#caminho do sertão
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Caminho do Peabiru que levava nativos do Atlântico para o Pacífico 1.2
O Caminho de Peabiru é uma rota indígena antiga. Para alguns, o significado em guarani é “Terra sem males”, mas são encontradas várias versões para o significado de seu nome. Os Guaranis o chamavam de Peabiru, Piabiru ou Piabiyu, que significa “caminho” em guarani (pia, bia, pe, bia; ybabia: caminho que leva ao céu). Ou Caminho do Peru, sendo a palavra um híbrido de tupi – pe (caminho) + biru…
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#Amazônia Internacional#ao Peru. Dayane Bazzo – NSC Total#Baixada do Maciambu#Bolívia#Bolívia e Peru#Brás Cubas e de Luís Martins#caminho de gramado amassado#caminho do sertão#Cananeia#Cataratas do Iguaçu#cidade do sudeste do Uruguai#continente sul-americano#Cusco#Dayane Bazzo – NSC Total#e São Francisco do Sul#em Palhoça#em Santa Catarina#Enseada de Brito#espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca#exploração do Rio Paraguai#Francisco Pizarro#Guarda do Cubatão#indígenas carijós#ISABELLE LIMA - Portal Amazônia#Itinerário de Ulrich Schmidel#Johan Ferdinando (1549)#machado de prata#Mar Dulce#matas#metais preciosos
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#Então#cheguei ao final...#3 intensos e marcantes capítulos finais...#Que me trouxe grandes revelações e momentos muitos emocionantes...#Eu queria que cada um fosse maior#para viver mais dessa história...#Por céus#que jornada forte foi vivê-las...#Uma cruzada de caminhos no meio do sertão nordestino...#Foi marco#foi único#foi especial...#Uma telenovela para guarda-la em meu coração...#Por toda sua história#personagens e desenrolar de tudo...#Como tudo que começa#ao meio foi-se e agora o FIM. 🥰😇🥰#Telenovela: Onde Nascem os Fortes (2018) 🧡👏▶️👏🧡
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Lendo Maranhão... pt. 2
Se você é um pouco habituado a História do Brasil, você sabe que grande parte das análises dos nossos 500 anos em sua maioria são econômicas. Uma tendência das escolas históricas que ainda estamos tentando rever nos materiais didáticos, mas sempre que o assunto é Brasil Colônia, ou o período Imperial, a nossa divisão histórica é feita em ciclos de produção. A escrita maranhense não ia ser a contramão dessa prática.
História econômica é uma constante dos escritores do sertão maranhense, sempre numa perspectiva de como nos explorarem economicamente e nos fazer produzir. Iniciada com os relatos de viagem de Francisco de Paula Ribeiro, você não encontra documentos que quebrem esse padrão, e nesse caminho temos o livro de Adalberto Franklin, com uma proposta de fazer uma história econômica de Imperatriz, sem muito sucesso. Numa sessão antes da introdução, chamada de “explicação prévia”, o autor do livro faz uma ressalva, que apesar do título, a obra não se trata de uma análise aprofundada de história econômica, usa apenas os ciclos de produção econômicos da cidade para dividir e melhor estruturá-la.
Só é história regional, pois tem seu recorte geográfico bem colocado, mas não chega a usar a teoria para a produção. O livro funciona como uma grande revisão bibliográfica, não deixa de cumprir com a intenção de reunir “fontes”, seja produção historiográfica ou documentos sobre sul maranhense, tem uma consistência e um peso substancial, de fato, funciona como um convite ao pesquisador para um aprofundamento dos estudos. Não cabe aqui fazer uma critica sobre a escrita das monografias do curso de história em Itz, nem dos jornalistas metidos com seus resgates, mas é necessário que aja um cuidado na elaboração de um projeto de pesquisa em história que não costuma ser levado em conta na maioria das produções. *escrevi e sai correndo*
O livro conta com dois mapas no início, um deles inclusive é o mesmo da segunda edição de “O Sertão” da Carlota Carvalho, como os livros são da mesma editora, acho que aproveitaram a produção da APEM. Os três primeiros capítulos falam da expansão da cidade durante a segunda metade do século XIX, e início do século XX. O primeiro sendo o ciclo econômico do gado e abertura de estrada no sertão maranhense (estradas que não vão vingar, mais detalhes no quarto capítulo), o segundo é o ciclo da extração da borracha na Amazônia, e o terceiro fica com o ciclo das castanhas.
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João Pernambuco (1883-1947) - Caminho do Sertão
Performed by João Camarero
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do caminho até aqui
A viagem ao sertão da raiz de minha família, o reencontro com meus avós e a visita ao território Payayá em dezembro do ano passado foi culminância de um primeiro momento da pesquisa na qual veio me envolvendo ao longo dos últimos tempos e que hoje entendo ser um estudo de ancestralidade como memória e raiz de uma existência poética em diálogo com os tempos do agora.
Nasci e cresci em contexto urbano, no centro antigo de Salvador, no entanto meus pais são do interior. Minha mãe é de Ibiaporã, distrito de Mundo Novo e meu pai, do Rio Sêco, povoado de Itatim. São apenas 3 horas de viagem entre um lugar e outro, no entanto só estou aqui hoje porque ambos, cada um por suas razões, resolveram migrar para construir a vida na “cidade da Bahia”.
