#colonização e extermínio
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edsonjnovaes · 7 months ago
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Nós, povos indígenas, somos o próprio tempo. 1.2
Nós, povos indígenas, somos o próprio tempo. Somos encantadores do tempo serpente. Quem diria que após mais de cinco séculos de colonização e extermínio, estaríamos aqui. De pé, como nossas florestas, cantando e empunhando nossos maracás, em resistência pela vida e pelo bem viver de toda sociedade. apiboficial – 27 abr 2024524 anos de perseguição, de estupro, de extermínio, de espoliação. E as…
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irunevenus · 1 month ago
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O Derramamento de Sangue Provocado pela Igreja: As Guerras Hussitas, a Conquista das Ilhas Canárias e a Colonização da América Latina
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Ao longo da história, a Igreja Católica, em suas diferentes fases e contextos, esteve envolvida em diversos conflitos e ações de colonização que resultaram em um imenso derramamento de sangue. Justificados muitas vezes como lutas pela fé ou pela "civilização", esses episódios deixaram marcas profundas, não apenas pelas vidas perdidas, mas também pelos traumas culturais e sociais que persistem até os dias de hoje. Dentre os muitos exemplos, três se destacam: as Guerras Hussitas (1419-1434), a Conquista das Ilhas Canárias (século 15) e a Colonização e Escravidão no Brasil e na América Latina (séculos 16-19). Esses eventos ilustram o papel ambíguo e frequentemente violento da Igreja na promoção de suas crenças e na sustentação de impérios coloniais.
As Guerras Hussitas (1419–1434): A Repressão Brutal de uma Reforma Religiosa
As Guerras Hussitas foram uma série de conflitos religiosos que eclodiram na Boêmia (atual República Tcheca) no início do século 15. Essas guerras foram desencadeadas pelas pregações de Jan Hus, um reformador religioso que criticava duramente os abusos da Igreja Católica, especialmente a venda de indulgências e a corrupção entre o clero. Hus, inspirado pelos ensinamentos de John Wycliffe, defendia uma reforma profunda na Igreja, propondo uma aproximação maior dos fiéis com os ensinamentos bíblicos e uma maior simplicidade no estilo de vida do clero.
Hus foi queimado na fogueira em 1415, após ser considerado herege pelo Concílio de Constança. Sua execução provocou indignação na Boêmia, onde seus seguidores, os hussitas, se rebelaram contra o controle da Igreja Católica e do Sacro Império Romano.
A resposta da Igreja e do império foi rápida e violenta. Entre 1419 e 1434, os hussitas enfrentaram cinco cruzadas lideradas por exércitos católicos enviados pelo Papa e pelo imperador. O confronto resultou em um imenso derramamento de sangue. Os hussitas, que estavam organizados em diferentes facções (como os taboritas e os utraquistas), resistiram bravamente e obtiveram vitórias notáveis, mas a guerra deixou um rastro de destruição em grande parte da Europa Central.
Estimativas apontam que dezenas de milhares de pessoas morreram nesses conflitos, incluindo civis. As atrocidades cometidas por ambos os lados, mas especialmente pelos cruzados católicos, foram marcadas por massacres, pilhagens e execuções em massa. O extermínio dos hussitas foi conduzido sob o pretexto de combater a heresia, mas, na realidade, tratava-se também de manter o poder político e religioso da Igreja.
A Conquista das Ilhas Canárias (Século 15): Extermínio e Conversão Forçada
Antes da chegada dos espanhóis, as Ilhas Canárias, localizadas ao largo da costa africana, eram habitadas pelos guanches, um povo indígena de origem berbere. A conquista das ilhas, que começou no século 15 e foi concluída no final do mesmo século, é um dos primeiros exemplos da expansão colonial europeia impulsionada por uma mistura de interesses econômicos e religiosos.
A Igreja Católica desempenhou um papel fundamental na justificação dessa conquista, sob o pretexto de converter os guanches ao cristianismo. No entanto, a resistência indígena à invasão espanhola resultou em uma campanha brutal de extermínio. Os guanches, que possuíam uma cultura e uma estrutura social próprias, foram massacrados em grande número. Muitos que não morreram em combate ou pelas doenças trazidas pelos europeus foram escravizados.
A violenta conquista das Ilhas Canárias serviu como um prelúdio para o que viria a ocorrer no continente americano. A Igreja, por meio de bulas papais como a Romanus Pontifex, deu legitimidade religiosa à escravização e conversão forçada dos povos indígenas. Os guanches que sobreviveram à conquista foram convertidos ao cristianismo, mas sua cultura foi praticamente aniquilada. Este foi um dos primeiros capítulos da aliança entre a cruz e a espada na história da colonização europeia.
A Colonização e Escravidão no Brasil e na América Latina (Séculos 16-19): O Evangelho e a Chibata
A chegada dos europeus à América Latina, a partir do final do século 15, foi acompanhada por uma onda de violência sem precedentes, marcada pela destruição de civilizações inteiras, pela escravidão e pelo genocídio de populações indígenas. A Igreja Católica foi uma das principais instituições que legitimou a colonização europeia, vendo nela uma oportunidade de evangelizar milhões de almas "pagãs". No entanto, esse processo de evangelização esteve intimamente ligado à brutalidade e à exploração.
A Missão “Civilizadora” e a Destruição das Culturas Indígenas
No Brasil e em grande parte da América Latina, as ordens religiosas, como os jesuítas, franciscanos e dominicanos, foram encarregadas de converter as populações indígenas ao cristianismo. Embora alguns missionários tenham tentado proteger os indígenas da escravidão e dos abusos dos colonos, a realidade é que o processo de evangelização foi frequentemente acompanhado de violência cultural e física. Missões religiosas impunham o cristianismo como a única religião válida, destruindo os sistemas religiosos tradicionais e reprimindo violentamente qualquer resistência.
Os indígenas que não se submeteram à nova fé e às exigências dos colonizadores muitas vezes foram escravizados ou mortos. Além disso, as doenças europeias, para as quais os nativos não tinham imunidade, dizimaram populações inteiras, agravando ainda mais o impacto da colonização. A Igreja, em muitos casos, justificou esses atos como necessários para a salvação das almas indígenas, o que apenas ampliou o massacre.
Escravidão Africana: O Sangue dos Oprimidos
Com o declínio da população indígena e a crescente demanda por mão de obra nas plantações e minas, os colonizadores europeus, com o apoio da Igreja Católica, recorreram à escravidão africana. Estima-se que milhões de africanos foram capturados e transportados para o Brasil e outras partes da América Latina durante o período colonial.
A Igreja Católica, embora tenha expressado preocupações ocasionais sobre a humanidade dos escravos africanos, na prática, apoiou o sistema escravista. Muitas ordens religiosas possuíam escravos em suas propriedades, e o clero desempenhou um papel na conversão dos escravos ao cristianismo, ao mesmo tempo em que permitia que continuassem sendo tratados como mercadorias.
O sistema escravista foi um dos maiores exemplos de derramamento de sangue e sofrimento humano na história da América Latina. Os africanos escravizados, assim como os indígenas, foram submetidos a condições desumanas, e muitos morreram devido ao trabalho forçado, às péssimas condições de vida e à violência constante.
Conclusão: A Cruz e a Espada
A Igreja Católica, ao longo desses episódios históricos, desempenhou um papel contraditório. Embora muitos missionários tenham defendido os direitos dos indígenas e dos africanos, a instituição como um todo esteve profundamente envolvida nas estruturas de poder que causaram o sofrimento de milhões de pessoas. Justificando a violência em nome da fé e da civilização, a Igreja contribuiu para a destruição de culturas e para o derramamento de sangue em grande escala.
As Guerras Hussitas, a Conquista das Ilhas Canárias e a Colonização da América Latina são exemplos emblemáticos de como a religião foi usada como um instrumento de dominação e controle, com consequências devastadoras. A memória desses eventos continua a influenciar o entendimento da Igreja Católica e seu papel na história global, como uma força que, ao mesmo tempo em que promoveu a fé, participou de algumas das maiores atrocidades da humanidade.
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edsjesusii · 7 months ago
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bunkerblogwebradio · 8 months ago
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Desarmamento e genocídios
No dia 24 de abril de 1915, começou o primeiro genocídio do século XX: o governo turco dizimou mais de um milhão de armênios desarmados. 
A palavra-chave da frase é justamente esta última: "desarmados".
Os turcos escaparam de uma condenação mundial porque utilizaram a desculpa de tudo ter sido uma 'medida de guerra'. Findada a Primeira Guerra Mundial, eles não sofrerem nenhuma represália por este ato de genocídio. É como se o governo turco não houvesse conduzido absolutamente nenhuma medida de homicídio em massa contra um povo pacífico.
