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Aristófanes e a Liberdade de Expressão na Sociedade
...quando a liberdade de expressão é limitada, restringida ou controlada, o resultado é o império da vaidade e a perpetuação da ignorância...
A liberdade de expressão é um direito fundamental que permite que os cidadãos se expressem livremente, debatam ideias e critiquem o governo. Ela permite que os cidadãos expressem suas opiniões, ideias e críticas de forma livre e aberta, contribuindo para o debate público e o avanço social. Através da sátira e da crítica construtiva, é possível expor as falhas e hipocrisias das figuras de…

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No início deste ano, passei pela melhor pior fase da minha vida. Isso mesmo. Ainda que seja paradoxal e até um tanto sarcástico, eu conheci a melhor forma de enfrentar o pior, através do enfrentamento de sofrimentos passados. Finalmente decidi abrir meu baú de tralhas, jogá-las fora e substituí-las por memórias.
Vivi muitos anos da minha vida com o pensamento equivocado de que colecionava memórias, quando na verdade estava acumulando lixo, e sabemos que tal hábito não é saudável – tanto material quanto emocional e psicologicamente. Aqui você pode começar a pensar que a leitura vai ser cansativa, pois todos enfrentam demônios e se machucam ao saltar do ninho durante a vida e isso não seria novidade.
Entretanto, gosto de pensar que se este fato fosse realmente fato, não existiriam tantos pássaros presos em gaiolas abertas – assim como eu estava. E que sensação estranha quando percebemos que a gaiola estava aberta o tempo todo e que simplesmente não enxergávamos a imensidão que havia além dali. E como, talvez, teria sido mais fácil se alguém pudesse ter mostrado isso de forma fatídica e direta – será que eu teria concordado ou mesmo prestado atenção? Não.
Essa coisa toda da libertação de uma gaiola aberta só acontece quando conseguimos enxergar, por nós mesmos, que nascemos pássaros, somos empurrados do ninho e, muitas vezes, a queda nos machuca – ou mata. Como estamos aqui, é certo que não morremos e aprendemos a voar, apesar dos ferimentos temporários da primeira queda. Contudo, a pressão externa que absorvemos de que existe um voo perfeito ou a crença adquirida – e completamente equivocada – de que não nascemos para voar, nos leva a gostar do conforto ilusório da gaiola aberta.
Existe uma falsa sensação de liberdade nessa metáfora, justamente porque na presença de um predador será impossível fugir: você será apanhado. E é justamente dessa maneira que os predadores esperam que você se comporte. E a partir do momento que entendemos tudo isso, precisamos decidir o que fazer com a informação e nem sempre vai ser um processo fácil – muito menos prazeroso.
Depois de aliviar o coração da dor de descobrir que estava sendo aprisionado por sua própria mente, o pássaro finalmente pode decidir vencer o medo de voar mundo afora e encontrar um equilíbrio real. Não existe oito ou oitenta. Não existe a regra de ocupar um extremo ou outro. Quem criou isso foi um ser humano desequilibrado que se recusava a fazer terapia por achar que era bem resolvido consigo mesmo.
O próprio Criador do universo instituiu equilíbrio na sua criação, em todos os ecossistemas, e não estaria tudo funcionando tão bem se isso fosse algo prejudicial – deixando de lado aqui a interferência destrutiva do ser humano na natureza. Sendo assim, a árvore foi criada para nos prover o oxigênio, frutificar, providenciar sombra e, pasme, abrigo aos pássaros. Sim, eu sei que é óbvio. Mas se nos lembrássemos disso com frequência não teríamos nos permitido estar em uma prisão sem cadeias.
Da próxima vez que um predador te disser como voar ou privar você disso, simplesmente deixe aquele local e voe para onde é o seu lugar: a copa mais alta que suas asas permitirem alcançar.
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Tenho mais fases que a lua, é bem verdade. Encarei meu reflexo no espelho essa noite, minha outra metade. Discutimos como devemos arrancar as tais raízes profundas que jazem mortas em nosso quintal. Decidi submetê-las à alquimia para liberar todo aquele caos. Do chumbo ao ouro, a alma transmuta e ascende. O aprendiz irremediavelmente precisa ser paciente. Desnudo-me sob o espelho d’água as velhas emoções armazenadas. Encarnação após encarnação, mais uma vez, represadas. Silencio a voz da mente para ouvir a do meu coração. Dou asas à intuição. Findo a segregação. Alinho com a unicidade. Distinta da realidade. Em última análise, amanheço em minhas incertezas e inconstâncias. Diminuindo as distâncias, de meu templo interior para as estrelas. Cintilando e desvanecendo, extravagantes. A vaidade enobrece o quadro pintado como moldura que valoriza seu retrato. Tenho mais fases que a lua, é bem verdade. Em algumas estações, sou loba, feiticeira, deusa, humana. Sou tantas entre a fauna e a flora. Sou tantas entre a vida e a morte. Sou foice que na fase minguante ceifa o velho e, na lua nova, ressurjo como a aurora. Danço perante a impermanência do destino, rio na cara do livre arbítrio. O sangue que pulsa em minhas veias é o mesmo dos meus ancestrais, honro o passado e vislumbro o futuro, me torno um porto seguro. Todos que ancoram em minha terra hospitaleira deixam um pouco de si e levam um pouco da magia que carrego em meu olhar. Só não levam aquilo que eu sou; o puro amor.
@cartasparaviolet
#espalhepoesias#lardepoetas#pequenosescritores#projetoalmaflorida#mentesexpostas#autorais#carteldapoesia#poecitas#eglogas#mesigamnoinstagram @cartasparaviolet_#liberdadeliteraria#projetovelhopoema#rosavermelha
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INSANITY. the fire burns like truths, but it awakens you, FREES YOU. even if it has to be broken, even if it has to be killed.
trigger warning: a leitura abaixo contém menção a assassinato, sangue, dilaceração.
menções a: @lleccmte e @melisezgin
disclaimer: ao lutar com uma químera, katrina perde o controle dos poderes e desbloqueia um novo poder, enquanto luta com arthur.
exaustão. todos os músculos do corpo tremiam, suor escorria pela pele, pelas roupas agora rasgadas. não havia paz, não quando haviam acabado de derrubar um ghouls, muito mais por meríto de arthur e melis, ela sabia, tinha ciência. porém, quando o corpo respirou fundo, o campo de visão fora tomado por uma químera. de onde eles estavam saindo? estavam os caçando? o pensamento voltou-se para hades, o deus sentado em seu trono de ossos, os observando, vendo-os sobreviver ao que deveria os matar. não naquele dia, não enquanto katrina respirasse. armou-se, não teve tempo para contar os segundos, a porra dos segundos enquanto um grito lhe rompia a garganta, enquanto o martelo tomava a sua forma de batalha e girava em sua mão, pronto para esmagar o que viesse em sua direção. no entanto, da mesma forma que a força e coragem vieram, elas morreram no mais profundo do seu âmago. katrina viu-se presa ao chão, pareciam haver correntes a segurando, o corpo não reagia a sua ordem, nada funcionava enquanto o fogo do monstro dançava em sua direção. conseguia ver, sim, as chamas; elas balançavam ao som de uma linda canção, era hipnótico, forte demais para que resistisse. o seu medo ali estava, o seu maior medo a alcançava e não havia como fugir, morreria queimada; as pernas finalmente cederam, não, elas obedeceram. katrina rolou para o lado, o fogo lambendo um pouco do seu cabelo e tocando levemente parte do seu lado esquerdo, mas neste intervalo de tempo, por sobrevivência, o instinto ligou seus poderes. quando ergueu-se do chão, os olhos estavam roxos, todo o corpo envolto da sua aura de ódio, discórdia. a mente enchia-se de ilusão, de dor, de abandono; temia que morresse, que fosse morta, temia pela vida até daqueles que não estavam ali e em seu campo de visão, aquele que estava do seu lado oposto, aquele que a energia, batia de frente com a sua, naquele momento, o seu maior inimingo: arthur.
não saberia dizer que fim levou a químera, pois o seu mundo passou a girar em torno de outrem, em como precisava destruí-lo. correu na direção dele, um ataque furtivo no que o brutus (o martelo) o atinge na perna, mas lidando com um combatente da guerra, arthur revida; katrina sente sua lâmina a cortando na costela, superficialmente mas o bastante para que o seu licor da vida escorresse, para que vibrasse em fúria. ódio. a intensidade dos seus ataques aumenta, seu poder girando em torno do dele, manifestando-se em graus nunca sentidos antes; perdeu o ar por um segundo, o bastante para que ele a atingisse na perna, o rasgo sendo o bastante para dilacerar, a fazendo grunhir, sangue quente, não tinha tempo para observar o estrago. avança novamente, o punhal da dor se transforma em sua mão, a lâminada envenenada cortando a pele do filho de ares, preenchendo o sangue dele com veneno, com tortura. em covardia, o atinge no braço, as mãos trêmulas a fazendo vacilar em ser um ataque eficiente, mas katrina não desiste, o martelo é erguido para atingi-lo na cabeça. ela quer, ela precisa o esmagar, ver seu crânio machando o chão do submundo, e ela tinha chance, ele estava abatido; porém, quando o martelo é erguido, algo acontece. DOR.
seu poder...todo o seu poder é direcionado a um único lugar: suas costas. katrina sente os pulmões espremendo-se em agonia, a mente se perde no que precisava ser feito, no que...está saindo de dentro de si. as costas se abrem, em um leque asas surgem. a cabeça roda, a consciência se perde, com a brutalidade do que estava acontecendo, é jogada para trás. não mais é ódio, é dor, cansaço, negação. os olhos se mantém presos ao céu, a respiração acelerada enquanto a novidade se movimenta, das pontas ao centro da sua coluna. asas. os barulhos, comentários, gritos de quem estava ao redor se perde no que fica presa no mais profundo da sua mente, uma linda canção a embala.
levaram horas até que katrina voltasse a si, que conseguisse falar. o corpo exausto, apenas tentava sobreviver ao novo poder.
