#cores para cozinhas
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blogpopular · 14 hours ago
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Como Reformar Cozinhas com Estilo Industrial: Guia Completo para Transformar Seu Espaço
O estilo industrial é uma tendência que tem conquistado muitos adeptos devido à sua aparência moderna, funcional e cheia de personalidade. Reformar cozinhas com estilo industrial permite criar ambientes elegantes, rústicos e ao mesmo tempo práticos, integrando elementos como concreto, metais e madeira de forma harmônica. Neste artigo, vamos explorar como reformar cozinhas com estilo industrial,…
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dollechan · 1 month ago
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we got married com... lee heeseung! ୭ gênero. fluff w. idol!reader x heeseung, algumas palavras da cultura do kpop an. eu quero ele ♡
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foi pega totalmente desprevenida pela mensagem do seu manager, estava em uma sala de espera de um music show quando ele solta que você teria uma reunião na mbc no dia seguinte.
não dá mais detalhes, te deixa com uma pulga atrás da orelha. estava no meio de promoções de um comeback e você é seu grupo já tinham passado pelo music show da mbc.
quando o seu schedule da manhã finalmente termina, você e o seu manager seguem para a reunião misteriosa e acaba por descobri que ia participar da nova temporada de we got married depois de anos de hiatus do programa. não fica animada, tá mais para apreensiva, já tinha se envolvido em polêmicas de namoro no passado e não queria passar por isso de novo mas seu manager e o diretor do programa te convencem a participar.
a semana seguinte serviu para descobrir quem seria seu pair, foi a primeira coisa que gravaram para o programa. uma pequena "caça ao tesouro" mas ao invés de tesouro vocês descobriram com quem iam passar três meses casados. ficou um pouco chocada quando viu heeseung, tipo, não parecia real. se sentia até um pouco tonta, ele era impressionante. já ele abriu um sorriso enorme, feliz com quem teria que ficar grudado a partir de agora. você era a sunbae dele, e em diversas vezes ele te citou como uma inspiração então ficou muito feliz com isso. se cumprimentam um tanto acanhados, rindo da própria vergonha, é tudo meio estranho.a primeira coisa que fazem agora que estão juntos é uma sessão de q&a para se conhecerem melhor, discutem suas cores favoritas, músicas e até tem um momento mais nerd quando falam de filmes de super-heróis.
a semana seguinte já é o casamento — que é falso, mas ele prefere fingir que é real.quando você aparece pela porta daquele lugar enorme onde estão fazendo a cerimônia ele acha que vai chorar — como se realmente estivesse casando com a mulher da sua vida —, sorri como um bolo e assim que você chega ao lado dele, ele não vai parar de te elogiar. "você tá muito bonita ____." o lee sussurra no seu ouvindo, fazendo você rir.
antes mesmo de se mudarem para o apartamento que teriam que viver pelo próximo trimestre vão para uma pequena viagem pela Itália, visitam pontos turísticos e algumas cidades do interior e como era verão europeu terminaram a viagem em uma cidadezinha praiana. ele te elogia bastante durante a viagem, sempre te deixando envergonhada com ele todo envolvido mesmo nesse lance de "marido e mulher".
quando voltaram para a coreia já estavam um tanto mais próximos, ele ficou mais grudento. com uma cama só no quarto que teria que dividir, se acostumou com ele te abraçando pela madrugada, sussurrando o quanto você cheira bem, também acostumou com os abraços repentinos quando estavam na cozinha — geralmente ele te abraçava por trás, te chamando para ir dormir.
uma das atividades que mais gostaram de fazer como um casal foram os piqueniques, geralmente eram só vocês dois no quintal da casinha que estavam ficando durante os três meses de programa, depois fizeram um com os companheiros de grupo.
sua parte favorita do programa foi a sessão de fotos do pré-wedding, você estava com um vestido esvoaçante e curto, não era branco e sim off-white, ele estava com um terno mais "casual", azul royal. heeseung não conseguiu parar de olhar para você, os fãs fizeram até um compilado de todas as vezes que ele te chamou de "bonita" nesse episódio.
o momento que ele mais gostou no programa não foi um específico, mas a experiência toda, principalmente a parte de morar com você. ele amou decorar a casinha com você, amou poder ter momentos em família — com você, os membros do enhypen e as membros do seu grupo —, os momentos antes dos dois caírem no sono. tudo isso foi muito especial para ele.
desenvolveram sentimentos um pelo outro, além da admiração, julgaram ser amor mas parece ser algo mais além também. definitivamente não queriam se separar, então quando os três meses passaram ficaram um pouco emotivos. organizaram o último piquenique, na verdade tava mais para um churrasco, chamaram todos que eram importantes para cada um e até mesmo o pessoal da produção. comeram, se declararam indiretamente e dançaram bastante ao som de um jazz suave do seu toca discos.
com toda certeza foi uma temporada que o fãs do programa nunca vão esquecer, foi a que julgaram ser a mais romântica. ainda deu para fazer um stage especial no music core.
mesmo depois de um tempo não superaram a "separação", ainda mantém contato, dessa vez começando de baixo: como amigos.
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𖹭 original @/dollechan
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hansolsticio · 5 months ago
Note
o jun me passa energia de q me comeria até minha perna ficar bamba, aftercare com direito a worship e dps ia montar um lego de gatinho
pior que sim????? peguei a visão, amg
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n/a: ele tá tão apetitoso nessas últimas duas fotos que ele postou inclusive....
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Existem muitos mistérios que me atormentam enquanto carat, os dois maiores são:
1. Será que o soonyoung já meteu um beijão em algum dos meninos quando tava bêbado??? (aquele TTT não conta — se eu não vi, não aconteceu).
2. A personalidade do jun.
Eu fico intrigada de como esse homem consegue estar em todo lugar, fazendo todo tipo de side quest possível e mesmo assim continuar sendo um dos membros mais discretos do seventeen (na minha opinião pelo menos). Sério, meu mano é tão misterioso e nem tá relacionado com o fato dele ser mais quietinho, eu vejo como traço de personalidade mesmo.
E essa balela toda se conecta com a sua ask porque eu acredito que o junnie tenha uma personalidade meio "On & Off" — juro que faz sentido na minha cabeça. É como se o jun conseguisse mudar de postura com facilidade e de um jeito muito intrigante. Por isso, numa analogia muito esquisita com "o que os olhos não veem o coração não sente" → o que o jun faz quando ele tá com tesão não é da conta dele [vira um problema exclusivo do jun do passado].
É até meio esquisitinho lidar com o jun quando ele tá excitado — um esquisito bom, diga-se de passagem —, visto que ele é geralmente meio acanhado com demonstrações muito grandes de afeto, mesmo já sendo seu faz tempo. E tudo depende do humor e do nível de tesão dele no momento. Se for algo mais calmo e pro lado do chamego, ele vai vir meio tímido, iniciando as coisas com carinho e fazendo tudo devagar. Porém, em dias no qual 'a chave vira' e ele entra num estado de espírito completamente não usual, você fica até meio perdida.
Vai te agarrar sem hesitação alguma, falando do quanto precisa de você e de como passou o dia inteirinho pensando em te foder. É safado do início ao fim, te beija de um jeitinho sujo, quase não te deixa respirar. Belisca e morde os biquinhos dos seus seios só para te deixar sensível, na verdade, sai mordendo e sugando tudo que vê pela frente, você sente seu corpo inteiro pulsar. Se ajoelha para te chupar independente de onde vocês estiverem — não, não importa se vocês estão no meio da cozinha, você vai abrir as pernas pra ele do mesmo jeito. Só descansa quando te sente puxar os cabelos dele por não aguentar mais.
Não satisfeito, basicamente te come em cada um dos cômodos pelos quais vocês passam até chegarem ao quarto. Fode gostosinho e sem pena, te colocando de quatro só porque gosta de ir fundo. Os dedos habilidosos não saem do seu pontinho, esfregando e beliscando enquanto ele soca o pau em você (... eu tô mal). É meio desnorteador, parece que ele quer te dar todo tipo de prazer possível num intervalo de tempo muito curto para sua cabecinha processar. E quando você finalmente tiver perdido as contas de quantas vezes gozou, ele te deixar descansar.
É aí que a chave vira novamente e você tem seu Junhui gatinho-core de volta pra você. Ele acha uma graça te ver toda fraquinha, o corpo derretido em cima do colchão. Faz mil e uma perguntas para garantir que tá tudo bem, massageia qualquer parte do seu corpo que tenha ficado dolorida, tenta te convencer a deixar ele dar banho em ti — mesmo com você quase caindo de sono —, te faz beber alguma coisa... honestamente te trata igual princesinha (me lembra ele com os meninos naquele gose das uvas).
Quando esgota todas as opções de coisas para fazer por você e finalmente te deixa dormir, ele simplesmente segue com a vida dele pra fazer qualquer coisa aleatória como se nada tivesse acontecido.
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sunshyni · 6 months ago
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vou te levar pra saturno | johnny suh
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notas da sun: 'cês acharam mesmo que ficariam sem mim nesse final de semana??? Demorei, mas cheguei KKKKKK Respondendo um pedido, olha só ( @lovesuhng me desafiou a escrever algo deste homem e eu não poderia ir contra um pedido da Mika, não é mesmo???) Acho que é a coisa mais dramática que escrevi pra este perfil, é uma mistureba que me agradou demais, envolve principalmente “Saturn” e “Snooze” da SZA, “Cinnamon Girl” da Laninha e “Mirrors” do Justin Timberlake, só musicão porque a mãe tem bom gosto 😎
w.c: 1k
contexto: o Johnny faz parte de uma gangue japonesa “do bem” (é isso ai mesmo, culpa “Walk” e o Yuta em “Mystery in Seoul”) e a protagonista é uma enfermeira de um hospital clandestino.
avisos: menção honrosa ao Yuta em “High & Low” 🙌
boa leitura, docinhos!!!
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— Você só tá com febre, mas vai melhorar depois desse medicamento — Você disse para a garotinha de 10 anos que brincava com as próprias tranças enfeitadas por duas fitas finas de cetim que formavam lacinhos fofos. Seus olhos desfocaram do rostinho infantil e vermelho devido a temperatura corporal e miraram além, para a chuva torrencial que caía lá fora e que coincidentemente combinava e muito com como você estava se sentindo internamente.
Sentia-se tal qual um motoqueiro em direção debaixo de uma chuva sem igual, a viseira do capacete não estava ajudando em nada, a estrada escorregadia e as curvas cada vez mais fechadas e ariscas. Além disso, não tinha sinal em seu celular, verificar um GPS para conferir um melhor caminho para o seu destino se tornara uma tarefa impossível, e você estava oficialmente sozinha.
No entanto, existia alguém, existia uma pessoa em particular que poderia te tirar daquela agonia, mas você recusava a ajuda, por que o que adiantaria aceitá-la de bom grado quando essa pessoa em especial se colocaria diante do temporal para te salvar? Se arriscaria tanto quanto para bancar o herói por sua causa. Você acreditava que aquilo não passava de uma troca de valores, você saía do primeiro plano e Johnny o ocupava confiante e irresistivelmente teimoso.
— Acho que você e o tio John combinam. Por que vocês não namoram? — Você sorriu sem mostrar os lábios para a expressão dúbia da menininha, ele costumava ser famoso entre as crianças do bairro quando não estava conduzindo alguma missão que às vezes envolvia casas de apostas ilegais, o que dava a chance de Yuta Nakamoto, o líder do bando, abdicar do conjunto vermelho social e apostar no casaco pesado animal print egocêntrico.
— Infelizmente, não é tão simples assim, princesa — Ouviu-se dizer e percebeu o quanto aquela frase soava feito uma desculpa esfarrapada para uma criança, de repente sentiu falta da sua infância, de como tudo parecia ser possível, bastava despejar toda sua criatividade num giz de cera e criar o seu mundo partindo das cores primárias, um mundo em que mais pessoas boas existiam, em que o amor era valorizado mais do que cédulas, um mundo em que você acordasse todos os dias dez minutos antes do Suh despertar, só pra tê-lo envolvendo sua cintura num abraço carinhoso na cozinha, a voz grave questionando ao pé do seu ouvido: “Por que acordou? 'Vamo voltar pra cama, por favor”.
Você ajudou a garotinha a descer do leito hospitalar após ouvi-la reclamar sobre o quão adultos tornavam coisas singelas em extremamente complicadas e sua cabeça balançou, num gesto positivo. Virou-se por alguns segundos, organizando suas coisas numa pequena mesinha de trabalho localizada próxima a maca quando Johnny surgiu de súbito, encharcado, uma expressão de dor cobrindo-lhe a face bonita enquanto segurava o próprio braço visualmente machucado.