Outros governos perceberam que o ardil funcionara e rapidamente tomaram nota do fato. Era um precedente internacional conveniente demais para ser ignorado.
Setenta e nove anos após o início daquele genocídio, o famoso Hotel Ruanda abriu as portas.
Os Hutus também se safaram. Ironicamente, pelo menos uma década antes do massacre em Ruanda -- gostaria de me lembrar da data exata --, a revista americana Harper's publicou um artigo em que profetizava com acurácia este genocídio, e por uma razão muito simples: os Hutus tinham metralhadoras; os Tutsis, não.  
O artigo foi escrito em um formato de parábola, sem se preocupar em fazer previsões especificamente políticas. Lembro-me vivamente de, ao ler aquele artigo, ter imediatamente pensado: "Se eu fosse um Tutsi, emigraria o mais rápido possível".
O fato é que, em todo o século XX, não foi um bom negócio ser um civil.  As chances sempre estavam contra você.
Péssimas notícias para os civis
Tornou-se um lugar comum dizer que o século XX, mais do que qualquer outro século na história conhecida da humanidade, foi o século da desumanidade do homem para com o homem. Embora esta frase seja memorável, ela é um tanto enganosa.  
Para ser mais acurada, o certo seria modificá-la para "o século da desumanidade dos governos para com civis desarmados". No caso do genocídio, no entanto, tal prática não pode ser facilmente descartada como sendo um dano colateral imposto a um inimigo de guerra. Trata-se de extermínio deliberado.
O século XX começou oficialmente do dia 1º de janeiro de 1901. Naquela época, uma grande guerra já estava em andamento; portanto, vamos começar por ela. Mais especificamente, era a guerra iniciada pelos EUA contra as Filipinas, cujos cidadãos haviam sido acometidos da ingênua noção de que a libertação da Espanha não implicava uma nova colonização pelos EUA. 
Os presidentes americanos William McKinley e Theodore Roosevelt enviaram 126.000 tropas para as Filipinas para ensinar àquele povo uma lição sobre a moderna geopolítica. Os EUA haviam comprado as Filipinas da Espanha por US$20 milhões em dezembro de 1898. O fato de que os filipinos haviam declarado independência seis meses antes dessa compra era irrelevante. Um negócio é um negócio. Aqueles que estavam sendo comprados não podiam dizer nada a respeito, muito menos protestar.
Naquela época, era uma prática comum fazer a contagem de corpos dos combatentes inimigos. A estimativa oficial foi de 16.000 mortos. Algumas estimativas não-oficiais falam em aproximadamente 20.000. Para os civis, tanto naquela época quanto hoje, não há estimativas oficiais. O número mais baixo fala em 250.000 mortos. A estimativa mais alta é de um milhão.
E então veio a Primeira Guerra Mundial e as comportas foram abertas -- ou melhor, os banhos de sangue foram institucionalizados.
Turquia, 1915
O genocídio armênio de 1915 foi precedido por uma limpeza étnica parcial, a qual durou dois anos, 1895--97. Aproximadamente 200.000 armênios foram executados.
Os armênios eram facilmente identificáveis. Alguns séculos antes, os invasores turcos otomanos os haviam forçado a acrescentar o "ian/yan" aos seus sobrenomes. Como os armênios estavam dispersos por todo o império, eles não possuíam o mesmo tipo de concentração geográfica que outros cristãos possuíam na Grécia e nos Bálcãs. Eles nunca organizaram uma força armada para oferecer resistência. E foi isso o que os levou à destruição. Eles não tinham como lutar e resistir.
Os armênios eram invejados porque eram ricos e mais cultos do que a sociedade dominante. Eles eram os empreendedores do Império Otomano. O mesmo ocorreu na Rússia. O mesmo ressentimento existia na Rússia, embora não com a intensidade do ressentimento que existia na Turquia.
As estimativas não-turcas falam em algo entre 800.000 e 1,5 milhão de armênios mortos. Embora a maioria destes homicídios tenha ocorrido com o uso de baixa tecnologia, os métodos eram extremamente eficazes. O exército capturava centenas ou milhares de civis, levava-os até áreas desertas e inóspitas, e os deixava lá até que literalmente morressem de fome.
O nome Arnold Toynbee é bem conhecido. Já na década de 1950 ele era um dos mais eminentes historiadores do planeta. Seu estudo, compilado em 12 volumes (1934--61), sobre 26 civilizações não possui precedentes em sua amplitude. Sua obra O Tratamento dos Armênios no Império Otomano foi sua primeira grande publicação.
Por que algumas organizações armênias não dão ampla divulgação e notoriedade a este documento é algo que me escapa completamente. O livro está em domínio público. A seção a seguir, que está na Parte VI, "As Deportações de 1915: Procedimento", é iluminadora. Leia-a com atenção. Trata-se do aspecto crucial de todo o genocídio. O governo confiscou as armas dos cidadãos.
Um decreto foi expedido ordenando que todos os armênios fossem desarmados. Os armênios que serviam no exército foram retirados das fileiras combatentes, reagrupados em batalhões especiais de trabalho, e colocados para construir fortificações e estradas. O desarmamento da população civil ficou a cargo das autoridades locais.  
Um reino de terror foi instaurado em todos os centros administrativos. As autoridades exigiram a produção de uma quantidade estipulada de armas. Aqueles que não conseguissem cumprir as metas eram torturados, frequentemente com requintes satânicos; aqueles que, em vez de produzir, adquirissem armas para repassá-las ao governo -- comprando de seus vizinhos muçulmanos ou adquirindo por qualquer outro meio --, eram aprisionados por conspiração contra o governo.
Poucos desses eram jovens, pois a maioria dos jovens havia sido recrutada para servir o estado. A maioria era de homens mais velhos, homens de posse e líderes da comunidade armênia, e tornou-se claro que a inquisição das armas estava sendo utilizada como um disfarce para privar a comunidade de seus líderes naturais.
Medidas similares haviam precedido os massacres de 1895--96, e um mau presságio se espalhou por todo o povo armênio. "Em uma certa noite de inverno", escreveu uma testemunha estrangeira desses eventos, "o governo enviou soldados para invadir as casas de absolutamente todos os armênios, agredindo as famílias e exigindo que todas as armas fossem entregues. Essa ação foi como um dobre de finados para vários corações".
Desarmamento
Lênin desarmou os russos. Stalin cometeu genocídio contra os kulaks ucranianos durante a década de 1930. Pelos menos seis milhões de pessoas foram mortas.
Como mostrou a organização Jews for the Preservation of Firearms Ownership (Judeus pela Preservação da Posse de Armas de Fogo), o modelo do Decreto do Controle de Armas de 1968 nos EUA -- até mesmo as palavras e o fraseado -- foi copiado da legislação de 1938 de Hitler, a qual, por sua vez, era uma revisão da lei de 1928 aprovada pela República de Weimar. A lei nazista de 1938 proibia os judeus de fazer negócios envolvendo armas de fogo. Em 10 de novembro de 1938 – o partido nazista (SS) FISCALIZARAM milhares de judeus, sinagogas e empresas judaicas em toda a Alemanha – novos regulamentos sob a Lei de Armas proibiam ESPECIFICAMENTE os judeus de possuir quaisquer armas, até mesmo porretes ou facas. 
A lei nazista limitava a parcela judaica da Alemanha, porem os EUA, após a guerra atraves de seus politicos sociais democratas implementaram esse modelo de lei de controle para todos os cidadãos americanos, mostrando que o intuito desarmamentista da politica da esquerda é muito diferente e com outros objetivos da aplicada na Alemanha de Hitler.
Quando as tropas de Mao Tsé-Tung invadiam um vilarejo, elas capturavam os ricos. Em seguida, elas ofereciam a devolução das vítimas em troca de dinheiro. As vítimas eram libertadas quando o pagamento fosse efetuado. Mais tarde, o governo voltava a sequestrar essas mesmas pessoas, só que desta vez exigindo armas como resgate. Ato contínuo, assim que as armas eram entregues, as vítimas eram libertadas. 
Essa mudança de postura -- exigir armas em vez de dinheiro -- fez com que a negociação parecesse razoável para as famílias das próximas vítimas. Porém, tão logo o governo se apossou de todas as armas de uma comunidade, os aprisionamentos e as execuções em massa começaram.
A ideia de que o indivíduo tem o direito à autodefesa era tão comum e difundida no século XVIII que ela foi escrita na Constituição americana: a Segunda Emenda.  Carroll Quigley, eminente historiador e teórico da evolução das civilizações, era também um especialista na história do uso de armas pela população. Ele escreveu um livro de 1.000 páginas sobre o uso de armas como meio de defesa durante a Idade Média. Em sua obra Tragedy and Hope (1966), ele argumenta que a Revolução Americana foi bem sucedida porque os americanos possuíam armas de poder de fogo comparável àquelas em posse das tropas britânicas. Foi exatamente por isso, disse ele, que houve toda uma série de revoltas contra governos despóticos em todo o século XVIII. 