(poder passivo) asas da discórdia: assim como sua mãe era uma deusa alada, a prole de éris terá um par de longas asas negras, reptilianas, que podem se mimetizar em uma peça de roupa assim como, em seu corpo; sendo liberta apenas diante da necessidade do portador. até o presente momento, katrina consegue apenas planar, mas possui a habilidade de voar, precisa apenas aprender.
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a distância não nos permite enxergar melhor, mas achamos que em cima daquele dragão está RYDEN VELMORAN, um cavaleiro de VINTE E SEIS ANOS, que atualmente cursa a QUARTA SÉRIE e faz parte do QUADRANTE DOS CAVALEIROS. dizem que é RESILIENTE, mas também PESSIMISTA.
( +/- ) sarcástico, ansioso, pessimista, impulsivo ✸ wanted connections.
Dentre seus irmãos, Ryden era o mais frágil. Constantemente caía em doenças e seus músculos demoraram a se desenvolver; tratado como o menor filhote de uma ninhada que logo sucumbiria, Thalion acreditou que seu caçula não sobreviveria sequer ao parapeito, no primeiro desafio do Instituto Militar. Uma tremenda vergonha, perder um changeling antes mesmo que ele pudesse acessar ao sonhar. Não houve um pingo de apego parental dos pais, é claro, já que não tinham interesse em se apegar a uma criança que logo morreria. Pelo contrário: Ryden cresceu como um dispensável insumo familiar, servindo aos Velmoran em tarefas simples, como pôr a mesa e lavagem de roupas. Em caso de erros, uma mão calejada atingia sua bochecha sem dó algum.
Ryden, surpreendentemente, estava vivo aos oito anos para escalar e atravessar o parapeito. Seu tamanho e peso pareciam perfeitos para enfeitar a costa da ilha, ele pensou. Vislumbrou as outras crianças percorrendo o caminho à sua frente, cerrando fortemente os olhos quando alguma delas caía. Ryden escalou a montanha lentamente, como se qualquer segundo fosse o último, e atravessou o parapeito por último. Talvez fosse pura descrença em sobreviver que o fez acalmar seu batimento cardíaco, finalizando o percurso quase ileso; apenas alguns arranhões e ferimentos pequenos.
Fazer parte do Instituto definitivamente não fazia parte dos seus planos. Tendo sobrevivido, Ryden conheceu um mundo um pouco mais confortável do que tinha em casa; apesar de ainda ser um ambiente rígido, o corpo da Instituição o tratava infinitamente com mais respeito do que em casa. Ryden, apesar de frágil, não era uma criança que chorava ou se incomodava com quaisquer ferimentos. Ao defender um semelhante de outro cadete, Ryden chamou a atenção de um tutor que o acolheu, ajudando-o a treinar e a se desenvolver.
Ryden soube da morte do irmão mais velho quando tinha somente 10 anos. Não obteve muitos detalhes além do fato de que morrera em batalha. Já o irmão do meio teve um fim ligeiramente mais sangrento, dois anos depois; outro cadete o assassinou durante treinamento de combate, com uma faca afiadíssima. Como único herdeiro de seu nome, o changeling questionou a si mesmo se sua família o considerava como morto, também.
Domar um dragão soava como voar sem asas; e, essencialmente, não deixava de ser. Ryden foi forçado a desenvolver uma confiaça durante sua adolescência devido as circunstâncias e, honestamente, um pouco de ego. Apesar de julgado como frágil desde que nasceu, ainda perseverava e manteve-se em boas condições: boas notas e boa performance. Quiçá fossem suas baixas expectativas que o faziam performar tão bem; independentemente, Ryden adentrou o sonhar com a tranquilidade de quem nem ao menos deveria estar ali.
A conexão com Korath foi como aprender a respirar novamente. A criatura, de escamas alaranjadas e olhos chamuscados, possuía uma notável energia dentro de si, que propagava para o changeling intensamente. Parecia sede de vingança. Fome de provar seu valor. Korath não tinha a menor pretensão de calmaria e tranquilidade, e viu em Ryden alguém que, assim como ela, foi vítima da crueldade de outrem. Enquanto o changeling fora destratado e indesejado pela sua própria família, Korath perdera um irmão ("acidentalmente"), assassinado por um montador e motivado por ciúmes de seu cavaleiro com sua esposa; Korath nasceu em brasas, furiosa por retaliação.
Vingança nunca havia passado em sua mente. Rancor, talvez. Alguns traumas foram adquiridos, certamente. Contudo, Ryden apenas cogitou a possibilidade de se virar contra o próprio pai quando a intenção de Korath percorreu seu sangue. Foi tentador, de certe forma, porém Ryden resiste ao desejo de Korath desde que foram conectados. Ela não aprecia a resistência, chegando a fazer birra contra Ryden frequentemente. Enquanto Ryden suprir suas necessidades de ter um exímio montador, entretanto, ela estará parcialmente satisfeita.
Físico: A herança élfica de Ryden se dá por suas orelhas pontudas e seus olhos cinzas, ligeiramente prateados.
Korath é fêmea, Flamion, de escamas alaranjadas e douradas. Altamente sensível e temperamental, ela é agitada e orgulhosa. Gosta quando é capaz de se destacar juntamente a Ryden, e o puxa constantemente para isso. O changeling tenta balancear os ímpetos de Korath para não se tornar tão mais impulsivo com sua influência, o que é, definitivamente, um desafio. Protetora e impaciente, ela não pensa duas vezes antes de agir.
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As above, so bellow… (texto, fevereiro 2025)
Assim como vemos o brilho das estrelas já mortas, as lembranças assombram e habitam nossos espaços, apenas ecos de quem não está mais ali, como necromantes de memórias.
Nos abrigaremos ali, onde as vozes não dizem nada novo, onde achamos que ouvimos algo que se assemelhe a vida, mas não passa de malabares que nossa mente joga para o alto?
Como reféns de substâncias que entorpecem completamente os sentidos, paralisados com o olhar focando o vazio preenchido com cinzas, que mancham seus dedos como asas de borboletas.
Por mais sereno que seja o sonho, uma realidade alternativa onde todos os seus desejos se realizaram, você precisa despertar.
Então, no meio do paraíso você se desespera, se contorce, se força a acordar.
O pior pesadelo é o que se parece com o mais doce sonho.
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𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑𝐖𝐎𝐑𝐃𝐋𝐘 𝐂𝐑𝐄𝐀𝐓𝐔𝐑𝐄𝐒
Os monstros são muito conhecidos por todos os lados, com diversas lendas populares já retratadas principalmente por changelings, que foram seus combatentes diretos. É comum que haja pânico quando algo fora do comum acontece, e que seja associado a uma criatura que tem o princípio de acabar com qualquer rastro de vida: crianças desaparecidas, barcos afundados ou fogo sem dragão. Por isso, ao longo dos anos, diversos livros vem retratando quais são e como matá-los.
QUIMERA.
A quimera é um monstro que pode chegar a até nove metros de comprimento e mais de duzentos quilos. A maioria das quimeras já vistas é retratada como cabeça de leão, corpo de cavalo, patas de bode e rabo de escorpião. Os olhos das quimeras são amarelos ou azuis, podendo confundir e encantar quem tiver a mente aberta para o medo. São extremamente agressivas e possuem diversas maneiras de atacar, seja com o rabo de veneno, os dentes afiados ou até mesmo coices. Existem variantes com corpos de bode e cabeças de serpente, mas são raras de encontrar, mais vistas em tempos frios. As quimeras, apesar de agressivas, são as mais fáceis de serem mortas não pela luta, mas pelo uso de qualquer arma que fure o coração ou o cérebro.
SERPENTE-DRAGÃO.
A serpente-dragão se trata de uma enorme cobra de fogo com nove olhos espalhados pela cabeça e um chocalho na cauda que mais se assemelha ao bufar de um dragão. Os populares dizem que as serpentes-dragão são dragões mal evoluídos esquecidos pelos feéricos que dormiram sob a terra por anos até despertarem. Podem ser vistas em qualquer ambiente seco, com folhas ressecadas que espalhavam mais o fogo. É muito difícil atacá-las já que seu corpo se move rapidamente, e as escamas se abrem em jarradas de fogo. Acertá-las nos olhos é impreciso, tendo efeito apenas nos dois olhos centrais. Para matá-las, é necessário um dragão aquaris para conter os danos e utilizar de decapitação, veneno ou esmagamento.
