#asas da mente
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mondovr · 2 years ago
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Aristófanes e a Liberdade de Expressão na Sociedade
...quando a liberdade de expressão é limitada, restringida ou controlada, o resultado é o império da vaidade e a perpetuação da ignorância...
A liberdade de expressão é um direito fundamental que permite que os cidadãos se expressem livremente, debatam ideias e critiquem o governo. Ela permite que os cidadãos expressem suas opiniões, ideias e críticas de forma livre e aberta, contribuindo para o debate público e o avanço social. Através da sátira e da crítica construtiva, é possível expor as falhas e hipocrisias das figuras de…
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evasivamente · 16 days ago
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No início deste ano, passei pela melhor pior fase da minha vida. Isso mesmo. Ainda que seja paradoxal e até um tanto sarcástico, eu conheci a melhor forma de enfrentar o pior, através do enfrentamento de sofrimentos passados. Finalmente decidi abrir meu baú de tralhas, jogá-las fora e substituí-las por memórias.
Vivi muitos anos da minha vida com o pensamento equivocado de que colecionava memórias, quando na verdade estava acumulando lixo, e sabemos que tal hábito não é saudável – tanto material quanto emocional e psicologicamente. Aqui você pode começar a pensar que a leitura vai ser cansativa, pois todos enfrentam demônios e se machucam ao saltar do ninho durante a vida e isso não seria novidade.
Entretanto, gosto de pensar que se este fato fosse realmente fato, não existiriam tantos pássaros presos em gaiolas abertas – assim como eu estava. E que sensação estranha quando percebemos que a gaiola estava aberta o tempo todo e que simplesmente não enxergávamos a imensidão que havia além dali. E como, talvez, teria sido mais fácil se alguém pudesse ter mostrado isso de forma fatídica e direta – será que eu teria concordado ou mesmo prestado atenção? Não.
Essa coisa toda da libertação de uma gaiola aberta só acontece quando conseguimos enxergar, por nós mesmos, que nascemos pássaros, somos empurrados do ninho e, muitas vezes, a queda nos machuca – ou mata. Como estamos aqui, é certo que não morremos e aprendemos a voar, apesar dos ferimentos temporários da primeira queda. Contudo, a pressão externa que absorvemos de que existe um voo perfeito ou a crença adquirida – e completamente equivocada – de que não nascemos para voar, nos leva a gostar do conforto ilusório da gaiola aberta.
Existe uma falsa sensação de liberdade nessa metáfora, justamente porque na presença de um predador será impossível fugir: você será apanhado. E é justamente dessa maneira que os predadores esperam que você se comporte. E a partir do momento que entendemos tudo isso, precisamos decidir o que fazer com a informação e nem sempre vai ser um processo fácil – muito menos prazeroso.
Depois de aliviar o coração da dor de descobrir que estava sendo aprisionado por sua própria mente, o pássaro finalmente pode decidir vencer o medo de voar mundo afora e encontrar um equilíbrio real. Não existe oito ou oitenta. Não existe a regra de ocupar um extremo ou outro. Quem criou isso foi um ser humano desequilibrado que se recusava a fazer terapia por achar que era bem resolvido consigo mesmo.
O próprio Criador do universo instituiu equilíbrio na sua criação, em todos os ecossistemas, e não estaria tudo funcionando tão bem se isso fosse algo prejudicial – deixando de lado aqui a interferência destrutiva do ser humano na natureza. Sendo assim, a árvore foi criada para nos prover o oxigênio, frutificar, providenciar sombra e, pasme, abrigo aos pássaros. Sim, eu sei que é óbvio. Mas se nos lembrássemos disso com frequência não teríamos nos permitido estar em uma prisão sem cadeias.
Da próxima vez que um predador te disser como voar ou privar você disso, simplesmente deixe aquele local e voe para onde é o seu lugar: a copa mais alta que suas asas permitirem alcançar.
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cartasparaviolet · 7 months ago
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Tenho mais fases que a lua, é bem verdade. Encarei meu reflexo no espelho essa noite, minha outra metade. Discutimos como devemos arrancar as tais raízes profundas que jazem mortas em nosso quintal. Decidi submetê-las à alquimia para liberar todo aquele caos. Do chumbo ao ouro, a alma transmuta e ascende. O aprendiz irremediavelmente precisa ser paciente. Desnudo-me sob o espelho d’água as velhas emoções armazenadas. Encarnação após encarnação, mais uma vez, represadas. Silencio a voz da mente para ouvir a do meu coração. Dou asas à intuição. Findo a segregação. Alinho com a unicidade. Distinta da realidade. Em última análise, amanheço em minhas incertezas e inconstâncias. Diminuindo as distâncias, de meu templo interior para as estrelas. Cintilando e desvanecendo, extravagantes. A vaidade enobrece o quadro pintado como moldura que valoriza seu retrato. Tenho mais fases que a lua, é bem verdade. Em algumas estações, sou loba, feiticeira, deusa, humana. Sou tantas entre a fauna e a flora. Sou tantas entre a vida e a morte. Sou foice que na fase minguante ceifa o velho e, na lua nova, ressurjo como a aurora. Danço perante a impermanência do destino, rio na cara do livre arbítrio. O sangue que pulsa em minhas veias é o mesmo dos meus ancestrais, honro o passado e vislumbro o futuro, me torno um porto seguro. Todos que ancoram em minha terra hospitaleira deixam um pouco de si e levam um pouco da magia que carrego em meu olhar. Só não levam aquilo que eu sou; o puro amor.
@cartasparaviolet
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kretina · 5 months ago
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INSANITY. the fire burns like truths, but it awakens you, FREES YOU. even if it has to be broken, even if it has to be killed.
trigger warning: a leitura abaixo contém menção a assassinato, sangue, dilaceração.
menções a: @lleccmte e @melisezgin
disclaimer: ao lutar com uma químera, katrina perde o controle dos poderes e desbloqueia um novo poder, enquanto luta com arthur.
exaustão. todos os músculos do corpo tremiam, suor escorria pela pele, pelas roupas agora rasgadas. não havia paz, não quando haviam acabado de derrubar um ghouls, muito mais por meríto de arthur e melis, ela sabia, tinha ciência. porém, quando o corpo respirou fundo, o campo de visão fora tomado por uma químera. de onde eles estavam saindo? estavam os caçando? o pensamento voltou-se para hades, o deus sentado em seu trono de ossos, os observando, vendo-os sobreviver ao que deveria os matar. não naquele dia, não enquanto katrina respirasse. armou-se, não teve tempo para contar os segundos, a porra dos segundos enquanto um grito lhe rompia a garganta, enquanto o martelo tomava a sua forma de batalha e girava em sua mão, pronto para esmagar o que viesse em sua direção. no entanto, da mesma forma que a força e coragem vieram, elas morreram no mais profundo do seu âmago. katrina viu-se presa ao chão, pareciam haver correntes a segurando, o corpo não reagia a sua ordem, nada funcionava enquanto o fogo do monstro dançava em sua direção. conseguia ver, sim, as chamas; elas balançavam ao som de uma linda canção, era hipnótico, forte demais para que resistisse. o seu medo ali estava, o seu maior medo a alcançava e não havia como fugir, morreria queimada; as pernas finalmente cederam, não, elas obedeceram. katrina rolou para o lado, o fogo lambendo um pouco do seu cabelo e tocando levemente parte do seu lado esquerdo, mas neste intervalo de tempo, por sobrevivência, o instinto ligou seus poderes. quando ergueu-se do chão, os olhos estavam roxos, todo o corpo envolto da sua aura de ódio, discórdia. a mente enchia-se de ilusão, de dor, de abandono; temia que morresse, que fosse morta, temia pela vida até daqueles que não estavam ali e em seu campo de visão, aquele que estava do seu lado oposto, aquele que a energia, batia de frente com a sua, naquele momento, o seu maior inimingo: arthur.
não saberia dizer que fim levou a químera, pois o seu mundo passou a girar em torno de outrem, em como precisava destruí-lo. correu na direção dele, um ataque furtivo no que o brutus (o martelo) o atinge na perna, mas lidando com um combatente da guerra, arthur revida; katrina sente sua lâmina a cortando na costela, superficialmente mas o bastante para que o seu licor da vida escorresse, para que vibrasse em fúria. ódio. a intensidade dos seus ataques aumenta, seu poder girando em torno do dele, manifestando-se em graus nunca sentidos antes; perdeu o ar por um segundo, o bastante para que ele a atingisse na perna, o rasgo sendo o bastante para dilacerar, a fazendo grunhir, sangue quente, não tinha tempo para observar o estrago. avança novamente, o punhal da dor se transforma em sua mão, a lâminada envenenada cortando a pele do filho de ares, preenchendo o sangue dele com veneno, com tortura. em covardia, o atinge no braço, as mãos trêmulas a fazendo vacilar em ser um ataque eficiente, mas katrina não desiste, o martelo é erguido para atingi-lo na cabeça. ela quer, ela precisa o esmagar, ver seu crânio machando o chão do submundo, e ela tinha chance, ele estava abatido; porém, quando o martelo é erguido, algo acontece. DOR.
seu poder...todo o seu poder é direcionado a um único lugar: suas costas. katrina sente os pulmões espremendo-se em agonia, a mente se perde no que precisava ser feito, no que...está saindo de dentro de si. as costas se abrem, em um leque asas surgem. a cabeça roda, a consciência se perde, com a brutalidade do que estava acontecendo, é jogada para trás. não mais é ódio, é dor, cansaço, negação. os olhos se mantém presos ao céu, a respiração acelerada enquanto a novidade se movimenta, das pontas ao centro da sua coluna. asas. os barulhos, comentários, gritos de quem estava ao redor se perde no que fica presa no mais profundo da sua mente, uma linda canção a embala.
levaram horas até que katrina voltasse a si, que conseguisse falar. o corpo exausto, apenas tentava sobreviver ao novo poder.
(poder passivo) asas da discórdia: assim como sua mãe era uma deusa alada, a prole de éris terá um par de longas asas negras, reptilianas, que podem se mimetizar em uma peça de roupa assim como, em seu corpo; sendo liberta apenas diante da necessidade do portador. até o presente momento, katrina consegue apenas planar, mas possui a habilidade de voar, precisa apenas aprender.
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mcskedsin · 2 months ago
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a distância não nos permite enxergar melhor, mas achamos que em cima daquele dragão está RYDEN VELMORAN, um cavaleiro de VINTE E SEIS ANOS, que atualmente cursa a QUARTA SÉRIE e faz parte do QUADRANTE DOS CAVALEIROS. dizem que é RESILIENTE, mas também PESSIMISTA.
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( +/- ) sarcástico, ansioso, pessimista, impulsivo ✸ wanted connections.
Dentre seus irmãos, Ryden era o mais frágil. Constantemente caía em doenças e seus músculos demoraram a se desenvolver; tratado como o menor filhote de uma ninhada que logo sucumbiria, Thalion acreditou que seu caçula não sobreviveria sequer ao parapeito, no primeiro desafio do Instituto Militar. Uma tremenda vergonha, perder um changeling antes mesmo que ele pudesse acessar ao sonhar. Não houve um pingo de apego parental dos pais, é claro, já que não tinham interesse em se apegar a uma criança que logo morreria. Pelo contrário: Ryden cresceu como um dispensável insumo familiar, servindo aos Velmoran em tarefas simples, como pôr a mesa e lavagem de roupas. Em caso de erros, uma mão calejada atingia sua bochecha sem dó algum.
Ryden, surpreendentemente, estava vivo aos oito anos para escalar e atravessar o parapeito. Seu tamanho e peso pareciam perfeitos para enfeitar a costa da ilha, ele pensou. Vislumbrou as outras crianças percorrendo o caminho à sua frente, cerrando fortemente os olhos quando alguma delas caía. Ryden escalou a montanha lentamente, como se qualquer segundo fosse o último, e atravessou o parapeito por último. Talvez fosse pura descrença em sobreviver que o fez acalmar seu batimento cardíaco, finalizando o percurso quase ileso; apenas alguns arranhões e ferimentos pequenos.
Fazer parte do Instituto definitivamente não fazia parte dos seus planos. Tendo sobrevivido, Ryden conheceu um mundo um pouco mais confortável do que tinha em casa; apesar de ainda ser um ambiente rígido, o corpo da Instituição o tratava infinitamente com mais respeito do que em casa. Ryden, apesar de frágil, não era uma criança que chorava ou se incomodava com quaisquer ferimentos. Ao defender um semelhante de outro cadete, Ryden chamou a atenção de um tutor que o acolheu, ajudando-o a treinar e a se desenvolver.
Ryden soube da morte do irmão mais velho quando tinha somente 10 anos. Não obteve muitos detalhes além do fato de que morrera em batalha. Já o irmão do meio teve um fim ligeiramente mais sangrento, dois anos depois; outro cadete o assassinou durante treinamento de combate, com uma faca afiadíssima. Como único herdeiro de seu nome, o changeling questionou a si mesmo se sua família o considerava como morto, também.
Domar um dragão soava como voar sem asas; e, essencialmente, não deixava de ser. Ryden foi forçado a desenvolver uma confiaça durante sua adolescência devido as circunstâncias e, honestamente, um pouco de ego. Apesar de julgado como frágil desde que nasceu, ainda perseverava e manteve-se em boas condições: boas notas e boa performance. Quiçá fossem suas baixas expectativas que o faziam performar tão bem; independentemente, Ryden adentrou o sonhar com a tranquilidade de quem nem ao menos deveria estar ali.
