#Quem é meu anjo da guarda
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Anjo da Guarda e os Arcanjos: Como Eles Trabalham Juntos
A relação entre o Anjo da Guarda e os arcanjos é um tema profundo e espiritual que desperta a curiosidade de muitos. Desde tempos antigos, acredita-se que essas entidades celestiais desempenham papéis fundamentais na orientação, proteção e conexão do ser humano com o divino. Mas como, exatamente, eles trabalham juntos? Neste artigo, exploraremos essa parceria espiritual única e como ela pode…
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meu anjo da guarda. sei que está aí com teus cabelos grisalhos que eu vi embranquecer aqui, na terra. eu sinto falta do teu bigode coçando meus dedos pra acordar naquela rede que pendurou nas palmeiras do quintal. me perdoe por ter sido tão humana com o senhor. você me ensinou tanto e me deixou tanta bondade e compaixão para passar pra frente. às vezes eu não sei quem eu sou mas eu não sei quem eu seria se o senhor não fosse meu professor. me disse uma vez que eu fui a flor mais difícil de brotar, mas com insistência e amor eu abri meus olhos pra ti, e continuou lá no meu desabrochar, no meu falecer e renascer. agora estou aqui com a idade que você queria me ver casando, se lembra? e o senhor está aí, num tempo diferente do meu. na minha memória. no meu abraço que não posso abrir pra qualquer um. nas minhas risadas que não dou com tanta frequência. o senhor me guia na dor, eu sinto. mas na felicidade você aparece pouco. porque parece que toda felicidade do mundo não é verdadeira sem te ouvir me chamar. e eu te escutei me chamar tantas vezes depois que se foi. tua voz é clara na minha cabeça. ela é gravada no vento. ela está comigo quando grito pro eco do poço que construímos. na correia da minha bicicleta que está lá no mesmo lugar. todos sentimos falta da tua presença em carne. por que não posso compreender tua missão aqui? por que se foi antes de eu poder realizar as promessas que te fiz? eu queria te pedir perdão, te agradecer, te amar, brigar com você, qualquer coisa, qualquer uma. eu só te queria aqui onde posso te ver. conheci alguém parecido com o senhor. você iria amá-lo. ele iria te amar. é impossível não te chamar de avô depois de alguns minutos te ouvindo. também me afastei de muitas pessoas. alguns amigos que você adorava, mas que também se perderam, como eu. você deve saber de tudo. o que o senhor acha? qual teu conselho sobre o que venho passando? queria tanto te ouvir. que saudade, que saudade. não sei como existir sem tua mão me guiando. é como se eu vivesse contigo no antes, quando eu tinha tudo.
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The Story Of Us II
— Um amor de estações, Donghyuck Lee. Segundo Ato: Back to December
notas: ...sem palavras pra isso. hyuck, você é um anjo! quem será o próximo? the story of us.
PRÓLOGO
Não há como enganar-se em como o dia e a noite diferem. Em certos pontos eles se mesclam — a aurora beija o nascer do Sol; o crepúsculo anuncia o seu ocaso. Mas estes são simples sinais, logo despedem-se, pois o dia precisa ser o dia, e a noite deve ser a noite.
Assim como o germinar das flores comunica a chegada da primavera, a brisa fresca que substitui a temperatura escaldante notifica do verão, também as folhas outrora verdes que secam e caem denunciam o outono, e os flocos de gelo tingindo as paisagens de branco declaram o inverno… É um ciclo que se repete. No entanto, sempre há algo que não sobrevive ao clima álgido, e a estação das flores que inicia o próximo decurso frutifica sementes distintas às anteriores.
Haechan e você são como o dia e a noite. Ademais, o ar gélido petrifica os frutos que mal resistiram ao outono. O amor primaveril não foi capaz de florescer.
verão
As primeiras semanas foram complicadas, mas Hyuck tem esperança de que tudo vai se ajeitar pouco a pouco. Ele não quer te pressionar, então não rotulam o que estão construindo. Não põem os pingos nos is, porém agora tudo é diferente. Ele pode te mostrar como é ter alguém ao teu lado tentando de verdade e cumprindo promessas.
Dentro do seu coração a maior expectativa, no entanto, é que ninguém, principalmente ele, perceba que você está se esforçando o máximo que consegue para fazer com que tudo pareça natural. Sente como se tivesse perdido o jeito, como se não soubesse ser gostada. Claro que gosta de Hyuck, quer estar com ele, mas ainda está se acostumando com tudo de novo.
O recesso de verão permitiu que vocês passassem mais tempo juntos. E sem muitas ocupações, ficam com a mente mais vazia. Mente vazia, oficina de...
— E se a gente fosse numa praia? — O moreno sugere com sorriso de quem apronta algo mirabolante. Você o mira com uma das sobrancelhas arqueadas, o calor lá fora te faz querer ceder.
— Hyuck...
— Não, amor, é sério. Se a gente sair agora chega a tempo de pegar um solzinho. — Explica seu plano, e você pondera a possibilidade.
Realmente, ainda são oito da manhã. Demorariam uns quarenta minutos para percorrer o caminho até a praia mais próxima, contando com que o trânsito estivesse mais ou menos. É uma boa ideia.
— Eu preparo a bolsa, você faz uns sanduíches. Depois a gente se arruma. — Divide as tarefas, e ele celebra com a comemoração barulhenta típica dele.
Arrumando o protetor solar, as toalhas e tudo mais que precisam, o apelido carinhoso usado pelo rapaz ainda ecoa nos teus pensamentos. Um fato sobre ele é que não tem receio algum de te tratar bem, com um carinho que você ainda não tem certeza se merece.
Se pensar muito, trava nos trilhos. Então chacoalha a cabeça e foca em ser rápida para ajudar Donghyuck na cozinha.
Trabalhar em uma cafeteria o deu experiência o suficiente para fazer a parte dele com facilidade. Quando você chegou ao outro cômodo, ele já tinha embalado tudo e estava até tomando banho.
Tudo pronto, partem para a praia ouvindo um álbum indie qualquer que Hyuck tinha ganhado de presente do irmão. Não importa muito, porque ao lado dele, fica mais falante do que o normal. Principalmente porque ele pergunta sobre cada história cabeluda que você esquece de atualizar.
— Não vai pra água sem passar o protetor solar! — Você grita em vão, ele já está com os pés submergidos na água gelada. Mergulha como uma criança encantada pela imensidão azul.
O homem que disponibiliza as cadeiras e o guarda-sol ri ao ver sua cara de julgamento.
— No meu tempo namorado tinha que obedecer. — Brinca, enquanto assiste você mover tudo para a sombra.
— A gente não... — Não adiantaria explicar. — Pois é! — Junta-se ao mais velho na risada. — Quando ele voltar, vai se ver comigo.
Após alguns minutos, vê a figura encharcada e sorridente vindo na tua direção.
— Mozão... — Ele chega mais perto, balançando os cabelos para que as gotículas te molhassem, ignora completamente teus protestos raivosos. — Tá muito boa a água.
Assim que ele se senta, comendo uns biscoitos recheados que achou na bolsa, você aproveita para passar uma toalha sobre o dorso. O garoto apenas admira a paisagem e desfruta o sabor de chocolate na boca.
Leva um sustinho quando sente tuas mãos espalhando o creme branco, mas adora o carinho, e também o cuidado que a ação exala.
— Tu já passou?
— Já, falta só atrás. Passa pra mim? — Pergunta já entregando a embalagem para ele.
No maior estilo namorado babão, ele exagera ao passar protetor pelas tuas costas, fazendo uma massagem leve e murmurando como a mô dele tem que ficar protegida do Sol.
Por um breve instante teve a ideia de ficar apenas na sombra, mergulhar algumas vezes, mas não sabia se queria molhar o cabelo. Aham, tá.
Haechan não te deixa em paz até irem para a água juntos. Ele faz você apostar quem fica mais tempo sem respirar, quem nada mais rápido, e até fazem guerra de jato d´água.
Gargalha enquanto o ensina a dar cambalhotas ali, depois dele ter revelado que não sabia. O bichinho está com o coração acelerado, conseguiu uma vez e já está ótimo. Que treco difícil, ainda entupiu o ouvido.
Você ainda ri quando ele te envolve num abraço forte, inescapável quase. Hyuck tenta fingir uma pirraça porque está rindo dele, porém não consegue não se deixar contagiar por você.
Quando se acalma, tímida sob seu olhar fixo, os dedos enrugados do maior afagam tua bochecha. Ele rouba um selinho, e você se apoia no peitoral nu, então ele não resiste e aprofunda o beijo. É gostoso, demorado, cheio de sentimento, mas lento, só porque você amolece nos braços dele quando é assim.
Enrolaram um pouco na areia só para as roupas secarem. Na volta para casa, o corpo já começa a reagir: a canseira da praia pegou vocês de jeito.
Depois do banho fresquinho, deitaram-se grudados na cama, sem nem ligar para o cabelo molhado. Pelo cansaço, ele cai no sono logo. Você admira os traços delicados e relaxados, ele é lindo. Uma pontada de coragem atinge teu interior, e você se aninha ainda mais nele, que inconscientemente te acomoda com carinho. Por mais que tente, ainda é estranho dormir com outra pessoa de novo, mas poderia se acostumar facilmente com a sensação. A pele quente na tua, a respiração sincronizando, o cafuné...