KRAKEN.
O kraken vem direto das lendas dos deuses, espeficiamente dos nórdicos que são alguns dos mais antigos. Se trata de uma lula gigante, que chega ao tamanho da superfício até onde a luz não bate mais no fundo do mar. O kraken ataca embarcações sem ver a quem, sendo a maioria khajols, já que eles detém o poder maior de comércio e navegação. Existem variantes de krakens, sendo um o maior, conhecido como Horven, nomeado pelos primeiros khajols hospedeiros de deuses nórdicos. Há histórias de krakens engolindo changelings enviados com seus aquaris para destruírem, sem sucesso, se tornando então um fardo dos khajols. Para destuir o grande kraken Horven, é necessário uma fruta que custa milhares de ouros com a consciência de que metade será afundada. O restante consegue ser destruído com dragões ou uma frota bem preparada.
APÓFIS.
Se trata de uma serpente que se esconde no céu e nas estrelas com asas de demônios tão unidos que conseguem faze-la voar. Tem cerca de trinta metros de comprimento e é a maior inimiga do deus egípcio Rá, assim como os demais. Os populares dizem que quando Rá destruiu Apófis, o aprisionou no mundo ainda inabitado para que os deuses pudessem viver em harmonia, agora amaldiçoando os novos seres. Apófis tem vários filhos que têm menos da metade de seu tamanho e são igualmente letais, e causa mais caos que morte, destruindo tudo aquilo que sustenta a vida. Para matá-lo, é necessário fogo e luz com um ataque certeiro, porque Apófis tem pouca tolerância já que vive entre as estrelas.
FAUNO SYLVOK.
Não se sabe exatamente a origem das mitologias, podendo ser da romana ou celta. Dizem que Sylvok é um fauno filho de um deus meio-bode que se rebelou contra a natureza e passou a cometer assassinatos, sendo suas vítimas principais as crianças. Alguns dizem que ele suga almas, engole os pulmões (advinda de uma época de crise de tuberculose) ou as atrai para a floresta para se alimentar delas. Até então, era apenas um mito, até que os changelings viram em Uthdon algo que parecia ser um fauno: um homem de pernas de bode de dois metros de altura, chifres tão pontudos que poderia desfazer couro como se fosse seda e unhas feitas para arrancarem entranhas. Sylvok é extremamente agressivo, não fala e age como uma verdadeira besta. Escudos são mais que necessários além de proteção no couro de dragão, já que ele pode facilmente rasgar suas peles. Até hoje, Sylvok não foi morto, mas sempre desaparece por anos até ser motivado.
INTERPRETADOR.
O intepretador nada mais é que um demônio que personifica tudo aquilo que se pode ter medo ou amor. Enquanto ilude a mente de suas vítimas com o contato visual, fingindo suas vozes e aparência, fica o dobro de seu verdadeiro tamanho para engolir as vítimas pela cabeça. São vários interpretadores que se replicam como pragas. Sua verdadeira forma é um corpo seco de quase três metros de altura, com olhos cegos e brancos, com uma boca cheia de dentes feitas para morder uma pessoa inteira. Quanto mais almas o interpretador coleta, mais forte fica, e existem vários estágios. É muito mais fácil identificar um interpretador jovem e enfraquecido pela péssima atuação. Para matá-los, é preciso evitar o contato visual a todo tempo e utilizar de armas de prata.
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But when ODIN had drunk the mead , he changed himself into the shape of an EAGLE and flew away as fast as he could. ㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤ── Excerpt from Skáldskaparmál : Prose Edda
Sua rotina matinal era um ritual sagrado. Acordava cedo o suficiente para ter tempo ocioso antes das aulas–momento que tirava para abrir as janelas do quarto para arejá-lo, colocar as leituras em dia, fazer algum exercício, e checar suas correspondências.
Haviam três envelopes o aguardando na escrivaninha, ali deixados por um dos mensageiros do castelo. Um bilhete de Sigrid. Um comunicado imperial genérico. E uma carta de Gydda.
Os dois primeiros foram imediatamente deixados de lado e, ao se armar da faca que usava para romper os selos, contemplou enfiá-la nos próprios olhos para evitar ler o que quer que o esperava na caligrafia delicada da mãe–boa coisa não seria.
Não tinha escolha, é claro. Era o herdeiro, tinha deveres a cumprir e muito esperavam dele, blá blá blá. Estava farto de toda a ladainha. Queria ser apenas Eirik por um dia para variar, talvez na nova companhia favorita, mas a chance o estava sendo roubada antes mesmo de o galo cantar. Como retaliação silenciosa, fez questão de destroçar o sigilo Hrafnkel que marcava o papel em cera dourada.
"Querido, Recebi notícias preocupantes sobre voc–"
Interrompeu a leitura, pousando a carta de volta sobre a mesa com as letras voltadas para baixo como se encará-la diretamente o fosse transformar em pedra. Sob o disfarce da preocupação, cada palavra lhe parecia venenosa. Ela não sabia, certo? Não tinha contado a ninguém, nem mesmo à irmã. Era impossível que ela soubesse.
Exceto pelo fato de que ao beijar Ethel pela primeira vez, o tinha feito em público.
Ao tentar alcançar a carta uma outra vez, sua mão estava tremendo.
O oxigênio lhe foi arrancado de uma só vez e, como um puxão a partir de seu umbigo, sentiu a si mesmo dobrar de novo e de novo como um pedaço de papel, até assumir nova forma.
O que caralhos...?
Tinha encolhido? Não, algo tinha mudado. Ao virar o rosto na direção do próprio ombro, o encontrou decorado por penas de um marrom rico, que parecia se ascender sob a luz do sol. Tinha asas. Era um maldito pássaro.
Pego entre a surpresa e o desespero, o abanar de seus braços foi o bater das asas. Erguer a si mesmo do chão foi fácil, e as cortinas que flutuavam com a brisa lhe roçaram ao deixar o espaço agora claustrofóbico do quarto–tinha todo um céu a conquistar.
Apesar do tempo frio e do dia ainda por raiar, teve a sorte de encontrar o céu limpo, sem nuvens para obstruir a visão. Ganhar altura foi natural para alguém acostumado a seguir o vento ao velejar. Hexwood se transformou em um pontinho, e então deu lugar à paisagem natural da ilha de Ardosia, agora vista de um ângulo nunca antes desbravado.
Um rugido o fez virar na direção do som e percebeu, com um aperto no coração, que ao seu lado voava uma formação de dragões acompanhada de seus montadores, todos perfeitamente ignorantes ao fato de que um khajol agora podia voar. Para manter o segredo, decidiu se afastar, fazendo uma curva descendente graciosa e os deixando para trás.
Aterrisar era infinitamente mais assustador que alçar voo–o chão se aproximava com surpreendente velocidade mas, seguindo um instinto que não deveria ser seu, simplesmente sabia o que fazer. Não precisava pensar a respeito: era memória muscular.
Escolheu pousar no coração da floresta de Ardosia, junto a um lago, com uma clara intenção em mente–tinha uma curiosidade a saciar. Um salto após o outro, com as garras se afundando na neve, se aproximou do espelho d'água de modo a encarar o próprio reflexo.
Dourada. Era uma águia dourada. A cor o seguia onde quer que fosse. O ouro dos tolos.
Como Odin ao beber do hidromel sagrado.
águia dourada (n.) uma ave de rapina de grande porte, conhecida por sua envergadura imponente e velocidade em voo. na prose edda, odin assume essa forma ao fugir com o hidromel da poesia, destacando sua astúcia e domínio sobre a transformação. a escolha da águia reforça seu status como caçador e estrategista, capaz de enxergar além e se mover com precisão.
↳ para @aldanrae personagens citados: @sigridz @fromodins @ethcl
#𝑡𝘩𝑒 𝑘𝑒𝑒𝑝𝑒𝑟 𝑜𝑓 𝑚𝑒𝑚𝑜𝑟𝑦. (development)#𝑡𝘩𝑒 𝑘𝑒𝑒𝑝𝑒𝑟 𝑜𝑓 𝑚𝑒𝑚𝑜𝑟𝑦. (povs)#mudei de bicho aos 45 do segundo tempo boa noite
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ㅤ⠀ ⋆ ㅤㅤㅤ core memories ㅤㅤ 〝 𝒕𝒂𝒔𝒌 ㅤ 𝑰𝑰 ㅤ ( … ) ㅤ the harvest ㅤ : ㅤ it's an old song, it's an old tale from way back when and we're gonna sing it again and again.