Sou de 95, portanto faço parte daquela geração atingida pela ascensão da esquerda no Brasil, muito marcada pela enorme abertura de possibilidades, a exemplo da entrada nas universidades, acesso à internet e aos cartões de crédito. Não foi difícil ser levada pela cultura pop, ser escravizada pelo padrão das garotas brancas e viciar no açúcar capitalista não só porque tive a possibilidade de enfiar revistas, fanfics e literatura europeia goela abaixo por anos, mas também porque, no fim das contas eu não sabia responder o que levou meu pai e minha mãe a deixarem seus territórios para viver na capital.
Demorou muito, mas muito mesmo para que eu visse os traços e raízes indígenas nesses lugares desde o nome. Sei que não sou a única e que isso não é uma coincidência. Crescendo em Salvador eu estava muito mais próxima das filhas e filhos da diáspora africana e morei toda vida na beira do Dique do Tororó que embora também tenha rastro indígena no nome é muito conhecido como lar dos orixás e terra sagrada para as diversas casas de candomblé nos arredores daquele corpo d'água. E quando me aproximei da literatura fiz visitas constantes a Castro Alves e tanto aprendi fazendo e desfazendo o caminho do Pelourinho até a Barra. No entanto, não havia nenhum espelho visível em beco algum da Avenida Sete, nada que eu lia ou ouvia parecia comigo, não reconhecia semelhantes na escola. Apenas na cara do meu pai e da minha mãe havia identificação e mesmo eles pareciam estranhos dentro da "cidade mais negra fora da África", e eu sempre pensei assim, somos pessoas estranhas. Isso porque havia um dado na mistura deles que nunca foi realmente identificado, compreendido, sequer visto. Por muitas vezes fui chamada de japinha por conta dos olhos pequenos e do cabelo muito preto. Eu mesma dizia que tinha a pele amarela, sabia que não era nem branca, nem preta. Ser filha dessa terra por herança era um pensamento inexistente porque eu "sabia" que todos foram mortos ou resistiam em povos isolados. Fora da aldeia, indígenas eram aparições alienígenas.
O primeiro abalo nessa construção de pensamento aconteceu em 2015, eu contava 20 anos e fazia parte do Núcleo Viansatã de Teatro Ritual, grupo que naquele ano viajava em turnê por diversas cidades da Bahia com espetáculo que se propunha a reler o clássico de Shakespeare Romeu e Julieta. Na época estávamos estudando sobre o Sagrado então durante as viagens além de apresentar o espetáculo, saíamos em busca de diferentes manifestações e egrégoras em cada lugar que passávamos. Visitamos prédios históricos, igrejas, terreiros, conversamos com suas lideranças. E no Extremo Sul da Bahia visitamos Cumuruxatiba, no Prado. Nesse dia meu rosto foi pintado com urucum por uma criança do povoado Pataxó da Aldeia Gurita. Eu tirei uma foto e publiquei no instagram. Na legenda eu dizia "virei índia". Nesse mesmo dia olhei para o cacique e pensei "nossa, ele é a cara do meu avô".
A vida continuou, a foto se perdeu no tempo assim como esse lampejo de memória. No entanto, o incômodo de ser uma estranha nunca cessou. E se na infância não havia história alguma sobre as origens da minha família, tratei logo de preencher os vazios com os produtos ofertados pela colonização que nunca terminou.
E poderia ser assim pra sempre não fosse aquela pesquisa sobre sagrado que foi expandindo, expandindo até Amanda encontrar-se na encruza de povos e a partir disso, artista que é, dar conta de criar a própria realidade, a Bruxaria Mariposa. Vivi a sorte de caminhar ao seu lado ao longo de todo esse itinerário, continuo até hoje e é desse tempo vivido que veio o chamado de ir atrás do que fazia sentido pra mim. Minha ficha foi caindo aos poucos, até perceber que não me reconhecia como coisa alguma, até olhar no espelho e me ver coberta das marcas do apagamento da memória e ver também o desejo de estudar, investigar, limpar e cuidar das raízes que hoje me põem de pé.
#bruxaria mariposa#investigação#ancestralidade#bahia#nordeste indígena#sertão#colonização#desejo-raiz#ensaio
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caminho sem volta
o portão da minha casa nunca fechou totalmente.
mesmo com mais óleo e uma mão habilidosa vez ou outra, uma fresta continuava solene e impune, permitindo que mais luz se concentrasse do lado de dentro.
neste, as noites eram feitas de pernas entrelaçadas no sofá, mentes que nunca se encontravam e um piso frio que não sentia mais o nosso calor.
aos poucos, então, o ensolarado do sertão foi dando vez a uma tempestividade ruidosa e úmida, que provocava trovões em cômodos fechados e alagamentos em pálpebras já ressecadas.
nos tornamos pessoas que respingavam chuva umas nas outras, culpando-nos entre si, mas sempre com as mãos escondidas quando as acusações eram lançadas para o alto.
o cinza que deu tom à nossa rotina nos impedia de enxergar a bondade dos recomeços. os sorrisos agora temiam adentrar na neblina dos nossos rostos.
existe um momento crítico quando afogar e respirar parecem uma só opção, a mais sensata delas. e foi isso que fizemos. em um mergulho unânime, as faces que tanto se pareciam agora eram irreconhecíveis embaixo d’água.
mas foi aí que lembramos: existia sempre uma fresta no portão. e naquele momento, só nos restou transformá-la em caminho.