Sua primeira reação foi levá-lo até o leito, onde ele sentou sem protestar embora tenha resmungado quando você o apalpou do cotovelo até o pulso, havia algo de errado com o seu antebraço mas ele pouco se importava considerando o sorrisinho agridoce que esboçou, mesmo com a probabilidade de ter fraturado algum osso. Você parou de examiná-lo e mirou os olhos castanho escuros, Johnny retribuiu o olhar, só que diferente da sua pessoa, ele te observava com doçura, com tanto carinho que fez sua expressão suavizar, ainda que seu coração batesse sem controle como o trote de um cavalo sem rédeas.
— Na última vez que nos vimos, você praticamente disse que me odiava, quase soletrou isso — Com a mão boa, Johnny segurou o seu queixo com o polegar e o indicador, fixando o olhar no seu, te impedindo de desviá-lo para alguma janela ou qualquer outra coisa presente naquele ambiente. Seus olhos brilhavam com a umidade acumulada e seus lábios tremiam ligeiramente com o anúncio abrupto de lágrimas que, você sabia, rolaram pelas suas bochechas da mesma forma que a chuva caía lá fora, impiedosamente, sem intervalos — Então por que se importa? Por que se preocupa com alguém que você odeia? Me fala.
Você piscou e a primeira lágrima traiçoeira desceu solitária pela sua face, Johnny a capturou com os lábios, beijando seu maxilar antes que a gotinha salgada molhasse seu pescoço, como da última vez quando você mentiu sobre seus sentimentos, afirmando detestá-lo mesmo depois de tê-lo em sua cama, em seu corpo e em seu coração, ele acariciou sua bochecha com a palma levemente calejada, odiava o quanto ele parecia sereno ainda que vivesse transbordando suas emoções, Johnny insistia em transmitir plenitude e calmaria. E pra ele, você tinha o efeito de um entorpecente feito o ópio, aliviava a dor severa e o fazia crer num lugar inventado, num lugar melhor.
— Porque eu não te odeio. Percebi que nem se eu quisesse, eu conseguiria fazer isso.
Johnny te beijou, envolveu sua nuca com a mão e colidiu os próprios lábios nos seus, sentiu o gosto das lágrimas tanto suas quanto as deles que se misturaram, molhando o rosto e o beijo, ele sabia exatamente como estava suportando a dor latejante no braço esquerdo, o remédio tinha nome, sobrenome, uma fragrância fresca característica feito uma brisa marinha no verão e um sorriso gentil, viciante feito um alucinógeno, capaz de fazê-lo se machucar de propósito apenas para te ver, para que você pudesse tocá-lo ainda que platonicamente, o que graças aos céus não era aquele caso.
Johnny gemeu no fundo da garganta, o que te fez separá-lo de si empurrando seus ombros com delicadeza, sem saber ao certo se aquele som fora reproduzido por puro prazer ou se na euforia de pressionar os corpos, você piorara o ferimento, no entanto o Suh dedicou um dos seus melhores sorrisos para você, aliviando sua postura e fazendo você voltar a respirar novamente.
— Eu tô com medo. Tô com medo de te perder... Isso tudo é tão perigoso.
— E o que você acha que é tudo isso? Você tá se arriscando por essas pessoas. Por mim.
Johnny queria e muito te acalmar, queria te mostrar que seriam vocês contra o planeta Terra daquele momento em diante, que vocês poderiam mudar aquela realidade estúpida juntos, que ficariam bem. Por isso ele esfregou o nariz esbelto no seu pescoço, a voz grave provocando seu corpo, incitando seu coração a acelerar de supetão.
— Fica tranquila, eu vou te levar pra Saturno.
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notas da sun²: quis voltar aqui só pra dar uma explicação para vocês. Na própria música da SZA, ela cita Saturno como uma fuga da realidade enfadonha, como se Saturno fosse um lugar melhor, por isso ela diz: “Life is better in Saturn”. Foi exatamente isso que eu quis trazer pra esse texto, como se a protagonista e o Johnny fossem “Saturnos” um para o outro, por isso somente juntos eles conseguem se deslocar para um “lugar melhor”, “um mundo inventado pela criatividade e gizes de cera”, enfim espero que vocês tenham gostado dessa tanto quanto eu gostei 🥰
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lacharapita · 7 months ago
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LA VIDA TOMBOLA
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Agustin Pardella x Reader! Pernambucana
Smut y fluff - sexo sem proteção [JAMAIS!!!], marijuanaaaaaa, Matias Recalque passando vergonha, Agustin extremamente emocionado, loba torcedora do Sport😍😍, referência a copa do mundo de 1986/Maradona.
N.A - Tava escrevendo esse a uns dias e aí eu TRAVEI e só consegui terminar hoje😰😰. Ficou titico 🤏🤏 mas achei gostosinho de ler pq tô xonadinha no nosso Homem com H maiúsculo😍😍. Viva os emocionados ‼️‼️ LEIAM OUVINDO ESSE HINO DO MANU CHAO!!
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          – "Puta pastelzão que 'cê bolou hein gringo. 'Tá podendo."– As palavras repentinas da mulher fizeram todos rirem alto. Ela ainda admirava o enorme baseado em suas mãos que Agustin tinha bolado. A canga de São Jorge debaixo dela chamava atenção do argentino com as cores fortes. – "Gostou? Comprei no camelô ali na esquina."– Ela disse sem rodeios, o sotaque pernambucano forte em cada uma das palavras dela. A viagem de Agustin e Matias pelo Brasil estava rendendo altos momentos para eles, principalmente quando encontraram a moça fumando um sozinha na praia e perguntaram se podiam fazer companhia e agora estavam a mais de cinco dias rodando Pernambuco com ela. Descobriram que ela tinha nascido em Pernambuco, a mãe era carioca mas era apaixonada pela cidade calorosa de Recife, fumava como uma chaminé, era a maior boca de sacola do mundo [palavras de Matias, vulgo o segundo maior boca de sacola do mundo], torcedora roxa do Sport e tinha uma vira latinha marrom que sempre estava com ela. Na cena que estavam, agustin não podia deixar de olhar para ela com os olhinhos quase fechados e vermelhos. A mulher estava sentada com o tronco inclinado para trás e apoiava o peso nos braço, o biquíni laranja contrastava com o tom de pele bronzeada em marrom claro da mulher, a curvinha da barriga dela fazia a boca de Pardella salivar, os cachos morenos e rebeldes adornavam seu rosto e a medalha de São Jorge em dourado pendurada sobre seu colo reluzia com a luz falsa da lua.
          – "Trabalha com o que, chica?"– Matias pergunta logo após passar o baseado para Agustin e pegar a cuia de mate que estava com a morena.
          – "Cozinha. Mas não aqui no Brasil."– A mulher estica a mão para Pardella, pedindo silenciosamente o baseado. Os argentinos olhavam para ela pedindo de forma não verbal para que ela dissesse mais. Ela deu um trago e então voltou a falar. – "Aramburu, fica em Buenos Aires, 'cês devem conhecer. Sou chefe renomada viu?"– Matias balançou os ombros enquanto sugava a bebida quente da cuia.
          – "Sabe fazer ovo pochete?"– Recalt perguntou com a cara totalmente séria, talvez até um pouco exibido com a emoção de usar aquelas palavras pela primeira vez enquanto olhava para a morena.
          – "POCHÉ, MATIAS!"– Agustin disse em um grito e ele e a mulher gargalhavam alto enquanto Matias apenas os encarava totalmente constrangido.
          – "Qual foi? Teve graça não seus pau no cu. Nunca erraram o nome de alguma coisa?"– Completamente indignado enquanto os outros dois tentavam se recuperar da crise de risos violenta que tiveram.
          — Ficaram lá por mais algumas horas, mas Matias foi embora junto com a cuia e a garrafa térmica assim que o sono começou a perturbar seu cérebro. Pardella e a pernambucana dividiam a companhia um do outro enquanto admiravam o cantinho do sol dando as caras.
          – "Vem!! Rápido."– Agustin agarrou a mochila bege com uma mão e a mão da mulher com a outra. O grito surpreso da morena fez ele rir enquanto corria com ela em direção a moto dele depois dela puxar a canga do chão rapidamente. – "Sobe."– Ele disse assim que sentou na parte da frente da moto, dando tapinhas na parte de trás para que ela pudesse sentar ali. Assim que ele sentiu o corpo dela se colando com suas costas ele se arrepiou, ligou a moto e deu partida para a estrada em que a visão do nascer do sol era totalmente visível. Os olhos da morena brilhavam com a vista do céu alaranjado e reluzente. Os braços dela agarraram o tronco de Agustin com mais força enquanto ele pilotava sem nenhum rumo, apenas querendo que a mulher tivesse a melhor vista possível.
          – "É lindo pra cacete!!"– As palavras saíram alto da boca dela para que agustin pudesse ouvir. O sorriso que ele deixou não passou despercebido por ela, o retrovisor levemente sujo entregou o argentino.
          — Agustin seguiu um caminho perdido por uns vinte minutos at�� eles decidirem que era hora de voltar para a pousada, mas não sem antes passar em um posto de gasolina local para comprar uma carteira de cigarros. Assim que desceram da moto na pousada agustin sequer cogitou ir para seu próprio quarto e seguiu a pernambucana cegamente. Entraram no quarto aos beijos, pegação digna de filme, mãos por todos os corpos, não deixando uma única parte passar despercebida.
– "'cê é tão linda, morena."– agustin disse enquanto a porta se fechava atrás deles e os dois seguiam caminho até caírem tolamente na cama do quarto dela. As bochechas dela estavam rosadas, os pezinhos cheios dos grãos de areia da praia, os olhos ainda vermelhos, o argentino estava completamente em êxtase com a forma como a mulher se parecia debaixo dele. Os dedos ligeiros puxaram as cordinhas da parte de cima do biquíni laranja da mulher, a sensação das almofadas dos dedos fazendo cócegas nela, o que tirou risos bobos da mesma. Agustin sorria observando as reações carismáticas dela enquanto puxava o biquíni para fora do corpo da mulher e expondo os seios dourados para ele, os biquinhos duros chamavam ele como anjos e então foi rápido até ele levar os lábios até um dos seios dela e massagear o outro com a enorme mão dele. Ela gemia com o toque do argentino, tentando se acostumar com a diferença de temperatura da mão gelada para a língua quente dele. As mãos dela já estavam agitadas e correram para puxar a calcinha do biquíni pelas pernas, a movimentação fazendo agustin rir abafado contra seu seio esquerdo. As coxas dela se enrolaram no tronco de Agustin e, com um pouco de esforço, inverteu suas posições para que ela estivesse montada no colo dele, as mãos correram para o bolso na bermuda que o argentino usava e de la tirou o baseado bolado e o isqueiro que Agustin se orgulhava tanto de ter. – "Vai fumar enquanto senta em mim, morena?"– A mulher riu enquanto levava o baseado até os lábios e o acendia logo em seguida, soprando o excesso de fumaça no ar. O isqueiro foi jogado sobre a cama e logo as mãozinhas ágeis foram a barrinha da bermuda de Agustin e puxaram para baixo até que o pau vazando saltou para fora, fazendo o argentino gemer baixo. A mão direita se enrolou na circunferência pesada e massageava lentamente, o polegar esfregando a cabecinha suavemente enquanto a palma da mão macia tocava a extensão longa e grossa. Pardella só podia gemer enquanto olhava com os olhos brilhando para a mulher, sentindo cada bendito átomo de seu corpo, se corroendo por mais. Agustin respirou fundo quando observou a mulher segurando o baseado entre os dedos de uma mão enquanto levantava o quadril e encaixava a ereção dele na entradinha apertada dela com a outra mão, gemendo alto junto da moça quando estava inteiramente enterrado dentro dela. O cigarro logo foi colocado entre os lábios dela novamente e então sua movimentação erótica começou.
Era hipnotizante a forma como os seios dela se moviam, a fumaça que ocasionalmente escapava da boca dela, as coxas douradas brilhavam nos olhos de Agustin enquanto as mãos dele apertavam a pele úmida com força, quase como se quisesse ter certeza de que ela era real. Porra, ele tava completamente apaixonado na brasileira, se sentia como Maradona na final da copa do mundo de 1986. Não tinha la mano de dios, mas estava com elas sobre seu peito. Observava atentamente como uma das mãos dela segurou o baseado e levou até os lábios dele enquanto ela sorria entre seus gemidos. – "Porra, 'tô com el mundo sobre mi." – As palavras saíram junto com a fumaça enquanto ele encarava a mulher sem filtro algum, perdido nas ondas castanhas do cabelo dela, nos lábios entre abertos, olhos escuros, pele avermelhada e brilhante. O cigarro logou sumiu em cinzas mas os dois estavam perdidos demais entre si para notar. Os joelhos cansados dela começavam a vacilar, o que não passou despercebido por Agustin, que logo agarrou as coxas da mulher e girou os corpos no colchão macio, não demorando para começar a se empurrar para dentro dela.