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⠀⠀⠀⠀⠀⠀Quando escutou sobre a ceifa pela primeira vez, nada mais era que uma menina mirrada, que esgueirava-se atrás de adultos, absorvendo suas histórias, recolhendo-se como uma espectadora de uma experiência que não lhe cabia.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀No entardecer que antecedia sua Ceifa, Zoya vira no espelho a mesma menina de anos atrás, tão curiosa quanto intensamente sôfrega. Dezoito anos de idade, crescida o suficiente para se chamar de mulher, mas ainda assim a mesma de sempre — estava em uma idade que trazia consigo um conceito contrafeito de maioridade, que perjuriava-a com a idealização de um absolutismo comum em toda criança que imaginava grandeza; devia sentir-se intensamente preparada e inegavelmente corajosa, afinal, era um dos momentos que jamais esqueceria, um que seria responsável ornar — ou macular — sua jornada como montadora. Coragem é uma escolha, lembrava-se de ter ouvido isso de Elaina; palavras de uma mulher que nunca parecia vacilar, e mesmo assim, ao tentar se agarrar ao conceito que a mãe lhe oferecia, não se sentia corajosa o suficiente.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Ao juntar-se aos colegas no pátio, tomando seu lugar entre os montes, respirava profundamente até que fosse sua vez de provar do Cálice. Ela pensou em Branon, o bisavô, e em Erianhood, a fantástica deusa, que o presenteara com ele. O que ele sentiu quando o fora a sua vez de tomar o metal frio nos lábios? Suas mãos tremiam como as dela agora? Zoya tomou um gole do Cálice com a família em mente e, assim que abrira os olhos mais uma vez, estava no Sonhār.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀O brilho do ambiente fora o suficiente para que as íris bicolores se abrissem de imediato, encontrando azul reluzente e o formato de vegetação estrangeira. Um suspiro audível deixara seus lábios, como se tivesse perdido a respiração ao encontrar aquele lugar, um oásis em meio à névoa conturbada de seus pensamentos. Pouco tempo teve até que uma sensação de calor alcançasse sua espinha, responsável por fazer com que virasse a cabeça ao norte. Algo em seu interior a atiçava; não era linguagem, mas um chamado que parecia acometer-lhe mais que a mente; todo o corpo parecia responder àquela necessidade. Precisava encontrá-lo, e essa motivação ardente fazia com que se movesse mais rápido o possível, vasculhando aquele lugar com olhos afiados. Qualquer fosse a bússola responsável por guiá-la, era o que seguia cegamente; pouco tempo se dava para pensar onde deveria ir, imaginando que o instinto faria mais por ela que um punhado de opiniões.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sob a estranha meia-luz, as altas árvores que margeavam seu caminho adquiriam um tom opaco contra o céu brilhante que a aturdia, uma fileira impenetrável ocultando grande parte da sua visão da parte de cima. Na terra erguida da margem oposta do caminho que seguia, vista dentre feixes das vegetações, fora possível avistar tons em um crescendo natural de faíscas; luzes intensas e alaranjados do que seria uma iluminação causada por um fogaréu, bem como a fumaça cinzenta que parecia um sinal para uma aproximação.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀A caminhada até a chapada se tornara uma corrida que encarcerara seu fôlego, mas não se sentia capaz de desacelerar; a ação de continuar mesmo que lhe faltasse a respiração era natural e Zoya simplesmente continuava a pisar no morro de grama e pedra até alcançar o entremeio do topo. O lugar era uma massa grande e extensa, e de onde surgira, seguindo o rastro do retumbar que pulsava insistentemente em seu consciente, enxergara dourado.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Ali estava ele. Era enorme, ainda maior do que pensava que poderia ser um dragão, seu corpo envolto em escamas reluzentes como o sol que não os alcançava, dado o céu, uma imensidão de azul-marinho; a grande envergadura das asas meio abertas eram ouro e bronze. Os olhos ainda não a tocavam, mas tinha noção de que sua presença estava longe de ser despercebida. Pensara em alcançá-lo silenciosamente, mas tinha a noção intrínseca de que seria em vão; sendo assim, Zoya quebrou a atmosfera impenetrável de silêncio, salvo as chamas de fogo crepitando.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀“Você me conhece e eu conheço você.” Imaginava que, de alguma maneira, a fera já soubesse tudo sobre quem ela era. A cabeça do dragão virou, sua enorme boca se abrindo ligeiramente para soltar um rosnado baixo que vibrou pelo chão sob os pés dela. Fumaça saía de suas narinas; o calor emanava dele em ondas que tornavam o ar uma turva espiral. Zoya engoliu em seco, seus dedos se contraindo instintivamente na direção em uma posição de defesa, embora tivesse parado imediatamente em meia ação; ele não a enxergaria como digna se demonstrasse covardia. “Como vai...”
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Antes que pudesse terminar a frase, o rugido gutural da fera balançou as estruturas daquela chapada. As patas traseiras enormes pareciam fincar unhas ainda mais longas no chão, e ela percebeu que ele parecia se levantar. O instinto natural fora que corresse. Os passos do dragão se tornaram uma presença indelével, dado o barulho que ele emitia quando pisava com força naquela topografia.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀“Eu sei o que você quer!” Zoya gritou, correndo na direção oposta ao dragão, que não demorara mais que instantes para alcançá-la; o tamanho era uma vantagem. “Você quer ver se eu sou digna.” Os gritos perduraram enquanto corria, até que virara repentinamente para a direção oposta, intencionalmente tentada a passar por baixo da massa corporal da fera. As garras a atacaram e Zoya mal teve tempo de reagir. Ela se jogou para trás, mas a ponta do golpe alcançou seu braço, rasgando tecido e carne. A dor explodiu interiormente em um grito abafado por uma mordida profunda na própria boca; ela cambaleou, mas não caiu.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Sangue ainda pingava de seu braço enquanto percebia que, pouco a pouco, a fera aproximava o embate até a borda da chapada, de maneira que o espaço destinado àquele acontecimento era engolido pela movimentação do dragão. Tentava-o distraí-lo ao passar por entre as pernas dele, tentando evitar as chamas que ele delegava ao espaço ao redor; Vyrkhandor tinha a noção de que estava em uma prisão de chama e pedra, salvo a imensidão resguardada pelo precipício da chapada. “Eu não vim domar você.” Imaginava que a palavra trazia consigo uma dominação que não cabia a um momento como aquele — era uma questão de conexão, mais que de força. Com a dor pulsante em músculo, Zoya observou enquanto a fera se virava bruscamente, entrecortando o ar com a cauda pesada, intencionalmente tentando alcançá-la. “Vim me juntar a você. Você me escolheu.” reverberou, tentando provar um argumento, embora estivesse muito nervosa para isso. Quando o apêndice do animal alcançou-a de raspão, causando dor intensa em suas costas, percebeu que só tinha como ir na direção à própria frente, mesmo que isso significasse chances altas de uma queda.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Chegara até aquele precipício evitando olhar o que lhe esperava nos metros e metros que desciam entre as escarpas daquela chapada. Lhe interessava encarar a fera a sua frente, que abria a boca para o que parecia uma lufada de fogo. Queria desesperadamente entender a mão e tocá-lo, mas sabia que ainda não havia sido aceita, e aparentemente a fera ainda relutava naquela união.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Antes que pudesse imaginar, uma das grandes patas dianteiras da fera a atingira. Zoya foi lançada na imensidão verdejante e reluzente que a esperava depois daquela grande imensidão de pedras. Seria aquele algum tipo de fim? Em poucos segundos, a mente manipulara infinitas possibilidades; imaginava que uma queda daquela altura significaria um final doloroso, mas não imaginava uma morte daquela maneira. A sensação acalorada interior à si se manifestou novamente, o pulsar de seu pescoço sendo escutado como trovões em seu ouvido. Aquele dragão lhe era a conexão prometida por anos; o maior sonho que tivera. Não conseguia imaginar como aquele sonho poderia ter fim antes que se conectassem… até que pareceu perceber. A dignidade que lhe cabia como montadora não era só força bruta ou de vontade; era confiança implícita e natural, tão intrínseca como o respirar. A queda era um chamado que cabia a ela atender — ou não.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Repeliu o máximo que podia da tensão que cobria seus músculos, respirando profundamente, esperando que o chão não chegasse tão rapidamente. Ela deixou o ar carregá-la, a rajada de vento uma sinfonia em seus ouvidos; fechou os olhos, logo então. “Eu aceito.” murmurou, deixando-se levar.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀Então veio o impacto. Não foi o estrondo de ossos quebrados e dor intensa para o qual ela se preparou interiormente. Em vez disso, ela sentiu algo firme, ainda que flexível, abaixo de si; o que discerniu nos segundos seguintes serem músculos e escamadas, que reluziam em um tom vibrante de dourado. A respiração de Zoya ficou presa na garganta quando ela abriu os olhos, percebendo que era estava ganhando altitude no ar, sendo erguida em cima das costas daquele dragão.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀As asas de dragão bateram com força, levando o par para cima, e Zoya sentia a conexão naqueles movimentos; o chamado interior, que lhe atormentara durante toda aquela aventura, queimando como brasa constante, se apaziguara quando a montadora percebeu que chegara ao seu fim — ou começo — prometido, tão antecipado e sonhado. Deslizou a palma aberta pelas escamas, maravilhada. Estava exatamente onde deveria estar.
#cae:task#ficou bem grande porque eu meio que amo escrever sobre ela 🤲#btw não tenho muita mão com cenas de ação então vamos todos fingir#⊹ㅤ〝 ㅤ 𝑜nly i will remain 𝑟𝑒𝑚𝑎𝑖𝑛 ㅤ 𝄒 ㅤ t𝒶sks.