Donghyuck ou consertaria teu coração, ou o quebraria de vez.
outono
Está tudo bem ter suas expectativas quebradas algumas vezes. Mas e várias vezes?
Hyuck é paciente, prestativo, carinhoso... Apesar de ainda faltar muito para a estação das flores, ele se pega refletindo sobre o porquê da relação não ser mais um mar de rosas.
Enquanto ele ainda está na quentura da estação anterior, você parece ter mudado como as folhas do outono — secas, leves ao vento.
A vontade dele em alguns momentos era conversar sobre a distância nova, mas, então, você parecia bem de novo. Mesmo perdido ele continua tentando. O problema é que ele ama ser o centro da tua atenção, ama te fazer rir, ama ser teu além da conta e quaisquer momentos bons são como band-aids na ferida ainda superficial. Talvez seja só uma fase.
Certo dia, Hyuck se vê questionando o próprio comportamento. Será que eu deveria fazer algo mais? Crendo firmemente nas vozes altas demais, ele decide te fazer uma surpresa. Teria de ser discreto, pois você acha cafona coisas em público que chamam atenção.
O que é romântico o suficiente para ser modesto, e ao mesmo tempo clássico, que o impediria de errar? Flores.
Na floricultura mais tradicional do bairro, vê o buquê de rosas sendo preparado. Escolheu várias cores de propósito, pensou que gostaria ainda mais por ser diferente do comum.
Caminha ansioso para o seu dormitório, o nervosismo consome seu interior. Bem, por dois motivos. Primeiro por não saber se estaria tão receptiva hoje; segundo porque, mesmo assim, quer ver tua reação ao presente.
Ao abrir a porta o recebe com um sorriso grande e parte dele descansa. O buquê está escondido ao lado do batente, e ele te pede para fechar os olhos com tom animado.
— Ah, meu Deus... — Você atende ao pedido, juntando as próprias mãos inquietas. — O que você aprontou, hein?
Ele ajeita a pose, passa os dedos trêmulos pelos fios desgrenhados, expira em preparo e...
— Pode abrir.
— Hyuck! — Os seus olhos brilham por um momento, está genuinamente tocada com o gesto. — Que coisa linda! — Tomando as flores ao colo, permite que a essência invada as narinas. São como um bálsamo para a temporada de secura.
Timidamente o rapaz toca o teu quadril e você o puxa para mais perto, beijando-o com ternura. Naquele momento, sentia-se o cara mais feliz que existe, no topo do mundo.
Quanto mais alto, maior a queda.
— Te amo, linda. — Na empolgação, ele deixa escapar o segredo. A verdade é que já queria ter dito antes, porém, a situação toda de um passo de cada vez o havia impedido até agora.
O moreno sente teu corpo tensionar nos braços dele.
— Você vai entrar? — Pergunta um pouco esganiçada, a garganta fechou brevemente e os pensamentos estão embaralhados.
Ele assente, a mirada um misto de confusão e abalo.
Haechan pode enxergar através de você claramente. Ele se senta no sofá e, em silêncio, te observa colocar o buquê num vaso bonito com água. As mordiscadas no interior das bochechas não passam despercebidas por ele, sabe que está angustiada.
— Amor, eu... — Consegue fazê-la olhar na sua direção, por fim. — Não precisa dizer de volta agora.
— É que...
— Essas coisas levam tempo. — Está fazendo de novo, mascarando a mágoa com palavras de conforto para você. — É que eu... eu... — Você ainda está em pé no meio da sala, assistindo o garoto se embolar nos próprios sentimentos. Ele quase repete as palavras de antes, mas se controla, não é uma boa ideia agora.
Não pode suportar vê-lo assim, não pode suportar o clima estranho que você mesma causou. Ainda não se sente preparada para retribuí-lo e tudo isso te tortura.
— Me perdoa. — Junta-se a ele no sofá, é tudo que consegue dizer.
— Não precisa pedir desculpa. — Ele sorri fraco. Quer tanto te perguntar se isso significa o fim do que têm, se é que têm algo.
São tantas palavras que não podem ser ditas, porque não quer te machucar, que não repara que ele está o fazendo consigo mesmo. Seu coração está em queda livre.
Dia após dia, ao te visitar, repara nas flores secando. Até que, inevitavelmente, morrem. Assiste as pétalas caírem. Duas, três por vez. Apenas uma resiste; não segura por muito tempo, todavia, pois também perde as forças.
inverno
Quando a temperatura baixa pinta os arredores de branco, a vida parece ficar mais automatizada para você. Conta os segundos para o recesso de inverno, não faria nada de especial, mas as provas estão acabando com tua energia.
Reconhece que não tem dado tanta atenção quanto prometera para Donghyuck, mas ele entende. Com certeza entende.
Uma das características mais fortes de Hyuck é ser leal. Apesar de tudo, ainda segue tentando. Adiou todo esse tempo a tal conversa na qual te daria um ultimato, ou esclareceria as coisas, algo assim. Nessa altura, já não reconhece o que quer. Somente segue lutando.
No entanto, infelizmente, ele sente que está perdendo as forças. Tinha prometido a si mesmo que continuaria até não conseguir mais, mesmo não sendo a melhor opção. Pouco a pouco a amizade de antes se desfez e tudo que sobrou é andar em corda bamba para que nada fique ruim demais.
Hoje acordaram mais cedo, ele queria te visitar antes de seu turno começar. Comprou um café e traçava as ruas até você quase roboticamente. Você o espera, mas concentra-se mais em terminar de escrever um trabalho para o qual o prazo de entrega é logo.
O leve vibrar da tela te acorda do transe, é Hyuck avisando que já está na esquina. Levanta-se apressada e deixa a porta entreaberta para que ele entre quando chegar. Dispara de volta para o quarto, uma ideia surgiu em tua mente e precisa digitar antes que esqueça.
Ele entra, confuso. Fecha a porta cuidadosamente e segue para onde sabe que estaria.
— Bom dia, amor. — Anuncia sua chegada, fungando um pouco pelo resfriado. — Trouxe café.
— Brigada, sério. Tô precisando. — Ri fraquinho, sem parar de digitar quase furiosamente. Não desvia o olhar da tela quando ele deposita o café na escrivaninha.
Te fita em silêncio, surpreso por nem tê-lo olhado. O peito grita de raiva.
— Você não vai nem falar comigo? — A voz fraca indaga, medindo cada som. Caso contrário, brigariam feio.
— Desculpa, tô bastante focada. — Você se levanta, alonga as costas e o abraça sem envolvê-lo por inteiro. Dá um selinho rápido no menino e beberica o café. — Ai, queimei a língua. — Devolve o café para a mesa.
Lembra-se, então, do buquê e de todas as tentativas frustadas que o levaram até ali.
Logo você volta para a posição anterior, os olhos grudados no computador. Chega.
Donghyuck sempre te amou livremente, mas chegou no limite. Prosseguir o quebraria por completo. Ele, que queria te consertar.
— Não dá mais. — Diz derrotado, sente as pálpebras arderem.
— Tá difícil no trabalho? — Edita alguma formatação fora do lugar.
— Não, a gente não dá mais. — Te vê virar o corpo com os olhos assustados. — Eu tentei tanto, tanto... Me dói desistir de alguém que eu amo. — É a tua vez de sentir o coração apertar, o tom dele te corta em pedaços. — Mas tô cansado de implorar sua atenção.
— Como assim? — Tua voz contrasta com a calma dele. — Eu tô tentando o melhor que eu consigo.
— Você nunca foi mentirosa, não precisa ser agora.
O silêncio foi a resposta que ele previu, mas não a que esperava.
Devagar, vai até teu armário e recolhe todas as coisas que tinha deixado ali, sendo observado por você, que está congelada. Assiste-o ir embora, ainda conseguir mover-se. Ele não olha para trás, com medo de mudar de ideia.
Por dias você tenta entender o que aconteceu, sem nenhuma coragem de correr atrás dele.
Nas manhãs, sente falta do café quentinho e do sorriso bobo que te despertava. Nas tardes, a bolha de alegria não existe mais. Nas noites, você, que não estava acostumada a ter companhia para cair no sono, nota a saudade beirar o insuportável quando o cheiro de Haechan desaparece dos lençóis. Tua rotina é vazia sem ele, tudo te lembra da pele morena, do sorriso doce... tão perfeito.
Repassando seus momentos juntos, percebe que projetou o próprio medo da pior forma que poderia. Quem abandonou foi você, desta vez. Hyuck deu tudo que tinha, além disso até, e você não soube respondê-lo.
Passar o Natal longe dele foi o mais difícil, encarou o presente que o daria por horas até decidir tentar se distrair, saindo com Gabi. Mas o balcão do bar também não te deixa esquecer a idiota que foi por ter perdido o melhor que poderia ter.
Chegando a Epifania, a cidade está toda em festa. O festival no Centro arrastou todo mundo, deixando os comércios vazios. Alguns chegam a fechar.
Encara a mensagem enquanto respira fundo pela última vez antes de apertar enviar. Seria uma mentira dizer que não espera que ele te aceite de volta, mas depois de tê-lo feito sofrer tanto, entende se encontrar a porta fechada.
você: a gente pode conversar?