A conexão com Korath foi como aprender a respirar novamente. A criatura, de escamas alaranjadas e olhos chamuscados, possuía uma notável energia dentro de si, que propagava para o changeling intensamente. Parecia sede de vingança. Fome de provar seu valor. Korath não tinha a menor pretensão de calmaria e tranquilidade, e viu em Ryden alguém que, assim como ela, foi vítima da crueldade de outrem. Enquanto o changeling fora destratado e indesejado pela sua própria família, Korath perdera um irmão ("acidentalmente"), assassinado por um montador e motivado por ciúmes de seu cavaleiro com sua esposa; Korath nasceu em brasas, furiosa por retaliação.
Vingança nunca havia passado em sua mente. Rancor, talvez. Alguns traumas foram adquiridos, certamente. Contudo, Ryden apenas cogitou a possibilidade de se virar contra o próprio pai quando a intenção de Korath percorreu seu sangue. Foi tentador, de certe forma, porém Ryden resiste ao desejo de Korath desde que foram conectados. Ela não aprecia a resistência, chegando a fazer birra contra Ryden frequentemente. Enquanto Ryden suprir suas necessidades de ter um exímio montador, entretanto, ela estará parcialmente satisfeita.
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Físico: A herança élfica de Ryden se dá por suas orelhas pontudas e seus olhos cinzas, ligeiramente prateados.
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Korath é fêmea, Flamion, de escamas alaranjadas e douradas. Altamente sensível e temperamental, ela é agitada e orgulhosa. Gosta quando é capaz de se destacar juntamente a Ryden, e o puxa constantemente para isso. O changeling tenta balancear os ímpetos de Korath para não se tornar tão mais impulsivo com sua influência, o que é, definitivamente, um desafio. Protetora e impaciente, ela não pensa duas vezes antes de agir.
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babydoslilo · 2 years ago
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Church Boy
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A diferença entre eles era gritante. Um corpo se tornou rígido e tão tenso que não se podia notar o livre movimento da inspiração e exalação, os dentes pressionados juntos e o maxilar tão rígido que parecia capaz de cortar. O outro exalava uma maleabilidade enganosa quando, na verdade, tinha cada movimento perversamente calculado para conseguir o que quer, combinado com grandes doses de luxúria.
Essa one contém: Smut gay; Ltops; Hbottom; Harry power bottom; Exibicionismo leve; CNC leve (Louis trava e não consente verbalmente no início das coisas); Perda da virgindade e leve manipulação. 
WC: 4.6k
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O sol brilhava forte no caminho para casa, as ruas asfaltadas só serviam para aumentar o calor escaldante para os pobres pedestres que vinham da igreja em pleno domingo ao meio dia. A missa das 9h se estendeu mais do que o comum neste dia, então Louis além de faminto, estava cansado e suado por baixo das vestes comportadas que ele costumava usar. 
A rotina de Louis era a mesma desde moleque. Nasceu em uma família tradicional católica, frequentou a catequese, seguiu a maior parte dos sacramentos deixados por Deus, como o batizado, eucaristia, crisma e penitência, e enquanto não arranjava uma bela moça para contemplar a bênção do matrimônio, seguia frequentando os seminários promovidos pela paróquia local e não deixava de ir às missas todos os domingos. 
Ele amava estar em comunhão com a pequena comunidade do bairro enquanto celebram a vida na santidade, o que é uma grande vantagem de morar no subúrbio da cidade e todos se conhecerem. 
Foi por conhecer todos da própria rua, e de várias outras, que estranhou uma picape velha encostada na casa em frente à sua. Louis conhecia muito bem aquela família, os Styles, a matriarca era uma costureira de mão cheia e fazia um preço muito bom para a família Tomlinson por seu serviço e o marido dela trabalhava na biblioteca da cidade, ele até deu a Louis uma bíblia antiga que encontrou por lá, mas isso era um segredo só deles. A família também contava com mais um integrante, porém as lembranças de Louis se limitavam a um pequeno garoto desengonçado e com cachos rebeldes que há muito tempo não via. 
Os cachos chocolate que enfeitavam o rosto marcante e anguloso poderiam ter uma certa semelhança, mas o sorriso grande de lábios brilhantes por uma espécie de gloss rosado o  deixou desconcertado. De onde estava, do outro lado da calçada, Louis conseguia ver apenas a cabeça cacheada pouco mais alta que o carro e conseguia ouvir a voz rouca e os risos altos do outro garoto que parecia estar levando caixas e algumas mochilas para dentro da residência. É.. talvez o outro membro da família Styles tenha resolvido voltar para casa. 
°°°°°
– Mamãe?? Olha quem está de volta! – o grito reverberou na casa silenciosa e o coração da mais velha acelerou só de pensar na alegria que seria ter de novo seu bebê embaixo das suas asas.
Ana, mãe de Harry, não via o filho com muita frequência desde que ele passou a detestar o ambiente pacato em que viviam e foi morar com uma tia no centro da cidade. A adolescência dele foi uma fase conturbada para a família que, apesar das crenças um pouco ultrapassadas, tiveram que abrir a mente “à força” tendo um menininho, que era doce e determinado na mesma medida, descobrindo se identificar com coisas que ninguém ali estava esperando. 
Ele sempre foi uma criança extrovertida e cresceu sendo mimado de mais por ser filho único, então quando começou a demonstrar interesse nas roupas que a mãe costurava para as filhas dos vizinhos e por objetos tidos como femininos, Ana não conseguiu reprimir e simplesmente acabar com a felicidade do seu bebê. Assim Harry, ou Haz para os mais íntimos, desenvolveu uma personalidade forte, descobriu a própria sexualidade, teve certeza sobre seus gostos mais afeminados e percebeu também que não conseguiria viver livremente ali naquele ambiente tão tradicional, apesar da família acolhedora.
– Haz, querido! Deixa eu olhar pra você, vem cá. – levantou-se da mesa de costura em que passava as tardes e puxou o menino para os seus braços. A altura dele não o impediu de se aconchegar nos braços gordinhos e com cheiro de lar.
– Tá bom.. chega. – se soltou entre risadinhas – nem parece que a gente se viu mês passado, a senhora pode ser bem dramática as vezes. Mas.. – ele não tinha muita paciência para enrolações, então resolveu contar de uma vez. – eu tô voltando de vez para casa, agora eu vou ficar de verdade.
A mulher precisou de alguns segundos para se dar conta do que aquelas palavras significavam e quando enfim entendeu, os olhos verdes lacrimejaram e ela voltou a apertar o filho com mais afinco entre seus braços. Sabia que era questão de tempo até Harry finalizar sua jornada de autoconhecimento e lapidação de personalidade e logo perceberia que um bairro ou as pessoas a sua volta não deveriam lhe impedir de estar com quem você ama, pois as vezes o tempo não espera estarmos prontos e segue o rumo fazendo o que for preciso.
Durante a sua estadia fora, Harry aproveitou as oportunidades para fazer a faculdade que queria, sair com pessoas diferentes, vestir diversos tipos de roupas até aceitar que tons pastéis realmente realçam seus olhos, e finalmente colocar como prioridade a sua satisfação pessoal. Ele não ia mudar seu jeito, independente de quantos olhares tortos e palavras feias lhe fossem direcionados. Agora, aos 23 anos e desempregado, ele encarou a volta para casa como mais uma etapa importante para reivindicar respeito por suas escolhas, aproveitar um tempo com a família e esperar aparecer ofertas de trabalho no rumo desejado. 
Após matar um pouco da saudade e conversar sobre isso com a mãe, Harry meio que não esperava o que ouviu.
– Tudo bem querido. Você pode esperar o tempo que for, aqui é sua casa e é até bom que enquanto você não consegue o emprego perfeito, vai me ajudar na lojinha e com as meninas dos Tomlinson – ela falava já voltando a sentar em frente a máquina de costura e não reparou como o sorriso do mais novo foi caindo. – Eu amo cuidar delas, você sabe, mas já tô um pouco velha demais para aguentar tanta energia e tenho certeza que vocês vão se divertir muito. – olhou para trás com o típico sorriso de mãe que não aceita objeções.
O cacheado assentiu devagar com a cabeça e sorriu amarelo, murmurando uma confirmação baixinho. Parece que a estadia em casa não seria tão ociosa quanto ele estava imaginando. 
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A adaptação à nova rotina não foi tão difícil assim. Harry passava as manhãs na internet procurando oportunidades de trabalho ou só matando o tempo, as tardes eram preenchidas na lojinha da mãe que ficava na garagem da casa deles cuidando de duas garotinhas de 5 e 7 anos, afinal a mãe delas trabalhava nesse horário e Ana não se importa de prestar esse favor à colega, e durante a noite ele se dividia entre assistir seriados pelo notebook, passear pela vizinhança e ver o quanto as coisas podiam mudar, ou sentar na calçada de casa com algumas amigas de infância para colocar o papo em dia. Ele apreciava muito esses momentos porque trazia o conforto que ele não sabia ter sentido tanta falta.
Outro ponto que ele passou a se acostumar novamente foi em acompanhar os pais na igreja algumas vezes. Ele não era tão subversivo assim e reconhecia o valor que a família e, na verdade, todo o bairro dava àqueles momentos. Mas isso não significa que ele deixaria de colocar suas calças ou shorts jeans com alguma blusinha delicada e com estampas fofinhas para ir às missas, o gloss labial e quem sabe uma trança nos cachos também podiam se fazer presentes se ele estivesse no humor certo. 
Foi, inclusive, em uma dessas ocasiões que ele se interessou bastante pelo o que viu.. Era domingo e na saída da igreja ele avistou dois vultos pequenos correndo em sua direção, as meninas agarraram suas pernas em um abraço conjunto e ele sorriu largo olhando para os cabelos castanhos lisinhos até uma sombra cobri-las e ele direcionar o olhar para o dono dela. O mais velho achou extremamente fofo quando o menino na sua frente desviou rapidamente o olhar para os pés e a bochecha manchou em tons vermelhos.
A semelhança dele com as pequenas garotas era extrema, então Harry deduziu ser algum parente… talvez o irmão mais velho que elas adoravam falar sobre. Os olhos azuis cintilavam na luz do sol, o cabelo em uma franjinha jogada para o lado, o moletom cinza que parecia maior que ele e a calça jeans larguinha completavam a aura angelical e pura que o menino passava.
– É.. oi pequenas, que bom vê-las aqui! – falou sem ao menos desviar o olhar do garoto a sua frente, talvez isso esteja contribuindo para a postura cada vez mais acanhada dele, mas Harry gostou dessa reação – Não vão me apresentar ao irmão de vocês? – ele quase riu quando o mais baixo levantou abruptamente a cabeça com os olhos arregalados.
– Oi Haz! – disseram juntas e uma delas continuou – esse é o Louis, mas pode chamar ele de Lou – sorriu com os dentinhos amostra.
– Hm, é, oi. – Louis falou quase em um sussurro com a voz fininha e Harry iria ter que pedir perdão a Deus por imaginar essa voz em outra ocasião bem em frente a casa do Senhor. – meninas nós temos que ir agora, mas foi bom te conhecer Harry. – agarrou as irmãs uma de cada lado e saiu com os passos apressados.
As semanas que sucederam esse primeiro contato entre ambos serviu como um divisor de águas. Se até então o maior não tinha notado a existência do outro, agora ele parecia procurar aquele serzinho tímido em todos os lugares e quando encontrava, se divertia provocando com olhares até o menino parecer vermelho e assustado demais. Ele sabia que era bonito e chamava atenção até dos caras héteros, apesar da leve desconfiança que aquele em específico não era tão hétero assim, então não deixou passar as vezes em que o olhar azulado se perdia na sua boca molhadinha ou nas pernas quase nuas.
Se tornou quase uma meta pessoal fazer aquele homem, que parecia não ter saído da puberdade e que exalava inexperiência, cair aos seus pés. E Harry, mimado como era, geralmente conseguia o que queria. 
°°°°°
– Ô mãe, você viu aquele me– congelou ao entrar na parte da garagem que era fechada para os clientes provarem as roupas ou tirarem as medidas e encontrou sua mãe com uma fita métrica medindo o torso magrinho e sem blusa. – Ah, oi Lou.. – o sorriso que deixou escapar era nada menos do que predatório ao que ele passou a língua entre os lábios e procurou guardar todos os detalhes possíveis da visão.
– Harry! Você não pode entrar assim sem avisar querido. – a mãe lhe repreendeu enquanto o mais novo entre eles se atrapalhava para colocar de volta a camisa tentando não corar mais do que é humanamente possível por ter sido flagrado pelo outro naquela situação. Louis achava desrespeitoso se mostrar despido a qualquer pessoa que não fosse sua futura esposa ou, pelo menos, que não seja estritamente necessário, então quão mais rápido ele pudesse sair dali e se afundar em constrangimento dentro do próprio quarto, melhor.
– Louis, desculpe pelo Harry.. ele é meio impulsivo as vezes. – sorriu tranquilizadora – Já acabei com as medidas mas vou precisar ir na vendinha do outro bairro comprar elástico e zíper para finalizar o ajuste, você pode esperar aqui com o Harry enquanto isso, sim? – a mulher nem esperou respostas e saiu deixando os dois ali.