Estava completamente encantado com cada reação da pernambucana, segurava a cintura com uma mão e a outra apoiava no colchão para que seu peso não fosse totalmente colocado sobre a brasileira. A cama rangia com a força que Agustin se enterrava na mulher, ele ignorava, preferiu focar somente nos sons lindos que fugiam da boca dela. Os braços dela abraçaram o tronco dele, a pele coberta de desenhos e suada já estava ficando avermelhada com o calor do corpo. – "'cê vai me matar, morena."– Ela só podia rir, gemendo alto logo depois. O pau dele tocava todos os melhores pontos dentro dela, esticava o buraquinho apertado e a mulher tinha certeza que podia sentir ele batendo no baixo de seu estômago. Os lábios do argentino começaram a deixar marcas arroxeadas na pele do pescoço dela, fazendo sua arte abstrata até o meio dos seios dela. A vida era uma loteria e, naquele momento, Agustin tinha certeza que tinha conseguido seu bilhete premiado.
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sexybombom · 1 year ago
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tw: tô soft de novo então eles sendo fofos, possível taquicardia para mark stans!! Mark chamando a leitora de amor e linda, leitora chamando ele de markie, tem uma surpresinha no fim🤭
576 palavras
Boa leitura
𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐦𝐚𝐬, 𝐇𝐨𝐭 𝐂𝐡𝐨𝐜𝐨𝐥𝐚𝐭𝐞 𝐚𝐧𝐝 𝐌𝐚𝐫𝐤 𝐋𝐞𝐞!
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Época de Natal nunca decepcionava.
Para você que vinha de um país que — para além de não nevar — nunca decoravam as ruas como faziam onde mora agora, realmente era muito diferente.
Você observava as casas com os tapetes fofos e brancos de neve sobre os telhados, as cores e luzinhas decorando cada cantinho das residências.
Um pouco mais abaixo, nos passeios, as crianças brincando, tacando bolinhas de neve uma na outra, fazendo anjos de neve, bonecos de neve...
Via os velhinhos reunidos, com cobertores sobre eles, enquanto conversavam e observavam os netos no quintal.
Você, na varanda do seu apartamento, também com uma coberta, com luvas e um casaco bem quentinho, observava casa detalhe daquele dia de inverno. Era quase impossível segurar o sorriso que se formava na sua face. Adorava ver aquela energia natalina.
Ouviu o celular tocando e viu uma chamada de vídeo da sua mãe. Passaram longos minutos conversando, botando conversa em dia. Antes de desligar, viu seu pai aparecendo para dar um feliz natal junto da mãe.
As vezes nessas datas sentia saudades de estar com sua família.
Seus pensamentos foram interrompidos com o som da porta da frente sendo aberta.
Olhando para trás, pôde ver Mark fechando a porta com certa dificuldade pelo tanto de sacolas que tinham em seus braços.
Rindo levemente, se levantou e andou em direção dele, pegando duas das sacolas.
"Oi amor." Ele deixou um beijinho no canto da sua boca. "Não precisa pegar não, eu levo."
Ele tentou pegar as sacolas mas quase deixou as que já estavam nas mãos escorregarem, agarrando elas com força rapidamente.
"Não tá nem conseguindo com essas, Mark." Disse sorrindo.
Levaram as sacolas para a cozinha.
Você foi guardando as comidinhas nos seus devidos lugares.
"Tenho que buscar uma coisa no carro que não consegui trazer." "Tudo bem, eu vou acabar de arrumar aqui."
Antes dele sair novamente, ele foi até você e te deu um beijo devidamente. "Saí só p'ra ir no mercado e já fiquei com saudades suas, minha linda."
Sorriu e pousou a mão na nuca dele, fazendo um carinho rápido.
"Já volto, tá?" Você acenou com a cabeça e viu ele saindo do apartamento.
Quando você ouviu a porta se abrindo novamente, já havia terminado de dar um jeito na cozinha, logo teriam que fazer o jantar e precisavam de tudo bem organizado para isso.
"Voltei, amor."
Olhou para ele vendo dois copinhos do Starbucks num suporte de entrega nas mãos dele.
"O que é isso?"
Ele pousou o suporte na mesa e tirou os copos com cuidado para que não caísse.
Ele te entregou o copo e você viu que dentro dele tinha chocolate quente. A sensação das suas mãos esquentando com o contato do copo fizeram os cantos da sua boca curvarem.
"Isso é para quando estivermos no sofá, vendo nossos filmes de Natal." Ele foi se aproximando até abraca-la por trás. "Bem juntinhos, no quentinho."
Se virou ficando de frente para ele. Enrolou as mãos sobre o pescoço dele e colou as testas, vocês podiam sentir os narizes roçando. Apesar de namorarem a anos, os sorrisos que tinham eram tímidos.
"Eu te amo de mais, Markie." "E eu te amo de mais, minha linda."
Durante a tarde, depois de assistirem três filmes de Natal, vocês estavam na cozinha, preparando os pratos que comeriam a noite.
E quando deu meia noite, o presente que Mark te deu foi um anel de noivado.
<3
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allebasimaianunes · 1 month ago
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Oração.
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nota da autora: SEM REVISÃO. continuando essa historinha, agora começamos a aprofundar nos sentimentos e pensamentos dele e de Maria.
aviso de conteúdo: tá levinho esse.
contagem de palavras (no total): 4640 palavras
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"Olhos de Jabuticabas"
PARTE IV
Consternado.
Era assim que Charlie sentia ao chegar em casa após aquela Santa Missa. Seus olhos estavam injetados de ira e tristeza ao deparar-se com a realidade. 
A crueza da verdade o perturbava como um demônio pinicando seus pensamentos, o fazendo se lembrar de dias do passado que não voltam mais – de tempos nefastos onde o pecado fez moradia na sua carne. Agora, sozinho como de costume na casa paroquial, indo de um lado para o outro naquele maldito quarto que fedia ao perfume dela, impregnado nas paredes das lembranças dele, Charlie ptomava consciea que o pecado se fez vivo em carne. 
Ele precisava conversar com Maria. Era uma questão de vida. Sua reputação e seu legado estavam em linha de risco agora. Suspirou fundo, começou a contar até dez, mas a cada número que tentava contar, era uma memória perdida voltando com socos contra sua mente. Parou, levou as mãos até a cabeça, segurando-a como se assim ele contivesse os pensamentos tumultuosos que confundiam a sua razão. A melhor forma de tirar a questão à limpo a história toda seria indo atrás de Maria. Ponto final. Por sorte ainda era dia lá fora, um belo domingo ainda lhe restava, talvez conseguisse achar onde Maria morava por meio do bom e velho pitaco com os fofoqueiros de plantão da comunidade. Vestido de preto dos pés às cabeças, ainda com seu uniforme de pároco, ele passou no banheiro para realinhar os cabelos volumosos no clássico topete que gostava se usar, alinhou a clérgima no pescoço, se encarou profundamente no espelho enquanto dava uma rápida escovada nos dentes para refrescar o hálito seco. 
Murmurou para si mesmo:
— Você só vai descansar quando souber de toda a verdade, Charlie. 
Saiu num impulso, obstinado com o que poderia encontrar por aqueles sinuosos caminhos.
O portãozinho branco de metal foi aberto pela mulher de meia-idade, cabelos grisalhos curtos, vestido modesto no corpo magro, um cardigã rosa-escuro de lã cobrindo-lhe os ombros. Um sorriso amistoso fazia com que as linhas de expressão acentuaram no seu rosto, sua voz era um tom de surpresa:
— Padre Charlie! Há quanto tempo meu filho! Entra, entra — gesticulou para que ele entrasse na pequena varanda da sua casa: — a que devo a sua visita nessas horas de um domingo?
— Tava de passagem pelo bairro, então resolvi parar aqui para tomar aquele cafezinho que só a senhora sabe fazer… Se não for pedir muito!
— Que nada! Você sempre será muito bem-vindo na nossa casa Padre! — A mulher respondeu sorridente, colocando uma mão gentil no seu ombro, o guiando pelo caminho de pedrinhas até a porta da sua casa aberta: — E você chegou na hora! Acabei de passar o café!
— Eu faregei a quilômetros! — Brincou o homem tentando manter o bom-humor, mascarando as dúvidas se Maria estaria ali. 
A sala da casa dos pais de Maria continuava a mesma coisa pelas vagas memórias do homem: pequena, tipicamente familiar, tinha uma parede repleta de quadros pendurados com fotos da família – entre os rostos, o inconfundível semblante de Maria, desde quando era uma bebe até adulta, estava espalhada pelos cantos, misturados entre fotos de seus tios e avós. Um raque enorme com uma televisão grande, cheio de quinquilharias desde estátuas decorativas, até aparelhos de vídeos ultrapassados juntavam poeira, dois sofás com um pano azul e almofadas feitas com retalhos de malha, o mesmo padrão dos tapetes ovalados davam uma mistura de cores vibrantes, contrastando com o azul-claro e o piso de cerâmica bege do cômodo. Pelo corredor podia ver a cozinha do outro lado através do arco. 
Charlie conhecia cada cômodo dali: no corredor pequeno, à direita ficava o quarto de Maria, consideravelmente grande, com uma cama de casal e móveis de madeira que eram de uma tia dela, antigos porém intactos. Lembrava até do cheirinho de maciez e flores que sua roupa de cama tinha. Já no canto esquerdo, a porta do meio era para o banheiro simples com vaso sanitário e pia em cerâmica branca e uma banheira com um chuveiro feita de ladrilhos verdes. O último quarto era dos pais dela. Na cozinha havia uma porta que dava para os fundos da casa: um pedaço quadrado onde ficava o varal, uma cabaninha que servia de casinha dos acúmulos, e uma pequena horta que sua mãe cultivava. A casa tinha aquele mesmo cheirinho que ele sentiu na última vez que esteve ali: café coado na hora, amaciante suave e desinfetante de capim-limão. Sorriu nostálgico. Nem se ele quisesse, ele conseguiria reproduzir exatamente aquele cheirinho de casa de família que Maria tinha quando vinha aos seus braços diretamente da casa dela.
Ele amava aquele cheiro, sentia ele apossar de seu coração e abraçar sua alma. 
— Sente-se e sinta-se à vontade, Padre! Vou trazer nosso café… Aceita algo para comer? Fiz um bolo de fubá maravilhoso! 
— Eu agradeço… E pode me chamar de Charlie, como já te falei outras vezes!
— Desculpa, Charlie! Mas sabe como é o tal do costume né? — Rindo, ela entrou na cozinha. Charlie ficou quieto, tentando ouvir algum ruidinho vindo dos outros cômodos. Nada. Estava quase levantando-se para ir bisbilhotar o corredor, porém voltou para trás com a figura da senhora vindo na sua direção, segurando uma bandeja de treliça com duas xícaras e pedaços de bolo amarelo. Sentou-se na sua frente, oferecendo uma xícara de café. 
— Obrigada! — Bebeu um pouco do café doce da mãe de Maria, relembrando através do sabor gostoso de café passado, os velhos tempos. Sorrindo nostálgico, ele perguntou com o tom mais casual que ele conseguia perguntar: — Por acaso a Maria está por aqui…?
Seus olhos eram duas jabuticabas lustrosas por cima da xícara. A senhora a sua frente mastigou o bolo, o olhar sorridente para ele, engolindo e bebendo do seu café antes de responder:
— Há, sabia que você veio aqui por ela — um soco seria melhor no coração do padre, que gelou diante aquele comentário: — mas não. Faz um tempinho que Maria não mora mais aqui… 
— E cadê seu esposo? — Charlie tentou disfarçar seu único interesse na conversa, pegando um pedaço do bolo que molhou seus dedos com a gordura, levando-o até a boca para mantê-la ocupada. 
— Hoje ele foi ajudar o esposo de Maria com umas coisas de marcenaria dele… Sabe como ele é né? Sempre muito solícito com os outros… Mas padre, por que você sumiu? Desde que Maria foi embora de casa, você sumiu dessas bandas… Sentimos sua falta!
— Sério? — Pigarreou, bebendo o resto de café junto ao resto do bolo. Empurrou garganta adentro os grãos de milho sovado como se fossem pedrinhas que arranharam seu interior. A mulher tinha o ar leve:
— Seríssimo! Maria um belo dia chegou em casa e disse: mãe, pai, eu vou me casar! E quando vimos, ela já estava de mala e cuia debaixo dos bracinhos indo morar lá do outro lado da cidade, quase na divisa com o município vizinho… Faz pouquíssimo tempo que eles vieram mais pra perto. Mas só depois de muita insistência minha e do meu marido para que ela viesse pra cá, pra perto de nós — suas expressões era incerta, os vincos acentuando-se mais: — era como se ela tivesse com medo, mas medo de quê, Padre!? Uma menina tão comportada e boa filha como Maria sempre foi! Só foi um baque saber que ela casou grávida mas ao menos… Bem, ao menos ela casou com o pai do filho dela—
— Eu vi mesmo — imediatamente Charlie quis cortar sua própria língua atrevida, mas já era tarde, a senhora o olhou curiosa, um sorrisinho suspenso nos seus lábios, sem saída ele complementou tentando soar descontraído: — hoje mais cedo na missa. Estavam ela, esse moço, uma senhorinha segurando um bebê… E o bebê.