Donghyuck não sabe explicar o que a notificação causou nele. Está preparado para somente ignorar, mas a vista da janela aquece seu coração. As crianças comemorando com os pais, mesmo no dia gélido, o fez relembrar do sentido da celebração de hoje.
hyuck: te encontro onde?
Teu pulso bate nos ouvidos ao ouvir o barulho do celular. Convida-o para uma das poucas lanchonetes abertas no bairro, saindo de casa apressadamente.
Ainda faltam alguns minutos para ele chegar, mas o aguarda pacientemente. Toda vez que o sino soa, não consegue se impedir de olhar a porta. Quando avista sua figura, quase chora. Um misto de saudade, de alívio e de arrependimento te perturba, deixando forças apenas para um pequeno aceno.
Os olhos dele demoram a encontrar os teus ao passo que ele se senta do outro lado da mesa. A última vez que se falaram ainda arde em sua mente, e não o culpa. No entanto, ele parece feliz. O cabelo por cortar o deixava ainda mais bonito e a face despreocupada lhe cai bem de novo. O contrário de você, que tinha tentado melhorar a aparência e disfarçar as noites mal dormidas com maquiagem.
— Obrigada por ter vindo mesmo. — Você corta o silêncio e a atmosfera esquisita.
— Não tem problema. — Oferece-lhe um sorriso empático. — Como você tá?
— Tô... indo. E você?
— Também. — Ele esfrega as mãos geladas para aquecê-las. — Tá se protegendo do frio? Tá pior do que ano passado.
A pergunta mexe contigo. Por um breve segundo, tudo parece estar como antes, mesmo sendo o extremo contrário.
— Tá frio demais, né? Mas tá tranquilo, eu ainda tenho aquele seu casaco... — Interrompe a fala quando percebe a besteira que está fazendo. No dia que foi embora, Hyuck esqueceu um de seus moletons no cesto de roupas para lavar. E, bem, não tinham se falado desde o início de Dezembro. Essa era a desculpa que repetia para si mesma, mas a verdade é que não queria devolver... nem que pudesse.
Ele apenas desvia o olhar para através do vidro que os mantinha quentinhos, sem saber como contornar a situação. Honestamente, não é ele que tem algo a dizer. Você engole a dor que embarga a garganta.
— Me desculpa, Hyuck. — Confessa, finalmente. Diria mais, é óbvio. Procura seu olhar, que está distante. Sem expressão específica, ele apenas bagunça os adereços nos dedos.
Alguns segundos são abraçados pela quietude, você prende o ar.
— Não sei muito bem o que te dizer.
— N-não precisa dizer nada, eu só queria muito falar que... — Já veio até aqui, vai ter de se forçar a desabafar tudo o que ensaiou. O rapaz te observa, esperando a próxima fala. — Que eu tô com muita saudade de você.
Ele suspira, desconcertado. Você morde o lábio inferior, não quer chorar na frente dele.
— Se eu pudesse voltar naquele dia e mudar tudo...
— Não faz isso. — Donghyuck suplica com seriedade, mas não é o suficiente para te interromper.
— Eu sei que não dá, mas... eu faria tanta coisa diferente. — Você insiste, presa num monólogo egoísta e doloroso.
— Por favor... — Ele despista a emoção ameaçando transbordar encarando o teto.
— Te amaria do jeito que você merece e...
— É tarde. — Ele aumenta um pouco o tom de voz só para que o ouça e pare de jogar tudo em cima dele. — É tarde demais. — Hyuck controla a respiração desregulada, mas você não tem sucesso em fazer o mesmo. As bochechas molham sem que possa evitar, e trata de secá-las logo. Reconhece que não tem o direito de chorar.
— Olha, eu preciso ir. — Ele se levanta, não pode vê-la assim. — Eu posso te levar em casa, se quiser. — Oferece sem realmente ter a intenção de fazê-lo, só deseja sair dali.
— Não... tá tudo bem. Me desculpa de novo. E obrigada também.
Ele assente e vira as costas. Você o assiste até que se torne um borrão entre o anoitecer e as luzes.
Haechan se foi mais uma vez, mas a culpa é inteira tua. Perdeu um amigo, um namorado, mesmo sem nunca ter chamado pelo que era. Ele é a luz do Sol, e você foi uma tempestade impiedosa para ele. Não mentiu quando disse que voltaria ao passado para mudar de ideia sobre como não cuidou dele, se avisaria do erro que estava cometendo... tarde demais.
O tempo é curioso, místico, esplêndido. Te fere terrivelmente com a mesma mão que cura. Assim, logo a nova Primavera traria flores ao solo congelado. O inverno terminaria dentro de pouco tempo.
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MÁXIMAS PARA CADA DIA DO MÊS por Santo Antônio Claret
Considera, antes, que hás de morrer na hora menos pensada. Quer penses, quer não penses nisso, quer acredites, quer não acredites, morrerás e serás julgado, e te salvarás ou te condenarás, conforme o bem ou mal que houveres praticado; disso não escaparás por mais que digas ou faças; E que te aproveitará ganhar todas as riquezas e alcançar todas as honras, e dar ao corpo todos os prazeres, se perdes a tua alma? As riquezas e as honras ficarão neste mundo; o corpo na sepultura, para ser comido dos vermes; e a alma em pecado, como a do rico do Evangelho, no inferno.
Considera, então, a máxima de cada dia:
1. Deus me vê, Deus me ouve, Deus há de julgar-me.
2. Deus é meu Criador, meu Redentor, meu Benfeitor, meu Pai: ousarei eu ofendê-Lo?
3. A alma é minha, é uma só, é eterna… infeliz de mim se a perder!
4. Se a alma se salvar, tudo está salvo; se ela se perder, tudo está perdido para mim e perdido para sempre.
5. Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se perder sua alma?
6. Não há paz, felicidade nem contentamento para quem vive apartado de Deus.
7. A morte chega na hora menos pensada.
8. Num instante se peca, num instante se morre, num instante se cai no inferno.
9. A morte é conforme à vida: tal vida, tal morte.
10. Fomos criados unicamente por Deus e para o Céu.
11. Tudo é vaidade, menos amar a Deus.
12. Um momento de prazer… e depois?… depois uma eternidade de tormentos!
13. Quem poderá habitar em meio do fogo devorador do inferno, e entre os ardores sempiternos?
14. Que faria um condenado se tivesse o tempo que eu tenho? E eu, que faço?
15. O inferno está cheio de bons desejos não levados a efeito.
16. A estrada do céu é estreita e poucos são os que caminham por ela; a estrada do inferno é larga e muitos vão por ela. Convém viver com os poucos, para salvar-se com os poucos.
17. Breve sofrer, e eterno gozar.
18. Quem desprezar os pecados veniais, não tardará em cair nos mortais.
19. Na hora da morte nada nos consolará senão as boas obras, nada nos dará pena senão o mal que houvermos feito.
20. Foi conveniente que Jesus padecesse e assim entrasse na glória.
21. Cristo em jejum, eu em fartura! Cristo pobremente vestido, e eu luxuosamente vestido? Cristo entre penas, e eu nadando em delícias?
22. Faze agora o que quiseres ter feito na hora da morte, porque naquele instante quererás fazê-lo, mas não será tempo.
23. Vigiai e orai para não cairdes em tentação: Jesus Cristo é quem nos avisa.
24. É necessário orar e nunca deixar de o fazer.
25. Sem fazer-se violência a si mesmo, não se entra no reino dos céus.
26. Ai do mundo por causa dos escândalos; mais desgraçado ainda aquele por quem vier o escândalo. Jesus Cristo mesmo o diz.
27. Que consolação recebem agora os condenados, dos deleites que gozaram neste mundo, com os quais compraram o inferno?
28. Aquele que não faz o que pode para salvar sua alma, ou não tem fé, ou é um louco.
29. Para salvar-se é preciso ter a eternidade na cabeça, Deus no coração, e o mundo debaixo dos pés.
30. Se desejarmos entrar no céu, lembremo-nos que Maria é a porta do céu.
31. O Anjo da guarda está sempre conosco; respeitemos sua presença, agradeçamos seu amor, confiemos em seu auxílio, e tenhamos uma terna devoção a São José.
Não nos esqueçamos nunca de rogar pelas benditas almas do purgatório e pelas necessidades da Igreja e do Estado.
#igreja católica#católicos#santos católicos#nosso senhor jesus cristo#imaculado coração de maria#toda de maria#toda de jesus#totus tuus#totus tuus mariae#congregação mariana#salve maria
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Como experienciar algo?(⚠️Isso não é um método)
Estando ciente daquilo que você quer experienciar.
Como?
É você quem deve saber como. Você é a resposta, o que faz as coisas funcionarem e o que projeta esse mundo. Não tem um como. Isso não é um método, é apenas um ponteiro que aponta para quem você é.