– É Lou – ele amava como essa palavrinha soava em seus lábios – vamos esperar na sala, as meninas estão cochilando lá em cima depois de brincar tanto e de lá a gente consegue ouvir caso elas acordem e ver pela porta caso alguém venha procurar a mamãe aqui, vem. – tomou a iniciativa de puxar o outro pela mão. Louis estava um pouco gelado e suado, mas seguiu o maior sem resistência.
– Você aceita um pouco de água, suco ou.. 
– Água, por favor. – soou baixinho, como se a presença do outro lhe intimidasse de alguma forma. Ele não tinha medo ou algo assim, mas sentia que não conseguiria controlar os próprios pensamentos caso se deixasse encarar o corpo ali tão próximo.
– Ok gatinho, você pode se sentar se quiser. Eu já volto. – sorriu com direito a covinhas e não se arrependeu pelo apelido desde que notou o cintilar passageiro nos olhos azuis.
Louis estava sentado no sofá simplório da pequena sala enquanto esperava pacientemente a vizinha voltar para enfim lhe ajudar com os ajustes nas roupas e o mais velho, por apenas 3 anos, trazer a água. Ele estava meio nervoso de estar sozinho com o garoto que lhe encara desde que voltou a morar ali, mas tentou relaxar os músculos das costas e pescoço, afastando um pouco também as pernas na tentativa de dispersar o tremor de ansiedade que costumava ter em momentos assim. 
O copo nas mãos do cacheado quase foi ao chão quando ele passou pelo aro de junção entre os cômodos e se deparou com o pescoço larguinho e sem barba esbanjando veias grossas enquanto o mais novo alongava a cabeça para trás e para os lados. A camisa branca estava um pouco marcada devido ao clima quente e a calça marrom que até então ficava larga, agora, ao abrir as pernas e se sentar de forma mais confortável, marcou as coxas pouco volumosas e não deixou muito para a imaginação sobre o volume que o "garoto santinho" possuía entre as pernas. 
A oportunidade foi dada de bandeja, só louco não aproveitaria, então o maior sentiu a adrenalina correr mais rápido nas veias, assim como o sangue que se direcionava a lugares específicos. Caminhando como uma fera que rodeia a presa, Harry se aproximou lentamente de Louis e sentou no colo dele, deixando as pernas dobradas uma em cada lado do quadril magrinho. 
Talvez impulsividade e atrevimento sejam seus sobrenomes, mas ele não queria pensar nas consequências no momento. 
Ao sentir um peso desconhecido sobre as coxas, Louis abriu os olhos imediatamente e consertou a postura. As tentativas anteriores de relaxar a tensão definitivamente foram por água abaixo por causa de um certo par de olhos verdes que lhe encaravam com determinação e algo a mais, e por um par de coxas grossas envolvidas por um short jeans curto demais para a sanidade de qualquer ser humano com olhos funcionais. 
A diferença entre eles era gritante. Um corpo se tornou rígido e tão tenso que não se podia notar o livre movimento da inspiração e exalação, os dentes pressionados juntos e o maxilar tão rígido que parecia capaz de cortar. O outro exalava uma maleabilidade enganosa quando, na verdade, tinha cada movimento perversamente calculado para conseguir o que quer, combinado com grandes doses de luxúria.
– O- o que você está fazendo? – o mais novo sussurra desesperado enquanto os olhos azuis vagam entre as escadas para o andar de cima e a porta aberta onde qualquer pessoa que entre na garagem poderia vê-los em uma situação no mínimo complicada. 
– Se você me disser que não me quer desse jeito e que eu interpretei todos aqueles olhares de forma errada, eu saio agora mesmo e nunca mais sequer me aproximo de você. É só dizer, gatinho. – essa, no entanto, seria a opção mais racional para um e a mais decepcionante para o outro. 
Louis não teve reação. A boca fininha continuava seca como se ele estivesse passando pelo deserto, os braços pareciam pesar toneladas jogados ao lado do próprio corpo, o coração palpitava em ansiedade e apreensão, e ele não tinha certeza dos próprios pensamentos. A resposta era para ser óbvia e repreensiva, mas o menino se viu congelado no lugar, observando passivamente ao que o outro interpreta tal comportamento como uma aceitação tácita e passa a rebolar lentamente, friccionando os quadris juntos. 
Descobriu que as poucas experiências que teve não serviriam como base para o que quer que viesse a partir dali. No fundo do cérebro confuso com os novos estímulos, Louis pensou ter ouvido o cacheado falar sobre serem rápidos para que ninguém chegue e veja eles. Registrou tardiamente a própria camisa jogada no braço do sofá e a quentura rastejando sobre sua pele. O arrepio que se alastrou dos pelos da nuca até a trilha entre o umbigo e a virilha quando sentiu dedos finos abrirem sua calça parecia um sonho nebuloso formulado pela mente suja que descobriu ter. 
Enquanto isso, Harry estava surpreso e admirado, no bom sentido, com o quão responsivo fisicamente o outro podia ser. Ele tinha uma vaga noção que, por causa dos ensinamentos religiosos, talvez o garoto a sua frente ainda fosse virgem.. Mas ver a íris azul ficar vidrada e sem foco, bem como a respiração cada vez mais rápida refletida no subir e descer constante do tórax e o pau duro como pedra com tão pouco, foi verdadeiramente gratificante. 
Ele nem tinha começado o que planejava, mesmo vendo com os próprios olhos a mínima probabilidade do garoto durar tanto, além do risco em serem vistos. Teriam que ser rápidos então.
– Eu vou te chupar bem gostosinho, ta? Prometo que você vai gostar. – Harry sentia a necessidade de esclarecer o que iria fazer para o outro não se assustar mais do que já aparentava, ele também gostava muito do sentimento de controle que o outro o dava de mãos beijadas. 
Não recebeu respostas mas o olhar em transe acompanhando cada movimento seu, os mamilos amarronzados durinhos e a mancha molhada na frente da cueca boxer eram fortes indicativos que ter Harry de joelhos entre as pernas abertas de Louis também o apetecia. 
A saliva quente se acumulou na boca do maior assim que ele abaixou o tecido apenas o suficiente para puxar toda aquela extensão para fora. Harry imaginava que toda aquela inocência não refletia o que estava guardado, mas não esperava ver o pau tão rígido que parecia doer e a cabecinha avermelhada brilhando em tesão. Por ele. O garotinho hetero e tímido da igreja estava quase gozando intocado por ele. 
Foi com isso em mente que Harry não tardou em cobrir todo o membro com a boca, era um pouco difícil e os cantos dos lábios ardiam se esticando ao máximo para abrigar tudo o que podia. Ele tratou de babar bastante para facilitar a lubrificação, não é como se ele andasse com lubrificante no bolso 24h por dia, então muita saliva e um esforço a mais teriam que servir... isso, claro, caso o mais novo não tenha um surto gay antes de finalizarem do jeito que o maior estava ansiando. 
Até sentir a cavidade quente e molhada ao redor do seu pau, Louis não estava tão presente no momento. O ouvido tapado como se estivesse embaixo d'água não o ajudava a se orientar e quando finalmente os olhos e a mente decidiram clarear, ele deu de cara olhos verdes marejados e vermelhos lhe encarando, o nariz fazia barulhos fortes inspirando e exalando de maneira sobrecarregada e a boca cheia beirava a sua virilha, o queixo lisinho roçando nas bolas sensíveis ao que batia lá. 
– D-deus.. oh, eu.. – O gemido saiu de forma exasperada, como se não acreditasse estar naquela situação. Um homem estava lhe chupando, afinal. Não era uma boca feminina, não era sua futura esposa dividindo um momento tão íntimo. Era a porra do vizinho, as vezes babá das suas irmãs, aquele que tinha coxas tão macias e fortes.. que por vezes deixava a poupinha da bunda redonda aparecer pelos shorts tão curtos.. que a boquinha cheia sempre estava tão molhadinha por algum tipo de maquiagem e Louis imaginou que gosto ela teria depois de lhe chupar com tanta vontade. 
– Ei, gatinho.. fica aqui comigo – percebendo talvez ser muita pressão para uma, provável, primeira vez e o outro estava se perdendo nas sensações, Harry decidiu deixar a tortura para depois e aproveitar também. 
Deslizou o jeans pelas coxas sensíveis e a boxer clara tomou o mesmo rumo, ele não tiraria a blusa para facilitar uma fuga quando a mãe voltar, e logo o maior estava novamente sentado sobre as coxas ainda vestidas do mais novo. Percebeu a postura ainda tensa e as mãos dele apertando com força o estofado marrom do sofá, se era uma tentativa de não tocá-lo ou de não gozar tão cedo não dava para saber. 
– Você vai me abrir com seus dedos, ok? Vamos ser rápidos porque eu tô doido pra sentar em você há um tempo.. hmm – mal terminou de falar e já colocou o dedo médio e o anelar de Louis na sua boca, babando tanto quanto fez no pau anteriormente. Os dedos grossos preenchiam sua boca de uma maneira lasciva e finalmente presenciou uma reação do garoto ao que a outra mão voou para a parte de trás do pescoço, se enlaçando aos cachos, e forçando a cabeça para frente até sentir pontas redondas na sua garganta. 
– Isso, vem.. coloca aqui – retirou às pressas e direcionou a mão até sua bundinha que rebolava ansiosa por algo a preenchendo. 
– Mas eu.. eu nã– a timidez e insegurança quase o fez recuar. 
– Eu te guio, não é tão difícil. Só.. – revirou os olhos e abriu a boca em um gemido mudo sentindo as pontas molhadas pela própria saliva rodearem sua entrada. Ele também conseguia sentir os próprios dedos que continuavam direcionando os outros dois até que a ponta de um deles lhe invadiu. 
A preparação era precária e a lubrificação não era o suficiente, mas a ardência e queimação de se esticar, prevendo uma dorzinha maior quando for o membro grosso do outro, fez Harry aumentar as reboladas estimulando, também, os membros juntos. Olhar para baixo e ver as glandes vermelhas se ligando por um fio elástico de pré gozo ou olhar para trás e abaixo encarando dois dedos tesourarem seu cuzinho, era uma decisão difícil. 
Um barulho assustou os dois garotos que estagnaram em seus lugares com os corações palpitando e o estômago gelado. Pareceu ter vindo do andar de cima, talvez uma das meninas tenha acordado ou talvez o teto amadeirado tenha estralado como costuma fazer. Fato é que a adrenalina subiu ao sangue de ambos e eles se encararam por alguns segundos em uma conversa silenciosa sobre o que fariam a seguir. Eles podiam seguir em frente e correr mais esse risco ou parar por agora e não ter certeza nenhuma sobre voltarem desse mesmo ponto em outro momento. 
– Droga.. foda-se.
Os lábios se encontraram em um estalo, as línguas despontando para fora em uma dança explícita e quente. O cacheado tinha o domínio do beijo e provava do sabor do outro direto da fonte, os lábios inchando conforme os dentes branquinhos raspavam e prendiam a carne macia e fininha entre eles, a saliva espessa fazendo caminho até o queixo em uma bagunça que era só deles.
Harry passou a seguir a trilha molhada até o pescoço dando leves mordidinhas e chupadas que talvez deixassem vestígios mais tarde. Seriam ótimas lembranças. As mãos pequenas, mas fortes, estavam presas na cintura macia por baixo da blusa rosa bebê que o maior usava e a cabeça com os fios castanhos totalmente bagunçados estava recostada no apoio do sofá enquanto o quadril despido se esfregava com mais força e rapidez levando a ereção alheia entre as bochechas branquinhas da bunda.
Foi por tamanha distração em tantas partes diferentes do corpo que Louis não notou imediatamente a mão pálida segurando firmemente seu pau, guiando ele até a entrada pouco lubrificada. O calor abrigando sua glande sensível e virgem era inebriante, o aperto era tão intenso e dolorido que lágrimas brotaram nas orbes azuis e um gemido manhoso deixou os lábios inchados. 
Enquanto isso, Harry podia gozar apenas por saber ser o primeiro a proporcionar tal sensação ao garoto. Os dentes prendiam os próprios lábios para não gritar com a ardência da invasão, ele imaginava o quão fora de si o mais novo estaria se sentindo quando para ele, que já estava acostumado, já era um sentimento tão esmagador. 
– Isso é tão.. porra! – Louis se sentia sobrecarregado, desnorteado e sem palavras.
– Shh.. – calou o outro com selinhos enquanto escorregava cada vez mais pra baixo, abrigando agora toda a extensão dentro de si – Eu sei, Lou. Eu tô te sentindo tão, oh, tão fundo.. você vê? – agarrou a destra do outro e direcionou ao fim do abdome, entre as duas folhagens tatuadas. 
Sentir a pele suada e a respiração descompassada na palma da mão, bem como uma leve protuberância do que identificou ser seu pau, fez todos os músculos da perna e quadril tensionar, provocando, consequentemente, uma estocada curta e certeira na próstata do cacheado que não estava esperando por isso. Ambos os gemidos foram surpreendentemente altos.
Com isso, os movimentos se tornaram febris e constantes. Harry sentava com força, sentindo as coxas arderem e falharem pelo esforço, mas sem parar por um momento sequer. A mão grande com uma cruz tatuada parecia irônica em um cenário tão devasso ao segurar fortemente o pescoço bronzeado para ter algum apoio enquanto beijos e mordidas eram depositadas no peitoral nu.
