar suas mãos de sua nuca.
O que não foi finalizado quando, rapidamente, sentiu as mãos do rapaz em sua cintura, garantindo que seu corpo não se afastaria, e aqueles lábios macios voltaram em busca dos seus, desta vez de forma ardente, pedindo passagem para a língua bailar junto à sua.
Suas mãos se emaranharam nas madeixas curtas, e suas unhas arranharam levemente sua nuca quando sentiu as mãos suaves de Jeno apertarem mais sua cintura, deslizando rapidamente até sua bunda para apertá-la, descendo até suas coxas, incentivando-a a saltar para seu colo. Você obedeceu ao pedido silencioso e foi erguida pelo rapaz, entrelaçando suas pernas na cintura dele, enquanto era levada, a passos lentos, até a pequena e luxuosa mesa de jantar na sala.
— Você sabia que tinha uma cama ali, né? — você separou penosamente seus lábios dos de seu amigo, rindo ao ser colocada sobre a mesa.
— Aí a nossa transa teria a participação dos fungos daquele lençol e da rinite.
— Tem razão — Você concordou, voltando a beijá-lo, e deslizou uma de suas mãos até o cós de sua calça, retirando de forma afobada o cinto de couro que segurava o tecido jeans — Vamos de mesa mesmo.
#Br!Au#Jeno#jeno nct#nct dream#nct u#nct#jeno x reader#jeno fanfic#x reader#nct fanfic#oneshot#imagine nct#jeno imagines#jeno oneshot#kpop#fanfic#kpop fanfic#pt br#nct x reader#fanfic br#tumblr fanfic#fic#lee jeno#nct jeno#jeno icons#oneshot nct#Lost Masterlist <3
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eu só queria entender que a solidão dói menos do que amar
pessoas me partem ao meio e riem dos destroços
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O amor comeu as sobras de tudo o que fui no passado. Comeu a minha pressa, o meu sossego, o meu desapego. Comeu as minhas certezas e as minhas horas vagas. Mastigou-me com seus dentes de fome e engoliu voraz a minha tranquilidade, desejo, esperança e clareza. O amor devorou o meu chão, as paredes brancas e ásperas até o teto do quarto, o brilho apagado das janelas, o meu conforto, o gosto pela arte e o cheiro agradável das flores na varanda. Comeu as minhas tatuagens, os meus fios de cabelo, a minha barba, as minhas unhas, os meus seios, o meu cérebro, as minhas espinhas, os meus olhos escuros. O amor engoliu depressa as minhas análises, os meus trabalhos acadêmicos, as minhas provas, as responsabilidades, as aulas de literatura e inglês, as doses de testosterona, o silêncio. Escondeu-se debaixo da cama, enrolando-se como uma cobra e ouvindo os meus lamentos enquanto aguardava o momento adequado para comer também a minha pele e os meus ossos. O amor comeu o jornal sobre a mesa, as manchetes e as fotografias, os papéis rabiscados num tom azulado, a gota de café amargo derramado, a lista de compras, a brasa e os maços de cigarro. Engoliu todos os filmes de romance já lançados, as prosas da estante, as conversas do dia-a-dia, o meu violão, as habilidades, a minha coleção de discos de MPB, a minha singularidade e a minha visão sobre anatomia. O amor comeu os ponteiros do relógio, o tempo, o passado e o futuro. Comeu a minha infância de brincadeiras de pega-pega e histórias de ninar, a minha adolescência de cara fechada e desconexa, a minha juventude cansativa e a velhice antes tão distante. Aproximou a minha morte num estalar de dedos ao rasgar-me com os dentes. O amor comeu a minha beleza, o meu sono, o meu canto e a minha voz. Comeu o Rio Muriaé, a Matriz São Paulo, o Centro, o relógio da Praça João Pinheiro, a feirinha dos domingos, os pagodes do Santa Terezinha e a cerveja dos finais de semana. Ele consumiu toda a Gávea, o Cristo Redentor, o Ipê amarelo, o concreto das ruas, a fumaça das fábricas, o cantar dos pássaros e toda Minas Gerais. Mastigou as ruas da cidade, transformando-a em meros destroços. Devorou os pedestres, os mercados, os restaurantes, os tambores, os trabalhadores, os turistas, os sorrisos genuínos, os casais apaixonados, os ex amores, os receios, as palavras não ditas, os sonhos nada vívidos, os beijos tanto almejados e nunca roubados, as novelas e as minhas playlists. Despiu-me de todos os sentidos, comeu a minha fome e meu próprio nome, transformando-me em cinzas ao satisfazer-se em minhas veias. O amor me desnutriu e me desidratou, comeu a minha nação, a Lua e as estrelas, o Sol e o mar, consumiu todo o sal do oceano e toda a vida do sistema solar. Comeu do meu suor, do meu querer, da minha organização e da exatidão. O amor comeu a minha vontade de amar, a minha sede de gritar, o meu cuidado ao falar, a minha dignidade e a minha vaidade. Comeu as chaves de casa, o cobertor de lã azul que me protegia nas noites frias, a camisa larga que tão bem nele ficava. Ele engoliu rapidamente toda a minha rotina: os finais de semana, os feriados, o horário de almoço e os intervalos, os meus pensamentos diários. Comeu toda a humanidade que havia em mim. Sua fome era tanta que consumiu também todos os elementos: a terra, a água, o fogo e o ar. Por fim, o amor comeu a minha poesia. Enquanto partia, prometia jamais retornar. Ele jamais voltaria. Comeu tudo o que havia até não sobrar um grão. Se o amor come tudo, o que resta de mim? Restam-me memórias riscadas e apagadas pelo tempo como um bilhete de cinema velho, sufoco e lamento. Restam-me, então, apenas sobras do que um dia foi chamado coração.