"Isso não pode ser ensinado. Eu não posso ensinar a vocês. Ora, quem pode ensiná-los a respirar? Quem precisa lhe ensinar a respirar? Quem pode ensinar a vocês a fazer o sangue correr pelo corpo? Quem precisa ensiná-los a ver? O ver simplesmente acontece. Tudo que acontece, não precisa ser conseguido, apenas acontece"
-Tony Parsons
Não estou dizendo que tu deve deixar de fazer algo. Afirmar 100000000 vezes e afirmar 1 vez, ou até mesmo não afirmar, não tem dualidade. Tudo é UM. Fazer tudo, fazer nada, meditar por 100 anos, assumir e não assumir, focar por 1000 minutos nos seus pensamentos ou não, não tem dualidade. Você que decide se essas coisas dão certo ou errado.
Você só se move por estar ciente disso, seu sangue corre pela suas veias por você estar ciente disso. Você precisa afirmar, assumir, ou ter uma evolução espiritual para isso?
Meu relato: Quando eu era cristão e estava procurando um sentido pra vida, eu estava vendo aquelas teorias de "Jesus ET" e um monte de coisa. Eu usei aquela famosa tática de abrir uma página aleatória da Bíblia e encontrar sua resposta. Então eu perguntei pra coisa: "O que é você e por que me responde? Não ficarei chateado caso você não for Deus e sim o universo ou outra coisa. O que é você? Meu anjo da guarda? Um ET? (Socorro🕊️) Deus?". Ele me disse somente: “Eu somente sigo as ordens de Deus”.
Me afastei da não dualidade após o twt cair, então esqueci de MUITA coisa e comecei a falar com essa coisa procurando por respostas. Não lembro exatamente o que perguntei, acho que foi sobre como usar meus poderes? O ser perguntando pra coisa que ELE criou como ele criou essa coisa? Rapaz, se nem o ser tá sabendo duvido que as coisas vão saber responder. Ele me deu uma passagem falando que tudo que acontecia era por causa de Deus, ele não disse como, só disse que era minha culpa. A resposta procurando por respostas… Não há o que procurar, você já É a resposta.
Como a experiencia acontece??
Da forma que você decidir, pode ser algo mágico, natural, pode sentir algo mudando com o tempo, pode ser instantâneo. Tudo depende do que você decide que acontece e como aconteça.
Ué, mas o ser não é natural?
O ser, ser natural, significa que não precisa de mudança nem de nada. Nesse momento, você é o ser (e sempre foi) e vai ser eternamente, independente do que experiencie ou "sinta". Só estamos dizendo que não precisamos sentir algo especial ou UUUUAAAUUUUUUU para ser. Sempre "fomos" o ser, mesmo quando você vivia na ilusão de ser uma pessoa.
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12/06/23
As doses dos remedios aumentaram, hoje o dia foi obscuro, não vi nada, mal me mexi na cama... O dia passou e nem as cortinas foram abertas e quando fui ver já era noite. Ouço minha mãe me chamar atrás da porta, mas a ignoro até parar... Não posso deixar que ela veja as sombras tomando conta de mim enquanto se alimentam do meu vazio.
Traumas, culpas e perdas me trouxeram até aqui, espero um dia conseguir sair mesmo as vezes tendo medo de ser salva... Me acostumei tanto com as sombras que as luzes me assustam e por isso as cortinas nunca são abertas.
Ouço meu anjo da guarda me chamar cada vez mais alto em meus sonhos e a única coisa que desejo é dar as mãos a ele e atravessar para o outro lado e poder abraçá-lo, mas infelizmente sempre acordo... Quem sabe essa noite eu não consiga abraçá-lo...
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O poema profético por Pe. Oliveira
Padre Oliveira é um sacerdote brasileiro que mora no Rio Grande do Sul.
Há anos, recebe de Deus visões místicas e revelações proféticas.
O relato abaixo é sobre uma locução que teve de um anjo, em suas próprias palavras.
""2015 – 5 de junho – As 27 estrofes
Este foi o mais enigmático dos fenômenos que já vivi. Havia celebrado duas missas e chegado em casa. Estava sozinho no lote da paróquia. Após tomar um banho, rezar e jantar, sentei-me para descansar um pouco. O clima era bom e eu me sentia muito bem. Me peguei divagando em meus pensamentos, agradecendo a Deus pelo dia. Após tomar um banho, rezar e jantar, sentei-me para descansar um pouco. O clima era bom e eu me sentia muito bem. Me peguei divagando em meus pensamentos, agradecendo a Deus pelo dia.
Foi aí então que entrei num estado de consciência alterada. Creio que foi um tipo de êxtase, semelhante ao que tive uma vez em 2006, durante um retiro, onde Jesus me disse três coisas que hoje já se cumpriram. Aqui devo classificar o fenômeno como locução interior.
Ouvi uma voz, creio firmemente ser de um anjo, pois o sentimento era de profunda segurança. Não consegui discernir se era o meu anjo da guarda ou um outro enviado pelo Senhor, pois não vi sua imagem, apenas ouvi sua voz. Ele pediu que eu escrevesse tudo o que diria.
O fenômeno pareceu durar, para mim, cerca de meia hora. No entanto, ao fim já haviam se passado quase três horas, o que me deixou confuso pelo lapso temporal. Segue, abaixo, o texto do que aquele anjo pediu que eu escrevesse.
"Ó profeta, lê os sinais dos tempos
E transcreve numa palavra velada
Para apenas os destinados ao discernimento dos espíritos
Compreenderem seu sentido e força
Portanto, a ti, a quem dirijo esta profecia,
Mostra apenas àqueles que eu te indicar,
Para que façam, sem medo nem receio da verdade
O que vou lhes ordenar
Obs.: Depois de dizer isso, houve um tempo de silêncio. Em seguida, retomou a fala e só parou quando terminou, o que me faz pensar que os versos iniciam a partir daqui.
O mal cresce e caminha na escuridão.
Poucos são os que o conhecem,
Poucos são os que o encontrarão.
A sombra que caminha entre vós
Se chama cisma, divisão!
Aquele que defende o ímpio e bate no justo
Não vê nem escuta.
O soberbo que se diz santo,
Na cegueira de seu orgulho,
É o primeiro que cairá na luta.
O ancião, que entende a Palavra, avisa.
O jovem sábio denuncia.
Ambos caem pela força
Do golpe daquele que instiga.
O que se diz livre se une
Ao que se diz sob o jugo das regras,
Pois ambos são atormentados
Pelo mesmo mal que surge das trevas.
O rebanho será dispersado.
O pastor ficará isolado.
Nem mesmo os mais fiéis serão,
Nesta destruição, poupados.
O coração do bom ficará confuso.
O coração do ímpio se regozijará.
A loucura do ouro tomará o seu espaço,
E o filho do erro livremente caminhará.
A tristeza e a fúria virão
Como nunca se ouviu dizer.
Desejarão a morte, desejarão não ver
Aquilo que esperavam acontecer.
O cajado está no chão.
A casa do rei vazia está.
Pois o Senhor da Verdade que ali morava
Não tem mais onde acampar.
Como o quarto vazio da sala de trás,
Assim está o coração do pai.
Por isso, segue o conselho de perversos
E já não sabe mais aonde vai.
Tudo isso será causa
Da ira daquele que julga
E os portões do Hades se abrirão,
Colocando almas santas em fuga.
Mas eu chamei pelo nome
Os filhos deste tempo.
Serão como farol na noite escura
E, para as almas, um alento.
Deverão se aliar com as milícias do Alto
E forjar suas almas sem medir o cansaço,
Pois serão estes as pedras daquele que lavra a montanha,
A força para a derrota daquele que engana.
A lua estará cheia
E nesta semana os olhos não deverão dormir,
Pois após a queda do mal,
Uma vigília deverá surgir.
Aqueles que foram chamados,
Os seus deverão convocar
Para, no tempo do escuro,
Seus filhos com eles vigiar.
Lágrimas falsas cairão
E o cortejo fúnebre esconderá a alegria dos presentes,
Mas esta alegria será transformada em luto maior
Se as sentinelas forem ausentes.
Quem bem leu as palavras desta profecia,
Já compreendeu
O mal que está por vir
E o mal que já aconteceu.
Preparado deves estar
Para as trevas que irão surgir
E sentinela forte deves te tornar
Para que outro mal pior não consiga vir.
A profecia escutada fará vir a paz,
A rejeição da mesma trará a desgraça
Daquele que não sabe o que faz.
Aquele que diz esta profecia
Sabe o que leu nos sinais.
Diz a verdade e espera que o irmão
Compreenda claro como a luz nos vitrais.
A luz chegará,
O mal será derrotado.
Os filhos deste tempo se perguntarão:
Afinal, não será este o nosso real mandato?
Desde quando a treva foi maior que a luz?
Não se deixe enganar
Pelo discurso daquele que seduz.
O tempo já chegou e começaram
Os tempos de dor e fúria.
Somente aquele que abriu os olhos
Passará pelo buraco da agulha.
O Senhor já preparou
A provação do nosso tempo
E as terras do sapato verão
A força da tempestade e do vento.
Mas a árvore que suporta o temporal
Se torna forte e invencível.
Aquele que ouviu a profecia e a compreendeu
Terá novamente o coração sensível.
E tu profeta, prepara a alma
Para o sofrimento e a dor.
Serás maltratado e perseguido
Porque dissestes tudo com fervor.
Depois de três tempos e um quarto de tempo,
Virá a tua paz.
Serás lembrado como profeta,
Ainda que alguns te vejam como mero rapaz.