– Eu não.. eu vou, hmm, eu– palavras desconexas saiam do lábios do menor e Harry percebeu as pernas abaixo de si tremerem e a barriga magrinha contrair indicando a chegada de um orgasmo. Ele não queria ser mau, mas não era do seu feitio aceitar que os parceiros gozassem antes dele mesmo, por isso levantou.
– Não gatinho.. não é legal vir antes do seu parceiro, você vai ter que segurar só mais um pouquinho.. eu sei que você consegue. 
Apesar de querer fazer o momento durar pela eternidade, sabia que não seria possível então trocou a posição para uma em que alcançaria o ápice bem rápido. Ele amava cavalgar de costas e ser observado e desejado pelos homens com quem transava, e o bônus dessa vez era estar de frente para a garagem aberta e totalmente clara pela luz do Sol, podendo ser visto por quem passasse prestando um pouco mais de atenção.
O corpo grande escondia e sobrepunha o menor que se sentia acolhido ao que teve novamente a ereção tomada pelo cacheado e as costas largas recostadas em seu peito. Os cabelos da nuca do cacheado batia em seu rosto e o tecido leve da camisa rosa esbarrava em seus mamilos a cada quicada que o outro dava; a bunda branquinha subindo e descendo pecaminosamente pelo pau cada vez mais rubro e dolorido agora era alvo das unhas curtas de Louis, que sentia as bolas repuxando e doloridas para liberar todo seu prazer. Ele estava desesperado por isso.
Gemidos saíam cada vez mais altos da boca cheinha e rosada do cacheado quando ele sentou completamente no colo do outro e puxou a cabeça dele de encontro a sua nuca, rebolando agora apenas para frente e para trás, dessa forma ele fazia a cabecinha gorda esmagar a sua próstata em todos os ângulos possíveis. Toda essa pressão nos lugares mais sensíveis fez as pernas tremerem, gemidos escandalosos soarem, estômagos retorcerem e líquidos quentes jorrarem. Eles gozaram quase ao mesmo tempo, pintando uma tela inesquecível para ambos.
Infelizmente o momento de frenesi e de recuperação foi tomado por desespero ao ouvirem uma voz muito conhecida se aproximando no meio da rua. A corrida entre catar as roupas, subir as escadas aos tropeços e se jogar na cama exaustos foi marcada por risadinhas e olhares travessos nada arrependidos. Essa foi por pouco.
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delirantesko · 5 months ago
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A frágil criatura do genuíno esforço (texto, 2024, escrevendo)
Você esconde sua arte, porque em algum momento uma pessoa ignorante criticou seu genuíno esforço.
E esse esforço é uma criatura frágil, pelo menos no começo.
Como as criaturinhas daquele jogo, ela começa com menos resistência, com menos habilidades: ela pode fazer menos do que sua versão completa.
MAS, não é por ela poder fazer menos, que ela não seja importante.
Ela é a coisas mais importante, e a coisa mais genuína que você pode fazer.
E sabe porquê?
Porque até você fazê-la, ela não existia no mundo.
Olha o significado, a profundidade disso!
Você criou algo novo! O poder da criação! Algo que estava em sua mente, e suas mãos deram vida, arrancando e puxando, suor e sangue, um parto de ideias!
Talvez não seja perfeito, mas você queria realmente acertar da primeira vez?
A primeira vez é como o primeiro raio de luz do sol: é só o começo. O sol ainda vai brilhar, iluminar e aquecer o resto do dia. Depois ele descansa, pra fazer de novo amanhã.
AMANHÃ, você vai aprender uma técnica nova, você vai DESENVOLVER algo que que te ajuda a se tornar ainda melhor.
Aquela criaturinha frágil vai ganhando asas, garras, vai se imbuindo de elementos novos, tornando-se cada vez mais apta, alcançando novos locais, ampliando seu alcance e perspectiva.
Mas eu sei o motivo de você não se convencer da importância do que faz, seja escrita, desenho, música ou qualquer atividade que envolva a criatividade. A resposta está na primeira linha desse texto.
Percebe? A sua primeira crítica ao seu genuíno esforço foi a mais impactante. Ela está na página da sua criação, como se fosse a mais importante.
Como julgar o calor do sol com o primeiro raio do dia?
Como julgar o peso do oceano tendo molhado apenas seus pés na água salgada?
Você tem calendários inteiros para devorar, mas decide como vai ser seu ano no dia primeiro de janeiro?
CALENDÁRIOS INTEIROS PARA DEVORAR!
Por isso, mande seu primeiro crítico ir pastar. Pode ser hoje. Olhe nos olhos dele, nessa cena que rola todos os dias enquanto você esconde sua arte nos cofres dentro do seu coração, onde ninguém poderá apreciar seu esforço genuíno, e faça essa promessa:
"Hoje é só meu primeiro dia! Seja mais gentil! Volte amanhã, e depois de amanhã, mas só se o seu interesse for tão genuíno quanto meu esforço, que é sincero! Eu acordo com ele todos os dias. Você não faz ideia do meu amor por ele!"
Faça essa aposta: quem permanece mais junto com seu esforço genuíno?
O crítico ignorante que não sabe um por cento do seu esforço, ou você que acorda e vai dormir com ele todos os dias?
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zcyarheim · 23 days ago
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ㅤ⠀ ⋆ ㅤㅤㅤ  core memories  ㅤㅤ  〝           𝒕𝒂𝒔𝒌  ㅤ 𝑰𝑰  ㅤ  (  …  )  ㅤ  the  harvest ㅤ  :  ㅤ  it's an old song, it's an old tale from way back when and we're gonna sing it again and again.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Quando escutou sobre a ceifa pela primeira vez, nada mais era que uma menina mirrada, que esgueirava-se atrás de adultos, absorvendo suas histórias, recolhendo-se como uma espectadora de uma experiência que não lhe cabia. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀No entardecer que antecedia sua Ceifa, Zoya vira no espelho a mesma menina de anos atrás, tão curiosa quanto intensamente sôfrega. Dezoito anos de idade, crescida o suficiente para se chamar de mulher, mas ainda assim a mesma de sempre ��� estava em uma idade que trazia consigo um conceito contrafeito de maioridade, que perjuriava-a com a idealização de um absolutismo comum em toda criança que imaginava grandeza; devia sentir-se intensamente preparada e inegavelmente corajosa, afinal, era um dos momentos que jamais esqueceria, um que seria responsável ornar — ou macular — sua jornada como montadora. Coragem é uma escolha, lembrava-se de ter ouvido isso de Elaina; palavras de uma mulher que nunca parecia vacilar, e mesmo assim, ao tentar se agarrar ao conceito que a mãe lhe oferecia, não se sentia corajosa o suficiente. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Ao juntar-se aos colegas no pátio, tomando seu lugar entre os montes, respirava profundamente até que fosse sua vez de provar do Cálice. Ela pensou em Branon, o bisavô, e em Erianhood, a fantástica deusa, que o presenteara com ele. O que ele sentiu quando o fora a sua vez de tomar o metal frio nos lábios? Suas mãos tremiam como as dela agora? Zoya tomou um gole do Cálice com a família em mente e, assim que abrira os olhos mais uma vez, estava no Sonhār.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀O brilho do ambiente fora o suficiente para que as íris bicolores se abrissem de imediato, encontrando azul reluzente e o formato de vegetação estrangeira. Um suspiro audível deixara seus lábios, como se tivesse perdido a respiração ao encontrar aquele lugar, um oásis em meio à névoa conturbada de seus pensamentos. Pouco tempo teve até que uma sensação de calor alcançasse sua espinha, responsável por fazer com que virasse a cabeça ao norte. Algo em seu interior a atiçava; não era linguagem, mas um chamado que parecia acometer-lhe mais que a mente; todo o corpo parecia responder àquela necessidade. Precisava encontrá-lo, e essa motivação ardente fazia com que se movesse mais rápido o possível, vasculhando aquele lugar com olhos afiados. Qualquer fosse a bússola responsável por guiá-la, era o que seguia cegamente; pouco tempo se dava para pensar onde deveria ir, imaginando que o instinto faria mais por ela que um punhado de opiniões.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sob a estranha meia-luz, as altas árvores que margeavam seu caminho adquiriam um tom opaco contra o céu brilhante que a aturdia, uma fileira impenetrável ocultando grande parte da sua visão da parte de cima. Na terra erguida da margem oposta do caminho que seguia, vista dentre feixes das vegetações, fora possível avistar tons em um crescendo natural de faíscas; luzes intensas e alaranjados do que seria uma iluminação causada por um fogaréu, bem como a fumaça cinzenta que parecia um sinal para uma aproximação. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀A caminhada até a chapada se tornara uma corrida que encarcerara seu fôlego, mas não se sentia capaz de desacelerar; a ação de continuar mesmo que lhe faltasse a respiração era natural e Zoya simplesmente continuava a pisar no morro de grama e pedra até alcançar o entremeio do topo. O lugar era uma massa grande e extensa, e de onde surgira, seguindo o rastro do retumbar que pulsava insistentemente em seu consciente, enxergara dourado. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Ali estava ele. Era enorme, ainda maior do que pensava que poderia ser um dragão, seu corpo envolto em escamas reluzentes como o sol que não os alcançava, dado o céu, uma imensidão de azul-marinho; a grande envergadura das asas meio abertas eram ouro e bronze. Os olhos ainda não a tocavam, mas tinha noção de que sua presença estava longe de ser despercebida. Pensara em alcançá-lo silenciosamente, mas tinha a noção intrínseca de que seria em vão; sendo assim, Zoya quebrou a atmosfera impenetrável de silêncio, salvo as chamas de fogo crepitando.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀“Você me conhece e eu conheço você.” Imaginava que, de alguma maneira, a fera já soubesse tudo sobre quem ela era. A cabeça do dragão virou, sua enorme boca se abrindo ligeiramente para soltar um rosnado baixo que vibrou pelo chão sob os pés dela. Fumaça saía de suas narinas; o calor emanava dele em ondas que tornavam o ar uma turva espiral. Zoya engoliu em seco, seus dedos se contraindo instintivamente na direção em uma posição de defesa, embora tivesse parado imediatamente em meia ação; ele não a enxergaria como digna se demonstrasse covardia. “Como vai...”
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Antes que pudesse terminar a frase, o rugido gutural da fera balançou as estruturas daquela chapada. As patas traseiras enormes pareciam fincar unhas ainda mais longas no chão, e ela percebeu que ele parecia se levantar. O instinto natural fora que corresse. Os passos do dragão se tornaram uma presença indelével, dado o barulho que ele emitia quando pisava com força naquela topografia. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀“Eu sei o que você quer!” Zoya gritou, correndo na direção oposta ao dragão, que não demorara mais que instantes para alcançá-la; o tamanho era uma vantagem. “Você quer ver se eu sou digna.” Os gritos perduraram enquanto corria, até que virara repentinamente para a direção oposta, intencionalmente tentada a passar por baixo da massa corporal da fera. As garras a atacaram e Zoya mal teve tempo de reagir. Ela se jogou para trás, mas a ponta do golpe alcançou seu braço, rasgando tecido e carne. A dor explodiu interiormente em um grito abafado por uma mordida profunda na própria boca; ela cambaleou, mas não caiu. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sangue ainda pingava de seu braço enquanto percebia que, pouco a pouco, a fera aproximava o embate até a borda da chapada, de maneira que o espaço destinado àquele acontecimento era engolido pela movimentação do dragão. Tentava-o distraí-lo ao passar por entre as pernas dele, tentando evitar as chamas que ele delegava ao espaço ao redor; Vyrkhandor tinha a noção de que estava em uma prisão de chama e pedra, salvo a imensidão resguardada pelo precipício da chapada. “Eu não vim domar você.” Imaginava que a palavra trazia consigo uma dominação que não cabia a um momento como aquele — era uma questão de conexão, mais que de força. Com a dor pulsante em músculo, Zoya observou enquanto a fera se virava bruscamente, entrecortando o ar com a cauda pesada, intencionalmente tentando alcançá-la. “Vim me juntar a você. Você me escolheu.” reverberou, tentando provar um argumento, embora estivesse muito nervosa para isso. Quando o apêndice do animal alcançou-a de raspão, causando dor intensa em suas costas, percebeu que só tinha como ir na direção à própria frente, mesmo que isso significasse chances altas de uma queda. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Chegara até aquele precipício evitando olhar o que lhe esperava nos metros e metros que desciam entre as escarpas daquela chapada. Lhe interessava encarar a fera a sua frente, que abria a boca para o que parecia uma lufada de fogo. Queria desesperadamente entender a mão e tocá-lo, mas sabia que ainda não havia sido aceita, e aparentemente a fera ainda relutava naquela união. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Antes que pudesse imaginar, uma das grandes patas dianteiras da fera a atingira. Zoya foi lançada na imensidão verdejante e reluzente que a esperava depois daquela grande imensidão de pedras. Seria aquele algum tipo de fim? Em poucos segundos, a mente manipulara infinitas possibilidades; imaginava que uma queda daquela altura significaria um final doloroso, mas não imaginava uma morte daquela maneira. A sensação acalorada interior à si se manifestou novamente, o pulsar de seu pescoço sendo escutado como trovões em seu ouvido. Aquele dragão lhe era a conexão prometida por anos; o maior sonho que tivera. Não conseguia imaginar como aquele sonho poderia ter fim antes que se conectassem… até que pareceu perceber. A dignidade que lhe cabia como montadora não era só força bruta ou de vontade; era confiança implícita e natural, tão intrínseca como o respirar. A queda era um chamado que cabia a ela atender — ou não.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Repeliu o máximo que podia da tensão que cobria seus músculos, respirando profundamente, esperando que o chão não chegasse tão rapidamente. Ela deixou o ar carregá-la, a rajada de vento uma sinfonia em seus ouvidos; fechou os olhos, logo então. “Eu aceito.” murmurou, deixando-se levar.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Então veio o impacto. Não foi o estrondo de ossos quebrados e dor intensa para o qual ela se preparou interiormente. Em vez disso, ela sentiu algo firme, ainda que flexível, abaixo de si; o que discerniu nos segundos seguintes serem músculos e escamadas, que reluziam em um tom vibrante de dourado. A respiração de Zoya ficou presa na garganta quando ela abriu os olhos, percebendo que era estava ganhando altitude no ar, sendo erguida em cima das costas daquele dragão.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀As asas de dragão bateram com força, levando o par para cima, e Zoya sentia a conexão naqueles movimentos; o chamado interior, que lhe atormentara durante toda aquela aventura, queimando como brasa constante, se apaziguara quando a montadora percebeu que chegara ao seu fim — ou começo — prometido, tão antecipado e sonhado. Deslizou a palma aberta pelas escamas, maravilhada. Estava exatamente onde deveria estar.