Tão logo as armas em posse do governo se tornaram superiores, os movimentos e manifestações em prol da redução do tamanho do estado deixaram de ter o mesmo êxito que haviam tido nos séculos anteriores.
Há uma razão por que os governos são tão empenhados em desarmar seus cidadãos: eles querem manter seu monopólio da violência a todo custo. A ideia de haver cidadãos armados é apavorante para a maioria dos políticos. Afinal, para que serve um monopólio se ele não pode ser exercido? Cidadãos armados impõem um limite natural à tirania do estado. 
Conclusão
Genocídios acontecem.
Mas não há genocídio quando os alvos estão armados.
Gary North
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antoniodatsch · 1 year ago
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Sionismo sob o sinal da cruz (Parte I)
Na América Latina, até recentemente, o cristianismo era indissoluvelmente associado ao catolicismo. A Igreja Católica detinha o monopólio da religião nesta parte do mundo e a figura do Papa, Cardeais, Bispos e sacerdotes representava um reservatório moral indiscutível.
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Pablo Jofré Leal
Sexta-feira 12 de Mar.
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Na última década, especialmente, de forma notória e perigosa, o sionismo penetrou com força, tanto nos Estados Unidos quanto na América Latina, realizando um trabalho de sabotagem nas bases religiosas das igrejas evangélicas, permitindo assim a ascensão política da ultradireita, governos claramente fascistas e o caudilhismo incentivado, apoiado e até financiado por essa ideologia e sua expressão como entidade chamada Israel.
Em interessante pesquisa dos autores Alberto Martínez López e Juantxo Domínguez, intitulada "As Igrejas Evangélicas na América Latina: A Base Religiosa da Ascensão da Direita e do Fascismo" (1), indispensável ao analisar o poder que emerge como perigosa ameaça às democracias e à liberdade de pensamento, "As Igrejas Evangélicas na América Latina: A Base Religiosa da Ascensão da Direita e do Fascismo" (1), nos é dito que os evangélicos representam atualmente 1 das formas mais importantes da Revolução Evangélica. em cada cinco habitantes do continente e em alguns países da América Central aproximam-se da metade da população e mais. "O tsunami evangélico que varre a América Latina, longe de diminuir, ganha cada dia mais adeptos à sua causa e, à medida que se realizam eleições gerais, ganha um número maior de deputados nos parlamentos" Um cenário muito favorável para esses grupos que através de seu credo buscam a imposição de valores fortemente integrados às políticas emanadas de Washington e dos grandes centros de poder ligados ao sionismo.
O cristianismo sionista, que é o aspecto político mais forte desse mundo evangélico, explorou massiva, dinâmica, forte e ofensivamente seu enorme poder midiático: donos de jornais, revistas, emissoras de rádio, emissoras de televisão, redes sociais que estão muito à frente dos grupos políticos que não têm esse poder financeiro atrelado à contribuição de seus adeptos. dos sionistas cristãos americanos e do regime israelense, além dos negócios ilícitos em que muitas vezes estão envolvidos. Martínez López e Domínguez também nos dizem que "a questão evangélica também tem consequências geopolíticas com o apoio aos governos mais reacionários da direita, especialmente com os Estados Unidos de Trump, Israel de Netanyahu, Hungria de Orbán, Itália de Salvini. Os evangélicos querem fortalecer sua aliança com todas essas potências e, para isso, contam com o total apoio dos Estados Unidos, onde os evangélicos americanos instruem seus pares latino-americanos sobre como flertar com os partidos e gradualmente ascender ao poder. São muito poucos os grupos que têm ligações externas tão fortes" e com essa ligação a relação incestuosa com o sionismo, o suposto filho do imperialismo.
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Um feedback que se explica pelo apoio incondicional que o chamado cristianismo sionista (2) tem proporcionado a Israel, para consolidar seu processo de colonização e ocupação da Palestina, mascarando sua ação sob dois mitos incentivados por esse aparente cristianismo. E falo de cristianismo ilusório, porque é difícil falar em seguir os fundamentos deixados por Cristo àqueles que permitem o extermínio de outros seres humanos. A primeira é defender a ideia de que os judeus, e com ela a ideia mítica de um Israel, são um povo escolhido e que a divindade lhes prometeu uma terra, que é a que eles estão usurpando atualmente.
É, no mínimo, contraditório que o cristianismo sionista e, especialmente, as igrejas evangélicas da América Latina incentivem essa ideia fictícia, que os deixa de for a das preferências dessa divindade que inclina suas simpatias para um determinado povo e que é até capaz de lhe dar presentes, sem exibir qualquer título de propriedade, além das cartas escritas pelos próprios interessados. uma terra que lhes foi oferecida. Portanto, cristãos de todos os matizes são excluídos da eleição divina e, mais ainda, ficam sem o direito à posse. Por que essa aceitação de um fato que é claramente escasso em consideração pelo grupo de paroquianos e crentes em uma divindade que, com decisões como preferir um povo em detrimento de outro e prometer-lhes uma terra em detrimento dos outros, mostra uma decisão exclusiva?
Com base em um interessante artigo publicado em 2007 na Information Clearing House por Donald Wagner, professor de religião e estudos do Oriente Médio na North Park University em Chicago e diretor executivo do Center for Middle East Studies, podemos avançar na compreensão dessa relação pecaminosa entre cristianismo e sionismo. Wagner ressalta que o sionismo, legitimado pelas igrejas evangélicas, não é um fenômeno novo. "Sua origem remonta à segunda metade do século XIX, encontrando seu nicho de expansão nas elites empresariais e políticas dos Estados Unidos, que por sua vez afundaram essa crença graças às obras do padre anglicano Thomas Brightman, que defendia a ideia de defender o 'retorno dos judeus à Palestina' para acelerar o retorno de Cristo." Tanto Brightman quanto Henry Finch, que argumentavam que "os judeus deveriam retomar seu país, viver em segurança lá e pelos tempos do tempo" são considerados autores proto-sionistas.
Levando em conta os protossionistas acima mencionados, Wagner continua a ilustrar essa relação interessante e interesseira apontando que um certo Louis Way, um clérigo anglicano, ensinou que antes de qualquer retorno do messias, os judeus devem retornar à Palestina. Na mesma linha, é mencionado John Nelson Darby, que em meados do século XIX colocou Israel no centro de seu pensamento teológico. Para Darby, um Estado judeu, que ele chama de Israel, era uma ferramenta fundamental da vontade de Deus, para cumprir a totalidade de seus planos até o último dia de vida na terra. Com isso em mente, Darby dá origem a uma forma de fundamentalismo chamada "pré-milenismo", que implica a esperança de que Cristo retornará à Terra antes da batalha do Armagedom e do início de seu reinado de 1000 anos nesta terra. Darby trouxe seus ensinamentos para os Estados Unidos em visitas destinadas a divulgar esse milenarismo e sua teologia, que se tornou a base do fundamentalismo cristão-sionista nos Estados Unidos.
Na Grã-Bretanha, um personagem começa a se destacar por levar adiante o ensino dessas visões teológicas pré-milenares, Lord Shaftesbury, com laços muito estreitos com os líderes políticos do Parlamento. Ele defendeu a ideia de que os judeus deveriam ser encorajados a retornar à Palestina em grande número. Meio século antes os próprios sionistas se declararam no primeiro congresso sionista realizado na cidade suíça de Basileia, em 31 de agosto de 1897. Shaftesbury afirmou a falsa ideia de que "os judeus eram um povo sem país para um país sem povo". Uma ideia que deu apoio, não só espúrio, mas interesseiro, para que o clero britânico, a casta política, a mídia e até a coroa se declarassem ferrenhos defensores do sionismo. Uma afirmação que tantas vezes se repetia acabou se tornando um dogma de fé para os políticos sionistas, tornando invisível a vida de várias gerações de palestinos em Jaffa, AlQuds, Al-Khalil, Ariha, seu cotidiano, seu trabalho agrícola que significou até considerar a Palestina no final do século 19 e início do século 20 como um dos maiores exportadores de laranjas do mundo.