Fecha o livro e descansa,
Aguarda firme na viva esperança
Daquele que te diz as palavras:
Não perde a confiança. "
Amém, amém.
Obs.: Há muitas interpretações possíveis sobre este texto.
Neste caso, deixarei ao leitor que tire as próprias conclusões, pois, para mim, até hoje, este foi o fenômeno mais complexo que já vivi. ""
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Versos Livres IV
O tempo é marcado por eventos Em nossa memória fica a marca As sinapses nos dão nossos talentos Nossos neurônios dão vida ao monarca Nossa memória não tem fronteiras Guarda tudo, menos o que não importa Em cada emoção estende as bandeiras Exposta pra quem de sua mente abre a porta Eu sinto a sua falta O anjo do meu sonho Aquele que meu ser exalta Onde esta o seu sorriso risinho? Há teias de aranha na minha mente Que insistem em prender meu desejo E capturar aquilo que você sente Pra que eu possa sentir como um lampejo Mas onde há escuridão, a luz brilha mais forte E tua imagem no meu coração é o norte Um sol que ilumina toda o vazio de meu ser E que na esperança de melhorar me faz crer Visitei muitas bolhas da nossa sociedade Sentindo o ar de diferentes continentes Toquei a mão de pobres e reis de verdade E pude sentir no olhar quem são os valentes Em cada marca do tempo ficou uma mensagem Que tem um significado único pra cada um de nós E na consciência levamos lentamente a bagagem Mesmo que o tempo passe de forma veloz
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Eu deixei pistas de como te conquistar a todos que admiram sua beleza e doçura,sei que já não posso te fazer companhia,te fazer sorrir como antes eu fazia,por isso deixei suas canções preferidas em um dos meus posts,nas conversas com amigos fiz questão de dizer seu tipo de comida e bebida para um bom piquenique ao luar,contei das vezes que fui a sua janela fazer serenatas sempre a capela,e ficava pagando mico por horas cantando todo repertório de Marisa Monte,pra no final ganhar um beijo que mão colocava e depois soprava ao ar em minha direção, eu saltava pra pegar aquele beijo que vinha solitário,pegava e colocava junto ao coração,sei que era apenas imaginário,mas não é isso que pensava meu corpo,contei nas redes sociais seu gosto incomum por qualquer tipo de dança,adorava dançar juntinho,fechava os olhos e viajava,nem percebia que a música tinha acabado,e nós dois ficávamos ali no meio da pista simplesmente parados, disse como você gosta de chocolate e flôres,adora receber elogios na cama depois do amor,e que se recitar um poema pra ela pode até colocar algemas,ela abusa e se entrega se falar certas palavras bregas, não gosta quando falam alto, também detesta usar salto,diz que se nasceu baixinha é vontade de Deus, não tem que se sacrificar para ganhar um centímetro ou dois,gostar de ler para o amado, também gosta de morder aqui bem perto da orelha,depois desce beijando para amenizar a dor,adora frutas,doces e qualquer porcaria industrializada,gosta de cinema com pipoca e refrigerante,gosta de encher gavetas com bijuterias e maquiagem,por fim ela ama fazer viagens,ela merece tudo que de melhor exista,por isso fiz essa lista e deixai milhares de pistas,quem for ficar com ela tem que aprender,pois se ela amar você, nunca irá se arrepender, terá a melhor mulher do mundo,ainda bem que posso vê-la todos os dias,pois papai do céu me deu o privilégio de ser seu anjo da guarda,ele achou que um amor como nosso merecia ao menos a chance de quem partiu ajudar quem ficou a ser de novo feliz.
Jonas R Cezar
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Anjo da Guarda e os 7 Chakras: Como Eles Se Conectam
A conexão entre o Anjo da Guarda e os 7 chakras é um tema fascinante que une espiritualidade, energia e proteção. Muitos acreditam que os Anjos da Guarda são seres de luz designados para nos proteger e guiar em nossa jornada terrena, enquanto os chakras são centros de energia que influenciam nosso bem-estar físico, emocional e espiritual. Neste artigo, vamos explorar como o Anjo da Guarda se…
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John Donne
Elegia XIX: Indo para o leito
Vem, Dama, que eu desafio a paz, / Até que eu lute, em luta o corpo jaz. / Como o inimigo diante do inimigo, / Canso-me de esperar se nunca brigo. / Solta esse cinto sideral que vela, / Céu cintilante, uma área ainda mais bela. / Desata esse corpete constelado, / Feito para deter o olhar ousado./ Entrega-te ao torpor que se derrama/ De ti a mim, dizendo: hora da cama. / Tira o espartilho, quero descoberto / O que ele guarda, quieto, tão de perto./ O corpo que de tuas saias sai /É um campo em flor quando a sombra se esvai. / Arranca essa grinalda armada e deixa/ Que cresça o diadema da madeixa. / Tira os sapatos e entra sem receio/ Nesse templo de amor que é nosso leito./ Os anjos mostram-se num branco véu aos homens./ Tu, meu Anjo, é como o Céu / De Maomé. E se no branco têm contigo / Semelhança os espíritos, distingo: / O que o meu Anjo branco põe não é / O cabelo mas sim a carne em pé. / Deixa que a minha mão errante adentre / Atrás, na frente, em cima, embaixo, entre./ Minha América! Minha terra à vista,/ Reino de paz, se um homem só a conquista, / Minha Mina preciosa, meu Império! / Feliz de quem penetre o teu mistério! / Liberto-me ficando teu escravo;/ Onde cai minha mão, meu selo gravo./ Nudez total! Todo prazer provém/ De um corpo (como a alma sem corpo) / Sem vestes. As joias que mulher ostenta/ São como bolas de ouro de Atlanta:/ Os olhos do tolo que uma gema inflama / Ilude-se com ela e perde a dama. / Como encadernação vistosa, feita / Para iletrados, a mulher se enfeita; / Mas ela é um livro místico e somente / A alguns (a qual tal graça se consente) / É dado lê-la. Eu sou um que sabe; / Como se diante da parteira, abre-Te:/ Atira, sim, o linho branco fora, / Nem penitência nem decência agora./ Para ensinar-te eu me desnudo antes:/ A coberta de um homem te é bastante
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John Donne (1572-1631), "Elegy XIX: To His Mistress Going to Bed" (Transcriação de Augusto Campos)
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Dizem que escrevemos aquilo que conhecemos.
Minhas palavras tendem a ser carregadas com justificativas do porquê sou como sou, de um tempo pra cá venho me perguntando para quem ou para que busco tanto uma resposta.
Com quem estou falando nesses devaneios de auto justificação...
Fiz isso por isso para poder fazer aquilo, estou assim porque assado. Não estou mais suportando essa terceirização dos meus atos, essa necessidade de ser compreendida. Assumir que serei incompreendida talvez deva ser a premissa para poder de fato ser, sem porquês.
Recentemente entrei na religião do “Diabo”, acendo uma vela para o meu anjo da guarda e outra para cada exu que me acompanha, durmo com a risada de uma moça que dança ecoando em minha mente, o cheiro de cachaça e charuto toma conta do ambiente. Me sinto em casa. O cheiro de água na terra molhada, o som da cachoeira e os trovões também são anunciações, não estou sozinha nessa jornada de ser. O movimento é cíclico e tudo faz parte.
Tenho reconhecido a mim e escrever sobre isso soa mais ego do que reconhecimento, é injusto porque ainda mal consigo traduzir para palavras. Uma vez tive um sonho em que todos subíamos uma montanha juntos, chegamos ao topo e eu comecei a nos vangloriar pela caminhada, o guia disse em voz alta: “Isso é a soberba.”
Essa frase ecoou e se manteve quando eu acordei.
Soberba:
“Uma manifestação de orgulho, de pretensão, de superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada.”
Realmente...
Cada um sobe sua própria montanha, todo mundo chega no topo e todo mundo precisa descer. Subimos a montanha, celebramos e descemos.
socialmenteirrelevante
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Em menos de 3 meses vou embora pra outro país, outra vida nova. Janeiro não começou exatamente como eu esperava que fosse começar em uma humilde sequência de 20 dias eu perdi meu emprego, meu namorado e melhor amigo que estavam na mesma pessoa.
Mesmo que hoje em dia eu perceba que nunca me amou, toda quinta-feira eu vou na igreja e peço pro padre rezar uma oração pra ele e pro anjo da guarda dele para cuidar dele pois o meu carinho e amor não diminuiu independentemente das coisas que aconteceram.
Vou levar na mala muito mais do que somente roupas dessa vez… Vou levar muita gratidão pela oportunidade de conhecer coisas novas e de poder estudar pois quem conviveu com a Laila surtada que passava mal com os vestibulares de parar em ambulatório após uma prova, sabe o quanto ela sonhou com esse momento. Quem lembra da Laila que não passou por 1 pessoa em biomedicina no prouni sabe o que eu tô sentindo nesse momento. Também vou levar diversos outros sentimentos que sinceramente não estou afim de dissertar por ser muito pessoal pra mim. Vou levar muita saudade da minha avó que não vejo há 2 anos e provavelmente va ficar muito mais tempo, ela é uma das minhas maiores apoiadoras desse sonho, pois ela sempre quis que eu e minha irmã tivéssemos a oportunidade de estudar, e que sempre me liga pra perguntar se já mudei de ideia sobre querer trabalhar na área legista pq ela odeia essa ideia (e pra falar mal do Bolsonaro).