— Diego Bittencourt, texto inspirado em "Os três mal amados", de João Cabral de Melo Neto.
#joao cabral#joaocabraldemelo#os três mal amados#novosescritores#pequenosescritores#textos#meus pensamentos#autorais#autoral#amor#joao cabral de melo neto
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Palestinos tomando banho no mar Mediterrâneo próximo à área de Mawasi, na Faixa de Gaza.
Al-Mawasi, Palestina, 12 de setembro de 2005 /// Foto por Muhammed Muheisen
"Os palestinos de Gaza sentiram pela primeira vez o gosto da liberdade na segunda-feira, depois que as tropas israelenses se retiraram da faixa costeira. Centenas de pessoas atravessaram a fronteira com o Egito para se reunir com parentes após décadas de separação, adolescentes entraram nas águas de praias antes proibidas e pais guiaram seus filhos pelos destroços de assentamentos judeus abandonados."
© Associated Press
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POV: o garoto que nunca foi amado e a garota que nunca foi tratada como deveria se encontram…
Para muitos seria o início de uma linda história de amor, mas como poderia?
Quando duas pessoas com passados tão dolorosos se encontram, a conexão pode ser algo bem mais complexo que o romance idealizado. Dois corações machucados podem acabar criando um vínculo que, em vez de curar, apenas amplifica as dores e os traumas de cada um. Entre alguém que nunca foi amado e uma pessoa que nunca foi valorizada, há uma tendência de reproduzir padrões tóxicos, buscar validação em feridas ainda abertas e até de fazer o outro reviver traumas. Ambos vagando pelo mundo em busca de algo que, no fundo, mal sabem reconhecer. Ele, com a alma marcada pela ausência do afeto, carrega uma fome insaciável por amor, mas não sabe como oferecer mais do que o desespero de quem nunca o recebeu. Ela, desiludida com as cicatrizes que acumulou ao longo do caminho, já não acredita que merece mais do que as migalhas que lhe ofereceram, não espera mais nada além de decepção. Juntos, formam um ciclo vicioso de expectativas e frustrações.
E é aí que a tragédia começa.
Ele se apega à ideia de que ela será a cura para seu vazio, que o salvará dessa solidão sufocante. Ela acredita que talvez dessa vez seja diferente, que finalmente alguém a enxergue e a trate como sempre sonhou.
Mas como poderiam? Nenhum dos dois sabe o que é ser amado de verdade. Nenhum dos dois foi preparado para reconhecer o que é ser tratado com respeito, carinho e dignidade. Não é possível consertar aquilo que foi quebrado por anos de negligência e abandono com apenas a presença de outra pessoa.
Eles se aproximam, e a química entre suas dores cria uma ilusão momentânea de cura, uma faísca que parece ser esperança. Mas logo o fogo se apaga, sufocado pelas inseguranças, pelos medos e pelas cicatrizes que gritam mais alto do que qualquer tentativa de carinho.
Mas no fundo, sabem. Sabem que estavam destinados ao fracasso desde o início. E então, eles se afastam, mas as feridas que se abriram nesse encontro permanecerão. Ele se afunda ainda mais na crença de que jamais será amado, e ela reforça a convicção de que jamais será tratada como merece, ambos questionando por que o amor continua sendo um espectro inalcançável. Mas o mais cruel é que, mesmo sabendo, eles continuam. Continuam tentando se encontrar no meio de suas ruínas, como se a persistência pudesse transformar destroços em um lar.