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Vou dividir em partes. 1° minha família (materna, obviamente) é composta por 3 mulheres. Vo, mãe e irmã. Do outro lado são 7 homens, incluindo um de 2 anos. Eu nunca entendi pq na minha familia, o dia das maes os homens sentam na mesa, as mães servem eles e só se sentam pra comer depois que todos j�� estão satisfeitos. Muitas, mas muitas vezes eu vi todos eles comerem e não sobrar comida pra elas, quando sobra, é arroz e feijão. 2° minha mãe teve 4 filhos. Os 2 primeiros ela perdeu a guarda por ela ter que sair do sertão pernambucano e tentar a vida em SP. O pai deles alegou para o juiz, que era amigo da família, que ela viria se prostituir e não daria uma vida ideal a eles. Foram 2 crianças que viveram com o pai, com muito ódio da mãe e que não quiseram manter o contato, até a morte do filho mais velho, que morreu no dia 1 de abril de 2014. O 3° filho (eu) vem de um pai que evaporou quando soube da gravidez e reapareceu após poucos meses, se desculpando e dizendo para se encontrarem que ele iria resolver tudo, comprar meu enchovau, que daria tudo que eu precisasse. No encontro, ele levou ela em uma laboratório ilegal de aborto e adivinha? Tentaram me abortar a força, mas minha mãe tem o sangue quente, sangue forte, sangue de quem carrega o Brasil nas costas e os filhos no coração e bateu nos 2 (meu pai e o medico) e conseguiu fugir. Mesmo depois de tudo isso, meu pai tentou se redimir e reapareceu pagando 35 reais de pensão, isso quando ele queria e alguns anos depois ele começou a pagar 70 reais, também quando achava que deveria pagar. Isso tudo, minha mãe cuidando da minha irmã e de mim sozinha, onde viviamos em uma casa sem saneamento básico, sem água, sem luz e ela, semianalfabeta, que só conseguiu trabalho de faxineira a vida toda.
3° minha irmã tem sindrome de down. Adivinha só? Sem pai tambem! Esse fugiu quando ela tinha 3 anos e nunca retornou e até hoje não sabemos por onde anda. Minha mãe é as pernas, os braços, o caminho, o alimento, a educação e tudo que minha irmã precisa. Acho que uma das melhores coisas que aconteceu na nossa vida foi a vinda do nosso padrasto, que ajudou ela, mesmo que da forma dele, com todos os problemas dele, mas ele sustentou o estresse de viver com essa família e não tenho duvidas que tudo foi por amor, amor por ela e amor por nós! Hoje oq mais me entristece é ver que ele sofre com muitos problemas e a saída dele está sendo recorrer ao álcool, que leva ele aos poucos. Minha mãe, nitidamente sofre, mas não diz, guarda pra ela.
4° tantos problemas, tantas dificuldades e a aposentadoria da minha irmã foi cortada, que era a única coisa renda delas. Um dos homens da casa teve um filho e quem cria é ela e minha avó e ainda assim, ele engravidou a namorada que está esperando mais uma criança e sinto que dnv vem mais um fardo.
5° ontem fui passar o dia com elas e me engasgou desejar feliz dia das mães e não entendi, mas na hora do almoço minha cabeça clareou. Ver a cena de todos os homens sentados na mesa e as mulheres servindo eles, em pe, esperando todos comerem pra poderem se alimentar… aquilo mexeu cmg e me fez refletir, mais uma vez, que tipo de pai eu quero ser, pq ontem eu apareci la sem ter nem um chocolate pra dar de presente e sinto que elas ficaram muito felizes e mesmo assim isso me doi. Acho que com tanta dificuldade, minha mãe me ensinou a ser um homem minimamente funcional e talvez aprender fazer o mínimo alegre elas.
eu escrevo muito, mas nunca divulgo. Publiquei isso pq queria desabafar pra alguem ver e ver se algum homem se toque e entenda: você não é especial, você faz oq qualquer homem deveria fazer. Você não é um paizão por dar comida pra o seu filho, por conseguir botar ele pra dormir sem peito, por levar e buscar na escola, por postar storie com a comidinha saudavel que voce faz toda manha pra ele. Parabens por isso, voce ta fazendo o minimo. Toma aqui sua estrelinha ⭐️, cola ela na testa. Entenda que o prejudicado não é voce. Não é voce que pausa a vida, quem incha, quem sofre, quem sente dor, quem amamenta, quem acorda de madrugada, quem não tem tempo pra nada, quem não pode sair, que não tem tempo de trabalhar. E o engraçado é que você ta sempre de bom humor e sempre vai ser o pai “legal”, compreensivo, divertido, paciente. Sabe pq? Pq seu fardo é pequeno!
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Capitães da Areia, Jorge Amado #resenha
"Sob a lua, num velho trapiche abandonado" vivem os Capitães de Areia, um grupo de meninos pobres que, sem casa, sem família, sem comida e sem persperctiva de futuro, vivem de pequenos furtos e aterrorizam a capital baiana. Em grande parte são figuras sem rosto, sem nome, mas sua fama e seus feitos dominam a cidade. Se por um lado os ricos e governantes os olham como delinquentes, no olhar de alguns poucos despertam piedade e compreensão. Afinal, que outra alternativa eles tiveram?
No começo dessa leitura, não tive certeza se conseguiria ir até o fim. O autor consagrado e a linguagem um pouco mais antiga me fizeram pensar que enfretaria muitos tropeços pelo caminho. Mas, ao contrário, o que encontrei foi um show de brasilidade. Jorge Amado abusa da linguagem regionalista, se aproxima tanto da oralidade a ponto de parecer que não estamos lendo e sim ouvindo os personagens falarem.