Donald Wagner afirma em sua obra que "Uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do sionismo cristão foi o capelão anglicano de Viena, capital da Áustria, na década de 1980, William Lechner, um conhecido do líder sionista Theodore Hertz. Helder apaixonou-se por Herzl e seu projeto sionista como se fosse um projeto concebido por Deus. Ele usou sua vasta gama de contatos políticos para ajudar Herzl a encontrar patrocinadores para seu projeto. Ele organizou encontros de Herzl, por exemplo, com ninguém menos que o sultão otomano e o Kaiser alemão. Mas o que foi decisivo foram seus contatos com a elite britânica. Foi assim que chegaram a um político britânico chamado Lord Balfour." Um encontro que teria repercussões lamentáveis no campo geopolítico, para o mundo árabe em particular e para toda a Ásia Ocidental em geral. O efeito desastroso dessa conjunção entre o sionismo e os representantes da coroa britânica, então potência mundial, seria expresso na chamada Declaração Balfour (4), de novembro de 1917, que essencialmente sustentava que os judeus tinham direito a um lar nacional e que a Grã-Bretanha daria seu total apoio a essa ideia. o que também os favoreceu como potência hegemônica. Declaração ligada aos acordos Sykes-Picot (5) de 1916.
Essas bases fundadoras do cristianismo-sionista teriam um desenvolvimento explosivo, tanto nos Estados Unidos, onde constituíram uma base social e financeira de enorme importância para o regime sionista, que concretizou sua instalação como ocupante e colonizador na Palestina a partir de 1948. Uma base que fornece apoio financeiro, apoio político por meio de grupos de pressão como o AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense) e que digitaliza e orienta a política externa dos EUA, especialmente a partir de 1967 (após a Guerra dos Cinco Dias, em junho), quando Israel se torna o aliado incondicional dos Estados Unidos e das potências europeias na região da Ásia Ocidental. Uma aliança desencadeada pela visão da entidade sionista como o braço executor das políticas hegemônicas ocidentais na Ásia Ocidental e Central. Só nos Estados Unidos, o cristianismo sionista tem 80 mil pastores, muitos deles televangelistas com enormes fortunas. Mais de 1.000 estações de rádio, 100 canais de TV, 250 organizações diferentes, com suas publicações impressas e online, e bilhões de dólares em doações.
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A influência do sionismo, para conseguir o apoio de grupos evangélicos é imparável, usando desde as pressões a seus líderes com pastas sobre suas vidas pessoais feitas pelo Mossad (serviço de inteligência estrangeiro) o financiamento de organizações ligadas ao mundo evangélico, apoio político e financeiro a líderes evangélicos e pastores, que geralmente são convidados para a Palestina histórica ocupada com despesas pagas e o gozo de todas as regalias, que permite a compra de consciências e vontades. Em países como Guatemala, com o comediante e evangélico eleito presidente Jimmy Morales, Honduras com Juan Orlando Hernández, no Brasil com o convertido Jair Mesías Bolsonaro, a eleição presidencial contou com o generoso apoio financeiro de entidades ligadas ao cristianismo-sionista, cuja gratidão logo se confirmou. Isso, quando os governos eleitos com o apoio acima mencionado começam a tomar decisões tão controversas quanto ilegais, como mudar a embaixada de seus países de Tel Aviv para Al-Quds e influenciar a percepção de suas sociedades sobre a colonização e ocupação sionista da Palestina.
Soma-se a isso a posição assumida pelo sionismo quando se trata de apoiar, por exemplo, grupos políticos de oposição, como a ultradireita venezuelana. Governos ligados ao narcotráfico e ao paramilitarismo, como a Colômbia de Iván Duque, a ultradireita paraguaia e equatoriana. Membros da Comissão Parlamentar Chileno-Israelense, entre outros, agrupados anualmente sob a chamada da Fundação Aliados de Israel. Uma entidade com acesso a fundos ilimitados, criada em 2004 em Israel por iniciativa do rabino e político ultrassionista Binyamin Elon. A ideia desse grupo de pressão "era identificar parlamentares ou homens de influência, cristãos e evangélicos para orientar a agenda legislativa de vários países em prol dos interesses do Estado de Israel. John Hagee, fundador da poderosa organização evangélica Cristãos Unidos por Israel, e Patb Roberston, pastor americano que pediu o assassinato do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foram os contatos privilegiados de Elon na tecelagem dessa aliança sionista.
Pablo Jofré Leal
https://ametzagaina.org/2019/01/15/las-iglesias-evangelicas-en-america-latina-la-base-religiosa-del-ascenso-de-las-derechas-y-del-fascismo/ sionismo cristão é um crescente poder político e movimento religioso dentro da ala mais conservadora do fundamentalismo protestante, mas também pode ser encontrado dentro de outros ramos evangélicos do cristianismo, incluindo as alas evangélicas da Igreja Presbiteriana, a União Metodista, a Igreja Luterana e outras igrejas Protestante. Esse movimento prospera durante períodos de incerteza política e econômica como hoje, caracterizados pelo terrorismo internacional, recessão global e medo de guerra no Oriente Médio. Com sua visão pessimista da história, o sionismo cristão visa dar respostas claras e simples através de uma abordagem literal e preditiva da Bíblia. Alguns estimam que entre 20 e 25 milhões de fundamentalistas americanos têm essas visões, e que o fenômeno continua a crescer. https://www.musulmanesandaluces.org/hemeroteca/48/sionismo_cristiano.htmhttps://rebelion.org/cristianismo-y-sionismo/ Declaração Balfour . Em 2 de novembro de 1917, o ministro das Relações Exteriores britânico, Balfour, enviou ao bilionário Lord Rothschild, prometendo ao movimento sionista o estabelecimento de um lar nacional judeu em território palestino. Isso, na contramão dos direitos das pessoas que ali viviam (embora a carta mencionasse que esses direitos não seriam afetados). Em uma carta posterior, a verdadeira intenção do governo inglês em benefício do sionismo seria deixada clara. Acordos Sykes-Picot. Um acordo político assinado entre a França e a Inglaterra pelo qual ambos os países decidiram compartilhar o controle do Oriente Médio oriental, na área conhecida como Levante do Mediterrâneo. Isto, após o fim do Império Otomano. Uma divisão que persiste até hoje em suas linhas gerais. https://www.telesurtv.net/opinion/La-Agenda-secreta-de-Israel-en-America-Latina-20160501-0023.html
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solunairehqs · 2 years ago
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Após o Declínio e do extermínio de ⅔ dos seres vivos pela guerra, os habitantes remanescentes d’O Mundo passaram a reconstruir o que um dia foi seu. O principal polo foi responsável pelo chamado EMPEREUR d’ORIGINE, um antigo monarca de desde antes do Declínio, cujos esforços levaram a fundação da Santa Corte. Mais tarde, a colonização de outras regiões levaria a formar o que hoje é chamado Império Solunário.
Atualmente, o Império tem em seu território as seguintes regiões: Santa Corte, Cortes Diurna e Noturna, Cortes Estacionais, Corte Submersa e Corte de Areia.
Além das Cortes, há também as chamadas Cidades Sombra, Zonas Mortas e Colônias.
CORTES
Santa Corte
Corte Diurna
Corte Noturna
Corte Primaveril
Corte Veranil
Corte Outonal
Corte Invernal
Corte Submersa
Corte de Areia
OUTRAS REGIÕES
Pavillion, Cidade Sombra
Kirkenes, Colônia
Plaines d'Eau, Zona Morta do Império
Arquipélago da Coroa da Lua, Zona Morta
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gatinhatira10emhistoria · 2 years ago
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Motivos para não nascer durante a Colonização Portuguesa
Neste BLOG iremos introduzir e apresentar a colonização portuguesa, e o porquê desse ser um péssimo momento para ser brasileiro.
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Sejam bem-vindos ao nosso BLOG, unicamente feitos pelas maravilhosas: Nicole Stephenie, Mylla Fiuza, Iasmim Pimenta, Maria Klara Miranda, Julia Sales, Yasmin Martins, e nosso fiél amigo: Gustavo Mesquita.
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Quais as etapas da colonização?
O período colonial brasileiro foi de 1500 a 1822 e caracterizou, principalmente, pelo controle político e econômico de Portugal.
O Período Pré-Colonial: A fase do pau-brasil (1500 a 1530).
A fase do Açúcar (séculos XVI e XVII)
O Ciclo do Ouro (século XVIII)
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Características marcantes
Pode se dizer que colonização portuguesa no Brasil teve como principais características: civilizar, exterminar, explorar, povoar, conquistar e dominar. Porém, alguns pontos importantes a si aprender são:
A economia agrícola, com a exploração prioritária de um único produto;
A divisão do território do país em grandes propriedades territoriais, cuja posse se limitava a mão de poucos privilegiados;
O predomínio absoluto do trabalho escravo.
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Quantos países colonizaram o Brasil?