E tem muitas coisas que espero deixar pra trás também, uma dessas é toda essa bondade que exala meu coração, todo esse carinho e amor pelas pessoas que eu sinto. Essa mania de ser tão afetiva e achar que em algum momento isso vai ser recíproco, quando na verdade eu só tomo porrada e mais porrada da vida. Ser grata ao extremo pelas coisas que as pessoas fazem por mim e nunca esquecer as coisas boas, mas nunca ter isso como retribuição. Espero que a Argentina me torne mais fria e menos humana em algum momento, pois sinceramente esse punhado de sentimento já não cabe em mim…
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Novena da Medalha Milagrosa
Sinal da Cruz
✠ Em nome Pai, ✠ e do Filho, ✠ e do Espírito Santo. Amém.
Ato de contrição
Senhor meu, Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes Vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque Vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me, também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.
1º dia: Primeira aparição
Contemplemos a Virgem Imaculada, em sua primeira aparição a Santa Catarina Labouré. A piedosa noviça guiada por seu anjo da guarda é apresentada à Imaculada Senhora. Consideremos sua inefável alegria. Seremos também felizes, como Santa Catarina, se trabalharmos com ardor na nossa santificação.
Súplica à Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem, Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pede, cheio de confiança na Vossa poderosa intercessão inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas numerosas culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor durante esta novena as nossas mais prementes necessidades (pede-se a graça desejada).
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa este favor que confiantes vos solicitamos para maior glória de Deus, engrandecimento de vosso Nome e bem de nossas almas. E para melhor servimos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos um profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.
3 Ave-Marias...
No final de cada Ave-Maria, a jaculatória: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós".
Oração final
Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por Vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de Vosso amado Filho a humildade, a caridade, a obediência, a castidade a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte. Amém.
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Quem tá aí em cima tá me vigiando e me guiando, meu anjo da guarda é forte demais, várias tentação entrou na minha frente, + nunca foram o suficiente pra me ver cair. 🙇🏻♀️
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Sobre o Absoluto, o Sublime e a Verdade Extática[1]
[Este texto foi originalmente apresentado por Werner Herzog como um discurso em Milão, na Itália, após uma exibição de seu filme “Lições da Escuridão”, sobre os incêndios no Kuwait. Ele foi convidado a falar sobre o Absoluto, mas espontaneamente mudou o tema para o Sublime. Por isso, boa parte do que se segue foi improvisada na hora.]
O colapso do universo estelar ocorrerá – como a criação – em um esplendor grandioso. Blaise Pascal
As palavras atribuídas a Blaise Pascal, que servem de prefácio para o meu filme, “Lições da Escuridão”, na realidade são minhas. O próprio Pascal não poderia ter dito melhor.
Essa citação falsificada e, como demostrarei mais tarde, não falsificada, deve servir como a primeira indicação das questões que tentarei abordar neste discurso. De qualquer maneira, identificar algo falso como tal serve apenas ao triunfo dos contadores.
Mas, vocês podem se perguntar por que eu faria algo assim? O motivo é simples e não resulta de considerações teóricas, mas práticas. Utilizando tal citação como prefácio, suspendo o espectador, antes mesmo que este tenha visto o primeiro frame, a um nível elevado, de onde ele poderá entrar no filme. E eu, o autor do filme, não permitirei que ele desça até que este termine. É apenas nesse estado de sublimidade que algo mais profundo se torna possível, um tipo de verdade que é inimiga do meramente factual. Eu a chamo de verdade extática.
Depois da primeira guerra no Iraque, enquanto campos de petróleo queimavam no Kuwait, a mídia – e aqui, refiro-me especialmente à televisão – não se encontrava na posição de mostrar o que constituía, além de um crime de guerra, um evento de dimensões cósmicas, um crime contra a própria criação. Não há um único frame em “Lições da Escuridão” no qual seja possível reconhecer o nosso planeta; é por isso que o filme é categorizado como ���ficção científica”, como se aquilo só pudesse ter sido filmado em uma galáxia distante, hostil à vida. Em sua première no Festival de Cinema de Berlim, o filme foi recebido por uma orgia de ódio. Em meio aos gritos de ira do público, a única coisa que consegui discernir foi “estetização do horror”. E, ao ser ameaçado e cuspido no pódio, só consegui encontrar uma resposta única e banal. “Seus cretinos”, eu disse, “foi isso que Dante fez em seu Inferno, assim como Goya e Hieronymus Bosch”. Naquele momento de necessidade, sem querer, eu havia invocado os anjos da guarda que nos familiarizam com o Absoluto e o Sublime.
O Absoluto, o Sublime, a Verdade… O que significam estas palavras? Devo confessar que esta é a primeira vez que tento resolver tais questões fora das minhas obras, que eu compreendo, acima de tudo, em termos práticos.
Só para deixar claro, devo informá-los imediatamente que não tentarei oferecer uma definição do Absoluto, mesmo que tal conceito projete a sua sombra sobre tudo o que irei falar aqui. O Absoluto representa um dilema infindável para a filosofia, a religião e a matemática. A matemática provavelmente chegará mais perto de resolvê-lo quando alguém finalmente provar a hipótese de Riemann. A questão está relacionada à distribuição de números primos; sem resposta desde o século dezenove, ela alcança as profundezas do pensamento matemático. Um prêmio de um milhão de dólares está reservado para quem conseguir resolvê-la, e um instituto de matemática de Boston previu que só será encontrada uma prova daqui a mil anos. O dinheiro está esperando por vocês, assim como a sua imortalidade. Durante dois milênios e meio, desde Euclides, essa questão tem preocupado os matemáticos; se for provado que Riemann e sua brilhante hipótese estavam errados, uma abalo de dimensões inimagináveis seria lançado sobre os discípulos da matemática e das ciências naturais. O máximo que posso fazer é sondar muito vagamente o Absoluto; não estou apto a definir o conceito.
A VERDADE DO OCEANO
Por enquanto, permanecerei no território seguro da práxis. Mesmo que eu não consiga compreendê-lo inteiramente, gostaria de relatar um encontro inesquecível que tive com a Verdade, durante a filmagem de “Fitzcarraldo”. Estávamos filmando na selva peruana, ao leste dos Andes, entre os rios Camisea e Urubamba, onde, algum tempo depois, eu transportaria um navio a vapor enorme por cima de uma montanha. O povo indígena que lá vivia, os machiguengas, compunha a maioria dos coadjuvantes do filme e havia permitido que filmássemos em suas terras. Além do pagamento, os machiguengas queriam mais benefícios: eles pediam treinamento para o seu médico local e um barco, para que pudessem levar os produtos de suas colheitas para um mercado que ficava a alguns quilômetros de distância, ao invés de vendê-los para intermediários. Por fim, queriam que apoiássemos a sua batalha pelos títulos das terras entre os dois rios. Uma série de empresas se apoderara do local para pilhar suas reservas de madeira; recentemente, empresas de petróleo também haviam passado a ver as terras deles com olhos grandes.
Todas as petições que fizemos por um título se perderam imediatamente em meio à labiríntica e provinciana burocracia. Nossas tentativas de suborno também falharam. Finalmente, depois de uma viagem até o ministério responsável por tais assuntos, na capital do país, Lima, fui informado que, mesmo que conseguíssemos argumentar a validade de um título por motivos históricos e culturais, havia duas pedras em nosso caminho. Em primeiro lugar, o título não estava pautado em nenhum documento legal, mas baseava-se apenas em testemunhos indiretos, que seriam irrelevantes. Em segundo lugar, ninguém jamais havia mapeado as terras para fornecer fronteiras reconhecíveis.
Para resolver a segunda questão, contratei um cartógrafo, que forneceu aos machiguengas um mapa preciso da sua terra natal. Aquela foi a minha contribuição para a verdade: ela assumiu a forma de uma delineação, uma definição. Devo admitir que discuti com o cartógrafo. O mapa topográfico que ele os ofereceu era, segundo ele mesmo, de certa maneira incorreto. Ele não correspondia à verdade, porque não levava em consideração a curvatura da terra. “Em um pedaço tão pequeno de terra?”, perguntei, perdendo a paciência. “É claro”, ele disse, irritado, e empurrou seu copo de água na minha direção. “Mesmo no caso de um copo de água, é preciso que isso fique claro; não estamos lidando com uma superfície plana. É preciso enxergar a curvatura da terra como você a enxergaria em um oceano ou um lago. Se você realmente fosse capaz de percebê-la como ela é – mas a sua mente é muito limitada – você veria a terra se curvando.” Nunca esquecerei essa dura lição.