— Miguel. O nome do meu neto é Miguel! — Ela prontamente falou, abrindo um sorriso orgulhoso que iluminou seu rosto. Num pulo ela se levantou sumindo para dentro do corredor.
O coração de Charlie acelerou dentro do seu peito, uma sensação que misturava o amargor adocicado que o café deixou em sua boca com uma sensação de uma paixão descabida o encheu por inteiro. Miguel. Era um nome lindo, significativo até demais para ele. Lembrando-se do anel que sempre usava, seus dedos tateiam os relevos da imagem gravada na prata de São Miguel Arcanjo. Miguel, meu filho se chama Miguel, foi a voz interior reverberando entre as paredes do que era certo e errado falou para ele. 
Desfez o sorrisinho bobo que surgia em seus lábios quando a mãe de Maria chegou segurando um albúm de fotos grande nas mãos. Afastou a bandeja de lado, sentou-se bem próxima de Charlie, pousando o pesado albúm com capa em tecido entrelaçado branco, com detalhes em renda no colo dele. Abriu o albúm cheios de fotos, passando-as até mais da metade onde os olhos curiosos do homem viram as recém-fotos anexadas nos vincos das páginas: Maria bela em seu vestido de noiva, sua eterna noiva, véu e grinalda, uma expressão melancólica no olhar e no sorriso forçado, distante em uma beleza de uma estátua. Era bela, cheia de detalhes perolados e brilhantes, mas inflexível. Sem vida. Seu coração retorceu de remorso por saber que se fosse ele – ah se fosse eu, com certeza ela estaria com o sorriso mais belo neste rosto!
Ao lado dela o homem que viu na missa. Alto, esguio, pele bronzeada, olhos amendoados, estava com um terno ridiculamente branco, Charlie torceu o nariz, não foi com a cara do indivíduo… Parado com as mãos possessivas nos ombros da sua Maria, ele tinha um sorriso largo de denters alinhados e muito brancos. Os cabelos castanhos médios eram encaracolados, o nariz arrebitado, a postura de um galã de novelas antigas. Charlie questionou genuinamente curioso:
— Como Maria conheceu ele…? Digo-ela nunca me disse nada sobre estar conhecendo ninguém.
— Esses são um dos mistérios de Maria, Padre! Quando nós vimos ela já tinha noivo e casa para morar. Não deu nenhum sinal à nós… Sabe Padre, Deus me perdoe, a mim e a meu marido mas — ela parou, a mão suspensa entre virar a página, olhos profundos nos de Charlie que prendeu sua respiração: — desde a ida dela e seu sumiço, nós-oh meu Deus, nos perdoa-nós pensamos que ela havia se apaixonado pelo senhor e tido ficado desiludida, por isso decidiu sumir de tudo. Mas é óbvio que o senhor é santo e ela também, por isso ela acabou tendo rolo com esse homem, um bom moço, não irei mentir, tendo o Miguel, um anjinho nesta terra! Olha só Padre! — Virou a página. Charlie porém ficou uns segundos com a cabeça virada na direção da mulher, retornando o fôlego prendido, um suor frio escorrendo pela testa, pensando que eles realmente tinham razão. Na verdade, não faziam ideia da história completa e era melhor continuarem pensando aquilo. 
Seu olhar voltou gradativamente para ver a foto que ela apontava. Imediatamente todos aqueles pensamentos despencaram e ele sentiu um amor profundo. Miguel recém-nascido enrolado em uma mantinha cor creme, todo roliço com os olhos de jabuticaba que herdou dele. Sorrindo feito um bobo, sentindo a cara arder de carinho, ele apontou para o pequenino:
— Ele é uma gracinha! Tem quantos meses…?
— Miguel completou onze meses esses dias atrás. Dezembro agora ele completará um ano de idade… Acredita que ele nasceu na Véspera do Natal!? Um milagre! 
— Sério? — Charlie indagou, seu olhar cheio de amor mudando da foto para a mulher: — É uma verdadeira benção mesmo… — Sua voz foi sumindo entre os pensamentos tempestuosos que formavam através do seu olhar. A mulher começou a tecer comentários sobre a vinda do menino, sua voz soando como um rádio distante na mente do homem que fez rapidamente as contas, ligou pontos, tentou buscar no fundo dos alçapões da memória os indícios que Maria lhe deixou.
Repentinamente entre as palavras da mulher que estava comentando sobre o casamento de Maria, ele a atropelou ao questioná-la:
— E onde atualmente eles moram?
Aquela necessidade pungente acabou escapando para fora, recebendo um olhar de curiosidade da senhora, ele teve consciência que estaria se arriscando. Porém ele necessitava de corpo e alma, carne e sangue, ir atrás daquela verdade.
Quando saiu da casa o sol já estava se pondo. Levava uma vasilha com o bolo depois de muitas insistências da mulher. Seu coração carregado de questionamentos, no bolso da camisa um pedaço de papel onde a mãe de Maria lhe anotou seu endereço – e ainda comentou por alto o horário que ela estava sozinha com o filho.
Chegando no portãozinho quase trombou com o homem esguio que estava ao lado de Maria naquela manhã. Seu marido. O homem o olhou com profunda curiosidade, estava suado, a camisa branca levemente encardida. Sorriu sem jeito para o Padre, seu hálito fedia a cachaça:
— Padre! Que coisa te ver por aqui!
— Estava visitando velhos amigos… Como se chama mesmo? — Ergueu uma sobrancelha, parado ainda na frente do portãozinho, bloqueando a passagem do outro, atrás dele ele escutou a voz da mãe de Maria se despedindo dele de dentro da casa:
— Meus modos! Sou Vicente! Prazer Padre, sou novo na cidade… Daqui só conheço Maria e os pais dela… — Abriu seu sorriso que revelava dentes manchados. Charlie abriu um sorriso ensaiado, sentindo um profundo desgosto por Maria ter trocado ele por aquilo. Mas manteve a postura, estendendo sua mão para um aperto. 
— Mãos macias Padre! 
— Eu já vou indo… — Charlie ignorou o comentário debochado do homem cuja mão era áspera feito uma lixa. Abriu passagem para o outro subir, já do lado de fora se virou para Vicente, falando com um tom suave:
— Aliás se não for pedir muito — sorriu singelo? — mande um beijo e um abraço à Maria e a Miguel. Pode dizer que fui eu que lhe mandei. 
Com isso virou de costas, indo até seu carro, determinado mais do que nunca a confrontar a mulher. 
Nos seus sonhos inquietos, Charlie tinha lapsos de imagens de Maria segurando o bebê em seus braços, coberta do véu celestial azul com estrelas douradas brilhando ao seu redor. Ela sorria para ele, misericordiosa, e o chamava como um clamor. Ele, nu, completamente frágil naquela floresta escura, cheia de espinhos e galhos retorcidos, tentava alcançá-la com pés furados, mãos sujas de sangue, testa vincada com ranhuras onde versos bíblicos deslizavam feito água. Ela era uma luz imaculada naquele mundo terrível de dor e escuridão. E parecia tão distante de si. 
— Maria! 
Gritou num pulo, o peito subindo e descendo freneticamente. Pregado de suor, nem mesmo o ventilador ligado era capaz de dissipar aquela onde quente que rastejava por seu corpo. Quando passou a mão no rosto, sentiu as bochechas e olhos molhados de lágrimas que chorou durante o sono. Deitou com tudo na cama, porém durante o resto daquela madrugada não voltou a pregar os olhos – não por ter perdido o sono, que hora ou outra voltava tentando agarrá-lo de volta ao véu escuro do sono –, mas sim com medo de sonhar com Maria e Miguel. Com medo de encarar aquela realidade mais uma vez. 
A segunda o recebeu com uma dor de cabeça latente pela noite mal dormida.
Só conseguiu sentir-se confortável para voltar a fechar os olhos quando o sol raiou através da janela, iluminando seu quarto. Tirou um cochilo antes do despertador tocar no fundo da sua cabeça. Tomou seu banho gelado de costume, penteou os cabelos para trás, se encarou no espelho mais uma vez recitando seu monólogo matutino, rezando e pedindo muita luz de Deus nos seus caminhos. 
Quando a tarde chegou, deu um jeito de escapar das suas obrigações para resolver seus próprios assuntos. 
Estacionou o carro em frente a casa de muro alto, pintado de um laranja desbotado, um portão cumprido que servia como entrada principal de um vermelho mais vivo, enferrujado na borda, com outro maior que era da garagem. Uma típica casa familiar num bairro mais familiar ainda, quase parado, com casas médias e grandes naquele quarteirão, muitas árvores e pouquíssimo movimento. Estava trajado com sua farda diária: a calça social preta, as botas de couro, a camisa social em um tom de azul-marinho, a clérgima no pescoço. Saiu com as mãos munidas da sua desculpa: a vasilha que a mãe de Maria lhe entregou no dia anterior e uma bíblia desgastada. 
Seu coração dentro do seu peito estava acelerado, quase escapando pela boca seca. Tocou o interfone. Esperou segundos que pareciam minutos. A voz eletrônica o fez tremer de ansiedade:
— Quem é? 
Se aproximou do interfone, limpou a garganta antes de falar com a voz grossa?
— Maria, sou eu… 
Silêncio. Por um momento ele jurou que ela iria mandá-lo embora. Mas ele recebeu apenas o silêncio como resposta. Até cogitou voltar atrás, que aquilo era um tremendo erro – mais um para sua coleção… Mas antes que pudesse refazer seu caminho, ouviu de dentro passos e um tilintar de chaves. O portão abriu-se e a figura de Maria apareceu feito um sonho. Seus olhos brilharam ao vê-la tão de perto após todo aquele tempo. Mesmo vestida da forma mais caseira possível com um vestido simples e um avental, ela estava resplandecente. Sua expressão era séria:
— O que veio fazer aqui?
— Bem — retornou a órbita, estendendo a vasilha: — vim te entregar isso e —
— Tudo bem, obrigada. — Cortou ela pegando a vasilha das suas mãos. Charlie ficou parado sem reação. Maria o encarava de volta quase em tom desafiador. Entrelinhas ela estava dizendo para ele: “o que mais você quer?”.  Ela já ia fechando o portão na cara dele quando ele decidiu agir, impedindo que ela fechasse, praticamente clamando:
— Não, por favor! Deixa eu entrar… Eu preciso conversar com você! 
Maria parou, encarando-o com um profundo ódio na sua expressão. Suspirou, a clemência vindo do rosto daquele homem tocou em um ponto que ainda era extremamente vulnerável dentro dela. Deu espaço para que o homem entrasse, sentindo o cheiro dele quando o mesmo passou por ela, ressuscitando emoções passadas. Ela poderia ter dito um não mas era impossível dizê-lo quando tinha aquele par de olhos escuros pedindo com uma fragilidade por ela. 
Entraram na sala da casa dela. Arejada, um sofá azul, o raque com a televisão, alguns quadros pendurados na parede. Os olhos de Charlie buscaram por algum rastro do bebê pela casa. Maria parou no batente do corredor, braços cruzados, tomando uma distância segura do homem, que indagou com as mãos na cintura:
— Onde está o bebê?
— Que bebê?
— Por favor Maria — sua voz era um sussurro, se aproximando a passos lentos da mulher, um olhar de piedade para a expressão séria da mulher: — não finja de boba. Eu o vi. Ontem na missa, você, aquele seu marido, o bebê…
— E o que você quer com ele? — Questionou, virando o rosto quando Charlie se aproximou dela, as mãos dele ergueram no ar, na direção do rosto dela, como um reflexo antigo que não conseguiu conter, porém manteve as mãos suspensas no ar. Sua respiração quente batendo no rosto da mulher. Charlie sussurrou?
— O que eu quero com o meu filho? 
Maria finalmente o encarou.
O olhou. Suas pupilas se dilataram, sua reação foi imediata: desgrudou da parede, descruzou os braços, uma expressão de susto tomou sua face enquanto se distanciava mais uma vez do homem. Charlie deixou que os braços caíssem nas laterais de seu corpo, virando-se para fitar a mulher que estava no meio da sala, desnorteada. Ele impôs:
— Maria, eu só te peço a verdade. Nada mais que isso… — Tomado de coragem se aproximou dela novamente, os passos cautelosos para não espantá-la mais uma vez para longe dele. Maria ficou estática, como se o aguardasse. Charlie finalmente colocou suas mãos nos ombros dela, para impedi-la de sair correndo mais uma vez, sua voz era convicta: — Além de eu poder conhecer o menino. Meu filho. Só te peço isso. Por favor. 
A mulher lentamente aceitou aquele abraço, as mãos do homem deslizando e encaixando-se perfeitamente em suas costas, abraçando-a com seu corpo quente, alimentando sua alma novamente com as esperanças de encontrar um lugar divino. Com lábios singelos, Charlie beijou-lhe o ombro, enterrando-se mais uma vez naquela mulher. Sua Madalena. O passado agora parecia o dia anterior que apenas dobrou e nada mudou entre eles.