O país que colonizou o Brasil foi Portugal, mas também participaram da colonização Holanda, França, Alemanha, Espanha e Itália. Eles chegaram e ocuparam primeiramente o litoral do Brasil, Rio de janeiro, Salvador foram as capitais do Brasil.
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O que foi que rolou, hein?
A colonização do Brasil iniciou-se, em 1500, com a chegada dos portugueses ao nosso território, embora ações efetivas de colonização só tenham se desenvolvido na década de 1530, com o estabelecimento das capitanias hereditárias.
O processo de colonização portuguesa no Brasil teve um caráter semelhante a outras colonizações europeias, como a colonização espanhola, que conquistou e exterminou os povos indígenas.
No Brasil, foi efetivado a partir da exploração, povoamento, extermínio e conquista dos povos indígenas (povoadores) e das novas terras. Sempre que ouvimos falar da colonização portuguesa na América, lembramos logo da colonização do Brasil.
A Colonização foi o período em que o governo português instalou parte do seu reino no Brasil. A principal motivação foi a de proteger a terra recém-descoberta dos interesses de outros países. Além disso, havia a pretensão de civilizar, dominar e explorar o país.
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Gostou? Curta e compartilhe para que seus amigos conheçam mais da infeliz história do nosso país! ♡
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gifsdefisica · 3 years ago
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"[...] Pois uma estátua não é apenas um documento histórico. Ela é sobretudo um dispositivo de celebração. Como celebração, ela naturaliza dinâmicas sociais, ela diz: “assim foi e assim deveria ter sido”. Um bandeirante com um trabuco na mão e olhar para frente é a celebração do “desbravamento” de “nossas matas”. Desbravamento esse que não é abertura de nada, mas simples apagamento de violências reais e simbólicas que não terminaram até hoje. Pois poderíamos começar por se perguntar: contra quem essa arma está apontada? Contra um “invasor estrangeiro”? Contra um tirano que procurava impor seu jugo ao povo? Ou contra aquelas populações que foram submetidas à escravidão, ao extermínio e ao roubo? Um bandeirante era um caçador de homens e mulheres, ou seja, a encarnação mais brutal de uma forma de poder soberano ligado à proteção de alguns e à predação de muitos. Um bandeirante é, acima de tudo, um predador. Celebrá-lo é afirmar um “desenvolvimento” que, necessariamente, realiza-se em um país composto por uma nata de rentistas encastelados em condomínios fechados e uma grande massa que ainda hoje é caçada, que desaparece sem rasto nem traço. Destruir tais estátuas, renomear rodovias, parar de celebrar figuras históricas que representam apenas a violência brutal da colonização contra ameríndios e pretos escravizados é o primeiro gesto de construção de um país que não aceitará mais ser espaço gerido por um Estado predador que, quando não tem o trabuco na mão, tem o caveirão na favela, tem o incêndio na floresta, tem a milícia. Enquanto estas estátuas estiverem sendo celebradas, enquanto nossas ruas tiverem esses nomes, esse país nunca existirá. Quem faz o papel de carpideira de estátua acaba se tornando cúmplice dessa perpetuação. Só sua derrubada interrompe esse tempo. Essa ação é, acima de tudo, uma autodefesa." Por Vladimir Safatle, professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo. Publicado em: @elpaisbrasil #materialismo #borbagato #monumento #passado #escravismo #vladimirsafatle #estatua #documentohistorico #bandeirantes #povosindigenas https://www.instagram.com/p/CR1TmrtrZG7/?utm_medium=tumblr
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blogdojuanesteves · 6 years ago
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CLAUDIA ANDUJAR > A LUTA YANOMAMI
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> Claudia Andujar nasceu Claudine Haas (nenhum parentesco com o célebre fotógrafo austríaco Ernst Haas (1921-1986) em Neuchâtel, Suíça, em 1931. Cresceu na região de Oradea, atual Romênia. Depois que seu pai e família foram assassinados nos campos de extermínio nazistas de Dachau e Auschwitz em 1944,  escapou com sua mãe de volta para seu país natal. Sozinha, foi morar com um tio nos Estados Unidos, trabalhando como guia na ONU, em Nova York, cidade em que desenvolve interesse pela arte.  O reencontro com sua mãe foi em São Paulo, no início de 1955, onde radicou-se.
De 1966 e 1971 Andujar (o sobrenome é do seu primeiro marido e amigo dos tempos de escola, o espanhol Julio Andujar),  trabalhou na icônica revista Realidade, marco do "new journalism" feito no Brasil, que trazia textos na mistura de uma narrativa jornalística e  literária, recheada de grandes ensaios fotográficos produzidos por ela e por grandes fotógrafos como o carioca Walter Firmo e David Drew Zingg (1923-2000), americano. Na publicação estavam também sua amiga Maureen Bisilliat, inglesa, (com quem passaria uma temporada nos Estados Unidos), o italiano Luigi Mamprin (1921-1995) e o americano George Leary Love (1937-1995) seu companheiro de vida e parceiro em muitos trabalhos.
Claudia Andujar A Luta Yanomami ( IMS, 2018) tem mais de 300 páginas, e foi organizado por Thyago Nogueira, coordenador de fotografia contemporânea do Instituto Moreira Salles e sua assistente Valentina Tong, que trazem o relato deste percurso extraordinário, entre a luta que se põe diante da tragédia e a preservação dessa cultura exemplar amazônica. Ele também assina a curadoria da exposição que traz 300 imagens, em cartaz até abril de 2019 na sede paulista.
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 > Mais do que uma fotógrafa, ela se tornou uma ativista pela causa Yanomami quando em 1971 os fotografou pela primeira vez para a Realidade. Um encontro que a faria retornar inúmeras vezes ao território desta etnia, que então ainda vivia relativamente  isolada. Às suas primeiras viagens se somaram o interesse por essa cultura, levando-a ao amadurecimento de seu trabalho bem como seu envolvimento definitivo na luta pela preservação de sua população e região. Andujar recebeu deles o nome de Napëyoma, "a mulher branca".
"Foram quase 3 anos indo a casa da fotógrafa e pesquisando seu arquivo",  conta Thyago Nogueira, que de início procurou o entendimento da escala monumental de sua obra, debruçando-se entre 40 mil imagens. Para ele, poucas pessoas se dedicaram tanto a essa questão em uma avalanche de eventos.  Também ressalta o "encontro histórico" na abertura da mostra com a presença da fotógrafa, do xamã yanomami Davi Kopenawa e do missionário italiano Carlo Zacquini, companheiros dela nessa verdadeira epopeia.
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> Apenas para se entender uma parte da história, no início dos anos 1970 no âmbito do Plano de Integração Nacional o governo da ditadura militar, liderado pelo general Médici (1905-1985), começa a construção de um trecho da Perimetral Norte entre 1973 e 1976 e uma política de colonização pública ( 1976 a 1978) que literalmente invadiram o sudeste das terras dos Yanomami.
Em meio a esta onda supostamente progressista, típica da década, veio a contaminação das aldeias, alcoolismo dos seus habitantes, mortes entre indígenas e colonos, que colocam Claudia Andujar diante de um dilema entre só fotografar ou salvar essa comunidade, resultando na sua expulsão da região pela Fundação Nacional do Índio (Funai), criada em 1967 durante a gestão do general Costa e Silva (1889-1969).
No final dos anos 1970, a fotógrafa articula com intelectuais e volta a região como ativista e juntamente com Carlo Zacquini, da Missioni Consolata (com os Yanomami desde 1965) e o antropólogo francês Bruce Albert criam a Comissão pela Criação do Parque Yanomami. Foram 13 anos de luta contra forças econômicas poderosas. "uma batalha incansável pela demarcação contínua da terra indígena, vista como a única maneira de garantir a sobrevivência dos Yanomami e seu ecossistema." Finalmente, em 1992, a terra foi homologada às vésperas da conferência-geral da ONU sobre o clima (Rio 92), revelando não somente uma grande fotógrafa mas uma  articuladora muito hábil.
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> A exposição Claudia Andujar A Luta Yanomami e o lançamento do alentado catálogo homônimo, se reveste de um momento oportuno em prol da etnia, quando a nova direção do país ameaça intervir mais uma vez na região. A Funai, por exemplo, está sob controle da controversa paranaense Damares Alves, do Ministério da Mulher, Familia e Direitos Humanos, que também é pastora evangélica. Pensamos então na participação engajada de uma fotojornalista e em como a sua fotografia passou a instrumentalizar a mobilização política que ultrapassou as fronteiras enveredando por programas de educação e saúde, bem como se acomodando no perfil da arte contemporânea, com imagens em acervos como o Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York e o  Centro de Arte Contemporânea de Inhotim (CACI).