A questão dos testemunhos indiretos continha uma dimensão mais profunda e carecia de uma pesquisa de natureza completamente distinta. [Ao defenderem a sua posse das terras], o único argumento dos índios era que eles sempre haviam morado ali; eles haviam aprendido isso com seus avós. Quando o caso já parecia perdido, consegui uma audiência com o presidente do país, [Fernando] Belaúnde. Os machiguengas de Shivankoreni elegeram dois representantes para me acompanhar. [No escritório do presidente, em Lima], quando a conversa ameaçava chegar a um impasse, apresentei o seguinte argumento a Belaúnde: na legislação anglo-saxã, embora testemunhos indiretos sejam, em geral, considerados inadmissíveis como evidência, eles não são inteiramente inadmissíveis. No ano de 1916, no caso de Angu vs. Atta, uma corte colonial da Costa do Ouro (atual Gana) determinou que testemunhos indiretos poderiam servir como uma forma válida de evidência.
O caso era completamente diferente. Tratava-se de uma disputa sobre o uso do palácio de um governador local; mas também não havia documentos, ou qualquer outra coisa oficial que pudesse ser relevante. Mas a corte determinou que o consenso avassalador presente nos testemunhos indiretos, repetidos diversas vezes por um incontável número de integrantes da tribo, havia passado a constituir uma verdade manifesta, que a corte poderia aceitar sem maiores restrições. Ao ouvir isso, Belaúnde, que vivera na selva durante muitos anos, calou-se. Ele pediu um suco de laranja, e depois disse apenas, “Meu Deus”, e eu sabia que nós havíamos o convencido. Hoje, os machiguengas contam com o título das suas terras; até mesmo o consórcio de empresas petrolíferas que descobriu um dos maiores depósitos de gás natural [do mundo] nas proximidades da região os respeitam.
A audiência com o presidente me ofereceu mais um vislumbre estranho da essência da verdade. Os habitantes da aldeia de Shivakoreni não sabiam se era verdade que, do outro lado dos Andes, havia uma massa de água de proporções monstruosas, um oceano. Além disso, havia o fato de que aquela água monstruosa, o Pacífico, era supostamente salgada.
Fomos de carro até um restaurante em uma praia, alguns quilômetros ao sul de Lima, para comer. Mas nossos dois delegados indígenas não pediram nenhum prato. Eles ficaram em silêncio, olhando para as ondas. Não se aproximaram da água, mas apenas a encararam. Depois, um deles pediu uma garrafa. Entreguei a ele minha garrafa vazia de cerveja. Não, aquela não serviria. Precisava ser uma garrafa que pudesse ser bem fechada. Então, comprei uma garrafa de vinho tinto chileno barato, pedi para sacarem a rolha, e derramei o líquido na areia. Pedimos ainda que lavassem a garrafa na cozinha da melhor maneira possível. Em seguida, os homens pegaram a garrafa e caminharam, em perfeito silêncio, até a margem. Sem se despirem das calças jeans, tênis e camisetas que havíamos comprado para eles no mercado, caminharam contra as ondas. Eles caminharam água adentro, encarando a expansão do Oceano Pacífico, até que a água atingiu suas axilas. Depois, provaram a água, encheram a garrafa e a selaram cuidadosamente com a rolha.
Aquela garrafa cheia de água era a prova deles para a aldeia de que o oceano realmente existia. Perguntei, cautelosamente, se aquilo não era apenas uma parte da verdade. “Não”, eles disseram, “se há uma garrafa de água do mar, então todo o oceano também deve existir de verdade.”
O ATAQUE DA REALIDADE VIRTUAL
A partir daquele momento, o que constitui a verdade – ou, para simplificar bastante as coisas, o que constitui a realidade – tornou-se um mistério ainda maior para mim. As duas décadas que se seguiram, até agora, apresentaram desafios sem precedentes ao nosso conceito de realidade.
Quando falo em ataques contra a nossa compreensão de realidade, estou me referindo às novas tecnologias que, nos últimos vinte anos, tornaram-se artigos comuns e de uso diário: os efeitos especiais digitais, que criam realidades novas e imaginárias no cinema. Não pretendo, com isso, demonizar essas tecnologias; elas permitiram que a imaginação humana realizasse grandes feitos – como, por exemplo, reanimar dinossauros na tela de maneira convincente. Mas, se considerarmos todas as formas possíveis de realidade virtual que se tornaram parte do nosso dia a dia – na internet, nos videogames e nos reality shows; às vezes, também, em formas estranhas e mistas – a questão do que constitui uma realidade “real” é renovada constantemente.
O que realmente ocorre no reality show “Survivor”? Será que podemos realmente confiar em uma fotografia, agora que conhecemos a facilidade de se falsificar as coisas através do Photoshop? Será que algum dia conseguiremos confiar inteiramente em um e-mail, se nossos filhos de doze anos podem nos mostrar que o que estamos vendo é provavelmente uma tentativa de roubar a nossa identidade, ou talvez um vírus, um “worm”, ou um “Trojan”, que se infiltrou entre nós e adotou todas as nossas características? Será que eu já existo em algum lugar, clonado, como tantos Doppelgänger, sem ter a menor ideia disso?
A história nos oferece uma analogia da extensão [das mudanças resultantes] do outro mundo virtual com o qual nos confrontamos agora. Durante muitos séculos, as guerras mantiveram-se basicamente iguais, com exércitos combatentes de cavaleiros, que lutavam com espadas e escudos. De repente, um dia, esses guerreiros se encontraram encarando-se através de canhões e armas de fogo. As guerras nunca mais foram as mesmas. Também sabemos que as inovações no desenvolvimento de tecnologia militar são irreversíveis. Eis uma evidência que pode ser interessante: em algumas partes do Japão, no começo do século XVII, houve uma tentativa de acabar com as armas de fogo, para que os samurais pudessem voltar a se enfrentar cara a cara, com espadas. A tentativa não durou muito tempo; ela era insustentável.
Há alguns anos, passei a compreender o quão confuso o conceito de realidade se tornou, de uma maneira peculiar, através de um incidente que ocorreu em Venice Beach, em Los Angeles. Um amigo estava fazendo uma pequena festa no seu quintal – um churrasco – e já estava escuro, quando, a uma pequena distância, ouvimos alguns disparos, que ninguém levou muito a sério, até que helicópteros da polícia surgiram com holofotes e, através de megafones, nos instruíram a entrar em casa. Descobrimos alguns fatos a respeito do ocorrido apenas mais tarde: um garoto, descrito por testemunhas como tendo cerca de treze ou quatorze anos de idade, estava vadiando perto de um restaurante a cerca de uma quadra de onde nos encontrávamos. Quando um casal saiu do restaurante, o garoto gritou, “Isto aqui é real”, atirou em ambos com uma arma semiautomática e fugiu em seu skate. Ele nunca foi pego. Mas a mensagem [botschaft] do lunático foi bastante clara: isto aqui não é um videogame, estes disparos são reais, esta é a realidade.
AXIOMAS DO SENTIMENTO
Precisamos nos perguntar, a respeito da realidade: qual é a sua real importância? E: qual é a real importância do Factual? É claro que não podemos ignorar o factual; ele contém poder normativo. Mas ele nunca poderá nos oferecer o tipo de iluminação, o vislumbre extático, de onde emerge a Verdade. Se apenas o factual, sobre o qual o chamado “cinéma vérité” se fixa, fosse importante, poderíamos argumentar que a “vérité” – a verdade –, em sua concentração máxima, encontra-se nas páginas amarelas – em suas centenas de milhares de dados, todos factualmente corretos e, portanto, correspondentes com a verdade. Se ligássemos para todos das listas amarelas que se chamam “Schmidt”, centenas de pessoas para quem ligássemos confirmariam que se chamam Schmidt; sim, o nome deles é Schmidt.
Em meu filme “Fitzcarraldo”, há um diálogo que levanta essa questão. Rumando em direção ao desconhecido em seu barco, Fitzcarraldo para em um dos últimos entrepostos da civilização, uma estação de missionários:
Fitzcarraldo: E o que dizem os índios mais velhos? Missionário: Simplesmente não conseguimos curá-los da ideia de que a vida comum não passa de uma ilusão, por trás da qual encontra-se a realidade dos sonhos.
O tema do filme é a montagem de um ópera na floresta tropical; como vocês devem saber, passei a realmente produzir óperas. Ao fazer isso, uma máxima tornou-se crucial para mim: um mundo inteiro deve passar por uma transformação e tornar-se música; só assim é possível produzir uma ópera. A beleza da ópera deriva do fato de que a realidade não opera de maneira alguma dentro dela; e o que acontece na ópera é uma superação da natureza. Ao estudarmos os “libretti” das óperas (dos quais “A Força do Destino”, de Verdi, é um bom exemplo), percebemos muito rapidamente que o enredo em si é tão implausível, tão distante de qualquer coisa que pudéssemos realmente experimentar, que as leis matemáticas da probabilidade são suspensas. O que ocorre no enredo é impossível, mas o poder da música permite ao espectador experimentar aquilo como uma verdade.
O mesmo ocorre com o mundo emocional [gefühlswelt] da ópera. Os sentimentos são tão abstratos que não podem mais ser realmente subordinados à natureza humana diária, porque foram concentrados e elevados ao grau mais extremo e se apresentam na forma mais pura; e, apesar de tudo isso, os percebemos, na ópera, como naturais. Sentimentos dentro da ópera são, basicamente, como axiomas dentro da matemática, que não podem ser concentrados ou explicados para além do que já são. Os axiomas de sentimento na ópera nos guiam, no entanto, da maneira mais secreta, por uma passagem direta ao sublime. Como um exemplo, poderíamos citar a “Casta Diva”, da ópera “Norma”, de Bellini.