E, em momentos de introspecção solitária, cada um se pergunta como chegou a esse ponto, como permitiu que a vida os moldasse assim.
O mundo os jogou para baixo, os moldou à imagem de suas próprias feridas, e agora, mesmo quando se encontram, não sabem como ser inteiros. E esse é o ponto.
Talvez seja esse o verdadeiro desastre: achar que encontrarão nos outros o que preencherá seus vazios. Talvez seja não perceber que o vazio não se preenche; ele se integra. E que ser inteiro é aprender a carregar essas ausências sem que elas se tornem muros, sem esperar que o outro seja a cura para as dores que só podem ser abraçadas por dentro.
— eu, poesia.
#interpretame#espalhepoesias#pequenosescritores#carteldapoesia#lardepoetas#poecitas#liberdadeliteraria#projetoalmaflorida#projetovelhopoema#pvpmembros
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Somos feitos de destroços do que um dia foram nossos sonhos, somos uma colcha de retalhos, de quadros que já não fazem mais sentido, somos suturas mal feitas e sangramento não estancado. somos falhos, doloridos e reais. somos a continuação de um fim, de ciclos, de dores, de amores. continuamos, mesmo quando sentimentos que não exista mais motivos para.
#meus#dramaticadora#poecitas#lardepoetas#mentesexpostas#doceesther#quandoelasorriu#julietario#projetoautoral#projetocartel#lardepoesias#projetovelhopoema#projetoalma
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Olá! Estou acompanhando essa conta agora e me interessei muito pelos personagens apresentados, mas tenho uma pequena dúvida. Como faço para saber o contexto da cabana? Tipo, eu vejo mencionado, mas não sei exatamente o que é, ou quem são todos os seus integrantes. Pensei em ir atrás de pesquisar sozinha, mas acho que pedir uma orientação não faria mal kksksksks
Espero que não seja muito incômodo! Eu li a história dos personagens The X e o TLS há muito tempo atrás, e agora, depois de anos, me veio a memória dessas narrativas incríveis e me vejo um pouco perdida em meio a um universo que parece ser bem mais extenso do que eu imaginava na época que li pela primeira vez. Devo dizer com todas as palavras que admiro muito, e que levo como inspiração para criar meus próprios personagens!
Enfim, escrevi demais. Peço perdão! Ksksksksksk. Espero que responda, aguardarei alegremente. <3
ADM: Olá chuchu. Peço perdão também pela falta de informações, a gente acaba criando as coisas e esquece de repassar boa parte para o publico IDUSAHJIA. Vou tentar explicar o contexto da cabana o mais simples possível.
Primeiramente, a cabana era parte de uma antiga vila do velho oeste no Canadá, mas depois de muitos e muitos anos como uma "vila fantasma", a natureza foi tomando de volta, deixando apenas destroços e vegetação, os únicos lugares habitáveis que sobraram foram essa cabana -que muito provavelmente era casa de alguma figura importante, já que era a única casa mais "forte" dali- e uma igreja abandonada que não fica muito perto da cabana mas também não muito longe. Tendo isso em mente, podemos começar com os pioneiros: The X (Dimitri), TLS (Shiro), Morcego (Lucas). Cada um deles não tinha mais para onde ir após serem consumidos pelo Operador, e vagavam por aí sem rumo, dormindo em lugares desconfortáveis e tentando sobreviver sozinhos sem serem pegos, tudo isso enquanto ainda trabalhavam para o Operador quando ele precisava, então todos eles precisavam de um lugar para ficar. Então veja bem, a primeira vez que cada um deles fugiu da vida como conheciam, não necessariamente foi ao mesmo tempo que o outro, por exemplo, Shiro foi infectado muito antes do Dimitri e do Lucas, assim como Lucas foi infectado antes de Dimitri mas só conseguiu escapar muito depois, quando Dimitri já estava "sumido". Eles não faziam ideia de que existiam outras pessoas iguais a eles na época. Shiro foi o primeiro deles a chegar no Canadá, porém Treal Mattino (Magda) já estava por lá nos esgotos e em lugares escondidos, ela o ajudou quando ele estava ferido, pode-se dizer que foi graças à ela que ele encontrou a floresta. Quando eles finalmente estavam na mesma floresta para achar esse "abrigo fixo" que era a cabana, eles achavam que o outro era uma ameaça, então os 3 chegaram a quase lutar quando se encontraram pela primeira vez, eventualmente entendendo que eles apenas estavam no mesmo buraco. Então eles foram para a cabana e consertaram um monte de coisa pra deixar o lugar mais habitável, eventualmente um deles (normalmente o Dimitri porque ele era o que mais parecia "normal") tinha que ir para a cidade ou lugares assim para conseguir suprimentos e etc. Eles ficaram morando apenas os três por um bom tempo (até rolou o incidente da mesa kkkkk), até começarem a chegar os outros. A Magda não foi com eles pois ela não é uma proxy, ela vive por conta própria, fugindo do Operador E do Zalgo.