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inthevoidz · 2 months ago
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.      .    *  ✵      ✦      into the ʋoɩᑯ    ·  ✦      .  *              .  ·  ·  . ·   *  * ·  .   ·   ·  ✧        ·
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Tudo aconteceu tão rápido que Cillian mal teve tempo de entender o que havia se passado, com Void praticamente o arremessando para fora da montaria.
Sobrevoar Eldrathor havia se tornado um ato doloroso e que vinha evitando fazer nos últimos dias. Ainda na esperança de descobrir algo, esperando um milagre diante daquilo que os olhos não podiam ver, arrastou-se por várias noites para Wülfhere, sem compreensão do incêndio e sentindo o aperto no peito de ver o seu segundo, e provavelmente único, lar destruído.
Inicialmente, pensou que Void havia desviado o percurso de Zelaria para o lugar pela falta daquela rotina tóxica para visitar o cemitério que um dia foi todo o mundo de ambos. Por mais que tentasse controlar, o dragão já adulto batia as asas com tanta força que fazia as árvores a quilômetros de distância abaixo sacudirem, podendo enxergar até mesmo rebanhos correndo desesperados do periogo que o dragão representava.
Já não tinha tanta certeza agora que o flamion parecia furioso, com os olhos pretos refletindo a lua prateada de forma horripilante, os deixando quase brancos. Por um momento, manteve a retaguarda, erguendo-se do chão repleto de cinzas trazidas pelo vento devagar. Os comandos que dera a seu dragão foram todos em vão, o mesmo o ignorando como se ele não estivesse ali. Olhou ao redor para o vazio, não vendo nada relevante: galhos secos e retorcidos pelo outono, alguns animais de hábitos noturnos exibindo seus grunhidos e o farfalhar de folhas que dançavam com o vento.
Quando se voltou para Void, o mesmo tinha a cabeça rebaixada, tão perto que o assustaria se não estivesse acostumado com o próprio dragão. A dinâmica entre Cillian e Void era amistosa e silenciosa como aquele momento, mas havia algo na fera que o fez pensar diferente. Parecia ameaçador e não um velho amigo.
"O que está tentando me dizer?" Murmurou baixo para o dragão, que obviamente não respondeu. O silenciou perdurou por instantes, nos quais não ousou desviar o olhar temendo uma surpresa que não gostaria de ter.
E então, Void piscou uma, duas, várias vezes, repetidamente para chamar a atenção do mais velho. Cillian franziu a testa, genuinamente confuso com a atitude dele. Não conseguia entender qual era o significado daquele comportamento até que o dragão abriu a boca e ele pôde enxergar a chamava vermelha subir pelo fundo da garganta. Apertou os olhos, esperando o pior. Não seria a primeira vez que Void tentava chamuscá-lo, embora, nas anteriores, era apenas um filhote rebelde.
O calor não veio, mas uma voz que o fez gelar até os ossos. O timbre grave era um misto de voz, rugido e sussurros misturados, e embora fosse extremamente assustador, soava tão fraterna que teve vontade de se aconchegar no couro endurecido e preto. Ao mesmo tempo em que parecia ser audível, tinha a sensação horrível de que ela ecoava apenas em sua cabeça como um delírio.
"Não é sobre você." A voz soou e Cillian abriu os olhos completamente em choque, encarando os dentes afiados e enormes iluminados pelo fogo interno. "A sua maldição nada tem a ver com isso. É muito maior do que pensa, está fadado a reverter o destino." Continuou, deixando o changeling completamente chocado pela primeira vez em anos, pela primeira vez desde Makaela. "A quem chama de inimigo, tem mais em comum do que pensa. Aqueles que dominam a magia são vítimas e não criminosos."
E como se nada tivesse acontecido, Void fechou a boca e se enrolou ao redor do changeling, que permanecia estático, em um transe que nunca havia acontecido antes. Por alguns instantes, pensou estar delirando. Colocou a palma sobre a própria testa para checar febre, percebendo estar mais gelado que nunca, e até procurou por picadas de animais peçonhentos nas partes descobertas de seu corpo. Procurou em sua mente todas as refeições do dia, perguntando-se sobre o gosto de veneno em alguma delas.
Nada.
Aquilo parecia tão real quanto realmente era. Voltou-se para o dragão, escalando a grande pata para ficar de frente com ele.
"O que você disse? Você disse?" Nada recebeu além do silêncio. "Dragões não falam." Corrigiu mais a si mesmo, e em resposta, recebeu um berrar de Void tão grande que o fez cair no chão. Aquilo bastou para perceber que não tinha ficado louco ainda, mesmo achando que já tivesse beirado os vários estágios da insanidade diversas vezes.
Void era a sua melhor companhia. Todos ao redor torceram e praguejaram que fossem inimigos e que o dragão seria o fruto da sua miséria e de seu karma. Em seus piores momentos, Void nunca havia o deixado, mesmo quando perdeu parte de seu peso pela instabilidade emocional do montador tão desequilibrado por dentro. Ele jamais mentiria.
Tinha certeza de três coisas: a primeira, os khajols não eram os culpados de nada, e estavam navegando em águas tão escuras quanto os changelings; a segunda, a crença criada por uma família arrogante não era apenas uma crença, e sim realidade. Se antes já se sentia amaldiçoado, agora, conseguia sentir a maldição tingindo seu sangue de um escuro tão profundo quanto o que conhecia da morte, e a sensação era horrível, como ser queimado vivo; a terceira, estava em completo pânico.
Tudo era real.
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lottokinn · 6 months ago
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               𝐓𝐑𝐘 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐊𝐘: ──── LOVE-KINN's point of view ;
O jantar trouxe muitos esclarecimentos para a cabeça confusa de Love. Talvez o principal fizesse morada quando percebeu que, apesar de toda a dor e sofrimento que carregava, seus amigos e o acampamento precisavam dela. A fenda estava prestes a se fechar, e a batalha era inevitável. Embora a mágoa causada por sua família paterna a tivesse feito derramar muito sangue, ela decidiu que não permitiria que o mesmo destino caísse sobre o acampamento.
Com a determinação de proteger seus amigos e o lugar que chamava de lar, Love ergueu a cabeça e decidiu lutar. Sabia que, mesmo que os deuses estivessem distantes e que sua mãe divina, Tique, não estivesse presente para guiá-la, ela mesma faria sua sorte. Com esse pensamento, toda a dor e lamentação fora jogada de lado, afinal não tinha espaço para lagrimas quando seu lar, seu verdadeiro lar, precisava de proteção.
Foi assim que lançou-se na batalha ao lado de seus companheiros. Lutando e se defendendo nos monstros saídos da fenda, de sua mente ao todo custo alimentando as criaturas, porque apesar de ouvir que não eram reais, pareciam reais demais para Love que esteve presente em duas guerras anteriores. O horror ainda a perseguia por algumas noites em pesadelos. No entanto, ainda era uma figura pacifica e havia colocado em sua mente que iria ajudar quem precisasse. Love viu amigos que considerava irmãos lutando desesperadamente, alguns caindo, outros se erguendo para proteger aqueles ao seu lado. Sentiu um impulso irresistível de ajudar, de fazer algo além de apenas lutar. Por isso, a cada campista que caía, Love estava lá para socorrê-los, levando-os para a enfermaria, sem se permitir parar, mesmo quando suas próprias forças começavam a fraquejar. Alguns ela ainda parava para cuidar dos ferimentos como pôde antes de voltar à linha de frente. Fez isso repetidas vezes, seu corpo se movendo de forma incansável entre a batalha e a enfermaria, como se estivesse determinada a salvar o maior número de vidas possível.
Quando a explosão veio e começou a sugar tudo no caminho, suas asas, feridas e enfraquecidas, se manifestaram novamente. Mas desta vez, algo era diferente. Uma energia vermelha envolveu as asas, conferindo-lhes uma nova força e uma camada protetora que nunca haviam exibido antes. Isso a pegou de surpresa. Não teve tempo de pensar porque ajudou alguns a saírem daquele local o mais rápido possível. Era como se, de alguma forma, a dor e a fúria dentro dela estivessem sendo canalizadas para algo maior, algo que poderia proteger não apenas a si mesma, mas também seus amigos.
Após o fechamento da fenda, se permitiu comemorar, e Love fez a contagem dos campistas em seu chalé. Tudo o que é bom, dura pouco, claro. Ao perceber que alguns de seus amigos haviam caído na fenda, sentiu o desespero a invadir. Melis, Brook, Tadeu... E tantos outros. Não! O choro veio e se permitiu colocar pra fora o sentimento de fracasso porque apesar de conseguir ter salvado tantos, ainda deixou para trás alguns que não deveriam ter caído na fenda de forma alguma desaparecendo no abismo antes que ela pudesse fazer algo para salvá-los.
Ao olhar ao redor, viu os campistas restantes – feridos, exaustos, mas vivos – e soube que ainda tinha um papel a desempenhar. Queria salvar todos, mas sabia que também precisava cuidar dos que ainda estavam presentes e feridos. Talvez ajudar os outros fosse exatamente o que ela precisava para começar a curar a si mesma. Uma vez curada, poderia também salvar os caídos e faria exatamente isso, mesmo com o coração ainda pesado, mas determinada a conseguir.
@silencehq.
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thecampbellowl · 7 months ago
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TIMELINE.
1999:
No dia 4 de fevereiro, Charlie é entregue à sua mãe mortal, a professora universitária de filosofia Eva Campbell, pela deusa Atena, na cidade de Nova York. Ela havia sido planejada cuidadosamente pelas duas para ser movida integralmente por seu formidável intelecto.
2002:
Um mês antes de completar seu terceiro ano de vida, Charlie aprende a ler. Ela passará os anos seguintes de sua infância aprendendo obedientemente tudo o que sua mãe lhe ensinava, trancada dentro de casa e sem contato com ninguém além de Eva. Charlie não fazia ideia de sua parentagem olimpiana, apesar de ter um conhecimento de cultura clássica e mitologia grega invejáveis.
2011:
Quando a guerra contra os titãs se tornou evidente, Atena alertou Eva e orientou que a mulher tirasse Charlie da cidade. Até o fim da guerra, as duas viveram em um motel no interior do estado. Charlie não fazia ideia do motivo, mas sempre havia sido ensinada a obedecer sua mãe incondicionalmente, e foi o que fez.
No mesmo ano, Eva Campbell sofre um infarto enquanto lecionava na NYU e, como não possuía parentes próximos vivos, Charlie foi entregue nas mãos do Estado. Essa seria a primeira vez que ela interagiria com outras crianças e, por sua personalidade silenciosa e isolada, se tornou vítima de bullying frequente, não conseguindo fazer amigos.
2014:
Charlie é encontrada por um sátiro no orfanato e levada ao Acampamento Meio-Sangue. Ela é levada ao chalé de Hermes, onde residirá nos anos seguintes, apesar da desconfiança geral de sua mãe olimpiana, graças à sua imensa inteligência. Ela começa a treinar arco-e-flecha e mostra facilidade com a arma.
Foi ainda nesse ano que fez três amigos que levaria para a vida: Sebastian, que chegou no Acampamento na mesma época que ela e foi seu primeiro amigo; Kit, que forjou o arco que Charlie usa até hoje e a colocou embaixo de sua asa; e Yasemin, que a defendeu de um grupo de bullies e se manteve ao seu lado desde então.
2017:
Aidan começa a praticar bullying contra Charlie. Ela já está acostumada com esse tipo de situação, mas o tamanho de Aidan e a força do filho de Ares em comparação à própria fez com que Charlie desenvolvesse grande apreensão em relação a ele.