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. . * ✵ ✦ into the ʋoɩᑯ · ✦ . * . · · . · * * · . · · ✧ ·
Tudo aconteceu tão rápido que Cillian mal teve tempo de entender o que havia se passado, com Void praticamente o arremessando para fora da montaria.
Sobrevoar Eldrathor havia se tornado um ato doloroso e que vinha evitando fazer nos últimos dias. Ainda na esperança de descobrir algo, esperando um milagre diante daquilo que os olhos não podiam ver, arrastou-se por várias noites para Wülfhere, sem compreensão do incêndio e sentindo o aperto no peito de ver o seu segundo, e provavelmente único, lar destruído.
Inicialmente, pensou que Void havia desviado o percurso de Zelaria para o lugar pela falta daquela rotina tóxica para visitar o cemitério que um dia foi todo o mundo de ambos. Por mais que tentasse controlar, o dragão já adulto batia as asas com tanta força que fazia as árvores a quilômetros de distância abaixo sacudirem, podendo enxergar até mesmo rebanhos correndo desesperados do periogo que o dragão representava.
Já não tinha tanta certeza agora que o flamion parecia furioso, com os olhos pretos refletindo a lua prateada de forma horripilante, os deixando quase brancos. Por um momento, manteve a retaguarda, erguendo-se do chão repleto de cinzas trazidas pelo vento devagar. Os comandos que dera a seu dragão foram todos em vão, o mesmo o ignorando como se ele não estivesse ali. Olhou ao redor para o vazio, não vendo nada relevante: galhos secos e retorcidos pelo outono, alguns animais de hábitos noturnos exibindo seus grunhidos e o farfalhar de folhas que dançavam com o vento.
Quando se voltou para Void, o mesmo tinha a cabeça rebaixada, tão perto que o assustaria se não estivesse acostumado com o próprio dragão. A dinâmica entre Cillian e Void era amistosa e silenciosa como aquele momento, mas havia algo na fera que o fez pensar diferente. Parecia ameaçador e não um velho amigo.
"O que está tentando me dizer?" Murmurou baixo para o dragão, que obviamente não respondeu. O silenciou perdurou por instantes, nos quais não ousou desviar o olhar temendo uma surpresa que não gostaria de ter.
E então, Void piscou uma, duas, várias vezes, repetidamente para chamar a atenção do mais velho. Cillian franziu a testa, genuinamente confuso com a atitude dele. Não conseguia entender qual era o significado daquele comportamento até que o dragão abriu a boca e ele pôde enxergar a chamava vermelha subir pelo fundo da garganta. Apertou os olhos, esperando o pior. Não seria a primeira vez que Void tentava chamuscá-lo, embora, nas anteriores, era apenas um filhote rebelde.
O calor não veio, mas uma voz que o fez gelar até os ossos. O timbre grave era um misto de voz, rugido e sussurros misturados, e embora fosse extremamente assustador, soava tão fraterna que teve vontade de se aconchegar no couro endurecido e preto. Ao mesmo tempo em que parecia ser audível, tinha a sensação horrível de que ela ecoava apenas em sua cabeça como um delírio.
"Não é sobre você." A voz soou e Cillian abriu os olhos completamente em choque, encarando os dentes afiados e enormes iluminados pelo fogo interno. "A sua maldição nada tem a ver com isso. É muito maior do que pensa, está fadado a reverter o destino." Continuou, deixando o changeling completamente chocado pela primeira vez em anos, pela primeira vez desde Makaela. "A quem chama de inimigo, tem mais em comum do que pensa. Aqueles que dominam a magia são vítimas e não criminosos."
E como se nada tivesse acontecido, Void fechou a boca e se enrolou ao redor do changeling, que permanecia estático, em um transe que nunca havia acontecido antes. Por alguns instantes, pensou estar delirando. Colocou a palma sobre a própria testa para checar febre, percebendo estar mais gelado que nunca, e até procurou por picadas de animais peçonhentos nas partes descobertas de seu corpo. Procurou em sua mente todas as refeições do dia, perguntando-se sobre o gosto de veneno em alguma delas.
Nada.
Aquilo parecia tão real quanto realmente era. Voltou-se para o dragão, escalando a grande pata para ficar de frente com ele.
"O que você disse? Você disse?" Nada recebeu além do silêncio. "Dragões não falam." Corrigiu mais a si mesmo, e em resposta, recebeu um berrar de Void tão grande que o fez cair no chão. Aquilo bastou para perceber que não tinha ficado louco ainda, mesmo achando que já tivesse beirado os vários estágios da insanidade diversas vezes.
Void era a sua melhor companhia. Todos ao redor torceram e praguejaram que fossem inimigos e que o dragão seria o fruto da sua miséria e de seu karma. Em seus piores momentos, Void nunca havia o deixado, mesmo quando perdeu parte de seu peso pela instabilidade emocional do montador tão desequilibrado por dentro. Ele jamais mentiria.
Tinha certeza de três coisas: a primeira, os khajols não eram os culpados de nada, e estavam navegando em águas tão escuras quanto os changelings; a segunda, a crença criada por uma família arrogante não era apenas uma crença, e sim realidade. Se antes já se sentia amaldiçoado, agora, conseguia sentir a maldição tingindo seu sangue de um escuro tão profundo quanto o que conhecia da morte, e a sensação era horrível, como ser queimado vivo; a terceira, estava em completo pânico.
Tudo era real.
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𝐓𝐑𝐘 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐊𝐘: ──── LOVE-KINN's point of view ;
O jantar trouxe muitos esclarecimentos para a cabeça confusa de Love. Talvez o principal fizesse morada quando percebeu que, apesar de toda a dor e sofrimento que carregava, seus amigos e o acampamento precisavam dela. A fenda estava prestes a se fechar, e a batalha era inevitável. Embora a mágoa causada por sua família paterna a tivesse feito derramar muito sangue, ela decidiu que não permitiria que o mesmo destino caísse sobre o acampamento.
Com a determinação de proteger seus amigos e o lugar que chamava de lar, Love ergueu a cabeça e decidiu lutar. Sabia que, mesmo que os deuses estivessem distantes e que sua mãe divina, Tique, não estivesse presente para guiá-la, ela mesma faria sua sorte. Com esse pensamento, toda a dor e lamentação fora jogada de lado, afinal não tinha espaço para lagrimas quando seu lar, seu verdadeiro lar, precisava de proteção.
Foi assim que lançou-se na batalha ao lado de seus companheiros. Lutando e se defendendo nos monstros saídos da fenda, de sua mente ao todo custo alimentando as criaturas, porque apesar de ouvir que não eram reais, pareciam reais demais para Love que esteve presente em duas guerras anteriores. O horror ainda a perseguia por algumas noites em pesadelos. No entanto, ainda era uma figura pacifica e havia colocado em sua mente que iria ajudar quem precisasse. Love viu amigos que considerava irmãos lutando desesperadamente, alguns caindo, outros se erguendo para proteger aqueles ao seu lado. Sentiu um impulso irresistível de ajudar, de fazer algo além de apenas lutar. Por isso, a cada campista que caía, Love estava lá para socorrê-los, levando-os para a enfermaria, sem se permitir parar, mesmo quando suas próprias forças começavam a fraquejar. Alguns ela ainda parava para cuidar dos ferimentos como pôde antes de voltar à linha de frente. Fez isso repetidas vezes, seu corpo se movendo de forma incansável entre a batalha e a enfermaria, como se estivesse determinada a salvar o maior número de vidas possível.
Quando a explosão veio e começou a sugar tudo no caminho, suas asas, feridas e enfraquecidas, se manifestaram novamente. Mas desta vez, algo era diferente. Uma energia vermelha envolveu as asas, conferindo-lhes uma nova força e uma camada protetora que nunca haviam exibido antes. Isso a pegou de surpresa. Não teve tempo de pensar porque ajudou alguns a saírem daquele local o mais rápido possível. Era como se, de alguma forma, a dor e a fúria dentro dela estivessem sendo canalizadas para algo maior, algo que poderia proteger não apenas a si mesma, mas também seus amigos.
Após o fechamento da fenda, se permitiu comemorar, e Love fez a contagem dos campistas em seu chalé. Tudo o que é bom, dura pouco, claro. Ao perceber que alguns de seus amigos haviam caído na fenda, sentiu o desespero a invadir. Melis, Brook, Tadeu... E tantos outros. Não! O choro veio e se permitiu colocar pra fora o sentimento de fracasso porque apesar de conseguir ter salvado tantos, ainda deixou para trás alguns que não deveriam ter caído na fenda de forma alguma desaparecendo no abismo antes que ela pudesse fazer algo para salvá-los.
Ao olhar ao redor, viu os campistas restantes – feridos, exaustos, mas vivos – e soube que ainda tinha um papel a desempenhar. Queria salvar todos, mas sabia que também precisava cuidar dos que ainda estavam presentes e feridos. Talvez ajudar os outros fosse exatamente o que ela precisava para começar a curar a si mesma. Uma vez curada, poderia também salvar os caídos e faria exatamente isso, mesmo com o coração ainda pesado, mas determinada a conseguir.
@silencehq.
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TIMELINE.