A primeira a chegar ali de foi a M8 (Maethe), ela ainda era menor de idade e havia escapado recentemente do laboratório em que era feita de cobaia. Ela vagou por um tempo sozinha antes de apagar na floresta. Shiro a encontrou inconsciente e a levou para a cabana, ele sabia de alguma forma que ela era uma deles, então ele cuidou dos ferimentos que ela tinha, com muito medo de machucá-la ainda mais, já que a pele dela era bem sensível. Quando ela acordou ela não falava, então foi bem complicado, Dimitri não confiava nela e ficava sempre de olho, enquanto o Shiro fazia o que podia para tentar fazer ela se sentir um pouco melhor e eventualmente se comunicar. A segunda a chegar um ano mais tarde foi a Fox (Gwen), ela basicamente foi largada lá na frente da cabana pelo próprio Operador após tentar tirar sua própria vida, então quando ela chegou ali ela estava ferida e perdendo muito sangue, por sorte Shiro e Dimitri ouviram as estáticas do Operador e foram ver o que estava acontecendo, quando chegaram lá, a entidade havia ido embora mas Gwen estava no chão quase inconsciente. Eles a levaram para dentro também sabendo que ela era uma deles e Shiro performou primeiros socorros. Como eles não esperavam aquilo e parecia um caso urgente, ele teve de pedir ajuda para uma velha amiga, Magda, para que ela cuidasse apropriadamente e suturasse os ferimentos de Gwen.
Quase no fim do mesmo ano, veio a Photography (Nanda). Ela havia acabado de cometer um ataque brutal e estava muito assustada, correndo para dentro da floresta que ficava à frente da casa da vítima. Ela correu por horas e horas, chegando a perder a noção do tempo, mas ela não parou de correr, mesmo que sua pele fosse ferida pelos galhos e folhas na qual ela batia contra para continuar seu caminho, mesmo que lentamente deixasse de sentir os próprios pés. Enfim seu corpo cedeu e ela caiu, sua última visão sendo os pés do Operador em sua frente. A entidade 'Photo' foi quem andou até a cabana o caminho inteiro. Quando Nanda acordou novamente, ela estava na porta da cabana, em pé, sendo interrogada por Dimitri enquanto Shiro parecia tentar acalmar o ruivo para que ele pegasse leve. Nessa época Gwen já havia trago um trailer para próximo da cabana, então Nanda ficou lá com ela já que havia acabado de chegar e não confiava muito em todo mundo. Alguns anos depois, Mr Doomed (Nikolai) encontrou a cabana após vagar por semanas sem rumo, sem dormir ou comer, ele não sabia mais para onde estava indo ou de onde veio. Ele estava sendo jogado de lugar para lugar pelo Operador, a cada passo que dava, tudo a sua volta mudava, em um momento estava nevando, no outro estava em uma floresta queimada, no outro, estava chovendo, e enfim tudo parecia silencioso e calmo demais, vozes ao fundo, fumaça no céu e um cheiro de comida. Obviamente ele seguiu os sons e os cheiros até encontrar a cabana, duas pessoas cuidando de o que parecia ser uma horta e pessoas do lado de dentro, ele conseguia ver pela janela. Ele pensou em se aproximar de forma cautelosa, até sentir uma respiração atrás de si. Era Lucas, parado e encarando, mesmo sem enxergar. Com o susto que ele levou, acabou alertando os outros.