Maria preparou um café para eles. O relógio marcava as três da tarde. Miguel dormia num moisés que foi colocado na cozinha, Maria terminava de mexer em uma penela onde um recheio de bolo engrossava, comentando com casualidade que estava vendendo bolos, doces e salgados para festas por encomenda – algo que surgiu no ano anterior, por sugestão do homem que sempre a viu tão imersa e fascinada naquele mundinho, e que deu certo.
Charlie que estava sentado quase colado ao moisés, estava perdido em admiração pelo bebê rechonchudo que dormia angelicalmente naquela caminha, sentindo o peito em chamas. Chamas de amor paternal que ele mal fazia ideia que habitavam sua alma. Sua mão que suava frio encostava a borda do moisés, mexendo-o com suavidade, buscando de alguma forma tocar seu filho. O bebê de onze meses era grande, roliço, as bochechas rosadas, o nariz era um pontinho arrebitado, os lábios eram rosados, entreabertos com um pouquinho de saliva escorrendo, as sobrancelhas eram bem definidas e escuras, os cabelos era levemente enrolados e de um dourado-acobreado que o relembrou das fotos de infância. Miguel era praticamente um outro ele, um pedaço dele que se multiplicou. Não havia milagre mais sublime que aquele.
Maria terminou com o recheio, deixando-o preparado num canto. Trouxe para a mesa quadrada de tampo de mármore com uma toalha de mesa de plástico por baixo da de pano bordada os biscoitos que sobrou da última bandeja. O cheirinho de baunilha e canela preencheram as narinas de Charlie que agradeceu a mulher pelo lanche. Os dois se serviram naquele silêncio aconchegante da casa dela, logo atrás dele a porta do quintal estava aberta, onde os passarinhos que faziam ninho na enorme árvore central cantavam. Era um pedacinho gostoso da paz. 
Maria decidiu começar a falar antes que os próprios pensamentos a comessem viva:
— Você por algum acaso me procurou depois que eu fui embora? — Charlie olhou para a mulher com o peito carregado de culpa. Com a voz pesarosa ele respondeu com toda sua verdade:
— Não. Quando você decidiu dar um ponto final eu sofri, calado, porém não fui atrás de você. Tanto em respeito a sua decisão quanto a minha vontade em me redimir com Deus, com meus votos… 
— Tudo bem — ela respondeu tentando manter a cordialidade na voz, sorriu para ele do outro lado da mesa: — tudo bem mesmo Charlie. Imaginei isso mesmo, eu não poderia ser egoísta ao ponto de desejar o contrário… Seria hipocrisia da minha parte, imagine — deu de ombros soltando uma risadinha: — decidir que iria te deixar e simplesmente desejar que você viesse atrás de mim…? Não. Não faz sentido. Não fazia sentido na época…
— Naquela época você já estava grávida, né? 
— Sim. Tinha acabado de descobrir — seus olhos caíram em Miguel, sereno em seu sono, Charlie acompanhou o olhar dela: — que estava grávida. Foi até engraçado, sabe? — Riu das lembranças:
— Não é motivo de risada por causa das circunstâncias mas… Um dia antes de nos encontramos, eu tinha feito um teste de farmácia escondido. Já tinha uma desconfiança e bem… Deu positivo! Eu fiquei em estado de choque.
— Você cogitou abortar? — A pergunta repentina veio de um medo distante desta possibilidade. Maria negou com a cabeça:
— Nem se fosse seu desejo… Era o que você iria me pedir, caso eu te contasse?
— Não — Charlie respondeu, sério: — isso só caberia a você. 
— Mas abortar não é um assunto espinhoso para a Igreja, passível a condenação eterna…? 
— É. Mas sinceramente… Para mim, não é da minha conta se alguém vai querer abortar ou não Maria. Isso no final das contas é problema dessa pessoa com Deus. Mas se você quer mais sinceridade de mim — coçou a sobrancelha: — eu ficaria bastante magoado se soubesse que você interrompeu a gravidez do nosso filho.
Maria não quis demonstrar muito a surpresa com a resposta do homem mas não conteve o sorriso que emoldurou seu rosto.  Charlie notou aquele brilho no olhar dela, sentindo-se mais confortável. Virou-se para Miguel mais uma vez, completamente encantado com seu filho:
— Sua mãe me contou um pouco sobre sua história…
— Ah é? E o que ela te disse?
— Me lembro dela contar que você sumiu de repente e voltou barriguda e noiva. Que esse tal de Vicente — torceu o nariz ao relembrar do sujeito: — te levou pra cidade dele, que é vizinha da nossa, e que Miguel nasceu na Véspera de Natal. 
— Uma benção. — Os dois falaram a palavra em uníssono, rindo logo em seguida da coincidência. 
Maria remexeu na cadeira, abrindo seu sorriso:
— Sim, sim… Minha história se resume a basicamente ter surtado e ido embora daqui, ter me esbarrado com o Vincente que me deu um ombro amigo e um apoio, daí ele me pediu em noivado e nos casamos, voltamos para cá e estou recomeçando minha vida. Simples.
— Ele pensa que Miguel é o filho dele?
— Em partes o menino é filho dele, Charlie. Desde quando tava barriguda ele sempre ajudou muito nós dois… Nunca questionou do por que do filho dele ter nascido um mês e meio adiantado. Muito menos dele não ter um pingo de semelhança com ele ou com alguém da família dele. Ele é na dele. 
— E isso te conforta? Isso é o suficiente?
— Isso é o bastante para mim Charlie. Eu não poderia simplesmente brincar de mula-sem-cabeça até morrer. — Maria falou com um tom bem-humorado na voz, porém Charlie ficou sério com a resposta dela. Aquilo entrou na mente dele e cravou espinhos no seu ego. Antes que ele repetisse, Miguel balbuciou uma reclamação chamando a atenção de ambos.
O menino acordou. Maria ia se levantando para acudir o filho, porém Charlie foi mais rápido pegando o bebê em seu colo, começando a ninar ele, o sorriso bobão em seus lábios. Por aquele momento, ambos esqueceram o passado, as farpas trocadas, as mágoas guardadas em cantinhos de suas almas – por aquele momento único, eles se permitiram aproveitar um instante de afetos velados. Charlie olhou orgulhoso para Maria que estava parada em pé na frente dele, ambos sorrindo.
Emocionado com lágrimas silenciosas nos seus olhos, ele sussurrou:
— Ele realmente têm os meus olhos Maria! Isso é tão lindo… Meu filho… 
— Me prometa que irá sempre me ligar se precisar de algo? 
— Não que eu precise de caridade — começou Maria com os braços cruzados, encostando-se no portão entreaberto de sua casa: — mas sim. Irei te informar caso algo ocorra.
— Irei te rever nas missas dominicais? — Charlie questionou, a bíblia debaixo de um dos  braços cruzados, expectativa iluminando seu rosto. A tarde caía ao redor deles, a rua permanecia parada. Maria revirou os olhos:
— Sim, eu e Miguel iremos às missas. Pode ficar tranquilo!
— Que bom — falou, aliviado, um peso saindo de seus ombros. Olhou para dentro da casa dela, a vontade de ficar e fazer moradia naquele lar expostos na sua hesitação em ir embora. 
— Obrigada por ter me aceitado na sua casa Maria. Por ter deixado eu conhecer o me-o Miguel. 
Maria queria responder o que veio na sua mente de imediato: “Para você eu nunca falaria um não.”, mas se contentou em responder:
— De toda forma você daria seu jeito em conhecê-lo…
— Tem razão. Você me conhece como ninguém — riu: — então eu vou nessa… Fiquem com Deus e dê um beijinho de boa noite nele por mim.
— Tudo bem, Charlie. Tchau!
— Até logo Maria! Até logo…
Ele se recusava a se despedir em definitivo. Se afastou do portão, Maria sumiu quando o mesmo fechou-se atrás dela, um sentimento de vazio o assolando enquanto ele caminhava até seu carro.
Sentado dentro do veículo uma mistura de sentimentos transbordavam de si. Um recomeço parecia querer se firmar entre o Céu e a Terra diante de si.
"Aproveitem ao máximo todas as oportunidades nestes dias maus." (Efésios 5:16)
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skzoombie · 1 year ago
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-Que cara é essa, minha rainha? - johnny perguntou sem entender quando a mulher de corpo curvilíneo revirou os olhos e caminhou para dentro do apê, deixando a porta aberta para ele entrar.
Um dia inteiro sem responder uma mísera mensagem da namorada, - pelo menos é como ele havia nomeado duas semanas atrás - e agora estava na frente da porta do apartamento dela agindo como se nada tivesse acontecido.
-Não vem com esse tonzinho pra cima de mim - falou com desprezo enquanto caminhava até a cozinha e pegava os dois latões de cerveja na geladeira.
-Como assim? 'Cê não me fala não posso adivinhar, não vai começa com as viagem - respondeu se jogando no sofá com estampa de flores em cores bem brega.
-Eu 'tô viajando? Posso garantir que se eu abrir seu storie da noite passada, não vai parecer que 'tô "viajando" - disse sinalizando aspas com os dedos enquanto entregava a cerveja para o coreano alto sentado na sua frente.
Ela sentou na poltrona de couro ao lado e esticou as pernas para alcançar a mesa de centro da sala, suspirou alto e arqueou as sobrancelhas quando percebeu que johnny observava seu rosto sorrindo que nem um idiota.
-Travou de vez? Tá me olhando assim por quê? - questionou na defensiva.
-Só achando fofo você se mordendo de ciúmes de mim - respondeu sorrindo e bebendo um gole da cerveja.
-E se eu tiver? - falou jogando uma almofada na cara do homem - Prometeu pra mim que se eu aceitasse namoro, não ia fica correndo na noitada.
-Minha rainha, eu já falei que sosseguei dessas coisa- justificou puxando ela pela perna e fazendo caminhar até o sofá, sentando no seu colo - Aquela minha skin morreu, você matou ela quando entrou na minha vida.
-Aí, é que não é exatamente ciúmes, é só que conheço o teu eleitorado, falei pra gente ficar só se pegando e você insistiu muito pra um rolê sério - começou a despejar tudo - Já tá careca de saber que só entro em relacionamento sério se for uma coisa top entre os dois.
Johnny tinha conquistado ela só com a lábia e sempre foi popularzinho nas festas do Rosa porque quase todo mundo já caiu nos papo dele, mais rodado que qualquer coisa. O que o tornava mais interessante, era que o gato nem morava nessa região, filhinho de papai, herdeiro de milhões, que amava tá no meio do povão, ao contrário da família que tinha um leve desgosto pelas atitudes e convívio do filho mais velho.
-'Tô levando nosso rolo mais a sério do que possa imaginar, ontem teve uma galerinha que ficou querendo me conhecer daquele jeitinho, 'cê é que entende - disse jogando o cabelo um pouco mais comprimido pra trás e fazendo a mulher revirar os olhos com o exibicionismo - Mas não me deixei corromper, falei em bom tom que agora tô fechado com a minha gata.
Ela soltou uma gargalhada alta e o homem sorriu junto, abraçou o corpo que estava sentado no seu colo e começou a espalhar uns beijinhos nos ombros dela. S/n confiava, apesar do histórico de cafajeste do coreano, sabia que johnny jamais ficaria com alguém sabendo que isso poderia de alguma forma humilhar ou constranger ela.
-A partir de agora sou homem de uma mulher só, confia - disse esticando o minguinho como promessa - Aliás, tava sem graça ontem, não tinha você lá pra mim pode ti arrasta pro banheiro e co-
Ela colocou uma das mãos na boca dele para impedir que continuasse a frase, não precisava que ele ficasse sempre relembrando da fatídica festa que fodeu com você no banheiro da casa de luxo dele enquanto todo mundo dançava do lado de fora, com a tranca da porta estragada e perigo de qualquer pessoa entrar.
-Cineminha hoje, que acha? - perguntou mudando o assunto e querendo mais um programa brega de casal para aquela tardezinha de sábado.
-Com você até sentar no meio fio pra tomar uma gelada, seria ótimo - ela revirou os olhos com a resposta e levantou do colo do namorado para começar a se arrumar.
Johnny sorriu bobo para as paredes e ficou aproveitando o vento que entrava pela janela do apartamento enquanto idealizava as horas seguintes com a sua deusa.
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sonhosblog · 22 hours ago
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Mãe,
Hoje, enquanto o céu explodia em cores e luzes, era como se cada faísca fosse um pedaço seu, uma celebração única e brilhante do seu aniversário. Eu me vi criança novamente, no seu colo, sentindo seu abraço quente enquanto admirávamos juntas aquele espetáculo. O barulho dos fogos, que um dia me assustava, hoje soa como a sua risada, forte, cheia de vida, impossível de ignorar.