Porém, ultrapassando a primeira metade do livro, não tive dúvidas: esse livro é para os fortes! E pior: eu estava muito fraca para encará-lo. Uma coisa é assistir reportagens no jornal sobre jovens infratores, outra coisa bem diferente é conhecer a história de cada um, seus dramas internos. Por um lado, são tão maliciosos - não necessariamente maldosos - , capazes de cometer quase todo tipo de crime e violência. Quase nos esquecemos que a maior parte deles sequer tem mais de 15 anos! Por outro, são crianças que tiveram a infância roubada pela necessidade de sobreviver, e mesmo assim não abandonaram completamente seu lado lúdico.
Nesse momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e conforto da música
A saga dos bandidos-heróis é dividida pelo autor em 3 partes: Primeiramente, conhecemos os Capitães. Quem são, como vivem e se organizam, suas aventuras e traumas. Apenas alguns conhecemos mais intimamente, mas o bastante para já nos afeiçoarmos na primeiras páginas. Em seguida, uma forte onda de varíola invade a cidade, levando à morte sobretudo os mais pobres. Depois desse episódio, a vida dos meninos nunca mais será igual, especialmente quando entra para o bando a primeira e única mulher.
Já aqui entendemos que não estamos lendo uma ficção qualquer. Estamos vendo a história de uma país. O retrato de uma desigualdade desumana que, mesmo após décadas desde que o livro foi escrito, em nada mudou. E as discussões vão além da luta de classes: intolerância religiosa e descrimininação sexual são temas recorrentes, além de questões sensíveis relacionadas a abusus sexuais. Não é difícil, então, considerar que Jorge Amado tenha sido perseguido, censurado. Seria novamente caso a obra fosse lançada hoje.
[...] aprendeu que não era só no sertão que os homens ricos eram ruins para com os pobres. Na cidade, também. Aprendeu que as crianças pobres são desgraçadas em toda parte, que os ricos perseguem e mandam em toda parte. Sorriu por vezes, mas nunca deixou de odiar
Cada capítulo desse livro parece um episódio de uma série, inclusive com a sensação de que um não depende do outro. É sempre com muita ação, acontecimentos marcantes, emocionantes, engraçados e tristes na mesma medida. Em alguns, conhecemos os personagens mais de perto, em outros vemos a dinâmica de pequenos grupos. Enfim, no terceiro ato da história, vemos o destino de cada um, os caminhos que escolheram seguir - ou não conseguiram desviar. Se o todo nos lembra uma série, o desfecho é como um apoteótico capítulo final de novela.
O que fica ao final da leitura é uma mistura de alívio e saudade. Os capitães são figuras ambíguas. Torcemos por eles apesar de tudo, rimos de suas traquinagens e torcemos para que eles se deem bem no fim. Ficamos cansados de vê-los sofrer, queremos dar um alívio ao sofrimento que eles passam. E mesmo quando, em tese, o grupo se desfaz, sabemos que é apenas o início de um novo ciclo, o surgimento de uma nova geração.
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O sertão é uma figura estruturante da literatura brasileira pelo menos desde José de Alencar, passando por Euclides da Cunha, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, mas sua entrada nas letras produzidas no Brasil remete à preocupação dos colonizadores e dos jesuítas – entre eles, o padre Antônio Vieira – com o avesso monstruoso dos litorais abertos ao mundo, ou seja, com os impenetráveis sertões dos Brasis. Entidade geograficamente determinada, mas de difícil definição, ele designa, a um só tempo, uma utopia e uma atopia, um lugar originário e um não-lugar, bem como um modo de produção de sentido e de consciência. Embora muito explorado pelos estudos literários e políticos, essa figura ainda não despertou uma atenção correspondente na área da filosofia. Este minicurso propõe um breve percurso por alguns desses caminhos ainda pouco percorridos, examinado o conceito de sertão a partir da interseção entre sua abordagem literária e filosófica.
As aulas acontecerão presencialmente, segundas-feiras, de 17 de abril a 22 de maio, na sala 307 A, IFCS- UFRJ, Largo de São Francisco, n. 1, Centro - Rio.
O minicurso será dividido da seguinte forma:
17/04: Aula introdutória sobre o tema do curso.
28/04: As sedes do demônio: análise das narrativas produzidas pelos jesuítas a respeito do território assustador dos sertões, de suas características teológicas e políticas, e de como eles emergem como a dimensão mais desafiadora do processo de catequese e da violenta construção religiosa da identidade nacional. O texto-base para essa leitura será a Relação da missão da Serra de Ibiapaba, escrita por Antônio Vieira em 1660.
08/05: O contágio das multidões: investigar a figuração do fenômeno de Canudos, figurado por Euclides da Cunha, em Os Sertões, como um episódio de “psicose coletiva”, a qual teria afetado principalmente um agrupamento como aquele, pertencente a um “estádio social inferior” e “bárbaro”.
15/05: A ‘ideia’ de sertão em Maleita, de Lúcio Cardoso: uma dimensão contagiosa e crepuscular.
22/05: Aula de conclusão do curso, na qual uma síntese das três etapas anteriores será discutida, tendo em vista um esclarecimento mais geral do conceito de sertão.