Meses mais tarde, The Pierrot (Logan) foi encontrado vagando pela floresta, arrastando uma perna humana, sem rumo e parecia que não estava controlando o próprio corpo, apesar de usar uma máscara, dava para ver que os olhos estavam totalmente brancos, como se estivessem virados para trás. Ele estava sendo controlado pelo Operador. Dimitri o encontrou primeiro e estava pronto para atacar caso fosse necessário, até que ele percebeu que quando chamou a atenção de Logan, ele simplesmente "acordou", olhando em volta extremamente confuso, gritando tão alto como se fosse uma sirene. Dimitri teve que agarrá-lo a força e tampar a boca dele, pois eles não estavam na área protegida da floresta (a parte protegida pelo Operador), o que poderia ser um risco à localização deles, e arrastá-lo para a segurança e para a cabana. Logan não parou de gritar até chegarem lá, e teve de ser acalmado com uma dose de anestésico que Magda havia deixado com Shiro por precaução. Ele acordou já no porão, e ali se viu mais calmo. Após alguns anos, quando Gwen estava em uma missão, ela acabou trombando com o Slasher (Christopher), que também estava em uma missão própria, como eles não se conheciam e nem sabiam que ambos trabalhavam para a mesma entidade, eles acabaram se desentendendo e começaram a lutar, uma luta quase fatal, diga-se de passagem. Ambos quase tirando a vida um do outro até que Black Cross (Millene) apareceu na cena e impediu que aquilo acontecesse. E assim os três finalmente conversaram civilizadamente e perceberam que estavam no mesmo barco. Christopher e Millene explicaram para Gwen que estavam em uma missão quando sua floresta simplesmente começou a mudar, e como Chris conhecia a floresta como a palma das próprias mãos, ele foi o primeiro a notar que não estavam mais no mesmo lugar. Gwen então levou os dois para a cabana, já que agora eles não tinham mais escolha e não conseguiriam fugir daquela floresta nem se quisessem.
Silence (Edalin), assim como Treal Mattino (Magda), não é uma proxy e não mora na cabana nem convive com o pessoal de lá. Ela conheceu o Shiro após trombar com ele durante uma das missões dele, o que é raro, normalmente ela não encontra outros condenados. Diferente da Magda que foge do Operador, Edalin trabalha para ele de forma diferente dos proxies. Não exatamente uma servidora, mas uma ferramenta. Porém ela não é permitida, pelo próprio Operador, a conviver com eles, sendo assim, ela só aparece para ajudar quando eles necessitam, seja com atendimentos médicos como a Magda, ou para limpar as cenas dos crimes se eles deixaram vestígios para trás - o que acontece com os mais descuidados, como o Lucas, ou os que não ligam, como o Dimitri.
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Eu estava desmoronando, enquanto você me culpava pelos destroços.
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vocês perceberam? então, foi uma sequência de quatro poesias apaixonadas e depois silêncio. isso resume bem como as coisas acontecem por aqui: o trem atropela sem buzinar e depois nada se escuta, nem mesmo o calor estralando os trilhos. e eu achei mesmo que fosse ela, por um instante. é sempre por um instante. a paixão é é um sopro comigo, enquanto busco um furacão que me arraste aos céus com vacas, casas, jovens e tudo o que encontrar pela frente, uma catástrofe sem precedentes, pedaços do coração perdidos a kilometros de distância, desejos arremessadas, promessas e palavras certeiras, depois a poeira dos destroços, restando dois, e os dois decidem ficar mesmo com o medo assoviando ao fundo. percebem o quanto é importante ser os dois carregando o mesmo desejo? comigo nunca assim, só aconteceu uma vez, o furacão me abraçou antes de me soltar, ninguém acredita quando eu conto.
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Eu não sei ao certo como funciona o universo, mas acredito que o que tem que acontecer acontece, não importa o que você faça. Você consegue evitar que algo acontece agora, mas o amanhã sempre chega e não tem para onde correr.
Hoje eu acordei e era para ser um ótimo dia, da forma como eu planejei, mas uma bomba ia estourar ontem e eu não deixei, consegui jogar terra em cima e escapar. Hoje, no entanto, ela explodiu bem na minha cabeça sem eu nem sequer tive a chance de tentar fugir.
Foi uma merda, afetou o meu coração, ele está cheio de destroços e meus olhos ardidos, mas logo me recupero, logo estarei de volta.
Até breve, amigo.
— O infortúnio do universo de Clair || Reforjada
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JOGO PERDIDO
Ningning x Fem!Reader
Gênero: Enemies to lovers, sáfico, ação, utopia, uma farofada da boa
W.C: 2K
Avisos: Início (?) de um smut, uma vibe meio Alice in borderland
ᏪNotas: Uma das séries (j-drama) que mais amo no mundo é "Alice in borderland", e recentemente assisti um filme chamado "Bubble" (animação linda!!!) Que também tem essa vibe de utopia. Foi juntando esses dois que essa história surgiu. Espero muito que gostem! Deem uma chance para essa narrativa, e descubram que perder o jogo nem sempre é tão ruim assim 😏
Você não sabia, mas já havia perdido desde o momento em que os olhos delicados de Yizhuo cruzaram com os seus.