2019:
Após o seu desempenho na guerra contra Gaia usando seu poder para ajudar o time de estrategistas, Atena finalmente reclama Charlie como sua filha e a garota se muda para o chalé 6. Charlie passa os anos seguintes fazendo o possível para se tornar invisível para os olhos alheios, com a exceção de seus poucos amigos.
Para variar, mais uma filha de Ares começa a implicar com Charlie: Daphne Gracewood. Essa implicância, porém, dura apenas até as duas serem obrigadas a saírem em missão juntas e salvam a vida uma da outra múltiplas vezes. Depois disso, acabam por construir uma linda amizade.
2022:
Charlie se torna instrutora de estratégia no Acampamento. Foi nessa mesma época que fez amizade com Candy e, ela podia não saber no momento, mas a filha de Eros se tornaria uma de suas melhores amigas.
2023:
Charlie estava no anfiteatro durante o jantar quando Rachel Elizabeth Dare anunciou a Profecia.
05/04/2024: Charlie ganha vida no @silencehq
2024:
Charlie retorna da missão com Kit e Josh para exterminar uma forja de Telequines. A missão é um sucesso e fortalece ainda mais sua amizade com Kit, além de criar uma improvável amizade com Josh. Como recompensa de sua missão bem-sucedida, ela ganha um par de pulseiras de cura. Após perceber o quanto o uso de seu poder e de sua mente estratégica foram necessários na missão, Charlie decide se unir à equipe de Estrategistas. Assim que chega ao seu chalé, Charlie é obrigada a reviver a missão que acabou de participar na tarefa passada por Quíron. Ao menos isso a faz perceber que fez tudo o que podia e, como recompensa por completar a tarefa, ganha flechas que têm o poder de causar feridas e doenças em semideuses.
Candace convence Charlie, com muito esforço, a participar do Amor Divino Estilo Semideuses. Para seu azar, seu encontro caiu no mesmo dia em que um Drakon atacou o Acampamento. Acabou se machucando na coxa, mas mesmo assim decidiu ir ao encontro na torre de observação... apenas para levar um bolo.
Charlie aceita o desafio de se tornar Conselheira do chalé 6. Em outro momento jamais acreditaria ser capaz de tanta responsabilidade, mas tudo o que passou nos últimos tempos a fez perceber que ela tinha sim o que era necessário para cuidar de si mesma e de seus irmãos. Como recompensa por seu novo cargo, ganhou uma lança de bronze celestial.
Charlie se divertiu muito com seus amigos no Waterland, onde fez para si um escudo com o símbolo de uma coruja na oficina de Hefesto com a ajuda de Stevie. Além disso, firmou um estranho acordo com Aidan: ela vai ensiná-lo técnicas de meditação, enquanto ele vai lhe dar umas aulas para usar a lança nova. Foi para o baile de Afrodite com Kit e estava se divertindo muito até o ataque do traidor e dos ursinhos assassinos. Conseguiu bolar um plano para acabar com eles usando o fogo, mas acabou queimando a perna de leve no caminho. Nada que um pouco de néctar não resolva.
Semideuses citados: @oceanhcir @misshcrror @kitdeferramentas @aidankeef @deathpoiscn @eroscandy @wrxthbornx @vitorialada
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lucuslavigne · 10 months ago
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Angels like you.
Jason Todd × Leitora.
๑: RedHood!Jason Todd, informante/hacker!leitora mas isso não é muito mencionado, angst, twt (time? what time?), Batman VS Red Hood au, menção a traficantes, menção a armas de fogo, hematomas.
Espero que gostem.
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A noite em Gotham estava agitada, as sirenes da polícia soavam por todo o bairro. Tiros e gritos podiam ser escutados, e se você não estivesse acostumada com isso com certeza estaria assustada. Sabia que logo ele viria, então deixou sua janela aberta para ele entrar sem esforços enquanto você continuava a prestar atenção no trabalho que lhe foi designando pelo Asa Noturna.
Quando ouviu algo atrás de você, se virou rapidamente, querendo ver o rapaz que te fazia ter um sentindo na vida.
— Jason. — se levantou, indo receber o rapaz ainda com seu uniforme de Robin.
— Oi linda. — te abraçou pela cintura, deixando um selar em sua têmpora direita.
— Noite muito agitada? — se sentou em sua cama, fazendo o rapaz se acomodar ao seu lado.
— Um pouco. — riu. — Briguei com o Bruce.
— Sinto muito. — colocou a mão na coxa do mais alto.
— Não sinta. — te puxou para o próprio colo, te abraçando com firmeza.
Você apenas aproveitou o toque, agradecendo ao universo por ter protegido o seu Jason.
Já fazia mais de uma semana que Jason não aparecia. Seu coração doía em dúvida, queria saber onde ele estava, se Bruce estava com ele, ou se ele estava vivo. Já estava cansada de sentir esse vazio em seu peito, essa dor incessante que insistia em te perturbar.
No meio dessa imensidão ruim que estava em sua mente, o homem morcego adentrou em seu quarto sem ser percebido, só fazendo presença quando te chamou.
— Senhorita. — reconheceu a voz do Wayne.
— Onde o Jason 'tá, Bruce?— fungou, evitando olhar nos olhos penetrantes do homem.
O silêncio ensurdecedor foi o suficiente para te fazer entender a resposta não falada do cavaleiro das sombras.
— Sinto muito. — disse.
— Agradeço a consideração que tem por mim, Bruce, mas preciso ficar sozinha. — se deitou e virou para a parede.
— Caso julgue como necessário a minha ajuda, sabe onde me encontrar. — e pulou pela sua janela.
— Obrigada. — respondeu mesmo sabendo que ele não havia escutado. Afinal, o Batman está sempre com pressa.
E você continuou alí, sentindo as lágrimas te consolarem.
Seu costume de deixar a janela aberta nunca sumiu. Cinco anos, cinco longos anos vivendo sem o seu Jason. Sem o calor dele na sua cama, sem os flertes bobos, sem nada. Só a dor e as lágrimas te perseguiam desde a notícia que Jason se foi. Olhava todo dia o álbum de fotos de vocês, observava cada fotografia alí com muito amor, carinho e saudade, sentindo a falta do seu amor.
Você se assustou quando escutou o barulho de passos atrás de você, se virando com pressa, vendo um homem com uma máscara vermelha na sua frente, ajoelhado, com duas armas na cintura, uma de cada lado.
— Quem é você?! — perguntou assustada enquanto tentava se afastar, não funcionando muito bem, já que o homem agarrou sua cadeira, fazendo ela ficar parada.
— Capuz Vermelho. — respondeu. — Mas você já me conhece gatinha.
— Sai daqui! — tentou chutá-lo, mas em vão, já que ele desviou.
— Não precisa ficar assustada minha linda. — levou as mãos até a máscara, apertando um botão para a abrir, a retirando de seu rosto, revelando uma franja conhecida e um par de olhos verdes escuros olhando para você com um sorriso de lado. Era Jason Todd alí. O seu Jason.
— Jason! — você se levantou e o abraçou fortemente, sentindo seus as lágrimas descerem pelo seu rosto até a jaqueta que ele usava.
— Não precisa chorar meu amor... — limpou suas lágrimas. — Eu 'tô aqui... — beijou sua têmpora.
— O Bruce disse que... — fungou.
— Eu sei. — te respondeu. — Mas eu voltei p'ra você. — sorriu. — Eu 'tô limpando Gotham. — te levou para a janela. — Eu vou fazer o que o Batman nunca teve coragem de fazer.
— Eu tenho que ir linda. — soltou sua mão.
— Cuidado Jason. — o olhou preocupada.
— Não precisa se preocupar. — te beijou antes de ir.
Todos os dias eram assim, perigosos para Jason, e angustiantes para você.
— Você... — engoliu seco. — Matou todos os maiores traficantes de Gotham? — o olhou nervosa.
— Sim. — segurou sua cintura. — E essa noite eu acabo com tudo, desde o começo.
— Não tem que ser como eles, Jason. — colocou sua mão no peitoral forte do mesmo. — Você não era assim.
— Esse Jason morreu, S/N. — falou. — Eu vou ser melhor que o Batman.
— Não desse jeito. — retrucou.
Jason te olhou um pouco surpreso, já que você havia falado a mesma coisa que Bruce tinha o falado horas antes.
— Como você vai ser melhor que o Batman, agindo como um criminoso Jason? — perguntou. — Você sabe quantas noites eu fiquei sem dormir? Quantos dias eu fiquei sem comer? Tudo isso porque eu ficava preocupada com você. — o encarou com os olhos marejados. — Isso desde os seus dias como Robin.
— Ele não se importou com a minha morte. — falou sem olhar em seus olhos.
— Ele mais do que qualquer um se importou Jason. — apontou o dedo na face do mais alto. — Ele se culpa por tudo o que envolve você, ele acha que é culpa dele o sofrimento que você passou.
— E mesmo assim deixou aquele palhaço maldito viver! — respondeu.
— Você me mataria por causa do Bruce? — perguntou.
— Óbvio que não! Você é minha vida! — respondeu rapidamente.
— Agora entenda o Bruce. — o olhou duramente. — Ele não mata ninguém porque fez uma promessa para os pais, você mais que ninguém deveria saber disso. — virou as costas.
Jason queria ir embora dali, mas ele precisava de você para viver, para ter força.
— É diferente. — tentou sair por cima.
— Não! Não é. — se virou novamente. — Você voltou p'ra mim, mas você não é o Jason que eu conheci. — algumas lágrimas desceram por suas bochechas. — Você não é o Jason que me amou, não é o Jason que queria sempre aprender mais com o Bruce, não é o meu Jason. — começou a chorar.
Seus joelhos cederam, te fazendo cair no chão enquanto suas mãos cobriam seus olhos.
— Amor... — se ajoelhou na sua frente.
— Saia dessa vida Jason, por favor. — o abraçou com força, chorando desesperadamente. — Deixa o Bruce te ajudar! — o seu choro só se intensificava.
O Todd não podia deixar de se culpar por te fazer passar por todo esse sofrimento sozinha.
— Por favor Jason! — o encarou com os olhos cheios de lágrimas incessantes. — Você vai acabar morrendo nessa vida. Eu não quero te perder de novo! Eu já te perdi uma vez, não posso perder outra. — seu peito doía com tamanha angústia.
— Me desculpa princesa. — afagou seus cabelos. — Você deve desejar que a gente nunca tivesse se conhecido naquele museu. — falava calmante. — Você me deu tudo de você, tudo e mais um pouco. Te coloquei de joelhos todos esses anos longe, te fazendo pensar que eu 'tava morto. — te abraçou mais forte. — Mas enquanto isso eu 'tava planejando um assassinato em massa. Eu te fiz sofrer sozinha desde sempre e eu nunca percebi. — percebeu seu corpo se acalmando enquanto acariciava suas costas. — Não é culpa sua que eu tenha estragado tudo, também não é sua culpa que eu não possa ser o que você precisa. — suspirou. — É que anjos como você não podem viver essa vida que eu escolhi viver. Não podem ser destinados a terem as mãos cobertas de sangue.
Seu coração havia se aliviado um pouco, mas continuava a temer a vida de Jason. Não queria perder seu amor novamente, não queria que a polícia continuasse o procurando. Queria seu Jason de volta, aquele que se importava com a vida dos inocentes, o que era feliz, sem amargura ou mágoa no coração.
— Me prometa que vai deixar o Bruce te ajudar. — falou baixinho. — Me prometa.
— Eu prometo meu bem. — selou seus lábios com ternura. — Agora vamos dormir, você já se preocupou muito hoje. — te pegou no colo para te colocar delicadamente na cama, deitando na sua frente.
— Eu te amo Jason. — confessou. — Com toda a minha vida.
— Eu também te amo com toda a minha vida. — te puxou para perto, te deixando finalmente descansar depois de muito tempo.
A luz do Sol batia em seu rosto, aquecendo a sua pele. A respiração de Jason contra sua nuca te arrepiou, te arrancando um sorriso, fazia muito tempo desde a última vez que se sentiu assim.
Se virou tentando não se mexer muito, queria deixar Jason descansar já que você sabia que ele havia brigado feio com Bruce, ele estava com vários hematomas no rosto e deveria haver mais pelo resto do corpo. Apreciava o cabelo castanho escuro caindo pelos olhos fechados, os lábios bonitos secos por conta do clima e as bochechas levemente coradas naturalmente. Jason era perfeito aos seus olhos.
— Me admirando princesa? — sorriu.
— Com certeza. — riram.
Fazia anos que não sentia o coração tranquilo assim. Jason realmente era tudo o que você precisava.
— Eu preciso de um banho. — Jason falou enquanto se alongava.
— Pode ir, tem algumas peças de roupa que você deixou aqui. — o disse. — E se precisar de ajuda com seus machucados...
— Obrigado. — te beijou. — Eu volto logo.
Você se levantou e arrumou a cama, indo procurar algumas roupas para Jason enquanto ele ainda estava no banho. Quando as encontrou, as deixou em cima de seu travesseiro para que ele pudesse ver.
— Precisa de alguma coisa? — o perguntou.
— Só de ajuda com esses machucados aqui. — respondeu.
— 'Tô entrando. — a abriu a porta, finalmente vendo os ferimentos que estavam no corpo de Jason. — Pelo visto a briga foi feia. — pegou o kit de primeiros socorros dentro do armário do banheiro.
— Já tive brigas piores. — te tranquilizou.