Bibliografia:
CARDOSO, Lúcio. Maleita. Biografia, introdução e notas de Manuel Cavalcanti Proença, prefácio de Marcos Konder Reis e ilustrações de Lúcio Cardoso. Rio de Janeiro : Edições de Ouro, 1967. CARDOSO, Lúcio. Ignacio, O enfeitiçado e Baltazar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. CARDOSO, Lúcio. Diários. Organização, apresentação, cronologia, estabelecimento de texto e notas. Rio de Janeiro: Covilizaczo Brasileira, 2012. CUNHA, Euclydes. Os sertões. Edição crítica e organização: Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Ubu Editora/Edições Sesc São Paulo, 2016. VIEIRA, A., A missão de Ibiapaba, Lisboa: Almedina, 2006.
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Os perfumes especiais
Muitas receitas de renomados chefs de cozinha sempre pedem alecrim. Na Bahia não temos o hábito de temperar comidas com essa ervinha tão cheirosa. Fui dar uma pesquisada sobre o tema e achei uma palavra linda, que lembra a minha infância, quando comecei a me interessar por livros e vez por outra a encontrava em alguma página.A palavra é rosmaninho. Rosmaninho é alecrim. Também é parente, primo de primeiro grau da lavanda perfumada, aquela que tem uma flor em pendão, lilás. Me emocionei. São tantas histórias, lendas, delicadezas sobre o alecrim, que é rosmaninho, fiquei muito encantada. Sim, me comovem essas coisinhas, que estão por aí e muitas vezes não nos damos conta. Fecho os olhos agora e posso sentir o cheiro da terra ressecada do sertão depois da chuva, quando vem novamente o sol e fragmenta em mil pedaços o barro do chão, formando um mosaico intrincado e harmonioso, apesar de toda a melancolia. Quando menina acreditei piamente que os torrões fossem o mesmo que papiros egípcios e que talvez pudéssemos gravar coisas neles, deixa-los em alguma caverna para que fossem encontrados por algum extraterrestre milhares de anos depois que tivéssemos partido. Minha vó Alzira possuía uma frasqueira, maletinha onde punha seus produtos de toucador, caixinha de talco perfumado, estampas antigas de flores, orações, uma imagem pequenina de Santo Antônio, miudezas, um mundo de coisinhas. Era forrada de couro por fora, e por dentro um tecido de estampa miúda, campo preto, pontilhado de florinhas brancas miúdas. Aquela frasqueira tinha um cheiro tão bom, tão especial, tão dela, que a fiz prometer que me deixaria de herança. Para as crianças os avós são sempre velhinhos, a herança é quase um fato consumado, não me dava conta da gravidade da proposta, apesar de tanto e todo o amor que lhe tinha, nunca passou pela minha cabeça que para haver herança ela teria que partir e me deixar. A cebola e o alho, juntos, refogando na manteiga. O sabão em barra, lavando a roupa na beira do rio. A folha de mastruz colhida e mastigada no caminho de casa. Gravetos crepitando na pequena fogueira para acender chuvinhas e traques. O chá de boldo, o patchouli, as mini amostras dos batons Avon, a coleção de romances de Jorge Amado, as folhinhas tenras do tamarineiro.. Meu coração é de puro rosmaninho. Meu coração é feito de alecrim. - Monica San Galo
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Cinquenta anos! É mole....?
Ainda ontem, eu estava correndo nas ruas de terra do bairro Rodolfo! A vida parecia tão fácil. Era só descer a escada da minha casa que a molecada já estava toda lá na rua! Jogava bola o dia inteiro... Saía na porrada. Apanhava... batia! Subia nos pés de fruta lá de casa! Ah, os pés de fruta lá de casa! Que delícia!
Mas, fruta boa mesmo era a colhida no quintal alheio... que feio, né? Ninguém nunca fez isso, certo? Tinham donos que metiam tiro de sal grosso, mas a galera se arriscava! Uma vez, num sítio , estávamos em bando limpando os pés de manga. Eu me empolguei e subi nos galhos mais altos em busca das mangas rosas mais formosas, como uma galega em meio ao sertão do meu Nordeste.
Então chegou o filho do dono com um de seus potentes cães policiais e colocou aqueles que estavam mais abaixo para correr. Meus "comparsas" saíram voados, como balas, gritando e dando alertas! Eu fiquei lá em cima entre as folhas, escondido, como um rato, meu apelido de infância. Tremendo de medo de ser pego... esperando que ele não me visse! Já pensou? Que vergonha! Chamar minha família para tomar esporro? Ser ameaçado por cachorro? Sei lá o que podia acontecer?
De repente, escuto como se fosse o som de uma tribo invasora com seus gritos de guerra adentrando o lugar com paus, pedras e telhas voando em direção ao homem e seu cão policial. Eu não podia acreditar naquilo... Eles vieram me resgatar! O cara, apavorado, saiu correndo puxando seu cachorro e gritando que iria chamar a polícia!
Depois disso, foram só risadas e contação dos detalhes da operação! Distribuí todas as minhas mangas galegas para a galera! Que aventura!
Bem, eu estava lá. E todos aqueles "guerreiros" que me resgataram passaram pela minha vida como tantos outros... em milhares de situações nas décadas que se seguiram. Muitos daquela turma eu nunca mais vi. Alguns tiveram vidas tortuosas e enveredaram por caminhos difíceis, pra dizer o mínimo.
Que pena, para mim que hoje sou professor, saber que os rumos de cada um estão ligados à sua herança. Gostaria de explicar para todos as ideias do poder em Pierre Bourdieu sobre capital cultural, social, econômico e simbólico, bem como o lugar de cada um na sociedade. Quantas distorções no espaço-tempo ocorreram nesses anos todos. Imagens, pessoas, cenas, acontecimentos, tragédias, alegrias e dores, como num déjà-vu, ocorrem simultaneamente em meu ser ao pensar nesses cinquenta anos.