Antes de chegarmos nesta publicação do IMS, os Yanomami já tinham aparecido na bela edição Yanomami (DBA, 1998) ( que hoje chega ao valor de 900,00 reais nas listas dos sebos SIC ), na  antologia A Vulnerabilidade do Ser (Cosac e Naify, 2005 ) e no livro Marcados  (Cosac e Naify, 2009) uma coleção de retratos que surgiram de anotações para um registro médico. Era necessário identificá-los e uma placa era pendurada no pescoço, como aqueles números de plástico nos retratos dos passaportes ou das fichas criminais da polícia.
Dificil não fazer um paralelo ao Holocausto, as marcas começam em 1944 com a estrela de Davi - costurada nos trajes de seus pares, mais precisamente no peito deles, amarela e bem visível. Deste tempo de crueldades restou um retrato de um colega da escola por quem Andujar  se apaixonou, guardado por muitos anos. Peças que ainda reverberam na fotógrafa e que foram acolhidas ao longo de sua importante obra. [ leia aqui review sobre o livro Marcados em http://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/131630843276/marcados-claudia-andujar ]
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> A parceria entre Thyago Nogueira e Claudia Andujar iniciou-se em 2012 quando ela mostrou interesse em produzir mais um livro sobre os Yanomami. Entretanto o editor preferiu lançar como primeiro livro da instituição No Lugar do Outro (IMS, 2015) contando a sua carreira jornalística mais ampla, precedendo este A Luta Yanomami.
Nesta publicação, o recorte da revista Realidade é surpreendente ao mostrar momentos históricos do fotojornalismo como a matéria com o médium “Zé Arigó,” publicada em junho de 1967, com texto do psiquiatra e jornalista Roberto Freire (1927-2008). Vivendo em Congonhas do Campo, Minas Gerais, José Pedro de Freitas (1921-1971) era um médium curador conhecido internacionalmente que trazia milhares de pessoas para cirurgias polêmicas. [ leia review aqui sobre a publicação http://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/131632163656/no-lugar-do-outro-claudia-andujar ].
As imagens dos Yanomami certamente ocupam o centro da obra da fotógrafa, tanto em exposições como em publicações.  Luta Yanomami é uma antologia que inclui desenhos, narrativas mais detalhadas dos envolvidos, como a do antropólogo Lambert,  mapas, um projeto gráfico mais contemporâneo feito por  Elisa Von Randow e Julia Mazagão, sustentando pela impressão em diferentes tipos de papel, como  Munken Linx Rough, Pólen e Eurobulk, produzido pela gráfica Ipsis que dão suporte as diferentes experiências fotográficas criadas por Andujar, como aberrações cromáticas ou distorções que se acomodam ao preto e branco mais tradicional.
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> A  nova publicação é adequada aos ditames dos atuais fotolivros, valorizando mais o objeto como conjunto gráfico, entretanto creio que a mesma não ultrapassa o design mais clássico, com imagens mais abertas da edição francesa Yanomami la danse des images ( Marval, 2007). Com a vantagem de ter um conjunto em cor que esta não tem, o livro brasileiro abdica de algumas imagens fundamentais nela publicadas, como os contundentes registros dos xamãs Noë e Davi Kopenawa em um ritual com o pintor gaúcho Glauco Pinto de Moraes doente na aldeia de Watoriki-theri, em 1986.  
Desta bela edição publicada na França, a atual faz uso do texto do jornalista paulista Álvaro Machado como fonte.  Também não traz a ótima fortuna crítica encontrada em A Vulnerabilidade do ser com textos do curador italiano Pietro Maria Bardi (1900-1999) e do curador e historiador da arte capixaba Paulo Herkenhoff, que certamente enriqueceriam ainda mais o livro.
A exposição, que vai até o dia 7 de abril, ocupa dois andares no IMS, mostra, como no livro, imagens de 1971 a 1977 em Catrimani, Roraima, onde Andujar acompanha o dia a dia na floresta, rituais xamânicos e retrata os Yanomami com a ajuda do missionário Carlo Zacquini, que vivia há tempos entre eles. Um interesse jornalístico que se tornou antropológico, como bem observa Thyago Nogueira em sua rica  pesquisa.
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> As primeiras viagens de Andujar ao território Yanomami, sua aproximação com a nova cultura trazem o amadurecimento do trabalho conforme ela passava mais tempo na floresta. Com a ajuda de Zacquini, a fotógrafa pode aprofundar-se na rotina, acompanhar viagens, festas e expedições de caça. Ela descreve em um audio em plena mata: “É claro que cortar um animal é algo sangrento, mas, não sei, acho que já me acostumei com isso, não me choca mais e nem acho estranho. É o jeito que as coisas são. As transcrições da fala da fotógrafa é um ganho na edição.
Importante também é uma nova versão da instalação Genocídio do Yanomami: Morte do Brasil (1989-2018) um audiovisual em 16 telas. Inicialmente uma reação ao decreto do maranhense José Sarney, (na presidência até 1990, após a morte de Tancredo Neves (1910-1985), eleito indiretamente para o cargo, do qual era vice.) que demarcava a terra em 19 "ilhas isoladas".
Registrado em stills no livro, o “Genocídio” é uma experiência gráfica quase lisérgica com imagens de arquivo de 1972 a 1981. Assim como encontramos em Maureen Bisilliat, a obra de Claudia Andujar é marcada pelo posicionamento de  vanguarda, ora na exploração da cor como forma, em uma extrema expansão gráfica que se afasta do documentarismo mais convencional, ora em uma inserção experimental mais ousada apoiada pelos visionários editores da revista Realidade, que avalizaram seu progresso permanentemente.
Curiosamente, entre seus experimentos, Andujar parece recorrer a apropriação de imagem, uma postura contemporânea entre conhecidos artistas como os americanos Sherrie Levine ou Richard Prince, ao usar um flagrante publicado em agosto de 1993 pelo  fotógrafo paulista Ormuzd Alves,  na Folha de S.Paulo, registrando o xamã Davi Kopenawa, com pintura de guerra, logo após o massacre de Haximu, uma imagem com um ligeiro brilho no centro. Infelizmente o crédito exato ficou meio perdido no final do livro, na descrição das imagens e o porquê da utilização neste e na mostra não está explicado.
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> Em 1959, Claudia Andujar procurou a revista O Cruzeiro para oferecer seu trabalho. Foi rejeitada, como conta Thyago Nogueira. Ela recorda: “O redator, me lembro muito bem, falou para mim:  “Você acha que foi você que descobriu os índios? Era Jorge Ferreira, nunca vou esquecer.  “Mulher aqui não tem lugar, mulher não pode ser fotógrafa”. O curso da história foi corrigido, a revista fechou em 1975 e ela continuou seu importante trabalho conhecido mundo afora.
Jorge Ferreira, no dizer de Accioly Neto (1906-2001 ), publicitário e diretor da revista O cruzeiro por muitos anos era "o repórter das viagens perigosas, descobrindo tribos de índios desconhecidos no Rio das Mortes, enfrentando a densa selva amazônica.”* Daí certamente essa postura  machista execrável até mesmo para época. Irônico é que alguns dos grandes momentos do jornalista estão celebrados no livro A origens do fotojornalismo no Brasil,Um Olhar sobre O Cruzeiro, 1940/1960, publicado pelo IMS em 2012, por ocasião da exposição de mesmo nome, organizada pelos curadores Helouise Costa, do MAC-USP e Sergio Burgi, coordenador de fotografia do instituto.
Ficamos então com esta declaração da fotógrafa que define bem sua relação : “Estou ligada ao índio, à terra, à luta primária. Tudo isso me comove profundamente. Tudo parece essencial. Talvez sempre procurei a resposta à razão da vida nessa essencialidade. E fui levada para lá, na mata amazônica, por isso. Foi instintivo. À procura de me encontrar."
IMAGENS © CLAUDIA ANDUJAR  TEXTO ©JUAN ESTEVES
* Cadernos da Comunicação/ Série Memória/ 2012, Secretaria Com.Rio de Janeiro em “O Cruzeiro a maior e melhor  revista da América Latina.”
>A mostra no IMS, Av.Paulista 2424 ( próximo as estações do metrô Consolação e Paulista, vai até 7 abril de 2019. Horário de funcionamento: de terça a domingo e feriados (exceto segunda), das 10h às 20h. Nas quintas, até as 22h.
Na sequência a mostra irá para a sede do Rio de Janeiro, na Gávea, a partir de julho deste ano.
Claudia Andujar – A luta Yanomami teve apoio e consultoria do Instituto Socioambiental (isa) e colaboração da Hutukara Associação Yanomami (hay).
Em virtude da censura nesta rede, algumas imagens onde os Yanomami aparecem em seu estado natural não puderam ser publicadas.