1999:
No dia 4 de fevereiro, Charlie é entregue à sua mãe mortal, a professora universitária de filosofia Eva Campbell, pela deusa Atena, na cidade de Nova York. Ela havia sido planejada cuidadosamente pelas duas para ser movida integralmente por seu formidável intelecto.
2002:
Um mês antes de completar seu terceiro ano de vida, Charlie aprende a ler. Ela passará os anos seguintes de sua infância aprendendo obedientemente tudo o que sua mãe lhe ensinava, trancada dentro de casa e sem contato com ninguém além de Eva. Charlie não fazia ideia de sua parentagem olimpiana, apesar de ter um conhecimento de cultura clássica e mitologia grega invejáveis.
2011:
Quando a guerra contra os titãs se tornou evidente, Atena alertou Eva e orientou que a mulher tirasse Charlie da cidade. Até o fim da guerra, as duas viveram em um motel no interior do estado. Charlie não fazia ideia do motivo, mas sempre havia sido ensinada a obedecer sua mãe incondicionalmente, e foi o que fez.
No mesmo ano, Eva Campbell sofre um infarto enquanto lecionava na NYU e, como não possuía parentes próximos vivos, Charlie foi entregue nas mãos do Estado. Essa seria a primeira vez que ela interagiria com outras crianças e, por sua personalidade silenciosa e isolada, se tornou vítima de bullying frequente, não conseguindo fazer amigos.
2014:
Charlie é encontrada por um sátiro no orfanato e levada ao Acampamento Meio-Sangue. Ela é levada ao chalé de Hermes, onde residirá nos anos seguintes, apesar da desconfiança geral de sua mãe olimpiana, graças à sua imensa inteligência. Ela começa a treinar arco-e-flecha e mostra facilidade com a arma.
Foi ainda nesse ano que fez três amigos que levaria para a vida: Sebastian, que chegou no Acampamento na mesma época que ela e foi seu primeiro amigo; Kit, que forjou o arco que Charlie usa até hoje e a colocou embaixo de sua asa; e Yasemin, que a defendeu de um grupo de bullies e se manteve ao seu lado desde então.
2017:
Aidan começa a praticar bullying contra Charlie. Ela já está acostumada com esse tipo de situação, mas o tamanho de Aidan e a força do filho de Ares em comparação à própria fez com que Charlie desenvolvesse grande apreensão em relação a ele.
2019:
Após o seu desempenho na guerra contra Gaia usando seu poder para ajudar o time de estrategistas, Atena finalmente reclama Charlie como sua filha e a garota se muda para o chalé 6. Charlie passa os anos seguintes fazendo o possível para se tornar invisível para os olhos alheios, com a exceção de seus poucos amigos.
Para variar, mais uma filha de Ares começa a implicar com Charlie: Daphne Gracewood. Essa implicância, porém, dura apenas até as duas serem obrigadas a saírem em missão juntas e salvam a vida uma da outra múltiplas vezes. Depois disso, acabam por construir uma linda amizade.
2022:
Charlie se torna instrutora de estratégia no Acampamento. Foi nessa mesma época que fez amizade com Candy e, ela podia não saber no momento, mas a filha de Eros se tornaria uma de suas melhores amigas.
2023:
Charlie estava no anfiteatro durante o jantar quando Rachel Elizabeth Dare anunciou a Profecia.
05/04/2024: Charlie ganha vida no @silencehq
2024:
Charlie retorna da missão com Kit e Josh para exterminar uma forja de Telequines. A missão é um sucesso e fortalece ainda mais sua amizade com Kit, além de criar uma improvável amizade com Josh. Como recompensa de sua missão bem-sucedida, ela ganha um par de pulseiras de cura. Após perceber o quanto o uso de seu poder e de sua mente estratégica foram necessários na missão, Charlie decide se unir à equipe de Estrategistas. Assim que chega ao seu chalé, Charlie é obrigada a reviver a missão que acabou de participar na tarefa passada por Quíron. Ao menos isso a faz perceber que fez tudo o que podia e, como recompensa por completar a tarefa, ganha flechas que têm o poder de causar feridas e doenças em semideuses.
Candace convence Charlie, com muito esforço, a participar do Amor Divino Estilo Semideuses. Para seu azar, seu encontro caiu no mesmo dia em que um Drakon atacou o Acampamento. Acabou se machucando na coxa, mas mesmo assim decidiu ir ao encontro na torre de observação... apenas para levar um bolo.
Charlie aceita o desafio de se tornar Conselheira do chalé 6. Em outro momento jamais acreditaria ser capaz de tanta responsabilidade, mas tudo o que passou nos últimos tempos a fez perceber que ela tinha sim o que era necessário para cuidar de si mesma e de seus irmãos. Como recompensa por seu novo cargo, ganhou uma lança de bronze celestial.
Charlie se divertiu muito com seus amigos no Waterland, onde fez para si um escudo com o símbolo de uma coruja na oficina de Hefesto com a ajuda de Stevie. Além disso, firmou um estranho acordo com Aidan: ela vai ensiná-lo técnicas de meditação, enquanto ele vai lhe dar umas aulas para usar a lança nova. Foi para o baile de Afrodite com Kit e estava se divertindo muito até o ataque do traidor e dos ursinhos assassinos. Conseguiu bolar um plano para acabar com eles usando o fogo, mas acabou queimando a perna de leve no caminho. Nada que um pouco de néctar não resolva.
Semideuses citados: @oceanhcir @misshcrror @kitdeferramentas @aidankeef @deathpoiscn @eroscandy @wrxthbornx @vitorialada
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Angels like you.
Jason Todd × Leitora.
๑: RedHood!Jason Todd, informante/hacker!leitora mas isso não é muito mencionado, angst, twt (time? what time?), Batman VS Red Hood au, menção a traficantes, menção a armas de fogo, hematomas.
Espero que gostem.
A noite em Gotham estava agitada, as sirenes da polícia soavam por todo o bairro. Tiros e gritos podiam ser escutados, e se você não estivesse acostumada com isso com certeza estaria assustada. Sabia que logo ele viria, então deixou sua janela aberta para ele entrar sem esforços enquanto você continuava a prestar atenção no trabalho que lhe foi designando pelo Asa Noturna.
Quando ouviu algo atrás de você, se virou rapidamente, querendo ver o rapaz que te fazia ter um sentindo na vida.
— Jason. — se levantou, indo receber o rapaz ainda com seu uniforme de Robin.
— Oi linda. — te abraçou pela cintura, deixando um selar em sua têmpora direita.
— Noite muito agitada? — se sentou em sua cama, fazendo o rapaz se acomodar ao seu lado.
— Um pouco. — riu. — Briguei com o Bruce.
— Sinto muito. — colocou a mão na coxa do mais alto.
— Não sinta. — te puxou para o próprio colo, te abraçando com firmeza.
Você apenas aproveitou o toque, agradecendo ao universo por ter protegido o seu Jason.
Já fazia mais de uma semana que Jason não aparecia. Seu coração doía em dúvida, queria saber onde ele estava, se Bruce estava com ele, ou se ele estava vivo. Já estava cansada de sentir esse vazio em seu peito, essa dor incessante que insistia em te perturbar.
No meio dessa imensidão ruim que estava em sua mente, o homem morcego adentrou em seu quarto sem ser percebido, só fazendo presença quando te chamou.
— Senhorita. — reconheceu a voz do Wayne.
— Onde o Jason 'tá, Bruce?— fungou, evitando olhar nos olhos penetrantes do homem.
O silêncio ensurdecedor foi o suficiente para te fazer entender a resposta não falada do cavaleiro das sombras.
— Sinto muito. — disse.
— Agradeço a consideração que tem por mim, Bruce, mas preciso ficar sozinha. — se deitou e virou para a parede.
— Caso julgue como necessário a minha ajuda, sabe onde me encontrar. — e pulou pela sua janela.
— Obrigada. — respondeu mesmo sabendo que ele não havia escutado. Afinal, o Batman está sempre com pressa.
E você continuou alí, sentindo as lágrimas te consolarem.
Seu costume de deixar a janela aberta nunca sumiu. Cinco anos, cinco longos anos vivendo sem o seu Jason. Sem o calor dele na sua cama, sem os flertes bobos, sem nada. Só a dor e as lágrimas te perseguiam desde a notícia que Jason se foi. Olhava todo dia o álbum de fotos de vocês, observava cada fotografia alí com muito amor, carinho e saudade, sentindo a falta do seu amor.
Você se assustou quando escutou o barulho de passos atrás de você, se virando com pressa, vendo um homem com uma máscara vermelha na sua frente, ajoelhado, com duas armas na cintura, uma de cada lado.
— Quem é você?! — perguntou assustada enquanto tentava se afastar, não funcionando muito bem, já que o homem agarrou sua cadeira, fazendo ela ficar parada.
— Capuz Vermelho. — respondeu. — Mas você já me conhece gatinha.
— Sai daqui! — tentou chutá-lo, mas em vão, já que ele desviou.
— Não precisa ficar assustada minha linda. — levou as mãos até a máscara, apertando um botão para a abrir, a retirando de seu rosto, revelando uma franja conhecida e um par de olhos verdes escuros olhando para você com um sorriso de lado. Era Jason Todd alí. O seu Jason.