Os anos de estudo, da escola primária ao ensino médio, que abandonei para trabalhar, da universidade ao mestrado que não terminei... Das primeiras atividades laborais, passando pelo complexo universo de trabalhar numa metalúrgica, na firma do meu querido irmão, perto do morro do Urubu, como peão. Era incrível que, tendo parado de estudar, eu lembrava das aulas de química de Meirelles e conhecia os processos químicos do tanque de anodização e o papel do retificador sobre o alumínio ao enviar a corrente elétrica e forçar a troca de elétrons para proteger a superfície do perfil. Era claro que eu acabaria sendo professor...
Os anos na firma foram desafiadores demais. Quão complexo era aquele universo! Rio de Janeiro, Cascadura, Morro do Urubu, anos 1990... se passaram...
Quantas relações interpessoais! Ideias, amizades, conflitos, ódios, porrada, ameaças de morte, amores passados, sonhos perdidos. Ficou o capital disso tudo das pessoas que passaram. Gente, milhares de pessoas! Pense bem. Onde estão todos eles? Estão dentro de mim. Na minha formação, na minha mente e coração.
Aprendi com todos, coisas certas e erradas. Fiz meus julgamentos, revisei e mudei de opinião, depois voltei atrás. Me desculpei, errei novamente... Também ajudei e contribui na formação daqueles que estão nessa infinita rede humana. Nessa jornada maravilhosa e assustadora que é a vida.
Cinquenta anos! Meio século ?
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Bahia Beer Festival – Alagoinhas 2024 terá especialistas internacionais
Representantes da Prefeitura Municipal de Alagoinhas, da Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA) e da empresa Sol Eventos estiveram reunidos no Espaço Colaborar, na cidade da zona turística Caminhos do Sertão. Eles discutiram a organização do 2º Bahia Beer Festival – Alagoinhas, que será realizado de 15 a 17 de novembro, no Parque de Exposições Miguel Fontes. Em 2024, a festa cervejeira…
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Coração Sertanejo
Pra aprender a me amar, naveguei.
Andei, andei, andei…
Mergulhei, lambuzei, afoguei.
Se teve uma coisa que fiz pra aprender a me amar foi me afogar
Nas opiniões alheias, nos conselhos, nos pitacos, mas que fique claro, não foi assim q aprendi.
Me perdi no conselho alheio até parar de ouvi-los e entender que pra aprender a me amar precisava parar, me olhar, me escutar, me encarar.
Tão simples? Parece
Ou cê vai me dizer que já se olhou de perto assim muitas vezes?
“Tais pensando que o céu é perto, é?
Sete dias de castigo
Mas que castigo?
O castigo de querer conhecer”
Pois foi nesse desafio que me entrunquei e descobri, finalmente, que não era impressão não…
O mundo realmente não queria que eu aprendesse a me amar
Não no sentido dramático, no sentido biopolítico.
É que o corpo que se ama é mais difícil de adestrar, por isso, entenda, o mundo também não quer que você aprenda a se amar
Dito isso percebi que aprender a me amar era um caminho de pedras e farpas, aí mesmo que eu quis
“Você sempre quer fazer as coisa do jeito mais difícil né?”
Ouvi muito isso da minha mãe, talvez ela tivesse razão.
E foi nessa de me treinar pra batalhas que venci uma guerra.
Aprendi que pra aprender a me amar teria que driblar o sistema de várias formas
Me alimentando bem, cuidando da minha saúde, priorizando o meu tempo pra minha felicidade e qualidade de vida.
EGOISTA!
Ouvi demais… até fechar os ouvidos pro que vinha de fora e entender que precisava concentrar no que tava dentro.
Concentrei
Tanto… que precisei caminhar 750km apé sozinha
“Andei, andei, andei até encontrar
Esse amor tão bonito que me fez parar
Nesse pedaço do chão, no coração do sertão Encontrei meu lugar.”
Encontrei meu amor de dentro quando andei, andei, andeeeeeeei… até me desencontrar
Até me revirar
Até ter orgulho de mim e de onde eu vim.
Foi aí que comecei a entender o que precisava mesmo pra aprender a me amar.
Autoestima
Coragem
Ancestralidade
Memória
Amor
Cada um se acha a sua maneira
Eu me encontro caminhando,
ATRAVESSANDO
andei, andei, andei, até atravessar
Até fruir
Até soltar a mão das certezas e perceber que elas não existem, que tudo está, até que mude
Andei, andei, andei até perceber que voltar à terra natal seria reconciliar com o chão e território que me pertencem, precisava disso:
Resgatar minhas memórias.
No sotaque, na comida e nas montanha aprendi a me amar do jeito que eu sô, uai.
Na solidão, num porão que era minha casa com quintal, na companhia dos bixo.
Aprendi que aprender a me amar é um estado, não uma missão, não seria uma receita de bolo e sim uma receita de vida
Acordar cedo, cuidar do corpo, comer bem, dormir bem, estudar, ler, ouvir música, assistir filme, brincar com os bixo, tomar um banho no escuro, viajar, passar creme no corpo, conhecer gente, dançar, tocar berimbau, vadiar, é o que me ensina, todos os dias, a aprender a me amar.