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entreajanelaeomundo · 3 years ago
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Gê Viana - Paridade (resenha)
A obra escolhida se chama Paridade, da artista maranhense Gê Viana, natural de Santa Luzia, cidade a 300 km da capital São Luís. Os trabalhos da artista têm como instrumento principal a fotografia, sua arte é desenvolvida através de colagens e fotomontagens.
Habitante de uma região de divisa entre o Nordeste e o Pará, cercada de territórios de matriz indígena como os Awa Guajá, Tembé e Caru, em Paridade Gê retrata a decolonialidade, sua busca por sua história e ancestralidade, seu povo e as mazelas herdadas da colonização. Ela faz uso de imagens de arquivo para transpor suas fotografias, retratos de pessoas da sua região, os quais assemelham￾se com às figuras presentes nas imagens dos arquivos utilizados. Este material é, em sua maioria, datado do final de 1800 e traz em si figuras indígenas da época.
Estudante de Artes Visuais na UFMA, o interesse por suas origens surgiu de uma pesquisa artística que realizou. Tratou-se de um período repleto de investigações e histórias, estas muitas vezes contadas por sua avó sobre seus familiares. Entre estas histórias, muitas traziam o retrato da violência para com o seu povo, considerados selvagens. Em sua obra, Viana consegue trazer um olhar amigo, criando uma relação de proximidade entre os retratos, como se trouxesse um personagem para dentro da história do outro ao sobrepor as fotografias, de forma que esta uniãoconte uma história.
Essa característica ressalta a ideia de resistência sempre presente nos trabalhos da artista, essa vida indígena que foi tirada no passado junto da figura de um semelhante ainda vivo nos dias de hoje, são inúmeros significados e uma forma de representatividade sem tamanho. A série de fotomontagens passou a ser desenvolvida em 2017 para a execução, preferencialmente, no formato lambe. Formato no qual o diálogo com a rua é parte de extrema importância. Já que opera como testemunho explícito de um reconhecimento identitário indígena, denunciando séculos de genocídio desde o período colonial.
O extermínio da população indígena, somado ao apagamento de sua identidade e os processos de miscigenação no Brasil, resultaram em uma população desprovida de conhecimento sobre sua origem, o que acarreta uma falta de pertencimento em relação às etnias, uma forma de não reconhecer o seu lugar no mundo.
O reconhecimento indígena no território brasileiro ainda vive sob constante ameaça. Este povo luta diariamente para afirmar a história e manter territórios que são seus por direito. O trabalho de Gê, reforça esse sentimento e abre espaço para um diálogo de forma que se perceba a importância de se preservar essas vidas e suas tradições, que representam junto a muitos outros grupos marginalizados, o nosso país.
Esta herança etnocêntrica se mostra presente nos dias de hoje através da postura dos próprios governantes, que não oferecem políticas públicas centradas na defesa destes povos. Fazendo com que estejam sempre a mercê de invasores de terras que buscam roubar seus recursos naturais e desapropriá-los de seu ambiente. Esses confrontos geram muitas mortes dentro da população indígena. Gê Viana foi indicada ao prêmio Pipa duas vezes entre os anos de 2019 e 2020, o qual na última foi vencedora.
Seu trabalho se aproxima, de certa forma, de um outro artista indicado ao prêmio também em 2020, Maxwell Alexandre. Maxwell, nascido e criado na Rocinha, no Rio de Janeiro, traz em suas obras representações de sua história, povo e regionalidade. Em sua obra mais recente Pardo é Papel, ele retrata o povo negro desde os grandes nomes que servem como representatividade e inspiração, assim como o povo pobre da periferia, trazendo cenas do dia a dia em pinturas e colagens em papel pardo. O nome dado a obra é uma espécie de “trocadilho” entre o tipo de papel usado na obra e o termo utilizado para definir negros de pele clara como forma de defini-los como “menos negros”, um termo racista. Pardo.
Apesar das diferenças entre o tipo de obra que produzem, é inegável a comparação entre os dois em relação a forma como enxergam arte, suas ideias e representatividade, principalmente, a forma como ambos dão voz a povos marginalizados. Viana é uma mulher afro-indígena e lésbica, outro de seus trabalhos que chama bastante atenção é a série Sapatona, de 2018. Uma série que reúne fotomontagem, colagem e pichação, onde ela retrata o amor lésbico de uma maneira descontraída, divertida e crítica ao mesmo tempo. São substituídas imagens de arquivo de casais heterossexuais por cabeças de mulheres, representando como se fossem casais homoafetivos. A obra foi concretizada no formato lambe lambe, assim como Paridade, de grande dimensão. E foi combinada com pichações em paredes, frases que ressaltam o sentimento transmitido, por exemplo “a gente só quer amor”.
Na subsérie Retiro de caça, que integra a obra Paridade. Gê retrata a partir de lendas e segredos populares maranhenses, um conjuro de proteção a milhares de mulheres indígenas e negras violadas, uma crítica a expressão “pegas no laço”, romantizada pelo sistema patriarcal.
Outro registro que trata de proteção e defesa, Sobreposição da história retrata mulheres negras e indígenas em ambientações de influência afrofuturista, como parte de fotoperfomances em composição com imagens históricas de pessoas negras em canaviais, em situações de escravização ou em condições de trabalho precário.
A partir da semelhança visual entre a cana de açúcar e o cristal selenita, Gê cria uma relação histórica, que também se movimenta em diferentes temporalidades, entre dois dos principais contextos de escravização no Brasil, os canaviais e a mineração. A obra traduz um processo de regeneração das feridas decorrentes dos traumas coloniais, tratam-se de fotomontagens impressas em sacos de ráfia, processos performáticos em vídeo e selenitas em grandes dimensões.
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edsonjnovaes · 3 years ago
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Xokleng
Os índios Xokleng da TI Ibirama em Santa Catarina, são os sobreviventes de um processo brutal de colonização do sul do Brasil iniciado em meados do século passado, que quase os exterminou em sua totalidade. Apesar do extermínio de alguns subgrupos Xokleng no Estado, e do confinamento dos sobreviventes em área determinada, em 1914, o que garantiu a “paz” para os colonos e a conseqüente expansão e…
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recantodaeducacao · 3 years ago
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Alemanha reconhece que cometeu genocídio na Namíbia durante colonização
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A Alemanha admitiu nesta sexta-feira, 28, que cometeu genocídio durante a colonização da Namíbia no início do século XX. O reconhecimento foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Heiko Mass, que também anunciou um apoio financeiro ao país africano de mais de € 1,1 bilhão. O valor será concedido ao longo de três décadas por meio de investimentos em infraestrutura, saúde e programas de treinamento que beneficiem as comunidades afetadas. “À luz da responsabilidade histórica e moral da Alemanha, pediremos perdão à Namíbia e aos descendentes das vítimas. Agora vamos nos referir oficialmente a esses eventos como o que são da perspectiva de hoje: genocídio”, disse ele. A Organização das Nações Unidas (ONU) define genocídio como uma série de atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Estima-se que dezenas de milhares de hererós e namas, o que equivale a 80% dessas populações, morreram durante os massacres realizados sob ocupação alemã entre 1884 e 1915. Os assassinatos começaram após uma rebelião dessas duas etnias contra as apreensões de suas terras e gado. Os poucos sobreviventes foram colocados em campos de concentração, onde eram escravizados, explorados sexualmente ou usados como objetos de experimentação médica. Alguns restos mortais foram utilizados como parte de uma pesquisa, agora desacreditada, para tentar provar a superioridade dos europeus brancos.
A Alemanha deve assinar uma declaração reconhecendo sua responsabilidade por esses crimes no mês que vem, durante uma cerimônia na capital Windhoek. É esperado que, nessa ocasião, o presidente Frank-Walter Steinmeier viaje até a Namíbia para se desculpar oficialmente. A emissora de televisão britânica BBC aponta que, apesar da decisão ter sido vista como um passo importante, algumas autoridades do país africano defendem que as medidas não são suficientes para cobrir o “dano irreversível” causado durante a colonização. Fontes ligadas a agência de notícias Reuters disseram ainda que líderes tradicionais consideraram uma espécie de traição o fato da Namíbia ter aceitado esse acordo com a Alemanha. O reconhecimento do genocídio dos hererós e namas acontece um dia depois do presidente Emmanuel Macron admitir a responsabilidade da França sobre o extermínio de tutsis e hutus em Ruanda.