A cidade de Seul, como era conhecida, não existia mais. Havia se transformado em uma lembrança distante, tão remota que nem mesmo os mais velhos conseguiam recordar o cheiro da brisa fresca pela manhã ou a sensação dos grãos de areia da praia sob os pés. Ninguém sabia ao certo como tudo aconteceu, mas, em um piscar de olhos de uma noite, um imenso flash seguido de um terremoto engoliu a cidade, dividindo-a em fendas profundas, criando ilhas e fragmentos de destruição flutuantes que pairavam sobre um abismo negro. Qualquer tentativa de descer até lá era em vão — muitos já haviam tentado.
A nova Seul estava isolada do resto do mundo, cercada por uma fenda que destruía tudo que tentava atravessá-la, e vigiada por uma nuvem imensa e constante sobre a cabeça de seus cidadãos. Alguns acreditavam que os sobreviventes daquela noite haviam sido escolhidos pelos deuses, enquanto os demais foram levados para pagar por seus pecados no submundo. Era comum tal pensamento, afinal, quando eventos tão surreais aconteciam, era natural buscar explicações divinas, pois admitir que Seul estava condenada ao definhamento eterno era insuportável. Era mais fácil acreditar que eram especiais — mesmo sabendo que não eram.
Plantar, caçar e até pensar eram tarefas difíceis naquele novo e exclusivo mundo. Após tentativas fracassadas dos líderes globais de ajudar a cidade, comunicações por rádio, equipes de salvamento que jamais foram encontrados novamente, todos desistiram, aceitando o isolamento como se fosse apenas um lugar a menos para se passar as férias, e os poucos afortunados em Seul logo mais se uniram a ideia. Não demorou muito para um novo governo surgir naquele universo a parte, juntamente com uma nova lei: os jogos. A comida se tornou um artigo de luxo, o maior prêmio a ser conquistado. O Samsan Parkour era a nova regra de Seul. Uma corrida perigosa até a torre Samsan, — antes tão adorava, agora apenas uma linha de chegada para aqueles que, em meio aos saltos pelos destroços e ilhas, tivessem a sorte de não serem engolidos pelo buraco negro abaixo de seus pés.
O ar era denso, a natureza reivindicava o concreto que um dia foi seu, e os animais que não fossem controlados pelo governo haviam praticamente desaparecido, junto com a confiança. Só se podia confiar no seu clã escolhido e nos competidores do mesmo. Você se encontrava em uma utopia distorcida, como aquelas que sempre odiou ler, forçada a se tornar uma campeã, mesmo odiando jogos.
E lá estava você, na ponta de um penhasco infinito, os dedos tocando o concreto abaixo de seus pés. Os gritos do seu clã, vindos de prédios destruídos e inclinados em direção ao chão, clamavam por seu nome, confiantes de sua vitória. Você havia vencido nas últimas três semanas, acumulando comida suficiente para que a racionamento não fosse mais necessário. Yizhuo estava ao seu lado, a competidora inimiga da semana, — sempre eram dois competidores por vez, e o vencedor avançava para o próximo jogo. A morena era peculiar, seu rosto adornado com um sorriso alegre — semelhante aos seus trajes — demais para seu gosto, e uma habilidade surreal.
Você a odiava com todas as suas forças. Odiava a forma como ela ironicamente lhe desejava boa sorte, odiava como ela perdia de propósito algumas semanas para favorecer outra equipe, mesmo que eles jamais fossem fazer o mesmo por ela, odiava como, enquanto você treinou dia e noite para ser boa em seus saltos, ela parecia ter nascido com aquele talento.
Odiava como ela não parecia ligar de estar ali.
— Boa sorte — A voz de Yizhuo atingiu sua orelha, como de costume. Você não se virou para a jovem, sabendo de suas intenções de te ludibriar.
Pois logo viria o...
Pow!
O som familiar de uma arma de partida ecoou, como um disparo que marcava o início de uma corrida de natação, sinalizando o começo da competição. Você se lançou para frente, mergulhando como se realmente estivesse em uma piscina, ou quem sabe apenas saltando de paraquedas, não importava, cada fibra do seu ser estava focada em uma única coisa: ganhar.
Você saltou sobre a primeira fenda com um movimento ágil, os músculos das pernas ardendo ao impactar o solo do outro lado. Seu foco era total, cada passo calculado com precisão milimétrica que lhe trazia a mesma sensação de voar. A adrenalina pulsava em suas veias, aumentando sua percepção e tempo de reação. Você movia-se como uma pantera, ágil e implacável, saltando entre destroços e ruínas com uma destreza impressionante. O vento sibilava em seus ouvidos enquanto você deslizava pelo ar, cada salto um desafio ao destino, o peso de um amanhã melhor, ou então, de uma vergonha.