— Jason! — você se levantou e o abraçou fortemente, sentindo seus as lágrimas descerem pelo seu rosto até a jaqueta que ele usava.
— Não precisa chorar meu amor... — limpou suas lágrimas. — Eu 'tô aqui... — beijou sua têmpora.
— O Bruce disse que... — fungou.
— Eu sei. — te respondeu. — Mas eu voltei p'ra você. — sorriu. — Eu 'tô limpando Gotham. — te levou para a janela. — Eu vou fazer o que o Batman nunca teve coragem de fazer.
— Eu tenho que ir linda. — soltou sua mão.
— Cuidado Jason. — o olhou preocupada.
— Não precisa se preocupar. — te beijou antes de ir.
Todos os dias eram assim, perigosos para Jason, e angustiantes para você.
— Você... — engoliu seco. — Matou todos os maiores traficantes de Gotham? — o olhou nervosa.
— Sim. — segurou sua cintura. — E essa noite eu acabo com tudo, desde o começo.
— Não tem que ser como eles, Jason. — colocou sua mão no peitoral forte do mesmo. — Você não era assim.
— Esse Jason morreu, S/N. — falou. — Eu vou ser melhor que o Batman.
— Não desse jeito. — retrucou.
Jason te olhou um pouco surpreso, já que você havia falado a mesma coisa que Bruce tinha o falado horas antes.
— Como você vai ser melhor que o Batman, agindo como um criminoso Jason? — perguntou. — Você sabe quantas noites eu fiquei sem dormir? Quantos dias eu fiquei sem comer? Tudo isso porque eu ficava preocupada com você. — o encarou com os olhos marejados. — Isso desde os seus dias como Robin.
— Ele não se importou com a minha morte. — falou sem olhar em seus olhos.
— Ele mais do que qualquer um se importou Jason. — apontou o dedo na face do mais alto. — Ele se culpa por tudo o que envolve você, ele acha que é culpa dele o sofrimento que você passou.
— E mesmo assim deixou aquele palhaço maldito viver! — respondeu.
— Você me mataria por causa do Bruce? — perguntou.
— Óbvio que não! Você é minha vida! — respondeu rapidamente.
— Agora entenda o Bruce. — o olhou duramente. — Ele não mata ninguém porque fez uma promessa para os pais, você mais que ninguém deveria saber disso. — virou as costas.
Jason queria ir embora dali, mas ele precisava de você para viver, para ter força.
— É diferente. — tentou sair por cima.
— Não! Não é. — se virou novamente. — Você voltou p'ra mim, mas você não é o Jason que eu conheci. — algumas lágrimas desceram por suas bochechas. — Você não é o Jason que me amou, não é o Jason que queria sempre aprender mais com o Bruce, não é o meu Jason. — começou a chorar.
Seus joelhos cederam, te fazendo cair no chão enquanto suas mãos cobriam seus olhos.
— Amor... — se ajoelhou na sua frente.
— Saia dessa vida Jason, por favor. — o abraçou com força, chorando desesperadamente. — Deixa o Bruce te ajudar! — o seu choro só se intensificava.
O Todd não podia deixar de se culpar por te fazer passar por todo esse sofrimento sozinha.
— Por favor Jason! — o encarou com os olhos cheios de lágrimas incessantes. — Você vai acabar morrendo nessa vida. Eu não quero te perder de novo! Eu já te perdi uma vez, não posso perder outra. — seu peito doía com tamanha angústia.
— Me desculpa princesa. — afagou seus cabelos. — Você deve desejar que a gente nunca tivesse se conhecido naquele museu. — falava calmante. — Você me deu tudo de você, tudo e mais um pouco. Te coloquei de joelhos todos esses anos longe, te fazendo pensar que eu 'tava morto. — te abraçou mais forte. — Mas enquanto isso eu 'tava planejando um assassinato em massa. Eu te fiz sofrer sozinha desde sempre e eu nunca percebi. — percebeu seu corpo se acalmando enquanto acariciava suas costas. — Não é culpa sua que eu tenha estragado tudo, também não é sua culpa que eu não possa ser o que você precisa. — suspirou. — É que anjos como você não podem viver essa vida que eu escolhi viver. Não podem ser destinados a terem as mãos cobertas de sangue.
Seu coração havia se aliviado um pouco, mas continuava a temer a vida de Jason. Não queria perder seu amor novamente, não queria que a polícia continuasse o procurando. Queria seu Jason de volta, aquele que se importava com a vida dos inocentes, o que era feliz, sem amargura ou mágoa no coração.
— Me prometa que vai deixar o Bruce te ajudar. — falou baixinho. — Me prometa.
— Eu prometo meu bem. — selou seus lábios com ternura. — Agora vamos dormir, você já se preocupou muito hoje. — te pegou no colo para te colocar delicadamente na cama, deitando na sua frente.
— Eu te amo Jason. — confessou. — Com toda a minha vida.
— Eu também te amo com toda a minha vida. — te puxou para perto, te deixando finalmente descansar depois de muito tempo.
A luz do Sol batia em seu rosto, aquecendo a sua pele. A respiração de Jason contra sua nuca te arrepiou, te arrancando um sorriso, fazia muito tempo desde a última vez que se sentiu assim.
Se virou tentando não se mexer muito, queria deixar Jason descansar já que você sabia que ele havia brigado feio com Bruce, ele estava com vários hematomas no rosto e deveria haver mais pelo resto do corpo. Apreciava o cabelo castanho escuro caindo pelos olhos fechados, os lábios bonitos secos por conta do clima e as bochechas levemente coradas naturalmente. Jason era perfeito aos seus olhos.
— Me admirando princesa? — sorriu.
— Com certeza. — riram.
Fazia anos que não sentia o coração tranquilo assim. Jason realmente era tudo o que você precisava.
— Eu preciso de um banho. — Jason falou enquanto se alongava.
— Pode ir, tem algumas peças de roupa que você deixou aqui. — o disse. — E se precisar de ajuda com seus machucados...
— Obrigado. — te beijou. — Eu volto logo.
Você se levantou e arrumou a cama, indo procurar algumas roupas para Jason enquanto ele ainda estava no banho. Quando as encontrou, as deixou em cima de seu travesseiro para que ele pudesse ver.
— Precisa de alguma coisa? — o perguntou.
— Só de ajuda com esses machucados aqui. — respondeu.
— 'Tô entrando. — a abriu a porta, finalmente vendo os ferimentos que estavam no corpo de Jason. — Pelo visto a briga foi feia. — pegou o kit de primeiros socorros dentro do armário do banheiro.
— Já tive brigas piores. — te tranquilizou.
— Fique parado. — falou enquanto segurava um algodão em uma pinça, colocando um pouco de rifocina para auxiliar na cicatrização dos machucados.
— Aish... — resmungou.
— Sinto muito. — se desculpou.
— Tudo bem gatinha, só continua. — segurou sua mão livre delicadamente.
Já tinha cuidado dos machucados de Jason outras vezes, mas dessa vez era diferente.
— Prontinho. — sorriu.
— Obrigado. — te abraçou, escondendo o rosto em seu pescoço.
Apenas o abraçou de volta, o medo de tudo ser um sonho te assombrando.
— Nunca mais me deixe sozinha. — falou.
— Não vou, eu prometo. — falou. — Mas agora temos que ir ver o Bruce, não é? — te olhou.
— Temos sim. — respondeu.
Agora sim você reconhecia o seu Jason.
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Caro Eu, estou escrevendo essa carta porque preciso dizer algumas coisas para você. Saiba que elas não serão coisas bonitas, mas, serão libertadoras. Há um tempo você tem tentado se encontrar nesse mundo. Muitas vezes, em seu quarto, você chorou em silêncio, tentando compreender porque essa ferida nunca se fechou. Muitas vezes, de joelhos, você buscou a paz, respostas, tentando abraçar o melhor de si. E houve um tempo que você conseguia realinhar seus caminhos, viver com menos dor. Mas nunca, totalmente. Várias partes do seu corpo ainda estão feridas e provavelmente estarão até o fim. Eu sei, você só queria ajudar as pessoas, só queria dar a elas um motivo para acreditar, para sorrir, para sentir que esse mundo não é tão cruel. Mas, você sabe muito bem que as coisas mudaram. Os tempos são outros, o lugar que você vive é outro e você precisa recuar alguns passos para conseguir sobreviver. E eu sei, você, na sua mania de perfeição, de não querer desapontar os outros, já deve estar sentindo o quanto dói sacrificar algumas coisas. Principalmente coisas que você considerava importantes (e nunca deixarão de ser). Só que, às vezes é preciso se afastar para se curar, e no seu caso, se recolher em sua casa. Você não precisa sofrer os abusos e agressões da sociedade. Pelo menos, você pode se proteger disso. Você pode "controlar" algumas coisas. Você pode "apagar" a sua existência por algumas horas. Você pode ler um livro que não vai te levar a um surto, como você teria se estivesse na fila de um supermercado. Você pode tapar os ouvidos com protetores e silenciar o caos. Você pode olhar mais para dentro de si, se enxergar pelos seus olhos em vez dos olhos das pessoas. Você pode conhecer e sentir onde estão as suas cicatrizes e até abraça-las, confortá-las, beijá-las. Essas palavras podem ser difíceis de serem lidas, eu sei. Muitas coisas podem estar passando pela sua mente agora, mas, você precisa entender que precisa voltar para o casulo e fortalecer as suas asas. Você precisa descansar. Para quando você desabrochar de novo, ser uma nova borboleta, com asas ainda mais firmes, fortes e brilhantes.