Talvez vocês perguntem: por que afirmo que o sublime se torna “experienciável” [erfahrbar] na ópera, em todas as suas formas, se a ópera não foi renovada de nenhuma maneira essencial durante o século XX, enquanto outras formas tomaram o seu lugar? Isso parece ser apenas um paradoxo: a experiência direta do sublime na ópera não depende de maiores ou novos desenvolvimentos. Sua sublimidade permitiu que a ópera sobrevivesse.
VERDADE EXTÁTICA
Todo o nosso senso de realidade foi posto em causa.
Mas não quero mais me ater a isso, já que nunca fui movido pela realidade, mas por uma questão que se encontra por trás dela [dahinter]: a questão da verdade. Às vezes, os fatos excedem em tanto as nossas expectativas – apresentam um poder tão incomum e bizarro – que parecem inacreditáveis.
Mas, nas belas artes, na música, na literatura e no cinema, é possível alcançar um estrato mais profundo da verdade – uma verdade poética e extática, que é misteriosa e só pode ser dominada através do esforço; é possível alcançá-la através de visão, estilo e técnica. Neste contexto, enxergo a citação de Blaise Pascal sobre o colapso do universo estelar não como uma falsificação [fälschung], mas como uma maneira de possibilitar uma experiência extática de verdade interna mais profunda. Da mesma maneira, não é uma falsidade quando a “Pietà” de Michelangelo retrata Jesus como um homem de 33 anos, e sua mãe, a mãe de Deus, como uma menina de 17.
No entanto, também alcançamos a nossa habilidade de ter experiências extáticas da verdade através do Sublime, com o qual conseguimos nos elevar acima da natureza. Kant afirma: “A irresistibilidade do poder da natureza nos dá também a conhecer, considerados enquanto seres naturais, por um lado, nossa impotência física, mas descobre ao mesmo tempo uma faculdade de nos julgarmos como independentes dela, e uma superioridade sobre a natureza…” Estou deixando algumas coisas de fora, para simplificar. Kant prossegue: “Assim, a natureza é considerada sublime em nosso juízo estético não por engendrar medo, mas porque constitui um apelo à força que está em nós (que não é, porém, natureza)…”
Devo tratar Kant com a cautela necessária, pois suas explanações a respeito do sublime são tão abstratas que sempre permaneceram estranhas para mim em meu trabalho prático. No entanto, Dionísio Longino, a quem conheci em minhas explorações sobre tais assuntos, me é muito mais caro, porque sempre escreve em termos práticos e com o uso de exemplos. Não sabemos nada sobre Longino. Especialistas nem sabem ao certo se este era mesmo o seu nome, e podemos apenas especular que ele viveu no primeiro século depois de Cristo. Infelizmente, seu tratado “Do Sublime” também é bastante fragmentário. Nos escritos mais antigos que temos do século X, o Codex Parisinus 2036, há muitas páginas faltando, às vezes séries inteiras delas. Longino escreve de maneira sistemática; neste contexto, não há como começar a explorar a estrutura do seu texto. Mas ele sempre cita exemplos literários muito vívidos. Mais uma vez, sem seguir qualquer ordem esquemática, utilizarei aquilo que considero mais importante para mim.
O que é fascinante é que, logo no começo do seu texto, Longino evoca o conceito de Êxtase, mesmo que o faça em um contexto diferente do que identifiquei como “verdade extática”. Referindo-se à retórica, Longino diz: “Pois não é à persuasão, mas ao êxtase que a natureza sublime conduz os ouvintes. Seguramente por toda parte, acompanhado do choque, o maravilhoso sempre supera aquele que visa a persuadir e a agradar; já que o ser persuadido, na maior parte do tempo, depende de nós, enquanto aquilo de que falamos aqui, trazendo um domínio e uma força irresistíveis, coloca-se bem acima do ouvinte…” Neste trecho, ele usa o conceito de “ékstasis”, no qual uma pessoa sai de si mesma e entra em um estado elevado – onde podemos nos elevar acima da nossa própria natureza – que o sublime revela “de imediato, como um raio”.[2] Ninguém antes de Longino havia discutido tão claramente a experiência da iluminação; aqui, permito-me aplicar esta noção a momentos cinematográficos raros e fugazes.
Ele cita Homero para demonstrar a sublimidade das imagens e seu efeito iluminador. Eis o seu exemplo, da batalha dos deuses:
“E teve medo, nas profundezas, o Senhor dos Mortos, Aidoneu; e no seu medo ele saltou de seu trono e gritou, temendo que em seguida Posidão, que abala o solo, fendesse a terra, e aos mortais e imortais mostrasse as casas terríveis, emboloradas, que fazem horror até aos deuses.”
Longino era um homem extremamente versado, que citava com exatidão. O impressionante é que, neste caso, permitiu-se agrupar duas passagens diferentes da “Ilíada”. É impossível que isso seja um erro. No entanto, Longino não está falseando, mas, na realidade, concebendo uma verdade nova e mais profunda. Ele afirma que, sem a veracidade [wahrhaftigkeit] e a grandeza da alma, o sublime não poderia concretizar-se. Além disso, cita uma declaração que pesquisadores modernos atribuem a Pitágoras ou Demóstenes:
“Pois tem muita razão aquele que declarou que temos alguma coisa semelhante aos deuses, nomeando a beneficência [wohltun] e a verdade.”
Não devemos traduzir a sua “euergesia” simplesmente como “caridade”, um conceito carregado pela cultura cristã. Da mesma maneira, a palavra grega para verdade, “alêtheia”, não é um conceito de fácil compreensão. Sob o ponto de vista etimológico, ela deriva do verbo “lanthanein”, ou “esconder”, e da palavra relacionada “lêthos”, ou “o escondido”, “o ocultado”. “Alêtheia” é, portanto, uma forma de negação, ou uma definição negativa: ela é o “não escondido”, o revelado, a verdade. Através do pensamento linguístico [im sprachlichen Denken], os gregos desejavam, portanto, definir a verdade como um ato de revelação – um ato relacionado ao cinema, no qual um objeto é posto à luz e uma imagem latente e ainda invisível é conjurada à celuloide, onde primeiro precisará passar por um processo de emulsão, para então ser revelada.
A alma do ouvinte ou do espectador completa esse ato; a alma concretiza a verdade através da experiência da sublimidade: isto é, ela completa um ato independente de criação. Longino diz: “Pois, por natureza de certa forma, sob o efeito do verdadeiro sublime, nossa alma se eleva e, atingindo soberbos cumes, enche-se de alegria e exaltação, como se ela mesma tivesse gerado o que ouviu.”
Mas não quero perder-me em Longino, em quem sempre penso como um bom amigo. Encontro-me diante de vocês como alguém que trabalha com cinema. Gostaria de citar algumas cenas de outro filme de minha autoria como evidência. Um bom exemplo seria “O Grande Êxtase do Entalhador Steiner”, onde o conceito de êxtase já é apresentado no título.
Walter Steiner, um escultor suíço e bicampeão mundial de salto de esqui, ergue-se no ar, como em um êxtase religioso. Ele voa tão assustadoramente longe que adentra uma região onde reside a própria morte: um pouco mais longe, e ele não aterrissaria no declive íngreme, mas se espatifaria além dele. Ao final do filme, Steiner menciona um jovem corvo que ele criou e que, em sua solidão infantil, era o seu único amigo. O corvo começou a perder suas penas, um fato que foi se agravando e que provavelmente resultava da comida com a qual Steiner o alimentava. Outros corvos atacavam o seu, e, por fim, o torturavam tanto que o jovem Steiner não teve outra saída: “Infelizmente, fui obrigado a atirar nele”, diz Steiner, “porque era uma tortura ver como ele era torturado pelos seus próprios irmãos, por não conseguir mais voar.” De repente, depois de um rápido corte, vemos Steiner – no lugar do seu corvo – voando, em um frame terrivelmente estético, através de uma câmera extremamente lenta, desacelerada à eternidade. É o voo majestoso de um homem cujo rosto encontra-se deformado pelo medo da morte, como que em um estado demente de êxtase religioso. Em seguida, pouco antes do limite da morte – além do declive, no plano, onde ele seria esmagado pelo impacto, como se tivesse saltado do Empire State Building até a calçada abaixo – ele aterrissa suavemente, em segurança, e um texto se sobrepõe à imagem.
O texto é baseado no escritor suíço Robert Walser, e diz:
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Werner Herzog é um cineasta, produtor, roteirista, ator e diretor de ópera alemão. Considerado um dos expoentes do novo cinema alemão, dirigiu, entre muitos outros filmes, “Fitzcarraldo” (1982) e o documentário “Caverna dos Sonhos Perdidos” (2010).
www.wernerherzog.com
Tradução: Lucas Peterson
Copyrightnote: ©Werner Herzog
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[1] Texto traduzido para o português pela revista Carbono a partir da versão inglesa publicada originalmente no website oficial do artista Werner Herzog Film.
[2] hupsos de pou kairiôs exenechthen ta te pragmata dikên skêptou panta dieforêsen . . . “o sublime, quando se produz no momento oportuno, como o raio ele dispersa tudo” (1.4)
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