Faz tanto tempo desde que você partiu, mas, mãe, você nunca realmente foi embora. Sua presença habita os espaços mais silenciosos da minha vida. Eu a senti hoje em cada música que tocou, em cada prato servido, em cada brisa que acariciava meu rosto. Você estava lá, no sabor doce das frutas da ceia, no cheiro do bolo que me lembrava da sua cozinha, no eco das vozes que cantavam em celebração.
O Natal nunca mais foi o mesmo sem você. Desde os meus onze anos, esta data tem um peso, uma melancolia que nunca soube descrever. Mas, ao mesmo tempo, há um calor que me envolve, uma certeza de que, de alguma forma, você está comigo. É como se você deixasse pequenas pistas, fragmentos do seu amor, para que eu pudesse encontrá-la em cada detalhe.
Mãe, enquanto as luzes dançavam no céu, pensei em como você fazia tudo ao seu redor brilhar. Você transformava o ordinário em extraordinário, o simples em mágico. E hoje, mesmo ausente, você ainda faz isso. Você transforma o vazio em saudade bonita, o silêncio em memória, a dor em um tipo de amor que nunca diminui.
Obrigada por ter sido meu colo, minha luz, meu refúgio. Hoje, os fogos não são só uma celebração da data; eles são uma celebração de você, do que você foi e sempre será em mim.
Feliz aniversário, mãe. Onde quer que você esteja, sei que está brilhando mais do que qualquer luz no céu.
🌹❤️
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cncowitcher · 6 months ago
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73. ENZO VOGRINCIC IMAGINE
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ᡣ𐭩 ─ enzo vogrincic × leitora.
ᡣ𐭩 ─ gênero: fofo. 🧸
ᡣ𐭩 ─ número de palavras: 486.
ᡣ𐭩 ─ notas da autora: oioi meus aneizinhos de saturno, como vão? espero que gostem viu? se cuidem e bebam água, um beijo. 😽💌
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Enzo ─ escorado na parede da divisa da sala com a cozinha ─ tinha os braços cruzados e os olhos fixos em sua namorada enquanto a mesma mexia sem parar a colher de pau na panela.
O cheiro do brigadeiro já era perceptível e o uruguaio sorriu vendo que ela deu um grito quando o toque de uma certa música ecoou da pequena JBL laranja. A música em si era Planeta de Cores, do Forrozão Tropykália! A brasileira abaixou o fogo da boca do fogão e começou a “performar” fazendo um microfone com a mão.
─ Ei, vou deixar como está. Vai ser mais uma história infinita, quem sabe até vivemos uma vida. ─ S/n cantava com a voz nasal, semelhante ao cantor, e se assustou ao levantar a cabeça e se deparar com Enzo a encarando com um pequeno sorriso nos lábios, sem mostrar os dentes.
─ Ai que susto! Você quase que me mata de susto, Enzo Vogrincic! ─ Ela fala levando a mão no peito e sentindo seu coração bater rapidamente.
─ Ei, ei, ei! Essa mania é minha, cariño. ─ O uruguaio se aproxima descruzando os braços e vendo sua garota se aproximar novamente do fogão e voltar a mexer o brigadeiro. ─ E desculpa por ter te assustado, não foi a intenção. ─ Enzo a abraça por trás e afasta as madeixas do cabelo de sua mulher do pescoço, dando um beijinho na região sensível e depois começa a prestar atenção em como ela segurava a colher para mexer o doce.
Minutos depois e finalmente o brigadeiro começou a borbulhar. A brasileira deitou sua cabeça no peito de Enzo e ele levou sua mão direita até a colher de pau.
─ Pega o potinho lá, mi vida. Deixa que eu continuo a mexer aqui. ─ O mais velho fala sereno e observa S/n se distanciar massageando seu pulso esquerdo.
Quando ela voltou com um potinho vermelho da Tupperware que tinha ganhado de sua mãe, Enzo a olhou momentaneamente e desligou a boca do fogão.
Foi ele que colocou o brigadeiro dentro do recipiente e depois foi até o armário da cozinha, pegando um pano de prato na terceira gaveta e uma colher pequena na primeira.
Nesse meio-tempo a garota já tinha desligado sua caixinha de som e desligado o Bluetooth do seu celular.
─ Escolhe um filminho lá pra gente ver, nena. Eu vou lavar a panela aqui antes que fique difícil de tirar o chocolate do fundo. ─ Vogrincic sorri estendendo o potinho para sua mulher e pega a xuxinha de seu pulso para amarrar o cabelo, indo para a pia, lavar a louça do brigadeiro.
S/n que não é besta, nem nada e que ama assistir romances bem boiolinhas com Enzo, ligou a televisão da sala e entrou na Netflix, clicando animadamente no primeiro filme lançado a pouco tempo da classificação romance: O Fabricante de Lágrimas.
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blogpopular · 2 days ago
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Reforma de Cozinhas com Conceito Aberto: Como Transformar seu Espaço em um Ambiente Funcional e Moderno
A reforma de cozinhas com conceito aberto tem se tornado uma das tendências mais populares no design de interiores. Esse estilo de reforma proporciona integração, amplitude e funcionalidade, além de agregar valor ao imóvel. Este artigo explora as etapas, benefícios, e cuidados essenciais para realizar uma reforma de cozinhas com conceito aberto, com dicas para maximizar o potencial do espaço e…
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00132 · 9 months ago
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que horas são agora pra eu tá tão feliz de ir embora com você?
todas as coisas vendidas que se vendem nos mercados das prateleiras da vida, que se compram com trocados e passos largos de ida.
qualquer depressão respinga, na tinta da cura com a lida:
no dia a dia do arco, da flecha do cupido vestido de pinga goteira no fígado da rapariga com as portuguesas desesperadas por uma nova saída; ao barco de ouro, dos nossos verdes louros, voantes pássaros livres sem querer comprar a maçã da princesa dos americanos, dormindo nos sonhos do leste europeu sonhando com os amores que só existem nas nossas cabeças, desconcertadas por neurônios apaixonados por si mesmo, se debatendo pra vê quem fala mais dificil e convence que o tempo só passa depressa pra quem faz desdém de sua profundidade rasa, passear cantado de pena voando pelo quintal, pêlos estendidos, biquinis secando ao sol.
é cada coisa que a gente coloca de enfeite, cogumelo, duelo, duende, dente é cada fada que passa na noite brilhando vagalume nas palavras de ontem tem tanto tudo na voz que aprende a dizer sem calma:
te amo muito, e isso basta.
cinto no cintilar do olho a curva da língua cheia de acentos banco que senta numa conversão de moedas remoendo as moelas que tua tradição te cozinha comendo as merdas que a tradição te ensina vivendo as tréguas que a tristeza da tua natureza te privilegia pra voltar a uma prateleira e pedir por cafuné com café pra quem detesta bebidas quentes em dias de frio ou verão, nada que queime a garganta, nada que sobre pra janta; tudo que fique sóbrio o sopro do ópio qualquer resquicio de calma é um caminhar - manso, tanto quanto bambo, culpa do a pino que cura enfiando sinos nos sinais do universo.
bicho que esfrega os olhos pra ter certeza que viu volta pros cílios pra puxar arrepios e se queixa, ai deus, como se queixa
várias, como na música de quem fez mpb — depois deles; nada é como quando era e por deus, meu deus, como é lindo aquilo que a gente pensa que já conheceu
todos os clichês da mente vazia preenchida por coisas sadias e sádicas as quais somos atirados na manhã e retirados pelos olhos cansados de tanta luz sem calor,
na frieza das telas, na limpeza das teclas, cheia de dedos com eles e com elas
e é tudo são do lado de lá;
verdes baseados em fatos reais reais baseados em dólares banais euros cruzando as pernas para as armas nucleares
e o tempo passando por mais um número, rindo de tanta conta que você faz antes de morrer com pena de gastar o que morreu pra ganhar; o que começou pra terminar por um fim que não te dava um meio de conversar que não fosse rápido.  contando o tempo de sessenta segundos que a plataforma te dá pra explicar o cachê de um artista que vale tudo que você não sabe como dar: ar, finais felizes e noites de sono tranquilas. tão tranquilas quanto um feto no útero comendo por meio do amor da mãe; que ainda que não sabia vai sentir muito, muito por tudo, muito por não gostar dos seres humanos tanto quanto a teoria nos ensina e a fofura da miniatura nos instiga;
a ilusão da finitude diante da comanda de um bar; vermelho de brahma, amarelo de skol e verde de heineken todas as cores de uma jamaica distorcida pela vista turva da hora;
que horas são agora pra eu tá tão feliz de ir embora com você?
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xolilith · 1 year ago
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Sweet Nothing - JJH
n/a: umazinha com o jaehyun! sempre com ele porque ele é minha pessoa de conforto.
O sol começa a se pôr lá fora quando você termina de analisar aqueles casos clínicos. A xícara do café esquecida há um tempo, já tem o líquido frio e ainda mais amargo que o normal. Espreguiça-se, dissipando mínimamente a tensão e cansaço dos músculos.
Diferente de cansada, sente-se ansiosa porque a noite logo começaria e, por isso, Jaehyun estaria em casa.
Pensa se vai pedir comida ou se vai você mesma preparar algo caseiro para jantarem.
Jaehyun e você costumavam revezar nessa função dependedo de quem chegasse primeiro em casa e estivesse com disposição para cozinhar. Opita por, dessa vez, preparar algo para os dois.
Logo está com as mangas do casaco arregaçadas, corta calmamente os temperos: cebola, as três cores de pimentão, alho e tomates, os quais serviriam de base para uma massa com molho vermelho. Vez ou outra beberica um pouco de vinho. Tempos depois toda a casa cheira a camida, o silêncio ainda recai quando você ouve a porta ranger.
– Querida, cheguei! Estou com fome e odeio tudo!
Jaehyun diz alto, e você pode imaginar o sorriso bobo pelo quote. Gargalha e, segundos após, a presença esguia entra no seu campo de visão. Esfrega a barriga, exibe uma careta sofrida, espia as panelas.
– Não, Jae! Vá lavar suas mãos antes.
Ele vêm em sua direção, entretanto, abraça-a por trás, gemendo em satisfação quando enfrega a ponta do nariz pela sua nuca.
– Eu senti sua falta o dia todo.
A voz sai baixa, quase manhosa.
– Eu também senti sua falta, Jae. – Ri baixinho, o toque faz cócegas. – Vai lavar a mão que eu já tô acabando nosso jantar!
Durante a refeição você escuta o Jung contar alguns detalhes da música solo que ele prepara, mas ele não se aprofunda porque segundo palavras dele "era uma surpresa".
Ele te ajuda a lavar a louça, organizar a cozinha. Tomam banho juntos, e você não consegue deixar de dizer o quanto aprecia quando fazem aquela atividade juntos, porque o ato se tornava tão mais relaxante quando boa parte do tempo em baixo da água quente era você com o corpo colado no dele; não no sentido sexual. E ainda ganhava um beijinho na ponta do nariz, às vezes na testa. Era "seu momento favorito do dia".
Seca o cabelo de Jaehyun antes de apagarem as luzes e finamente deitarem. O Jung sente os músculos relaxarem ainda mais ao serem abraçados pelos lençóis macios, você que permanece deitada sobre o peito dele, e a quietude que recai após um dia exaustivo.
Jaehyun amava demais aquela quietude, a vida doméstica que tinha todos os dias com você. Durante todas as horas, ele contava os segundos para estar mais uma vez em casa, com você.
– Você não ama nossa rotina? Nossa casa?
Indaga, baixinho, a você que, após processar a pergunta, arranha a garganta num assentir. Já ligeiramente sonolenta.
– Amo nossa rotina, Jae. – Afirma, aninhando-se mais. – Amo estar na minha casa.
Esfrega a bochecha no tecido da camiseta dele, implicitamente dizendo algo. Jaehyun entende.
– Eu sou sua casa?
– Casa é onde seu coração está, Jung... – Responde.
O peito de Jaehyun vibra numa risada, aquecido pela resposta, murmura um "Eu te amo" para você.
Chia baixinho, rabugenta, para que ele fizesse silêncio.
– Shiuu!!! Jae, eu amo você, mas eu preciso do meu sono da beleza.
– Ok! – Diz, vencido. – Vou deixar minha mulher dormir. – Beija o topo da sua cabeça. – Boa noite!
– Boa noite, Jae.
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meuemvoce · 5 months ago
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Tantos ''era''...