Em contrapartida, Yizhuo, ao seu lado, parecia dançar entre os destroços, vocês se perdiam de vista vez ou outra quando escolhiam caminhos diferentes ou adentravam algum prédio. Mas seus movimentos eram constantes; leves e fluidos, quase brincalhões. Cada salto dela era uma demonstração de graça e confiança, seus pés mal tocando o chão antes de alçar voo novamente — isso te deixava instigada em saber o que fazia antes dessa nova vida. Ela parecia estar se divertindo, o sorriso constante em seus lábios um contraste cruel ao seu próprio foco desesperado.
Você não tinha tempo para se importar com ela. Tudo o que importava era não perder. Você se lembrava das semanas de fome que já teve que passar, sem nenhum mínimo de talento em seus saltos, dos dias em que seu clã não tinha nada para comer. Não podia voltar àquela situação. Não podia falhar. Aquilo era a única coisa que podia fazer no momento.
Mas como ironia do destino, que sabia que um único erro poderia custar a vitória — e sua vida — um pedaço de concreto cedeu sob seus pés, você sentiu o pavor absoluto, percebendo que, apesar de parecer, não podia voar. O vazio abaixo de você se abriu como uma boca faminta, e por um segundo eterno, você estava caindo.
Mas antes que pudesse ser engolida por aquele buraco negro, uma mão firme agarrou a sua. O toque era quente e macio. Yizhuo. Seus olhos se encontraram por um instante, e algo indizível passou entre vocês. Com um puxão, ela te colocou de volta em segurança, sorriu ladina, e sem perder o ritmo de sua própria corrida, alavancou em sua frente.
Você continuou, coração batendo descontroladamente, mas com uma nova fúria queimando dentro de você. Odiava a forma como ela havia te salvado. Odiava a gratidão que sentia. Odiava a sua tamanha estupidez por precisar ser salva. E então, no último momento, enquanto subia a torre, se pendurando em seu metal enferrujado, prestes a alcançar o topo, Yizhuo fez seu movimento final. Ela saltou com uma elegância impressionante, os pés tocando o ponto mais alto da construção e a mão alcançando o sino da vitória. O som ecoou pela cidade, anunciando o fim daquela competição.
Você se abaixou, apoiando as mãos sobre os joelhos, ofegante e derrotada. Yizhuo havia ganhado dessa vez. A disputa de vocês sempre fora muito acirrada.
Você não percebeu quanto tempo permaneceu ali, ou a forma como Yizhuo havia comemorado para todos aqueles que assistiam à corrida espalhados nos pontos altos da cidade. No entanto, percebeu quando o alçapão da torre foi aberto, e a morena adentrou a construção, buscando descer de uma forma mais calma.
Estava furiosa, e então decidiu segui-la.
— Yizhuo — Chamou pela mais baixa ao tocar seus pés no metal do observatório da torre, os vidros embaçados e poluídos pela degradação impedindo de observar a vista como normalmente.
Ela se virou para você, suas mãos unidas em suas costas, feito uma criança.
— Boa corrida, não? — Questionou em tom de divertimento.
— Tá brincando comigo? — Você esbravejou, se aproximando da garota. — Por que diabos me ajudou naquela hora?
— Como? — A Ning riu com aquele questionamento, desacreditada. — Queria que eu tivesse te deixado morrer?
— Mas é claro — Por algum motivo você estava realmente irritada por não ter sido o seu fim. — Essas são as regras, a forma de...
— Se livrar de mais bocas para competir?
— Se livrar dos mais fracos.
Yizhuo revirou os olhos e começou a caminhar, aproximando-se dos vidros do observatório, tentando enxergar além daquela destruição.
— E por que isso seria certo? Você não é mais fraca do que eu por ter perdido — Ela se virou novamente para você, a claridade da manhã, apesar de nublada, iluminando seu contorno. — Não precisa inventar desculpas só porque não queria ser salva por mim. Chega de tanto ódio.
— Fala sério, Yizhuo — Foi a sua vez de revirar os olhos, bufando ao se aproximar da jovem. — Você sabe o que eu odeio, toda essa sua farsa de boa moça.
— Olha, não é só porque eu não sou louca pela vitória que sou uma farsa — Argumentou, não gostando da acusação.