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A frágil criatura do genuíno esforço (texto, 2024, escrevendo)
Você esconde sua arte, porque em algum momento uma pessoa ignorante criticou seu genuíno esforço.
E esse esforço é uma criatura frágil, pelo menos no começo.
Como as criaturinhas daquele jogo, ela começa com menos resistência, com menos habilidades: ela pode fazer menos do que sua versão completa.
MAS, não é por ela poder fazer menos, que ela não seja importante.
Ela é a coisas mais importante, e a coisa mais genuína que você pode fazer.
E sabe porquê?
Porque até você fazê-la, ela não existia no mundo.
Olha o significado, a profundidade disso!
Você criou algo novo! O poder da criação! Algo que estava em sua mente, e suas mãos deram vida, arrancando e puxando, suor e sangue, um parto de ideias!
Talvez não seja perfeito, mas você queria realmente acertar da primeira vez?
A primeira vez é como o primeiro raio de luz do sol: é só o começo. O sol ainda vai brilhar, iluminar e aquecer o resto do dia. Depois ele descansa, pra fazer de novo amanhã.
AMANHÃ, você vai aprender uma técnica nova, você vai DESENVOLVER algo que que te ajuda a se tornar ainda melhor.
Aquela criaturinha frágil vai ganhando asas, garras, vai se imbuindo de elementos novos, tornando-se cada vez mais apta, alcançando novos locais, ampliando seu alcance e perspectiva.
Mas eu sei o motivo de você não se convencer da importância do que faz, seja escrita, desenho, música ou qualquer atividade que envolva a criatividade. A resposta está na primeira linha desse texto.
Percebe? A sua primeira crítica ao seu genuíno esforço foi a mais impactante. Ela está na página da sua criação, como se fosse a mais importante.
Como julgar o calor do sol com o primeiro raio do dia?
Como julgar o peso do oceano tendo molhado apenas seus pés na água salgada?
Você tem calendários inteiros para devorar, mas decide como vai ser seu ano no dia primeiro de janeiro?
CALENDÁRIOS INTEIROS PARA DEVORAR!
Por isso, mande seu primeiro crítico ir pastar. Pode ser hoje. Olhe nos olhos dele, nessa cena que rola todos os dias enquanto você esconde sua arte nos cofres dentro do seu coração, onde ninguém poderá apreciar seu esforço genuíno, e faça essa promessa:
"Hoje é só meu primeiro dia! Seja mais gentil! Volte amanhã, e depois de amanhã, mas só se o seu interesse for tão genuíno quanto meu esforço, que é sincero! Eu acordo com ele todos os dias. Você não faz ideia do meu amor por ele!"
Faça essa aposta: quem permanece mais junto com seu esforço genuíno?
O crítico ignorante que não sabe um por cento do seu esforço, ou você que acorda e vai dormir com ele todos os dias?
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Task 02 - Core memories
Dizer que estava ansiosa era quase redundante, como poderia ser diferente após chegar em Hexwood, sendo essa a primeira vez que ficaria tanto tempo longe dos pais e suas cobranças… Claro, elas ainda viriam marcadas pela tinta negra no papel, contudo, talvez fosse menos doloroso ler do que ouvir as palavras rígidas. Deirdre sabia o que lhe era esperado e considerando o evento de sua infância e seus próprios estudos, poderia-se dizer que ela possuía alguma noção de qual divindade poderia lhe escolher e esperava apenas ser capaz de honrá-la e a orgulhar. Não era incomum na linhagem dos Colmain que fossem acolhidos por deuses da guerra ou morte, possivelmente os apreciavam por suas medidas sangrentas e brutais que tomavam em suas terras. E talvez fosse isso que a deixasse mais nervosa a cada passo que dava, o que faria se estivesse errada? O que faria se não estivesse à altura do nome de sua família? E se fosse… Fraca?
Não. Ela não pensaria nisso, era Deirdre Maeve de Colmain, nomeada em homenagem a duas figuras importantes e que eram dignas da Casa Colmain. Os passos se tornaram mais confiantes pelo corredor conforme era guiada até a sala, agora determinada a garantir que tudo acabaria bem para ela. Ensinada desde cedo, sabia muito bem como tudo aquilo ocorreria, ainda que não esperasse o leve ardor quando por fim a fumaça do sacro cardo foi inalada, mesmo assim se ajustou no lugar e limpou a mente conforme a fumaça era inalada. Dizer que demorou mais do que achava que iria não seria de se admirar, sempre havia sido inquieta demais para focar em meditações, mas estava se esforçando mais, apenas precisava deixar a mente limpa e em ordem.
Por alguns segundos ficou incerta se saberia dizer quando teria dado certo, mas foi quando não sentiu mais cheiro algum que se permitiu abrir os olhos e a ruiva não sabia bem o que esperava… Mas talvez nada se equipare à beleza daquele lugar, tão etéreo que parecia um sonho. A grama verde parecia se estender em um campo sem fim, ao olhar para baixo percebeu que estava ajoelhada ao lado de um riacho com a água mais límpida que já havia visto, contudo não houve exatamente muito mais tempo para que admirasse a beleza do superno, antes mesmo que pudesse levar uma das mãos a água escutou um bater de asas. Quando os olhos castanhos se ergueram havia um belo corvo sob uma enorme pedra não muito longe dela, tentou se erguer e se aproximar mais, contudo se sentiu tonta e presa onde estava.
❝Poupe suas forças, criança.❞ O tom de voz feminino era firme e soava mais como uma ordem do que uma sugestão, o estranho foi que pensou a ouvir quase como ecoando e quando os olhos se ergueram novamente… Se deu conta de que estava em frente a pedra e já não era mais apenas um corvo, mas sim três. De alguma forma, se sentiu contente e até mesmo agraciada naquele momento em presenciar a deusa em sua forma tríplice, mas não houve muito tempo para pensar sobre isso visto o cenário pareceu mudar rapidamente se tornando mais escuro, Deirdre se viu rodeada de cadáveres cobertos de sangue e irreconhecíveis, a única certeza é que tinham sido mortos com magia. ❝O que vê é o que sua linhagem carrega… Sua linhagem é banhada em sangue.❞
Sabia toda a história de sua família e mesmo crescendo ouvindo o lado deles, reconhecia que poderiam ser cruéis, mas havia aprendido desde cedo que a morte era necessária, fazia parte do ciclo da vida. Como se a deusa pudesse ouvir seus pensamentos, os três corvos levantaram voo, circulando a ruiva. Ela olhou para as próprias mãos e percebeu que estavam cobertas de sangue, assim como suas roupas. O líquido parecia queimar como fogo em sua pele. ❝Você teme o que carrega, mas também o utiliza. Proteger seu povo, sua família, é sua força… e sua maldição. Você os defenderá, mesmo que isso lhe custe a alma.❞ A imagem do irmão gêmeo de Deirdre, Declan, surgiu em sua mente. Ela se lembrou do sonho que teve na infância, lembrou de ter o alertado e no fim… Nada o impediu de cair, todo o sangue ao redor dele e o corvo pousando na árvore, ela desesperada chamando pela mãe e implorando para que o corvo partisse. ❝Em você, vejo o equilíbrio entre a lâmina e o escudo. Você carrega a marca de sua linhagem, mas também o desejo de proteger. Honre-me, e eu a honrarei.❞
Agora a fala parecia alternar entre os três corvos que mesmo que a voz fosse a mesma, parecia ter sutis diferenças, foi quando os três pareceram voar rapidamente em sua direção que Deirdre fechou os olhos com força. Deirdre sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, um peso tão esmagador quanto reconfortante. Morrigan desapareceu tão abruptamente quanto havia chegado, e ela acordou na sala da pira sagrada, com o cheiro do sacro cardo impregnando o ar. Suas mãos tremiam, mas, quando olhou para elas, percebeu que não havia sangue. Apenas a sensação de algo... maior.
#isso ficou tão ruim#mas é o que temos na correria de fim de ano#cae:task#𝑰'𝒎 𝒂𝒃𝒐𝒖𝒕 𝒕𝒐 𝒕𝒆𝒂𝒓 𝒕𝒉𝒊𝒔 𝒇𝒖𝒌𝒊𝒏' 𝒑𝒍𝒂𝒄𝒆 𝒅𝒐𝒘𝒏 ✦ * ✰ ˚ ⌜ POV⌟#𝑰'𝒎 𝒓𝒆𝒂𝒅𝒚 𝒕𝒐 𝒈𝒐 𝒇𝒖𝒍𝒍-𝒐𝒏-'07-𝑩𝒓𝒊𝒕𝒏𝒆𝒚 ✦ * ✰ ˚ ⌜ Task⌟
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