“E no final do dia
O fogo faz companhia
E o violeiro toca pra gente sonhar…
Aqui não se vê tristeza
Em meio à natureza
No coração sertanejo
É que é o meu lugar
Lendas de animais e rios
Aves, flores e desafios,
Esse é o meu lugar (…)
Andei, andei, andei
Até encontrar.”
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Comédia “Serragem & Sonhos” exalta a diversidade e a força da mulher na cultura nordestina
Adaptação inédita da obra do premiado autor Newton Moreno estreia temporada no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio de Janeiro
O Nordeste, em toda sua potência, retratado com humor a partir do protagonismo feminino. Esse é o ponto de partida da comédia “Serragem & Sonhos”, que estreia temporada no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio de Janeiro, de 06 a 28 de março, sempre às quartas e quintas, às 19h. Com direção de Marcelo Morato, trata-se de uma adaptação inédita de dois textos do premiado autor pernambucano Newton Moreno: “Maria do Caritó” (indicada a seis categorias do Prêmio Shell 2010) e “As Centenárias” (Prêmio Shell 2007 de melhor autor e Prêmio Contigo 2008 de melhor autor e melhor espetáculo de comédia).
A peça apresenta um panorama festivo da rica e complexa cultura nordestina, cujos vocabulário e imaginário são fontes inesgotáveis de inspiração para expressões artísticas populares e eruditas, em danças, ritos, orações, cantos e simpatias. Por outro lado, aborda a esperança e a credulidade de um povo, sua necessidade de transcendência e superação da árida realidade, seja pelo aspecto religioso, seja pelos novos horizontes descobertos por meio dos artistas do circo-teatro que os visitavam. Sentimentos que se tornam frequentemente objeto de exploração de políticos e hipócritas, ocupados em sua lamentável tarefa de lucrar com o sofrimento alheio.
Nada, e ninguém, é o que parece ser
Na história, Maria do Caritó é uma mulher solteirona tida como uma espécie de “virgem santíssima” em uma pequena cidade do interior, no sertão nordestino. Por ter sido prometida por seu pai, ao nascer, a um santo chamado São Djalminha, Maria nunca pôde conhecer o amor entre um homem e uma mulher – apesar das inúmeras simpatias feitas a Santo Antônio para encontrar um homem que a despose. Eis que, às vésperas de completar 40 anos, ela tem seu caminho cruzado pela chegada de um circo itinerante, que, segundo a cigana, traz um amor para sua vida imaculada.
– Se, por um lado, temos a pulsão de vida, ilustrada pela incessante busca de Maria do Caritó por amor – pelo amor romântico tanto quanto pelo amor à arte e, principalmente, pelo amor-próprio -, por outro, temos a morte, seus rituais e todo um imaginário cultural que permeia a melancólica condição humana de sermos finitos – explica Marcelo Morato.
Pelos arredores da cidade além do universo de Maria do Caritó, perambulam duas carpideiras centenárias que estão sempre sendo chamadas nos velórios e funerais para encomendar as almas para o céu. Socorro e Zaninha descobriram em seu ofício a forma mais eficiente de fugir da morte: estar sempre onde a morte acabou de ir embora; isto é, depois que a morte acaba de agarrar um “freguês”, ela segue seu caminho e não volta imediatamente para o mesmo lugar. Assim, as duas seguem a morte para fugir dela, destrinchando os segredos do momento do fim da vida em cada uma de suas peripécias.
– Na peça, há sempre alguém que está fingindo ser o que não é, ou sendo levado a assumir um papel que não lhe cabe. E no contínuo jogo de máscaras e desnudamentos, de tradições e traições, de simulacros e reviravoltas, todos têm que se deslocar para sobreviver. As personagens vão se redescobrindo ou reinventando: a santa se revela uma palhaça, as carpideiras são obrigadas a gargalhar ou excitam os mortos, os defuntos estão vivos, os mercenários se revelam seres amorosos, os eloquentes se calam – destaca o diretor.
Arte e seu impacto social
O espetáculo coloca em cena narrativas populares do sertão nordestino, local ainda muito discriminado em outras regiões do país. Apenas em 2022, a SaferNet registrou 10.686 queixas de xenofobia contra nordestinos, uma alta de 874% em comparação com 2021. Além da questão da xenofobia, a temática do empoderamento feminino também está presente nos textos, que possuem forte protagonismo de mulheres, tanto no que se refere à Maria do Caritó quanto em relação às Centenárias. O elenco é formado por artistas naturalizados em diferentes regiões brasileiras: Camila Gonzalez (Norte e Sudeste), Ciça Troccoli (Nordeste), João Miller (Sudeste), Júlia Corsete (Sul), Karolyna Mendes (Sudeste) Luciano Pontes (Norte e Nordeste) e Maria Clara De Pina (Sudeste).
– O universo dramatúrgico de Newton Moreno oferece um rico material de pesquisa sobre brasilidade e a cultura do sertão nordestino. Através de suas ações, personas e imagens, ele nos coloca em diálogo transgeracional com geniais artistas do riso, abordando questões caras à sociedade nos tempos atuais – ressalta Marcelo Morato.