— Sim, você é. Faz noção do que estamos vivendo? De onde estamos? — A calmaria de Yizhuo, misturada com sua derrota, esquentava ainda mais o seu sangue. Odiava aquilo tudo, odiava parecer ser a única que ainda surtava com o fato de estarem presos por Deus sabe-se lá o que. — Você finge que é uma pessoa altruísta, mas eu sei a verdade.
Você deu um passo à frente, prensando a morena contra o vidro.
— Você nem ao menos percebe a gravidade dessas disputas, apenas gosta da adrenalina, gosta dos jogos, de se fingir como “ser superior”, e isso que me irrita, pois ajuda os outros pelo motivo errado.
Yizhuo permaneceu alguns minutos em silêncio antes de soltar um riso anasalado, que foi emendado por uma gargalhada.
— E o que tem de errado nisso? — Ela ergueu o canto de seus lábios em um sorriso sombrio, diferente dos demais. — E daí que eu gosto da adrenalina? De ser aplaudida? Eu nunca tive isso minha vida toda.
— Você tem um parafuso a menos — Murmurou, desistindo daquela confusão e começando a se afastar.
Ao menos era o que pretendia, antes de Yizhuo segurar seu pulso, trocando suas posições e te prendendo entre seu corpo e o vidro.
— E quem aqui não tem, hm? Você é viciada em ganhar, e não vem me dizer que é apenas "o que estão exigindo de nós", pois ninguém precisava morrer por conta disso, diferente do que você pensa — A morena se aproximou, acariciando sua bochecha com o polegar.
Você estranhou o toque, mas… Não conseguiu se afastar, fixando seus olhos nos dela.
— A adrenalina é boa, é algo a nos agarrarmos aqui — Yizhuo sussurrou, deslizando sua mão por suas madeixas, descendo ao pescoço com suavidade. — É algo para comemorarmos, nos deixar vivas, temos esse direito também — Suas mãos desceram mais um pouco, pelo seu ombro, antebraço, e buscaram sua cintura. — Você também pode gostar da adrenalina, gostar de como ela esquenta seu corpo, acelera seu coração.
Você sentiu sua respiração se descompassar, acompanhando os movimentos da mão da Ning com os olhos, hipnotizada por sua fala mansa e a forma como ela se aproximou mais de seu corpo, sussurrando ao pé de seu ouvido. Fazia tanto tempo que você não era tocada, que quase se esquecera da eletricidade do contato físico, por mais que nunca tivesse estado tão sedenta quanto agora para retirar as roupas de alguém.
— Você quer que eu te mostre um pouco disso? — Questionou em um novo murmúrio, deslizando a mão para a barra de sua bermuda despojada que utilizava.
Não teve coragem o suficiente para responder à indagação, mas suspirou profundamente, ansiosa, sendo o suficiente para Yizhuo que adentrou o tecido jeans, acariciando sua vagina por cima da calcinha.
— Nunca pensei que você ficaria molhada para mim — Yizhuo comentou, voltando a lhe olhar nos olhos enquanto brincava com seu corpo. Você se apoiou mais no vidro, com medo de suas pernas cederem, e mordeu o lábio inferior observando o balançar da cabeça da morena, como uma serpente, que aproximava os lábios dos seus, ameaçando um beijo que nunca acontecia.
Ela estava no total controle, talvez fosse aquele o seu verdadeiro dom.
Então, sem avisar, sentiu os dedos da garota adentrarem sua roupa íntima, agradecendo pela bermuda folgada o suficiente para permitir aquela ação. Você arfou com a palma da mão colada em sua genitália, brincando com seu clítoris enquanto ela abocanhava seu pescoço em diversos beijos e chupões. Você finalmente ousou se movimentar, emaranhando suas mãos nas madeixas acastanhadas quando Yizhuo posicionou uma de suas pernas no meio das suas, erguendo o joelho levemente, feito uma cadeira. Você sentiu seus dedos vagarem em movimentos de vai e vem, querendo adentrar em você apesar da impossibilidade e dificuldade de suas posições.
Você não sabia, mas já havia perdido desde o momento em que os olhos selvagens de Yizhuo cruzaram com os seus. Estava perdidamente entregue aos seus atos, deleitada com seus cuidados; essa era, ao seu ver, a verdadeira derrota.
E pela primeira vez, nem ao menos conseguiu se importar com isso.
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eu te quis tanto, te desejei tanto
desejei tudo com você, meus sonhos eram altos demais e de nós, sobrou apenas destroços.
t.
@21h50
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Quando o fogo do Senhor passa em nossa vida, é para queimar todas as impurezas e só irá permanecer o que é puro de verdade! É doloroso, pois em meio aos destroços não costuma sobrar muita coisa.
M a r i l i v a Mello
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