— Fique parado. — falou enquanto segurava um algodão em uma pinça, colocando um pouco de rifocina para auxiliar na cicatrização dos machucados.
— Aish... — resmungou.
— Sinto muito. — se desculpou.
— Tudo bem gatinha, só continua. — segurou sua mão livre delicadamente.
Já tinha cuidado dos machucados de Jason outras vezes, mas dessa vez era diferente.
— Prontinho. — sorriu.
— Obrigado. — te abraçou, escondendo o rosto em seu pescoço.
Apenas o abraçou de volta, o medo de tudo ser um sonho te assombrando.
— Nunca mais me deixe sozinha. — falou.
— Não vou, eu prometo. — falou. — Mas agora temos que ir ver o Bruce, não é? — te olhou.
— Temos sim. — respondeu.
Agora sim você reconhecia o seu Jason.
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urbanfeelings2 · 1 year ago
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Caro Eu, estou escrevendo essa carta porque preciso dizer algumas coisas para você. Saiba que elas não serão coisas bonitas, mas, serão libertadoras. Há um tempo você tem tentado se encontrar nesse mundo. Muitas vezes, em seu quarto, você chorou em silêncio, tentando compreender porque essa ferida nunca se fechou. Muitas vezes, de joelhos, você buscou a paz, respostas, tentando abraçar o melhor de si. E houve um tempo que você conseguia realinhar seus caminhos, viver com menos dor. Mas nunca, totalmente. Várias partes do seu corpo ainda estão feridas e provavelmente estarão até o fim. Eu sei, você só queria ajudar as pessoas, só queria dar a elas um motivo para acreditar, para sorrir, para sentir que esse mundo não é tão cruel. Mas, você sabe muito bem que as coisas mudaram. Os tempos são outros, o lugar que você vive é outro e você precisa recuar alguns passos para conseguir sobreviver. E eu sei, você, na sua mania de perfeição, de não querer desapontar os outros, já deve estar sentindo o quanto dói sacrificar algumas coisas. Principalmente coisas que você considerava importantes (e nunca deixarão de ser). Só que, às vezes é preciso se afastar para se curar, e no seu caso, se recolher em sua casa. Você não precisa sofrer os abusos e agressões da sociedade. Pelo menos, você pode se proteger disso. Você pode "controlar" algumas coisas. Você pode "apagar" a sua existência por algumas horas. Você pode ler um livro que não vai te levar a um surto, como você teria se estivesse na fila de um supermercado. Você pode tapar os ouvidos com protetores e silenciar o caos. Você pode olhar mais para dentro de si, se enxergar pelos seus olhos em vez dos olhos das pessoas. Você pode conhecer e sentir onde estão as suas cicatrizes e até abraça-las, confortá-las, beijá-las. Essas palavras podem ser difíceis de serem lidas, eu sei. Muitas coisas podem estar passando pela sua mente agora, mas, você precisa entender que precisa voltar para o casulo e fortalecer as suas asas. Você precisa descansar. Para quando você desabrochar de novo, ser uma nova borboleta, com asas ainda mais firmes, fortes e brilhantes.
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deirdrecolmain · 27 days ago
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Task 02 - Core memories
Dizer que estava ansiosa era quase redundante, como poderia ser diferente após chegar em Hexwood, sendo essa a primeira vez que ficaria tanto tempo longe dos pais e suas cobranças… Claro, elas ainda viriam marcadas pela tinta negra no papel, contudo, talvez fosse menos doloroso ler do que ouvir as palavras rígidas. Deirdre sabia o que lhe era esperado e considerando o evento de sua infância e seus próprios estudos, poderia-se dizer que ela possuía alguma noção de qual divindade poderia lhe escolher e esperava apenas ser capaz de honrá-la e a orgulhar. Não era incomum na linhagem dos Colmain que fossem acolhidos por deuses da guerra ou morte, possivelmente os apreciavam por suas medidas sangrentas e brutais que tomavam em suas terras. E talvez fosse isso que a deixasse mais nervosa a cada passo que dava, o que faria se estivesse errada? O que faria se não estivesse à altura do nome de sua família? E se fosse… Fraca? 
Não. Ela não pensaria nisso, era Deirdre Maeve de Colmain, nomeada em homenagem a duas figuras importantes e que eram dignas da Casa Colmain. Os passos se tornaram mais confiantes pelo corredor conforme era guiada até a sala, agora determinada a garantir que tudo acabaria bem para ela. Ensinada desde cedo, sabia muito bem como tudo aquilo ocorreria, ainda que não esperasse o leve ardor quando por fim a fumaça do sacro cardo foi inalada, mesmo assim se ajustou no lugar e limpou a mente conforme a fumaça era inalada. Dizer que demorou mais do que achava que iria não seria de se admirar, sempre havia sido inquieta demais para focar em meditações, mas estava se esforçando mais, apenas precisava deixar a mente limpa e em ordem. 
Por alguns segundos ficou incerta se saberia dizer quando teria dado certo, mas foi quando não sentiu mais cheiro algum que se permitiu abrir os olhos e a ruiva não sabia bem o que esperava… Mas talvez nada se equipare à beleza daquele lugar, tão etéreo que parecia um sonho. A grama verde parecia se estender em um campo sem fim, ao olhar para baixo percebeu que estava ajoelhada ao lado de um riacho com a água mais límpida que já havia visto, contudo não houve exatamente muito mais tempo para que admirasse a beleza do superno, antes mesmo que pudesse levar uma das mãos a água escutou um bater de asas. Quando os olhos castanhos se ergueram havia um belo corvo sob uma enorme pedra não muito longe dela, tentou se erguer e se aproximar mais, contudo se sentiu tonta e presa onde estava. 
❝Poupe suas forças, criança.❞ O tom de voz feminino era firme e soava mais como uma ordem do que uma sugestão, o estranho foi que pensou a ouvir quase como ecoando e quando os olhos se ergueram novamente… Se deu conta de que estava em frente a pedra e já não era mais apenas um corvo, mas sim três. De alguma forma, se sentiu contente e até mesmo agraciada naquele momento em presenciar a deusa em sua forma tríplice, mas não houve muito tempo para pensar sobre isso visto o cenário pareceu mudar rapidamente se tornando mais escuro, Deirdre se viu rodeada de cadáveres cobertos de sangue e irreconhecíveis, a única certeza é que tinham sido mortos com magia. ❝O que vê é o que sua linhagem carrega… Sua linhagem é banhada em sangue.❞ 
Sabia toda a história de sua família e mesmo crescendo ouvindo o lado deles, reconhecia que poderiam ser cruéis, mas havia aprendido desde cedo que a morte era necessária, fazia parte do ciclo da vida. Como se a deusa pudesse ouvir seus pensamentos, os três corvos levantaram voo, circulando a ruiva. Ela olhou para as próprias mãos e percebeu que estavam cobertas de sangue, assim como suas roupas. O líquido parecia queimar como fogo em sua pele. ❝Você teme o que carrega, mas também o utiliza. Proteger seu povo, sua família, é sua força… e sua maldição. Você os defenderá, mesmo que isso lhe custe a alma.❞ A imagem do irmão gêmeo de Deirdre, Declan, surgiu em sua mente. Ela se lembrou do sonho que teve na infância, lembrou de ter o alertado e no fim… Nada o impediu de cair, todo o sangue ao redor dele e o corvo pousando na árvore, ela desesperada chamando pela mãe e implorando para que o corvo partisse. ❝Em você, vejo o equilíbrio entre a lâmina e o escudo. Você carrega a marca de sua linhagem, mas também o desejo de proteger. Honre-me, e eu a honrarei.❞
Agora a fala parecia alternar entre os três corvos que mesmo que a voz fosse a mesma, parecia ter sutis diferenças, foi quando os três pareceram voar rapidamente em sua direção que Deirdre fechou os olhos com força. Deirdre sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, um peso tão esmagador quanto reconfortante. Morrigan desapareceu tão abruptamente quanto havia chegado, e ela acordou na sala da pira sagrada, com o cheiro do sacro cardo impregnando o ar. Suas mãos tremiam, mas, quando olhou para elas, percebeu que não havia sangue. Apenas a sensação de algo... maior. 
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klimtjardin · 10 months ago
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DREAM()SCAPE: a receita da coerência, coesão e aclamação | Análise
{Aviso de conteúdo: longuíssimo | Introdução | Da construção estética | Do MV | Do álbum | Conclusão}
Caras leitoras, como estão? Quem aí não aguenta mais lançamento atrás de lançamento pode levantar a mão?! Eu, como boa jovem-senhora ranzinza, gosto das coisas num ritmo devagar e orgânico. Mas caduquices à parte, hoje me encontro aqui para falar sobre o comeback mais recente do Dream.
A primeira coisa que sabemos é que ele é um dark concept, e quando a empresa revela um conceito vocês já devem imaginar que ele irá liderar todo o tom da orquestra.
Então, vamos lá?
Introdução
Essa seção se trata de uma rápida análise de ISTJ, para entendermos o trabalho anterior e como chegaremos na sequência dele.
Dream()Scape é antecedida por um álbum maduro, recheado, mas ainda com a carinha do velho NCT Dream, que aparece em músicas como Skateboard e Yogurt Shake, o clássico Bubblegum Pop do Dream. Não é um álbum de início, meio e fim, porque não conta uma história fechada em si. As músicas seguem mais uma sequência estética {gênero por gênero} do que uma narrativa.
Quanto ao visual, não tenho reclamações. É um dos álbuns mais lindos do Dream, tanto no conteúdo digital {MV e teasers} quanto graficamente {álbum físico} e difícil competir com ele nesse quesito.
Da construção estética
Vamos dar sequência pelo momento em que Klimklim tenta entrar na mente dos diretores de arte do projeto para adivinhar de onde surgiu a conceituação e quais foram as referências.
O meu chute aqui é o dreamcore como base. O dreamcore seria uma estética pautada na bizarrice dos sonhos, tendo como símbolos espaços vazios ou liminares, borboletas, cogumelos, olhos...
Essa ideia nos lembra um movimento de vanguarda famoso chamado surrealismo... Não apenas este como outras referências de arte e também da cultura pop, que veremos mais adiante.
A capa de anúncio é o segundo contato que temos com a conceituação:
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Fig 1. Poster de schedule
Preto, cinza e vermelho sempre é uma boa combinação quando se trata de um conceito dark. Me chama atenção o detalhe do bordado. Faz muito tempo que imploro mentalmente e no chat da minha amiga para que a SM traga mais o artesanal para suas criações. Convenhamos que só não o fazem porque demanda tempo, e nesse caso, tempo é dinheiro.
Na foto teaser do Mark começamos a fazer uma ideia do porquê do bordado da capa:
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Fig 2. Teaser icantfeelanything Mark
O coração que Mark segura {eba, feito a mão!} está espetado. A relação estética fica com o ato de espetar/perfurar/remendar e o bordar.
Kpoper velha tem dejavu de voodoo doll do vixx
Antes de falar do surrealismo, quero pontuar a escolha de cores e iluminação dos retratos, que me lembram a forma peculiar que Van Eyck {artista do renascimento do norte} pintava suas obras:
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Fig 3. Casal Arnolfini
O vazio é valorizado nas fotografias, tanto pelo olhar vazio dos membros em relação à câmera, quanto dos espaços vazios.
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Fig 4. Teaser icantfeelanything Jeno
Percebo aí o surrealismo de Frida Kahlo, pelo lado mais grotesco/perturbador. Assim como os sonhos de Dalí e Magritte, mas também o expressionismo do vazio por Hopper.
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Fig 5, 6, 7, 8.
É dito que o álbum é sobre o Dream "simpatizar com as preocupações dos jovens que têm dificuldades no seu cotidiano, para vencer e crescer juntos."
A ideia do vazio que sentimos quando nos tornamos adultos e toda essa gama de emoções, o coração partido pela vida, as asas que criamos, mas que também são incendiadas pelo mesmo motivo, são bem representados nesses teasers!
Logo em seguida somos apresentados aos vídeos "() scape film", que posteriormente figuram como mini clipes para cada música, tornando nosso álbum visual. Nestes capítulos, dos quais não vou me aprofundar, percebemos a influência de Matrix, referência velha conhecida das Czennies, com essa questão dos sonhos e das pílulas. Um Dream menos "punk", apesar das armas, e mais polido, mas o vazio polido desta vez não me incomoda, por conversar com toda essa ideia do conceito.
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Fig 9. Scape film chapter 5
Finalmente os teasers do MV "Smoothie"! Que de primeira já me dão uma impressão Alice no País das Maravilhas, com essa foto do Dream saída de dentro de um buraco e o cabelo laranja do Jisung:
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Fig 10. Teaser Smoothie
Os teasers individuais dão um banho de montagem {bem feita, graças a Deus}, em que essa questão do vazio se repete. O foco é nos membros, nessa vibe cibernética a lá Aespa, porém muito, muito polida, diferente das meninas que apresentam bastante informação visual.
Depois, ainda tivemos os teasers "Dirty Smoothie", com claras referências à Boom, e, igualmente aos outros, de uma qualidade imensa.
Minha opinião até agora: "Klim, você acha que a construção visual foi coerente?" Bem, vamos pensar que em quesito teaser, esses servem não só para ditar a vibe do álbum {das músicas}, mas como uma prévia das fotos que terão nos photobooks. Acho que sim, existem vários pontos, que apesar de não serem idênticos, se assemelham, captam a mesma ideia. Eu gostei, sim! E pela primeira vez na história das reviews, não tenho críticas quanto a isso.