Era pra mim estar arrumando as minhas malas e ir viver uma vida com você. era pra eu estar arrumada e de pernas cruzadas no sofá esperando a sua chegada para seguirmos a nossa vida em outro cidade. era pra você estar me ligando e dizendo que estava chegando na minha casa e pra me esperar no portão. era pra estar entrando no seu carro, fechando a porta e rindo por saber que iriamos fazer essa loucura juntos, começar do zero em outro lugar. era pra nós estarmos nos beijando intensamente antes de você ligar o carro e seguir viagem, mas ficamos nos devorando por minutos afins antes do ronco do motor se fazer presente. era pra eu estar com a mão esquerda na sua perna e você segurando-a enquanto dirige apenas com uma mão, trocaríamos aquele olhar intenso e pararíamos o tempo naquele exato momento. em meio a estrada estaríamos ouvindo a nossa playlist que estávamos fazendo a dias e cantaríamos cada música em volume tão alto que só escutaríamos as nossas vozes em um pequeno espaço do carro.
Pararíamos para abastecer o carro e comer besteiras em uma lanchonete simples, seriamos nós mesmos sem disfarces ao escolher o que comer e conversar de boca cheia em meio a risos, apenas seriamos nós. a nossa madrugada seria cheia de mistérios e suspense, uma estrada vazia e com uma noite fria que o para-brisa do carro estaria com uma nevoa, ouviríamos apenas o som do motor e das nossas respirações em sincronizadas. uma noite intensa parando em um hotel beira de estrada e pegando um quarto para nós dois, cama pequena para o caos que teríamos feito em poucas horas, mas que nos encontraríamos no corpo um do outro. era pra estarmos chegando na sua casa e conhecendo os seus pais durante um jantar e rindo da nossa loucura em recomeçar, teríamos a nossa rotina, acordar cedo e tomar café da manhã juntos e conversar sobre a nossa nova jornada.
Hoje era para estarmos tomando um vinho enquanto você cozinha para mim e eu estaria contando sobre os moveis da casa que escolhi e as cores das paredes, sobre a nossa data de casamento e a lua de mel, pularíamos a fase do namoro porque teríamos pressa em viver nossa vida, estaríamos escolhendo a nossa casa e os cômodos onde faríamos amor como uma forma de inauguração. reclamaria com você sobre acordarmos cedo pra ir até a fazenda e chegando lá nos separaríamos porque estaria montando a cavalo e você ficaria resolvendo seus problemas, mas sempre de olho em mim e me dando aquele sorriso que quebra as minhas pernas, seriamos felizes assim em meia a alegria e os problemas. Tantos ‘’era’’ que ficamos apenas em ‘’possibilidades, sonhos, planos e vontades’’ talvez a gente possa viver tudo isso em outra vida e sem medo, porque infelizmente não era a nossa hora, mas tenho esperança que um dia a gente corra pela estrada indo atrás da nossa vida simples, mas uma vida feliz que exista apenas nós dois.  
Elle Alber
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notdiabolika · 3 months ago
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A Borboleta Social.
Se encontrando em um café de gatos.
| Estrelando: Kou Mukami & Yui Komori.
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[English]
As portas dos nossos quartos têm tranca. E, embora nem sempre estejam limpos, os corredores são seguros. 
O jardim não é como aquele que me acostumei a regar, repleto de rosas. Este abriga em si uma plantação humilde que cheira à mescla vívida dos mais variados vegetais (e frutas). A cozinha também. Ela, sozinha, poderia abrigar uma família de cinco pessoas.
Ou talvez, apenas quatro. Este lugar é exatamente como o nome implica: Mansão dos Mukamis.
— Deveria me agradecer por te chamar para dar uma saidinha. — As palavras arrogantes saem com um ar suave, puxado para a brincadeira. — Essa sua pele tá carente de um sol… — Ao abrir a porta para mim, Kou dá um de seus sorrisos característicos. Aquele que todo mundo conhece. 
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Um dos ídolos mais populares do Japão, das revistas até as ruas da pacata Kanashimashi. A pele corada, o rosto delgado adornando olhos azuis feito o céu, cabelos loiros ao vento, mechas volumosas ocultando o lado direito de sua face. 
Como gosta de rosa, hoje veste seu casaco com a cor disposta em um design moderno: justinha e com dois únicos botões grandes para fechar em cima.
— Para onde estamos indo? — Pergunto.
Quando comparo, o rosado da minha blusa e das mechas do meu cabelo parece até desbotado…
— Ah, mas que coisa! — Com aquele semblante de quem está segurando o riso, ele aperta o passo para deslizar o portão barulhento e, enfim, pisar na calçada. — Não seja impaciente. Tá parecendo o meu irmão mais velho.
Fato é que os ares de casa estavam estranhos, e isso me deixa um pouco acuada de sair andando rua afora, assim, sem preocupação. 
Ruki errou o ponto da comida umas três vezes só essa semana. O Yuma parece que escorregou a mão e despejou um saco inteiro de adubo nos tomates. E o Azusa? Insiste em ficar arrumando a casa sozinho, se machuca bem mais do que limpa… 
Dos meninos, Kou foi quem menos vi durante o dia-a-dia. De repente, havia começado a se dedicar o dobro no trabalho de modelo.
 — Apenas decidi te levar para passear, gatinha masoquista, nada mais… — Me encolho de vergonha com o apelido, alguns pedestres nos encararando. — Vamos para um lugar bem apropriado para alguém como você… ♥
— Eh— Cubro a orelha, sentindo cosquinha quando sua face se aproxima da minha. — Não sussurre tão perto. E… falando desse jeito, você me deixa nervosa!
— Tá se incomodando só com isso? — brinca, colocando o braço ao redor do meu ombro enquanto andamos. — Será que esse seu corpo não está tenso demais?
A última coisa que quero é que alguma de suas fãs (ou paparazzi) nos veja juntos e chegue a conclusões precipitadas! Andar assim, próxima dele, me deixa toda sem jeito. Talvez seja por causa dos meus passos em falso, ou porque de longe, nós até parecemos um casal. 
A caminhada segue devagar, nos aproximando de um pequeno café, distante da nossa região do bairro. Os tijolos verdes adornam as vidraças e o outdoor de um gatinho sorridente em formato de pudim, as janelas dando vista aos poucos clientes.
— Eh, isto é… — antes que pudesse terminar minha frase, ele já afasta o braço e se coloca na frente. O pequeno sino pendurado na porta toca ao ser empurrado—
Sim, um ambiente tradicional, com direito ao cheirinho de café fresco e bolo de chocolate sobre as travessas levadas pelas garçonetes. No entanto, ainda havia espaço para alguns móveis peculiares… Arranhadores, prateleiras, escadas, brinquedos e algumas caixas de papelão forradas espalhadas pelos cantos, tudo personalizado para combinar com a paleta de cores pastel.
— E então, curtiu? — ele mesmo traça as unhas por um arranhador vazio, mais isolado. — Uma pena que a gatinha tá grande demais para caber nos brinquedos…
O comentário dele mal chega aos meus ouvidos — estou ocupada demais me agachando para acariciar o gato cinza que veio nos receber.
— Nossa… — fico encantada com seu modo de “cumprimentar”, se esfregando em nossas pernas antes de voltar para o salão. Me distraio o suficiente para dizer em voz alta: — Parece o Ruki.
O comentário arranca uma sonora gargalhada do Kou.
— Eita, mas carente desse tanto? — levanta o olhar, estreitando as pálpebras até chegar no topo da estante mais alta, onde um grande gato laranja se espreguiça. — Olha, aquele lá parece o Yuma!
Ver que o Kou levou na brincadeira me deixa aliviada. Rio quando noto a semelhança.
— O Garfield também. — Dou uma olhada nos desenhos do balcão, coloridos, feitos com giz. — Ó, tem um gatinho de boina! Lembra o—
Tum.
Nós deveríamos ter percebido.
Estávamos bloqueando a entrada e, por consequência, nossas costas foram acertadas pela porta. 
— Me desculpe. — Puxando Kou pela mão, abro espaço para que uma garotinha com cara de assustada passe. — Melhor a gente se mexer…
— Onde você pensa que está segurando?
Solto de imediato, achando que estaria bravo pelo seu tom afiado. Que nada. Quando me viro, acho o sorrisinho mais soberbo na boca dele.
— Quanta audácia a sua, segurando na mão de um ídolo… vou começar a pensar que está querendo alguma coisa. — Sua risada sarcástica contagia o ar, e ele logo arrasta uma cadeira para que me sente. Eu estava de boca aberta, tentando encontrar as palavras para refutá-lo— Vamos, primeiro as damas.
Fato é que Kou sempre parece ter uma boa resposta na ponta da língua, me pega desprevenida toda hora. Quando tenho alguma ideia do que lhe falar, outra voz surge.
— Bom dia, queridos. — Uma senhorinha simpática vem nos entregar o cardápio, um doce sorriso em sua face. — Já sabem o que vão querer?
O cardápio é uma fofura. Cheio de adesivos e—
— Ah, sim. — A mão de Kou repousa no topo da minha cabeça, fazendo cafuné. — Minha irmãzinha tá fazendo aniversário hoje. Tava pensando se vocês não descolam um bolinho de graça.
Oi?
— Hã…
— Que maravilha, senhor Kou! — Enquanto estou com cara de confusa, a garçonete nos olha com pura afeição, feito uma avó, anotando algo em sua caderneta. — Claro, nossa promoção está sempre aberta. Vão querer algo a mais?
Tenho certeza que hoje não é meu aniversário. E eu também não sou irmã dele.
— Deixe-me ver… croissant pros dois e um cafézinho com leite. Essa parte eu pago. — Fico encarando o gatinho astronauta no cardápio. Ele tinha uma cara tão confusa quanto a minha. — Ah, e o pedaço de bolo de morango pro bônus gratuito de aniversário, por favor.
Quando ela sai, fico encarando Kou.
— Mas o que foi isso?
— Sobremesa de graça, oras. Salgado fica por minha conta.
Isso realmente não explica porque ele me chamou de irmã… e julgando pela sua face, duvido que vá me explicar o motivo. Então deixo de lado, querendo evitar confusão.
Observo a livre movimentação dos felinos, aproveitando para arrumar com os dedos meus cachos embaraçados pelo vento da rua. Sou péssima em começar uma conversa. Kou, no entanto, se assemelha a uma borboleta com asas cobertas por sombras noturnas. Digo isso porque, pelo jeito que treme a perna debaixo da mesa, parecia ansioso — diferente do homem carismático que acabara de inventar aquelas mentiras.
— Eh… Você vem trabalhando bastante ultimamente.
Sua expressão suaviza ao escutar minha voz.
— … Então você percebeu? Hm. Bom saber que faço falta. — Kou também deu uma arrumada no cabelo, virando a cabeça para os dois lados de maneira discreta, antes de se inclinar para frente na mesa: — Tem sido um perrengue e tanto. Se não fosse o meu emprego, estaria sem minha base agora. 
Confesso que me surpreendo com esse comentário. Olho bem para sua pele, incapaz de encontrar qualquer detalhe que sugira o uso de maquiagem. Nunca fui muito boa percebendo mudanças nos rostos das pessoas.
— Espera, você usa maquiagem fora das apresentações?
— Óbvio. Logo hoje que eu tava pensando em comprar um kitzinho de make para testar em você... — um dos seus dedos começa a enrolar um fiozinho ondulado meu, proximo da minha bochecha. — Se bem que, para te deixar com as bochechas coradas, basta te deixar um pouco nervosa e… voilà. Blush é desnecessário.
Noto que, no meio de seu comentário, um grupo de garçonetes se aproxima da nossa mesa, com dois pedaços de bolo rosa na travessa: um com vela e o outro sem. Percebo o que está por vir antes de começar.
— Parabéns para você! ♪ Nessa data querida…
Estão cantando… parabéns? É bem baixinho para não assustar os gatos, mas algumas pessoas ao redor ficam encarando. E Kou mantém a face intacta, sorrindo de leve como se nada estivesse errado.
Me sinto coagida. Não sei se canto junto, se bato palma, se espero acabar—
Minhas orelhas estão queimando de vergonha.
— O-obrigada… — Me colocam o bolo na cara, uma vela faiscante ofuscando minha vista. — Obrigada, de verdade…
Será que fazem isso só com quem diz que é seu aniversário e não é? Tento assoprar a velinha, que nem sequer treme com o vento.
— Deixa que eu te ajudo, irmãzinha ♥
Aquela voz aveludada do Kou… tem certamente um tom de ironia! E o jeito que ele olha para mim com tanto entusiasmo piora tudo. Estou sendo motivo de piada. Com um sopro do vampiro, a faísca se apaga, a breve cantoria chegando ao fim. 
As atendentes sorriem e deixam o bolo junto com os outros quitutes que pedimos em cima da mesa.
— Aproveitem! — um momento de paz para que eu aprecie minha refeição depois dessa história maluca. 
Deixo rolar um suspiro aliviado dos lábios, pegando o croissant quentinho em minhas mãos. É muito macio, amanteigado e suave.
— Como que se diz, gatinha masoquista?
Limpo minha boca com o guardanapo decorado com cartunescas patinhas felinas, meu olhar não conseguindo ocultar o brilho meramente indignado que essa confusão me fez ter. No fim, acabo rindo.
— Obrigada, Kou…
Uma pausa do caos de casa é bem-vinda. Mas pensando bem, a presença dele já traz uma algazarra que só. 