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semiopolitica · 4 years ago
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A máscara-totem
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É conhecido o mote oswaldiano: totemizar o Tabu! Retirado de uma leitura antropofágica de Freud, totemizar o Tabu é o que o indígena tupi faz com as leis do inconsciente da Civilização Ocidental, baseadas na repressão e na culpa: totemiza, torna manejável o proibido, e a partir daí o tupi pode jogar com as leis abstratas que regem a sociedade e que nos foram impostas pela Colonização. Não é admirável que o mote antropófago tenha sido atualizado nessa pandemia através da máscara sanitária? Ela se tornou o totem manejável com o qual se lida com todas as prescrições médico-sanitárias dos isolamentos, distanciamentos e ferrolhos (lockdowns) que são os novos Tabus Pandêmicos. Mas sobretudo a máscara sanitária permite lidar com o maior de todos os tabus: a Morte. O totem é o objeto que sinaliza o perigo e com isso permite desviar e contornar a Morte, isto é, adiá-la. Com o bom manejo do totem, a Morte fica sempre um pouquinho mais adiante. O jogo do totem permite prolongar a vida.
A princípio, a ideologia eurocêntrica apresenta o Tabu como universal e o totem como particular. O totem seria uma particularização primitiva de tabus e estes transcendem as culturas locais. O que a antropofagia faz em seu movimento descolonizador é inverter esse princípio: o Tabu é o que conforma uma determinada civilização particular, enquanto o totem, que é um elemento de cálculo matemático ou de jogo, é o que permite universalizar os tabus, abrindo vias de cruzamento entre as culturas. É isso exatamente o que defende o grande pensador europeu Lévi-Strauss em seu livro O Pensamento Selvagem (1962). O totem está na raiz das classificações categóricas que regem o pensamento científico moderno. Totens são elementos simbólicos totalmente arbitrários e essa arbitrariedade totêmica é a mesma razão da arbitrariedade do signo linguístico de Ferdinand de Saussure, que é base conceitual do estruturalismo de Lévi-Strauss. Quando dois totens de duas culturas locais se emparelham de forma arbitrária, um vínculo surge entre essas comunidades (por exemplo, ambas tem totens de um mesmo gênero animal). Então é preciso pensar que a máscara é o totem que antes liga as culturas nacionais do planeta do que as separa. A máscara se torna assim o totem planetário por excelência dessa pandemia. Ela conota que a doença do coronavírus é efetivamente pan-dêmica (pan-demos): ela atinge a todos os povos.
Mas é preciso diferenciar, no entanto, o totem do fetiche. Pois a principal característica do totem é seu caráter profano. Isto significa que o totem é manuseável, e assim pode se tornar a peça de um jogo. Mas o fetiche é um totem que foi ressacralizado e com isso extraído da circulação e do jogo. O fetiche serve para ser assistido, com nós, os novos índios tupis, passivamente na posição de observadores. A máscara-fetiche deixa de ser um anteparo à Morte e passa a ser um adorno para ser observado e admirado. E, com isso, em vez de proteger, a máscara-fetiche se torna o signo de uma submissão ao Tabu. Em vez de totemizar o Tabu, o Tabu fetichiza a máscara. Ao usar a máscara como um mero fetiche estamos apenas demonstrando nossa adesão servil às regras sanitárias.
A máscara enquanto totem, no entanto, é universal. Ela é universal quando é retirada da significância de instrumento de imunidade médico-sanitária para ser um símbolo daqueles que protegem a sociedade de um padecimento comum. A máscara não apaga a autenticidade humana do rosto, mas como objeto prostético ela nos lembra de que sempre fomos seres técnicos, não deuses prostéticos como dizia Freud, mas sapiens de artifícios e artefatos. Ciborgues. Essa universalidade de um totem prostético é aquilo que coloca a extrema-direita em oposição ao uso da máscara. Os movimentos populistas de direita odeiam a máscara não porque ela limite a liberdade dos indivíduos, mas porque apaga seus traços de identidade, essenciais para os ataques racistas e xenofóbicos. A identidade se comprova assim como o principal motivo do populismo de direita, guardião das particularidades, nacionais ou individuais. É por isso também que em vários países antes da pandemia, inclusive Brasil, houve leis contra o uso de máscaras em manifestações. Não é que a máscara garanta o anonimato. Antes ela universaliza a subjetividade de quem luta. Na Pandemia sentimos essa verdade como nunca antes: os que estão de máscara estão armados na linha de frente contra o sofrimento, a ignorância e o extermínio social.
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institutogamaliel · 4 years ago
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Extermínio de negros, o empreendimento mais bem-sucedido do Brasil
Extermínio de negros, o empreendimento mais bem-sucedido do Brasil
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Esqueça a Bolsa de Valores ou a especulação imobiliária. O negócio que nunca sai de moda nem apresenta risco ao investidor é o racismo à brasileira. Fundada na colonização, capitalizada na escravidãoe repaginada na era das redes sociais, a discriminação racial se consolida cada vez mais como o título de renda mais sólido para governos, empresas e pessoas físicas que lucram com a eliminação de…
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lufranzin · 6 years ago
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É bom estarmos abertos a todos os tipo de leitura, mas como é que lidamos com algo que não supre a necessidade de uma romancista de esperar o “felizes para sempre” e ele não aparecer? Dentro de crônicas “fictícias” a respeito de uma suposta e desejosa colonização de Marte, o autor Ray Bradbury nos apresenta características e particularidades do ser humano que não acompanharam o processo de evolução da humanidade. Poder, imposição de conceitos e pré conceitos, discriminação, extermínio de grupos étnicos, intolerância... e tantas outras condutas populares e mascaradas de evolução estão presentes nesses textos que nos leva a questionar qual é o verdadeiro sentido do processo evolutivo. Em terras desconhecidas, nos recônditos da Amazônia ou em Marte, a premissa do ser humano ainda é a mesma: tomar, explorar e destruir. Estou triste pela leitura, mas foi uma imersão num processo de reflexão que todos deveriam fazer. Recomendo. . . . #leitura #lendo #ascronicasmarcianas #raybradbury #valeapenaler #lufranzin #bibliotecaazul #recomendo #reflexao https://www.instagram.com/p/Bwjk_NCgiEr/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=xuic8mzcfp8w
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cadeobonde · 6 years ago
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Monumento para quê?
Fernão Dias, Paes Leme, Castello Branco, Raposo Tavares, Costa e Silva,  Marechal Deodoro, são nomes de personagens em rodovias, avenidas, ruas e monumentos em São Paulo.
Normalmente construídos em homenagem a algum acontecimento ou personagem histórico, o monumento é a forma mais comum de patrimônio material que encontramos pela cidade. Ao mesmo tempo que carrega uma certa afetividade,  pois atuam contra o apagamento, assegurando um tempo e preservando uma determinada memória, eles também são passíveis de questionamento, uma vez que sua existência é um fator de disputa em torno da construção da memória da cidade. Quem determina qual momento histórico ou personagem deve ser homenageado? Por quê e para quem?
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Já reparou que existe um monumento em forma de obelisco que fica na saída do metrô Faria Lima? O Monumento à Aldeia de Nossa Senhora de Pinheiros está instalado numa bifurcação triangular entre a Rua Teodoro Sampaio, Rua dos Pinheiros e Av. Faria Lima. Esse monumento foi criado por Luiz Marrone em 1971 para homenagear a origem da formação do bairro, que se deu com a fundação do Aldeamento de Nossa Senhora de Pinheiros em 1560 pelo Padre José Anchieta. Sua existência levanta a bola para refletirmos sobre memória e disputa simbólica nos espaços da cidade. Primeira questão: não há ao menos uma placa que informe o nome do monumento, a quem ou ao que ele homenageia, e por quem e quando foi criado. A única placa que existe no local é um tótem com os dizeres: Praça João Nassar. Quem foi João Nassar e qual a sua relação com a história do Aldeamento? Por que construir monumentos para preservar uma história sem pensar em seu caráter informativo e de formação cidadã?
A segunda questão: em linhas gerais, os aldeamentos não eram aldeias, eram locais fundados para a catequização e aniquilamento da cultura indígena e sua exploração. Ao chegar perto do monumento é possível observar que as imagens inscritas no metal representam os indígenas sendo catequizados pelos jesuítas. A Companhia de Jesus teve como grande missão a colonização e exploração dos corpos indígenas em função da soberania cultural e econômica de Portugal. O sangue derramado e a formação histórica do Brasil colônia determinam até os dias de hoje a maneira como praticamos o apagamento de povos e culturas. Pagaremos essa dívida histórica com a criação de monumentos que enaltecem um momento onde identidades e culturas eram apagadas? Continuaremos homenageando ditaduras, extermínios, bandeirantes e ditadores em nomes de ruas e avenidas?
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Monumento à Aldeia de Nossa Senhora de Pinheiros
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A primeira missa no Brasil. 1859 de Victor Meirelles
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Aldeamento de Alberto Eckhoult, s/d
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Mapa típico de aldeamentos jesuítas
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