Do MV
Os clipes do Dream geralmente são os que menos seguem uma linha estética e misturam mais conceitos; até nisso podemos perceber que Smoothie foi diferente. Já comentei sobre as referências à Boom, mas, de certa forma, também à Kick It do 127, trazendo essa "conversa" entre unidades. Bem como à Fruit Ninja {genial!} e um pouquinho de Jogos Vorazes, senti também, quando Jisung e Haechan aparecem fazendo "circuitos".
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Fig 11. Jaemin Fruit Ninja, dá um wallpaper lindão!
A historinha é bem simples: os membros reunindo ingredientes para fazerem o Smoothie, mas que foi contada de uma forma tão bonita e madura. É um MV com um visual bem mais polido do que seus antecessores, e por polido não quero dizer vazio, são coisas diferentes.
Se trabalha com uma paleta de cores fixa, ponto para a direção de arte! Cores fortes como vermelho e roxo e o contraste do preto e branco puros. O preto traz muito essa ideia do amadurecimento, já que é uma cor que nos remete à seriedade e autoridade.
Sim, houve uma abundância de CGI, mas que dessa vez vou passar pano, porque as outras cenas foram bem montadas. Apesar dos objetos de cena serem mínimos, achei que eles seguraram essa estética minimalista bem. Quase um contraponto aos demais clipes do Dream que costumam ter uma quantidade normal de coisas acontecendo.
Adendo às cenas mais lindas que são o Haechan nesse fundo vermelho e os dancers todos de branco aqui foi cinema:
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Figura 12 e 13. BANHO VISUAL dessas cenas em que aparecem o Haechan e que, não posso deixar de perceber, fazem alusão à "Criação de Adão" do Michelangelo.
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Fig 14. Coloquei aqui só porque achei lindo isso!
Achei tão lindo eles encerrarem com a cena da "Santa Ceia" do Dream, todos vestindo preto, visual muito mais maduro, que eu sinceramente esperava de Ridin' e não recebi.
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Figura 15. "Santa Ceia" do Dream.
Do álbum
Pulos de alegria por se tratar de um EP e não um álbum completo! Juro que se a SM jogasse mais uma carteada de 12/16 músicas, daquele jeito que costumam fazer, provavelmente nem ia me dar ao trabalho de ouvir sei que ninguém aguenta mais. Coisa que não entendo... O 127 já já vai ficar desmembrado por conta dos alistamentos, a empresa tem por alto uns nove anos explorando as demais unidades do grupo; sem necessidade de afobação! Anyways, o álbum trabalha a relação de crescer, amadurecer, virar adulto e, olha, realmente esperava mais do mesmo, mas não!!! O que veio foi um deleite!
Por que o nome Dream()Scape? Será que eles estão tentando escapar de um sonho? Enfrentar o mundo real? Ou, ao contrário, usar os sonhos como escape para suas dores?
Icantfeelanything: Pera lá que começamos potentes! Alguém mais percebeu claras influências de The Neighbourhood, tanto na sonoridade quanto nas letras? Como acompanhei a banda bem na era Wiped Out! fiz relação de cara!!! E!!! Quem diria que combinaria tanto com o Dream?! É uma música bem cinematográfica, dados os adlibs ao fundo, o início e o refrão final em um tom épico, uma ótima escolha de abertura e que... Pasmem! Dita, sim, o tom do álbum. Os versos 'Im not afraid to be brave' e 'Cause I'm lost and confused' desenham toda a historinha que precisamos saber sobre o resto do álbum. Tem um refrão vazio! O que nesse caso é ótimo, porque fecha toda a narrativa. No final, Jisung termina com 'Escape from reality and dream beyond', então, minha dúvida do início é respondida com: os sonhos são uma forma de escapar da realidade dura.
Smoothie: como faixa título? Gostei, sim! Aqui quase se usa uma narrativa de jornada do herói. Não tão boa quanto o Taeyong, por exemplo, usa na série 404, mas é bem melhor do que muita coisa que já colocaram em álbum do NCT aí a fora hablo mesmo. Pelo que pesquei é sobre pegar os traumas e fazer deles um smoothie para ter energia. Manjadíssimo, mas não deixa de ser uma mensagem legal. Me incomoda um pouquinho o tom sério que se coloca nesse tema, prefiro a vibe do Wish nesse quesito, mas cada unidade com seu sabor, ner? O som vai para os lados de ISTJ, sem tanta poluição. Hot Sauce também, {comes & bebes} os sonzinhos de sucção dão àquela autenticidade gostosa! Mas não deixa de ser batida + syhth manjado e o último pré-refrão indo para os lados r&b com uma guitarrinha bem gostosa queria ter ouvido mais disso, inclusive.
BOX: é uma pegada Linkin Park {sim, na minha cabeça!} que Ay-Yo também nos traz, com esses sons dissonantes de início {parecido com Numb}. O 'Nobody locking me up' do Haechan, abafado, como se ele mesmo estivesse numa caixa, genial. Delícia de refrão e pós refrão!!! Delícia de rap do Mark!!! E preciso nem dizer que tudo o que um jovem despreza é ser colocado numa caixinha... Acho que minha favorita e da maioria também.
Carat Cake: tem um início Dream Pop; gostaria tanto que se estendesse por toda música {como On The Way}, o que não acontece, infelizmente. O "wow, wow, wow" confesso que me enjoa um pouco e tira o brilho da música para mim, poréeeem, serve para deixar a música na sua cabecinha por uma boa quantidade de tempo. A sonoridade ajuda bastante a adicionar à narrativa e tornar o álbum brilhante {como a própria letra diz}!
Unknown: Ai, é uma música tão bonita! Já estava eu a sentir falta do synth pop do Dream, como eu ANL, e eles vieram com essa letra que é um conforto. De todas, essa é a música mais The Neighbourhood do álbum. No final do refrão, principalmente, me lembra The Beach e Prey.
Breathing: no início pensei que essa fosse ser uma balada, mas não! Ela fecha o álbum tão bem quanto Icantfeelanything o abre. Com aquele gostinho de "viu? vai ficar tudo bem, tô aqui", que o Dream adora jogar na gente, e entrega bons vocais.
Conclusão
Dream()Scape, num todo, é o álbum mais coeso e não tenho vergonha de dizer brilhante do NCT inteiro. Pode ser que as músicas não agradem todo o público, mas nunca antes na história dessa Neocity foi entregue um trabalho com tamanha construção de narrativa. Finalmente, um álbum com início, meio e fim, e coerência, cujas músicas combinam entre si, com elementos que se repetem e reforçam a mesma ideia. É meu álbum preferido do Dream? Não, ainda não, gosto demais de Glitch Mode e Hot Sauce para afirmar isso, só devo reconhecer a obra prima que Dream()Scape é. Parece que a SM parou de brincar com o nome dos meninos e finalmente resolveu aprender a construir um álbum.
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vitorialada · 6 months ago
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♡ Invicta (Aήττητη, Aíttiti) é a espada feita de bronze celestial de Stevie, forjada pelos ferreiros do Acampamento Meio-Sangue nos moldes de um gládio. Sua guarda possui o formato de um par de asas aberto, uma alusão à deusa da vitória, que toma vida quando a arma está distante demais da semideusa; com um assobio, ela pode convocar a espada de volta à sua mão, independente do quão longe esteja, contanto que Invicta possa voar até ela.
Sua arma primária, Invicta foi a primeira adição ao arsenal pessoal de Stevie, mas a criação dela é recente. Em seus primeiros anos de campista, apenas usava armas e equipamentos disponibilizados pelo Acampamento. Depois de meses de treinamento básico, afeiçoou-se à luta com espadas e ao modelo comumente produzido pelos Ferreiros de Hefesto, o clássico gládio grego, e, então, com duas contas em seu colar, encomendou uma especificamente para ela. Ainda prefere usar o metal grego padrão para suas armas, mas, por associar Niké ao ouro e ao dourado, todas elas são um pouco menos avermelhadas do que a cor verdadeira do material — uma mudança puramente estética e, mesmo assim, que exige toda vez que encomenda um item novo.
♡ Contenda (Νεῖκος, Neíkos) é um escudo de bronze celestial comissionado por Stevie a Kaito Aoki, filho de Hefesto. Ele é o par de sua espada, um escudo grego (áspide) com um par de asas abertas, também de bronze celestial, em seu centro. Quando o escudo é chamado por Stevie, suas asas tomam vida, se esticam e voam até a semideusa. Além disso, o escudo possui a propriedade especial de mandar de volta qualquer golpe, magia ou projétil que for defendido por ele, fazendo com que o dano ou encantamento ricocheteie e bata na pessoa que tentou causá-lo.
Stevie diz que se sente o Capitão América quando usa Contenda, já que o escudo está sempre cortando os céus do campo de batalha. Ainda que, às vezes, prefira lutar somente com a espada, por ser mais leve e oferecer-lhe mais versatilidade, o escudo completa o conjunto e a faz se sentir uma verdadeira guerreira. Usou-o pela primeira vez em uma missão para contatar o Acampamento Júpiter, pouco tempo após a abertura da Fenda no Acampamento Meio-Sangue, e, apesar da missão ter falhado, o escudo foi essencial para derrotar harpias e myrmekos que emboscaram seu grupo.
♡ Sua Adaga de Arremesso é uma adaga de lâmina de ouro imperial com um diferencial bastante notável: ela nunca errará o alvo. Sempre em conexão com seu portador, depois de estabelecido um alvo na mente, o acerto é garantido. Stevie apelidou-a de Conquistadora (Κατακτητής, Kataktitís) e normalmente reserva-a para emergências, já que prefere lutar com a espada e o escudo.
A adaga foi cedida ao Acampamento pelos deuses e é a única arma de Stevie em outro material que não bronze celestial. Também é a única que não foi encomendada ou feita especialmente para ela, portanto, foge do visual compartilhado entre as restantes — especificamente, as decorações de asas e penas —, mas, sendo incapaz de errar o alvo, Stevie aprecia a capacidade de se livrar de um aperto ou de impressionar garotas com sua “mira impecável”. Ademais, possui-la rendeu o hábito de praticar com armas de longa distância e treinar sua agilidade em batalha.
♡ Entre as armas, Ventania (Aνεμος, Anemos) é a adição mais recente. Feito de bronze celestial, o bumerangue quase parece uma pequena asa metálica, uma de suas pontas desabrochando-se em penas de bronze enquanto a outra se parece mais com a forma de um modelo comum. A excelência de um ferreiro experiente foi mais que necessária para que seu peso fosse balanceado apesar do formato assimétrico. Além disso, ainda que o propósito do bumerangue seja retornar à mão de seu arremessador, Ventania possui uma propriedade parecida com as armas aladas de Stevie: ele sempre retornará à mão dela, magicamente, não a permitindo o erro de não agarrá-lo de volta.
Novamente, Stevie procurou Kaito Aoki para forjá-la, pois sabia que o filho de Hefesto estava em perfeita sintonia com suas ideias depois de fazê-la Contenda. Nascido da necessidade do Acampamento Meio-Sangue de novas armas, logo antes do ritual de fechamento da Fenda, ele também nasceu de uma brincadeira entre Stevie e o ferreiro — já usava seu escudo como bumerangue, mas e se ela tivesse um bumerangue de verdade? Se beneficiaria de um encantamento no futuro, afinal, não era uma arma muito poderosa ou mesmo eficiente, porém, com o tempo apertado até o ritual, ela decidiu que cuidaria disso depois. Por ora, o bumerangue ainda é excelente para golpes contundentes e atrapalhar inimigos, que podem se distrair com a cena do objeto voando sobre suas cabeças ou mirando em seus rostos. Quanto à origem do nome, bem, a semideusa não pensou muito — o bumerangue é tão rápido que gera uma pequena brisa quando está no ar, e os Anemoi também são os deuses dos ventos.
♡ Suas Botas Aladas são um par de botas com asas nas laterais que lhe dão a habilidade de voar e mover-se rapidamente. Elas foram dadas a Stevie na Cerimônia de Honra e Glória, sediada após os semideuses enviados na primeira leva de missões dadas por Zeus retornarem ao Acampamento Meio-Sangue, embora ela não acredite que de fato as mereceu por sua missão ter fracassado. ♡ Sua Armadura de Resistência é feita de bronze celestial, um peitoral feito sob medida para Stevie na oficina de Waterland. Suas ombreiras têm o formato de asas, para combinar com as armas de sua portadora e representar as asas de Niké. Stevie a aprimorou pela Double Trouble e, agora, a armadura torna seu portador resistente a ácido e venenos enquanto ele a vestir. ♡ Sua Poção da Rápida Recuperação é um líquido esverdeado que, ao ser ingerido, acelera a cura do usuário, permitindo que se recupere rapidamente de ferimentos leves. Se tomada mais de uma dose por dia, o efeito colateral é ter enxaquecas de três dias. Stevie a adquiriu na Double Trouble. ♡ Seus Caramelos da Invisibilidade são doces que, ao serem comidos, tornam o usuário invisível. A duração é de 5 minutos por caramelo, no entanto, seu efeito de invisibilidade não é perfeito e pode causar desorientação. Stevie os adquiriu na Double Trouble.
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