Newton Moreno
Nascido no Recife (PE) em 1968, Newton Moreno é dramaturgo, ator e diretor formado em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre e doutor em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP). É autor dos textos teatrais Agreste (2004), montado pela Cia. Razões In-versas; As Centenárias (2007), estrelado nos palcos por Marieta Severo e Andréa Beltrão; Maria do Caritó (2012), interpretado por Lilia Cabral; O livro, interpretado por Eduardo Moscovis (2010); e o musical As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão (2019). Ganhador de diversos prêmios de teatro, como o APCA, o Shell, o Bibi Ferreira, o Questão de Crítica e o Aplauso Brasil, Moreno é roteirista dos filmes Maria do Caritó (2019) e Agreste (2023) e desenvolveu diversos trabalhos para a TV, como a série da Rede Globo Amorteamo (2015).
Ficha técnica:
Texto: Newton Moreno
Direção e adaptação: Marcelo Morato
Elenco: Camila Gonzalez, Ciça Troccoli, João Miller, Júlia Corsete, Karolyna Mendes, Luciano Pontes e Maria Clara De Pina
Cenografia: Nelson Reis
Figurino: Júlia Corsete
Iluminação: Bruno Aragão e Felipe Antello
Assistente de direção e de produção: Johnny de Castro
Operação de luz: Ana Parreiras
Operação de som: Luca Matteo
Trilha sonora: João Miller
Fotografia: Carlos Miller
Produção: Terceiro Sinal Produções
Assessoria de imprensa: Carlos Pinho
Serviço:
Espetáculo: “Serragem & Sonhos”
Temporada: de 06 a 28 de março
Dias e horário: quartas e quintas, às 19h
Local: Teatro Glauce Rocha – Av. Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro – RJ
Ingressos: R$ 50, vendas no local e pelo site https://www.sympla.com.br/evento/serragem-sonhos/2350562
Duração: 120 minutos
Gênero: comédia
Classificação indicativa: 14 anos
Redes sociais:
https://www.instagram.com/espetaculoserragemesonhos
Proibido a reprodução das imagens sem autorização expressa do autor Lei 9610 de Direito Autoral
https://sambazayres.com/estreia-comedia-serragem-sonhos-exalta-a-diversidade-e-a-forca-da-mulher-na-cultura-nordestina/
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Em 2014, eu vagava perdido no sertão, algo que me parece bem familiar hoje, passados uns dez anos. Naquela época, certa Maria me escreveu, e encontrei um caminho. Talvez ela não saiba ou nem lembre de mim, mas não vou esquecê-la.
"As pessoas alteram minha rota, moldam minha estrutura, manipulam meu senso estético; abrem portas para mim e as fecham vagarosamente, para que eu nem veja ou sinta fazendo isso. Quando percebo, já me encontro lá, parado, olhando para vários retratos: família, passado, presente, amigos, desconhecidos, observados. Retratos de pessoas que agridem a gênese da minha natureza, são as mesmas que me ensinaram a plantar abraços. Mas eu não sou assim, consigo me abrigar embaixo de uma casa grande de isopor, mas não me peça para reagir diante das mãos de um abraço; eles alteram minha rota. As pessoas são egoístas. Quando vejo, dou por vencido, seguindo passos reproduzidos por outras vidas, e eu não quero! Não permito que ninguém mude minhas feridas. Gritam sobre minhas fases de menino para homem, mas não quero escutá-los, ouvi-los, jamais. Não quero comer junto com eles, beber junto com eles, conversar e estabelecer momentos. Porém, não quero ser deles, como eles, eles! Não quero ter que dar satisfação, não quero me transferir, me preocupar. Quero poder sumir, quero não me apegar, porque eles enjoam, magoam, transferem seu ódio imunizado e aidético para mim. Me entenda agora, porque sou essa ilha de solidão, porque não me permito sobrevoar em sua calmaria de sensações. Eu as invejo na curiosidade cotidiana das sensações, como um prego que bate em madeira boa; minha madeira está apodrecida, e o prego não segura os quadros com todos aqueles rostos. Deixe-me aqui, solto, empoeirado, não estou ferido, sério! Eu grito por dentro, mas não há cicatrizes por fora. As pessoas me interrompem, prostituem minhas certezas e, quando me vejo, estou lá, envolvido com algum olhar profundo, algum sorriso inválido. Deixem-me vê-las como produto. As pessoas são passatempo para mim, um hobby, porém ao mesmo tempo são as pessoas que me intrigam, que me extinguem a observar as lentilhas pesadas em seus olhos, a não criar vínculos, a não amá-las. Porém, as amo, as amo, mas talvez mais do que elas mesmas, e como pessoa, as afasto por amá-las, talvez por poupá-las desse meu arsenal traído que é isolar minha própria espécie por ter medo da originalidade humana.
Esse garoto ao lado, ele é meu namorado, a gente se gosta. Quer dizer, ele me ama muito; tem um sorriso legal e uma voz, meu Deus, que voz! Mas amor. Amor daqueles que eu sentia quando meus hormônios ainda se descontrolavam por alguém, esse eu queria sentir de novo. Aí eu te encontrei, de olhos ressecados. Tinha uma poesia dentro dele arrebatadora, e eu, pobre amadora das palavras, caí sobriamente nas pupilas embriagadas. Não me enterrei como de costume, também de tanta bagagem que levei, como cairia? Mas ele ainda me intriga. Seu gosto de amargura solitária ainda me prende. Se isso é a verdade por trás do início de tudo, eu não sei, mas sei que queria sentir a dor novamente, a escala sóbria da música que só ele, após tanto silêncio, alimentou. Nunca me importei em ser para ele apenas uma dose de lembranças, na qual na noite tomava e no dia ressecava, pois sem truques, eu fiz o meu papel."
Maria, 2014.
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