Passamos uma manhã agradável, cercados de caixas e de gatinhos que se aconchegam em nossos sapatos. A comida estava no ponto, e as conversas ao nosso redor nos fizeram querer falar um com o outro também. 
Então o fizemos — conversamos e tomamos café.
Talvez eu esteja sendo muito tolerante com Kou, porém, como sempre o vejo tão animado para fazer as coisas, acho difícil negar suas vontades. Até porque, é difícil lidar com seu mau humor.
Em dias como esse, ele apenas me pega pelo braço e eu o sigo. Até chegarmos aqui.
— Crédito, por favor. — O seu ânimo já havia melhorado um bocado, até no momento de pagar a conta.
Houve um silêncio enquanto a pequena máquina processava, e…
— Não passou.
Kou engole seco do meu lado. Ele dá uma risada constrangida, até se encolhendo. O recibo final não deve ter dado mais que 500 ienes.
— Vê de novo, por favor… ? Haha…
A voz dele se abafa em meus ouvidos, assim que tudo começa a fazer sentido na minha cabeça… as horas de trabalho, o desânimo dos outros— 
Será possível que os Mukamis… 
Estão com problemas financeiros? 
Por que nenhum deles me contou? Jurava que estavam bravos comigo ou algo do tipo. Mas pelo puro pânico de Kou, parece que me enganei.
— E-eu posso pagar. — Digo, levantando o dedo. — Você se deu ao trabalho de preparar tudo isso… o preço é só um detalhe.
O olhar dele me segue, um rosto espantado que se vira para a minha carteira. Eu tinha o suficiente, então logo entreguei a moeda de 500 ienes e agradeci pela refeição, me levantando.
Ele faz o mesmo, nossas cadeiras fazendo barulho.
— Você é realmente tão gentil quanto o Ruki fala… gentil demais. — Se apoiando contra a mesa, tenta suprimir um outro sorriso. — A maioria das garotas estaria gritando comigo até as lâmpadas estourarem.
— Isso é besteira…
Levanto o olhar para encontrar seus olhos, notando um suave brilho vermelho atrás de sua franja. Não vinha das bochechas.
Era seu poder especial. A íris que revela a verdade.
— Não é não. — Ele segura meus ombros antes que eu possa me afastar, uma emoção travessa cintilando em seus olhos. — Acho que você merece uma recompensa.
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Foi tudo tão rápido, mal pude perceber o rubor que se espalhou pelas maçãs do meu rosto, a causa, ou sequer o porquê de tudo que tinha acontecido.
Seus lábios tocaram os meus…
E por um momento, fui levada ao céu azulado.
Flutuando, estupefata, acima das nuvens de algodão que nos abraçaram naquele momento estranhamente terno, súbito como a brisa.
— Você… precisa ser mais honesta consigo mesma. Cê não saiu comigo porque ‘eu sou bom de fala’, não. — Ele acaricia minha bochecha com a ponta de sua unha. — Você veio porque gosta de mim.
O peso do mundo parece que cai sobre a minha cabeça. Palavras convencidas e poderosas que eu temia serem verdade.
CLAM!
Mas não tive tempo de processar nada disso.
A senhorinha que nos atendeu acaba de deixar cair uma travessa inteira de— doces. Olhava para nós com espanto.
— V-vocês… jovens?
Até que, enfim, com a risada de lacaio do Kou me puxando para longe, eu entendo o porquê do horror.
— Espera! — Antes de passar pela porta, berro: — NÃO, A GENTE NÃO É IRMÃO!
Ela está até tremendo. Estão todos olhando….
— K-Kou!
Eu acho que nunca mais vou sair com ele.
▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃
Olá, estou de volta! Esse daqui é um velho pedido que me fizeram em abril e eu só estou entregando agora 💖 (pontualidade não é meu ponto forte.
Escrevi como se a Yui tivesse saído da mansão dos Sakamakis e se adaptando aos Mukamis 🫠 espero que esteja decente!
Tenham um ótimo dia ☀️
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memoryremainsl · 6 months ago
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Todo animal de zoológico tem seu tratador. Aquele que alimenta, aquele em quem confia. Assim como todo animal circense tem seu domador. Aquele que ensina, aquele que corrige com seus próprios meios em prol do espetáculo.
Lipnía era, sem sombra de dúvidas, tratada por Circe. É algo visível, uma devoção cega, uma confiança irredutível. Mas, além daquela que a manteve nutrida, Lip também possui um domador.
Richard Kelce, o cultista.
TW: age gap (20 anos de diferença), relacionamento abusivo, perseguição, síndrome de Estocolmo.
Aquele pescador, morador de uma ilha que ficava próxima do nada e vizinha do abismo, aproveitava sua vida monótona. Anos vivendo em navios pesqueiros com uma família em cada porto, tudo cessou quando conheceu Tristan da Cunha. Ali, enraizou-se. Uma ilha minúscula no oceano, uma população de pouco mais de 90 habitantes, uma rotina completamente estagnada. Algo parecia fixa-lo ali, desejar aquela terra como sua propriedade esquecida pelo mundo. Sem sinal de internet, telefone ou qualquer outra coisa que os conectasse com os demais. Apenas os poucos navios que paravam naquele píer para resolver problemas na embarcação como pequenos reparos ou comercialização de suprimentos, sendo os pescados o item mais comercializado. Que lugar melhor no mundo para um renegado viver?
Mas as coisas mudaram muito.
Quando duas adolescentes surgiram no porto correndo, pôde jurar que viu a mais velha disparando um fecho de luz que transformou um pirata em um porco. Sim, um porco. Que roncava e tudo. Correu para laçar aquele animal, carne suína era uma regalia inesperada e ele não perderia aquela oportunidade. Guardaria os questionamentos para depois.
Seu interesse pelas duas figuras triplicou. Ambas as meninas vestiam roupas peculiares, muito se pareciam trajes de época. A mais velha usava cores claras, mas a mais nova era um tanto mais ousada. Sim, ela era. Um vestido parecido com um lençol, com cores escuras, com detalhes dourados. Era óbvio. As duas eram semideusas como ele.
A mais velha era doce, o recebeu de bom grado quando decidiu visitar a casa de Linda, uma velha mulher que acolheu as adolescentes. A moça se apresentou com o nome de "Alice", como a do país das maravilhas. Ela sorria de uma forma radiante, ofertava palavras aos ventos. Gentil, mas inteligente. Notava que havia algo de errado com aquele curioso.
A mais nova, por sua vez, tinha um olhar arrebatador. Ela não falava muito, conseguia somente ouvir seus cochichos para a irmã e para Linda. Selvagem, beirava o comportamento feroz para com ele. Seus cabelos cacheados se moviam como ondas do mar, uma coroa que enfeitava sua cabeça com maestria. E aqueles olhos claros pareciam cortar sua cabeça, cruzando a sala como uma flecha. E apesar do temperamento voraz, ela não o via através da neblina.
Foi instantâneo. Para um predador, a vítima ideal era a mais inocente, sem experiências com o mundo.
Sua aproximação foi vagarosa. Primeiro, conseguiu expor as jovens em situações de risco propositalmente. Alice se manifestou primeiro, lançando um fio roxo de energia que impediu que uma viga caísse sobre Lipnia. Em seguida, Lip deixou escapar informações muito particulares sobre Linda, após acessar as memórias de uma peça de roupa. O bote foi dado com sucesso quando Richard apresentou a ideia para as meninas e elas prontamente aceitaram. Ingênuas, acreditavam que estavam no controle.
Após isso, o culto se iniciou com sessões dentro da casa de Richard. Os moradores tiravam a prova da magia levando objetos para que Lip avaliasse, deixavam o pagamento na cozinha e partiam para a segunda etapa, a "purificação" com Alice, que fazia uso de penas de ganso voadoras para "limpar" o corpo dos seguidores.
Mas Richard não se sentia satisfeito. Queria mais.
Alice começou a fazer jornadas exaustivas para contribuir com o vilarejo, uma deusa ativa que auxiliava nos cuidados da vila. Andava entre os populares, contribuía para a população. Longe da casa, Richard obtinha a confiança de Lili para si.
Lipnía se mantinha como a deusa passiva. O passado de todos pertenciam à ela e o futuro só ocorreria se ela aceitasse. Era temida. Segredos eram guardados em sua mente e Richard sabia daquilo. Se aproveitava daquele potencial para manter os habitantes sob controle, assim como elas.
No primeiro ataque de sereias, Alice e Lipnía atuaram em conjunto. Em todos os subsequentes, também. Mas, em um deles, Alice afundou no mar e nunca mais foi vista. Os olhos de Rick brilhavam como nunca. Finalmente teria Lipnía para si, sem que Alice a protegesse de sua ganância e desejo. Era a vez dele de proteger a ilha, sendo um exímio guerreiro em tempos passados.
Lipnía já possuía 20 anos, era uma mulher. Seu corpo não era o mesmo, sua mentalidade tão pouco. Ela era bonita, suscetível à sugestões. E Rick se aproveitou disso.
Aquele homem misterioso, com um estranho ar de superioridade, parecia possuir algo além da malícia em suas palavras. Lip era extremamente suscetível às suas ordens e sequer notou que aquele homem era um semideus, filho de Afrodite, quue possuía poderes de persuasão inimagináveis. A lábia corrupta evoluiu rapidamente.
Primeiro, se ofertou como ombro amigo. Lipnía se abriu para o único o qual deveria evitar.
Depois, ele cercou tanto sua mente que a única coisa a qual conseguia pensar era nele. Richard era o centro de seu pequeno universo, uma grande surpresa para aquela filha de Circe que até então possuía resistência ao contato com os homens.
Ela sentia amor quando ele se aproximava e, repentinamente, chorava de tristeza quando ele partia. Quando o atacavam, era tomada por uma fúria destruidora, mas quando ele era exaltado sentia a imensidão da paixão lhe derrubar novamente. Tudo isso quando ele estava por perto, vigilante. Modificando suas emoções, intensificando-as em prol de uma falsa verdade.
Ele usava de seus poderes para manutenção de seu controle sobre a semideusa que tão inexperiente e imatura, aceitou deitar-se com ele para que pudessem viver a "história de amor inevitável". Rendida, manteve-se em sua coleira.
"Teremos essa ilha para nós, minha Lili. Você manterá o nosso pequeno mundo debaixo de seus pés e eu cuidarei do restante."
Mas os planos de Richard foram frustrados. O navio com semideuses parou na ilha em 2029, quando retornavam de uma longa missão. Um dos semideuses notou que algo havia de errado ao ver o desenho de runas de Circe entalhados nas portas da vila. Confuso, vagou por respostas e as obteve. Nos olhos de Richard, a ganância de um foragido de Nova Roma, notou a malícia transcrita em suas ações. O semideus foi capaz de convencer Lili de seu retorno para ilha, arguindo que aquela visita se tratava de um resgate e, emocionada, Lipnia aceitou a viagem, deixando uma carta para Richard e fugindo com o grupo de semideuses pela madrugada.
Mas não era tão fácil assim.
Na manhã seguinte, Richard despertou e não mais encontrou Lip em seu quarto. Vagou pela casa até encontrar um recado escrito à mão.
"Sinto muito por estar indo, mas é hora de voltar para casa, minha mãe me aguarda. Nunca esquecerei você e nosso amor."
Amor. Não havia amor. Ele era uma mera peça para ele, um elemento crucial para sua permanência naquele lugar e simplesmente se evadiu, escapando entre seus dedos. Enfurecido, Richard passou a vagar pela ilha em busca de informações, matando o responsável pelo porto que sequer impediu Lili de entrar no barco dos semideuses.
Em um looping de ferocidade, passou a elaborar rotas pelo mar, uma jornada de caça intensa pelo oceano. Precisava dela em suas mãos novamente, viva e domada. A conexão mágica que havia desenvolvido com ela através da manipulação emocional gerou um estranho vínculo energético onde todas as vezes que Lip usa seu poder, ele consegue ouvir a pulsação dela em seu ouvido, garantindo que ela está viva e agindo, motivo pelo qual não desistiria enquanto aquele coração pulsasse em sua mente. Para isso, planejou sua rota por um ano inteiro, estabelecendo caminhos viáveis para localiza-la.
Após isso, durante um ano e meio vagou pelo mundo, visitando ilha por ilha, caçando-a como um cão. Depois, adentrou numa viagem nos Estados Unidos, vivendo como um fugitivo do mundo grego, usando de seus poderes para subir as escadas sociais para obter recursos. O mais próximo que chegou de Lili foi uma foto retirada de um evento, onde Lili, que estava em uma missão, apareceu no fundo com um grupo de semideuses. Aquilo tornou-se sua prova cabal. Ela estava de fato no acampamento meio sangue e ele iniciou a cruzada pelo país procurando por sua obsessão, convicto que voltaria para casa na companhia de sua deusa.
Richard Kelce as Wagner Moura.
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